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PAULINAS 1 ROMANOS, CORÍNTIOS E GÁLATAS Sapiranga 2020

PAULINAS 1 · Composição do Grau Final: A nota final é descrita de zero (0.0) a dez (10), sendo a média ... Esse estilo literário que foi utilizado amplamente pelos escritores

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PAULINAS 1 ROMANOS, CORÍNTIOS E GÁLATAS

Sapiranga

2020

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SUMÁRIO

INFORMAÇÕES DA DISCIPLINA ...................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ÀS EPÍSTOLAS PAULINAS ..................................................................... 4

1 EPÍSTOLA AOS ROMANOS .............................................................................................. 5

1.1 Tema .................................................................................................................................... 5

1.2 Autor .................................................................................................................................... 5

1.3 Esboço .................................................................................................................................. 5

1.4 Contexto Histórico .............................................................................................................. 5

1.5 Destaques e Curiosidades ................................................................................................... 6

1.6 Principais Aspectos de Romanos ....................................................................................... 7

2 PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS .................................................................... 11

2.1 Tema .................................................................................................................................. 11

2.2 Autor .................................................................................................................................. 11

2.3 Esboço ................................................................................................................................ 11

2.4 Contexto Histórico ............................................................................................................ 11

2.5 Destaques e Curiosidades ................................................................................................. 12

2.6 Principais Aspectos de 1 Coríntios .................................................................................. 13

3 SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS ..................................................................... 17

3.1 Tema .................................................................................................................................. 17

3.2 Autor .................................................................................................................................. 17

3.3 Esboço ................................................................................................................................ 17

3.4 Contexto Histórico ............................................................................................................ 17

3.5 Destaques e Curiosidades ................................................................................................. 18

3.6 Principais Aspectos de 2 Coríntios .................................................................................. 18

4 EPÍSTOLA AOS GÁLATAS ............................................................................................. 21

4.1 Tema .................................................................................................................................. 21

4.2 Autor .................................................................................................................................. 21

4.3 Esboço ................................................................................................................................ 21

4.4 Contexto Histórico ............................................................................................................ 21

4.5 Destaques e Curiosidades ................................................................................................. 22

4.6 Principais Aspectos de Gálatas ........................................................................................ 22

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 26

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INFORMAÇÕES DA DISCIPLINA

Curso: Panorama Bíblico

Disciplina: Paulinas 1

Categoria: Presencial

Carga Horária: 08h

Polo e Local: Polo 1/Sapiranga - Igreja Assembleia de Deus Vida Nova

Data de início: 10 de fevereiro de 2020.

Dia e Horário: Segundas-feiras, das 19h30 às 21h30.

Investimento: Mensalidade - individual R$ 35,00; casal R$ 60,00.

Método Avaliativo: Aplicação de no mínimo uma atividade avaliativa que poderá ter caráter

objetivo ou dissertativo (prova, trabalho ou apresentação – individual ou em grupo). O

Professor Responsável pela disciplina tem autonomia para utilizar de critérios como:

participação, pontualidade, presença e outros, para aumento ou diminuição do Grau Final.

Composição do Grau Final: A nota final é descrita de zero (0.0) a dez (10), sendo a média

mínima para aprovação a nota seis (6.0).

Assiduidade: Presença mínima de 06h.

Ementa: Exame historiográfico e temático do conteúdo canônico das Epístolas aos Romanos,

aos Coríntios (1 e 2) e aos Gálatas, com ênfase na abordagem expositiva e exegética do texto,

destacando pontos como autoria, conteúdo, datação, homilética, teologia, etc.

Professor Responsável: Fernando Cunha

Equipe Pedagógica

IBS - Instituto Bíblico Sapiranguense

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INTRODUÇÃO ÀS EPÍSTOLAS PAULINAS

Dos vinte e sete livros que compõem o Cânon do Novo Testamento, vinte e um são

espécies de “cartas” escritas as Igrejas (e.g., Romanos, Filipenses, etc.) ou a indivíduos

específicos (e.g., Timóteo, Tito e Filemom), fazendo deste modo com que a Nova Aliança fosse

majoritariamente registrada através de um modelo literário que já era consagrado no mundo

greco-romano.

Esse estilo literário que foi utilizado amplamente pelos escritores bíblicos do Novo

Testamento, também por meio destes, passou por algumas modificações que visavam readaptar

esse sistema de escrita as novas funções e convenções que o cristianismo com sua Boa-Nova

procurava anunciar. Esse tipo e formato de escrita, também chamada de epistolar/epístola (gr.

ἐπιστολή) – uma forma de carta estruturada, que normalmente apresentava uma abertura

(saudante), um corpo (assunto geral ou especifico) e uma conclusão (despedimento e votos) –,

veio a ser uma “marca” do cenário cristão, tornando-se um vocábulo que na contemporaneidade

se configura como uma terminologia de uso quase que exclusivamente do meio bíblico-

teológico.

Quando tratamos especificamente sobre as Epístolas escritas pelo Apóstolo Paulo,

abordamos sobre aquele (autor) que é o escritor epistolar por excelência do Novo Testamento;

Paulo, utiliza-se apenas desse modelo literário, são treze obras escritas, treze Epístolas – oito

locais, uma regional e três pessoais.

Quando analisamos o ministério apostólico de Paulo compreendemos que devido ao

seu trabalho missionário, houve a necessidade de se manter um serviço de apoio, ensino e

supervisão junto as comunidades que por ele foram geradas. Diante desta realidade, Paulo opta

por escrever “cartas” a estas congregações, na tentativa de estabelecer e manter esse

relacionamento de fé.

Deste modo, as Epístolas Paulinas nos permitem concluir que cada um destes escritos

procurava estabelecer junto as novas comunidades, os critérios e elementos da doutrina de

Cristo. Suas “cartas” não eram simplesmente uma forma de contato entre amigos ou iguais, mas

muito mais do que isto, eram escritos motivados por questões específicas e pertinentes que

necessitavam à total atenção do Apóstolo, suas “cartas” não apenas serviam a Igreja como um

modelo sobre o pensamento de Paulo, mas também representavam à própria presença do

Apóstolo (2 Ts 2:15) quando este não podia estar pessoalmente com eles.

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1 EPÍSTOLA AOS ROMANOS

1.1 Tema

Justificação pela Fé e Salvação gratuita.

1.2 Autor

Foi escrita por Paulo em Corinto, entre 54 e 57 d.C., provavelmente na terceira visita

de Paulo àquela cidade (2 Co 13:1). Nesta carta, ele se declara o Apóstolo dos Gentios (1:1-5).

1.3 Esboço

• Introdução (1:1-17);

• Todos pecaram (1:18 a 3:20);

• Justificação apenas pela Fé (3:21 a 5:21);

• Praticando Justiça na Vida Cristã (6:1 a 8:39);

• Deus e Israel (9:1 a 11:36);

• Aplicações Práticas (12:1 a 15:13);

• A própria situação de Paulo (15:14-33);

• Recomendações Pessoais (16:1-24);

• Bênção (16:25-27).

1.4 Contexto Histórico

Quando Paulo escreveu a Carta aos Romanos ele ainda não tinha estado em Roma,

mas vinha pregando o evangelho desde sua conversão em 35 d.C. Durante os dez anos

anteriores, ele tinha fundado igrejas através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava

chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Em Roma, a igreja havia sido fundada por

outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu muito a respeito dos crentes de lá

(16:3-15).

É mais provável que Paulo tenha escrito Romanos enquanto estava em Corinto,

fazendo uma coleta para ajudar os cristãos necessitados de Jerusalém (15:25-28,31; 2 Co 8-9).

Ele planejou ir a Jerusalém com essa coleta, depois visitar a Igreja em Roma (1:10-11; 15:22-

24). Depois de ser revigorado e apoiado pelos cristãos de Roma, planejou viajar para a Espanha

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para pregar o Evangelho (15:24). Ele escreveu para dizer aos romanos sobre sua visita iminente.

A carta, provavelmente tenha sido entregue por Febe (16:1-2).

1.5 Destaques e Curiosidades

A cidade de Roma tinha mais de um milhão de habitantes, sendo composta, em sua

maioria, de escravos. Além de ser a maior das Epístolas de Paulo, é também a mais doutrinária

e tem sido a que mais influenciou a história da Igreja Cristã. A Carta aos Romanos é considerada

a mais profunda de todas as cartas e, segundo alguns comentaristas, o livro mais importante da

Bíblia. A carta difere das demais, pois Paulo escreveu sem ter estado em Roma (1:10,11).

É uma Epístola de cunho muito pessoal, haja vista que, na sua conclusão, Paulo saúda

várias pessoas, chamando-as pelo nome. Isto pode indicar que havia em Roma vários cristãos

que, talvez, tenham sido levados como escravos para lá, vindo de diversas igrejas que Paulo

fundara. Talvez isto explique como a Igreja de Roma começou.

A Epístola aos Romanos se parece com uma cena de tribunal, mostrando Deus como

Supremo Juiz, julgando a humanidade. Mostra como a salvação é efetuada em três tempos

diferentes. No passado, somos salvos da condenação do pecado (Justificação); no presente

estamos sendo salvos do poder do pecado (Santificação) e no futuro seremos salvos da presença

do pecado (Glorificação).

A palavra Justificação (gr. Δικαιóω) é de uso forense, isto é, utilizada nos julgamentos.

Do ponto de vista dos Romanos, mostra nossa posição em Cristo, coisa que deve vir

acompanhada também por um comportamento adequado. Posição e procedimento são os dois

passos a serem dados concomitantemente.

Ao desenvolver o tema de que a pessoa é declarada justa pela fé, Paulo usa o termo

“justo” cinquenta e cinco vezes, em todas as suas cartas, e ele é encontrado mais vezes, no livro

de Romanos, do que em qualquer outro livro do Novo Testamento. O termo relacionado,

“justiça”, também aparece proporcionalmente muito mais vezes em Romanos, do que em

qualquer outro livro da Bíblia inteira.

Sete destaques principais caracterizam esta carta:

I. Romanos é a mais sistemática Epístola de Paulo. É a Epístola teológica por

excelência do Novo Testamento;

II. Paulo escreve num estilo doutrinário, é um diálogo, onde ele pergunta e

automaticamente responde, expondo a verdade;

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III. O Antigo Testamento é amplamente usado como autoridade bíblica para

apresentar a verdadeira natureza do Evangelho;

IV. “A Justiça de Deus” é apresentada como revelação fundamental, Deus restaura

e ordena a situação do homem decaído através de Cristo;

V. A natureza dupla do pecado é focada, bem como a provisão de Deus em Cristo

para cada aspecto: primeiro, o pecado como uma transgressão pessoal; e segundo, o pecado

como um princípio ou lei. A tendência natural e inerente para pecar, existente no coração de

toda pessoa, desde a queda de Adão, é posta em evidência sem apelos ou duplicidades;

VI. O capítulo 8 é o mais longo e detalhado da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo

na vida do discípulo de Cristo;

VII. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo

pelos judeus (excetuando-se um remanescente), bem como o Plano Divino Redentor para toda

a humanidade, alcançando por fim também aos judeus.

1.6 Principais Aspectos de Romanos

Poderíamos dizer que a Carta de Romanos tem como primazia ensinar, pois é uma

carta didática. Encontramos nela a base da doutrina cristã de forma sistemática. Nesta carta,

Paulo apresentou novas revelações, profundos conceitos, como a doutrina da transformação dos

cristãos segundo a imagem de Jesus Cristo e a herança que possuem Nele: “Se habita em vós o

Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo

Jesus dentre os mortos, vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que

em vós habita” (Rm 8:11).

O tema doutrinal global que Paulo procura demonstrar é que Deus é Justo. Apesar de

tudo que aconteceu neste mundo – mesmo que todos os seres humanos sejam pecadores (1:18

a 3:20); mesmo que Deus não puna, mas perdoe os pecadores culpados (3:21 a 5:21); mesmo

que os crentes possam não viver completamente de uma maneira coerente com a justiça de Deus

(6:1 a 8:17); mesmo que os crentes sofram e a redenção final retarde (8:18-39); mesmo que os

muitos judeus não creiam (9:1 a 11:36) - ainda assim Deus é perfeitamente Justo e nos perdoou

através de sua graça. Devido a essa grande misericórdia, de um Deus tão justo, devemos seguir

um modelo de vida coerente com a própria justiça de Deus (12:1 a 16:27).

Em vista do resgate provido por Jesus Cristo, os judeus e os gentios estavam em

situação igual perante Deus, e, por exercerem fé em Jesus Cristo, seriam declarados justos por

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Deus. Os judeus não mais estavam em servidão à Lei, e os gentios convertidos ao cristianismo

não precisavam ser circuncidados para se tornar servos do Criador (1:9, 17; 3:20-30).

A Carta aos Romanos começa falando a respeito da natureza pecaminosa do homem

(caps. 1 a 3), e das consequências desta natureza na vida diária (caps. 4 a 8). Os capítulos 9 a

11 constituem uma seção inteiramente distinta do restante desta carta, pois apresentam o

passado, o presente e o futuro de Israel. Nestes capítulos, o Apóstolo Paulo traz uma certa

esperança à nação de Israel no sentido de que o Evangelho deve ser pregado a eles, mesmo que

tenham rejeitado ao Messias. Paulo deixa claro que Deus, no seu poder, tem um propósito em

relação à nação de judaica (9:1-5 e 4:13).

Nesta carta, Paulo demonstra não só seu cordial amor pelos seus irmãos em Roma,

mas também boa sensibilidade. Por exemplo, depois de enfatizar que, perante Deus, o que conta

é a circuncisão do coração em vez de a circuncisão da carne — um ponto que alguns cristãos

judaicos acharam difícil de aceitar — ele então observa que, não obstante, os judeus eram

favorecidos pelo Senhor lhes ter confiado os “oráculos de Deus”, quer dizer, as Escrituras (2:28

a 3:2).

Paulo começa por dizer que ele é Apóstolo do Evangelho, que não se envergonha disso

e que o Justo viverá em razão da fé (1:1, 16,17). Estas boas novas oferecem a esperança da vida

eterna aos que se empenham em fazer o bem. Por isso, os gentios, embora não possuindo uma

declaração das leis de Deus, tinham uma lei inscrita no seu coração (2:7-16).

Todos os homens nascem pecadores, e, sendo assim, ninguém pode ser declarado justo

pela Lei; antes, esta salienta a imperfeição e a pecaminosidade do homem. A parte da Lei, Deus

tornou a justiça disponível pela fé no sacrifício de Jesus Cristo, não se admitindo assim nenhum

motivo para orgulho. Para mostrar a superioridade da fé sobre as obras da Lei, Paulo menciona

que Abraão foi declarado justo por causa de sua fé, mesmo já antes de ser circuncidado (4:1-

22).

Paulo passa a mostrar quão grande é o amor expresso por Deus ao dar seu Filho, a fim

de que morresse por nós, enquanto ainda éramos pecadores. Assim como o pecado e a morte

sobrevieram a todos os homens por causa da desobediência de um só homem, Adão, assim

também, pela obediência de um só homem, Jesus Cristo, muitos se tornarão justos e ganharão

a vida (5:12; 6:23).

Portanto, todos os que estão em união com Cristo, quer judeus, quer gentios, estão

livres da condenação.

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Paulo enfatiza muito a importância da fé para se obter a salvação. Os que invocam o

nome do Senhor serão salvos, mas como poderão invocar aquele de quem não ouviram falar, e

como ouvirão, a menos que alguém pregue a eles?

Na sua Carta aos Romanos, Paulo dá muita admoestação e encorajamento. Ele não é

do tipo que considera amplamente assuntos doutrinais sem abordar questões de conduta. Por

exemplo, no capítulo um ele fala sobre o furor de Deus contra homens ímpios, que são

inescusáveis, uma vez que as qualidades de Deus podem ser vistas na criação. Contudo, apesar

disso, eles persistem em adorar criaturas, em vez de o Criador, e entregam-se a toda sorte de

imoralidade, merecendo por isso a destruição.

No capítulo dois, Paulo nos adverte contra julgarmos outros, enquanto nós mesmos

fazemos as mesmas coisas pelas quais os julgamos. Aconselha também contra pregarmos que

outros deviam guardar os mandamentos de Deus, quando, ao mesmo tempo, nós os violamos.

Daí, no capítulo cinco, ele nos encoraja a exultar em tribulação, visto que isso nos leva a uma

condição aprovada, a qual, por sua vez, conduz à esperança e à confiança. Visto que Cristo

morreu por nós, devemos estar mortos para com o pecado e agora “apresentar nossos membros

como escravos à justiça, visando à santidade” (6:1-23).

Em continuação, Paulo mostra que devemos cuidar das coisas do Espírito, que

significam vida, e que o Espírito de Deus dá testemunho aos que são seus filhos espirituais, de

que realmente os são. Deus atua em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, e, por

isso, “se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Sim, o amor de Deus é tão forte, que nenhum

poder no céu ou na terra, passado ou futuro, nos pode separar deste amor (Capítulo 8). No

capítulo dez, ele enfatiza que precisamos tanto crer no coração, como fazer confissão com os

lábios, para obter a salvação.

Dos capítulos 12 a 15, o autor apresenta a conduta cristã ideal. Aquele que foi

justificado é levado a viver uma vida justa e santa. Nestes capítulos, Paulo nos leva a entender

a praticidade do cristianismo. No capítulo 12, ele nos exorta a transformar nossa mente, para

poder servir a Deus de modo aceitável, e a ter terna afeição uns para com os outros.

Daí, no capítulo treze, Paulo apresenta motivos fortes para se obedecer às autoridades

seculares, tais como no pagamento de impostos. Adverte novamente contra alguém julgar os

outros, esta vez com respeito a alimentos; pois o Reino de Deus não significa comer e beber.

Antes, devemos preocupar-nos em fazer o que é direito e viver em paz entre nós. Somos fortes?

Então suportemos com paciência aqueles cuja consciência é fraca. Além disso, ele nos faz

lembrar que a Palavra de Deus foi registrada para nossa instrução, a fim de que, pelo seu consolo

e por nossa perseverança, tivéssemos esperança (15:1-4).

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E, ao final, ele adverte contra homens egoístas, que gostariam de causar divisões, e

aconselha-nos a ser sábios quanto ao que é bom, mas inocentes quanto ao que é mau. Paulo

então conclui a carta com saudações pessoais e bênçãos.

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2 PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS

2.1 Tema

Fazermos todas as coisas para a Glória de Deus.

2.2 Autor

Apóstolo Paulo, provavelmente foi escrita perto do fim da sua estada em Éfeso por

volta de 56 d.C.

2.3 Esboço

• Exortação à União (1:1 a 4:21);

• Manter a Congregação moralmente Limpa (5:1 a 6:20);

• Conselho a respeito do Casamento e do estado de Solteiro (7:1-40);

• Consideração para com o Bem-estar Espiritual dos outros (8:1 a 10:33);

• Ordem Congregacional (11:1 a 14:40);

• Certeza da Esperança da Ressurreição (15:1 a 16:24).

2.4 Contexto Histórico

A Igreja de Corinto apresentava vários problemas, tais como: imoralidades, idolatrias,

divisões e outras. Era uma igreja jovem dentro de uma cidade que era considerada um dos

principais centros comerciais daquele período histórico, sendo também um local famoso pela

sua libertinagem e licenciosidade. Era realmente um desafio para aquela igreja a vivência e a

proclamação do Evangelho. Diante de fatos como estes é que, nesta carta, Paulo instrui e exorta

sobre questões importantes da fé e da postura cristãs.

Durante o ministério de três anos em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At

19), ele recebeu relatórios perturbadores sobre a complacência moral existente entre os crentes

de Corinto. Para remediar a situação, ele enviou uma Carta à Igreja (5:9-11), que depois se

perdeu. Pouco depois, uma delegação enviada por Cloe, membro da Igreja em Corinto fez um

relato a Paulo sobre a existência das facções divisórias na Igreja. Antes que pudesse escrever

uma carta corretiva, chegou outra delegação de Corinto com uma carta fazendo-lhe certas

perguntas (7:1; 16:17). Paulo enviou imediatamente Timóteo a Corinto (4:17). Então, ele

escreveu a carta que conhecemos como 1 Coríntios, esperando que ela chegasse a Corinto antes

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de Timóteo (16:10). Visto que Paulo, aparentemente, escreveu a carta próximo ao fim do seu

ministério em Éfeso (16:8) ela pode ser datada em cerca de 56 d.C.

A carta revela alguns problemas culturais gregos típicos dos dias de Paulo, incluindo

a grande imoralidade sexual da cidade de Corinto. Os gregos eram conhecidos por sua idolatria,

filosofias divisórias, espírito de litígio e rejeição de uma ressurreição física. A cidade era infame

pela sua sensualidade e prostituição sagrada. Mesmo seu nome tornou-se um provérbio notório:

“Corintizar” significava praticar prostituição. A principal divindade da cidade era Afrodite

(Vênus em Roma), deusa do amor licencioso, e milhares de prostitutas profissionais serviam

no templo dedicado à sua adoração. O espírito da cidade apareceu na igreja e explica o tipo de

problemas que as pessoas enfrentavam.

Também revela alguns dos problemas que os antigos pagãos tinham com experiências

religiosas anteriores à experiência com o Espírito Santo. Eles podem ter associado algumas das

extravagâncias frenéticas do paganismo com o exercício de dons espirituais (12:2).

2.5 Destaques e Curiosidades

Em conteúdo e estilo, a Carta de 1 Coríntios é a mais variada de todas as Cartas

Paulinas, pois aborda sobre vários assuntos. Esta carta trata de condutas éticas, principalmente

na vida diária daqueles cristãos.

Cloe e outros escreveram para Paulo relatando a situação da Igreja (1:11). Paulo

escreve para responder as perguntas e para tratar dos problemas. Tinha como meta instruir,

orientar e corrigir.

A Cruz de Cristo é um escândalo para os judeus, loucura para os gentios e salvação

para o que crê. Não existe mensagem cristã sem cruz. Na cruz se morre e se vive (Gl 6:14 e 1

Co 1:2).

No Velho Testamento Deus tinha um templo para o seu povo, agora Ele tem um povo

para ser seu templo: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que

está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (6:19).

É bom destacar que não podemos confundir liberdade cristã com libertinagem! Nossa

liberdade não nos dá o direito de machucar pessoas de forma insensível (10:23-29).

Uma definição do Evangelho está em 15:3,4. Cristo morreu pelos nossos pecados,

segundo as Escrituras, foi sepultado e ao terceiro dia ressurgiu. Isto significa que se pregarmos

algo diferente disto, não pregaremos o Evangelho Autêntico.

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Há um relato das aparições de Cristo após a sua ressurreição em 15:3-8. Foi, sem

dúvida, um acontecimento bem documentado.

Primeira Coríntios é uma das Cartas Paulinas mais práticas.

Cinco são os destaques principais desta carta:

I. De todo Novo testamento é a carta que mais trata de problemas. Ao analisar

vários assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes, sendo

cada um deles universalmente aplicados à Igreja (1:10; 6:17,20; 9:24-27; 14:1-10);

II. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como Corpo de Cristo,

destaque este que ganha ênfase em assuntos como divisões, Ceia do Senhor e Dons Espirituais;

III. Esta carta contém o mais amplo ensino do Novo Testamento sobre assuntos

vitais do Cristianismo, tais como: o celibato, casamento, Ceia do Senhor, línguas estranhas,

profecia, dons espirituais, amor cristão e a ressurreição dos crentes;

IV. A carta é de valor incalculável para o Ministério Pastoral, no tocante a disciplina

eclesiástica;

V. Salienta a possibilidade indubitável de decair da fé, aqueles que persistem em

uma conduta ímpia diante da Palavra de Deus (6:9,10; 9:24-27; 10:5-12, 20,21; 15:1,2).

2.6 Principais Aspectos de 1 Coríntios

A carta consiste na resposta de Paulo a dez problemas separados: Um espírito sectário,

incesto, processos, fornicação, casamento e divórcio, ingestão de alimentos oferecidos a ídolos,

uso do véu, a Ceia do Senhor, dons espirituais e a ressurreição do corpo.

Quanto amor sentia Paulo por aqueles crentes a quem levara primeiro as boas novas a

respeito de Cristo! Por carta, ele lhes lembrou o vínculo espiritual que os unia, dizendo:

“Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos

pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (4:15).

A profunda preocupação de Paulo pelo bem-estar espiritual deles fez com que se

sentisse compelido a escrever a sua Primeira Carta aos cristãos Coríntios, no decorrer de sua

terceira viagem missionária. Alguns anos haviam passado desde sua estada em Corinto. Parece

que recebera uma carta da relativamente nova congregação de Corinto, e era preciso dar uma

resposta. Além disso, relatos alarmantes haviam chegado a Paulo (7:1; 1:11; 5:1; 11:18). Tão

inquietantes eram estes que o Apóstolo nem mesmo se referiu às perguntas da carta deles senão

no primeiro versículo do capítulo 7 de sua carta. Foram especialmente esses relatos, que Paulo

recebera, que fizeram com que ele se sentisse compelido a escrever a seus irmãos em Corinto.

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A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios nos dá oportunidade de olhar dentro da própria

congregação coríntia. Estes cristãos tinham problemas a enfrentar e questões a resolver. Havia

divisões dentro da congregação, porque alguns seguiam a homens. Surgiu um caso chocante de

imoralidade sexual. Alguns viviam em lares divididos quanto à religião. Deveriam permanecer

com seu cônjuge descrente ou separar-se? E que dizer de comer carne sacrificada a ídolos?

Podiam comer de tal carne? Os Coríntios precisavam ser aconselhados sobre a maneira de

dirigir suas reuniões, incluindo-se a celebração da Ceia do Senhor. Qual devia ser a posição das

mulheres na congregação? Além disso, havia também no meio deles os que negavam a

ressurreição. Os problemas eram muitos. O Apóstolo estava, porém, especialmente interessado

em restabelecer a saúde espiritual dos Coríntios.

Paulo escreveu, de Éfeso, por volta do ano 56 d.C., sua Primeira Carta aos Coríntios,

mas nós também podemos tirar proveito dela nos apropriando dos valores nela apresentados,

tais como:

• União e pureza moral são vitais: se “fizermos todas as coisas para a glória de

Deus”, não seguiremos a ninguém que procure causar divisão na congregação - um dos

problemas que os Coríntios enfrentavam (1:1 a 4:21). Paulo exortou-os a “falar de acordo e a

estar unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar”. Haverá união se seguirmos esse

conselho e cultivarmos qualidades espirituais. Em vez de nos orgulharmos de algum humano

pecador, devemos lembrar-nos que, embora “plantemos e reguemos, Deus é quem dá o

crescimento” espiritualmente. Os orgulhosos em Corinto nada tinham que não haviam

recebido; portanto, jamais nos consideremos melhores do que aqueles. Esse espírito humilde

nos ajudará a promover a união. Para que a união prevaleça, os pastores espirituais têm de agir

para manter a congregação espiritualmente limpa (5:1 a 6:20). Visto que “um pouco de

fermento leveda a massa toda”, impuros, avarentos, idólatras, maldizentes, beberrões ou

roubadores têm de ser excomungados. A impureza moral, que avilta o Templo de Deus, não

pode ser tolerada entre o povo de Deus. Antes, este deve fazer coisas que glorifiquem a Deus.

• Tenha consideração pelos outros: Para “fazermos todas as coisas para a glória

de Deus”, precisamos aplicar os conselhos de Paulo sobre o casamento e o estado de solteiro

(7:1-40). Os que estão unidos em matrimônio devem render o direito conjugal com

consideração. O cristão casado não deve separar-se do cônjuge descrente, pois este poderá ser

ajudado a ganhar a salvação se permanecerem juntos. Ao passo que o casamento resulta em

aumentada ansiedade, o estado de solteiro pode ser proveitoso para quem deseja ajudar outros

espiritualmente, servindo ao Senhor sem distração. Mostrar consideração pelo bem-estar

espiritual de outros é o dever de todos os Coríntios, solteiros ou casados (8:1 a 10:33). Assim,

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os cristãos foram aconselhados a não fazer outros tropeçarem por comer alimentos que tivessem

sido oferecidos a ídolos. A fim de evitar impedir que outros aceitassem o Evangelho, Paulo nem

mesmo exercia seu direito de receber ajuda material. Ele também “esmurrava o seu corpo, para

que, depois de ter pregado a outros, não viesse a ser desqualificado”. Levar a sério o que

aconteceu ao pecaminoso Israel, no deserto, ajudar-nos-á a evitar a idolatria e a transgressão.

Além disso, “fazer todas as coisas para a glória de Deus” nos ajudará a evitar fazer outros

tropeçarem.

• Mostre respeito e mantenha a ordem: “Fazer todas as coisas para a glória de

Deus” requer que mostremos o devido respeito (11:1-34). A mulher cristã do primeiro século

mostrava respeito pela chefia usando uma cobertura para a cabeça ao orar ou ao profetizar na

congregação. Similar respeito pela chefia é mostrado pelas mulheres piedosas de hoje.

Ademais, para não nos tornarmos semelhantes aos Coríntios, que necessitavam de correção,

todos nós temos de mostrar respeito pela Ceia do Senhor. Para “fazermos todas as coisas para

a glória de Deus”, temos de realizar as reuniões ordeiramente (12:1 a 14:40). Quando os

primitivos cristãos se reuniam, os dons do espírito, tais como falar em línguas, deveriam ser

utilizados com respeito e apreço por sua Fonte e Propósito. Glorificamos também a Deus porque

nossas reuniões são bem organizadas, e, respeitosamente, aplicamos o conselho de Paulo: “Que

todas as coisas ocorram decentemente e por ordem”.

• Faça sempre coisas para a glória de Deus: Os conselhos de Paulo na Primeira

Carta aos Coríntios são tão proveitosos hoje como o eram no primeiro século d.C. Eles

estimulam os cristãos verdadeiros da atualidade a servirem a Deus em união, qual povo limpo.

As palavras do Apóstolo devem motivar-nos a demonstrar consideração por outros e a mostrar

o devido respeito. O que Paulo disse também pode fortalecer-nos para resistirmos à apostasia e

para nos mantermos firmes a favor da verdadeira fé. Certamente, o desejo sincero de todos os

servos fiéis a Deus é bendizê-lo, anunciar seu Reino Messiânico e glorificar Seu Santo Nome

(Sl 145:1,2,10-13).

• Destinados a morrer: Mais de uma vez em suas Cartas aos Coríntios, Paulo

aludiu à morte na arena. Por exemplo, ele escreveu: “Porque a mim me parece que Deus nos

pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos

tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens” (4:9). É possível que Paulo

tivesse em mente as exibições dos bestiários (homens que lutavam com feras) e dos gladiadores

(homens que lutavam com homens). Alguns eram pagos para lutar, mas os criminosos eram

obrigados a isso. No princípio, tinham permissão de usar armas, porém, mais tarde, esses

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prisioneiros eram levados para a arena nus, indefesos e destinados a morrer. Assim, muitos

cristãos estavam prestes a morrer em um desses espetáculos sangrentos.

• Mantenha os olhos no prêmio: Paulo usou aspectos dos antigos jogos gregos para

ilustrar pontos vitais (9:24-27). Em competições como os Jogos Ístmicos, realizados a cada dois

anos perto de Corinto, o programa consistia em corridas, pugilismo e outros eventos. Ao se

prepararem para essas competições, os corredores e os pugilistas deviam exercitar o domínio

próprio, submeter-se a uma dieta saudavelmente magra e não beber vinho por dez meses. No

entanto, em vez de uma perecível coroa de pinheiro ou de hera com que eram laureados os

vencedores dos Jogos Ístmicos, o cristão, gerado pelo Espírito Santo, luta pela coroa

incorruptível da vida imortal. Para receber esse prêmio, ele tem de manter os olhos fixos nele e

exercer o domínio próprio.

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3 SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS

3.1 Tema

A Autobiografia de Paulo.

3.2 Autor

O Apóstolo Paulo escreveu esta carta por volta do ano 56 d.C. e, provavelmente, a

escreveu em Filipos na Macedônia.

3.3 Esboço

• Saudação e Ação de Graças (1:1-11);

• Consolo: Conforto no Ministério (1:12 a 7:16);

• A Coleta: o Ministério de Ofertar (8:1 a 9:15);

• Correção: a Defesa do Ministério de Paulo (10:1 a 13:10);

• Saudações Pessoais, Admoestação e Bênção Apostólica (13:11-13).

3.4 Contexto Histórico

Em 1 Coríntios, Paulo havia instruído os cristãos de Corinto a disciplinarem um

membro que cometera incesto (1 Co 5), e a fazerem uma coleta em favor dos santos de

Jerusalém que passavam necessidade (1 Co 16:1-4). Tito apresentou um relatório bastante

encorajador a Paulo (2:14; 7:5-7). Os Coríntios tinham reagido de maneira satisfatória e

apropriada à Primeira Carta. Haviam levado a termo, com fidelidade, a disciplina necessária

(2:5-11). No entanto, Tito também informou a respeito da presença de “falsos apóstolos”

(11:13) que acusavam Paulo de andar segundo a carne (1:12,17; 10:2), de ser enganoso (2:17;

4:2; 12:16), de intimidar a Igreja com suas cartas (10:9,10), de tratar injustamente uma pessoa

ao ponto de arruinar a vida dela (7:2) e de defraudar o povo (7:2). Esses falsos mestres

provavelmente lembravam à Igreja que Paulo não havia retornado como prometera, e usavam

isso como evidência de uma vida dupla (1:15-17,23,24). Chegaram até a tentar denegrir a

imagem do Apóstolo, acusando-o de recolher as ofertas para enriquecimento próprio (7:2; 8:16-

23). Inevitavelmente as acusações fomentaram dúvidas na mente dos cristãos Coríntios a

respeito da integridade de Paulo.

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3.5 Destaques e Curiosidades

Nesta carta nós conhecemos a vida de Paulo, pois é nela que encontramos algumas das

mais profundas expressões pessoais dele. Do ponto de vista histórico ela é extremamente

importante.

É considerado como o livro mais pessoal do Novo Testamento, pois revela detalhes a

respeito do caráter e personalidade de Paulo. Esta carta fala ainda do contraste entre a Velha e

a Nova Aliança.

Nesta Segunda Carta aos Coríntios, Paulo explica porque razão escreveu a sua

chamada “Epístola Severa”, não o tendo feito apenas para dar vazão às suas indignações contra

a oposição e as falhas morais, e sim, em amor como um pai que repreende ao filho que ama:

“Isto deliberei por mim mesmo: não voltar a encontrar-me convosco em tristeza” (2:1).

O propósito do Apóstolo era reconciliar-se com aquela Igreja, o que envolvia a

valorização de sua autoridade apostólica. Enviou Timóteo e a Tito, àquela Igreja e parece que

Tito se deu melhor, pois os resultados foram mais positivos (8:6).

Cinco são os destaques principais desta Epístola:

I. É o maior relato autobiográfico de Paulo em suas cartas. Suas muitas referências

pessoais são feitas com humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, o que foi

totalmente necessário, visto a situação de Corinto;

II. Ultrapassa todas as demais Epístolas Paulinas no que trata da intensidade aos

cuidados paternos do Apóstolo por seus “filhos na fé”;

III. Esta carta contém a mais completa teologia do Novo Testamento sobre o que

tange ao sofrimento do crente (1:3-11; 4:7-18; 6:3-10; 11:23-30; 12:1-10) e, de igual modo,

sobre a contribuição cristã e semeadura financeira (caps. 8 e 9);

IV. Termos chaves, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulações,

sofrimento, consolação, jactância, verdade, ministério e glória. Estas destacam o conteúdo

incomparável desta carta, definindo uma ordem temática sobre o assunto, podendo ser intitulada

de “A Glória através do Sofrimento”;

V. Paulo termina 2 Coríntios com a única benção de caráter Triúno no Novo

testamento (13:13).

3.6 Principais Aspectos de 2 Coríntios

Havia ainda alguns assuntos na Congregação Cristã de Corinto que preocupavam o

Apóstolo Paulo. Não muitos meses haviam passado desde a escrita da Primeira Carta aos

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Coríntios. Desde então, Tito havia sido enviado a Corinto para ajudar na coleta feita ali para os

santos na Judéia e, possivelmente também, para observar a reação dos Coríntios à Primeira

Carta (8:1-6; 2:13). Como reagiram eles? Que consolo foi para Paulo saber que lhes causara

pesar e os induzira ao arrependimento! Tito voltara a Paulo em Macedônia com esta boa notícia,

e o coração do Apóstolo transbordava agora de amor pelos seus queridos irmãos Coríntios (7:5-

7; 6:11).

De modo que Paulo escreveu outra vez aos Coríntios. Esta acalentadora e poderosa

Segunda Carta foi escrita na Macedônia, e foi entregue, pelo que parece, por Tito (9:2, 4; 8:16-

18, 22-24). Um dos assuntos preocupantes que compelira Paulo a escrever era a presença, entre

os Coríntios, dos “superiores apóstolos”, aos quais ele também qualificou de “falsos apóstolos,

obreiros fraudulentos” (11:5, 13,14). O bem-estar espiritual dessa congregação relativamente

nova estava em perigo, e a autoridade de Paulo qual Apóstolo estava sendo desacreditada. A

sua Segunda Carta a Corinto preenchia, pois, uma grande necessidade.

Paulo, portanto, escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios devido à sua preocupação

com aquela Igreja (7:12). Ele desejava oferecer aos seus irmãos em Corinto mais instruções

sobre o pecador que havia se arrependido (2:5-11) e a respeito da coleta para os irmãos

necessitados em Jerusalém (9:1-5). No entanto, o principal propósito era defender seu

Ministério. Os oponentes do Apóstolo na cidade de Corinto o haviam atacado de modo ferrenho.

Ele escreveu esta carta para provar que seu Ministério era sincero e genuíno, e para assegurar

sua autoridade como Apóstolo de Cristo.

Paulo se vale ainda da doutrina para corrigir os problemas daquela congregação, como

facções que existiam e deveriam se reconciliar. Ele fala a respeito das crenças fundamentais da

fé cristã: a Trindade (1:21,22; 13:14), a Divindade (4:5), a Humanidade (8:9), a Morte (5:19,21)

e a Ressurreição de Cristo (5:15). Reafirma que todos os cristãos foram selados com o Espírito

Santo (1:22) e receberam esse Espírito como penhor (1:22; 5:5).

A Igreja de Corinto estava em Cristo (5:7), e Cristo nela (13:3,4). Todos os membros

do Corpo de Cristo ressuscitariam (4:14; 5:1-8) e seriam avaliados diante do Trono de Cristo.

Os falsos cristãos seriam envergonhados (5:3); os verdadeiros seriam recompensados (5:9,10).

Paulo revela que parte das dificuldades e divisões enfrentadas pelos Coríntios era

causada por Satanás, que cega os descrentes para que não vejam a verdade (4:4), valendo-se o

inimigo de todas as oportunidades para dividir os cristãos (2:11). É por isso que o Apóstolo

exorta os Coríntios a terem uma vida santa, arrependerem-se dos seus pecados e reconciliarem-

se uns com os outros.

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Portanto, nesta carta em que Paulo defende seu Ministério e sua autoridade, ele

defende doutrinas. Para o Apóstolo, a essência da fé cristã alcançava todas as facetas da vida, e

não era bom dar lugar a divisões e controvérsias como as que perturbavam a Congregação de

Corinto.

Alguns críticos afirmam que os capítulos 10 a 13 não faziam parte da carta original,

porque o tom deles é bastante diferente do presente nos capítulos 1 a 9. O espírito dos primeiros

nove capítulos é jubiloso, enquanto o dos últimos quatro capítulos é cheio de tristeza e

severidade. Muitos desses críticos alegam que os capítulos 10 a 13 seriam parte de uma carta

perdida, mencionada em 2 Coríntios 2:4. No entanto, os capítulos finais têm um discurso firme,

e não tristonho. Além disso, não existe manuscrito antigo algum ou autor que possa ser citado

para defender tal teoria. A diferença de tom pode dar-se devido à mudança de assunto nesses

capítulos.

Note-se que Paulo disse: “Esta é a terceira vez que estou pronto para ir ter convosco”

(12:14; 13:1). Planejara visitá-los uma segunda vez, quando escreveu a sua Primeira Carta, mas,

embora estivesse pronto, esta “segunda ocasião para alegria” não se concretizou (1 Co 16:5; 2

Co 1:15). Na realidade, Paulo havia estado ali apenas uma vez, por 18 meses, em 50-52 d.C.,

época em que foi fundada em Corinto a Congregação Cristã (At 18:1-18). Entretanto, Paulo

realizou mais tarde seu desejo de visitar Corinto mais uma vez. Enquanto se achava na Grécia

por três meses, provavelmente em 56 d.C., passou pelo menos parte desse tempo em Corinto, e

foi de lá que escreveu a sua Carta aos Romanos (Rm 16:1, 23; 1 Co 1:14).

Paulo, “uma vez que eles eram superabundantes em tudo”, incentivou os Coríntios a

“abundar em graça”. Depois de responder a opositores, ele deu este último conselho a todos:

“Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz” (8:7; 13:11).

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4 EPÍSTOLA AOS GÁLATAS

4.1 Tema

Liberdade, Lei e Graça.

4.2 Autor

O Apóstolo Paulo que a escreveu de seu próprio punho (1:1 e 6:11). A data em que

esta carta foi escrita é incerta. Acredita-se que foi entre 49 e 57 d.C. e foi endereçada à Galácia

que era uma região da Ásia Menor que compreendia várias cidades (At 13; At 14 e 16:6).

4.3 Esboço

• Introdução (1:1-9);

• Biografia: Paulo defende sua Autoridade (1:10 a 2:21);

• Doutrina: Paulo defende seu Evangelho (3:1 a 4:31);

• Prática: Paulo exorta os Gálatas (5:1 a 6:10);

• Conclusão (6:11-18).

4.4 Contexto Histórico

O nome Galácia originou-se no século III a.C., quando uma tribo de pessoas da Gália

migrou para o local. No século I d.C., o termo “Galácia” era usado geograficamente para indicar

a região centro-norte da Ásia Menor, onde os gálios tinham se estabelecido; politicamente,

designava a província romana na parte centro-sul da Ásia Menor. Paulo enviou esta carta para

as igrejas na província da Galácia, uma área que incluía as cidades de Antioquia, Icônia, Listra

e Derbe.

Atos, capítulos 13 e 14, fala da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé por

esta região, que resultou em serem organizadas as congregações da Galácia. Estas eram

compostas de uma mistura de judeus e não-judeus, incluindo sem dúvida celtas, ou gauleses.

Isto foi pouco depois da visita de Paulo a Jerusalém, por volta de 46 a.C. (At 12:25).

No ano 49 d.C., Paulo empreendeu a sua segunda viagem missionária pelo território

gálata, em companhia de Silas, o que resultou em “as igrejas serem fortalecidas na fé e em

aumentarem em número, dia a dia” (At 16:5; 15:40,41; 16:1,2). Todavia, imediatamente depois

de partirem, vieram os falsos instrutores, judaizantes, e persuadiram alguns nas congregações

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da Galácia a crer que a circuncisão e a observância da Lei de Moisés eram parte essencial do

verdadeiro cristianismo.

4.5 Destaques e Curiosidades

Há muita afinidade de Gálatas com Romanos. Lutero, o Grande Reformador, ficou

impressionado ao estudar esta carta, pois o ajudou a entender e a pregar a salvação pela fé.

O erro dos Gálatas era extremamente perigoso. Podemos afirmar que o Judaísmo foi o

berço do Cristianismo e quase tornou-se a sua sepultura.

Interessante notar que Romanos apresenta a diferença entre justificação pela fé e

justificação pelas obras. Gálatas apresenta a diferença entre a santificação pelas obras e a

santificação pela fé.

A carta descreve Paulo como “apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio

de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai”. Revela também muitos fatos sobre a

vida de Paulo e seu apostolado, provando que, como Apóstolo, trabalhava em harmonia com os

apóstolos em Jerusalém e que até mesmo exerceu a sua autoridade para corrigir outro Apóstolo,

Pedro (1:1, 13-24; 2:1-14).

Quatro são os destaques principais desta Epístola:

I. É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do Evangelho. Seu

tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (1:8,9; 5:12),

enquanto também, repreende os Gálatas por se deixar iludir tão facilmente (1:6; 3:1; 4:19,20).

Paulo jamais permitiria que houvesse distorção do Evangelho de Cristo;

II. Esta é a única Epístola de Paulo em que ele, explicitamente, se dirige a várias

Igrejas e não a uma especificamente;

III. Gálatas contém uma síntese do feitio dos crentes judaicos que se opunham à

Paulo durante todo seu Ministério.

IV. Nesta carta aprende-se também a respeito dos Frutos do Espírito (Cap. 5), onde

descobrimos a diferença entre religiosidade e espiritualidade.

4.6 Principais Aspectos de Gálatas

Esta carta mostra o que a religiosidade e o legalismo produzem na vida das pessoas. A

pessoa que está presa ao legalismo não consegue enxergar um Deus livre, pois o seu Deus é

duro, mal humorado e não gosta muito de se relacionar. Paulo procura aqui livrar aqueles que

abraçavam a fé em Jesus de tais conceitos, não deixando que se contaminassem, ensinando-os

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o caminho da liberdade, o caminho da graça que leva as pessoas de volta a Deus, tendo o

Espírito Santo como orientador e Jesus Cristo como alvo de expressão.

Paulo desejava fundamentar os Gálatas na liberdade cristã e mostrar os problemas do

legalismo. Ele aborda que o judaísmo fizera de Deus um tirano terrível, um juiz severíssimo;

que para escapar da sua ira teriam que se esforçar na observância da Lei. Estes judaizantes

tinham como meta tornar o Cristianismo e a liberdade adquirida em Cristo em uma extensão do

Judaísmo, obrigando os cristãos a guardarem a Lei.

Após cumprimentos iniciais, o apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: “Admira-me que

estejais passando tão depressa Daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro

evangelho”. E um pouco mais adiante ele exclamou: “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou

a vós, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucificado?” (1:6; 3:1).

Depois da primeira viagem missionária de Paulo pela Galácia, os apóstolos e os líderes

na comunidade cristã reuniram-se em Jerusalém, em 49 d.C., e tomaram a decisão de que a

circuncisão não era necessária para os cristãos (At 15:1-29). Depois desta reunião, Paulo e Silas

transmitiram este aspecto das boas novas às congregações da Galácia (At 16:1-6).

Pouco depois, porém, Paulo ficou chocado ao saber que alguns na Galácia estavam

insistindo em que os cristãos tinham de ser circuncidados. Tais pessoas eram judaizantes, que

procuravam fazer com que os cristãos gentios se ajustassem a particularidades da Lei Mosaica.

Estavam também minando a autoridade de Paulo como Apóstolo. Portanto, foi para lidar com

essa situação infeliz que Paulo escreveu aos Gálatas, exortando-os a recobrarem o juízo.

Paulo disse aos Gálatas que esses judaizantes estavam tentando perverter o Evangelho.

E, conforme disse Paulo, essas boas novas eram a respeito de Cristo Jesus. Sim, é o Evangelho

a respeito da liberdade que Cristo traz – liberdade da servidão ao pecado herdado e liberdade

da servidão à Lei de Moisés. Por isso, Paulo repetiu duas vezes a advertência de que, se alguém,

mesmo que fosse um anjo do céu, pregasse um evangelho além do que ele mesmo declarou,

“seja amaldiçoado” (1:7-9).

Então, qual o objetivo da carta de Paulo? Primeiro, ela específica claramente a sua

autoridade como Apóstolo. Segundo, apoia habilmente a decisão dos apóstolos na questão da

circuncisão. E contrasta as obras da carne com os frutos do espírito, destacando as obras que

agradam a Deus.

Paulo relata brevemente como ele antes se havia destacado no Judaísmo, mas que

depois da sua milagrosa conversão por Cristo, fora proclamar o Evangelho na Arábia e em

Damasco. Daí, Paulo fala sobre ter visitado Pedro em Jerusalém por quinze dias (em 36 d.C.).

Foi só quatorze anos mais tarde, em 49 d.C., que Paulo voltou a Jerusalém para a reunião sobre

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a circuncisão (1:13-24). Ele chama os judaizantes, que promoviam a circuncisão, de “falsos

irmãos”, que procuravam “escravizar” os cristãos fiéis. Mas ele disse: “Aos quais nem por uma

hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós” (2:1-5).

A fé é superior às obras da lei: Exortando os Gálatas a caírem em si, Paulo pergunta:

“Recebestes o Espírito pelas obras da Lei ou pela pregação da Fé?”. Visto que a resposta é

óbvia, ele pergunta: “Tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na

carne?”. Lembra-lhes Abraão, o qual, embora não estivesse sob a Lei, “Creu em Deus, e isso

lhe foi imputado para justiça”. A Lei foi acrescentada mais tarde para tornar manifestas as

transgressões dos homens. Ela realmente condenava à morte os que procuravam guardá-la. Mas,

conforme Paulo explica, Cristo morreu como homem amaldiçoado, para que seus seguidores

pudessem ser libertos da Lei e viver pela Fé. Não obstante, a Lei teve o objetivo útil de servir

de “aio para nos conduzir a Cristo” (3:1-29).

Embora os cristãos tenham obtido a liberdade, há o perigo de se abusar desta liberdade;

para satisfazer os desejos da carne imperfeita. Por isso, Paulo acautela: “Fostes, chamados à

liberdade, porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne, sede, antes, servos um dos

outros, pelo amor. Porque toda a Lei se cumpre em um preceito, a saber: “Amarás o teu

próximo como a ti mesmo” (5:13,14).

No entanto, Paulo salienta que temos uma luta constante entre satisfazer os desejos

carnais e andar pelo Espírito. Ele contrasta as obras da carne com os frutos do espírito (5:15-

26). Paulo é enfático e afirma que,

[...] a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao

outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais

debaixo da lei. Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a

impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes,

as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e

coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni,

que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito

é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a

mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo

Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gl 5:17-24).

No capítulo final, Paulo delineia as obras benéficas em que o cristão pode empenhar-

se, tais como: ajudar a restabelecer alguém que errou e levar os fardos uns dos outros. Se alguém

semear segundo a carne, explica Paulo, ceifará da sua carne a corrupção. Mas, se semear

visando o Espírito, ceifará do Espírito vida eterna. Por isso, os Gálatas são exortados: “Façamos

o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. Por esta causa, na sua conclusão,

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Paulo salienta os motivos pelos quais os judaizantes queriam que fossem circuncidados, era

para “se gloriarem na vossa carne”. Paulo, porém, diz que se “gloriará somente no nosso

Senhor Jesus Cristo” (6:1-14).

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REFERÊNCIAS

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eletrônica. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.

______. Português. Bíblia de Estudo de Genebra. Tradução de João Ferreira de Almeida. São

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______. Português. Bíblia de Referência Thompson – com versículos em cadeia temática.

14.ed. São Paulo: Vida, 2002.

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