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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XII - Número 641 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011 jornallona Cresce a violência em Curitiba e Região Metropolitana Dados divulgados pelo IML apontam crescimento da violência em Curitiba e Região Metropolitana. Em agosto, 162 pessoas foram assassinadas de forma violenta, mais de 90% são homens entre 16 e 35 anos. Na primeira quinzena de setembro já foram registradas 62 mortes. Pág. 3 Esportes As corridas de rua e o futebol americano se popularizam em Curitiba . Pág. 4 e 5 Obituário A Crítica Literária. Morreu. Pág. 7 Evento A internet é o prin- cipal assunto do evento de abertura da Semana de Co- municação da UP Pág. 8 SEMANA DE COMUNICAÇÃO Fernando Mad Rogério Flausino e Ana Paula Mira: impacto das redes sociais no cotidiano

LONA 641 - 14/09/2011

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XII - Número 641Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011 jornallona

Cresce a violência em Curitiba e Região Metropolitana

Dados divulgados pelo IML apontam crescimento da violência em Curitiba e Região Metropolitana. Em agosto, 162 pessoas foram assassinadas de forma violenta, mais de 90% são homens entre 16 e 35 anos. Na primeira quinzena de setembro já foram registradas 62 mortes.

Pág. 3

Esportes

As corridas de rua e o futebol americano se popularizam em Curitiba . Pág. 4 e 5

ObituárioA Crítica Literária. Morreu. Pág. 7

Evento

A internet é o prin-cipal assunto do evento de abertura da Semana de Co-municação da UPPág. 8

SEMANA DE COMUNICAÇÃO

Fernando Mad

Rogério Flausino e Ana Paula Mira: impacto das redes sociais no cotidiano

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora de Grad-uação: Marcia Sebastiani | Pró-Reitor de Pós-Grad-uação e Pesquisa: Bruno Fernandes | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Crônica de uma queda econômica e política

Fernanda Cercal

Em 2008, a Grande Reces-são nos Estados Unidos obri-gou o FED (Banco Central americano) a baixar a zero a taxa básica de juro. Também foi necessário injetar US$ 3 trilhões na economia do país para comprar títulos de ban-cos e empresas na iminência de falir, além de um inves-timento de US$ 800 bilhões em programas de incentivo à produção e ao emprego.

Podemos assim concluir que o grande déficit orça-mentário americano que vemos hoje é o resultado do alto endividamento do país e da consequente desacele-ração econômica que seguiu após a crise financeira de 2008.

Estamos diante de uma nova crise, sem a possibili-dade de cortar juro como na anterior, e com um arsenal estatal bem menor – anali-sando dessa forma, o caos econômico parece ser ain-da mais grave que o de três anos atrás. Será verdade? A real situação é que os pro-blemas econômicos do país têm pouco a ver com a ma-temática orçamentária dos EUA. O governo não tem encontrado dificuldades para captar recursos e cobrir seu atual déficit.

Estão, sem dúvida, acu-mulando dívidas sobre as quais terão que pagar juros mais tarde. Mas em uma análise mais racional é fácil concluir que, mesmo com grandes déficits nos próxi-mos anos, o impacto sobre a sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos será consi-deravelmente baixo.

Portanto, a responsável pela queda da confiança so-bre a economia dos EUA não é a aritmética orçamentária, mas a política do país. A as-censão de uma direita extre-mista que declara seguidas crises mas não quer admi-tir que os problemas fiscais dos Estados Unidos não são complexos.

Todos sabem que o país – que tem uma população envelhecida - possui custos de saúde muito mais altos que os demais países desen-volvidos. Isso produz gastos maiores do que a arrecada-ção, considerando que os impostos nos EUA são mui-to baixos pelos padrões in-ternacionais. Dessa forma só nos resta concluir que o epi-centro da crise não está nos números, mas na relação com os que detêm o poder.

Mas enquanto a situação é caótica nos EUA, a palavra de ordem dentro do governo brasileiro é cautela na econo-mia. Do caos no país do Tio Sam o Brasil pode tirar van-tagens. Uma delas é o com-bate à inflação: a crise está desacelerando a economia mundial, e consequentemen-te vai reduzir a brasileira.

A outra é ainda mais im-portante, a crise permitiu ao Brasil ocupar o espaço dei-xado pelos Estados Unidos na América do Sul – foi o que disse o artigo publica-do na revista britânica “The Economist”, final do mês de agosto.

Isso acontece por um mo-tivo simples: as disputas do-mésticas no Congresso ame-ricano abriram espaço para outros países, e como o Bra-sil tem maior peso em gran-de parte da América do Sul, ele tem ganhado destaque.

Os Estados Unidos fi-cam presos às disputas do-mésticas, a América Latina aproveita para progredir densamente – hoje ela exibe um comércio pulsante com a China, alto crescimento eco-nômico e governos demo-cráticos.

Próspero. Segundo a “Economist”, em nenhum lugar isso é mais verdadeiro que no Brasil. Ainda com a vantagem da boa relação de Obama com Dilma Rousseff, que cria a possibilidade de laços mais estreitos entre os países.

O jornalismo impresso se propôs desde sua fundação a ser um meio opinativo e en-gajado, oferecendo à sociedade um espec-tro de sua própria existência, um espelho de suas discussões e acontecimentos, aco-modando o mundo em caixinhas de notí-cias.

O ideal do jornal completo – bússola do leitor – persiste, o que talvez possa auxi-liar a entender a sua própria crise, e pode servir de norteamento para procurarmos no jornal o que queremos ler, a leitura que desejamos ver representada, a captura do imaginário popular, de suas necessidades e anseios.

Em uma sociedade altamente fragmen-tária e líquida – a informação cada vez mais encaminhada para o nicho e para a descentralização – entender essa dinâmi-ca é fundamental para a produção de um jornal- laboratório: a busca para não con-feccionarmos um jornalismo asséptico, inodoro, sem pontes comunicativas. (Um jornal, quando lido, apenas por um grupo restrito.)

Por isso, a escolha por um jornal ampli-ficado na realidade estudantil e suas diver-sas facetas. É preciso trazer o leitor jovem – naturalmente repelente ao impresso e ao seu caráter tradicionalista – para dentro de seu próprio universo. (Embora não deves-se existir temática adequada para estudan-tes de Jornalismo...)

Não sabemos se a nossa leitura está ade-quada e se a nossa missão é tangível. Mas vamos tentar.

Boa leitura a todos.

CPI do Derosso

A primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada pela Câmara Municipal de Curi-tiba para investigar as denúncias envolvendo o presidente João Cláudio Derosso (PSDB), há 14 anos no cargo, definiu a presença de dois aliados do presidente nos postos principais da CPI.

Amigos

A CPI que investigará as denún-cias de que Derosso teria gasto de modo indevido trinta milhões de reais em publicidade será presidida pelo vereador Emer-son Prado, do mesmo partido do presidente da Casa. Prado tam-bém é líder da bancada da PSDB na Câmara, aquela mesma que havia decidido em massa pela não-criação da CPI, mas, após as assinaturas levantadas pela oposição, acabou por votar a fa-vor da criação da CPI.Na relatoria da investigação es-tará o vereador Denilson Pires, do DEM e da base aliada de Der-osso.

Para sempre

São nove integrantes da comissão.Sete integram a base do prefeito Luciano Ducci (PSB), aliado do presidente da Câmara. São eles: Emerson Prado e Denil-son Pires, Paulo Frote (PSDB), Nely Almeida (PSDB), Zezinho do Sabará (PSB), Zé Maria (PPS) e Tito Zeglin (PDT).

Do contra

Pedro Paulo, do PT, e Paulo Sala-muni, do PV, integram o grupo de oposição. Ao lado de Algaci Túlio, foram os principais idea-lizadores do rigor nas investiga-ções contra Derosso.

Busca pela verdade

A CPI terá 90 dias para apresen-tar os resultados das investiga-ções contra João Claudio Der-osso.Recentemente, o vereador se disse vítima de uma conspiração política e ameaçou processar to-dos os veículos de comunicação e jornalistas que proliferassem injúrias e difamações contra o seu nome.

DrOps

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CIDADE

Crescem os índices de violência em Curitiba e Região Metropolitana Somente na primeira quinzena de setembro foram registradas 62 mortes

Os números da violência em Curitiba e Região Metropolitana voltaram a crescer no segundo semestre. Em agosto, a capital registrou 90 mortes violentas, o maior índice desde fevereiro do ano passado. Somando-se os municípios da Região Metropo-litana, foram 152 assassinatos no mês, aumento de 10% na com-paração com o mesmo período de 2010. Em setembro, já foram registradas 62 mortes violentas.

Os dados são obtidos a partir de relatórios do Instituto Médico Legal e levantamento das dele-gacias responsáveis pelos inqué-ritos. Casos de suicídio são ex-cluídos. Ao todo, em 2011 foram registrados 1216 assassinatos.

Em agosto, Curitiba foi a ci-dade mais atingida pelas esta-tísticas de assassinatos. Foram 79 homicídios, sete mortes em confrontos com a polícia, duas lesões corporais seguidas de morte e dois latrocínios. Em mé-dia, foram três vítimas por dia. Os bairros mais violentos foram CIC, com 15 mortes, Uberaba (7), Sítio Cercado (6) e Cajuru com cinco mortes.

Na Região Metropolitana, São José dos Pinhais foi a cidade mais violenta, seguida de Co-lombo e Piraquara.

Em agosto, morreram 142

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homens e 10 mulheres, menos de 10% do total. O perfil de mortes é de homens entre 16 e 35 anos, representando 74% das estatísticas. Sábado e domingo são os dias mais perigosos, com 41% das mortes. Os ferimentos por arma de fogo correspondem a 126 mortes.

EstruturaA falta de policiais e de de-

legacias em plantão de 24 horas também afeta diretamente a se-gurança pública. Na madrugada desta terça-feira (13), Luiz Felipe Venturini, 18 anos, invadiu uma loja de equipamentos de mer-gulho na região do bairro São Francisco. O alarme tocou, os vigilantes da empresa de moni-toramento chegaram e consegui-ram pegar o rapaz.

Ele estava carregando diver-sos aparelhos eletrônicos. Os vigias seguraram Luiz Felipe até a chegada da viatura 8579 da Polícia Militar, com uma equipe do 12º Batalhão. Os policiais le-varam o rapaz até o Ciac-Sul e chegaram lá por volta das 3h da madrugada.

Depois de esperar até as 6h30 com o preso enclausurado na viatura, os policiais foram infor-mados pelo delegado que teriam de ir ao 3º Distrito na região de Santa Felicidade; a delegacia que atende a região onde o crime

aconteceu. Depois de seis horas esperando, o preso foi entregue. O Boletim de Ocorrência foi la-vrado por volta das 9h40, horá-rio em que as vítimas chegarem à delegacia para prestar queixa.

Em coletiva de imprensa, o delegado geral da Polícia Civil do Paraná, Marcus Vinícius Mi-chelotto, admitiu que a situação precária e afirmou que o proble-ma ainda deve demorar a ser re-solvido. “Falta material humano para que mudanças aconteçam”, disse ele, “ainda estamos enfren-

tando problemas deixados pelo governo anterior”.

Para Michelotto, com a contratação de novos policiais, outras delegacias da capital e do interior poderão ficar aber-tas integralmente, mas isso só deve acontecer nas próximas semanas.

O responsável pela Dele-gacia de Homicídios Rubens Recalcatti, que lidera o grupo Honre (Homicídios Não Re-solvidos) em Curitiba acredi-ta que o problema crônico de

segurança pública não é fácil de resolver. “Não tem como exigir uma segurança pública efetiva sem investimento do estado, maior capacitação da Polícia Civil, maiores recursos materiais e pessoais.

Para ele, diversos fatores cul-minam no cenário atual. Recalcatti também aponta a tríade Educação-Saúde-Emprego como determi-nante nos índices de violência. “É a própria organização social refletida que empurra muitos ao mundo do crime”, completa.

Daniel Zanella Daniel Derevecki

Quase 36 mil eleitores de Curitiba aproveitaram o fe-riado prolongado para fazer o recadastramento biomé-trico na Central de Atendi-mento ao Eleitor do Tribunal Regional Eleitoral do Para-ná (TRE-PR). No plantão, que ocorreu entre os dias 7 e 10 de setembro, o TRE re-gistrou uma média de 9 mil atendimentos diários. Desde abril, já foram recadastrados 522.141 eleitores, o que equi-

vale a 40% do total. O recadastramento bio-

métrico é obrigatório para todas as pessoas que votam em Curitiba. O eleitor que não comparecer ao TRE até janeiro do ano que vem terá o título cancelado e não poderá votar nas eleições municipais de 2012. Para evitar filas, o atendimento pode ser agen-dado no site do TRE. A jorna-lista Cássia Gomes realizou o cadastro na última quinta-feira: “Agendei o atendimen-to para às 8h30. Chegando lá

aguardei cerca de 30 minu-tos e já fui atendida. Quem não havia agendado horá-rio, esperou muito mais”, conta. Além de cadastrar a impressão digital, o eleitor poderá regularizar possíveis pendências eleitorais, alterar local de votação e fazer retifi-cações de seus dados.

Segundo o coordenador de comunicação do TRE, Marden Machado, o plantão do feriado superou as expec-tativas e com isso as metas de cadastramentos certamente

serão atingidas. “Houve uma adesão muito boa da popu-lação, no dia 8, por exemplo, batemos um recorde com quase 10 mil atendimentos”, conta. Além dos plantões aos finais de semana, o TRE tam-bém estuda novas formas de garantir que todos os eleito-res tenham suas digitais ca-dastradas. A partir da próxi-ma semana, o agendamento poderá ser feito na Rua XV de Novembro e no Shopping Palladium. “Nesses pontos os eleitores encontrarão fun-

cionários do TRE que, muni-dos com computadores, po-derão fazer o agendamento”, afirma Marden.

Curitiba é uma das 187 cida-des que irão implantar a eleição biométrica no ano que vem. O TRE estima que o cadastro de cada eleitor demore em torno de 10 minutos e que o novo sistema de cadastramento reduza consi-deravelmente as fraudes eleito-rais. A previsão é que, em dez anos, todos os estados brasilei-ros possuam urnas com leitores biométricos.

Dilcélia Queiroz

Eleitores curitibanos usam feriado para fazer o cadastro biométrico

Para Rubens Recalcatti, problemas como a educação agravam os dados de segurança pública

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011 4

Acordar cedo, três, qua-tro vezes por semana. Cor-rer, mas sem presa, ouvindo uma boa música enquanto olha a paisagem pelo cami-nho. É como uma terapia. Essa é a rotina da estudante de direito Fernanda Beirão, de 20 anos. Dela e de cerca de 30.000 curitibanos que têm por “hobby” a corrida.

A corrida é um esportes em que um dos únicos ins-trumentos que o praticante precisa é do próprio cor-po e um bom par de tênis. É considerada por muitos um esporte democrático, pois permite que pessoas diferentes participem. “Dá pra ver pessoas de todos os tipos: novas, velhas, ma-gras, gordas. E de um certo modo essas pessoas corren-do ao seu lado fazem com que você tenha mais garra para continuar correndo”, relata Fernanda.

Muitos corredores de rua começam a praticar o esporte porque estão insa-tisfeitos com sua aparên-cia e decidem emagrecer. Quando iniciam os treina-mentos tomam gosto pela corrida e aí não largam mais.”Comecei a correr na academia, fazendo esteira, pois estava acima do peso. Comecei a gostar de correr e o meu instrutor me infor-mou sobre uma prova de rua que iria acontecer. Dis-se que achava que eu esta-va preparado para realizá-la. Me foquei para isto. A prova era a ‘1ª Corrida do Material Bélico de Curitiba - 20º BIB’ “, conta o advo-gado André Farias, de 32 anos.

É cada vez maior o nú-mero de participantes de corridas de rua. Alguns gastam um bom dinheiro se deslocando até outras cida-des do exterior, como Nova York, em busca de provas para competir.

Para ser corredor de rua não basta apenas ter vonta-de. É preciso também mui-ta disposição para acordar cedo, disciplina para trei-

nar e manter uma alimen-tação equilibrada.”Não existe tempo ruim. Numa primeira impressão as difi-culdades nos rotulam como loucos, porém ao término da prova nos transformam em gigantes”, Incentiva, André.

Um bom estímulo para o praticante de corrida de rua, além dos desafios nas provas, é a melhora na qua-lidade de vida como conta André: “A corrida gera um efeito dominó em sua vida em relação a hábitos. Eu já fui fumante, hoje passo longe de cigarro. Controlo melhor a minha alimenta-ção. A qualidade de vida aumentou em muito. Au-mento da autoconfiança, também”.

Perfil Há 30 anos, mais espe-

cificadamente nos últimos 10 está tendo um acrésci-mo de atletas que partici-pam de corrida de rua, em um percentual de aproxi-madamente 30% ao ano. O

esporte se popularizou. E com ele no que diz respeito às tecnologias hoje existen-tes, nos suplementos, tênis, vestimentas, medicina, pro-fissionais da área, evoluí-ram muito num comparati-vo ao que dispúnhamos há 30 anos.

Há alguns anos a corri-da de rua era praticada por pessoas que não tinham um poder aquisitivo muito alto. “Hoje o perfil deste corredor no aspecto socioeconômico, podemos dizer que perten-cem às classes A e B, num percentual de 80%. O que era totalmente inverso há 20 anos”, esclarece o Presiden-te da ACORBA (Associação dos Corredores de Rua de Curitiba), Paulo Cezar dos Santos Rodrigues.

A corrida de rua vem ga-nhando cada vez mais adep-tos e a indústria da corrida está cada vez mais se adap-tando a essa pessoas. Os organizadores das provas, por exemplo, estão cada vez mais preocupados em aten-der a demanda desse merca-

do.O número de inscritos

cresceu assim como o valor das inscrições. Os patrocina-dores estão preocupados em ter suas marcas estampadas ao longo dos circuitos e é cada vez menor o incentivo ao atleta, que não dispõe de patrocínio.“ Hoje as corridas de rua estão virando mais comércio para organizado-res que só querem lucrar com o evento, e o retorno financeiro para os atletas é quase nulo”, desabafa o ma-ratonista Sérgio Rodrigues.

Ritmo pesadoA maratona é uma cor-

rida de longa distância que envolve muito esforço e re-sistência física do atleta que a pratica. Diferente das cor-ridas convencionais em que os praticantes em sua maio-ria encaram o esporte como “hobby”, na maratona o atle-ta “vive” da corrida.

O objetivo dessa prova é superar desafios. É o que vai tentar fazer o ultra-marato-nista Raphael Bonatto, que

pretende correr uma mara-tona por dia durante 61 dias na pista de atletismo da Uni-versidade Positivo.

Seu treinamento dura de 4 a 6 horas por dia, alternan-do sessões de musculação e pilates, além dos treinamen-tos de corrida que variam entre 15km e 60km. Sua ali-mentação durante a prova será balanceada e controlada pela equipe da Nutrilatina.

Ano passado, Raphael completou 27 maratonas em 27 dias nas 27 capitais brasi-leiras. Foi um recorde, mas que não foi inscrito para o Guinness Book. Foi quando ele ficou sabendo que um ja-ponês tinha feito 52 marato-nas e decidiu bolar o desafio.

Para Raphael bater o re-cord do Guinness Book vai ser um grande marco para o Brasil e principalmente para a cidade de Curitiba.” Pode-mos ficar conhecidos como a cidade das maratonas e trazer o record do nível do Guinness Book para o nosso país. Será um grande orgu-lho e um feito!”, diz.

Francieli Fernanda

Corrida de rua se populariza entre curitibanosCerca de 30.000 pessoas praticam ou treinam corrida em Curitiba

O perfil do corredor é de classe A e B. A indústria se adapta cada vez mais ao novo mercado

Francieli Fernanda

ESPORTE

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011 5

Juan Martinez

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Curitiba, num sábado à tarde, é parecida com qual-quer outra cidade do resto do país. Para a grande maio-ria da população, é hora de descanso, de fazer coisas re-laxantes, sair ao shopping, ou mesmo ao parque.

E para os jogadores do Curitiba Hurricanes, o últi-mo realmente faz parte do dia deles. Afinal, eles po-dem ser encontrados todos os sábados no Parque Igua-çu, em São José dos Pinhais. Mas não para passear e re-laxar, e sim, praticando um esporte pouco conhecido no Brasil.

Os Hurricanes jogam o futebol americano, conheci-do apenas como Football no sEstados Unidos. A prática, inspirada no rúgbi, ainda é pequena em nosso país, mas ganha mais adeptos a cada ano. E em Curitiba, já são quatro os times amadores que treinam e competem em torneios de âmbito nacional.

“A cidade é um tanto pio-neira no esporte”, declara Roberto Galva, ou simples-mente Galva, o número 81 da equipe, e que joga na po-sição de free safety; “Curiti-ba foi uma das primeiras a montar times, e agora esta-mos sempre jogando campe-onatos”, continua o jogador, que além de titular, também é o capitão de defesa dos Hurricanes.

E no sábado, assim como em todos os outros, eles estão no parque, treinan-do das 14h30 às 18h. Não porque é o horário que o treinador impõe. Mas por-que é o horário em que to-dos, ou pelo menos a maior parte, consegue se encon-trar. “Não é possível viver de futebol americano. Nós mesmos pagamos por tudo: equipamento, viagens, loca-ção de campo. Então, todos aqui trabalham durante a semana, tem famílias, e só nos resta levar essa paixão pelo esporte no horário que sobra”, explica Roberto.

Futebol Americano - Um esporte anônimoA prática da diferença

Estrutura

Ao se pensar em uma equipe amadora, pode vir à mente um conjunto de pes-soas simplesmente jogando, sem direção, ou estrutu-ra por trás de seu projeto. Mas ao olhar mais de perto, descobre-se um trabalho sé-rio, inspirado inclusive em exemplos de outros países.

Um exemplo é a cadeia de comando da equipe. As-sim como as norte-america-nas, a equipe tem mais de um treinador, coordenando jogadas e ações. Um deles é Darvin Robertson, ou “Coa-ch”, como é chamado pelos comandados. Robertson não é brasileiro, mas natural do Texas, nos EUA. “Da onde eu vim, o Football é uma se-gunda religião. Joguei desde meus sete anos por lá, e na escola toda, o esporte fez parte de minha vida”. Apo-sentado, e vivendo no Bra-sil, Darvin já treinou inclu-sive outro time da cidade, mas acabou sendo “rouba-do” pelos Hurricanes, onde está atualmente.

E assim como existe um treinador de defesa, também trabalha ali um treinador de ataque, ou o Head Coa-ch, que é David Pereira dos Santos. Brasileiro, e quase como todos os outros inte-grantes da equipe, encon-trou a paixão pelo esporte quando pequeno, jogando de brincadeira com amigos. Agora, a paixão leva contor-nos mais sérios. “Há quinze anos que eu carrego essa de-dicação, pratico, jogo. Hoje, treino essa equipe, elaboro jogadas, estudo, mando por e-mail para cada atleta, trei-namos aqui. É um esporte trabalhoso, mas sem igual.”

Não só trabalhoso, como às vezes, nocivo à saúde dos jogadores. “É um esporte violento, sem dúvida”, de-clara Galva. A imagem do Football, para quem já assis-tiu, é a de um esporte cheio de contusões, batidas, feri-mentos. “Como diria o Co-ach, basquete é um esporte de contato, football é um es-porte de colisão”, continua

Juan Martinez

Roberto, que atualmente só pode assistir e coordenar a defesa, já que está com uma contusão no menisco.

Apoio

Quando perguntados sobre o que falta ao time, a resposta é única: “Apoio”. O Head Coach David deixa claro que “o futebol ameri-cano não para de crescer. Nosso time, sem apoio ne-nhum, já chegou as semi fi-nais do nacional, e só vejo melhoras no futuro.” Rober-to Galva complementa: “A paixão pelo esporte é o que move a gente. Todo mundo tira do bolso, o equipamen-to é caro, mas tem sempre quarenta, cinquenta amigos treinando, jogando, compro-metidos com o time”.

Quando perguntado so-bre aonde o Futebol Ameri-cano pode chegar, Coach Ro-bertson acredita que “pode ir muito longe. Acho que o esporte pode um dia ganhar um status mais profissional, quem sabe com jogadores que vivam somente disso. Não creio que esses atletas que temos hoje conseguirão isso. Mas com o ritmo de crescimento que vemos hoje, o futuro é promissor”.

Um Esporte Diferente

O futebol americano foi baseado no mais conhecido Rúgbi, esporte de contato, e com o objetivo de levar a bola adiante, com as mãos, até uma determinada área no fim do campo adversário, e ganhando diversas pontua-ções distintas de acordo com o modo que se consegue esse objetivo.

Mas do rúgbi, só veio essa premissa básica, e o formato oval da bola. O resto das re-gras, surgiram exclusivamen-te para o esporte americano, como a possibilidade de um passe para frente (proibido no rúgbi), e os downs.

Dessa forma, os dois times se dividem em 11 jogadores cada, compostos das mais diversas posições e funções. O atleta mais conhecido, e também o mais importan-te, é o chamado Quaterback. Ele tem a função de receber a bola no começo da jogada, ou snap, e coordenar a jogada de ataque, que pode ser com um passe, ou simplesmente cor-rendo com a bola.

Se o time consegue chegar a área final adversária, ele faz o famoso touchdown, pontu-ação máxima do esporte, que

contam seis pontos. Mas para tanto, e é aqui que fica um pouco confuso, a equipe tem que realizar downs, jogadas com o objetivo de ganhar ter-ritório, através do campo.

Assim, o time que ataca tem quatro chances, ou downs, de avançar dez jar-das. Se conseguir, ganha mais quatro chances para mais dez jardas, e assim sucessivamen-te. Caso ele não consiga, a bola vai ao adversário, e este tem então suas chances de pontuar.

E aqui entra outra diferença fundamental do es-porte. Pois os jogadores que atuam no ataque, não são os mesmos da defesa. Dessa ma-neira, quando um time perde a bola, automaticamente há uma troca inteira de elenco. E obriga times profissionais a contarem com mais de cin-quenta atletas em sua folha de pagamento, além de di-versos treinadores, comissão técnica, etc.

Entre as posições mais populares, está o já cita-do quaterback (coordenador de jogadas), running back (que recebe a bola antes da li-nha de ataque), wild receiver (que recebe a bola na frente da linha), entre outros.

Francieli Fernanda

Aos poucos, o futebol americano se incorpora ao cotidiano esportivo da cidade

ESPORTE

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Em pedaços

Em 2001, Walter Salles lança vamais um drama. Dessa vez, o sertão brasileiro serve de palco para o enredo de Abril Despeda-çado. O filme é uma adaptação da obra homônima do albanês Ismail Kadaré, e retrata, por meio de imagens, um período em que as ações dominavam as palavras. O ano é 1910, o confli-to acontece entre duas famílias rivais, os Breve e os Ferreira. A condição é vingar a morte pro-vocada por uma tradição anti-ga, que persiste em continuar.

A camisa manchada de san-gue em um varal traça a vida de Tonho, personagem de Rodrigo Santoro. Esse elemento delineia seu futuro, já que a partir do mo-mento em que a mancha amare-lar, o ciclo gira novamente, e To-nho deve cumprir seu destino: vingar a morte do irmão mais ve-lho. No entanto, a consequência desse ato faria dele alvo da famí-lia Ferreira, e quando a camisa do assassino de seu irmão com-pletasse o ciclo, Tonho deveria pagar com a vida, por sua ação.

Para amenizar e contrastar com o árido das cenas, Pacu, irmão mais novo de Tonho, emaranha-se na fantasia de um menino que lê as figuras de um livro, por não conhecer as letras, e com os desenhos, in-

Tenho orgulho de falar sobre isso. Dois pontos pe-los quais eu luto: um a favor e outro contra. Os estudan-tes têm feito muito contra a corrupção, por mais que a educação ainda esteja cor-rompida. Mas esse é assunto para depois. Hoje eu quero parabenizar a atitude dos estudantes paranaenses ao se manifestarem pelo impe-achment do então presiden-te da Câmara João Cláudio Derosso (PSDB).

O último ato marcante contou com aproximada-mente 100 estudantes. Eles se reuniram em frente a Câ-mara Municipal de Curitiba no dia 31 de agosto. Como gesto simbólico lavaram as escadarias do local. E para quem continua afirman-do que o barulho não traz resultado, o dia seguinte mostrou diferente. Após a manifestação estudantil, o Conselho de Ética da Câma-ra Municipal de Vereadores apresentou o relatório final da primeira denúncia proto-colada contra o presidente da casa.

E esse foi só um dos atos que vêm sendo articulados por estudantes universitá-rios e secundaristas. Tal-vez não mudemos o mundo todo, mas tenho certeza que mudamos muitas pessoas. Gritar, se unir, atuar den-tro da sociedade e colaborar para uma melhoria é pauta

Cinema Movimento Estudantil

Nathalia Cavalcante Suelen Lorianny

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@cmnathalia

Cursa o 8° período da manhã e publica seus textos no endereço cinematicamentefalando.blogspot.com

@sulorianny

Cursa o 6° período da noite e publica seus textos no endereço revolucaonopalco.wordpress.com

venta sua própria história. Um escape da autoridade do pai que cobra, incessantemente, a vin-gança que Tonho deve honrar.

Clara, uma artista de um pe-queno espetáculo ambulante, entra na história para mostrar o amor a Tonho. O envolvimen-to de ambos revela que a prisão em que ele se encontra pode ser esquecida, pelo menos, por ins-tantes. Tonho divide-se entre a ordem do pai e a vida. A con-tinuidade de uma tradição e de uma briga que, na realidade, não foi provocada por ele, o atordoa, e persegue seus pensamentos.

A juventude de quem ain-da não viveu o suficiente está em jogo, pelo cumprimento de uma tradição. A liberdade che-ga a ele, pela inocência de Pacu, que livra o irmão do destino trágico. Mesmo assim, a tra-gédia sertaneja não escapa aos olhos de Tonho. A vida, como em uma ampulheta, se acaba em grãos de areia, como a ter-ra do sertão. A poesia revelada em 24 quadros de um sertão que fere, não somente, pela seca, mas também, por aprisionar vidas em um conflito sem fim. Caminhos que se despedaçam e a vida querendo sobressair às angústias são verdades de uma história triste e sonhadora.

perpétua do movimento es-tudantil.

Podemos nos considerar revolucionários? Já diria um poeta que “revolucionário é todo aquele que quer mu-dar o mundo, e tem coragem de começar por si mesmo”, sendo assim, somos revolu-cionários sim. Acreditamos em uma mudança interior constante, consideramos er-ros e acertos parte de nossa rotina, não deixamos de vol-tar atrás quando necessário e também não hesitamos em dar nossas caras a tapa por uma questão social.

Para estar na rua, abdi-cando muitas vezes de ou-tros compromissos, é preciso priorizar o coletivo. Se não era parte da minha vida, um dia eu decidi que iria fazer minha voz valer. Eu e mais milhares de estudantes pelo país e pelo mundo. Revolu-cionários de todas as cores e tamanhos. Lutando contra a corrupção em todas as ver-tentes, em todas as situações por um novo homem e uma nova mulher.

No Brasil inteiro os di-retórios e centros acadêmi-cos se mobilizam. Em cada canto tem um grito por jus-tiça da voz dos jovens. Esse movimento não pode parar. Como diz a música: “nas praças, nas ruas, quem disse que sumiu? Aqui está pre-sente o movimento estudan-til!”

Divulgação

Mais educação para

menos corrupção

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011 7

OBITUÁRIO

Crítica Literária

Por Daniel Zanella

XIX – 06/07/2011

“ “Sempre disse que os críticos são como a morte; às vezes de-moram, mas chegam sempre.”

Juan OnettiRomancista e contista uruguaio

Seis de julho, às qua-tro da tarde – entre a re-prise da novela e a Ses-são da Tarde – morreu a Crítica Literária, víti-ma de falência múltipla dos órgãos.

Segundo familiares mais próximos, a Críti-ca andava sorumbática. As mortes precoces de Afrânio Coutinho, Otto Maria Carpeaux, Wil-son Martins e Wilson Bueno tiveram efeito devastador em seu hu-mor e saúde. Antônio Cândido, grande ami-go, lamentou: “O Brasil sempre foi um país de boa Crítica Literária...”.

A Crítica Literária nasceu na França, em meados do séc. XIX. Seus pais Victor Hugo e Émile Zola escreviam estudos teóricos sobre a produção contemporâ-nea – enquanto, é fato, desancavam inimigos. [O cânone literário é uma luta descomunal entre fracos e fortes.]

Entretanto a velhice não lhe trouxe sabedoria. – E diversos fatores de or-dem emocional colabo-raram para isso: a sanha destrutiva de escritores mal amados, o egocen-trismo de seus cultores, o hermetismo de suas linguagens, a descentra-lização da informação, o caminho intelectual se-guro de muitos críticos, a perda nas redações dos grandes jornais da figu-ra do intelectual, o pró-prio embate da literatu-ra com a imagem.

No funeral, Antônio Cândido fez um discur-so emocionado.

Foram arremessados alguns exemplares do Rascunho.

Miguel Sanches Neto e José Miguel Wisnik decre taram luto escr i to de se te dias . Harold Bloom não se fez presente porque es tava c r i t i -cando o úl t imo volume de Harry Pot ter .

Temos tendência a gostar só dos que são da nossa família, as ideias confun-dem-se com as nossas paixões.”

António Lobo AntunesEscritor português

A vitória da cátedra sobre o rodapé, isto é, do método sobre o impressionismo”

João Cezar de Castro Rocha, em Crítica Literária: Em Busca do Tempo Perdido

O melhor estilo para um período é aquele que se mostra mais adequado a dar expressão estética a essa visão do mundo e do homem”.

Afrânio Coutinho,em O Processo de descolonização literária

Leminski evita as maquina-ções preguiçosas dos textos acadêmicos e o comedimento jornalístico, partindo para o ataque.

Miguel Sanches Neto,em Capoeira Cultural, Gazeta do Povo, 4 de setembro de 2011

A partir desta edição, o Lona passa a publicar semanalmente nesta página a coluna “Obituário”. Trata-se de uma brincadeira com o gênero jornalístico. O objetivo é refletir sobre as mudanças das práticas culturais em instituições sociais.O tema da próxima semana é a morte.

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Curitiba, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Internet e democracia são temas da abertura da Semana de Comunicação na UP

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EDUCAÇÃO

A abertura contou com a presença do cantor Rogério Flausino e da escritora Rosana HermannFernando Mad

Aconteceu nesta terça-feira (13) a palestra de abertura da 1ª Semana de Comunicação da Universidade Positivo, que teve como tema a “internet e a demo-cratização da informação”.

O bate-papo contou com a presença do vocalista da banda Jota Quest, Rogério Flausino, a jornalista e escritora Rosana Hermann, o apresentador do programa Legendários da Rede Record Felipe Solari, a antropó-loga da Universidade Federal do Espírito Santo Patrícia Pavesi e a professora do curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo, Ana Paula Mira. A palestra foi promovida pelo Projeto Vivo On, que o leva a tema internet e conectividade para universida-des de todo o Brasil.

Música e internetO tema música e internet foi

o primeiro a ser discutido, e a fa-cilidade com que as bandas têm de divulgar seu material na in-ternet foi o foco. Segundo o vo-calista Rogério Flausino, quan-do a banda Jota Quest iniciou em 1996 as coisas eram mais complicadas. “Amigos nossos tiveram que insistir com o pes-soal pra gravadora para ouvir nosso trabalho”, disse.

Hoje, com a internet a situa-ção mudou, mas segundo Flau-sino, você tem que ser ainda melhor pra se destacar. “Com toda a agilidade da internet é fá-cil mostrar seu trabalho, mas pra se manter no mercado tem que ser artista e conseguir levantar o público”, completou. O cantor ainda comentou sobre a diferen-ça do contato com os fãs agora, e como isso era feito 15 anos atrás. “Hoje os fãs têm cara. Sei quem gosta de mim e quem não gosta. Aliás, nem sabia que tanta gente me odiava”, riu.

Internet como principal veí-culo de informação

Ainda em 1996, a irmã de um dos integrantes da banda

Jota Quest insistia que eles deve-riam ter uma homepage. “Mas o que é isso? Eu nem sabia do que se tratava na época”, brincou Rogério Flausino ao falar sobre como a banda começou a utili-zar a internet para divulgação de seu material.

Hoje, é impossível imaginar que uma banda sobreviva sem um site. A professora de jorna-lismo Ana Paula Mira exemplifi-cou a realidade da internet como o principal veículo de informa-ção com uma pergunta que faz sempre no primeiro dia de aula com os calouros de jornalismo. “Todo ano eu faço a mesma pergunta. Por qual veículo vo-cês costumam se informar? Por muitos anos, a televisão impe-rou. De dois anos pra cá, a inter-net tomou esse espaço”.

Imediatismo das redes so-ciais x Imprensa

“Fiquei sabendo de duas mortes pelo twitter”, brincou Felipe Solari. Após esse comen-tário, a discussão se voltou para o conflito do imediatismo das informações obtidas por meio de redes sociais e aquelas divul-gadas na grande imprensa. A es-critora Rosana Hermann levan-tou a questão da credibilidade que envolve os grandes veículos de comunicação. “O TMZ por exemplo é o maior programa de fofoca dos Estados Unidos não tinha nada a perder divulgando uma falsa morte do cantos Mi-chael Jackson por exemplo. A CNN tinha”.

Enaltecendo a internetA internet não ficou só do

discurso dos convidados. O pú-blico foi convidado a interagir, respondendo a enquetes do es-tilo ‘levante a mão’ sobre o uso das redes sociais. Nesse momen-to, espectadores foram convida-dos para debaterem em defesa da rede social que mais utiliza.

Para a jornalista Rosana Hermann, a internet é a última esperança que o ser humano dê certo. Para ela, a internet é uma ferramenta democrática em que o conhecimento é acessível para todos.

Vale a pena conferirA Semana de Comunicação

da UP conta hoje, às 8h40 no Auditório do Bloco Azul, com a palestra da psicóloga Rachel Moreno, que ministrará o tema “Mulher, mídia e consumo”.

Moreno é autora de A Beleza Im-possível – Mídia, Mulher e Con-sumo. Pesquisa temas ligados a imagem e mídia. É formada em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Fez especialização em Se-xualidade Humana e Dinâmica do Movimento Expressivo no Instituto Sedes Sapientiae, além de ter estudado terapia corpo-ral com J. A. Gaiarsa. Trabalha também com pesquisas sobre a mulher e atua no movimento feminista. É diretora do Institu-to Opinião e do Observatório da Mulher. Egípcia, veio para o Bra-sil aos 11 anos com os pais. Des-de então, mora em São Paulo.

Para debater com a psicólo-ga, o evento traz o publicitário e coordenador de comunicação social da Universidade Positivo, André Tezza.

Laura Beal BordinPriscila Schip