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    TEMA 1 Patologas de las construcciones

    Pontes: Patologias dos Aparelhos de Apoio

    Rafael Navalho Machado1,a,Artur Lenz Sartorti2,b

    1UNASP, Estrada Municipal Pr. Walter Boger, s/n Lagoa Bonita - Engenheiro Coelho SP,

    Caixa Postal 11, Departamento de Engenharia Civil, CEP: 13165-970, Brasil.

    2UNASP, Estrada Municipal Pr. Walter Boger, s/n Lagoa Bonita - Engenheiro Coelho SP,

    Caixa Postal 11, Departamento de Engenharia Civil, CEP: 13165-970, Brasil.

    a [email protected],

    [email protected]

    Palavras-chave:Aparelho de Apoio, Pontes, Neoprene, Manuteno, Patologias.

    Resumo.Desde os tempos remotos, a humanidade necessita ultrapassar

    obstculos para realizar suas tarefas, e foi com esse propsito que as primeiraspontes surgiram. No incio as pontes, na maioria das vezes em estruturas depedra e madeira, tinham dimenses pequenas, portanto no havia anecessidade de cuidados especiais. Entretanto com o emprego de estruturasde ao e concreto, vos cada vez maiores foram sendo projetados e em facedos decorrentes problemas nas estruturas em transmitir esforos, teve-se anecessidade de pensar em um dispositivo que no modificasse a estruturaoriginal, desta forma surgem os aparelhos de apoio. Naturalmente nota-se queos aparelhos de apoio so de grande valia para as pontes, entretanto valeressaltar que as patologias encontradas nestes dispositivos tm afetadograndemente as estruturas das pontes. Atualmente tem-se observado a grandepreocupao com os problemas patolgicos na construo civil. Portanto, esteartigo tem como objetivo mostrar, atravs de ampla reviso bibliogrfica eexemplos de casos reais, as patologias, mtodos corretivos e formas depreveno de problemas nos aparelhos de apoio. So tambm apresentadosno artigo conceitos referentes manuteno estratgica e excepcional bemcomo os programas de inspeo de obras-de-arte com foco nos aparelhos de

    apoio.

    Introduo

    Atravs dos tempos a engenharia tem contribudo de forma significativapara o bem estar da humanidade, visando sempre melhoria dos maisdiversos meios, tanto no mbito cientfico como social. Um exemplo deengenharia que une cincia e sociedade so as pontes. As pontes tm porfinalidade interligar pontos no acessveis, separados por obstculos naturaisou artificiais.

    Naturalmente o projeto de uma ponte inicia-se pelo conhecimento de

    sua finalidade, ou seja, necessria primeiramente uma anlise doscarregamentos solicitados pelo conjunto da obra alm de informaestopogrficas, hidrolgicas e geotcnicas. Particularmente o presente artigo sedeter em um dos elementos estruturais das pontes, os aparelhos de apoio.

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    O aparelho de apoio o elemento colocado entre a superestrutura e

    mesoestrutura e tem como principal funo a transmisso de reaes dasuperestrutura para a mesoestrutura, que por sua vez transfere infra-estrutura (fundao), e at o solo. Embora os aparelhos de apoio sejamapenas uma parte da estrutura, deve-se atentar aos possveis problemas desua no utilizao, ou mesmo a falta de ateno em seu projeto e execuo,pois este o elemento que est entre a viga e o pilar, e qualquer problemanesta etapa da construo, elevar o custo total da obra.

    Aparelhos de Apoio

    Os aparelhos de apoio surgiram em meados do sculo XIX, na poca os

    vos eram pequenos e as estruturas de alvenaria de pedra, pelas grandesdimenses, inclusive nos apoios, no impunham na maior parte dos casos, anecessidade de cuidados especiais. As estruturas foram sendo projetadas paravos cada vez maiores, e em face dos grandes problemas das estruturas emtransmitir os esforos de um ponto a outro ou mesmo levar em considerao avariao da temperatura, retrao e expanso dos materiais, movimentos derotao ou de translao, etc., teve-se a necessidade de pensar em umdispositivo que visasse no deixar que tais problemas modificassem oselementos constituintes das estruturas, para isso so utilizados os aparelhosde apoio.

    Nas estruturas de edifcios no se utilizam este tipo de dispositivo,

    apesar de que o clculo dos esforos tenha sido feito com a hiptese deexistirem articulaes. Esta simplificao de clculo, criando articulaes ondeno existem, s admissvel em estruturas com vos e carregamentospequenos, onde as aes secundrias gerados pela ausncia das articulaesna estrutura real podem ser desprezados [El Debs e Takeya (2009)1].

    J nas estruturas de pontes e nas construes de grande porte, h anecessidade de se utilizar os aparelhos de apoio pelos diversos movimentosque a estrutura est submetida.

    Desta forma, os aparelhos de apoio podem ser definidos comodispositivos que fazem a transio entre a superestrutura e a mesoestrutura oua infra-estrutura [DNIT (2006)

    2]. Suas principais funes so:

    Transmitir as cargas da superestrutura mesoestrutura ou infra-estrutura;

    Permitir os movimentos longitudinais da superestrutura, devidos aretrao prpria da superestrutura e aos efeitos da temperatura,expanso e retrao;

    Permitir as rotaes da superestrutura, motivadas pelas deflexesprovocadas pela carga permanente e pela carga mvel.Os movimentos de rotao tendem a girar a estrutura e o de translao

    faz um movimento deslizante, e desta forma os aparelhos de apoio podem serclassificados:

    Articulaes fixas, que apenas permitem os movimentos de rotao,gerando reaes verticais e horizontais; Articulaes mveis, que permitem tanto a rotao como a translao,

    gerando apenas reao vertical, na realidade a reao horizontal surge

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    por atrito, entretanto pode ser desprezada pelo valor relativamente

    pequeno. As articulaes elsticas permitem tambm os dois movimentos, a

    rotao e a translao, gerando reaes verticais.

    Tipologia dos Aparelhos de Apoio

    A) Aparelhos de Apoio Metl icos

    Os aparelhos de apoio metlicos podem ser obtidos combinando-seadequadamente chapa e roletes metlicos.

    As articulaes fixas, conforme Fig 1, possuem cavidades usinadas e

    lubrificadas onde se encaixa o rolete. Podem ser obtidas tambm secombinando duas chapas metlicas, uma com a superfcie plana e outra com asuperfcie curva e convexa. J as articulaes mveis (Fig 2) possuem um oumais roletes entre chapas planas [El Debs e Takeya (2009)

    1].

    Figura 1 - Aparelhos de apoio metlico do tipo fixo

    FONTE: [El Debs e Takeya (2009)1

    ]

    O grande questionamento devido ao uso das articulaes metlicas que so totalmente dependentes de manuteno cuidadosa e permanente,para que as mesmas no sejam prejudicadas no seu funcionamento pelobloqueio de detritos e pela corroso, que muitas das vezes torna a peainsatisfatria, podendo at chegar ao colapso. Quando h a possibilidade dereparos na articulao devem-se levar em considerao alguns pontos como:

    Inspeo minuciosa; Verificao estrutural; Remoo dos detritos, liberando todos os elementos componentes

    da articulao metlica dos obstculos ao seu funcionamento; Tratamento de corroses superficiais e jateamento de areia e

    pintura anti-corroso.

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    Figura 2 - Aparelhos de apoio metlico do tipo mvelFONTE: [El Debs e Takeya (2009)

    1]

    B) Aparelhos de apoio de concreto

    O grande fator de relevncia dos aparelhos de apoio de concreto quealm de serem construdos junto com a prpria estrutura, utilizando os mesmomateriais, conseguem suportar maiores solicitaes do que os aparelhosmetlicos. Entretanto vale salientar que este tipo de dispositivo est em desusopor causa da sua fragilidade sendo apenas mencionados no texto deste artigo.

    Os aparelhos de apoio de concreto podem ser divididos em: Articulao de contato de superfcie, Fig 3; Articulao Mesnager, Fig 4; Articulao Freyssinet, Fig 5; Pndulo de concreto, Fig 6.

    Figura 3 - Articulao de contato de superfcieFONTE: [El Debs e Takeya (2009)

    1]

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    Figura 4 Articulao MesnagerFONTE: [El Debs e Takeya (2009)

    1]

    Figura 5 - Sistema construtivo de uma articulao FreyssinetFONTE: [El Debs e Takeya (2009)

    1]

    Figura 6 - Pndulos de concretoFONTE: [El Debs e Takeya (2009)

    1]

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    C) Aparelhos de Apoio de Neoprene

    Os tipos de aparelhos de apoio retratados (metlico e de concreto)sofrem com alguns problemas que os impeam de serem comumente usados,seja o fator custo, manuteno ou propriedades do material. Assim pela buscado aperfeioamento do dispositivo surgiram os aparelhos de apoio deelastmero (borracha sinttica) base de policloropreno, mais conhecidoscomo neoprene (Fig 7).

    A utilizao deste tipo de aparelho de apoio gera, entre a superestruturae a mesoestrutura, uma ligao flexvel apresentando grandes deformaes edeslocamentos.

    As principais caractersticas destes elementos so:

    Mdulo de deformao transversal de valor muito baixo; Mdulo de deformao longitudinal, tambm de valor muito baixo; Grande resistncia a intempries.

    Figura 7 Aparelho de apoio de neopreneFONTE: Foto retirada pelo autor em um viaduto localizado em Sumar-SP, em 01/06/2009.

    As duas primeiras caractersticas implicam os movimentos de translaoe de rotao e a ltima retrata a dispensa de manuteno peridica, que nosoutros tipos de aparelhos so indispensveis para o uso correto do dispositivo.

    Para reaes de pequena intensidade utiliza-se apenas o neoprene,entretanto para estruturas de grande porte h a necessidade de se empregaruma juno entre o neoprene e chapas de ao vulcanizado, formando um nicobloco. Na realidade este tipo de dispositivo usado mostra a intercalao entrechapa de ao e neoprene (Fig. 8), assim feito um tipo de sanduche ondeas chapas de ao exercem uma funo de cintamento sobre as placas deneoprene, reduzindo o seu achatamento excessivo, e aumentando as tensesadmissveis no apoio.

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    Figura 8 Aparelho de apoio neoprene com chapa de ao (cintado)FONTE: [Neoprex Manual Tcnico (2009)3]

    H um tipo de dispositivo que associado com o neoprene reduz reaeshorizontais nos apoios, assim tornando a estrutura com maior mobilidadehorizontal. Para que essa situao ocorra empregada uma articulaoelstica deslizante conhecida como Neoflon (Fig. 9), que nada mais do quea juno entre o neoprene e o teflon (resina que sob altas presses apresenta

    coeficientes de atrito muito baixos).

    (a)

    (b) (c)

    Figura 9 Articulao elstica deslizante Neoflon: (a) parte superior com chapade ao revestida com ao inox; (b) Parte inferior revestida na face superior por

    folha de teflon; (c) conjunto de placas que forma o neoflon.FONTE: [El Debs e Takeya (2009)1]

    Existem outros tipos de aparelhos de apoio de neoprene, como oaparelho de apoio de neoprene de panela. utilizado para apoios que tenhamcargas muito elevadas.

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    Alm deste tipo de aparelho especial, temos os aparelhos que se

    diferenciam pela sua forma, conforme Fig. 10: Tipo circular; Tipo octogonal; Tipo anti-deslizamento.

    Figura 10 Aparelhos de apoio especiaisFONTE: [Neoprex Manual Tcnico (2009)

    3]

    Patolog ias dos Aparelhos de Apoio e Mtodos Corretivos

    Atualmente observa-se a grande preocupao com os problemaspatolgicos na construo civil, uma vez que, toda estrutura para correspondera vida til para qual foi projetada, deve passar por uma manuteno. As causaspara a deteriorao das estruturas podem ser das mais diversas, desde o

    envelhecimento natural da estrutura at mesmo a irresponsabilidade de algunsprofissionais que optam pela utilizao de materiais fora das especificaes[Souza e Ripper (1998)4].

    Sabendo que o estudo sobre patologias um campo muito amplo, serocomentadas apenas as informaes bsicas para que se possa ter uma noode quando se deve executar a troca de um material ou apenas a suarecuperao.

    As causas das patologias nas estruturas podem ser divididas em doisgrandes grupos, a saber: Causas intrnsecas: referentes aos processos de deteriorao inerentes

    prpria estrutura, ou seja, sua origem dada na execuo, utilizao,

    por falhas humanas, etc. Causas Extrnsecas: Externa ao corpo do material, podem ser

    entendidas como fatores que atacam as estruturas de fora para dentro,ao longo do processo da concepo, execuo ou da vida til [Sartorti(2008)

    5].

    Tendo em vista estes aspectos, o estudo das patologias engloba aanlise detalhada do problema, descrevendo suas causas, as formas demanifestao, os mecanismos de ocorrncia, a profilaxia e a manutenoestrutural. Assim podem-se identificar os possveis danos causados nosaparelhos de apoio e seus respectivos mtodos corretivos.

    A) Pato logias e Mtodos Corret ivos nos Aparelhos de Apoio Metl icos

    A principal fonte de patologias nos aparelhos de apoio metlicos so ascausas denominadas extrnsecas, mais precisamente pela corroso. A

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    corroso nos aparelhos de apoio metlico dada principalmente pela variao

    da umidade do meio ambiente com os gases corrosivos, como gs carbnico,anidrido sulfuroso, amnia, dentre outros (Fig. 11) [Loureno e Mendes(2009)6].

    Figura 11 Aparelho de apoio metlico danificado (corroso)FONTE: [Loureno e Mendes (2009)

    6]

    A corroso pode ser classificada segundo a natureza do processo, em

    corroso qumica, ou simplesmente oxidao, no provocando deterioraosubstancial das superfcies metlicas e corroso eletroqumica que a queefetivamente trs problemas para as estruturas. Trata-se de um ataque denatureza eletroqumica, que ocorre em meio aquoso, como resultado deformao de uma pilha, com eletrlito e diferena de potencial entre trechos dasuperfcie metlica [Cascudo (1997)

    7].

    A idade avanada da estrutura e a falta de proteo, tambm so outrosfatores. Ainda se analisado um material cuja resistncia a corroso for alta,assim mesmo est sujeito a tal condio, pois um material consideradobastante resistente a corroso pode ser deteriorado com um meio de corrosoespecfico, desta forma deve-se fazer um estudo especfico do materialmetlico, meio corrosivo e condies operacionais [ Gentil (2003)8].

    Este tipo de patologia ocasiona-se nos dois tipos de articulaesmetlicas, tanto a mvel quanto a fixa, portanto o mtodo corretivo vale paraambas.

    Quando se opta por escolher este tipo de dispositivo em uma ponte,deve-se valer como fator principal a execuo, como sendo o melhor mtodopreventivo, j que o ponto culminante para que um aparelho de apoio metlicodeixe de estar no seu perfeito funcionamento, a no aplicao de produtosanti-corroso. Desta forma, se faz valer de algumas observaes importantes[DNIT (:2006)9]:

    Deve-se fazer a limpeza por jateamento; Aplicao de epxi primer anti-corrosivo de zinco; Aplicao de duas camadas de revestimento com pintura epxica de alta

    dureza;

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    As superfcies deslizantes (articulao mvel) devem ser engraxadas

    com graxa a base de silicone e as superfcies de contato com o concretorecebem a pintura somente em sua periferia, obedecendo larguramnima de 50 mm.

    B) Patologias e Mtodos Corretivos nos Aparelhos de Apoio deConcreto

    Os aparelhos de apoio de concreto sofrem com os dois tipos de causas,tanto a intrnseca como a extrnseca, deste a falha humana na execuo at ascausas naturais (fsicas, qumicas e biolgicas). Assim este dispositivo estasujeito h uma verificao mais detalhada, tanto na sua execuo como na

    manuteno, entretanto para este estudo deve-se atentar apenas naidentificao dos problemas corriqueiros, e seus mtodos corretivos.

    Atualmente no so mais utilizados os aparelhos de apoio de concretodevido a sua grande fragilidade e pelo fato de sofrerem diversos problemaspatolgicos como, por exemplo: fissuras, quebras de cantos, a falta de limpezano concreto, e pelas diversas falhas na sua execuo. Desta maneira podem-se definir cada um desses problemas e seus respectivos mtodos corretivos,lembrando que os dispositivos (aparelhos de apoio de concreto tipo:Freyssinet, articulao de contato de superfcie, Mesnager e pndulo deconcreto) sofrem, normalmente, das mesmas patologias.

    No objetivo do presente artigo descrever as patologias destes

    aparelhos nem seus mtodos corretivos por estarem em desuso. Entretanto,pode-se pontuar que a manifestao patolgica e mtodos de reparo e reforodestes elementos seguem os critrios bsicos para as estruturas de concreto.

    Uma chamada geral prpria neste momento. Verifica-se que um dosmaiores problemas que ocorre nos aparelhos de apoio (metlicos, de concretoe de elastmero) a falta de limpeza do dispositivo. Desta forma, para queocorra o bom funcionamento do aparelho de apoio, devem-se retirar todos osresduos, manchas de cimento, graxas, ferrugens, ou qualquer tipo de objetoque venha a prejudicar sua utilizao.

    C) Patologias e Mtodos Corretivos nos Aparelhos de Apoio deNeoprene

    O que diferencia os aparelhos de apoio de neoprene dos demais a suagrande capacidade de sobreviver falta de manuteno, questo que osdemais aparelhos esto sujeitos periodicamente. E mesmo se o dispositivo forfabricado com materiais de baixa qualidade, muito difcil que entre emcolapso total [DNIT (2006)

    2]. Entretanto, como todo dispositivo no perfeito,

    deve salientar que os aparelhos de apoio podem tornar-se prematuramenteinservveis em virtude de uma srie de causas, tais como: Danos intrnsecos no detectados durante a instalao; Assentamento irregular, provocando uma sobrecarga adicional

    localizada; Deslocamentos, rotaes e cargas em servio muito superiores aos

    estimados;

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    Agressividade no prevista do meio ambiente;

    Ataque por produtos qumicos; Baixa expectativa de vida til; Mal assentamento no bero, conforme retrata Fig. 12.

    Figura 12 Aparelho de apoio de neoprene deslocado para fora do beroFONTE: [Siqueira (2009)

    10]

    Em virtude das dificuldades e dos custos da substituio dos aparelhosde apoio, as deficincias anteriores tem sido abrandadas para certa tolernciacom as deficincias dos antigos aparelhos de apoio elastomricos, desta formao [DNIT (2006)

    2] afirma que se h uma separao ntida entre a superestrutura

    e a mesoestrutura ou infra-estrutura, se as deficincias do aparelho de apoiono causam prejuzos ao comportamento da estrutura e se no h trincas ou

    fissuras localizadas na regio do apoio, em princpio, pode-se adiar asubstituio do aparelho de apoio dependendo, porm, dos resultados deverificaes estruturais e de uma inspeo minuciosa.

    Estas verificaes devem seguir o procedimento abaixo: Inspecionar visualmente as faces acessveis do aparelho; aps alguns

    anos de servio, pequenas fissuras de 2 a 3mm de profundidade e de 2a 3mm de comprimento so tolerveis;

    Verificar se o aparelho de apoio foi corretamente vulcanizado e se hchapas de ao fretantes visveis e oxidadas;

    Se houver deslocamento da estrutura, medir os ngulos entre assuperfcies das estruturas em contato com o aparelho de apoio;

    Medir as alturas do aparelho de apoio nas arestas e nos pontos centrais; Medir as distores do aparelho de apoio; Verificar se o aparelho de apoio foi deslocado de sua posio original;

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    Verificar se h indcios da presena de leos, graxas ou qualquer outra

    substncia nociva ao elastmero; Verificar se h juntas de dilatao defeituosas na superestrutura, muito

    prximas do aparelho de apoio ou diretamente sobre o aparelho.De acordo com essa inspeo e verificados os eventuais

    comprometimentos da estrutura pode-se decidir pelo aproveitamento doaparelho existente ou sua substituio, sendo que destes dois deve-sedestacar o quo importante seria o aproveitamento do material, j que apossibilidade de troca influi em fatores extras, como por exemplo, a interdioda ponte.

    Substituio dos Aparelhos de Apoio

    O [DER (2006)11] faz meno de que a substituio deve ser feita deacordo com o projeto executivo especifico. Este termo complementa senecessrio, o projeto de recuperao. O trfego deve ser desviado antes doinicio dos servios, s podendo retornar aps a concluso do mesmo. Existemalguns procedimentos para a troca de aparelhos de apoio como: O procedimento exige operaes de macaqueamento; obrigatrio que as juntas de dilatao estejam limpas antes do inicio

    dos procedimentos de macaqueamento; Para substituir aparelhos de apoio extremos, a estrutura deve ser

    liberada dos aterros atravs da remoo de uma faixa do aterro de

    cabeceira, com posterior preenchimento com solo-cimento ecompactao manual para consolidao;

    A presena da laje de aproximao dificulta o procedimento desubstituio por que impede o acesso interface da estrutura com oaterro, neste caso a laje deve ser demolida;

    medida que a estrutura se desliga do apoio, devem ser inseridoscalos ou equipamentos de alto-travamento de modo a evitar acidentes;

    Aps a substituio dos aparelhos de apoio, a operao deve se dar demodo inverso, com a retirada gradual dos calos.

    ConclusesAtravs das consideraes levantadas neste estudo, pode-se identificar

    os aparelhos de apoio, suas vantagens, patologias, manuteno ourecuperao quando possvel. Desta forma, pode-se ponderar por qual omelhor dispositivo a ser adotado.

    Naturalmente percebe-se que os aparelhos de apoio so de grande valiapara as pontes, entretanto vale ressaltar que a escolha do dispositivo a seradotado influi num melhor, ou pior, o aspecto global da obra realizada. Seanalisado o fator custo inicial percebe-se que os aparelhos mais econmicos,e, portanto os mais usados so: Freyssinet e o neoprene. Em contra partida oestudo mostra que os aparelhos de concreto, no caso em questo o Freyssinet,

    sofrem com problemas de fissuras, e pelo fato do dispositivo fazer parteintegrante da estrutura (apoio fixo), assim, sua execuo na maioria das vezes comprometida por falhas humanas e de utilizao. J o neoprene um

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    dispositivo que usualmente no tem problemas com patologia ou manuteno

    peridica, porm quando mal dimensionado e posicionado, pode trazer tantosproblemas quanto os outros aparelhos de apoio.Os aparelhos que esto em desuso so os metlicos e de concreto,

    alm de terem um custo elevado para a sua execuo, sofrem com problemasperidicos de manuteno preventiva.

    Finalmente, pode-se destacar o uso crescente do aparelho de apoio deneoprene, este dispositivo em vista dos outros leva vantagem em todos osaspectos, portanto fica a indicao para um estudo mais detalhado destedispositivo, ou mesmo a verificao e constatao de outro que seja o maisperto do ideal.

    Referncias

    [1] EL DEBS, M. K.; TAKEYA, T. Apostila de Pontes - ANEXO 6. So Carlos,USP Universidade de So Paulo, 2009. Notas de aula.

    [2] DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DETRANSPORTE. Tratamento de aparelhos de apoio: concreto, neoprene emetlicos Especificao de servio, Norma 091. Rio de Janeiro, 2006.

    [3] NEOPREX MANUAL TCNICO. Disponvel em. Acesso em: 11/10/2009.

    [4] SOUZA, V. C. M; RIPPER, T. Patologia, Recuperao e Reforo deEstruturas de Concreto. 1 ed. So Paulo: Pini, 1998.

    [5] SARTORTI, A. L. Identificao de patologias em pontes de vias urbanas erurais no municpio de Campinas-SP. Campinas: Faculdade de EngenhariaCivil UNICAMP, 2008. 203p. Dissertao (mestrado) Faculdade deEngenharia Civil, UNICAMP, 2008.

    [6] LOURENO, L. C.; MENDES, L. C. Verificao da corroso e de outraspatologias em pontes metlicas, Teoria e Prtica na Engenharia, Rio deJaneiro: n 14, p.25-29, Outubro/2009.

    [7] CASCUDO, O. O controle da corroso de Armaduras de concreto Armado.Goinia: Editora PINI, 1997.

    [8] GENTIL, V. Corroso. 3 ed. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos,2003.

    [9] DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DETRANSPORTE. Tratamento de trincas e fissuras Especificao deservio, Norma 083. Rio de Janeiro, 2006.

    [10] SIQUEIRA, C. H. Aparelhos de apoio e juntas de dilatao para pontes eviadutos: Problemas e solues. In:CINPAR 5 Congresso Internacional

    sobre Patologia e Reabilitao de Estruturas, 11 13/06/2009, Curitiba-PR.[11] DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGEM. Substituio de

    aparelhos de apoio e juntas de dilatao Cdigo 020. So Paulo, 2006.