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VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015 Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ 1 Pesquisa em educação ambiental e políticas públicas: processos de formulação e implementação abordados nas dissertações e teses brasileiras da área. Ana Clara Nery da Silva Bióloga, Mestranda do Programa de Pós- graduação em Educação pela Univ. Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp campus Rio Claro; [email protected] Luiz Carlos Santana Filósofo, Mestre e Doutor em Educação, Professor da Univ. Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp campus Rio Claro; [email protected] Resumo A educação ambiental no Brasil legitima-se sob diferentes formas incluindo instrumentos jurídicos como políticas públicas instituídas nos diversos níveis federativos. Investigar políticas sobre educação ambiental auxilia a compreender problemas/ conflitos mediados, trajetórias seguidas e atores envolvidos nas decisões ou que poderão ser afetados por elas. Utilizando-se do catálogo do projeto “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: análise da produção acadêmica (dissertações e teses)” este trabalho investigou elementos dos processos de elaboração e implementação de políticas públicas de educação ambiental na produção acadêmica da área. Utilizando-se da análise do conteúdo foram criadas 6 categorias analíticas (políticas públicas de educação ambiental; educação ambiental presente em políticas públicas; formas de ação; níveis federativos; atores envolvidos; contexto de realização) que associaram elementos educacionais, ambientais, sociais e políticos, bem como contextos e atores envolvidos. Espera-se que as análises realizadas contribuam ao debate sobre políticas públicas e educação ambiental auxiliando na consolidação de pesquisas na área. Palavras chave: Educação ambiental. Políticas públicas. Elaboração e implementação. Abstract The environmental education in Brazil is legitimized under different ways including legal instruments like public policies established in different federal levels. Investigate policies about environmental education can help to understand the problems/ conflicts mediated, followed trajectories and actors involved in decisions or could be affected by them. Using the catalog of the project “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: análise da produção acadêmica (dissertações e teses)” this study investigated elements about the processes of elaboration and implementation of public policies in environmental education in specific academic production. Using the content analysis was created 6 analytical categories (public policies of environmental education; environmental education present in public policies; forms of action; federal levels; actors involved; context of production) than associate educational, environmental, social and political elements, beyond contexts and actors involved. It is expected that analysis can contribute to discussions about public policies and environmental education, helping to consolidate research in area. Key-words: Environmental education. Public policies. Elaboration and implementation.

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VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015

Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ

1

Pesquisa em educação ambiental e políticas públicas: processos de formulação e

implementação abordados nas dissertações e teses brasileiras da área.

Ana Clara Nery da Silva – Bióloga, Mestranda do Programa de Pós- graduação em

Educação pela Univ. Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp campus Rio

Claro; [email protected]

Luiz Carlos Santana – Filósofo, Mestre e Doutor em Educação, Professor da Univ.

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp campus Rio Claro;

[email protected]

Resumo

A educação ambiental no Brasil legitima-se sob diferentes formas incluindo

instrumentos jurídicos como políticas públicas instituídas nos diversos níveis

federativos. Investigar políticas sobre educação ambiental auxilia a compreender

problemas/ conflitos mediados, trajetórias seguidas e atores envolvidos nas decisões ou

que poderão ser afetados por elas. Utilizando-se do catálogo do projeto “A

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: análise da produção acadêmica

(dissertações e teses)” este trabalho investigou elementos dos processos de elaboração e

implementação de políticas públicas de educação ambiental na produção acadêmica da

área. Utilizando-se da análise do conteúdo foram criadas 6 categorias analíticas

(políticas públicas de educação ambiental; educação ambiental presente em políticas

públicas; formas de ação; níveis federativos; atores envolvidos; contexto de realização)

que associaram elementos educacionais, ambientais, sociais e políticos, bem como

contextos e atores envolvidos. Espera-se que as análises realizadas contribuam ao

debate sobre políticas públicas e educação ambiental auxiliando na consolidação de

pesquisas na área.

Palavras chave: Educação ambiental. Políticas públicas. Elaboração e implementação.

Abstract

The environmental education in Brazil is legitimized under different ways including

legal instruments like public policies established in different federal levels. Investigate

policies about environmental education can help to understand the problems/ conflicts

mediated, followed trajectories and actors involved in decisions or could be affected by

them. Using the catalog of the project “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL:

análise da produção acadêmica (dissertações e teses)” this study investigated elements

about the processes of elaboration and implementation of public policies in

environmental education in specific academic production. Using the content analysis

was created 6 analytical categories (public policies of environmental education;

environmental education present in public policies; forms of action; federal levels;

actors involved; context of production) than associate educational, environmental, social

and political elements, beyond contexts and actors involved. It is expected that analysis

can contribute to discussions about public policies and environmental education,

helping to consolidate research in area.

Key-words: Environmental education. Public policies. Elaboration and implementation.

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1 INTRODUÇÃO

Desde que começou a viver em sociedade, os seres humanos necessitaram

estabelecer para com seus pares acordos que permitissem a convivência dentro destes

grupos sociais organizados. Entendendo que as sociedades humanas se tornaram cada

vez mais complexas e organizadas emergiu então a necessidade de acordos que são

igualmente mais complexos.

A ideia da organização social na forma do contrato social, pensada, entre outros

autores, por Rousseau no século XVIII, busca explicar por que os homens se estruturam

em sociedades estruturadas com base em contratos nos quais os participantes, por

escolha própria, teriam de se desvencilhar de certos aspectos e vontades pessoais para

que alguns pontos comuns pudessem ser estabelecidos, tornando a convivência

organizada (ROUSSEAU, 1978) e, na medida do possível, pacífica.

Tal ideia revela a necessidade de que contratos relativos às esferas sociais e

políticas se fazem necessários para que a sociedade se organize e os membros que dela

participam possam conviver, na medida do possível, de maneira harmônica. Ressalta-se

que, uma vez que estes contratos busquem abarcar a diversidade de sujeitos e grupos

que compõem as sociedades, e não apenas os desejos de uma parte da sociedade, tais

contratos acabam por ser bastante complexos.

Dada a necessidade de se formularem regras e normas de convivência, temos na

atualidade, dentre outras formas, a existência de políticas públicas, que podem ser

entendidas como as ações e escolhas governamentais (em diferentes níveis federativos)

(SOUZA, 2003, 2007), voltadas para setores específicos da sociedade (HOFLING,

2001), e que se articulam com o planejamento mais global que a sociedade constrói para

si (AZEVEDO, 2004), sendo que estas ações, leis, programas e projetos estão de acordo

com as diferentes formas, funções e opções ideológicas assumidas pelos dirigentes

governamentais em diferentes tempos históricos (SANTOS, 1999; HOFLING, 2001;

SORRENTINO et al, 2005; GIRON, 2008).

Estudar as políticas públicas é buscar respostas que permitam entender para

quais problemas elas foram formuladas, os conflitos que elas tentam resolver, a

trajetória seguida, o papel dos atores/ indivíduos que estão envolvidos, as instituições e

grupos de interesse dos quais fazem parte estes atores e que estão envolvidos nas

decisões ou que poderão ser afetados por elas, bem como entender os processos em que

assuntos privados se tornam públicos e vice-versa (SOUZA, 2007; CAPELLA, 2006,

2007).

Para compreender os determinantes de uma política pública (em especial aquela

ligada à educação) é preciso considerar que

a mesma articula-se ao projeto de sociedade que se pretende

implantar, ou que está em curso, em cada momento histórico, ou em

cada conjuntura, projeto este que corresponde (...), ao referencial

normativo global de uma política (AZEVEDO, 2004, p.60).

Pensar o modelo de sociedade que se pretende implantar é levar em

consideração, entre outros aspectos, questões sociais, culturais, políticas, educacionais e

ambientais. Sendo as questões ambientais compreendidas nas relações do homem com

os demais seres vivos, com os recursos naturais existentes e com seus semelhantes, faz-

se necessário compreender onde estamos, onde queremos chegar e quais caminhos

escolher para tratar tais questões. Pensar as questões ambientais é um assunto atual,

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relevante, que se faz presente graças ao envolvimento de diferentes atores e que

perpassa diversos campos do conhecimento.

Dada a natureza complexa e plural das questões ambientais, é necessário pensá-

las com base em uma abordagem múltipla, coletiva e pública para os problemas

relacionados ao seu enfrentamento (GUIMARÃES; OLABARRIAGA; TONSO, 2009),

reconhecendo que, frente à percepção das naturezas política, pública, educacional e

socioambiental da “questão ambiental”, a relação entre políticas

públicas e educação ambiental deve ser “natural”, orgânica e objeto do

fazer humano, seja pela dimensão da ação (sua permanente construção

e reconstrução), seja pela dimensão da observação, análise e pesquisa

acadêmica” (idem, p.17).

Ao longo das últimas décadas, a educação ambiental no país tem sido legitimada

por uma série de instrumentos administrativos e jurídicos dos quais se destacam a

criação da SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente, ligada à Presidência da

República, criada em 1973 e que, ao menos no âmbito da legislação, contempla

discussões a respeito das possíveis ações para a resolução dos problemas ambientais); a

Política Nacional do Meio Ambiente (considerada um grande ganho por iniciar já em

1981 a regulamentação das práticas em educação ambiental no país, criando o Sistema

Nacional de Meio Ambiente); e a Política Nacional de Educação Ambiental (conhecida

pela sigla PNEA, que fundamenta a institucionalização da educação ambiental no país,

considerando-a componente essencial e permanente da educação nacional, devendo

constar em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e

não-formal de educação (BRASIL, 1999, p. 1).

Desse modo, voltar-se para o estudo das políticas públicas vinculadas à educação

ambiental pode ser útil tanto na tentativa de entender os processos envolvidos na sua

constituição, quanto na compreensão dos atores/indivíduos, instituições e grupo de

interesses envolvidos na decisão sobre as ações propostas. Dedicar-se a esta área de

estudo é compreender seus limites e possibilidades neste debate, que vai além das

problemáticas relações ecológicas do homem com a natureza e envereda-se numa crise

da própria civilização (BORNHEIM, 1985; LEFF, 2001; SANTANA, 2005).

Além disso, Silva et al. (2014) propõem que investigar políticas públicas de

educação ambiental em nosso país é uma das maneiras dos acadêmicos contribuírem

para sistematizar o conhecimento já produzido na área, sendo que sua participação pode

auxiliar na compreensão crítica da realidade, condição primordial para o

amadurecimento dos debates que possibilitam a crítica e a tomada de decisões.

Na última década as pesquisas que investigam educação ambiental se

transformam aos poucos em objeto de pesquisa dentro no circuito acadêmico brasileiro,

permitindo que pesquisadores e grupos institucionais se dediquem à entender, seja por

meio de pesquisa documental, seja utilizando-se de pesquisas do tipo “estado da arte”,

de que maneira se configura determinada área de conhecimento ou mesmo,

determinadas temáticas no âmbito destas áreas (FRACALANZA et al, 2005;

CAVALARI et al., 2006; REIGOTA, 2007; AVANZI et al., 2009; GUIMARÃES;

OLABARRIAGA; TONSO, 2009; KAWASAKI et al., 2009; RINK; MEGID NETO,

2009; PALMIERI, 2011; SOUZA, 2012; REIS, 2013; SANTANA, 2014; ZUPELARI,

2014). De acordo com Ferreira (2002), as investigações documentais chamadas de

“estado da arte” ou “estado do conhecimento”, são produto do aumento vertiginoso da

produção acadêmica e podem ser entendidas como investigações de caráter

bibliográfico que

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[...] parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma

certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento,

tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e

privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que

condições têm sido produzidas [...] (p. 258).

Este tipo de investigação pode auxiliar no entendimento dos contextos em que as

produções acadêmicas de determinada área foram produzidas. Assim, em aproximação

ao que foi proposto por Ferreira (2002), justifica-se aqui um trabalho de caráter

bibliográfico, que busca mapear trabalhos e privilegiar aspectos e dimensões sobre o

contexto da produção em educação ambiental no país, tratando especificamente sobre as

políticas públicas ligadas ao campo.

Pesquisadores tem se dedicado a estudar a área de educação ambiental e

políticas públicas (LAYRARGUES, 2003; CHÁVEZ; MATHEUS, 2004;

SORRENTINO et al., 2005; SOTERO; SORRENTINO, 2010; CHADDAD, 2011;

RODRIGUES; GUIMARÃES, 2010; KAPLAN, 2011; SILVA, 2014), inclusive

havendo aqueles autores que se dedicam a estudar as pesquisas realizadas na área

(GUIMARÃES; OLABARRIAGA; TONSO, 2009; FERRARO, 2012; SANTANA,

2014). Discussões em espaços específicos, como o Grupo de Discussão de Pesquisa

(GDPs) em Educação Ambiental e Políticas Públicas, ocorridas nos Encontros de

Pesquisa em Educação Ambiental (EPEAs) também tem contribuído para

sistematização dos conhecimentos nesta área de pesquisa, articulando pesquisadores e

auxiliando na construção do conhecimento acadêmico inclusive como possível

colaborador para gestões públicas.

O presente trabalho, recorte de uma pesquisa acadêmica de mestrado em

andamento, objetiva sistematizar ao menos parte do conhecimento já produzido sobre a

temática de educação ambiental e políticas públicas no país, explicitando elementos

referentes aos processos de elaboração e implementação de políticas públicas de

educação ambiental presentes nas pesquisas acadêmicas (dissertações e teses) sobre a

temática.

Para compor o corpus documental, a busca dos trabalhos a serem analisados foi

feita no catálogo do projeto “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: análise da

produção acadêmica (dissertações e teses)1”. Este projeto de pesquisa interinstitucional

buscou, entre outros itens, a criação de um banco de informações com base em dados

disponíveis no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

superior (CAPES), compreendendo, inicialmente, o período de 1981 a 2009

(CARVALHO et al., 2012). O catálogo (www.earte.net) contém atualmente 2110 fichas2

resultantes de classificação empreendida pelos pesquisadores do EARTE. Tal

classificação foi feita a partir de critérios elaborados pelo grupo de pesquisa para incluir

as dissertações e teses como sendo de educação ambiental, bem como de descritores

construídos pelo grupo de pesquisa para orientar o processo de análise dos trabalhos. O

catálogo disponibiliza informações que permitem realizar estudos descritivos e

analíticos sobre esta produção acadêmica.

1 Ainda que o título do projeto seja “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL: análise da produção

acadêmica (dissertações e teses)”, os pesquisadores participantes, por uma questão afetiva, por praticidade

ou por ambas nomearam este projeto como “projeto EARTE”. Por isso, em alguns momentos do texto

essa nomenclatura irá aparecer.

2 Estes dados referem-se ao acesso ao banco de dados feito no dia 18 de março de 2015.

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Um dos itens de classificação intitula-se “Tema de Estudo” e se refere à temática

ou ao assunto de estudo da pesquisa analisada. Neste processo de investigação,

primeiramente foram selecionadas as pesquisas classificadas segundo o Tema de Estudo

“Políticas Públicas em Educação Ambiental”. Esta busca no catálogo resultou em 108

fichas. Posteriormente, os resumos constantes nas fichas foram lidos e selecionados

tendo por foco aqueles que continham algum elemento referente a processos de

elaboração e implementação de políticas públicas, resultando num total de 18 trabalhos,

compilados no quadro abaixo: QUADRO 1 – Dados referentes aos trabalhos selecionados para constituir o corpus documental. Fonte:

Catálogo do projeto EARTE (2015). Número do

trabalho /

Código de

identificação no

catálogo do

projeto EARTE

Nome do Autor Título Ano de defesa Instituição

Tr 1 D3- Id. 5672 BATISTA, Maria do Socorro da

Silva

Políticas públicas de Educação Ambiental: a gestão

do programa municipal de Educação Ambiental de

Mossoró/RN.

2008 UFRN

Tr 2 D- Id. 3057 BEVILAQUA, Eduardo A gestão ambiental municipal em Uberlândia e os

desafios do ambientalismo. 2007 UFU

Tr 3 D- Id. 2258 CARVALHO, Carlos Anderson

Garcia

Políticas públicas de preservação ambiental: o acervo

de vídeos da Coordenadoria de Planejamento

Ambiental Estratégico e Educação Ambiental do

estado de São Paulo.

2005 USM

Tr 4 D- Id. 1691 CATTO, Ana Lucia Sistema nacional de unidades de conservação:

questões essenciais 2006 UNIMEP

Tr 5 D- Id 2165 CAÚLA, Bleine Queiroz Educação Ambiental e Agenda 21 local: estratégias

para a efetivação do desenvolvimento sustentável. 2007 Unifor

Tr 6 T- Id. 706 FERREIRA, Luiz Alberto

Formação técnica para o ecodesenvolvimento: uma

avaliação do ensino técnico agrícola em Santa

Catarina no período 1992-2002.

2003 Ufsc

Tr 7 D- Id. 1345 FRANZOI, Adriana Implantação da Agenda 21 Escolar: impactos na

educação, no meio ambiente e na saúde 2007 UNIVILLE

Tr 8 D- Id. 3787 GOMES, Giselly Rodrigues das

Neves Silva

Educação Ambiental escolarizada na rede pública de

ensino em Mato Grosso. 2009 UFMT

Tr 9 D- Id. 3855 JESUS JÚNIOR, Guilhardes de Participação da sociedade civil na gestão ambiental: a

Legislação Brasileira pós Constituição de 1988. 2001 Uesc

Tr 10 D- Id. 4847 MELLO, Lilian Medeiros de

A questão do formalismo no discurso oficial da

Educação Ambiental.

2001 UTFPR

Tr 11 D- Id. 2853 OLIVATO, Debora Agenda 21 Escolar: um projeto de Educação

Ambiental para a sustentabilidade. 2004 USP

Tr 12 D- Id. 6601 ORSI, Raquel Fabiane Mafra

A formação continuada do “Programa Vamos Cuidar

do Brasil nas escolas” na região da Amfri em Santa

Catarina.

2008 Univali

Tr 13 D- Id. 6256 PALHANO, Nelcilene da Silva

Representações sociais de meio ambiente

dos atores que atuam na formulação e

execução das políticas de Educação

Ambiental.

2006 Ufam

Tr 14 D- Id. 7951 PURIFICAÇÃO, Ana Cristina

Silva da

A Educação Ambiental como instrumento de gestão

de resíduos sólidos no município de Santo Amaro-

BA.

2003 UNB

Tr 15 T- Id. 963 SILVA, Neuza Maria Correa da

Avaliação do processo de descontinuidade da

implantação da Agenda 21 em Pelotas, sob o olhar da

Educação Ambiental.

2009 Furg

Tr 16 D- Id. 7849 SILVA, Waldirene Alves Lopes

da

A implementação da Educação Ambiental em

Teresina / Piauí. 2004 Fufpi

Tr 17 T- Id. 496 TAMAIO, Irineu

A política pública de educação ambiental: sentidos e

contradições na experiência dos gestores/educadores

da Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do

Meio Ambiente – gestão do governo Lula (2003-

2006).

2007 UNB

Tr 18 D- Id. 8144 VASCONCELOS, João Paulo

Sotero de

O financiamento público da Política Nacional de

Educação Ambiental: do veto do artigo 18 às novas

estratégias de financiamento.

2008 UNB

3As publicações incorporadas ao corpus serão designadas com o uso da sigla Tr (como Tr1, Tr.2) D

(dissertação) ou T (tese) facilitando referências a cada um deles durante suas análises até o fim do texto.

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Os trabalhados selecionados para análise foram compilados deste primeiro

quadro, que traz informações referentes ao código de identificação no catálogo do

projeto, autor, título, ano de defesa e instituição na qual a pesquisa foi desenvolvida.

Informações mais detalhadas sobre cada um destes trabalhos estão disponíveis no site

do projeto, que pode ser acessado por qualquer usuário.

Após esta compilação, os resumos foram analisados, empregando-se a técnica da

análise de conteúdo (BARDIN, 2011).

POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO

ACADÊMICA: ELEMENTOS PARA ANÁLISE

Os dados disponíveis neste processo de investigação permitem elaborar

algumas considerações significativas sobre o tema. Num primeiro momento, estes

trabalhos podem demonstrar dados quantitativos que manifestam elementos analíticos

sobre a temática, como por exemplo, em números de produção. Se considerarmos um

total de 2110 trabalhos de pesquisas em educação ambiental no catálogo do projeto,

apenas 108 destes vinculam-se à temática de políticas públicas e educação ambiental, o

que equivale a apenas 5,11% da produção de dissertações e teses sobre a temática,

segundo as classificações dos pesquisadores do projeto EARTE. E destes 108 trabalhos,

apenas 18 deles fazem referências a processos de elaboração e implementação de

políticas públicas, equivalentes à 16,66% das investigações sobre o tema.

Além disso, outro dado que chama a atenção é o fato de que as investigações

sobre políticas públicas em educação ambiental são recentes, sendo que a primeira

investigação aqui considerada data de 2001.

Considerações sobre esta temática como um assunto recente também foram

observadas por Avanzi et al. (2009), ao analisarem os trabalhos apresentados no Grupo

de Trabalho (GT) da ANPPAS (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em

Ciências Sociais). Segundo estes pesquisadores o tema “Políticas Públicas em Educação

Ambiental” aparece pela primeira vez, neste GT, em 2008.

Tal dado também foi visto por Rink e Megid Neto (2009) ao analisarem

trabalhos apresentados nos EPEAs de 2001 a 2009, constatando que o Foco Temático de

“Políticas Públicas” nestes encontros apresentou-se como um tema em início de

desenvolvimento e pouco interesse de produção (com apenas 4 trabalhos dos 343

apresentados no evento durante o período, o que representa 1,3% do total), se

comparado a Focos Temáticos como “Características e Concepções de indivíduos” (112

trabalhos – 37% do total) ou “Fundamentos Teóricos e Curriculares” (com 100

trabalhos, correspondentes a 33% do total).

A análise da produção em políticas públicas e educação ambiental nos EPEAs

também feita por Guimarães, Olabarriaga e Tonso (2009), Ferraro (2012) e Santana

(2014), que observaram ligeiro crescimento na produção a partir do encontro de 2009.

Foi no V EPEA que o GDP de Políticas Públicas e Educação Ambiental ocorreu pela

primeira vez, com 20 dos 90 trabalhos aceitos para publicação no encontro (23% do

total) relacionando-se à temática (SANTANA, 2014). Já no VI EPEA (ocorrido em

2011) 11 dos 85 trabalhos (12,84% do total) estavam nesse GDP (FERRARO, 2012).

Por fim, no VII EPEA ocorrido em 2013, 21 trabalhos inscreveram-se para este GDP

num total de 104 trabalhos aceitos no encontro. Ainda que o número de trabalhos

inscritos seja maior do que nos anos anteriores, o número total de trabalhos aceitos no

encontro também foi maior, resultando numa proporção de 20,19% de trabalhos

relativos à temática (SANTANA, 2014).

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Com relação à análise destes trabalhos, faz-se necessário considerar que, uma

vez que a área de estudo de políticas públicas também está em constante expansão e

debate, diferentes autores tem se dedicado a investigar diferentes aspectos da área.

Assim, autores como Souza (2007) dedicam-se a estudar teorias que permitem entender

melhor o momento histórico e os usos da política pública, enquanto outros autores,

dentre as quais Capella (2006), Kingdon (2003) e Baumgartner e Jones (1993, 1999)

dedicam-se a entender processos de formulação de uma política desde o momento em

que um determinado assunto chama a atenção governamental e passa a integrar a sua

agenda (agenda-setting), propondo-se inclusive à criar modelos de análise, como o de

múltiplos fluxos (multiple stream) (KINGDON, 2003 apud CAPELLA, 2006, 2007) e

equilíbrio pontuado (punctuated equilibrium) (BAUMGARTNER; JONES, 1993, 1999

apud CAPELLA, 2006). Outro modelo dedica-se a estudar os processos de elaboração e

implementação de uma política, sendo chamado de coalizões de defesa (advocacy

coalitions) (SABATIER; JENKINS-SMITH, 1993 apud CAPELLA, 2006).

Ainda que esta pesquisa tenha se baseado em conceitos apresentados por

estudiosos da área de políticas públicas, considerou-se que os diferentes modelos de

análise já propostos não seriam o melhor referencial analítico para os elementos

advindos da análise das dissertações e teses selecionadas para o corpus documental.

Assim, elementos fundamentais dos modelos já propostos foram considerados (como a

trajetória seguida, os atores envolvidos e o contexto de criação), porém as categorias de

análise foram criadas segundo os elementos advindos das pesquisas analisadas

(categorização a posteriori).

Num primeiro momento, os resumos lidos fazem referências ao estabelecimento

de políticas públicas de educação ambiental ou de outras políticas que estejam ligadas a

ela, permitindo que fossem criadas duas categorias: “Políticas públicas de educação

ambiental” e “Educação ambiental presente em políticas públicas”, sendo que tais

categorias aproximam-se das propostas analíticas criadas por Guimarães, Olabarriaga e

Tonso (2009), nas quais as políticas são classificadas em “Políticas Públicas de

Educação Ambiental”, “Educação Ambiental em Políticas Públicas” e Educação

Ambiental para Políticas Públicas”.

Na primeira categoria, “Políticas públicas de educação ambiental”, da mesma

forma como foi entendida pelos autores supracitados, estão contidas ações e pesquisas

relacionadas com políticas específicas de educação ambiental como a Política Nacional

de Educação Ambiental (PNEA) (Tr.1D; Tr. 5D; Tr.9D; Tr.10D; Tr.15T; Tr. 18D), o

Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNea) (Tr.1D; Tr.13D), entre outras nas

esferas nacionais, estaduais, municipais (Tr.2D; Tr.3D; Tr.7D; Tr.8D; Tr.10D; Tr.12D;

Tr.13D; Tr.16D), as quais totalizam 13 dos 18 trabalhos, resultando em 72,2% do total

analisado.

Na segunda categoria, “Educação ambiental presente em políticas públicas”,

inserem-se pesquisas nas quais a educação ambiental está, de alguma forma, relacionada

à políticas públicas mas não é necessariamente o seu objeto principal, seja naquelas

ligadas ao processo educativo, como na formação do ensino técnico com base na Lei de

diretrizes e bases da educação (LDB 9.394/96) (Tr. 6T) ou nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (Tr.10D), seja em políticas que não estejam diretamente ligadas ao processo

educativo, como para a gestão ambiental (Tr.2D), políticas de meio ambiente (Tr. 3D),

Constituição federal de 1988 (Tr. 9D; Tr.18D), resíduos sólidos (Tr.14D) e nos Sistemas

de Unidades de Conservação (SNUC) (Tr. 4D;Tr. 9D), que juntas representam 8 das 18

investigações (44,4%). (Nota-se que em algumas pesquisas foi possível encontrar

políticas públicas que contém elementos das duas categorias analíticas criadas, como os

Tr. 2D; Tr. 3D; Tr. 9D; Tr. 10D; Tr. 18D).

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Pode-se observar que as políticas públicas investigadas nestas pesquisas

relacionam-se de certa forma com a educação ambiental, refletindo relações entre

aspectos educacionais (Política Nacional de Educação Ambiental; Programa Nacional

de Educação Ambiental; ensino técnico; Parâmetros Curriculares Nacionais), ambientais

(como políticas ligadas à preservação ambiental, de resíduos sólidos, ou ao Sistema de

Unidades de Conservação - SNUC), sociais e políticos, (como, por exemplo,

considerando a análise da Constituição federal de 1988 ou a gestão ambiental de

determinados municípios). Pode-se constatar então que as políticas públicas ligadas

direta ou indiretamente à educação ambiental não se restringem apenas à educação, mas

inserem-se em tantas outras áreas como as vistas acima, fato que se faz necessário se o

real objetivo de tais políticas for o enfrentamento de uma crise civilizatória,

empreendendo o uso de diferentes frentes para superação desta crise. Outra categorias refere-se à “Formas de ação”, refletindo as opções escolhidas

pelos dirigentes governamentais para institucionalização de demandas referentes à educação

ambiental no país e que foram estudadas por estas pesquisas. Esta categoria se divide nas

subcategorias “leis”, que possui elementos encontrados em 14 dos 18 resumos (77,7%)

(Tr.1D; Tr.2D; Tr.3D; Tr. 4D; Tr.5D; Tr.6T; Tr.8D; Tr.9D; Tr.10D; Tr. 11D; Tr. 13D;

Tr.14D; Tr.16D; Tr. 17T; Tr. 18D), referindo-se às anteriormente citadas Política Nacional

de Educação Ambiental (PNEA), ao Programa Nacional de Educação Ambiental (Pronea),

Constituição federal de 1988, aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Sistemas de

Unidades de Conservação (SNUC) e à Lei de diretrizes e bases da educação (LDB

9.394/96)(Tr.6T). A subcategoria “programas e projetos” inclui elementos encontrados em

5 dos 18 trabalhos (27,8%), referindo-se à Agenda 21 (Tr.5D; Tr.6T; Tr.7D; Tr.15T),

Programa ‘Vamos cuidar do Brasil com as Escolas’ (PCVBE)(Tr. 7D; Tr.12D) e ao

Programa ‘Parâmetros em Ação’ (Tr.7D). Como já aconteceu anteriormente algumas

pesquisas contém elementos das duas categorias analíticas criadas, como os Tr. 5D e Tr.

6T.

Tais dados podem ser indícios de que os pesquisadores tem investigado as

políticas públicas de educação ambiental sob diferente ferramentas legais, ampliando as

perspectivas de análise e auxiliando na produção de elementos que permitam desvelar as

diferentes formas, funções e opções ideológicas assumidas pelos dirigentes

governamentais responsáveis por estas questões em diferentes tempos históricos. Em relação aos “Níveis federativos” vinculados às políticas públicas presentes nas

pesquisas, estes podem ser elencados nas subcategorias “federal” (Tr. 1D; Tr.4D; Tr. 8D;

Tr.9D; Tr.10D; Tr.13D; Tr.17T; Tr.18D), totalizando 6 dos 18 resumos lidos (33,3%);

“estadual” (Tr.3D; Tr.5D; Tr.6T; Tr.8D; Tr.12D), que se referem à 5 trabalhos (27,8%);

ou “municipal” (Tr.1D; Tr.2D; Tr.7D; Tr. 11D; Tr.13D; Tr.14D; Tr.15T; Tr.16D), que

representam 7 dos 18 dos trabalhos analisados (38,9 %).

Como já observado por Souza (2003, 2007), as políticas públicas podem se

institucionalizar através de medidas propostas por governantes de diferentes níveis

federativos, o que de fato acontece quando observamos os objetos de estudo destas

pesquisas. Além disto, relações entre os diferentes níveis federativos encontradas, por

exemplo, nos Tr. 1D, Tr.8D e Tr. 13D indicam articulações existentes entre diferentes

níveis federativos para institucionalização de uma política pública.

Referências aos “Atores envolvidos no processo de institucionalização”

(sendo encontradas nas pesquisas enquanto termos como “setores” ou “protagonistas”)

estão presentes nos textos, permitindo que estes sejam divididos nas subcategorias

“governo” (seja ele na esfera federal, estadual ou municipal) com elementos

observados em 11 dos 18 trabalhos (61,1%)(Tr. 1D; Tr.3D; Tr.4D; Tr. 6T; Tr.8D; Tr.9D;

Tr.13D; Tr.14D; Tr.15T; Tr.17T; Tr.18D); “sociedade/ comunidade” observados em 3

dos 18 trabalhos (16,6%)(Tr.4D; Tr.7D; Tr.14D); “docentes/ professores/

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escolas/educadores” encontrados em 7 trabalhos (38,9%)(Tr.1D; Tr.5D; Tr.6T; Tr.7D;

Tr.8D; Tr.12D; Tr.13D); além de “organizações não – governamentais”(ONGs) e

“setor produtivo” encontrados em apenas 1 texto (Tr.5D) (5,5% cada).

Encontrar diferentes atores envolvidos nos processos de formulação e

implementação de políticas públicas de educação ambiental investigadas nestas

pesquisas pode demonstrar indícios da relação dialógica que tem se estabelecido entre

estes diferentes protagonistas e que, como proposto por Sorrentino et al. (2005) é de

fato necessária. Segundo os autores, a definição das políticas públicas de educação

ambiental se faz a partir de um diálogo democrático entre Estado- sociedade e os

diferentes sujeitos envolvidos nesta política.

Com relação ao “Contexto de realização da pesquisa”, utilizou-se à

classificação já realizada pelos pesquisadores do projeto EARTE, identificando

subcategorias “contexto escolar” (Tr.1D; Tr.5D; Tr.6T; Tr.7D; Tr.8D; Tr. 11D; Tr.12D;

Tr.13D), “contexto não escolar” (Tr.1D; Tr.5D; Tr.7D; Tr.13D; 14D; Tr.16D; Tr.17T), e

“abordagem genérica” (Tr.2D; Tr.3D; Tr.4D; Tr.9D; Tr.10D; Tr. 15T; Tr.18D), cada

uma destas categorias com elementos encontrados em 7 trabalhos (38,9% cada). Tais

dados permitem inferir que as pesquisas sobre políticas públicas de educação ambiental

são criadas em diferentes contextos de produção. O quadro abaixo sistematiza estas categorias criadas, bem como o número de

trabalhos encontrados em cada uma delas:

QUADRO 2 – Dados referentes às categorias criadas para análise de elementos contido nos resumos dos

textos que compõem o corpus documental. Fonte: Fichas contidas no catálogo do projeto EARTE (2015). Categorias Políticas públicas de

educação ambiental

Educação

ambiental

presente em

políticas públicas

Formas de ação Níveis federativos Atores envolvidos Contexto de

realização da

pesquisa

Número de

trabalhos encontrados

13 dos 18 trabalhos

(72,2%) (Tr.1D; Tr.2D; Tr.3D;

Tr. 5D; Tr.7D; Tr.8D;

Tr.9D; Tr.10D; Tr.12D;

Tr.13D; Tr.15T; Tr.16D;

Tr. 18D)

8 dos 18

trabalhos

(44,4%) (Tr.2D; Tr. 3D;

Tr. 4D; Tr. 6T;

Tr. 9D;Tr.10D;

Tr.14D;Tr.18D)

18 dos 18

resumos (100%)

17 dos 18 resumos

(94,4%)

15 dos 18 resumos

(83,3%)

18 dos 18

resumos (100%)

Subcategoria

-

-

Leis Federal Governo

(esferas federal,

estadual ou municipal)

Contexto escolar

Número de

trabalhos encontrados

15 dos 18

trabalhos

(83,3%) (Tr.1D; Tr.2D;

Tr.3D; Tr. 4D;

Tr.5D; Tr.6T;

Tr.8D; Tr.9D;

Tr.10D;Tr. 11D; Tr.

13D; Tr.14D;

Tr.16D; Tr. 17T;

Tr. 18D)

6 dos 18 trabalhos

(33,3%) (Tr.4D; Tr.9D; Tr.10D;

Tr.13D; Tr.17T; Tr.18D)

12 dos 18 trabalhos

(66,6%) (Tr. 1D; Tr.3D; Tr.4D;

Tr. 6T; Tr.8D; Tr.9D;

Tr.13D; Tr.14D;

Tr.15T; Tr.17T;

Tr.18D)

8 dos 18 trabalhos

(44,4%) (Tr.1D; Tr.5D;

Tr.6T; Tr.7D; Tr.8D;

Tr, 11D; Tr.12D;

Tr.13D)

Subcategoria

-

-

Programas e

projetos

Estadual Sociedade/

comunidade

Contexto não

escolar

Número de trabalhos

encontrados

5 dos 18

trabalhos

(27,8%), (Tr.5D; Tr.6T;

Tr.7D; Tr.12D;

Tr.15T)

5 dos 18 trabalhos

(27,8%) (Tr.3D; Tr.5D; Tr.6T;

Tr.8D; Tr.12D)

3 dos 18 trabalhos

(16,6%) (Tr.4D; Tr.7D;

Tr.14D)

7 dos 18 trabalhos

(38,9%) (Tr.1D; Tr.5D;

Tr.7D; Tr.13D; 14D;

Tr.16D; Tr.17T)

Subcategoria

-

-

-

Municipal Docentes/ professores/

escolas/educadores

Abordagem

genérica

Número de trabalhos

encontrados

8 dos 18 dos

trabalhos

(44,4 %) (Tr.1D; Tr.2D; Tr.7D;

Tr. 11D; Tr.13D;

Tr.14D; Tr.15T; Tr.16D)

7 dos 18 dos

trabalhos

(38,9 %) (Tr.1D; Tr.5D; Tr.6T;

Tr.7D; Tr.8D; Tr.12D;

Tr.13D)

7 dos 18 trabalhos

(38,9%) (Tr.2D; Tr.3D;

Tr.4D; Tr.9D;

Tr.10D; Tr. 15T;

Tr.18D)

Subcategoria

-

-

-

Organizações não –

governamentais/

setor produtivo

-

Número de

trabalhos

encontrados

1 dos 18 trabalhos

(5,5 % cada)

(ambos no Tr.5D)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os dados advindos da investigação de pesquisas que associam

processos de elaboração e implementação de políticas públicas relacionadas à educação

ambiental em teses e dissertações do catálogo EARTE, foi possível perceber que os

pesquisadores entendem as relações entre os diferentes atores e contextos de criação

destas políticas enquanto fatores que devem ser observados e estudados sob uma

perspectiva investigativa, de modo a facilitar o desvelamento dos interesses e das

possíveis consequências que tais políticas suscitam.

Ao longo das últimas décadas, as pesquisas em educação ambiental tem se

multiplicado e apresentado diferentes enfoques e concepções, possibilitando diferentes

investigações para orientar as práxis educativas dentro do debate ambiental. No caso das

pesquisas que relacionam educação ambiental e políticas públicas, o papel destas

investigações pode inclusive subsidiar diálogos entre as diferentes esferas envolvidas

nos processos de elaboração, implementação e avaliação de políticas, mostrando uma

das possíveis contribuições que as pesquisas realizadas dentro da universidade podem

gerar para gestões públicas.

Compreendem-se as limitações, especialmente temporais, que esta pesquisa

apresenta, porém, ainda que preliminarmente, os dados obtidos e trazidos no âmbito

deste trabalho indicam um processo de análise que deverá ter sua continuidade com o

desenvolvido da própria pesquisa.

Assim, espera-se que este trabalho seja apenas o início de uma reflexão,

reconhecendo-o como parte integrante na construção de pensamentos que propiciem o

desenvolvimento de políticas públicas que orientam e regulamentam as práticas em

educação ambiental no país.

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