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GRADUAÇÃO CURSOS: DIREITO DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA JURÍDICA Coordenador: Carolina Defilippi Horas/aula - Sala: 40 Horas-aula - Preparação Prévia: 20 Última revisão: outubro/2013 Créditos: 02 Eixo: BASE JURÍDICA PLANO DE ENSINO OBJETIVO DA DISCIPLINA : Ao final desta disciplina o aluno deve ser capaz de: - Analisar os principais temas postos pela reflexão antropológica enfocando principalmente a questão da cultura, identidade e organização simbólica remetendo para a esfera das organizações empresariais, entendidas como sistemas culturais. - Promover de modo crítico e atualizado a aplicação desses conhecimentos para o campo profissional de sua graduação. METODOLOGIA GERAL : A estratégia a ser adotada é a de aulas expositivas nas quais os alunos assumem também um papel participativo importante para o processo de construção do conhecimento por meio da participação em exercícios, debates, roteiros de leitura e seminários. Além desses, recomenda-se fortemente a aplicação dos Novos Métodos disponibilizados pela Escola. Aulas expositivas visando introduzir os aspectos básicos dos conteúdos privilegiados. O enfoque voltado para a realidade local e global são também diretrizes importantes para efetivar a aplicação das discussões da Antropologia no contexto da formação desses alunos. SISTEMA DE AVALIAÇÃO : Nome da Avaliação: Prova 1 Peso: 30% Número de alunos: (X) Individual ( ) Em grupo () Decisão do professor Consulta: ( ) Sem consulta ( ) Com consulta (X) Decisão do professor Tipo de avaliação: (X) Escrita ( ) Oral () Decisão do professor Conteúdo: compreende os tópicos trabalhados entre os módulos A e C. Observações: Sem observações.

Plano Ensino Antropologia Juridica 2014-1

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  • GRADUAOCURSOS: DIREITO

    DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA JURDICACoordenador: Carolina Defilippi Horas/aula - Sala: 40

    Horas-aula - Preparao Prvia: 20ltima reviso: outubro/2013 Crditos: 02Eixo: BASE JURDICA

    PLANO DE ENSINO

    OBJETIVO DA DISCIPLINA: Ao final desta disciplina o aluno deve ser capaz de: - Analisar os principais temas postos pela reflexo antropolgica enfocandoprincipalmente a questo da cultura, identidade e organizao simblica remetendopara a esfera das organizaes empresariais, entendidas como sistemas culturais. - Promover de modo crtico e atualizado a aplicao desses conhecimentos para ocampo profissional de sua graduao.

    METODOLOGIA GERAL: A estratgia a ser adotada a de aulas expositivas nasquais os alunos assumem tambm um papel participativo importante para o processode construo do conhecimento por meio da participao em exerccios, debates,roteiros de leitura e seminrios. Alm desses, recomenda-se fortemente a aplicaodos Novos Mtodos disponibilizados pela Escola. Aulas expositivas visando introduzir os aspectos bsicos dos contedos privilegiados.O enfoque voltado para a realidade local e global so tambm diretrizes importantespara efetivar a aplicao das discusses da Antropologia no contexto da formaodesses alunos.

    SISTEMA DE AVALIAO:

    Nome da Avaliao:

    Prova 1

    Peso: 30%Nmero de alunos: (X) Individual ( ) Em grupo () Deciso do professorConsulta: ( ) Sem

    consulta ( ) Com consulta (X) Deciso do professor

    Tipo de avaliao: (X) Escrita ( ) Oral () Deciso do professorContedo: compreende os tpicos trabalhados entre os mdulos A e C.Observaes: Sem observaes.

  • Nome da Avaliao:

    Prova 2

    Peso: 20%Nmero de alunos: (X) Individual () Em grupo () Deciso do professorConsulta: ( X) Sem

    consulta () Com consulta () Deciso do professorTipo de avaliao: (X) Escrita () Oral () Deciso do professorContedo: compreende os tpicos trabalhados entre os mdulos C e E.Observaes: Sem observaes.

    Nome da Avaliao: Preparao Prvia para as aulasPeso: 20%Nmero de alunos: (X) Individual () Em grupo () Deciso do professorConsulta: () Sem consulta () Com consulta (x) Deciso do professorTipo de avaliao: () Escrita () Oral (x) Deciso do professorContedo: Ver Aula a Aula com requerimentos de preparao prvia para os Mdulos.Observaes: As atividades de preparao prvia, que constam neste programa,representam o mnimo exigido pela disciplina. Constaro no contrato pedaggico doprofessor da disciplina, as seguintes regras pertinentes entrega das atividades depreparao prvia: a) formato de entrega, isto , manuscrito ou digitado; b) momento da entrega dapreparao prvia escrita (por exemplo, nos primeiros quinze minutos da aula); c)se as respostas da preparao prvia escrita sero avaliadas e de que forma; d) se oprofessor ir devolver aos alunos as atividades realizadas a ttulo de preparaoprvia.

    Nome da Avaliao: SeminrioPeso: 30%Nmero de alunos: ()Individual (X) Em grupo ( ) Deciso do professorConsulta: () Sem consulta () Com consulta (X) Deciso do professorTipo de avaliao: () Escrita () Oral (X) Deciso do professorContedo: Dentro das possveis abordagens para: Direito de propriedade e sua funo social.O professor escolhe um foco e solicita aos grupos de alunos que elaborem umaparte textual e outra visual nas quais relacionam, analisam e discutem o problemaem questo atravs do olhar Antropolgico. Observaes: Sem observaes.

  • ATENO:- No existe prova para substituio de nota. A prova substitutiva deve ser realizada nos casos de perda de uma das provas da disciplina.- Um aluno s tem direito a realizar uma nica prova substitutiva por disciplina.- A Prova substitutiva contempla toda a matria do semestre.

    BIBLIOGRAFIA BSICA:DAMATTA, Roberto. Relativizando, uma introduo Antropologia Social. RJ: Ed. Rocco, 1987.LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropolgico, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidados: Os conflitos multiculturais da globalizao, Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1997.

    BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.HALL, STUART. Identidade Cultural na ps-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A,2004.ORTIZ, RENATO. Um Outro Territrio: Ensaios sobre a mundializao e suasconseqncias sobre a cultura das sociedades. So Paulo: Ed. Olho Dgua,1999.WALLERSTEIN, Immanuel. O Universalismo Europeu: a retrica do poder. SoPaulo: Boitempo, 2007.TOURAINE, Alain: Crtica da Modernidade, 3 edio, Petrpolis (RJ), Editora Vozes,1995.

    OBS - O professor da disciplina pode fazer uma pesquisa na biblioteca docampus e identificar outros ttulos que complementem ou substituam oslivros desta bibliografia. Caso isso ocorra, o professor ir indicar estabibliografia em arquivo parte, alimentado na sua pasta do site da escola.

    MDULOS

    Mdulo A Introduo Antropologia: Conceituao da Antropologia no campo das Cincias Sociais.

    Mdulo B Conceitos introdutrios: Cultura e Alteridade.

    Mdulo C Elementos da construo da identidade: A Identidade nacional.

    Mdulo D Identidade Nacional e sociedade de consumo.

    Mdulo E Globalizao e Cultura.

    Mdulo F A Relao entre a Antropologia e o Direito

  • PLANEJAMENTO DE AULA

    SEMANA MDULO A1 Mdulo A Apresentao, Programa, Contrato Pedaggico. Introduo

    Antropologia2 Mdulo A Introduo Antropologia: Filme: Guerra do Fogo. (ou

    equivalente)3 Mdulo A Introduo Antropologia: DAMATTA, Roberto.

    Relativizando, uma introduo Antropologia Social. Cap. AAntropologia no quadro das cincias. (itens 1 a 6)

    4 Mdulo B Conceitos introdutrios. Cultura. LARAIA, Roque de Barros.Cultura: um conceito antropolgico. Parte 1: Da natureza da cultura ouda natureza cultura

    5 Mdulo B Temas da Antropologia: a noo da alteridade- Ns e ooutro: MINER, Horace. Nacirema (texto disponvel no formato digital.Tambm anexo nesse programa).

    6 Mdulo C - Elementos da construo da identidade: O provo brasileiro. RIBEIRO, Darcy. O provo brasileiro. So Paulo: Cia das Letras, 1995. Cap. 2 (Item: Os brasileiros. Pg 126 a 133)

    7 Mdulo C Elementos da construo da identidade: A Identidade nacional DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?,Rio de Janeiro: Rocco, 1984. Cap. 1 A questo da identidade

    8 Mdulo C Elementos da construo da identidade: O jeitinho brasileiro. Acompanhado do Filme quanto vale ou por quilo? (ou outro equivalente)(Sugere-se o mtodo Uso de Filme)

    9 Mdulo C Elementos da construo da identidade: O racismo noBrasil. DAMATTA, Roberto. Relativizando, primeira parte: A Antropologiano quadro das cincias. (item 7)

    10 PROVA 1 (peso 3)

  • 11 Mdulo D Identidade Nacional e sociedade de consumoCANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidados: Os conflitos multiculturais da globalizao, Cap. 1 Consumidores do sculo XXI, cidados do sculo XVIII.

    12 Mdulo D Identidade Nacional e sociedade de consumo. Discusses apartir de um dos filmes: Surplus de Erik Gandini. (2003) Super Size Mede Morgan Spurlock (2004) Nao Fast Food - Richard Stuart Linklater(2006).

    13 Mdulo E Globalizao e cultura. CANCLINI, Nestor Garcia.Consumidores e Cidados: Os conflitos multiculturais da globalizao.Cap. 2 O consumo serve para pensar + Cap. 6 As identidades como espetculo multimdia.

    14 Mdulo E Globalizao e cultura. DEBORD, Guy. A sociedade doEspetculo. Trechos variados a serem selecionados por cadaprofessor / unidade Esamc.

    15 Mdulo F A Relao entre a Antropologia e o Direito

    16 Mdulo F A Relao entre a Antropologia e o Direito

    17 Seminrio (grupos) Direito de propriedade e sua funo social

    18 Seminrio (grupos) Direito de propriedade e sua funo social

    19 PROVA 2 (peso 2)

    20 Entrega de notas e correo da prova Avaliao Substitutiva e fechamento do programa.

  • PREPARAO PRVIA

    Mdulo A Introduo Antropologia: Conceituao da Antropologia no campo dasCincias Sociais.

    Overview do Mdulo:Entre Roberto Damatta e Claude Levi-Strauss encontramos uma boa introduo ao campo da Antropologia que abordada nesse primeiro mdulo. Elementos tais como os conceitos abaixo so apresentados aqui:O Homem uma resposta cultural natureza e no instrumental por isso sempre responde diferente a estmulos iguais. (Roberto Da Matta)O sentimento de gratido e de humildade que cada membro de uma dada culturadeve ter em relao a todas as outras deve se basear-se numa s convico: a de queas outras culturas so diferentes, de um modo bem variado, e de que, se a naturezaltima dessas diferenas nos escapa, isso... se deve ao fato de terem sidoimperfeitamente penetradas. (Claude Lvi-Strauss)

    Objetivo do Mdulo: Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de: Compreender o surgimento da Antropologia a partir dos elementos discutidos por

    Roberto DaMatta; Pontuar as diferenas dos objetos de estudo da Antropologia em relao s outras

    Cincias Sociais

    Atividades de Aprendizado: Por meio de seu Modelo Pedaggico A ESAMC recomenda para este mdulo asseguintes atividades de aprendizado: Mtodo: Leitura e Formulao de Perguntas (disponvel no Cardpio de Mtodos

    ESAMC)

    Ou as atividades descritas aqui: O professor far uma exposio dos conceitos antropolgicos bsicos. Apresentao e contextualizao dos elementos presentes no Filme: Guerra do

    fogo de Jean-Jacques Annaud (1981)

    IMPORTANTE: A adoo de qualquer mtodo pelo professor NO exclui a necessidade da Preparao Prvia.

    Preparao Prvia: - Leitura do captulo do texto: DAMATTA, Roberto. Relativizando, primeira parte A Antropologia no quadro das cincias. (itens 1 a 6 pags. 17 a 58) e a partir daqui, responder s questes abaixo: 01. Qual a diferena mais crucial entre as Cincias Naturais e Cincias Sociais segundo o autor? Como ele justifica?02. Qual a idia de relativizao defendida pelo autor?03. Qual a definio de Cultura e Sociedade para o autor?04. Como o autor define o Teatro da Origem do Homem?

  • 05. Quais so os enganos desse teatro?

    Conferncia da Preparao Prvia: individual. Por escrito. A ser entregue no incio da aula.

  • Mdulo B Conceitos introdutrios: Cultura e Alteridade

    Overview do Mdulo:Antropologia a disciplina dedicada aos estudos dos grupamentos humanos e compreenso do sentido do comportamento do Homem, considerando, em suaanlise, as origens, o desenvolvimento e a construo de regras que regem asrelaes internas e externas destas sociedades.O seguinte pensamento de Montaigne resume o conceito de Alteridade que ser abordado nesse mdulo: Cada qual considera brbaro o que no se pratica em sua terra. O mdulo trata ainda de outro conceito correlato importante apresentado por Murdock apud Laraia: Os antroplogos sabem de fato o que cultura, mas divergem na maneira deexteriorizar este conhecimento

    Objetivo do Mdulo: Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de: Analisar as diferenas entre o real/imaginrio e verdade/falsidade em relao

    construo da lgica simblica. Refletir sobre a importncia da dimenso da cultura na elaborao social humana.- Debater sobre a questo da alteridade: o outro e a definio do eu.

    Atividades de Aprendizado: Neste mdulo sero realizadas as seguintes atividades: O professor far uma exposio dos conceitos antropolgicos bsicos. O professor apresenta e discute o texto Os Naciremas de Horace Miner. (disponvel

    no formato digital desse material de apoio)

    Preparao Prvia: - Para a aula 4 - fazer a leitura e um resumo do cap.: Da natureza da cultura pag.10 a63 apresentado no livro Cultura: um conceito antropolgico do autor Roque Laraia.- Para a aula 5 leitura do texto que ser trabalhado em classe: Os Naciremas Horace Miner eResponder a Questo 40 da Prova ENADE 2009 (Direito):

    Os mares devonianos eram habitados por muitos animais dessa espcie, e osdepositaram aos milhares sobre as rochas recm-formadas. (...) Ficava patente quesubamos a escala da vida animal cujo topo ocupado pelo homem. (...) Por poucoque a tempestade tivesse empurrado a balsa para o leste, havamos passado sob aAlemanha, sob a minha querida cidade de Hamburgo, sob aquela rua ondemorava tudo o que eu amava no mundo. Ento eram s cento e oitenta quilmetrosverticais de uma parede de granito e, na realidade, mais de quatro mil e quinhentosquilmetros a percorrer. Ah! Que viagem! Que maravilhosa viagem! Tendo entradopor um vulco, samos por outro que se situava a mais de cinco mil e quatrocentosquilmetros do Sneffels, da rida Islndia, nos confins do mundo! (...) Havamosabandonado a regio das neves eternas pelas regies do verde infinito, e deixadoacima das nossas cabeas a nvoa cinzenta das regies glaciais para voltar ao cu

  • azulado da Siclia! Jlio Verne. Viagem ao Centro da Terra. Porto Alegre:L&PM, 2002

  • Na Introduo ao livro Viagem ao Centro da Terra, de Jlio Verne, obtemosas seguintes informaes: Julio Verne nasceu em Nantes em 8 de fevereiro de 1828.Seu pai, Pedro Verne, filho de um magistrado de Provins, formou-se em Direito em1825 e casou-se em 1827 com Sofia Allote de la Fue, de uma famlia denavegadores e armadores de Nantes. (...) Em 1839, partiu para a ndia como aprendizde marinheiro. Pego em Paimboef pelo pai, ele confessa ter viajado para trazer prima Carolina Tronson um colar de coral. Mas, rudemente repreendido, elepromete: S viajarei em sonhos. Com base nesses textos, responda s questes: (utilizando para cada uma delas, nomximo 5 linhas) 1 - A formao jurdica de Jlio Verne contribuiu de forma decisiva para a suaatitude humanista. Segundo o texto, CORRETO deduzir que, em sua viagem ao centro daTerra, o homem cada vez ficava mais longe do homem? Justifique. 2 - Segundo uma perspectiva interdisciplinar, considerando os planos daSociologia, Antropologia e Filosofia, Viagem ao Centro da Terra, de Jlio Verne, busca omundo ao ultrapassar fronteiras e desintegrar o espao e o tempo. Nessa obra, a cidadenatal recusada como elemento importante na vida do homem? Justifique.

    Conferncia da Preparao Prvia: individual. Por escrito para a aula 4. Oral para a aula 5 sobre o texto Os Nasciremas e escrito para a Questo ENADE . A ser entregueno incio da aula.

  • Mdulo C Elementos da construo da identidade: A Identidade nacional

    Overview do Mdulo:

    Assim resume Da Matta a formao da nossa identidade, tema do mdulo C: Sei, ento, que sou brasileiro e no norte americano, porque gosto de comerfeijoada e no hambrguer (...) porque falo portugus e no ingls; porque ouvindomsica popular, sei distinguir imediatamente um frevo de um samba; porque paramim futebol um jogo que se joga com os ps e no com as mos(...) porque sei queno existe jamais um no diante de situaes formais e que todos admitem umjeitinho pela relao pessoal(...)Nesse mdulo o trabalho busca aprofundar o conhecimento sobre o processo deformao das identidades, em particular a nacional.

    Objetivo do Mdulo: Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de: Refletir sobre o significado da construo da identidade nacional e das

    particularidades da cultura brasileira

    Atividades de Aprendizado: Neste mdulo sero realizadas as seguintes atividades: O professor far uma exposio dos conceitos antropolgicos relativos

    Identidade. H tambm a sugesto de apresentao do contexto da msica de Chico Buarque

    de Holanda: O malandro, da dcada de 1970.

    Preparao Prvia:

    Para a aula 6 os alunos fazem resumo do texto Os Brasileiros de Darcy Ribeiro (pags126 a 133)Para a aula 7 os alunos devem fazer a leitura seguida de um resumo do cap. 1 do livro: DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? A questo da identidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1984 (pags 11 a 20).

    Para a aula 8 os alunos deve fazer uma breve pesquisa sobre os detalhes que levamChico Buarque a criar a msica O Malandro para construir um comentrio crtico sobreseu contexto. Devem indicar os sites, revistas, livros pesquisados seguindo a regra daABNT.

    Para a aula 9 os alunos devem fazer a leitura e o fichamento do captulo do livro de DAMATTA, Roberto. Relativizando, primeira parte A Antropologia no quadro das cincias. (item 7 a Fbula das trs raas pag. 58 a 85):

    Responder a Questo 06 da Prova ENADE 2009 (Geral):

  • O serto vai a Veneza Festival de Veneza exibe Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de KarimAnouz e Marcelo Gomes, feito a partir de uma longa viagem pelo serto nordestino.[...] Rodaram 13 mil quilmetros, a partir de Juazeiro do Norte, no Cear, passandopor Pernambuco, Paraba, Sergipe e Alagoas, improvisando dia a dia os locais defilmagem. Estvamos procura de tudo que encetava e causava estranhamento.Queramos romper com a ideia de lugar isolado, intacto, esquecido, arraigado numareligiosidade intransponvel. Eu at evito usar a palavra serto para ter um novoolhar sobre esse lugar, conta Karim. A ideia era afastar-se da imagem histrica daregio na cultura brasileira. Encontramos um universo plural que tem desde umafeira de equipamentos eletrnicos a locais de total desolao, completa Marcelo.CRUZ, Leonardo. Folha de S. Paulo, p. E1, 05/09/2009.

    A partir da leitura desse trecho, INCORRETO afirmar que:

    A) a feira de equipamentos eletrnicos, smbolo da modernidade e da tecnologiasofisticada, representativa do contrrio do que se pensa sobre o serto nordestino.B) as expresses isolamento, esquecimento e religiosidade, utilizadas peloscineastas, so consideradas adequadas para expressar a atual realidade sertaneja. C) o termo serto tem conotao pejorativa, por implicar atraso e pobreza; por isso,seu uso deve ser cuidadoso. D) os entrevistados manifestam o desejo de contribuir para a desmistificao daimagem do serto nordestino, congelada no imaginrio de parte dos brasileiros. E) revela o estranhamento que comum entre pessoas mal informadas esimplificadoras, que veem o serto como uma regio homognea.

    Conferncia da Preparao Prvia: Para as preparaes 1 e 2 fazer em duplas ou trios. Por escrito. A ser entregue por escrito no incio de cada aula. Apenas a Questo ENADE individual.

  • Mdulo D Identidade Nacional e Sociedade de Consumo

    Overview do Mdulo:O mdulo D est fundamentado nas importantes contribuies deixadas por Nestor Garcia Canclini.Ele nos diz que: Poderamos dizer que no momento em que estamos a ponto de sair do sc. XX as sociedade se reorganizam para fazer-nos consumidores do sc. XXI e, como cidados, leva-nos de volta para o s. XVIII Assim, a idia compreender que substitumos nossas identidades e diferenasfundamentadas em valores clssicos pela nossa capacidade de consumo. Se somosdiferentes por que no podemos consumir as mesmas coisas, com a mesmavelocidade.

    Objetivo do Mdulo: Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de: Refletir sobre as alteraes ocorridas nas culturas locais pela expanso do

    capitalismo neoliberal em nvel global

    Atividades de Aprendizado: Por meio de seu Modelo Pedaggico a ESAMC recomenda para este mdulo asseguintes atividades de aprendizado: Mtodo: Uso de Filmes (disponvel no Cardpio de Mtodos ESAMC)

    Ou as atividades descritas aqui: O professor far uma exposio dos conceitos antropolgicos de Identidade e

    Consumo.

    IMPORTANTE: A adoo de qualquer mtodo pelo professor NO exclui a necessidade da Preparao Prvia.

    Preparao Prvia: - A partir da leitura do cap.1-Consumidores do sculo XXI, cidados do sculo XVIIIde: CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidados: Os conflitos multiculturais daglobalizao, (pags 29 a 55) os alunos devem levantar sites na internet dedicados discusso do consumo no planeta. Pelo menos 3 endereos/apresentaes iniciais dosreferidos sites. Conferncia da Preparao Prvia: Em duplas ou trios. Por escrito. A ser entregue no incio da aula.

  • Mdulo E Globalizao e Cultura

    Overview do Mdulo:

    Analisar os efeitos do processo de globalizao econmica e cultural sobre asidentidades nacionais, em particular sua integrao e formas de resistncia.

    Objetivo do Mdulo:

    Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de:-Refletir e analisar os meios pelos quais as culturas locais reagem ao processo deMercantilizao e Padronizao Cultural caracterstico do perodo atual, destacandosuas particularidades e principais influncias.- Compreender criticamente os papis do Consumo e da Cultura postos em paralelopela Comunicao Globalizada do Sculo XX.

    Atividades de Aprendizado:

    Neste mdulo sero realizadas as seguintes atividades: O professor apresentar as principais questes desse tema procurando sinalizar

    elementos cotidianos ligados comunicao de massa que referendem os principais tpicos discutidos.

    O professor realiza, na terceira aula do mdulo, uma dinmica que tem seuembasamento numa seleo de trechos do livro A sociedade do Espetculo de GuyDebord que lhe serve como referencial da aula.

    Preparao Prvia:

    - PARA A 1 AULA DO MDULO = Os alunos devem fazer a leitura do cap. 2 - Oconsumo serve para pensar (pags 60 a 73) e Cap. 6 As identidades como espetculomultimdia. (pags 129 a 139) do livro de CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores eCidados: Os conflitos multiculturais da globalizao.

    - PARA A 2 AULA DO MDULO = Os alunos devem Ler o livro DEBORD, A sociedadedo espetculo OU assistir parte do filme A sociedade do Espetculo de Guy Deborddisponvel no You Tube em vrios endereos, tais como o que se sugere aqui =http://www.youtube.com/watch?v=oyhPAiWl_KU&feature=related

    - PARA A 3 AULA DO MDULO = A partir da leitura de KHEL, Alm da sociedade doespetculo. Aluno entrega texto dissertativo posicionando-se a favor ou contra osargumentos da autora. O aluno deve declarar explicitamente sua posio no incio dotexto

  • - Responder a Questo 04 da Prova ENADE 2009 (Geral):Leia o trecho: O movimento antiglobalizao apresenta-se, na virada deste novo milnio, como uma das principais novidades na arena poltica e no cenrio da sociedade civil, dada a sua forma de articulao/atuao em redes com extenso global. Ele tem elaborado uma nova gramtica no repertrio das demandas e dos conflitos sociais, trazendo novamente as lutas sociais para o palco da cena pblica, e a poltica para a dimenso, tanto na forma de operar, nas ruas, como no contedo do debate que trouxe tona: o modo de vida capitalista ocidental moderno e seus efeitos destrutivos sobre a natureza (humana, animal, vegetal). Gohn, 2003. incorreto afirmar que o movimento antiglobalizao referido nesse trecho

    a) Cria uma rede de resistncia, expressa em atos de desobedincia civil e propostas alternativas forma atual da globalizao, considerada como o principal fator da excluso social existente.

    b) Defende um outro tipo de globalizao, baseado na solidariedade e no respeito s culturas, voltado para um novo tipo de modelo civilizatrio, com desenvolvimento econmico, mas tambm com justia e igualdade social.

    c) composto por atores sociais tradicionais, veteranos nas lutas polticas, acostumados com o repertrio de protestos polticos, envolvendo, especialmente, os trabalhadores sindicalizados e suas respectivas centrais sindicais.

    d) Recusa as imposies de um mercado global, uno, voraz, alm de contestar os valores impulsionadores da sociedade capitalista, alicerada no lucro e no consumo de mercadorias suprfluas.

    e) Utiliza-se de mdias, tradicionais e novas, de modo relevante para suas aes com o propsito de dar visibilidade e legitimidade mundiais ao divulgar a variedade de movimentos de sua agenda.

    Conferncia da Preparao Prvia: Individual. Por escrito para a listagem da segunda aula do mdulo e para a questo ENADE da terceira aula. A serem entreguesno incio das respectivas aulas.

  • Mdulo F A Relao entre a Antropologia e o Direito

    Overview do Mdulo:

    Uma reflexo sobre a possibilidade de se conciliar o imperativo universal doselementos jurdicos presentes no Direito com o princpio antropolgico da necessidadede se compreender a vida social a partir do particular. Em um primeiro momento estaquesto parece indicar uma certa tendncia resposta negativa, afinal, como ordenaruma norma de conduta universal, por meio de leis, numa sociedade, como acontempornea, caracterizada por uma infinidade de valores morais e culturais?

    Objetivo do Mdulo:

    Ao final deste mdulo o aluno deve ser capaz de:-Refletir sobre a possibilidade de se conciliar o imperativo universal dos elementosjurdicos presentes no Direito com o princpio antropolgico da necessidade de secompreender a vida social a partir do particular.

    Atividades de Aprendizado:

    Neste mdulo sero realizadas as seguintes atividades: O professor apresentar as principais questes do tema. O professor realiza, na terceira aula do mdulo, uma dinmica que tem seu

    embasamento no texto Direito de propriedade deve atender funo social deJorge Luiz Souto Maior que servir de referencial para os Seminrios.

    Preparao Prvia:

    - PARA A 2 AULA DO MDULO = A partir da leitura do texto abaixo, o Aluno entregaum texto dissertativo posicionando-se a favor ou contra os argumentos do autor. Oaluno deve declarar explicitamente sua posio no incio do texto.

    Conferncia da Preparao Prvia: Individual. Por escrito. A serem entregues no incio das respectivas aulas.

  • Direito de propriedade deve atender funo socialPOR JORGE LUIZ SOUTO MAIOR

    (...)No caso do Pinheirinho o que se viu foi um profundo desrespeito ordem jurdica.Entendamos o caso: em 2004, em So Jos dos Campos, um terreno urbano de ummilho e trezentos mil metros quadrados, foi ocupado por algumas famlias, para finsde moradia. O terreno pertencia a uma empresa falida, Selecta, e estava abandonado.At antes da ocupao o terreno no cumpria funo social alguma. As famlias emquesto eram vtimas do dficit imobilirio daquele municpio, numa situaoinconcebvel, j que So Jos dos Campos uma das cidades mais ricas do Brasil.No se tratou, pois, de mera invaso, mas de ato poltico organizado para extrair oEstado de sua inrcia e para buscar a eficcia dos preceitos constitucionais do direito moradia e da funo social da propriedade. No se tratou, igualmente, de ato depessoas espertas, que quiseram se aproveitar da situao, passando frente na filados milhes de brasileiros que tambm no tm onde morar, pois, como bemponderou Ricardo Boechat, comentando o assunto, nenhum esperto tem como projetode vida morar em um terreno ocupado, em precrias condies habitacionais. Osespertos esto em outros lugares, bem mais confortveis, por certo. Os ocupantes doPinheirinho so, ao contrrio, pessoas injustiadas e sofridas, vtimas da inrcia degovernantes que insistem em tratar as estruturas do Estado fora da perspectiva doDireito Social e do respeito aos Direitos Humanos. Claro, como insistiram em mostraros autores da agresso, l tambm havia consumidores de drogas e at algunsobjetos frutos de furto, mas isso em nada altera a configurao jurdica refletida nasituao, at porque drogas se consumem, infelizmente, por todos os cantos e oencontro de objetos furtados no representa, por si, identificao de autoria do crimee, de todo modo, a pena pelo furto no a perda do direito moradia. forosoreconhecer, portanto, que aquelas pessoas foram vitimadas pela histrica pssimadistribuio de renda que reina em nosso pas. Nossa profunda injustia social est nabase do fenmeno e no pode ser negligenciada. Mas, admitamos que toda essa anlise jurdica esteja errada, que nada disso justifiqueo ato cometido pelos cidados que se tornaram, pela ocupao, moradores doPinheirinho. Partamos do princpio de que um erro no justifica o outro e que no secorrige a ilegalidade da inrcia do Estado com outra ilegalidade, cometida peloparticular. Reconheamos, enfim, que houve um ato ilegal pela invaso e que aautoridade do ordenamento jurdico precisava mesmo ser recomposta. O problema que para que a recomposio da realidade anterior todas as inseresjurdicas do fato consumado precisavam ser consideradas. Quando se coloca empauta a autoridade do ordenamento jurdico do todo jurdico que se fala e no deum aspecto nico e isolado. Assim, mesmo abstraindo as noes de que a ocupaopara moradia no se trata de mera invaso e de que a retomada da posse precisapassar pelo crivo da avaliao da funo social da propriedade, a efetivao do direitodo proprietrio de reaver a posse do imvel deve ser confrontado com outros direitosque porventura estejam em jogo na situao ftica existente. O ato da reintegrao,por conseguinte, no pode ser feito de forma a atingir a integridade fsica daspessoas, mesmo se tratadas, juridicamente, como invasoras, conforme j fixadopelo STJ em deciso proferida em pedido de interveno federal no Estado do MatoGrosso, requerida pela massa falida de Provalle Incorporadora Ltda., por no haver oGovernador daquela unidade federativa atendido requisio de fora policial do Juzo

  • de Direito da Vara de Falncias e Concordatas de Goinia para dar cumprimento amandado de reintegrao de posse em rea de 492.403 m:

  • EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL. INTERVENO FEDERAL. ORDEM JUDICIAL.CUMPRIMENTO. APARATO POLICIAL. ESTADO MEMBRO. OMISSO (NEGATIVA).PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE. PONDERAO DE VALORES. APLICAO. 1 Oprincpio da proporcionalidade tem aplicao em todas as espcies de atos dospoderes constitudos, apto a vincular o legislador, o administrador e o juiz,notadamente em tema de interveno federal, onde pretende-se a atuao da Uniona autonomia dos entes federativos. 2 Aplicao do princpio ao caso concreto, emordem a impedir a retirada forada de mais 1000 famlias de um bairro inteiro, que jexiste h mais de dez anos. Prevalncia da dignidade da pessoa humana em face dodireito de propriedade. Resoluo do impasse por outros meios menos traumticos. 3 Pedido indeferido. (INTERVENO FEDERAL N 92 MT (2005/0020476-3) RELATOR: MINISTRO FERNANDO GONALVES)

    No caso Pinheiro esse entrelace de direitos foi solenemente ignorado, a comearpelos aspectos processuais. A ao poltica da ocupao do terreno teve incio em2004. No mesmo ano, o proprietrio do imvel, a massa falida da empresa Selecta,ingressou com a ao de reintegrao, mas no obteve deciso liminar favorvel sua pretenso. Interps, ento, recurso denominado agravo de instrumento, tendoconseguido, junto 16 Cmara do Tribunal de Justia, a concesso da liminar para areintegrao. Mas, tal deciso, em virtude de vcios processuais formais, foi cassada,mediante mandado de segurana, impetrado pelos moradores. O processo, ento,prosseguiu seus trmites normais, com diversos embates jurdicos, sendo que em2010 a nulidade do meio processual utilizado pela Massa Falida para tentar reformar adeciso que negou a liminar foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justia,prevalecendo, ento, a deciso inicial, que negou a liminar de reintegrao.Nesse meio tempo, a ocupao foi se organizando ainda mais e se consolidou com aconstituio de uma Associao de Moradores, que urbanizou o local com a formaode ruas, praas e a diviso do terreno em lotes com 250 metros quadrados,obedecendo-se, ainda, a regra, fixada pela Associao, de uma famlia por terreno.Formou-se no lugar um autntico bairro, com novos moradores, pessoas oriundas dacomunidade local, So Jos dos Campos, trabalhadores com ocupaes diversas etambm, claro, desempregados, que para l se dirigiam e investiam na construode suas casas, agindo de tal forma, com boa-f, principalmente em razo do acenodado pelas trs esferas do poder, Federal, Estadual e Municipal, em torno dapossibilidade concreta da regularizao da situao. Representantes das esferas doPoder visitaram por diversas vezes a comunidade.E, de repente, em julho de 2011, uma nova juza atuando no processo, tendo cinciada definio da questo pelo STJ, que consolidava a situao favorvel aosmoradores, concede liminar para a reintegrao de posse, sem motivao especficabaseada em fato novo. isso mesmo. O que se viu no Pinheirinho teve por fundamento uma deciso liminar,concedida sete anos e meio depois do ingresso da ao de reintegrao, no seconsiderando a alterao ftica havida no local, que, em verdade, apenas reforavaas razes para a rejeio da reintegrao, ainda mais em sede de deciso liminar. evidente, pois, a impropriedade da medida, de carter liminar, insista-se, diante dotempo j decorrido, que eliminou a urgncia para esse tipo de soluo para umconflito to complexo, estando, ademais, ultrapassado, h muito, o requisito do ano edia, e, sobretudo, em razo da profunda alterao ftica advinda no local desde oincio do processo. Segundo o Censo realizado pela prpria Prefeitura de So Jos dos

  • Campos, j viviam no local 1.577 famlias, ou, mais precisamente, 5.488 pessoas,sendo 2.615 com idade entre 0 e 18 anos. Alm disso, o assentamento, ou bairrocomo tambm era tratado, continha 81 pontos comerciais, seis templos religiosos eum galpo comunitrio.Bem se v que a questo envolvia um feixe enorme de direitos, no estando em jogonica e exclusivamente o direito de propriedade da massa falida. Assim, ainda quefosse para privilegiar o direito de propriedade da massa falida, sem a necessidade dejustific-lo pelo pressuposto da finalidade social, haver-se-ia, no mnimo, queassegurar que outros direitos no fossem, simplesmente, desprezados.O ato da desocupao, portanto, mesmo se considerada legtima, deveria serprecedido de uma organizao tal que permitisse a preservao dos demais direitosenvolvidos. Ainda que os moradores se apresentassem armados, dispostos a lutarcontra a ordem judicial, as negociaes, com todos os meios institucionais possveis,deveriam conduzir soluo da situao. E, ademais, era o que se anunciava, tantoque a prpria massa falida assinou documento, levado ao processo da falncia,aceitando a prorrogao da efetivao da ordem de reintegrao. No Pinheirinhohouve at festa para comemorar a reabertura das negociaes, que no seencaminhavam, propriamente, em torno da forma de reintegrao, mas na direo,enfim, da desapropriao por atuao direta da Federao, o que talvez nointeressasse aos propsitos especulativos locais e s pretenses eleitorais dosgovernos do Estado e do Municpio.Em concreto, o Poder Judicirio e o Governo do Estado de So Paulo se uniram contraos moradores do Pinheirinho, tratando-os como inimigos. No cola o argumento dadefesa da legalidade e do resgate da autoridade do ordenamento jurdico, como visto.E mesmo que houvesse, repita-se, por que, depois de quase oito anos de umasituao consolidada, em que um terreno baldio, que servia especulao imobiliria,foi transformado em um bairro de moradores de baixa renda, teve-se tanta pressapara devolver a posse do terreno massa falida? Por que, para chegar a esseobjetivo, mobilizar 2 mil policiais militares, helicpteros, ces e armas de todo tipo(ainda que menos letais)? Por que expulsar, de forma abrupta e violenta, pessoas desuas casas na calada da noite de um domingo, fazendo com que essas pessoasdeixassem para trs seus pertences, utenslios, roupas e at documentos? Por quefazer tudo isso sem qualquer preocupao com a condio humana dessas pessoas,conduzindo-as a abrigos improvisados, sem condies minimamente dignas desobrevivncia? (As imagens dos abrigos falam por si e tendo constatado a situao inloco posso assegurar que as imagens no refletem o total drama vivido por aquelaspessoas). Por que submeter essas pessoas, nos abrigos, ao uso de pulseiras comcores diferentes, para que pudessem ser identificadas como moradoras doPinheirinho? Por que deixarem crianas e jovens assistirem tamanha brutalidadecontra seus pais? Que mal essas crianas cometeram? Que tamanho mal, ademais,cometeram todos aqueles que l estavam procura de um lugar para morar, sendocerto que no era um lugar nenhum pouco glamoroso? Por que passar um trator porcima das casas e estabelecimentos comerciais que foram construdos no local aolongo de oito anos de consolidao do bairro? (...)

    JORGE LUIZ SOUTO MAIOR juiz do trabalho, titular da 3 Vara do Trabalho de Jundia(SP), livre-docente em Direito do Trabalho pela USP e membro da Associao Juzespara a Democracia.Revista Consultor Jurdico, 30 de janeiro de 2012