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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
NÚCLEO DE SAÚDE - NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF
O BULLYING E SUAS MANIFESTAÇÕES NA ESCOLA: UM ESTUDO DE CASO
PATRÍCIA MICHELE RODRIGUES SOBRINHO
PORTO VELHO – RO 2013
O BULLYING E SUAS MANIFESTAÇÕES NA ESCOLA: UM ESTUDO DE CASO
.
Orientanda: Patrícia Michele Rodrigues Sobrinho
Orientador: Célio José Borges
Monografia de Graduação apresentada ao curso de Educação Física do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, para
obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.
PORTO VELHO – RO 2013
PATRÍCIA MICHELE RODRIGUES SOBRINHO
DATA DA DEFESA: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Prof. Dr. Célio José Borges
Orientador
________________________________________________________
Prof. Ms Silvia Teixeira de Pinho
Membro da Banca
_______________________________________________________
Prof. Ms. Mário Roberto Venere
Membro da Banca
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa a minha família: Francisco, meu avô (pai), um grande homem
de muita sabedoria, motivador de meus estudos (in memorian); Eliza, minha avó, uma
grande mulher, batalhadora e zelosa; Alisson, um grande homem e companheiro que
sempre esteve ao meu lado motivando e dando força com muito amor e carinho.
Com apoio e incentivo de vocês, as dificuldades dessa batalha foram minimizadas.
Peço desculpas por minhas ausências e possíveis negligências de minha parte durante esse
período. Estou imensamente grata por vocês se fazerem presentes na minha vida. Amo e
admiro muito vocês!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por toda força e benção que me deste ao longo dessa jornada. Por
este grande acontecimento que está se realizando, gostaria de agradecer o empenho de
todos os professores do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia,
que tive o prazer de conhecer e adquiri novos conhecimentos, alguns em especial: Prof. Dr.
Célio José Borges, meu orientador, pela dedicação e paciência que teve; a Profª Ms. Silvia
Teixeira de Pinho que através dos conhecimentos transmitidos durante suas aulas me
auxiliou no decorrer do curso, ambos me deram apoio durante minha permanência dentro
desta instituição de ensino. Agradeço a direção da escola por permitir a realização da
pesquisa, as professoras Marlene e Livramento, e aos professores respondentes que
colaboraram disponibilizando os dados que contribuíram muito para que esta pesquisa fosse
concretizada. Aos poucos amigos, em especial a amiga Joara Carla de Melo Oliveira que
esteve ao meu lado compartilhando cada momento desta fase memorável de minha vida.
Não podendo esquecer, da minha amiga Maria do Socorro Cardoso Gonçalves, que me
ajudou e colaborou prestando apoio necessário para a finalização de minha formação
acadêmica. Sou imensamente grata a todos vocês. Obrigada a todos!
SUMÁRIO
RESUMO ABSTRAT 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 10 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 10 2. REFERENCIALTEÓRICO ............................................................................................... 11 2.1 BULLIYNG: ORIGEM E CONCEITO .............................................................................. 11 a) TIPOS E CARACTERÍSTICAS DO BULLYING ............................................................... 13 b) CONSEQUÊNCIAS MAIS EVIDENTES ........................................................................... 15 c) O CYBERBULLYING ....................................................................................................... 16 2.2 AGRESSIVIDADE ......................................................................................................... 18 2.3 VIOLÊNCIA .................................................................................................................... 21 a) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ............................................................................................... 24 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ............................................... 26 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 26 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ................................................................................. 27 3.3 AMOSTRA ..................................................................................................................... 28 3.4 COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 28 3.5 FASES DA PESQUISA .................................................................................................. 29 3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................................................................... 29 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................ 29 4.1 REGISTROS DA ESCOLA ............................................................................................ 30 4.2 OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA DAS AULAS ................................................................ 31 4.3 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS DOS PROFESSORES ................................... 34 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 42 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 44 ANEXOS ............................................................................................................................. 46
RESUMO
O fenômeno bullying é entendido como um conjunto de atitudes agressivas intencionais e
repetidas cometidas por um ou mais aluno contra outro com objetivo de colocar a vitima sob
tensão. As manifestações deste fenômeno são os mais variados podendo ser de forma
direta como agressões corporais (chutar, bater, tomar objetos pessoais) e verbais como
apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, ofender e constranger a pessoas; e de
forma indireta que acontece por meios de boatos desagradáveis e rotulando a vítima e
excluindo-a de seu grupo social. O presente estudo abordou as manifestações do bullying
em uma escola publica de Porto Velho – RO; tendo como objetivo verificar as ocorrências,
os índices e as consequências do bullying no espaço escolar. Este trabalho classifica-se
como uma pesquisa qualitativa com uma abordagem de estudo de caso. A escola escolhida
para esta pesquisa é uma escola que oferece o ensino fundamental a população da cidade
e desenvolve um projeto de consciência ao bullying em seu interior. A amostra da pesquisa
foi composta por quatorze professores das turmas do ensino fundamental (1º ao 5º ano),
uma gestora, uma supervisora e uma orientadora. Os instrumentos utilizados para a
pesquisa foram os registros da escola sobre os casos de bullying, as observações e um
questionário estruturado com sete perguntas abertas. Os dados foram analisados através de
estatística descritiva. Os resultados indicaram que fenômeno bullying ocorre dentro da
escola principalmente em locais livres como o pátio e a quadra. Além de mostrar que a
escola toma medidas para o combate do fenômeno através de um projeto. Verificou-se que
as agressões estão presentes no ambiente escolar e ocorrem geralmente entre os alunos,
principalmente de forma física e verbal.
Palavras-chaves: Bullying; Agressividade; Violência e Escola.
ABSTRACT
The bullying phenomenon is understood as a set of intentional and repeated aggressive
actions committed by one or more students against another in order to place the victim under
tension . The manifestations of this phenomenon are varied and can be directly as physical
violence ( kicking, hitting , taking personal belongings ) and verbal nickname as a pejorative
and discriminatory manner , offend and embarrass people , and indirectly by means of what
happens nasty rumors and labeling the victim and excluding her from their social group . The
present study addressed the manifestations of bullying in a public school in Porto Velho - RO
, aiming to verify the occurrences , rates and consequences of bullying at school . This work
is classified as a qualitative research approach with a case study . The school chosen for this
research is a school that provides elementary education the city's population and develops a
project of awareness to bullying in its interior . The research sample consisted of fourteen
professors of the classes of elementary school ( 1st to 5th grade ) , a management , a
supervisor and a counselor . The instruments used for the study were the records of the
school about bullying events , observations and a structured questionnaire with seven open
questions . Data were analyzed using descriptive statistics . The results indicated that
bullying phenomenon occurs within the school mainly free sites like patio and block . Besides
showing that the school takes steps to combat the phenomenon through a project . It was
observed that the attacks are present in the school and students generally occur between
primarily physical or verbal form .
Keywords: Bullying , Aggression , Violence and School
9
1. INTRODUÇÃO
A escola é o ambiente onde a criança e o adolescente conhecem pessoas
diferentes do meio familiar como os professores e outros estudantes no qual cria laços fortes
de carinho e amizade, dessa forma, depois do lar, a escola é o lugar onde o estudante mais
gosta de estar. Porém, em alguns momentos a escola deixa de ser um ambiente agradável,
pois por ser o espaço onde existem pessoas com diferenças físicas, econômicas, sociais e
culturais, é o lugar mais vulnerável a acontecer o fenômeno chamado bullying.
Estudos mostram que a violência no ambiente escolar com o passar do tempo
adquiriu a atenção da sociedade brasileira, sendo o bullying o tipo de violência que mais
ocorre nas escolas. O termo bullying é utilizado para definir os comportamentos agressivos
que ocorrem nas escolas, realizado tanto por meninos quanto meninas. O bullying é um
fenômeno que tem preocupado instituições, autoridades e tem chamado a atenção da mídia
devido a gravidade da problemática, por isso o sentido da pesquisa, em particular em se
tratando da minha formação em Educação Física.
Sua origem é inglesa, e ainda não possui tradução para o português. Os praticantes
do bullying em sua maioria possuem apenas o objetivo de humilhar, maltratar e intimidar as
vitimas.
A partir destas percepções definiu-se como problema da pesquisa: quais as causas
e fatores que influenciam o bullying e o comportamento agressivo dos alunos?
A pesquisa ficou organizada da seguinte forma: no primeiro capítulo esta
monografia apresenta definições de bullying na visão de vários autores destacando a teoria
de Fante, Jesus e Silva. Também serão destacados nesta pesquisa, os tipos e as principais
característica de bullying, quais consequências mais evidentes, como acontece o
ciberbullying , além de falar sobre agressividade, violência e violência doméstica.
O segundo capítulo trás os procedimento metodológicos utilizados na pesquisa,
como foram coletadas as informações sobre as manifestações do bullying entre escolares
na faixa etária de 6 a 12 anos.
No terceiro capítulo são apresentadas os resultados e as análises e interpretação
do estudo, coleta de dados, relatório da observação, dados de estudos junto aos
professores, os registros de casos de bullying na escola incluindo a reação dos pais dos
agressores e dos agredidos, e as principais contribuições da problemática.
Esta pesquisa evidenciou o senso de responsabilidade dos profissionais da
educação, em especial a Educação Física em relação ao bullying e a agressividade,
demonstrando que é possível transformar essa realidade através de conscientização,
planejamentos, investimentos, atitude de compromisso e cooperação.
10
1.1 JUSTIFICATIVA
Justificou a realização desta pesquisa o fato de que o bullying é um problema que
está nas várias formas das atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem com e
sem motivos aparentes, cometido por um ou mais estudantes, causando os mais variados
tipos de sentimentos desagradáveis como dor, angústia, medo, dentre outros. Esta
pesquisa justifica-se pela escassez de estudos neste aspecto na cidade de Porto Velho-RO,
especificamente no curso de Educação Física, uma vez que estudos mostram o crescimento
deste fenômeno nas escolas, colocando em risco estudantes que sofrem com tais
agressões tendo consequências físicas e psicologias.
O estudo realizado poderá auxiliar na orientação dos problemas sobre o bullying,
relacionados à agressividade, violência doméstica e escolar. Trata-se de um problema que
afeta as escolas e está inserido em vários setores da sociedade. Diante da identificação do
problema, o estudo realizado entre escolares, trará referência aos profissionais da educação
no que pode ser feito e ser evitado quanto ao problema, para orientar alunos, pais e
professores dentro do ambiente escolar.
A pesquisa tem a intenção de beneficiar profissionais que trabalham com esta faixa
etária, bem como auxiliar as escolas na elaboração de planos relacionados ao bullying.
Poderá também ajudar a conscientizar crianças, jovens sobre a importância do respeito à
diferença do outro. Pretende-se ainda, apresentar dados que terão como finalidade servir de
subsídio para uma reflexão deste assunto, evitando-se assim a proliferação deste
fenômeno.
1.2 OBJETIVOS
Objetivo geral: verificar as ocorrências, os índices e as consequências do bullying no
espaço Escolar;
Objetivos específicos:
Verificar os índices de ocorrências do bullying praticado por meninos e meninas-
alunos do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano;
Observar onde e como acontecem as maiores evidencias de bullying no interior das
escolas;
Verificar a ocorrência do bullying nas aulas de Educação Fisica;
Analisar os registros das consequências do bullying em relação aos pais dos
agressores e dos agredidos;
Identificar como a Escola lida com as situações das ocorrências constadas;
11
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 BULYING: ORIGEM E CONCEITO
Para Fante (2005), o bullying é considerado um fenômeno mundial tão antigo quanto
à escola. Mesmo os professores tendo a consciência deste fenômeno incluindo agressor e
vitima, pouco estudo se tinha até a década de 1970. Os estudos iniciaram-se na Suécia e na
Dinamarca. Nesta época eclodiu o interesse da sociedade pelo caso que em seguida se
espalhou para outros países.
Em seguida, na Noruega em 1982, ocorreram três suicídios de crianças, que
possivelmente aconteceram motivados por conhecidos da escola. De acordo com Fante
apud Jesus (2011, p. 14), “O pesquisador da Universidade de Bergen, Dan Olweus, criou os
primeiros métodos para identificar o bullying de forma específica, permitindo assim,
distingui-lo de outros tipos de brincadeiras comuns entre crianças e jovens. Na Noruega, foi
desenvolvida uma pesquisa de muita grandeza, sobre o assunto ampliando os estudos para
vários países europeus”.
O objetivo da pesquisa era desenvolver métodos básicos contra o bullying, tendo
como interesse a participação ativa dos professores e dos pais no entendimento do
problema e conceder a ajuda as vitimas (FANTE apud JESUS, 2011).
No Brasil, o bullying é pouco estudado, tal motivo de não haver indicadores que
possam fornecer uma visão global para que se possa compará -lo com os outros países.
Assim, o Brasil está há pelo menos com 15 anos de atraso (FANTE, 2005).
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência
(ABRAPIA), realizou uma pesquisa em 11 escolas na cidade do Rio de Janeiro com a
participação de 5. 875 estudantes do 5º ano ao 8º ano. Os resultados mostraram que 45%
dos estudantes afirmaram estar envolvidos em casos de bullying (FANTE, 2005).
De acordo com Jesus (2011, p.15):
Bullying é uma conduta agressiva, de intimidação e que apresenta um conjunto de peculiaridades comuns, entre as quais se encontram diversas maneiras de intimidação que resultam em atividades violentas exercidas por uma pessoa ou um grupo delas.
O bullying pode ser praticado de forma verbal como insultar, ofender e colocar
apelidos pejorativos nas vítimas; de forma física como empurrar e agredir; material como
roubar ou destruir os pertences da vítima; ocorre de forma psicológica como humilhar,
difamar e discriminar; e de forma virtual conhecido como ciberbullying no qual é realizado
através de câmeras fotográficas, celulares e por meio da internet.
12
Lisboa et al (2009) comenta que as atitudes protagonizadas pelos agressores no
bullying envolvem abuso de poder e ocorrem sem motivação aparente, ou seja, sem motivo
legítimo.
Os agressores definidos como bullies escolhem suas vitimas conforme a idade, a
situação financeira, a forma física e por motivo em que apresente algum tipo de diferença
comparada ao agressor.
Conforme Fante apud Jesus (2011) “as atitudes de bullying entre os alunos
constituem características comuns, que são condutas causadas de forma repetitiva num
período longo de tempo contra uma mesma pessoa, impedindo que a vítima se defenda,
acontecendo sem motivação clara, sendo procedimentos deliberados e prejudiciais”.
Os bullies possuem esse tipo de comportamento devido à falta de limite dentro do
meio familiar, passam por situações em que são agredidos em casa, e/ou vivenciam a
separação dos pais, dentre outras. As vitimas, normalmente apresentam timidez, são gordos
ou magros, de cultura ou religião e situação financeira diferenciada, dentre outros.
Os alvos são principalmente os que não conseguem se defender perante a agressão
sofrida. Os alunos que sofrem as agressões causadas pelo bullying perdem o interesse pela
escola e passam a ter fobia ao ambiente escolar, tem problemas psicológicos e de
comportamento e em casos mais sérios podem levar a vitima a cometer suicídio.
Neto (2005) afirma que os alvos do bullying possuem poucas amizades, são infelizes
e passivos, sofrem com o medo e a vergonha, e acreditam serem merecedores de tais
agressões, assim ficam com a autoestima comprometida.
As testemunhas do bullying procuram não se envolver com tais atos por medo de
serem as próximas vitimas, e por não saber quais atitudes tomar perante as agressões que
observam seus colegas passar, sendo assim escolhem calar-se.
Ainda de acordo com Fante (2005, p.27) a palavra é de origem inglesa utilizada em
vários países “para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e
colocá-la sob tensão.
Acrescenta dizendo que o “bullying é compreendido como um conjunto de
comportamentos agressivos, sendo caracterizados por sua natureza repetitiva e por
desequilíbrio de poder” (2005, p.29).
Fante diz ainda que por definição universal, bullying é o conjunto de atos agressivos,
repetitivos e intencionais que acontecem sem motivos evidentes, realizados por um ou mais
estudantes contra outro (os) , ocasionando sofrimento e dor nas vitimas
Para Jesus (2011), a palavra bullying tem origem inglesa e significa o ato de
agressão física e psicológica repetitiva, com a intenção de prejudicar o próximo.
13
Silva (2010, p.22) diz que “o termo bullying é empregado para explicar os tipos de
comportamento agressivo, violento, proposital e sistêmico inerente às relações
interpessoais”
Para Malta et al (2009, p.3066):
palavra bullying (do inglês bully = valentão, brigão; sem tradução para português) é o comportamento com vários níveis de violência que vão desde chateações inoportunas ou hostis até fatos agressivos, em forma verbal ou não, intencional e repetido, sem motivação aparente, provocados por um ou mais estudantes em relação a outros, causando dor, angústia,
exclusão, humilhação e discriminação .
O aluno atura os mais diversos tipos de agressões verbais ou físicas devido à cor de
pele, a forma física, a situação econômica, a classe social, a opção de religião, dentre
outros, muitas vezes sem motivos e assim a vítima é incapaz de se defender e tem medo de
pedir ajuda devido às agressões verbais ou físicas que sofre.
Lisboa et al (2009), comenta que bullying é o tipo de comportamento agressivo que
pode ter atos violentos que prejudique e cause danos a alguém, e ocorre principalmente
dentro da escola.
Para Magalhães (2011, p.08), “bullying entende-se o conjunto de condutas
agressivas intencionais e repetitivas cometidas por um ou mais alunos contra outro(s) com
objetivo de colocá-lo(s) sob tensão.” Na escola é notório esses tipos de atitudes dentro da
sala de aula, no pátio da escola e nas aulas de Educação Física. O estudante aceita a
agressão em silêncio por não saber o que deve fazer para defender-se.
a) TIPOS E CARACTERÍSTICAS DO BULLYING
As manifestações desse fenômeno são as mais variadas existentes. Segundo
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA)
colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, fazer sofrer,
discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar,
tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, dentre outros, são algumas das
formas de se praticá-lo (MAGALHÃES, 2011). Todos esses comportamentos verbais e
físicos, agressivos e violentos constituem o processo determinado bullying.
Este fenômeno pode ser representado de forma direta e indireta, ambas causam
danos psicológicos às vitimas.
Para Fante apud Jesus (2011) a forma direta são as agressões corporais como
chutar, bater, tomar objetos pessoais, e verbais como apelidar de maneira pejorativa e
discriminatória, ofender e constranger pessoas.
14
A indireta muitas vezes acontece por meios de boatos desagradáveis e rotulando a
vítima e excluindo-a de seu grupo social e pode criar distúrbios irrecuperáveis e pode ser a
que cause grandes danos.
Da mesma forma para Lopes Neto apud Jesus (2011) existem duas classificações
para o bullying: direto e indireto. O direto ocorre quando o estudante alvo recebe os
desfechos diretamente por meio de apelidos, agressões, roubos, e também sofre ofensas
orais ou expressões e gestos depreciativos quando é recriminado, condenado, ocorrendo
geralmente mais com gênero masculino.
O indireto acorre na forma do afastamento sendo, a vítima, excluída pelos outros,
difamada através de bilhete, sites de relacionamento, assim predominando essas agressões
pelo gênero feminino. Tais atitudes tomadas pelos agressores no bullying ocorrem sem
motivos aparentes e por varias vezes.
Para Guareschi e Silva apud NiKodem (2011, p.107) “insultos, intimidações,
gozações, apelidos cruéis e acusações injustas, além de danos físicos, morais e materiais,
são alguns exemplos das manifestações características do bullying.”
E conforme Silva apud Kuhn et al (2011), há também o bullying psicológico e moral,
o qual inclui a irritação, a humilhação, exclusão, isolação, desprezo, discriminação,
aterrorizar, ameaçar, chantagear, intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar
bilhetes e desenhos de caráter ofensivo entre os colegas, fazer intrigas, fofocas ou
mexericos, sendo o último mais comum entre meninas.
A partir da visão dos autores, percebe-se que independente da forma em que
acontece, a vítima não tem como se defender e dificilmente receberá ajuda de outros
colegas por terem medo de serem os próximos agredidos. Conforme cita Jesus (2011), as
pessoas envolvidas no bullying são qualificadas em ativos (bullies), passivos (victms),
neutros, e ativo/passivo (bullies/victims).
Os ativos possuem pouca empatia com as vitimas, tem o domínio do poder e dos
acontecimentos, são desobedientes na escola e são bastante confiantes. Normalmente são
criados sem os afetos dos pais e são vitimas da violência física dentro de casa.
Os passivos possuem baixa autoestima, são inseguros, depressivos, infelizes e são
sempre excluídos do grupo. São de poucos amigos e adversos a se protegerem das
agressões, apanham constantemente, e seus pais são super protetores. Já nos neutros não
tomam parte do processo. E os ativos/passivos estão mais sujeitos a ter distúrbios futuro, e
possuem um elevado grau de depressão comparado aos ativos e passivos.
Os autores Kuhn et al (p.50, 2011) dizem que “o bullying envolve três tipos de atores:
as vítimas da agressão, isto é, o agente passivo que sofre a agressão; os agressores,
agentes da ação; as testemunhas, os que assistem coniventes, incentivando ou com medo,
sem participar diretamente do ato de violência.”
15
Segundo Silva apud Kuhn et al (2011), há três tipos de vitimas: a típica que é tímida,
submissa e tem dificuldade de se impor; a provocada é a que provoca reações agressivas
com as que não consegue lidar, e em sua maioria são crianças e adolescentes hiperativos;
e por ultimo, a vitima agressora, que repassa os maus tratos que sofre em uma pessoa mais
frágil.
Quanto aos agressores, desde cedo não aceitam serem contrariados, apresentam
aversão as normas da escola e seu desempenho escolar é deficitário. Além dos atores e
vitimas, existem as testemunhas.
Há testemunhas que apoiam o agressor, pois mesmo sem ajuda-lo, incentivam e
riem das agressões, essas consideram-se testemunhas ativas. As testemunhas passivas,
mesmo não concordando com as agressões, não ajudam a vitima. E as testemunhas
neutras agem de forma indiferente às situações do bullying e não possui qualquer
sensibilidade a agressão presenciada.
b) CONSEQUÊNCIAS MAIS EVIDENTES
Diante desse fenômeno, é preciso ficar alerta, pois sem evitar e identificar o bullying,
tais agressões podem causar danos psicológicos tanto para as vitimas quanto para os
agressores. Tais agressões ocorridas nas escolas, causadas pela rejeição ou intimidação
pode levar a criança e o adolescente a sofrerem alguns distúrbios refletidos em seu
comportamento.
Lima apud Kuhn et al (2011) diz que o pior dano da pressão sofrida no bullying é
fazer com que a vitima se sinta condenada a inexistência e a invisibilidade, sendo
concretizado por pessoas de um determinado grupo que combinam entre si para ignorar o
colega para que ele se sinta excluído.
Silva apud Kuhn et al (2011) diz que:
como as vítimas são pessoas que, na maioria dos casos, já apresentam baixa autoestima, a prática do bullying pode agravar os problemas existentes ou abrir quadros graves de transtornos psíquicos e comportamentos irreversíveis.
Ainda de acordo com Silva apud Kuhn et al (2011, p.53), “os principais problemas
apresentados por vítimas de bullying atendidas em consultório são os sintomas
psicossomáticos, transtorno do pânico, fobia escolar, fobia social, transtorno de ansiedade
generalizada, depressão, anorexia, bulimia, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do
estresse pós-traumático e, em casos mais raros, esquizofrenia, suicídio e homicídio.”
Nikodem (2011) comenta que os alunos abandonam as escolas com o objetivo de se
16
livrar das pressões que sofrem, e que não são resolvidas devido ao bullying já fazer parte de
suas vidas.
Outros estudantes vão saindo aos poucos das escolas com a incidência de
depressão, ansiedade, estresse, baixa autoestima. As consequências do bullying podem
durar a vida toda, também atingindo o agressor que pode levar para a vida adulta podendo
tomar atitudes agressivas no trabalho.
Malta et al (2009) ressalta que as consequências dos maus tratos ocasionados pelo
bullying podem causar danos no processo de aprendizagem dos alunos e aumentar a
insegurança na escola.
Destaca que tanto a vitima quanto os agressores perdem interesse em aprender e
não se sentem motivados a frequentar as aulas e acham não estarem seguros dentro da
escola devido as ocorrências do bullying.
Neto (2005) fala que crianças e adolescentes que foram alvos do bullying
estão mais sujeitas a sofrerem depressão quando adultos. E da mesma forma,
quanto mais jovem a criança for vitima do bullying, maior é o risco de apresentar
problemas relacionados aos comportamentos antissociais quando adultos, e tem
possibilidades de instabilidade no trabalho e relacionamentos afetivos com pouca
duração. Destaca ainda que “as crianças e adolescentes que sofrem e/ou praticam
bullying podem vir a necessitar de múltiplos serviços, como saúde mental, justiça da
infância e adolescência, educação especial e programas sociais”.
c) O CIBERBULLYING
Além das formas verbais e físicas de bullying, ha outra forma considerada mais
agressiva, que ocupa cada vez mais espaços sem fronteiras, definido como o ciberbullying
ou bullying virtual.
Ciberbullyng é um modo virtual de praticar o bullying. Preocupa pais, especialistas e
educadores em todo mundo, por ter consequências dos mais variados tipos de sofrimentos
das vitimas.
Os ataques acontecem utilizando modernas ferramentas tecnológicas como
maquinas fotográficas, celulares, smartphones, filmadoras, e através da internet (e-mails,
sites de relacionamentos, vídeos, dentre outros). Tudo com o objetivo de humilhar, maltratar,
e constranger a vitima. É um ataque maléfico, que ultrapassa as paredes das escolas,
assim, ganhando grandezas imensuráveis.
A diferença do ciberbllying para o bullying está na maneira e nas formas que são
utilizados pelos seus praticantes. Os maus tratos do bullying ocorrem de formas variadas,
17
porém, acontece sem exceção, no mundo real. Assim, é possível a vitima reconhecer seus
agressores.
Já no caso do cyberbulying, de acordo com Silva (2010, p. 126):
[...] a natureza viu de seus idealizadores e/ou executadores ganha uma “blindagem” poderosa pela garantia de anonimato que eles adiquirem. Sem qualquer tipo de constrangimento, os bullies cibernéticos (ou virtuais) se valem de apelidos (nicknames), nomes de outras pessoas conhecidas ou de personagens famosos de filmes, novelas, seriados. Os bullies virtuais são os verdadeiros covardes mascarados de valentões, que se escondem nas redes de “esgoto” do universo fantástico dos grandes avanços tecnológicos da humanidade.
As pessoas que praticam o ciberbullying utilizam diversos recursos que a tecnologia
lhes oferecem como: e-mails, MSN, Facebook, MySpace, Skype, Twitter, torpedos e blogs,
aproveitando-se do anonimato, os bullies virtuais inventam e espalham mentiras e boatos,
insultos sobre alunos ou sobre familiares dos alunos e até mesmo sobre professores e
outros funcionários da escola.
Os bullies virtuais fazem comentários preconceituosos e racistas de forma
desrrespeitosa que as vezes vem junto de fotografias das vitimas com montagens
constrangedoras.
Assim, as fotos são espalhadas em diversos sites, e são até transformadas em
animações e colocados no You Tube tornando-se publicas através de materiais impressos,
que, normalmente, são distribuídos entre os alunos, e colados em corredores e banheiros da
escola, ou seja, constrangendo as vitimas das mais variadas formas possíveis.
Quanto as vítimas do ciberbullying, Fante e Pedra (2008, p. 66) afirmam que
“qualquer pessoa pode receber conteúdos indesejados, ter seu e-mail invadido ou de se
deparar com montagens de suas fotos no mundo virtual”, ou seja, não ha um perfil exato,
apenas a vitima é escolhida dentre varias pessoas, sem motivos justos aos ataques.Tais
perversidades não são justificáveis .
É preciso combater esta prática do bullying, não é possível nem permitido tolerar.
Qualquer pessoa pode sujeitar-se a receber e-mails com assuntos indesejados ou com fotos
montadas nesse universo virtual.
Em relação aos praticantes do ciberbullying, Fante e Pedra (2008) concordam que
são os adolescentes. Por se tratar de ataques virtuais, não tem como saber a identidade da
pessoa. No entanto, a medida que tal fenômeno tem se dado conhecimento, a escola tem se
conscientizado, e atitudes vem sendo tomadas por parte das vitimas e seus familiares, bem
como escolas.
As causas são as mais variadas que contribuem para as praticas do ciberbullying.
Dentre elas, destacam-se a ausência de orientação ética e legal, os comportamentos sem
18
consequências, a certeza da impunidade e do anonimato. Além dessas, ha os fatores por
falta de denuncia dos casos que estimulam as ações dos praticantes e impedem a ação das
autoridades e a aplicação das leis como a elaboração de políticas públicas emergenciais
que priorizem a contenção desse problema.
Para Fante e Pedra (2008, p.67) a dificuldade de se colocar no lugar do outro gera:
instabilidade entre os jovens, muitos praticantes acreditam que seus atos não são prejudiciais, são apenas “brincadeiras” sem maiores consequências. Por outro lado, acreditam que se, descobertos, nada lhes acontecerá, uma vez que são menores de idade e o Estatuto da Criança e do Adolescente os protegerá. Neste caso, ignoram os deveres, as responsabilidades e as penalidades previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente e que poderão ser apenas na forma da lei. Outros não têm a devida noção de que ao repassar a mensagem dolosa se tornam co-autores da agressão e também são passivos a punição[...]
As vitimas sentem-se mal, humilhadas e constrangidas e com a autoestima
rebaixada. A socialização fica comprometida pelo fato de seus amigos serem vistos como
suspeitos.
Algumas delas ficam isolada e não tem vontade de voltar a escola, assim começam a
faltar as aulas com frequência com intuito de cessar os ataques. E outras não aguentam as
“gozações” e mudam de escola, levando dentro de si a dor emocional e a frustração de ter a
reputação manchada.
Dessa forma, a escola deve orientar os alunos mostrando os perigos que podem
representar. Também é necessário orientar os pais dos alunos através de palestras, textos,
cartilhas, para que eles possam orientar os filhos observando enquanto utilizam as
modernas ferramentas tecnológicas. A escola pode alertar o aluno para não fornecer
informações pessoais para pessoas estanhas, como fotos, endereço residencial, escolar,
onde os pais trabalham nem telefones, mesmo sendo um amigo virtual.
2.2 AGRESSIVIDADE
Para melhor compreensão do tema destaca-se também a agressividade como
fenômeno crescente dentro da escola, e que associado ao bullying são fatores preocupantes
no âmbito escolar.
É possível notar nas escolas o crescimento de agressividade entre os alunos em
diversos espaços como no pátio na hora do recreio, na quadra durante as aulas de
Educação Física e até mesmo dentro da sala de aula, e com isso, a agressividade passa a
intervir nas relações interpessoais dos alunos. Isso leva a escola a preocupar-se, por ser um
espaço estimado para dar continuidade ao processo de socialização no qual se inicia na
família.
19
Dreyer e Ramirez apud Souza (2013) afirma que a conduta agressiva manifestada
entre alunos se adequou a nomeação de bullying constituindo um comportamento agressivo,
intencional e prejudicial que pode durar por dias até meses.
De acordo com From apud Silva (2011, p.168) “a agressividade é inerente ao ser
humano, mas deve haver medidas educacionais de combatê-la e a escola é o ambiente
propício para tais medidas”. Realizando ações que previnam a agressividade dentro do
ambiente escolar evita-se criar métodos para interferir em tal ação agressiva.
Briza e Del Claro apud Sampaio (2008) dizem que empurrar ou dar tapas em um
colega até os três anos de idade significa que a criança pode querer se aproximar do outro e
não querer aborrecer. As crianças com idade de quatro a seis anos já são capazes de notar
as normas de relações interpessoais.
A agressividade é um termo polissêmico, que pode ser aplicado em várias
circunstâncias e com sentidos diferenciados. Conforme o Dicionário ilustrado
Koogan/Houaiss citado por Fante (2005, p.156), agressividade “é a tendência a atacar, a
provocar” No Dicionário Silva Bueno citado por Fante agressividade é considerada como
“qualidade de agressivo, capacidade de agredir” (2005, p.156).
Fante (2005, p. 156) afirma que:
a família da criança é seu exemplo de comportamento, porém o professor da mesma forma possui este papel no qual é essencial na forma construção emocional da criança. Por exemplo, se em casa, os pais em determinada situação reagem de forma agressiva e a criança observa, ela irá reproduzir este comportamento em casa e na escola, da mesma forma, se a criança ver o professor em sala gritando ou agindo de maneira agressiva, o aluno irá repetir tais atitudes. Dessa forma, é necessário lembrar que um dos objetivos da escola é instruir o aluno, assim, não sendo complacente com a agressividade excessiva.
A escola tem a função de evitar que casos de agressividade se desenvolvam e
evoluam em seu âmbito, e tem o dever de interferir na sua proliferação. No entanto, para
que isso seja possível tanto os professores quanto os profissionais da escola devem estar
capacitados para ajudar no aperfeiçoamento do ambiente escolar e nos relacionamentos
interpessoais, de forma a estimular o respeito aos aspectos individuais, empregando
métodos conforme a realidade educativa que abrange todo o grupo escolar.
O professor pode ajudar o aluno intervindo em seu comportamento de forma positiva, assim
estimulando a criança a interagir com os colegas de sala e da escola de forma a encontrar
companheirismo e amizade dentro do ambiente escolar.
A agressividade resulta em diversos fatores tanto externos quanto internos à escola,
designados pelos tipos de convívio social, familiar, socioeducacional e pelas expressões
comportamentais agressivas expressas nas relações interpessoais (FANTE, 2005, p. 167).
20
Fante (2005), explica cada um da seguinte forma:
os fatores externos são definitivos na construção da personalidade da criança, pelo domínio que ganha no ambiente familiar, social e através dos meios de comunicação. A escola não disponibiliza meios e recursos para evitar a influencia desses fatores sobre a vida soa alunos que tornam-se alvos de diversos casos de agressividade devido tais fatores não estarem controlados.Quanto aos fatores internos, pode ser dividido em três etapas: o ambiente escolar, as relações interpessoais, e os aspectos individuais de cada pessoas da comunidade escolar.
Quanto ao fator familiar, verifica-se que a família desempenha a base da estrutura
social, entretanto, ao se deparar com a realidade da vida atual, observa-se uma corrente de
fatores de ordem moral, sentimental, jurídica e econômica que acontecem para o desvio do
conceito familiar.
Parte da sociedade familiar como os pais, não estão preparados para ajudar e
orientar os filhos, especificamente, os pais que ainda são jovens. Há diversas famílias que o
exemplo de educação frequente parece ser aquele na qual abrange a agressão contra a
criança como uma forma de educar.
Em inúmeras famílias o modelo de educação mais constante parece ser aquele que
inclui a agressão e a violência física contra a criança como um de seus métodos.
Para Sampaio (2008), diversos pais, alunos e profissionais de educação, a
agressividade da criança é ocasionada por fatores que vem do lado externo da escola. Isto
é, a escola é vista como uma vitima dos agressores que depredam, roubam e batem.
Porém, a escola também causa comportamentos agressivos no dia -a - dia da vida escolar.
O ambiente em que a criança convive influencia na agressividade e assim a escola
não pode ser excluída. É normal testemunhar situações onde a convivência torna-se
especificamente para o aluno em seu espaço escolar, momentos de desagrados, que
culminam em comportamentos agressivos.
É importante lembrar as palavras de Freire apud Sampaio (2008, p.5) que diz:
“afirmar que atualmente os nossos alunos são mais agressivos na sua forma de manifestar-
se física ou oralmente, não significa dizer que a educação está mais difícil, mas sim,
desafiadora”. Ou seja, aceitar a dificuldade da conduta educativa nos dias atuais, com
conhecimentos e argumentos, colabora de forma própria no procedimento de formação da
criança.
Senicato apud Sampaio (2008) diz que a pessoa que cresce de forma desnorteada é
natural que não seja capaz de pensar direito, por criar falhas nas aptidões intelectuais,
limitando a capacidade de aprender, assim transformando-se, em um individuo difícil de
lidar e de controlar suas atitudes.
Por outro lado, o autor enfatiza ainda que: “uma dose de agressividade moderada
também faz parte do ser humano e deve estar presente em nossa vida para nos impulsionar
21
a dominar conhecimentos e a buscar o entendimento do mundo além de seu crescimento
pessoal.”
Atos de violência ou agressividade dos alunos acontecem com frequência, porém
nem sempre são identificados pelo professor e podem tomar aforma explícita:
O comportamento agressivo surge como resultado de uma elaboração afetiva-cognitiva, fruto das experiências vivenciadas pelo indivíduo, que se torna motivadora de processos inconscientes capazes de atribuição de valores e ressignificação de conteúdos à realidade, originando condutas e sentimentos de ira que, uma vez estimulados, alimentam e sustentam a conduta agressiva, fugindo muitas vezes ao controle voluntário do indivíduo, por ter sido condicionado a utilizá-la como forma de resolução de conflitos e de satisfação dos seus desejos de realização pessoal (FANTE apud SAMPAIO, 2008, p.28)
Atualmente, é dificil compreender o comportameto agressivo na escola, sendo hoje
um acontecimento social complicado de entender, por atingir a socidade de forma geral,
alcançando diretamente os alunos de todas as faixas etárias e em todas as escolas do país
e do mundo.
De acordo com Lopes apud Sampaio (2008) as pessoas que trabalham em escolas
onde a indisciplina é grave como xingamentos e agressões físicas, podem pensar que
atitudes repressoras não ajudam a resolver. No entanto, atitudes são capazes de fazer com
que o aluno mude a maneira de agir e de pensar, e isso acontece na participação escolar.
Para auxiliar o aluno agressivo, os autores destacam a importância da criação de um
convivio de amizade e confiança com ele, determinar limites, incentivar demonstrações de
afetos, segurança, confiança, responsabilidade e colaboração, e jamais gitar, bater, brigar
ou distinguir o aluno.
O diálogo entre a escola e a familia é essencial. Briza e Del Claro apud Sampaio
(2008), afirmam que se os pais não auxiliarem seus filhos, podem existir três alternativas:
faltam parâmetro de comparação, por terem apenas um filho; agressividade é normal em
casa; ou há problemas no convivio da famila e os pais sentem-se envergonhados de aceita-
los.
2.3 VIOLÊNCIA
A violência está na humanidade há muito tempo, Porém, hoje, os atos de violência
resguardam novas formas e atinge a pessoa independente da classe social, cultura ou
situação financeira.
Britto apud Silva (2013, p. 02), diz que violência “encerra leituras diferenciadas que
incorporam práticas inteiramente diversas, segundo o grupo ou classe social que as
22
vivencia. (...) não existe uma violência, mas violências que devem ser entendidas em
seus contextos e situações particulares”.
Segundo a Enciclopédia Larousse Cultural apud Fante (2005, p. 153) violência é
definida como “um ato de força, impetuosidade, acometimento, brutalidade, e veemência.”
Ou seja, tem consequências da ação, ou força inevitável, praticada na intenção de um
objeto que não se teria sem a ajuda dela.
Juridicamente, violência é uma espécie de coação, ou forma de constrangimento,
colocada em pratica para vencer a capacidade de resistência de outra pessoa. É um ato de
força quando executado contra as coisas, na intenção de violenta-la, ou delas tomar posse
(FANTE, 2005).
Atualmente, quando fala-se sobre atos de violência, na consciência social não trata-
se apenas de crimes, roubos,ou homicídios, também trata-se a violência na relação familiar,
na escola e nos vários aspectos da vida social.
Sendo assim, Fante (2005, p 157) define violência como “ todo ato , praticado de
forma consciente ou inconsciente, que fere, magoa, constrange, ou causa dano a qualquer
membro da espécie humana”.
É normal que vítimas do comportamento violento ou agressivo tenham sentimentos
de medo, raiva, vergonha, sentimentos que baixem a autoestima, e são por um longo
período de tempo expostas a ações dos agressores. Dessa forma, é comum que
desencadeiem pensamentos que causem ansiedade, irritação, tristeza, angustia, além de
despertar pensamentos de vingança e de suicídio.
A escola é o ambiente onde a socialização, a cidadania, a formação das atitudes e o
desenvolvimento das relações interpessoais estão sendo incrementadas ou prejudicadas.
De acordo com Njaine e Minayo apud Assis et al (2006, p. 36) “é papel da escola
discutir e refletir temas que afligem a humanidade em seu cotidiano, dentre os quais se
destacam a violência, suas formas de prevenção e as possíveis repercussões no
desenvolvimento da criança e do adolescente”. Antes, as consequências incitadas pela
violência, é inaceitável pelos dias atuais.
Devido ao grande crescimento tecnológico e a facilidade de acesso a outros recursos
nas diversas áreas de atuação, é possível que o estudante sofra e se torne infeliz na escola.
Fante (2005) comenta que o educador é o responsável por identificar as varias
formas de violência que os alunos possam estar defrontando em silencio, para que assim,
possa ajuda-lo.
23
De acordo com Silva (2013, p.03) as principais ocorrências que fazem parte da realidade escolar são:
casos graves de homicídios, formação de gangues, consumo explıcito de drogas, arrombamentos seguidos de roubo com envolvimento de alunos, quando são levados computadores, aparelhos de som, televisores, videocassetes, antenas parabólicas, merenda escolar e outros objetos de valor, além das constantes depredações das escolas e dos problemas de ameaça de morte contra professores, coordenadores e diretores que tem seus carros amassados e riscados.
As más companhias são problemas é mais comum, mas menos acentuado, que
surgem com a indisciplina ou com o mau comportamento do aluno. Não deixam de interferir
no andamento da escola, porém, não são definidos como violência. A indisciplina do aluno é
um comportamento que vai contra as regras da escola e estão previstos no Regimento
Interno Escolar.
Fante (2005), fala que vários termos são usados para definir os comportamentos
indesejados nas escolas como: perturbação, interrupção dos conteúdos nas aulas,
desinteresse pelas aulas e pelo ensino. Já os atos de agressividade e de violência ocorrem
com muita frequência, entretanto, nem sempre são identificados pelos educadores e podem
se tornar explicita de acordo com a classificação:
Quanto ao grau: violência simples ou pontual, é a que um ou mais agressores atacam a vitima, motivados por um desentendimento que acaba culminando em conflitos; violência complexa ou frequente, é aquela em que um ou mais agressores atacam com frequência, mais de uma vez a mesma vitima,sem motivo evidente;
Quanto à forma: pode ser violência direta, contra pessoas; violência indireta, contra utensílios, bens ou patrimônios; violência implícita; e violência explicita;
Quanto ao tipo de violência: física e sexual; verbal; psicológica e fatal.
Silva (2013) diz que as causas da violência não são de natureza social, é necessário
acabar com a ideia de que a violência está relacionada a pobreza. Vários fatores em nossa
sociedade estimula a violência como o processo de consumo e produção, que destrói
valores morais. A agressividade explode, a violência é desproporcional às causas que
deram origem a situação.
Assis et al (2006) dizem que a violência manifesta uma grande manifestação sobre a
outra pessoa e a conquista de tal poder é o que gera as varias formas de violência. As
ocorrências são consequências das ações cotidianas de discriminação, preconceito, da crise
de autoridade dos adultos ou da fraca capacidade demonstrada pelos profissionais de criar
mecanismos democráticos de gestão da vida escolar. Acrescenta dizendo:
24
as escolas lidam com esses conflitos valendo-se de um elenco de procedimentos formais e informais, modelados diferentemente, de acordo com as características de cada direção ou projeto pedagógico. Outra forma de violência é a restrição do aluno ao convívio em sala de aula, onde, muitas vezes, reinam a apatia, o tédio, o ressentimento, a alienação, a atitude destrutiva e as agressões físicas, principalmente por parte daqueles alunos que sofrem frustração substancial fora da escola (Lembo, 1975). Neste sentido, as violências que ocorrem na escola devem ser compreendidas à luz da violência vivida e testemunhada extramuro escolar ( ASSIS et al 2006, p.38).
O comportamento agressivo é o surgimento do resultado das experiências
vivenciadas pelo individuo, que se torna motivadora de processos inconscientes capazes de
atribuição de valores, originando sentimentos de ira que, uma vez estimulados, sustentam a
conduta agressiva, fugindo do controle voluntário da pessoa por ter sido estimulada a utilizá-
la como forma de resolução de conflitos e de satisfação dos desejos de realização
profissional.
a) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Destacar esse tópico tem o propósito de associar com os fatores que são
identificados como origem do bullying no âmbito da família.
De acordo com a revista SGI Quartely (2011), o papel da mulher na sociedade, além
de cuidar dos filhos e de manter a família unida, também é de impedir que conflitos violentos
aconteçam, sendo seu desejo particular e profundo.
As pessoas querem que a família seja um dos lugares mais seguros em que uma
criança pode estar, embora com a violência presente na família, se torne o mais perigoso. É
comum as pessoas terem dificuldades de falar sobre esse assunto, porém falar sobre isso é
muito importante para que se dê inicio a mudança. É preciso que se faça um trabalho para
que o público em geral admita que isso seja um grande problema na sociedade.
Ainda na mesma revista (2011, p. 17) destaca que cerca de 100 mil crianças na
Noruega são vitimas de abusos dentro de suas casas. Se uma criança convive em um lar
cuja mãe é agredida fisicamente pelo pai, a criança também é vitima, mesmo não sedo
agredida, ela tem medo e sofre.
Para Silva (2002), a violência é um acontecimento que desenvolve relações sociais e
interpessoais, interferindo em uma relação de poder que não faz parte da natureza humana,
mas que é da cultura e passa por todas as camadas sociais de forma profunda, que passa a
ser aceita como natural a existência de uma mais forte dominando o fraco.
Dentre as mais diversificadas formas de violências, há um em particular que chama
atenção: a violência praticada pelos pais e pelos responsáveis contra seus filhos.
25
Esta é considerada ainda um campo novo de estudo, apesar de a violência ser um
fenômeno antigo, exige investigações profundas para que seja melhor compreendida.
Para o Ministério da Saúde apud Silva (2002), atualmente a violência praticada por
pais ou responsáveis contra crianças e adolescentes é considerada como um problema de
saúde pública, em função das atividades que exercem, deparam-se diariamente com os
efeitos e as consequências da violência doméstica.
Soler apud Silva (2002) “aponta a necessidade da contextualização do fenômeno da
violência praticada contra crianças e adolescentes por seus familiares ou responsáveis,
considerando-se o ambiente sociopolítico e cultural como fomentador das condições
facilitadoras de sua expressão, em interação dinâmica com a família”.
Atualmente, a ideia de que a família protegeria seus membros tem mostrado muitas
falhas.
Day et al (2003) cita quatro formas consideradas as mais comuns de violência
doméstica, são elas:
Violência física: que ocorre quando alguém causa ou tenta causar dano
por meio de força física, ou de algum tipo de arma ou instrumento que possa causar lesões internas, externas ou ambas;
Violência psicológica: inclui toda ação ou omissão que causa dano à autoestima, a identidade ou ao desenvolvimento da pessoa;
Negligencia: é a omissão de responsabilidade de um ou mais membro da família em relação ao outro, sobretudo aqueles que precisam de ajuda por questão deidade ou alguma condição física, permanente ou temporária;
Violência sexual: é toda ação na qual uma pessoa em situação de poder, obriga uma ou mais a pratica sexual, utilizando a força física, influencia psicologia ou uso de armas ou drogas.
No Brasil, crianças e adolescentes são vitimas diariamente de violência doméstica,
denominando-se assim, este fenômeno endêmico e universal.
Day (2003) et al comenta:
Os casos registrados em todo o país, em delegacias, conselhos tutelares, hospitais e institutos médico-legais são apenas um alerta; não revelam a verdadeira dimensão do problema. Os levantamentos oficiais sobre o fenômeno são precários e os dados obtidos são uma pequena parte do real, a “ponta de um Iceberg”. “A cifra negra – número de casos não notificados – será maior ou menor conforme seja mais ou menos amplo o “complô de silêncio” de que muitas vezes participam os profissionais, os vizinhos, os parentes, familiares e até a própria vítima”.
A violência doméstica contra crianças e adolescentes compromete de um lado, a
transgressão do poder de proteção do adulto, e de outro lado, a impugnação do direito que
crianças e adolescente tem de ser tratado como pessoas em condição característica de
desenvolvimento.
26
De acordo com Day et al (2003), a violência doméstica causa danos psicológicos na
criança como danos imediatos no qual a criança passa tem pesadelos durante a noite,
passa a ter ansiedade, raiva, vergonha, medo do agressor e das pessoas do mesmo sexo,
e passa a isolar-se das pessoas do meio em que vive.
A violência doméstica também causa danos tardios como o aumento significativo na
incidência de transtornos psiquiátricos, dissociação afetiva, ideia de suicídio e fobias
agudas, alto nível de ansiedade, depressão, isolamento, culpa, sensação crônica de perigo
e confusão, dificuldade de resolver problemas interpessoais, dentre outros.
As crianças que presenciam a violência dentro de casa enfrentam riscos de baixo
rendimento escolar, conduta agressiva, e tem maiores possibilidades de sofrerem abusos
físicos, emocionais e sexuais.
Silva (2002, p.25) afirma que:
[...] a infância a etapa fundamental para o desenvolvimento saudável do indivíduo, e a adolescência não uma simples passagem para a vida adulta, mas um momento crítico em que, quem a vivencia está se confrontando com valores, normas, aprendizagens, escolhas afetivas, até então aceitas sem muitos questionamentos. As transformações físicas e intelectuais por que passa levam-no a buscar novas formas de lidar com esse antigo repertório, o que vai repercutir na sua identidade, nas suas escolhas e em novas responsabilidades. Está comprovada que para essas etapas se cumprirem de modo a produzirem adultos saudáveis, o elemento vital é a qualidade das relações afetivas estabelecidas.
Atualmente, não é o que se vivencia na prática do cotidiano familiar, pois ainda
prevalece a concepção de que as crianças e os adolescentes são prioridade dos pais ou de
seus responsáveis, que podem abusar do poder que tem, sempre que acharem, com a
convivência da sociedade.
Quando as pessoas começarem a acreditar que há abuso infantil, haverá mudança.
Dessa forma, profissionais como médicos, educadores infantis e outros estão começando a
se educar nessas áreas. Esse é um grande passo no processo de descobertas das vitimas
de violência doméstica.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
O presente estudo é uma pesquisa qualitativa com uma abordagem de estudo de
caso.
Para Richardson apud Azevedo (2011) pesquisa qualitativa ajuda no entendimento
do universo pesquisado, aumentando as possibilidades de atrair possíveis mudanças do
processo social. Chizzott apud Azevedo (2011, p.41), “a abordagem qualitativa proporciona
27
uma inter-relação entre o sujeito e sua realidade, mostrando uma interdependência entre o
objeto e o sujeito”.
Entre as diversas formas que pode adotar uma pesquisa qualitativa, a que melhor
possibilitou a investigação deste estudo o Estudo de Caso. Estudos de casos são pesquisas
com objetivo de ordenar um relatório determinado e critico de uma análise, estimando
analiticamente, a fim de tomar decisões a seu respeito ou colocar uma ação modificadora
(SAMPAIO, 2008)
Para Ludke apud Sampaio (2008) o estudo de caso tem a finalidade de analisar
colocações verdadeiras no qual os limites não são determinados, porém, é necessário ter o
cuidado de conservar o caráter do objeto da pesquisa e buscar traçar a situação do assunto
no qual esta realizando a averiguação.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
O interesse na escolha da instituição de ensino que colaborou com a pesquisa foi por
se tratar de um espaço onde já existe um trabalho iniciado sobre o fenômeno, ou seja, a
escola preocupa-se com o avanço do bullying e cria métodos para evitar sua proliferação.
A escola que colaborou com a pesquisa possui um projeto com o objetivo de
conscientizar os alunos do fenômeno bullying e suas consequências com o propósito de
prevenir sua ocorrência a partir da análise das próprias experiências vivenciadas no
cotidiano escolar.
Através desse projeto, oportunizam atividades que possam favorecer atitudes
positivas e de respeito ao próximo e propiciam condições para a compreensão do que é o
bullying, de suas consequências para a saúde das vitimas.
A cada mês, o projeto realiza pesquisas com os familiares dos alunos, coleta e
analisa os dados da pesquisa, apresenta o projeto aos professores, realiza palestras e
pesquisas com os alunos sobre a postura e vivencias de bullying. Além de realizar debates
28
sobre o tema, exibe filmes, realiza dinâmicas, confecciona cartazes feito pelos próprios
alunos, dramatizam situações, apresentam coreografias e confeccionam desenhos sobre o
tema.
Por uma questão de ética manteremos o nome da escola em reserva, trata-se de
uma escola que foi criada em 1978 como creche voltada para o acolhimento de crianças
carentes. Esta se desenvolveu em suas estruturas e atualmente funciona como uma creche
e uma grande escola que atende Ensino fundamental do 1º ao 5º ano: turmas distribuídas
nos horários matutino e vespertino e Educação Infantil.
A Creche e Escola têm como proposta educativa a formação integral da pessoa
humana, tendo como objetivo o desenvolvimento de seus aspectos cognitivos, afetivos,
psicomotores, religiosos, morais e sociais.
O quadro de funcionário da escola é composto por diretora, vice-diretora, uma
supervisora, duas orientadoras, uma psicóloga, 34 (trinta e quatro) professores, sendo duas
as professoras de Educação Física uma em cada turno.
A estrutura da escola comporta 23 (vinte e três) salas de aula, 18 (dezoito)
banheiros divididos para os alunos e para os funcionários, duas salas de jogos, sala
de leitura, biblioteca, cozinha, refeitório, sala da Psicopedagoga, sala da Psicóloga,
sala de saúde, sala de planejamento, sala de supervisão e orientação, sala de
informática, sala de material pedagógico, 2 (dois) parques, diretoria, Secretaria, sala
de espera, sala de artes, sala de balé, e duas quadras esportivas.
3.3 AMOSTRA
A população desta pesquisa constituiu-se de 17 (dezessete) respondentes, sendo 14
(quatorze) Professores (as) das turmas do Ensino Fundamental I, 01 (uma) gestora, 01
(uma) supervisora e 01 (uma) orientadora da Escola, que trabalham com o Ensino
Fundamenta Il, compondo assim o grupo de informantes.
3.4 COLETA DE DADOS
Foram coletadas informações sobre as manifestações do bullying com escolares na
faixa etária de 6 a 12 anos de idade com os objetivos de observar onde e como acontecem
as maiores evidencias de bullying no interior das escolas, verificar os índices de ocorrências
do bullying praticado por meninos e meninas-alunos do Ensino Fundamental do 1º ao 5º
ano, verificar a ocorrência do bullying nas aulas de Educação Física, analisar os registros
das consequências do bullying em relação aos pais, e identificar como a Escola lida com as
29
situações das ocorrências constadas, proporcionando ainda um confronto entre os dados
coletados e o conhecimento teórico do problema.
3.5 FASES DA PESQUISA
Esta pesquisa ocorreu em diversas etapas. A primeira etapa consistiu em pesquisas
bibliográficas utilizando como instrumentos de pesquisas livros, sites da Internet,
monografias e revistas especializadas e, que após registros possibilitou a construção do
referencial teórico.
As etapas seguintes consistiram em: observação participante; elaboração dos
instrumentos de coleta de dados, aplicação dos questionários, levantamento dos registros
da escola, análise, interpretação e apresentação dos resultados dos dados colhidos no
formato de monografia.
Os dados foram apresentados de forma percentual e por gráficos, além da análise
descritiva, tendo em vista que este procedimento facilita a visualização, e auxilia a entender
os dados expostos para análise.
3.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os instrumentos e procedimentos utilizados para coleta de dados foram a
observação sistemática pela pesquisadora durante os intervalos, as aulas de educação
física e as aulas em sala de aula, a aplicação de um questionário com perguntas abertas
para professores, gestor, supervisor, e orientador que foram aplicados durante os dias de
observações nas visitas às escolas e o levantamento e análise dos registros da escola sobre
os casos de bullying."
De acordo com André apud Sampaio (2008, p.32) “a observação possibilita um
contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado”; assim permitindo
ao observador se aproximar da compreensão dos sujeitos, isto é, os significados que eles
se referem à realidade que os cerca.
Lakatos e Marconi apud Sampaio (2008, p 31), destacam que “questionário é um
instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que
devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador “;
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
O bullying e a agressividade são fatos vivenciados principalmente pelos alunos,
também pelos professores e toda a comunidade escolar. Este estudo não teve como
30
propósito interferir na prática pedagógica do professor, contudo, a penetração no ambiente
de aprendizagem oportunizou conhecer como se relacionam os atores dentro do espaço
escolar.
A seguir serão apresentados os resultados obtidos por cada segmento da pesquisa.
4.1 REGISTROS DA ESCOLA
Para melhor explicitar esta realidade da escola apresenta-se aqui os resultados
obtidos a partir dos registros. Em particular o tratamento desses dados requerem um
grande cuidado ético por se tratar de registros de caráter reservado da escola.
A partir dos registros encontrados identificou-se que a incidência maior é com alunos
que possui laudo médico, e são hiperativos; As ocorrências registradas são sempre pelo
mesmo motivo: brigas, chutes, e chingamentos. A maior parte das ocorrências é registrada
por meninos.
Caso 1: Turma: 1º ano B; Menino: o aluno foi enviado ao serviço de orientação por não
respeitar o colega. Tomou biscoito, amassou e jogou no chão e depois se jogou também;
Em outro caso com mesmo aluno: o mesmo é agressivo com os colegas e com a
professora. Passa o tempo todo mexendo e batendo nos colegas. Quando a professora
chama atenção não obedece e ainda chinga com palavrões e continua fazendo o que ele
quer. Quando é contrariado, se zanga, chuta mesas, derruba as cadeiras, se joga no chão e
chuta a professora;
Providência da escola: comunica aos pais através do instrumental próprio para que o
pai tenha ciência do fato ocorrido;
Caso 2: Turma 1º ano A; Menino: o aluno brigou com o outro colega dentro de sala.
Providência da escola: comunica aos pais através do instrumental próprio para que o
pai tenha ciência do fato ocorrido;
Caso 3: Turma: 1º B; Menino: o aluno brigou com outro colega dentro de sala de aula, além
de conversar muito e faltar com respeito ao professor;
Providência da escola: comunica aos pais através do instrumental próprio para que o
pai tenha ciência do fato ocorrido;
Atitude dos pais: os pais disseram que estão passando por problemas em casa, mas
que estarão conversando melhor com seu filho, orientando ele e espera a compreensão da
escola;
Caso 4: Turma: 1º ano B; Menino: o aluno é agressivo, bate muito nos colegas, não faz as
atividades e passa a aula toda andando na sala mexendo e batendo nos colegas e quando a
professora chama a atenção dele, não obedece e ainda xinga com palavrões;
31
Providência da escola: comunica aos pais através do instrumental próprio para que o
pai tenha ciência do fato ocorrido;
Caso 5: Turma 1º B; Menino: Exposição da família: a mãe expôs que seu filho foi agredido
por outro colega em sala com uma tesoura, ocasionando um “furo” na testa;
Exposição da escola: A escola se comprometeu a tentar uma vaga em outra sala (se
houvesse transferência de turno ou para outra escola);
Caso 6: Turma: 1º B; Menino: o aluno furou o colega de sala com o lápis, e continua tendo
comportamento agressivo com os colegas de sala.
Providência da escola: comunica aos pais através do instrumental próprio para que o
pai tenha ciência do fato ocorrido;
Caso 7: Turma: 1º A; Menino: o aluno bateu no colega e o empurrou.
Exposição da família: o pai reclamou que outro aluno do 1º A sempre agride seu filho
na escola. Seu filho sempre reclamou desde o inicio do ano;
Exposição da Escola: a escola se comprometeu a tomar as providencias cabíveis;
Caso 8: Turma: 1º A; Menino: o aluno estava brincando de lutar na sala de aula. Na próxima
vez os pais irão ser chamados;
Caso 9: Turma 3º G; Menina: a aluna tem agredido uma colega com chutes no calcanhar,
chutes na bolsa, esconde o material, faz gestos indelicados e utiliza sua força para
amedronta-la, etc;
O mesmo aluno: um colega pediu a professora para ele apagar o quadro e a aluna
não gostou e acertou a testa dele com o colar;
Caso 10: Turma 1º A, Menino: o aluno apresenta comportamento desatento, arredio e bate
nos colegas. Foi enviado uma solicitação ao pai para comparecer a escola. O pai foi
orientado a conversar com o filho.
4.2 OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA DAS AULAS
A etapa de observação foi fundamental para a realização deste estudo, sendo
realizada no período de fevereiro a março de 2013, nos turnos matutino e vespertino nos
seguintes lugares: pátio durante o intervalo, quadra nas aulas de Educação Física e nas
salas de aulas durante as aulas.
a) Durante o intervalo:
Durante o período de observação verificou-se quanto ao comportamento dos alunos,
quando estão brincando no pátio e na quadra, um empurra o outro, chuta, dá socos, e
chingam utilizando nomes pejorativos, principalmente quando estão brincando com algum
32
material como bola de futsal, sendo mais frequentes entre os meninos. Esses tipos de
agressão ocorrem desde o inicio ao final do intervalo. O intervalo dos estudantes
normalmente é realizado na quadra maior e no pátio. No decorrer dos intervalos pude
observar as seguintes situações:
Um grupo de alunos brincando de pega-pega ficou rindo do pegador porque ele não conseguia pega-los, então os outros alunos chegavam perto dele, empurravam, davam chutes, e em seguida aproximaram da grade e ficaram empurrando o aluno pegador da brincadeira contra a grade. O menino quase chorou e deixou de participar da brincadeira;
Dois meninos começaram a brigar e os colegas que estavam perto deles no inicio separaram, mas depois incentivavam o “agressor” a continuar batendo (dando socos e os colegas que assistiam a briga ficavam chutando os dois);
Um grupo de seis meninos estava brincando de fazer gol, e antes de começar a brincadeira, um deles disse para o mais “gordinho” ir para o gol por ser gordo;
Um menino estava de boné, e dois colegas começaram a tomar o boné dele, e saíram correndo, o dono do boné pedia que devolvesse, mas eles fingiam que não escutavam e continuaram até o menino ficar chateado;
Um aluno caiu no chão e outros dois ficaram chutando ele ainda no chão;
Na fila para voltar para sala, um menino ficou empurrando chutando o outro para ficar na frente;
Uma aluna chamou a outra “gorda”;
Um aluno maior que o outro, colocou o braço no pescoço do menor e ficou “tipo enforcando ele”. O menino pedia pra ele parar, mas ele não parava;
Um grupo de meninas brincando de se esconder, então uma das meninas gritou com uma delas e disse que ela não sabia brincar e a chamou de burra; Em seguida a menina sentou na arquibancada e começou a chorar;
Dois meninos brigando por causa da bola de futsal, e um deu um empurrão e disse para entregar a bola porque ele não sabia jogar, e tomou a bola dele;
Na fila para ir pra sala, um aluno começou a empurrar e os outros incentivavam a continuar;
Uma menina gritou com outra colega e disse que ela era “idiota” por na saber brincar;
Três meninos brincando de pega-pega, o pegador parou de correr para amarrar o cadarço e os outros dois ficaram chutando ele;
No processo de observação em conversa informal com a orientadora, ela comentou
que os casos de bullying e de agressividade que mais ocorrem são durante as aulas de
Educação Física e nas salas de aula. Para a orientadora só é considerado bulying quando
acontece mais de uma vez e com a mesma criança.
Segundo Silva (2010, p.22) “o termo bullying pode ser adotado para explicar topo tipo
de comportamento agressivo, cruel, proposital e sistemático inerente às relações
interpessoais”, sendo assim, qualquer agressão verbal como xingamentos, e agressões
físicas como chutes e empurrões são considerados bullying mesmo ocorrendo apenas uma
só vez.
Já para Fante e Pedra (2008) dizem que o bulling é qualificado por ações repetitivas,
33
pelo desequilíbrio de poder com que ocorre, sem que os adultos notem. Ou seja, é um tipo
de violência que causa dano não somente na escola, mas no convivo familiar e social. O
comportamento agressivo é evidenciado devido a quantidade de alunos na turma e a
variedade de alunos com muitas diferenças ocasionam as mais variadas formas de bullying.
b) Na sala de aula
As observações dentro da sala de aula ocorreram nos dias 21 e 26 de fevereiro de
2013, nas aulas das demais disciplinas da escola como Matemática, Português, Ciências e
aula teórica e prática de Educação Física.
Antes de irem para sala de aula, os alunos fazem “bom dia” e “boa tarde” na quadra
maior da escola junto com as professoras. Ficam em fila indiana, sentadas. Após o esse
momento, ainda em fila, porém em pé, vão para as salas. Durante esse caminho ocorrem
diversas agressões como chutes, empurrões e puxões de cabelos.
No primeiro dia de observação dentro da sala de aula, tive dificuldade em verificar
fatos de agressão ou determinado tipo de bulliyng, devido à professora de Educação Física
ter comentado com os alunos o motivo pelo qual me fazia presente na sala, disse que eu
estava fazendo uma pesquisa para a faculdade para saber como os alunos agiam uns com
os outros, saber se eles eram legais, se ajudavam e respeitavam os colegas. Por esse
motivo os alunos ficaram comportados e não apresentaram manifestações do bullying e
nenhuma agressão entre eles.
Em outro momento, observando os alunos na sala pude notar as seguintes
situações:
A professora perguntou a um aluno se ele havia terminado a tarefa e ele respondeu que sim. Então o colega que estava sentado ao lado dele disse que ele havia feito tudo errado e disse que ele era “burro”;
Um aluno saiu da sua carteira e foi até a do colega e tomou o lápis sem que ele percebesse e não devolveu ficando com o objeto pra si;
O mesmo aluno que disse acima ter terminado a tarefa, puxou o cabelo da colega ao lado de sua carteira;
Outro aluno foi jogar lixo na lixeira, e quando retornou a sua carteira pediu licença ao colega que estava sentado em sua carteira e este deu um tapa no rosto do colega, mas ele ficou calado.
Fante e Pedra (2008) comentam que os agressores habitualmente tratam mal suas
vitimas, e as constrangem fazendo “zoações”, olhando de forma ameaçadora, e dando
risadas. Assim, as vitimas isolam-se e se excluem do convício dos amigos.
c) Durante as aulas de Educação Física
As observações foram realizadas nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2013. Durante as
aulas de Educação Física, observou-se poucas agressões e formas de bullying. Tive
34
dificuldades para observar as aulas devido à longa espera para poder falar com a
orientadora pelo fato de tanto a orientadora quanto a supervisora ter que atender os pais,
alunos com dor de cabeça, gripe, dor no estômago, não puderam me dar tanta atenção,
porém quando tiveram tempo, me atenderam educadamente.
Em algumas aulas pude observar as seguintes situações:
Um aluno se jogou no chão, e o colega ao invés de ajuda-lo, se jogou por cima dele e bateu dando socos no braço;
Durante uma certa brincadeira, uma aluna sentou-se na arquibancada triste. Então a professora foi perguntar por que ela não estava mais participando da atividade. A aluna respondeu que sua colega havia empurrado com força;
Durante a fila para ir para a quadra, muitos empurrões entre os alunos, principalmente entre os meninos;
Antes de iniciar a aula, alguns alunos tiraram os calçados. Uma determinada aluna tirou a sandália e foi para a fila, em seguida seu colega pegou a sandália dela e jogou fora da quadra. No fim da aula, quando a aluno foi procurar sua sandália e não encontrou começou a chorar. O aluno que jogou o calçado dela ficou quieto e não se manifestou.
Fante e Pedra (2008) comentam que brincadeiras normais são quando todos que
estão envolvidos se divertem, porém, quando a minoria tira proveito da situação dos outros
que sofrem, já não passa mais de uma compreensível brincadeira e sim de uma ação de
violência.
4.3 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS DOS PROFESSORES
Durante o período de fevereiros a março de 2013 foi aplicado questionário junto aos
professores, gestora, orientadora e supervisora do Ensino Fundamental I. Houve dificuldade
em aplicar os questionários. Primeiro, aplicou-se aos professores do turno da manhã que
estavam na sala de planejamento e por estarem ocupados com os planos de suas aulas
disseram que iriam entregar no dia seguinte. No retorno para recolher os questionários,
apenas 02 (dois) professores haviam respondido e entregue a orientadora que ajudou muito
na aplicação dos questionários.
Porém, a maior dificuldade foi em aplicar os questionários aos professores do turno
da tarde, pois os professores estavam em sala dando aula. E a noite os professores ficavam
após o horário das aulas para planejamento não poderiam por estar trabalhando. Então a
orientadora aplicou os questionários, e depois de varias tentativas, tivemos o retorno apenas
de 10 (dez) questionários.
Em outro momento, retornamos a escola e tivemos o retorno de mais 07 (sete)
questionários respondidos.
Oliveira citado por Sampaio (2008) diz que as crianças têm um nível social
35
diferenciado, e afirma que não existe nível social homogêneo. As pessoas são cheias de
sentimentos, valores, crenças e costumes e conhecimento que são adquiridas na família e
na sociedade como linguagem, atitudes e gestos desde a infância, assim vão
desenvolvendo sua personalidade.
Apresenta-se a seguir o resultado da pesquisa realizada e estruturada por meio de
gráficos e por questão, seguidos de análise:
Questão 1: Quais os locais no interior da escola que ocorrem o bullying com maior
frequência?
Gráfico 1: Locais na escola que ocorrem o Bullying com maior frequência.
Verificou-se que o local com maior incidência de bullying é no pátio e na quadra
esportiva aparecendo 07 vezes as respostas de cada lugar no qual equivale a 18% do
percentual; na sala de aula e no recreio 15% dos professores responderam que é onde com
mais frequência, equivalentes a 06 respostas; 10% dos professores responderam que nas
aulas de Educação Física e nos locais livres é onde o bullying mais acontece, ou seja, essas
repostas aparecem 04 vezes; 5% responderam que acontece agressões durante o recreio
aparecendo 02 vezes nas respostas. 1% dos professores responderam que ocorre o bullying
nas filas e durante o horário da saída, parecendo apenas uma vez nas respostas.
Durante as observações pode ser notado que no pátio e a quadra esportiva as
agressões ocorrem com mais frequência, devido à liberdade tanto de espaço quanto em
relação ao fato dos alunos estarem longe dos professores.
18%
18%
15% 10%
5%
10%
15%
3%
3% 3% Pátio - 7x
Quadra esportiva - 7x
Sala de Aula - 6x
Recreio - 6x
Locais Livres - 4x
Aulas de Educação Física - 4x
Refeitório - 2x
Em filas - 1x
Saída - 1x
Outros locais - 1x
36
Questão 2: Quais os tipos mais frequentes?
Gráfico 2: Tipos mais frequentes de bullying
Sobre os tipos mais frequentes de bullying que acontece no ambiente escolar,
verificou-se que 34% dos professores responderam que são os apelidos aparecendo 12
vezes nas respostas; 17% responderam que são os xingamentos aparecendo 06 vezes nas
respostas; 11% disseram que são as agressões físicas aparecendo 04 vezes nas respostas;
8% dos professores responderam que são os insultos aparecendo 03 vezes nas respostas;
6% dos professores responderam que são as ameaças e as “zoações” com alunos acima
do peso aparecendo duas vezes nas respostas; e 3% responderam que as “zoações” com
alunos abaixo do peso, as agressões verbais; características físicas, discriminação racial, as
brigas e os palavrões são os tipos mais frequentes aparecendo apenas uma vez cada
resposta.
Nota-se que a maior ocorrência e tipo de bullying que acontece são os apelidos que
muitos alunos colocam uns nos outros muitas vezes de acordo com a característica física
da pessoas, gorda ou magra, alto ou baixo, se é bonito ou feio.
34%
17% 11%
8%
6%
6%
3%
3% 3%
3% 3% 3%
Apelidos - 12x
Xingamentos - 6x
Agressões Fisicas -4x
Insultos -3x
Ameaças - 2x
Zoações com alunos acima -2x
Zoações com alunos abaixo -1x
Caracteristica Físicas - 1x
Agressões Verbais -1x
Discriminação Racial - 1x
Brigas -1x
Palavões - 1x
37
Questão 3: Em que série se verifica a maior incidência de bullying?
Gráfico 3: Séries com maior incidência.
Verificou-se que 43% dos professores responderam que a maior incidência de
bullying ocorre no 5º ano aparecendo 12 vezes nas respostas; 32% responderam que é no
4º ano aparecendo 09 vezes nas respostas; 14% responderam que é no terceiro ano
aparecendo 04 vezes nas respostas; 4% dos professores responderam que a maior
incidência de bullying ocorre em todas as séries e que não há uma serie especifica e sim
turmas aparecendo uma vez nas respostas; 3% responderam que acorre como os maiores
aparecendo apenas uma vez nas respostas.
Questão 4: As evidencias são mais frequentes entre meninos ou entre meninas?
Gráfico 4: Evidências mais frequentes por sexo.
43%
32%
14%
3% 4% 4%
5º ano -12x
4º ano -9x
3º ano -4x
Em todas as séries -1x
Não há uma série especifica e sim turmas -1x Com os maiores - 1x
76%
12%
12%
Meninos
Meninas
Ambos os sexos
38
Questiona-se se os casos de bullying acontece mais entre os meninos, as meninas
ou em ambos os sexos. De acordo com 76% dos professores o bullying ocorre com maior
frequência entre os meninos e 12% responderam que acontece mais em meninas e em
ambos os sexos.
A cartilha Bullying Justiça nas Escolas (2010, p. 7), diz que:
estudos revelam que há um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam praticar bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico.
Durante a pesquisa observou-se que as agressões ocorrem com mais evidencia entre os meninos, tanto que a maioria dos casos observados são de meninos. Pouco se observou casos entre as meninas. Neto apud Lisboa et al (2009) comentam que:
A maior incidência do bullying ainda é observada em meninos no papel de
agressores e vítimas (NETO, 2005). Entretanto, cabe dizer que a forma
indireta de bullying, tipicamente praticada pelas meninas, dificulta o
reconhecimento da agressão. Uma pesquisa realizada por Neto (2005)
constatou que o bullying direto era utilizado pelos meninos com uma
frequência quatro vezes maior do que pelas meninas. Isso não significa que
os meninos são mais agressivos do que as meninas – ao contrário do que
poderia supor o senso comum – mas que as meninas se utilizam de formas
mais sutis de agressão.
Questão 5: Quais os procedimentos adotados pela escola diante dos fatos ocorridos?
Gráfico 5: Procedimentos da escola diante dos fatos.
Verificou-se que 19% dos professores responderam que a escola procede com o
projeto na escola sobre o tema bullying aparecendo 09 vezes nas respostas; 17%
19%
17%
17% 11%
10%
6%
6%
4% 4%
2% 2% 2% Projeto na escola sobre Bullying - 9x
Orientação a não prática do Bullying -8x
Palestras -8x
Chamam os pais -5x
Conversar com o aluno -5x
39
responderam orientação a não pratica do bullying e palestras aparecendo 08 vezes nas
respostas; 11% dos professores disseram que a escola chama os pais, aparecendo 05
vezes nas respostas; 10% responderam que conversam como aluno aparecendo 05 vezes
nas respostas; 6% responderam que a escola conversa com os pais e aconselham os
envolvidos aparecendo 03 vezes cada nas repostas.
Questão 6: Qual a reação e atitude dos pais que tem os filhos atingidos pelo bullying?
Gráfico 6: Reação dos pais dos filhos atingidos por bullying.
Em relação aos pais dos filhos que são vitimas do bullying, 20% dos professores
responderam que os pais ficam chateados aparecendo 03 vezes nas respostas; 13%
responderam que os pais ficam aborrecidos, indignados, nervosos e não gostam de saber,
aparecendo duas vezes cada resposta; e 7% dos professores responderam que os pais ao
tomarem conhecimento da situação ficam irritados, inconformados, surpresos e sentem-se
desconfortáveis.
Muitos pais quando sabem da situação não sabem qual providencia tomar por não
ter conhecimento do tema. Fante e Pedra (2008) cometam que os pais e familiares muitas
vezes colocam a vitima em situação de inferioridade ainda maior. São feitos comentários e a
vitima acaba sendo responsabilizada por não saber lidar com a situação que para a vitima é
difícil e na maioria das vezes assim como os pais não sabem o que fazer perante tais
agressões.
20%
13%
13%
13%
13%
7%
7%
7%
7% Chateados -3x
Aborrecidos -2x
Indignação 2x
Não gostam - 2x
Nervosismo -2x
Irritado -1x
Inconformados -1x
Surpresos -1x
Desconforto - 1x
40
Gráfico 6.1: Atitudes dos pais dos filhos atingidos.
Verifica-se que 19% dos pais de acordo com os professores procuram a direção da
escola para exigir providencias, aparecendo 03 vezes cada resposta; 13% dos pais esperam
a solução da escola e questionam o que a escola faz para resolver o assunto sobre a prática
de bullying aparecendo duas vezes cada resposta; e 6 % dos pais querem conversar com os
pais dos alunos agressores, ameaçam denunciar no conselho tutelar e ministério público,
muitas vezes abordam o agressor no horário da saída, não acreditam e preferem colocar a
culpa na escola, e alguns são mais pacientes e confiantes no trabalho da escola aparecendo
uma vez cada resposta.
Fante e Pedra (2008) afirmam que não adianta revidar, querer tirar satisfação com o
agressor e com os pais não irá resolver, apenas poderá causar problemas maiores para si e
para o filho. O correto é que os pais junto com a escola encontrem soluções para os filhos
alvos e para os autores dos maus tratos.
Os dois precisam de auxilio, e se for o caso, precisam de ajuda de profissionais,
principalmente da área da saúde.
20%
19%
13%
13%
6%
7%
7%
7%
7%
Procuram a direção da escola -3x
Procuram a escola e exigem providências -3x
Esperam solução da escola - 2x
Questionam o que a escola faz para resolver o assunto -2x
Querem conversar com os pais dos alunos dos agressores -1
Ameaçam denunciar no conselho tutelar e ministério público - 1
Muitas vezes abordam o agressor no horário da saída -1
Não acreditam e preferem colocar a culpa na escola -1
Alguns são mais pacientes e confiantes no trabalho da escola -1
41
Questão 7: Qual a reação e atitude dos pais dos alunos que praticam o bullying?
Gráfico 7: Reação e Atitude dos pais dos filhos que praticam o bullying.
Verificou-se que 18% dos professores afirmam que os pais não acreditam que seus
filhos praticam aparecendo 04 vezes nas respostas; 17% dos pais ficam surpresos
aparecendo 04 vezes nas respostas; 9% dizem que em casa os filhos não agem dessa
forma; outros ficam envergonhados, não tomam atitude, uns comprometem-se a ajudar e
conversam com os filhos aparecendo duas vezes cada resposta; e 4% dos professores
responderam que os pais fala que o filho estava se defendendo, outros não sabem o que
fazer, ficam decepcionados, uns procuram ajudar os filhos e procuram a direção da escola.
18%
17%
9%
9% 9%
9%
9%
4%
4%
4%
4% 4%
Não acreditam que os filhos praticam -4x
Ficam surpresos -4x
Dizem que em casa os filhos agem dessa forma -2x
Ficam envergonhados - 2x
Não tomam atitude -2x
Comprometem-se a ajudar -2x
Conversam com os filhos -2x
Falam que o filho estava se defendendo -1x
Não sabem o que fazer -1 x
Decepcionados -1x
Procuram ajudar os filhos -1x
Procuram a direção e orientação da escola -1x
42
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O bullying é um fenômeno que é encarado como um problema internacional e
nacional, sendo encontrado em qualquer instituição de ensino. A prática do bullying tornou-
se comum nas escolas e na sociedade, assim causando cada vez mais atitudes violentas,
tanto dos agressores como das vitimas e principalmente causando danos na saúde física,
mental e social dos envolvidos, seja como agressores, vitimas ou expectadores.
As crianças e os adolescentes têm o comportamento na sociedade de acordo com o
modelo de sua família. Muitos deles, pouco se preocupam com as regras sociais e não se
preocupam com seus atos violentos seja de forma física ou verbal, sendo assim, a
agressividade origina-se da composição de vários elementos tanto internos quanto externos.
O reconhecimento prematuro do bullying por pais e professores, é muito importante.
Normalmente, as crianças não contam o sofrimento que vivenciam na escola, por terem
vergonha e medo de serem repreendidos .
Diante dos resultados obtidos, espera-se que este estudo tenha contribuído para a
compreensão da problemática do bullying. Porém, acredita-se que seja possível combater
esta violência com atitudes, conscientização, planejamento e cooperação das escolas e da
sociedade para que as mudanças aconteçam e possam ser amenizados os índices de
violência dentro do ambiente escolar.
Conclui-se que as agressões estão presentes na escola e ocorrem geralmente entre
alunos, principalmente de forma física e verbal. As agressões ocorrem com mais frequência
em lugares livres, em que a criança está distante de um adulto (professor, orientador,
supervisor, dentre outros).
Quanto aos professores, supervisores e orientadores verificou-se que eles
desenvolvem formas estratégicas de intervenção ao bullying através de um projeto de
combate ao fenômeno. O quanto antes tal problema for combatido, mais será evitada sua
propagação perversa, assim propiciando o respeito e a educação entre aluno-aluno,
professor-aluno, pais-alunos.
Ainda quanto aos professores em alguns casos que não responderam os
questionários sugere que os mesmos se colocam no nível do observador indiferente.
Diante dos resultados obtidos foi possível afirmar a partir da observação as
respostas dos professores em relação ao local de maior incidência de bullying que era o
pátio, dentre outros.
As dificuldades encontradas na coleta de dados foram em relação aos questionários,
mesmo aplicando por diversas vezes, os respondentes foram poucos, e outra dificuldade foi
em coletar os registros que a escola tem sobre os casos de bullying ocorridos, por ser um
registro sigiloso da instituição.
43
Considera-se ser de suma importância que a escola e os professores façam
manifestações contra o bullying principalmente durante as aulas através de conversas,
atividades relacionadas ao tema, sendo constante para que haja um convívio na escola.
Em relação as atitudes dos pais nota-se que muitos não aceitam, e não acreditam
que tal fato ocorre com seus filhos. È fundamental que os pais observem o comportamento
de seus filhos, e assim, devem buscar ajuda de profissionais para que seus filhos consigam
superar os traumas deste fenômeno denominado bullying.
Na família, a violência apresenta-se através de gestos, tom da voz, postura do corpo
dentre outras formas, assim, causando transtornos na criança. Os pais devem se
comprometer com os filhos para que tenham conhecimento da problemática do bullying. No
ambiente familiar deve prevalecer o amor, o afeto, o respeito e a orientação para que dessa
forma a criança possa ter um bom convício social.
Há programas na televisão que tratam desse assunto, porém acredita-se que através
da colaboração de pais e professores, seja possível educar as crianças e os adolescentes
para que aprendam a aceitar e respeitar as diferenças do próximo. Para combater o bullying
é preciso tomar medidas por meio de ações com a ajuda dos pais, professores e
autoridades, especialmente no local onde ele ocorre.
Há estudos que apontam possibilidades para que se possa evitar e combater este
fenômeno, através de acompanhamento profissional dos alunos atingidos pelo bullying, e
por meio de um enfrentamento maior por parte dos pais.
Esta pesquisa teve uma contribuição significativa para minha formação profissional,
pois me mostrou um ambiente da escola desconhecido, me levando a refletir e a me
comprometer a ter uma maior atenção no momento em que estiver atuando, pois serviu para
alertar quanto a procedimentos preventivos e combatíveis do bullying.
Portanto, teremos bons resultados, desenvolvendo projetos para intervir nesta
violência e medidas para redução nos casos de bullying. Sendo assim, um dos caminhos
para atingir o objetivo de combater este fenômeno.
44
6. REFERÊNCIAS
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ANEXOS
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES E GESTORES
Este questionário tem a finalidade de coletar dados junto aos professores e gestores de
Escolas do Ensino Fundamental do município de Porto Velho para realização de trabalho
monográfico para conclusão do curso de Educação Física da Universidade Federal de
Rondônia, orientado pelo professor Dr. Célio José Borges. Para o que solicitamos a especial
colaboração para essa coleta de dados que terá assegurada toda a reserva ética e
acadêmica para o tratamento e utilização dos dados.
1) Quais os locais no interior da escola que ocorrem o Bullying com maior
frequência?
2) Quais os tipos mais frequentes?
3) Em que série se verifica a maior incidência de Bullying?
4) As evidencias são mais frequentes entre meninos ou entre meninas?
5) Quais os procedimentos adotados pela escola diante dos fatos ocorridos?
6) Qual a reação e atitude dos pais que tem os filhos atingidos pelo Bullying?
7) Qual reação e atitude dos pais dos alunos que praticam o Bullyng?