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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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DESENVOLVENDO RELAÇÕES INTRAPESSOAIS E INTERPESSOAIS ATRAVÉS DE DINÂMICAS DE GRUPO

Rosiangela Luchese de Seabra Santos

Orientador: Carlos Eduardo da Costa Schneider

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

[email protected]

Resumo: Este artigo tem por finalidade destacar a importância das relações intrapessoais e interpessoais nas aulas de Educação Física, através de dinâmicas de grupo. Sabe-se que a maioria dos alunos aprecia as aulas de educação física, pelo fato desta disciplina do currículo escolar apresentar uma característica mais dinâmica e lúdica. Nesse sentido, ao trabalhar com atividades lúdicas, o educador favorece uma aprendizagem significativa, propiciando um ensino prazeroso e promovendo experiências afetivas, sociais e cognitivas. A teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner serve como subsídios para que o professor auxilie o aluno a interagir de forma colaborativa e harmoniosa, contribuindo para a construção do conhecimento. Com a utilização de dinâmicas de grupo, o docente pode conhecer melhor quais são os conflitos, as dificuldades e os anseios dos alunos, atendendo suas especificidades.

Palavras-chave: Relações Intrapessoais e Interpessoais. Dinâmicas de Grupo. Teoria das

Inteligências Múltiplas. Processo de Ensino e Aprendizagem.

Curitiba

2014

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1. INTRODUÇÃO

Esta proposta de estudo buscou identificar problemas de aprendizagem

através das Inteligências intrapessoal e interpessoal, nas aulas de Educação Física,

a partir de dinâmicas de grupo, com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental,

matriculados no Colégio Estadual Arlinda Ferreira Creplive em Quatro Barras, PR.

Considerando que Gardner mostra que o caminho para o conhecimento são

vários e com peso diferente para cada pessoa, percebe-se então que a educação

privilegia o conhecimento lógico-matemático e o linguístico.

Segundo Nóbrega (2005, p. 52) “é preciso ampliar o conceito de

aprendizagem, ultrapassar as couraças do racionalismo e incluir a sensibilidade na

formação do educador”. Nesse contexto, aplicaram-se nesse trabalho as dinâmicas

de grupo como uma maneira de possibilitar que este caminho leve ao encontro de si

mesmo e dos outros.

Acredita-se que estimular o aluno seja a maior ferramenta para a riqueza das

atividades desenvolvidas, visto que, está diretamente ligado à teoria de Gardner,

que postula que todas as pessoas podem se desenvolver desde que recebam

estímulos e instrução apropriados.

Conforme Gardner (1994, p.193), faz-se necessário construir, “por volta do

momento da entrada na escola, uma linha clara entre o eu e o outro, entre a

perspectiva própria e a dos outros indivíduos”. Gardner reconhece ainda que as

habilidades emocionais “são crucias no corpo a corpo da vida”.

Além disso, também enfatiza Golleman (2007, p. 134), que o bom

desenvolvimento dessas duas inteligências pode delimitar o sucesso ou o fracasso

social do individuo, afetando suas “aptidões pessoais”, pois “são competências

sociais que representam eficácia nas relações com os outros”.

Considera-se que, especificamente, as inteligências intrapessoais e

interpessoais, quando trabalhadas corretamente nas aulas de Educação Física,

podem contribuir com o desenvolvimento da autoestima do aluno, facilitando seu

relacionamento social.

A possibilidade de conquista permite através deste estudo, verificar a relação

entre Inteligências Múltiplas (especificamente a interpessoal e a intrapessoal,

desenvolvidas nos estudos de Gardner (1994), no que se refere aos aspectos

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relacionados com a autoestima, e o autoconhecimento) e qualidade de vida, a partir

de um trabalho com dinâmicas de grupo.

Portanto, a dinâmica de grupo é um instrumento educacional que pode ser

utilizado para trabalhar o ensino e aprendizagem, contribuindo também para a

formação individual e de grupo, quando se opta por uma concepção de educação

que valoriza tanto a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste

processo como sujeitos da sua própria história.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA

A Educação Física tem uma vantagem educacional que poucas disciplinas

têm que é o poder de adequação do conteúdo ao grupo social em que será

trabalhada. Esse fato permite uma liberdade de trabalho, bem como uma liberdade

de avaliação, do grupo e do indivíduo, por parte do professor, que pode ser bastante

benéfica ao processo de ensino e aprendizagem.

A Educação Física pode impedir a manifestação de doenças causadas pelo

sedentarismo, obesidade, diabetes e problemas cardíacos. Sendo assim, a escola é

com certeza o único lugar que pode garantir que o educando terá uma atividade

física de fato.

Nesse sentido, as aulas de Educação Física promovem uma melhor

qualidade de vida, propiciando a aprendizagem, pois se o aluno estiver bem consigo

mesmo tanto no aspecto físico quanto psicológico conseguirá desenvolver-se melhor

intelectualmente.

De acordo com Maya (1984), "O conceito de qualidade de vida compreende

uma série de variáveis, tais como: a satisfação adequada das necessidades

biológicas e a conservação de seu equilíbrio (saúde), a manutenção de um ambiente

propício à segurança pessoal, a possibilidade de desenvolvimento cultural, e, em

último lugar, o ambiente social que propicia a comunicação entre os seres humanos,

como base da estabilidade psicológica e da criatividade".

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Segundo Medina (2007, p. 12):

[...] se entenda desde já que nós não temos um corpo; antes, nós somos o nosso corpo, e é dentro de todas as suas dimensões energéticas, portanto de forma global, que devemos buscar razões para justificar uma expressão legítima do homem, através das manifestações do seu pensamento, do seu sentimento e do seu movimento.

Uma educação centrada no aluno tem como finalidade formar cidadãos

críticos, conscientes e reflexivos, onde educadores e educandos caminham juntos

para o crescimento de ambos. Compreende-se que o aluno não é avaliado pela sua

capacidade física, mas sim pelas atitudes e práticas educacionais.

Conforme as Diretrizes Curriculares de Educação Física (DCEs, 2008, p. 50),

“propõe-se que a Educação Física seja fundamentada nas reflexões sobre as

necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e

na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os

contextos e experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da

comunidade”.

A Educação Física é uma disciplina que oferece suporte para que o

estudante aprenda a ser e conviver em sociedade, respeitando a todos, além de ter

uma atitude autônoma perante si e os outros.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB

9394/96, p.14), a Educação Física enquanto componente curricular obrigatório, é

influenciado dentro da instituição escolar, na medida em que compõem a grade

curricular instituída pelo art. 26 § 3° “A Educação Física, integrada a proposta

pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica”.

Desta forma, para que essa disciplina escolar seja trabalhada com sucesso,

cabe ao professor sistematizar o conhecimento científico estabelecendo a

comunicação e o diálogo com as diferentes culturas, considerando o momento

político, histórico, econômico e social em que os fatos estão inseridos,

desenvolvendo uma metodologia que tenha como eixo central a valorização do

indivíduo e a construção do conhecimento.

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2.2 DINÂMICAS DE GRUPO

A expressão “Dinâmica dos Grupos” surgiu com Kurt Lewin, um dos teóricos

mais influentes para o estudo dos grupos. Kurt Lewin instituiu o termo "Teoria de

Campo", por entender que o ser humano age num mundo com cargas positivas ou

negativas. A Teoria de Campo considera que não se pode compreender o indivíduo

sem considerar os fatores externos e internos à pessoa, uma vez que estes

interagem na resolução desse comportamento. Lewin foi ainda um dos criadores da

“Teoria da Dinâmica dos Grupos”, que procura analisar do ponto de vista

interindividual, as estruturas do grupo como o poder, a liderança e a comunicação.

A dinâmica de grupo é usada como ferramenta com fins de aprendizagem nos

Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se que ela começou a ser utilizada

em escolas na década de 70, mas não há dados que comprovem isso. O conceito

como se conhece hoje surgiu entre 1935 e 1955.

“Dinâmica é um conjunto de forças sociais, intelectuais e morais que

produzem atividades e mudanças numa esfera específica”.

Todo comportamento tem um propósito, vivemos em uma realidade psicológica que inclui não apenas as partes de nosso ambiente físico e social, mas também estados imaginários que atualmente não existem, por isso é importante entender o grupo na realidade que está inserido e “proporcionar a ele as dinâmicas adequadas as suas necessidades.” (Kurt Lewin)

A partir do momento que se tem três ou mais pessoas se comunicando e

trocando informações pode-se dizer que elas estão se movimentando, aprendendo,

e se há uma interação há a dinâmica. A dinâmica de um grupo é o seu movimento e

a vida deste grupo é o relacionamento que ocorre entre os participantes.

No que se refere ao desenvolvimento dos valores individuais e coletivos

dentro de um determinado grupo social, a dinâmica de grupo é amplamente

reconhecida, pois se está em busca do autoconhecimento, da responsabilidade, da

confiança, da cooperação, da aprendizagem, motivação, e supressão de

impedimentos interpessoais e intrapessoais.

As dinâmicas são instrumentos adotados para possibilitar a criação e

recriação do conhecimento através da organização e formação de uma visão

participativa. Neste caso específico, dinâmica de grupo é uma ferramenta que

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permite estudar grupos, pelo fato de haver interação. Estes processos incluem

normas, papéis sociais, relações, necessidades de pertencer e influência social. Elas

também colaboram para superar barreiras que impedem a comunicação e a

interação com o grupo. Se as estruturas sociais, muitas vezes favorecem o

isolamento e o individualismo, uma boa dinâmica desperta para a solidariedade.

Através da dinâmica, a pessoa entra em contato, igualmente, com suas

limitações, qualidades e virtudes, ajudando a superar bloqueios e medos.

“A dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se perceba, por exemplo, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua ideia levada em conta”. (Renata Marucci)

“Qualquer situação em que se reúnem pessoas para uma atividade conjunta,

com um objetivo específico, caracteriza uma dinâmica”, define Tatiana Wernikoff,

sócia-diretora do IPO (Instituto de Psicologia Organizacional).

A dinâmica de grupo é um instrumento educacional que se pode utilizar para

trabalhar o ensino e aprendizagem. A opção por trabalhar com este instrumento

possibilita que os alunos envolvidos passem por um processo de ensino e

aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como um caminho para modificar

a realidade e valorizar tanto a teoria como a prática. Isso porque a experiência do

trabalho com dinâmica promove o encontro de pessoas onde o saber é construído

em grupo.

Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos.

Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está envolvida

integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é

provocada a avaliar o grupo e a si mesma, a preparar coletivamente um saber e

tentar cultivar seus resultados.

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2.3 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: INTERPESSOAL E

INTRAPESSOAL

Durante muito tempo, a concepção que predominava quanto ao conceito de

inteligência era a de que o ser humano tinha uma inteligência única, igual às dos

demais e que deveria ser medida pelos testes de quociente intelectual (QI).

O psicólogo e pesquisador Howard Gardner, foi quem questionou na década

de 1980, essa concepção vigente de inteligência, propondo o estudo da Teoria das

Inteligências Múltiplas. O autor empregou o termo múltiplas para destacar um

número indeterminado de capacidades humanas diferenciadas.

Segundo Gardner, “o indivíduo possui várias inteligências e não apenas uma,

sendo que cada inteligência é utilizada para realizar algo diferente como compor

uma música, inventar uma máquina, resolver problemas, escolher o melhor trajeto

para ir à escola, criar projetos e contribuir para o entendimento do contexto cultural”.

Os estudos realizados por Gardner apontam para oito tipos de inteligências,

das quais se optou por trabalhar com a interpessoal e intrapessoal. O autor define a

palavra inteligência como a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos

que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.

A Inteligência interpessoal é a competência de compreender e relacionar-se

com os outros. Podem ser terapeutas, professores, políticos, atores, vendedores,

alunos que assumem lideranças ou percebem quando um colega não está bem.

Assim, um olhar, um sorriso, um gesto, uma postura corporal, um deslocamento físico de aproximação ou afastamento constituem formas não verbais de interação entre pessoas. Mesmo quando alguém vira as costas ou fica em silêncio, isto também é interação e tem um significado, pois comunica algo aos outros. O fato de “sentir” a presença dos outros, já é interação. (Moscovici, 2007)

A inteligência intrapessoal é a capacidade de se autoconhecer, de estar bem

consigo mesmo, de conhecer os limites, os desejos, os medos e de administrar os

sentimentos de modo a atingir os objetivos.

“A capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida”. O conhecimento de aspectos internos, o acesso aos sentimentos próprios da vida, a gama das próprias emoções a capacidade de discriminar

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essas emoções e “eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio comportamento.” Gardner (1995, p.95)

Nessa perspectiva, ambas as inteligências assumem um papel extremamente

importante na escola, visto que, a interpessoal envolve a habilidade de trabalhar

cooperativamente com os outros alunos em grupo, de entender e interagir de

maneira afetiva. Já a intrapessoal ajuda o aluno a sentir-se melhor e mais seguro,

vencendo as barreiras da comunicação e do ato de aprender.

Para Gardner (1995), “a escola deve ter como objetivo desenvolver as várias

inteligências dos alunos, bem como auxiliá-los a encontrar seu próprio equilíbrio no

espectro de suas competências para que se sintam mais inclinados a servir à

sociedade de forma construtiva”.

É necessário que o professor entenda que o educando pode ser inteligente

em história ou matemática e que ele também pode ter a competência de se

relacionar bem com os colegas, ou seja, para o bom desempenho do aluno na

escola no aspecto social e cultural, precisa de estímulo.

Conforme Krüger e Krug (2008), “aprender a ser professor supõe não só a

relação entre professor e aluno, mas as relações sociais como um todo, ou seja,

aprendemos mediados pelo meio e com os sujeitos socioculturais de nossa

convivência”.

Sendo assim, quando o educador realiza atividades lúdicas está contribuindo

para o interesse, a curiosidade, a atitude e a aprendizagem do estudante. A

utilização de dinâmicas de grupo aponta para o estímulo das inteligências

interpessoal e intrapessoal, favorecendo o desenvolvimento global do aluno.

2.4 A BUSCA DE SI PARA O ENCONTRO COM O OUTRO

É importante ressaltar que a pessoa que possui uma inteligência intrapessoal

consegue com facilidade compreender, identificar e administrar suas ações,

sentimentos e emoções de forma adequada às várias situações do cotidiano,

atendendo seus objetivos pessoais de reflexão e autoavaliação. Essa inteligência

caracteriza-se pelos debates internos, o que é essencial à vivência e ao pensamento

humano. É formada por um conjunto de modelos pessoais ou entendida pela

definição da autoimagem e do autorrelato sobre “virtudes” e “defeitos”.

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Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através

das manifestações de afeto, da percepção das emoções e das forças e fraquezas

individuais, que geralmente se percebe através de atividades de imagem corporal.

Segundo Marcelos (2009, p.1-2), “ciente da importância, da qualidade das

inteligências emocionais, afetivas, nas relações interpessoais e intrapessoais por ser

através delas que cada indivíduo aprende a lidar com o meio social, desenvolvendo

algumas atividades com o intuito de auxiliar a todos na percepção das diferenças,

ser respeitado e respeitar a todos independente de qualquer coisa”.

No ambiente escolar, nota-se que a maioria dos alunos procura o contato uns

com os outros, ou seja, sentem a necessidade da comunicação interpessoal. E essa

necessidade de viver em grupo os obriga a um autoconhecimento e conhecimento

do outro para assim respeitá-lo e compreendê-lo, buscando um espaço de

aprendizagem harmonioso para todos.

3. METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente estudo caracteriza-se numa abordagem qualitativa descritiva e

interpretativa com a estratégia de estudo de caso. Basicamente, a metodologia

qualitativa busca entender uma realidade que não deve ser quantificada,

trabalhando no campo dos valores e significados (Minayo, 2008).

Conforme Victora (2000):

A metodologia qualitativa, pelo fato de trabalhar em profundidade, possibilita que se compreenda a forma de vida das pessoas, não sendo apenas um inventário sobre a vida de um grupo. As técnicas utilizadas permitem, entre outras coisas, o registro do comportamento não verbal e o recebimento de informações não esperadas, porque não seguem necessariamente um roteiro fechado, percebendo como bem-vindos os dados novos, não previstos anteriormente.

Segundo Netto (2006), “o modelo de pesquisa descritiva é aquele que enfoca

o seu trabalho na identificação, registro e análise de características que se

relacionam com o mundo físico e seus fenômenos. Pode ser considerado um estudo

de caso, onde após a coleta de dados, é realizada uma análise das relações entre

as variáveis”.

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Ainda para justificar a escolha dessa abordagem cito Cauduro (2004, p.20),

quando afirma que na pesquisa qualitativa, são explorados “a fundo conceitos,

atitudes, comportamentos, opiniões e atributos do universo pesquisado, avaliando

aspectos emocionais e intencionais, implícitos nas opiniões dos sujeitos da

pesquisa”, possibilitando, assim, analisar todas as questões que envolvem a

participação da família e escola no projeto social esportivo.

3.2 INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS

O instrumento metodológico utilizado para coletar informações foi o Diário de

Bordo, ferramenta de observação e informações diárias das atitudes e processos

dentro do ambiente trabalhado, orientado dentro do contexto pesquisado.

De acordo com Bogdan e Bilken (1994) “o Diário de bordo é utilizado

relativamente às notas de campo. O diário de bordo tem como objetivo ser um

instrumento em que o investigador vai registrando as notas retiradas das suas

observações no campo”. Bogdan e Bilken (1994, p.150) referem que essas notas

são “o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiência e pensa no

decurso da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo”.

No caso do investigador ser um observador participante, alguns autores como

(Yin, 1994, p.88; Merriam, 1995, p.11), alertam para esse risco, mas também para as

excelentes oportunidades que esse papel pode proporcionar.

Compreende-se que o diário de bordo representa, não só, uma fonte

importante de dados, mas também pode apoiar o investigador a acompanhar o

desenvolvimento do estudo.

3.3 UNIVERSO DA PESQUISA

O Projeto de Intervenção no desenvolvimento das Relações Intra e

Interpessoais através de Dinâmicas de Grupo, contou com a participação de 36

alunos dos 6º anos do Ensino Fundamental, com idade entre 11 anos e 13 anos.

Todos os estudantes que participaram do Projeto foram informados previamente da

realização deste e autorizados pelos pais. O estudo foi realizado no Colégio

Estadual Arlinda Ferreira Creplive, situado na região Metropolitana de Curitiba. O

experimento aconteceu em uma aula normal de Educação Física e ao longo das

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atividades, os alunos foram fotografados para melhor análise de observação do

projeto. As aulas foram desenvolvidas ao longo de quatro meses (oito sessões), uma

vez por semana com a duração de cinquenta minutos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante o processo de coleta de dados das entrevistas e das observações

realizadas através do diário de bordo, as respostas dos alunos foram escritas e

analisadas. Nesse sentido, optou-se por trabalhar com uma análise de conteúdo,

onde se categorizou o retorno da coleta de dados para melhor compreensão do

pesquisador (Bardin, 2002).

A partir das respostas dadas aos questionamentos propostos foi possível

relatar através de tabelas, o número (N) e a porcentagem (%) de respostas

parecidas para cada pergunta feita, utilizando o diário de bordo para complementar a

análise. Ressaltando que o número de alunos por sala são trinta e seis (36).

Nas tabelas constam as perguntas do professor e as respostas dos alunos.

Tabela 1 - Questão 1

Vocês sabem o que significa a palavra dinâmica? Nº %

Brincar 20 56

Não sabemos 10 28

Não se posicionaram 6 16

O que se observou é que com essa pergunta muitos alunos ficaram ansiosos

em saber a resposta, pois estavam curiosos para conhecer o significado desta

palavra e também entender o que a professora iria trabalhar com eles durante o

desenvolvimento do Projeto. Alguns alunos por apresentarem timidez preferiram não

se posicionar.

Depois de saberem a resposta do significado de “dinâmica” percebeu-se que

os estudantes ficaram mais interessados pelas aulas.

Segundo Kolb (1984, p.11), a dinâmica de grupo é um instrumento por meio

do qual é possível vivenciar uma experiência importante porque “uma situação

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simulada, desenvolvida para se criar experiências para aqueles que aprendem,

serve para iniciar o seu próprio processo de investigação e aprendizado”.

Tabela 2 - Questão 2

Como é o relacionamento de vocês com a sua família? Nº %

Bom 10 28

Pouco diálogo – meus pais trabalham muito 12 33

Não moro com meus pais 14 39

Alguns alunos não hesitaram em responder que os pais não tem tempo para

eles pelo fato de trabalharem o dia inteiro e chegarem em casa tarde e cansados.

Outros argumentaram que tem padrasto ou madrasta e também há aqueles que

comentaram que moram com parentes e que estes basicamente não se importam ou

até mesmo sentem interesse por eles.

Os que responderam que o relacionamento é bom disseram que os pais

perguntam como foi o dia deles na escola, levam eles para passear e estão

constantemente cuidando dos mesmos em todos os sentidos possíveis.

Tabela 3 - Questão 3

A convivência entre a turma é agradável? Nº %

Só com alguns colegas 15 42

Divertido 5 14

Vergonha e Medo 6 17

Boa 10 27

Nota-se que o relacionamento interpessoal de alguns alunos interfere em uma

convivência harmoniosa entre o grupo. Embora haja aqueles que consideram a turma

divertida, apesar da bagunça e a falta de respeito demonstrado por determinados colegas.

Outros sentem vergonha, medo e raiva de estudantes prepotentes, briguentos que

constantemente utilizam de ameaças.

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Tabela 4 - Questão 4

Que sentimentos vocês consideram difíceis de controlar durante as

aulas?

Nº %

A ansiedade 3 8

Alegria 8 22

Raiva 20 56

Tristeza 5 14

Aqui se observa que determinados estudantes trazem do ambiente familiar uma

bagagem de conflitos e temores, fazendo com que apresentem dificuldades em controlar

suas emoções, acarretando problemas de socialização e consequentemente dificuldades na

aprendizagem.

Tabela 5 - Questão 5

Que traços de sua personalidade considera marcantes?

Nº %

Carinhoso 12 33

Tímido 7 19

Ruim 6 17

Alegre 11 31

Percebe-se que grande parte da turma apesar das dificuldades percebidas no

relacionamento interpessoal demonstram muito carinho, alegria e também timidez. Nota-se

que existem aqueles que internamente carregam raiva, mágoas, sofrimento e dor por

diversas situações pelas quais passaram até o presente momento.

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Tabela 6 - Questão 6

Durante o desenvolvimento das atividades houve a colaboração dos

colegas?

Nº %

Sim 26 72

Não 4 11

Às vezes 6 17

Entende-se que quando as atividades são orientadas e de interesse da turma, a

maioria contribui sem maiores questionamentos, mesmo que não queiram colaborar acabam

participando para não serem excluídos. O professor atribui a não participação de alguns

alunos devido à rebeldia e às vezes timidez, o que caracteriza que a metodologia do

professor é que faz a diferença no momento da interação, fazendo com que as dinâmicas

sejam de fato atraentes e estimulantes a todos.

Tabela 7 - Questão 7

As atividades desenvolvidas influenciaram na sua personalidade e

aprendizagem?

Nº %

Sim 28 78

Mais ou menos 6 17

Não 2 5

Constata-se que as dinâmicas oportunizaram aos alunos serem instigados a refletir

sobre o objetivo das atividades que se propuseram a realizar. Os questionamentos que

ocorreram durante os encontros melhoraram o relacionamento e consequentemente o

rendimento escolar, no que diz respeito à concentração e aprendizado.

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Tabela 8 - Questão 8

Após as dinâmicas houve mudança significativa de comportamento da

turma em relação às outras disciplinas?

Nº %

Sim 9 25

Em algumas disciplinas 7 19

Não 20 56

Como já foi afirmado anteriormente, depende muito da estratégia utilizada

pelo educador para que o aluno se comporte e demonstre interesse pelos conteúdos

abordados e haja uma interação favorável ao ato de aprender.

De acordo com Teixeira (1980), “o indivíduo possui capacidade essencial de

significar a experiência que vivencia”, podendo sempre proceder à sua releitura, sua

reformatação e planejar seu futuro a partir dessa interação. Ao fazer isso o

estudante está aprendendo.

Vale ressaltar que os alunos analisados pertencem à área rural, urbana,

pobres, com problemas familiares graves e alguns com distúrbios comportamentais

sendo agressivos com os colegas. Existem os que passam por estresse emocional

em seu contexto familiar, social e escolar.

Os resultados obtidos na elaboração e aplicabilidade deste estudo foram

significativos e satisfatórios, embora se compreenda que o processo é contínuo.

Portanto, este trabalho procurou cooperação para a transformação desses

alunos, com o intuito de melhorar seus relacionamentos pessoais (socialização) e

posteriormente diminuir a agressividade de alguns e a timidez de outros,

contribuindo para o desenvolvimento das inteligências intra e interpessoal.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Física é uma disciplina do currículo escolar que oferece

subsídios para que o estudante aprenda a ser e conviver em sociedade, respeitando

a todos, além de ter uma atitude autônoma perante si e os outros.

Como uma disciplina importante no processo educativo, a Educação Física

propicia o brincar e uma aprendizagem que atenda às necessidades básicas dos

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alunos, embora se saiba que são sujeitos complexos e heterogêneos, deve-se

compreender, respeitar e educar.

O estudo das teorias das Inteligências Múltiplas colabora para descaracterizar

que só existe um tipo de inteligência. Para Gardner, existem pelo menos oito tipos

de inteligências que propiciam aos seres humanos determinadas habilidades. Neste

sentido, o autor define inteligência como a capacidade de resolver problemas ou de

criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.

Partindo desse pressuposto, o trabalho com dinâmicas de grupo nas aulas de

Educação Física favorece o processo de ensino e aprendizagem e o

desenvolvimento das inteligências interpessoais e intrapessoais. Através de

dinâmicas de grupo o professor pode aproximar, desenvolver e estimular o

relacionamento entre os alunos e a compreensão do outro, colaborando com o

despertar dessas inteligências.

Devido às dinâmicas serem ferramentas que proporcionam a criação e

recriação do conhecimento a partir da organização e formação de uma visão

participativa, possibilita estudar os grupos e a interação entre eles. Também

contribuem para superar as barreiras que impedem a comunicação e o envolvimento

com o grupo.

As dinâmicas de grupo são reconhecidas por alguns estudiosos como algo

indispensável às aulas de Educação Física, quanto ao desenvolvimento dos valores

individuais e coletivos dentro de um determinado grupo social, pois busca o

autoconhecimento, a autoconfiança, a autoestima, a responsabilidade, a

cooperação, o aprendizado, a motivação e tudo aquilo que possa inibir os

relacionamentos interpessoais e intrapessoais.

As inteligências interpessoais e intrapessoais possuem um papel importante

na escola pelo fato da interpessoal envolver a habilidade de trabalhar

cooperativamente com os demais alunos em grupo, de entender e interagir de

maneira afetiva. A intrapessoal, por auxiliar o aluno a sentir-se melhor e mais

seguro, vencendo os obstáculos da interação e do ato de aprender.

Os professores que participaram do GTR mencionaram que a Produção

Didática Pedagógica, o Projeto de Intervenção e a Implementação do Projeto dos

quais tiveram acesso para a leitura durante o curso de Educação a Distância,

contribuíram e contribuirão para o aperfeiçoamento das aulas de Educação Física.

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Diante do exposto, acredita-se que este trabalho tenha colaborado para o

desempenho interpessoal e intrapessoal dos alunos, a partir de atitudes lúdicas

inseridas às dinâmicas nas aulas de Educação Física que viabiliza a formação de

um sujeito crítico, consciente e reflexivo, capaz de se relacionar consigo mesmo e

com os outros.

6. REFERÊNCIAS BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari . Investigação Qualitativa em Educação, Coleção Ciências da Educação, Porto: Porto Editora, (1994). BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. CAUDURO, Maria T. (Org). Investigação física e esportes. Novo Hamburgo: Feevale, 2004. GARDNER, Howard em 1994, As Estruturas da Mente: Inteligências múltiplas, trad. Sandra Costa. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. _________, Howard. (1995). Inteligências múltiplas: a teoria na prática / Howard Gardner, trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GOLLEMAN, Daniel (2007, p. 134), Inteligência Emocional. A Teoria Revolucionária que define o que é ser Inteligente. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2007. KERKOSKI, Marcio José. Prática Desportiva e Inteligência Emocional: Estudo da Influência do Desporto na Aquisição de Aptidões e Competências de Inteligência Emocional. 2008. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade do Minho. Curitiba. KOLB, D. A. Experiential learning. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall. 1984. KRÜGER, L.G.; KRUG, H.N. Aprendizagem e autoformação: algumas percepções do desenvolvimento profissional docente. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2008. LEWIN, Kurt citado em: http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/dinamicas-de-grupo. Php MARCELOS, Viviane Avelino. Relações intrapessoais e interpessoais- Reflexões a cerca do cotidiano escolar, 2009.

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