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lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 “Se existe uma classe que mere- ce e necessita uma reformulação geral nas condições de trabalho, é essa que está sofrendo re- presálias no Rio de Janeiro”. “Nós mulheres esta- mos, de certa forma, acostumadas com esse tipo de assédio, pois é algo que, infelizmente, acontece quase diaria- mente, mas a humi- lhação de se sentir um pedaço de carne não para por ai,” Eluyse De Lima Cirino. O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluno Marcos Lemos. Editorial Assédio Por onde anda? Notícia Antiga No dia 9 de outubro de 1940, o músico John Lennon vinha ao mundo para fazer parte da história mundial Edição 845 Curitiba, 09 de outubro de 2013 ““Break a leg!” ou “quebrar a perna” é outra expressão utilizada segundos an- tes de começar a peça e também possui inúmeras explicações. No Dicionário de Bordões, Eric Partridge considera que o termo surgiu de uma tradução de uma expressão parecida utilizada por atores alemães”, Larissa Mayra. Teatro Uso de medicamen- tos é a maior causa de intoxicação e/ou envenenamento no Brasil O uso indevido e indiscrimi- nado de remédios pode trazer sérios riscos à saúde, podendo inclusive levar à morte. O Mi- nistério da Saúde recomenda que se consulte um médico, evite recomendações de fa- miliares e amigos e em casos de medicamentos de uso livre pedir a orientação de um far- macêutico. Página 4 WikimediaCommons Evento busca democratizar o acesso à alta gastronomia Conhecido como Restaurant Week, o evento que começou na última segunda-feira e que está em sua 8ª edição, conta com a participa- ção de 60 restaurantes curitibanos que fixaram os seus cardápios em R$ 34,90 no almoço e R$ 47,90 no jantar. Além disso, parte da renda será direcionada ao Complexo Pe- queno Príncipe, instituição social escolhida para essa edição. A 7ª, realizada em abril deste ano, mo- vimentou mais de 60 mil pessoas e contou com a participação de 50 restaurantes. Página 3

Lona 845 - 09/10/2013

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Opinião

Colunistas

Página 5

“Se existe uma classe que mere-ce e necessita uma reformulação geral nas condições de trabalho, é essa que está sofrendo re-presálias no Rio de Janeiro”.

“Nós mulheres esta-mos, de certa forma, acostumadas com esse tipo de assédio, pois é algo que, infelizmente, acontece quase diaria-mente, mas a humi-lhação de se sentir um pedaço de carne não para por ai,” Eluyse De Lima Cirino.

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluno Marcos Lemos.

Editorial Assédio Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 9 de outubro de 1940, o músico

John Lennon vinha ao mundo para fazer parte da história mundial

Edição 845 Curitiba, 09 de outubro de 2013

““Break a leg!” ou “quebrar a perna” é outra expressão utilizada segundos an-tes de começar a peça e também possui inúmeras explicações. No Dicionário de Bordões, Eric Partridge considera que o termo surgiu de uma tradução de uma expressão parecida utilizada por atores alemães”, Larissa Mayra.

Teatro

Uso de medicamen-tos é a maior causa de intoxicação e/ou envenenamento no Brasil

O uso indevido e indiscrimi-nado de remédios pode trazer sérios riscos à saúde, podendo inclusive levar à morte. O Mi-nistério da Saúde recomenda que se consulte um médico, evite recomendações de fa-miliares e amigos e em casos de medicamentos de uso livre pedir a orientação de um far-macêutico.

Página 4

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Evento busca democratizar o acesso à alta gastronomia

Conhecido como Restaurant Week, o evento que começou na última segunda-feira e que está em sua 8ª edição, conta com a participa-ção de 60 restaurantes curitibanos que fixaram os seus cardápios em R$ 34,90 no almoço e R$ 47,90 no jantar. Além disso, parte da renda será direcionada ao Complexo Pe-queno Príncipe, instituição social escolhida para essa edição. A 7ª, realizada em abril deste ano, mo-vimentou mais de 60 mil pessoas e contou com a participação de 50 restaurantes.

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Expediente

Profissionais de pra-ticamente todas as áreas estão sempre desejando melhores salários e condições de trabalhos. Nem sempre chegam a fa-zer algo por isso dia-riamente, mas sempre há um momento em que a reinvindicação se torna a única op-ção. Com isso acon-tecem greves, parali-sações, brigas com os governos, patrões... Os últimos anos estão sendo marcados por

vários movimentos trabalhistas, alguns ocorreram pacifica-mente e outros, ainda em andamento, en-volveram brigas cons-tantes.Se existe uma classe que merece e necessi-ta uma reformulação geral nas condições de trabalho, é essa que está sofrendo re-presálias no Rio de Janeiro. Desde que os professores cariocas começaram a protes-tar nas ruas do estado,

todo dia surgem no-vas notícias narrando a hostilidade que os manifestantes estão enfrentando e, em vários jornais, ainda tem a manifestação retratada como algo negativo.Fato é que os profes-sores estão entre os profissionais mais desvalorizados do país. Ser professor em escolas públicas é uma das profissões mais perigosas que não recebe uma bo-

nificação por insa-lubridade. A sala de aula brasileira pode se mostrar um ambiente tão estressante quan-to um corredor lota-do do SUS. A recom-pensa: a gratificação de um trabalho bem feito. O problema: mérito/orgulho não paga contas.Divulga-se uma foto na internet, uma es-peculação que um policial mostra o cas-setete quebrado com a legenda “foi mal

Foi mal “fessôr”

Marcos Lemos

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

fessôr”. Pobre pro-fessor (literalmente), profissional desvalo-rizado. Apela-se para a violência quem não tem argumentos. Desnecessária atitu-de da polícia que se mostra extremamen-te violenta contra um protesto pacífico. São inúmeros os vídeos na internet que mos-tram policiais pren-dendo sem motivo, intitulados: “Mulher é presa por desacato por ser chamada de

gostosa”, em que mos-tra um policial cha-mando uma mani-festante de “gostosa”, que contesta e é presa por desacato. Outro é o forjamento de um policial, que mostra claramente o policial militar “colocando” rojões na mala de um estudante. Quem paga é povo que fica sem “educação” e se sente inseguro com os “profissionais da segurança pública”.

Editorial

Passei por diver-sos lugares, como r e c é m - f o r m a -do aproveitamos todas as opor-tunidades que aparecem. Nem sempre as me-lhores, mas pelo menos o apren-dizado é valido. Muitos trabalhos de curta duração, famosos “free-

las”. E alguns que prometem gran-des coisas mas os anseios são maiores.Depois de muitas coisas que aparece-ram acabei optando em abrir um nego-cio próprio, obje-tivo desejado desde os tempos da facul-dade. Acabei deix-ando um pouco de

Por Onde Anda?

lado a faculdade de jornalismo e a pós-graduação de mar-keting. Hoje sou proprietário do Bali Bar e Gastronomia e atuo em diferen-tes áreas, cozinha, atendimento, cont-abilidade, adminis-tração...

Cantadas não são legais, lembranças ruins muito menos Eluyse De Lima Cirino

o resultado é real-mente aterrorizante. Quando questiona-das se já deixaram de fazer algo por conta do medo de sofrerem abusos 81% das participan-tes disseram que sim. Essa informa-ção fica ainda mais chocante quando le-mos as declarações de algumas dessas participantes. Um desses depoimentos me deixou extre-mamente chocada. A garota que com-partilhou sua inti-midade conta que aos 16 anos passava em uma rua pró-

xima a um estádio de futebol em Belo Horizonte quando foi cercada por um grupo de torcedores que não apenas a assediaram verbal-mente como che-garam ao assédio físico, a apalpando e empurrando. A moça sentiu medo de ser estuprada pelos torcedores. Esse medo é total-mente compreensí-vel – por mim pelo menos – já que pelo depoimento a situa-ção deve ter sido não apenas terrível como, também, hu-milhante.

Nós mulheres esta-mos, de certa for-ma, acostumadas com esse tipo de assédio, pois é algo que, infelizmen-te, acontece quase diariamente, mas a humilhação de se sentir um pedaço de carne não para por ai. Não podemos es-quecer que vivemos em uma sociedade extremamente ma-chista que julga que alguns assédios só ocorrem porque a vítima – sim, a víti-ma – estava trajan-do uma roupa con-siderada vulgar ou até mesmo porque

a garota não estava em casa.Esse pensamento, machista, de que assédio sexual só ocorre fora de casa é uma piada. Segun-do o Dossiê Mulher, do Instituto de Se-gurança Pública do Rio de Janeiro no ano de 2012 foram registrados 4.993 casos de estupro no estado e apenas 27% o crime foi cometi-do por desconhe-cidos. E na maioria dos casos em que a mulher conhece o estuprador este tem algum grau de pa-rentesco com a víti-

ma. De acordo com o Dossiê Mulher 51,4% das vítimas de estupro no Rio de Janeiro em 2012 eram crianças de até 14 anos. Esse dado reforça a ideia de que a vítima não tem culpa de sofrer violência sexual. O criminoso deve ser punido, pois nenhu-ma criança deve ter esse tipo de memó-ria. E muito menos conviver com seu agressor.

Levar uma contada em ambiente pú-blico nem sempre é confortável, e mui-tas vem em forma de palavras clara-mente ofensivas e degradantes. Uma pesquisa realizada pela jornalista Ka-rin Hueck e veicu-lada pelo blog thin-kolga.com contou com a participação de 7762 leitoras e mais de 99% delas confirmaram que já sofreram algum tipo de assédio ver-bal.A pesquisa de Karin Hueck conta com várias perguntas e

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3Notícias do Dia

8ª edição do Curitiba Restaurant Week já começou e vai até domingo, 20/10Para esta edição, os organizadores esperam arrecadar cerca de R$ 40 mil reais, que serão doados para o Com-plexo Pequeno Príncipe

Democratizar o acesso à alta gastro-nomia dos restau-rantes curitibanos, além de doar parte da receita para uma entidade social ca-rente. Este é o lema do Curitiba Res-taurant Week, um evento que já está na sua 8ª edição e que atraiu na sétima mais de 60 mil pes-soas.A Week – semana, em inglês – começou na última segunda-feira (07/10) e ter-mina no domingo, 20. Durante esses 14 dias, restaurantes renomados da capi-tal paranaense irão oferecer cardápios completos, ou seja, com entrada, prato principal e sobreme-sa, a preços f ixos de R$ 34,90 no almoço e R$ 47,90 no jantar. Além disso, é pos-sível doar um real ou até mais para o Complexo Pequeno Príncipe, institui-ção social escolhida

Lucas Borodiak Karas

para essa 8ª edição.Contudo, alguns res-taurantes já colocam a doação na conta do cliente e esta só não é feita, caso seja solicitada sua retira-da. É o caso do Vin Bistrô, localizado na Rua Fernando Simas e que participa da Week desde a pri-meira edição curiti-bana, realizada em 2010. De acordo com a sócia-proprietária do Bistrô, Christine Valente Kunze Boh-nenstengel, af irmou que a iniciativa de já colocar a doa-ção na conta nun-ca foi um problema para os clientes. “A gente não pergunta para o cliente se ele quer doar, já vem no pacote e a grande maioria faz a doação e ainda sai satisfeita com isso.”Christine destaca que a Week é uma ótima oportunida-de para as pessoas conhecerem novos pratos. “Com um

cardápio diferencia-do e um preço bem a abaixo do que pra-ticamos, acredito que damos a opor-tunidade para várias pessoas de diferen-tes esti los de conhe-cerem o nosso res-taurante”, af irmou Bohnenstengel.Para o empresá-rio Carlos Eduardo Barros Previdi, o viés social do even-to é um diferencial muito importante. “Quanto a esse au-xilio às instituições carentes, como é o caso do Pequeno Príncipe, acho ex-tremamente válido.” Contudo, Previdi co-mentou que, durante todas as Week’s que participou, percebeu que o atendimento e a qualidade dos pro-dutos baixavam. “Eu faço parte de um público que sempre frequenta esse tipo de restaurante e eu percebo que, du-rante essa semana, alguns estabeleci-

mentos acabam di-minuindo a qualida-de que é apresentada fora da Week”, expli-cou o empresário. “E acredito que se for para apresentar um produto abaixo do que é comum, nem adianta participar”, destacou Previdi.Questionada sobre isso, a sócia-pro-prietária exclamou que não é o caso da Vin Bistrô, mas ex-plicou que o que acontece é que o pú-blico que frequenta normalmente o res-taurante duplica du-rante a Week e isso pode acabar preju-dicando um pouco o serviço. “A deman-da durante a Week pode atrapalhar um pouco o serviço, por fugir do habitual e como o ser humano é suscetível a falhas, é possível que haja algum problema no processo”, destacou Christine. “Mas em questão de qualida-de, pelo menos no

Vin Bistrô, não há uma queda, de forma alguma”, confirmou.Para Philip Khou-ri, organizador do evento pela agência DP9, o público sem-pre foi um diferen-cial da Week. “Sem-pre é enorme e os números surpreen-dem”, exclamou. Ele conta, inclusive, que teve que por um li-mite no número de restaurantes interes-sados em participar. “Tivemos que colo-car 60 restaurantes, no máximo, para possibilitar o nos-so próprio trabalho, enquanto agência. Contudo, mais de 85 nos procuraram para participar da sema-na.” Ele afirma, ain-da, que os estabeleci-mentos e os clientes “compraram a ideia” do viés social e que, em sua maioria aju-dam, resultando em valores expressivos. “Na última edição, obtivemos mais de R$ 30 mil revertidos

à instituição que es-tava participando e nesta 8ª, esperamos arrecadar pelo me-nos, R$ 40 mil”, f i-nalizou.

A história

Nascido em Nova Iorque há 21 anos, o Restaurante Week já é sucesso no mundo inteiro, estando pre-sente em mais de 100 países, incluindo o Brasil.Em Curitiba, a pri-meira edição ocor-reu em 2010, com o envolvimento de 42 restaurantes e a par-ticipação de mais de 38 mil pessoal du-rante os 14 dias. A 8ª edição vai até do-mingo, 20/10. Para mais informações, basta acessar o site do evento, em (www.restaurantweek.com.br).*Com informações da agência DP9, que está promovendo o evento.

“Tem que ter opinião, tem que ter atitude,”

Juliana Girardi e Fábio Cypriano contam sobre o trabalho na área de jornalismo cultural em palestra reali-zada na UP. Para Juliana, ter medo de se manifestar sobre determinado assunto não faz parte da atitude dos profissionais da área e “muitos repórteres procuram especialização para se sentirem mais a vontade na hora de escrever”

“Jornalismo é um aprendizado” con-cluiu Fábio ao final da palestra. Para quem acompa-nhou ontem (8) a palestra de Jorna-lismo Cultural na Universidade Po-sitivo, pode con-ferir as impressões sobre a área de Fa-bio Cypriano, jor-nalista da Folha de São Paulo, e Julia-na Girardo, edito-ra do “Caderno G” da Gazeta do Povo. A palestra faz par-te da programação Bienal Internacio-nal de Curitiba.

A palestra, que

Lucas de Lavor

começou por vol-ta das 19:30, teve o intuito de ins-truir e esclarecer mais sobre a área. “Vivemos hoje um momento de de-magogia do jor-nalismo, que de-vemos agradar o público a todo momento” decla-rou Fábio durante a Palestra. Fábio trabalha a doze anos cobrindo a área de cultura no jornal Folha de São Paulo e morou três anos em Berlim. “Foi um perío-do de experiência bem legal que me agregou bastante

para o serviço que faço até hoje”.

Fábio e Juliana res-saltaram um ponto que a área de jor-nalismo cultural sofre com o pre-conceito: desleixo por parte de edito-res, relacionamen-to artista/jorna-lista e a “falta de entendimento” da área são os prin-cipais barreiras que profissionais da área enfrentam. “Existe muita crí-tica no jornalismo cultural e ele se divide (o jorna-lismo) em bom e ruim. O bom se-

ria o jornalismo cultural onde só se noticia coisas ‘boas’ e onde tudo é lindo. O ruim é o caderno de Po-lítica, Cotidia-no, onde o leitor lê desconfiando. Parte disso é culpa e desleixo, muitas vezes, do dono do jornal”, conta Fa-bio sobre o pre-conceito. “Outro problema é o ‘jor-nalista amigo’, que acaba se envolven-do demais e isso atrapalha” expli-ca, “acontece mui-to no jornalismo cultural”. Sobre isso, Juliana conta

que “não posso ir a shows de bandas locais que já me aparece gente ofe-recendo ‘serviço’”.

A decisão do que é ou não publica-do e os critérios utilizados também foi uma das ques-tões levantadas por Fábio e citou o caso de “ufanis-mo”: “Investimos muito em querer saber quem são os artistas brasileiros em feiras no exte-rior, temos que sa-ber que artista não é só brasileiro”.

Juliana chama

atenção para a postura dos jor-nalistas que estão iniciando na área. “Tem que ter opi-nião, tem que ter atitude. Muitos repórteres procu-ram especialização para se sentirem mais a vontade na hora de escrever sobre” e comple-ta que a área “tem a ver com paixão, acho que jornalis-mo cultural é isso”.

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4 Geral

Pesquisa revela que brasileiros têm o costume de se automedicarMais da metade dos brasileiros afirmam ingerir remédios sem consultar um médico

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tec-nologia e Qua-lidade (ICTQ) revela que 54% dos brasileiros tomam medi-camentos por conta própria, sem a consulta de um médi-co. Em parceria com o Institu-to de pesquisas Datafolha, o ICTQ realizou o “Primeiro Levantamento Nacional dos Consumidores de Medicamen-tos”. O estu-do foi feito em doze capitais brasileiras, den-tre elas Curiti-ba. Além dis-so, outro dado chamou a aten-ção. Segundo o “Primeiro Levantamento Nacional”, das pessoas que já são consumi-dores de remé-dios em nosso país, 14% de-clararam já ter comprado me-dicamento con-trolado, de tarja preta ou verme-lha, sem a recei-ta médica. Ain-

Andressa Turin

da de acordo com a mesma pesquisa, 21% dos consumi-dores afirmam comprar em farmácias ou drogarias, em média, 2 vezes por mês. Para mais da metade dos consumi-dores, 52%, os produtos que mais chamam a atenção ao entrar em uma farmácia são os medicamentos, seguidos pelos cosméticos e produtos de hi-giene pessoal. E, por fim, 68% das pessoas têm o costume de comprar medi-camentos gené-ricos. Para o médico Clóvis Santos, a au-tomedicação

pode ter desde pequenos riscos até os mais gra-ves, podendo em alguns casos até levar à mor-te. “O principal problema das pessoas que se automedicam é saber se elas não são alérgicas aos medicamentos, pois correm o risco de entrar em choque”, explica. Clóvis afirma também que a orien-tação médica é importante, uma vez que existem pessoas que não podem tomar determi-nados tipos de medicamentos. Como principal exemplo, o mé-dico cita os ca-sos de dengue, cujos pacientes não podem in-

gerir antitérmi-cos – remédio para reduzir a febre. “A dengue pode se mani-festar na forma hemorrágica, que é muito gra-ve, e os antitér-micos facilitam o sangramento”, afirma o médi-co. De acor-do com o Sis-tema Nacional de Informações Tóxico Farma-cológicas (SI-NITOX), em 2010, o maior número de ca-sos registrados de intoxicação ou envenena-mento foi pelo uso de medica-mentos; do total de 27710 casos, 898 ocorreram devido à auto-medicação. A região que re-

gistrou o maior número de ca-sos e óbitos foi a região Sudeste, com aproxima-damente 17 mil casos e 37 óbi-tos Em relação à faixa etária, há cerca de 8 mil casos envolven-do crianças de 1 a 4 anos. O Ministé-rio da Saúde e a Anvisa alertam para o uso in-devido e indis-criminado de medicamentos. Com o intuito de alertar a po-pulação sobre os principais riscos da automedica-ção, a Política de Medicamen-tos dos Minis-tério da Saúde tem como um de seus objeti-vos conscienti-zar as pessoas

sobre a utiliza-ção racional de remédios. Ain-da de acordo com o Minis-tério da Saúde, o uso incorre-to de remédios pode agravar a doença, pois a utilização ina-dequada pode esconder deter-minados sin-tomas. A reco-mendação é de que se consulte um médico, evi-te recomenda-ções de amigos e parentes e em casos de me-dicamentos de uso livre procu-rar orientações do farmacêuti-co.

Wikim

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14% dos consumidores já declararam ter comprado remédio de uso controlado sem receita

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5Colunistas

Falo de Teatro

Larissa Mayra

- Um, dois, t rês . . .merd a ! Grita o gru-po reunido de mãos dadas minutos an-tes de o espe-táculo come-çar. Alguns pulam, ou-tros começam a correr. Os abraços refor-çam a mensa-gem: Merda! Merda! Mer-da! Tensão é o sentimen-to que conse-gue acelerar o coração do ator. O teatro é vida, mas não uma vida banal em um domingo te-dioso. Por isso, ele é cer-cado de par-t icular idades e mistérios, coisas que o tornam mais ap ai xonante .Uma for-ma de dizer “ b o a - s o r t e” ? Talvez! A uti-lização da pa-lavra “merda” no teatro tem diferentes in-t e r p r e t a ç õ e s e cada grupo define o que ela preten-de expressar. Para alguns, é um simples b o a - s o r t e .

Para outros, o merda re-presenta uma tradição do teatro que é repassada de geração para geração. H i s t o r i c a -mente, é di-fícil dizer quando a ex-pressão sur-giu por causa do seu cará-ter lendário. A primeira e x p l i c a ç ã o que escutei foi a seguinte:A n t i g a m e n -te, as pessoas iam ao teatro de carroça. As carroças são movidas por cavalos, cer-to? E os ca-valos não es-colhem onde vão deixar os seus restos, isto é, suas

merdas! Por causa disso, as entradas dos teatros tinham cocô. Sim, as mu-lheres se ar-rumavam tan-to, colocavam aqueles vesti-dos enormes, mas sujavam os sapatinhos de merda. Po-rém, os atores não se impor-tavam muito com a sujeira dos sapatos das cindere-las: quanto mais merda, mais público! Além dessa história, acre-dita-se que um ator, em dia de estreia, estava indo para o teatro e tudo estava dando errado. Ele perdeu o

trem, trope-çou, esbarrou nas pessoas, mas conse-guiu chegar a tempo. Para piorar a si-tuação, antes de entrar no teatro ele pi-sou na mer-da - que eu especulo que era de algum cavalinho – e mesmo as-sim fez uma a p r e s e n t a -ção incrível. “Break a leg!” ou “quebrar a perna” é ou-tra expressão utilizada se-gundos antes de começar a peça e tam-bém possui inúmeras ex-plicações. No D i c i o n á r i o de Bordões, Eric Partrid-

ge considera que o termo surgiu de uma tradução de uma expres-são parecida utilizada por atores ale-mães. “Hals-und Beinbru-ch” significa o pescoço e uma perna quebrada. Após a adap-tação, o ter-mo se espa-lhou para os cinemas britânicos e a m e r i c a n o s , mas se man-teve no tea-tro e também é utilizado no Brasil. A frase foi utilizada pela primei-ra vez na im-prensa no ano de 1900. Ape-sar de a ex-pressão pare-cer um pouco

pesada, usa-se ela para “enganar” o azar. Fala-se algo ruim para atrair coisas boas. Essas são ape-nas duas das expressões de “boa sorte” comuns no teatro. Parti-c u l a r m e n t e , eu acho mui-to engraçado essa nossa ne-cessidade de se sentir segu-ro. É uma for-ma de dizer para si mesmo “agora sim, estou pron-to pra come-çar”, quando na realidade essa certeza é idealizada. M E R D A !

Vera da Veiga Ventura

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NOTÍCIANTIGA O que fazer em Curitiba?

Galeria Teix

De 5 a 30 de setembro, na Galeria Teix (Rua Vicente Machado, 666), fica a exposição “Quanto um Chapéu de Palha”, e reúne 11 obras inéditas em tecido, borda-das e pintadas à mão do artista Alexandre Linhares. Informações: (41) 3018-2732.

Exposição “Consciente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Or-dem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da ar-tista plástica Nilva Rossi.

Memorial de Curitiba

Até dia 3 de novembro, no Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico) fica a ex-posição “Curitiba Protesta”. As recentes manifestações populares que tomaram conta das ruas de todo o país são tema da exposição Curitiba Protesta. Integram a mostra 60 imagens feitas por fotojornalistas que acom-panharam as manifestações, apresentando um recorte visual dos principais momentos dos atos que lotaram ruas e avenidas do centro da capital. Entrada franca. In-formações: (41) 3321-3328.

O mundo teve a honra de receber no dia 9 de outubro de 1940 a figura de John Winston Len-non. O músico en-trou para a história 23 anos após seu nascimento com o sucesso explosivo do lançamento do primeiro disco da banda de rock mais famosa de todos os tempos, o Plea-se Please Me dos Beatles.Sendo o membro mais polêmico da banda, Lennon

sempre teve sua vida bastante ex-posta pela impren-sa. Sua vida amo-rosa com Cynthia Powell (mãe de seu filho Julian) e com Yoko Ono (com que esteve até seus últimos dias) sem-pre estiveram es-cancaradas nas pá-ginas dos jornais. Tanto antes quanto depois de sua morte no dia 8 de outubro de 1980, o músico foi reconhecido di-versas vezes como uma das pessoas

mais influentes do mundo.Nos dez anos en-tre o último disco dos Beatles e o dia de sua morte, John Lennon manteve, além de uma car-reira musical regu-lar, uma frequente atividade política. Sua movimentação em busca da paz mundial, segundo teorias conspiracio-nistas, podem ter sido a causa de seu assassinato pelas mãos de Mark Cha-pman.