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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · O público alvo da EJA, assim como as salas de aula do ensino regular, constitui pequenos microcosmos sociais e a diversidade se

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: O uso da música negra – Blues e Jazz – na Educação de Jovens e Adultos: uma forma de estimular a consciência cultural

Autor: Jane Márcia Madureira Arruda

Disciplina/Área (ingresso no PDE) Língua Estrangeira Moderna – Inglês

Escola de implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Cecília Meireles

Rua Pedro Eloy de Souza, 1700

Bairro Alto - Curitiba

Núcleo da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação NR Curitiba

Professor Orientador Profª Me. Janice Inês Nodari

Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar Arte (música); História, Geografia, Português

Resumo

Este estudo objetiva investigar o uso da música negra (blues e jazz) na Educação de Jovens e Adultos, estratégia essa compreendida como uma forma de estimular a consciência cultural dos envolvidos, visando à inclusão de todos os educandos na escola, atendendo às diferenças individuais e as diversidades culturais, espaciais e temporais, com um atendimento prioritário àqueles excluídos historicamente. Tal abordagem se dará por meio da exploração da compreensão oral de músicas em inglês dos gêneros blues e jazz.

Palavras-chave Educação de Jovens e Adultos; compreensão oral; consciência cultural.

Público-alvo: Alunos da EJA

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Apresentação

A iniciativa do estudo sobre a importância do blues e do jazz para a

compreensão da cultura negra e o desenvolvimento de atividades relacionadas a

esse tema dentro da disciplina de Inglês para os alunos da Educação de Jovens e

Adultos - EJA refletem a preocupação em aumentar a consciência cultural dos

alunos em relação às questões raciais.

A proposição de atividades com o uso do elemento música - aqui entendida

não apenas como ferramenta de ensino ao ser trabalhado com atividades de

compreensão oral, mas como instrumento para a necessária tomada de consciência

acerca da diversidade cultural - é imprescindível na EJA, haja vista que a finalidade

dessa modalidade de ensino é favorecer o desenvolvimento individual, profissional e

social desses sujeitos; os quais, por diferentes motivos, não tiveram chance de fazê-

lo no tempo adequado, estando hoje à margem das oportunidades e desejosos de

possibilitar para si e para as suas melhores condições de vida, desenvolvimento e

mobilidade social.

O público alvo da EJA, assim como as salas de aula do ensino regular,

constitui pequenos microcosmos sociais e a diversidade se faz presente nesses

meios. Seus aspectos negativos se revelam com maior intensidade na EJA haja

vista que se trata de um universo constituído por pessoas muitas vindo de

comunidades de baixa renda, desempregadas ou interessadas em qualificar-se para

buscar novos postos no mercado de trabalho. Portanto, sujeitos que vivenciam

diariamente as dificuldades da vida e o preconceito em suas diversas formas;

pessoas cuja autoestima se mostra abalada, carente de estímulos que os faça

ressignificar o seu papel na sociedade, resgatando assim a própria dignidade.

Esses alunos, seguramente, contam somente com a escola para

desenvolver-se culturalmente; não frequentam teatro, poucos vão ao cinema e, por

isso, a apreciação musical, inclusive, limita-se a produtos de divulgação em massa,

em geral de qualidade duvidosa - mesmo quando de grande apelo popular – mas

que nada agregam em termos culturais.

Por essa razão, entende-se ser interessante uma abordagem pedagógica na

forma de uma intervenção utilizando ritmos e estilos musicais diferentes na tratativa

de grande relevância como é a consciência cultural no Brasil; conhecido pela sua

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grande diversidade cultural, mas suas dimensões continentais acabam por definir as

culturas por regiões, elitizando ou discriminando determinadas características.

Assim, considerando as questões sociais relacionadas aos alunos da EJA e

em face das necessidades atuais do ensino público paranaense, que objetiva a

formação de cidadãos conscientes e bem informados acerca do mundo do qual

fazem parte, é apresentada esta produção didático-pedagógica na forma de caderno

de atividades aos alunos da Educação de Jovens e Alunos.

A proposta aqui detalhada na forma de exercícios de pesquisa e análise de

conteúdos relacionados à disciplina de Língua Estrangeira Moderna/ LEM – Inglês

possibilitará aos alunos da educação de jovens e adultos o necessário

aprofundamento na temática cultural e na forma de expressão de determinados

grupos, tomando-se como exemplo a música negra americana expressa pelo blues e

pelo jazz, primorosamente divulgados pelas vozes das “divas negras”, que sem

receio de apresentarem-se como representantes de um grupo específico, cantaram

e encantaram o mundo. E é esse estímulo que se pretende promover junto aos

alunos da EJA do Colégio Estadual Cecília Meireles, do Bairro Alto, em Curitiba.

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Descritivo das Atividades a serem desenvolvidas

Nesta Unidade Didática serão trabalhados conteúdos que levem o aluno a

desenvolver a capacidade de listening e interpretação de textos em inglês,

alcançando a compreensão das mensagens presentes em letras de músicas de

algumas Divas Negras americanas.

Todas as atividades apresentam o número de horas/aula necessárias para

sua realização; o objetivo; o detalhamento das atividades e os materiais

necessários, assim como a indicação dos sites e vídeos a serem utilizados para as

explicações por parte do professor e para consulta dos alunos.

No que se referem à avaliação, todas as atividades constarão em portfólio

com fichas específicas para cada aluno, com descrição de todas as etapas do

trabalho e dos objetivos educacionais a serem atingidos. O portfólio também

apresentará campos para atribuição de conceito e anotações que auxiliarão na

percepção do nível de aproveitamento dos alunos e dos aspectos que ainda

precisam ser melhorados.

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Fundamentação Teórica

A Lei de Diretrizes e Bases - LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório

do ensino de uma língua estrangeira moderna no Ensino Fundamental, facultando

ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira.

Segundo Telma Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de

comunicação intercultural, exercendo o papel de mediadora das relações entre

pessoas de diferentes línguas maternas, tendo em vista que existem,

aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de um bilhão de

usuários no mundo todo, sendo o inglês a língua principal em livros, jornais,

aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências

acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições

internacionais, música e propaganda.

Partindo desse pressuposto, a Língua Estrangeira Moderna (LEM) é um

instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o

conhecimento oferecido por outros, propiciando reflexões sobre a relação entre

língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às

escolhas linguísticas em situações de comunicação (oral e escrita), ao serem

expostos às diversas manifestações político-ideológicas veiculadas pela LEM em

estudo.

A partir dessas reflexões o processo de elaboração das Diretrizes

Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos identificou os eixos

cultura, trabalho e tempo como os que deverão articular toda a ação pedagógico-

curricular nas escolas. Tais eixos foram definidos tendo em vista a concepção de

currículo como um processo de seleção da cultura, bem como pela necessidade de

se atender ao perfil do educando da EJA.

A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e

compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade

social (WILLIANS, 1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar

sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de

mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse sentido, possui um duplo caráter:

remete o indivíduo à sociedade e é, também, o intermediário entre a sociedade e a

formação do indivíduo (ADORNO, 1996). Compreende, portanto, desde a mais

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sublime música ou obra literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as

técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida,

os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar

(SACRISTÁN, 2001, p. 105). Como elemento de mediação da formação humana,

torna-se objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade curricular.

Desse modo, pode-se compreender o currículo.

A cultura também se apresenta em termos de conteúdos e práticas de

ensino, avaliação, etc. os quais, por serem considerados relevantes num dado

momento histórico, são trazidos para a escola, isso é, são escolarizados (WILLIANS,

1984).

De certa forma, então, um currículo guarda estreita correspondência com a

cultura na qual ele se organizou, de modo que ao analisarmos um determinado

currículo, torna-se possível inferir não só os conteúdos que, explícita ou

implicitamente, são vistos como importantes naquela cultura, como, também, de que

maneira aquela cultura prioriza alguns conteúdos em detrimento de outros, isso é,

pode-se inferir quais foram os critérios de escolha que guiaram as decisões de

professores, administradores, e profissionais que montaram determinado currículo

(VEIGA-NETO, 1995).

Se a cultura abarca toda produção humana, inclui, também, o trabalho e

todas as relações que ele perpassa. O trabalho compreende, assim, uma forma de

produção da vida material a partir do qual se produzem distintos sistemas de

significação. É a ação pela qual o homem transforma a natureza e, nesse processo,

transforma-se a si mesmo.

É, portanto, produção histórico-cultural que atribui à formação de cada novo

indivíduo, também, essa dimensão histórica. A ênfase no trabalho como princípio

educativo não deve ser reduzida à preocupação em preparar o trabalhador apenas

para atender às demandas do industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas

destacar as dimensões relativas à produção e suas transformações técnicas. Os

vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla,

tendo em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e

moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva, sua emancipação.

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Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a escola

está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao contexto atual

do mundo do trabalho. No entanto, cada educando que procura a EJA apresenta um

tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de sua vida, o que implica na

reorganização curricular, dos tempos e espaços escolares para atender o perfil

daqueles que buscam a sua emancipação.

Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os educandos

viveram e vivem tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os

momentos da infância, da juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas

relações sociais.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos

– DCEs-EJA (PARANÁ, 2006), na dimensão escolar o tempo de cada educando

compreende um tempo definido pelo período de escolarização e um tempo singular

de aprendizagem, que no caso dos educandos da EJA é bem diversificado, tendo

em vista a especificidade dessa modalidade de ensino que busca atender ainda, o

tempo de que o educando dispõe para se dedicar aos estudos. Tempo e espaço são

aspectos da cultura escolar e, portanto, fazem parte da ação pedagógica, uma vez

que regulam e disciplinam educandos e educadores de forma diferenciada de escola

para escola ou mesmo de um sistema educacional para outro.

A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo

físico, o tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao

calendário escolar organizado em dias letivos, horas/aulas, bimestres e ou trimestres

que organizam e controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo, diz respeito

ao tempo vivido pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de

formação, na ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos

educandos nas experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo que

a organização escolar disponibiliza para a escolarização do conhecimento, e ainda,

o tempo de que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e

externos exigidos pelo processo educativo. Na escola, a organização dos tempos

está articulada com os espaços escolares preenchidos pelos educandos em toda

ação educativa (PARANÁ, 2006).

A organização desses tempos e espaços compreende características que

devem ser entendidas como discursos que revelam, por exemplo, um espaço

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autoritário ou um espaço democrático. Cabe destacar que a organização dos tempos

e dos espaços escolares interfere na formação dos educandos, seja para confrontar

ou para produzir outras práticas de significação. Pensar as práticas de significação

que devem ser geradas na escola impõe estar atento à dinâmica das relações

sociais com o objetivo de democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem

como conduzir o educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos

construídos, tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da

capacidade de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação

na sociedade (PARANÁ, 2006).

Antes de iniciar a análise da relação entre cultura e ensino de língua, é

fundamental definir cultura, tarefa nada fácil devido às diferentes acepções que

comumente são atribuídas ao termo. As definições de cultura variam de acordo com

a área do conhecimento que a estuda.

H. Douglas Brown expõe uma definição abrangente de cultura, pois a

reconhece como “[...] um modo de vida, um contexto no qual nós existimos,

pensamos e nos relacionamos com os outros, é a ‘cola’ que liga as pessoas”

(BROWN, 2000, p. 176). Assim sendo, a cultura influencia os relacionamentos, o

modo de vida e a maneira como as pessoas veem o mundo.

Nessa direção, D. N. Larson e W. A. Smalley (1972, p. 39) descrevem

cultura como ‘uma impressão digital’ que guia o comportamento das pessoas em

uma comunidade; ela está incubada na vida familiar, e governa o comportamento

em grupos. A cultura nos ajuda a saber até onde é possível ir como indivíduos, e

qual é a responsabilidade de cada um para com o grupo.

Nesta proposta de implementação, cultura é vista como algo que é

construído ao longo do tempo por uma sociedade ou grupo humano, a partir de seus

comportamentos, valores, crenças, costumes, instituições e tradições, assim como

os objetos e toda a vida material. Embora culturas sejam distintas, elas são

estruturadas. Além de ser uma herança social, um produto histórico, a cultura é

dinâmica e é a relação dos indivíduos e a vida em sociedade que irão moldar os

fenômenos culturais através do tempo e do espaço. A cultura também não é

inteiramente homogênea, mas é construída de forma heterogênea por meio dos

fluxos internos e do contato com outras culturas (MENDES, 2004).

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Cultura no ensino de línguas estrangeiras

No contexto do ensino/aprendizagem de línguas, a cultura tem sido

considerada um dos aspectos essenciais não somente para que o indivíduo seja

considerado apto a usar de maneira competente o sistema linguístico estrangeiro,

mas como um elemento primordial na formação integral do aprendiz. Por exemplo, a

relevância de se contextualizar cultura no ensino de LE é ressaltada por Brown

(2000, p. 177). Uma língua faz parte de uma cultura e uma cultura faz parte de uma

língua; as duas estão intrinsecamente ligadas e com isso não se pode separá-las

sem perder o significado ou da língua ou da cultura.

Não há como negar, portanto, que a entoação ou que os padrões

enfatizados em uma LE não são culturalmente neutros; a sentença e a organização

de um parágrafo diferem de uma cultura para outra, as expressões produzidas, a

escolha de vocabulário e o modo de falar dependem do que a cultura apregoa como

apropriado. Estes são exemplos da existência de uma inter-relação entre as quatro

habilidades do ensino de LEM e cultura. Quanto a isto, Kramsch (2004, p. 1)

argumenta:

A cultura na aprendizagem de línguas não é uma quinta habilidade descartável, algo para ser adicionado, por assim dizer, ao ensino da expressão oral, compreensão oral, compreensão escrita, e expressão escrita. Ela está sempre no fundo/por trás, desde o primeiro momento, pronta para inquietar os bons aprendizes de línguas quando eles menos esperam, fazendo evidentes as limitações da conquista tão árdua da competência comunicativa, desafiando suas habilidades para fazer sentido no mundo ao seu redor.

1

Considerar a cultura como uma “quinta” habilidade no ensino de LE

pressupõe separar língua das quatro principais habilidades, ou seja, significa ensinar

cultura de forma separada, negando a relação da interdependência que existe entre

língua e cultura em cada uma de suas formas e demonstrações, o que acredita-se

deva ser evitado. A necessidade de estabelecer o lugar do componente cultural no

1 No original: “Culture in language learning is not an expendable fifth skill, tacked on, so to speak, to the

teaching of speaking, listening, reading, and writing. It is always in the background, right from day one, ready to unsettle the good language learners when they expect it least, making evident the limitations of their hard-won communicative competence, challenging their ability to make sense of the world around them.” (KRAMSCH, 2004, p. 1)

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processo de aprendizagem de línguas é suscitada por Almeida Filho (2002, p. 209),

que a certa altura na introdução de seu texto pergunta: “[a]prendemos língua e

incorporamos aos poucos o cultural, ou apreendemos o cultural, e dessa base nos

esforçamos por absorver a língua-alvo?” A este questionamento o autor responde do

seguinte modo: [...] as duas posições apresentadas sobre o lugar relativo do aspecto

cultural na composição de uma competência comunicativa nos aprendizes são a

mesma posição radical com sinais trocados. Num caso, a língua é o mesmo foco

real, e a cultura é a franja. No outro, a cultura é o cerne, e a língua é o que vem

depois dela. (ALMEIDA FILHO, 2002, p. 209-210).

Além disso, destaca-se a asserção de M. Byram et al. (1994, p. 187) ao

salientarem que o potencial do ensino de línguas consiste em contribuir para os

aprendizes terem uma melhor compreensão dos outros e deles próprios, de outras

culturas e sociedades e das deles, sendo então este um objetivo que professores e

escolas devam almejar. É relevante pontuar que esta perspectiva vai ao encontro

dos objetivos expostos nos PCNs.

Cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais. Desse

modo, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações. Nessa perspectiva, o

currículo, tal como a cultura, é compreendido como prática de significação, e como

tal, vinculado à prática produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática

que produz identidades sociais. Historicamente, a cultura curricular tem privilegiado

uma forma mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar

que hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma

aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa.

Para que ocorram mudanças nas formas de organizar o conhecimento na

escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os

educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores, como

por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a

dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas aulas

distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de avaliação

coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre escola e a comunidade,

dentre outras.

Nesse sentido, o conhecimento socializado no espaço escolar deve

oportunizar condições ao educando de ser cidadão, valorizando sua cultura de

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referência, acrescentando novos conhecimentos a esse repertório cultural e levando-

os a se formarem como indivíduos autônomos, intelectual e moralmente capazes de

interpretar as condições histórico-culturais da sociedade em que vivem de forma

crítica e reflexiva, impondo autonomia às suas próprias ações (SILVA, 2003, p.01).

Entende-se que a questão racial é um conteúdo multidisciplinar para ser

estudado durante o ano todo em todas as disciplinas. É fundamental fazer com que

o assunto não seja reduzido a estudos esporádicos ou unidades didáticas isoladas.

Quando se dedica apenas tempo específico para tratar a questão ou direcioná-la

para uma disciplina, corre-se o risco de considerá-la uma questão exótica a ser

estudada, sem relação com a realidade vivida.

Portanto a questão racial pode e deve ser assunto para todas as propostas

de trabalho, inclusive nesta proposta de intervenção. A conexão entre as situações

de diversidade com a vida cotidiana nas salas de aula é um fator indispensável

permitindo aos estudantes tomar posicionamentos com relação à ação reflexiva e

crítica da realidade em que estão inseridos. Nesta perspectiva, entende-se que com

a contextualização das situações, eles aprenderão conceitos, analisarão fatos e

poderão ser capacitados para intervir na sua realidade, a fim de transformá-la.

A materialização da crença racista em atitudes que limitam ou impedem o

desenvolvimento humano de pessoas pertencentes ao grupo discriminado mostra

que esta crença é um grande problema num país como o Brasil, no qual, segundo

dados do Censo de 2010, a população negra corresponde a aproximadamente 51%.

Sendo produzida e veiculada por vários meios que rodeiam nossa vida, incluindo,

principalmente, o ambiente escolar, a discriminação afeta a vida dos educandos

ainda em processo de formação crítica e, sem um trabalho voltado para essa

temática, o problema tende a piorar cada vez mais, prejudicando o desenvolvimento

dos educandos afrodescendentes e dos eurodescendentes.

Um possível entendimento é o de que essa prática levaria ao que é

conhecido como cultural awareness (consciência cultural) de acordo com o que é

definido por Barry Tomalin & Susan Stempleski (2003, p. 05), de que consciência

cultural é o termo usado para descrever a sensibilidade ao impacto de

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comportamentos culturalmente induzidos no uso da língua e na comunicação2. Ainda

nesse sentido, o de estimular o desenvolvimento de uma consciência cultural, os

autores sugerem que objetivos sejam estabelecidos quando da instrução sobre

cultura, quais sejam:

1. Ajudar os estudantes a desenvolver uma compreensão do fato de que

todas as pessoas apresentam comportamentos culturalmente

condicionados;

2. Ajudar os estudantes a desenvolverem uma compreensão de que

variáveis sociais, tais como idade, sexo, classe social, e local de

residência influenciam as formas como as pessoas falam e se

comportam;

3. Ajudar os estudantes a se tornarem mais conscientes de

comportamentos convencionais em situações comuns na cultura alvo;

4. Ajudar os estudantes a aumentarem sua consciência acerca de

conotações culturais de palavras e expressões na língua alvo;

5. Ajudar os estudantes a desenvolver a habilidade de avaliar e refinar

generalizações sobre a cultura alvo, em termos de evidências de

suporte;

6. Ajudar os estudantes a desenvolverem as habilidades necessárias para

localizar e organizar informações sobre a cultura alvo;

7. Estimular a curiosidade intelectual dos alunos acerca da cultura alvo, e

encorajar a empatia em relação ao outro.

Estes objetivos levam em consideração o conceito de cultura como um

processo dinâmico e conflituoso de produção de significados sobre a realidade em

que se dá em contextos sociais. Para Raymond Williams (2003), há três categorias

para a definição de ‘cultura’:

A primeira, a “ideia”, na qual a cultura é um estado ou processo de perfeição humana em termos de valores universais. A segunda é a “documentária” na qual a cultura é o corpo de um trabalho intelectual e imaginativo em que, numa forma detalhada, são gravadas de diferentes maneiras as

2 No original: “Cultural awareness is the term we have used to describe sensitivity to the impact of culturally-

induced behaviour on language use and communication.” (TOMALIN & STEMPLESKI, 2003, p. 05).

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experiências e o pensamento humano. A terceira é a definição “social” de cultura, relatada como um modo de vida particular que expressa certos sentidos e valores, não somente na arte e conhecimento, mas também em instituições e comportamentos (WILLIAMS, 2003, p. 41)

Considerando que as formas da língua variam de acordo com os usuários, o

contexto em que são usadas e a finalidade da interação, torna-se necessário

considerar variantes socioculturais envolvidas na prática da língua.

Estratégias de Ação – foco na Consciência Cultural

O trabalho a ser desenvolvido com a LEM segue uma abordagem na qual a

língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e

construção.

Levando em consideração a realidade do educando, valorizando sua

bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características

individuais, na certeza de que aprende e se desenvolve como adulto com maior

autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo de ensino-

aprendizagem, há que se pensar que ao ensinar uma Língua Estrangeira Moderna

deve-se buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e

a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída

historicamente pelos educandos (PAIVA, 1996).

Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em

conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como

agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com

os saberes que ele vai adquirir. O objetivo maior é por uma pedagogia libertadora.

Segundo Paulo Freire (1996), a necessidade de uma Pedagogia Libertadora tem a

ver com a superação pedagógica mecanicista e apolítica sobre o processo de

conhecimento na escola, uma vez que percebe e valoriza as diversidades culturais

dos educandos como parte integrante do processo de ensino-aprendizagem.

Na busca desta interação, deve-se primar por uma metodologia que leve em

consideração que as habilidades da LEM, a saber: compreensão escrita, produção

escrita, compreensão oral e produção oral, não são únicas. Elas interagem de

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acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais, complexas e

dependentes de contextos específicos.

Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como

algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o

aspecto vivo da LEM e sua diversidade são relegados a segundo plano ou muitas

vezes sequer considerados. Assim sendo, as metodologias a serem aplicadas

devem levar em conta, principalmente, o contexto de criar significados, posto que

estes não vem prontos na linguagem. No caso do Ensino da LEM na EJA, dadas as

suas características, o projeto parte da exploração de diversos gêneros textuais que

propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a

análise e o estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para criar a

interação entre as habilidades em cada contexto.

Desta forma, as metodologias são um meio e não o fim para se efetivar o

processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam mais

flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados, adaptados às

especificidades da comunidade escolar.

Propõe-se que nas aulas de LEM o educador, através do projeto de

intervenção, aborde os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas,

analisando a função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de

informações, o grau de informação presente em um dado texto, a intertextualidade,

os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em

si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto,

sem, no entanto, abandoná-la. O ensino de língua estrangeira, portanto, adquire um

caráter mais dinâmico e contextualizado.

Cabe lembrar que disponibilizar textos aos educandos não é o bastante. É

necessário provocar uma reflexão maior sobre o uso de cada um deles e considerar

o contexto de uso e seus interlocutores. Por isso, os gêneros discursivos têm um

papel tão importante para o trabalho na escola (BAKHTIN, 1997, p. 279).

Pensar a Educação de Jovens e Adultos hoje significa repensar as

especificidades dessa modalidade de ensino e os novos desafios que se impõem

aos educadores e aos educandos, uma vez que a produção e a reconstrução do

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conhecimento constituem-se em uma troca entre esses sujeitos, tendo como

referência a realidade na qual ambos estão inseridos.

Ainda, não há duvidas de que os educandos devam ser motivados para a

aprendizagem da língua inglesa. A importância da motivação no processo de ensino

é inegável, e os professores sabem que se os educandos forem motivados podem

aprender melhor. Por isso, um dos desafios a serem enfrentados é manter e

estimular o entusiasmo e a criatividade dos alunos nas aulas.

De acordo com Patsy Lightbown & Nina Spada,

todas as crianças, se considerada uma criação normal, são bem sucedidas na aquisição de sua primeira língua. Isto contrasta com nossa experiência com aprendizes de segunda língua, cujo sucesso varia bastante. (2000, p. 49) minha tradução

3

Já segundo H. Douglas Brown (2007, p.84), a motivação “é um dos

problemas mais complicados para se por em prática”. Para isso, torna-se necessário

esclarecer o que vem a ser motivação intrínseca e extrínseca para a aprendizagem.

Enquanto que a motivação intrínseca é a motivação que parte da vontade ou

interesse que o aluno tem em realizar ou participar de uma tarefa, ou seja, é pessoal

e individual, e depende unicamente do educando e não de fatores externos, a

motivação extrínseca depende de fatores externos e neste caso, a tarefa será

desenvolvida de acordo com a recompensa ou castigo agregado a ela.

Segundo Zoltán Dörnyei (2001, p.31) há três condições motivacionais

indispensáveis no processo de ensino/aprendizagem. Estas condições estão inter-

relacionadas:

1. Comportamento adequado do professor: para ter um clima favorável de

aprendizagem em sala de aula;

2. Criar um ambiente, isto é, uma sala de aula agradável e com suporte

pedagógico apropriado, para que o aluno se sinta confiante para realizar

suas tarefas;

3 No original: “…all normal children, given a normal upbringing are successful in the acquisition of their first

language. This contrasts with our experience of second language learners, whose success varies greatly.” (LIGHTBOWN & SPADA, 2000, p. 49).

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3. Ter um grupo de alunos coeso e seguindo normas apropriadas que

possam promover a aprendizagem ao mesmo tempo em que

desenvolvem um senso de pertencimento.

As autoras Lightbown & Spada propõem práticas pedagógicas que auxiliam

no aumento dos níveis de motivação. São elas:

a. Motivar o aluno para a lição;

b. Variar as atividades, tarefas e materiais;

c. Usar objetivos cooperativos em vez de competitivos. (LIGHTBOWN &

SPADA, 2000).

Não há dúvidas de que os alunos devem ser motivados, e que os

professores são responsáveis pelo aprendizado destes alunos. Esta proposta de

implementação, portanto, partirá desses pressupostos e levará em consideração as

práticas pedagógicas apontadas pelas autoras Lightbown & Spada (2000),

principalmente.

As atividades aqui propostas visam não somente o trabalho com a

habilidade de compreensão oral (listening), como é de se esperar mais

especificamente uma vez que o trabalho será primordialmente feito com músicas,

mas também envolverá atividades de compreensão escrita (reading), de produção

oral (speaking) e de produção escrita (writing), e cujo mote principal é ver a língua

inglesa de forma holística e não fragmentada.

Todas as atividades desenvolvidas serão introduzidas por um breve

apanhado sobre diversidade cultural de forma a aumentar a consciência dos alunos

de EJA que participarão dessa proposta.

Espera-se, ao final da intervenção, que os alunos da EJA mostrem-se

conscientes da diversidade cultural e da importância desse reconhecimento para a

percepção do mundo e da sociedade em suas diferentes facetas, cores, ritmos e

formas de ser e de viver, sempre com dignidade.

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Materiais e Métodos

Considerando a problemática da dificuldade da aquisição da habilidade de

ouvir e falar em inglês, esta proposta se define como uma pesquisa ação ou

intervenção por seu caráter social e com base empírica, e por ser realizada em

estreita associação com o problema a ser pesquisado, onde tanto o pesquisador

quanto os participantes estão envolvidos pela associação ou cooperação

(THIOLENT, 1997, apud VICENTINI, BASSO, 2009, p. 11).

Entende-se que o trabalho com textos e gêneros discursivos não se restringe

ao texto impresso, mas pode e deve acolher o texto oral, aqui delimitado à

habilidade de compreensão oral, ou listening. De forma a melhor visualizar o

trabalho que se pretende implementar com uma turma de EJA, será feita uma

descrição passo a passo das atividades propostas e de como o listening será

trabalhado, tendo como foco o uso de músicas em inglês.

Assuntos que não condizem com a realidade dos educandos normalmente

levam ao fracasso das atividades, pois o interesse em participar de uma discussão

sobre um tema conhecido proporciona segurança, ficando assim só a língua alvo

como o fator mais difícil a ser vencido. Isto pode ser explicado nas teorias do

interacionismo sócio discursivo, as quais postulam que a construção do

conhecimento se faz através das relações sociais e das coisas que fazem sentido ao

aprendiz (BERGONSO, 2007).

Esta proposta de intervenção pretende que o educador de LEM busque

redefinir o seu papel no contexto de ensino - de simples reprodutor de conhecimento

elaborado por teóricos para a função de construtor de propostas pedagógicas que

valorizem e respeitem o seu contexto sociocultural, com o uso de atividades

envolvendo música.

Através desse processo de investigação, é possível compreender o

desenvolvimento de aspectos particulares do blues e do jazz como o tratamento da

dissonância e sua ambiguidade melódica, oriundos da miscigenação cultural entre a

tradição musical africana (com sua inflexão melódica e de estruturação musical) e a

tradição musical europeia (com suas progressões harmônicas e estruturas formais),

dentro do contexto afro-americano. Esta compreensão possibilita as conexões com

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símbolos culturais e políticos de outros países de origem africana, porém mediadas

pela língua estrangeira - inglês.

Com base na proposta de intervenção, levar-se-á em consideração que o

trabalho não estará focado exclusivamente no exercício de estratégias de

compreensão oral, mas também em estratégias de compreensão escrita, bem como

compreensão de elementos estruturantes da língua inglesa. Ao mesmo tempo

pretende-se desenvolver a habilidade linguística, abrindo horizontes para o

educando, levando-o além do contexto de sua sala de aula, de sua escola, de sua

cidade.

O projeto apresenta-se para EJA, ou seja, é direcionado a educandos

oriundos de diferentes culturas, porém em situações que envolvem a necessidade

de comunicação, fazendo com que o idioma inglês funcione como um meio de

interação. Respeitando a nova proposta de ensino de línguas estrangeiras, dentro

da orientação da atual LDB, o projeto apresenta oportunidades de aproveitar e

desenvolver o aprendizado multidisciplinar, bem como o aspecto sociocultural, ao

abordar e comparar situações culturais, onde a língua inglesa é falada, trazendo a

discussão sempre para a realidade do educando da EJA.

Considerando que o público-alvo da proposta de intervenção são os alunos

da EJA, a metodologia empregada neste caderno será do método dialético que

compreende o estudo e o debate de uma tese, num processo de articulação teórico-

prática para a qual pressupõe-se muitos questionamentos apresentados pelos e aos

alunos e, consequentemente, muitas atividades com foco em produção oral e escrita

de forma a promover uma grande reflexão e estabelecer uma antítese, para então se

chegar a uma nova tese – uma síntese (LAKATOS, 1979).

A adoção da metodologia dialética aliada a técnicas de trabalho de pesquisa,

debate e reflexão confere uma abordagem sociocultural à proposta de trabalho,

posto que essa objetiva contribuir para a mudança da sociedade e para a

desconstrução de conceitos já superados e sua necessária reconstrução à luz das

transformações sociais e da necessidade de promover a consciência cultural em

todos os meios e grupos sociais.

De acordo com os estudos de Freire (1996), as mudanças sociais e culturais

não ocorrem isoladamente, mas resultam de um trabalho coletivo, no qual

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professores e alunos, juntos, promovem o desenvolvimento pela reflexão em grupo.

Essa abordagem evidencia o caráter transformador da educação, que exige a

adoção de diferentes estratégias no sentido de preparar os alunos para interagir com

o meio em que vivem e utilizar os conhecimentos construídos para ressignificar seu

papel na sociedade de forma positiva e digna.

Para o desenvolvimento das atividades propostas foi utilizada a pesquisa

bibliográfica feita em fontes primárias e secundárias (MARCONI, LAKATOS, 2009) e

a organização obedece a uma hierarquia em tópicos que visam o aprofundamento

dos alunos no tema de forma gradual, de maneira a assegurar a aprendizagem de

forma consistente e significativa.

À luz das teorias de ensino-aprendizagem descritas nas Diretrizes

Curriculares da Educação Básica da Língua Estrangeira Moderna, neste caso, o

Inglês, e em cumprimento à determinação do PDE, o projeto de intervenção foi

elaborado com atividades didáticas as quais serão aplicadas nas salas da EJA

(Educação de Jovens e Adultos) do Colégio Cecília Meireles, Ensino Médio, da

Rede Pública da cidade de Curitiba, no Paraná.

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O uso da música negra – Blues e Jazz – na Educação de Jovens e Adultos: uma forma de estimular a consciência cultural

Atividade 1 – Conhecendo a Música Negra

Número de aulas previstas: 2h/a

Objetivo

Situar o aluno da Educação de Jovens e Adultos - EJA no contexto musical

originário da cultura africana, que devido ao processo de colonização baseado no

sistema de utilização de mão de obra escrava (plantation).

Figura 1 – A origem da Música Negra

Fonte: Google Images (2013)

Desenvolvimento

Os alunos deverão pesquisar em sites4 indicados pelo professor, sobre a

importância da raiz musical africana na formação da música contemporânea, a

influência de outros ritmos europeus e nativos das terras colonizadas, formando

novos gêneros musicais.

Em seguida os alunos serão orientados a debater, em discussões mediadas

pelo professor, sobre as questões sociais e culturais implícitas nesse fato histórico, 4 https://sites.google.com/site/juaresdemira/a-musica-afro-americana;

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_negra; http://informecritica.blogspot.com.br/2011/04/as-origens-da-musica-negra-norte.html

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · O público alvo da EJA, assim como as salas de aula do ensino regular, constitui pequenos microcosmos sociais e a diversidade se

enfatizando o papel da música nesse processo. Também deverão refletir sobre o

impacto da música negra na formação da música brasileira. Todas as considerações

emanadas dos debates deverão ser sintetizadas no quadro de giz ou em cartazes.

Os alunos deverão produzir, individualmente, textos sobre o tema,

manifestando sua opinião sobre o estilo musical e suas influências na música

contemporânea.

Também serão propostas atividades de ampliação de vocabulário, uma vez

que há termos específicos, jargões da área da música e da cultura africana que

precisam ser elicitados.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação:

A avalição é vista como processo, e não como produto final. Com isto em

mente, o professor poderia avaliar o desempenho dos alunos nas discussões que

eles conduziriam sobre o papel da música negra e o impacto da música negra norte-

americana nas produções musicais brasileiras.

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Atividade 2 – Conhecendo a Black Music (música negra americana)

Número de aulas previstas: 2h/a

Objetivo

Situar o aluno da Educação de Jovens e Adultos - EJA no contexto musical

originário da cultura africana, que devido ao processo de colonização baseado no

sistema de utilização de mão de obra escrava (plantation), além de sensibilizá-lo

para as questões raciais implícitas ao tema.

Figura 2 – Música Negra Americana

Fonte: Google Images (2013)

Desenvolvimento

Os alunos deverão pesquisar em sites5, e por vídeos6 indicados pelo

professor sobre a música negra americana e a forma como esse estilo musical se

afirma como elemento representativo da identidade social sobre a importância da

raiz musical africana na formação da música contemporânea, a influência de outros

5 http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_dos_Estados_Unidos; http://www.pco.org.br/cultura/robert-

johnson-e-a-musica-negra-norte-americana/eyje,p.html;

6 http://www.youtube.com/watch?v=0HCMgXiTp2w

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ritmos europeus e nativos das terras colonizadas, formando novos gêneros

musicais.

Em seguida os alunos serão orientados a debater, e situações mediadas pelo

professor, sobre as questões sociais e culturais implícitas nesse fato histórico,

enfatizando o papel da música nesse processo. Todas as considerações emanadas

dos debates deverão ser sintetizadas no quadro de giz ou em cartazes e, ao final

desse processo, os alunos poderão basear-se nesses registros para produzir textos

referentes ao assunto.

Os alunos também deverão refletir sobre o impacto da música negra na

formação da música brasileira e, da mesma forma que na etapa anterior, produzir

textos manifestando suas impressões sobre o assunto.

Em relação ao vídeo sugerido para ser assistido pelos alunos, o professor

pode propor as seguintes questões:

a) Qual é a importância da escala pentatônica de música, também conhecida

como ‘slave scale’, para as ‘black spirituals’, de acordo com o vídeo assistido?

b) No vídeo, o palestrante conta a história por trás da letra e da melodia da

música “Amazing grace”. Qual é essa história?

c) Reescrever a música “Amazing Grace” com outros sinônimos ou adjetivos.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação

A avaliação é entendida como processo. Uma das habilidades que se

destaca nesse quesito é a produção escrita. Os alunos teriam suas produções de

uma releitura da música “Amazing Grace” avaliadas pelo professor. Essa releitura

poderá ser feita através de alguma situação cotidiana do aluno contextualizada com

a música.

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Atividade 3 - Conhecendo o Blues

Número de aulas previstas: 4h/a

Objetivo

Apresentar o Blues aos alunos e debater sobre sua origem, suas raízes

negras e a forma como influenciou outros estilos musicais, como o Jazz e o Rock.

Figura 3 – The Classic Blues

Fonte: Google Images (2013)

Desenvolvimento

Os alunos terão uma audição da música Blue Moon7, interpretada por Billie

Holliday, para conhecer e apreciar o ritmo envolvente do Blues. A música é

conhecida e a letra faz uso de vocabulário acessível, facilitando o entendimento dos

alunos, que poderão exercitar o listening. Para essa atividade, os alunos receberão

a tradução da letra como suporte à atividade.

Em seguida, os alunos serão orientados a pesquisar em sites8 indicados

pelo professor, sobre a origem e a história do Blues, debatendo sobre os achados

dessa pesquisa, aprofundando-se aos poucos no tema e no universo desse estilo

musical. As considerações emanadas dos debates deverão ser sintetizadas no

7 http://www.vagalume.com.br/billie-holiday/blue-moon-traducao.html

8 http://www.brasilescola.com/artes/blues.htm; http://tanapauta.com.br/cultura/a-origem-do-blues/;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Blues; http://www.caleidoscopio.art.br/cultural/musica/blues/historia-do-blues.html

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quadro de giz ou em cartazes. Os alunos deverão produzir, individualmente, textos

sobre o tema, manifestando sua opinião sobre o estilo musical e suas influências na

música contemporânea.

Uma proposta de atividade para listening é:

1. Ouça a música Blue Moon de Billie Holiday e complete a letra da música

com as palavras que faltam.

Blue moon

Billie Holiday

Blue moon You saw _____ standing alone Without a ______ in my heart Without a love of _____ own

Blue moon You knew just what ____ was there for You heard _____ saying a prayer for ________ I really could care for

And then there suddenly appeared ______ me The only one ______ arms will ever hold I heard somebody whisper, "please _______ me" And when I looked, the moon had turned to ______

Blue moon Now I'm no longer alone Without a _______ in my heart Without a love of _____ own

2. Observe que a maior parte dos termos faltantes na letra da música é

composta por pronomes. São eles:

Pronomes Pessoais Pronomes Objeto Pronomes Adjetivos

I You He She It We Your They

Me You Him Her It Us You Them

My Your His Her Its Our Your Their

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Atividade I: Preencha os espaços com o pronome pessoal correto.

01) ..........am a student.

02) .........are brothers.

03) .........is an American boy.

04) ..........is not an umbrella.

05) ........are ladies.

06) ........is a louse.

07) ........is a tall policeman.

08) ........are not Brazilian girls.

09) .......are no friends.

10) ........am not very old.

II Escolha a alternativa correta.

01) I met......... yesterday.

a) she

b) her

02) I understand ..........

a) He

b) Him

03) She looks at .......

a) us

b) we

04) Fred studies with

a) I

b) Me

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05) Paula goes witth .......... I to the cinema.

a) she and

b) her and

III) Coloque false ou true (F/T)

01) He often sees she in the corner. (…)

02) She knows his parents. (....)

03) Him travelled to Miami. (....)

04) Tell me the truth. (....)

05) We sent her some flowers. (....)

IV) Faça sentenças com as palavras abaixo:

01) to give – me

02) to tell _ her

03) to drink _ He

04) to sing _ her

05) to dance _ him

3. E você: qual é o gênero de música que retrata sua história de vida?

Escreva um parágrafo com trecos de alguma música (s) da sua

preferência e depois leia para um colega.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

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Avaliação

Nesta seção, propõe-se a avaliação da habilidade de compreensão oral.

Para tanto, o professor pode verificar quantas das palavras que faltavam na letra da

música foram identificadas pelos alunos. Outra possibilidade de avaliação é verificar

a produção escrita dos alunos quando relatarem seus sonhos e realidade cotidiana.

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Atividade 4 – Conhecendo o Jazz

Número de aulas previstas: 4h/a

Objetivo

Apresentar o Jazz aos alunos e debater sobre sua origem, suas raízes

negras, a influência recebida do Blues e a forma como influenciou outros estilos

musicais, como o Rock.

Figura 4 - Jazz

Fonte: Google Images (2013)

Desenvolvimento

Os alunos terão uma audição da música Summertime9, interpretada por Billie

Holliday, para conhecer e apreciar o ritmo marcante do Jazz. Com essa atividade os

alunos poderão exercitar o listening, pois a música é cadenciada e lenta, e a

interpretação da cantora facilita a compreensão das palavras. Para essa atividade,

os alunos receberão a tradução10 da letra como suporte à atividade.

Em seguida, os alunos serão orientados a pesquisar em sites11 indicados

pelo professor, sobre a origem e a história do Jazz, debatendo sobre os achados

dessa pesquisa, aprofundando-se aos poucos no tema e no universo desse estilo

9 http://www.vagalume.com.br/billie-holiday/blue-moon-traducao.html

10 http://letras.mus.br/billie-holiday/177351/traducao.html

11 http://www.brasilescola.com/artes/jazz.htm; http://petrajazzilhabela.com.br/historia-a-origem-do-jazz/;

http://bluelester.no.sapo.pt/jazz/historia.htm; http://www.ejazz.com.br/ojazz/historico.asp;

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musical. As considerações emanadas dos debates deverão ser sintetizadas pelos

alunos em cartazes para serem apresentados aos colegas. O trabalho pode ser feito

em grupos de 3 ou 4 alunos.

Os alunos deverão produzir, individualmente, textos sobre o tema,

manifestando sua opinião sobre o estilo musical e suas influências na música

contemporânea.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação

As produções dos alunos, na forma de cartazes, poderão ser avaliadas.

Possíveis critérios a nortearem a avaliação do professor podem ser: capacidade de

síntese e organização das ideias, envolvimento com as atividades e cooperação dos

com colegas.

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Atividade 5 - Conhecendo a história de Billie Holiday

Número de aulas previstas: 4h/a

Objetivo

Apresentar aos alunos a diva negra norte-americana, Billie Holliday, sua

história, discografia e a forma como contribuiu para a difusão do Blues e do Jazz

pelo mundo.

Figura 5 – Billie Holliday

Fonte: Google Images (2013)

Desenvolvimento

Os alunos deverão pesquisar em sites12 sobre a biografia de Billie Holliday,

conhecendo sua história dramática e a forma como transformou sua vida com a

música.

12

http://www.velhosamigos.com.br/horamusica/musica62.html

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Em seguida, os alunos terão a oportunidade de conhecer e apreciar as

diferentes fases da cantora, a partir de vídeos13 mostrados em sala de aula;

momento em que poderão conhecer a versatilidade da cantora. Nesses exercícios

os alunos exercitarão o listening.

Com base no conteúdo trabalhado e nos achados na pesquisa, os alunos

deverão sintetizar as informações sobre a vida da cantora, as diferentes fases pelas

quais passou e as experiências que marcaram sua interpretação e seleção de

repertório e produzir um esquema por escrito com esses dados.

Dados da cantora Billie Holiday

Infância

Nascida Eleanora Fagan Gough, em 7 de abril de 1915, em Filadélfia, Pensilvânia, foi

criada em Baltimore por pais adolescentes1 . Quando nasceu, seu pai, Clarence

Holiday, tinha quinze anos de idade e sua mãe, Sarah Fagan, apenas treze. Seu

pai,guitarrista e banjoista, abandonou a família quando Billie ainda era bebê,

seguindo viagem com uma banda de jazz. Sua mãe, também inexperiente,

frequentemente a deixava com familiares, ela teve uma infância difícil.

Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os sofrimentos possíveis.

Aos dez anos foi violentada sexualmente por um vizinho, e internada numa casa de

correção para meninas vítimas de abuso. Aos doze, trabalhava lavando o chão

de prostíbulos. Aos quatorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu

na prostituição.

Carreira

Sua vida como cantora começou em 1930. Estando mãe e filha ameaçadas de

despejo por falta de pagamento de sua moradia, Billie sai à rua em desespero, na

busca de algum dinheiro. Entrando em um bar do Harlem, ofereceu-se como

dançarina, mostrando-se um desastre. Penalizado, o pianista perguntou-lhe se sabia

cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Billie_Holiday

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Billie nunca teve educação formal de música e seu aprendizado se deu

ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong. Após três anos cantando em diversas

casas, atraiu a atenção do crítico John Hammond, através de quem ela gravou seu

primeiro disco, com a big band de Benny Goodman. Era o real início de sua carreira.

Começou a cantar em casas noturnas do Harlem (Nova York), onde adotou seu

nome artístico.

Cantou com as big bands de Artie Shaw e Count Basie. E foi uma das

primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, em uma época de

segregação racial nos Estados Unidos (anos 1930). Consagrou-se apresentando-se

com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao

lado de Louis Armstrong. Billie Holiday foi uma das mais comoventes cantoras de

jazz de sua época. Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, Sua dicção, seu

fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de

emoção, a aproximaram do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos,

gravou cerca de cinquenta canções, repletas de swing e cumplicidade. Lester

Young foi quem lhe apelidou "Lady Day". A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie

Holiday, sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, o

que se refletia em sua voz.

Pouco antes de sua morte por overdose de drogas, Billie Holiday publicou sua

autobiografia em 1956, Lady Sings the Blues, a partir da qual foi feito um filme,

em 1972, tendo Diana Ross no papel principal.

No início de 1959, Billie soube que tinha cirrose hepática. O médico disse-lhe para

parar de beber, o que fez por pouco tempo, mas logo voltou a beber pesado. Em

maio, havia perdido quase dez quilos. Seus amigos Leonard Feather, Joe Glaser e

Allan Morrison tentaram levá-la para um hospital, mas ela descartou-os.

Em 31 de maio de 1959, Billie foi levada para o Hospital Metropolitano, em

Nova York, com problemas hepáticos e cardíacos. Recebeu voz de prisão por posse

de drogas enquanto estava no hospital, morrendo, sendo seu quarto invadido pelas

autoridades. Policiais ficaram de guarda na porta de seu quarto. Billie Holiday

permaneceu sob guarda da polícia no hospital até que morreu de edema pulmonar e

insuficiência cardíaca causada por cirrose hepática, em 17 de julho de 1959.

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Nos últimos anos de vida, havia sido progressivamente enganada nos seus

ganhos e morreu com 70 centavos de dólar no banco e 750 dólares (pagos por um

tablóide) por um artigo sobre sua pessoa. A cerimônia fúnebre foi realizado na Igreja

de São Paulo Apóstolo, em Nova York. Gilbert Millstein, do jornal The New York

Times, que tinha sido o narrador dos shows de Billie Holiday no Carnegie Hall, em

1956, e escrito parte da contracapa do álbum O Essencial de Billie Holiday,

descreveu a morte dela na contracapa do mesmo álbum, relançado em 1961:

"Billie Holiday morreu no Hospital Metropolitano, em Nova York, na sexta-feira, 17 de

julho de 1959, na cama em que havia sido presa pouco mais de um mês antes, já

mortalmente doente, por posse ilegal de narcóticos; no quarto de onde um policial

havia se retirado - por ordem judicial - apenas algumas horas antes de sua morte,

que, como sua vida, foi desordenada e lamentável. Havia sido belíssima, mas

desgastou-se fisicamente a uma reduzida e grotesca caricatura de si mesma. Os

vermes de todos os tipos de excesso - drogas eram apenas um - tinham-na

devorado. A probabilidade existe de que - entre os últimos pensamentos desta

mulher cínica, sentimental, profana, generosa e muito talentosa de 44 anos - estava

a crença de que seria acusada na manhã seguinte. Ela teria sido, eventualmente,

embora talvez não tão rapidamente. Em qualquer caso, ela retirou-se, finalmente, da

jurisdição de qualquer tribunal terreno."

Encontra-se sepultada no Saint Raymonds Cemetery New, Bronx, Nova

Iorque nos Estados Unidos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Billie_Holiday

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Data singer Billie Holiday

Childhood

Born Eleanora Fagan Gough on April 7, 1915 in Philadelphia , Pennsylvania,

was founded in Baltimore by parents adolescents1. When he was born, his father,

Clarence Holiday, was fifteen years old and his mother, Sarah Fagan, only thirteen .

His father, guitarist and banjoista, abandoned the family when Billie was a baby,

following trip with a jazz band. His mother, too inexperienced, often made her family,

she had a difficult childhood.

Poor black American girl, Billie went through all possible sufferings. At age

ten she was sexually abused by a neighbor, and interned in a house of correction for

abused girls. At twelve, worked washing the floor brothels. At fourteen, living with his

mother in New York, fell in prostitution.

Career

His life as a singer began in 1930. Mother and daughter being threatened

with eviction for nonpayment of his house, Billie goes out in despair, in search of

some money. Entering a bar in Harlem, offered himself as a dancer, being a disaster.

Penalized, the pianist asked him if he knew singing. Billie sang and left with a steady

job.

Billie never had formal music education and their learning occurred listening

to Bessie Smith and Louis Armstrong. After three years singing in various houses,

attracted the attention of the critic John Hammond, by whom she recorded her first

album , with the Benny Goodman big band . Was the real beginning of his career. He

began singing in nightclubs in Harlem (New York) , where he adopted his stage

name .

Sang with the big bands of Artie Shaw and Count Basie. And it was one of

the first black to sing with a band of white at a time of racial segregation in the United

States (1930). Devoted himself performing with the orchestras of Duke Ellington,

Teddy Wilson, Count Basie and Artie Shaw, Louis Armstrong and side door. Billie

Holiday was one of the most poignant jazz singers of his time. With an ethereal, soft

and slightly raspy voice, his diction, his phrasing, the sensuality of the flower voice,

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expressing incredible depth of emotion, approached the style of Lester Young, who,

in four years, recorded around fifty songs, full swing and complicity. Lester Young

was the one who dubbed her "Lady Day". In 1940, despite the success, Billie

Holiday, succumbed to alcohol and drugs , through moments of depression, which

was reflected in his voice .

Shortly before his death by drug overdose, Billie Holiday in 1956 published

her autobiography, Lady Sings the Blues, from which was made into a film in 1972,

with Diana Ross in the lead role.

In early 1959, Billie knew he had liver cirrhosis. The doctor told him to stop

drinking, which made for a short time, but soon returned to heavy drinking. In May,

he had lost almost ten pounds. Your friends Leonard Feather, Joe Glaser and Allan

Morrison tried to get her to a hospital, but she dismissed them.

On May 31, 1959, Billie was taken to Metropolitan Hospital in New York, with

liver and heart problems. Received under arrest for possession of drugs while in the

hospital, dying, being her room invaded by the authorities. Police officers stood guard

at the door of your room. Billie Holiday remained under police guard at the hospital

until he died of pulmonary edema and heart failure caused by cirrhosis on July 17,

1959.

In recent years, had been progressively cheated on your winnings and died

with 70 cents in the bank and $ 750 (paid by a tabloid ) for an article about his person

. The funeral was held at St. Paul the Apostle in New York. Gilbert Millstein of The

New York Times, who had been the narrator of Billie Holiday Concerts at Carnegie

Hall in 1956, and written back cover of the album The Essential Billie Holiday,

described her death in the same album cover, reissued in 1961: "Billie Holiday died in

the Metropolitan Hospital in New York, on Friday, July 17, 1959, on the bed where he

had been arrested just over a month before, already mortally ill, for illegal possession

of narcotics, in Room where a police officer had retired - by court order - few hours

before his death , that, like his life, was disorderly and pitiful had been wonderful , but

it wore out physically reduced to a grotesque caricature of itself the worms of all

kinds of excess - drugs were only one - had eaten her the probability exists that -

among the last thoughts of this woman cynical, sentimental, profane, generous and

very talented 44 year old - was the belief that would be charged the next morning . It

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would have been eventually, though perhaps not as quickly in any case, she

withdrew finally from the jurisdiction of any earthly tribunal. "

It is buried in Saint Raymonds Cemetery New, Bronx, New York in the United

States. Source: http://pt.wikipedia.org/wiki/Billie_Holiday

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação

A avaliação é considerada como processo. Para essa etapa, foram

consideradas a capacidade de leitura e compreensão dos alunos das informações

passadas, além da compreensão oral das informações passadas em vídeos.

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Atividade 6 – Conhecendo a história de Ella Fitzgerald

Número de aulas previstas: 4h/a

Objetivo

Apresentar aos alunos a diva negra Ella Fitzgerald, sua história e trajetória

musical no mundo do Jazz.

Figura 6 – Ella Fitzgerald

Fonte: Google Imagens (2013)

Desenvolvimento

Os alunos deverão pesquisar em sites14 sobre a biografia de Ella Fitzgerald,

para conhecer mais sobre os 59 anos de carreira vitoriosa dessa diva na música

negra norte-americana. Em seguida, os alunos terão a oportunidade de conhecer e

14

http://www.ejazz.com.br/detalhes-artistas.asp?cd=47; http://pt.wikipedia.org/wiki/Ella_Fitzgerald; http://www.ellafitzgerald.com/

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apreciar em sala de aula, vídeos15 da cantora e suas músicas disponíveis em

diferentes sites.

A entonação vocal de Ella Fitzgerald e o ritmo musical possibilitam o exercício

de listening. Por isso, os alunos deverão procurar registrar em seus cadernos a

tradução das músicas interpretadas pela cantora, exercitando assim a ampliação do

vocabulário e a apreensão do significado das palavras presentes nas letras.

Com base no conteúdo trabalhado e nos achados na pesquisa, os alunos

deverão em grupos trocar informações sobre a vida da cantora, os prêmios que

recebeu em sua longa carreira e sobre as músicas que escolheu para seu repertório.

E, nessa mesma linha de raciocínio, deverão debater sobre a importância da cantora

para o reconhecimento do papel dos negros na sociedade americana.

As considerações emanadas dos debates deverão ser sintetizadas no

quadro de giz ou em cartazes. Com base nessas considerações e na aprendizagem

decorrente das atividades, os alunos deverão produzir textos individuais sobre o

tema, e sobre os aspectos da pesquisa que julgaram mais interessantes.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação

As produções escritas dos alunos poderão ser consideradas pelo professor

como instrumentos para possível avaliação da capacidade de síntese e

apresentação de informações.

15

http://www.youtube.com/watch?v=u2bigf337aU; http://www.youtube.com/watch?v=ySszeu4H4QI; https://www.google.com.br/search?q=elaa+fitzgerald&oq=elaa+fitzgerald&aqs=chrome..69i57j0l5.7647j0j7&sourceid=chrome&espv=210&es_sm=93&ie=UTF-8#es_sm=93&espv=210&q=ella+fitzgerald+i+ve+got+you+under+my+skin&stick=H4sIAAAAAAAAAGOovnz8BQMDgy4HsxCHfq6-QYplRaESF4iVZmKQk5euJehbWpyZ7FhUkllcEpIfnJ-X7sAQ-97o2Qpvm2WdJ98vmeh1h_HAcca9ALCeZmBKAAAA

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Atividade 7 – Explorando o repertório de Billie Holliday e Ella Fitzgerald

Número de aulas previstas: 12h/a

Objetivo

Proporcionar situações de ensino e aprendizagem da Língua Inglesa,

notadamente no que se refere à listening, a partir de músicas interpretadas pelas

divas negras americanas.

Desenvolvimento

Os alunos deverão pesquisar em sites16 sobre a discografia de Billie Holiday

e de Ella Fitzgerald.

QUADRO 1- MÚSICAS DAS DIVAS NEGRAS PARA TRABALHAR EM SALA DE AULA

Canções de Billie Holliday Canções de Ella Fitezgerald

1. East of the Sun

2. I Only Have Eyes for You

3. If the Moon Turns Green

4. Remember

5. Autumn in New York

6. My Man

Fonte: Link: http://www.vagalume.com.br/billie-holiday/discografia/#ixzz2lOcJJT1n

Mack the Knife (Die Moritat Von Mackie Messer)

You'll Never Know

How High the Moon

Oh! Lady Be Good

Body and Soul

I Can't Give You Anything But Love

Fonte: Link: http://www.vagalume.com.br/ella-fitzgerald/discografia/#ixzz2lOeN3G70

FONTE: vagalume.com.br (2013)

No desenvolvimento das atividades em sala de aula, os alunos deverão ouvir

atentamente as músicas mostradas pelo professor (seguindo o link presente em

casa título no Quadro 1 – Músicas das Divas negras para trabalhar em sala de aula),

16

http://www.vagalume.com.br/billie-holiday/discografia/; http://www.vagalume.com.br/billie-holiday/discografia/#ixzz2lOcJJT1n; http://www.vagalume.com.br/ella-fitzgerald/discografia/

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e a partir disso, procurar realizar a tradução dos textos de acordo com sua

interpretação.

Os resultados deverão ser debatidos pelo grupo, buscando o consenso

acerca das diferenças estruturais do texto na tradução para a Língua Portuguesa; os

resultados desse exercício de reflexão e argumentação subsidiarão elementos para

a produção textual definitiva.

Também deverão ser debatidos os temas abordados nas músicas e, sobre

esse aspecto, os alunos deverão produzir textos com a sua percepção pessoal.

Materiais

CD player, TV-pendrive; notebook; Laboratório de Informática.

Avaliação

Por ser este um momento de síntese das discussões que permearam o trabalho

todo, é possível para o professor considerar este momento como o grande momento

em que verificará o que foi aprendido sobre as divas negras e os estilos musicais por

elas interpretados. Uma proposta seria a apresentação de informações sobre ambas

em um grande pôster a ser organizado pelos alunos em pequenos grupos. Estes

pôsteres poderiam ficar disponíveis nos corredores da escola para socializar

conhecimento.

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