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Tribunal de Contas da União Secretaria das Sessões ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014 - SESSÃO ORDINÁRIA - PRIMEIRA CÂMARA APROVADA EM 20 DE MARÇO DE 2014 PUBLICADA EM 21 DE MARÇO DE 2014 ACÓRDÃOS NºS 901 a 1011

PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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Tribunal de Contas da União Secretaria das Sessões

ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014

- SESSÃO ORDINÁRIA -

PRIMEIRA CÂMARA

APROVADA EM 20 DE MARÇO DE 2014

PUBLICADA EM 21 DE MARÇO DE 2014

ACÓRDÃOS NºS 901 a 1011

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014

(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)

Presidência do Ministro: Valmir Campelo

Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Dr. Lucas Rocha Furtado

Secretário da Sessão: AUFC Francisco Costa de Almeida

Com a presença dos Ministros Walton Alencar Rodrigues, Benjamim Zymler, José Múcio

Monteiro, do Ministro-Substituto Weder de Oliveira, bem como do Representante do Ministério

Público, Subprocurador-Geral Dr. Lucas Rocha Furtado, o Presidente da Primeira Câmara, Ministro

Valmir Campelo, invocando a proteção de Deus, declarou aberta a Sessão Ordinária da Primeira

Câmara às quinze horas. Ausente, por motivo de férias, o Ministro-Substituto Augusto Sherman

Cavalcanti (Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, artigos 11, 12, § 2º, 33, 55, incisos I,

alíneas a e b, II, alíneas a e b e III, 133, incisos I a IV, VI e VII, 134 a 136, 140 e 287 § 5º).

HOMOLOGAÇÃO DE ATA

A Primeira Câmara homologou a Ata nº 6, da Sessão Ordinária realizada em 11 de março

de 2014, de acordo com os artigos 33, inciso X e 95, inciso I do Regimento Interno.

PUBLICAÇÃO DA ATA NA INTERNET

A presente Ata, bem como o seu Anexo, de acordo com a Resolução TCU n° 184/2005,

está publicada na página do Tribunal de Contas da União na Internet (www.tcu.gov.br).

CONVOCAÇÃO DE SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

- Comunicação do Presidente, Ministro Valmir Campelo

“Senhores Ministros,

Senhor Representante do Ministério Público,

Nos termos do inciso II do artigo 33 do Regimento Interno, convoco Sessão Extraordinária

a ser realizada no próximo dia 27 de março corrente, quinta-feira, às 10 horas, não havendo Sessão

Ordinária da Primeira Câmara, no dia 25 de março, às 15 horas. Informo, ainda, que a Sessão do dia 27

de março, será realizada no novo Plenário do TCU, Ed. Sede, térreo.”

PROCESSOS RELACIONADOS

A Primeira Câmara aprovou as Relações de processos organizadas pelos respectivos

Relatores, bem como os Acórdãos de n°s 901 a 983, conforme pauta n° 7/2014, a seguir transcritos

(Regimento Interno, artigos 137, 138, 140, 141 e 143, e Resoluções TCU n°s 164/2003, 184/2005 e

195/2006):

RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara

Relator – Ministro VALMIR CAMPELO

ACÓRDÃO Nº 901/2014 - TCU - 1ª Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.693/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adriana Bozzetto (642.284.280-53); Adriana Ruschel Duval

(650.490.550-91); Adriano Alves de Paula (010.380.719-50); Adriano Bratkowski (005.734.580-57);

Alberto Eduardo Knies (002.523.970-88); Alessandra Barazzutti (931.284.010-04); Alessandra Melise

Golke (018.360.850-01); Alexandre Bernardino Lopes (047.247.186-41); Alexandre Ferreira Galio

(539.581.870-72); Alexsandro Pereira de Pereira (803.382.320-87); Allan Seeber (776.838.209-97);

Ana Carolina Nogueira Oliveira (804.190.110-72); Ana Paula da Silveira Damasceno (788.861.470-

15); Anali Martegani Ferreira (914.478.600-04); Andre Martins Alvarenga (015.717.950-81); Andre

Ricardo Filkl de Almeida (935.664.250-87); Andressa da Silveira (008.094.330-60); Anelise Marlene

Schmidt (014.382.288-80); Antonio Claito Dias de Oliveira (024.161.470-80); Bruna Loureiro Denkin

(837.196.010-72); Bruno Henrique Comassetto (017.793.280-52); Camila Mota da Rosa Scaglioni

(010.322.050-08); Carla Eugenia Lopardo (846.495.690-87); Carla Guimarães Martines (969.630.690-

34); Carla Ireni Borges (826.468.480-72); Carlos Benhur Kasper (951.805.240-91); Carolina de Correa

Marques (740.359.320-00); Caroline Silveira Martinez (013.180.620-39); Cesar Andre Luiz Beras

(568.929.180-34); Charles Quevedo Carpes (010.343.330-97); Ciro Sanches Lopes (935.860.430-15);

Clayton Albino Arisi (939.898.060-68); Danise Modes Rocha (805.128.790-87); Dante Emanuel

Pedrotti (015.610.090-83); Debora Simone Figueredo Gay (951.862.800-97); Debora da Cruz Payao

Pellegrini (264.430.608-65); Dionatas Felipe Barrater Forneck (025.113.660-45); Edgar Gonzaga

Souza dos Santos (000.568.890-62); Elenara Robaina dos Santos Severo (707.001.090-72); Fabiana

Wurster (024.600.240-96); Fabiane Tubino Garcia (690.684.450-49); Fabiano Zanini Sobrosa

(928.989.390-72); Felipe Stanque Machado Junior (935.449.870-15); Fernanda Rocha Ruffato

(014.273.960-00); Fernando Siqueira da Silva (992.538.280-72); Franclin Ferreira Wenceslau

(005.420.630-85); Gabriel Gustavo Bergmann (954.873.520-20); Gilberto Goncalves Alves Filho

(005.307.870-59); Giovana Tavares dos Santos (014.711.300-88); Giovane Davila Mendonca

(006.393.800-69); Glaucia Maria Figueiredo Silva (280.472.898-61); Glecia dos Santos Labrea

(941.079.550-87); Graciela Madaner (939.999.330-20); Guilherme Joner (010.317.380-37); Gustavo

Aurelio da Silva (032.124.040-51); Gustavo Frassetto Amendola (595.865.910-34); Gustavo de

Carvalho Luiz (002.063.840-09); Harlan Maas Martins (002.687.610-86); Heleno Rocha Nazario

(953.633.270-15); Henrykheta Maria Rodrigues Fernandes Porto (949.975.004-53); Igor Antonio

Cancela Melnik (011.669.510-22); Isis Born Machado (011.629.020-00); Jairo Cruz da Cruz

(577.884.990-72); Jaqueline Mallmann Haas (004.625.290-88); Jean Petherson Figur dos Santos

(987.744.680-49); Joao Lindolfo Meira (812.600.670-68); Jonas Maziero (003.038.410-95); Jonatan

Jean Silveira da Silva (010.642.860-89); Jorge Alberto Messa Menezes Junior (827.397.650-53); Jose

Cury Filho (934.749.030-04); Juan Saavedra Del Aguila (229.620.448-16); Juliano Goncalves Pereira

(056.971.919-44); Julio Cesar de Carvalho Lopes (891.203.960-15); Karlla Silveira Morales

(015.724.350-89); Karoline Goulart Lanes (007.229.410-80); Kathiane Benedetti Corso (819.747.790-

68); Liciano Lopes Pfitscher (757.239.050-15); Lidiane Dechim (965.339.860-15); Lucas Geraldo

Campos Dalenogare (016.429.770-71); Luciana Rossato Piovesan (008.745.300-24); Luciano Ribeiro

Lopes (014.610.220-70); Luis Eduardo Kosteski (845.575.160-68); Luisa Zuravski (970.827.830-00);

Magnos Baroni (005.188.250-78); Maiara dos Santos Rosa (995.532.520-87); Maicon da Rosa Brasil

(005.064.790-30); Mara Elisangela Jappe Goi (892.866.000-97); Marcelo Hahn Durgante

(832.866.400-34); Marcelo Matzenbacher Delanoy (009.335.900-40); Marcelo Souza de Mello

(979.666.060-15); Marciana Demarchi (807.230.200-00); Marco Antonio Bonito (185.790.418-48);

Marco Antonio Moreira da Silva (719.376.840-91); Marcos do Amaral Friggi (017.447.440-76); Maria

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Laura Lacava Lordello (149.467.148-47); Maria Lucia Pozzatti Flores (243.627.780-04); Matias

Gonzalez Rodrigues (013.027.940-43); Moises Razeira (657.968.960-91); Neiva da Silva Oliveira

(527.060.870-72); Nelson Ruben de Mello Balverde (190.360.018-97)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 902/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.700/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Ademir Krieser (818.457.079-15); Adriana Botelho Barcellos

(044.069.979-70); Adriana Marin (485.197.909-68); Adriano Silveira Mastella (005.174.899-10); Alan

Schreiner Padilha (936.939.239-49); Alecio Comelli (023.330.719-23); Alessandra Farias Millezi

(001.346.420-58); Alex Fabiano Wehrle (043.646.779-81); Alex Santos de Oliveira (311.018.068-50);

Alexandre Fernandes Coimbra (067.012.559-81); Alexssandro Cardoso Antunes (986.198.379-15);

Aline Tomazia Seemann (062.391.049-73); Ana Camila Piaia (048.441.789-46); Ana Paula Korb

(027.044.379-71); Andriceli Richit (003.127.770-51); Angelica Reineri (065.411.589-32); Antonio

Augusto Morini (535.756.799-91); Antonio Luiz Gubert (048.257.509-31); Araceli Gonçalves

Schneider (054.361.739-42); Barbarah Cristine Leidow Sorgetz (050.419.259-09); Belisa Alcântara

Marinho (066.484.269-00); Betina Andriani Felipe (034.085.539-80); Braz da Silva Ferraz Filho

(060.290.889-20); Bruno Leal Dias (053.002.469-13); Camila de Carli (006.444.030-39); Carine

Calixto Aguena (009.576.571-96); Carolina Stuart (006.043.959-90); Catieli Nunes de Figueredo

(065.984.829-50); Chris Royes Schardosim (812.287.160-72); Cledison Ignacio (948.800.269-72);

Cleonice Marisa de Brito Naedzold de Souza (911.342.696-68); Cristian Koliver (569.713.200-00);

Cristiane Oliveira da Silva (056.133.129-40); Daiane Heloisa Nunes (217.984.128-02); Daniel Farias

Mega (834.687.060-49); Daniel Salvador (006.935.179-13); Danilo Araujo Ferreira Leite

(294.854.168-90); Debora dos Santos (027.451.039-11); Deise Nivia Reisdoefer (023.344.439-48);

Deisi Martignago (021.923.259-83); Denise Martins (667.704.919-15); Diego Rodolfo Simões de

Lima (039.582.369-28); Diogo Silveira Terra (001.736.580-59); Dionathan Luan de Vargas

(071.748.699-04); Edirlei Dalpra (052.567.469-10); Edson Italo Mainardi Junior (326.673.448-39);

Eduardo Bidese Puhl (060.315.409-32); Eduardo Negri Mueller (998.574.640-68); Elaine Caroline

Cardoso (048.294.239-86); Elaine Ribeiro (945.661.350-04); Eliane Rodrigues Mota Orelo

(004.048.249-94); Eliane Suely Everling Paim (389.717.630-00); Elizabeth Schwegler (033.064.139-

50); Eunice Akemi Kitamura (147.460.928-77); Ezequiel Steckling Mülher (053.301.729-77); Fabiana

Aparecida Mafra Reisch (947.532.969-20); Fabio Andre Negri Balbo (052.889.469-22); Fabio Vieira

(017.634.189-79); Fabricio Campos Masiero (037.452.789-09); Franciscarla Makiko Sooma Severino

(067.498.459-59); Gianpaulo Alves Medeiros (048.582.959-23); Gilmar Silverio da Rocha

(053.101.166-64); Gislene Miotto Catolino Raymundo (669.061.309-78); Gizelle Kaminski Corso

(033.445.439-54); Gladenir Goersch Andrades (290.417.160-68); Guilherme Bitencourt Martins

(007.950.919-31); Gustavo Costa Meireles (008.976.790-08); Gustavo Kaefer Dill (815.754.590-00);

Irlei Brandl Tiscoski da Silva (542.076.221-87); Isabel Cristina Hentz (066.278.429-47); Isabela Dal

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Bó (063.882.249-11); Iuri Sônego Cardoso (037.778.469-96); Jackson Alessandro Stuhler

(988.551.319-15); Jane Suzete Valter (816.172.679-53); Jeane Staviski (008.478.569-17); Joice Lara

Maia Faria (046.158.506-54); Jose Guterres Carminatti (642.388.730-68); Josiane Olga Kammer

(047.104.329-02); João Leandro Pereira da Silveira (848.004.619-87); Juliana Menegotto

(947.019.460-87); Karine Arend (657.442.419-49); Karla Aparecida Lovis (050.407.519-58); Katielle

de Moraes Bilhan (010.818.710-16); Leandro Regis (042.021.169-17); Lidiane Sievert (071.484.859-

08); Luciana Moreira Penna Ramos (028.099.606-31); Luciano Sena (001.574.999-10); Luiz Fernando

Hreisemnou do Rosario (062.058.759-85); Luiz Henrique Martins Arthury (021.814.329-02); Luiz

Rafael dos Santos (034.737.869-26); Marcos Aurelio Pedroso Leandro (046.170.469-25); Marcos

Gomes Loureiro (252.549.258-76); Marcus Fernandes Marcusso (346.330.478-33); Marcus Vinicius

Machado Carneiro (656.365.207-78); Marilandes Mol Ribeiro de Melo (827.652.947-04); Marilene

Maria Schmidt (751.472.119-34); Marilia Cristiane Massochin (004.719.430-88); Marilia Ramos

Colares Bitencourt (008.506.709-18); Mateus Moraes Bueno (089.735.779-56); Érica de Souza

Mazato (045.646.909-57)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 903/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.704/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adenilda Rodrigues da Silva Junqueira (778.118.011-91); Alline

Rodrigues Bento (018.476.951-59); Ana Paula Oliveira Sousa (933.822.191-15); Bruna Luana Marcial

(057.267.676-08); Divino Pereira Marques (958.859.781-15); Estenio Moreira Alves (703.707.881-

68); Fabiola Gonçalves Coelho Ribeiro (010.180.961-16); Francisco Edson Lima Torcate

(001.307.401-60); Gisele Cristina de Oliveira Menino (015.672.816-80); Gisleide da Silva Couto

(908.690.601-04); João Wilson Oliveira Filho (016.483.361-75); José Pereira de Sousa Junior

(058.043.274-29); Kenia Soares de Freitas (883.326.401-72); Lauro Henrique Mendes Ribeiro

(008.875.261-52); Lorena Martins Santana (693.810.701-72); Lucas de Alvarenga Freire Neto

(212.370.421-00); Marcio Ferreira Milhomem (794.241.121-49); Marilia Assis dos Santos

(030.085.621-08); Rondinelli Tosta Morais (707.590.301-20); Ronildo Marques Mendes

(084.542.628-14); Thaisa Cardoso Nascimento (011.106.921-10); Thiago de Oliveira Piloto

(001.400.181-07); Tiago do Prado Paim (728.357.291-00); Werlley Carneiro Lourenço de Toledo

(647.222.951-15); Wesley Fonseca Vaz (008.127.641-96); Wesley Queiroz Marques (963.638.001-53)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 904/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.708/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Weder Ferreira dos Santos (526.434.332-20)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 905/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.713/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Mauricio Ivan dos Santos (000.755.440-08); Migacir Trindade Duarte

Flôres (636.854.850-91); Morgana Mosena (889.829.470-00); Natalia Labela de Sanchez

(025.746.319-43); Nilo Barcelos Alves (637.372.800-53); Nubia Lucia Cardoso Guimarães

(582.663.210-00); Pablo Daniel Freitas Bueno (003.353.530-29); Patricia Ducati (000.641.560-10);

Patricia Kisner (994.374.730-72); Paulo Edison Rubira Silva (010.082.190-10); Rafael Dutra Soares

(006.082.000-42); Rodrigo Belinaso Guimarães (894.399.960-72); Rodrigo Lupinacci Villanova

(596.348.470-72); Roger Luis Hoff Lavarda (013.120.710-52); Rogério Tessari (586.727.610-49);

Rogério Xavier de Azambuja (765.247.360-87); Rosangela Martins (297.108.550-34); Rossana Dutra

Tasso (992.603.520-53); Rudinei Fiorio (969.546.630-34); Sady Darci da Silva Junior (607.558.810-

87); Silvar Antonio Botton (429.729.220-34); Silvia Schiedeck (488.920.090-87); Simone Weide Luiz

(974.111.830-91); Sonia Regina Prestes Freitas (712.549.190-15); Taiane Lucas Pontel (003.806.020-

59); Taiz Viviane dos Santos (936.188.830-72); Tatiana Gonçalves Goelzer (013.036.740-09); Tatiana

Weber (669.745.770-87); Tatiane Pellin Cislaghi (004.198.800-03); Tiago Felipe Ambrosini

(990.131.000-82); Ubiratã Escobar Nunes (920.458.980-91); Valdinei Marcolla (025.104.589-73);

Vanessa Soares de Castro (005.280.980-39); Vera Lúcia Milani Martins (747.733.640-68); Vera Maria

Klajn (442.568.330-72); Vitória Mariana Silva de Oliveira (000.766.650-03); Yuri Ferreira Machado

(008.679.660-76)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande

do Sul

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 906/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos

nos autos:

1. Processo TC-001.721/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Francisco de Montier Saraiva Junior (639.303.153-00)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 907/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.724/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Reinaldo Rafael de Albuquerque Pereira Junior (047.132.124-90);

Ricardo Santos do Carmo Reis (810.269.515-34)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 908/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.742/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Jacqueline Britto Pólvora (426.077.010-15); Maria João Fonseca Leitão

Cunha Silvestre (611.994.363-30)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-

Brasileira

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 909/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.784/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Claudionei Gengnagel (008.591.160-77); Daiane Neumann

(001.027.620-31); Larissa Girotto (987.812.350-20); Marlova Elizabete Balke (724.565.660-68);

Roberto Sander (934.501.170-68); Silvia Sivinski (929.521.000-04)

1.2. Órgão/Entidade: Escola Agrotécnica Federal de Sertão

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 910/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.785/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Alexsandra Alves de Brito (025.725.116-22); Ana Paula Silva da

Silveira (735.291.090-53); Daniel Francisco da Rosa Morais (413.006.960-87); Lisiane da Luz Dias

(906.084.610-91); Simara Medeiros Flores Perim (305.055.260-34)

1.2. Órgão/Entidade: Escola Agrotécnica Federal de Alegrete

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 911/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

Page 9: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo TC-001.790/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Ana Cristina Tolentino Cabral (039.317.676-20); Paloma Alinne Alves

Rodrigues Ruas (347.780.768-50)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Itajubá

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 912/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.796/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Dalmi Alves Alcantara (476.876.491-68); Gilmar Santana dos Santos

(700.488.431-72)

1.2. Órgão/Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 913/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.801/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Afra Maria do Carmo Bandeira do Nascimento (009.494.473-31); André

Henrique Mendes Viana de Oliveira (034.488.553-40); Cleonice Moreira Lino (420.816.453-00);

Daniela Caruza Gonçalves Ferreira (016.254.353-04); Egberto Batista de Oliveira (685.554.743-53);

Emanoela Moreira Maciel (801.684.343-34); Emília Maria de Meneses Sousa (552.221.293-49);

Flávio Sousa Santos (916.376.513-68); Francisco Washington Soares Gonçalves (394.616.453-68);

Germano Lúcio Pereira Moura (482.047.653-04); Josivaldo dos Santos de Barros (813.949.423-20);

Lidiane Bezerra Oliveira (936.891.793-00); Luanne Morais Vieira (000.947.113-80); Luiz Carlos de

Melo Júnior (353.178.843-49); Lívia de Sousa Oliveira Macedo (042.349.913-09); Marcelo Batista

Gomes (015.874.563-97); Marcos Antonio Alves dos Santos (737.358.253-20); Maria Suzana Lima

(354.001.533-72); Shirneth Bucar Sobreira Malheiros Nunes (331.718.073-00); Sávia da Mota

Carneiro Xavier (892.693.813-15)

1.2. Órgão/Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 914/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.816/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adriana Campos da Silva Farias (687.102.753-04); Anderson Santos da

Silva (723.914.721-53); Bruno Caetano Figueiredo Silva (015.496.901-08); Daniela Tavares

Fernandes (914.306.741-72); Debora Amorim Romcy Pereira (993.745.871-49); Diego Lopes Luna

Sousa (715.934.891-53); Douglas Rodrigues dos Santos (563.806.901-15); Italo da Silva Oliveira

(014.096.231-06); Jorge Alexandre Xavier Rocha (010.768.131-51); Jorge Antonio Villela

(673.189.088-04); João Batista Ferreira (046.027.126-14); João Paulo Resende Borges (087.352.746-

11); Laércio Martins de Oliveira e Silva (018.748.801-07); Leonardo de Oliveira Souza (010.981.541-

69); Luciene Mendes da Silva (657.913.711-87); Marco Aurelio Neves de Carvalho (921.467.751-49);

Marcos Gomes Quijano (009.427.321-97); Marcos da Silva Alves (858.795.251-04); Najlla Mara da

Costa Couto (726.487.591-15); Natanael Moura Gonçalves (863.242.171-91); Paolla Marletti de

Barros Guimarães (054.645.254-08); Rafael Schultz (024.081.900-45); Raíssa Neumann Simão

(392.792.001-00); Renata de Sousa Souto (708.194.751-49); Rodrigo de Lima Silva (993.246.871-15);

Sandia Kesia Lemos Dutra (708.823.711-34); Simoni Hiargles de Queiroz (001.354.131-50); Susana

Xavier (455.303.601-06); Vanessa Cardoso Montezuma Bento (006.501.561-45)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade de Brasília

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 915/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.822/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Alan John Alexander Mcbride (838.887.050-53); Alice Islabao Lopes

(003.838.660-73); Ana Carolina Oliveira Ruivo (003.349.000-77); Andressa Andrade Duquia

(020.445.830-70); Andressa Roxo Pons (989.918.920-00); Angelica Ozorio Linhares (963.405.090-

53); Arlan da Silva Ferreira (885.041.665-20); Caroline Drawanz Dias (027.967.350-79); Catiara Terra

da Costa (976.243.810-87); Cecilia Fernandes Lorea (806.417.680-87); Celso Elias Corradi

(251.100.470-49); Christopher Maske de Macedo (021.527.830-50); Cristina Correa Kaufmann

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(617.438.440-34); Damasio Duval Rodrigues Neto (019.347.760-25); Diom Carlos Afonso

(009.323.590-94); Eduardo Gehling Bertoldi (820.284.940-34); Eduardo de Oliveira Wilk

(425.747.060-72); Eliara Santos da Silva (986.245.390-72); Elizandra Braganhol (938.997.770-34);

Elton de Varga Castro (494.515.290-04); Elvis Silveira Martins (914.178.050-72); Ernani Peres Neto

(620.631.970-91); Fabiano Garcez dos Santos (951.926.200-82); Felipe Figueiredo Rodrigues

(008.035.060-74); Felipe Garcia Ribeiro (011.125.040-44); Fernanda de Souza Teixeira (896.576.400-

91); Fioravante Jaekel dos Santos (336.624.440-20); Francine Morales Tavares (010.358.760-86);

Gabriela Romanini Basso (005.465.360-69); Gisele Silva Pereira (980.604.650-15); Isabel Lago

(998.216.640-91); Jairo Valões de Alencar Ramalho (731.682.893-53); João Murilo Machado

Gonçalves (810.483.350-20); Juliana Terra Morosino (018.523.730-40); Laura Borba Vilanova

(962.111.480-20); Laura de Moraes Gomes (806.420.800-97); Leticia Fonseca Richthofen de Freitas

(704.050.500-20); Marcelo Fernandes Pacheco Dias (588.005.309-15); Marcelo Pereira Machado

(691.406.690-68); Marcelo Torres da Silva (009.553.400-80); Mauricio Dai Pra (931.079.600-63);

Nadia Bernardi Bonuma (948.420.000-15); Nadia Cristiane Coelho da Silva (834.637.550-68); Nadia

Velleda Caldas (291.740.580-53); Naiara Dal Molin (771.551.730-53); Natanael Penning Voss

(028.617.190-28); Natália Sevilha Stofel (340.890.838-93); Paloma Pirez Valério (985.472.320-87);

Patricia Jacqueline Thyssen (155.808.988-86); Paulo Lisandro Amaral Marques (886.211.890-20);

Paulo de Almeida Afonso (788.547.170-53); Rafael Dias Ferreira (008.689.920-11); Raquel Potter

Garcia (014.329.160-25); Reginaldo da Nobrega Tavares (398.148.400-25); Renata Morales Harter

(010.797.520-30); Renata Ovenhausen Albernaz (932.191.489-72); Rita Marasco Ippolito Andrade

(755.943.660-91); Rodrigo Hinz da Silva (012.289.140-60); Rodrigo da Silva Vital (071.537.626-80);

Sandra Larissa Marques Couto (017.206.450-35); Tatiana Valesca Rodriguez Alicieo (887.286.250-

72); Thiago Baneiro Cardoso (014.295.100-56); Thiago Bergmann Araújo (015.431.710-10); Vanessa

Polina Pereira da Costa (991.520.020-04); Vinícius Rodrigues Munoz (008.358.720-92)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de Pelotas

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 916/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.830/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Leandro Rodrigues Alves (124.512.117-09); Werly da Gama dos Santos

(058.572.897-69)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 917/2014 - TCU - 1ª Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.833/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Leticia Maffazzioli Santos Balzan (707.536.280-15); Rodrigo Cardozo

Martins (816.533.440-91)

1.2. Órgão/Entidade: Hospital de Clínicas de Porto Alegre

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 918/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.894/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adriano Frutuoso da Silva (028.060.754-75); Alessandra Romero da

Frota Paiva (035.782.213-76); Amauri Jardim de Paula (326.763.948-43); Camila Araújo da Silva

(037.544.443-28); Cristiane Pinto Oliveira (506.128.673-15); Cristyelle Teles Costa (035.599.113-62);

Diogo dos Santos Miron (807.357.200-10); Eleazar Menezes Araújo (692.566.753-15); Fabiano do

Nascimento Lira (962.823.203-72); Felipe Alves Damasceno (025.410.003-16); Felipe Câmara de

Freitas (028.363.853-24); Fernanda Bôto Paz Aragão (668.197.413-91); Francisco de Assis Oliveira

Campos (234.405.543-68); Idalina Maria Almeida de Freitas (849.034.733-68); Igor da Paz Palácio

(975.233.483-00); Jefferson Calixto Figueiredo (029.022.323-73); José Victor Melo de Lima

(015.904.773-08); João Aberides Ferreira Neto (327.828.292-20); Kelvio Felipe dos Santos

(009.985.263-20); Larissa Cavalcante Albuquerque (645.360.843-04); Leidiane Minervina Moraes de

Sabino (016.602.963-74); Luciana Moura Reinaldo (631.220.573-87); Luis Felipe Estevinha Lourenço

Rodrigues (704.045.271-59); Michel Reis Abdalla (059.805.336-05); Michelline Helena do

Nascimento Costa Lima (473.299.713-91); Myrna Maria Arcanjo Frota (026.834.203-23); Priscila de

Souza Aquino (973.729.273-15); Rafael Fernandes Temoteo (641.071.753-91); Rafael Ferreira

Monteiro (030.482.393-75); Renan Cid Varela Leite (628.773.563-53); Rita de Cássia Ponte Prado

(014.019.563-78); Rodrigo Pereira de Carvalho (626.169.433-87); Rubens Fernandes Nunes

(967.914.893-91); Thomaz Maia de Almeida (021.894.463-25); Ticiana Santiago de Sá (966.237.303-

97)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Ceará

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Page 13: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 919/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.895/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Raphael Barrozo Amaral Ribeiro (056.899.807-30)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal Fluminense

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 920/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.902/2014-8 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Antonio Manuel Gouveia de Oliveira (705.739.184-65); Antonio

Marcos Urbano de Araujo (013.284.604-79); Arthur Rodrigues Fabricio (089.588.764-92); Bianca

Carla Dantas de Araujo (031.440.944-04); Cezar Macedo Barros (061.038.354-02); Daniel Ferreira

dos Santos (051.145.464-30); Dayanna da Silva Pereira (073.986.334-75); Dayanne Lopes Gomes

(065.046.384-62); Edilene Adelino Pequeno (057.824.464-04); Elzeni Alves Moreira (878.379.944-

34); Emanuelly Cristina Rodrigues Peixoto (069.060.054-21); Erico Lucas de Oliveira (080.816.724-

35); Gilson Gomes da Silva (671.598.264-34); Humberto Neves Maia de Oliveira (221.797.634-68);

Ingrid Mendonça Pires Ferreira (036.312.214-10); Isabelly Bezerra Braga Gomes (076.988.654-01);

Jefferson Bruno Silva de Aguiar (082.649.214-26); Joadir Humberto da Silva Junior (096.389.814-07);

Joao Lucas Alves Fontes (054.602.564-10); Jose Luiz Ferreira (444.760.864-20); Jose Medeiros de

Carvalho Neto (014.843.814-83); Julia Gomes Fernandes Polido Cabral (090.581.677-39); Karoline

Fernandes Pinto Lopes (076.235.174-81); Laura Jessyca Santiago Dias (051.451.364-04); Leonardo

Rodrigues Pinheiro (323.104.634-34); Leticia Streck (924.355.210-49); Marcelo Marinho de

Figueiredo (046.801.224-98); Marcio Alexandre Barros da Silva (023.307.054-09); Marcioneide

Queiroz do Rego (443.072.091-68); Mario Sergio Duarte Branco (012.628.674-44); Milton Moaberton

Gurgel Praxedes Fernandes (051.819.834-05); Milva Maria Figueiredo de Martino (587.712.128-68);

Mirnari Maria Cardozo (056.545.534-61); Nathalia Aline Silva dos Santos Soares de Araujo

(080.289.444-50); Nielsen Castelo Damasceno (966.692.924-49); Norberto Batista de Faria Junior

(034.454.854-61); Pablo Daniel Soares da Silva (092.525.934-97); Patricia Regina Vieira Viana de

Andrade (067.246.024-67); Priscilla de Almeida Peres Rocha (049.996.714-33); Rafaela Roseane

Gomes da Costa (073.989.974-00); Raquel Emanuelle de França Mendes Alves (032.120.914-10);

Renata Cristina Medeiros Trajano de Araujo (056.370.944-89); Renata Xavier Soares (052.931.614-

58); Renato de Medeiros (008.329.244-66); Salichoa Cunha de Oliveira (011.366.554-76); Taiza

Rabello Montenegro (057.725.524-06); Tatiane de Andrade Maranhão (007.638.324-56); Thales

Page 14: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Felipe Costa Gameleira Cardoso (070.710.464-50); Vinicius Silva Costa (030.609.334-05); Viviane

Reis Tavares (069.085.694-62)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 921/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.904/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Ana Maria Freire Tovar (378.047.747-53); Danielle Bernardo Bastos

(034.155.617-39); Juliana Pereira Pedroza (082.464.777-73); Priscila da Cunha Luz Barcellos

(086.523.967-36); Rodolpho de Andrade Lopes (111.650.557-67); Wilberg Lima dos Santos Junior

(054.255.617-09)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio de Janeiro

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 922/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.905/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Alessandra Carla Ceolin (625.676.830-20); Alexsandro Belem da Silva

(003.923.313-81); Amalia Maria de Queiroz Rolim (028.260.904-02); Ana Paula Carvalho Cavalcanti

Furtado (619.504.753-87); Ana Paula Feitoza Saraiva (038.283.553-07); Andre Augusto Pimentel

Liesen Nascimento (023.683.014-70); Andre Camara Alves do Nascimento (038.497.304-33);

Andreza Leite de Alencar (852.283.202-10); Breno Domingos Vieira Bringel (026.923.213-32);

Catarina da Silva Souza (056.225.524-94); Clarice Maria de Lucena Martins (008.525.354-57);

Claudio Jorge Gomes da Rocha Junior (060.801.564-40); Cleide Oliveira Rodrigues (576.573.784-68);

Danilo Ricardo Barbosa de Araujo (031.612.114-21); Diana Vasconcelos Lopes (937.996.917-15);

Diego Freire Feitosa (064.359.154-07); Douglas Veras e Silva (061.862.094-07); Ednara Felix Nunes

Calado (480.684.034-34); Elaine Gomes Nunes de Lima (095.368.954-98); Eliel de Siqueira Valença

(082.243.224-24); Emanuelle Camila Moraes de Melo Albuquerque Lima (013.851.874-25); Erica

Moreira dos Santos (061.728.614-09); Ermeson Carneiro de Andrade (041.744.934-80); Fabiana

Page 15: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Ferreira Silva (029.803.674-60); Filipe Augusto Xavier Lima (049.171.494-79); Filipe Lima Silva

(008.748.034-46); Flavia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos (044.517.204-51); Gabriel Alves de

Albuquerque Junior (038.617.034-75); Gercivania Gomes da Silva (806.178.243-04); Gerla Castello

Branco Chinelate (044.582.696-74); Gheysa Coelho Silva (044.324.004-39); Giulliano de Souza

Fagundes (042.836.074-28); Glauco Estacio Gonçalves (710.502.212-49); Gustavo Rau de Almeida

Callou (041.417.424-06); Henrique Emanuel Mostaert Rebelo (047.734.664-21); Jean Paul D`antony

Costa Silva (930.086.785-72); Jessica Nayara de Freitas Bezerra (057.761.194-13); Joao Batista

Barros de Amorim (459.579.244-15); Joao Paulo Silva do Monte Lima (013.552.344-33); Jose Nilton

de Almeida (519.613.859-53); Julio da Silva Correia de Oliveira Andrade (009.918.904-69); Kadna

Maria Alves Camboim (064.389.724-01); Kleyton Ricardo Wanderley Pereira (031.491.954-62);

Lilian Debora de Oliveira Barros (039.970.874-07); Lorena Lima de Moraes (058.116.364-82); Lucas

dos Santos Fernandes (081.734.174-90); Marcelo Casimiro Cavalcante (618.684.183-91); Marcelo

Luiz Monteiro Marinho (053.753.184-07); Marcelo de Oliveira Milfont (626.893.203-04); Marlon

Esdras Jesse de Souza (076.526.694-64); Maximiliano Wanderley Carneiro da Cunha (457.986.564-

20); Monica Helena Panetta (082.801.798-01); Monique Conceição Soares (013.199.054-39); Orison

Marden Bandeira de Melo Junior (258.787.193-04); Osvaldo de Freitas Teixeira (051.774.814-25);

Pedro Lemos de Almeida Junior (079.670.214-44); Rafael Ferreira Leite de Mello (056.743.744-22);

Ramon Enrique Ramayo Gonzalez (015.451.574-48); Ricardo Bezerra Torres Lima (896.791.804-68);

Roberto de Albuquerque Melo (009.770.174-27); Rodrigo Soares Cordeiro (046.683.524-89);

Rosangela Cely Branco Lindoso (294.875.014-87); Sergio Francisco Tavares de Oliveira Mendonca

(021.723.434-80); Taciana Pontual da Rocha Falcão (036.797.554-81); Thaysa Rodrigues Torres

(043.090.424-06); Valmir Macario Filho (038.216.004-54)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal Rural de Pernambuco

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 923/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.911/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Alex Serrano de Almeida (011.856.010-74); Alexandra Ramos Moreira

da Silva (994.433.840-00); Alexandre Binato (497.283.770-53); Alfredo Del Fabro Neto

(020.759.330-22); Aruna Noal Corrêa (002.848.680-35); Bruno Castilho Dal'carobo (023.734.720-23);

Camila Simioni (006.805.790-36); Carine Martins Barcellos (010.850.680-05); Carlos Gustavo Lopes

da Silva (772.078.070-15); Caroline Mallmann Schneiders (014.334.630-08); Caroline Turchetto

(007.033.230-40); Catiane Priscila Barbosa Arenhardt Mazzutti (016.399.760-86); Crisciele Ferreira

dos Santos (020.814.430-74); Dieivase da Silva Chrischon (016.734.620-22); Diogo Belmonte Lippert

(005.430.890-96); Débora Flores (008.573.180-39); Débora Missio Bayer (000.471.670-17); Eduardo

Buzatti Souto (772.141.960-34); Eduardo Ilha Bagolin (824.764.110-00); Eliane Raquel Rieth Benetti

(945.671.740-20); Fabricio de Araujo Pedron (804.685.600-25); Filipe Possatti Campanhola

(016.680.250-60); Franciele Antônia Neis (015.084.170-16); Francieli Brusco da Silva (001.552.521-

00); Francine Cassol Prestes (010.834.340-55); Gabrielle Messerschimidt Schuster (008.260.210-77);

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16

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Getulio Rigão Junior (970.772.320-34); Gislaine Aparecida Rodrigues da Silva Rossetto (212.502.488-

84); Graziela Franceschet Farias (977.362.520-68); Graziela da Silva Motta (012.688.020-42);

Guilherme Luiz Dotto (006.638.810-48); Gustavo Prestes de Lima (006.131.410-24); Josieli Biscayno

Viecili (008.679.170-24); Juliana Corrêa de Lima (000.220.490-88); Juliani Menezes dos Reis

(013.040.310-55); Laura Bedin Denardi (018.336.870-35); Leandro Isaias Lucca (003.710.720-85);

Leonardo Henrique Silva (737.092.041-00); Luiz Carlos de Campos Sant´anna (352.042.650-15);

Marcelo Brüning (888.679.940-34); Marcia Regina Winch (915.149.320-91); Maricia Fantinel D'avila

(925.360.690-87); Mateus de Paula Leiria (807.529.000-30); Mauren Pimentel Lima (003.989.730-

32); Mauro Marafiga Comozzato (926.717.560-20); Mônica de Medeiros da Silva (816.985.340-00);

Natália Cecília Rebelo (021.979.180-52); Natália San Martin dos Santos (007.177.730-00); Paulo

Henrique Vianna (009.518.220-98); Rafael Chaves Ferreira (839.584.520-00); Rejane Bermudes Costa

Beber (690.802.910-72); Ricardo Mateus Klein Cargnin (027.841.500-89); Rosiele Gomes Flores

(003.606.670-23); Tatiana Nardon Noal (804.387.920-68); Ticiane Lúcia dos Santos (014.328.880-

64); Valeria Fagundes Rodrigues (955.507.200-00); Vanderlei Fumachi Lesina (964.754.980-68);

Vanessa Korrosky Garcia Oberhofer (877.672.609-68); Vanessa dos Santos Nogueira (000.260.430-

25); Waleska Mendes Cardoso (013.052.110-81)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Santa Maria

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 924/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.470/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Carmen Margarida Oliveira Alveal (016.757.397-73); Christina da Silva

Camillo (529.049.110-49); Daisy Vieira de Araújo (822.972.073-87); Deilson de Melo Tavares

(721.121.314-00); Eduardo Luiz Voigt (932.176.179-91)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 925/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos

nos autos:

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17

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo TC-003.801/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Micheli Alves Machado (017.438.311-88)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal da Grande Dourados

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 926/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.802/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Acbal Rucas Andrade Achy (022.327.195-02)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 927/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.804/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adelar Aparecido Sampaio (754.347.689-49); Adriana Hartemink

Cantini (501.315.400-68); Adriana Koslovski Sassi (923.088.560-68); Adriana Pires Soares Bresolin

(691.535.310-00); Adriane Griebeler (944.768.020-87); Alan Dutra de Melo (767.207.720-15);

Alcivio Vargas Neto (554.270.490-53); Alessandra Troian (004.535.810-99); Alexandre Denes Arruda

(645.609.370-87); Alexandre Russini (962.034.980-68); Alexandre Silva de Oliveira (741.683.630-

15); Aline Lorandi (805.867.590-34); Altinier dos Santos Frees (812.167.690-87); Ana Adelina

Venquiaruto Ferreira (481.643.640-53); Ana Carolina Morais de Freitas (012.995.400-40); Ana

Claudia de Oliveira da Silva (003.182.620-29); Ana Cristina do Amaral Lovato (730.682.680-87); Ana

Gisela Martini Fagundes (754.706.750-68); Ana Luisa de Souza Soares (910.149.489-91); Ana Paula

Gomes Lara (722.234.130-72); Ana Paula de Freitas Barcelos (001.746.760-85); Ana Zilda Ceolin

Colpo (767.359.400-59); Anderson Rodrigues de Lima (907.412.770-34); Anderson Vesz Cattelan

(884.915.360-00); Andressa Carolina Jacques (001.193.240-67); Andressa Rocha Lhamby

(023.478.470-90); Andrise da Silva Porto Alegre (004.756.030-44); Angela Kemel Zanella

(013.755.050-25); Angela Maria Hartmann (296.651.750-68); Angelita Machado Leitao (572.031.050-

91); Antonio Sadione Alves Munhoz Junior (003.656.940-29); Ariane Avila Neto de Freitas

Page 18: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

18

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(018.400.620-10); Ariel Behr (003.791.470-76); Artur Duarte de Moura (012.920.930-99); Artur de

Paula Furtat (004.591.450-88); Bianca Legramante Martins (027.262.990-16); Bruna Denardin da

Silveira (002.225.780-25); Bruno Boessio Vizzotto (004.488.900-38); Cadia Carolina Morosetti

Ferreira (997.868.500-68); Caiua Cardoso Al-alam (000.547.110-96); Carina Cipolat (894.692.160-

91); Carla Judite Kipper (709.269.050-15); Carlos Alexandre Oelke (033.560.679-23); Carlos Eduardo

Schaedler (988.333.910-00); Carlos Hernan Rodas Cespedes (517.946.249-53); Carmen Regina Abreu

Gonçalves (617.198.700-04); Carolina Fernandes (005.006.500-98); Caroline Dias Nicoloso

(971.713.360-34); Cassio Alexandre Damião (005.834.860-37); Catarina de Fatima da Silva

(468.062.290-34); Catia Irete Sarmiento Soares (522.873.600-00); Catia Liliane Torna dos Reis

(659.592.640-72); Catia Milene Nessler Rocha (777.125.010-68); Cecilia Ferro da Cunha

(017.831.370-02); Cedenir Borghetti (995.672.370-34); Celeta Pereira de Freitas (292.181.520-68);

Cesar Alberto Ranquetat Junior (815.777.370-91); Cesar Augustus Techemayer (449.358.380-00);

Christian Caldeira Santos (034.158.036-86); Cibele Rosa Gracioli (906.909.310-34); Cirla Suchy

Chaves (821.788.790-04); Claiton Regis Timm Marques (406.688.270-68); Clarice Alves Bonow

(003.482.710-26); Clarissa Gabbi Falleiro (977.967.940-53); Clarissa Ujvari Pabst (948.476.730-34);

Claudete Izabel Funguetto (523.525.019-20); Claudia Wollmann Carvalho (897.850.530-91); Claudio

Colares Alves (411.798.110-20); Claudio Schepke (992.631.490-20); Cleber Millani Rodrigues

(971.740.920-04); Cleiton Lucatel (038.916.889-03); Crisna Daniela Krause Biehalz (921.198.400-

91); Cristian Assis Nunes (001.381.570-90); Cristian Ricardo Wittmann (000.787.820-66); Cristiane

Bueno da Rosa de Azambuja (011.503.330-06); Cristiano Pereira Vaz (825.659.290-72); Cristiano

Peres Oliveira (931.215.120-72); Cylene de Oliveira Borges (086.891.298-04); Damaris Strassburger

(005.164.890-38); Daniel Freitas dos Santos (821.216.640-68); Daniel Ventura Dias (310.584.038-93);

Daniel da Silva Silveira (014.405.250-48); Daniele Camargo Nascimento (016.509.780-90); Danize

Aparecida Rizzetti (014.121.720-04); Daphine Guinevere Araujo Guedes (719.425.640-15); Deise

Pedroso Maggio (006.481.980-90); Denise Aparecida Moser (652.604.739-49); Denise Aristimunha de

Lima (947.150.330-20); Diego Vilibaldo Beckmann (805.747.180-87); Dionara Teresinha da Rosa

Aragon (884.383.500-97); Douglas Eduardo Rosa (672.682.180-87); Eduardo Andre Bender

(971.106.040-04); Eduardo Bohrer de Azevedo (988.436.560-15); Eduardo Machado dos Santos

(007.100.290-12); Eduardo Matias dos Santos Steidl (016.524.630-89); Elbio Gerardo Silveira Ramos

(832.916.100-59); Elimara da Silva Gonçalves (462.691.690-20); Elizabete Yukiko Nakanishi Bavastri

(064.013.958-26); Elizete Beatriz Radmann (724.160.090-87); Eloisa Rodrigues Forte (700.910.720-

34)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 928/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.805/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Enio Junior Seidel (000.943.950-12); Erico Marcelo Hoff do Amaral

(920.874.690-91); Erika Vanessa de Lima Silva (038.141.914-20); Eufrasia Ponce Padilha

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19

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(906.971.700-04); Evandro Ricardo Guindani (016.489.089-00); Everton Frigo (994.065.430-87);

Everton da Silveira Farias (900.497.560-87); Fabiana Aparecida Silva da Silva (003.202.640-41);

Fabiano Tondello Castoldi (000.580.420-59); Fabio Lucas Izaguirre Martins (961.423.910-72); Fabio

Luis Tomm (808.645.700-15); Fabio Ronei Rodrigues Padilha (962.674.370-00); Fabricio Lopes Costa

(706.160.860-91); Fabricio Tronco Dalmolin (003.341.750-46); Felipe Caron (813.788.230-87); Felipe

Denardin Costa (006.713.110-77); Felipe Isquierdo Bernardi (823.399.290-91); Fernanda Aline de

Moura (009.993.350-06); Fernanda Catelan (806.540.290-91); Fernanda Cavallini Cyrillo

(268.664.608-08); Fernando Busanello Meneghetti (006.760.920-12); Fernando Roberto Schutz

Voloski (005.731.060-29); Filipe de Carvalho Victoria (936.350.360-72); Francele da Rosa Ferreira

(829.929.400-20); Francis Diego Duarte Almeida (979.457.060-53); Gabriel Medeiros Chati

(096.576.077-44); Gabriela Lazzari Nogueira (057.742.857-82); Gabriele Rockenbach (985.734.460-

72); Gelsa Mara Nascimento de Mora (893.675.100-04); George Caminha Maciel Filho (023.983.794-

00); Gerlaine Santos da Rosa (498.451.360-87); Gerson Evandro de Oliveira Sena (782.383.580-00);

Gilson Leandro Pacheco Alves (898.013.770-20); Giovani Guarienti Pozzebon (993.409.920-91);

Gisele Kreuzburg Lima (003.589.570-52); Gleicy Denise Vasques Moreira Santos (190.104.088-76);

Greice Lopes Maia (001.039.900-38); Guilherme Garcez Cunha (005.826.370-58); Guilherme

Goergen (003.584.260-14); Guilherme Ribeiro (002.595.050-99); Guilherme dos Santos Giuliani

(001.783.380-95); Gustavo Paim Berned (024.558.440-48); Gustavo Segabinazzi Saldanha

(959.917.860-20); Gustavo da Silva Duarte (002.125.260-22); Helmoz Roseniain Appelt

(469.804.580-00); Hernane Martins Albrecht (013.784.010-18); Humberto Jose da Rocha

(718.808.600-15); Iasmin Bandeira (033.159.450-12); Inacio Manassi da Conceiçao Brandolt

(827.639.410-87); Iochane Garcia Guimaraes (014.976.990-37); Isabel Cristina Eisenhardt de Mello

(582.592.870-72); Isabel Cristina Ferreira Damin (952.783.890-87); Isaphi Marlene Jardin Alvarez

(918.121.270-49); Iuri de Quadros Barcellos (026.800.570-23); Jacqueline da Costa Escobar Piccoli

(902.870.100-15); Jader Fagundes Biazetto (014.261.080-10); Jairo Alfredo Genz Bolter

(937.320.400-97); Jairo da Luz Oliveira (424.758.210-00); Jaline Scholten Lopes (007.770.010-47);

Janaina Saydelles Volpato (018.591.810-74); Janaina Wohlenberg (010.644.750-51); Jarbas Bressa

Dalcin (881.551.880-00); Jeferson da Luz Ferron (012.748.870-70); Jeronimo Sartori (194.583.390-

49); Jesner Nunes (003.849.960-60); Jessie Haigert Sudati (004.009.820-64); Joel Felipe Guindani

(036.996.609-07); Joice Trindade Silveira (946.401.570-53); Jorge Alexandre da Silva (929.041.300-

04); Jose Giliard Goncalves Teixeira (002.029.450-65); Jose Miguel Astegiano (902.898.700-20); Jose

Storniolo Nunes Brasil (961.559.060-68); Jose Wesley Ferreira (997.513.800-49); Juliana Pippi

Antoniazzi (008.060.010-70); Juliana Sartori Ziebell (014.462.260-26); Juliane Conceiçao Primon

Serres (970.341.690-04); Julieta Albuquerque Santana Figueira (963.751.670-00); Juordan Sardi

Schutz (008.570.650-76); Karen Camargo de Oliveira (001.933.270-07); Karina Sanches Machado D'

Almeida (831.951.730-34); Karine Raquiel Halmenschlager (000.607.500-22); Karla Beattriz Vivian

Silveira (664.836.030-53); Keli Krause (001.909.410-81); Laura Alves Scherer (012.821.690-50);

Laura Saravia da Silva (019.334.150-61); Leonardo Cury da Silva (007.476.589-27); Leonardo Paz

Deble (816.106.020-72); Leonardo Rohrsetzer de Leon (672.963.600-97); Leonardo Rosa Paixão

(915.805.790-00); Leticia Garcia Ferraz (003.874.660-37); Leticia Silveira Cardoso (006.903.530-06);

Leydimere Janny Cota Oliveira (041.204.226-66); Liane Nascimento dos Santos (004.167.150-36);

Liara Londero de Souza (728.022.600-06); Licia Assuncao Cogo (015.302.620-03); Lisiane

Camponogara Fontana (001.235.890-88); Lisiane Correa Bitencourt (017.287.260-00); Lisianne Pintos

Sabedra Ceolin (806.013.160-53); Lucas Compassi Severo (016.111.730-94); Lucas de Quadro Feijo

(011.788.640-81)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 929/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.807/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Tania Regina de Souza (184.013.488-70); Telmo Egmar Camilo Deifeld

(633.236.990-68); Thamisa Ramos Flores dos Santos (007.186.340-04); Thiago Antonio Beuron

(051.277.239-80); Thiago da Silva Sampaio (653.916.323-15); Tiago Andre Kaminski (002.525.670-

05); Tiago Gallina Correa (961.979.430-34); Tiago Zavacki de Moraes (802.386.700-82); Uhil Robson

do Nascimento Antunes (943.437.050-72); Vagner Silva da Cunha (691.295.840-00); Valcenir Junior

Mendes Furlan (000.725.550-09); Valeria Goncalves Scangarelli Matte (947.385.560-53); Valmo

Rhoden (941.940.179-00); Vanessa Ceiglinski Nunes (024.315.220-59); Vanessa Rosseto

(276.717.728-44); Vera Lucia Carvalho Villar (554.337.820-34); Verônica Morales Antunes

(597.640.150-34); Vicente Bergamini Puglia (823.776.260-68); Victor Wegner Maus (006.686.810-

63); Virginia Bazzetti Boechat (077.417.437-40); Virnei Silva Moreira (998.496.400-06); Vitor

Kochhann Reisdorfer (507.463.910-72); Viviane Florindo Borges (822.711.270-68); Viviane de

Almeida Lima (937.579.480-68); Waleska Belloc Barbosa (757.230.770-15); Walter Firmo de

Oliveira-cruz (456.568.860-34); Wendel Mombaque dos Santos (023.427.050-00); William Dias

Silveira (815.414.490-53); Wilson Vieira (016.630.427-13)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 930/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.813/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Gabriel Greco de Guimarães Cardoso (006.505.856-90); Patricia

Batista Freitag (009.975.064-31)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Page 21: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

21

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 931/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.814/2014-9 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Tatiele Fruett dos Santos (019.311.080-64)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 932/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.820/2014-9 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Aelejancer Barbosa Macedo (769.010.416-91); Cesane Faustino Pereira

(003.017.976-92); Claudia Aparecida Fernandes Pereira (025.630.596-07); Julio Cezar Barbosa Rocha

(082.136.276-36); Luiz Gomes Junior (737.520.026-20); Marcos Flávio de Souza Sampaio Júnior

(073.190.996-83); Maria Neuza Almeida Queiroz (845.438.926-15); Wesley Maia de Souza

(037.328.236-28)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de

Minas Gerais

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 933/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.822/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Dhanny Fernanda Ferreira de Freitas (018.035.861-84); Eliana de Souza

Marques dos Santos (085.055.677-57); Enaldo Soares Cabral (368.863.354-72)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 934/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.826/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Listhiane Pereira Ribeiro (079.000.796-70); Marcela Soares Machado

(027.622.116-89); Sidney da Silva Guimarães (853.447.616-00)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 935/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.827/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adriano Nobre Pitanga Porto (995.133.744-91); Alessandro Rodrigues

da Fonseca (021.744.114-90); Almir Almeida de Oliveira (048.772.154-33); Andressa Rodrigues

Sabino (072.699.764-14); Bruno Rodrigues Bessa (038.227.724-45); Carlos Albuquerque de Araújo

Cordeiro (911.727.134-72); Carlos Rubens Souza Barros (041.033.524-00); Claudiane Lira da Silva

(018.610.614-98); Clovis Alberico Ramos Soares (040.120.174-03); Daniel Leite Viana Costa

(048.686.104-06); Jordânnya Dannyelly do Nascimento Silva (058.695.644-17); Juliana Macedo de

Almeida (045.925.704-80); Kassia Camila Ribeiro Rufino (081.573.174-44); Lorena Sampaio de

Souza (021.622.445-43); Rafael Lessa Pacheco (051.428.414-50); Rafael dos Santos Balbino

(071.720.704-88); Rodrigo Fontan Arruda Cedrim (076.031.614-79); Vanderlan Fernando Rocha Silva

(072.377.444-70); Zenilton Quaresma de Lira (036.738.514-70)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Page 23: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 936/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.833/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Rafaella da Silva Nogueira (665.627.163-49); Thiago Moura de Araújo

(914.048.003-87); Virna Braga Marques (940.330.723-49)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-

Brasileira

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 937/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para

fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.850/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessado: Roberto Alves de Almeida (481.581.946-72)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Itajubá

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 938/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.853/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Cesar Portelinha Moreira Carneiro (054.336.486-05); Eliziane Denize

de Castro (089.353.296-73); Emanuele Tredanaro (702.219.691-52); Geraldo de Sousa Candido

(069.859.376-67); Glaucia Ferreira Andrade (061.484.126-75); Larissa Fonseca Andrade Vieira

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(102.891.957-30); Luiz Roberto Takayama (094.047.218-08); Marina Elisei Serra (048.272.166-90);

Roberta Guimarães Franco Faria de Assis (105.465.167-18); Roney Wagner Vieira (982.676.556-20)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Lavras

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 939/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.862/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Bruno Cesar de Souza Santos (046.677.326-95); Davi Vieira Medeiros

(102.414.336-81); Derek Resende Souza (015.985.286-29); Kellen Rosa Coelho (078.170.006-03);

Vinicius Lucas de Carvalho (071.024.386-30)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de São João Del Rei

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 940/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.870/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: João Francisco Carlexo Horn (016.007.110-06); Rodrigo Kegles

Brauner (023.824.610-80); Virgínia Laura Machado Dutra (991.522.230-00)

1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de Pelotas

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 941/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.

Page 25: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)

para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.913/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Joaquim Jorge Monteiro Morais (005.879.369-08); Natalia Naome

Oshiro (349.693.118-38); Paulo Roberto de Lima (962.192.899-00); Rodrigo Rosso Garcia

(051.087.169-07); Vitor Vicente Matias Vieira (032.147.179-28)

1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Paraná

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 942/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, em:

1.conhecer da presente representação, com fundamento no art. 237, inciso IV, do

Regimento Interno/TCU, para, no mérito, considerá-la procedente;

2.converter o presente processo em tomada de contas especial, com base no art. 47 da Lei

8.443/1992, c/c o art. 252 do RI/TCU, e fazer as seguintes determinações, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-010.289/2012-7 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Interessados: Prefeitura Municipal de Sousa - PB (08.999.674/0001-53); Tribunal de

Contas do Estado da Paraiba (09.283.110/0001-82)

1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Sousa - PB

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PB (SECEX-PB).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. determinar à Secex/PB que:

1.7.1. constitua apartado de tomada de constas especial e, nos termos do art. 12, inciso II,

da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 202,inciso II, do Regimento Interno/TCU, promova as citações a seguir,

para que no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência, os responsáveis solidários apresentem

alegações de defesa ou recolham, aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, as importâncias a partir das

datas indicadas, atualizadas monetariamente e acrescida dos juros de mora cabíveis:

- Qualificação do responsável, ato impugnado e quantificação do débito:

- Qualificação dos Responsáveis:

Nome: espólio de Salomão Benevides Gadelha, representado por sua Inventariante, a Sra.

Myriam Pires Benevides Gadelha

CPF da Inventariante: 077.218.614-62

Endereço: Av. Oceano Atlântico - 754, apto. 102, Intermares - Cabedelo/PB, CEP 58.310-

000

Nome: Interset – Instituto de Desenvolvimento Socioeconômico, Científico, Ambiental e

Tecnológico.

CNPJ: 06.191.178/0001-43

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Endereço: Rua Frei Matias Teves – 280 –Sala705- Ed. Alberto Einstein, Paissandu –

Recife –PE – CEP 50.070-450

Ato impugnado pelo responsável: Realização de pagamentos por serviços não

comprovados ou fora do objeto do termo de parceria celebrado.

Ato impugnado pela empresa: Recebimento de pagamentos por serviços não

comprovados ou não incluídos nos objetivos do termo de parceria, caracterizando enriquecimento

indevido, com responsabilidade solidária pela reparação do erário.

Dispositivos violados: Cláusula 5ª dos termos de parceria, art. 37 da Constituição Federal

e art. 9º, I da Lei n.º 8.429/1992, arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964 e art. 876 do novo Código Civil.

Data de

ocorrência Valor

07/07/2006 337.320,93

11/07/2006 291.252,13

14/07/2006 230.209,47

21/07/2006 112.158,07

25/07/2006 140.400,00

26/07/2006 126,00

17/08/2006 488.680,50

31/08/2006 215.590,00

04/09/2006 233.172,03

06/09/2006 413.290,37

20/09/2006 81.228,57

10/10/2006 601.848,44

11/10/2006 44.407,20

17/10/2006 114.453,70

19/10/2006 67.954,74

13/11/2006 400.830,17

14/11/2006 3.076,28

05/12/2006 203.224,71

11/12/2006 540.046,92

12/12/2006 7.046,48

13/12/2006 10.000,00

20/12/2006 219.597,50

10/01/2007 361.338,87

15/01/2007 156.521,52

17/01/2007 56.505,42

Cofre para recolhimento: Fundo Nacional de Saúde

1.7.2.apensar os presentes autos ao processo de tomada de contas especial que vier a ser

autuado na forma prevista no art. 43 da Resolução TCU 191/2006;

1.7.3.dar ciência desta deliberação ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba – TCE-PB,

ao Ministro da Saúde, acompanhada de cópia da instrução constante da peça 67.

ACÓRDÃO Nº 943/2014 - TCU - 1ª Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 17, inciso IV; 143, inciso III; 237,

inciso IV, do Regimento Interno/TCU, em conhecer da presente representação, para, no mérito,

considerá-la procedente, adotar a seguinte medida, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos

autos, de acordo com a instrução da Secex-PA:

1. Processo TC-034.140/2013-1 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Interessado: Secretaria de Controle Externo no Para (00.414.607/0011-90)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PA (SECEX-PA).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7.dar ciência ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

(IFPA)/Campus Castanhal de que, em relação ao Pregão Eletrônico 6/2013 para “contratação, sob a

forma de execução indireta, em regime de empreitada global por preço unitário, de empresa

especializada em administração de mão de obra para prestação dos serviços continuados de Motorista

(Condutor de Veículos), Recepcionista, Mensageiro (Office Boy), Auxiliar de Escritório, Auxiliar de

Laboratório, Instrutor de Banda e Fanfarra, Operador de Equipamento Reprográfico, Porteiro, Auxiliar

de Agropecuária, Jardineiro, Operador de Implemento Agrícola, a serem executados no Campus

Castanhal do IFPA” :

1.7.1. exigir, sob pena de recusa, que as propostas das licitantes contenham elementos que

não influenciam no valor final da contratação, contraria o art. 21 da IN/2008-MPOG e afronta os

princípios da eficiência e da razoabilidade previstos no art. 5º, caput, do Decreto 5.450/2005;

1.7.2. a recusa, por razões formais, de propostas benéficas à administração, contraria a

garantia da seleção da proposta mais vantajosa prevista no art. 3º da Lei 8.666/1993 e os princípios da

eficiência e do interesse público previstos no art. 5º do Decreto 5.450/2005;

1.7.3. em respeito ao art. 24 da IN/MPOG 2/2008, e em reverência tanto à garantia da

seleção da proposta mais vantajosa prevista no art. 3º da Lei 8.666/1993, quanto aos princípios da

razoabilidade e da eficiência, deve o pregoeiro, ao analisar as propostas no momento da aceitação do

lance vencedor, permitir o reenvio de anexos ajustados para refletir corretamente os custos envolvidos

na contratação, desde que não haja majoração do preço proposto.

Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara

Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária

RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara

Relator – Ministro WALTON ALENCAR RODRIGUES

ACÓRDÃO Nº 944/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de

concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-004.361/2014-8 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: João Miguel Milanez (057.110.531-91); Maria Ferreira da Cunha

(386.057.911-87); Rodolfo Segabinazzi (034.204.508-34)

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28

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.2. Órgão/Entidade: Câmara dos Deputados

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 945/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de

concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-004.362/2014-4 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: João Batista Cirino (001.793.881-34); Raimundo Alves Barbosa

(039.602.181-68)

1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Especial de Editoração e Publicação do Senado Federal

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 946/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de

concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-004.364/2014-7 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: Clenilda Borges da Silva Almeida (214.890.411-68); Denize Pitrez de

Pitrez (369.902.720-15); Glória Nazareth Nunes (098.377.441-20); José Duarte da Silva (009.924.701-

10); João Augusto Ferreira Neto (066.632.901-00); Manoel Francisco Regis (210.586.951-34)

1.2. Órgão/Entidade: Senado Federal

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da

Costa e Silva

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 947/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de

concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

Page 29: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

29

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo TC-004.365/2014-3 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessado: Paula Maria Pessoa de Abreu (184.975.511-68)

1.2. Órgão/Entidade: Senado Federal

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 948/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443/92, c/c o

art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão a seguir

relacionado, e em fazer a determinação constante do item 1.7, de acordo com os pareceres emitidos

nos autos:

1. Processo TC-018.785/2013-1 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: Américo Pinheiro (010.371.701-30)

1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Especial de Editoração e Publicação do Senado Federal

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que modifique no Sistema SISAC

a data de vigência do ato de alteração do interessado (10094504-04-2008-000020-4), passando a

considerá-la o dia 28/12/2006.

ACÓRDÃO Nº 949/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de

concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.717/2014-0 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Interessado: Dorothy Teixeira Hannas (002.511.601-06)

1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

no Estado de Goiás

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 950/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,

Page 30: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

30

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de

concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.850/2014-1 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Interessado: Maria Luzia Preto Westin (567.368.196-87)

1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

no Estado de Minas Gerais

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 951/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, e

tendo em vista estes autos de embargos de declaração, opostos por Jamille Isvilyn Porto Santos, contra

o Acórdão 1823/2013 – TCU – 1ª Câmara, que julgou ilegal o ato de concessão de pensão civil

instituída por ex-servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em que a recorrente

se enquadrava como beneficiária na condição de menor sob guarda, nos termos do art. 217, inciso II,

alínea “b” da Lei nº 8.112, de 1990;

Considerando que a recorrente interpôs pedido de reexame não provido pelo Acórdão

271/2014 – TCU – 1ª Câmara (doc. 30);

Considerando que os embargos de declaração interpostos contra o Acórdão 1823/2013 –

TCU – 1ª Câmara (doc. 37) têm caráter meramente protelatório, por não indicarem pontos obscuros,

contraditórios ou omissos, e ainda por apresentarem os mesmos argumentos analisados e rejeitados no

pedido de reexame já apreciado por este Tribunal;

ACORDAM, com fundamento nos arts. 34 da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 287 do Regimento

Interno, em não conhecer dos embargos de declaração, e dar ciência à recorrente do teor deste

Acórdão.

1. Processo TC-003.960/2013-7 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Recorrente: Jamille Isvilyn Porto Santos (034.652.511-05)

1.2. Entidade: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

1.5. Unidades técnicas: Secretaria de Recursos (Serur); Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip).

1.6. Advogado constituído nos autos: José Antonio Fischer Dias, OAB/DF nº 12.917 e

outros – Procuração (doc. 15).

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 952/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso V, “d”, do Regimento Interno, c/c

o Enunciado 145 da Súmula da Jurisprudência no Tribunal de Contas da União, em excluir, por

inexatidão material, do item 1.1 do Acórdão 97/2014-1ª Câmara, o Sr. Flavio Dino de Castro e Costa

(CPF 377.156.313-53), bem como da relação dos responsáveis constante dos presentes autos, de

acordo com os pareceres emitidos nos autos.

Page 31: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

31

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo TC-019.298/2007-9 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2006)

1.1. Responsáveis: Airton Nogueira Pereira Junior (614.247.147-53); Artur Ortiz de

Araujo (022.728.398-86); Austerlitz Bringel Erse (087.711.622-91); Edilson Pires dos Santos

(064.990.313-72); Edson Antunes Campos (103.809.668-59); Eduardo Sanovicz (021.830.838-83);

Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo (01.795.143/0001-08); Geraldo Lima Bentes (079.333.124-

20); Gillene Barreto Baptista da Silva (410.845.191-00); Jeanine Pires (785.711.209-78); Jose

Francisco de Salles Lopes (002.062.456-53); Marcelo Pedroso (097.825.858-40); Marcio Ferreira do

Nascimento (075.580.448-12); Roberto dos Santos Vasconcelos (276.133.051-04); Ronnie Reus

Schroeder (456.414.980-68)

1.2. Órgão/Entidade: Instituto Brasileiro de Turismo

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo do Desenvolvimento Econômico

(SecexDesen).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 953/2014 - TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, em determinar, desde logo, por economia processual, nos termos do

art. 93 da Lei 8.443/92, c/c os arts. 143, inciso V”a”, 169, inciso VI, e art. 213 do Regimento

Interno/TCU, além do art. 6º, inciso I, e 19 da IN/TCU 71/2012, o arquivamento do presente processo,

sem o cancelamento da dívida, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa

ser dada quitação, sem prejuízo de dar ciência desta deliberação ao responsável, de acordo com os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-013.854/2012-7 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)

1.1. Responsável: Fernando Agostinho Cruz Dourado (126.860.422-49)

1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Executiva de Saúde Pública do Pará

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PA (SECEX-PA).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 954/2014 - TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, “e”, e 183, parágrafo único,

do Regimento Interno/TCU, em prorrogar o prazo, por mais 10 (dez) dias, a contar do término do

prazo anteriormente concedido, para que o responsável, Sr. Delmar Pellegrini Filho, atenda a audiência

do subitem 1.6.3 do Acórdão 107/2014 – 1ª Câmara, Relação 1/2014:

1. Processo TC-003.254/2012-7 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Apensos: 010.813/2006-5 (RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO)

1.2. Responsável: Delmar Pellegrini Filho (335.704.260-68)

1.3. Órgão/Entidade: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

1.4. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

Page 32: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

32

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.5. Representante do Ministério Público: não atuou

1.6. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Obras Rodoviárias (SecobRodov).

1.7. Advogado constituído nos autos: não há.

1.8. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 955/2014 - TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, incisos III e V, “a”, 235 e 237, inciso

IV, do Regimento Interno/TCU, c/c os arts. 33, 34 e 36 da Resolução TCU 191/2006, em conhecer da

presente representação e apensá-la ao TC-003.424/2014-6 (Representação), sem prejuízo de que seja

dada ciência desta deliberação ao representante, de acordo com o parecer da Selog:

1. Processo TC-003.810/2014-3 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Órgão/Entidade: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal

1.2. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.3. Representante do Ministério Público: não atuou

1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).

1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 956/2014 - TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 143, incisos III e V, “a”, 235, 237, inciso III, e 250, inciso I, do Regimento

Interno/TCU, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la improcedente, dar

ciência desta deliberação ao representante e à Secretaria Nacional de Assistência Social, e

promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos, de acordo com o parecer da Secex/GO:

1. Processo TC-029.665/2013-2 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Interessado: Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás - GO (01.616.520/0001-

96)

1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás - GO

1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - GO (SECEX-GO).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara

Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária

RELAÇÃO Nº 7/2014 – 1ª Câmara

Relator – Ministro BENJAMIN ZYMLER

ACÓRDÃO Nº 957/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº

Page 33: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

33

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o

ato de concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.006/2014-6 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessado: Maria de Nazaré Costa Santos Alencar (291.911.810-20)

1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Pará

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 958/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº

8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.013/2014-2 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: Américo Moreda Mendes (620.303.708-78); Ângela de Almeida Lopes

Vieira (534.985.697-91); Ângelo Hugo Conto Zaccariotto (589.342.438-72); Antônio Alves Passos

(796.412.708-00); Antônio Carlos Timoni de Oliveira (600.212.338-53); Antônio Casella Filho

(742.937.108-68); Antônio Delano Pereira Ramos (070.273.114-53); Antônio João Pedro Dib

(213.038.356-49)

1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de São Paulo

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 959/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº

8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.018/2014-4 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessados: Luiz Arnaldo Ferrari (744.047.848-72); Luiz Eduardo Mori

(551.222.808-00); Luzia Soares Fernandes (076.056.878-26); Manuel Florencio de Paula Neto

(391.658.688-20); Mara Solange Carvalho Diegoli (012.061.278-05); Marcel Ladeira Guyot

(712.399.018-87); Marco Antonio Ingarano (755.326.118-15); Marco Aurelio Nascimbeni

(736.607.448-91); Maria Aparecida de Lima (235.370.516-20)

1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de São Paulo

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

Page 34: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

34

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 960/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº

8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o

ato de concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.737/2014-0 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessado: José Vital Santos (116.955.875-53)

1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa em Sergipe

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 961/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei

nº 8.443/1992, c/c os arts. 143, incisos II e V, e 243 do Regimento Interno, em fazer a determinação

adiante especificada, bem como em autorizar o oportuno arquivamento deste processo, de acordo com

os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-025.391/2009-5 (APOSENTADORIA - MONITORAMENTO)

1.1. Interessado: Otavio Luiz Lacombe (008.152.416-15)

1.2. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da

Costa e Silva

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações:

1.7.1. determinar à Sefip que, nos termos da Questão de Ordem aprovada na sessão

plenária de 8/6/2011 (ata 22/2011), encaminhe ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da

Advocacia-Geral de União (AGU), bem como à Conjur/TCU, as informações necessárias ao

acompanhamento do MS 2003.38.000.24935-5/MG, atualmente em trâmite no Tribunal Regional

Federal da 1ª Região, no âmbito do qual foi proferida decisão que impede o integral cumprimento do

Acórdão 7.756/2011-TCU-2ª Câmara.

ACÓRDÃO Nº 962/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei

nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.927/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

Page 35: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

35

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.1. Interessados: Aderaldo Fernandes Leite (727.980.171-49); Adonias Aparecido

Fernandes Benedito (997.879.541-34); Adonias Felipe de Sampaio (998.816.831-49); Adriana Galiano

Miranda Fonseca (950.720.551-91); Adriano Pereira Brum (879.298.051-15); Agnaldo da Silva

(582.281.361-53); Alex Sales Ferreira (954.736.961-04); Allan da Silva Baenas (039.798.711-00); Ana

Paula Guimaraes Belchior (001.866.301-07); Anderson Tito Benevides Abrego (000.598.231-60);

Andre Alves de Sousa (955.288.901-44); Bruno Rafael Dias Arguello (033.179.261-39); Bruno

Sanches Botega (009.284.151-12); Caio Vinicius de Moraes Zaia (019.189.031-66); Daniel Dias

Goncalves (021.092.351-28); Daniel Ricardo Costa Ibarra (011.658.651-65); Darley Tavares Campos

(007.845.661-43); Davi Ferreira Machado (019.160.121-75); Dionatas Ferreira de Sousa

(033.442.511-55); Douglas Burgos Duarte (028.953.781-93); Edson Pablo de Araujo (913.368.561-

49); Elcio Araldo (921.108.001-00); Emilio Rafael Moslaves Aranda (022.932.431-25); Euripedes

Alves Dias Junior (019.484.261-45); Evandro Mateus Barbosa Comim (014.641.181-16); Everton

Marques Liborio (038.775.451-22); Fabio Henrique Porto Ferreira (982.578.381-87); Fauzi Maciel de

Oliveira Soares (699.879.471-15); Filipe de Araujo Lourenco (032.508.481-58); Flavio Anderson

Amorim Alaman (888.474.381-87); Flavio Gabriel Valdez (778.568.301-82); Flavio Larriera Vargas

(893.777.291-49); Fred Alexandre dos Santos Silva (922.129.641-53); Geovani Lima Schautz

(002.765.361-77); Gilmar Ferreira Lemes (543.076.601-10); Gislaine Aparecida Caparros Klauck

(027.018.221-73); Glaucio de Lazari Mendes (026.795.601-08); Hernane Goncalves Fernandes

Galeano (027.986.261-02); Iran Antonio da Silva (012.054.421-03); Isabela David Silva (022.132.471-

29); Isael Ferreira Correa (015.506.211-57); Jeronimo Mariano da Silva Neto (014.742.541-79); Jhone

Porto Prado Soares (029.444.841-17); Joao Victor Silva Souza (028.965.391-66); Jonas Ferreira dos

Santos (033.936.221-96); Juliana Pereira Mamore Bressan (020.105.941-00); Juliano Souza dos Santos

(014.228.441-61); Julio Cesar Ogeda (012.713.601-01); Leandro dos Reis Santos (006.029.001-31);

Lemuel Lisboa da Silva (019.198.831-69); Luis Fernando Lhopes de Oliveira (031.460.591-69); Luiz

Alberto Martins Bueno (572.659.681-15); Luiz Carlos Ferreira de Oliveira (531.582.291-53); Luiz

Gustavo de Souza Cruz (020.505.911-28); Lyncoln Karlo Borges de Carvalho (028.366.421-57);

Marcelo Barbosa Pereira (042.466.801-76); Marcelo Henrique Santos Raimundo (728.497.201-78);

Marcelo Tostes Bernardes (707.342.831-72); Marcelo de Freitas Andrade (495.202.451-20); Marcio

Alves das Neves (997.335.951-87); Marcio Miguel de Souza Andrade (003.825.801-33); Marcio Pires

Barros (010.816.841-78); Marcio Soares Cardoso (052.999.026-11); Marcos Roberto Lima Salles

(023.076.901-23); Marcos Rodrigues Costa (003.285.131-64); Mario Nelson Aguillera (562.924.141-

91); Martimiano Morais Mendes (879.571.401-49); Mateus Falco Castilho (012.357.071-99); Odair de

Lima Barros (854.655.931-72); Odair de Souza Pereira (020.022.069-10); Odenilso Lemos da Silva

(784.907.821-72); Paulo Roberson Silva (016.704.621-70); Rafael Correa (007.601.751-60); Rita

Cassia Aureliano Paula (021.492.481-58); Roberta Alves Goncalves de Souza (004.303.031-90);

Robson Thomaz Silva de Araujo (017.927.451-17); Rodrigo Correa Amarilha (727.460.921-15);

Rogerio Magro de Brito (014.066.191-32); Ronieri de Souza Costa (663.742.431-53); Sergio

Aparecido Diniz (407.187.941-68); Sergio Shigueo Arakaki (833.977.011-04); Tania Souza Palheiro

Pelaio (004.206.571-26); Tarcisio Jorge Silva Almeida (023.139.831-02); Vagner Luiz Freitas

(027.202.401-50); Wagner Aparecido de Souza (834.010.161-72); Wagner Escobar de Souza

(009.606.351-30); Welinton da Silva Pereira (049.236.381-17); Welliton Francisco da Silva

(001.265.231-85)

1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Mato Grosso do Sul - DR/MS

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 963/2014 - TCU - 1ª Câmara

Page 36: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei

nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.931/2014-8 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Andre Ferreira Neto (009.740.701-14); Brunno de Castro Frazao

(035.203.201-42); Bruno Campos Silva (027.007.921-14); Daianny Souza da Silva (035.102.571-54);

Daniel Augusto Fernandes Ribeiro (032.443.431-63); Daniel Mesquita Ribeiro (001.088.001-13);

Daniele Vieira da Silva (963.335.451-04); Denilson Cardoso Barbosa (011.438.931-40); Deverson

Rodrigues Bueno (024.894.851-21); Dhiego Peixoto da Fonseca (009.334.501-17); Diego Alves

Teodoro (394.475.778-57); Edvan Serra Diniz (717.519.801-97); Elizamar Pinheiro Santos

(888.872.863-53); Elizangela Gomes Jardim Dias (942.276.831-49); Ezita Pedro da Costa

(015.417.131-09); Fernando Henrique Correa Borges (029.095.071-65); Gladson Fernando de Morais

(011.740.161-75); Janaina Rodrigues Luz dos Santos Teixeira (001.934.241-18); Joao Gabriel de

Almeida (009.402.051-57); Joao Kalleb Tavares Fernandes (039.290.721-65); John Lenes Reis Santos

(887.048.581-15); Jose Moraes da Silva (510.995.601-44); Jose de Jesus (727.254.351-53); Joseli da

Conceicao Barros (969.263.501-59); Leonardo Santana Oliveira (711.114.501-10); Lucelio Machado

dos Santos (901.448.991-91); Luciano Mesquita Borges (004.237.681-58); Ludmilla Aline de Jesus

Silva Lima (018.324.801-51); Marcio Jose de Lima Junior (039.271.491-44); Nayara Rosa de Oliveira

(004.924.171-05); Reginaldo Ferreira da Silva (004.522.861-23); Rodrigo Miranda Namba

(021.575.261-96); Rodrigo Queiroz de Souza (027.392.921-63); Thiago Ferreira Manzi da Silva

(016.029.811-32); Valdijan Francisco da Silva (005.321.821-38); Vinicius Abadio da Costa Santos

(027.424.901-40); Wellygton Sampaio Luz (020.616.923-03)

1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Goiás - DR/GO

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 964/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei

nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.920/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Aderlan Pires de Oliveira (033.294.435-29); Adriano da Silva

(042.329.575-61); Adson Esteves dos Santos Junior (038.715.525-26); Alan Fausto de Oliveira

Barreto (031.053.205-12); Alan Martins dos Santos Bittencourt (035.551.345-58); Alex Borges de

Carvalho (013.834.985-12); Altimar da Silva Santos (000.551.215-86); Ana Paula dos Santos

Carvalho Barreto (956.299.125-34); Anderson Barbosa Santos (030.380.555-22); Anderson Lima

Carneiro (009.938.345-40); Anderson Lima dos Santos (009.527.545-25); Armando Lima Filho

(946.995.771-72); Axel dos Santos Farias (043.540.645-02); Bruno Sampaio Santana (014.822.805-

40); Carla Correia da Silva Guedes (016.351.125-08); Cassio Jose Gonsalves Mendes (990.859.175-

49); Charles Inacio de Almeida de Lima (024.528.765-50); Clederson dos Santos Silva (019.172.865-

97); Cristiano Rocha Ribeiro (045.257.135-93); Crisvaney Souza Dias (004.350.365-99); Dhalman

Page 37: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

37

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Palmeira Bernardino (036.403.085-22); Diogo Chulu Costa Leto (001.194.835-30); Edson Santana

Moura (057.706.365-05); Edvan Lopes Carvalho (028.929.415-04); Eliseu Bispo dos Santos

(029.253.605-48); Elmo Cerqueira de Lima (022.314.425-82); Emanuel Conceicao Alves

(051.034.205-11); Fabio Warley Mendes dos Santos (997.751.315-53); Fernando de Assis Rosas

(779.023.355-68); Flavio Teixeira da Silveira (009.869.554-18); Gleiser Deilan Nogueira Santos

(051.294.505-58); Jeilson Araujo Almeida (056.281.775-12); Jeova Leite Leal (667.110.615-00); Joao

Carlos Nascimento Santos (797.009.345-00); Joao Raphael Ribeiro Rocha (016.460.275-58); Jorge

Souza Almeida (024.004.925-06); Jose Arthur Ramos Mascarenhas Junior (031.293.165-40); Jose

Wilson Alves de Barros (024.064.785-80); Juciene Almeida Silva (905.152.425-00); Junio Cesar

Alves de Jesus (898.536.365-49); Jussimara de Souza Pereira (015.060.545-52); Kelvin de Andrade da

Conceicao (051.903.825-83); Lazaro Chaves Barreto (028.994.985-84); Logan Muricy Soares

(839.097.455-04); Lucas Oliveira Matos de Jesus (034.016.175-24); Marcos Antonio da Cruz

Mascarenhas (005.671.875-60); Marcos Brandao Santos (031.753.485-80); Marcos de Jesus Santos

(009.873.825-94); Marivaldo Freitas de Oliveira (008.915.865-20); Mateus de Alencar Mota Filho

(946.615.295-53); Matheus Pereira Ribeiro (046.573.045-00); Matheus Trindade Martins da Silva

(052.338.235-94); Mercia Alves Cerqueira de Jesus (003.366.265-76); Milton de Jesus Santos

(013.404.245-09); Natali Morais Leiro (014.580.645-65); Nelio dos Santos Junior (989.611.445-53);

Osmar Santana de Sa (902.662.855-20); Paulo Alves de Souza (834.986.565-20); Ramon Souza

Nascimento (033.447.005-61); Ramon dos Santos Dias (016.196.965-84); Raphael Matos Trancoso

Nolasco (028.234.075-02); Ricardo Cerqueira Guedes (043.552.095-47); Robert Matheus Silva

Barreto (026.180.335-23); Rodrigo Silva Dantas de Santana (023.388.565-03); Rogerio Silva de

Santana (600.930.485-72); Samir Sampaio dos Santos (026.258.005-50); Savio Mota Dantas

(972.254.285-00); Sergio Ariosto Ferreira Coutinho (048.636.955-27); Shallon Carlos Rodrigues de

Oliveira (005.831.535-77); Sidney Ferraz Nascimento (014.386.985-00); Simone de Lima Matos

(411.488.355-04); Tito Vinicius Bastos Scheidegger (029.036.915-09); Tony Vitor Pereira da

Ressurreicao (048.038.465-70); Wallace Muller Ribas Nogueira (044.540.875-80); Wecsley dos Reis

Oliveira (024.234.145-44); Welde Alves de Almeida (033.479.465-02)

1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT na Bahia - DR/BA

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da

Costa e Silva

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 965/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei

nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.922/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Afonso Ponte de Azevedo Filho (054.549.953-47); Alan Rosembergh

Camelo Oliveira (945.549.783-20); Alan Zeno Martins Viana (043.066.903-85); Aldair Jose da Silva

Maia (022.376.533-30); Aledilsom Ferreira Barbosa (843.656.093-00); Aleksei Bresciani Colle Bettini

de Alburque Lins (020.051.341-98); Alexsandro Soeiro Dias (001.231.903-12); Amadeu Nunes de

Lima Neto (005.437.153-88); Anderson Negrao Maravalha (009.486.023-84); Anderson Ricelli

Marques Fernandes (010.912.573-88); Anderson de Lima Jorge (857.244.403-34); Andre Felipe

Martins Santana (041.404.053-84); Andre Luiz Braga de Moura (022.969.013-01); Andre Luiz Lopes

Page 38: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

38

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

de Lacerda (634.027.933-34); Andre Perez Leitao Maciel (004.414.893-38); Andrea Lima Barroso

(492.494.103-44); Angelo Venceslau da Silva (017.097.383-24); Antonia Marcia Nascimento

(006.968.593-27); Antonio Alisson Andrade Vieira (039.526.523-18); Antonio Cristiano Inacio de

Dousa (033.636.573-07); Antonio Rodrigues da Silva Junior (658.010.913-00); Aquila Sousa Lima de

Oliveira (053.649.003-12); Augusto Cesar do Nascimento (967.568.703-78); Bernardo Almeida

Maciel (457.539.973-68); Camila Kelly Farias Lima (629.140.733-72); Carlos Eduardo de Melo Alves

Coelho (605.654.653-50); Cicero Cesar de Oliveira Moura (548.902.173-04); Cicero Jose Oliveira do

Nascimento (012.188.043-51); Claudio Ribeiro Costa (034.409.703-02); Cleo Barbosa do Nascimento

(025.204.323-57); Cleyton de Sousa Silvino (664.472.243-15); Clovis Roney Ferreira Rogerio

(950.481.463-87); Dalton de Azevedo Forte Neto (035.933.813-54); Daniel Almeida da Silva

(966.147.573-34); Daniel Costa Maia (856.078.513-20); Daniel Lira Barros (016.467.763-13); Daniel

Santo Padilla Garcia (057.907.497-80); Daniel Smith Rodrigues Costa (048.484.363-03); Daniele

Aires Freitas (002.215.593-70); Danielle Silva Sousa (971.083.753-20); Davdison Marcelo de Oliveira

(600.128.533-05); Davi Araujo de Santiago (003.727.933-55); David de Castro Maia Ribeiro

(004.528.503-98); Davisson Neris da Silva (672.473.343-04); Debora Mota da Silva (025.309.153-50);

Deuzivan Oliveira de Morais (017.579.663-74); Diego Alves do Nascimento (008.179.243-37); Diego

Andrade Santiago (022.787.963-56); Edipo Coelho Gomes (027.701.893-52); Edson de Sousa Lopes

(013.732.903-23); Eduardo Araujo de Souza (948.885.403-06); Eduardo de Alencar Xavier

(089.525.797-12); Eduvan Tavares de Farias (016.617.773-33); Elaine Simplicio Estanislau de

Oliveira (002.446.383-30); Emanuel Leal Marques (020.320.573-10); Emanuel Oliveira (411.100.723-

68); Emir Nascimento e Silva (424.375.633-34); Ernesto Filho Araujo Costa (039.868.983-01);

Evandro Pereira do Nascimento Filho (013.356.723-03); Everton Frank Feitosa Tavares (018.681.093-

80); Everton Santiago Barbosa (000.907.463-50); Fabio Junior Moreira de Oliveira (014.023.933-26);

Fabricio Luis Ramos Teixeira (037.998.373-70); Felipe Moreira Gomes (013.643.653-67); Flavio

Lopes Lima Filho (023.589.593-83); Francisca Edinara de Oliveira Silva (972.933.263-00); Francisca

Rosimeire Pascoal da Silva (003.052.113-07); Francisco Amaro Lopes Junior (031.632.753-03);

Francisco Ataliba de Menezes Soares Herculano (042.900.633-06); Francisco Carlos Carneiro Correia

(655.066.503-53); Francisco Carlos da Silva Fernandes (256.707.603-44); Francisco Chauerbe Silva

(047.092.263-00); Francisco David Saboia Brito (032.692.393-43); Francisco Eder de Sousa Palacio

(018.636.083-54); Francisco Gabriel Deodoro Souza Melo (040.774.503-30); Francisco Geilson

Vasconcelos Marques (999.985.053-72); Francisco Hemerson Prados Portela (003.990.153-02);

Francisco Jefferson do Carmo dos Santos (045.978.043-31); Francisco Josimar Feitosa Mesquita

(029.506.193-63); Francisco Ketilianio da Sliva Pereira (628.411.903-82); Francisco Leandro Lopes

da Silva (035.566.353-80); Francisco Marcelo Bernardo Costa (017.293.833-35); Francisco Neuton da

Silva (466.093.933-20); Francisco Sergio Duarte do Nascimento (008.987.653-90); Francisco

Valdenberg dos Santos Silva (847.336.913-00); Francisco Wedio de Macedo Rodrigues Junior

(618.701.373-53); Francisco de Assis Cunha Romao (002.338.443-33); George Correia de Lima

(633.418.323-00); Geovane Rodrigues de Sousa (388.179.183-34); Gildene Holanda de Queiroz

(810.497.733-49); Giovana Sales Azevedo (059.006.953-52); Girlene Cavalcante de Souza

(024.151.153-47); Gustavo Cunha dos Santos (007.561.473-10); Heleno Rodrigues de Araujo

(626.953.633-20); Helio Meneses Nunes (617.693.633-00); Hemanuelle de Freitas Lima

(015.579.653-40); Henderson Araujo Silva (620.709.323-20); Hitalo Marinho Goncalves

(033.062.863-11); Icaro Vieira Francelino Alves (026.970.523-64); Ismael Duarte Luna (231.536.188-

52)

1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT no Ceará - DR/CE

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da

Costa e Silva

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

Page 39: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

39

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 966/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei

nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro

os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.926/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Adao Jose da Silva (031.904.816-01); Alex Junio de Souza Gomes

(087.299.696-46); Alexandre Augusto Silva Tirapani (975.588.776-87); Ana Paula Alves

(089.227.746-73); Anderson Pereira da Silva (041.992.036-64); Antonieta Alves Viana de Lima

Barreto (055.258.036-82); Arlan Eustaquio Nascimento Roza (089.670.436-00); Bruno Fagner Sandin

Ferreira (086.130.816-65); Carlos Guimaraes de Jesus Filho (101.339.706-12); Carlos Marinho Pereira

(117.042.366-30); Cesar Augusto Rocha Nepomuceno (012.827.406-95); Charleston Murilo Faustino

(958.590.126-91); Christian Pires de Faria Moraes (105.461.936-09); Claudia Francisca de Oliveira

(843.840.186-49); Claudilene da Silva Morgado (075.520.586-33); Claudiomiria Ribeiro Venuto da

Silva (986.320.516-87); Claudionor Goncalves do Nascimento (981.121.475-15); Cleiton da Silva

Lessa (013.544.126-99); Danilo Santos de Carvalho (107.984.416-31); Danilo Vieira Santos

(106.746.126-47); Debora Francisca dos Passos (079.317.706-50); Diego de Oliveira Almeida

(103.147.206-18); Douglas Jhonata Pereira Barros (074.610.156-21); Eder Andre Silva (014.991.316-

82); Eder Junio Soares (012.751.466-00); Eduardo Oliveira dos Santos (088.095.926-62); Erick Leal

Frazao (116.205.656-84); Ernani Nogueira Penido Junior (096.309.956-62); Everton Juliano

Mendonca (031.997.186-47); Felipe Almeida Goncalves (119.300.226-54); Fredimar Otoni da Silva

(093.877.856-02); Gilmar Alves Costa Santos (012.484.746-35); Gilmar Alves Eugenio (028.487.896-

03); Gisele Grasiele de Oliveira Antunes (068.640.056-90); Glauce de Jesus Melo (068.224.076-18);

Haquila Talita de Souza (104.024.906-06); Hazenclever Ladislau Dias Pereira (067.332.846-50);

Ivanna Viana Rocha Batista (057.793.636-09); Jaime Trindade Santos (017.461.156-02); Jeane

Graziele de Carvalho (110.470.956-29); Jeferson Martins Rodrigues (002.302.926-90); Jefferson de

Oliveira Gomes (064.782.956-80); Joao Paulo Tavares Braga (108.221.526-06); Joao Pimenta da Silva

(661.025.026-04); Jose Alves Ferreira (968.733.706-06); Jose Neymar Mendes Goncalves

(065.251.366-28); Jose dos Passos Tadeu de Sousa (051.568.006-02); Josemar Vieira da Silva

(075.464.156-24); Juarez Fernando Pereira (004.965.866-29); Kenia Suelene Cristino (075.867.816-

99); Kleber dos Santos Maia (028.095.856-01); Leidiana das Gracas Franca (082.358.106-38); Lorena

Rodrigues Pedrosa (091.724.256-44); Lucas Muller de Menezes (121.422.506-37); Marcele Barbosa

Silva Mendes (070.827.506-09); Marcio Alves da Silva (062.125.196-84); Marco Antonio Alves

(014.538.226-58); Marcos Alves Neves (040.558.776-76); Marcos da Silva (041.959.746-82); Maria

do Carmo Faria de Lima (098.846.516-71); Merick Weiller Rocha Soares (083.672.816-59); Michaele

Tais de Oliveira (124.688.346-58); Miqueias Alves de Souza (093.245.406-29); Miriam Flavia

Fonseca Moreira (100.202.316-52); Monica Aparecida Pereira (043.640.846-54); Natanael Felipe

Costa (093.200.566-76); Nikolas Guerra Oliveira (082.709.256-32); Orlanda Silva Borges

(081.371.506-76); Osvane Rodrigues Mendes Pimentel (048.783.186-19); Paulo Edson Rodrigues de

Miranda (076.596.626-35); Rafael Marcos da Silva (396.477.528-22); Rafaela Gama Costa

(075.222.246-59); Ramon Henrique Goncalves Lima (085.868.346-61); Renan Lucas Jacob Ribeiro

(090.951.096-23); Roberto dos Santos Goncalves (059.021.656-28); Rodrigo Cardoso Pereira

(031.348.216-05); Ronaldo Carlos Pereira (072.891.826-93); Ronaldo Souza Carmo (902.822.726-15);

Ronier Jose Gualberto (098.636.436-37); Ronni Alex do Nascimento (082.331.966-06); Ronny de

Oliveira Dias (083.103.706-79); Sergio Santos Franca (100.765.386-80); Shaylon Lucindo Mendes

Faria (101.012.986-41); Sonia de Souza Ramos (775.843.506-82); Thiago Fraga Rocha Santos

Page 40: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

40

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(088.647.356-07); Thiara Jacira Vicuna Mendes Oliveira de (056.378.366-47); Thomas Augustus Silva

Camara (107.887.056-01); Tiago da Silva Souza (080.111.956-11); Tiago de Almeida Pedras

(102.191.986-16); Vanessa Araujo Farias (061.034.456-04); Vinicius Viana Cruz (108.640.586-24);

Wellington Vieira Ferreira (085.634.376-58); Willian da Conceicao Tavares (050.173.096-67)

1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Minas Gerais - DR/MG

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 967/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, tendo em

vista que os efeitos financeiros do ato de concessão adiante relacionado se exauriram antes de seu

processamento pela Corte, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso II, do

Regimento Interno, c/c o art. 7º da Resolução TCU nº 206, de 24/10/2007, em considerar seu exame

prejudicado por perda de objeto, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-001.272/2014-4 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Interessada: Maria Jose dos Santos Maciel (799.505.747-49)

1.2. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 968/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

considerando que o ato submetido ao exame do Tribunal encontra-se com seu fundamento legal

corrigido no sistema Siape e não está dando ensejo a pagamentos irregulares, ACORDAM, por

unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art.

143, inciso II, do Regimento Interno e art. 6º, § 1º, da Resolução TCU nº 206, de 24/10/2007, em

considerar legal para fins de registro o ato de concessão de pensão a seguir relacionado, de acordo com

os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-014.672/2013-8 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Interessado: Maria Luiza Monteiro (133.734.474-53)

1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado de Alagoas

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações: à Sefip, para que proceda às correções devidas no Sistema Sisac.

ACÓRDÃO Nº 969/2014 - TCU - 1ª Câmara

Page 41: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

41

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, quanto ao processo a seguir relacionado, de acordo com os pareceres

emitidos nos autos, em julgar regulares com ressalva, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso

II; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992, as contas dos Senhores Aloísio Teixeira, Reitor, e Luiz

Afonso Henriques Mariz, Pro-Reitor de Pessoal, dando-lhes quitação; e, julgar regulares, com

fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei 8.443/1992, as contas dos

demais responsáveis arrolados, dando-lhes quitação plena; fazendo-se as determinações sugeridas nos

autos:

1. Processo TC-029.177/2011-1 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2010)

1.1. Apensos: 010.697/2011-0 (SOLICITAÇÃO)

1.2. Responsáveis: Aloísio Teixeira - CPF 385.691.087-53, Belkis Valdman – CPF

191.768.647-15, Ângela Uller – CPF 064.994.089-05, Carlos Antônio Levi da Conceição – CPF

380.078.517-04, Luiz Afonso Henriques Mariz – CPF 161.451.437-20, Laura Tavares Ribeiro Soares

– CPF 369.695.757-72, Milton Reynaldo Flores de Freitas – CPF 298.904.037-49, Regina Célia Alves

Soares Loureiro – CPF 505.362.067-91, Sebastião Amoedo de Barros – CPF 277.166.437-20,

Godofredo de Oliveira Neto – CPF 290.886.239-53 e Alberto Gabbay Canen – CPF 000.323.442-87.

1.3. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio de Janeiro

1.4. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.5. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.6. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ).

1.7. Advogado constituído nos autos: não há.

1.8. Determinações/Recomendações/Orientações:

1.8.1. Determinar à Universidade Federal do Rio de Janeiro que, no prazo de noventa dias,

a contar da ciência deste acórdão:

1.8.1.1. observe a Lei 12.740/2012 quando do pagamento de adicional de periculosidade a

servidores que exerçam atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial;

1.8.1.2. designe formalmente os responsáveis para fiscalizar os convênios vigentes da

Universidade, informando, a este Tribunal, ao término do prazo concedido, as providências adotadas

para o cumprimento da determinação e a relação nominal dos responsáveis com a referência dos

respectivos termos de designação;

1.8.1.3. elabore e apresente ao Tribunal plano de ação, que deverá apresentar as ações a

serem tomadas, indicar os responsáveis por essas ações e informar os prazos para implementação de

cada ação, contemplando as seguintes providências e outras que se fizerem necessárias para regularizar

o pagamento de adicional de insalubridade:

1.8.1.3.1. conclusão do processo 23079.003574/2011-02, para atualização dos laudos de

insalubridade;

1.8.1.3.2. identificação de servidores que recebem o referido adicional e que não mais

fazem jus, em razão da conclusão do processo acima mencionado;

1.8.1.3.3. cancelamento dos pagamentos de adicional de insalubridade a esses servidores;

1.8.1.4. recomendar à Universidade Federal do Rio de Janeiro que realize estudo acerca

das reais necessidades de pessoal para o funcionamento dessa instituição de ensino superior,

identificando quantitativa e qualitativamente as vagas passíveis de terceirização, de modo a possibilitar

contratações tempestivas e amparadas na legislação em vigor (item 10.13).

1.8.2. dar ciência à Universidade Federal do Rio de Janeiro que:

1.8.2.1. a ausência dos Pró-Reitores de Graduação, de Pesquisa e de Extensão no rol de

responsáveis da unidade jurisdicionada, afronta o inciso II do art. 10 da IN TCU 63/2010;

1.8.2.2. a utilização de mão de obra informal para atividade meio e fim, sem respaldo legal,

identificada no subitens 1.1.2.1 e 2.1.5.1 do Relatório de Auditoria de Contas, afronta os incisos II e

XXI, art. 37 da Constituição Federal;

Page 42: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

42

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.8.2.3. o não cadastramento no Sisac das informações relativas aos atos de admissão e

concessão no prazo determinado, identificado no item 4.6 do Relatório de Auditoria de Contas,

descumpre os termos do art. 7º da IN TCU 55/2007;

1.8.2.4. a não apresentação das informações relativas às transferências voluntárias, ao

cumprimento das deliberações do TCU e ao cumprimento das recomendações do Órgão de Controle

Interno no Relatório de Gestão, infringe os termos do art. 1º da Decisão Normativa TCU 107/2010 e

do art. 1º da Portaria-TCU 277/2010;

1.8.3. encaminhar cópia deste acórdão à Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip, para

conhecimento dos pontos tratados no subitem 1.8.2., alíneas 1.8.2.2, 1.8.2.3 e 1.8.2.4;

1.8.4. encaminhar à Universidade Federal do Rio de Janeiro cópia da instrução à peça 17;

1.8.5. arquivar os presentes autos.

ACÓRDÃO Nº 970/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, V, "d", do Regimento Interno do TCU e

no Enunciado nº 145 da Súmula de Jurisprudência predominante no Tribunal de Contas da União, de

acordo com os pareceres emitidos nos autos, em corrigir, por erro material, o item 9.1 do Acórdão

2.099/2007-1ª Câmara, para, onde se lê “o recolhimento da dívida aos cofres do Departamento

Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT”, leia-se “o recolhimento da dívida aos cofres do

Tesouro Nacional”, mantendo-se inalterados os demais termos da decisão.

1. Processo TC-013.269/2005-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)

1.1. Responsáveis: Alter Alves Ferraz (CPF 001.692.501-72); Francisco Campos de

Oliveira (CPF 011.296.276-91); Gilton Andrade Santos (CPF 074.168.816-68)

1.2. Órgão/Entidade: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (excluída);

Superintendência Regional do Dnit No Estado do Mato Grosso - Dnit/MT

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MT (SECEX-MT).

1.6. Advogado constituído nos autos: Carlos Roberto de Aguiar (OAB/MT 5.668) e Maria

Abadia Pereira de Souza Aguiar (OAB/MT 2.906).

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 971/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade com fundamento no art. 202, § 4º, do Regimento Interno/TCU, em

acatar as alegações de defesa apresentadas, julgar as contas dos responsáveis a seguir indicados

regulares com ressalva, dar-lhes quitação, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo,

de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-019.081/2010-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)

1.1. Apensos: 006.456/2005-6 (REPRESENTAÇÃO)

1.2. Responsáveis: Emerson Rozendo Salgado (CPF 265.881.617-00); Lauro Faria Santos

Koehler (CPF 096.149.587-15); Planurb Planejamento e Construções Ltda (CNPJ 14.312.169/0001-

91); Valter Tenenbaum (CPF 314.740.207-04)

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Obras Rodoviárias (SecobRodov).

Page 43: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

43

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 972/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 1º, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c os arts.

143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a seguir relacionado, em

conhecer da representação, considerá-la prejudicada ante a perda do objeto e determinar o

arquivamento do processo, conforme pareceres emitidos nos autos (peças 4, 5 e 6):

1. Processo TC-004.080/2013-0 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Interessado: Secretaria de Controle Externo do TCU/AC (00.414.607/0027-57)

1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa No Estado do Acre

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - AC (SECEX-AC).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 973/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a

seguir relacionado, em conhecer da representação, considerá-la prejudicada ante a perda do objeto e,

após a ciência do representante e da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, arquivar o

processo, conforme pareceres emitidos nos autos (peças 23, 24 e 25):

1. Processo TC-006.452/2013-2 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de São José dos Campos - SP

1.2. Relator: Ministro Benjamin Zymler

1.3. Representante do Ministério Público: não atuou

1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).

1.5. Advogado constituído nos autos: Constantino Siciliano (OAB/SP 119.272) e outros

(peça 18).

1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 974/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a

seguir relacionado, em conhecer da representação, considerá-la improcedente e determinar o

arquivamento, dando ciência ao representante, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-034.049/2013-4 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Órgão/Entidade: Agência Nacional de Saúde Suplementar

1.2. Representante: Fox Print do Brasil Comércio e Serviços Gráficos Ltda

1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler

Page 44: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

44

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara

Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária

Assinado eletronicamente por:

RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara

Relator – Ministro JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

ACÓRDÃO Nº 975/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,

inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar

legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de concessão a seguir relacionado(s), conforme os pareceres

emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.404/2014-1 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessado: Raimundo Cardoso Guimarães (084.102.591-68)

1.2. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de

Goiás

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 976/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,

inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legal

para fins de registro o ato de concessão a seguir relacionado, conforme os pareceres emitidos nos

autos:

1. Processo TC-004.366/2014-0 (APOSENTADORIA)

1.1. Interessada: Sabrina de Araújo Maiolino (185.761.841-68)

1.2. Unidade: Superior Tribunal de Justiça (STJ)

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da

Costa e Silva

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 977/2014 - TCU - 1ª Câmara

Page 45: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

45

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,

inciso II; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar

legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), conforme os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-002.581/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Daniel Sartório Barbosa (029.570.901-47); Dijeison Tiago Rios

Nascimento (725.293.931-68); Rosandra Kelly Confessor de Azevêdo (883.748.401-10); Vitor Dutra

Freire (727.115.581-34)

1.2. Unidade: Superior Tribunal de Justiça - STJ

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 978/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,

inciso II; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar

legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), conforme os

pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.845/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)

1.1. Interessados: Alexandre Souto Favaretto (018.667.739-17); Ana Paula Souza da Silva

(701.502.812-34); Anderson Seiji Futami Kinoshita (332.657.438-02); Andre Luiz Graciano Alonso

(171.452.358-62); Arnaldo Ferreira Leite Burle Neto (054.519.944-12); Barbara Bicalhogomes

(052.096.046-75); Barbara Cristina de Oliveira Alves (045.453.557-06); Bruno Campelo Spencer Neto

(023.801.194-14); Bruno Lucio Fraga da Silva (040.073.226-27); Danielle Francisca Brainer Amorim

da Silva (667.201.843-34); Débora Brito Veloso Martins (617.941.043-72); Felipe Ramos da Silva

(104.716.987-84); Fernanda Amaral Sarno (797.962.495-53); Fernanda Medeiros Campos

(887.015.902-78); George Augusto Pereira de Moura (199.974.344-04); Geovanio Correia Brito

(739.308.655-72); Gleysonnoronha de Sousa (063.427.006-05); Ítalo Alves de Araujo Junior

(456.032.601-06); Jonathan dos Santos Lincher (013.435.176-21); Laysa Fernanda Farias Costa

(972.280.443-04); Leonardo Teles de Carvalho (045.305.526-59); Luciana Ettchegaray Mendes

(040.687.809-94); Magda Beatriz Oliveira Felix e Carvalho Faria (692.151.116-20); Mauro Kioshi

Takau Brino (310.055.618-69); Millena Wiese (918.348.809-04); Nelson D Abadia Gomes

(085.697.971-68); Octavio Luiz Rogante de Carvalho (071.719.886-35); Patrícia Pinto Alexandre

(908.528.502-04); Rafael Cheib Soares (052.247.796-85); Rafael Morais Rocha (013.684.536-35);

Roberto Luiz Barreto Ramos (383.366.343-04); Ronisclei Pereira de Araujo (797.220.913-87); Thales

Vinicius Santiago Bezerra (937.445.013-53); Wu Zhuofan (047.192.489-00)

1.2. Unidade: Secretaria da Receita Federal do Brasil

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Page 46: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 979/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º,

inciso I; 17, inciso I; 143, inciso I; e 207 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em julgar as contas

abaixo relacionadas regulares, dar quitação plena aos responsáveis, e mandar adotar as seguintes

providências sugeridas nos pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-038.717/2012-3 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2011)

1.1. Responsáveis: Bruno Figueiredo Roberto (730.804.381-91); Hermes Ferreira Barbosa

(036.461.574-53); João Berquimas de Andrade (086.147.414-72)

1.2. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no

Estado da Paraíba – SFA/PB

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PB (SECEX-PB).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Cientificar a SFA/PB de que o rol de responsáveis deve ser apresentado apenas com o

superintendente e seus respectivos substitutos, conforme o art. 10 da IN TCU 63/2010;

1.8. Recomendar à SFA/PB que:

1.8.1. avalie a conveniência e a oportunidade de apresentar ao TCU o relatório de gestão

considerando a unidade como um todo, sem subdividi-lo de acordo com a estrutura organizacional

interna; e

1.8.2. implemente, no que for cabível, as oportunidades de melhoria reveladas pela análise

da gestão dos recursos renováveis e sustentabilidade ambiental;

1.9. Dar ciência das seguintes constatações à SecexAmb, observadas no processo de contas

anuais da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado da Paraíba,

relativo ao exercício de 2011, que, em princípio, demandam propostas de determinação com escopo

mais amplo para o órgão central, nos termos do art. 5º, § 1º, da Portaria Segecex nº 13/2011,

encaminhando cópia da instrução;

1.9.1. fragilidades relacionadas à vacinação de bovinos contra febre aftosa no Estado da

Paraíba; e

1.9.2. oportunidades de melhoria na comunicação entre as superintendências federais de

agricultura e a Caixa Econômica Federal, no tocante às fases e procedimentos para descentralização de

recursos por intermédio de contratos de repasse, bem como, aos municípios, dos possíveis objetos de

contratação por intermédio desses repasses.

ACÓRDÃO Nº 980/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º,

inciso I; 17, inciso I; 143, inciso I; e 207 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em julgar as contas

a seguir relacionadas regulares e dar quitação plena aos responsáveis, conforme os pareceres emitidos

nos autos:

1. Processo TC-046.599/2012-6 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2011)

1.1. Responsáveis: José Roberval Cabral da Silva Gomes (381.834.804-97); Marcos

Antônio da Rocha Vieira (034.472.944-34); Renata Fonseca de Gomes Pereira (105.046.338-21)

1.2. Unidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas

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47

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - AL (SECEX-AL).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 981/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, quanto

ao processo abaixo relacionado, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992 c/c os arts.

143, inciso III; e 237 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em conhecer da representação, para no

mérito considerá-la improcedente, arquivando-a e dando ciência à representante com o envio de cópia

da respectiva instrução, conforme os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-004.456/2014-9 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Representante: Procuradoria da República no Município de Pelotas - RS

1.2. Unidade: Prefeitura Municipal de Pelotas - RS

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RS (SECEX-RS).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 982/2014 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, quanto

ao processo a seguir relacionado, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992 c/c os arts.

143, inciso III; e 237, parágrafo único, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em conhecer da

representação, mas considerá-la prejudicada, ante a competência primária para apuração atribuída ao

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), arquivando-a, dando-se ciência ao

representante, com o envio de cópia da respectiva instrução, conforme os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-033.684/2013-8 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Representante: Prefeitura Municipal de Mostardas/RS

1.2. Unidade: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

1.4. Representante do Ministério Público: não atuou

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RS (SECEX-RS).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara

Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária

RELAÇÃO Nº 4/2014 – 1ª Câmara

Relator – Ministro-Substituto WEDER DE OLIVEIRA

ACÓRDÃO Nº 983/2014 - TCU - 1ª Câmara

Page 48: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

48

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, na

forma do art. 143, V, 'e' do RI/TCU, combinado com o art. 183 parágrafo único do RI/TCU, e de

acordo com a proposta emitida pela Unidade Técnica, ACORDAM, por unanimidade, em prorrogar,

por 30 (trinta) dias, o prazo estabelecido para a Diretoria de Administração do Pessoal do Comando da

Aeronáutica no item 9.3 do Acórdão 138/2014 – TCU – 1ª Câmara (peça 21), a contar do término do

prazo inicialmente concedido.

1. Processo TC-009.273/2012-3 (PENSÃO CIVIL)

1.1. Interessados: Nadir Pontes Rodrigues (020.530.037-58); Rosana Pontes Rodrigues

(549.324.597-34).

1.2. Órgão: Diretoria de Administração do Pessoal do Comando da Aeronáutica.

1.3. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).

1.6. Advogado constituído nos autos: não há.

1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara

Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária

PROCESSOS EXCLUÍDOS DE PAUTA (de Relação):

Foram excluídos de pauta, ante requerimento dos respectivos Relatores, nos termos do

artigo 142 do Regimento Interno, os processos n°s 008.517/2005-2 (Ministro Walton Alencar

Rodrigues); e 016.867/2013-0 (Ministro José Múcio Monteiro).

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA E APRECIADOS DE FORMA UNITÁRIA

Passou-se, em seguida, ao julgamento ou à apreciação dos processos adiante indicados, que

haviam sido incluídos na pauta, de forma unitária e organizada sob n° 7/2014, havendo a Primeira

Câmara aprovados os Acórdãos de n°s 984 a 1011, a seguir indicados. Os correspondentes Relatórios,

Votos ou Propostas de Deliberação, bem como os citados Acórdãos, se inserem no Anexo desta Ata

(Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 134, 138, 141, §§ 1° a 7° e 10; e Resoluções TCU n°s

164/2003, 184/2005 e 195/2006):

ACÓRDÃO Nº 984/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 012.355/2011-9.

2. Grupo II – Classe de Assunto: I Embargos de Declaração (Aposentadoria)

3. Interessada/Embargante:

3.1. Interessada: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04);

3.2. Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).

4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia.

5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Walton Alencar Rodrigues.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: não atuou.

8. Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF

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49

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

26.778; Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração opostos por

Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU- 1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, reunidos em sessão da Primeira Câmara e ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no artigo 34 da Lei 8.443/1992, conhecer dos Embargos de

Declaração para, no mérito, rejeitá-los;

9.2. nos termos do Enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, corrigir erro

material no seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, o

qual passa a ter a seguinte redação:

. onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”

9.3. dar ciência desta deliberação à embargante.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0984-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 985/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.935/2013-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessada/Responsáveis:

3.1. Interessada: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba (00.399.857/0001-26)

3.2. Responsáveis: Antônio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-pi (07.094.413/0001-21).

4. Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PI (SECEX-PI).

8. Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em

9.1. declarar, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, a revelia da Associação

dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de

Moura, ex-presidente da entidade;

9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei 8.443/1992 c/c

os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, julgar irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura

(CPF 439.406.683-20) e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de

Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21), condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da

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50

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações,

para comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o

recolhimento da dívida aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data

discriminada, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.

VALOR ORIGINAL

(R$)

DATA DA

OCORRÊNCIA

140.888,02 1/10/2007

9.3. com fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, aplicar ao Sr. Antônio José de Moura e

à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI,

individualmente, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze)

dias, a contar das notificações, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso

III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional,

atualizadas monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data dos efetivos recolhimentos, se

forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.6. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o

fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Piauí, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei

8.443/1992, aos responsáveis e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0985-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 986/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.961/2014-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa

(100.803.946-20).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

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51

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Daniely Leite Costa e Marcela

Leite da Costa, recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas

interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação aos responsáveis legais por Daniely Leite

Costa e Marcela Leite da Costa, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de

eventuais recursos, caso não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente

percebidos após a notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que os representantes legais das interessadas tiveram ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0986-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 987/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.962/2014-8.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Bruna Lacerda de Sousa,

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52

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela

interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Bruna Lacerda

de Sousa, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,

caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a

notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0987-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 988/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.974/2014-6.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Masxuel Silva Medeiros,

recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelo

interessado, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

Page 53: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Masxuel Silva

Medeiros, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,

caso não providos, não exime o beneficiário da devolução dos valores indevidamente percebidos após

a notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal do interessado teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0988-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 989/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.975/2014-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Otaciana Fontenelle dos Santos,

recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela

interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Otaciana

Fontenelle dos Santos, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais

recursos, caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a

notificação;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0989-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 990/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 004.713/2014-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz

(120.859.067-70).

4. Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Hospital Federal

dos Servidores do Estado,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Conceição dos Santos Luz e Ingrid

Santos Luz, recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas

interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Hospital Federal dos Servidores do Estado que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. emita e disponibilize no Sisac novo ato de pensão referente ao ex-servidor Durval

Pirez da Luz, excluindo da relação de beneficiários a menor sob guarda Ingrid Santos Luz;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor desta deliberação à Sra. Conceição dos Santos Luz e ao

responsável legal por Ingrid Santos Luz, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da

interposição de eventuais recursos, caso não providos, não os exime da devolução dos valores

indevidamente percebidos após a notificação;

9.3.4. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que a Sra. Conceição dos Santos Luz e o responsável legal por Ingrid Santos Luz tiveram ciência desta

deliberação;

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55

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0990-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 991/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.573/2013-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Aposentadoria

3.1. Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira

Freitas (249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04).

4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de aposentadoria,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da

Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:

9.1. julgar legais as concessões de aposentadoria a Alvorino Postiglione de Vargas e Ilo

Santos da Silva e determinar o registro dos atos de peças 3 e 5;

9.2. julgar ilegais as concessões de aposentadoria a Edeni da Silveira Freitas e Manoel

Medeiros e negar registro aos atos de peças 4 e 6;

9.3. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelos interessados

mencionados no subitem anterior, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste

Tribunal;

9.4. determinar à Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Rio

Grande do Sul que adote as seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa:

9.4.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Edeni da Silveira Freitas e Manoel

Medeiros e faça juntar aos autos os comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;

9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base nos

atos ora impugnados;

9.4.3. encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e

MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-

2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5);

9.4.4. oriente o Sr. Edeni da Silveira Freitas sobre a possibilidade de optar por uma das

alternativas a seguir:

9.4.4.1. recolher a contribuição previdenciária relativa ao tempo rural necessário para o

implemento de 35 anos de tempo de contribuição até 15.12.1998, véspera da publicação da EC

20/1998, que passou a exigir idade mínima para a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição;

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56

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.4.4.2. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0991-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 992/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.967/2013-0.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessados/Responsáveis:

3.1. Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes

(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva

(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15).

4. Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador).

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de atos de concessão de pensão civil

instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes, Bruno Campos de Menezes, Clelia Brasilia de

Alarcon Vaz, Maria Betania Nunes da Silva e Olivia Matildes Caldeira Cavalcante no âmbito do

Ministério das Comunicações;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da

Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/92 e art. 262, § 2º, do

Regimento Interno, em:

9.1. considerar legais os atos de pensão instituídos em favor de Clelia Brasilia de Alarcon

Vaz (234.916.800-00), Maria Betania Nunes da Silva (529.921.604-15) e Olivia Matildes Caldeira

Cavalcante (237.062.016-15), determinando-se o correspondente registro;

9.2. considerar ilegais os atos de pensão instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes

(006.550.092-05), na condição de pessoa designada até 21 anos, e Bruno Campos de Menezes

(016.478.256-79), na condição de menor sob guarda até 21 anos, negando-lhes o correspondente

registro;

9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa- fé, nos termos

da Súmula TCU nº 106, em relação aos atos tidos por irregulares;

9.4. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

9.4.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos

interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos

não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso

esses não sejam providos;

9.4.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos

considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

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57

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.4.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão,

documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento deste acórdão;

9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento do item 9.4 da

presente deliberação, representando ao Tribunal em caso de não atendimento.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0992-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 993/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 016.194/2011-0.

2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()

3.2. Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros

Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia

(585.369.492-87).

4. Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, destinado à aquisição de uma unidade móvel de

saúde,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. declarar a revelia dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, Cláudio Henrique Baetas

Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei

8.443/1992;

9.2. excluir o Sr. Mário Ferreira Garcia da relação processual;

9.3. julgar irregulares as contas dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito,

Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, com

fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19 e 23, inciso III, da Lei Orgânica do

TCU;

9.4. aplicar aos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas

Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, multas individuais nos valores

de R$ 10.000,00 (dez mil reais), R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 6.000,00 (seis mil reais),

respectivamente, com fundamento no art. 58, incisos I e II, da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de

15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III,

alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizados

monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitadas após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

Page 58: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

58

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.5. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.6. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.7. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer

parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do

Regimento Interno deste Tribunal;

9.8. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam,

ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão e aos responsáveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0993-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 994/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 016.209/2011-7.

2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()

3.2. Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago

(124.833.113-34).

4. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

decorrência da não comprovação de despesas realizadas com recursos federais do Sistema Único de

Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período compreendido entre julho de 2006 e junho

de 2007,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em

9.1. declarar a revelia do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72), com fundamento

no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.2. julgar irregulares as contas do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72) e da Sra.

Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas

“b” e “c”, da Lei 8.443/1992, condenando-os solidariamente ao pagamento das quantias a seguir

especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem,

perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas

aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,

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59

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação

em vigor:

Data Valor (R$)

04/07/2006 5.448,59

31/07/2006 5.448,59

04/09/2006 5.515,13

14/09/2006 1.600,00

15/09/2006 1.521,50

15/09/2006 1.168,50

19/09/2006 2.200,00

03/10/2006 5.515,13

13/11/2006 5.515,13

30/11/2006 2.118,00

04/12/2006 5.515,13

27/12/2006 5.515,13

12/02/2007 5.515,13

13/03/2007 5.921,71

10/04/2007 7.370,87

04/06/2007 5.457,88

16/08/2006 12.433,00

21/09/2006 1.362,00

31/10/2006 7.963,45

10/05/2007 13.500,00

03/07/2006 105.447,03

17/07/2006 2.803,99

18/07/2006 38.546,25

31/07/2006 66.900,00

17/08/2006 19.646,25

04/09/2006 88.603,00

18/09/2006 2.804,98

22/09/2006 22.000,00

03/10/2006 86.468,75

20/10/2006 41.939,54

31/10/2006 69.333,20

23/11/2006 41.939,54

04/12/2006 66.900,00

19/12/2006 41.568,75

21/12/2006 85.800,00

16/02/2007 108.468,75

29/03/2007 28.600,00

29/03/2007 15.000,00

04/04/2007 67.568,75

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60

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

24/04/2007 25.000,00

25/04/2007 16.568,75

03/05/2007 66.900,00

25/05/2007 22.668,75

04/06/2007 87.420,00

11/06/2007 5.950,00

14/06/2007 22.650,90

20/07/2007 87.391,65

9.3. aplicar individualmente multa, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao Sr. Luís

Freitas Guimarães (270.434.013-72) e à Sra. Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com

fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do

Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional, atualizadas

monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data do efetivo recolhimento, se forem pagas

após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.6. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer

parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do

Regimento Interno deste Tribunal;

9.7. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o

fundamentam, ao Ministério da Saúde, ao Município de Cantanhede/MA e à Procuradoria da

República no Estado do Maranhão, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0994-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 995/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 019.238/2013-4.

2. Grupo I – Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial

3. Interessados/Responsáveis:

3.1. Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-

08); Jorge José de Melo (357.859.937-91).

4. Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).

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61

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

8. Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada devido

à omissão no dever de prestar contas dos recursos captados para a realização do projeto “Roteiro

Cultural da Cachaça”, cadastrado no Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura,

nos termos da Lei 8.313/1991 (Lei Federal de Incentivo à Cultura),

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar irregulares as contas do Sr. Jorge Jose de Melo e da empresa Damara Produções

Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, condenando-os, solidariamente, ao pagamento da quantia abaixo

relacionada, com a incidência dos devidos encargos legais, calculados a partir da data correspondente

até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, nos termos dos arts. 1°, inciso I, 16, inciso

III, alínea “a”, 19 e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992:

Valor original (R$) Data da ocorrência

364.019,00 23/12/2005

9.2. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os

responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das

referida quantia aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”,

da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU (RI/TCU);

9.3. aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo e à empresa Damara Produções Jornalísticas e

Culturais Ltda. ME, individualmente, a pena de multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor

de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

9.4. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os

responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea

“a”, do RI/TCU), o recolhimento das referidas quantias ao Tesouro Nacional, atualizadas

monetariamente a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido, até a data do efetivo

recolhimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos

termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;

9.6. autorizar, desde já, caso venha a ser solicitado, o parcelamento das dívidas em até 36

(trinta e seis) parcelas mensais, nos termos do art. 217 do RI/TCU, com a incidência sobre cada parcela

dos devidos encargos legais até o efetivo pagamento, esclarecendo que a falta de pagamento de

qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RI/TCU);

9.7. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o

fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei

8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0995-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 996/2014 – TCU – 1ª Câmara

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62

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo nº TC 030.667/2012-7.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça

Pessoa (079.986.544-30).

4. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de pensão civil,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da

Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:

9.1. julgar ilegal a concessão de pensão civil a Maria Izabel Mendonça Pessoa e Mariana

Mendonça Pessoa e negar registro ao ato de peça 2;

9.2. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelas interessadas, nos

termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social que adote as

seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa:

9.3.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação às interessadas e faça juntar aos autos os

comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;

9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base no ato

ora impugnado.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0996-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 997/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.959/2014-7.

2. Grupo I – Classe V – Pensão Civil.

3. Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos (CPF 012.994.144-19).

4. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de

Alagoas.

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: Sefip.

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

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63

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de pensão civil instituída por ex-

servidora da Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da

Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, caput, do

Regimento Interno desta Corte, e Súmula TCU nº 106, em:

9.1. considerar ilegal a concessão de pensão civil a Mylena Aciole Casado dos Anjos,

recusando o registro;

9.2. dispensar a interessada do ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-

fé;

9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

9.3.1. fazer cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes do ato considerado

ilegal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2. dar ciência, no prazo de quinze dias, do inteiro teor desta deliberação à beneficiária,

alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos perante o

TCU não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a notificação, caso esses

não sejam providos;

9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de trinta dias contados da ciência da decisão,

documento apto a comprovar que a interessada teve conhecimento do acórdão;

9.4. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da determinação

relativa à cessação dos pagamentos decorrentes da concessão considerada ilegal, representando ao

TCU em caso de não atendimento.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0997-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 998/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-004.753/1999-2

1.1. Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-

006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e

TC-012.079/1999-52. Grupo II, Classe I – Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em

Tomada de Contas, exercício de 1998)

3. Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral, CPF

363.458.577-34) e espólio de Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente, CPF 003.846.237-00)

4. Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1 Relator da deliberação recorrida: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: não atuou

7. Unidade Técnica: não atuou

8. Advogados constituídos nos autos: Fernanda Fernandes Spinelli (OAB/RJ 141.580),

Leonardo Camargo (OAB/RJ 88.992), Paulo Gustavo Loureiro Ouricuri (OAB/RJ 88.063) e Claudio

Mareio de Brito Moreira (OAB/RJ 88.980)

9. Acórdão:

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64

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas ordinárias em que se

examinam, nesta fase, embargos de declaração opostos ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, com base no art. 34 da Lei 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1 conhecer dos embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha

Spacenkopf e pelo espólio de Martinho Álvares da Silva Campos para, no mérito, rejeitá-los;

9.2 dar ciência desta deliberação aos embargantes.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0998-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 999/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-007.957/2009-8

2. Grupo I, Classe de Assunto I - Recurso de Reconsideração

3. Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito, CPF 036.789.465-34)

4. Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva

7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur

8. Advogados constituídos nos autos: Josuelito de Sousa Britto (OAB/BA 13.224),

Reginaldo Araujo Lino (OAB/BA 644-B) e Abelardo Pereira Palma Neto (OAB/BA 14.830)

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam, nesta fase, de recurso de

reconsideração contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 32 e 33 da Lei nº

8.443/1992, em:

9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro para, no

mérito, dar-lhe provimento, a fim de tornar nulo o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara;

9.2. encaminhar o processo ao Relator original, para o saneamento da fase de citação e

preparação de novo julgamento da tomada de contas especial; e

9.3. dar ciência deste acórdão ao recorrente.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0999-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

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65

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 1000/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-010.668/2004-6

2. Grupo II - Classe I - Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)

3. Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

4. Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberacao recorrida: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: não atuou

7. Unidade Técnica: não atuou

8. Advogados constituídos nos autos: Gustavo Persch Holzach (OAD/DF 21.403), Valéria

Trezza (OAB/SP 153.020), Maria Laura Brandão Canineu (OAB/SP 253.938), Daniela D’Ambrosio

(OAB/SP 155.883), Guilherme Amorim Campos da Silva (OAB/SP 130.183), Mariana Villela

(OAB/SP 335.141), e Thiago Lopes Ferraz Donnini (OAB/SP 235.247)

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examinam, nesta fase processual,

embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) contra o

Acórdão 455/2014-1ª Câmara, por meio do qual foi dado provimento parcial a recurso de

reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, nos termos dos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei

8.443/1992, em:

9.1. conhecer dos embargos de declaração, para, no mérito, rejeitá-los;

9.2. dar ciência desta deliberação ao embargante.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1000-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1001/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-019.005/2010-5

2. Grupo I, Classe I – Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)

3. Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito, CPF 050.010.485-91)

4. Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur

8. Advogados constituídos nos autos: Marcelo Liberato de Matos (OAB/BA 13.791) e

Alisson Demósthenes Lima de Souza (OAB/BA 16.464)

9. Acórdão:

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66

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial em que se

examina, nesta fase do processo, recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012 –

1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, com base nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo

Relator, em:

9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair

Jambeiro, negando-lhe provimento;

9.2 dar ciência desta deliberação ao recorrente.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1001-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1002/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 019.288/2013-1

2. Grupo I - Classe II - Tomada de Contas Especial

3. Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana (CPF 312.614.000-97)

4. Unidade: Ministério da Cultura (MinC)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva

7. Unidade Técnica: Secex/RS

8. Advogados constituídos nos autos: Roberto Rebés Abreu (OAB/RS 26.964) e Francisco

Fogaça Damiani (OAB/RS 87.018)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Ministério da Cultura, em razão da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma

da Lei de Incentivo à Cultura, para aplicação no Projeto Pronac 05-6548, que tinha por finalidade a

realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande do Sul, no âmbito do projeto

“Caravana Musical da Serra Gaúcha”.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III,

alíneas “a”, “b” e “c”; 19, caput; 23, inciso III; 28, inciso II; e 57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202,

§ 6º; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do TCU, em:

9.1. julgar irregulares as contas de Delcy Siloé Fiori Gabana e condená-la ao pagamento

das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,

para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura

(FNC), acrescida da correção monetária e dos juros de mora calculados a partir das respectivas datas

até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor:

Data Valor - R$

31/3/2006 80.000,00

28/4/2006 70.000,00

30/6/2006 70.000,00

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

31/7/2006 20.000,00

31/8/2006 30.000,00

9.2. aplicar a Delcy Siloé Fiori Gabana multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais),

fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o

Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da

data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da

legislação em vigor;

9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação;

9.4. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Sul, para as medidas que entender cabíveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1002-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1003/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 022.085/2009-8

2. Grupo II – Classe III – Monitoramento (em Pensão Civil)

3. Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de

Administração do INSS em Salvador/BA)

3.1. Interessados: Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias

(CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias (CPF 431.914.605-00)

4. Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

7. Unidade Técnica: Sefip

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de monitoramento acerca do

cumprimento das determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que

considerou ilegais as pensões civis de interesse de Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e

Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952

no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço

para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 243 do Regimento Interno,

em:

9.1. acolher as razões de justificativa apresentadas pelo responsável e considerar cumpridas

as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara;

9.2. arquivar o presente processo.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1003-07/14-1.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1004/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 027.153/2012-6

2. Grupo II - Classe II - Tomada de Contas Especial

3. Responsáveis: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), ex-Superintendente Federal

de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro

Borges (CPF 388.588.272-87), ex-Superintendente-Substituto; Associação dos Pecuaristas do Amapá -

Aspa (CNPJ 05.828.309/0001-98); e Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602- 59), ex-Presidente

da Aspa

4. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado

do Amapá (SFA/AP)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

7. Unidade Técnica: Secex/AP

8. Advogados constituídos nos autos: Wagner Advogados Associados (OAB/AP 054) e

Davi Ivã Martins da Silva (OAB/AP 1648-A)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

cumprimento ao Acórdão 4.787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, que tratou

de representação formulada por interventor da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP) sobre irregularidades nos termos de cooperação técnica

formalizados, nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá (Aspa).

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. excluir Luiz Carlos Pinheiro Borges da relação processual;

9.2. julgar irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, com fundamento nos arts. 1º,

inciso I; 16, inciso III, alínea “b”; 19, Parágrafo único; 23, inciso III; 28, inciso II; e 58, inciso I, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do

TCU, e aplicar-lhe multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de

quinze dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da quantia

aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da data do presente acórdão até a do

efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. julgar irregulares as contas de Gilberto Firmino Martins e da Associação dos

Pecuaristas do Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 12, § 3º; 16, inciso III, alíneas “a”

e “d”, e § 2º, da Lei 8.443/1992;

9.4. condenar, solidariamente, Gilberto Firmino Martins e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 16, § 2º; 19, caput, 23, inciso III; e 28, inciso II, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do

TCU, ao pagamento das quantias de R$ 22.149,81 (vinte e dois mil, cento e quarenta e nove reais e

oitenta e um centavos) e R$ 233.588,10 (duzentos e trinta e três mil, quinhentos e oitenta e oito reais e

dez centavos), em valores originais, respectivamente, de 04/05/2010 e 22/04/2011, fixando-lhes o

prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal, o

recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, acrescidas da correção monetária e dos juros

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

de mora calculados, a partir das referidas datas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação

em vigor;

9.5. aplicar multa individual a Gilberto Firmino Martins e à Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com fundamento nos arts. 19, caput, e

57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento

Interno do TCU, fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprovem,

perante o Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada

monetariamente da data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.6. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.7. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Procuradoria da República no Estado do Amapá, para as medidas que julgar cabíveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1004-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1005/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.118/2012-6.

2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

3.2. Responsáveis: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima e Lúcia de Fátima Pontes da

Silva.

4. Entidade: Município de Panelas/PE.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Pernambuco (Secex-PE).

8. Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça

20 e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira

Lima, ex-prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à

Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e

Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no

exercício de 2005”.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. arquivar a presente tomada de contas especial com fundamento no art. 212 do RI/TCU

c/c art. 7º, II, da IN TCU 71/2012;

9.2. dar ciência desta deliberação aos responsáveis, ao Município de Panelas/PE e ao

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;

9.3. encerrar o presente processo.

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70

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1005-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).

ACÓRDÃO Nº 1006/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 006.530/2013-3.

2. Grupo I – Classe II - Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsável:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - (FNDE)

3.2. Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68).

4. Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em razão da omissão no dever de prestar contas da

aplicação dos recursos federais repassados para atender ações do Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE), relativamente ao exercício de 2004.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira

Câmara, ante as razões expostas pelo relator, em:

9.1. considerar revel para todos os efeitos, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei

8.443/1992, o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de Malhada de Pedras/BA;

9.2. julgar irregulares as contas do sr. Ramon dos Santos, com fundamento nos arts. 1º, I, e

16, III, 'a' e 'c', da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei e com os arts. 209, III e

§ 3º, 210 e 214, III, do RI/TCU, e condená-lo ao pagamento das quantias abaixo indicadas, atualizadas

monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das respectivas datas de ocorrência

até a data do efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para

que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres

da Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, na forma da legislação em vigor:

Valor (R$) Data da

ocorrência

6.700,20 26/2/2004

6.700,20 23/3/2004

6.700,20 27/4/2004

6.700,20 25/5/2004

13.400,40 6/8/2004

7.731,00 31/8/2004

7.731,00 23/9/2004

7.731,00 29/10/2004

7.731,00 26/11/2004

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71

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.3. aplicar ao sr. Ramon dos Santos a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no

valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,

para que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos

cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do

efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial

das dívidas;

9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia,

nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.6. dar ciência desta deliberação ao FNDE e ao responsável.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1006-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).

ACÓRDÃO Nº 1007/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.313/2009-5.

2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)

3.2. Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de

Feira de Santana/BA (13.227.038/0001-43).

4. Órgão: Ministério da Saúde.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).

8. Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Saúde (FNS), em razão da omissão no dever de prestar contas relativamente ao

convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de

Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara).

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. acolher parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de

Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara);

9.2. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. José Mendes Neto, dando-se

prosseguimento ao processo, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.3. julgar irregulares as contas do sr. José Mendes Neto, com base no art. 16, III, ‘a’ da

Lei 8.443/1992, condenando-o ao pagamento das quantias a seguir especificadas, atualizadas

monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas indicadas, até a efetiva

quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze dias), a contar da notificação, para que

comprove, perante o Tribunal, (214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do

Fundo Nacional de Saúde, na forma da legislação em vigor;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Valor (R$) Data

227.492,03 16/4/2004

500.000,00 21/5/2004

9.4. aplicar ao sr. José Mendes Neto a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor

de R$ 100.000,00 (cem mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para

que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres

do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a data do efetivo

recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar, desde já, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das

dívidas;

9.6. remeter cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia, em

cumprimento ao disposto no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1007-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).

ACÓRDÃO Nº 1008/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 028.397/2010-0.

1.1. Apenso: 022.170/2013-8.

2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário.

3.2. Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa

(05.032.702/0001-70); Charles Reginatto (024.613.179-92).

4. Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente

(SecexAmbiental).

8. Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Ministério do Desenvolvimento Agrário em virtude da não comprovação da aplicação de recursos

repassados à Associação Nacional de Pequenos Agricultores por intermédio do convênio 193/2005;

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira

Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. Charles Reginatto, dando-se

prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Associação Nacional de Pequenos

Agricultores (Anpa);

9.3. julgar irregulares as contas do sr. Charles Reginatto e da Associação Nacional de

Pequenos Agricultores (Anpa), com base no art. 16, III, “c”, da Lei 8.443/1992, e condená-los,

Page 73: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

73

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

solidariamente, ao pagamento do débito de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), atualizados

monetariamente e acrescidos de juros de mora calculados a partir de 19/1/2006 até a data do efetivo

recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem,

perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro

Nacional, na forma da legislação em vigor:

9.4. aplicar, individualmente, ao sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de

Pequenos Agricultores (Anpa) a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 267 do RI/TCU,

no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da

dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão

até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas;

9.6. remeter cópia desta deliberação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e à

Procuradoria da República no Distrito Federal.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1008-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).

ACÓRDÃO Nº 1009/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo n.º TC 004.339/2013-4.

2. Grupo II – Classe de Assunto V – Pensão Civil.

3. Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir

Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87).

4. Entidade: Universidade Federal de Itajubá - MEC.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil instituída no âmbito da

Universidade Federal de Itajubá.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da

Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento no inciso III do art. 71 da

Constituição Federal, combinado com os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, e,

ainda, com o art. 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar legal a pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF:

154.217.596-87), em favor de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), concedendo o

registro ao ato correspondente, nº de controle 10450300-05-2002-000009-1;

9.2. determinar à Universidade Federal de Itajubá que, no prazo de 30 (trinta) dias,

encaminhe ato de alteração da pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-

87), fazendo incluir, entre os beneficiários, a senhora Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), conforme

informações obtidas no Siape, informando à Universidade que, em cada ato de alteração de pensão

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários ainda ativos;

9.3. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Universidade Federal de Itajubá.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1009-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1010/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-013.881/2013-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto V – Aposentadoria.

3. Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).

4. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais - MEC.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria concedida no âmbito da

Universidade Federal de Minas Gerais, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,

reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento

nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal, combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso

II, e 45, caput, da Lei nº 8.443/1992, e ainda com os arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento

Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-

15), negando registro ao ato correspondente, nº de controle 10791701-04-2004-000585-1, em razão

do não cumprimento dos requisitos exigidos para inativação com fundamento no art. 40, inciso III,

alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula

106 do TCU);

9.3. determinar à Universidade Federal de Minas Gerais que, no prazo de 15 (quinze) dias:

9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até eventual emissão de novo ato,

escoimado da irregularidade identificada no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU,

nos termos do item 9.3.3;

9.3.2. oriente o interessado no sentido de que poderá optar por:

9.3.2.1. providenciar o recolhimento das contribuições previdenciárias relativas ao período

faltante para implemento do tempo para obtenção da aposentadoria nos moldes atuais (com proventos

integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição

Federal, em sua redação original); ou

9.3.2.2. permanecer aposentado pela proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no

art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação original, ressaltando que, nesta

hipótese, não fará jus ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem

ao adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990;

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75

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.3.3. uma vez realizada a opção de que trata o item anterior, providencie o

encaminhamento, pelo sistema Sisac, de novo ato de concessão de aposentadoria, livre da falha

detectada;

9.3.4. dê ciência do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e voto que a

fundamentam, ao interessado, esclarecendo-lhe que o efeito suspensivo proveniente da eventual

interposição de recurso não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a

notificação sobre o presente acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;

9.3.5. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que o interessado tomou

conhecimento do contido no item anterior;

9.3.6. comunique ao TCU as medidas adotadas;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que monitore o cumprimento das

diretrizes ora endereçadas à Universidade Federal de Minas Gerais;

9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Universidade Federal de Minas Gerais.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1010-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

ACÓRDÃO Nº 1011/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo: TC-017.836/2008-8.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil.

3. Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,

Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF

102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF 020.085.807-68).

4. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).

8. Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil, ACORDAM os

Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões

expostas pelo relator, e com fundamento nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal,

combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45, caput, da Lei 8.443/1992, e ainda com os

arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal a pensão civil instituída por Antonio Lisboa de Oliveira (CPF

020.085.807-68), em favor de Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,

Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF

102.665.867-59), companheira, e negar o registro do ato correspondente, número de controle

10802690-05-2005-000048-6, em razão da concessão do benefício a menor sob guarda, sem amparo

legal, consoante entendimento firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do

pagamento concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do

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76

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

mesmo tempo de trabalho para fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do

Tribunal, consolidada na Súmula-TCU nº 267;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula

106 do TCU);

9.3. determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro

que, no prazo de 15 (quinze) dias:

9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até a emissão de novo ato, livre das

irregularidades constatadas no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU, observada a

orientação expedida no item seguinte;

9.3.2. notifique a beneficiária Salvadora Paulino Tomas (CPF 102.665.867-59), no sentido

de optar por uma das duas gratificações (adicional por tempo de serviço ou adicional bienal), fazendo

as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo de 15

(quinze) dias, exclua a parcela referente ao ATS;

9.3.3. cientifique os interessados do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e

voto que a fundamentam, esclarecendo-lhes que o efeito suspensivo proveniente de eventual

interposição de recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a

notificação sobre este acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;

9.3.4. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que os interessados tomaram

conhecimento do contido no item anterior;

9.4. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das diretrizes ora endereçadas ao

Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ;

9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao

Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1011-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

PROCESSOS EXCLUÍDOS DE PAUTA (unitários):

Foram excluídos de pauta, ante requerimento dos respectivos Relatores, nos termos do

artigo 142 do Regimento Interno, os processos n°s 010.234/2013-6 (Ministro Valmir Campelo);

011.496/2012-6 e 020.856/2010-5 (Ministro Benjamim Zymler); 027.689/2008-4 (Ministro José

Múcio Monteiro); e, ante requerimento oral do Relator, Ministro-Substituto Weder de Oliveira, no

transcorrer da sessão, foi excluído, ainda, o processo n° 017.125/2013-8.

Foram proferidas, sob a Presidência do Ministro Walton Alencar Rodrigues, as

Deliberações quanto aos processos relatados pelo Presidente, Ministro Valmir Campelo.

ENCERRAMENTO

A Presidência deu por encerrados os trabalhos da Primeira Câmara, às quinze horas e

cinquenta e cinco minutos e eu, Francisco Costa de Almeida, Subsecretário da Primeira Câmara, lavrei

e subscrevi a presente Ata que, depois de aprovada, será assinada pela Presidência.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

FRANCISCO COSTA DE ALMEIDA

Subsecretário da Primeira Câmara

Aprovada em 24 de março de 2014.

VALMIR CAMPELO

Presidente

ANEXO DA ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014

(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA (UNITÁRIOS)

Relatórios, Votos ou Propostas de Deliberação emitidos pelos respectivos Relatores, bem

como os Acórdãos aprovados de nºs 984 a 1011 (Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 138,

140, 141, §§ 1º a 7º e 10; e Resoluções TCU n°s 164/2003, 184/2005 e 195/2006).

GRUPO II – CLASSE I – Primeira Câmara

TC 012.355/2011-9

Natureza: Embargos de Declaração (em Aposentadoria)

Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia

Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).

Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF 26.778;

Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.

SUMÁRIO: APOSENTADORIA. APROVEITAMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO

PRESTADO JUNTO A PREFEITURAS MUNICIPAIS, SEM A COMPROVAÇÃO DO EFETIVO

VÍNCULO ESTATUTÁRIO OU LABORAL. ILEGALIDADE E RECUSA DE REGISTRO.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONHECIMENTO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO.

NEGATIVA DE PROVIMENTO. CORREÇÃO DE ERRO MATERIAL. CIÊNCIA

RELATÓRIO

Cuidam os autos de Embargos de Declaração opostos por Leonídia Laranjeiras Fernandes,

contra o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, cujo teor da parte dispositiva, no que interessa ao

exame destes autos, é a seguir transcrito:

“VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se apreciam atos de aposentadoria de

servidores da Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal e recusar o registro ao ato de concessão de aposentadoria de

Leonídia Laranjeiras Fernandes;

(...)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas

interessadas cujos atos foram considerados ilegais, consoante o Enunciado 106 da Súmula de

Jurisprudência deste Tribunal;

9.4. determinar à Superintendência da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia

que:

9.4.1. cesse, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação,

os pagamentos decorrentes dos atos impugnados, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos artigos 71, inciso IX, da Constituição

Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte;

9.4.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Leonídia Laranjeiras Fernandes e a

(...), alertando-as de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos, caso

não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação;

9.4.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, cópia do comprovante de

que as interessadas tiveram ciência desta deliberação;

9.4.4. oriente a ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes que poderá adotar uma das

seguintes opções:

a) caso queira permanecer aposentada com base no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da

Constituição Federal (redação original), cujos proventos estão sendo pagos na proporção de 28/30

avos, deverá comprovar o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e de

Riacho de Santana/BA, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997,

respectivamente, mediante a apresentação de certidões emitidas por entes de direito público interno

nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de vacância, com suas

respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi submetido, se estatutário ou

celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a averbação do tempo de serviço

é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social;

b) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes;

(...)

9.8. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que realize o

monitoramento das medidas exaradas nos subitens 9.4.1, 9.4.2 e 9.4.2 deste acórdão.”

Em preliminar, a embargante suscita decadência da deliberação que considerou ilegal e

negou registro ao ato de concessão de aposentadoria, com fundamento no artigo 54 da Lei 9.784/1999,

tendo em vista o transcurso de mais de 5 (cinco) entre a data de emissão do título de inatividade e a

data da decisão embargada.

Quanto ao mérito, alega existência de omissão no acórdão vergastado por não haver

apreciado os seguintes argumentos apresentados pela defesa, todos relacionados à comprovação do

tempo de serviço prestado junto às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e Riacho de Santanta/BA:

- presunção de legitimidade das certidões emitidas pela Administração, a demonstrar a

prestação dos serviços públicos nos períodos questionados;

- ausência de culpa da beneficiária diante da remota hipótese de não comprovação do

recolhimento das contribuições previdenciárias pelas Administrações municipais contratantes;

- cumprimento dos requisitos necessários à concessão da aposentadoria à época da vigência

do ato de inatividade, conforme artigo 40, inciso III, alínea “c”, § 3º, da CF/88 (redação original),

artigo 4º da Emenda Constitucional 20, de 15/12/1998, c/c os artigos 52, 53 e 96, inciso IV, da Lei

8.213/1991 (antes da alteração promovida pela Lei 9.528/1997), sobretudo quanto ao tempo de

serviço;

- inexigibilidade de tempo de contribuição para as aposentadorias no serviço público cujos

requisitos foram implementados antes da vigência da Emenda Constitucional 20/1998, conforme

interpretação do artigo 160, § 15, do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999, alterado

pelo Decreto 6.722/2008).

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79

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

A interessada aponta ainda a ocorrência de erro material no subitem 9.4.4 do acórdão

guerreado em que consta tempo de serviço prestado à Prefeitura de Riacho de Santana/BA no período

de 9/4/1974 a 9/3/1997, quando o correto, de acordo com os documentos constantes dos autos, é o

período de 9/4/1974 a 9/3/1977.

Em epílogo, a embargante requer o conhecimento e acolhimento dos Embargos de

Declaração a fim de serem sanadas as omissões, corrigido erro material, impressos efeitos

modificativos, considerado legal e ordenado registro ato de aposentadoria.

O Ministério Público junto ao TCU, em oitiva regimental (peça 54), manifestou-se

favorável à correção de erro material na alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª

Câmara, relativo ao tempo de serviço a ser comprovado pela interessada junto à Prefeitura de Riacho

de Santana/BA, da seguinte forma:

- onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”.

É o Relatório.pp

VOTO

Com fundamento nos artigos 32, inciso II, e 34 da Lei 8.443/1993, conheço dos Embargos

de Declaração opostos por Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª

Câmara.

Inicialmente, afasto a preliminar de decadência do direito de o Tribunal de Contas da

União impugnar ato de concessão de aposentadoria pelo transcurso do prazo de cinco anos entre a data

da vigência do ato de inatividade e a data de julgamento pelo TCU que o considerou ilegal e lhe negou

registro, tendo como fundamento o artigo 54 da Lei 9.784/1999.

Dada a natureza de atos complexos, as aposentadorias somente se aperfeiçoam no mundo

jurídico com o julgamento pela legalidade e registro pelo TCU, razão pela qual o mero decurso de

período quinquenal desde a emissão pelo órgão de origem não pode obstaculizar o exercício do mister

constitucional conferido pelo Tribunal de Contas da União (artigo 71, inciso III, da Constituição

Federal).

A Lei 9.784/1999, invocada pela embargante, estabelece normas básicas sobre o processo

administrativo no âmbito da Administração Pública Federal Direta e Indireta, sendo inaplicável ao

controle externo de titularidade do Congresso Nacional e exercido com o auxílio do Tribunal de

Contas da União, cujo substrato jurídico é de índole constitucional.

Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o longo lapso entre a edição

do ato e sua apreciação por parte do TCU não converte a concessão ilegal em legal, gerando apenas a

necessidade de instauração do contraditório e da ampla defesa para a validade do processo, na hipótese

de o ato haver ingressado no Tribunal há mais de cinco anos (MS-25.116, MS-25.403, MS-25.343,

MS-27.296, entre outros).

Nessa vereda, a partir do Acórdão 587/2011-Plenário foi novo procedimento relativo aos

atos sujeitos a registro. Diante de evidência que possa conduzir ao julgamento pela ilegalidade e

negativa de registro do ato de concessão, é assegurado aos beneficiários a oportunidade do uso das

garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido o período de

cinco anos contados da sua disponibilização na Corte de Contas.

No caso vertente, tendo a concessão de aposentadoria de Leonídia Laranjeiras Fernandes

sido protocolizada no Tribunal há mais de cinco anos da sua emissão pelo órgão de origem, foi

assegurada à beneficiária ampla defesa e contraditório, oportunidade em que a interessada deduziu

seus argumentos de defesa, os quais foram analisados pela Unidade Técnica e pelo TCU antes do

julgamento ora embargado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Ademais, em razão do julgamento tardio do ato de concessão cuja causa não foi imputada à

embargante, o Tribunal, mais uma vez, em homenagem ao princípio da segurança jurídica, dispensou o

ressarcimento das importâncias indevidamente percebidas pela ex-servidora mesmo diante da

ilegalidade da aposentadoria, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU.

Quanto ao mérito, não assiste razão à embargante quanto à existência de omissão.

A instrução da Secretaria de Fiscalização de Pessoal, parcialmente perfilhada por este

Relator, transcreveu os argumentos alinhados pela defesa e, ao examiná-los, expôs claramente as

razões pelas quais o ato deveria ser considerado ilegal:p

“Ato de LEONIDIA LARANJEIRAS FERNANDES

18. Cabe esclarecer de início que o ato constante do presente processo será analisado em

conjunto com o ato de alteração da interessada sob número de controle 10545123-04-2012-000046-4

que não foi juntado no presente processo porque aguarda parecer do Controle Interno.

19. O órgão de origem não registrou no formulário do Sisac o fundamento legal da

concessão da aposentadoria. Entretanto, constatamos que no Sistema Siape foi registrado que a

aposentadoria foi concedida na modalidade voluntária, com proventos proporcionais, com

fundamento no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal (redação original).

20. O Controle Interno emitiu parecer pela ilegalidade, visto que não foi comprovado o

recolhimento das contribuições previdenciárias dos tempos de serviço prestados à Prefeitura

Municipal de Bom Jesus da Lapa e à Prefeitura Municipal de Riacho de Santana, nos períodos de

22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente, que foram averbados para fins de

aposentadoria.

21. Em um primeiro momento e uma vez que o ato tinha dado entrada neste Tribunal há

mais de 5 (cinco) anos, além de realizar diligência junto ao órgão de origem, foi promovida a oitiva

da interessada (conforme determina o Acórdão nº 587/2011 – Plenário) para que apresentasse as

alegações que entendessem cabíveis, tendo em vista essa irregularidade detectada pelo Controle

Interno (Ofícios constantes nas peças 1 e 3).

22. Em resposta à diligência, o órgão de origem encaminhou o Ofício nº

440/SEREH/SOCAD/SUEST-BA, de 16 de abril de 2013, que foi juntado na peça 11. Nesse

documento, o órgão de origem enviou o Mapa de Apuração de Tempo de Serviço (onde se constatou a

averbação do tempo de 5 anos, 9 meses e 26 dias, prestados à Prefeitura Municipal de Bom Jesus da

Lapa e à Prefeitura Municipal de Riacho de Santana, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de

9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente, que foram averbados para fins de aposentadoria.

23. Já em resposta a essa oitiva, a interessada encaminhou os documentos que foram

juntados nas peças 10 e 13. Nesses documentos, a servidora apresentou as seguintes alegações, in

verbis:

“a) que a redação original do artigo 40 da Constituição Federal estatuía que o servidor

público seria aposentado, voluntariamente, em função do tempo de serviço, que corresponde à

aposentadoria concedida à requerente;

b) que o disposto no § 3º, do artigo 40, da CF, em sua redação original, era bastante claro

no sentido de que o tempo de serviço público municipal seria computado integralmente para efeitos de

aposentadoria, sem qualquer necessidade de haver correspondente contribuição previdenciária;

c) que na data da concessão da aposentadoria (20/2/1998) a legislação então vigente

assegurava ao servidor público o cômputo de “tempo de serviço” público municipal para efeitos de

aposentadoria;

d) que somente a partir da EC 41/2003 passou a viger no ordenamento jurídico

constitucional brasileiro a norma que condiciona a concessão de aposentadoria à efetiva

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“contribuição do respectivo ente público” em proveito do qual o trabalhador tenha empregado sua

força de trabalho;

e) que a regra estatuída pelo Decreto nº 6.722/2008, que modificou o Decreto nº

3.048/1999, passou a viger norma que possibilita uma melhor compreensão das mudanças pela quais

passou a legislação brasileira acerca do direito à aposentadoria assegurando aos servidores

públicos;

f) a redação do § 15 do artigo 130 do supramencionado decreto não deixa espaço para

dúvidas acerca do fato de que, o TEMPO DE SERVIÇO cumprido até 15/12/1998 será contado como

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, denotando que, em relação ao tempo de serviço cumprido até a

referida data, não se exigirá a comprovação de efetiva contribuição, tanto assim que o referido

período será computado como TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO;

g) por fim, a averbação do tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa

e Riacho de Santana se deu mediante estrita observância da legislação vigente ao tempo da concessão

da aposentadoria da requerente. Desse modo, que se declare a inexistência de qualquer

irregularidade no ato de concessão da aposentadoria da requerente.”

24. Todavia, em um segundo momento, e após nova análise do ato, esta Unidade Técnica

constatou que havia jurisprudência deste Tribunal que admitia a averbação de tempo de serviço

prestado em prefeituras, quando não homologadas pelo INSS. Nesse caso, seria necessário comprovar

a efetiva prestação dos serviços por intermédio de documentos, como atos de nomeação e de

exoneração, fichas financeiras, carteira funcional, dentre outros. Assim, as certidões emitidas por

entes de direito público interno são documentos aptos a comprovar o tempo de serviço prestado por

parte do servidor, desde que especificados os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas

publicações, além do regime a que foram submetidos, tudo extraído dos registros constantes de seus

assentamentos funcionais e de suas fichas financeiras (Acórdãos 3.504/2010 – 2ª Câmara, 3285/2010

– 2ª Câmara, 3309/2010 – 1ª Câmara, 2917/2006 – 1ª Câmara).

25. Após essa constatação, realizou-se nova oitiva da interessada com vistas a apresentar

os seguintes documentos (Ofício constante na peça 21):

a) a certidão de tempo de serviço estiver acompanhada dos atos e/ou portarias de

nomeação ou de admissão e de exoneração ou dispensa, com suas respectivas publicações, bem como

informar o regime jurídico em que o serviço foi prestado, se estatutário ou celetista; ou

b) a certidão de tempo de serviço da prefeitura estiver acompanhada de certidão emit ida

pelo INSS homologando os tempos averbados.

26. Esse novo ofício de oitiva foi recebido pela interessada em 30/7/2013, conforme consta

na peça 27. A despeito de ter recebido essa nova oitiva com novo conteúdo, a interessada encaminhou

a mesma defesa já apresentada anteriormente (peça 29).

27. Dos argumentos apresentados pela servidora, podemos sintetizar que ela quer

demonstrar que a exigência de contribuição previdenciária somente seria devida para tempos

averbados depois de 15/12/1998, com a edição da EC 20/1998, que passou a exigir tempo de

contribuição para fins de aposentadoria. Uma vez que a vigência de sua aposentadoria de seu antes

da vigência dessa norma, somente deveria ser exigido tempo de serviço, conforme normas vigentes.

28. Essa alegação não está em harmonia com o entendimento deste Tribunal citado acima,

que somente admite a averbação de tempo de serviço prestado em prefeituras para fins de

aposentadoria, quando não homologadas pelo INSS, se a certidão de tempo de serviço estiver

acompanhada de documentos aptos a comprovar o tempo de serviço prestado por parte do servidor,

que são os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas publicações, além do regime a que

foram submetidos, tudo extraído dos registros constantes de seus assentamentos funcionais e de suas

fichas financeiras.

29. A certidão de tempo de serviço emitida pelas Prefeituras Municipal de Bom Jesus da

Lapa e de Riacho não especifica os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas

publicações, além do regime a que a servidora foi submetida.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

30. Assim, como esse tempo não foi homologado pelo INSS, ele não deveria ser averbado

para fins de aposentadoria, conforme jurisprudência deste Tribunal citada acima.

31. Desse modo, o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa e de

Riacho de Santana, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente,

no total de 5 anos, 9 meses e 26 dias, deveria ser desconsiderado para fins de aposentadoria.

32. Com a exclusão desse tempo de serviço para fins de aposentadoria e acréscimo do

tempo de 11 meses e 23 dias de tempo insalubre (prestado durante o regime celetista, com aplicação

do fator multiplicativo de 1,4 – Acórdão nº 2008/2006-Plenário), que consta no ato de alteração sob

número de controle 10545123-04-2012-000046-4, a interessada contaria com o tempo de 22 anos, 4

meses e 4 dias, o que seria insuficiente para se aposentar na proporção mínima (25/30). Portanto, o

ato deve ser considerado ILEGAL.”

No voto condutor da deliberação embargada, apresentei os seguintes fundamentos para

considerar o ato de concessão ilegal e lhe negar o registro:

“Examinam-se atos de concessão de aposentadoria dos ex-servidores da Superintendência

da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia, José Jorge Oliveira, Leonídia Laranjeiras

Fernandes e Marina Souza Silva (peças 32, 33 e 34).

Todos os títulos iniciais de inatividade, emitidos antes da vigência da Emenda

Constitucional nº 20, de 15/12/1998, contemplam averbação de tempo de serviço prestado pelos ex-

servidores junto a Prefeituras Municipais, o qual não teria sido homologado pelo Instituto Nacional

do Seguro Social – INSS, conforme descrito no quadro abaixo:

Ex-servidor

Data da

Emissão do Ato

de

Aposentadoria

Tempo de Serviço

prestado em

Prefeituras

Total de tempo

José Jorge de Oliveira 13/08/1997 1/5/1967 a

5/10/1971

4 anos, 5 meses e

7 dias

Leonídia Laranjeiras

Fernandes

25/02/1998 22/3/1971 a

11/2/1974 e

9/4/1974 a 9/3/1977

5 anos, 9 meses e

26 dias

Marina Souza Silva 30/05/1995 5/3/1964 a

31/12/1965

1 ano, 9 meses e

27 dias

Em situações da espécie, a jurisprudência majoritária deste Tribunal tem admitido as

certidões emitidas por entes de direito público interno desde que haja a especificação dos atos e/ou

portaria de provimento e de vacância, com suas respectivas publicações, bem como o regime jurídico

a que o servidor foi submetido, se estatutário ou celetista. Em se tratando de regime celetista o

documento hábil para a averbação do tempo de serviço é a certidão expedida pelo Instituto Nacional

do Seguro Social (Acórdãos 19/2003, 6691/2009, 2815/2010, 3504/2010, 5901/2010, 2584/2011,

Segunda Câmara, e, 1390/2008, 5672/2009, 3309/2010, Primeira Câmara).

A exigência tem uma razão fundamental e deriva da necessidade de preservação dos

princípios da legalidade e da moralidade administrativas ao coibir o aproveitamento, para fins de

aposentadoria pública, de tempo de serviço não efetivamente prestado. Não se pode olvidar que a

averbação de tempo de serviço inexistente agrava o déficit do regime previdenciário do servidor

público e onera, em última instância, o próprio contribuinte que arca com o desequilíbrio das contas

públicas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

No caso vertente, os atos de concessão não foram acompanhados dos comprovantes de

vínculo laboral ou estatutário entre os servidores e os órgãos municipais durante os respectivos

tempos de serviços declarados, a ensejar pronta impugnação. Todavia, considerando que as fichas

concessórias deram entrada neste Tribunal há mais de 5 anos, todos os interessados foram

convocados a se manifestar sobre tais lacunas, nos termos do Acórdão 587/2011 – TCU - Plenário.

Em suas razões, nenhum dos interessados logrou evidenciar o efetivo tempo de serviço

prestado junto às Prefeituras Municipais, nas condições exigidas pela jurisprudência deste Tribunal.

Expurgado os tempos de serviço não comprovados, restaria configurada a seguinte situação:

(...)

Leonídia Laranjeiras Fernandes

O ato inicial aposentadoria foi concedido na modalidade voluntária, com proventos

proporcionais (27/30), com fundamento no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal

(redação original).

Com a exclusão do período questionado e acréscimo do tempo de 11 meses e 23 dias de

tempo insalubre (prestado durante o regime celetista, com aplicação do fator multiplicativo de 1,4 –

Acórdão nº 2008/2006-Plenário), que consta no ato de alteração sob número de controle 10545123-

04-2012-000046-4, a interessada contaria com o tempo de 22 anos, 4 meses e 4 dias, o que seria

insuficiente para se aposentar na proporção mínima (25/30).

Nem mesmo o cômputo de tempo de inatividade anterior à data da vigência da Emenda

Constitucional nº 20/1998 seria suficiente para completar os requisitos mínimos de aposentadoria,

não podendo, assim, ser aplicado do Enunciado 74 da Súmula de Jurisprudência do TCU.

Logo, o ato de aposentadoria de Leonídia Laranjeiras Fernandes deve ser julgado ilegal e

negado o competente registro.

(...)

Em face do exposto, decido:

a) considerar ilegal e recursar o registro ao ato de concessão de aposentadoria de

Leonídia Laranjeiras Fernandes;

(..)

c) dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé pelas

interessadas, cujos atos foram considerados ilegais, consoante o Enunciado 106 da Súmula de

Jurisprudência deste Tribunal;

d) determinar à Superintendência da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia

que:

d.1) cesse, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, os

pagamentos decorrentes dos atos impugnados, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade

administrativa omissa, consoante disposto nos artigos 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do

Regimento Interno desta Corte;

(...)

d.4) oriente a ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes que poderá adotar uma das

seguintes opções:

. caso queira permanecer aposentada com base no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da

Constituição Federal (redação original), cujos proventos estão sendo pagos na proporção de 28/30

avos, deverá comprovar o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e de

Riacho de Santana/BA, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997,

respectivamente, mediante a apresentação de certidões emitidas por entes de direito público interno

nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de vacância, com suas

respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi submetido, se estatutário ou

celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a averbação do tempo de serviço

é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes;”

Deduz-se do voto e do dispositivo do acórdão vergastado não ter o Tribunal fundamentado

a ilegalidade e a recusa de registro do ato de aposentadoria na ausência de comprovação do

recolhimento das contribuições previdenciárias ao regime competente, referentes ao período em que a

ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes alega haver prestado serviços às Prefeituras de Bom Jesus

da Lapa/BA e de Riacho de Santana/BA. Mesmo porque, ao tempo em que a interessada reuniu os

requisitos para aposentadoria estatuária pela União, ocorrido em 25/02/1998, não lhe era exigido

tempo de contribuição para concessão do título de inatividade, mas tempo de serviço conforme

estabelecido no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal de 1988 (redação original). O

tempo de contribuição para fins de aposentadoria no serviço público federal passou a ser claramente

exigida a partir da vigência da Emenda Constitucional 41 de 19/12/2003, quando se instituiu o

princípio contributivo no regime previdenciário do serviço público da União.

Assim, perde relevo toda a argumentação deduzida pela interessada na fase de

contraditório antes da prolação da deliberação invectivada, reiterada nestes embargos declaratórios,

pois o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara não cogitou da ausência de cumprimento do requisito do

tempo de contribuição para considerar o ato de aposentadoria ilegal e lhe recusar o registro. O que

restou evidenciado, isto sim, conforme transcrição do voto condutor da decisão fustigada, foi a não

demonstração da existência de vínculo estatutário ou laboral que assegurasse o efetivo tempo de

serviço municipal alegadamente prestado pela ex-servidora às referidas unidades federativas. Tal

prova, segundo a jurisprudência do TCU, exigiria a apresentação de certidões emitidas por entes de

direito público interno nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de

vacância, com suas respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi

submetido, se estatutário ou celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a

averbação do tempo de serviço é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Os documentos já enfeixados aos autos desde a instância original não se prestam a

evidenciar o liame laboral ou estatuário da ex-servidora com os entes municipais durante o tempo de

serviço declarado, uma vez que não observaram as condições estabelecidas pela jurisprudência do

TCU. Consoante já destacado na deliberação, essa exigência deriva da necessidade de preservação dos

princípios da legalidade e da moralidade administrativa ao coibir o aproveitamento, para fins de

aposentadoria pública na União, sem que haja razoável verossimilhança de tempo de serviço

efetivamente prestado junto a outros entes da federação.

Feitas essas considerações, nego provimento aos embargos declaratórios.

Por fim, verifico a existência de erro material na alínea “a” do subitem 9.4.4 da parte

dispositiva da decisão embargada, quanto à indicação do tempo de serviço prestado junto Prefeitura de

Riacho de Santana/BA, cuja comprovação deverá ser feita por Leonídia Laranjeiras Fernandes para

que novo ato de aposentadoria possa prosperar sob o mesmo fundamento jurídico original.

Havendo o Ministério Público apresentado parecer favorável, nos termos do Enunciado

145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, o seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do

Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara passa a ter a seguinte redação:

- onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”

Ante o exposto, Voto por que o Tribunal acolha a minuta de acórdão que ora submeto à

deliberação deste colegiado.ppp

ACÓRDÃO Nº 984/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 012.355/2011-9.

2. Grupo II – Classe de Assunto: I Embargos de Declaração (Aposentadoria)

3. Interessada/Embargante:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

3.1. Interessada: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04);

3.2. Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).

4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia.

5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Walton Alencar Rodrigues.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: não atuou.

8. Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF

26.778; Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração opostos por

Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU- 1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, reunidos em sessão da Primeira Câmara e ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no artigo 34 da Lei 8.443/1992, conhecer dos Embargos de

Declaração para, no mérito, rejeitá-los;

9.2. nos termos do Enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, corrigir erro

material no seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, o

qual passa a ter a seguinte redação:

. onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”

9.3. dar ciência desta deliberação à embargante.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0984-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

pp

GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 003.935/2013-2

Natureza: Tomada de Contas Especial

Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

Responsáveis: Antonio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-PI (07.094.413/0001-21)

Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973).

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO COM ASSOCIAÇÃO

PARA RECUPERAÇÃO DE ESTRADAS VICINAIS. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR

CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA DOS RESPONSÁVEIS. DÉBITO INTEGRAL DOS RECURSOS

FEDERAIS REPASSADOS. MULTAS. CIÊNCIA.p

RELATÓRIO

Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex/PI, cuja proposta contou

com a anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pela Companhia de

Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codefasv), em desfavor do Sr. Antônio

José de Moura, ex-presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais

de Santana do Piauí/PI, em razão da não apresentação da prestação de contas do Convênio

7.93.06.0225/00 (Siafi 579610) celebrado entre a Codevasf e a referida associação, que teve por

objeto a recuperação de 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural do município de Santana do

Piauí/PI, conforme termo de convênio à peça 1, p. 23-37.

HISTÓRICO 2. Conforme disposto na cláusula terceira do convênio, foram previstos R$ 140.888,02 a

serem repassados pela Codevasf para a execução do objeto, cujo repasse ocorreu em uma única

parcela, mediante a ordem bancária 2007OB901281 (peça 1, p. 13), emitida em 1/10/2007.

3. O prazo de vigência era de 180 dias corridos, contados a partir da assinatura, que

ocorreu em 29/12/2006, e a apresentação da prestação de contas deveria ocorrer no prazo de 60 dias

após o término da vigência, conforme cláusulas quinta e onze do convênio (peça 1, p. 29 e 31).

4. Apesar de o convênio ter sido assinado em 29/12/2006, os recursos foram repassados

pela Codevasf para a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana

do Piauí/PI somente em 1/10/2007. Não há, nos autos, termo aditivo prorrogando a vigência do

convênio que, de acordo com a cláusula quinta, era de 180 dias corridos, contados a partir da

assinatura, ou seja, até 29/6/2007. Entretanto, verifica-se que, de acordo com o Siafi, a vigência do

convênio findou em 18/12/2008 (peça 1, p. 7).

5. Registre-se, porém, que consta dos autos Relatório Técnico de Viagem (peça 1, p. 59-

61) feito em 31/7/2008 por técnico da Codevasf, indicando a recuperação de 9,04 Km de estradas

vicinais na zona rural do município de Santana do Piauí/PI, objeto do convênio em apreço.

6. Considerando entendimento deste Tribunal segundo o qual, pessoa jurídica de direito

privado, ao celebrar avença com o poder público federal, objetivando alcançar uma finalidade

pública, assume o papel de gestora pública naquele ato e, em consequência, está sujeita ao

cumprimento da obrigação pessoal de prestar contas ao poder público, nos termos do artigo 70,

parágrafo único, da Constituição Federal, passando a recair, também, sobre ela a presunção iuris

tantum de ter dado causa a dano ao erário eventualmente ocorrido na execução da avença (Acórdão

2.763/2011-TCU-Plenário), a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de

Santana do Piauí/PI foi citada solidariamente com seu ex-presidente, Sr. Antônio José de Moura, pela

não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais recebidos, em face da omissão no

dever de prestar contas dos valores transferidos por força do Convênio 7.93.06.0225/00.

7 Em cumprimento ao Despacho do Secretário (peça 6), foi promovida a citação do Sr.

Antônio José de Moura e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de

Santana do Piauí/PI mediante os Ofícios 0956/2013-TCU/SECEX-PI, de 5/8/2013 (peça 8), e 0957/2013-

TCU/SECEX-PI, de 5/8/2013 (peça 7), respectivamente.

EXAME TÉCNICO

8. Apesar de tanto o Sr. Antônio José de Moura quanto a Associação terem tomado ciência

dos expedientes que lhes foram encaminhados, conforme atestam a solicitação de prorrogação de

prazo que compõe a peça 11 e o aviso de recebimento (AR) que compõe a peça 9, ambos não

atenderam à citação e não se manifestaram quanto às irregularidades verificadas.

9. Transcorrido o prazo regimental fixado e mantendo-se inertes os aludidos responsáveis,

impõe-se que sejam considerados revéis, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o art.

12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

10. A não apresentação da prestação de contas do Convênio 7.93.06.0225/00 contraria o

art. 28, § 5º, da IN/STN 1/1997, bem como a cláusula onze do referido convênio (peça 1, p. 31) e

impossibilita a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais repassados à

Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, ensejando

o julgamento pela irregularidade das contas nos termos do art. 16, inciso III, alínea “a”, da Lei

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

8.443/92, com imputação de débito aos responsáveis e, por consequência, a aplicação da multa

prevista no art. 57, da mesma norma.

11. Embora Relatório Técnico de Viagem (peça 1, p. 59-61) feito em 31/7/2008 por técnico

da Codevasf indique a recuperação de 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural do município de

Santana do Piauí/PI, a comprovação da execução do objeto conveniado é insuficiente ao juízo de

regularidade das contas, conforme jurisprudência deste Tribunal. É necessária, ainda, a

demonstração de que o objeto foi executado com os recursos repassados mediante o convênio

(Acórdãos 1.019/2009 e 869/2012, da 1ª Câmara, e 719/2012 e 2.190/2012, da 2ª Câmara), não

possível em razão da ausência da prestação de contas.

CONCLUSÃO

12. Diante da revelia do Sr. Antônio José de Moura e da Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e inexistindo nos autos elementos que

permitam concluir pela ocorrência de boa-fé ou de outros excludentes de culpabilidade em suas

condutas, propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que os responsáveis sejam

condenados em débito, bem como seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992

(parágrafos 8 a 11 desta instrução).

BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO

13. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar o

débito imputado pelo Tribunal aos responsáveis e as multas aplicadas a ambos.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

14. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo ao

Tribunal que:

a) nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, considere revéis no presente processo o

Sr. Antônio José de Moura (CPF 439.406.683-20), ex-presidente da Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, e a Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21);

b) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a” da Lei 8.443/1992 c/c os

arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214, inciso III, do

Regimento Interno, julgue irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura (CPF 439.406.683-20) e

da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI (CNPJ

07.094.413/0001- 21), e condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da quantia a seguir

especificada, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das notificações, para comprovem,

perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida

aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, atualizada

monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data discriminada, até a data

do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.

VALOR ORIGINAL

(R$)

DATA DA

OCORRÊNCIA

140.888,02 1/10/2007

c) aplique ao Sr. Antônio José de Moura e à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e

Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das

notificações, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento

Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente

desde a data do acórdão que vier a ser proferido até a dos efetivos recolhimentos, se forem pagas

após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

d) autorize, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas caso não atendidas as notificações;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

e) encaminhe cópia da deliberação que vier a ser proferida, bem como do relatório e do

voto que a fundamentarem, ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado do Piauí,

nos termos do § 7º do art. 209 do Regimento Interno do TCU, para ajuizamento das ações cabíveis”.

2. O Ministério Público anuiu à proposta de encaminhamento consignada nos autos.

É o Relatório.

pp

VOTO

Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de Tomada de Contas Especial

(TCE) instaurada em razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,

firmado entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codefasv)

e a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, com

objetivo de recuperar 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural da citada municipalidade.

2. Para execução do objeto, a União disponibilizou R$ 140.888,02. Em razão da

irregularidade, foram citados a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de

Santana do Piauí/PI e o Sr. Antônio José de Moura, ex-presidente da entidade.

3. Regularmente notificados, os responsáveis deixaram transcorrer in albis o prazo

concedido, ou seja, não apresentaram alegações de defesa, nem efetuaram o recolhimento do débito.

Destaco que o Sr. Antônio veio aos autos para solicitar prorrogação de prazo para apresentar sua

defesa, fato que comprova a ciência deste processo.

4. Portanto, entendo que deva ser declarada a revelia dos responsáveis, dando-se

prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

5. Por consequência, devem ser julgadas irregulares as contas da Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de Moura,

relativas aos recursos do Convênio 7.93.06.0225/00, condenando-os solidariamente em débito e

aplicando-lhes individualmente a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

Ante o exposto, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto a este

Colegiado.

pp

ACÓRDÃO Nº 985/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.935/2013-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessada/Responsáveis:

3.1. Interessada: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba (00.399.857/0001-26)

3.2. Responsáveis: Antônio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos

Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-pi (07.094.413/0001-21).

4. Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PI (SECEX-PI).

8. Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,

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89

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em

9.1. declarar, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, a revelia da Associação

dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de

Moura, ex-presidente da entidade;

9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei 8.443/1992 c/c

os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, julgar irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura

(CPF 439.406.683-20) e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de

Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21), condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da

quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações,

para comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o

recolhimento da dívida aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data

discriminada, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.

VALOR ORIGINAL

(R$)

DATA DA

OCORRÊNCIA

140.888,02 1/10/2007

9.3. com fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, aplicar ao Sr. Antônio José de Moura e

à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI,

individualmente, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze)

dias, a contar das notificações, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso

III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional,

atualizadas monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data dos efetivos recolhimentos, se

forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.6. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o

fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Piauí, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei

8.443/1992, aos responsáveis e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0985-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 003.961/2014-1

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

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90

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa (100.803.946-

20)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA

LEI 9.717/1998. MENORES SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO

JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:

“INTRODUÇÃO

1. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se

na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei

8.112, de 1990.

EXAME TÉCNICO

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-

1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a

necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão

da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de

presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse

algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,

1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).

4. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

5. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação

que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do

Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

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91

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

6. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

7. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.

8. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter

sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

9. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo

inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e

ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

CONCLUSÃO

10. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,

com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

11. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de

que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos

termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da

Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:

1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante

o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor

deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso

não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o

recurso não seja provido;

3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente

Acórdão.”

É o relatório.

pp

VOTO

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92

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pela ex-servidora Alzira Maria da

Conceição em favor de Daniely Leite Costa e Marcela Leite da Costa, ambas na condição de menores

sob guarda.

2. A pensão teve início em 16/11/2006, data do óbito da instituidora.

3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do

Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da

Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as

categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão

emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.

4. Assiste razão à unidade técnica.

5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a

concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das

Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor

sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência

Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:

“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”

(Grifei.)

6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do

Acórdão 2.515/2011-Plenário.

7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito da instituidora,

o fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Daniely Leite Costa e Marcela Leite

da Costa, há que se ter o ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.

8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora

submeto à sua apreciação.pp

BENJAMIN ZYMLER

Relator

p

ACÓRDÃO Nº 986/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.961/2014-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa

(100.803.946-20).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

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93

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Daniely Leite Costa e Marcela

Leite da Costa, recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas

interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação aos responsáveis legais por Daniely Leite

Costa e Marcela Leite da Costa, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de

eventuais recursos, caso não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente

percebidos após a notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que os representantes legais das interessadas tiveram ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0986-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 003.962/2014-8

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA

LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO

JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:

“INTRODUÇÃO

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94

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

2. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se

na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei

8.112, de 1990.

EXAME TÉCNICO

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-

1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a

necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão

da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de

presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse

algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,

1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).

12. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

13. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação

que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do

Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

14. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

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95

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

15. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.

16. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter

sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

17. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo

inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e

ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

CONCLUSÃO

18. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,

com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

19. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de

que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos

termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da

Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:

1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante

o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor

deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso

não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o

recurso não seja provido;

3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente

Acórdão.”

É o relatório.

pp

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Antônio Amâncio

de Souza em favor de Bruna Lacerda de Sousa, na condição de menor sob guarda.

2. A pensão teve início em 23/3/2011, data do óbito do instituidor.

3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do

Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da

Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as

categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão

emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.

4. Assiste razão à unidade técnica.

5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a

concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das

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96

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor

sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência

Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:

“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”

(Grifei.)

6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do

Acórdão 2.515/2011-Plenário.

7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o

fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Bruna Lacerda de Sousa, há que se ter o

ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.

8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora

submeto à sua apreciação.p

BENJAMIN ZYMLER

Relator

pp

ACÓRDÃO Nº 987/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.962/2014-8.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Bruna Lacerda de Sousa,

recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela

interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Bruna Lacerda

de Sousa, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,

Page 97: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

97

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a

notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0987-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 003.974/2014-6

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA

LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO

JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:

“INTRODUÇÃO

3. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que o beneficiário enquadra-se

na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei

8.112, de 1990.

EXAME TÉCNICO

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-

1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a

necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão

da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de

presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse

algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,

1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).

20. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º

Page 98: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

98

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

21. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação

que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do

Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

22. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

23. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.

24. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter

sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

25. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo

inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e

ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

CONCLUSÃO

26. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,

com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

27. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de

que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos

Page 99: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

99

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da

Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:

1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante

o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

b) comunique ao beneficiário do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor

deste Acórdão, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso

não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o

recurso não seja provido;

3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente

Acórdão.”

É o relatório.

pp

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor José Francisco de

Medeiros em favor de Masxuel Silva Medeiros, na condição de menor sob guarda.

2. A pensão teve início em 6/5/2007, data do óbito do instituidor.

3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do

Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da

Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as

categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão

emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.

4. Assiste razão à unidade técnica.

5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a

concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das

Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor

sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência

Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:

“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”

(Grifei.)

6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do

Acórdão 2.515/2011-Plenário.

7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o

fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Masxuel Silva Medeiros, há que se ter o

ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.

8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora

submeto à sua apreciação.

p

ACÓRDÃO Nº 988/2014 – TCU – 1ª Câmara

Page 100: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

100

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Processo nº TC 003.974/2014-6.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Masxuel Silva Medeiros,

recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelo

interessado, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Masxuel Silva

Medeiros, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,

caso não providos, não exime o beneficiário da devolução dos valores indevidamente percebidos após

a notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal do interessado teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0988-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 003.975/2014-2

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70)

Advogado constituído nos autos: não há.

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101

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA

LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO

JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:

“INTRODUÇÃO

4. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se

na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei

8.112, de 1990.

EXAME TÉCNICO

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-

1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a

necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão

da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de

presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse

algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,

1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).

28. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

29. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação

que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do

Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

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102

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

30. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

31. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.

32. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter

sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

33. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo

inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e

ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

CONCLUSÃO

34. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,

com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

35. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de

que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos

termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da

Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:

1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante

o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor

deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso

não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o

recurso não seja provido;

3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente

Acórdão.”

É o relatório.

pp

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Otávio Pereira

dos Santos em favor de Otaciana Fontenelle dos Santos, na condição de menor sob guarda.

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103

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

2. A pensão teve início em 12/6/2006, data do óbito do instituidor.

3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do

Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da

Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as

categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão

emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.

4. Assiste razão à unidade técnica.

5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a

concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das

Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor

sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência

Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:

“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”

(Grifei.)

6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do

Acórdão 2.515/2011-Plenário.

7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o

fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Otaciana Fontenelle dos Santos, há que

se ter o ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.

8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora

submeto à sua apreciação.pp

BENJAMIN ZYMLER

Relator

p

ACÓRDÃO Nº 989/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.975/2014-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70).

4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Otaciana Fontenelle dos Santos,

recusando seu registro;

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104

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela

interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Otaciana

Fontenelle dos Santos, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais

recursos, caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a

notificação;

9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0989-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 004.713/2014-1

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado

Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz

(120.859.067-70)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA

LEI 9.717/1998. INCLUSÃO DE MENOR SOB GUARDA ENTRE OS BENEFICIÁRIOS.

ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:

“INTRODUÇÃO

5. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que pelo menos um dos

beneficiários enquadra-se na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217,

II, b, da Lei 8.112, de 1990.

EXAME TÉCNICO

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os

Page 105: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

105

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-

1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a

necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão

da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de

presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse

algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,

1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).

36. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

37. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação

que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do

Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

38. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

39. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.

40. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter

sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

Page 106: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

106

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

41. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo

inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e

ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

CONCLUSÃO

42. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,

com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

43. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de

que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos

termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da

Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:

11.1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé,

consoante o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

11.2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) emita novo ato de pensão, livre da falha detectada, com a exclusão do(s) menor(es) sob

guarda constante(s) do benefício e a reversão da(s) cota(s)-parte(s) relativa(s) a ele(s) para o(s)

outro(s) beneficiário(s), no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação,

com apoio no art. 3º, § 7º, Resolução n. 206/2007, bem como, se for o caso, das falhas apontadas por

este Tribunal, no relatório anexo ou preenchendo o campo de ‘Esclarecimentos do Gestor de Pessoal’,

detalhando a situação concreta, caso as falhas aqui apontadas sejam confirmadas pelo gestor de

pessoal;

b) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

c) comunique aos beneficiários do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do

teor deste Acórdão, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais

recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva

notificação, caso os recursos não sejam providos;

11.3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no

presente Acórdão.”

É o relatório.

pp

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Durval Pirez da

Luz em favor de Conceição dos Santos Luz, na condição de viúva, e Ingrid Santos Luz, na condição de

menor sob guarda.

2. A pensão teve início em 11/3/2008, data do óbito do instituidor.

3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do

Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da

Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as

categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão

emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.

4. Assiste razão à unidade técnica.

5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a

concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das

Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor

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107

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência

Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:

“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”

(Grifei.)

6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do

Acórdão 2.515/2011-Plenário.

7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o

fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Ingrid Santos Luz, há que se ter o ato

por ilegal, com a consequente negativa de registro. Novo título concessório, assim, deverá ser emitido

pela entidade de origem, com a integralização do benefício em favor da Sra. Conceição dos Santos

Luz, viúva do ex-servidor.

8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora

submeto à sua apreciação.

pp

ACÓRDÃO Nº 990/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 004.713/2014-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz

(120.859.067-70).

4. Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Hospital Federal

dos Servidores do Estado,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da

Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,

em:

9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Conceição dos Santos Luz e Ingrid

Santos Luz, recusando seu registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas

interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar ao Hospital Federal dos Servidores do Estado que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta

deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e

262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. emita e disponibilize no Sisac novo ato de pensão referente ao ex-servidor Durval

Pirez da Luz, excluindo da relação de beneficiários a menor sob guarda Ingrid Santos Luz;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor desta deliberação à Sra. Conceição dos Santos Luz e ao

responsável legal por Ingrid Santos Luz, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da

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108

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

interposição de eventuais recursos, caso não providos, não os exime da devolução dos valores

indevidamente percebidos após a notificação;

9.3.4. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de

que a Sra. Conceição dos Santos Luz e o responsável legal por Ingrid Santos Luz tiveram ciência desta

deliberação;

9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens

anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0990-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.p

p

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 008.573/2013-1

Natureza(s): Aposentadoria

Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul

Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira Freitas

(249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04)

Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. LEGALIDADE E REGISTRO DE DOIS

ATOS. .AVERBAÇÃO DE TEMPO RURAL SEM O PAGAMENTO DA RESPECTIVA

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CÔMPUTO EM DOBRO DE TEMPO DE LICENÇA-

PRÊMIO INDEVIDAMENTE CONCEDIDA A SERVIDOR QUE NÃO PREENCHEU OS

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. ILEGALIDADE DE DOIS ATOS E

NEGATIVA DE REGISTRO. ENUNCIADO 106. DETERMINAÇÕES.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a bem-lançada instrução a cargo da Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip), com a qual manifestou sua anuência o membro do Ministério Público junto ao

Tribunal de Contas da União (MPTCU):

“INTRODUÇÃO

1. Cuidam os autos de análise dos atos de concessão de aposentadoria dos interessados

acima discriminados, ex-servidores da Superintendência Estadual da Funasa no Rio Grande do Sul.

Os referidos atos foram analisados de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007 e

foram enviados para apreciação deste Tribunal por meio do Sistema Sisac.

EXAME TÉCNICO

Ato de ALVORINO POSTIGLIONE DE VARGAS

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109

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

2. A aposentadoria foi concedida com base no artigo 3º da Emenda Constitucional nº

47/2005:

‘Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo

art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda

Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de

dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha,

cumulativamente, as seguintes condições:

I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e

cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;

III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso

III, alínea ‘a’, da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que

exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo’.

3. Verificando o tempo de servido discriminado no ato (45 anos, 6 meses e 19 dias), tempo

de serviço público (45 anos, 6 meses e 19 dias), tempo no cargo (45 anos) e idade na data de vigência

do ato (70 anos) constatamos que ele é suficiente para o servidor se aposentar com base no

fundamento utilizado. Portanto, entendemos que esse ato pode ser considerado legal.p

Ato de EDENI DA SILVEIRA FREITAS

4. A aposentadoria foi concedida com fundamento no artigo 40, inciso III, alínea ‘a’, da

Constituição Federal (redação original).

5. Na discriminação dos tempos de serviços, foi informado que foi averbado para fins da

aposentadoria da interessada o tempo de 8 anos, 8 meses e 26 dias prestado na atividade rural.

6. O Controle Interno manifestou-se pela ilegalidade do ato, apresentando a seguinte

justificativa:

‘O servidor teve computado o período de 18/06/1966 a 18/04/1976, totalizando 9 anos, 10

meses e 1 dia ref. a atividade rural, cfe. Certidão de Tempo de Contribuição emitida p/ INSS em

30/11/1999 (fl. 68 do proc. nº 25265.000232/00-70).

Questionada p/Diligência nº 32/2008/CGU/RS, de 23/01/2008 (fl. 58-62), quanto ao tempo

em questão, a FUNASA/CORE/RS, solicitou ao INSS, por meio do Ofício nº 107/FUNADA/CORE/RS

(fl. 71) pronunciamento formal quanto a legitimidade do tempo averbado. O INSS, conforme Ofício nº

619, de 14/10/2008 (fl.105), cancelou a Certidão de Tempo de Contribuição, haja vista a não

indenização previdenciária dos períodos em atividade rural.

Somos pela ilegalidade do ato, haja vista o cancelamento da Certidão de Tempo de

Contribuição pelo INSS. A situação contraria jurisprudência sobre pessoal, do TCU, de que a

atividade rural somente poderá ser averbada p/fins de aposentadoria no Serviço Público Federal se

recolhidas as contribuições, devendo haver comprovação formal destas.

Destacamos que diante do cancelamento da Certidão pelo INSS, o servidor, representado

pelo SINDSERF/RS, ingressou com a Ação Ordinária, com antecipação de tutela, nº

2009.71.00.003177-6/RS perante a 5ª Vara Federal de Porto Alegre visando a manutenção da

averbação do período de tempo de serviço rural. Não consta do auto nenhuma manifestação da

Justiça quanto à Ação em questão’.

7. Conforme se vê na manifestação acima transcrita, o Controle Interno atestou que o

tempo rural utilizado para aposentadoria da servidora não foi ratificado pelo INSS, bem como não

houve recolhimento das contribuições previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal.

8. A respeito desse assunto, a jurisprudência deste Tribunal é no sentido de que o tempo

rural somente poderá ser averbado para fins de aposentadoria no serviço público se recolhidas as

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110

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

respectivas contribuições previdenciárias na época própria ou, posteriormente, de forma indenizada

(Súmula nº 268).

9. No presente ato, o órgão de origem informou também que foi computado para fins de

aposentadoria o tempo de 3 anos, 5 meses e 1 dia prestado em atividades insalubres, durante o

período em que a interessada esteve vinculada ao regime celetista.

10. O entendimento deste Tribunal (Acórdão nº 2008/2006 – Plenário) é no sentido de ser

possível a contagem de tempo de serviço para concessão de aposentadoria estatutária com o

aproveitamento de tempo especial prestado sob condições insalubres, perigosas ou penosas. Assim, o

servidor público que exerceu, como celetista, no serviço público, atividades insalubres, penosas ou

perigosas, no período anterior à vigência da Lei 8.112/90, tem direito à contagem especial de tempo

de serviço para efeito de aposentadoria.

11. Com o acréscimo desse tempo prestado sob condições insalubres e exclusão do tempo

rural, a interessada contou com 29 anos, 7 meses e 9 dias de tempo de serviço na data da

aposentadoria (6/6/2000), o que seria insuficiente para se aposentar com base no fundamento

utilizado. Portanto, entendemos que esse ato deve ser considerado ilegal.

12. A título de esclarecimento, importa mencionar que a interessada completará 60 anos

de idade em 18/6/2013 e o tempo restante (29 anos, 7 meses e 9 dias) é suficiente para se aposentar

com proventos proporcionais (29/30) com base no artigo 40, § 1º, inciso III, alínea ‘b’, da

Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.

Ato de ILO SANTOS DA SILVA

13. O ato inicial (NC 10274936-04-2007-000017-2) foi julgado prejudicado por inépcia.

O gestor de pessoal registrou no Sistema Sisac outro ato inicial (NC 10274936-04-2010-000019-1)

que ainda está em edição pelo órgão. Nesse caso, deve ser determinado ao órgão que envie esse novo

ato inicial para apreciação deste Tribunal.

14. O ato de alteração constante do presente processo foi emitido para alterar o

fundamento legal da aposentadoria do interessado, passando a ser com base no artigo 3º da Emenda

Constitucional nº 47/2005.

15. No presente ato, o órgão de origem informou também que foi computado para fins de

aposentadoria o tempo de 3 anos, 4 meses e 2 dias prestado em atividades insalubres, durante o

período em que o interessado esteve vinculado ao regime celetista.

16. O entendimento deste Tribunal (Acórdão nº 2008/2006 – Plenário) é no sentido de ser

possível a contagem de tempo de serviço para concessão de aposentadoria estatutária com o

aproveitamento de tempo especial prestado sob condições insalubres, perigosas ou penosas. Assim, o

servidor público que exerceu, como celetista, no serviço público, atividades insalubres, penosas ou

perigosas, no período anterior à vigência da Lei 8.112/90, tem direito à contagem especial de tempo

de serviço para efeito de aposentadoria.

17. A soma dos tempos discriminados está diferente do total informado. Consultando o

novo ato inicial (NC 10274936-04-2010-000019-1) que ainda está em edição pelo gestor de pessoal,

constatamos que o tempo discriminado é de 38 anos, 1 mês e 25 dias, que está igual ao total

informado no presente ato.

18. Com o acréscimo do tempo prestado sob condições insalubres, o interessado contou

com tempo suficiente para se aposentar com base no fundamento utilizado. Portanto, entendemos que

esse ato pode ser considerado legal.

Ato de MANOEL MEDEIROS

19. O ato inicial (NC 10274936-04-2007-000008-3) foi julgado ilegal por este Tribunal,

visto que houve erro na proporcionalidade dos proventos (34/35), tendo em vista que não foram

descontadas as faltas injustificadas durante a vida funcional do servidor no cômputo do tempo de

serviço para fins de aposentadoria. Outra irregularidade que motivou pela ilegalidade do ato inicial

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111

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

foi no cálculo dos proventos do interessado, tendo em vista que não foi observado a regra disposta na

Emenda Constitucional nº 41/2003 (cálculo dos proventos pela média das contribuições).

20. O ato de alteração constante o presente processo teve parecer do Controle Interno

pela ilegalidade, com a seguinte justificativa:

A inicial da aposentadoria por invalidez permanente com proventos proporcionais a 34/35

avos em 24/07/2007 recebeu parecer pela ilegalidade da CGU. O Mapa de Tempo de Serviço (fl.

16/32 do processo n.º 25265.000964/2007-52) aponta um tempo de serviço geral de 34 anos e 71 dias.

O período de trabalho na FUNASA foi de 03/03/1975 a 23/07/2007, período que somado ao tempo

insalubre (904 dias concedidos com base na Orientação Normativa n.º 03 de 18/05/2007) temos um

tempo de 12735 dias (34 anos, 10 meses e 25 dias). Ocorre porém que o servidor teve 498 faltas

durante a sua vida funcional, que devem ser subtraídos desse total, o que gera um tempo total líquido

de 12.237 dias (33 anos, 6 meses e 12 dias).

A Funasa alterou a aposentadoria do servidor para integralizar, com fundamento no art. 3

EC 47/05. Segundo Mapa constatamos que não houve acréscimo no tempo de serviço averbado, no

entanto surgiu no 3º mapa do processo de aposentadoria (fls.81-96) 545 dias de LP em dobro, a qual

não constava dos mapas anteriores. Destacamos que o servidor no período aquisitivo das LPs não

gozadas, teve 498 ausências injustificadas ao trabalho, as quais não foram consideradas no computo

do tempo para aquisição da Licença Prêmio por Assiduidade. Assim, somos pela ilegalidade da

aposentadoria em tela, haja vista que não restou comprovado no processo o direito da LP averbada

em dobro, portanto o servidor não atendeu os requisitos para a aposentadoria de acordo com o

fundamento utilizado.

21. No Sistema Sisac, consta outro ato registrado (NC 10274936-04-2010-000020-5),

corrigindo a irregularidade apontada pelo Controle Interno, que ainda está em edição pelo gestor de

pessoal e será analisado oportunamente por este Tribunal. Nesse caso, entendemos que o ato

constante do presente processo seja julgado ilegal, com determinação ao órgão de origem que

encaminhe para apreciação deste Tribunal o ato registrado no Sistema Sisac sob número de controle

(NC 10274936-04-2010-000020-5).

CONCLUSÃO

22. Por todo o exposto, entendemos que:

a) os atos de ALVORINO POSTIGLIONE DE VARGAS e ILO SANTOS DA SILVA podem

ser considerados legais e terem os seus registros por este Tribunal;

b) o ato de EDENI DA SILVEIRA FREITAS deve ser considerado ilegal, visto que foi

computado para fins da aposentadoria tempo rural sem comprovação das contribuições

previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal (Súmula nº 268);

c) o ato de MANOEL MEDEIROS deve ser considerado ilegal, visto que não restou

comprovado o direito do interessado ao cômputo da Licença Prêmio em dobro para fins de

aposentadoria;

d) deve ser determinado ao órgão de origem que:

d.1) encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e

MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-

2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5), respectivamente, no prazo de 30 (trinta) dias,

contados da ciência desta deliberação;

d.2) oriente à Senhora EDENI DA SILVEIRA FREITAS que ela poderá adotar uma das

seguintes alternativas:

1) continuar aposentada com base no fundamento utilizado (artigo 40, inciso III, alínea

‘a’, da Constituição Federal - redação original). Para isso, deverá recolher, de forma indenizada, as

contribuições previdenciárias do período rural averbado;

Page 112: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

112

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

2) continuar aposentada com proventos proporcionais, com base no artigo 40, § 1º, inciso

III, alínea ‘b’, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.

Nesse caso, os proventos serão pagos na proporção de 29/30 avos;

3) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

23. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição

Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento

Interno/TCU, propõe-se a adoção das seguintes medidas:

a) considerar LEGAIS os atos de concessão de aposentadoria de ALVORINO

POSTIGLIONE DE VARGAS e ILO SANTOS DA SILVA;

b) considerar ILEGAL o ato de concessão de aposentadoria de EDENI DA SILVEIRA

FREITAS, visto que foi computado para fins da aposentadoria tempo rural sem comprovação das

contribuições previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal (Súmula nº 268);

c) considerar ILEGAL o ato de concessão de aposentadoria de MANOEL MEDEIROS,

visto que não restou comprovado o direito do interessado ao cômputo da Licença Prêmio em dobro

para fins de aposentadoria;

d) determinar à Superintendência Estadual da Funasa no Rio Grande do Sul que:

d.1) encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e

MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-

2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5), respectivamente, no prazo de 30 (trinta) dias,

contados da ciência deste deliberação;

d.2) oriente à Senhora EDENI DA SILVEIRA FREITAS que ela poderá adotar uma das

seguintes alternativas:

1) continuar aposentada com base no fundamento utilizado (artigo 40, inciso III, alínea

‘a’, da Constituição Federal - redação original). Para isso, deverá recolher, de forma indenizada, as

contribuições previdenciárias do período rural averbado;

2) continuar aposentada com proventos proporcionais, com base no artigo 40, § 1º, inciso

III, alínea ‘b’, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.

Nesse caso, os proventos serão pagos na proporção de 29/30 avos;

3) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.

d.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido para os interessados, alertando-

os de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não os eximirá da

devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento

desses recursos;

d.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data

em que os interessados tomarem conhecimento da decisão desta Corte.”

É o relatório.

pp

VOTO

Trata-se de aposentadoria de servidores da Superintendência Estadual da Fundação

Nacional de Saúde no Rio Grande do Sul, deferida nos seguintes termos:

a) Alvorino Postiglione de Vargas – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em

6.5.2008, com fundamento no art. 3º da EC 41/2003;

b) Edeni da Silveira Freitas – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em

6.6.2000, com fundamento na alínea “a” do inciso III do art. 40 da Constituição Federal, na sua

redação original;

Page 113: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

113

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

c) Ilo Santos da Silva - aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em 23.7.2007,

com fundamento no art. 3º da EC 47/2005;

d) Manoel Medeiros – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em 24.7.2007,

com fundamento no art. 3º da EC 47/2005.

No caso do Sr. Ilo Santos da Silva, examina-se, neste processo, ato de “alteração” que

retroage até a data da aposentadoria, em razão da averbação de novo tempo de serviço/contribuição (3

anos, 4 meses e 2 dias de tempo de atividade insalubre).

A Sefip propõe sejam consideradas ilegais as concessões em favor de Edeni da Silveira

Freitas e Manoel Medeiros.

Consta do ato de Edeni da Silveira Freitas que o controle interno manifestou-se pela

ilegalidade da concessão em razão do cômputo de 9 anos, 10 meses e 1 dia de tempo rural, sendo que a

certidão respectiva, que não consta dos autos, teria sido cancelada pelo Instituto Nacional do Seguro

Social.

Observo, contudo, que o ato do interessado não faz menção a tempo rural, mas sim a

tempo de regime geral (8 anos, 8 meses e 26 dias). Contudo, a discrepância entre esses dois tempos

não é suficiente para afastar a irregularidade apontada, haja vista que as informações apresentadas no

campo “Justificativa Parecer Controle Interno” e o teor da ação judicial 2009.71.00.003177-6/RS

apontam no sentido de que o tempo averbado como sendo de regime geral é, na verdade, tempo de

serviço rural.

E sendo certo que o interessado não obteve êxito em seu processo judicial até o presente,

consoante consulta ao site do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, acolho os pareceres quanto à

ilegalidade dessa concessão. Todavia, dissinto da orientação quanto à possibilidade de o servidor vir a

aposentar-se voluntariamente por idade, já que, sendo do sexo masculino, a idade mínima para

aposentadoria por idade é de 65 anos, ao passo que o interessado, no momento, possui 60 anos.

Já o ato de Manoel Medeiros não pode prosperar em razão do cômputo indevido de

licença-prêmio. Indevido porque não faria jus ao benefício, já que possui 498 dias de faltas não

justificadas.

Segundo instrução da Sefip, consta da base do Sisac outro ato do interessado, com a

suposta correção da irregularidade. Esse ato ainda não foi encaminhado ao TCU.

Feitas essas considerações, acolho os pareceres, no essencial, e VOTO por que o Tribunal

adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.pp

pp

ACÓRDÃO Nº 991/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.573/2013-1.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Aposentadoria

3.1. Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira

Freitas (249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04).

4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de aposentadoria,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da

Page 114: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

114

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:

9.1. julgar legais as concessões de aposentadoria a Alvorino Postiglione de Vargas e Ilo

Santos da Silva e determinar o registro dos atos de peças 3 e 5;

9.2. julgar ilegais as concessões de aposentadoria a Edeni da Silveira Freitas e Manoel

Medeiros e negar registro aos atos de peças 4 e 6;

9.3. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelos interessados

mencionados no subitem anterior, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste

Tribunal;

9.4. determinar à Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Rio

Grande do Sul que adote as seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa:

9.4.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Edeni da Silveira Freitas e Manoel

Medeiros e faça juntar aos autos os comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;

9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base nos

atos ora impugnados;

9.4.3. encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e

MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-

2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5);

9.4.4. oriente o Sr. Edeni da Silveira Freitas sobre a possibilidade de optar por uma das

alternativas a seguir:

9.4.4.1. recolher a contribuição previdenciária relativa ao tempo rural necessário para o

implemento de 35 anos de tempo de contribuição até 15.12.1998, véspera da publicação da EC

20/1998, que passou a exigir idade mínima para a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição;

9.4.4.2. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0991-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 008.967/2013-0

Natureza(s): Pensão Civil

Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador)

Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes

(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva

(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. ÓBITO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.717/98.

EXCLUSÃO DO MENOR SOB GUARDA E DA PESSOA DESIGNADA ATÉ 21 ANOS DO ROL

DE BENEFICIÁRIOS DA PENSÃO POR MORTE PREVISTA NO ARTIGO 217 DA LEI Nº

8.112/1990. ILEGALIDADE DE DOIS ATOS E LEGALIDADE DOS DEMAIS.p

RELATÓRIO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Adoto como Relatório a manifestação da unidade técnica, cujos termos são os seguintes:

“INTRODUÇÃO

1. Cuidam os autos de 5 (cinco) atos de pensão civil efetuado pelo MINISTÉRIO DAS

COMUNICAÇÕES (VINCULADOR), com parecer pela legalidade emitido pelo órgão de Controle

Interno.

2. Os atos constantes deste processo foram encaminhados a este Tribunal para

apreciação, na sistemática definida na Instrução Normativa nº 55/2007, por intermédio do SISAC.

EXAME TÉCNICO

3. No âmbito desta Secretaria, preliminarmente, os atos foram analisados por um sistema

informatizado, que fez a verificação de vários pontos nos formulários de concessão e seus anexos,

cobrindo quase a totalidade dos dados apresentados.

4. Cumpre esclarecer que as rotinas de crítica do sistema foram elaboradas e validadas

pelas Gerências Técnicas da SEFIP, levando em conta as peculiaridades do tipo de ato. Os itens de

verificação do sistema compreenderam, entre outros, o parecer do Controle Interno e a

fundamentação legal informada.

5. Esta Unidade Técnica procedeu à análise dos fundamentos legais, das advertências e

falhas geradas pelo SISAC, dos cálculos de proporcionalização dos proventos, da incorporação de

parcelas pelo exercício de funções comissionadas, das datas de vigência, entre outros.

Instituidores Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes

6. A instituidora Cecília Leite Campos faleceu em 4/7/2007 deixando a pensão para o Sr.

Bruno Campos de Menezes.

7. O instituidor Francisco de Assis Gomes, falecido em 30/8/2007, teve o ato inicial de

pensão julgado legal no TC 000.915/2012-2, constando apenas a viúva como pensionista. O ato deste

processo trata-se de alteração da pensão, referente à inclusão de nova beneficiária, Srª Andressa

Pedrosa Gomes.

8. Cabe destacar, quanto aos beneficiários Bruno Campos de Menezes, CPF nº

016.478.256-79, e Andressa Pedrosa Gomes, CPF nº 006.550.092-0, que eles foram habilitados na

condição de pessoas designadas que vivam na dependência econômica do servidor, nos termos do que

estabelece o art. 217, II, “d” da Lei 8.112, de 1990 (peça 2 – p. 1/2).

9. A partir do Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário, inaugurou-se o entendimento, no

âmbito desta Corte de Contas, de que não mais seria devida pensão à pessoa designada que viva na

dependência econômica do servidor (art. 217, II, “d” da Lei 8.112), em razão de que o art. 5º da Lei

nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União

as pensões instituídas com fundamento no art. 217, II, “a”, “b”,“c” e “d” da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas “a‟, “b‟, “c‟ e “d‟, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.”

10. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,

e Acórdãos nº 183/2012 e 917/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca de

pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, bem como a solicitação de

documentação que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias.

11. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas "a", "b", "c" e "d" do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, a pessoa designada, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do

TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).

12. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e

015 - 3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU de 09/1/2012 consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998 derrogou, entre outros, os benefícios previstos na alínea “e” do

inciso I, “b” e “d” do inciso II, ambos do art. 217 da Lei 8.112/1990.

13. Vale mencionar que o Supremo Tribunal Federal, também já se manifestou nesse

sentido, nos termos a seguir transcritos:

“EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual n.º 2.120/99. Alegação de

que a Lei Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, "caput", § 5º, da CF, ao indicar "os filhos

solteiros, com idade até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como

dependentes, para fins previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul. 2. O art. 195, da CF, na

redação da EC n.º 20/98, estipula que nenhum benefício ou serviço de seguridade social poderá ser

criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A Lei n.º 9.717/98 dispôs

sobre regras gerais para a organização e funcionamento dos regimes próprios de previdência social

dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares

dos Estados e do Distrito Federal, dando outras providências. 3. No art. 5º, da Lei n.º 9.717/98 dispõe

que "os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e do Distrito Federal, não poderão

conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei

n.º 8.213/91. 4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de correspondente

fonte de custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não autoriza se

desatendam os fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional. 5.

Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.” (ADI 2311 MC, Relator: Min. NERI

DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 07/03/2002, DJ 07-06-2002 PP-00081 EMENT VOL-

02072-01 PP-00154)

14. Por oportuno, convém transcrever o elucidativo trecho do Acórdão nº 2515/2011 –

TCU – Plenário que permite enxergar com clareza a questão:

(...)

“O novo texto dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995

e pela Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), difere da versão originária

daquele diploma legal em relação aos seguintes pontos:

a) art. 16, inciso I - foi excluído do rol de beneficiários o filho emancipado, caso não seja

inválido;

b) art. 16, inciso III – foi excluído do rol de beneficiários o irmão emancipado, caso não

seja inválido;

c) art. 16, inciso IV – foi excluído do rol de beneficiários pessoa designada menor de 21

anos ou maior de 60 anos e inválida;

d) art. 16, § 2° - deixou de constar do rol de beneficiários o menor sob guarda,

anteriormente equiparado a filho, remanescendo nessa condição equiparada apenas o enteado e o

menor sob tutela do instituidor.

Assim, com o advento da Lei n.° 9.032/1995, deixou de existir, no regime geral da

previdência social, o benefício da pensão por morte, anteriormente pago a filho e a irmão

emancipados (não inválidos), bem como a pessoa designada. Já o menor sob guarda deixou de ser

beneficiário da pensão a partir da publicação da Medida Provisória n°1.536/1996, reeditada até sua

conversão na Lei n.° 9.528/1997.”

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117

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

15. Saliente-se que os atos de pensão em análise deram entrada no TCU em prazo inferior

ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e ampla

defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.

16. Ante o exposto, entendemos que os atos dos instituidores Cecília Leite Campos e

Francisco de Assis Gomes devam ser apreciados pela ilegalidade, com recusa de seus registros, em

razão da concessão de pensão às pessoas designadas.

Instituidores Hélio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz

17. Não vislumbramos impedimentos para o registro dos demais atos constantes deste

processo, que podem ser apreciados pela legalidade.

18. Com relação aos atos dos instituidores Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz,

falecidos, respectivamente, em 6/8/2003 e 27/9/2008, esclarecemos que os ex-servidores aposentaram-

se por invalidez com proventos integrais (peça 2 – p. 4 e 5).

19. Além disso, embora o instituidor Itabajara da Silva Vaz tenha falecido após a EC

41/2003, os proventos não ultrapassaram o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime

geral de previdência social, não sendo necessária a aplicação da parcela relativa ao redutor de

pensão.

20. A advertência de que existe outro ato para o mesmo CPF no ato do instituidor Indayá

Cavalcante, diz respeito a ato anterior de pensão considerado prejudicado por inépcia no TC

015.544/2008-4. Com relação ao ato do instituidor Hélio Belo de Oliveira, a advertência refere-se a

atos anteriores de pensão já apreciados por esta Corte de Contas nos TC’s 002.443/2010-4 (legal –

habilitada a filha do instituidor) e 011.249/2012-9 (ilegal – habilitados menores sob guarda já

excluídos da folha de pagamento) (peça 2 – p.3).

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

21. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal

de 1.988; c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, incisos I e II, da Lei nº 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII,

260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, c/c o art. 15, da Resolução TCU nº 152/2002 e tomando

por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno e as verificações feitas pela

Unidade Técnica, na forma prevista no artigo 260, caput, do Regimento Interno-TCU, propomos:

1) considerar legais, para fins de registro, as concessões de pensões civis instituídas por

Helio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz;

2) considerar ilegais, para fins de registro, a concessão de pensão civil dos instituidores

Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes, que tem como beneficiários Bruno Campos de

Menezes, CPF nº 016.478.256-79, e Andressa Pedrosa Gomes, CPF nº 006.550.092-0.,

3) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento,

pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula

de Jurisprudência do Tribunal;

4) determinar ao MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES (VINCULADOR) a adoção das

seguintes medidas:

4.1) faça cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes dos atos impugnados

por esta Corte, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos

termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

4.2) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido aos interessados, alertando-os

de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso junto ao TCU não os

eximem da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-

provimento desse recurso;

4.3) encaminhar a este Tribunal, no prazo de trinta dias, por cópia, comprovante da data

em que os interessados tomaram conhecimento da decisão desta Corte.”

O Ministério Público junto a esta Corte de Contas anuiu à proposta da unidade técnica, em

parecer assim fundamentado:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“Trata-se de atos de concessão inicial e de alteração de pensões civis instituídas por ex-

servidores do Ministério das Comunicações, analisados por intermédio do Sistema de Apreciação dos

Atos de Admissão e Concessões – Sisac, na sistemática preconizada pela Instrução Normativa-TCU nº

55/2007.

Manifesto-me de acordo com a proposição ofertada pela Sefip (DE-9), no sentido de que

os atos referentes a Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes sejam considerados ilegais, ao

contrário dos demais atos integrantes deste processo, que merecem prosperar, por estarem em

conformidade com os dispositivos legais que regem a matéria.

Com efeito, como bem ressaltado na instrução, a partir do advento do Acórdão nº

2.515/2011-TCU-Plenário, este Tribunal de Contas da União asseverou que as categorias de pensões

civis estatutárias destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, respectivamente,

todas do artigo 217, inciso II, da Lei nº 8.112/1990, foram derrogadas do regime próprio da

previdência social dos servidores públicos da União, a partir da edição da Lei nº 9.717/1998.

A partir de então, outros acórdãos deste Tribunal passaram a consolidar esse

entendimento (Acórdãos de nº 9.516/2011, 9.518/2011, 9.520/2011, 2.792/2012, 2.793/2012,

2.994/2012 e 2.999/2012, entre outros, da 1ª Câmara, e Acórdãos de nº 183/2012, 917/2012,

1.780/2012, 3.188/2012 3.653/2012, entre outros, da 2ª Câmara).

Por conseguinte, qualquer discussão acerca da caracterização da dependência

econômica dos outrora beneficiários em relação ao instituidor passou a ser considerada

desnecessária.

Mais recentemente, em sessão de 24/10/2012, a matéria foi submetida a novo exame,

tendo esta Corte de Contas ratificado o entendimento antes esposado mediante a prolação do Acórdão

nº 2.875/2012-TCU-Plenário.

Ressalte-se que a recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem se pautado

na impossibilidade de concessão de pensão previdenciária a menor sob guarda, cujos fatos geradores

tenham ocorrido após a edição da Medida Provisória nº 1.523/1996, a qual foi reeditada sucessivas

vezes até a edição da Lei nº 9.528/1997, dando nova redação ao § 2º do art. 16 da Lei nº 8.213/1991,

deixando de contemplar o menor sob guarda ou tutela como beneficiário do Regime Geral de

Previdência Social, na condição de dependentes do segurado.

A título de exemplo, trago à colação os seguintes arestos:

“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. ÓBITO

POSTERIOR À MP 1.523/96. IMPOSSIBILIDADE.

1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC se o Tribunal de origem decide, de forma

suficientemente fundamentada, as questões essenciais ao julgamento da lide.

2. É firme o entendimento neste Superior Tribunal de Justiça de que é indevida a

concessão de pensão por morte a menor sob guarda nas hipóteses em que o óbito do segurado

ocorreu na vigência da Medida Provisória nº 1.523, de 11/10/1996, posteriormente convertida na Lei

nº 9.528/97. Precedentes.

3. Hipótese em que o óbito do segurado ocorreu em 19/04/2003 (certidão de fl. 21, e-STJ),

em momento posterior, portanto, à alteração da legislação.

4. Recurso especial provido. (STJ, Relatora Ministra Eliana Calmon, REsp nº 1328300/RS,

2ª T., DJe de 25.4.2013).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. ÓBITO DO INSTITUIDOR DA PENSÃO OCORRIDO APÓS

ALTERAÇÃO LEGISLATIVA NO ART. 16 DA LEI N. 8.213/1991. MENOR SOB GUARDA

EXCLUÍDO DO ROL DE DEPENDENTES PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. BENEFÍCIO

INDEVIDO. SÚMULA 83/STJ. INCIDÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

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119

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1. Esta Corte Superior firmou compreensão de que, se o óbito do instituidor da pensão por

morte ocorreu após a alteração legislativa promovida no art. 16 da Lei n. 8.213/1991 pela Lei n.

9.528/97 – hipótese dos autos -, tal benefício não é devido ao menor sob guarda.

2. Não há como afastar a aplicação da Súmula 83/STJ à espécie, pois a Corte a quo

dirimiu a controvérsia em harmonia com a jurisprudência deste Tribunal Superior, que, em vários

julgados, também já rechaçou a aplicabilidade do art. 33, § 3º, da Lei n. 8.069/1990, tendo em vista a

natureza específica da norma previdenciária.

3. Agravo regimental desprovido. (STJ, Relatora Ministra Marilza Maynard –

Desembargadora convocada do TJ/SE – AgRg no REsp nº 1285355/ES, 5ª T., DJe de 4.3.2013).”.

Assim, os atos ora em análise, relativos aos ex-servidores Cecília Leite Campos e

Francisco de Assis Gomes, não merecem prosperar, uma vez que suas datas de vigência são

posteriores à publicação da Lei nº 9.717/1998 e têm como beneficiários, respectivamente, menor sob

guarda e pessoa designada, com menos de 21 (vinte e um anos) de idade, nos termos do art. 217,

inciso II, alíneas “b” e “d”, da Lei nº 8.112/1990.

Ante o exposto, este membro do Ministério Público de Contas acompanha o entendimento

firmado pelo Plenário desta Corte para, nos termos da instrução elaborada pela unidade técnica,

propor a legalidade dos atos referentes a Helio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da

Silva Vaz, determinando-se os respectivos registros, e a ilegalidade e consequente negativa de registro

dos atos relativos a Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes.”

É o Relatório.

pp

VOTO

Em julgamento, cinco atos de pensão por morte emitidos no âmbito do Ministério das

Comunicações que possuem como instituidores os servidores Cecília Leite Campos, Francisco de

Assis Gomes, Hélio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz.

2. A unidade técnica, realizando a análise dos atos ora submetidos a julgamento, propõe a

ilegalidade dos atos instituídos por Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes em favor,

respectivamente, de Bruno Campos de Menezes, menor sob guarda, e Andressa Pedrosa Gomes,

menor designada, por não mais poderem ser considerados como beneficiários da pensão de que cuida o

art. 217 da Lei nº 8.112/1990 após o advento da Lei nº 9.717/1998.

3. Quanto aos demais atos, propõe a unidade técnica que os mesmos sejam considerados

legais, por se encontrarem ajustados à legislação que disciplina a matéria.

4. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas manifestou-se de acordo com a

proposta formulada pela unidade técnica.

5. O Plenário desta Corte de Contas, por meio do Acórdão 2.515/2011, firmou o

entendimento segundo o qual o menor sob guarda, assim como o menor designado, teria sido excluído

do rol de beneficiários da pensão por morte, em face da derrogação do disposto no artigo 217, inciso

II, alíneas “b” e “d”, da Lei nº 8.112/1990 pela Lei 9.717, de 27 de novembro de 1998.

6. A evolução constitucional do regime previdenciário do servidor público, especialmente

a partir da publicação da Emenda Constitucional 20/1998, impõe uma verdadeira identificação entre o

regime geral de previdência social – RGPS e o regime próprio de previdência dos servidores da União

- RPPS, se não em valor, pelo menos no que tange às categorias e tipos de benefício previdenciário.

7. Especificamente em relação às condições mínimas de homogeneização dos dois regimes

previdenciários, assim prescreve o § 12 do art. 40 da Constituição Federal:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência

de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores

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120

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e

atuarial e o disposto neste artigo.

(...)

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos

titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime

geral de previdência social.

8. Decorre, pois, da Constituição, tanto o princípio contributivo quanto os parâmetros de

simetria entre os dois regimes, objetivando a autossuficiência financeira da previdência do serviço

público, para reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.

9. Como corolário, o artigo 5º da Lei nº 9.717/1998 expressamente vedou ao regime

próprio de previdência social dos servidores públicos da União a concessão de benefícios distintos dos

previstos no Regime Geral de Previdência Social (Lei 8.213/91). E no RGPS, a pensão por morte ao

menor designado deixou de ser devida após o advento da Lei nº 9.032/1995, enquanto a do menor sob

guarda foi revogada por força da Medida Provisória 1.523/1996, convertida na Lei 9.528/1997. Nesse

sentido, veja-se, por todos, o seguinte precedente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça sobre a

matéria:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO E

PROCESSUAL CIVIL. LEI Nº 8.213/91 E ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

DIREITO À PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. ÓBITO DO SEGURADO

INSTITUIDOR OCORRIDO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.528/97. IMPOSSIBILIDADE. LEI Nº

8.213/91. REGRA ESPECIAL APLICÁVEL AOS PLANOS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA

SOCIAL. DECISÃO AGRAVADA EM SINTONIA COM A ITERATIVA JURISPRUDÊNCIA DESTE

TRIBUNAL.

1. Não merece provimento o agravo regimental, porque o agravante limitou seu

inconformismo a simples alegações, sem trazer aos autos nenhum elemento capaz de modificar o

entendimento adotado na decisão impugnada.

2. A decisão agravada, expressamente, registrou que, após a alteração promovida pela Lei

nº 9.528/97 no § 2º, art. 16, da Lei nº 8.213/91, o menor sob guarda judicial deixou de figurar na

condição de dependente do Regime Geral de Previdência Social, não possuindo, em consequência,

direito à pensão resultante da morte do segurado guardião, não se aplicando à hipótese a regra

protetiva do art. 33, § 3º, da Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), em razão da

prevalência do critério normativo da especialidade, em razão do qual o direito em discussão deve ser

regulado pela Lei nº 8.213/91.

3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp nº 1.004.357/RJ, Relator

Ministro Marco Aurélio Belizze, in DJe 5/12/2012).

10. Inexiste, por conseguinte, qualquer incompatibilidade do disposto no artigo 5º da Lei

9.717/1998 com a Constituição Federal. Ao revés, a norma em tela importa apenas a reprodução, no

plano infraconstitucional, dos princípios da contributividade e da simetria previstos no art. 40 da Carta

Republicana.

11. De tanto, resulta a plena legitimidade do entendimento consignado no Acórdão

2.515/2011, de cuja ementa se extrai o seguinte:

“SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA

ECONÔMICA DE MENOR SOB GUARDA. IRRELEVÂNCIA ANTE A REVOGAÇÃO DA ESPÉCIE

DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, BEM COMO DE OUTRAS CATEGORIAS DE

BENEFICIÁRIOS DE PENSÃO CIVIL ESTATUTÁRIA PELA LEI 9.717/1998. CONSIDERAÇÕES

SOBRE A EVOLUÇÃO NORMATIVA DA MATÉRIA. JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS

SUPERIORES. POSICIONAMENTO DA AGU. ILEGALIDADE DE UM ATO. NEGATIVA DE

REGISTRO. LEGALIDADE DOS DEMAIS. REGISTRO. DETERMINAÇÃO E CIÊNCIA AOS

ÓRGÃOS CENTRAIS DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FEDERAL.”

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121

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

A propósito, destaca-se do item 9.4 deste decisum:

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas "a", "b", "c" e "d", respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990".

12. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento (v.g.: Acórdãos 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão

183/2012, da 2ª Câmara), tornando desnecessária qualquer discussão acerca da dependência

econômica do menor sob guarda ou do menor designado em relação ao instituidor da pensão ou aos

seus genitores, bem como a solicitação de documentação que comprove tal dependência, como

esclarecido no seguinte excerto do voto condutor do Acórdão TCU 183/2012-TCU-2ª Câmara:

6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 - Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.

13. Na mesma linha do entendimento desta Corte de Contas, a Secretaria de Gestão Pública

do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-

SEGEP, emitiu a Nota Técnica 100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14.4.2012, pacificando, no

âmbito administrativo do Poder Executivo, o entendimento acerca da impossibilidade de se conceder

pensão civil estatutária destinada aos beneficiários de que tratam as alíneas 'a', 'b', 'c' e 'd' do inciso II

do art. 217 da Lei 8.112/1990, entre eles, o menor designado.

14. Na hipótese sob exame, os servidores instituidores da pensão por morte Cecília Leite

Campos e Francisco de Assis Gomes faleceram na vigência da Lei 9.717/1998, após, portanto, a

revogação do dispositivo legal que daria aos beneficiários remanescentes enquadrados na condição de

menor sob guarda e pessoa designada menor de 21 anos o amparo legal para a percepção da pensão.

Dessa forma, o falecimento dos servidores públicos não gera direito aos respectivos beneficiários a

perceberem qualquer benefício previdenciário de natureza estatutária.

15. Por fim, no que diz respeito aos demais atos, em inexistindo qualquer irregularidade

que os macule, entendo que os mesmos podem ser considerados legais na forma proposta.

Ante o exposto, acolhendo a proposta da unidade técnica e do Ministério Público junto a

esta Corte de Contas, VOTO por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este

Colegiado.p

BENJAMIN ZYMLER

Relator

pp

ACÓRDÃO Nº 992/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.967/2013-0.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessados/Responsáveis:

3.1. Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva

(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15).

4. Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador).

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de atos de concessão de pensão civil

instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes, Bruno Campos de Menezes, Clelia Brasilia de Alarcon

Vaz, Maria Betania Nunes da Silva e Olivia Matildes Caldeira Cavalcante no âmbito do Ministério das

Comunicações;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,

ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da Constituição

Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/92 e art. 262, § 2º, do Regimento Interno, em:

9.1. considerar legais os atos de pensão instituídos em favor de Clelia Brasilia de Alarcon

Vaz (234.916.800-00), Maria Betania Nunes da Silva (529.921.604-15) e Olivia Matildes Caldeira

Cavalcante (237.062.016-15), determinando-se o correspondente registro;

9.2. considerar ilegais os atos de pensão instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes

(006.550.092-05), na condição de pessoa designada até 21 anos, e Bruno Campos de Menezes

(016.478.256-79), na condição de menor sob guarda até 21 anos, negando-lhes o correspondente

registro;

9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa- fé, nos termos da

Súmula TCU nº 106, em relação aos atos tidos por irregulares;

9.4. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

9.4.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos

interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos não

os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso esses não

sejam providos;

9.4.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos considerados

ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.4.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão,

documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento deste acórdão;

9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento do item 9.4 da

presente deliberação, representando ao Tribunal em caso de não atendimento.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0992-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 016.194/2011-0

Natureza: Tomada de Contas Especial

Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA

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123

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros

Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia

(585.369.492-87)

Interessado: Ministério da Saúde (vinculador)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. AQUISIÇÃO DE

UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE. NÃO IDENTIFICAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE

OS VALORES TRANSFERIDOS E A AMBULÂNCIA ADQUIRIDA. PROPOSTA DE DÉBITO

INTEGRAL. OUTRAS IRREGULARIDADES. PROPOSTA DE MULTA AOS RESPONSÁVEIS.

CARACTERIZAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE. AFASTAMENTO DO DÉBITO.

MANUTENÇÃO DAS DEMAIS IRREGULARIDADES. CONTAS IRREGULARES. MULTA.

CIÊNCIAp

RELATÓRIO

Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex-MA, que contou com a

anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.

“Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão de irregularidades não

sanadas na prestação de contas do Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005, consoante com o

termo de convênio (peça 1, p. 46-58), entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA,

que tinha por objeto a aquisição de unidade móvel de saúde, visando a fortalecer as ações do sistema

único de saúde – SUS no município, com período de execução de 31/12/2005 a 26/12/2006, e data

limite para prestação de contas em 24/2/2007.

2. O valor conveniado foi de R$ 108.000,00, sendo R$ 8.000,00 a título de contrapartida

do convenente e R$ 100.000,00 a serem custeados pelo concedente, transferidos mediante a ordem

bancária 404954, de 27/4/2006 (peça 1, p. 74).

HISTÓRICO

3. Em instrução anterior (peça 5), dividimos as irregularidades que consubstanciam a

presente TCE em quatro vertentes: (a) ausência de comprovação de regular procedimento licitatório;

(b) ausência de comprovação de execução do objeto do convênio; (c) irregularidades na execução

financeira dos recursos transferidos; e (d) prestação de contas intempestiva.

4. Com relação à letra “a”, entendemos que deviam ser ouvidos em audiência o ex alcaide

e os membros da CPL (ressaltando que dois deles não constam na base de dados do CPF da Receita

Federal do Brasil – RFB), para que apresentassem razões de justificativa pela prática de atos de

gestão ilegais e ilegítimos, além de infração à norma legal de natureza patrimonial, conforme prevê o

art. 16, inciso III, letra “b”, da Lei 8.443/1992.

5. Com relação às letras “b” e “c”, considerando a hipótese de desvio ou desfalque de

dinheiro público (art. 16, inciso III, letra “d”, da LO/TCU), pugnamos para que fosse citado o ex-

prefeito municipal, o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, para apresentar alegações de defesa ou

recolher aos cofres do FNS os valores transferidos ao município, devidamente atualizados e com

incidência de juros legais.

6. Com relação à letra “d”, defendemos que fosse ouvido em audiência o ex-alcaide, para

apresentar razões de justificativa pela prestação de contas de forma intempestiva, o que configura

prática de ato de gestão ilegal e ilegítimo, além de infração à norma legal de natureza financeira,

consoante com o previsto no art. 16, inciso III, letra “b”, da LO/TCU.

7. Assim, concluímos a instrução com as seguintes propostas:

7.1. Fossem ouvidos em audiência o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF

134.282.683-34), na condição de ex-prefeito municipal, e os Senhores Cláudio Henrique Baeta Simas

(não cadastrado na base de dados do CPF), Josué Medeiros Rodrigues (não cadastrado na base de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

dados do CPF) e Mário Ferreira Garcia (CPF 585.369.492-87), para, na condição de membros da

CPL, apresentarem, no prazo de quinze dias, razões de justificativa quanto às seguintes

irregularidades, detectadas na Tomada de Preços 2/2006, para a aquisição de duas ambulâncias,

referentes ao Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005, entre o FNS/MS e o Município de Serrano

do Maranhão/MA:

a) composição da CPL com dois dos três membros, os Senhores Cláudio Henrique Baeta

Simas e Josué Medeiros Rodrigues, sem cadastro na base de dados do CPF, em afronta ao princípio

constitucional da moralidade (art. 37/CF);

b) publicidade do aviso do edital em descompasso com os arts. 21, incisos I e III; e § 2º,

inciso III, da Lei 8.666/1993;

c) documentação insuficiente para comprovar a regularidade do procedimento licitatório,

nos termos do art. 38 da Lei 8.666/1993;

d) fortes indícios de montagem do procedimento licitatório: termo de adjudicação (peça 1,

p. 232) se referindo a um só veículo, em contraste com o edital, que tinha por objeto dois veículos

(peça 1, p. 226); parcelamento do objeto nas propostas – veículo automotor + gabinete para remoção

de paciente (peça 1, p. 232) – diferentemente do que constava no edital (peça 1, p. 226); soma das

propostas vencedoras exatamente no valor conveniado.

7.2. Fosse citado o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), na

condição de ex-prefeito municipal, para, no prazo de quinze dias, apresentar alegações de defesa

quanto às irregularidades detectadas na execução do Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005,

entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA, ou recolhesse o valor em seguida

discriminado aos cofres do FNS, devidamente atualizado e com incidência dos juros legais:

Data do débito Valor do débito

27/4/2006 100.000,00

I – Irregularidades na execução do objeto:

a) não comprovação do nexo entre a unidade móvel de saúde apresentada à equipe, o

veículo emplacado e os recursos transferidos, haja vista que não fora apresentado o CRLV nem consta

na autorização para emplacamento os dados das notas fiscais de aquisição do veículo;

b) ausência de prova de contratação regular das pretensas licitantes vencedoras (art. 61,

da Lei 8.666/1993 e correlatos).

II – Irregularidades na gestão financeira dos recursos:

a) não comprovação da inclusão dos recursos conveniados no orçamento municipal,

através da lei orçamentária;

b) não aplicação dos recursos financeiros em conta corrente remunerada enquanto não

utilizados, em desatenção ao art. 20, § 1º, da IN/STN 1/1997;

c) pagamento efetuado mediante TED, contrariando o disposto no art. 20, caput, da

IN/STN 1/1997;

d) pagamento de tarifas bancárias por devolução de cheques, em contraste com o disposto

no art. 8º, incisos IV e VII, da IN/STN 1/1997;

e) liquidação da despesa posterior ao pagamento e feita de forma precária, em

desatenção ao art. 30 da IN/STN 1/1997 e aos arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964.

7.3. Fosse ouvido em audiência o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF

134.282.683-34), na condição de ex-prefeito municipal, para apresentar, no prazo de quinze dias,

razões de justificativa quanto à prestação de contas intempestiva dos recursos referentes ao Convênio

5416/2005, firmado em 31/12/2005, entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA.

8. A proposta foi acatada pela subunidade (peça 6) e, para dar consecução às

correspondências, formulou-se consulta à base da RFB (peça 7) disponibilizada na mesa de trabalho

do TCU, onde, ao contrário do afirmado em linhas anteriores, encontraram-se os CPFs dos Senhores

Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF 577.531.132-91) e Josué Medeiros Rodrigues (CPF

462.821.102-10), o que soterra a irregularidade referida no parágrafo 7.1, letra “a”, supra.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

EXAME DAS AUDIÊNCIAS E DA CITAÇÃO

9. Tentou-se, por meio do Ofício 2707/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 8),

promover a audiência do Senhor Mário Ferreira Garcia. No entanto, o ofício não foi recebido pelo

destinatário, pelo motivo de falecimento, como consta no envelope devolvido (peça 15), o que foi

confirmado por pesquisa no Sisob do MPAS/INSS (peça 17), falecido aos 23/8/2011.

9.1. Em razão de tal informação, o titular da Secex-MA exarou despacho no sentido de se

diligenciar ao INSS, à Varas de Sucessões do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão – TJ/MA e

à Vara Judiciária Estadual à qual está jurisdicionado o Município de Serrano-MA, buscando

informações acerca de algum inventário do de cujus.

9.2. De acordo com pronunciamento da subunidade (peça 18), corroborado pelo titular

desta unidade técnica (peça 19), promoveu-se, por meio dos Ofícios 3329 e 3327 (peças 21 e 22,

respectivamente), diligências à Vara de Sucessões da Comarca da Capital e à Vara Única da

Comarca de Cururupu-MA, solicitando as seguintes informações acerca:

a) de instauração do inventário ou do arrolamento de bens do Senhor MÁRIO FERREIRA

GARCIA, CPF 585.369.492-87, encaminhando, em caso positivo, a completa qualificação do

inventariante ou, se for o caso, do administrador provisório;

b) da partilha de bens do Senhor Mário Ferreira Garcia, CPF 585.369.492-87,

encaminhando, em caso positivo, a qualificação completa dos sucessores mortis causa e cópia

integral da sentença.

9.3. O Ofício 3329/2012 foi recebido no destinatário em 12/12/2012, como comprova o

recibo de protocolo (peça 23) e o Ofício 3327/2012 em 27/12/2012, como se vê no AR 331557865JL

(peça 24).

9.4. Por meio do Ofício 636/2012 – Visa, de 21/12/2012 (peça 25), o Exmo. Sr. Juiz de

Direito da Vara de Sucessões da Capital informou que, até aquela data, não fora distribuído nenhum

inventário dos bens de Mário Ferreira Garcia. Por sua vez, a secretaria judiciária da Comarca de

Cururupu-MA não respondeu à solicitação.

10. Tentou-se, por meio do Ofício 2706/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 9),

promover a audiência do Senhor Josué Medeiros Rodrigues, que recusou o recebimento, conforme

faz prova o envelope devolvido (peça 20).

10.1. Por meio do Edital 8/2013, de 8/2/2013 (peça 26), promoveu-se a audiência do

Senhor Josué Medeiros Rodrigues, publicado no DOU de 21/2/2013, na página 134 da Seção 3

(peças 28 e 29).

11. Por meio do Ofício 2705/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 10), promoveu-se a

audiência do Senhor Cláudio Henrique Baeta Simas, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR

174616849JL (peça 14).

12. Por meio do Ofício 2704/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 11), promoveu-se a

audiência do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR

174616835JL (peça 13).

13. Por meio do Ofício 2708/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 12), promoveu-se a

citação do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR

174616835JL (peça 13).

14. Aos 1/11/2012, o responsável solicitou cópia integral dos autos e prorrogação do

prazo para responder por trinta dias, o que foi deferido no bojo do documento (peça 27), sendo-lhe

ressalvado, na ocasião, que a prorrogação do prazo iniciar-se-ia a partir do prazo inicialmente

estabelecido. No entanto, até a presente data, o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues não apresentou

nem justificativas para a audiência nem defesa para os argumentos da citação.

ANÁLISE E FUNDAMENTAÇÃO

15. Em razão da inércia de todos os responsáveis aqui arrolados, há de se verificar

apenas a regularidade dos atos procedimentais adotados, a fim de se evitarem possíveis arguições

futuras de nulidade.

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126

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

16. Tomemos inicialmente o caso do Senhor Mário Ferreira Garcia, o qual se constatou

estar falecido desde o dia 23/8/2011. Em que pese o não atendimento à diligência promovida à

Comarca de Cururupu (vide parágrafo 8.4 supra), cremos que não há necessidade de se embargar o

presente processo para reiterar tal solicitação.

17. A propósito, a Lei 8.443/1993 elencou, em seu art. 16, III, quatro hipóteses em que as

contas do responsável serão julgadas como irregulares:

a) omissão no dever de prestar contas;

b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou

regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;

c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; e

d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.

18. Segundo o § 1° do mesmo artigo, o Tribunal poderá ainda julgar irregulares as

contas no caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido

ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas.

19. Para cada uma dessas hipóteses, a LO/TCU, consubstanciada nos princípios e

preceitos da responsabilidade civil encravados no Código Civil Brasileiro – CCB, atribuiu variedades

de obrigações e penas, pecuniárias ou não, conforme a situação e grau de responsabilidade.

20. Para as irregularidades elencadas nas alíneas “c” e “d” do art. 16, III, da LO/TCU,

onde há a incidência de dano ao erário, o responsável é citado para apresentar alegações de defesa,

as quais, se rejeitadas, inferem a ele a obrigação de reparar o dano, seja em decorrência de ato de

gestão ilegítimo ou antieconômico, seja em razão de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores

públicos.

20.1. Nessas hipóteses, os bens do responsável, inclusive, os deixados em herança, ficam

sujeitos à reparação devida, como prevê o CCB em seus arts. 943, 1.792 e 1.997: Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.

Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe,

porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.

Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só

respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.

§ 1º. Quando, antes da partilha, for requerido no inventário o pagamento de dívidas constantes de

documentos, revestidos de formalidades legais, constituindo prova bastante da obrigação, e houver

impugnação, que não se funde na alegação de pagamento, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará

reservar, em poder do inventariante, bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a recair

oportunamente a execução.

21. Para as irregularidades previstas nas alíneas “a” e “b” e no § 1º, do art. 16, III, da

LO/TCU, o responsável é ouvido em audiência para apresentar justificativas, as quais, se rejeitadas

pelo Tribunal, sujeitam-no a sanções pecuniárias (como a aplicação de multas) ou não (como

determinadas restrições de direitos), caso não tenha sido ele responsabilizado também por débito.

21.1. Neste caso, trata-se de sanções administrativas, de natureza subjetiva, as quais, pelo

princípio constitucional da individualização da pena, não passam da pessoa do responsável, nem

mesmo a seus herdeiros.

22. Tal entendimento se consubstancia no princípio constitucional da intransmissibilidade

da pena (art. 5º, XLV, CF), que assim dispõe: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a

decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,

até o limite do valor do patrimônio transferido.

23. A propósito, o dispositivo constitucional é comentado por Fernando Capez (Curso de

Direito Penal: parte especial. 4ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

2008, p. 71), lecionando que ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por outra pessoa.

Ou seja, a pena não pode passar da pessoa do condenado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

24. O próprio Tribunal tem consolidado tal entendimento como se vê nos seguintes

acórdãos: 21-06/2001-1ª Câmara, 89-04/2003-Plenário, 37-14/1999-Plenário, 45-03/2001-1ª

Câmara, 24-01/2003-1ª Câmara, 92-11/1999-2ª Câmara, 28-03/2000-1ª Câmara, 49-12/2000-

Plenário, 34-08/2001-Plenário, 12-02/2002-2ª Câmara, 289-50/2001-Plenário, 2725-49/2005-1ª

Câmara, 1281-21/2005-1ª Câmara, 889-08/2008-1ª Câmara, 5324-42/2008-2ª Câmara e 492-

06/2008-2ª Câmara.

25. Em artigo intitulado “O processo de Contas no TCU: o caso do gestor falecido”, pp.

17-27, publicado na Revista do TCU, nº 81 (3º trimestre, 1999), o ministro substituto Augusto

Sherman Cavalcanti explicita os tipos/modelos de decisões que devem ser exaradas para os distintos

momentos em que sobrevir a morte do gestor/infrator, consoante com as seguintes hipóteses

transcritas: A primeira: as contas não são julgadas e o processo é arquivado, em razão de o falecimento do

gestor ter ocorrido antes da realização da audiência prévia.

[...]

A segunda: o falecimento do gestor ocorre após a realização da audiência prévia e as contas serão

julgadas com aplicação, ou não, de sanção.

Se a morte é posterior ao julgamento, ou, se o Tribunal toma ciência da morte somente após

o julgamento, há a extinção da punibilidade e, consequentemente, do dever de cumprir a sanção.

[...]

Se a morte é posterior à promoção da audiência prévia, mas anterior ao julgamento, o

Tribunal, tendo ciência do falecimento antes do julgamento, não deve aplicar a sanção, em virtude da extinção

da punibilidade.

26. O presente caso se casa tal qual luvas e mãos à primeira hipótese: o falecimento do

gestor ocorreu antes da realização da audiência prévia, o que ensejaria o arquivamento do processo

se ele fosse o único responsável nos autos.

27. Portanto, considerando que o falecido Senhor Mário Ferreira Garcia seria ouvido em

audiência para justificar as irregularidades descritas no parágrafo 7.1 supra, e, considerando ainda

que estaria ele sujeito apenas a sanções – pecuniárias e/ou não – caso suas justificativas não fossem

acatadas, cremos que seja desnecessário se buscarem inventários e/ou formais de partilhas entre seus

herdeiros, haja vista que tais sanções não poderiam passar a estes.

28. Passemos ao Senhor Josué Medeiros Rodrigues, o qual, em princípio, recusou o

recebimento do ofício de audiência e, posteriormente, foi citado por edital, nos termos do art. 179, III,

do RI/TCU.

29. A propósito, as formas de comunicação ao responsável no âmbito dos processos do

Tribunal são elencadas no art. 179 de seu RI/TCU, a seguir transcrito: Art. 179. A citação, a audiência ou a notificação, bem como a comunicação de diligência,

far-se-ão:

I – mediante ciência da parte, efetivada por servidor designado, por meio eletrônico, fac-símile,

telegrama ou qualquer outra forma, desde que fique confirmada inequivocamente a entrega da comunicação ao

destinatário;

II – mediante carta registrada, com aviso de recebimento que comprove a entrega no endereço do

destinatário;

III – por edital publicado nos órgãos oficiais, quando o seu destinatário não for localizado.

30. Decerto que a audiência por edital é via de exceção e só é cabível se o responsável

não for localizado, situação hipotética que só se transporta ao mundo fático se esgotadas todas as

tentativas pelas vias ordinárias.

31. E, conforme o que consta nos parágrafos 9 e 9.1 supra, o responsável se recusou

injustificadamente a receber o ofício da audiência, como se o desconhecimento proposital acerca das

irregularidades que lhe eram imputadas tivesse o condão de eximi-lo de responsabilidade.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

32. No Acórdão 3350/2011 – 1ª Câmara, prolatado no TC 027.768/2008-0, o Tribunal

entendeu que o responsável que se recusara a receber citação e, posteriormente, citado por via

editalícia, permanecera inerte, deveria ser considerado revel.

33. Desta feita, deve o Senhor Josué Medeiros Rodrigues ser considerado revel para

todos os efeitos, nos termos do art. 12, IV, § 3º, da LO/TCU, dando-se prosseguimento normal ao

processo.

34. Mesma sina deve também ter o Senhor Cláudio Henrique Baeta Simas, o qual,

devidamente instado a apresentar razões de justificativa (vide parágrafo 10 supra), deixou transcorrer

in albis o prazo para tal desiderato.

35. Por sua vez, o ex-alcaide Leocádio Olímpio Rodrigues, mesmo com citação e

audiência regulares e mesmo com o comparecimento aos autos para pedir cópia e prorrogação de

prazo, permaneceu inerte, sem apresentar razões de justificativa aos argumentos da audiência e

alegações de defesa aos da citação, razões pelas quais deve também ser considerado revel para todos

os efeitos, com prosseguimento normal do processo.

CONCLUSÃO

36. No que se refere às audiências, devem ser considerados revéis, para todos os efeitos,

todos os que foram instados a apresentar razões de justificativa, julgando-se irregulares suas contas

pelas irregularidades a eles imputadas, ressaltando-se dois pontos:

a) a exclusão da irregularidade apontada na letra “a” do parágrafo 7.1, pelas razões

expostas no parágrafo 8, ambos desta instrução, em nome do princípio da verdade real que rege os

processos no âmbito do Tribunal, independentemente da decretação da revelia;

b) a exclusão da responsabilidade do Senhor Mário Ferreira Garcia, em razão do

disposto nos parágrafos 21-27 supra, em virtude da impossibilidade de se arquivar o presente

processo pela existência de mais responsáveis arrolados.

37. Quanto à citação, melhor sina não merece o ex-alcaide Leocádio Olímpio Rodrigues,

pelos mesmos fundamentos esposados no parágrafo anterior, pois deixou transcorrer in albis o prazo

para apresentar defesa, embora devidamente citado.

38. A decretação da revelia dos responsáveis, in casu, não pode ter outro corolário que

não seja o julgamento das presentes contas pela irregularidade, com a imputação do débito a eles,

sem prejuízo de outras sanções, ressaltando que a inércia processual de ambos tirou-lhes a

oportunidade de demonstrar, ao menos, ausência de má fé em seus procedimentos ou causa excludente

de ilicitude.

39. Outrossim, para fins do que dispõe o art. 1º, I, “g”, da LC 64/1990, alterada pela LC

135/2010, entendemos mister – até porque é dever das instituições zelar pela eficácia das leis – o

pronunciamento do Tribunal no que pertine à possibilidade de saneamento das irregularidades aqui

apontadas, à intenção dos responsáveis e à natureza ou não de improbidade administrativa.

40. Quanto à possibilidade de saneamento, o egrégio Tribunal Superior Eleitoral tem

consagrado, em seus julgados, como se vê a seguir, a tese de que uma irregularidade é de natureza

insanável, quando resulta de atos que não mais podem ser convalidados ou sanados, quer por

decorrência de sua forma ou de seu conteúdo: Quanto à irregularidade apontada pelo Tribunal de Contas, saliente-se que o vício de natureza

insanável é aquele que resulta da prática de atos que, por sua natureza, não podem mais ser convalidados ou

sanados, quer por decorrência de sua forma, quer por seu conteúdo, e que causam prejuízo irreparável ao

cidadão e à administração pública" . (REsp 29.340/SP, Rel. Min. Caputo Bastos, publicado em sessão em

10/9/2008).

41. Portanto, entendemos que as irregularidades aqui comprovadas são insanáveis, pois

tais atos, não podem ser convalidados, haja vista que não se pode regularizar o que, por sua natureza,

é irregular. Também entendemos que o elemento doloso se faz presente, bem como a configuração, em

tese, de improbidade administrativa (art. 10, VIII, Lei 8.429/1992).

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

42. Ante o exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo o que adiante

se segue.

42.1. Seja excluída a responsabilidade do Senhor Mário Ferreira Garcia, em razão do

disposto nos parágrafos 21-27 supra.

42.2. Seja, com fulcro no art. 12, IV, § 3º, da LO/TCU, decretada a revelia dos Senhores

Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF

577.531.132-91), em razão do que consta nos parágrafos 28-35 supra.

42.3. Sejam, com espeque no art. 16, III, “b”, da LO/TCU, julgadas irregulares as contas

dos Senhores Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas

(CPF 577.531.132-91), em razão das irregularidades narradas no parágrafo 7.1, letras “b”, “c” e

“d”, desta instrução.

42.4. Seja, com base no art. 19, parágrafo único, da LO/TCU, aplicada aos Senhores

Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF

577.531.132-91) a multa prevista no art. 58, II, do mesmo instituto legal.

42.5. Sejam, com fulcro no art. 16, III, “a”, “b” e “c”, da LO/TCU, julgadas irregulares

as contas do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), em razão das

irregularidades narradas nos parágrafos 7.2 e 7.3 desta instrução, e considerado em débito pelo valor

a seguir discriminado, condenando-o ao pagamento da referida importância, atualizada

monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir da data apontada até a efetiva

quitação do débito, fixando-lhe o prazo de quinze dias para que comprove, perante o Tribunal, o

recolhimento da referida quantia aos cofres do FNS/MS, nos termos do art. 23, III, “a”, da citada Lei,

c/c os arts. 215 e 216 do RI/TCU:

Data do débito Valor do débito

27/4/2006 100.000,00

42.6. Seja, com fulcro no art. 19, caput, da LO/TCU, aplicada a multa do art. 57 da

LO/TCU ao Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), em razão das

irregularidades narradas nos parágrafos 7.2 e 7.3 desta instrução, fixando-lhe o prazo de quinze dias,

a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia

aos cofres do FNS/MS, nos termos do art. 23, III, “a”, da citada Lei, c/c os arts. 215 e 216 do

RI/TCU, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir da notificação

até a efetiva quitação do débito.

42.7. Seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial das dívidas nos termos do art. 28,

inciso II, da Lei nº 8.443/92, caso não atendida a notificação.

42.8. Seja encaminhada cópia do acórdão que vier a ser prolatado à Procuradoria da

República no Maranhão para a adoção das medidas que julgar cabíveis”.

2. O Ministério Público manifestou-se de acordo com a proposta da Unidade Técnica.

É o Relatório.

pp

VOTO

Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de tomada de contas especial (TCE)

instaurada em razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, firmado com o Município de Serrano

do Maranhão/MA. O ajuste tinha por objeto a aquisição de unidade móvel de saúde e visava fortalecer

as ações do sistema único de saúde (SUS) no município.

2. Para aquisição do objeto, a União disponibilizou a importância de R$ 100.000,00,

enquanto a contrapartida do convenente era de R$ 8.000,00. Extrato da conta corrente específica do

convênio evidencia que ambas as quantias foram creditadas. A aquisição do veículo ocorreu junto à

Fiat Automóveis S/A, no valor de R$ 63.996,00 (peça 1, p. 238-248), e o fornecimento dos

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130

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

equipamentos e a instalação deles, junto à Green Car, Veículos Especiais, Peças e Serviços Ltda., na

importância de R$ 44.004,00 (peça 1, p. 250-260).

3. São relatadas, neste processo, as seguintes irregularidades: (a) ausência de comprovação

de regular procedimento licitatório; (b) ausência de comprovação de execução do objeto do convênio;

(c) irregularidades na execução financeira dos recursos transferidos; e (d) prestação de contas

intempestiva.

4. O Sr. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito municipal, foi ouvido em audiência em

razão dos fatos apontados nas alíneas “a” e “d” do parágrafo anterior, bem como citado pela

integralidade dos recursos federais repassados, em razão de problemas na execução física e financeira

do convênio (alíneas “b” e “c”). Também foi promovida a audiência dos Srs. Cláudio Henrique Baeta

Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, membros da Comissão de Licitação, pela

ausência de comprovação de regular procedimento licitatório.

5. Devidamente notificados, os responsáveis deixaram transcorrer in albis o prazo a eles

concedido para apresentação de defesa, tampouco houve o recolhimento do débito pelo Sr. Leocádio.

Dessa forma, entendo que deva ser declarada a revelia dos responsáveis, dando-se prosseguimento ao

processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

6. Assim, a Secex-MA, com anuência do Ministério Público junto ao TCU, manifestou-se

pela irregularidade das contas dos responsáveis, com consequente aplicação de multas, bem como a

condenação em débito do ex-prefeito pela integralidade dos recursos transferidos. Registro que nada

foi proposto em relação ao Sr. Mário Ferreira Garcia, tendo em vista a notícia de seu falecimento em

data anterior à audiência, fato devidamente confirmado pela Unidade Técnica.

7. Peço vênias por divergir do encaminhamento proposto, sobretudo quanto à existência do

débito.

8. Para fundamentar a condenação pela integralidade dos recursos, a unidade técnica assim

se pronunciou:

28.2. Outrossim, não há comprovação de nexo entre: a unidade móvel de saúde

apresentada à equipe; o veículo emplacado nos termos do parágrafo 18 supra, letras “o” e “p”

(placas HQE-4411, Renavan 895325616 e chassi 93W244F1372009132); e as despesas referentes

aos recursos transferidos, pretensamente liquidadas pelas notas fiscais anteriormente referidas.

28.2.1. Isto porque o responsável não apresentou o CRLV da unidade móvel de saúde nem

consta na autorização para emplacamento os dados das notas fiscais de aquisição do veículo, o que

pode, inclusive, ser consultado oficialmente no Detran-MA, juntamente com a transcrição do chassi

no ato do emplacamento.

28.3. Ademais, o responsável não se justificou de forma eficaz quanto às irregularidades

apontadas na execução financeira dos recursos, evidenciando-se ainda outras mais agora apontadas,

mormente com relação aos seguintes aspectos:

a) não comprovou a inclusão dos recursos transferidos pelo Ministério da Saúde no

orçamento municipal, através da lei orçamentária, haja vista que o documento apresentado (cópia de

balancetes orçamentários) não foram suficientes para tal desiderato, já que não indicaram o exercício

ao qual pertenciam e nem comprovaram que houve a inclusão da respectiva receita na lei

orçamentária anual - LOA pertinente;

b) não aplicação dos recursos financeiros em conta corrente remunerada enquanto não

utilizados, em desatenção ao art. 20, § 1º, da IN/STN 1/1997;

c) pagamento efetuado mediante TED, contrariando o disposto no art. 20, caput, da

IN/STN 1/1997;

d) pagamento de tarifas bancárias por devolução de cheques, colidindo com o art. 8º,

incisos IV e VII, da IN/STN 1/1997;

e) liquidação da despesa posterior ao pagamento e feita de forma precária (vide

parágrafo 23 supra, letra “b”; e peça 2, p. 9 e 11), em desatenção ao art. 30 da IN/STN 1/1997 e aos

arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9. Compulsando os autos, chego a uma conclusão diversa do entendimento manifestado

pela Secex-MA. Senão vejamos.

10. Não vejo inconsistências nos elementos juntados para comprovar a aquisição da

ambulância. Contratos firmados, notas fiscais emitidas e extratos bancários fazem referência aos

mesmos valores e não há inconsistências cronológicas nesses documentos. Ainda, a nota fiscal emitida

pela Fiat Automóveis tem como destinatário o Município de Serrano/MA e faz menção ao número do

chassi do veículo, que coincide com o número informado pelo Detran/MA na autorização para

emplacamento.

11. Por prudência, também promovi consulta ao sítio eletrônico da Secretaria de Fazenda

do Estado do Maranhão (peça 34) e confirmei a propriedade do veículo, que pertence ao Município de

Serrano do Maranhão/MA.

12. Dessa forma, o fato de inexistir nos autos CRLV da unidade móvel de saúde não

impede a verificação do nexo de causalidade na aplicação dos recursos. Também não acho essencial,

para fins de comprovação das despesas, que a autorização para emplacamento faça menção à nota

fiscal, até mesmo porque, do contrário, esta Corte invadiria a competência do Denatran/Detran em

estabelecer exigências para licenciar veículos recém adquiridos. A meu ver, como já afirmado, a

presença do número do chassi já é suficiente para comprovar que a autorização se referia ao veículo

adquirido pela Prefeitura.

13. Em relação aos vícios apontados na execução financeira do convênio, tenho que

nenhuma delas constitui razão suficiente para impugnar a integralidade das despesas.

14. A não inclusão dos valores do convênio no orçamento municipal constitui uma falha

formal, que deve ser melhor analisada juntamente com as contas do referido ente. Em razão disso,

entendo que deva ser encaminhada cópia desta deliberação ao Tribunal de Contas do Maranhão, para

conhecimento.

15. A ausência de aplicação financeira dos recursos não constitui, no caso concreto, uma

irregularidade, vez que o lapso entre o crédito dos recursos na conta corrente específica e o pagamento

dos fornecedores não superou sete dias. Não vejo, por isso, razoabilidade em aplicar qualquer sanção

ao ex-prefeito. Da mesma forma, o pagamento de tarifas bancárias também não pode ensejar a

apenação do gestor, dada sua inexpressividade (R$ 0,35) e o posterior depósito da quantia na conta.

16. Quanto ao pagamento efetuado mediante Transferência Eletrônica Disponível (TED),

vejo que a IN 1/1997 expressamente autorizava a movimentação da conta por meio dessa operação

financeira (art. 20), razão pela qual não vejo motivos para apenar jurisdicionados.

17. Por último, afasto também a suposta irregularidade relacionada à liquidação da despesa

em data posterior ao pagamento. Isso porque as liquidações ocorreram em 30/4/2006, data do ateste

nas notas fiscais, enquanto que os pagamentos só foram realizados no mês subsequente (maio/2006).

18. Em que pese a descaracterização do débito, entendo que as contas dos responsáveis

(Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros

Rodrigues, membros da comissão de licitação) devem ser julgadas irregulares, pois, como bem lançado

pela Unidade Técnica, foram identificadas diversas falhas relacionadas ao procedimento licitatório.

Nesse ponto, acolho os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir.

19. Em especial, destaco a incongruência entre o aviso de licitação e os despachos de

homologação e de adjudicação do certame. Se por um lado o aviso de licitação informa a existência de

um procedimento licitatório para aquisição de veículo e de gabinete, com critério de julgamento sendo

o menor preço global, por outro a homologação/adjudicação menciona duas empresas contratadas, uma

para o fornecimento do veículo, outra para os equipamentos/adaptação.

20. Além dos problemas relacionados ao procedimento licitatório, também levo em

consideração, na dosimetria da multa aplicada ao Sr. Leocádio, o fato de a prestação de contas ter sido

apresentada de forma intempestiva.

Com espeque nessas considerações, VOTO no sentido de que seja adotado o Acórdão que

ora submeto à deliberação deste Colegiado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pp

ACÓRDÃO Nº 993/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 016.194/2011-0.

2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()

3.2. Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros

Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia

(585.369.492-87).

4. Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, destinado à aquisição de uma unidade móvel de

saúde,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. declarar a revelia dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, Cláudio Henrique Baetas

Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei

8.443/1992;

9.2. excluir o Sr. Mário Ferreira Garcia da relação processual;

9.3. julgar irregulares as contas dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito,

Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, com

fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19 e 23, inciso III, da Lei Orgânica do

TCU;

9.4. aplicar aos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas

Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, multas individuais nos valores

de R$ 10.000,00 (dez mil reais), R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 6.000,00 (seis mil reais),

respectivamente, com fundamento no art. 58, incisos I e II, da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de

15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III,

alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizados

monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitadas após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.6. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.7. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer

parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do

Regimento Interno deste Tribunal;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.8. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam,

ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão e aos responsáveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0993-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

pp

GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 016.209/2011-7

Natureza: Tomada de Contas Especial

Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA

Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago

(124.833.113-34).

Interessado: Ministério da Saúde (vinculador)

Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NÃO COMPROVAÇÃO DE

DESPESAS REALIZADAS COM RECURSOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. REVELIA DE

UM RESPONSÁVEL. ALEGAÇÕES DE DEFESA DA OUTRA RESPONSÁVEL REJEITADAS.

CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTAp

RELATÓRIO

Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex-MA, que contou com a

anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.

“Trata-se de tomada de contas especial (TCE) instaurada pelo Ministério da

Saúde/Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde (MS/FNS), consoante o Relatório 078/2010

(peça 1, p. 301-307), tendo como responsáveis os Srs. Raimundo Nonato Borba Sales, ex-prefeito

municipal de Cantanhede-MA, e Luís Freitas Guimarães, ex-Secretário Municipal de Saúde do

município, em razão de possíveis irregularidades na aplicação de recursos do Sistema Único de Saúde

(SUS) nos exercícios de 2006 e 2007, conforme teor do Relatório de Auditoria 8367/2009, do

Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) (peça 1, p. 5-68).

HISTÓRICO

2. O órgão instaurador apontou irregularidades na aplicação dos recursos do SUS,

decorrentes da não apresentação da documentação comprobatória de despesas realizadas com os

recursos financeiros repassados fundo a fundo, relativos ao período de julho de 2006 a junho de 2007,

conforme resumo constante no relatório de tomada de contas especial (peça 1, p. 303-305), baseado

no mencionado Relatório de Auditoria 8367/2009, pelas quais imputou aos responsáveis solidários

débito no montante original de R$ 1.570.467,49, cujo detalhamento se encontra na Constatação

33840 e Proposição de Ressarcimento inseridas no relatório de auditoria do Denasus (peça 1, p. 25 e

29-64).

3. Eis as irregularidades apontadas no Relatório de Auditoria 8367/2009 (peça 1, p.

5-68):

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

a) no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde — CNES, as sete equipes da

estratégia Saúde da Família estão realizando suas ações em somente duas unidades de saúde, sendo

que estão cadastradas em cinco unidades;

b) as quatro equipes de Saúde Bucal estão cadastradas no CNES em quatro unidades de

Saúde. Entretanto, os atendimentos odontológicos estão sendo realizados somente em uma unidade de

Saúde, onde se encontra o único equipamento odontológico do município;

c) os profissionais das equipes de saúde da família e saúde bucal não cumprem a carga

horária de 40 horas semanais, preconizada na Portaria GM/MS n°. 648/2006;

d) os postos de Saúde Vila Palmeira e Galvão encontram-se sem condição de

funcionamento;

e) a imunização no município é realizada apenas no centro de saúde Clovis Chaves e nas

demais unidades somente nos períodos de campanha;

f) a Central de Abastecimento Farmacêutica — CAF funciona em sala única, não existindo

controle de estoque de medicamentos;

g) a Secretaria Municipal de Saúde não comprovou despesas, em desacordo com o art. 63,

§§ 1° e 2°, da Lei 4.320/1964 e o Decreto 93.872/1986.

4. A quantificação do dano está discriminada em tabela inserta no item V – Das

Irregularidades/Quantificação do Dano do Relatório do Tomador de Contas Especial nº 0278/2010

(peça 1, p. 303-305). O débito se originou em virtude da ausência de apresentação de documentação

comprobatória das despesas realizadas com os recursos financeiros repassados fundo a fundo, no

período de julho de 2006 a junho de 2007.

5. O supramencionado relatório enumera, também, as notificações expedidas visando

a regularização das contas e o ressarcimento do dano (peça 1, p. 305).

6. Na instrução anterior (peça 3), em virtude da ausência nos autos de documentação que

comprovasse que as pessoas arroladas nos autos como responsáveis, pelo órgão instaurador da TCE,

foram as que efetivamente movimentaram os recursos, propôs-se diligência ao Banco do Brasil

solicitando cópia dos cheques relacionados nos extratos das contas 7.120-X, 10.726-3 e 58.042-2,

mantidas pela Prefeitura Municipal de Cantanhede-MA na agência 1734-5 (peça 1, p. 72-136), bem

como informasse os dados de identificação das pessoas habilitadas a movimentar as referidas contas

correntes no período compreendido entre junho de 2006 e julho de 2007.

7. A proposta supra teve a anuência do Diretor da 2ª Diretoria Técnica que, em função do

disposto no art. 1º, I, da Portaria-GAB-AN nº 1, de 15 de outubro de 2010, bem como em face da

subdelegação de competência prevista no art. 1º, II, da Portaria Secex-MA nº 1, de 1 de setembro de

2008, determinou a realização das diligências propostas (peça 4).

8. Por meio do Ofício nº 1.360/2012 – TCU/SECEX-MA, de 26/6/2012 (peça 5), efetuou-se

diligência à Superintendência do Banco do Brasil no Maranhão (peça 6), solicitando a documentação

mencionada no item 4.

9. Ante o não encaminhamento da documentação solicitada, reiterou-se diligência ao

Banco do Brasil por meio do Ofício nº 1.930/2012 – TCU/SECEX-MA, de 10/8/2012 (peça 7),

recebido em 28/8/2012 (peça 8).

10. Por meio do Ofício CSO Judi 7804618-1/2012 (peça 9), o Banco do Brasil solicitou

prorrogação do prazo para atendimento à solicitação deste Tribunal em sessenta dias, o que foi

deferido pela Secex/MA (peça 10).

11. Em resposta, O Banco do Brasil encaminhou cópia dos cheques solicitados por meio

do Ofício CSO Judi 7804618-2/2012 (peças 12-15).

12. Compulsando-se os cheques encaminhados pelo Banco do Brasil, verificamos que

todos eles foram assinados por Luís Freitas Guimarães, Ex-Secretário Municipal de Saúde do

município, e pela Sra. Maria Rosa Reis Lago, Tesoureira.

13. Dessa forma, na instrução de peça 18 foi proposta a citação dos Srs. Luís Freitas

Guimarães e Maria Rosa Reis Lago pela não comprovação das despesas efetuadas com recursos do

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo a linha alvitrada pelo órgão instaurador, e acrescentou-se,

ainda, a irregularidade no que tange à emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-

MA, falha verificada na análise das cópias dos cheques.

EXAME TÉCNICO

14. Em cumprimento ao Despacho do Diretor da 2ª Diretoria Técnica da Secretaria de

Controle Externo no Estado do Maranhão (peça 19), foi promovida a citação dos Srs. Luís Freitas

Guimarães e Maria Rosa Reis Lago, mediante os Ofícios 3018/2012 e 3020/2012 (peças 23 e 24),

datados de 29/10/2012.

15. Os Srs. Luís Freitas Guimarães e Maria Rosa Reis Lago tomaram ciência dos ofícios

que lhes foram remetidos, conforme documentos constantes das peças 26 e 27. No entanto, o Sr. Luís

Freitas Guimarães optou por não se manifestou quanto às irregularidades apontadas no expediente

citatório.

16. Transcorrido o prazo regimental fixado e mantendo-se inerte o Sr. Luís Freitas

Guimarães, impõe-se que seja considerado revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo

com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

17. De forma diversa, a Sra. Maria Rosa Reis Lago apresentou suas alegações de defesa,

conforme documentação integrante da peça 25.

Das Alegações de Defesa

18. Os responsáveis foram ouvidos em decorrência das seguintes irregularidades:

a) pagamentos em que não há não comprovação das despesas efetuadas com recursos do

Sistema Único de Saúde (SUS);

b) pagamentos em que houve emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-

MA ou do Fundo Municipal de Saúde, caracterizando rompimento de nexo causal entre o desembolso

e a despesa realizada;

19. Preliminarmente, a peticionante informa que toda a gestão municipal era concentrada

no ex-prefeito, o Sr. Raiumundo Nontato Borba Sales, e que, como tesoureira, só assinava os cheques

e, por isso, qualquer irregularidade na administração dos recursos não era de seu conhecimento, pois

tinha sua atuação amparada pela boa-fé.

20. Ressalta que todos os programas do Fundo Nacional de Saúde tiveram seus objetivos

devidamente cumpridos e explicitou a forma utilizada para gerir os recursos de cada programa,

conforme se segue:

a) Programa de Assistência Farmacêutica:

- cheque nominalmente preenchidos ao credor, com o intuito de facilitar sua localização e

permitir o controle de pagamentos, identificando o credor;

- a conta responsável pela liquidação é a conta-corrente 10.726-3, pertencente à Unidade

do Banco do Brasil localizada no Município de Cantanhede/MA;

- da análise de toda a documentação apresentada nas prestações de contas anteriores,

constata-se que todos os pagamentos ocorreram sem qualquer menção a débitos em nome desta

Secretaria, apontando para a devida regularidade na execução dos objetivos do Programa;

b) Programa de Atenção Básica - PAB Fixo/Variável (ACS/Saúde Bucal/PSF):

- diferentemente do Programa de Assistência Farmacêutica, quando os recursos eram

depositados, incontinenti, estes eram transferidos para a conta da Folha de Pagamentos da Prefeitura

– FOPAG;

- conta responsável pelo recebimento dos recursos do PAB era a conta-corrente 58.042-2

- FMS, pertencente à Unidade do Banco do Brasil localizada no Município de Cantanhede/MA;

c) Vigilância Epidemiológica:

- da mesma forma que o pagamento do PAB, o pagamento da Vigilância Epidemiológica

era realizado através de utilização da conta-corrente 7120-X;

- o pagamento da folha de servidores, era utilizado também para o pagamento dos

equipamentos gráficos, instrumentos de trabalho, roupas de trabalho;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

- observa-se que o recurso foi empregado unicamente na manutenção deste

microssistema, o que por sua vez, trouxe benefícios ao Ente Municipal, com isso, não há que se falar

em desvio de recursos, pois todos os recursos foram empregados no objeto do repasse;

d) Vigilância em Saúde:

- o pagamento de cada folha era realizado mediante a realização de contrapartida do

Município;

- salienta-se que todo o recurso foi entregue, e sua finalidade cumprida, devendo se

afastar neste caso, qualquer irregularidade que se possa aventar;

21. Informou, também, que nem todos os documentos conseguiu encontrar, a exemplo dos

cheques da Assistência Farmacêutica. No entanto, a Assistência Farmacêutica estaria detalhada na

Prestação de Contas que foi enviada ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, em relação ao

período de junho de 2006 a dezembro de 2006.

22. Aliado a isso, ressaltou que no período de janeiro a junho de 2007, não ocorreu a

prestação de contas devido ao afastamento do Prefeito do Município, o Sr. Raimundo Nonato Borba

Sales, fato que dificultou o acesso a muitas informações importantes para o esclarecimento das

impropriedades apontadas, bem como informou que a Municipalidade está sob o mandato do

adversário político da defendente, o que dificultou o acesso a outros documentos relativos aos fatos

em tela.

23. Em função desses aspectos, solicita que, ainda que haja alguma irregularidade a ser

sanada, que seja a interessada notificada para o saneamento destas contas.

24. Por fim, a alegante anexa cópias de diversos documentos, quais sejam: notas fiscais,

recibos, relatórios de folha de pagamento e comprovantes de depósito.

Análise dos Argumentos de Defesa

25. A alegação de defesa apresentada tem argumentação baseada em três aspectos

principais: a assinatura da gestora tinha o cunho apenas procedimental, foi relatado o modus

operandi da gestão dos recursos da saúde e juntada de documentos no intuito de comprovar os gastos.

26. Sobre o primeiro aspecto, ao afirmar que apenas assinava os cheques, a gestora, além

de confirmar a autoria da irregularidade praticada, tem a sua situação agravada em virtude de sua

conduta reprovável no que tange à sua atuação leniente e na falta de controle dos gastos públicos. Ao

informar que a gestão municipal era concentrada no ex-prefeito, e que, como tesoureira, só assinava

os cheques, como informado, a alegante contribuiu decisivamente para ocorrência de possíveis

desvios e malversação de recursos públicos.

27. Sobre os segundo e terceiro aspectos, as ponderações devem ser feitas em conjunto, a

saber: procedimento de gestão e análise documental.

28. Inicialmente, ressaltamos que em relação aos documentos encaminhados pelo Banco

do Brasil, tem-se à peça 28 quadro em que se indicam os cheques emitidos, por conta e Programa,

data de expedição, valor, localização nos autos, e beneficiário, de modo a facilitar a análise que se

seguirá.

29. No que tange ao Programa de Assistência Farmacêutica, é afirmado que seus

pagamentos eram feitos com cheques nominais.

30. Compulsando-se os cheques relativos à conta específica deste programa (ag. 1734-5,

c/c 10.726-3), percebe-se que os cheques 850001 e 850003 (peça 13, p. 13 e 17), diferentemente do

que foi afirmado pela alegante, foram emitidos ao FMS e os cheques 850002 e 850004 (peça 13, p. 15

e 19) foram emitidos à outros credores.

31. Não obstante ser obrigação do gestor demonstrar o nexo entre os recursos

despendidos (cheques emitidos) e comprovação das despesas efetuadas (notas ficais), cotejando-se as

notas fiscais e recibos apresentados pela gestora (peça 25, p. 20-94) e esses dois cheque nominais à

outros credores (850002 e 850004) não foi possível estabelecer uma relação evidente entre os

documentos de débito e os comprovantes dos pagamentos, em virtude de os valores, datas e

fornecedores (das notas fiscais e cheques) serem destoantes.

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137

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

32. Quanto aos demais cheques, verifica-se a situação descrita na instrução de citação,

qual seja, emitidos em nome da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde

33. Com relação aos demais programas (subitem 20, letra b), constata-se que grande

parte dos cheques foram depositados na c/c 2000-1, ag. 1734-5, conta, também, pertencente à

prefeitura, consoante peça 25, p. 86, informação que vai ao encontro do que foi exposto pela gestora.

34. Contudo, a centralização de todos os recursos em uma única conta, ao invés de reduzir

as irregularidades e erros, como afirmado pela responsável, causa uma perniciosa confusão

patrimonial.

35. Da forma como relatado, os salários da folha de pessoal são pagos por intermédio de

uma conta específica cujos recursos são provenientes de diversas pastas, dificultando sobremaneira,

ou mesmo, impossibilitando o estabelecimento do nexo causal entre o desembolso e a despesa

realizada, já que, uma vez na conta, a segregação entre as diversas fontes dos recursos inexiste.

36. De todo modo, a informação dessas transferências entre contas do órgão não elide a

irregularidade na emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-MA ou do Fundo

Municipal de Saúde, bem como os relatórios de folhas de pagamentos colacionados não têm o condão

de comprovar as despesas com recursos governamentais, na medida em que, isoladamente, não

demonstram a saída de numerário da conta acima, para custeio dos programas em questão.

37. Quanto aos demais cheques, a situação do item 32 se repete, cheques também emitidos

em nome da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde.

38. Outrossim, os demais documentos fiscais (notas e recibos) apresentados também

padecem dessa falta de força comprobatória, tendo em vista que não há como correlacionar os

diversos débitos e os comprovantes apresentados.

39. No que tange às demais alegações da defendente, relativas à prestação de contas

enviada ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, na qual estariam presentes os documentos

suscitados e na afirmação de que todos os recursos foram empregados no objeto do repasse, não

teriam a capacidade para afastar o cerne das irregularidades em tela – pagamentos em que não há

comprovação das despesas efetuadas com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e pagamentos

em que houve emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-MA ou do Fundo Municipal

de Saúde, caracterizando rompimento de nexo causal –, uma vez que abrangem questões secundárias

em relação àquelas acima indicadas, bem como em especial porque para se afastar essas

irregularidades, necessário seria trazer aos autos elementos que de fato possibilitassem estabelecer

esse nexo causal entre os desembolsos e despesas realizadas, o que não é possível em face dessas

alegações.

40. Acerca da dificuldade de acesso às informações devido ao afastamento do prefeito do

município, à época, e pelo atual prefeito ser adversário político, tal justificativa não pode ser aceita

porque constituiria um precedente a ser alegado por qualquer gestor no caso de omissão, e também à

vista da Decisão 354/96-TCU-2ª Câmara, cujos principais trechos colacionamos abaixo: Os elementos oferecidos à colação em nada contribuem para a solução da pendência original ou

para o esclarecimento da questão, resultando na afirmação de que existe dificuldade para a constituição da

documentação exigida, dada a divergência política com o atual mandatário local.

Existindo, de fato, restrição à sua pessoa, por parte da atual administração, deveria o implicado

ter movido ação na justiça, no sentido de ver assegurado o seu direito de acesso aos documentos reclamados.

41. A despeito da solicitação de nova oportunidade para saneamento das contas, reza o

art. 160 do RI/TCU que as alegações de defesa as razões de justificativa serão admitidas dentro do

prazo determinado na citação, sendo facultada à parte a juntada de documentos novos, até o término

da etapa de instrução.

42. No caso em tela, como expediente citatório enviado à gestora é válido porquanto

abarcou todos os requisitos legais da citação, como a correta quantificação do débito,

responsabilização do gestor e descrição das irregularidades, é, portanto, descabida a solicitação de

nova oportunidade para saneamento das contas, já que, como não há novos elementos, permanecem

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138

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

as mesmas irregularidades apontadas naquele instrumento e todas as falhas são do conhecimento da

responsável, afora, não haver respaldo regimental para que se possa acatar tal pleito. Ademais, como

antes afirmado, deveria o ex-gestor ter movido ação na justiça, no sentido de ver assegurado o seu

direito de acesso aos documentos reclamados.

43. Dessa forma, propõe-se rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Sra. Maria

Rosa Reis Lago, uma vez que seus argumentos não atacaram as irregularidades a ela atribuídas e os

documentos coligidos não foram suficientes para elidir as ocorrências apontadas.

44. Assim, restou comprovado que os Srs. Luís Freitas Guimarães e Maria Rosa Reis Lago

movimentaram as contas do SUS e que, por não sanearem as ocorrências apontadas, permanecem os

valores glosados na instrução citatória (peça 18, item 14).

45. Concluí-se, portanto, que os mencionados desembolsos cujas correspondentes

despesas com recursos do SUS que não foram comprovados configuraram afronta ao art. 70 da

Constituição Federal e art. 93 do Decreto-lei nº 200/1967, bem como a emissão de cheques em nome

da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde, caracterizaram rompimento de nexo

causal entre o desembolso e a despesa realizada, visto que os cheques foram emitidos à ordem da

Prefeitura, ao invés de serem emitidos nominativos aos credores, assim, incorreram os gestores no

descumprimento do art. 74, § 2º, e art. 93 do decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967.

46. Ante o exposto, propõe-se que sejam julgadas irregulares as contas dos Luís Freitas

Guimarães e Maria Rosa Reis Lago.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

47. Insta ressaltar que a equipe de auditoria do Denasus identificou outras

irregularidades/impropriedades, tratadas no Relatório de Auditoria 8367/2009 a seguir elencadas, as

quais não resultaram em débito, propondo medidas saneadoras reputadas adequadas, com as quais

concordamos. Ei-las:

a) no município existem sete equipes de estratégia Saúde da Família e quatro de Saúde

Bucal no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, porém as equipes realizam suas

atividades somente no posto de saúde da Vila Palmeira e no Centro de Saúde Cloves Chaves

(constatação nº 36023);

b) as instalações físicas do Posto de Saúde Vila Palmeira e do Posto de Saúde Galvão

apresentam inconformidades, tais como paredes e piso muito sujos e quebrados, móveis deteriorados

por ferrugem e/ou quebrados (constatação nº 36029);

c) a imunização no município é realizada diariamente somente no Centro de Saúde Cloves

Chaves e nas demais unidades apenas nos períodos de campanhas (constatação nº 36040);

d) a carga horária das equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal efetivamente

trabalhada está inferior ao determinado na Portaria/MS/GM nº 648/2006 (constatação nº 36043);

e) existe apenas um equipamento odontológico funcionando, instalado na Unidade Mista

Santa Filomena, onde são realizados os atendimentos da população cadastrada e a livre demanda

(constatação nº 06052);

f) na Central de Abastecimento Farmacêutico – CAF não há controle dos medicamentos

(constatação nº 36272);

g) a Central de Abastecimento Farmacêutico – CAF funciona nas dependências da

Unidade Mista Santa Filomena, em sala única, não possuindo sala administrativa, recepção e de

expediente (constatação nº 36066);

h) o município não alimentou o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em

Saúde – SIOPS no primeiro semestre de 2006, enquanto que no primeiro semestre de 2007 o

município está sem balanço, com processo judicial aberto (constatação nº 36373).

48. Entendemos cabível, portanto, dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede para

que observe as recomendações feitas pelo Denasus, insertas à peça 1, p. 11-25, para sanar as

impropriedades acima elencadas.

CONCLUSÃO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

49. Em face da análise promovida nos itens 23 e 32, propõe-se rejeitar as alegações de

defesa apresentadas pela Sra. Maria Rosa Reis Lago, uma vez que não atacaram as irregularidades a

ela atribuías.

50. Ademais, tendo em vista que não constam dos autos elementos que permitam

reconhecer a boa-fé de ambos responsáveis, sugere-se que as contas dos Srs. Luís Freitas Guimarães

e Maria Rosa Reis Lago sejam julgadas irregulares, nos termos do art. 202, § 6º, do RI/TCU, com a

imputação do débito atualizado monetariamente e acrescido de juros de mora, nos termos do art. 202,

§1º do RI/TCU, descontado o valor já recolhido, com a aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992.

51. Com relação às demais ocorrências apontadas pela equipe de auditoria do Denasus

(item 47), propõe-se dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede para que observe as

recomendações feitas no relatório do Denasus em peça 1, p. 11-25.

BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO

52. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar

débito imputado e sanção aplicada pelo Tribunal, que visam a coibir a ocorrência de fraude e desvios

de recursos públicos federais.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

53. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo ao

Tribunal:

a) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas “b” e “c”, da Lei

8.443/1992 c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, incisos II e III,

210 e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Srs. Luis

Freitas Guimarães, CPF 270.434.013-72, na condição de ex-secretário de saúde de Cantanhede/MA,

e Maria Rosa Reis Lago, CPF 124.833.113-34, na condição de ex-tesoureira de Cantanhede/MA e

condená-los, em solidariedade, ao pagamento das quantias a seguir especificada, com a fixação do

prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso

III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Fundo Nacional de

Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas

discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:

Data Valor (R$)

4/7/2006 5.448,59

31/7/2006 5.448,59

4/9/2006 5.515,13

14/9/2006 1.600,00

15/9/2006 1.521,50

15/9/2006 1.168,50

19/9/2006 2.200,00

3/10/2006 5.515,13

13/11/2006 5.515,13

30/11/2006 2.118,00

4/12/2006 5.515,13

27/12/2006 5.515,13

12/2/2007 5.515,13

13/3/2007 5.921,71

10/4/2007 7.370,87

4/6/2007 5.457,88

16/8/2006 12.433,00

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140

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

21/9/2006 1.362,00

31/10/2006 7.963,45

10/5/2007 13.500,00

3/7/2006 105.447,03

17/7/2006 2.803,99

18/7/2006 38.546,25

31/7/2006 66.900,00

17/8/2006 19.646,25

4/9/2006 88.603,00

18/9/2006 2.804,98

22/9/2006 22.000,00

3/10/2006 86.468,75

20/10/2006 41.939,54

31/10/2006 69.333,20

23/11/2006 41.939,54

4/12/2006 66.900,00

19/12/2006 41.568,75

21/12/2006 85.800,00

15/1/2007 22.668,75

19/1/2006 85.800,00

16/2/2007 108.468,75

29/3/2007 28.600,00

29/3/2007 15.000,00

4/4/2007 67.568,75

24/4/2007 25.000,00

25/4/2007 16.568,75

3/5/2007 66.900,00

25/5/2007 22.668,75

4/6/2007 87.420,00

11/6/2007 5.950,00

14/6/2007 22.650,90

20/7/2007 87.391,65

b) aplicar aos Srs. Luis Freitas Guimarães, CPF 270.434.013-72 e Maria Rosa Reis

Lago, CPF 124.833.113-34, a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento

Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o

Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres

do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do acórdão que vier a ser proferido até

a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

c) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas caso não atendidas as notificações;

d) encaminhar cópia de deliberação, acompanhada do relatório e voto que a

fundamentam à Procuradoria da República no Estado do Maranhão, nos termos do art. 209, § 7º do

Regimento Interno/TCU, para ajuizamento das ações cabíveis;

e) dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede/MA para que observe as

recomendações feitas no relatório do Denasus em peça 1, p. 11-25”.

2. O douto representante do Ministério Público assim se manifestou:

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141

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“À vista dos elementos contidos nos autos, manifestamo-nos de acordo com a proposta de

mérito alvitrada pela SECEX-MA na instrução que integra a peça 29. Nada obstante, sugerimos que

sejam excluídos da condenação os valores de R$ 22.668,75 e R$ 85.800,00, relativos a 15/1/2007 e

19/1/2006, respectivamente (valores contíguos, localizados no terço inferior da tabela de

quantificação do débito que integra a peça 29, p. 8, entre os valores de R$ 85.800,00 (21/12/2006) e

R$ 108.468,75 (16/2/2007)), haja vista que não constaram nos ofícios de citação remetidos aos

responsáveis.

Por oportuno, e para que não haja dúvidas quanto à origem dos valores que compõem a

proposta de condenação, registramos que a quantificação do débito informada nos ofícios de citação

(peças 23 e 24) corresponde, excetuando-se os dois valores mencionados no parágrafo anterior (que

são relativos aos cheques 850142 e 850143), aos valores informados na instrução anteriormente

elaborada pela Unidade Técnica (peça 18, p. 3-4)”.

É o Relatório.

pp

VOTO

1. Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de tomada de contas especial

instaurada pelo Ministério da Saúde, em decorrência da não comprovação de despesas realizadas com

recursos federais do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período

compreendido entre julho de 2006 e junho de 2007.

2. Foram arrolados como responsáveis o Sr. Luis Freitas Guimarães, ex-secretário de

saúde, e a Sra. Maria Rosa Reis Lago, ex-tesoureira, pois foram esses agentes que assinaram os

cheques que autorizaram os saques dos valores impugnados nesta TCE.

3. Regularmente citado, o Sr. Luis Freitas deixou transcorrer in albis o prazo concedido.

Assim, não apresentou alegações de defesa quanto às irregularidades verificadas, nem efetuou o

recolhimento do débito. Dessa forma, entendo que deva ser declarada a revelia do responsável, dando-

se prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

4. A Sra. Maria Rosa, por sua vez, não trouxe aos autos elementos capazes de comprovar a

regular aplicação dos recursos públicos e de demonstrar o nexo causal entre os recursos federais

transferidos e as supostas despesas efetuadas na execução do objeto.

5. A responsável afirma que os recursos foram aplicados nas finalidades previstas

(Programa de Assistência Farmacêutica, Programa de Atenção Básica, Vigilâncias Epidemiológica e

em Saúde), mas não traz elementos suficientes para comprovar a tese defendida. A título de exemplo,

junta algumas notas fiscais, mas não comprova que os recursos federais custearam os valores nela

previstos.

6. Dessa forma, suas alegações de defesa devem ser rejeitadas, razão pela qual as contas

dos responsáveis devem ser julgadas irregulares, condenando-os em débito e aplicando-lhes a multa

prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992. Há diversos precedentes deste Colegiado no mesmo sentido, a

exemplo do recente Acórdão 463/2014-1ª Câmara, de relatoria do eminente Ministro Walton Alencar

Rodrigues.

2. Ante o exposto, acolhendo a proposta de encaminhamento da Unidade Técnica, que

contou com a anuência do Ministério Público junto ao TCU, Voto no sentido de que seja aprovado o

Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.ppp

ACÓRDÃO Nº 994/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 016.209/2011-7.

2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)

3. Interessado/Responsáveis:

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142

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()

3.2. Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago

(124.833.113-34).

4. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

decorrência da não comprovação de despesas realizadas com recursos federais do Sistema Único de

Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período compreendido entre julho de 2006 e junho

de 2007,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em

9.1. declarar a revelia do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72), com fundamento

no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.2. julgar irregulares as contas do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72) e da Sra.

Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas

“b” e “c”, da Lei 8.443/1992, condenando-os solidariamente ao pagamento das quantias a seguir

especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem,

perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas

aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,

calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação

em vigor:

Data Valor (R$)

04/07/2006 5.448,59

31/07/2006 5.448,59

04/09/2006 5.515,13

14/09/2006 1.600,00

15/09/2006 1.521,50

15/09/2006 1.168,50

19/09/2006 2.200,00

03/10/2006 5.515,13

13/11/2006 5.515,13

30/11/2006 2.118,00

04/12/2006 5.515,13

27/12/2006 5.515,13

12/02/2007 5.515,13

13/03/2007 5.921,71

10/04/2007 7.370,87

04/06/2007 5.457,88

16/08/2006 12.433,00

21/09/2006 1.362,00

31/10/2006 7.963,45

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143

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

10/05/2007 13.500,00

03/07/2006 105.447,03

17/07/2006 2.803,99

18/07/2006 38.546,25

31/07/2006 66.900,00

17/08/2006 19.646,25

04/09/2006 88.603,00

18/09/2006 2.804,98

22/09/2006 22.000,00

03/10/2006 86.468,75

20/10/2006 41.939,54

31/10/2006 69.333,20

23/11/2006 41.939,54

04/12/2006 66.900,00

19/12/2006 41.568,75

21/12/2006 85.800,00

16/02/2007 108.468,75

29/03/2007 28.600,00

29/03/2007 15.000,00

04/04/2007 67.568,75

24/04/2007 25.000,00

25/04/2007 16.568,75

03/05/2007 66.900,00

25/05/2007 22.668,75

04/06/2007 87.420,00

11/06/2007 5.950,00

14/06/2007 22.650,90

20/07/2007 87.391,65

9.3. aplicar individualmente multa, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao Sr. Luís

Freitas Guimarães (270.434.013-72) e à Sra. Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com

fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do

Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional, atualizadas

monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data do efetivo recolhimento, se forem pagas

após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do

Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,

atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.6. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer

parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do

Regimento Interno deste Tribunal;

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144

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.7. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o

fundamentam, ao Ministério da Saúde, ao Município de Cantanhede/MA e à Procuradoria da

República no Estado do Maranhão, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0994-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

pp

GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 019.238/2013-4

Natureza(s): Tomada de Contas Especial

Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo

Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-08);

Jorge José de Melo (357.859.937-91)

Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PROGRAMA NACIONAL DE

APOIO À CULTURA. RECURSOS CAPTADOS PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO

"ROTEIRO CULTURAL DA CACHAÇA". OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS.

IRREGULARIDADE DAS CONTAS. DÉBITO. MULTAp

RELATÓRIO

Adoto, como relatório, a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Controle Externo

no Estado de São Paulo (Secex/SP) inserta à peça 16:

INTRODUÇÃO

Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de

Contabilidade do Ministério da Cultura - MinC, em razão da omissão no dever de prestar contas dos

recursos captados pela proponente Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com sede

em São Paulo/SP, destinados a execução do Projeto "Roteiro Cultural da Cachaça", que consistia na

edição de livro bilíngue sobre a cachaça e respectiva cadeia produtiva.

HISTÓRICO

2. No Relatório de Auditoria 543/2013 da Controladoria Geral da União- CGU (peça 1, p.

232-236), consta que foi previsto o valor de R$ 364.019,00 (peça 1, p. 80 e 114), conforme Termo de

Compromisso (peça 1, p 98,), para o referido projeto denominado "Roteiro Cultural da Cachaça", que

consistia na edição de livro bilíngue sobre a cachaça e respectiva cadeia produtiva, objetivando a

captação de recursos financeiros na forma de doações ou patrocínios (Mecenato), conforme

estipulado na Lei n° 8.313/91, de 23/12/1991 (Lei de Incentivo a Cultura), com vigência no período de

19 a 31/12/2005.

3. Em razão da omissão na prestação de contas, a empresa e o responsável foram

notificados pela Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura, conforme: carta cobrança de prestação

de contas, de 31/11/2006 (peça 1, p. 126); Carta, de 3/9/2008 (peça 1, p. 132); edital de notificação,

de 23/2/2010, publicado no DOU de 25/2/2010 (peça 1, p. 134); edital de notificação de 30/3/2010,

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145

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

publicado no DOU n° 61, de 31/3/2010 (peça 1, p. 144-146), com retificação no DOU de 15/7/2011

(peça 1, p. 162); Oficio 144/2012 – CGPC/DIC/SEFIC-MinC, de 10/1/2012 (peça 1, p. 188-190);

oficio 145/2012 – CGPC/DIC/SEFIC-MinC, de 10/1/2012 (peça 1, p. 193-194); e edital de notificação

n° 9, de 17/4/2012, publicado no DOU , de 20/412012 (peça 1, p. 208).

4. Tendo em vista que o responsável permaneceu silente e não recolheu o montante devido

aos cofres do Ministério da Cultura, foi instaurada a presente tomada de contas especial, sendo que

no relatório complementar de TCE 057/2011, de 19/3/2013 (peça 1, p. 170-172), no qual os fatos

estão circunstanciados, consta a conclusão do Tomador de Contas Especial pela responsabilidade

solidária do Senhor Jorge Jose de Melo, sócio majoritário e administrador da empresa proponente

(peça 1, p. 36), e da sociedade limitada Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME

(proponente pessoa jurídica), pelo dano causado ao erário.

5. Desse modo, em atenção ao Despacho do Senhor Ministro-Relator à peça 6, foi

promovida a citação, por intermédio dos Ofícios 2213 e 2214/2013, às peças 7 e 8, do Senhor Jorge

Jose de Melo, solidariamente com a empresa Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME,

para que apresentassem alegações de defesa quanto a não comprovação da boa e regular aplicação

dos recursos recebidos por força do Termo de Compromisso para captação de recursos e execução de

projeto com incentivos fiscais, projeto 04-2338, assim como para que se manifestassem quanto à

omissão no dever de prestar contas do referido ajuste.

EXAME TÉCNICO

6. Assim, tendo em vista que o responsável tomou ciência da citação, tendo inclusive

solicitado prorrogação de prazo para apresentar suas alegações de defesa, conforme peça 11,

expirado o referido prazo prorrogado, o responsável permaneceu silente.

7. Entretanto, respeitando o princípio do contraditório e da ampla defesa podemos

considerar como defesa prévia o teor do pedido de prorrogação, onde o responsável alega o seguinte:

7.1 O livro foi produzido sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil" (conforme

fotos em anexo) e editados 1.000 (mil) exemplares, no mês de dezembro de 2006, cumpriu o objeto do

projeto em questão. A empresa contratou a Sra. Mara Rinaldi, contadora devidamente registrada no

CRC/SP, para prestar serviços contábeis relativas ao projeto, ficando esta de posse de recibos, notas

fiscais e demais documentos comprobatórios dos custos inerentes a produção e edição do referido

livro;

7.2 Alega, portanto, que há elementos fáticos da elaboração e publicação do livro objeto

do projeto em questão;

7.3 Por outro lado, ressalta que outro importante fundamento para que sejam deferidos os

requerimentos adiante apresentados é a ampla defesa e o contraditório constitucionalmente

assegurados no art. 5°, inciso LV da CRFB/88 tanto em sede administrativa quanto em sede judicial,

principalmente no que tange a concessão de vista aos autos para que se possa apresentar uma defesa

técnica a partir do conhecimento do inteiro teor do conteúdo do P.A;

7.5 Por fim, solicitou a dilatação de prazo por, no mínimo trinta dias, para que pudesse

apresentar documentos comprobatórios relativos à execução do projeto supracitado.

8. A empresa Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME permaneceu silente.

CONCLUSÃO

9. Considerando que apesar de ter sido concedida a dilação de prazo, conforme

notificação à peça 14, o responsável não apresentou novas alegações de defesa, nem tampouco os

documentos comprobatórios relativos aos aspectos financeiros que envolveram a produção do livro

sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil".

10. Considerando que a partir dos elementos constantes dos autos, foi possível verificar

que os recursos repassados por força do ajuste foram integralmente gastos na gestão do Sr. Jorge

José de Melo, também responsável pelo encaminhamento da prestação de contas ao concedente.

11. Considerando que foi informado ao responsável que a demonstração da correta

aplicação dos recursos perante este Tribunal deveria ocorrer por meio da apresentação de

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146

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

documentação probatória das despesas efetuadas, tais como notas fiscais, recibos, processos de

pagamento, extratos bancários da conta específica (recursos federais transferidos e contrapartida) e

da aplicação financeira, processos licitatórios, contratos e termos de adjudicação e homologação,

bem como documentos que comprovassem a execução do objeto do termo de ajuste.

12 Levando-se em conta ainda o entendimento desta corte no que toca à omissão do dever

de prestar contas, a saber que a omissão na prestação de contas consuma-se a partir do momento que

se esgota o prazo estabelecido para tal, permanecendo inerte o gestor, nessa linha apontando os

Acórdãos nº 4769/2009 – 1ª Câmara e 2.335/2005 -1ª Câmara. Além disso, o Tribunal em seu art.

209, inciso IV, §4º dispõe que “citado o responsável por omissão que trata o inciso I, bem como

instado a justificar essa omissão, a apresentação posterior das contas, sem justificativa para a falta,

não elidirá a respectiva irregularidade, podendo o débito ser afastado caso a documentação

comprobatória das despesas esteja de acordo com as normas legais e regulamentares e demonstre a

boa e regular aplicação dos recursos, sem prejuízo de aplicação da multa prevista no inciso I do art.

268.”

13. Ademais, cabe destacar o entendimento do Tribunal que estabelece que a existência

física do objeto pactuado, por si só, não constituí elemento apto a comprovar a aplicação dos recursos

federais repassados por meio de convênio ou instrumento congênere e afastar o débito. É necessária a

comprovação no nexo de causalidade entre o objeto executado e os recursos federais a ele destinados

conforme entendimento firmado no Acórdão 10/2007 - Primeira Câmara.

14. Desse modo, concluímos que restou caracterizada a omissão do dever de prestar

contas do Sr. Jorge Jose de Melo e inexistindo nos autos elementos que permitam concluir pela

ocorrência de boa-fé ou de outros elementos que comprovem a regularidade das despesas executadas,

propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que o responsável seja condenado em débito,

bem como que lhe seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

15. Do mesmo modo, considerando a inércia da empresa Damara Produções Jornalísticas

e Culturais Ltda., bem como que a pessoa jurídica convenente deve ser considerada responsável

solidária, em função do incidente de uniformização de jurisprudência que entendeu inexistir fundamento

para se eximir de responsabilidade as pessoas jurídicas signatárias de convênio, firmando-se o seguinte

entendimento no âmbito do Acórdão nº 2763/2011-Plenário: “9.2.1. na hipótese em que a pessoa jurídica de direito privado e seus administradores derem

causa ao dano ao erário na execução de avença celebrada com o poder público federal com vistas à realização

de uma finalidade pública, incide sobre ambos a responsabilidade solidária pelo dano;”

16. Dever-se-á condenar a empresa em solidariedade com o seu administrador pelo dano

ao erário.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

17. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:

a) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, e §§ 1º da Lei

8.443/1992 c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, e §§ 1º,

210 e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Jorge

Jose de Melo (CPF 357.859.937-91), na condição de sócio administrador da empresa Damara

Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, e condená-lo, em solidariedade, com a empresa

Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME (CNPJ 03.360.543/0001-08), ao pagamento da

quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das notificações, para

comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o

recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente e acrescida dos

juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma

prevista na legislação em vigor.

Valor original (R$) Data da ocorrência

364.019,00 23/12/2005

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147

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

b) aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo (CPF 357.859.937-91), a multa prevista no art. 57 da

Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar

da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento

Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde

a data do acórdão que vier a ser proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

c) autorizar o pagamento da dívida do Sr. Jorge Jose de Melo em 36 parcelas mensais e

consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 217 do Regimento Interno, fixando-lhe

o prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, para comprovar perante o Tribunal o

recolhimento da primeira parcela, e de trinta dias, a contar da parcela anterior, para comprovar os

recolhimentos das demais parcelas, devendo incidir sobre cada valor mensal, atualizado

monetariamente, os juros de mora devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

d) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança

judicial da dívida caso não atendida à notificação;

e) arquivar o presente processo, nos termos do art. 169, inciso III do Regimento Interno.

2. O Ministério Público junto ao TCU assim se manifestou:

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de Contabilidade do

Ministério da Cultura (MinC), em vista da omissão no dever de prestar contas dos recursos captados

pela Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com base na Lei 8.313/91 (Lei de

Incentivo à Cultura).

A empresa foi autorizada a captar R$ 364.019,00, para execução do projeto “Roteiro

Cultural da Cachaça”, que compreendia a edição de livro bilíngue sobre a cachaça e sua cadeia

produtiva.

Embora tenha sido notificada a prestar contas dos recursos captados, a Damara

Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME e seu proprietário, Sr. Jorge José de Melo, não

apresentaram os elementos previstos no termo de compromisso firmado.

Assim, o tomador de contas concluiu pela existência de débito no valor total captado.

No âmbito deste Tribunal, a unidade técnica procedeu à citação da empresa e do Sr. Jorge

José de Melo, mas os responsáveis permaneceram silentes.

A despeito disso, a Secex-SP analisou os parcos argumentos constantes do pedido de

prorrogação de prazo formulado pelo proprietário da empresa na peça 11. As informações, contudo,

não foram suficientes para justificar a ausência de prestação de contas dos recursos captados, o que

motivou proposta de julgamento pela irregularidade das contas da Damara Produções Jornalísticas e

Culturais Ltda. ME e do Sr. Jorge José de Melo.

O Diretor Técnico e o Secretário puseram-se de acordo com o encaminhamento sugerido.

Da minha parte, alinho-me à proposta da Secex-SP.

Embora o Sr. Jorge José de Melo afirme que foi produzido um livro e editados mil

exemplares, não foram apresentados quaisquer elementos capazes de comprovar tal assertiva,

tampouco aptos a demonstrar a existência de nexo de causalidade com os recursos captados.

Desse modo, tendo em vista que a omissão dos responsáveis em prestar contas dos valores

obtidos com base na Lei 8.313/91 configurou conduta grave, por não permitir a aferição da correta

aplicação dos recursos nos objetivos previstos, tenho que a proposta formulada pela unidade técnica é

adequada.

Diante do exposto, este membro do Ministério Público de Contas manifesta-se de acordo

com o encaminhamento sugerido pela Secex-SP.

É o relatório.

pp

VOTO

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148

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em vista da omissão no dever de prestar

contas dos recursos captados pela Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com base na

Lei 8.313/91 (Lei de Incentivo à Cultura).

2. A empresa foi autorizada a captar R$ 364.019,00, para execução do projeto “Roteiro

Cultural da Cachaça”, consistente na edição de livro bilíngue sobre a cachaça e sua cadeia produtiva.

3. Embora tenham sido notificados a prestar contas dos recursos obtidos, a empresa e seu

proprietário, Sr. Jorge José de Melo, não apresentaram os elementos previstos no termo de

compromisso firmado.

4. Devidamente citados, esses agentes não apresentaram a prestação de contas dos recursos

em questão e, em essência, afirmaram que:

“o livro foi produzido sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil" (conforme

fotos em anexo) e editados 1.000 (mil) exemplares, no mês de dezembro de 2006, tendo sido cumprido

o objeto do projeto em questão. A empresa contratou a Sra. Mara Rinaldi, contadora devidamente

registrada no CRC/SP, para prestar serviços contábeis relativas ao presente projeto, ficando esta de

posse de recibos, notas fiscais e demais documentos comprobatórios dos custos inerentes a produção

e edição do referido livro.”

5. Quanto à alegação de que o objeto foi executado, cabe destacar que a sua existência

física, por si só, não constitui elemento apto a comprovar a aplicação dos recursos federais utilizados

por terceiros. Isso porque, de acordo com a jurisprudência desta Corte, é necessária a comprovação do

nexo de causalidade entre o objeto executado e os recursos federais a ele destinados, que deve ocorrer

mediante a competente prestação de contas.

6. Como é sabido, todo aquele que utiliza ou gerencia recursos públicos, por obrigação

constitucional e legal, submete-se ao dever de demonstrar o correto emprego dos valores federais, nos

termos dos arts. 70, parágrafo único, e 37, caput, da Constituição de 1988 e do art. 93 do Decreto-Lei

200, de 25 de fevereiro de 1967.

7. Dessa forma, em face da ausência nos autos de elementos capazes de demonstrar a boa e

regular aplicação dos recursos em questão ou a existência de boa-fé, alinho-me ao encaminhamento

sugerido pela unidade técnica e endossado pelo Parquet especializado, no sentido de julgar irregulares

as presentes contas com a condenação em débito dos responsáveis solidariamente.

8. Por fim, tendo em vista a reprovabilidade da conduta daqueles que deixam de comprovar

a regular aplicação dos recursos públicos federais recebidos, infringindo dever legal e constitucional,

bem como a magnitude do dano causado, entendo pertinente a aplicação da pena de multa prevista no

artigo 57 da Lei 8.443/1992, a qual fixo em R$ 30.000,00 para cada responsável.

9. Diante do exposto, acolho o fundamentado parecer da unidade técnica e a manifestação do

Ministério Público junto ao TCU, os quais incorporo como razões de decidir, e voto por que o Tribunal

adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.

pp

ACÓRDÃO Nº 995/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 019.238/2013-4.

2. Grupo I – Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial

3. Interessados/Responsáveis:

3.1. Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-

08); Jorge José de Melo (357.859.937-91).

4. Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).

8. Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada devido

à omissão no dever de prestar contas dos recursos captados para a realização do projeto “Roteiro

Cultural da Cachaça”, cadastrado no Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura,

nos termos da Lei 8.313/1991 (Lei Federal de Incentivo à Cultura),

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar irregulares as contas do Sr. Jorge Jose de Melo e da empresa Damara Produções

Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, condenando-os, solidariamente, ao pagamento da quantia abaixo

relacionada, com a incidência dos devidos encargos legais, calculados a partir da data correspondente

até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, nos termos dos arts. 1°, inciso I, 16, inciso

III, alínea “a”, 19 e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992:

Valor original (R$) Data da ocorrência

364.019,00 23/12/2005

9.2. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os

responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das

referida quantia aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”,

da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU (RI/TCU);

9.3. aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo e à empresa Damara Produções Jornalísticas e

Culturais Ltda. ME, individualmente, a pena de multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor

de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

9.4. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os

responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea

“a”, do RI/TCU), o recolhimento das referidas quantias ao Tesouro Nacional, atualizadas

monetariamente a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido, até a data do efetivo

recolhimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos

termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;

9.6. autorizar, desde já, caso venha a ser solicitado, o parcelamento das dívidas em até 36

(trinta e seis) parcelas mensais, nos termos do art. 217 do RI/TCU, com a incidência sobre cada parcela

dos devidos encargos legais até o efetivo pagamento, esclarecendo que a falta de pagamento de

qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RI/TCU);

9.7. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o

fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei

8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0995-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

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150

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara

TC 030.667/2012-7

Natureza(s): Pensão Civil

Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS

Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça Pessoa

(079.986.544-30)

Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA EM FAVOR DE DUAS

MENORES, NA CONDIÇÃO DE PESSOA DESIGNADA MENOR DE 21 ANOS. EXCLUSÃO DE

UMA DAS BENEFICIÁRIAS, EM RAZÃO DE SUA MAIORIDADE. BENEFÍCIO SEM

PARARELO NO REGIME GERAL. LEI 9.717/1998 E EC 20/1998. ACÓRDÃO 2515/2011-

PLENÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. ILEGALIDADE E NEGATIVA DE REGISTRO. ENUNCIADO

106. DETERMINAÇÕES.p

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução a cargo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip),

acolhida no âmbito da unidade técnica e pelo representante do Ministério Público junto ao Tribunal de

Contas da União (MPTCU):

“INTRODUÇÃO

Em exame ato de concessão de pensão civil da GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS -

MOSSORÓ/RN - INSS/MPS, encaminhado a este Tribunal para apreciação, na sistemática definida na

IN nº 55/2007.

Cumpre esclarecer que o ato em epígrafe deu entrada no TCU no ano de 2009, ou seja, há

menos de 5 (cinco) anos, motivo pelo qual não se faz necessária a realização de oitiva das

interessadas, consoante entendimento balizado no Acórdão 587/2011-TCU- Plenário.

HISTÓRICO

Cuida o presente feito do exame do ato de concessão da pensão civil instituída por

Raimundo Varela do Nascimento (CPF: 039.155.494-87) em favor das beneficiárias Maria Izabel

Mendonça Pessoa (CPF: 079.986.554-02) e Mariana Mendonça Pessoa (079.986.544-30), ambas

habilitadas ao benefício pensional na condição de pessoa designada, menor de 21 anos, que viva na

dependência econômica do servidor, consoante o disposto no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112/90.

Conforme se vê na Peça nº 3, o ato em exame foi submetido a críticas eletrônicas

desenvolvidas no âmbito da Sefip, oportunidade em que, a partir do cruzamento das informações

constantes dos sistemas Siape e Sisac, foi identificado o pagamento de pensões com base no sobredito

dispositivo da Lei 8.112/90, o que contraria o entendimento firmado no Acórdão TCU nº 2515/2011 –

Plenário. Ato contínuo, esta Unidade Técnica manifestou-se pela ilegalidade do referido ato de

concessão.

Encaminhados os autos ao MP/TCU, estes foram devolvidos a esta Sefip a fim de que fosse

corrigida a peça de instrução, haja vista que constou da mesma que as beneficiárias teriam se

habilitado na condição de ‘menor sob guarda’, quando o correto seria ‘pessoa designada, menor de

21 anos, que viva na dependência econômica do servidor’, na forma do previsto no art. 217, II, ‘d’, da

Lei 8.112/90.

A seguir, discorreremos acerca do entendimento desta Corte de Contas quanto à

concessão de pensão com supedâneo no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112/90.

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151

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ANÁLISE TÉCNICA

No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.

Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava o entendimento de que a

concessão de pensão a pessoa designada careceria da comprovação da dependência econômica do

beneficiário em relação ao instituidor, além da designação formal constante dos assentamentos do

instituidor.

Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário, inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a pessoa designada não mais seria devida em razão de que o art. 5º

da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

união, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112, de 1990. Eis

o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou

do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão

civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a

menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,

todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.

Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse entendimento,

a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão nº

183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência econômica da

pessoa designada em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação que comprove

tal dependência, torna-se desnecessária. Vejamos trecho do Voto condutor do Acórdão TCU nº

183/2012-2ªC:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão 2515/2011 - Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’

Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,

entre eles, a pessoa designada, até 21 anos, que viva sob a dependência econômica do servidor,

observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 -

Plenário).

Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade, com

recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a pessoa designada.

CONCLUSÃO

Face ao acima exposto, manifestamo-nos no sentido de que o ato constante deste processo

seja considerado ilegal, uma vez que o art. 5º da Lei 9.717/98 derrogou do Regime Próprio de

Previdência Social dos Servidores Públicos da União, entre outras, a pensão instituída com

fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei nº 8.112/1990.

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152

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de

1.988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o artigo 1º, inciso VIII, e 260, §§

1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de

Controle Interno e as verificações feitas pela Unidade Técnica, na forma prevista no artigo 260,

caput, do Regimento Interno -TCU, PROPONHO:

1) considerar ilegal, para fins de registro, o ato de concessão das pensões civis instituídas

por Raimundo Varela do Nascimento (CPF: 039.155.494-87) em favor das beneficiárias Maria Izabel

Mendonça Pessoa (CPF: 079.986.554-02) e Mariana Mendonça Pessoa (079.986.544-30), haja vista

que o art. 5º da Lei 9.717/98 derrogou do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores

Públicos da União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112,

de 1990;

2)dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante o

disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

3) determinar à GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

Regimento Interno do TCU;

b) comunique às beneficiárias do ato de pensão apreciado pela ilegalidade, por meio do

representante legal, acerca do teor deste Acórdão, alertando-as de que o efeito suspensivo

proveniente da interposição de eventuais recursos não as exime da devolução dos valores percebidos

indevidamente após a respectiva notificação, caso os recursos não sejam providos;

c) envie a esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal comprovante de que as interessadas

tomaram ciência do inteiro teor do Acórdão proferido por este Tribunal de Contas.”

É o relatório.

pp

VOTOp

Trata-se de pensão civil instituída pelo Agente de Portaria Raimundo Varela do

Nascimento, falecido em 18.1.2006 na condição de inativo.

O ato de concessão de peça 2 não pode prosperar, uma vez que foram derrogadas todas as

normas do regime próprio que preveem benefícios não existentes no regime geral.

Isso, em função do § 12 do art. 40 da Constituição Federal, introduzido pela EC 20/1998, e

do art. 5º da Lei 9.717/1998, que estabelecem:

Constituição Federal

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência

de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o

disposto neste artigo.

(...omissis...)

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos

titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime

geral de previdência social.

Lei 9.717/1998

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153

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“Art. 5°. Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não

poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que

trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.

(..omissis...)”

O objetivo do constituinte reformador – assim como havia sido o do legislador ordinário,

uma vez que a Lei 9.717/1998 foi publicada poucos dias antes da promulgação da EC 20/1998 – foi o

de equiparar os regimes de previdência. Se não nos valores dos benefícios, pelo menos na eleição de

requisitos e critérios, que passaram a ser, necessariamente, equivalentes, salvo disposição

constitucional em contrário.

Dessarte, como o rol atual do artigo 16 da Lei 8.213/1991 (desde a edição da Medida

Provisória 1523/1996) não inclui a pessoa designada que comprove dependência econômica, tanto a

menor de 21 anos quanto a maior de 60 anos ou a inválida, a pensão por morte para essa categoria de

beneficiários restou derrogada.

Esse é o entendimento que se consolidou nesta Corte a partir do Acórdão 2.515/2011-

Plenário.

No caso concreto, observo que a genitora das pensionistas, Sra. Francisca Susana

Mendonça Pessoa, é economicamente ativa e ocupa cargos de magistério no município de

Mossoró/RN e no estado do Rio Grande do Norte, conforme consulta ao portal desses entes

(http://200.164.111.106/transparencia/leiacessoinf.aspx e http://www.portal.rn.gov.br/ergoninfo/

Remuneracao.asp).

Ante o exposto, acolho os pareceres e VOTO por que o Tribunal adote a deliberação que

ora submeto a este Colegiado.ppp

pp

ACÓRDÃO Nº 996/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 030.667/2012-7.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça

Pessoa (079.986.544-30).

4. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS.

5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de pensão civil,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da

Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:

9.1. julgar ilegal a concessão de pensão civil a Maria Izabel Mendonça Pessoa e Mariana

Mendonça Pessoa e negar registro ao ato de peça 2;

9.2. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelas interessadas, nos

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154

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;

9.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social que adote as

seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade solidária da

autoridade administrativa omissa:

9.3.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação às interessadas e faça juntar aos autos os

comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;

9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base no ato

ora impugnado.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0996-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO I – CLASSE V – 1ª CÂMARA

TC 003.959/2014-7

Natureza: Pensão Civil

Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos

Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de

Alagoas

SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. MENOR SOB GUARDA OU DESIGNADO.

IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. DERROGAÇÃO DESSAS ESPÉCIES DE BENEFÍCIO.

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. IRRELEVÂNCIA. ILEGALIDADE DA CONCESSÃO.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de pensão civil instituída por ex-servidora da Superintendência de

Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.

2. Reproduzo, a seguir, a instrução de mérito oferecida pela Secretaria de Fiscalização de

Pessoal, endossada pelo representante do Ministério Público junto a esta Corte de Contas (peça 3):

“Cuida o presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se na

condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, inciso II, alínea ‘b’, da Lei nº

8.112/1990.

2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o

Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário.

3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de

entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de

pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, da comprovação de que os

genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser

comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs. 5.667/2009-

TCU-1ª Câmara, 565/2009-TCU-1ª Câmara, 3.870/2009-TCU-2ª Câmara e 1.740/2009-TCU-2ª

Câmara). A segunda, descartava, como regra, a necessidade de se verificar a condição financeira dos

genitores, bastando, para fundar a concessão da pensão, o documento de guarda regularmente

emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de presunção juris tantum de veracidade, podendo

o referido documento ser questionado caso houvesse algum indício de fraude na concessão em análise

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155

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(Acórdãos nºs. 2.577/2009-TCU-Plenário, 641/2008-TCU-1ª Câmara, 1.266/2010-TCU-2ª Câmara,

entre tantos outros).

4. Já o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida, uma vez que o art. 5º da

Lei nº 9.717/1998 derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da

União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, inciso II, alínea ‘b’, da Lei nº

8.112/1990. Eis o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:

‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei nº 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998,

derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de

pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não

inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’,

respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990’.

5. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse

entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs. 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da Primeira

Câmara, e Acórdão nº 183/2012, da Segunda Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da

dependência econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de

documentação que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto

condutor do Acórdão nº 183/2012-TCU-2ª Câmara:

‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,

mediante o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,

deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada

pela Lei nº 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil

estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de

beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob

guarda em relação ao instituidor se torna despicienda’.

6. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do Sipec-Segep, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o

entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos

beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990,

entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito

desta Corte de Contas (Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário).

7. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres

047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/9/2011; e

015 - 3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 9/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido

de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do

inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990.

8. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha

apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse

ato, mas que ensejariam futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter sido

detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de

inconsistências anexo.

9. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada neste Tribunal em

prazo inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento do

contraditório e da ampla defesa determinado pelo Acórdão nº 587/2011-TCU-Plenário.

10. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser considerado ilegal, com

negativa de registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.

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156

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

11. Submetemos os autos à consideração do Ministro-Relator com a proposta de que o ato

de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos termos do que

estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, inciso II, da Lei nº

8.443/1992, sem prejuízo de:

11.1. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé,

consoante o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

11.2. determinar ao órgão/entidade de origem que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,

no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a

autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do

referido Regimento;

b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor

deste acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais

recursos não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva

notificação, caso não sejam providos;

11.3. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no

presente acórdão”.

É o relatório.

p

VOTO

Em apreciação a pensão civil instituída por Ester Casado de Lima em favor de Mylena

Aciole Casado dos Anjos, com indicação de relação de parentesco/dependência como menor sob

guarda, com vigência a partir de 11/7/2000, tendo por fundamento legal o art. 217, inciso II, alínea

“b”, da Lei nº 8.112/1990. No campo “Justificativa parecer controle interno”, foi ressaltado que, no

processo administrativo referente à concessão da pensão, não consta termo de guarda, mas apenas a

Sentença nº 186/2000/PMC/JF/AL, prolatada na ação de justificação de dependência econômica da

menor, proposta pela instituidora.

2. Esta Corte de Contas, considerando a relevância da matéria e sua peculiar importância,

no que se refere à uniformização da jurisprudência acerca da efetiva aplicação da Lei nº 9.717/1998,

proferiu o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, concluindo pela impossibilidade jurídica da

concessão desse tipo de benefício pensional, oportunidade em que decidiu:

“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos

centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei nº 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998,

derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de

pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não

inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’

respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei n° 8.112/1990;

9.5. dar ciência do inteiro teor desta deliberação aos órgãos centrais de gestão de pessoal

da Administração Pública Federal dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário”.

3. Em consonância com a nova ordem estabelecida pela Emenda Constitucional nº

20/1998, o art. 5º da Lei nº 9.717/1998 expressamente vedou aos regimes próprios de previdência

social dos servidores públicos a concessão de benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de

Previdência Social, de que trata a Lei nº 8.213/1991, salvo disposição em contrário da Carta Magna.

4. A adoção do princípio contributivo e de parâmetros de simetria entre os dois regimes foi

motivada pela busca da autossuficiência financeira da previdência do serviço público, de modo a

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157

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.

5. Cabe ressaltar que a referida Lei nº 8.213/1991 não contempla o pagamento de pensão a

menor sob guarda ou designado, tendo a relação de beneficiários prevista no seu art. 16 sofrido ajustes

a partir das edições da Lei nº 9.032/1995 e da Medida Provisória nº 1.536/1996, convertida na Lei nº

9.528/1997.

6. Expressamente aprovada pelo Congresso Nacional, já é plena a identificação dos

regimes quanto às categorias de beneficiários, razão pela qual a pensão civil ora em apreço deixou de

ser devida desde o advento do art. 5º da Lei nº 9.717/1998, que derrogou, do regime próprio de

previdência social dos servidores públicos da União, as categorias de pensão civil estatutária,

destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda

e à pessoa designada, previstas nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, respectivamente, do art. 217, inciso II,

da Lei nº 8.112/1990.

7. Ante a supressão do direito ao deferimento do benefício pensional, tornou-se

juridicamente irrelevante a existência de dependência econômica do menor sob guarda ou designado

em relação ao instituidor.

8. Ressalto que, na esteira do Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, a Secretaria de Gestão

Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (órgão central do Sipec-Segep) emitiu a

Nota Técnica nº 100/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, na seara

administrativa, o entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária aos

beneficiários de que tratam as alíneas “a”, “b”, “c” e “d” do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990,

entre eles, o menor sob guarda ou designado.

9. No caso concreto, não se verifica ofensa ao direito adquirido, porquanto a pensão civil

estatutária rege-se pelas normas em vigor no momento do óbito do instituidor, não havendo direito a

regime jurídico revogado por legislação ulterior.

10. Tendo em vista que o ato em análise foi encaminhado para apreciação por esta Corte de

Contas há menos de cinco anos, é desnecessária a prévia oitiva da interessada.

11. Assim, entendo que merecem acolhida os pareceres no sentido de ser considerada

ilegal a pensão civil concedida a Mylena Aciole Casado dos Anjos, dispensando a beneficiária do

ressarcimento das importâncias recebidas de boa-fé, conforme o teor da Súmula TCU nº 106.

Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª Câmara.p

p

ACÓRDÃO Nº 997/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.959/2014-7.

2. Grupo I – Classe V – Pensão Civil.

3. Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos (CPF 012.994.144-19).

4. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de

Alagoas.

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: Sefip.

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de pensão civil instituída por ex-

servidora da Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da

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158

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, caput, do

Regimento Interno desta Corte, e Súmula TCU nº 106, em:

9.1. considerar ilegal a concessão de pensão civil a Mylena Aciole Casado dos Anjos,

recusando o registro;

9.2. dispensar a interessada do ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-

fé;

9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

9.3.1. fazer cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes do ato considerado

ilegal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2. dar ciência, no prazo de quinze dias, do inteiro teor desta deliberação à beneficiária,

alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos perante o

TCU não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a notificação, caso esses

não sejam providos;

9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de trinta dias contados da ciência da decisão,

documento apto a comprovar que a interessada teve conhecimento do acórdão;

9.4. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da determinação

relativa à cessação dos pagamentos decorrentes da concessão considerada ilegal, representando ao

TCU em caso de não atendimento.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0997-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO II – CLASSE I – 1ª CÂMARA

TC-004.753/1999-2

Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-

006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e

TC-012.079/1999-5

Natureza: Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas)

Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral) e espólio de

Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente)

Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS. EXERCÍCIO DE 1998. NOVE PROCESSOS

CORRELATOS APENSADOS. PENDÊNCIA DE EXAME DAS OCORRÊNCIAS VERIFICADAS

EM QUATRO DELES. CITAÇÕES. CONTAS IRREGULARES DE TRÊS GESTORES.

RESPONSABILIZAÇÃO DE EMPRESA CONTRATADA. DÉBITO E MULTA. CONTAS

REGULARES DOS DEMAIS RESPONSÁVEIS. RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO

INTERPOSTOS POR TRÊS PUNIDOS. ACOLHIMENTO DE PARTE DA ARGUMENTAÇÃO.

PROVIMENTO PARCIAL A UM DOS RECURSOS. NEGATIVA DE PROVIMENTO AO OUTRO.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU

CONTRADIÇÃO. CONHECIMENTO. REJEIÇÃO.

RELATÓRIO

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159

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Trata-se de embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha

Spacenkopf, ex-diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ), e pelo

espólio de Martinho Álvares da Silva Campos, ex-presidente do órgão, ao Acórdão 457/2014 – 1ª

Câmara.

2. Neste processo de tomada de contas, relativas ao exercício de 1998, este Tribunal,

mediante o acórdão questionado, deliberou sobre os recursos de reconsideração interpostos pelos ora

embargantes e por Alberto Sá Spinelli contra decisão que julgara irregulares suas contas, condenando-

os em débito e aplicando-lhes multa. O aresto mais recente foi proferido nestes termos:

“9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo espólio de Martinho Álvares

da Silva Campos para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2 conhecer dos recursos de reconsideração interpostos por Márcia Valéria Antoun

Rocha Spacenkopf e Alberto Sá Spinelli para, no mérito, dar-lhes provimento parcial;

9.3 alterar os subitens 9.2 e 9.4 do Acórdão nº 3.616/2012-1ª Câmara, que passam a

apresentar a seguinte redação:

‘9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’, 19 e 23, inciso III, da

Lei 8.443/1992, julgar irregulares as contas do Sr. Martinho Álvares da Silva Campos, condenando o

espólio do responsável, solidariamente com a empresa NEP Centro Sistemas e Informática Ltda., ao

recolhimento das quantias de R$ 563.568,00 (quinhentos e sessenta e três mil e quinhentos e sessenta

e oito reais) e R$ 446.931,38 (quatrocentos e quarenta e seis mil, novecentos e trinta e um reais e

trinta e oito centavos), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação (art. 214, III,

alínea ‘a’, do Regimento Interno), para que comprovem, perante este Tribunal, o recolhimento das

referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente e acrescidas dos

encargos legais a contar, respectivamente, de 14/12/1998 e 12/1/1999 até as datas dos efetivos

recolhimentos, na forma da legislação em vigor;

(...)

9.4. com base no art. 57 da Lei 8.443/92, aplicar à empresa NEP Centro Sistemas e

Informática Ltda. multa no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); e ao Sr. Alberto Sá

Spinelli, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante este Tribunal, o recolhimento das dívidas aos cofres do

Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente desde a data do presente acórdão até as datas dos

efetivos recolhimentos, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;’

9.4 manter o julgamento pela irregularidade das contas de Márcia Valéria Antoun Rocha

Spacenkopf, com fundamento no art. 16, inciso III, alínea ‘b’, da Lei nº 8.443/1992;

9.5 dar ciência desta deliberação aos recorrentes.”

3. A responsável Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf alega ter havido contradição

no acórdão, apresentando, em síntese, os seguintes argumentos:

a) A decisão não conseguiu justificar o porquê de suas contas terem sido consideradas

irregulares devendo se analisar o caso sob o aspecto de outro fundamento;

b) Como se percebe de informações presentes nos autos, havia, no período analisado, um

forte clima de hostilidade entre os membros do TRE/RJ, tendo a embargante, na época Diretora-Geral

do órgão, recebido os “respingos” dos embates entre os desembargadores;

c) O acórdão incorreu em contradição com o que manda a legislação;

d) A embargante foi absolvida e isentada de pagar o valor do suposto prejuízo causado ao

erário, bem como a respectiva multa e, mesmo assim, continuou tendo suas contas julgadas irregulares;

e) Fazendo um paralelo com o Direito Penal, inexistente a previsão legal, o juiz não

questiona se falta lei ou direito: conclui inexoravelmente que não há crime;

f) Se não há pena pela conduta da embargante, o que de fato está demonstrado no acórdão

recorrido, não há de se falar em irregularidade das contas;

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160

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

g) Outro aspecto relativo ao caso, e que demonstra contradição da decisão recorrida, e o

fato de ter sido a embargante absolvida plenamente nos autos da Ação Civil Pública

2001.51.01.013991-8, referida na TCE.

4. Por fim, requer seja sanado o suposto vício, sendo aplicado efeito modificativo aos

embargos, isentando a responsável de todas as imputações feitas a ela.

5. Quanto ao espólio de Martinho Álvares da Silva, afirma haver omissões e obscuridades,

aduzindo as alegações resumidas na sequência:

a) A decisão não considerou nem enfrentou os argumentos postos no recurso de

reconsideração no que tange a estes pontos, abaixo novamente transcritos:

“Se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, o que afastaria o

pagamento de alguns valores unitários, tal circunstância deveria ter sido apontada pelas instâncias

preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores unitários. Não caberia ao recorrente

percorrer todas as Zonas Eleitorais no Estado do Rio de Janeiro, em pleno ano de eleições (ou seja,

de maior trabalho para o Tribunal Regional Eleitoral), para verificar in loco eventuais

irregularidades (deve ser considerado ainda que o recorrente também era Desembargador que atuava

no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se

as atestações eram verdadeiras ou se havia inexatidões nelas).

(...)

Deve ser frisado o que dispõe o art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200/67, in verbis:

‘O ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à

Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens

recebidas.’ (g.n.)

Não há aqui, Exas., qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente

com qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das

manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento.

Registre-se, por oportuno, que a execução orçamentária compreende a fidelidade

funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos. É o que dispõe o

inciso II do art. 75 da Lei 4320/64:

‘Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

(...)

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores

públicos;’

Ora, tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo

das manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham

à verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de

terem sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer

responsabilidade do recorrente.

(...)”

b) Consta do voto: “Creio que, pelo seu empenho nessa contratação, não é razoável

admitir que ignorasse a irrisória execução contratual ou que não tivesse sido informado da falta das

obras pelos juízes eleitorais, primeiros interessados, certamente, nas melhorias programadas.” Trata-

se de uma mera opinião do ilustrado Relator, que não está fulcrada em nenhuma prova concreta

apontada nos autos, e que não tem força para embasar a condenação do ora embargante.

6. Além disso, defende que a “jurisprudência pátria” tem admitido a atribuição de efeitos

modificativos aos embargos de declaração, apresentando julgados do Superior Tribunal de Justiça

nesse sentido.

7. Ao fim, pede que sejam sanadas as omissões e obscuridades, emprestando efeitos

modificativos ao recurso, para reformar o acórdão e dar provimento ao recurso de reconsideração do

embargante, afastando a sua condenação.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

É o relatório.

pp

VOTO

Os embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf, ex-

diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) e pelo espólio de Martinho

Álvares da Silva Campos, ex-presidente do órgão, ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara podem ser

conhecidos, tendo em vista o cumprimento dos requisitos de admissibilidade estabelecidos no art. 34

da Lei 8.443/1992.

2. Quanto ao mérito, entendo que ambos devam ser rejeitados. Não há, no acórdão

questionado, as supostas contradições apontadas pela responsável, tampouco as alegadas omissões e

obscuridades mencionadas pelo espólio.

3. A ex-diretora-geral baseia sua argumentação no que acredita ser uma incoerência entre o

julgamento pela irregularidade de suas contas e o afastamento de sua responsabilidade pelo débito e de

eventual aplicação de multa. Todavia, não se refere o parágrafo 7 do voto condutor, em que, citando o

posicionamento da Serur, este Relator apresenta a existência de outro processo que tratou de

ocorrências do mesmo exercício em exame, no âmbito do qual foi imposta multa à responsável.

Transcrevo essa parte do voto:

“7. No entanto, como bem assinalou o titular da Serur, deve-se manter o julgamento pela

irregularidade das contas de ambos. No caso de Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf, isso se

deve às impropriedades na contratação de prestadora de serviços de assistência médico-hospitalar,

apuradas no TC-004.548/2002-6, que ensejaram, naquele processo, a aplicação de multa à ex-gestora

no valor de R$ 10.000,00.”

4. O julgamento das contas de determinado gestor leva em consideração todas as

ocorrências praticadas no período avaliado. Portanto, a condenação no aludido processo, uma tomada

de contas especial, teve repercussão nas contas ordinárias da embargante. Como explicado na

fundamentação do acórdão, isso implicou a deliberação pela irregularidade, sem que houvesse a

aplicação de multa, o que já havia ocorrido no outro feito.

5. Desse modo, não houve a contradição alegada.

6. Acerca da peça apresentada pelo espólio do ex-presidente do TRE/RJ, o argumento

central é a suposta omissão a respeito dos seguintes trechos do recurso de reconsideração do ora

embargante:

“Se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, o que afastaria o

pagamento de alguns valores unitários, tal circunstância deveria ter sido apontada pelas instâncias

preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores unitários. Não caberia ao recorrente

percorrer todas as Zonas Eleitorais no Estado do Rio de Janeiro, em pleno ano de eleições (ou seja,

de maior trabalho para o Tribunal Regional Eleitoral), para verificar in loco eventuais

irregularidades (deve ser considerado ainda que o recorrente também era Desembargador que atuava

no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se

as atestações eram verdadeiras ou se havia inexatidões nelas).

(...)

Deve ser frisado o que dispõe o art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200/67, in verbis:

‘O ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à

Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens

recebidas.’ (g.n.)

Não há aqui, Exas., qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente

com qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das

manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Registre-se, por oportuno, que a execução orçamentária compreende a fidelidade

funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos. É o que dispõe o

inciso II do art. 75 da Lei 4320/64:

‘Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

(...)

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores

públicos;’

Ora, tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo

das manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham

à verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de

terem sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer

responsabilidade do recorrente.

(...)”

7. Percebo que todas essas questões foram devidamente atacadas pela Serur, cuja análise

acolhi integralmente. Reproduzo os trechos que trataram dessas questões:

“Argumentos

90. Tenta demonstrar que todos os serviços foram contratados, inexistindo itens que não

tenham sido executados ou que foram pagos indevidamente. Baseia tal ilação, sobretudo, nos atestes

apostos nos versos das notas fiscais. Afirma que, ao realizar os pagamentos dos serviços ora

discutidos, praticou ato vinculado, pois não tinha outra opção senão a de realizar os pagamentos,

uma vez que os serviços foram regularmente contratados (após prévia licitação) e efetivamente

prestados. Desse modo, pontua que se mostra injurídica sua condenação nos presentes autos. Aduz

que se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, tal circunstância deveria ter

sido apontada pelas instâncias preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores

unitários. Não lhe caberia, por conseguinte, verificar in loco eventuais irregularidades, visto que o

recorrente também era Desembargador que atuava no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se as atestações eram verdadeiras ou se havia

inexatidões nelas. Ressalta que os serviços foram dimensionados pela Comissão Permanente de

Licitações e pelo NUSEG/UERJ. Assevera que essa circunstância deveria ter sido considerada por

tais órgãos quando da elaboração do Projeto Básico dos serviços que seriam prestados. Pontua que

delegou poderes expressos para o Setor de Licitações da Secretaria da Administração para o

procedimento apuratório de responsabilidade nos casos de inexecução parcial ou total dos contratos.

Assim, segundo o seu entendimento, caberia a esse Setor verificar se os contratos estavam sendo

executados a contento, apontando eventual irregularidade. Salienta, entretanto, que nenhuma

irregularidade foi apontada pelo referido Setor, razão pela qual se deve concluir que os serviços

foram executados satisfatoriamente, justificando-se os seus respectivos pagamentos (peça 81, p. 3-7).

Análise

91. As afirmações do recorrente não se sustentam diante do acervo probatório carreado

aos autos, sobressaindo-se auditoria realizada por esta Corte, que demonstrou, à saciedade, que

foram cobrados e pagos serviços não executados (peças 2, p. 34-50 e 3, p. 1-49).

Argumentos

92. Lembra o disposto no art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200, de 1967, segundo o qual: ‘O

ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à Fazenda

Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas’.

Salienta que não há nos autos ‘qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente com

qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das

manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento’ (peça 81, p. 7 – grifado pelo

recorrente).

Análise

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

93. Improcedem os argumentos, pois o recorrente, entre outras inúmeras irregularidades

versadas nestes autos, avocou para si, unilateralmente, a responsabilidade pela homologação,

adjudicação e contratação de empresa, antes mesmo que houvesse o julgamento pela Comissão de

Licitação, conforme depoimentos prestados à Sindicância Administrativa instaurada pelo Ato 460/99

do TRE/RJ (cf. itens 27.1 e 27.2, retro).

Argumentos

94. Registra que a execução orçamentária compreende a fidelidade funcional dos agentes

da Administração, responsáveis por bens e valores públicos, nos termos do inciso II do art. 75 da Lei

4.320, de 1964. Afirma, a propósito, que:

‘(...) tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo das

manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham à

verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de terem

sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer responsabilidade do

recorrente.

Assim, não há como colocar o recorrente como responsável solidário em eventuais

irregularidades. Afinal, a solidariedade nunca é presumida, decorre de previsão contratual (o que não

é o caso) ou legal. Na hipótese vertente, não há como se apontar um ato do recorrente que tenha

levado a qualquer prejuízo suportado pelo Erário. As autorizações para liquidação das despesas

foram resultado das manifestações anteriores existentes no processo administrativo (peça 81, p. 7-8).’

Análise

95. Sem razão o recorrente, pois além de ter adotado medidas à revelia de qualquer ato ou

parecer de órgão ou servidor a ele subordinado (cf., v. g., item 93, retro), o que seria bastante para

manter sua condenação nestes autos, pesa sobre ele, ainda, a culpa in eligendo e in vigilando, ou

seja, por ter escolhido mal seus assessores, especialmente os chefes dos cartórios regionais, que

atestaram obras não executadas, e por ter se omitido na fiscalização e supervisão de obras de

expressivo vulto econômico.”

8. No voto condutor, foram ainda apresentadas observações concernentes à conduta do ex-

presidente, nestes termos:

“13. Contudo, como bem demonstrou a unidade técnica, o mencionado ilícito está

fortemente caracterizado nos autos, afirmando que ‘pesa sobre ele, ainda, a culpa in eligendo e in

vigilando, ou seja, por ter escolhido mal seus assessores, especialmente os chefes dos cartórios

regionais, que atestaram obras não executadas, e por ter se omitido na fiscalização e supervisão de

obras de expressivo vulto econômico’.

14. Como já havia sido discutido na primeira fase processual, as reiteradas interferências

nos processos licitatórios caracterizam a proximidade e a atenção dada pelo falecido gestor a

determinadas contratações, especialmente à que ora se discute, conforme se percebe da avocação da

apreciação de recurso, tendo decidido, contrariando parecer técnico, favoravelmente à licitante que

acabou por sagrar-se vencedora.”

9. Como se percebe, todas as alegações presentes no recurso de reconsideração foram

apreciadas. Por conseguinte, os embargos devem ser rejeitados.

10. O embargante afirma também ser mera opinião deste Relator a observação consignada

no voto de que, pelo seu empenho na contratação, não seria razoável admitir que ignorava a irrisória

execução contratual ou que não tivesse sido informado da inexistência de obras por nenhum dos juízes

eleitorais. A despeito de, a rigor, esse argumento não se referir a nenhuma falha passível de correção

por intermédio de embargos declaratórios, é oportuno esclarecer ao espólio que, na realidade, a

condenação proveio, essencialmente, da culpa in eligendo e in vigilando, tendo o ex-presidente se

omitido na fiscalização e acompanhamento de obra cujo valor era expressivo. Ademais, o mencionado

comentário – baseado, não apenas em probabilidade ou opinião, mas em razoabilidade – apenas

reforçou a conclusão pela conduta lesiva do ex-gestor.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

11. Assinalo, por fim, que, embora o espólio tenha afirmado haver obscuridade, não

apontou especificamente onde esta teria ocorrido.

12. Diante de todo o exposto, como inexistem omissões, obscuridades e contradições no

acórdão, este Tribunal deve rejeitar os embargos de declaração.

Assim sendo, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a este Colegiado.

pp

ACÓRDÃO Nº 998/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-004.753/1999-2

1.1. Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-

006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e

TC-012.079/1999-52. Grupo II, Classe I – Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em

Tomada de Contas, exercício de 1998)

3. Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral, CPF

363.458.577-34) e espólio de Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente, CPF 003.846.237-00)

4. Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1 Relator da deliberação recorrida: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: não atuou

7. Unidade Técnica: não atuou

8. Advogados constituídos nos autos: Fernanda Fernandes Spinelli (OAB/RJ 141.580),

Leonardo Camargo (OAB/RJ 88.992), Paulo Gustavo Loureiro Ouricuri (OAB/RJ 88.063) e Claudio

Mareio de Brito Moreira (OAB/RJ 88.980)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas ordinárias em que se

examinam, nesta fase, embargos de declaração opostos ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, com base no art. 34 da Lei 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1 conhecer dos embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha

Spacenkopf e pelo espólio de Martinho Álvares da Silva Campos para, no mérito, rejeitá-los;

9.2 dar ciência desta deliberação aos embargantes.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0998-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO I - CLASSE I - 1ª CÂMARA

TC-007.957/2009-8

Natureza: Recurso de Reconsideração

Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito)

Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA

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165

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. FUNDESCOLA. NÃO

COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS VALORES REPASSADOS. CITAÇÃO DOS

PREFEITOS ENVOLVIDOS. REVELIA DE AMBOS. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO

SOLIDÁRIO. MULTAS. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO DE UM DOS RESPONSÁVEIS.

COMPROVAÇÃO DE QUE A CITAÇÃO FOI ENCAMINHADA A ENDEREÇO QUE, NA

ÉPOCA, NÃO CORRESPONDIA AO DOMICÍLIO. CONHECIMENTO E PROVIMENTO DO

RECURSO. ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO CONDENATÓRIO. REMESSA DO PROCESSO AO

RELATOR ORIGINAL, PARA RETOMADA DA FASE DE CITAÇÃO. CIÊNCIA.p

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro, ex-Prefeito de

Ilhéus/BA, contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares, junto com as

de outro responsável, com condenação em débito e aplicação de multa, em decorrência da rejeição das

contas do Convênio nº 840384/2003, firmado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação (FNDE) para a execução de ações do Programa Fundo de Fortalecimento da Escola

(Fundescola), tendo sido repassados R$ 612.000,00 de verbas federais.

2. A deliberação recorrida foi tomada nos seguintes termos:

“9.1. considerar revéis, para todos os efeitos, os srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz

dos Reis, dando-se prosseguimento ao processo, com fundamento no art.12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.2. julgar irregulares as contas dos srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz dos Reis,

com fundamento nos arts. 1º, III e 16, III, ‘c’, da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da

mesma Lei e com o art. 209, III e § 5º, do RI/TCU, e condená-los, solidariamente, ao pagamento da

quantia de R$ 612.000,00 (seiscentos e doze mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar

da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, 'a', do Regimento Interno), o

recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE,

atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 28/5/2004, até a

data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.3. aplicar aos srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz dos Reis, individualmente, a

multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando o

prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214,

III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada

monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial

das dívidas; e

9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da

Bahia.”

3. Após sugerir o conhecimento do recurso, a Serur assim examinou o mérito:

“(...)

EXAME TÉCNICO Argumentos (peça 55, p. 4-8)

17. Em sede de preliminar, o recorrente alega que a citação por edital realizada pelo

Tribunal foi inválida, pois os expedientes citatórios, por via postal, não foram enviados ao endereço

de sua residência na época nem ao seu local de trabalho.

18. Isso porque, conforme informa, na ocasião das citações pelos Correios (13/12/2010

a 4/4/2011), tinha residência fixa e certa à Rua São Domingo Sávio, nº 150, Edifício Chopin, Bloco B,

Apartamento 604, Nazaré, Salvador/BA, CEP 40050-520.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

19. Assevera que desde setembro/2009 passou a residir em Salvador, por ter assumido o

cargo de Secretário-Geral do Partido Progressista da Bahia (gestão 9/12/2009 a 9/12/2013) e por ser

membro do Conselho de Administração da empresa Bahia Pesca S.A., vinculada ao Estado da Bahia,

ambos sediados em Salvador (peça 55, p. 22-23). Diz, ainda, que somente deixou de residir na capital

baiana em 31/12/2012, pois retornou a Ilhéus para assumir o cargo de Prefeito Municipal em

1/1/2013.

20. Para comprovar que residia no referido endereço em Salvador, anexa a esta peça

recursal cópias de diversas correspondências que lhe foram enviadas (peça 55, p. 24-43), referentes a

faturas de telefone e de vários cartões de crédito.

21. Pondera que a citação poderia ter sido encaminhada para o endereço ora informado

(peça 55, p. 6), pois no TC 020.765/2009-4, no qual também foi arrolado como responsável, o

Tribunal entrou em contato com ele por telefone e, após certificar-se do endereço correto, enviou-lhe

a comunicação para sua residência em Salvador (peça 55, p. 20).

22. Por essas razões, o Sr. Jabes Sousa Ribeiro requer, em respeito aos princípios do

devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, a nulidade da citação por edital em

relação a ele, reabrindo-se o prazo para o exercício de sua defesa.

23. Adicionalmente, o recorrente anexa documentação (peça 55, p. 24-224 e peça 56), com

a qual intenta comprovar as despesas realizadas no período de sua gestão, caso a preliminar

suscitada de nulidade da citação não seja acolhida pelo Tribunal. Análise

24. Acolhe-se o argumento preliminar apresentado pelo recorrente acerca da nulidade da

citação, em face de os expedientes citatórios encaminhados pelo Tribunal terem sido enviados para

endereços diferentes do que ele residia naquela época (dez/2010 a abr/2011).

25. O Sr. Jabes, realmente, logrou êxito em comprovar que seu domicílio era à Rua São

Domingo Sávio, nº 150, Edifício Chopin, Bloco B, Apartamento 604, Nazaré, Salvador/BA, CEP

40050-520, no período em que a Secex/BA expediu os Ofícios 2287/2010-TCU/SECEX-BA,

de 13/12/2010 (peça 9, p. 16-20), 199/2011, 200/2011, 359/2011, 360/2011 (peça 9, p. 23-40) – entre

os dias 17/2 e 30/3/2011 – todos com endereços diferentes daquele em que o recorrente residia nessa

época, conforme atestam as correspondências acostadas a este recurso (peça 55, p. 24-43).

26. Ademais, comprova que foi regularmente citado pela então Secex-4 no seu endereço de

Salvador, por meio do Ofício 2494/2011-TCU/SECEX-4, de 24/11/2011 (TC 020.765/2009-4),

conforme anexa ao recurso cópia de Despacho (peça 55, p. 20), o que foi ratificado, pois se constatou

que o referido Despacho encontra-se à peça 16 do TC 020.765/2009-4, além de a citação da Secex-4

constar da peça 17 desse mesmo TC.

27. Ainda em exame no TC 020.765/2009-4, verificou-se que o Sr. Jabes Sousa Ribeiro

respondeu à citação da Secex-4, consoante alegações de defesa constantes da peça 25, não tendo sido,

portanto, revel naquele Processo. Tal fato torna ainda mais pertinente as razões recursais aduzidas

pelo recorrente e reforça a necessidade de reabertura do contraditório em seu favor na presente TCE.

28. Dessa forma, em que pese a Secex/BA ter enviado os ofícios citatórios para os

endereços constantes das bases de dados do sistema CPF e da Rede Infoseg, podem ser aceitas as

razões recursais aduzidas pelo recorrente, uma vez comprovado que ele residia em localidade diversa

das constantes nas missivas encaminhadas pela Regional da Bahia.

29. Destaque-se que também expressaram entendimento neste mesmo sentido os

Acórdãos 299/2010-1ª Câmara, 2.653/2012-Plenário e 5.208/2013-2ª Câmara. Se por um lado não há

exigência de que a citação enviada por este Tribunal seja feita pessoalmente ao responsável, por

outro, é apenas relativa a presunção de que aquele tomou ciência das comunicações encaminhadas

por este Tribunal ao endereço do destinatário, o qual, na maioria das vezes, é obtido junto à base de

dados CPF/CNPJ da Receita Federal do Brasil.

30. Assim, se o responsável demonstrar, de forma inequívoca, por meio de documentos

idôneos, que residia em endereço diverso do constante da mencionada base de dados à época da

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167

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

realização da notificação, deve-se afastar a presunção de que o destinatário obteve ciência da

comunicação, em observância aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

31. Sobre a importância de se resguardarem os direitos constitucionais do contraditório e

da ampla defesa, destaca-se trecho de parecer do Ministério Público junto ao TCU, inserto nos autos

do TC 225.229/1995-1:

‘2. Em nosso entendimento, sempre que houver dúvidas quanto a se efetivamente um

responsabilizado em processo administrativo teve resguardado os direitos constitucionais da ampla

defesa e do contraditório, é de se decidir no sentido mais favorável a ele. No caso em tela, muito

embora o responsável tenha apresentado alegações de defesa em resposta à citação efetuada pela

Corte, não há certeza de que foram enviados esforços exigidos pela legislação aplicável quando da

comunicação da rejeição dessas alegações de defesa. A importância da referida comunicação é

notória já que o responsável poderia, antes do julgamento de mérito, ter apresentado alegações

adicionais de defesa ou recolhido o valor integral da dívida a ele atribuída, com possibilidade de

julgamento menos gravoso.’

32. Dessa forma, diante da ausência de citação válida do Sr. Jabes Sousa Ribeiro, propõe-

se o provimento do presente recurso de reconsideração, para anular o Acórdão recorrido. Entende-se

que a anulação do acórdão deve se estender ao prefeito sucessor, condenado solidariamente ao

pagamento do débito apurado nos autos, diante da possibilidade de afastamento da dívida pelos

documentos apresentados neste recurso de reconsideração a título de prestação de contas e nas

alegações de defesa futuramente apresentadas pelo recorrente quando da realização da nova citação.

33. Ressalta-se que a citação do prefeito sucessor, Sr. Valderico Luiz dos Reis, se deu por

meio de edital, sendo este revel nos autos. Assim, considerando que este responsável ainda não se

manifestou nos autos, entende-se prudente enviar nova citação também a este gestor.

34. Portanto, torna-se impertinente a análise, quanto ao mérito, dos documentos

acostados ao recurso pelo recorrente (peça 55, p. 24-224 e peça 56), em face do retorno dos autos à

Unidade Técnica de origem para proceder à nova citação.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 35. Diante do exposto, submete-se à consideração superior esta análise do recurso de

reconsideração interposto pelo Sr. Jabes Sousa Ribeiro contra o Acórdão 4.924/2013-TCU-1ª

Câmara, para propor, com base nos artigos 32, inciso I, e 33, da Lei 8.443/92, c/c o artigo 285 do

RI/TCU, conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento para anular o acórdão recorrido, em

função da ausência de citação válida do recorrente, restituindo os autos ao Relator da decisão

impugnada, para as providências necessárias ao saneamento e novo julgamento do processo.”

4. No seu parecer, o Ministério Público junto ao TCU manifestou-se de acordo com a

proposta da Unidade Técnica.

É o relatório.

pp

VOTO

A consulta à base de dados do Sistema CPF, da Secretaria da Receita Federal do Brasil,

fornece uma presunção com bom grau de segurança a respeito da identificação do domicílio de pessoas

que devam ser convocadas, primariamente pela via postal, para apresentarem defesa nos processos

deste Corte de Contas.

2. É possível, entretanto, que haja mudança de endereço ainda não captada pelos registros

do sistema, que então deixa, nesses casos, de constituir uma referência adequada para a citação do

responsável.

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168

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

3. Tal situação excepcional foi comprovada pelo ex-Prefeito de Ilhéus/BA Jabes Sousa

Ribeiro, que estava com residência em Salvador/BA quando as tentativas de citação pelos Correios

foram feitas, todas, porém, dirigidas ao endereço anterior.

4. Cabe ao Tribunal prevenir-se para quando o responsável mantiver mais de um domicílio,

e o uso de um deles possa servir de fuga à citação.

5. Certamente, não é o que acontece com relação ao ex-Prefeito Jabes Sousa Ribeiro.

Embora tenha continuado fortemente ligado à cidade de Ilhéus/BA, tanto que voltou a assumir a

prefeitura logo depois de morar por alguns anos na capital baiana, o responsável, que foi revel no

julgamento da presente tomada de contas especial, demonstrou ter atendido à citação promovida em

outro processo contemporâneo a este, visto que corretamente encaminhada ao endereço em

Salvador/BA.

6. Assim, o Tribunal deve dar provimento ao recurso, a fim de tornar nulo o Acórdão nº

4924/2013-1ª Câmara e permitir ao responsável Jabes Sousa Ribeiro nova citação.

7. Observo que o referido ex-prefeito, inclusive, já fez juntar aos autos documentação no

intuito de promover a sua defesa (peças 76/78).

8. Quanto ao responsável solidário Valderico Luiz dos Reis, creio que possa ficar a critério

do Relator a quo a decisão sobre a necessidade ou conveniência de também citá-lo novamente.

Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª Câmara.p

p

ACÓRDÃO Nº 999/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-007.957/2009-8

2. Grupo I, Classe de Assunto I - Recurso de Reconsideração

3. Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito, CPF 036.789.465-34)

4. Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva

7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur

8. Advogados constituídos nos autos: Josuelito de Sousa Britto (OAB/BA 13.224),

Reginaldo Araujo Lino (OAB/BA 644-B) e Abelardo Pereira Palma Neto (OAB/BA 14.830)

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam, nesta fase, de recurso de

reconsideração contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 32 e 33 da Lei nº

8.443/1992, em:

9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro para, no

mérito, dar-lhe provimento, a fim de tornar nulo o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara;

9.2. encaminhar o processo ao Relator original, para o saneamento da fase de citação e

preparação de novo julgamento da tomada de contas especial; e

9.3. dar ciência deste acórdão ao recorrente.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0999-07/14-1.

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169

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO II – CLASSE I – 1ª CÂMARA

TC-010.668/2004-6

Natureza: Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)

Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS ORDINÁRIA. ORGANIZAÇÃO SOCIAL

QUE MANTÉM CONTRATO DE GESTÃO FIRMADO COM O MCT. EXCEDENTES

FINANCEIROS ACUMULADOS NO CURSO DA EXECUÇÃO DA AVENÇA. DETERMINAÇÃO

AO MCT PARA DESCONTO DOS VALORES CORRESPONDENTES NOS PRÓXIMOS

REPASSES. RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL.

REFORMULAÇÃO DA DETERMINAÇÃO. ALTERNATIVA DE COMPENSAÇÃO DOS

VALORES MEDIANTE ADEQUAÇÃO DAS AÇÕES E METAS DO CONTRATO. EMBARGOS

DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE OBSCURIDADE E OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

CONHECIMENTO. REJEIÇÃO.

1. O juízo de admissibilidade de embargos de declaração exclui o exame, ainda que

superficial, da existência de obscuridade, omissão ou contradição na deliberação recorrida, a ser feito

quando da análise do mérito.

2. A inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado enseja a

rejeição dos embargos de declaração.

RELATÓRIO

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

(CGEE) contra o Acórdão 455/2014-1ª Câmara, que conheceu e deu provimento parcial a recurso de

reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-TCU-1ª Câmara,

prolatado com vistas à correção de erro detectado na edição do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara,

referente à apreciação da prestação de contas ordinária do CGEE para o exercício de 2003.

2. Por meio do Acórdão 4374/2009-1ª Câmara, determinou-se ao então Ministério da

Ciência e Tecnologia (MCT), mediante o acréscimo do subitem 9.4.4 ao Acórdão 2640/2008-1ª

Câmara, que proceda a descontos financeiros sobre os futuros repasses feitos no contrato de gestão

firmado com o CGEE, concernentes a valores de excedentes financeiros apropriados pelo Centro desde

2002, conforme segue:

“9.4.4. determinar ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT que desconte, nos

próximos repasses ao CGEE e sem prejuízo das metas pactuadas no Contrato de Gestão, o valor total

dos excedentes financeiros acumulados desde 2002 e não evidenciados nas prestações de contas,

atualizado monetariamente, comunicando o TCU, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da

notificação, acerca das providências adotadas, de modo a garantir o fiel cumprimento do art. 12 da

Lei 9.637/1998 c/c a alínea ‘g’ da Cláusula Segunda do Contrato de Gestão;”.

3. Por sua vez, no Acórdão 455/2014-1ª Câmara, ora embargado, o Tribunal, considerando

que tem sido admitido o aproveitamento desses excedentes mediante a pactuação de novas metas e

ações contratuais, e uma vez que a deliberação questionada não facultava tal forma de utilização das

quantias, deu provimento parcial aos recursos de reconsideração ali apreciados para reformar a

determinação constante do item 9.4.4 do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara, conferindo-lhe a seguinte

redação:

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170

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

“9.4.4. determinar ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT que desconte, nos

próximos repasses ao contrato de gestão firmado ao CGEE, os excedentes financeiros acumulados

desde 2002 ou, alternativamente, promova no próximo termo aditivo a compensação desses valores

nas metas/ações estabelecidas para o contrato, evidenciando nas prestações de contas periódicas da

organização, de forma individualizada, os valores dos excedentes e a execução das metas

repactuadas;”

4. O embargante reclama que três questões restam obscuras com o proferimento do

Acórdão 455/2014-1ª Câmara, as quais carecem de esclarecimentos, “a fim de suprir as omissões que

impedem a execução do julgado” (peça 41, p. 2).

5. A primeira delas é que a determinação exarada no acórdão embargado não seria

executável, tendo em vista a prolatação recente do Acórdão 142/2014-TCU-2ª Câmara, versando

também sobre a questão dos excedentes financeiros, com a qual a decisão embargada seria

incompatível.

6. A outra é que o comando refere-se a contrato encerrado em 2010, o que implicaria,

segundo o embargante, a projeção de efeitos para o novo contrato de gestão entre o CGEE e o MCT

firmado em substituição àquele.

7. Por fim, “há graves questões de insegurança jurídica envolvidas na decisão embargada,

a qual determina medidas a serem aplicáveis em contrato já encerrado e que ignora, deliberadamente,

que a reprogramação dos saldos financeiros referente aos excedentes dos exercícios anteriores a 2008

já foi realizada pelo 13º Termo Aditivo ao Contrato de Gestão [celebrado em 2008]” (peça 41, p. 2).

8. Diante disso, requer “sejam supridos os vícios apontados ou, na hipótese de atribuição

de efeitos infringentes ao presente recurso, que seja revisto o entendimento exarado, dando-se

provimento ao recurso de reconsideração anteriormente interposto com o propósito de excluir a

determinação constante do item 9.4.4 do Acórdão 4374/2009, que alterou o Acórdão 2640/2008” ou,

alternativamente, “nos termos do que foi proposto pelo MP TCU, prorrogação do julgamento para

conceder às partes prazo para apresentarem reanálise das despesas que o 13º Termo Aditivo

reconheceu como realizadas com os excedentes financeiros do Contrato de Gestão celebrado com o

CGEE” (peça 41, p. 5).

É o relatório.

pp

VOTO

Anoto, de início, que o juízo de admissibilidade de embargos de declaração, segundo

entendimento desta Corte de Contas, exclui o exame, ainda que superficial, da existência de

obscuridade, omissão ou contradição na deliberação recorrida, cuja verificação deve ser feita quando

da análise do mérito.

2. Assim, uma vez que o embargante afirma ter havido obscuridade e omissão na decisão

atacada, o recurso em questão pode ser conhecido, porquanto atendidos os requisitos gerais do art. 34,

§ 1º, da Lei 8.443/1992, observando-se a singularidade, a tempestividade, a adequação do documento,

a legitimidade da recorrente e o seu interesse em recorrer.

3. Quanto ao mérito, não vislumbrei no acórdão recorrido as obscuridades e omissões

alegadas, razão pela qual os presentes embargos de declaração opostos contra o Acórdão 455/2014-1ª

Câmara devem ser rejeitados.

4. O objeto do recurso de reconsideração embargado foi a determinação do Tribunal ao

então Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para que proceda a descontos financeiros sobre os

futuros repasses feitos no contrato de gestão firmado com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

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171

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(CGEE), ora embargante, concernentes a valores de excedentes financeiros apropriados pelo Centro

desde 2002.

5. O CGEE defendeu no seu recurso que, na realização desse tipo de contrato, eventuais

superávits deveriam ser integrados ao patrimônio das organizações sociais contratadas.

6. Tal entendimento foi rejeitado pelo Tribunal, que vem assentando em sucessivas

decisões que os valores aplicados no contrato tem natureza pública e, desse modo, os excedentes

financeiros auferidos na sua consecução devem ser devolvidos aos cofres do contratante ou aplicados

no próprio contrato, mediante a pactuação de novas metas e ações. Não obstante, como a deliberação

questionada demandava a realização dos descontos compensatórios em futuros repasses, sem facultar a

possibilidade de aproveitamento das quantias excedentes no contrato de gestão, deu-se provimento

parcial à apelação, de modo a colocar a determinação contestada em sintonia com as demais decisões

do TCU sobre o assunto.

7. Um outro ponto levantado pelo CGEE no recurso foi que a deliberação envolve valores

que já teriam sido contemplados no 13º Termo Aditivo ao contrato, firmado em 2008.

8. Quanto a isso, consignei no voto condutor da decisão embargada que “a eventual

aplicação dos valores no contrato, feita em exercício posterior, não influencia o mérito da deliberação

contestada”.

9. Nestes embargos, o CGEE questiona “como a aplicação dos valores no próprio contrato

em exercícios posteriores não influenciaria o mérito da decisão recorrida se, o que se determina nessa

decisão é, exatamente, o desconto ou compensação dos excedentes financeiros acumulados desde

2002 nos próximos repasses?”

10. Ocorre que a suposta aplicação de excedentes diz respeito ao cumprimento da

determinação do Tribunal, nos termos em que foi proferida no acórdão embargado, não representando

um contraponto de mérito ao entendimento de que esses valores devem ser devolvidos ao contratante

ou compensados em termos aditivos ao contrato. Por isso se falou que tal circunstância, que de certo

modo indica a pertinência do comando, não repercute no seu mérito.

11. Com efeito, a determinação contestada encerra interpretação relevante desta Corte de

Contas das normas que conformam o regime dos contratos de gestão, atinente à natureza jurídica dos

excedentes financeiros originados da execução dessas avenças e à destinação a ser dada a esses

valores, valendo dizer que, na forma conferida pelo Acórdão 455/2014-1ª Câmara, os termos da

deliberação são consonantes com decisões recentes do Tribunal proferidas nos autos de prestações de

contas do CGEE e do MCT.

12. O recurso de reconsideração, por sua vez, não é foro apropriado para verificação do

cumprimento dessa determinação, razão pela qual, se as quantias questionadas foram efetivamente

incorporadas ao contrato de gestão por meio do 13° Termo Aditivo, como afirma o CGEE, basta que

isso seja demonstrado em sede do monitoramento que verificar o atendimento à decisão.

13. Da mesma forma, não procede a alegação feita nestes embargos de que a determinação

retificada por meio do Acórdão 455/2014-1ª Câmara não seria executável, por ser incompatível com o

Acórdão 142/2014-2ª Câmara, proferido em 28/01/2014.

14 No Acórdão 142/2014-2ª Câmara, o Tribunal deferiu solicitação formulada pelo agora

MCTI para prorrogação, por 60 dias, do prazo, já prorrogado anteriormente por 120 dias mediante o

Acórdão 5690/2013-2ª Câmara, para atendimento às determinações constantes dos itens 1.7.1 e 1.7.2

do Acórdão 2274/2013-2ª Câmara, referente à tomada de contas ordinária do ministério para o

exercício de 2010 (TC 034.189/2011-4), proferidas nos seguintes termos, verbis:

“1.7. Determinar à Secretaria Executiva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

- SE/MCTI que:

1.7.1. proceda à reanálise, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, das despesas que o 13º

Termo Aditivo reconheceu como realizadas com os excedentes financeiros do contrato de gestão

celebrado com o CGEE, durante os exercícios de 2002 a 2004, devendo a reanálise contemplar, no

mínimo, a verificação de aderência entre:

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172

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

1.7.1.1. as justificativas, finalidades e/ou motivos de cada despesa, contidos nas

solicitações de serviço e/ou termos de referência, com a descrição, os objetivos e os produtos da

respectiva meta do CG, contidos no relatório de gestão; e

1.7.1.2. as datas de realização das despesas com as datas dos eventos que as amparam e

as datas da conclusão da respectiva meta do contrato de gestão, expressas no relatório de gestão;

1.7.2. inclua na normatização relativa à análise da prestação de contas do contrato de

gestão firmado com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE, como etapa do processo e

condicionante para o ato de aprovação, a realização de rigorosa verificação da pertinência entre as

despesas apresentadas pelo Centro com as metas e ações previstas no contrato de gestão, impugnando

quaisquer aplicações de recursos realizadas não exclusivamente na consecução dos objetivos,

produtos e metas previstos no instrumento, de forma a cumprir o objetivo insculpido na Cláusula

Segunda, alínea ‘g’, do contrato, comprovando a este Tribunal as medidas adotadas no prazo de 120

(cento e vinte) dias.”

15. Vê-se do teor dessa decisão que, nos autos do TC 034.189/2011-4, vem sendo

examinada a possível aplicação, mediante a celebração do 13º Termo Aditivo, dos excedentes

financeiros auferidos no contrato de gestão firmado entre o então MCT e o CGEE durante os

exercícios de 2002 a 2004, condição que não invalida ou torna inexequível a determinação expressa no

acórdão embargado, embora sirva para demonstrar a existência de outros processos no âmbito do

Tribunal tratando do aproveitamento desses excedentes.

16. Quanto ao fato de o contrato objeto da determinação embargada ter-se encerrado em

2010, não constitui óbice à atuação do Tribunal ou ao cumprimento da decisão, valendo lembrar que o

recente Acórdão 142/2014-2ª Câmara refere-se ao mesmo contrato não mais vigente.

17. Antes de concluir, reafirmo que o teor do acórdão embargado reflete posição atual do

Tribunal sobre a matéria objeto do recurso de reconsideração e não é incompatível com o Acórdão

142/2014-2ª Câmara, prolatado nos autos do TC 034.189/2011-4, não havendo que se falar em

questões de segurança jurídica dele decorrentes, valendo dizer, por fim, que a não repercussão do 13°

Termo Aditivo no exame de mérito do recurso não significa que os efeitos desse instrumento

contratual e as decisões do Tribunal a ele relacionadas não serão levados em conta na verificação do

cumprimento do item 9.4.4 do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara, com a redação conferida pelo Acórdão

455/2014-1ª Câmara.

Assim, voto por que este Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª Câmara. pp

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

Relatorpp

pp

ACÓRDÃO Nº 1000/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-010.668/2004-6

2. Grupo II - Classe I - Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)

3. Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

4. Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberacao recorrida: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: não atuou

7. Unidade Técnica: não atuou

8. Advogados constituídos nos autos: Gustavo Persch Holzach (OAD/DF 21.403), Valéria

Trezza (OAB/SP 153.020), Maria Laura Brandão Canineu (OAB/SP 253.938), Daniela D’Ambrosio

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173

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(OAB/SP 155.883), Guilherme Amorim Campos da Silva (OAB/SP 130.183), Mariana Villela

(OAB/SP 335.141), e Thiago Lopes Ferraz Donnini (OAB/SP 235.247)

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examinam, nesta fase processual,

embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) contra o

Acórdão 455/2014-1ª Câmara, por meio do qual foi dado provimento parcial a recurso de

reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, nos termos dos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei

8.443/1992, em:

9.1. conhecer dos embargos de declaração, para, no mérito, rejeitá-los;

9.2. dar ciência desta deliberação ao embargante.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1000-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO I – CLASSE I – 1ª CÂMARA

TC-019.005/2010-5

Natureza: Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)

Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito)

Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. OMISSÃO NO DEVER DE

PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS

IRREGULARES. DÉBITO E MULTA. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. CONHECIMENTO.

NEGATIVA DE PROVIMENTO.

RELATÓRIO

Este processo, em fase de recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de

Schoucair Jambeiro, ex-prefeito do Município de Saubara/BA, contra o Acórdão 4.455/2012 – 1ª

Câmara, trata de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação (FNDE) em razão da omissão no dever de prestas contas de recursos transferidos em 2004

no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa Nacional de

Alimentação – Creche (PNAC), do Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação

Fundamental de Jovens e Adultos (PEJA) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar

(PNATE). O recorrente teve suas contas julgadas irregulares, com a imputação de débito e aplicação

de multa.

2. A seguir, reproduzo a instrução do auditor da Serur, com proposta de conhecimento e

negativa de provimento do recurso, que contou com a concordância dos dirigentes da unidade técnica e

do Ministério Público:

“Trata-se de recurso de reconsideração (peça 21) interposto pelo ex-prefeito Antonio

Cesar de Schoucair Jambeiro contra o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18), que

assim dispôs:

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174

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

‘ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da

Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. rejeitar as alegações de defesa e julgar irregulares as contas do sr. Antonio Cesar de

Schoucair Jambeiro, com fundamento no art. 16, III, ‘a’, da Lei 8.443/1992, condenando-o ao

pagamento das quantias abaixo especificadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de

mora calculados a partir das respectivas datas até o efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15

(quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do

RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,

na forma da legislação em vigor:

PNAC – Programa Nacional de Alimentação Creche

Valor original do débito (R$) Data de ocorrência

471,24 25/2/2004

471,24 25/5/2004

128,52 27/5/2004

535,50 25/6/2004

535,50 23/7/2004

257,04 31/8/2004

278,46 10/9/2004

535,50 23/9/2004

535,50 29/10/2004

535,50 26/11/2004

PEJA – Programa de Apoio a Estados e Municípios para Educação de Jovens e Adultos

Valor original do débito (R$) Data de ocorrência

6.425,00 29/4/2004

6.425,00 24/5/2004

6.425,00 25/6/2004

6.425,00 28/7/2004

6.425,00 13/9/2004

6.425,00 11/10/2004

6.425,00 10/11/2004

6.425,00 27/11/2004

6.425,00 24/12/2004

6.425,00 28/12/2004

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

Valor original do débito (R$) Data de ocorrência

7.079,80 26/2/2004

7.079,80 27/3/2004

7.079,80 25/5/2004

7.079,80 25/6/2004

7.079,80 23/7/2004

8.169,00 31/8/2004

8.169,00 23/9/2004

8.169,00 29/10/2004

8.169,00 26/11/2004

PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar

Valor original do débito (R$) Data de ocorrência

59,11 28/4/2004

59,11 11/6/2004

59,11 29/6/2004

59,11 28/7/2004

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175

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

59,11 13/9/2004

59,11 11/10/2004

59,11 10/11/2004

59,11 24/12/2004

49,94 28/12/2004

9.2. aplicar ao sr. Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro a multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar

da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento

da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente

acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em

vigor;

9.3. autorizar o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e

consecutivas, se assim for solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c art. 217 do RI/TCU,

fixando o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e o

das demais a cada trinta dias;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial

das dívidas.’

HISTÓRICO

2. Versam os autos sobre tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação – FNDE, em face da omissão no dever de prestar contas dos recursos

recebidos no exercício de 2004 à conta do Programa Nacional de Alimentação Escolar-Fundamental

e Creche – PNAE, Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação Fundamental de

Jovens e Adultos – PEJA e Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE, nos termos

do relatório de TCE 253/2009-COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC (peça 6, p. 1-8).

3. Diante da ausência de prestação de contas, o FNDE notificou, em 15/2/2006, o Sr.

Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (peça 1, p. 6-7) e, em 5/5/2005, o seu sucessor, Sr. Antonio

Raimundo de Araujo, eleito para o período de 1/1/2005 a 31/12/2008 (peça 1, p. 8-9).

4. Em atenção à notificação do órgão repassador, o Sr. Antonio Cesar, por meio do

expediente acostado à peça 1, p. 12-14, expôs o motivo pelo qual se achava impedido de prestar

contas dos recursos recebidos durante o exercício de 2004, qual seja: a apreensão judicial da

documentação relativa ao citado exercício, em razão de ação de imissão de posse movida pelo

Município de Saubara/BA contra o ex-prefeito em 3/1/2005 (peça 7, p. 11-19).

5. Já o prefeito sucessor encaminhou ao FNDE cópias das representações apresentadas

ao Ministério Público contra o ex-gestor omisso na apresentação das prestações de contas devidas

(peça 2, p. 29, até a peça 3, p. 9, e peça 3, p. 41, até a peça 4, p. 48), a fim de se eximir da

corresponsabilidade, nos termos da Súmula 230 do Tribunal de Contas da União.

6. Esgotados os procedimentos administrativos atinentes à fase interna desta TCE, os

autos foram encaminhados ao Tribunal em 9/7/2010 (peça 1, p. 2).

7. No Tribunal, após instrução inicial (peça 6, p. 41-43), promoveu-se a citação do Sr.

Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro, por meio do Ofício 1.633/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p.

50-peça 7, p. 2), por conta da não comprovação da regular aplicação dos recursos públicos federais

repassados pelo FNDE.

8. Em resposta, o ex-prefeito encaminhou alegações de defesa (peça 7, p. 4-8),

acompanhadas de diversos documentos (peça 7, p. 9, até a peça 9, p. 41), que não lograram êxito em

comprovar a regular aplicação dos recursos transferidos, conforme análise da Secex/BA (peça 10, p.

1-6), que propôs o julgamento pela irregularidade das contas e imputação de débito ao responsável,

além da aplicação de multa proporcional ao dano, prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

9. Em seguida, o Tribunal, ao apreciar a matéria, em sessão do dia 31/7/2012, após ter

ouvido o Ministério Público junto ao TCU (peça 10, p. 8), anuiu à proposta da unidade técnica de

origem e proferiu o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18).

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176

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

10. Inconformado com a decisão do Tribunal, o Sr. Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro

interpôs recurso de reconsideração (peça 21), que ora se examina.

EXAME DE ADMISSIBILIDADE

11. O Exmo. Ministro-Relator, José Múcio Monteiro, ratificou (peça 24) a análise

preliminar de admissibilidade realizada pela Serur (peça 22) e conheceu do recurso de

reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18), sob o

amparo dos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/92, c/c o art. 285 do Regimento Interno/TCU,

suspendendo-se os efeitos dos itens 9.1, 9.2 e 9.4 do acórdão recorrido.

EXAME TÉCNICO

12. A seguir são apresentados, resumidamente, os argumentos do recorrente,

acompanhados das respectivas análises.

Argumentos (peça 21, p. 2-3)

13. Argui o recorrente, de início, que houve cerceamento de defesa, porque a

quantificação do débito se deu de modo indevido, já que não especificou a sua origem, ou seja, a que

prestações de contas se refere, o que demonstra subjetividade dos fatos imputados, em confronto com

o regramento constitucional constante do art. 5º, inciso LV.

14. Diz ainda que suas alegações de defesa foram analisadas de modo genérico, sem

especificar individualmente o motivo da rejeição de cada item.

Análise

15. Não prosperam as alegações do recorrente, uma vez que tanto o ofício de citação do

Tribunal (peça 6, p. 50-peça 7, p. 2) quanto a comunicação do FNDE (peça 1, p. 6) dirigidos ao ex-

prefeito especificaram minuciosamente a origem do débito, já que relacionaram o programa, o valor e

a Resolução do FNDE a que, normativamente, a prestação de contas se vincula.

16. Transcrevem-se adiante, para mais clareza, trechos do relatório (peça 21) e do

parecer do MP/TCU (peça 10, p. 8) que sustentaram o acórdão impugnado, os quais contestam esses

mesmos argumentos oferecidos pelo recorrente nas alegações de defesa (peça 7, p. 4-8):

‘15. Os débitos que compõem a mencionada tomada de contas especial acham-se

especificados no Relatório do Tomador das Contas n.º 733/2006, elaborado pela Coordenação-Geral

de Contabilidade e Acompanhamento de Prestação de Contas (CGCAP), do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC, de fls. 43/44. Em tal relatório são demonstrados os

valores repassados ao Município, com o respectivo número da ordem bancária, bem como a que

programas se destinaram – PNAE, PEJA e PNATE, os quais são normatizados pelas resoluções do

FNDE n.ºs 38/2004, 17/2004 e 18/2004, respectivamente. Portanto, não procedem os argumentos de

que houve cerceamento de defesa com relação as origens dos valores que compuseram o débito da

tomada de contas especial.’

‘4. O suscitado cerceamento de defesa, em razão de suposta falta de detalhamento em

relação ao débito imputado ao responsável, não merece ser aceito. O ofício de citação, contido às fls.

299/301 do vol. 1, nomina os programas, o exercício e os meses referentes aos recursos que não foram

objeto da devida prestação de contas. Ademais, contém parágrafo que esclarece ao ex-gestor acerca

da possibilidade de ter vistas dos autos para dirimir eventuais dúvidas, conforme transcrito: ‘4. Em

respeito ao princípio da ampla defesa, o Tribunal, por meio desta Secretaria, coloca-se à disposição

para prestar esclarecimentos, para efetuar a atualização do débito e/ou para conceder vista e cópia

dos autos, caso requeridos’.’

17. Do mesmo modo, não cabe razão ao recorrente quanto à argumentação de que a

análise de sua defesa não especificou o motivo da rejeição de cada item, tanto que ele não aponta que

item seria esse. Verifica-se, ao contrário, que a instrução (peça 10, p. 1-4) que examinou as alegações

de defesa abrangeu todos os pontos levantados pelo responsável.

18. Diante disso, não devem ser aceitos os argumentos de que ocorreu cerceamento de

defesa ao recorrente.

Argumentos (peça 21, p. 3-5)

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177

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

19. O responsável afirma que, à época da prestação de contas (ano de 2004), não havia,

no Município de Saubara, agências bancárias, condição que gerava dificuldades para obtenção dos

extratos bancários, o que ocasionou atrasos nas prestações de contas mensais, como a do mês de

setembro.

20. Assevera que não houve a prestação de contas dos meses de outubro, novembro e

dezembro de 2004, em face da decisão judicial que deferiu liminar de busca e apreensão emitida por

juiz da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Santo Amaro da Purificação/BA, o que acarretou a

retirada da prefeitura de todos os documentos que comprovariam a regular utilização dos recursos

públicos.

21. Argumenta que os documentos juntados às alegações de defesa (nos quais se incluem

os extratos do livro razão das contas dos recursos vinculados ao FNDE) comprovam essa assertiva,

todavia o Tribunal não se manifestou conclusivamente sobre eles.

22. Alega que a prestação de contas dos meses de janeiro a setembro foi feita

corretamente e que os registros contábeis desse período podem ser solicitados ao Tribunal de Contas

dos Municípios do Estado da Bahia.

23. Pondera que, embora a transição de governo devesse ocorrer até 31/12/2004, as

contas podem ser prestadas posteriormente, mas isso não foi possível, porque, ainda dentro do prazo,

os documentos foram retirados de sua posse, em virtude da mencionada ordem judicial.

24. Por fim, afirma que o fato de não ter prestado contas não significa que tenha havido

desvio de recursos, pois as verbas foram utilizadas em favor dos munícipes de Saubara, o que pode

ser comprovado por uma investigação mais apurada por parte do TCU.

25. Por essas razões, pede a reforma da deliberação recorrida, de modo a afastar a

condenação que lhe foi imposta.

Análise

26. Esses argumentos são insuficientes para afastar a condenação imposta por meio da

deliberação recorrida, pelo que se expõe nas seguintes considerações.

27. Sobre a apreensão judicial dos documentos, como fator impeditivo da prestação de

contas do ex-prefeito, constata-se, conforme conteúdo das ações de imissão de posse (peça 7, p. 35-

43) e de improbidade administrativa (peça 5, p. 35-48) movidas pelo Município de Saubara, por meio

do prefeito sucessor, contra o recorrente, que tal fato ocorreu em razão do mau relacionamento que

existia entre esses dois agentes políticos, já que, em decorrência disso, a transição de governo no final

do exercício de 2004 não pôde ser realizada e foi requerida força policial para garantir a posse do

sucessor.

28. Verifica-se também que o recorrente já havia conseguido (em janeiro de 2005)

despacho favorável do Juiz de Direito da Comarca de Santo Amaro da Purificação/BA para ter acesso

aos documentos necessários à prestação de contas, em atendimento à sua solicitação. Todavia, o

recorrente não acostou tais documentos aos autos nem demonstrou ter tomado outras providências

para esse fim. A propósito, esse ponto já havia sido abordado no parecer do MP/TCU (peça 10, p. 8 –

item 5), cujo teor é reproduzido a seguir, por ser elucidativo:

‘5. Também não socorre ao responsável a alegação de que os documentos necessários à

prestação de contas teriam sido apreendidos por ordem judicial. Nos autos da ação de imissão de

posse que culminou com a apreensão de documentos relativos à municipalidade de Saubara/BA, o

Exmo. Sr. Juiz de Direito, em despacho de próprio punho (fl. 26 do vol. principal), datado de

06/01/2005, e atendendo a pedido formulado pelo ora responsável, ordena que o prefeito empossado

‘devolva os documentos públicos necessários para prestação de contas da parte suplicada, conforme

art. 4º – Resolução TCM 220/92, referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004’, no

prazo de 72 horas.’

29. A inércia do recorrente também se revela, na medida em que, na ocasião em que

apresentou alegações de defesa (8/8/2011), solicitou prazo de 120 dias (peça 7, p. 8) para

‘providenciar todos os documentos necessários à comprovação da regular utilização dos recursos

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178

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

públicos’. No entanto, transcorridos mais de dois anos (17/10/2013), interpôs o presente recurso de

reconsideração sem entregar os referidos documentos nem informar a execução de medidas judiciais

ou administrativas tendentes à obtenção de tal documentação.

30. Pelos fatos acima expostos, verifica-se que, quando da apresentação das alegações de

defesa, em 8/8/2011, já havia transcorrido mais de seis anos após a decisão judicial mencionada no

item 28 desta instrução, tempo este mais do que suficiente para que o recorrente tomasse alguma

medida judicial ou administrativa, caso ainda não tivesse conseguido acesso aos documentos

concernentes à prestação de contas do convênio em questão. Ressalta-se que não consta dos autos,

nem mesmo deste recurso, qualquer prova de que o recorrente tivesse adotado tais medidas.

31. O recorrente também afirma que não houve a prestação de contas dos meses de

outubro, novembro e dezembro, por causa da mencionada apreensão judicial dos documentos.

Contudo, não se encontra nos autos a prestação de contas relativas a nenhum período do ano de

2004, nos termos exigidos pelas Resoluções/CD/FNDE 17, 18 e 38, todas de 2004, que tratam

especificamente dos programas PEJA, PNATE e PNAE.

32. Essas normas, no capítulo da prestação de contas, prescrevem exigências específicas

aos órgãos executores – OEx e ao Conselho de Acompanhamento e Controle Social sobre a Execução

do Programa – CACS-FUNDEF, como as constantes da Resolução/CD/FNDE 18, de 22/4/2004, in

verbis:

‘Art. 10. O OEx elaborará e remeterá ao CACS-FUNDEF, até 28 de fevereiro do exercício

subsequente, a prestação de contas dos recursos financeiros recebidos à conta do PNATE.

§ 1º A prestação de contas será constituída do Anexo I – Demonstrativo da Execução da

Receita e da Despesa e de Pagamentos Efetuados e Anexo II – Conciliação Bancaria, acompanhados

do extrato bancário da conta única e específica do PNATE.

§ 2º Na hipótese de não apresentação ou de qualquer irregularidade na prestação de

contas, o CACS-FUNDEF solicitará ao OEx esclarecimentos e, se for o caso, a regularização da

situação.

§ 3º O CACS-FUNDEF, após análise e emissão de parecer conclusivo acerca da

prestação de contas, apresentará ao FNDE, até o dia 15 de abril do mesmo ano, o Anexo I –

Demonstrativo da Execução da Receita e da Despesa e de Pagamentos Efetuados, Anexo II –

Conciliação Bancária e Anexo III – Parecer Conclusivo, acompanhados do extrato bancário da conta

única e específica do PNATE;’

33. Não se encontram entre os documentos que acompanharam as alegações de defesa

aduzidas pelo recorrente (peça 7, p. 9-peça 9, p. 41) nenhum dos anexos mencionados no § 3º acima

transcrito referentes a qualquer mês de 2004, o que torna inválida a alegação de que prestou contas

relativamente ao período de janeiro a setembro de 2004.

34. Também não se pode acolher a alegação (item 21 desta instrução) de que o Tribunal

não se manifestou conclusivamente sobre esses documentos, porque o exame de suas alegações de

defesa (peça 10, p. 1-4) afirmou categoricamente da seguinte forma:

‘18. Existem, na documentação encaminhada junto às alegações de defesa apresentadas,

às fls. 392/408, fotocópias das páginas de um possível livro de escrituração contábil, muito embora

sem o termo da abertura e respectiva data, de modo que não se pode afirmar, efetivamente, que se

trata de um Livro Razão, segundo informado pelo ex-gestor municipal, cujas anotações, sem nenhum

título ou data, nada indica tratar-se da escrituração dos recursos oriundos do FNDE.’

35. Pelo que dispõe o art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, bem como o art.

93 do Decreto-lei 200/1967 c/c o art. 66 do Decreto 93.872/1986, compete ao gestor comprovar a boa

e regular aplicação dos recursos públicos, isto é, cabe ao gestor o ônus da prova, consoante o

Tribunal firmou jurisprudência nesse sentido, nos termos dos Acórdãos 903/2007 – 1ª Câmara,

1.445/2007 – 2ª Câmara e 1.656/2006 – Plenário. Por isso, não se acolhem os argumentos de que a

prestação de contas dos meses de janeiro a setembro foi feita corretamente, conforme registros

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179

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

contábeis desse período, que podem ser solicitados ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado

da Bahia e que isso pode ser comprovado por uma investigação mais apurada por parte do TCU.

36. Além disso, conforme jurisprudência pacífica deste Tribunal, não basta a realização

do objeto ajustado, sendo imprescindível, para o julgamento pela regularidade das contas, a

comprovação de que os recursos federais repassados foram corretamente aplicados na execução

desse objeto.

37. Dessa maneira e de acordo com toda a análise, não é possível acolher as razões

recursais aduzidas pelo recorrente, razão pela qual se propõe o não provimento do presente recurso

de reconsideração.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

38. Diante do exposto, elava-se à consideração superior esta análise do recurso de

reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro contra o Acórdão 4.455/2012-

TCU-1ª Câmara, para propor, com base nos arts. 32, inciso I, e 33, da Lei 8.443/92, c/c o art. 285 do

RI/TCU, conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento.”

É o relatório.

pp

VOTO

Este Tribunal deve conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de

Schoucair Jambeiro, ex-prefeito do Município de Saubara/BA, contra o Acórdão 4.455/2012 – 1ª

Câmara, por terem sido observados os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 32 e 33 da Lei

8.443/1992.

2. Esclareço, de início, que o presente processo trata de tomada de contas especial

instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em decorrência da omissão

no dever de prestar contas de recursos federais transferidos em 2004 no âmbito do Programa Nacional

de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa Nacional de Alimentação – Creche (PNAC), do

Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação Fundamental de Jovens e Adultos (PEJA)

e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE). O recorrente teve suas contas

julgadas irregulares, com a imputação de débito e aplicação de multa.

3. Desde já, pronuncio-me integralmente de acordo com a análise e as conclusões da Serur,

ratificadas pelo Ministério Público, cujos pareceres posicionam-se pela negativa de provimento ao

recurso. Do exame da peça apelatória do ex-prefeito, bem como das manifestações da Secex/BA e do

Ministério Público na fase anterior do processo, percebo que, de fato, como afirma a Serur, os

argumentos trazidos nesta etapa já haviam sido devidamente examinados e repelidos quando do

primeiro julgamento.

4. Passo a comentar algumas alegações do responsável.

5. Primeiramente, a afirmação de que houve cerceamento de defesa, pois não teria havido a

especificação da origem do débito, é facilmente refutada pela constatação de que as comunicações do

FNDE ao ora recorrente, assim como a citação deste pelo TCU, apresentaram detalhadamente todos os

valores e a que programa cada um deles estava relacionado. Além disso, nos pareceres em que foram

apreciadas suas alegações de defesa, há a indicação precisa da fundamentação para a rejeição de cada

ponto.

6. Também não pode prosperar o argumento de que a apreensão judicial de documentos,

em 2004, decorrente de ação de imissão de posse, teria impedido a prestação de contas, tendo em vista

que, em janeiro de 2005, o ex-prefeito recebeu autorização do Juízo para ter acesso aos elementos

necessários à apresentação das contas. Destaco que, ainda que essa decisão não tenha sido cumprida, o

recorrente não apresentou prova de que tenha adotado alguma medida, judicial ou administrativa, para

exercer seu dever constitucional de demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos.

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180

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

7. O recorrente se engana ao afirmar que este Tribunal não teria examinado documentos

apresentados juntamente com suas alegações de defesa. O seguinte trecho da manifestação da

Secex/BA, reproduzido na instrução da Serur, mostra o contrário:

“18. Existem, na documentação encaminhada junto às alegações de defesa apresentadas,

às fls. 392/408, fotocópias das páginas de um possível livro de escrituração contábil, muito embora

sem o termo da abertura e respectiva data, de modo que não se pode afirmar, efetivamente, que se

trata de um Livro Razão, segundo informado pelo ex-gestor municipal, cujas anotações, sem nenhum

título ou data, nada indica tratar-se da escrituração dos recursos oriundos do FNDE.”

8. É importante destacar ainda que é sólida a jurisprudência do TCU no sentido de que a

obrigação de apresentar todos os elementos necessários para demonstrar o correto emprego dos valores

federais é do gestor responsável por esses recursos. Portanto, não cabe a este Tribunal solicitar

documentos comprobatórios a outros órgãos, como sugere o recorrente. Além disso, não bastaria

mostrar que a população foi devidamente atendida. É indispensável que o ex-prefeito comprove

também o nexo de causalidade entre o numerário transferido pelo FNDE e a materialização do objeto

almejado pelos programas do governo federal.

9. Enfim, são insuficientes os argumentos trazidos pelo recorrente. Deve-se, pois, negar

provimento ao recurso, mantendo-se inalterado o Acórdão 4.455/2012 – 1ª Câmara.

Ante o exposto, acolho a proposta da unidade técnica, anuída pelo Ministério Público, e

voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a este Colegiado.

pp

ACÓRDÃO Nº 1001/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-019.005/2010-5

2. Grupo I, Classe I – Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)

3. Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito, CPF 050.010.485-91)

4. Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur

8. Advogados constituídos nos autos: Marcelo Liberato de Matos (OAB/BA 13.791) e

Alisson Demósthenes Lima de Souza (OAB/BA 16.464)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial em que se

examina, nesta fase do processo, recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012 –

1ª Câmara.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, com base nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo

Relator, em:

9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair

Jambeiro, negando-lhe provimento;

9.2 dar ciência desta deliberação ao recorrente.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1001-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

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181

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.

pp

GRUPO I – CLASSE II – 1ª CÂMARA

TC-019.288/2013-1

Natureza: Tomada de Contas Especial

Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana

Unidade: Ministério da Cultura (MinC)

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PRONAC 05-6548. PROJETO

“CARAVANA MUSICAL DA SERRA GAÚCHA”. PREVISÃO DE SHOWS EM SETE

MUNICÍPIOS. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS DE RECURSOS CAPTADOS NA

FORMA DA LEI DE INCENTIVO À CULTURA. CITAÇÃO. DOCUMENTOS QUE NÃO

COMPROVAM A EFETIVIDADE DOS PAGAMENTOS NEM A REALIZAÇÃO DOS EVENTOS.

REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão da omissão no dever de prestar

contas de recursos captados na forma Lei de Incentivo à Cultura para aplicação no Projeto Pronac 05-

6548, que tinha por finalidade a realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande

do Sul, no âmbito do projeto “Caravana Musical da Serra Gaúcha”.

2. Após sanear os autos, a auditora da Secex/RS, na instrução de peça 16, apresentou, com

a anuência plena do seu dirigente (peça 17) e do Ministério Público junto ao TCU (peça 18), o exame e

a proposta de mérito que seguem abaixo transcritos:

“1. Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério da Cultura,

em desfavor da Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana, em razão da omissão no dever de prestar contas da

aplicação dos recursos captados no projeto Pronac 05-6548, no valor de R$ 270.000,00.

HISTÓRICO

2. Após sofrer ajuste no valor proposto, o Plano de Trabalho (peça 1, p. 32-40) foi

aprovado por meio da Carta Circular de Aprovação de Projetos datada de 17/2/2006 (peça 1, p. 42),

que estipulou o valor de captação em R$ 299.225,00, no período de 17/2 a 31/12/2006, a fim de ser

desenvolvido o projeto Caravana Musical da Serra Gaúcha, que se propunha a realizar 10

espetáculos musicais em 7 municípios do interior do Rio Grande do Sul, com público estimado em 10

mil pessoas em cada espetáculo e ingressos gratuitos (peça 1, p. 4-16).

3. Foram captados recursos, no total de R$ 270.000,00, todos da patrocinadora Borrachas

Vipal S.A., CNPJ 87.870.952/0001-44, conforme detalhamento abaixo, os quais foram depositados no

Banco do Brasil, Agência 0409-X, C/C 15.415-6, com autorização de movimentação em 11/05/2006

(peça 1, p. 62):

DATA VALOR - R$ Peça 1. p.

31/3/2006 80.000,00 46

28/4/2006 70.000,00 48

30/6/2006 70.000,00 50

31/7/2006 20.000,00 52

31/8/2006 30.000,00 54

Total 270.000,00

4. Em 7/2/2007, foi enviada à Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana a Carta Cobrança de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Prestação de Contas 164 (peça 1, p. 64), visto que o prazo era até 30/1/2007.

5. Em resposta, a proponente encaminhou, em 18/7/2007, uma solicitação de prorrogação

de prazo para a apresentação do relatório de prestação de contas, por não ter conhecimento técnico

para sua elaboração, informando a contratação de uma assessoria de projetos culturais para

solucionar o problema (peça 1, p. 66).

6. Em 3/9/2008, foi enviada nova correspondência dando prazo de 30 dias para a entrega

da prestação de contas (peça 1, p. 68).

7. A proponente,conforme consulta efetuada em 3/2/2010, constava como inabilitada e a

situação do projeto era inadimplente (peça 1, p. 77-9).

8. Foi publicado o Edital de Notificação 15, em 31/3/2010 (peça 1, p. 88-91), cobrando o

valor corrigido de R$ 456.550,45.

9. A tomada de contas especial foi proposta por meio da Nota Técnica 52/2010, TCE

1400.001362/2010-58, em razão da não apresentação da prestação de contas relativa aos recursos

captados no âmbito do Pronac 05-6548 (peça 1, p. 92-5), acompanhada do Relatório de Tomada de

Contas Especial 65/2010 (peça 1, p. 96-100) e do demonstrativo de débito (peça 1, p. 102-6).

10. A responsabilidade foi lançada em 16/6/2010, no valor de R$ 486.966,91 (peça 1, p.

108) e os autos encaminhados à Assessoria Especial de Controle Interno em 18/6/2010 (peça 1, p.

110) e, desta, ao Gabinete do Ministro da Cultura, mediante o Ofício 279/2010-AECI/GMMinC (peça

1, p. 112), com novo demonstrativo de débito (peça 1, p. 114-24).

11. O Relatório de Auditoria 655/2013 apresenta o histórico e conclui que a proponente

está em débito com a Fazenda Nacional pelo valor de R$ 662.648,78 (peça 1, p. 128-30), o

Certificado de Auditoria 655/2013 é pela irregularidade das contas (peça 1, p. 131), assim como o

parecer do dirigente do órgão de controle interno (peça 1, p. 132).

12. O Aviso 341/2013/GM/CGU-PR, de 13/6/2013, encaminhou a tomada de contas

especial à Ministra da Cultura Marta Teresa Suplicy (peça 1, p. 134), solicitando que determinasse o

envio do processo ao TCU. O pronunciamento ministerial ocorreu em 25/6/2013 (peça 1, p. 140) e os

autos foram remetidos ao Tribunal pelo Ofício 170/2013-AECI/GM/MinC, de 27/7/2013 (peça 1, p.

142).

13. Em face da total ausência de documentação a demonstrar a regular aplicação dos

recursos captados por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura, foi proposta a realização de

citação da responsável proponente Delcy Siloé Fiori Gabana para que apresentasse suas alegações

de defesa.

15. No ofício de citação (peça 6), foi informado à responsável que a demonstração da

correta aplicação dos recursos perante este Tribunal deve ocorrer mediante o fornecimento de

documentação probatória das despesas efetuadas, tais como notas fiscais, recibos, extratos bancários

da conta específica e dos rendimentos da aplicação financeira, bem como documentos que comprovem

a execução do projeto, ou seja, a efetiva realização dos espetáculos nas cidades previstas. Também foi

esclarecido que a omissão inicial no dever de prestar contas, se não justificada, poderá ensejar o

julgamento pela irregularidade das contas e a aplicação da multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei

8.443/1992, nos termos do art. 16, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da mesma norma, independentemente

da comprovação da regular aplicação dos recursos no objeto pactuado.

ALEGAÇÕES DE DEFESA E ANÁLISE

16. Após o recebimento do Ofício 979/2013 - SECEX/RS em 21/8/2013, foi juntada aos

autos procuração (peça 9), bem como solicitada prorrogação de prazo para apresentação de defesa

pelos procuradores constituídos (peças 8 e 10).

17. Concedido prazo de mais 15 dias (peça 11), em 23/9/2013 foram entregues as

alegações (peça 15).

18. Os procuradores constituídos efetuam um histórico do projeto e, preliminarmente,

arguem a prescrição do feito.

18.1 Alegam que as diligências feitas pelo Ministério da Cultura não se constituíam em

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

citação à requerente para que fosse produzida a interrupção da prescrição, nos termos do artigo 2º,

inciso I, da Lei 9.873/1999, que estabelece o prazo de 5 anos. Quando o Ministério da Cultura

encaminhou o expediente para o Tribunal de Contas da União já havia decorrido mais de 5 anos do

prazo final para a apresentação da prestação de contas. Apenas em 21/8/2013 foi a requerida

devidamente citada, o que teria interrompido a contagem da prescrição se esta já não estivesse

consumada, afinal, na data já tinha transcorrido 6 anos, 6 meses e 22 dias do prazo final da prestação

de contas (30/1/2007).

18.2 A lei mencionada define os limites da pretensão punitiva do poder público na

reparação dos danos contra aqueles que os tenham causado ao erário, citando o artigo 1º:

‘Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e

indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,

contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que

tiver cessado.’

18.3 Citam, também, a Súmula 150 do STF, que prevê que ‘prescreve a execução no

mesmo prazo de prescrição da ação’. Assim, não é possível executar, visto estar prescrito o direito de

ação no presente caso. Para que fosse possível a execução dos débitos decorrentes do objeto desta

tomada de contas especial, necessária seria ter ocorrido a citação até 30/1/2012.

18.4 Em relação ao prazo decenal utilizado pelo TCU em certos casos, em razão do artigo

205 do Novo Código Civil, esta TCE precisaria ter a decisão do órgão (artigo 24 da Lei

Orgânica/TCU) para ser considerado título executivo e poder valer-se de outra natureza e outro prazo

prescricional. Entendem que não é possível aplicar o artigo 205 do Código Civil, em vista de existir

outro menor fixado pela lei, que seria 5 anos das pretensões contra a Fazenda Pública e vice-versa.

Considerando que a TCE foi iniciada em 2013 e a interrupção da prescrição em 21/8/2013, não se

pode falar em prazo prescricional de 10 anos e, menos ainda, em imprescritibilidade, em função da

insegurança jurídica (...).

18.5 Como não existe nos autos decisão do TCU quanto aos valores devidos pela

responsável, visto que o eventual débito ainda deverá ser apurado, admite que o processo enquadra-se

nas disposições do artigo 16, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei Orgânica/TCU, em situação de

averiguação e, após as devidas análises, ser declarado o prejuízo causado (...).

18.7 Entende que o prazo prescricional é de cinco anos para atos e fatos que envolvam a

Fazenda Pública (...).

18.8 Concluem dizendo ser impossível prosperar a continuidade desta TCE em vista de ter

ocorrido prescrição (...).

19. Passa-se à análise das alegações (...). Primeiramente, deve-se salientar que a lei

citada pelos procuradores, Lei 9.873/1999, refere-se especificamente à ação punitiva da

Administração Pública Federal, o que não é o caso destes autos, visto que uma tomada de contas

especial é instaurada a fim de apurar responsabilidade daquele que causar dano ao erário e para

suprir a omissão no dever de prestar contas, ambos visando recompor os cofres públicos, o que não se

constitui em sanção, mas em ressarcimento. Tanto é assim que o artigo 1º da citada lei expressamente

se refere ao exercício do poder de polícia (...).

19.1 A ação deste Tribunal, bem como do Ministério da Cultura, nas reiteradas tentativas

de obter a apresentação da prestação de contas por parte da responsável, nada tem a ver com o

exercício do poder de polícia (...). Trata-se tão somente de zelar pelos recursos gerenciados pela

proponente a fim de evitar que seja causado prejuízo ao erário.

19.2 O Ministério da Cultura, em reiteradas ocasiões, informou à responsável sobre a

necessidade de apresentação de prestação de contas dos recursos captados por meio da Lei Rouanet

(...). Além disso, a própria responsável demonstrou ter ciência de sua falta ao encaminhar solicitação

de prorrogação de prazo, em 18/7/2007(...).

19.2.1 Em que pese a inadequação da Lei 9.873/1999 ao presente caso (...), deve-se

salientar que a mesma, no artigo 2º, inciso I, determina a interrupção da prescrição pela notificação

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital, o que descreve perfeitamente a

situação da proponente (...).

19.3 Os procuradores, ao arguirem o prazo previsto no § 1º do artigo 21 da Lei Orgânica

deste Tribunal, se utilizaram de expediente que definitivamente não se aplica ao caso em tela.

Primeiro, porque as presentes contas não foram declaradas iliquidáveis, e, segundo, porque o prazo

de 5 anos é contato a partir da publicação da decisão terminativa no Diário Oficial da União, coisa

que, nestes autos, ainda não ocorreu.

19.4 Por fim, e para encerrar a arguição de prescrição, deve ser informado aos

procuradores que, a partir de farta jurisprudência desta Corte de Contas, foi sumulado o

entendimento de que as ações de ressarcimento movidas pelo Estado contra os agentes causadores de

danos ao erário são imprescritíveis (Súmula TCU 282). Consequentemente, inaplicável a Súmula 150,

do STF, tanto em relação à execução como ao prazo de prescrição da ação.

20. Quanto ao mérito, os procuradores alegam que a responsável cumpriu a totalidade do

objeto que foi pactuado, porém, por falta de conhecimento, não teve preocupação maior com a

documentação. Ressaltam que foi um projeto de 2006, quando os atuais mecanismos de

gerenciamento não existiam. Além disso, não recebeu suporte fiscalizador ou técnico do Ministério da

Cultura, sendo que este já foi por diversas vezes autuado por este Tribunal de Contas da União por

diversas irregularidades. Exemplo de irregularidades constatadas pelo TCU e cometidas pelo MinC

são as tratadas no TC 018.011/2010-1.

20.1 A responsável é pessoa do interior do RS, que não recebeu o apoio técnico necessário

do MinC, não tinha grandes conhecimentos técnicos e reconheceu suas dificuldades ainda em 2007,

sem ter sido socorrida. Apenas em 2010 foi editada a IN 1/2010, estabelecendo regras claras e

precisas para a apresentação, análise, aprovação, execução, acompanhamento e prestação de contas

das propostas culturais de incentivo fiscal do Pronac. (...) Deveria o MinC, com regulamentos,

acompanhamento e suporte técnico, ter prevenido e solucionado as dificuldades dos executores dos

projetos culturais (...).

20.3 Toda a documentação que a proponente possui a título de prestação de contas,

constituída de notas fiscais, no valor total de R$ 133.654,85, está em anexo. No decorrer das

apresentações nas cidades eram feitos pagamentos à Marin’s Produções Artísticas Ltda., CNPJ

04.641.539/0001-80, contratada para executar os andamentos, logística e serviços necessários à

realização do projeto. Porém, nem sempre foi possível a emissão de notas fiscais, em razão da

constante exigência de viagens e deslocamentos. Alega que o MinC, após a responsável ter

demonstrado dificuldades na entrega da prestação de contas e informado o Ministério a respeito,

deveria, por lei, ter-lhe prestado assessoria.

20.4 No total houve a captação de R$ 301.825,00; o projeto previa captação de até R$

299.225,00; foi aprovado o repasse de R$ 270.000,00 por parte de Borrachas Vipal S.A. – CNPJ

87.870.952/0001-44. A diferença entre o captado com a Borrachas Vipal e o total captado, no valor

de R$ 31.825,00, foi colocada pela responsável para poder finalizar o projeto, demonstrando que não

houve intenção de agir com afronta à legislação.

20.5 Seria desleal uma cobrança feita após mais de 6 anos da data do prazo final para a

prestação de contas, visto que quaisquer outros levantamentos ficam impossíveis de ocorrer. Afinal,

foram poucas as solicitações de entrega de prestação de contas pelo MinC, que nunca enviou um

ofício, deu um telefonema ou fez uma visita técnica, como deveria fazer. Prescrito o prazo, ao dar-se

conta de suas falhas e omissões, o MinC resolveu passar o expediente ao órgão máximo e competente

para análise final e aprovação das contas, ou seja, o TCU.

20.6 O único interesse do MinC, à época, era o de aprovar os projetos e repasses, mesmo

acima de sua capacidade, e depois deixar os proponentes sem suporte durante a execução, apenas

cobrando-os do que julgava ser-lhe devido, para ao final largar para o TCU para que este, com sua

autoridade, obtivesse uma prestação de contas de um projeto ‘executado de cima para baixo, nunca

ocorrido dentro da cooperação entre todos os envolvidos’.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

20.7 Concluem dizendo que a responsável, Delcy Siloé, não cometeu qualquer tipo de

infração à legislação pertinente, da época, no que tange à execução e finalização do projeto,

conforme se comprova na documentação anexa. O que ocorreu foi negligência por parte do MinC em

relação às suas obrigações junto àqueles que captam recursos públicos para fins culturais. Quanto às

suas obrigações, a responsável optou pela execução do plano de trabalho, priorizando a realização

dos eventos, deixando para resolver as questões burocráticas com o auxílio do MinC para finalização

das contas. Requerem a declaração de prescrição do feito, ou, se não for possível, que sejam

avaliadas e aprovadas as contas, com critério de proporcionalidade e razoabilidade, dadas as

dificuldades por ela encontradas. Requerem também que o MinC seja notificado da decisão a ser

proferida.

21. A título de documentação comprobatória anexam:

21.1 Formulários de Prestação de Contas, sem assinatura, datados de 23/9/2013,

compostos por: Relatório de Execução da Receita e Despesa, Relação de Pagamentos, Relatório

Físico, Relatório de Bens de Capital, Relatório de Bens Imóveis e Conciliação Bancária – peça 15, p.

12-6;

21.2 Comunicados de Mecenato e comprovantes de depósito em conta corrente em

dinheiro dos valores transferidos por Borrachas Vipal S.A. à Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana – peça 15,

p. 17-27;

21.3 Memória de Gastos – peça 15, p. 28;

21.4 Extratos bancários da conta corrente 15.415-6 da Agência 0409-X do Banco do

Brasil – peça 15, p. 29-43, seguidos pelos comprovantes de TED efetuados à empresa Marins S

Produções, no valor total de R$ 296.225,00 – peça 15 – p. 44-50, nas seguintes datas e valores:

Data Valor(R$) nº Documento

5/4/2006 65.000,00 52.847

28/4/2006 65.000,00 523

26/5/2006 10.000,00 5.236

3/7/2006 65.000,00 97

21/8/2006 32.000,00 8.100

18/9/2006 30.000,00 13

3/10/2006 29.225,00 23

21.5 Notas Fiscais conforme tabela abaixo – peça 15, p. 51-62:

NF Beneficiário Data Valor (R$)

8552 Rádio Coroados 27/6/2006 2.100,00

8622 12/7/2006 2.100,00

066319 Rádio e TV Caxias 18/7/2006 3.122,55

073712 Rádio e TV Umbu 18/7/2006 2.429,10

00023 Marin’s Produções Artísticas 30/10/2006 49.000,00

0871 Delta Som e Luzes 31/10/2006 10.900,00

00024 Marin’s Produções Artísticas 16/11/2006 24.000,00

00029 5/12/2006 14.000,00

7444 Hotel Coroados 13/12/2006 853,20

00035 Marin’s Produções Artísticas 25/1/2007 12.000,00

00065 Marin’s Produções Artísticas 8/2/2007 10.000,00

12989 Hotel Coroados 12/3/2007 3.150,00

TOTAL 133.654,85

22. Passa-se à análise da argumentação e documentação anexada.

22.1 Os procuradores não lograram comprovar por nenhum meio a efetiva realização dos

alegados shows, sequer foi juntado aos autos cópia de notícias publicadas em jornais locais

divulgando local e data da realização dos eventos, o que, mesmo após o tempo decorrido, não seria

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

difícil de obter junto aos arquivos dos jornais. Consequentemente, não há como atestar que o projeto

atingiu os objetivos e que os recursos repassados à empresa Marin’s Produções Artísticas realmente

foram utilizados para tal fim.

22.1.1 Argumentam que a responsável é pessoa do interior do RS que não recebeu o apoio

necessário do MinC, não possuía conhecimentos técnicos e que não foi socorrida por aquele órgão.

No entanto, na correspondência de 18/7/2007 (peça 1, p. 66), a responsável não solicitou auxílio, e

sim informou que havia tomado a providência de contratar uma empresa de assessoria de projetos

culturais para a confecção da prestação de contas. Não é dada notícia acerca do que houve com tal

contratação. Por outro lado, deve-se salientar que para apresentar o projeto perante o MinC a

proponente teve conhecimento suficiente de como proceder.

22.1.2 Observe-se que, por meio de pesquisa efetuada no Google, obteve-se indícios de

haver relação entre a empresa patrocinadora e a proponente (vide o link

http://www.bomaluno.com.br/bomaluno/programa/pro_vipal.php), eis que a responsável coordenou o

programa social ‘Bom Aluno’ da empresa no ano de 2000, relacionamento este que se manteve ao

menos até 2012, em face da notícia obtida no mesmo sítio sobre o lançamento do primeiro CD da

Orquestra Jovem IPDAE, patrocinado pelo Vipal Instituto Social, do qual a responsável é a gerente

(vide link http://www.borrachasvipal.com/novidades/orquestra-do-ipdae-lanca-seu-primeiro-cd-com-

patrocinio-da-vipal/n191/pt). Ou seja, na hora de fornecer ao patrocinador o devido comprovante que

iria isentá-lo do recolhimento do imposto, a responsável não parece ter tido qualquer dificuldade,

visto que os recibos estão perfeitamente preenchidos, datados da época do recebimento dos

patrocínios e devidamente assinados pela responsável (peça 15, p. 18, 20, 22, 24 e 26). Trata-se, pelo

visto, de um desconhecimento e dificuldade seletivos, valendo apenas para o momento de

apresentação de prestação de contas, único procedimento sobre o qual padecia de total

desconhecimento.

22.2 Considerando-se a data, 23/9/2013, por óbvio, as planilhas foram preenchidas para

fins de apresentação a esta Corte de Contas e não com o objetivo de prestação de contas perante o

MinC. Para os fins deste processo, no entanto, o preenchimento destas planilhas mostra-se

completamente desnecessário, visto que só teria validade se houvesse comprovação de que as contas

haviam sido entregues em tempo hábil, descaracterizando a omissão. Além disso, a planilha Relação

de Pagamento foi incorretamente preenchida, pois, em vez de relacionar os patrocínios recebidos

(peça 15, p. 13), deveria ter detalhado os pagamentos efetuados pela responsável no decorrer da

execução do projeto, mais ou menos o que foi feito com o título de Memória de Gastos (peça 15, p.

28). Nesta memória, identifica-se que, fora os pagamentos feitos por transferência (TED) à Marin’s

Produções Artísticas e o recolhimento de CPMF, ocorreram pagamentos não se sabe a quem ou a que

título, no valor total de R$ 4.461,22, incluindo um saque de R$ 1.000,00 em 11/04/2007, data

posterior à de vigência do projeto, que era 31/12/2006.

22.3 As notas fiscais emitidas por outras empresas que não a Marin’s Produções Artísticas

somam R$ 24.654,85 e os procuradores não informam quem efetuou tais pagamentos, se a Sra. Delcy

diretamente ou se foram despesas feitas pela empresa Marin’s e que estavam inclusas nos valores por

esta cobrados como parte da prestação de serviço. O fato é que tais pagamentos não coincidem em

valores com os dos vários pagamentos autorizados que aparecem nos extratos bancários (p. 15, p. 29-

43).

22.4 Por sua vez, as notas fiscais apresentadas por Marin’s Produções Artísticas somam

R$ 109.000,00, valor bem inferior ao das transferências bancárias efetuadas, conforme os

comprovantes de p. 44-50 da peça 15, mesmo se acrescidas as despesas acima mencionadas, o que

totalizaria R$ 133.654,85, remanescendo R$ 162.570,15 sem suporte documental. E isso sem

considerar a alegação de que o valor total gasto pela responsável teria sido de R$ 301.825,00, dos

quais se sabe que R$ 295.255,00 foram parar na conta de Marin’s Produções Artísticas, mas não se

tem notícia em que foram empregados os restantes R$ 5.570,00. Além disso, os procuradores

informam que o valor de R$ 31.825,00 teria saído dos recursos próprios da responsável.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

CONCLUSÃO

23. Em face da fragilidade da documentação apresentada, bem como da falta de

comprovação de que os eventos efetivamente ocorreram e em que termos, entende-se que as alegações

de defesa não lograram comprovar a regular utilização dos recursos captados pela proponente Delcy

Siloé Fiori Gabana, por meio do projeto Pronac 05-6548, e, portanto, deverão ser rejeitadas.

24. De todo o acima exposto, também não foi possível identificar indício de boa-fé por

parte da responsável, motivo pelo qual se proporá que as contas sejam imediatamente julgadas

irregulares e recolhido o débito.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

17. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior do Ministro-Relator

José Múcio Monteiro, propondo-se:

a) rejeitar as alegações de defesa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III,

alínea ‘a’, 19, caput, e 23 da Lei Orgânica/TCU c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214,

inciso III, do RI/TCU, julgar irregulares as contas da responsável Delcy Siloé Fiori Gabana, em face

da omissão no dever de prestar contas dos valores captados por força do projeto Pronac 05-6548, e

condená-la ao pagamento das quantias abaixo especificadas, com fixação do prazo de 15 (quinze)

dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do

Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, atualizada

monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a do

recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:

DATA VALOR - R$

31/3/2006 80.000,00

28/4/2006 70.000,00

30/6/2006 70.000,00

31/7/2006 20.000,00

31/8/2006 30.000,00

b) autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos do

art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;

c) autorizar, com fulcro no artigo 217 do RITCU, o parcelamento da importância devida,

caso solicitado pela interessada;

d) enviar o inteiro teor desta instrução à responsável e seus procuradores.”

2. O Ministério Público se manifestou no mesmo sentido da unidade técnica.

É o relatório.p

pp

VOTO

Em apreciação tomada de contas especial instaurada pelo Ministério da Cultura, em razão

da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma da Lei 8.313/1991 (Lei de

Incentivo à Cultura - Mecenato), que apontou como responsável Delcy Siloé Fiori Gabana.

2. Mediante o projeto Pronac nº 05-6548, que visava à realização de espetáculos musicais

em sete municípios gaúchos (Nova Prata, Nova Bassano, Paraí, Guabijú, Nova Araçá, Veranópolis e

Casca), no período de janeiro a outubro de 2006, foi autorizada a captação de R$ 299.225,00, sendo

que o efetivamente obtido totalizou R$ 270.000,00.

3. Entretanto, não houve a devida prestação das contas, embora a responsável tenha sido

notificada na fase interna da TCE. No âmbito do Tribunal, procedeu-se à sua citação para apresentar

alegações de defesa ou recolher o débito decorrente da não comprovação da boa e regular aplicação

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

dos recursos federais recebidos para execução do projeto supracitado, em face da omissão no dever de

prestar contas.

4. A defesa foi devidamente analisada pela Secex/RS, conforme instrução contida no

relatório que precede este voto, cuja conclusão foi a de que a documentação trazida aos autos não é

hábil a demonstrar integralmente o bom e regular uso dos valores captados, por não ter comprovado a

realização dos eventos. As planilhas que deveriam ter sido preenchidas como prestação de contas

foram elaboradas para constituírem peças das alegações de defesa, sem se fazerem acompanhar de

documentos que evidenciem a execução do projeto.

5. As notas fiscais apresentadas (peça 15, pp. 51 a 62) não conferem com os valores

debitados da conta-corrente (peça 15, pp. 29 a 50). Conforme concluiu a unidade técnica, não lograram

comprovar por nenhum meio a efetiva realização dos shows, sequer foi juntada aos autos cópia de

notícias publicadas em jornais locais divulgando local e data da realização dos eventos, o que, mesmo

após o tempo decorrido, não seria difícil de obter junto aos arquivos dos jornais. Consequentemente,

não há como atestar que os recursos foram utilizados para tal fim e não para algum outro destino.

6. Em razão disso, arrematou a instrução, devem ser recusadas as despesas em face da

fragilidade da documentação fornecida e da falta de comprovação de realização dos eventos. Adicione-

se que não foi possível verificar a boa-fé por parte da responsável.

7. Destarte, em pareceres uniformes, a Secex/RS pronunciou-se no sentido de rejeitar as

alegações de defesa, julgar irregulares as contas da proponente, condenando-a em débito pelos valores

indicados no ofício citatório.

8. O MP/TCU anuiu a tal proposta da unidade técnica.

9. No tocante à preliminar de prescrição do débito arguida pela responsável, não há como

acolhê-la, ante a jurisprudência pacífica desta Corte de Contas acerca da imprescritibilidade das ações

de ressarcimento de danos causados ao erário, nos termos do § 5° do art. 37 da Constituição Federal

(Súmula TCU 282). Importa registrar que o STF, no julgamento do MS 26.210, fixou entendimento no

mesmo sentido.

10. Quanto ao mérito, as alegações de defesa de Delcy Siloé Fiori Gabana devem ser

rejeitadas pelo fato de serem incapazes de demonstrar a aplicação dos recursos captados no objeto do

projeto. Nenhum documento que confirme a realização dos eventos foi trazido aos autos e as notas

fiscais e os extratos bancários não conferem, impossibilitando o estabelecimento do necessário nexo de

causalidade entre as despesas e os valores debitados na conta específica. Assim, os elementos

remetidos não podem ser aceitos como prestação de contas, ainda que intempestiva.

11. Assim, nos termos do art. 202 do RI/TCU e da Decisão Normativa TCU 35/2002, e

considerando a verificação do previsto nas alíneas “a”, “b” e “c” do inciso III do art. 16 da Lei

8.443/1992, devem as contas ser, desde logo, julgadas irregulares, com imputação de débito nos

valores especificados e cominação de multa proporcional ao dano, que arbitro em R$ 30.000,00.

Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª

Câmara.ppp

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

Relator

pp

ACÓRDÃO Nº 1002/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 019.288/2013-1

2. Grupo I - Classe II - Tomada de Contas Especial

3. Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana (CPF 312.614.000-97)

4. Unidade: Ministério da Cultura (MinC)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva

7. Unidade Técnica: Secex/RS

8. Advogados constituídos nos autos: Roberto Rebés Abreu (OAB/RS 26.964) e Francisco

Fogaça Damiani (OAB/RS 87.018)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Ministério da Cultura, em razão da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma

da Lei de Incentivo à Cultura, para aplicação no Projeto Pronac 05-6548, que tinha por finalidade a

realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande do Sul, no âmbito do projeto

“Caravana Musical da Serra Gaúcha”.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III,

alíneas “a”, “b” e “c”; 19, caput; 23, inciso III; 28, inciso II; e 57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202,

§ 6º; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do TCU, em:

9.1. julgar irregulares as contas de Delcy Siloé Fiori Gabana e condená-la ao pagamento

das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,

para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura

(FNC), acrescida da correção monetária e dos juros de mora calculados a partir das respectivas datas

até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor:

Data Valor - R$

31/3/2006 80.000,00

28/4/2006 70.000,00

30/6/2006 70.000,00

31/7/2006 20.000,00

31/8/2006 30.000,00

9.2. aplicar a Delcy Siloé Fiori Gabana multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais),

fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o

Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da

data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da

legislação em vigor;

9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação;

9.4. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Sul, para as medidas que entender cabíveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1002-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.pp

pp

GRUPO II – CLASSE III – Primeira Câmara

TC 022.085/2009-8

Natureza: Monitoramento (em Pensão Civil)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de

Administração do INSS em Salvador/BA)

Interessados: Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias

Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA

SUMÁRIO: MONITORAMENTO. PENSÃO CIVIL. INSTITUIDOR APOSENTADO

POR INVALIDEZ. VANTAGEM DO ART. 184, INCISO II, DA LEI Nº 1.711/1952. TEMPO DE

SERVIÇO INFERIOR A 35 ANOS. ILEGALIDADE DAS CONCESSÕES. CIÊNCIA AOS

BENEFICIÁRIOS. TRANSCURSO DO PRAZO SEM INTERPOSIÇÃO DE RECURSO.

EXCLUSÃO TARDIA DA PARCELA INDEVIDA. AUDIÊNCIA. VALORES PAGOS A MAIOR.

SOLICITAÇÃO DE RESTITUIÇÃO. CUMPRIMENTO DA DECISÃO DO TRIBUNAL.

ACOLHIMENTO DAS JUSTIFICATIVAS. ARQUIVAMENTO.

RELATÓRIO

Trata-se de monitoramento acerca do cumprimento das determinações constantes do

Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que considerou ilegais as pensões civis de interesse de

Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da

vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952 no cálculo dos proventos do instituidor,

aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço para fazer jus ao acréscimo de 20% que

era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.

2. Reproduzo, a seguir, o teor da referida deliberação:

“VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam da concessão de pensão civil a

dependentes de ex-servidor da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em

Salvador/BA.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da

Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, § 2º,

Regimento Interno, e Súmula TCU nº 106, em:

9.1. considerar ilegais as concessões de pensões civis a Delmir de Abreu Farias, Josefina

Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias, recusando o registro;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé pelos

beneficiários;

9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

9.3.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos

interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais

recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva

notificação, caso esses não sejam providos;

9.3.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos

considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da

decisão, documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento do acórdão;

9.4. esclarecer à unidade jurisdicionada que as concessões consideradas ilegais poderão

prosperar, mediante emissão de novo ato livre da irregularidade apontada;

9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da

determinação relativa à cessação de pagamentos decorrentes das concessões consideradas ilegais,

representando ao Tribunal em caso de não atendimento.”

3. Dado início ao monitoramento pela Sefip, concordei fosse feita a audiência de Wagner

de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de Administração do INSS em Salvador/BA, para apresentar razões

de justificativa pela falta de cumprimento da decisão deste Tribunal.

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191

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

4. A unidade técnica analisou as alegações enviadas pelo gestor de pessoal, conforme

instrução abaixo transcrita, concluindo pela sua rejeição:

“Esta Corte de Contas, por intermédio do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara,

proferido na Sessão de 31/7/2012 (peça 11), julgou ilegal o ato de pensão civil em favor dos

interessados acima identificados, em razão do pagamento da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei

nº 1.711/1952 no cálculo da pensão sem que o instituidor do benefício contasse com 35 anos de

serviço para fazer jus a proventos aumentados de 20%, no caso de ocupante da última classe da

carreira.

2. No monitoramento feito por esta unidade técnica, em 19/8/2013 (peça 18), verificou-se

descumprimento da deliberação, o que motivou a realização de audiência, com o aval de despacho do

Relator (peça 20), do responsável Wagner de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de Administração da

Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA.

3. Mediante o Ofício nº 26/INSS/GEXSAL/SERADM/BA, de 13/9/2013 (peça 24), o

responsável informou que acreditava que havia atendido a determinação do TCU tão somente com a

notificação dos interessados, tendo em vista que a comunicação do cumprimento do acórdão enviada

a esta Corte pelo expediente constante da peça 14 também havia sido encaminhada à Auditoria Geral

do INSS por meio do memorando nº 42, de 22/3/2013. Posteriormente, ao receber documento oriundo

da presidência do INSS alertando sobre o não cumprimento de determinações do TCU, entre as quais

a do referido acórdão, averiguou-se que não havia sido efetuada, na época própria, a exclusão da

parcela em questão. Tendo sido verificado o equívoco, a vantagem foi suprimida da base de cálculo

dos proventos dos pensionistas, novo ato Sisac foi emitido e a restituição ao erário estava sendo

providenciada.

4. Em consulta ao Siape (peça 25), confirmamos a exclusão da vantagem indevida e, em

pesquisa no Sisac, verificamos a emissão de novo ato de pensão civil 10262946-05-2013-000070-2,

escoimado da irregularidade apontada nos autos.

5. As determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara foram

atendidas pela Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA. No

entanto, as razões de justificativa formuladas por Wagner de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de

Administração da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA, para o

não cumprimento, de forma tempestiva, da decisão desta Corte de Contas não merecem ser acolhidas.

As deliberações do TCU, no exercício de sua competência constitucional do exame dos atos de

pessoal, obrigam o órgão gestor ao seu fiel cumprimento.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

6. Em face do exposto, propomos o encaminhamento dos autos ao Ministro-Relator, com

as seguintes propostas:

6.1. rejeitar as razões de justificativa apresentadas por Wagner de Oliveira Reis

(CPF 970.196.405-59), Chefe do Serviço de Administração da Gerência Executiva do Instituto

Nacional do Seguro Social em Salvador/BA;

6.2. aplicar ao responsável a multa prevista no art. 58, inciso IV, da Lei nº 8.443/1992 e

no art. 268, inciso VII, do Regimento Interno do Tribunal;

6.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em

Salvador/BA que apure o montante indevidamente recebido pelos pensionistas Delmir de Abreu

Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias (CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias

(CPF 431.914.605-00), em desconformidade com o Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, desde a

respectiva ciência da deliberação, e promova, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a

restituição ao Erário.”

5. O Ministério Público junto ao TCU manifestou-se de acordo com a proposta da unidade

técnica.

É o relatório.

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192

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pp

VOTO

Aprecia-se o monitoramento acerca do cumprimento das determinações constantes do

Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, proferido na apreciação do processo de concessão de pensões

civis a dependentes de ex-servidor da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em

Salvador/BA.

2. A ilegalidade dos benefícios pagos a Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e

Nilton de Abreu Farias (já excluído por maioridade) decorreu da inclusão da vantagem do art. 184,

inciso II, da Lei nº 1.711/1952 no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem

contar com 35 anos de serviço para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da

última classe da carreira.

3. Constatada a falta de adoção providências para a sustação do pagamento da parcela

indevida, o gestor de pessoal foi ouvido em audiência.

4. Tempestivamente, o Chefe do Serviço de Administração/GEXSAL-BA formulou as

justificativas abaixo reproduzidas, que se fizeram acompanhar de documentação comprobatória do

alegado (peça 24):

“Em atenção ao Ofício nº 13.308/2013-TCU/SEFIP, de 3/9/2013, referente ao

TC 022.085/2009-8, que trata dos benefícios de pensão civil instituídos por Júlio de Abreu Farias

(CPF 069.224.815-34), informamos que, mediante o Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, foi

determinado que a Gerência Executiva do INSS em Salvador/BA desse ciência do contido no referido

acórdão aos pensionistas Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias

(este último excluído por maioridade), beneficiários do instituidor acima referido.

2. O mencionado acórdão determinava também que, no prazo de 15 (quinze) dias, fossem

cessados os pagamentos considerados ilegais, especificamente em relação à vantagem do art. 184,

inciso II, da Lei nº 1.711/1952.

3. Conforme documentos anexos ao presente, por meio de correspondência eletrônica e de

cartas nºs. 109 e 110, de 16/8/2012, Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72) tomou ciência

pessoalmente, enquanto Josefina Leitão Farias (CPF 252.102.115-68) foi cientificada através de sua

procuradora, Neusa Maria Farias da Silva. Ato contínuo, por meio do nosso Ofício nº 314, de

27/812012, informamos a essa Sefip/TCU que os beneficiários foram notificados.

4. Acreditávamos que a demanda havia sido atendida, tanto que, em resposta ao

Memorando-Circular nº 3, de 14/3/2013, da Presidência do INSS, a Seção Operacional da Gestão de

Pessoas - SOGP, encaminhou à Auditoria Geral do Instituto, mediante o memorando nº 42, de

22/3/2013, cópias das respostas enviadas a essa Sefip, relacionadas aos atendimentos dos Acórdãos

nºs. 6.009, 6.010, 3.730, 4.756, 5.069, 5.070, 8.583, 8.584, 8.585, 8.586, 8.803, 4.667, 2.981, 4.445 e

8.602.

5. A referida SOGP, através do Memorando-Circular nº 22/PRESS/INSS, de 2/9/2013, foi

surpreendida com nova solicitação referente aos Acórdãos nºs. 4.445/2012-TCU-1ª Câmara,

8.583/2012-TCU-2ª Câmara e 771/2013-TCU-1ª Câmara, uma vez que, repetimos, acreditávamos

termos atendido as determinações dos acórdãos e prestado todas as informações necessárias tanto à

Sefip quanto ao órgão interno de auditoria.

6. Contudo, ao respondermos ao mencionado Memorando nº 22, percebemos, na folha de

pagamento do mês de setembro/2013, que, por lapso da SOGP, não foi efetuada a exclusão da

referida vantagem à época própria.

7. Deste modo, a fim de corrigirmos o equívoco cometido pela Seção e assim convalidar os

atos, foi efetuada, na folha de pagamento de setembro/2013, a exclusão da referida vantagem e novo

cadastramento do ato concessório no Sisac. Concomitantemente, foi emitido pela Seção o Ofício

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193

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

nº 380, de 4/9/2013, que esclarece tal equívoco à Sefip/TCU.

8. Por fim, quanto aos valores recebidos pelos pensionistas após a notificação dos

mesmos, abrimos o processo de cobrança administrativa sob o nº 35013.00245212013-94, para

procedermos à reposição ao erário, assegurando aos interessados o contraditório e a ampla defesa.

9. Na oportunidade, gostaríamos de registrar que a Gerência Executiva do INSS em

Salvador, bem como o Serviço de Administração e a Seção Operacional da Gestão de Pessoas têm

buscado atender com zelo todas as demandas oriundas do Tribunal de Contas da União e da Sefip,

sendo que o presente caso configurou-se num caso isolado, e que adotaremos todas as providências

necessárias para que o mesmo não se repita.”

5. Verifica-se que, em 27/8/2012, a Seção Operacional da Gestão de

Pessoas/GEXSAL/INSS/BA encaminhou ao TCU cópias das notificações dos pensionistas, na forma

do Ofício nº 314/2012 (peça 24, p. 23), a seguir transcrito:

“Em atendimento ao Ofício nº 54.521-TCU/Sefip, de 3/8/2012, referente Acórdão

nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, informamos que os beneficiários de pensão Josefina Leitão Farias,

matrícula nº 00137855, Nilton de Abreu Farias, matrícula nº 00137898 – excluído por maioridade, e

Delmir de Abreu Farias, matrícula nº 0013944, foram cientificados acerca do teor do referido

acórdão, através das cartas nºs. 109,110 e 111/2012, anexas respectivamente.”

6. Em 22/3/2013, a SOGP/GEXSAL/INSS/BA prestou informações à Auditoria-Geral do

INSS acerca do cumprimento de deliberações do Tribunal (peça 24, p. 12), entre elas o Acórdão

nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara.

7. Posteriormente, a SOGP assim se pronunciou sobre o atendimento do acórdão em

questão, conforme Ofício nº 380/2013/INSS/GEXSAL/SOGP/BA, de 4/9/2013, dirigido à Sefip

(peça 23, p. 16):

“Reportamo-nos ao nosso Ofício nº 314/2012/INSS/GEXSAL/SOGP/BA, de 27/8/2012, no

qual foi informado que os beneficiários de pensão Josefina Leitão Farias, matricula nº 00137855,

Nilton de Abreu Farias, matricula nº 00137898 (já excluído por maioridade),e Delmir de Abreu

Farias, matricula nº 00137944, beneficiários do ex-servidor Julio de Abreu Farias, matrícula

nº 0949914, foram cientificados acerca do teor do referido acórdão.

2. Ocorre que o citado acórdão também determinava que fosse cessado, no prazo de 15

(quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos considerados ilegais. Contudo, por lapso desta Seção,

não foi efetuada a exclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952.

3. Deste modo, a fim de corrigirmos a falha cometida, na folha de pagamento de

setembro/2013, efetuamos a exclusão da mencionada vantagem, bem como cadastramos novo ato

concessório no Sisac.

4. Quanto aos valores recebidos pelos pensionistas, abriremos processo de cobrança

administrativa, para que os valores pagos indevidamente sejam restituídos pelos mesmos ao erário.”

8. De fato, as pensões podiam prosperar, bastando que se suprimisse do cálculo de seu

montante a vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, indevidamente concedida ao

instituidor.

9. Para tanto, a unidade jurisdicionada adotou as medidas indicadas nos itens 9.3.1 e 9.3.3

do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, com remessa ao Tribunal de documentos comprobatórios

de que os interessados tiveram conhecimento do acórdão. Ocorre que, transcorrido o prazo sem

interposição de recurso pelos pensionistas, deixou de dar cumprimento também ao item 9.3.2, ou seja,

fazer cessar o pagamento decorrente da recusa de registro do ato pelo TCU.

10. Constatada a falha procedimental, concluiu as providências faltantes, com o ajuste dos

proventos, envio de novo ato de concessão via sistema Sisac e instauração de processo para restituição

dos valores pagos a maior.

11. Assim, entendo que merecem acolhida as justificativas apresentadas pelo responsável.

Também podem ser consideradas cumpridas as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-

TCU-1ª Câmara, arquivando-se o presente processo.

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194

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª

Câmara.ppp

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

Relatorp

pp

ACÓRDÃO Nº 1003/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 022.085/2009-8

2. Grupo II – Classe III – Monitoramento (em Pensão Civil)

3. Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de

Administração do INSS em Salvador/BA)

3.1. Interessados: Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias

(CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias (CPF 431.914.605-00)

4. Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin

7. Unidade Técnica: Sefip

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de monitoramento acerca do

cumprimento das determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que

considerou ilegais as pensões civis de interesse de Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e

Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952

no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço

para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 243 do Regimento Interno,

em:

9.1. acolher as razões de justificativa apresentadas pelo responsável e considerar cumpridas

as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara;

9.2. arquivar o presente processo.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1003-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp

GRUPO II - CLASSE II - 1ª Câmara

TC 027.153/2012-6

Natureza: Tomada de Contas Especial

Responsáveis: Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária

e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-

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195

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-

Presidente da Aspa

Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do

Amapá (SFA/AP)

Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. INSTAURAÇÃO EM CUMPRIMENTO

AO ACÓRDÃO 4787/2012 - TCU - 1ª CÂMARA (TC 004.911/2012-1 - REPRESENTAÇÃO).

IRREGULARIDADES NOS TERMOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA FORMALIZADOS ENTRE

A SFA/AP E A ASPA. NÃO RESSARCIMENTO AO ERÁRIO DE PARTE DA VERBA

REPASSADA PARA PROGRAMAS DE VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AFTOSA. CITAÇÃO

DOS EX-DIRIGENTES DA SFA/AP, DA ASPA E DO SEU PRESIDENTE. REVELIA DOS DOIS

ÚLTIMOS. ACATAMENTO DA DEFESA DE UM DOS EX-DIRIGENTES E REJEIÇÃO DA DO

OUTRO. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA E

SOLIDÁRIA DA ASPA E DO SEU PRESIDENTE. MULTAS.p

RELATÓRIO

Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada por conversão, em cumprimento

ao Acórdão 4787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido, por relação, no TC 004.911/2012-1

(representação), que apontou os seguintes responsáveis por irregularidades nos termos de cooperação

técnica formalizados nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa: Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente

Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-

Presidente da Aspa.

2. Após sanear os autos, a Secex/AP (peça 39) instruiu o feito nos seguintes termos:

“INTRODUÇÃO

1. Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada por conversão, em

cumprimento ao Acórdão 4787/2012 – TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, com

determinação para a citação imediata dos responsáveis identificados.

2. A referida representação foi formulada por interventor da Superintendência Federal de

Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP), relatando possíveis

irregularidades relacionadas à inexistência da prestação de contas de termos de cooperação técnica

formalizados nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá (Aspa).

HISTÓRICO 3. O primeiro termo de cooperação, datado de 3/11/2009, com vigência dessa data até

4/5/2010, objetivou estabelecer condições para cobrança, recebimento, recolhimento pela Aspa e

transferência ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa dos valores cobrados

dos produtores rurais pelos serviços prestados de vacinação referente ao Programa Agulha Oficial I

(peça 1, p. 11-13 do processo apensado).

3.1. De acordo com esse termo de cooperação, a sistemática de vacinação seria a

seguinte: a aquisição das vacinas seria responsabilidade do Mapa; a vacinação dos rebanhos seria

realizada pelos técnicos dos órgãos envolvidos; no momento da vacinação seria cobrado o valor de

R$ 1,30 por vacina; o valor arrecadado seria depositado em conta bancária da Aspa; caso o produtor

decidisse por pagamento posterior, ele assinaria termo de compromisso que seria entregue à Aspa,

para proceder à devida cobrança; dos valores depositados em conta bancária e dos valores recebidos

pela Aspa em razão de cobrança, R$ 0,93 por vacina seria reembolsado à SFA/AP (custo de

aquisição); o saldo do valor unitário pertenceria à Aspa.

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196

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

3.2. A Aspa deveria exercer a cobrança por meio dos instrumentos legais, em um prazo

máximo de 90 dias, a contar da data de encerramento do Programa Agulha Oficial I.

3.3. Nos termos de relatório elaborado pelo Serviço de Saúde, Inspeção e Fiscalização

Animal da SFA/AP, datado de 15/6/2011, foi a seguinte a situação do Programa Agulha Oficial I

(peça 1, p. 9-10 do processo apensado):

Programa Agulha Oficial I

Controle de Vacinas Quant. de

doses

Preço (R$)

Unitário Total

Vacinas adquiridas pela SFA/AP 281.210 -- --

Vacinas utilizadas na campanha 205.027 -- --

Vacinas perdidas 9.653 -- --

Vacinas em estoque 66.530 -- --

Vacinas repassadas à Aspa 148.817 0,93 138.399,81

Vacinas pagas pela Aspa 125.000 0,93 116.250,00

Valor devido pela Aspa 23.817 0,93 22.149,81

Fonte: peça 1, pp. 9-10

3.4 Portanto, em relação ao Programa Agulha Oficial I (exercício de 2009), foi repassada

à Aspa a quantidade de 148.817 doses, importando no valor de R$ 138.399,81. Deste total, a Aspa

recolheu aos cofres da SFA/AP a quantia de R$ 116.250,00, nos termos das guias de recolhimento

(peça 1, p. 28-29 do processo apensado). Assim, restou o saldo de R$ 22.149,81 a recolher. Além

disso, a citada associação não apresentou a respectiva prestação de contas.

4. O segundo termo de cooperação foi assinado em 20/10/2010, com vigência até

20/4/2011, com cláusulas semelhantes ao acordo anterior e se referia à execução do Programa

Agulha Oficial II (peça 1, p. 16-19 do processo apensado).

4.1 O relatório do Serviço de Saúde, Inspeção e Fiscalização Animal da SFA/AP, datado

de 15/6/2011, informa a seguinte situação do citado programa (peça 1, p. 9-10 do processo

apensado):

Programa Agulha Oficial II

Controle de Vacinas Quant. de

doses

Preço (R$)

Unitário Total

Vacinas adquiridas pela SFA/AP 300.000 -- --

Vacinas utilizadas na campanha -- --

Vacinas perdidas 8.280 -- --

Vacinas em estoque -- -- --

Vacinas repassadas à Aspa 251.170 0,93 233.588,10

Vacinas pagas pela Aspa 0 0,93 0,00

Valor devido pela Aspa 251.170 0,93 233.588,10

Fonte: peça 1, pp. 9-10

4.2 Dessa forma, em relação ao Programa Agulha Oficial II, a Aspa não apresentou a

respectiva prestação de contas e tampouco repassou à SFA/AP o valor total de R$ 233.588,10.

5. Exarado o Acórdão 4787/2012 – TCU - 1ª Câmara, foram adotadas as providências

para citação dos responsáveis.

5.1 Preliminarmente, foi realizada pesquisa nos sistemas CPF e CNPJ, para identificação

dos endereços dos responsáveis (peça 3).

5.2 Devidamente citado, o Sr. Ruy Santos Carvalho, Superintendente da SFA/AP, à época

dos fatos (peça 4), apresentou suas alegações de defesa (peça 27), por meio de seu advogado (peça

31);

5.3 O Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges, Superintendente da SFA/AP, à época dos fatos, foi

devidamente citado (peça 7) e apresentou suas alegações de defesa (peça 29).

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197

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5.4 Foram realizadas duas tentativas de citar a Associação dos Pecuaristas do Amapá

(Aspa). Na primeira tentativa, o ofício foi enviado ao endereço da Associação constante do CNPJ,

qual seja, Av. Coaracy Nunes 120, Altos, Sala 02, Macapá/AP (peça 5). O AR retornou declarando

que o endereço é desconhecido (peça 10). O segundo ofício foi enviado para o endereço residencial

do presidente da Associação, ou seja, Av. Xavantes 876, Buritizal, Macapá/AP (peça 8). O ofício foi

recebido no citado endereço (peça 13). Todavia, a associação não compareceu aos autos.

5.5 Foram infrutíferas as tentativas de citar o Sr. Gilberto Firmino Martins, presidente da

Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa), à época dos fatos. O Ofício 022/2013 foi enviado ao

endereço do responsável constante do sistema CPF (peça 6). O respectivo aviso de recebimento

retornou com a informação de “Ausente” (peça 12). Nova tentativa foi realizada por intermédio do

Ofício 0105/2013 (peça 11). O AR novamente retornou com a informação “Ausente” (peça 14). Ante

esse quadro, o titular da unidade técnica nomeou servidor para entrega da notificação (peça 32).

Mencionado servidor declarou que foi quatro vezes ao endereço do responsável e foi informado por

pessoa que lhe atendeu, que não estava autorizada a receber a correspondência (peça 33). Por esse

motivo, em 2/5/2013 foi promovida a citação por edital do responsável (peça 37). Em 21/5/2013 foi

emitida certidão declarando que não foram apresentadas as alegações de defesa da Associação dos

Pecuaristas do Amapá (Aspa) e nem do Sr. Gilberto Firmino Martins, presidente da citada entidade

(peça 38);

5.6 Pelo exposto, a Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa) e o Sr. Gilberto Firmino

Martins, presidente da citada entidade, devem ser considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da

Lei 8.443/1992, dando-se prosseguimento ao processo.

5.7 Será apresentado, a seguir, o exame técnico das alegações de defesa dos responsáveis

que compareceram aos autos.

EXAME TÉCNICO

6. Citação do Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges, superintendente substituto da SFA/AP à

época dos fatos.

6.1 Ocorrência: devolução de valores monetários de legítima propriedade da SFA/AP, no

montante de R$ 34.667,70, à conta corrente de titularidade da Aspa, referente ao termo de

cooperação, datado de 20/10/2010, cujo objeto consistiu em estabelecer a cooperação técnica entre o

Mapa, através da SFA/AP e a Aspa para o apoio técnico e operacional aos serviços de vacinação

contra febre aftosa, durante a Operação Agulha Oficial II, no Estado do Amapá.

6.2 Alegações de defesa (peça 29)

6.2.1 Alegou que não houve devolução de valores da SFA/AP para Aspa e sim, depósitos

de valores recolhidos da venda de vacinas por técnicos envolvidos na operacionalização no decorrer e

após as campanhas, depósitos estes efetuados por técnicos das instituições envolvidas (SFA/AP,

DIAGRO, RURAP, Aspa, entre outras), atuando no controle de receber e prestar contas dos valores

arrecadados das vacinas.

6.2.2 Argumenta que os valores decorrentes da vacinação não são de legitima propriedade

da SFA/AP, como afirmado na representação, porque essas vacinas seriam doadas à Bolívia conforme

descreve o Diretor do Departamento de Saúde Animal Mapa na Nota Técnica DSA 78: ‘Por se tratar

de uma operação com intervenção direta do Mapa, o qual já dispõe de contrato com uma empresa

para aquisição de vacinas a serem doadas à Bolívia e onde os acréscimos permitidos nos valores

inicialmente pactuados viabilizariam a quantidade prevista de doses para atender toda a operação no

Amapá’.

6.2.3 Os Ofícios 016, de 12/1/2011, e 038, de 18/1/2011, assinados pelo responsável,

apenas informavam sobre os depósitos efetuados na conta da Aspa para as devidas prestações de

contas. Informar sobre os depósitos realizados e cobrar da Associação a prestação de contas era uma

das providências a serem adotadas pelo gestor.

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198

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

6.2.4 Esclareceu, ainda, que não foi esse responsável quem depositou, orientou,

coordenou e elaborou o termo de cooperação técnica entre as instituições e muito menos autorizou os

procedimentos de depósito na conta da Aspa.

6.2.5 Por essas razões, solicitou que sejam acolhidas suas alegações de defesa.

6.3 Análise

6.3.1 No que se refere à cobrança dos valores das vacinas, na sistemática adotada pelos

termos de cooperação cabia à SFA/AP:

‘a) receber do produtor, no ato da vacinação, através das equipes de vacinação, o valor

correspondente à quantidade de doses efetivamente gastas e fornecer o respectivo recibo ou solicitar

do produtor a assinatura do termo de compromisso para pagamento dos serviços de vacinação,

quando o produtor, optasse para pagamento em data posterior;

b) depositar ou fazer depositar os valores recebidos dos produtores que tiveram seus

animais vacinados;

c) informar à Aspa, para seu controle, os depósitos realizados;

d) remeter à Aspa os termos de compromissos assinados, para posterior cobrança.’

6.3.2 Dessa forma, cumprindo o que estava estabelecido no termo de cooperação, a

SFA/AP fez os depósitos bancários, e o responsável em análise enviou à Aspa ofício informando os

valores depositados. Portanto, entende-se que o responsável apenas cumpriu o que estava

estabelecido no termo de cooperação, informando a Associação dos depósitos efetuados na conta

bancária da Aspa.

6.3.3 Por esse motivo, proponho que seja acatada a alegação de defesa do responsável.

7. Citação do Sr. Ruy Santos Carvalho, superintendente da SFA/AP à época dos fatos.

Quanto ao Programa Agulha Oficial I (débito de R$ 22.149,81, atualizado a partir de

4/5/2010)

7.1 Ocorrência: 1) ter formalizado, indevidamente, termo de cooperação com a Aspa,

datado de 3/11/2009, uma vez que de acordo com o art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria

Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode ser celebrado com outro órgão

federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente; 2) não ter

adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral dos valores devidos pela Aspa

relativamente a esse termo; 3) não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo ao

termo de cooperação, datado de 3/11/2009, cujo objeto consistiu em estabelecer condições para

cobrança, recebimento, recolhimento pela Aspa e transferência ao Mapa dos valores cobrados junto

aos produtores rurais pelos serviços prestados de vacinação referente ao programa Agulha Oficial.

Quanto ao Programa Agulha Oficial II (débito de R$ 233.588,10, atualizado a partir de

22/4/2011) 7.2 Ocorrência: 1) ter formalizado, indevidamente, termo de cooperação com a Aspa,

datado de 20/10/2010, uma vez que de acordo com o art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria

Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode ser celebrado com outro órgão

federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente; 2) não ter

adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral dos valores devidos pela Aspa

relativamente a esse termo; 3) não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo ao

termo de cooperação, datado de 20/10/2010, cujo objeto consistiu em estabelecer a cooperação

técnica entre o Mapa, através da SFA/AP e a Aspa para o apoio técnico e operacional aos serviços da

vacinação contra febre aftosa, durante a II Operação Agulha Oficial no Estado do Amapá.

7.3 Alegações de defesa (peça 27)

7.3.1 Alega que não houve, no caso em apreço, qualquer atitude por parte do defendente

que caracterizasse prejuízo ao erário. Ao contrário, todas as suas decisões foram com o cunho de dar

continuidade ao serviço público, visando à efetivação das campanhas Agulha Oficial I e II, realizadas,

respectivamente, em 2009 e 2010.

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199

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

7.3.2 Para a realização dos eventos, coube ao Ministério da Agricultura o apoio logístico

e à Secretaria de Estado da Agricultura caberia a aquisição dos imunógenos necessários à vacinação.

O Mapa cumpriu sua parte na tratativa, mas, posteriormente, foi informado que a Secretaria de

Estado não iria disponibilizar as vacinas.

7.3.3 Para não comprometer a operação, o Mapa adquiriu os imunógenos necessários à

vacinação. Inicialmente, essas vacinas seriam doadas à Bolívia, conforme se extrai da Nota Técnica

DAS 78 (anexa). As vacinas foram doadas ao Estado do Amapá em espécie e não em dinheiro, como

se depreende dos autos.

7.3.4 As vacinas foram encaminhadas à Secretaria de Estado da Agricultura para

acondicionamento, não havendo qualquer documento oficial transferindo a responsabilidade pelos

imunizantes ao defendente. Ao contrário, de acordo com a Portaria 162, de 25/11/2009, que anexou à

sua defesa, o Mapa nomeou os servidores Gil Carlos de Medeiros e Cláudio João Zorthea

responsáveis pelo recebimento e fiscalização das vacinas. Ainda neste sentido, a Instrução Normativa

44, de 2/10/2007, que trata do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, em

seu art. 16, vincula a responsabilidade das vacinas aos veterinários oficiais. Por esses motivos, não

há qualquer previsão legal que vincule a responsabilização pelas vacinas ao defendente.

7.3.5 Ante a inércia da Secretaria de Estado da Agricultura, não restou alternativa ao

defendente senão firmar termo de cooperação técnica com a Associação dos Pecuaristas do Amapá -

Aspa, o qual foi devidamente acompanhado pelos veterinários responsáveis. Embora o art. 1º, § 1º,

inciso XVIII, da Portaria 127/2008 não permitisse a assinatura de termo de cooperação entre órgão

público e entidade particular, o mal que seria acometido ao Mapa seria muito maior sem tal

celebração: as vacinas seriam perdidas e todo o investimento com o apoio logístico também seria

perdido.

7.3.6 O defendente assevera, ainda, que não há nenhuma previsão legal para a cobrança

das referidas vacinas pelo Mapa. A Instrução Normativa 44, de 2/10/2007, que trata do Programa

Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, em seu art. 17, § 1º, estabelece que a

vacinação contra a febre aftosa é de responsabilidade dos produtores rurais, que deverão comprovar

a aquisição da vacina em quantidade compatível com a exploração pecuária sob a responsabilidade

dos mesmos e declarar sua aplicação dentro dos prazos estabelecidos, conforme procedimentos

definidos pelo serviço veterinário oficial.

7.3.7 Ora, como inexistia previsão legal que obrigasse o defendente a efetuar a cobrança

das vacinas doadas ao Estado do Amapá, a arrecadação efetuada durante as citadas campanhas

constituiu, na verdade, um saldo para a Administração e não um prejuízo ao erário, como afirma o

Tribunal.

7.3.8 Avocando o princípio da razoabilidade, o defendente considerou que o presente

procedimento do Tribunal não se coaduna com o mencionado princípio, porquanto se mostra

evidentemente injusta e totalmente inadequada a medida de imputar ao ex-gestor prejuízos de

dinheiro que sequer existiram.

7.3.9 Por fim, solicita que seja declarada a inocência do defendente das condutas

imputadas nos presentes autos.

7.4 Análise

7.4.1 As análises a seguir expendidas deverão se conformar às ocorrências imputadas ao

ex-gestor.

Quanto à celebração de Termo de Cooperação

7.4.2 O ex-gestor reconhece que a celebração dos termos de vooperação entre a SFA/AP e

a Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa fere a disposição contida no art. 1º, § 1º, inciso XVIII,

da Portaria 127/2008. Sustenta, no entanto, que deixar de realizar as campanhas de vacinação seria

mais prejudicial para o Ministério, pois as vacinas perderiam os prazos de validade e todo o

investimento com o apoio logístico também seria perdido.

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200

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

7.4.3 O questionamento do Tribunal não foi quanto à necessidade de realização das

campanhas e os riscos que por ventura seriam provocados pela sua não efetivação. A ocorrência tida

como irregular pelo Tribunal foi o instrumento utilizado para pactuação com a Associação, que foi o

termo de cooperação. O art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria 127/2008 estabelece que termo de

cooperação é o instrumento que regulamenta transferência de crédito entre órgãos ou entidades da

administração pública federal, portanto tal instrumento não deveria ter sido utilizado na pactuação

em estudo.

7.4.4 Por esse motivo, entendo que quanto à celebração de termo de cooperação, a

alegação de defesa do ex-gestor não pode ser acatada.

Quanto a não ter adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral

dos valores devidos pela Aspa relativamente aos termos de cooperação celebrados.

7.4.5 O defendente alegou que não havia nenhuma previsão legal para que o ex-gestor

cobrasse pelas referidas vacinas. Todavia, em sua defesa o ex-superintendente menciona a Instrução

Normativa 44, de 2/10/2007, que em seu art. 17, § 1º, estabelece que vacinação contra febre aftosa é

de responsabilidade dos produtores rurais. Dessa forma, resta claro que os encargos decorrentes da

vacinação devem ser cobertos pelos produtores rurais e não pela União. É assim que ocorre em todos

os estados da federação.

7.4.6 No caso do Amapá, por algum motivo estratégico ou tático (que não está informado

nos autos), a União forneceu as vacinas, mas com o compromisso de que o produtor rural pagasse R$

1,30 por dose de vacina realizada. Desse valor, R$ 0,93 (relativo ao custo de aquisição) seria de

propriedade da União e o restante seria de propriedade da Aspa. Isso é o que se depreende das

cláusulas quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de

Compromisso/2010 (peça 1, p. 12 e 18 do processo apensado, respectivamente).

7.4.7 A sistemática estabelecida nos citados termos de compromissos era a seguinte: A

SFA/AP recebia os valores dos produtores rurais no ato da vacinação ou colhia do produtor

assinatura de termo de compromisso para pagamento posterior; depositava os valores recebidos na

conta bancária da Aspa; informava à Aspa os depósitos realizados; repassava à Aspa os termos de

compromisso assinados, para posterior cobrança.

7.4.8 No Termo de Compromisso/2009, do total depositado na conta bancária da Aspa ou

por esta arrecadado, R$ 0,93 por vacina utilizada deveria ser repassada à União até 120 dias a

contar de 15/12/2009 (peça 1, p. 12 do processo apensado). De igual modo, no âmbito do Termo de

Compromisso/2010, o repasse à União deveria ocorrer em até 120 dias a contar de 03/12/2010 (peça

1, p. 18 do processo apensado).

7.4.9 Portanto, resta indubitável que a Aspa assumiu o dever de repassar à União R$ 0,93

por vacina utilizada. De igual modo, por equivalência, resta inquestionável que o ex-gestor tinha o

deve cobrar da Associação os valores devidos. Neste sentido, o ex-gestor não comprovou ter adotado

medidas para cobrar da Aspa os valores devidos decorrentes dos acordos celebrados.

7.4.10 Pelo exposto, entende-se que a alegação de defesa apresentada não foi suficiente

para elidir a irregularidade imputada ao ex-gestor.

Quanto a não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo aos Termos de

Cooperação celebrados.

7.4.11 Na verdade, os termos de cooperação são silentes quanto à prestação de contas.

Estabelecem apenas as datas limites em que a Aspa deveria repassar para a União os valores

arrecadados.

7.4.12 Todavia, o dever de prestar contas é imposição constitucional, conforme

estabelecido no art. 70, parágrafo único, da CF/1988. Dessa forma, considerando que a associação

arrecadou e guardou recursos de propriedade da União, ao final da avença, a Aspa tinha o dever de

prestar contas dos valores recebido e guardados. A Associação não prestou contas e o ex-gestor

deixou de adotar medidas no sentido cobrar a prestação de contas da entidade.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

7.4.13 Por esse motivo, entende-se que a alegação de defesa apresentada não foi suficiente

para elidir a irregularidade imputada ao ex-gestor.

EXAME DA RESPONSABILIZAÇÃO, DA CONDUTA E DA CULPABILIDADE

8. Responsável: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), superintendente da SFA/AP,

à época dos fatos.

8.1 Conduta: deixou de exigir da Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa a

prestação de contas e a devolução dos valores de R$ 22.149,81 (4/5/2010) e R$ 233.588,10

(22/4/2011) recebidos pela mencionada entidade por força dos termos de cooperação indevidamente

celebrados com a Superintendência Federal de Agricultura no Amapá - SFA/AP;

8.2 Nexo de causalidade: a conduta do responsável ocasionou um prejuízo ao erário no

valor total original de R$ 255.737,91 [R$ 22.149,81 + R$ 233.588,10];

8.3 Culpabilidade: na condição de signatário dos termos de cooperação, o responsável

sabia que a Aspa deveria prestar contas e repassar à União os valores recebidos por força dos

acordos celebrados, sendo, portanto, sua função cobrar a devolução dos citados recursos.

9. Responsáveis: Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa) e Gilberto Firmino

Martins (CPF 271.039.602-59), presidente da entidade à época dos fatos.

9.1 Conduta: deixaram de repassar à União, por intermédio da SFA/AP, os valores de R$

22.149,81 (4/5/2010) e R$ 233.588,10 (22/4/2011) recebidos pela Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa por força dos termos de cooperação celebrados com a Superintendência Federal de

Agricultura no Amapá - SFA/AP;

9.2 Nexo de causalidade: a conduta dos responsáveis ocasionou um prejuízo ao erário no

valor original de R$ 255.737,91;

9.3 Culpabilidade: na condição de signatário dos termos de cooperação, os responsáveis

sabiam que deveriam repassar à União os valores recebidos pela Aspa por força dos acordos

celebrados.

BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO

10. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial, pode-se mencionar o

benefício quantitativo relacionado a débito e multa a serem imputados aos responsáveis.

CONCLUSÃO 11. O combate à febre aftosa é uma ação estratégica para o Brasil. A presença dessa

praga impede a exportação de carne brasileira, trazendo prejuízos aos produtores e à balança

comercial. A perspectiva estratégica desse combate, no entanto, não é motivo suficiente para que se

cometam ilegalidades ou que se causem prejuízos ao erário, como ocorreu no caso em análise.

12. A primeira ocorrência diz respeito ao fato de que a SFA/AP pactuou ações conjuntas

com a Aspa por intermédio de Termo de Cooperação, não obstante esse instrumento ser utilizado

apenas para celebrar acordos entre órgãos da Administração Pública Federal, conforme se

depreende do art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria Interministerial 127/2008.

13. Outra ocorrência detectada foi que a Aspa deixou de repassar à União, por intermédio

da SFA/AP, o valor original de R$ 255.737,91. Para cada vacina aplicada, foi cobrado R$ 1,30 dos

produtores. Desse valor, R$ 0,93 por vacina deveria ser repassado à SFA/AP e o restante pertencia à

Associação. No Programa Agulha Oficial I, a Aspa deixou de recolher à SFA/AP o valor de R$

22.149,81, enquanto no Programa Agulha Oficial II, o valor não recolhido foi R$ 233.588,10. O

gestor da SFA/AP à época dos fatos, Sr. Ruy Santos Carvalho, não comprovou ter adotado medidas no

sentido de cobrar da Associação o repasse dos recursos devidos.

14. Do mesmo modo, a Aspa deixou de apresentar as prestações de contas relativas aos

recursos recebidos por força dos termos de cooperação pactuados. Não obstante os termos serem

silentes quanto à obrigação de prestar contas, esta está inserida no art. 70, parágrafo único, da Carta

Magna vigente. O gestor da SFA/AP à época dos fatos, Sr. Ruy Santos Carvalho, não comprovou ter

adotado medidas no sentido de cobrar da Associação a apresentação da prestação de contas dos

recursos recebidos por força dos termos celebrados.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

15. Não obstante devidamente notificados, a Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa

e o seu presidente à época dos fatos, Sr. Gilberto Firmino Martins, não compareceram aos autos,

devendo ser considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992. Deve-se salientar,

ainda, que as alegações de defesa dos responsáveis que compareceram aos autos não lograram elidir

as irregularidades apontadas, não podendo ser aproveitadas em favor dos responsáveis revéis.

16. Essas conclusões sustentam a proposta de encaminhamento a seguir apresentada.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 17. Pelo exposto, submeto os autos à consideração superior, para envio ao Ministério

Público/TCU e posterior remessa ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator José Múcio Monteiro,

com as seguintes propostas:

I. Sejam os responsáveis Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa (CNPJ

05.828.309/0001-98) e o Sr. Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602-59), presidente da Aspa, à

época dos fatos, considerados revéis, dando-se prosseguimento aos autos, nos termos do art. 12, § 3º,

da Lei 8.443/1992;

II. Sejam acatadas as alegações de defesa do Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges (CPF

388.588.272-87), superintendente substituto da SFA/AP, afastando a responsabilidade pela

irregularidade que lhe foi imputada;

III. Sejam rejeitadas as alegações de defesa do Sr. Ruy Santos Carvalho (CPF

087.480.202-49), superintendente da SFA/AP, à época dos fatos;

IV. Com fundamento nos arts. 1º, I; 16, inciso III, alíneas ‘c’ e ‘d’, 19 e 23, inciso III, da

Lei 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, incisos III e IV, 210 e 214 do Regimento Interno do TCU,

sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Ruy Santos Carvalho, CPF 087.480.202-49,

superintendente da SFA/AP, à época dos fatos, da Associação dos Pecuaristas do Amapá – Aspa,

CNPJ 05.828.309/0001-98, bem como do seu presidente à época dos fatos, Sr. Gilberto Firmino

Martins, CPF 271.039.602-59, relativamente aos Termos de Cooperação celebrados entre essas

entidades, condenando-os solidariamente ao pagamento das importâncias abaixo discriminadas,

atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculadas a partir das datas indicadas,

até a efetiva quitação dos débitos, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, para que comprove,

perante o Tribunal, o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional.

a) Irregularidade: não reembolso por parte da Aspa à União, por intermédio da SFA/AP,

dos valores a seguir discriminados, recebidos por força dos termos de cooperação celebrados nos

exercícios de 2009 e 2010.

a.1) Dispositivo infringido: Art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, cláusulas

quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de

Compromisso/2010.

a.2) Valor do débito:

Valor R$ Data

22.149,81 4/5/2010

233.588,10 22/4/2011

V. Seja aplicada, individualmente, aos responsáveis, a multa prevista no art. 57 da Lei nº

8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o

Tribunal, o seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a

data do presente Acórdão até a do efetivo recolhimento, se paga após o vencimento, na forma da

legislação em vigor (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU);

VI. Seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a

notificação, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92;

VII. Seja autorizado, desde logo, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/92, c/c o art. 217 do

RI/TCU, o pagamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e consecutivas, se

solicitado, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento

das notificações, e o das demais a cada trinta dias, devendo o responsável ser informado da

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

incidência sobre cada parcela dos encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor,

e que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento

antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU;

VIII. Sejam remetidas cópia da deliberação que vier a ser proferida, acompanhada de

cópias do relatório e voto que lhe dão sustentação, à Procuradoria da República no Estado do

Amapá, para ajuizamento das ações que entender cabíveis, nos termos do art. 209, § 7º, da Lei

8.443/92.”

3. O MP/TCU, no parecer da lavra do Procurador Júlio Marcelo de Oliveira (peça 42),

aquiesceu ao encaminhamento proposto pela unidade instrutiva.

É o relatório.

pp

VOTO

Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada em cumprimento ao Acórdão

4.787/2012 – TCU - 1ª Câmara, proferido, por relação, no TC 004.911/2012-1 (representação), com

determinação para a audiência e citação dos seguintes responsáveis: Ruy Santos Carvalho, ex-

Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP);

Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas

do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-Presidente da Aspa.

2. A representação foi formulada por interventor da SFA/AP, que relatou possíveis

irregularidades relacionadas à inexistência da prestação de contas de dois termos de cooperação

técnica formalizados entre a SFA/AP e a Aspa, nos exercícios de 2009 e 2010.

3. Os referidos termos tinham por objetivo estabelecer condições para cobrança,

recebimento e recolhimento pela Aspa e posterior transferência ao Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento - Mapa, por meio da SFA/AP, dos valores cobrados dos produtores rurais pelos

serviços prestados de vacinação contra febre aftosa referente aos Programas Agulha Oficial I e II.

4. Em relação ao Programa Agulha Oficial I (exercício de 2009), restou o saldo de R$

22.149,81 que a Aspa deveria transferir ao Mapa. Por sua vez, quanto ao Programa Agulha Oficial II

(2010), a Aspa também não apresentou a respectiva prestação de contas e tampouco repassou à

SFA/AP o valor total de R$ 233.588,10.

5. Saneados os autos, a Secex/AP (peça 39) elaborou, em síntese, a seguinte proposta de

mérito:

“I. sejam os responsáveis Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa e Gilberto Firmino

Martins, presidente da Aspa, à época dos fatos, considerados revéis, dando-se prosseguimento aos

autos;

II. sejam acatadas as alegações de defesa de Luiz Carlos Pinheiro Borges,

Superintendente-Substituto da SFA/AP, afastando a responsabilidade pela irregularidade que lhe foi

imputada;

III. sejam rejeitadas as alegações de defesa de Ruy Santos Carvalho, Superintendente da

SFA/AP, à época dos fatos;

IV. com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas ‘c’ e ‘d’, 19 e 23, inciso

III, da Lei 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, incisos III e IV, 210 e 214 do Regimento Interno do

TCU, sejam julgadas irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente da SFA/AP,

da Aspa, bem como do seu presidente à época dos fatos, Gilberto Firmino Martins, relativamente aos

termos de cooperação celebrados entre essas entidades, condenando-os solidariamente ao pagamento

das importâncias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,

calculadas a partir das datas indicadas (...):

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

a) Irregularidade: não reembolso por parte da Aspa à União, por intermédio da SFA/AP,

dos valores a seguir discriminados, recebidos por força dos termos de cooperação celebrados nos

exercícios de 2009 e 2010;

a.1) dispositivo infringido: Art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, cláusulas

quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de

Compromisso/2010.

a.2) valores dos débitos: R$ 22.149,81, em 04/05/2010, e R$ 233.588,10, em 22/04/2011;

V. seja aplicada, individualmente, aos responsáveis, a multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992(...).”

6. O MP/TCU, nos termos do parecer que consta no relatório acima, posicionou-se de

acordo com o alvitrado pela unidade técnica.

7. Inicialmente, observo que o Acórdão 4.787/2012 - 1ª Câmara determinou que fossem

realizadas citações e audiências dos responsáveis. Todavia, a Secex/AP efetivou apenas as citações.

Tal falha processual não inviabiliza o processo, porquanto os dois procedimentos tratavam das mesmas

irregularidades. Assim, as defesas apresentadas em atenção às citações certamente se aproveitariam

para as audiências.

8. O responsável Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-Substituto da SFA/AP,

foi citado pela seguinte o ocorrência: “devolução de valores monetários de legítima propriedade da

SFA/AP, no montante de R$ 34.667,70, à conta corrente de titularidade da Aspa, referente ao termo

de cooperação datado de 20/10/2010 (Operação Agulha Oficial II)”

9. Concordo com o posicionamento da unidade técnica no sentido de que as alegações

desse ex-dirigente da SFA/AP sejam acolhidas, uma vez que ficou esclarecido que tal movimentação

financeira estava prevista no inusitado termo de cooperação. Ademais, tal gestor, cumprindo o que

estava estabelecido no acordo, apenas informou à Aspa sobre os depósitos efetuados na sua conta

bancária. Assim, o então superintendente substituto deve ter sua responsabilidade afastada e, portanto,

ser excluído da relação processual.

10. Diferente é o caso do ex-Superitendente da SFA/AP Ruy Santos Carvalho, que, na

condição de signatário do termo de cooperação, tinha o poder-dever de exigir que a Aspa prestasse

contas e devolvesse à União parte dos valores recebidos por força dos acordos celebrados.

11. Com efeito, esse responsável foi citado em razão das seguintes ocorrências: “1) ter

formalizado, indevidamente, os termos de cooperação com a Aspa, uma vez que, de acordo com o art.

1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode

ser celebrado com outro órgão federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou

empresa estatal dependente; 2) não ter adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso

integral dos valores devidos pela Aspa, relativamente a tais acordos; 3) não ter exigido a

apresentação da prestação de contas, relativa ao termo de cooperação”.

12. Conforme bem lembrado pela Secex/AP, a regra, inclusive normatizada, é que a

vacinação contra febre aftosa seja de responsabilidade dos produtores rurais, sendo claro, pois, que os

encargos decorrentes devem ser cobertos pelos pecuaristas e não pela União. É assim que, em geral,

ocorre em todos os estados da Federação. Todavia, no caso do Amapá, por motivos que, no momento,

não interessam para o deslinde desta TCE, o Mapa forneceu as vacinas, porém com o compromisso de

que o produtor rural pagasse R$ 1,30 por dose aplicada e, após comprovação, devolvesse ao erário o

valor de R$ 0,93, referente ao custo de aquisição.

13. A defesa de Ruy Santos Carvalho se pauta na alegação que ele teria cumprido suas

obrigações para que as campanhas de vacinação Agulha Oficial I e II fossem realizadas. Argui, ainda,

que não seria de sua responsabilidade a cobrança dos valores que supostamente deveriam ser

ressarcidos, pois, segundo ele, como “inexistia previsão legal que obrigasse o defendente a efetuar a

cobrança das vacinas doadas ao Estado do Amapá, a arrecadação efetuada durante as citadas

campanhas constituiu-se, na verdade, um saldo para a Administração e não um prejuízo ao erário,

como afirma o Tribunal”.

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205

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

14. Conforme já detalhado acima, tal tese não é condizente com o fato de que a sistemática

dos malfadados acordos de cooperação previa o ressarcimento. Está claro nos autos que a Aspa

assumiu o dever de repassar à União uma parte do custo das vacinas. Também restou assente que o ex-

superintendente tinha o poder-dever de cobrar da associação os valores devidos, bem como a prestação

de contas dos acordos. Por outro lado, o ex-dirigente da SFA/AP, na sua defesa, não comprovou ter

adotado quaisquer dessas medidas. Portanto, suas alegações de defesa devem ser rejeitadas e suas

contas julgadas irregulares.

15. Com efeito, entendo que as ações e omissões de Ruy Santos Carvalho na administração

e acompanhamento dos termos de cooperação por ele assinados foram graves o bastante para que se

considere sua gestão irregular, ante o disposto na alínea “b” do inciso III do art. 16 da Lei Orgânica do

Tribunal - LO/TCU.

16. Os autos demonstram que os instrumentos utilizados pelo Mapa na consecução dos

referidos programas de vacinação animal no Estado do Amapá não foram os melhores. Essa falha na

origem não isenta de responsabilidade o ex-superintendente.

17. Porém, no caso concreto penso que se deve fazer um paralelo com o convênio, no qual

o repassador, em regra, não seria responsabilizado pelo desvio ou malversação dos recursos, que

passariam a ser geridos diretamente pelo convenente/executor. Assim, ante as vicissitudes dos termos e

pelo que consta no processo, a minha convicção é de que o dano ao erário deve recair tão somente

sobre a Aspa e seu ex-presidente, porquanto parte dos recursos que lhes foram confiados não retornou

aos cofres do erário, conforme estava previsto nos acordos firmados com o Mapa, por meio da

SFA/AP.

18. Não obstante, ao ex-gestor dessa superintendência cabe aplicação da multa prevista no

art. 58, inciso I, da Lei 8.443/1992, por força do que dispõe o caput do seu art. 19, que estipulo em R$

5.000,00.

19. A Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa e Gilberto Firmino Martins, seu

presidente, foram devidamente citados por deixar: (i) de reembolsar as quantias de R$ 22.149,81 e R$

233.588,10 à SFA/AP; e (ii) de prestar contas da aplicação dos recursos geridos nos termos de

cooperação firmados em 03/11/2009 e 20/10/2010.

20. Entretanto, tais responsáveis não compareceram aos autos, devendo ser considerados

revéis, ex-vi do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.

21. A revelia desses agentes e a inexistência de elementos nas defesas apresentadas pelos

demais responsáveis que laborem em seu favor levam à conclusão de que suas contas devem ser, desde

logo, julgadas irregulares, com fundamento no art. 16, inciso III, alíneas “a” e “d”, da LO/TCU, com

condenação em débito solidário e aplicação de multa individual, que arbitro em R$ 50.000,00.

Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª

Câmara.p

p

pp

ACÓRDÃO Nº 1004/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 027.153/2012-6

2. Grupo II - Classe II - Tomada de Contas Especial

3. Responsáveis: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), ex-Superintendente Federal

de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro

Borges (CPF 388.588.272-87), ex-Superintendente-Substituto; Associação dos Pecuaristas do Amapá -

Aspa (CNPJ 05.828.309/0001-98); e Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602- 59), ex-Presidente

da Aspa

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

4. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado

do Amapá (SFA/AP)

5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

7. Unidade Técnica: Secex/AP

8. Advogados constituídos nos autos: Wagner Advogados Associados (OAB/AP 054) e

Davi Ivã Martins da Silva (OAB/AP 1648-A)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em

cumprimento ao Acórdão 4.787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, que tratou

de representação formulada por interventor da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP) sobre irregularidades nos termos de cooperação técnica

formalizados, nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá (Aspa).

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª

Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. excluir Luiz Carlos Pinheiro Borges da relação processual;

9.2. julgar irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, com fundamento nos arts. 1º,

inciso I; 16, inciso III, alínea “b”; 19, Parágrafo único; 23, inciso III; 28, inciso II; e 58, inciso I, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do

TCU, e aplicar-lhe multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de

quinze dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da quantia

aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da data do presente acórdão até a do

efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. julgar irregulares as contas de Gilberto Firmino Martins e da Associação dos

Pecuaristas do Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 12, § 3º; 16, inciso III, alíneas “a”

e “d”, e § 2º, da Lei 8.443/1992;

9.4. condenar, solidariamente, Gilberto Firmino Martins e a Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 16, § 2º; 19, caput, 23, inciso III; e 28, inciso II, da Lei

8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do

TCU, ao pagamento das quantias de R$ 22.149,81 (vinte e dois mil, cento e quarenta e nove reais e

oitenta e um centavos) e R$ 233.588,10 (duzentos e trinta e três mil, quinhentos e oitenta e oito reais e

dez centavos), em valores originais, respectivamente, de 04/05/2010 e 22/04/2011, fixando-lhes o

prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal, o

recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, acrescidas da correção monetária e dos juros

de mora calculados, a partir das referidas datas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação

em vigor;

9.5. aplicar multa individual a Gilberto Firmino Martins e à Associação dos Pecuaristas do

Amapá - Aspa, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com fundamento nos arts. 19, caput, e

57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento

Interno do TCU, fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprovem,

perante o Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada

monetariamente da data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o

vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.6. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;

9.7. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Procuradoria da República no Estado do Amapá, para as medidas que julgar cabíveis.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

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207

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1004-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 003.118/2012-6

Natureza: Tomada de Contas Especial

Entidade: Município de Panelas/PE

Responsável: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima (143.159.474-15); Lúcia de Fátima

Pontes da Silva (493.340.854-87 )

Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça 20

e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. IMPUGNAÇÃO DE

DESPESAS. PNAE E PEJA. EXERCÍCIO DE 2005. CITAÇÃO. ALEGAÇÕES DE DEFESA.

AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGULAR DO

PROCESSO. ARQUIVAMENTO. COMUNICAÇÕES.

Relatório

Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, ex-

prefeito no período compreendido entre os anos de 2005 e 2008, em razão da “impugnação de

despesas executadas com os recursos repassados à Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio

do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à

Alimentação Escolar — PNAE, ambos no exercício de 2005”, conforme o relatório de auditoria

221711/2011, da Controladoria Geral da União (peça 1, p. 161).

2. O exame técnico inicial da auditora encarregada da instrução do processo assim dispôs

(peça 38): “3. A presente TCE foi instaurada com base no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-

57 de 10/11/2006 emitido pela Controladoria-Geral da União em Pernambuco em decorrência de fiscalização

que efetuou no Município de Panelas/PE em atenção a solicitação do Ministério Público de Pernambuco,

abrangendo a execução de vários programas custeados pelo MEC, entre os quais o PNAE e o PEJA no exercício

de 2005, aqui enfocados, peça 1, p. 37-94.

4. O mencionado relatório de fiscalização, reportando a evidências encontradas em processos

licitatórios e de pagamentos e outras, detectou irregularidades semelhantes cometidas na execução dos

programas em dez escolas municipais visitadas, como as exemplificadas a seguir, in verbis, peça 1,p. 45-85:

4.1 - PNAE - que tem por objeto ―Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos,

com vistas a contribuir para a melhoria do desempenho escolar, para a redução da evasão e da repetência, e, para

formar bons hábitos alimentares:

4.1.1 - Achado de auditoria - Falta de merenda em 10 escolas visitadas devido ao fornecimento

insuficiente e intempestivo, de alimentos, p. 46.

Constatamos a ausência de alimentos e merenda escolar em 2006. E, ainda, fomos informados que

houve falta de merenda escolar por mais de 40 dias em média para um período de 200 dias letivos durante o

exercício de 2005, p. 45-46.

GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE FLORIANO PEIXOTO:

Mais de 50 dias sem merenda em 2005. No dia da visita, 19/4/2006, estava a 14 dias consecutivos

sem merenda.

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208

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

GRUPO ESCOLAR MANOEL BARBOSA:

Mais de 40 dias sem merenda em 2005. No dia da visita, 19/4/2006, estava a 08 dias consecutivos

sem merenda.

(...)

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.1.2 - Achado de auditoria - Alteração do documento público Guia de Remessa de Alimentos que

específica a quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as escolas, p. 58.

Constatamos a alteração/inutilização de documentos, públicos a maior nas quantidades de

alimentos do documento público Guia de Remessa de Alimentos, principalmente nas guias dos meses de julho,

agosto, outubro e novembro de 2005, sendo que a alteração é grosseira, como por exemplo, dezenas de quilos

passaram para centenas de quilos, uma dezena foi alterada para quatro dezenas. Assim, a quantidade de gêneros

alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida para às escolas está aumentada em até cinco vezes em

relação ao que foi distribuído para as escolas.

Segundo informações obtidas nas diversas entrevistas realizadas, durante a visitadas as dez escolas

citadas na Constatação 2.1.1.1, deste Relatório: a Prefeitura não deixa uma cópia da Guia de Remessa de

Alimentos nas escolas; nas dez escolas até cinco vezes em relação ao que de fato foi distribuído para as escolas.

(...).

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.1.3 -Achado de auditoria - Funcionário da prefeitura é principal fornecedor de Merenda Escolar,

p. 72.

Constatamos que o principal fornecedor de alimentos da prefeitura é funcionário da prefeitura, foi

almoxarife, possui três empresas de direito no mesmo endereço, uma em seu nome e as outras duas em nome de

parentes, sendo de fato as três empresas.urna só, e fornece com exclusividade para a prefeitura, o servidor

público da prefeitura, MARINALDO JOSE DA SILVA, alcunha OLAVO, CPF 028.564.294-40 atualmente na

função de fiscal de e proprietário de fato da empresa. E.M DA SILVA PANELAS nome de fantasia CASA DE

FRIOS SÃO PEDRO, que está em nome da cunhada EDIVANIA MARIA DA SILVA.

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.1.4 -Achado de auditoria - Proposta de Licitação de concorrentes com a mesma diagramação, p.

75.

a) Identificamos a ausência de concorrência no Convite 12-Processo 17 de 2005, pois a proposta da

empresa E.M DA SILVA PANELAS, de propriedade de fato MARINALDO JOSE DA SILVA, funcionário da

prefeitura, tem a mesma diagramação da proposta da empresa PAULO SERGIO LINS COSTA, empresa de

Garanhuns. Sendo que ambas as propostas são idênticas com relação ao texto, até a cor de preenchimento da

célula da planilha que expressa o valor total da proposta é da mesma cor amarela, só alterando os dados das

empresas e o valor unitário dos itens propostos da licitação.

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.2 – PEJA - tem por objetivo ―Ampliar a oferta de vagas na educação de jovens e adultos que

foram excluídos precocemente da escola‖, p. 46:

4.2.1- Achado de auditoria - Alteração do documento público Guia de Remessa de Alimentos que

especifica a quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as escolas do PEJA.

Constatamos a alteração/inutilização de documentos públicos a maior nas quantidades de alimentos

registradas no documento público Guia de Remessa de Alimentos do dia 7/11/2005; com alteração grosseira,

como por exemplo, uma centena de quilo passou para quatro centenas de quilos.

( ...).

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.2.2 - Achado de auditoria - Participação em Processos Licitatórios de empresas que não existem

de fato, p. 78-80:

a) Identificamos, após confirmação externa realizada nos endereços citados como sede das

empresas na Nota Fiscal e nos dados do Contrato Socia1/Registro da Junta Comercial de Pernambuco-JUCEPE

que as empresas IEDA LUCENA TAVARES-ME, nome da fantasia SÓ ALIMENTOS e KK DA SILVA

PRODUTOS-AILIMENTIC não existem de fato.

Estas duas empresas apenas existentes de direito e verificamos a participação da empresa EM DA

SILVA PANELAS-ME de propriedade de fato do funcionário público da Prefeitura, MARINALDO JOSE DA

SILVA nos Processos Licitatórios em que foi uma das vencedoras do certame:

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209

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(...).

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

4.2.3 - Achado de auditoria - Vencedora de Processo Licitatório não existe de fato, p. 83

a) Constatação: Constatamos que a empresa LUCIA DE FATIMA PONTES DA SILVA

CONSULTORIA ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, nome de fantasia LUCIA CONSULTORIA PEDAGÓGICA-

LCP, vencedora do Projeto Licitatório n.° 61- Convite 49 de 14/09/2005, para aquisição de 2.907 livros

didáticos para a Educação de Jovens e Adultos do Município, não existe de fato, existindo apenas de direito.

Após confirmação externa realizada nos endereços citados como sede da empresa na Nota Fiscal e no Registro

da Junta Comercial. Verificamos que o endereço Rua Fernão Dias Paes, 203, Apto 102 - Maurício de Nassau -

Caruaru-PE, na realidade trata-se do endereço Rua Fernando Dias Paes, 203, Apto 102 - Mauricio de Nassau -

Caruaru-PE, sendo o endereço residencial, e o zelador afirmou que a Lúcia mudou do apartamento há dois anos.

4.2.4 - Achado de auditoria - Vencedora de Processo Licitatório não entregou livros didáticos

pagos, p. 85.

Verificamos que o objeto do Processo Licitatório n.° 61- Convite 49 de 14/09/2005, para aquisição

de 2.907 livros didáticos para a Educação de Jovens e Adultos do Município não foi fornecido, embora tenha

sido atestado e pago como recebido pela coordenadora do programa no município MARIA DO CARMO

FREIRE CABRAL, funcionária Prefeitura matrícula, 558.

[Consequência do achado de auditoria: não indicada].

5. O Relatório de Tomada de Contas Especial 41/2008, de 3/11/2008, baseado na dita fiscalização,

atribuiu a responsabilidade pelas irregularidades relatadas pela fiscalização ao então Prefeito Carlos Frederico

de Lemos Moreira Lima (gestão 2005-2008) imputando-lhe débitos pelos valores originais de R$ 269.427,60

(PNAE/2005) e de R$ 52.326,00 (PEJA/2005). Promoveu a inscrição do nome do gestor municipal na conta

Diversos Responsáveis no sistema SIAFI mediante a nota de lançamento 2008NL001355, de 8/10/2008 (fl. 13)

e registrou que sua defesa (solicitação de cópia do aludido relatório de fiscalização datada de 2/3/2007) fora

rejeitada após análise do FNDE, peça 1, p. 113-119, 148 e 151.

6. Por sua vez, a Secretaria Federal de Controle Interno, por meio do Relatório de Auditoria

221711/2011, atestado por Certificado de Auditoria e endossado por Parecer do Órgão de Controle Interno e

Pronunciamento Ministerial, assim resumiu as irregularidades apontadas pela fiscalização, verbis, peça 1, p.

161-167:

(...)

3.1. Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar -PNAE/2005: falta de merenda nas 10

escolas beneficiadas devido ao fornecimento insuficiente e intempestivo de alimentos. Constatou-se, ainda, nas

dez escolas visitadas, a adulteração nas quantidades de alimentos comprados e pagos constantes do documento

público Guia de Remessa de Alimentos (GRA), que especifica a quantidade de gêneros alimentícios que deve

ser distribuída às escolas, relativa aos meses de julho, agosto, outubro e novembro de 2005.

3.2. Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos — PEJA/2005: alteração/inutilização

ocorrida no dia 7/11/2005 de documentos públicos para aumentar a quantidade de alimentos registrados na

GRA, sendo que a quantidade de gêneros alimentícios fornecida para as escolas foi aumentada em até quatro

vezes em relação à que de fato foi distribuída às escolas nos meses de agosto e setembro de 2005; e as empresas

Ieda Lucena Tavares-ME (nome fantasia Só Alimentos e KK da Silva Produtos Alimentícios) não existiam de

fato; e a empresa Lucia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME (nome fantasia Lucia Consultoria

Pedagógica-LCP), vencedora do processo licitatório para aquisição de 2.907 livros didáticos, não existe de fato,

somente de direito, sendo que a aquisição não foi fornecida, embora tenha sido atestada e paga pela funcionária

da prefeitura.

3.3. Tais irregularidades foram apuradas por esta Controladoria-Geral da União, em função do

trabalho de fiscalização solicitado pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco e descrito no Relatório de

Ação de Controle n° 00190.002804/2006-57, de 10/11/2006 (fls. 18-49), corroborado pelo FNDE por meio da

Nota Técnica n° 86/2007, de 20/7/2007 (fls. 68/69).

(...).

Exame técnico inicial

7. Preliminarmente, compreende-se que os autos apresentam impropriedades que caracterizam

vícios insanáveis.

8. A TCE, como visto, acha-se instruída com os relatórios de execução financeira do PNAE no

total de R$ 269.427,60 (10x R$ 23.634,00) no período de 2/3/2005 a 7/12/2005 e do PEJA, de R$ 570.833,30

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210

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

(10x R$ 57.083,33) no período de 22/6/2005 a 28/10/2005, com a respectiva discriminação das ordens bancárias

emitidas pelo FNDE para crédito nas contas correntes 53201e 98396 da agência 2388 do Banco do Brasil S/A.

Contudo, não demonstra o nexo de causalidade entre esses recursos e as despesas com indícios inclusive de

fraude documental, em fichas de entrega de gêneros alimentícios às escolas visitadas pela fiscalização, que

motivou o Tomador das Contas a impugnar a execução total do PNAE (R$ 269.427,60) e parcial do PEJA (R$

59.897,50), débitos que não foram quantificados pelo relatório de fiscalização, peça 1, p. 31-33 e 144.

9. Em consulta efetuada ao sistema Siafi, pode-se verificar que as ordens bancárias foram emitidas

para crédito na conta corrente 997380632 da agência 1607 do Banco do Brasil titularizada pelo próprio Banco

do Brasil S/A. Com isso, os autos não atestam o ingresso dos recursos nos cofres da municipalidade, deixando

de identificar o gestor dos recursos aqui envolvidos enquanto forem ausentes os extratos bancários relativos ao

creditamento dos repasses em favor da municipalidade.

10. A TCE, além da inexistência de relação de causalidade entre os recursos e as despesas

inquinadas de irregulares referenciadas, ressente-se ainda da ausência do exame conclusivo acerca das

prestações de contas dos programas, embora seja certo que foram enviadas ao concedente com os documentos

previstos nas Resoluções CD/FNDE nºs 01, de 26/01/2005 (PNAE) e de, de 16/06/2005 (PEJA) conforme mero

registro lançado no item 5 do Relatório de TCE nº 041/2008- COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC). E não

foram aprovadas pelo concedente pelo que sugere a redação da Nota Técnica nº

86/2007/DIAFI/COPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 20/7/2007, que endossou o relatório de fiscalização, peça 1,

p. 126-128 e 144.

11. O Tomador das Contas responsabilizou o gestor municipal pelo débito de R$ 269.427,60

relativo ao PNAE já que o repasse teria sido aplicado para cobertura de despesa com gêneros alimentícios que

teriam sido adquiridos de empresa pertencente a servidor da prefeitura municipal. Quanto ao PEJA, atribuiu o

débito pelo valor de R$ 59.897,50, reportando à declaração da coordenadora do PEJA, colhida pela fiscalização,

de que não houve a entrega de 2.907 livros didáticos adquiridos por meio do Convite 49, alcançando a dívida

total o valor atualizado monetariamente de R$ 509.600,72, consignado no relatório de auditoria do Controle

Interno, peça 1, p. 149, 151, 157 e 161.

12. Convém assentar que não reportou ao fato atestado pela fiscalização de que cada escola visitada

permaneceu, em média, 40 a 50 dias sem merenda no ano de 2005, segundo informações colhidas in loco,

deixando de quantificar o débito proporcionalmente ao prejuízo decorrente de irregularidades cometidas com

recursos destinados a atender despesas com a merenda escolar nos 250 dias letivos, fixados no art. 14 da

Resolução CD/FNDE/Nº 045/2003).

13. Enfim, a TCE não comprova o aporte dos recursos aos cofres do município para atribuir

responsabilidade ao nominado gestor municipal nem contém a documentação comprobatória da despesa por ele

remetida.

14. Com essas considerações, compreende-se que não foram esgotadas as providências

administrativas internas voltadas à apuração de responsabilidade(s), a precisa quantificação do débito, a análise

da defesa do responsável, rejeitada pelo FNDE, ou melhor, de pedido de cópia do relatório de fiscalização

realizada pela CGU/PE, para fins de emissão de pronunciamento conclusivo devidamente circunstanciado no

intuito de aclarar fatos controvertidos e fornecer dados omitidos nessa TCE, ex vi do disposto no § 3º do art. 1º,

caput, e no art. 3º, II, V, a, da IN/TCU 56/2007, peça 1, p. 149.

Conclusão

15. Pelo exposto, considerando a falta de comprovação de ingresso dos recursos nos cofres

municipais, tem-se por evidenciada a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e

regular do processo, cumprindo propor ao Tribunal, desde logo, que autorize o arquivamento dos autos, sem

julgamento de mérito, com fulcro no art. 212 do RI/TCU, sem prejuízo de determinar ao FNDE que adote ―as

medidas cabíveis para levar em conta os achados aqui reportados nas análises das prestações contas, inclusive

reanalisando-as se assim for necessário, em consonância com a conclusão do voto condutor do Acórdão

2960/2011-TCU-Plenário.

Proposta de encaminhamento

16. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo, com fulcro no §

3º do art. 1º, caput, art. 3º, II, V, a, da IN/TCU 56/2007 e acompanhando o entendimento esposado na conclusão

do voto que embasou o Acórdão

2960/2011-TCU-Plenário:

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211

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

a) autorizar o arquivamento da presente tomada de contas especial, ante a ausência de pressupostos

de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, com fundamento no art. 1º, inciso I, da Lei

8.443/1992 c/c os arts. 169, inciso VI, e 212 do Regimento Interno do TCU;

b) determinar à Secex/PE que desentranhe a documentação original referente à tomada de contas

especial e a restitua ao FNDE; e,

c) determinar ao FNDE que adote providência com vistas a (re)análise das prestações de contas do

PNAE e PEJA do Município de Panelas/PE relativas ao exercício de 2005 em conjunto e em confronto com o

Relatório de Ação Controle Nº 00190.0028042006-57 da CGU/PE e com as normas e regulamentos aplicáveis,

notadamente o que dispõem a Resolução CD/FNDE nºs 01, de 26/01/2005 e suas alterações e a Resolução

CD/FNDE nºs 25, de 16/06/2005, remetendo posteriormente a correspondente tomada de contas especial

devidamente instruída, entre outros, com:

c.1) a comprovação do crédito dos repasses em conta bancária titularizada pela municipalidade,

mediante juntada do processo de transferência dos recursos e dos extratos bancários correspondentes, em

observância ao que dispõe o art. 4º da IN/TCU 56/2007;

c.2) a completa identificação do(s) responsável(véis) e a precisa quantificação dos prejuízos

infligidos aos cofres federais em estrita conformidade com o que determinam as normas inseridas no mesmo art.

4º da IN/TCU 56/2007 e nas Resoluções CD/FNDE/Nº 045/2003 e 38/2004 entre outras;

c.3) o parecer técnico conclusivo acerca da documentação comprobatória da despesa que foi

apresentada para fins de prestação de contas da execução dos aludidos programas, conforme noticiado na Nota

Técnica nº 86/2007/DIAFI/COPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 20/7/2007, e no item 5 do Relatório de Tomada

de Contas Especial nº 041/2008- COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC, notadamente do demonstrativo sintético

anual de execução físico-financeira exigido no art. 1º da Resolução/FNDE/CD/Nº 001/2005.

3. O Diretor da 1ª Diretoria Técnica da Secex-PE emitiu parecer distinto, no que contou

com a anuência do secretário (peça 4): “Na instrução antecedente, a auditora propõe o arquivamento dos autos por falta de pressupostos de

constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, pois segundo ela, ‘em consulta efetuada ao sistema

Siafi, pode-se verificar que as ordens bancárias foram emitidas para crédito na conta corrente 997380632 da

agência 1607 do Banco do Brasil titularizada pelo próprio Banco d Brasil S/A’, e por isso, os autos não

atestariam o ingresso dos recursos nos cofres da municipalidade. Entendo, porém, não assistir razão a auditora,

uma vez que a conta corrente descrita nas referidas ordens bancárias é conta transitória do Banco do Brasil para

repasse a vários municípios. Ao pesquisar tais ordens bancárias no Siafi, é possível verificar a lista de credores,

entre os quais figura o município de Panelas/PE. Está presente, portanto, do ponto de vista da origem do

recurso, o pressuposto para a instauração da TCE pelo FNDE para julgamento por esta Corte.

2 De igual modo, discordo do seu entendimento, quando afirma que o FNDE não quantificou o

débito proporcionalmente ao período em que as escolas permaneceram sem merenda. Entendo que o conjunto de

irregularidades apontadas no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57, inclusive com indicação de

supostas fraudes na execução dos programas e de ausência de fornecimento de merendas por período substancial

do ano letivo de 2005 na execução do PNAE, cujo objetivo é atender parcialmente as necessidades nutricionais

dos alunos, converge no sentido de demonstrar que os objetivos do programa não foram alcançados, sendo dessa

forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito no

PNAE (R$ 269.427,60, a valores históricos).

3 Aplica-se ao caso, Mutatis mutandis, a jurisprudência predominante deste tribunal no sentido de

que ‘a completa frustração dos objetivos do convênio leva à condenação do responsável ao recolhimento da

totalidade do valor do débito’, pois ‘é dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de

forma a maximizar os serviços prestados à população em termos qualitativos e quantitativos’ (Acórdãos

4.587/2009 – 2ª Câmara e 1.441/2007 – Plenário).

4 Da mesma forma, no tocante à execução do PEJA, entendo pertinente a citação dos responsáveis

em relação ao achado constante do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57, em que se impugnou

quantia relativa ao não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, segundo à CGU-PE , apesar de pagos, não

foram entregues (R$ 52.326,00, data base 04/10/2005, data da Nota Fiscal n. 000077). Para esse débito, devem

ser citados solidariamente o Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, prefeito do

município de Panelas no período de 2005-2008, bem como a empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da

Silva Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, por meio de sua responsável legal Sra. Lúcia de Fátima

Pontes da Silva. CPF 493.340.854-87.

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212

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5 Dessa forma, entendo pertinente, com base na delegação de competência conferida pelo relator, a

citação dos responsáveis nos termos propostos abaixo, devendo na oportunidade ser juntada aos ofícios de

citação cópia eletrônica dos autos para subsidiar as defesas:

5.1 citação, nos termos do art. 16, inciso III, ‘b’, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, ‘a’ do

Regimento Interno, do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, para, no prazo de

quinze dias, contados a partir da ciência da citação, apresentar alegações de defesa e/ou recolher aos cofres do

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, as quantias devidas, atualizadas monetariamente,

nos termos da legislação vigente, em razão das irregularidades na execução do Programa Nacional de

Alimentação Escolar – PNAE, no exercício de 2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle

00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p.

45.-76, dos autos em anexo), cujo conjunto converge no sentido de que os objetivos do programa, que é o de

atender parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos da rede municipal, não foram alcançados, sendo

dessa forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito

no PNAE.

Valores:

R$ 23.634,00 - Data: 02/03/2005

R$ 23.634,00 - Data: 31/03/2005

R$ 23.634,00 - Data: 29/04/2005

R$ 28.360,80 - Data: 01/06/2005

R$ 28.360,80 - Data: 01/07/2005

R$ 28.360,80 - Data: 29/07/2005

R$ 28.360,80 - Data: 27/08/2005

R$ 28.360,80 - Data: 01/10/2005

R$ 28.360,80 - Data: 01/11/2005

R$ 28.360,80 - Data: 07/12/2005

5.2 citação solidária, nos termos do art. 16, inciso III, ‘b’, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso

III, ‘a’ do Regimento Interno, do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15,

prefeito do município de Panelas no período de 2005-2008, juntamente com a empresa individual Lúcia de

Fátima Pontes da Silva Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, por meio de sua responsável legal Sra.

Lúcia de Fátima Pontes da Silva. CPF 493.340.854-87, para, no prazo de quinze dias, contados a partir da

ciência da citação, apresentarem alegações de defesa e/ou recolherem aos cofres do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação - FNDE, a quantia devida, atualizada monetariamente, nos termos da legislação

vigente, em razão do não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues,

conforme descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria

Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo.

Valor: R$ 52.326,00 - Data: 04/10/2005”

4. Efetivada a citação dos responsáveis, a Secex-PE assim instruiu o feito (peça 38): “HISTÓRICO

3. Em cumprimento às propostas de citações, expediram-se os seguintes ofícios:

3.1 Ofício 1266/2012-TCU/SECEX-PE, de 29/11/2012 (peça 15): Destinatária: Lúcia de Fátima

Pontes da Silva, CPF: 493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva

Consultoria ME, informando a sua responsabilização solidária pelo débito de R$ 52.326,00, com data de

4/10/2005, devido à conduta:

Não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues, conforme

descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da

União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).

3.2 Ofício 1128/2012-TCU/SECEX-PE, de 17/10/2012 (peça 9): Destinatário: Carlos Frederico de

Lemos Moreira Lima, CPF: 143.159.474-15, Prefeito do município de Panelas (PE) na gestão 2005-2008,

informando:

I- Responsabilidade individual pelo valor histórico total de R$ 269.427,60 devido à conduta:

irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de

2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral

da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 45-76, dos autos em anexo), cujo conjunto

converge no sentido de que os objetivos do programa, que é o de atender parcialmente as necessidades

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

nutricionais dos alunos da rede municipal, não foram alcançados, sendo dessa forma suficiente para que seja

impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito no Pnae.

II- Responsabilidade solidária com a Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva pelo débito de R$

52.326,00, com data de 4/10/2005, devido à conduta:

pagamento de 2.907 livros didáticos que não foram entregues, conforme descrito no item 2.1.2 do

Relatório de Ação de Controle (RAC) 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no Estado de

Pernambuco (CGU/PE), de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).

4. Os ofícios foram devidamente recebidos, com seus avisos de recebimento protocolados, bem

como foram tempestivamente apresentadas as respectivas alegações de defesa, ressaltando a prorrogação de

prazo requerida e concedida ao senhor ex-prefeito (peças 16-18).

EXAME TÉCNICO

5. Aqui serão separadamente apresentadas as alegações de defesa, com suas respectivas análises.

Inicialmente será analisada a defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, seguindo-se as análises das

duas questões relacionadas ao senhor ex-prefeito de Panelas (PE).

Responsável: Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF: 493.340.854-87

Responsabilização solidária com o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima.

Conduta: Não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues,

conforme descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria

Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).

Alegações de Defesa:

6. A responsável apresentou vasto material de defesa, composto por quatorze peças (peças 21-34),

embora apenas a 34ª venha a ser, de fato, utilizada na sua defesa, uma vez que ela contém as alegações de defesa

(peça 34, p.1-8) e diversos documentos comprobatórios da devida entrega dos livros questionados na sua

citação. As peças 21 a 33 são cópias de cada uma das páginas dos livros que a responsável afirma terem sido

entregues ao município de Panelas (PE) em observância ao contrato firmado para o fornecimento de 2.907 livros

didáticos por conta do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja) em 2005.

7. Embora não tenha sido objeto da citação, a empresária defende-se de alegação existente no

Relatório de Ação de Controle (RAC) da Controladoria Geral da União (CGU) número 00190.002804/2006-57,

de 10/11/2006 (peça 1, p.83-85), quanto à inexistência fática da empresa Lúcia de Fátima Pontes da Silva

Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001, à época do processo licitatório para o fornecimento do 2.907 livros. A

responsável apresenta diversos documentos anexados à sua defesa, tais como nota fiscal (p.34, p.10), declaração

de firma mercantil individual expedida pelo Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo em 18/2/2002

(peça 34, p. 11), recibos de aluguel e declaração de funcionamento da empresa na sala 201 do Edifício

localizado a Avenida Cleto Campelo 29-A, Bairro Nossa Senhora das Dores, em Caruaru (PE) (peça 34, p. 13-

16), além de outros que buscam comprovar a existência e atividades da referida empresa (Peça 34, p.17-22).

8. Quanto à conduta expressa na citação da Secex-PE, relativa à falta de fornecimento dos 2.907

livros didáticos que, apesar de pagos, não teriam sido entregues ao município, a defendente apresenta seus

argumentos e traz aos autos diversos documentos, devidamente assinados e com os respectivos reconhecimentos

de assinaturas feitos em cartórios, que visam à comprovação do efetivo envio e recebimento, bem como a

utilização por alunos da rede estadual de ensino, dos exemplares contratados, conforme segue abaixo.

9. A senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva expõe (peça 34, p. 4-7) os motivos da contratação

dos livros, enquanto esclarece as propostas diferenciadas de ensino das Coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação

sem Fronteiras’, bem como a sua participação no processo licitatório, a compra feita por sua empresa, junto à

distribuidora, dos livros que necessitava entregar ao município, conforme Nota Fiscal 2296 de 4/10/2005 (Peça

34, p. 23-24), e ainda trata do envio e recebimento dos 2.907 exemplares pela municipalidade.

10. Foram anexados à defesa uma declaração da empresa Dinâmica Gráfica e Editora Ltda. (peça

34, p. 19) e outra da Associação Comercial de Pernambuco (peça 34, p. 20) de que a empresa Lúcia de Fátima

Pontes da Silva Consultoria ME, ou Lúcia de Fátima Consultoria Pedagógica (nome fantasia), CNPJ

05.461.305/0001-14, era detentora de exclusividade na divulgação, distribuição e comercialização no município

de Panelas (PE) dos livros, entre outros, ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem Fronteiras’, que foram os contratados

e pagos pela municipalidade em 2005.

11. Além da nota fiscal de compra dos livros, já mencionada no parágrafo 9, a empresária anexou a

comprovação de saída da sua empresa dos 2.907 livros contratados, conforme Nota Fiscal 77 de 4/10/2005

(peça 34, p.10).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

12. Quanto à afirmação da CGU relativa à falta de entrega dos livros pagos, a senhora Lúcia de

Fátima Pontes da Silva relata:

Pois bem, a assertiva da Controladoria, conforme registro no Relatório, afirma que as obras foram

atestadas pela então Coordenadora do Programa, Sra. Maria do Carmo Freire Cabral, e pagas com recibo, apesar

de não fornecidas.

A fiscalização, para firmar sua conclusão, referencia a existência de uma ‘entrevista’ à equipe de

fiscalização, pela qual a Coordenadora do Peja teria afirmado que os livros NOVAS TRILHAS e EDUCAÇÃO

SEM FRONTEIRAS não teriam sido entregues.

Neste imbróglio, vale destacar que a própria fiscalização afirma que a ‘aquisição dos 2907 livros

foi atestada pela Coordenadora do Programa’, pelo que se toma incongruente imaginar que a responsável pelo

recebimento do material pudesse atestar formalmente o recebimento e, logo após, afirmar verbalmente que não

teria recebido, salvo na condição de réu confesso.

Sem poder afirmar as precisas razões que levaram a então Coordenadora do Peja a declarar, em

entrevista, que tais obras não teriam sido entregues - o que se presume tenha sido fruto de equívoco diante do

estado de tensão que rodeava a Administração Municipal de Panelas naquele momento, com, inclusive, a

intervenção e presença da Policia Federal em operação - fato é que a própria Coordenadora, Sra. MARIA DO

CARMO FREIRE CABRAL, atesta, como responsável pelo Programa do EJA em 2005, que os livros NOVAS

TRILHAS E EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS foram regularmente entregues ao município de Panelas.

13. De fato, foram anexadas declarações de pessoas do município que alegam ter conhecimento do

correto fornecimento dos livros, incluindo-se aqui a declaração de 20/12/2012 feita pela senhora Maria do

Carmo Freire Cabral (peça 34, p. 25), coordenadora do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja) no

município de Panelas (PE) em 2005, ano da entrega e pagamento dos livros. Nessa declaração, essa mesma

pessoa que atestou o recebimento dos livros, conforme consta do item 2.1.2.4 do RAC 00190.002804/2006-57

da CGU/PE (peça 1, p. 85), confirma a sua responsabilidade pelo referido recebimento, em confronto com a

informação fornecida pela CGU quanto ao não recebimento.

14. Duas professoras de escolas localizadas em sítios, portanto em zona rural, alegam ter tido

conhecimento ou mesmo ter recebido e trabalhado com os livros das coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Sem

Fronteiras’ (peça 34. p. 26-27). Adicionalmente, cinco alunos atestam ter utilizado esses mesmos livros nos anos

de 2005 e 2006 (peça 34, p. 28-32). Ressalta-se que todas as declarações estão com suas firmas reconhecidas em

cartório, embora não haja comprovações das reais atividades das pessoas que se apresentam como professoras

nem dos que se apresentam como alunos.

15. A defesa é concluída pela apresentação dos seguintes parágrafos:

São livros que são entregues definitivamente aos alunos, não retornáveis ao patrimônio do

município. Neste aspecto, veja-se que a Ação de Controle ora em comento data de novembro de 2006, meses

após distribuído o material ao corpo discente da Rede de Ensino Público de Panelas, o que dificulta, por si só, os

trabalhos de verificação.

Outro aspecto: a fiscalização indica que nas sete escolas visitadas encontrou o material distribuído

aos alunos no exercício de 2005, que não corresponde ao material licitado. É importante destacar que o objeto

licitado foi entregue em outubro de 2005. A Nota Fiscal 000077 dos produtos está datada de 04.10.2005, o que

induz que este material, provavelmente, não foi utilizado em 2005, por pedagogicamente inapropriado, prestes

ao fim do ano letivo. Certamente esta Corte pode certificar-se desta circunstância junto ao município.

Deve-se ainda frisar que o EJA é um programa educacional peculiar, que visa a alcançar aquele

aluno que perdeu o tempo escolar próprio. Busca levar o conhecimento àqueles que possuem condições

adversas de idade, tempo e disponibilidades ao ensino. Logo, o EJA é educação que vai ao encontro do aluno

deficiente. Por isso, é comum verificar que o programa se realiza não apenas nas sedes das escolas municipais,

mas funciona em localidades as mais diversas, em especial na Zona Rural. A equipe de fiscalização, ao pontuar

sete escolas municipais visitadas, na verdade desenvolveu um trabalho de amostragem, que não condiz com a

realidade de Panelas, que possui dezenas de escolas espalhadas e ainda desenvolve o Programa fora da sala de

aula, como essa Egrégia Corte poderá certificar em possível diligência complementar.

Análise das Alegações de Defesa:

16. As alegações de defesa apresentadas, aliadas aos documentos anexados e destinados à

comprovação da efetiva e regular entrega dos livros licitados, adquiridos e pagos pelo município de Panelas

(PE) em 2005, apresentam-se mais substanciais e convincentes, quando confrontados, que a mera alegação

exposta no item 2.1.2.4 do RAC 00190.002804/2006-57 da CGU/PE (peça 1, p. 85), e que serviu de principal

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

fator para a conclusão da Controladoria de que os livros não teriam sido entregues, item que também ensejou a

instauração da presente TCE.

17. A alegação da CGU, referente à entrevista realizada em 26/4/2006 com a senhora Maria do

Carmo Freire Cabral, tem seu principal trecho transcrito abaixo:

Indagada pela equipe de fiscalização sobre os livros da COLEÇÃO NOVAS TRILHAS lª e 2ª fases

da COLEÇÃO EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS 3ª e 4ª fases, ela respondeu que, apesar de ter solicitado a

compra dos livros da coleção NOVAS TRILHAS e EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS, não foi possível a

compra destes livros, pois o menor preço que o setor de licitações conseguiu obter foi acima de RS 18,00.

18. Essa afirmativa atribuída à senhora Maria do Carmo Freire Cabral, de que os livros não teriam

sido comprados devido ao fato de estarem com preços superiores a R$ 18,00 não condiz com a realidade, uma

vez que a própria CGU afirmou que os livros foram licitados pelo valor de R$ 18,00, sendo este valor

corroborado pela cópia da Nota Fiscal 77/2005 (peça 34, p. 10), correspondente ao valor de venda unitário de

cada exemplar. Sendo assim, a justificativa de preço não é aplicável.

19. Adicionalmente, no mesmo item 2.1.2.4 do RAC, a CGU confirma que a senhora Maria do

Carmo Freire Cabral, funcionária da prefeitura de Panelas (PE), na posição de coordenadora do Programa de

Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (Peja) no município, havia

atestado o recebimento dos livros. Neste ponto ocorre conflito entre o que a coordenadora assinou e o que a

CGU meramente alega que ela falou em entrevista de 25/4/2006, ao passo que a mesma senhora, em documento

de 20/12/2012 afirma que era responsável pelo recebimento dos livros (peça 34, p. 25), embora não tenha

escrito que os recebeu.

20. De modo a esclarecer qualquer dúvida nesta última declaração da senhora Maria do Carmo

Freire Cabral, eu telefonei na manhã do dia 10/5/2013, sexta- feira, para a prefeitura de Panelas (PE) e falei com

esta senhora. Hoje ela ocupa o cargo de Diretora de Programas Especiais, da Secretaria Municipal de Educação

e, em nosso telefonema, ficou esclarecido que ela, de fato recebeu os livros, que eles foram distribuídos às

escolas, que ela dispõe de uma relação assinada por cada escola que recebeu os exemplares e que os alunos os

utilizaram e ainda os utilizam. Quanto à entrevista, ela afirma que mostrou à CGU um exemplar de cada livro

que foi adquirido, incluindo diversas outras coleções, e que, provavelmente, devido à grande quantidade de

livros, as coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem fronteiras’ podem ter passado despercebidamente pela

fiscalização. Ela, contudo, reafirma ter recebido devidamente os livros.

21. Segundo o art. 368 da Lei 5.869/1973, que institui o Código de Processo Civil, tem-se que ‘As

declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se

verdadeiras em relação ao signatário’, ao passo que o parágrafo único desse artigo define: ‘Quando, todavia,

contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declaração, mas não

o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar o fato.’ Assim, embora a

declaração apresentada pela senhora Maria do Carmo Freire Cabral não comprove, segundo a lei, o fato

declarado, o documento será considerado na defesa, uma vez que foi confirmado por entrevista telefônica entre

este auditor e a declarante, além de haver outras declarações de duas professoras e de cinco alunos que afirmam

ter trabalhado com os livros das coleções compradas. Essas várias declarações, em confronto com uma única

entrevista que pode ter sido mal interpretada ou compreendida, têm um valor que não pode ser desconsiderado e

que será aproveitado na presente defesa da responsável.

22. Pelo exposto, a defesa logrou êxito, uma vez que apresentou documentos fiscais e demais

declarações que indicam a regularidade da situação, enquanto que, em contrapartida, a conduta de falta de

fornecimento dos livros não é inquestionável e solidamente relatada no RAC da CGU a ponto de confrontar as

evidências favoráveis e poder sobrepujá- las. Sendo assim, será proposto o acatamento das presentes alegações

de defesa da responsável pelo fornecimento dos livros, senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, isentando-a de

responsabilidade na presente TCE.

23. Desde já, fica evidenciado que a presente defesa aproveitará ao ex-prefeito, com base no art.

161 do Regimento Interno do TCU (RITCU), uma vez que ele foi solidariamente citado pelo mesmo fato, sob o

prisma do pagamento e não recebimento dos livros comprados, o que, no que concerne às circunstâncias

objetivas, restou aqui esclarecido.

Responsável: Senhor Carlos Frede rico de Lemos Moreira Lima, CPF: 143.159.474- 15, Prefeito do

município de Panelas (PE) na gestão 2005-2008.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

24. O senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima apresentou suas alegações de defesa em

4/12/2012 por meio do instrumento constante nos autos sob a numeração de peça 18. A seguir serão

apresentadas as suas defesas para as duas condutas e responsabilidades que lhe foram atribuídas.

I- Responsabilidade individual, pelo valor histórico total de R$ 269.427,60, devido à conduta

abaixo:

Conduta: irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no

exercício de 2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle (RAC) da Controladoria Geral da

União no Estado de Pernambuco (CGU), de 10/11/2006 (peça 1, p. 45-76), cujo conjunto converge no sentido

de que os objetivos do programa, que é o de atender parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos da

rede municipal, não foram alcançados, sendo dessa forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos

recursos transferidos ao município no âmbito no Pnae.

25. Preliminarmente, deve restar esclarecido que o item 2.1.1 do RAC 00190.002804/2006-57 da

CGU engloba diversas constatações, evidências e irregularidades apontadas ao longo de 32 de suas páginas

(peça 1, p. 45-76), sendo elas:

I - Subitem 2.1.1.1: Falta de merenda em 10 escolas visitadas devido ao fornecimento insuficiente e

intempestivo de alimentos (peça 1, p. 45-58), com diversas fotografias:

Constatações: Dias faltantes de merendas e a continuação de faltas em 2006, com vários dias

consecutivos sem a devida alimentação nas escolas, com a regularidade média de faltas em dois dias por semana

em algumas escolas.

a) Grupo Escolar Presidente Floriano Peixoto (peça 1, p 45-46):

Mais de cinquenta dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há quatorze dias consecutivos.

b) Grupo Escolar Manoel Barbosa (peça 1, p. 46-48):

Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há oito dias consecutivos.

c) Escola Marechal Deodoro da Fonseca (peça 1, p. 48):

Mais de cinquenta dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há quinze dias consecutivos.

d) Grupo Escolar Manoel Joaquim de Farias (peça 1, p.48-50):

Mais de vinte dias sem Merenda em 2005;

No da visita, 18/4/2006, estava sem merenda há quatorze dias consecutivos.

e) Escola Municipal Rui Barbosa (peça 1, p. 50-52):

Mais de vinte dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 18/4/2006, não foi confeccionada merenda; motivo reunião de pais;

O estoque de alimentos encontrado na escola, conforme fotos, seria suficiente para alimentar

adequadamente somente por dois dias 837 alunos.

Três dias consecutivos sem merenda em 2006, sendo de dois dias por mês sem merenda.

f) Escola Municipal José Felipe Barbosa (peça 1, p. 52):

Mais de vinte dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 18/4/2006, estava sem merenda há dois dias consecutivos.

g) Grupo Escolar Dom Moura (peça 1, p. 52-54):

Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 25/4/2006, não foi confeccionada merenda: motivo dia de prova;

Falta merenda duas vezes por semana em média em 2006.

h) Escola Municipal Joaquim Nabuco (peça 1, p. 54-56):

Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;

No dia da visita, 25/4/2006, foi confeccionado um cadeirão de feijão para 1678 alunos;

O estoque de alimentos encontrado na escola, conforme fotos, não seria suficiente para alimentar

adequadamente nem por um dia 1678 alunos.

i) Escola Municipal João Timóteo de Andrade (peça 1, p.56):

Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;

Falta merenda duas vezes por semana em média em 2006.

j) Escola Municipal José Felizardo (peça 1, p. 56):

Mais de vinte dias sem merenda em 2005;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Três dias consecutivos sem merenda em 2006, com média de dois dias por mês sem merenda.

II – Subitem 2.1.1.2: Alteração de documentos públicos ‘Guia de Remessa de Alimentos’ (GRA)

que especificam as quantidades de gêneros alimentícios distribuídos às escolas:

Constatações:

A CGU apresentou em seu RAC (peça 1. p. 58-72) relatos de entrevistas nas escolas visitadas,

anexando comparativos entre as quantidades de alimentos efetivamente entregues nessas escolas e os valores

constantes das guias de remessa, sendo evidenciadas significativas discrepâncias entre as quantidades, sempre

com a quantidade recebida inferior ao registrado nas GRA como remetido. A CGU alega que constatou

alteração/inutilização de documentos públicos a maior nas quantidades de alimentos dessas guias,

principalmente nos meses de julho, agosto, outubro e novembro de 2005, sendo consideradas alterações

grosseiras, em que, a título de exemplo, dezenas de quilos efetivamente recebidos foram expressas como sendo

centenas. A CGU conclui que ‘quantidade de gêneros alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida

às escolas está aumentada em até cinco vezes em relação ao que de fato foi distribuído para as escolas’, sendo

apresentadas planilhas que confirmam a prática e que indicam que durante todo o exercício de 2005, com

duzentos dias letivos, foram de fato distribuídos gêneros alimentícios suficientes para atender apenas cinquenta

dias de aulas.

III - Subitem 2.1.1.3: Funcionário da prefeitura é principal fornecedor da merenda escolar:

Constatações:

Foi explicitado no RAC da CGU que o principal fornecedor de alimentos para a prefeitura

municipal de Panelas (PE), a empresa E. M. da Silva Panelas, CNPJ 07.160.661/0001-23, na realidade pertence

ao senhor Marinaldo José da Silva, CPF 028.564.297-40, conforme sua própria declaração em entrevista. Este

senhor, à época do ocorrido, era funcionário da prefeitura e possuía três empresas de direito no mesmo

endereço, uma em seu nome e as outras duas em nome de parentes, sendo que, de fato, essas três empresas

seriam uma única, enquanto a E.M. da Silva Panelas fornece com exclusividade para a prefeitura de Panelas

(PE) (peça 1, p. 72-76).

Alegações de Defesa I:

26. O senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima inicialmente enfatiza o teor do item 2.1.1

do RAC 00190.002804/2006-57 da CGU e explicita em sua defesa (peça 18, p. 1-2) o seguinte trecho:

Consignou-se expressamente no item 2.1.1 daquele Relatório que o objetivo do Programa Nacional

de Apoio à Alimentação Escolar Pnae/2005, de atender parcialmente às necessidades nutricionais dos alunos da

rede municipal de ensino não foi alcançado, haja vista o fornecimento insuficiente e intempestivo de merendas

em 10 escolas municipais, a alteração do documento público ‘Guia de Remessa de Alimentos’ que especifica a

quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as unidades de ensino, indícios de fraude no procedimento

licitatório, em razão da empresa vencedora do certame ser de propriedade de funcionário público da Prefeitura

Municipal, além do fato das propostas concorrentes apresentarem mesma diagramação, irregularidades tais que

possibilitaram, segundo as razões do TCU, a impugnação da totalidade dos recursos transferidos ao município

no âmbito do Pnae no ano de 2005.

27. O senhor ex-prefeito em sua defesa não apresenta elementos comprobatórios, limitando-se a

alegar que os fatos não ocorreram, conforme será apresentado ao longo dos próximos parágrafos.

28. Inicialmente é feito um resumo do que seria o Programa Nacional de Alimentação Escolar –

Pnae, onde, em três ocasiões é apresentado o caráter complementar do suprimento das necessidades nutricionais

dos alunos, sendo, desde já, questionada a impugnação total dos recursos repassados pelo FNDE ao município

em 2005.

29. Em seguida, o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima alega que não lhe teriam sido

dadas, por parte da Secretaria Federal de Controle Interno, oportunidades para ele apresentar as suas defesas

quanto às impropriedades.

30. O responsável passa a atacar o fato de que o RAC da CGU, em seu subitem 2.1.1.1 aponta que

teria faltado merenda nas dez escolas visitadas por um prazo médio de quarenta dias, sem que fossem

explicitados os nomes das pessoas que teriam feito as acusações, de modo a possibilitar o confronto do

responsável com os autores das afirmações para que ele pudesse demonstrar ‘que as mesmas seriam

inverídicas’.

31. Também é alegado pelo senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima que, apenas por

ocasião da citação feita pelo TCU, no atual estágio do processo administrativo, teria sido conferida ao

responsável a oportunidade de tomar conhecimento com mais profundidade das irregularidades apontadas no

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

RAC e isso teria acarretado ‘sensível prejuízo probatório’, uma vez que ele se encontra afastado do mandado

eletivo desde 2008.

32. Não são apresentados documentos adicionais comprobatórios do fornecimento das merendas

em todos os dias do calendário letivo, fato nem mesmo questionado pelo responsável, que se defende

exclusivamente por meio de alegações, nos termos abaixo transcritos (peça 18, p.4):

Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos os alunos da rede

municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005, fato sumariamente

desconsiderado por esta Corte de Contas no bojo da presente Tomada de Contas Especial.

Nesse diapasão, qualquer entendimento no sentido de considerar completamente frustrados os

objetivos do Pnae/2005, possibilitando levar à condenação o responsável ao recolhimento da totalidade da verba

transferida ressoa nitidamente equivocado.

Isto porque todos os recursos repassados pelo FNDE foram aplicados na aquisição de merenda

escolar, suprindo as necessidades nutricionais dos alunos da educação básica por mais de 180 dias do ano letivo

da maioria das escolas beneficiadas, fato este que sobejamente já afasta, de modo irrefutável, a alegada

frustração integral dos objetivos do Pnae/2005.

33. Na próxima transcrição de mais dois parágrafos das alegações de defesa apresentadas (peça 18,

p. 4-5), o senhor ex-prefeito confirma que deixou de proceder corretamente com os recursos do Pnae/2005, uma

vez que resta evidenciado por ele que os objetivos teriam sido cumpridos ‘quase em sua integralidade’,

enquanto demonstra indiferença e que considera absolutamente normal ter deixado alunos da rede pública sem

merendas a que têm direito e para as quais foram direcionados R$ 269.427,60, em todos os dias de aula. Para o

senhor ex-prefeito, a falta de até 25% das refeições durante o período letivo, conforme suas próprias palavras

abaixo, não comprometeriam o programa federal, veja-se:

Outrossim, em observância ao princípio do ônus da impugnação objetiva, mister ressaltar que, no

vertente caso, os objetivos do Pnae/2005 foram cumpridos quase em sua integralidade , uma vez que, de acordo

com o próprio Relatório de Ação de Controle, constatou-se a ausência de merenda escolar somente por cerca de

20 a 40 dias, em 10 (dez) escolas municipais , considerando o período de 200 dias letivos... (grifos nossos). ...

Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos os alunos da rede

municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005, fato sumariamente

desconsiderado por esta Corte de Contas no bojo da presente Tomada de Contas Especial.

34. Em seguida, o responsável apela aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, em

oposição à definição da sua responsabilidade pelo valor histórico integral que foi repassado ao município de

Panelas (PE) pelo Pnae/2005, enquanto, implicitamente, deixa em aberto a possibilidade e adequação da sua

responsabilização proporcional aos dias que deixou de fornecer alimentação aos alunos da rede pública, e ainda

alega a inadequação da jurisprudência do TCU quanto à aplicação do valor total e no que diz respeito ao fato de

que ‘É dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a maximizar os serviços

prestados à população em termos qualitativos e quantitativos.’, aplicada no Acórdão TCU 1.441/2007-Plenário.

35. Em relação às alterações das Guias de Remessa de Alimentos (GRA), o senhor ex-prefeito

alega, inicialmente, que a CGU, por ter deixado de mencionar os nomes dos responsáveis que receberam os

alimentos, teria impossibilitado a sua defesa.

36. Também sem trazer novos elementos aos autos quanto à confirmação das quantidades de

alimentos realmente entregues nas escolas, o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima apresenta decisão

do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que define o ‘entendimento firmado no sentido de que o documento

público merece fé até prova em contrário, por gozarem de presunção de legitimidade e de veracidade das

informações nele contidas’ (peça 18, p. 6).

37. Com essa premissa, o ex-prefeito alega que os dados firmados nas GRA elaboradas pela

prefeitura municipal de Panelas (PE) constituiriam prova idônea das entregas dos alimentos nas quantidades

neles especificadas, enquanto clama pela necessidade de que a parte contrária apresente os documentos

comprobatórios capazes de afastar a presunção de legitimidade e veracidade dessas GRA.

38. Quanto ao fato de um funcionário da prefeitura ser o fornecedor da merenda escolar, o ex-

prefeito simplesmente alega que, para a aquisição dos gêneros alimentícios d estinados às merendas, foi

realizado o processo licitatório Convite 12 – Processo 17 de 2005, que teria observado ‘todos os princípios que

regem o instituto’ e que o processo não ‘restou frustrado pelo fato das propostas da empresa vencedora E. M. da

Silva Panelas e da empresa Paulo Sergio Lins Costa, apresentarem a mesma diagramação’.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Análise das Alegações de Defesa I:

39. Pelo exposto nos parágrafos anteriores, fica explicitado que o ex-prefeito de Panelas (PE),

senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, efetivamente limitou-se a questionar as evidências

apresentadas pela CGU no RAC 00190.002804/2006-57, não tendo trazido fatos ou provas aos autos que

possam ser aproveitados em sua defesa, ao passo que, tacitamente, reconhece que deixou de fornecer, sem causa

justificada, merendas aos alunos de escolas municipais por, pelo menos, 25% do prazo previsto, sem aqui ser

considerada a qualidade e volume das refeições efetivamente possibilitadas, uma vez que a redução nas entregas

de mantimentos foi tratada no segundo item da conduta questionada.

40. Ressalta-se a declaração da CGU em que ela conclui (peça 1, p. 58) que ‘quantidade de gêneros

alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida às escolas está aumentada em até cinco vezes em

relação ao que de fato foi distribuído para as escolas’, o que a leva a afirmar que as planilhas analisadas

confirmaram a prática e indicaram que durante todo o exercício de 2005, com duzentos dias letivos, de fato,

foram distribuídos gêneros alimentícios suficientes para abastecer as escolas em apenas cinquenta dias de aulas.

Neste cenário, consequentemente, os alunos da rede municipal teriam ficado sem a devida merenda durante 150

dias do ano letivo (75%), em inquestionável sinal de que os objetivos do Pnae em Panelas (PE) não poderiam

ser atingidos.

41. Ao senhor ex-prefeito não cabe alegar desconhecimento, obstrução do contraditório ou da sua

ampla defesa, bem como dificuldades atuais na elaboração das suas alegações de defesa com fulcro no

desconhecimento do processo nem no lapso temporal, uma vez que é notória a sua ciência da existência do

processo administrativo, conforme comprova o Aviso de Recebimento de 2/2/2007 (peça 1, p. 111), pelo qual

ele recebeu o Ofício do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação número

110/2007/DIPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 29/1/2007 (peça 1, p. 95), que trata de diligência pelos fatos

explicitados no RAC 00190.002804/2006-57 da CGU pelo valor total de R$ 269.427,60, relativo ao Pnae,

acompanhado do respectivo demonstrativo de débito (peça 1, p. 96-102), entre outras responsabilizações.

42. Ficou patente que o ex-prefeito, além de não trazer documentos adicionais comprobatórios do

fornecimento das merendas em todos os dias do calendário letivo, nem mesmo retrucou ou questionou a falta de

fornecimento, chegando a escrever: ‘Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos

os alunos da rede municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005’ (peça

18, p.4), reconhecendo, por conseguinte, que a falta dos ‘25%’ por ele alegados seriam ‘aceitáveis’, enquanto o

fornecimento de merenda decorre de lei, foram destinados recursos para tal e a merenda não foi fornecida.

43. O ex-prefeito registra que teria havido o fornecimento de merendas por mais de 75% do ano

letivo, o que não condiz com a conclusão da CGU em que, após análises das planilhas que lhe foram

apresentadas pelas escolas, resta expresso que os alunos teriam tido merenda em apenas 25% do período, sendo

75% o percentual referente à falta de alimentação.

44. Não cabe razão ao responsável quanto ao seu questionamento da adequação da jurisprudência

do TCU no que se refere à aplicação do valor total transferido e no que diz respeito ao fato de que ‘É dever do

gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a maximizar os serviços prestados à

população em termos qualitativos e quantitativos.’, aplicada no Acórdão TCU 1.441/2007-Plenário.

45. Ficou, portanto, evidenciado que ele não aperfeiçoou a utilização dos recursos públicos e o

programa não atingiu o seu objetivo, que é o de ‘Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos

beneficiários, através da oferta de no mínimo uma refeição diária, visando atender os requisitos nutricionais

referentes ao período em que este se encontra na escola’. Quando fica comprovado e até aceito pelo ex-prefeito

que ele deixou, de fato, de fornecer diariamente, no mínimo, uma refeição que atenda os requisitos nutricionais

dos alunos beneficiários, não resta dúvidas quanto ao completo insucesso do programa naquela ocasião, fato que

seguramente tem repercussões sociais não avaliadas pelo ex-gestor de Panelas (PE).

46. Além da falta de fornecimento diário e regular das merendas, o ex-prefeito não logrou êxito em

suas alegações de defesa quanto às alterações das Guias de Remessa de Alimentos (GRA), uma vez que, o fato

de não haver cópias dessas guias nas escolas, já que a prefeitura não usava dessa prática, denota, no mínimo,

possibilidade de má-fé nas entregas dos mantimentos, ao passo que as escolas, por seus registros próprios

tinham números a fornecer durante as inspeções da CGU que eram incompatíveis e sistematicamente inferiores

aos apresentados pela municipalidade.

47. Em oposição ao alegado pelo ex-prefeito quanto à falta de provas documentais que se pudessem

opor à presunção de veracidade e legitimidade das Guias de Recolhimento de Alimentos (GRA), pela mera

consulta dos autos fica evidente que a CGU não se limitou a fazer entrevistas com os responsáveis pelos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

recebimentos dos mantimentos, uma vez que foram utilizados e explicitados números retirados de cadernos de

registro de entrada de alimentos nas escolas, só não havendo outros documentos porque a prefeitura não deixava

as devidas cópias das GRA, que seria o procedimento correto, nas dez escolas municipais visitadas (peça 1, p.

58), ao passo que, em todas elas, quem recebeu a merenda/responsável nas escolas em questão alegou que nunca

foram recebidas as quantidades expressas nas guias. Mostradas as guias para as merendeiras/professores, eles

sistematicamente confirmaram que teria havido alteração das guias assinadas por eles, fato que deve ser

considerado, já que foram, no mínimo, dez diferentes pessoas e de escolas distintas.

48. A discrepância nos valores alegados como entregues e os efetivamente recebidos pelas escolas,

principalmente em julho, agosto, outubro e novembro de 2005 (peça 1, p. 58), além de indicarem possíveis

desvios de verbas, evidenciam que as necessidades nutricionais dos alunos não foram supridas, mesmo nos dias

em que havia merenda, uma vez que o Pnae tem como meta garantir uma refeição diária com aproximadamente

350 quilocalorias (Kcal) e 9 gramas de proteínas, devendo, dessa forma, possibilitar a cobertura de, no mínimo,

15% das necessidades diárias do aluno. A redução dos volumes entregues, a falta de estoques para a confecção

de merendas e a própria falta de merendas registradas explicitam a falta de observância do programa pelo ex-

prefeito, o que justifica a proposta a ser apresentada quanto à sua responsabilização pelo valor integral dos

recursos repassados, já que houve a frustração dos objetivos programáticos.

49. A defesa apresentada pelo ex-prefeito quanto ao fornecimento de mantimentos para as

merendas por um funcionário da prefeitura, com indícios de fraude na licitação também, por se limitar a meras

alegações de regularidade, sem comprovações, também não logra sucesso.

50. Os três fatos, principalmente os dois primeiros, tomados isoladamente já são suficientes e

bastantes para a conclusão da falta de atendimento dos objetivos e da frustração do Pnae/2005 em Panelas (PE),

ao passo que, tomados em conjunto, tornam racional, justa e incontornável a responsabilização do ex-prefeito

municipal, senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, pela falta de cumprimento integral dos objetivos

do programa e sua consequente devolução dos valores totais transferidos, devidamente corrigidos, conforme

será proposto.

II- Responsabilidade solidária com a Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva:

Conduta: pagamento de 2.907 livros didáticos que não foram entregues, conforme descrito no item

2.1.2 do Relatório de Ação de Controle (RAC) 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no

Estado de Pernambuco (CGU/PE), de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).

Alegações de Defesa II:

51. Após fazer um breve relato sobre o Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos- Peja,

o ex-prefeito de Panelas (PE), senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, apresenta apenas dois

parágrafos, sem a anexações ou evidência de qualquer documento comprobatório, os quais serão abaixo

transcritos em sua integralidade.

Necessário esclarecer ainda que, objetivando oportunizar aos jovens e aos adultos fora da faixa

etária da escolaridade regular a conclusão e continuidade de estudos, o mencionado programa admitia execução

descentralizada, desenvolvendo-se também fora da escola, através da abertura de turmas em espaços alternativos

cedidos pela comunidade, empresas, instituições governamentais e não governamentais, sindicatos e

associações.

No município de Panelas, que possui uma área territorial 371 km2 e uma população de 24.471

habitantes, dos quais cerca de 65% habitam a Zona Rural, o Peja,visando alcançar seus objetivos de maneira

mais ampla e eficaz, foi executado fora dos limites espaciais das escolas fiscalizadas pela Controladoria Geral

da União, motivo pelo qual os livros adquiridos no Processo Licitatório nº 61, Convite nº 49, de 14/9/2005, não

se encontraram fisicamente naquelas unidades educacionais.

52. O responsável conclui a sua defesa relativa às duas responsabilizações analisadas advogando

que, das irregularidades suscitadas na presente TCE, nenhuma se prestaria a configurar situação de improbidade

administrativa, de grave infração às normas, de desvio ou aplicação antieconômica de verbas públicas ou

mesmo de prejuízo ao erário, enquanto requer a aprovação das presentes contas.

Análise das Alegações de Defesa II:

53. Embora a informação de que o programa tem execução descentralizada seja relevante, ela, por

si, não teria a capacidade de esclarecer os indigitados pagamentos de livros que não teriam sido recebidos nem,

consequentemente, de tornar as alegações de defesa do ex-prefeito quanto a essa responsabilização acatáveis,

dada a sua inespecificidade.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

54. Entretanto, conforme já mencionado na ocasião das análises das alegações de defesa

apresentadas pela responsável subsidiária, senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, no tocante aos livros do

Peja/2005, a ampla defesa trazida por esta senhora aprove itará ao ex-prefeito, com base no art. 161 do

Regimento Interno do TCU (RITCU), uma vez que ele foi citado solidariamente pelo mesmo fato, que restou

esclarecido nos parágrafos relativos à defesa daquela responsável.

55. Assim sendo, será proposto o acatamento parcial das alegações de defesa do senhor Carlos

Frederico de Lemos Moreira Lima, com a isenção de sua responsabilidade quanto à conduta de ter pago por

livros que não teriam sido entregues, ao passo que, quanto à conduta constatada no exercício do Pnae/2005,

referente merendas escolares, será proposta a sua total responsabilização pelos recursos e o julgamento irregular

de suas contas com base no art. 19 da Lei 8.443/1992 cc art. 209, inciso III, do Regimento Interno do Tribunal

de Contas da União (RITCU), por dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico,

seguido da imputação do débito pelo valor total transferido, com fulcro no Acórdão TCU 1.441/2007 – Plenário

quanto ao fato de que ‘é dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a

maximizar os serviços prestados à população em termos qualitativos e quantitativos’ c/c arts. 23, III da Lei

8.443/1992 e 210 do RITCU. Adicionalmente, será proposta a aplicação da multa prevista nos arts. 57 da Lei

8.443/1992 e 267 do RITCU.

CONCLUSÃO

56. Em conformidade com as análises realizadas, será proposto no encaminhamento que sejam

acatadas as alegações de defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, no tocante à compra e entrega dos

livros do Peja/2005, dado que a confrontação das informações trazidas pela CGU, segundo seu Relatório de

Ação de Controle 00190.002804/2006-57, com as alegações de defesa apresentadas pela responsável solidária

pela conduta de que ela não teria entregue os livros adquiridos, restou favorável à responsável, face à

apresentação de diversos documentos comprobatórios da existência da sua empresa, bem como da devida

entrega dos exemplares adquiridos pela municipalidade de Panelas (PE) em 2005.

57. Devido ao acatamento da defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva será proposto,

com base no art. 161 do Regimento Interno do TCU (RITCU), o seu aproveitamento em favor do senhor Carlos

Frederico de Lemos Moreira Lima no tocante à sua responsabilidade solidária pelo fato de ter pago pelos

mesmos livros, já que restou comprovado que os exemplares foram devidamente entregues, não podendo

subsistir, consequentemente, a imputação da conduta de que ele teria pago por livros não recebidos.

58. Quanto à responsabilidade exclusiva do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima

referente a irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de

2005, as alegações de defesa do responsável não lograram êxito, uma vez que não trouxeram elementos

comprobatórios aos autos quanto à regular aplicação dos recursos transferidos pelo Ministério da Educação ao

município de Panelas (PE) em 2005 para a complementação nutricional dos alunos da rede pública.

59. Resta, portanto, a proposta a ser apresentada no sentido de que sejam rejeitadas as alegações de

defesa do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima referentes às irregularidades apontadas na execução

do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de 2005 (parágrafos 39 a 49).

60. Tendo em vista que não constam dos autos elementos que permitam reconhecer a boa- fé do

senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, sugere-se que as suas contas relativas ao Programa Nacional

de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de 2005, sejam julgadas irregulares, segundo os arts. 1º, I, 16, III,

‘c’, e 19, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, cc arts. 202, § 6º e 209, inciso III, do RITCU, seguido da

imputação do débito pelo valor total histórico transferido pelo FNDE, uma vez que os objetivos do programa

não foram atingidos.

BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO

61. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar

61.1. Débito calculado em R$ 392.160,30, atualizado até 1/1/2013, sem cômputo de juros (peça

35), devido a irregularidades registradas na execução do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar

(Pnae) no exercício de 2005 (Pnae/2005), processo de prestação de contas 23034.004862/2006-13, pelo ex-

prefeito municipal de Panelas (PE), conforme apontado no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-

57 da Controladoria Geral da União em Pernambuco (peça 1, p. 37-93). Valor do débito: R$ 392.160,30,

atualizado até 1/1/2013,sem cômputo de juros (peça 35).

61.2. Multa do art. 57, Lei 8.443/1992, devido às irregularidades apontadas, com o objetivo de

coibir fraudes e desvios de recursos. Valor a ser definido pelo Tribunal;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

61.3. Outros benefícios - Contribuir no aprimoramento da administração pública pela demonstração

de efetiva atuação, com aplicação de decisões que demonstrem aos gestores e à sociedade o controle das contas

públicas.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

62. Diante do exposto, somos pelo encaminhamento das seguintes propostas às instâncias

superiores:

62.1. Acatar as alegações de defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF:

493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME

quanto à entrega dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de

Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja);

62.2. Excluir, nestes autos, a responsabilidade da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF:

493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME,

quanto à entrega dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de

Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja);

62.3. Aproveitar a defesa apresentada pela senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva em favor do

responsável solidário, senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, pelo fato de pagamento de livros

adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de Apoio à Educação de Jovens

e Adultos (Peja), com base no art. 161 do RITCU;

62.4. Excluir, nestes autos, a responsabilidade do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima,

CPF: 143.159.474-15, exclusivamente quanto à responsabilização pelas condutas apontadas e referentes ao

pagamento dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de Apoio

à Educação de Jovens e Adultos (Peja);

62.5. Com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’ da Lei 8.443/1992 c/c os arts.

19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inc iso III, 210 e 214,

62.5. Com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’ da Lei 8.443/1992 c/c os

arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inc iso III, 210 e 214, inciso III, do

Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira

Lima, CPF 143.159.474-15, prefeito do município de Panelas/PE, gestão 2005-2008, e condená- lo ao

pagamento das quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da

notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o

recolhimento das dívidas aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),

atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até

a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.

VALOR

ORIGINAL (R$)

DATA DA

OCORRÊNCIA

23.634,00 2/3/2005

23.634,00 31/3/2005

23.634,00 29/4/2005

28.360,80 1/6/2005

28.360,80 1/7/2005

28.360,80 29/7/2005

28.360,80 27/8/2005

28.360,80 1/10/2005

28.360,80 1/11/2005

28.360,80 7/12/2005

62.6. Aplicar ao Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, a multa

prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze

dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento

Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do

acórdão que vier a ser proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da

legislação em vigor;

62.7. Autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial

das dívidas caso não atendida a notificação;

62.8. Autorizar, desde já, caso solicitado, o pagamento das dívidas do Sr. Carlos Frederico de

Lemos Moreira Lima em até 36 parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

art. 217 do Regimento Interno, fixando- lhe o prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, para

comprovar perante o Tr ibunal o recolhimento da primeira parcela, e de trinta dias, a contar da parcela anterior,

para comprovar o recolhimento das demais parcelas, devendo incidir sobre cada valor mensal, atualizado

monetariamente, os juros de mora devidos (no caso do débito), na forma prevista na legislação em vigor;

62.9. Encaminhar cópia da deliberação que vier a ser proferida, bem como do relatório e do voto

que a fundamentarem, ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República em Pernambuco, nos termos do § 3º

do art. 16 da Lei 8.443/1992 c/c o § 7º do art. 209 do Regimento Interno do TCU, para adoção das medidas que

entender cabíveis.”

5. O MP/TCU, representado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, manifestou

sua anuência à proposta oferecida pela unidade técnica (peça 41).

É o relatório.

p

Proposta de Deliberação

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, ex-

prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à Prefeitura

Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos —

PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no exercício de

2005”.

6. Os fatos que deram origem ao presente processo foram os seguintes:

não atingimento das finalidades do PNAE (atender parcialmente as necessidades

nutricionais dos alunos da rede municipal), em específico no que se refere à aplicação dos recursos

transferidos em 2005 (R$ 269.427,60); e

não comprovação da entrega de 2907 livros didáticos adquiridos no âmbito do PEJA

(R$ 52.326,00).

7. Relativamente ao material didático, a sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva foi

considerada responsável juntamente com o ex-prefeito porque, nos termos consignados no relatório

00190.002804/2006-57, da CGU/PE, não promoveu a entrega dos livros contratados pelo município.

8. Devidamente citados, os responsáveis apresentaram alegações de defesa, devidamente

analisadas pela Secex-PE (peça 38).

9. As alegações de defesa da sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva contrapuseram-se à

declaração da sra. Maria do Carmo Freire Cabral, coordenadora do PEJA no município, contida no

relatório 00190.002804/2006-57, da CGU/PE, de que os livros ‘novas trilhas’ e ‘educação sem

fronteiras’ não teriam sido entregues.

10. Além da manifestação de professores e alunos beneficiados pelos livros, foram

juntadas cópias das publicações fornecidas. Uma última e definitiva medida saneadora foi realizada

pela unidade técnica, como transcrevo: “20. De modo a esclarecer qualquer dúvida nesta última declaração da senhora Maria do Carmo

Freire Cabral, eu telefonei na manhã do dia 10/5/2013, sexta- feira, para a prefeitura de Panelas (PE) e falei com

esta senhora. Hoje ela ocupa o cargo de Diretora de Programas Especiais, da Secretaria Municipal de Educação

e, em nosso telefonema, ficou esclarecido que ela, de fato recebeu os livros [nota fiscal 77, de 4/10/2005, cf.

peça 34, p. 10], que eles foram distribuídos às escolas, que ela dispõe de uma relação assinada por cada escola

que recebeu os exemplares e que os alunos os utilizaram e ainda os utilizam. Quanto à entrevista, ela afirma que

mostrou à CGU um exemplar de cada livro que foi adquirido, incluindo diversas outras coleções, e que,

provavelmente, devido à grande quantidade de livros, as coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem fronteiras’

podem ter passado despercebidamente pela fiscalização. Ela, contudo, reafirma ter recebido devidamente os

livros.”

11. Diante de tais informações, acato as alegações de defesa apresentadas pela sra. Lúcia

de Fátima Pontes da Silva, como propõe a unidade técnica, e considero elidida a responsabilidade que

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224

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

lhe foi inicialmente imputada neste processo, estendendo-se tais conclusões ao sr. Carlos Frederico de

Lemos Moreira Lima, nos termos do art. 161 do RI/TCU, quanto à questão da não comprovação da

entrega dos livros.

12. No que se refere à aplicação dos recursos do PNAE no exercício de 2005, verifico que

as informações obtidas pela CGU/PE em 15% das escolas do município vão no sentido do

descumprimento parcial dos objetivos do programa (de 20 a 50 dias) em 2005 (200 dias letivos).

13. Essa realidade, tais constatações têm como consequência o § 5º do art. 18 da

Resolução/CD/FNDE 38/2004, que dispõe: “Art. 18. A Entidade Executora - EE fará a prestação de contas dos recursos financeiros recebidos à

conta do PNAE ao Conselho de Alimentação Escolar - CAE, até 15 de janeiro do exercício seguinte ao do seu

recebimento, a qual será formalizada, em conformidade com o Anexo I desta Resolução, e de todos os

documentos que comprovem a execução do PNAE. (nova redação dada pela Resolução CD/FNDE nº 21, de 27

de maio de 2005, publicada no D.O. de 30.05.2005, Seção I, pp. 14 – 17)

(...)

5°. O não atendimento aos dias letivos implicará a restituição, aos cofres do FNDE, dos

valores correspondentes aos dias não atendidos com a alimentação escolar. (nova redação dada pela

Resolução CD/FNDE nº 21, de 27 de maio de 2005, publicada no D.O. de 30/05/2005, Seção I, pp. 14 – 17)”

(grifei)

14. Indevido, portanto, considerar como dano ao erário o total repassado ao município de

Panelas, por meio do PNAE, em 2005, haja vista que há registro de que foi fornecida a alimentação

escolar na maior parte do ano letivo.

15. Na tentativa de colher informações acerca do percentual a ser restituído, verifica-se que

o número de dias sem alimentação escolar foi informado por dez escolas, a seguir discriminadas, entre

as sessenta e cinco existentes no município:

Dias sem

alimentação escolar

em 2005

1 GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE FLORIANO PEIXOTO 50

2 GRUPO ESCOLAR MANOEL BARBOSA 40

3 ESCOLA MARECHAL DEODORO DA FONSECA 50

4 GRUPO ESCOLAR MANOEL JOAQUIM DE FARIAS 20

5 ESCOLA RUI BARBOSA 20

6 ESCOLA JOSE FELIPE BARBOSA 20

7 GRUPO ESCOLAR DOM MOURA 40

8 ESCOLA JOAQUIM NABUCO 40

9 ESCOLA JOÃO TIMÓTEO DE ANDRADE 40

10 ESCOLA JOSE FELIZARDO 20

16. Para fins de caracterização e quantificação do dano ao erário, não se pode inferir que a

situação observada em 15% das escolas reproduziu-se em todas as demais. Não se pode, também, até

mesmo com supedâneo no disposto na resolução do FNDE anteriormente mencionada, acolher a

compreensão de que o fato de ter havido dias letivos sem o fornecimento de alimentação escolar

implica em descumprimento total dos objetivos do programa e, consequentemente, na imputação de

dano equivalente a todo o valor repassado.

17. Está caracterizada nos autos, apenas, a ocorrência de dias letivos sem alimentação

escolar, como demonstrado no quadro acima para algumas escolas do município. O valor das merendas

não fornecidas nesses casos não foi quantificado nos autos, o que ensejaria a identificação do

quantitativo de alunos que deixou de receber a alimentação escolar, assim como o número de dias em

que isso ocorreu, visto que o repasse de recursos no âmbito do PNAE toma por base o número de

alunos, de dias de atendimento e o valor per capita estabelecido para a refeição, nos termos do art. 17

da Resolução/CD/FNDE 38/2004.

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225

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

18. Seria necessário, portanto, refazer a citação do responsável para que apresentasse

defesa especificamente quanto ao não fornecimento de alimentação escolar nas escolas e nos períodos

descritos na tabela acima. Numa estimativa expedita, considerando o número de alunos informado pelo

FNDE para o município em 2012, de forma estimativa e simplificada, que todas as sessenta e cinco

escolas do município tenham ficado sem alimentação escolar pelo período médio verificado na

amostra (34 dias), esse valor, atualizado, seria da ordem de R$ 69.564,08, inferior ao que atualmente

esta Corte tem como limite para instauração de tomada de contas especial.

19. Destaco que o conjunto de condutas, documentos e fatos que conduzem a um juízo

preliminar de ocorrência de irregularidades deve ser ordenado e encadeado de forma a bem

caracterizar o dano, quantificá-lo com segurança e demonstrar a responsabilização pessoal. Sem que

assim se proceda, dificulta-se e mesmo inviabiliza-se a condenação e a apenação intencionada, como

aqui sucedeu. Não por outra razão, a IN TCU nº 71/2012 expressa e claramente demanda condições de

rigor técnico e jurídico para instauração de tomada de contas especial: “Art. 5º É pressuposto para instauração de tomada de contas especial a existência de elementos

fáticos e jurídicos suficientes para:

I - comprovação da ocorrência de dano; e

II - identificação das pessoas físicas ou jurídicas que deram causa ou concorreram para a ocorrência

de dano.

§ 1º A demonstração de que tratam os incisos I e II deste artigo abrange, obrigatoriamente:

I - descrição detalhada da situação que deu origem ao dano, lastreada em documentos, narrativas e

outros elementos probatórios que deem suporte à comprovação de sua ocorrência;

II - exame da suficiência e da adequação das informações, contidas em pareceres de agentes

públicos, quanto à identificação e quantificação do dano;

III - evidenciação da relação entre a situação que deu origem ao dano e a conduta ilegal, ilegítima

ou antieconômica da pessoa física ou jurídica a quem se imputa a obrigação de ressarcir os cofres públicos, por

ter causado ou concorrido para a ocorrência de dano.

(...)

Art. 10. O processo de tomada de contas especial será composto pelos seguintes documentos:

I - relatório do tomador das contas, que deve conter:

(...)

e) relato das situações e dos fatos, com indicação dos atos ilegais, ilegítimos ou antieconômicos de

cada um dos responsáveis que deram origem ao dano;

(...);

h) parecer conclusivo do tomador de contas especial quanto à comprovação da ocorrência do dano,

à sua quantificação e à correta imputação da obrigação de ressarcir a cada um dos responsáveis;

(...)

§ 1º O relatório a que se refere o inciso I deste artigo deve estar acompanhado de cópias:

a) dos documentos utilizados para demonstração da ocorrência de dano;

(...)

§ 3º A quantificação do débito a que se refere a alínea “d” do inciso I deste artigo será

acompanhada de demonstrativo financeiro que indique:

(...)

b) a síntese da situação caracterizada como dano ao erário;”

20. Não tem sido incomum que tomadas de contas especiais instauradas por diversos

órgãos e entidades a partir de um conjunto de irregularidades levantadas em processos de fiscalização

conduzidos pela CGU incidam nesta falta de rigor apuratório, dificultando o processamento e o

julgamento das TCEs no âmbito deste Tribunal.

21. Em conclusão, estando ausente o pressuposto fundamental de constituição e

desenvolvimento válido e regular de uma tomada de contas especial, qual seja, a devida caracterização

e quantificação do dano, e havendo elementos suficientes para presumir que a adoção de medidas

saneadoras para quantificar devidamente o dano passível de concreta caracterização, segundo o que

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226

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

consta dos autos, resultaria em nova citação por valor de baixa materialidade, a presente tomada de

contas especial deve ser arquivada.

Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que submeto à apreciação deste

colegiado.

p

ACÓRDÃO Nº 1005/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 003.118/2012-6.

2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

3.2. Responsáveis: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima e Lúcia de Fátima Pontes da

Silva.

4. Entidade: Município de Panelas/PE.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Pernambuco (Secex-PE).

8. Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça

20 e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira

Lima, ex-prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à

Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e

Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no

exercício de 2005”.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da

Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. arquivar a presente tomada de contas especial com fundamento no art. 212 do RI/TCU

c/c art. 7º, II, da IN TCU 71/2012;

9.2. dar ciência desta deliberação aos responsáveis, ao Município de Panelas/PE e ao

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;

9.3. encerrar o presente processo.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1005-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).p

p

GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 006.530/2013-3

Natureza: Tomada de Contas Especial

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227

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA

Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68)

Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

Advogado constituído nos autos: Não há

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PROGRAMA NACIONAL DE

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. NÃO COMPROVAÇÃO DA BOA E REGULAR APLICAÇÃO DOS

RECURSOS FEDERAIS EM RAZÃO DA NÃO APRESENTAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE

CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES, DÉBITO E MULTA.

COMUNICAÇÕES.

Relatório

Adoto como relatório a instrução da Secex-BA (peça 8): "1. Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento

da Educação – FNDE, em razão de não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos transferidos ao

Município Malhada de Pedras/BA, no exercício de 2004, para a execução do Programa Nacional de

Alimentação Escolar – PNAE, materializada pela omissão no dever de prestar contas.

2. O PNAE, programa de ação continuada, tem como objetivo: 'suprir parcialmente as necessidades

nutricionais dos alunos, com vistas a garantir a implantação da política de Segurança Alimentar e Nutricional e

contribuir para a formação de bons hábitos alimentares', conforme dispõe o art. 2º da resolução CD/FNDE nº 15,

de 16/6/2003.

3. Os recursos repassados pelo FNDE ao Município de Malhada de Pedras/BA, no âmbito do

PNAE/2004, totalizaram R$ 71.125,20, distribuídos ao longo do exercício, conforme tabela à peça 1, p. 5.

4. O agente responsabilizado no presente processo, Sr. Ramon dos Santos, Prefeito Municipal de

Malhada de Pedras/BA, à época dos fatos, foi oficiado com vistas à regularização das pendências apuradas (peça

1, p. 64-66). O ex-prefeito não apresentou justificativas nem apresentou a documentação necessária ao

saneamento da irregularidade apontada, conforme relatado na peça 1, p. 74.

5. O Ofício nº 09036/2005/DIPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE encaminhado ao responsável refere-se à

ausência prestação de contas do PNAE, tratada nestes autos, e também à omissão de prestação de contas relativa

aos recursos do Programa de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE que motivou a instauração de outra

Tomada de Contas Especial, conforme informado na peça 1, p. 7.

6. O Relatório do Tomador de Contas nº 119, emitido em 21/9/2010 (peça 1, p. 70-76),

circunstanciou os fatos e concluiu pela responsabilidade do Sr. Ramon dos Santos, então Prefeito Municipal de

Malhada de Pedras/BA, nas gestões 1997-2000 e 2001-2004. Apurou-se, como prejuízo, o valor original de R$

71.125,20, 00, nas datas informadas na peça 1, p. 5.

7. Foi inscrita a responsabilidade do responsável, no Siafi, mediante a Nota de Lançamento nº

2010NL001659 (peça 1, p. 19).

8. Consta dos autos cópias de Ação de Ressarcimento de Recursos c/c Responsabilidade por Ato de

Improbidade Administrativa (peça 1, p. 37-44) e Ação de Prestação de Contas c/c Pedido de Antecipação de

Tutela (peça 1, p. 51-59) impetradas pelo Município de Malhada de Pedras/BA na Comarca de Brumado/BA,

em 28/4/2005 e 3/5/2005, respectivamente, e Representação por Ato de Improbidade Administrativa (peça 1, p.

45-47) apresentada ao Ministério Público da Bahia, em 3/6/2005, todas em desfavor do Sr. Ramon dos Santos.

9. O presente processo de Tomada de Contas Especial motivou diligência do Ministério Público

Federal, visando instruir o Inquérito Civil Público nº 1.14.007.000192/2012-95, consoante informações

extraídas do Ofício nº 239/2010/PRM-VC/GAB/ASV, de 26/10/2012 (peça 1, p. 82).

10. A Controladoria-Geral da União emitiu relatório de auditoria e certificou a irregularidade das

contas, em dezembro de 2012 (peça 1, p. 84-87).

11. O Ministro de Estado da Educação manifestou, em 15/1/2013, pronunciamento expresso

encaminhando este processo de Tomada de Contas Especial ao Tribunal de Contas da União (peça 1, p. 88).

12. No âmbito do TCU o processo foi instruído inicialmente (peça 2), com proposta de citação do

responsável, Sr. Ramon dos Santos, com o acolhimento dos despachos da Subunidade e da Unidade (peças 3 e

4).

13. Consoante delegação de competência conferida pelo Relator do processo, Exmo. Sr. Ministro

Weder de Oliveira, conforme Portaria nº MINS WDO nº 5, de 19 de fevereiro de 2013, foi promovida a citação

do Sr. Ramon dos Santos, Prefeito Municipal de Malhada de Pedras /BA, à época dos fatos (gestão 2001-2004).

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228

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

14. A mencionada citação foi formalizada mediante o Ofício nº 0592/2013-TCU/Secex-BA, de

22/5/2013 (peça 5), com entrega confirmada no endereço oficial do destinatário (cadastro da Receita Federal -

peça 7) mediante o Aviso de Recebimento – AR, assinado por terceiros, em 4/6/2013 (peça 6).

15. Decorrido o prazo prorrogado para apresentação das alegações de defesa, ou seja, 15 dias a

partir de 4/6/2013, vencido, portanto, em 19/6/2013, o responsável não apresentou suas alegações de defesa nem

recolheu os valores devidos aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC,

razão pela qual deve ser dado prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, inciso IV, § 3º, da Lei n.

8.443/1992.

16. Diante da revelia do responsável, Sr. Ramon dos Santos, e inexistindo nos autos elementos que

permitam concluir pela ocorrência de boa-fé ou de outros excludentes de culpabilidade em sua conduta (art. 202,

§ 2º do RI/TCU), propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que o responsável seja condenado em

débito, bem como que lhe seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

17. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, sugerindo o

encaminhamento à apreciação da d. Procuradoria, junto ao TCU, e posterior envio ao Gabinete do Exmº Sr.

Ministro-Relator Weder de Oliveira, com a seguinte proposta:

a) nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea 'a', e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, que

sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Ramon dos Santos (CPF 206.765.735-68) e condená-lo ao

pagamento das quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação,

para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea 'a', do Regimento Interno), o recolhimento das

dívidas aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC, atualizadas

monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a data do

recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.

Quantificação do débito:

Valor Histórico (R$) Data de Ocorrência

6.700,20 26/2/2004

6.700,20 23/3/2004

6.700,20 27/4/2004

6.700,20 25/5/2004

13.400,40 6/8/2004

7.731,00 31/8/2004

7.731,00 23/9/2004

7.731,00 29/10/2004

7.731,00 26/11/2004

71.125,20 TOTAL

b) aplicar ao Sr. Ramon dos Santos (CPF 206.765.735-68) a multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação,

para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea 'a', do Regimento Interno), o recolhimento da

dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do acórdão que vier a ser

proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

c) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das

dívidas caso não atendidas as notificações."

22. O MP/TCU, representado pelo procurador-geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se

de acordo com a proposição da unidade técnica (peça 11) nos seguintes termos: "Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação (FNDE) em razão da ausência de prestação de contas dos recursos transferidos em 2004 ao município

de Malhada de Pedras/BA para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar, cujo objetivo era

suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos. O total de recursos repassados ao município

totalizou R$ 71.125,20 em valores históricos. Em razão da omissão no dever de demonstrar a regular aplicação

da verba, foi iniciada esta TCE tendo como responsável pelo débito o Sr. Ramon dos Santos, prefeito do

município à época.

Recebidos os autos pelo TCU, a Secex/BA promoveu a citação do responsável por meio do Ofício

nº 0592/2013-TCU/SECEX-BA (peça 5), cuja entrega é atestada pelo aviso de recebimento disposto à peça 6.

Contudo, o responsável deixou o prazo transcorrer in albis, sem apresentar qualquer manifestação a esta Corte.

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229

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Caracterizada a revelia do gestor, após regular citação pela via postal, impõe-se o prosseguimento

ao processo, para todos os efeitos, conforme prevê o art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443/92.

Desse modo, ante a inexistência de elementos capazes de comprovar a boa e regular aplicação dos

recursos, este representante do Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta formulada pela

unidade técnica à peça 8, p. 02-03."

É o relatório.

p

Proposta de Deliberação

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de

Malhada de Pedras/BA, em razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursos

federais repassados por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no ano de 2004.

23. Neste Tribunal, o responsável foi devidamente citado para apresentar a prestação de

contas, de forma a comprovar a boa e regular aplicação dos recursos federais repassados (R$

71.125,20) e justificar o descumprimento do prazo originalmente previsto para essa providência (peça

5). Todavia, transcorrido o prazo para resposta, o responsável não se manifestou, sendo, portanto,

revel.

24. Verifica-se nos autos que o sr. Ramon dos Santos, prefeito municipal de Malhada de

Pedras-BA durante o período de 1997 a 2000 e 2001 a 2004, era o gestor responsável por executar e

prestar contas da aplicação dos repasses federais para atender ações do PNAE. No entanto, não adotou

medidas para que a prestação de contas do ano de 2004 fosse remetida ao FNDE, tampouco justificou

a omissão.

25. O responsável também teve oportunidade, no decorrer das medidas administrativas a

cargo do FNDE e antecedentes à instauração desta TCE, de apresentar defesa ao órgão concedente,

mas manteve-se silente.

26. Cabe ao gestor demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos. No âmbito desta

tomada de contas especial, o sr. Ramon dos Santos não carreou aos autos documentação capaz de

comprovar o regular emprego das verbas federais na execução dos recursos sob sua gestão. Assim,

acompanho o posicionamento da unidade técnica, ao qual anuiu o MP/TCU.

Diante do exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação

deste Colegiado.

p

ACÓRDÃO Nº 1006/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 006.530/2013-3.

2. Grupo I – Classe II - Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsável:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - (FNDE)

3.2. Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68).

4. Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em razão da omissão no dever de prestar contas da

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230

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

aplicação dos recursos federais repassados para atender ações do Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE), relativamente ao exercício de 2004.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira

Câmara, ante as razões expostas pelo relator, em:

9.1. considerar revel para todos os efeitos, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei

8.443/1992, o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de Malhada de Pedras/BA;

9.2. julgar irregulares as contas do sr. Ramon dos Santos, com fundamento nos arts. 1º, I, e

16, III, 'a' e 'c', da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei e com os arts. 209, III e

§ 3º, 210 e 214, III, do RI/TCU, e condená-lo ao pagamento das quantias abaixo indicadas, atualizadas

monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das respectivas datas de ocorrência

até a data do efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para

que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres

da Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, na forma da legislação em vigor: Valor (R$) Data da

ocorrência

6.700,20 26/2/2004

6.700,20 23/3/2004

6.700,20 27/4/2004

6.700,20 25/5/2004

13.400,40 6/8/2004

7.731,00 31/8/2004

7.731,00 23/9/2004

7.731,00 29/10/2004

7.731,00 26/11/2004

9.3. aplicar ao sr. Ramon dos Santos a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no

valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,

para que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos

cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do

efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial

das dívidas;

9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia,

nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.6. dar ciência desta deliberação ao FNDE e ao responsável.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1006-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).pp

p

GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 008.313/2009-5

Natureza: Tomada de Contas Especial

Órgão: Ministério da Saúde

Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de Feira

de Santana/BA (13.227.038/0001-43)

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231

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)

Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010), peça 7 -

pág. 4.

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. OMISSÃO NO DEVER

DE PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. DESVIO DE OBJETO DE PARTE DOS RECURSOS.

DESCARACTERIZAÇÃO DE PARTE DO DÉBITO. ACOLHIMENTO PARCIAL DAS

ALEGAÇÕES DE DEFESA DE UM DOS RESPONSÁVEIS. REVELIA DO OUTRO. CONTAS

IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão da omissão no dever de prestar

contas do Convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia

de Feira de Santana/BA, para aquisição de equipamentos e materiais permanentes, visando ao

fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

27. Reproduzo, com os ajustes de forma pertinentes, o pronunciamento do titular da Secex-

BA, que contou com a anuência do MP/TCU, representado pelo Procurador-Geral Paulo Soares

Bugarin. Em seu pronunciamento, o secretário da unidade discordou tanto das conclusões do auditor

responsável pela instrução quanto do pronunciamento do diretor: “... Quanto ao mérito, divirjo da instrução de peça 21 e do pronunciamento de peça 22. Trata-se de

tomada de contas especial instaurada em virtude de omissão no dever de prestar contas do convênio nº

1690/2003 (SIAFI 494830) firmado entre a União, por intermédio do Ministério da Saúde, e a Santa Casa de

Misericórdia de Feira de Santana–BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara) (CNPJ 13.227.038/0007-43) para

aquisição de equipamentos e material permanentes. Valor conveniado: R$1.000.000,00, sem contrapartida.

Ordens bancárias: 2004OB401090, de 16/4/2004, R$500.000,00 e 2004OB904542, de 21/5/2004,

R$500.000,00. Conta específica: banco 104 – CEF, agência 1611, conta corrente 6210022. Vigência 31/12/2003

a 16/5/2005.

2. Segundo o plano de trabalho, deveriam ter sido adquiridos os seguintes equipamentos: 1 esteira

ergométrica, 1 analisador de holter, 2 gravadores de holter, 2 mapas com gravador, manguito e bolsa, 1 EGG

convencional 3 canais, 2 microcomputadores, 1 cardioversor, 1 raio X 800 mA microprocessado com tampo

flutuante, 1 mamógrafo, 3 processadoras de RX, 1 marcapasso externo, 3 respiradores a pressão, 3 respiradores

microprocessado volumétrico, 10 bombas de infusão, 1 mesa cirúrgica, 1 foco cirúrgico triplex, 1 carro

anestesia, 2 carros maca transferência, 6 escadas dois degraus inox, 3 mesas de mayo inox, 1 eletrocautério,

3 mesas com gavetas para anestesia, 1 bomba de circulação extra-corpórea, 2 carros de emergência com

cardioversor e desfibrilador, 1 autoclave 360 litros, 1 lavadora com barreira 50 kg, 1 centrífuga extratora 30

kg, 24 leitos hospitalares, e 24 mesas de apoio com tampo para refeições (peça 1, p. 41)

3. O Relator determinou a citação do provedor Sr. José Mendes Neto e da Santa Casa de

Misericórdia de Feira de Santana–BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara), pela não-comprovação da boa e

regular aplicação dos recursos federais repassados (peça 4, p.38).

4. A Santa Casa foi citada conforme ofício 2302/2010-TCU/SECEX-BA (peça 4, p.40) e o Sr.

Jose Mendes Neto, conforme ofício 2301/2010-TCU/SECEX-B (peça 4, p.42), tomando ciência dos

expedientes citatórios, respectivamente, em 27/12/2010 e 29/12/2010, conforme avisos de recebimento

juntados aos autos (peça 4, p. 45/50).

5. Transcorrido o prazo para apresentação de alegações de defesa, o Sr. José Mendes Neto

permaneceu silente e a Santa Casa, após dilação de prazo (peça 4, p.46), apresentou suas alegações de

defesa (peça 5, p. 3/54).

6. Analisando a documentação apresentada, foi proposta diligência à Santa Casa e a realização

de nova citação do Sr. José Mendes (peça 5, p. 55/59).

7. A citação foi realização conforme ofício 2559/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 2) do qual

tomou ciência o responsável em 27/10/2011, conforme AR assente na peça 6, p. 52. Ante a ausência de

resposta, nova citação foi realizada conforme ofício 2790/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 50), do qual

tomou ciência o responsável em 23/11/2011, conforme AR assente na peça 6, p. 55, permanecendo silente.

8. A diligência foi realizada conforme ofício 2557/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 4), sendo

carreado aos autos os documentos assentes na peça 6, p. 9/47.

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232

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9. Em face dessa nova documentação trazida aos autos, foi realizada diligência à Caixa

Econômica Federal, para que nos remetesse cópia dos cheques emitidos à conta do convênio. A

documentação foi remetida pela Caixa (peça 20).

II

6. Alegações de defesa. Em suas alegações a Santa Casa sustenta que (a) os equipamentos

foram adquiridos; (b) que o dever de ressarcir os cofres públicos deve recair sobre o provedor José Mendes

Neto; (c) relata ainda que: ‘A identificação e detecção de atos de malversação de verbas, má gestão do patrimônio da

instituição, deficiência na contabilização e prestação de contas de recursos públicos e, ainda, a constatação do

desaparecimento de inúmeros documentos contábeis, levou a que o MM. Juízo da Vara da Fazenda Pública de

Feira de Santa, em 09 de março de 2005, decretasse intervenção na Convenente, afastando o Sr. José Mendes

Neto, à época provedor da entidade, do cargo que ocupava, com a nomeação de provedoria provisória. ‘

7. Junta aos autos decisão judicial que destituiu o Sr. José Mendes Neto, inicial da ação de

improbidade administrativa movida pelo Ministério Público contra o citado gestor e ofício encaminhado

pela Santa Casa de Misericórdia ao Ministério da Saúde, relatando a situação dos convênios pendentes

(peça 5, p.11/54).

8. Exame das alegações. (a) Quanto à afirmação de que os equipamentos foram adquiridos,

essa alegação não se fez acompanhar de nenhuma comprovação. A Santa Casa de Misericórdia apenas

junta cópia do plano de trabalho onde consta a relação dos equipamentos que deveriam ter sido adquiridos

(peça 5, p. 11/17).

9. Ademais, o Ministério da Saúde, por meio de sua Divisão de Convênio e Gestão, por duas

oportunidades esteve na Santa Casa de Misericórdia e, conforme relatórios datados de 28/6/2004 (peça 2,

p.25/28) e 22/10/2004 (peça 2, p.42/50), relata que a documentação atinente à execução do convênio não

foi disponibilizada e que a execução do convênio não havia sido iniciada.

10. Por fim, correspondência encaminhada pela Santa Casa ao Ministério da Saúde, datada de

26/12/2005, assinada pelo então provedor interventor Outram Sampaio Borges, ora juntada às alegações de

defesa em análise (peça 5, p.50/54), relata que ‘... foram levantadas as movimentações financeiras junto a

Caixa Econômica Federal AG 1611 C/C 621.002-2...’ e, do total de R$1.000.000,00, R$272.507,97 foram

utilizados para pagamento de ‘... fornecedores diversos e transferência para a conta corrente do Banco do

Brasil nº 4.144-0 (...) conta corrente é da movimentação do hospital e não de convênio...’ e ‘... houve

movimentação financeira sem a devida identificação no montante de R$727.492,03.’ (peça 5, p. 52).

11. Assim, verifica-se que não obstante a alegada afirmação de que os equipamentos foram

adquiridos, os elementos juntados aos autos não confirmam isso.

12. (b) Quanto à afirmação de que a responsabilidade pelo ressarcimento ao erário deve recair

ao então gestor Sr. José Mendes Neto, de fato, o responsável primeiro pela comprovação da boa e regular

aplicação dos recursos públicos é o gestor pessoa física. Entretanto, uma vez que o beneficiado por parte do

recurso fora a própria Santa Casa, deve a ela ser imputado parte do débito, à analogia do art. 3º da Decisão

Normativa TCU 57/2004.

13. No caso em apreço, verifica-se que R$272.507,97 foram revertidos em benefício da Santa

Casa, o que é corroborado pela documentação trazida aos autos pela Caixa Econômica Federal, e

R$727.492,03 não se comprovou a destinação.

14. Quanto à parte que reverteu à Santa Casa, conquanto aplicada em suas finalidades, não há

prova nos autos de que foi aplicada no objeto do convênio em apreço, devendo, pois ser restituída aos

cofres do concedente.

15. Quanto à parcela cuja destinação não se comprovou, cabe ao gestor, Sr. José Mendes Neto,

o ônus de comprovar a sua destinação, conforme determina do art. 70, da Constituição Federal, o art. 93 do

Decreto-Lei 200/1967 e o art. 66 do Decreto 93/1986, ou restituí- la aos cofres do concedente.

16. Exame de boa-fé. Quanto à verificação da boa-fé da Santa Casa, filiamo-nos ao

entendimento assentado no Acórdão 3375/2006 – Segunda Câmara, quando à impossibilidade de aferição

de boa-fé de pessoa jurídica: Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. DESVIO DE FINALIDADE EM

FAVOR DO MUNICÍPIO. CONTAS IRREGULARES. 1. A aplicação dos recursos em finalidade estranha à

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233

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pactuada no instrumento regulador enseja o julgamento pela irregularidade das contas do gestor, com

consequente aplicação de multa. 2. A identificação de que os recursos foram utilizados em proveito exclusivo

do município dita a obrigatoriedade de a pessoa jurídica de direito público responder pela reposição do

correspondente numerário. 3. A boa-fé, seja objetiva seja subjetiva, somente pode ser analisada em relação à

conduta humana, não podendo ser avaliada em relação a uma pessoa jurídica. 4. O desvio de finalidade de

recursos federais transferidos, com aproveitamento exclusivo pelo município, enseja o julgamento pela

irregularidade de suas contas e sua condenação em débito. [destacamos].

17. Assim, fica assegurada à Santa Casa o benefício do art. 12, da Lei 8.443/92, devendo ser

franqueada a ela novo prazo para recolhimento do débito.

18. Quanto à aferição da boa-fé do Sr. José Mendes Neto, fica prejudicada uma vez que,

citado, permaneceu silente.

19. Data do débito. Foram feitos dois repasses de R$500.000,00 cada, conforme ordens

bancárias datadas de 16/4/2004 e 21/5/2004. Assim, da primeira parcela repassada, R$272.507,97 é de

responsabilidade da Santa Casa, o valor restante, do Sr. José Mendes Neto, nas respectivas datas.

III

19. Em face do exposto, remeto os autos ao MPTCU para posterior apreciação do Exmo.

Ministro Relator Weder de Oliveira, propondo, com fulcro nos arts. 1º, I, 12, §§ 1º, 2º e 3º, 16, alínea a, 19,

57, da Lei 8.443/92, propondo:

19.1. declarar revel para todos os efeitos o Sr. José Mendes Neto;

19.2. rejeitar parcialmente as alegações de defesa oferecidas pela Santa Casa de Misericórdia

de Feira de Santana–BA, Hospital Dom Pedro de Alcântara (CNPJ 13.227.038/0007-43)

19.3. julgar irregulares as contas do Sr. José Mendes Neto (CPF 041.495.805-53), fixando-lhe

o prazo de 15 dias para que comprove o recolhimento das importâncias abaixo aos cofres do Tesouro

Nacional, corrigidas monetariamente e acrescidas dos juros legais nos termos da legislação em vigor: Valor (R$) Data

227.492,03 16/4/2004

500.000,00 21/5/2004

19.4. aplicar ao Sr. José Mendes Neto (CPF 041.495.805-53) multa proporcional ao débito;

19.5. fixar novo e improrrogável prazo de 15 dias para que a Santa Casa de Misericórdia de

Feira de Santana–BA, Hospital Dom Pedro de Alcântara (CNPJ 13.227.038/0007-43) recolha aos cofres do

Tesouro Nacional a importância abaixo, atualizada monetariamente a partir da respectiva data: Valor (R$) Data

272.507,97 16/4/2004

19.6. autorizar a formação de cobrança executiva, se não atendida a determinação dos itens

19.3 e 19.4;

19.7. nos termos do art. 26, da Lei 8.443/1992, autorizar desde já o parcelamento das

importâncias devidas, em até 34 parcelas, caso requerido;

19.8. dar ciência à Procuradoria da República no Estado da Bahia, remetendo-lhe cópia da

decisão que vier a ser proferida.”

É o relatório.

p

Proposta de Deliberação

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), em

razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursos do convênio 1690/2003

celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA

(Hospital Dom Pedro de Alcântara), cujo objeto era dar apoio financeiro para aquisição de

equipamentos e materiais permanentes, visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

28. O valor conveniado era de R$ 1.000.000,00, sem contrapartida. Os recursos foram

assim liberados: Ordem Bancária Data Valor (R$)

2004OB401090 16/4/2004 500.000,00

2004OB904542 21/5/2004 500.000,00

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234

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

29. Em despacho de novembro de 2010, autorizei a citação do signatário da avença, sr.

José Mendes Neto, e da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA, pela não comprovação da

boa e regular aplicação dos recursos federais repassados.

30. O sr. José Mendes Neto, apesar de regularmente citado, não apresentou defesa,

tampouco recolheu o débito. Portanto, deve ser considerado revel para todos os efeitos, dando-se

prosseguimento ao processo, nos termos do § 3º do art. 12 da Lei 8.443/1992, c/c o § 8º do art. 202 do

RI/TCU.

31. Após análise da defesa apresentada pela Santa Casa, bem como dos documentos

enviados pela Caixa Econômica Federal em resposta à diligência efetuada pela Secex-BA (peças 16 e

20), o auditor instrutor concluiu que o hospital demonstrou não ter se beneficiado dos recursos não

aplicados no objeto do convênio, atribuindo a responsabilidade pelo ressarcimento integral do dano

apenas ao sr. José Mendes Neto. Assim, propôs o acatamento das alegações de defesa apresentadas

pela Santa Casa; que as contas do responsável sejam julgadas irregulares, condenando-o ao

ressarcimento do débito correspondente ao valor integral do convênio, apenando-o com a aplicação da

multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

32. O diretor manifestou concordância com essa proposta, ressalvando apenas que as

alegações de defesa da Santa Casa deveriam ser parcialmente acatadas, visto que, em sua peça de

defesa, o hospital afirmou que os equipamentos e materiais objeto do convênio haviam sido

adquiridos, a despeito de os documentos acostados aos autos demonstrarem o contrário.

33. Em seu pronunciamento, o secretário da Secex-BA divergiu tanto do auditor quanto do

diretor. Segundo o titular da unidade técnica, os documentos acostados aos autos indicam que a Santa

Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA se beneficiou de parte dos recursos do convênio, no

montante de R$ 272.507,97, na consecução de suas finalidades.

34. Em razão disso, e diante da inexistência de provas nos autos de que aquele montante

foi aplicado no objeto do convênio, propôs a rejeição parcial das alegações de defesa da entidade

hospitalar e condenação ao ressarcimento daquele valor, com fixação de novo e improrrogável prazo

de 15 dias para o recolhimento da importância devida, dada a impossibilidade de aferição da boa-fé da

pessoa jurídica, conforme assentada jurisprudência deste Tribunal, a exemplo do acórdão 3375/2006-

TCU-2ª Câmara.

35. Além disso, ponderou que não se comprovou a destinação do restante dos recursos, no

montante de R$ 727.492,03. Neste caso, propôs o julgamento pela irregularidade das contas do

provedor, sr. José Mendes Neto, e sua condenação ao ressarcimento daquele montante, bem como a

aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

36. O MP/TCU, representado pelo Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se

de acordo com a proposta apresentada pelo titular da Secex-BA.

II

37. Endosso as análises e conclusões a que chegou o titular da unidade técnica, às quais

anuiu o MP/TCU, e acolho sua proposta de encaminhamento, incorporando-a às minhas razões de

decidir, no que se refere à declaração de revelia do sr. José Mendes Neto, ao julgamento pela

irregularidade de suas contas, à imputação de débito, e à aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei

8.443/1992.

38. O sr. José Mendes Neto, regularmente citado, permaneceu silente, restando

caracterizada a revelia e a consequente possibilidade de se dar prosseguimento ao processo, nos termos

do § 3º do art. 12 da Lei 8.443/1992, c/c o § 8º do art. 202 do RI/TCU.

39. Os recursos federais, no montante de R$ 1.000.000,00, foram repassados e

integralmente gastos, inclusive com saques diretos no caixa do Banco, durante o período em que o sr.

José Mendes Neto era o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA, cargo do

qual fora afastado mediante decisão em ação civil pública por ato de improbidade administrativa,

impetrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia em razão de má gestão do patrimônio da

instituição.

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235

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

40. Como signatário do convênio e gestor dos recursos federais transferidos incumbe a ele

o ônus de comprovar a boa e regular aplicação desses recursos, nos termos do parágrafo único do art.

70 da CF/1988, do art. 93 do Decreto-Lei 200/1967, e caput do art. 66 do Decreto 93.872/1986.

41. Portanto, considerando que o então provedor da Santa Casa não comprovou a

destinação dos recursos no montante de R$ 727.492,03, não apresentou resposta à citação, nem

recolheu a quantia aos cofres públicos, tampouco há elementos nos autos hábeis a elidir sua

responsabilidade, propugno que suas contas sejam julgadas irregulares, seja condenado ao

ressarcimento desse valor ao erário, bem como apenado com a aplicação da multa prevista no art. 57

da Lei 8.443/1992.

42. Vale registrar que o sr. José Mendes Neto foi responsabilizado em outras duas TCE,

instauradas em razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos convênios 2199/2003,

(TC 008.314/2009-2, de minha relatoria) e 3283/2002 (TC 018.874/2011-8), ambos firmados com o

Ministério da Saúde. Por meio dos acórdãos 9716/2011-TCU-2ª Câmara e 2194/2013-TCU-2ª Câmara,

respectivamente, o ex-provedor foi condenado a recompor o erário.

43. No que se refere ao encaminhamento proposto em relação à responsabilização da Santa

Casa de Misericórdia de Feira de Santana, dissinto dos pareceres da unidade técnica e do MP/TCU.

44. Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, a Santa Casa reconhece o pagamento a

diversos fornecedores daquela instituição com recursos oriundos do convênio, no montante de R$

272.507,97 (peça 5, p. 52-53).

45. Observo que, em que pese aquele montante não ter sido aplicado na execução do objeto

do convênio, foi utilizado para pagamento de despesas relacionadas a serviços de saúde, configurando

desvio de objeto na aplicação dos recursos, mas não desvio de finalidade, dado que os recursos

permaneceram vinculados à finalidade última do convênio: a prestação de serviços de saúde.

46. Acerca do tema, o Ministro Valmir Campelo, no voto condutor do acórdão 5304/2013-

TCU-1ª Câmara, observou que “no âmbito desta Corte de Contas, a jurisprudência sinaliza no sentido

de que, nos casos de desvio de objeto, desde que mantida a finalidade do gasto (saúde), seja afastado o

débito, podendo, conforme o caso, manter-se o julgamento pela irregularidade das contas, com

aplicação de multa aos responsáveis”.

47. Em diversas oportunidades este Tribunal deliberou acerca da inexistência de débito

quando os recursos repassados tiverem sido aplicados na mesma área, em prol da comunidade. Nesse

sentido, cito os acórdãos 1960/2007-TCU-1ª Câmara, 1424/2008-TCU-2ª Câmara, 2162/2011-TCU-2ª

Câmara e 3040/2011-TCU-2ª Câmara.

48. Em outras ocasiões adotei entendimento semelhante, a exemplo das propostas de

deliberação condutoras dos acórdãos 2882/2013, 5482/2013, 7437/2013, 7438/2013, todos da 1ª

Câmara.

49. Assim, acolho parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de

Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara), afastando o débito a ela

imputado.

Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação

deste Colegiado.

p

ACÓRDÃO Nº 1007/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 008.313/2009-5.

2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)

3.2. Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de

Feira de Santana/BA (13.227.038/0001-43).

4. Órgão: Ministério da Saúde.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).

8. Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Fundo Nacional de Saúde (FNS), em razão da omissão no dever de prestar contas relativamente ao

convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de

Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara).

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. acolher parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de

Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara);

9.2. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. José Mendes Neto, dando-se

prosseguimento ao processo, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.3. julgar irregulares as contas do sr. José Mendes Neto, com base no art. 16, III, ‘a’ da

Lei 8.443/1992, condenando-o ao pagamento das quantias a seguir especificadas, atualizadas

monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas indicadas, até a efetiva

quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze dias), a contar da notificação, para que

comprove, perante o Tribunal, (214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do

Fundo Nacional de Saúde, na forma da legislação em vigor; Valor (R$) Data

227.492,03 16/4/2004

500.000,00 21/5/2004

9.4. aplicar ao sr. José Mendes Neto a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor

de R$ 100.000,00 (cem mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para

que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres

do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a data do efetivo

recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar, desde já, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das

dívidas;

9.6. remeter cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia, em

cumprimento ao disposto no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1007-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).p

p

GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara

TC 028.397/2010-0 [Apenso: TC 022.170/2013-8]

Natureza: Tomada de Contas Especial

Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa (05.032.702/0001-

70); Charles Reginatto (024.613.179-92)

Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário

Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. ORGANIZAÇÃO NÃO

GOVERNAMENTAL. AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (ATER).

NÃO COMPROVAÇÃO DA BOA E REGULAR APLICAÇÃO DOS RECURSOS REPASSADOS.

CITAÇÃO. REVELIA DE UM DOS RESPONSÁVEIS. AUSÊNCIA DE NEXO DE

CAUSALIDADE ENTRE OS PAGAMENTOS E OS COMPROVANTES POSTERIORMENTE

APRESENTADOS. NOVA CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.

COMUNICAÇÕES.

Relatório

Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) em virtude da não comprovação da aplicação de recursos repassados

à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (Anpa) por intermédio do convênio 193/2005

(Siafi 542821), celebrado em 30/12/2005.

50. O convênio em tela objetivava apoiar ações de assistência técnica e extensão rural

(ATER), prioritariamente em zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de

objetivos voltados para a garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política

Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

51. Após a realização da citação dos responsáveis, sr. Charles Reginatto, ex-secretário-

geral da Anpa, e da própria associação, em 22/3/2011, pela não comprovação da boa e regular

aplicação dos recursos federais repassados por meio do convênio em 193/2005, devido a falta de

encaminhamento da documentação exigida para composição da prestação de contas, a SecexAmbiental

produziu a seguinte instrução de mérito (peça 20): “Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de Contabilidade do

Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA em desfavor da Associação Nacional de Pequenos Agricultores

– Anpa, em virtude da não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais repassados por meio

do Convênio 193/2005 (Siafi 542821), firmado em 30/12/2005, com vigência para o período de 30/12/2005 a

31/12/2007, objetivando apoiar as ações de assistência técnica e extensão rural - ATER, prioritariamente em

zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de objetivos voltados para a

garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de Assistência

Técnica e Extensão Rural, conforme Plano de Trabalho (p. 160-166, peça 1) e extrato publicado no DOU (p.

168, peça 1).

2. Os recursos previstos para implementação do objeto do convênio eram da ordem de R$

8.059.680,57, sendo R$ 555.555,55 para o exercício de 2005 (30/12/2005 a 30/3/2006), com R$ 500.000,00 à

conta do concedente e R$ 55.555,55 à conta do convenente (na forma de prestação de serviços – peça 1, p. 165).

As atividades previstas para a primeira fase do convênio, de dezembro de 2005 a março de 2006, abrangiam

visitas técnicas e acompanhamento às famílias (por meio de reuniões em comunidades) – conforme o plano de

trabalho (peça 1, p. 160-166). Os valores referentes aos exercícios de 2006 e 2007 não foram repassados em

virtude da falta de demonstração da regular aplicação dos recursos recebidos na primeira parcela, em

19/01/2006, por meio da Ordem Bancária 2006OB900095 (p. 183, peça 1).

3. Em cumprimento ao Despacho do Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator (peça 7), foi

promovida a citação do Sr. Charles Reginatto, Secretário Geral da Anpa, solidariamente, com a Associação

Nacional dos Pequenos Agricultores – Anpa, por meio dos Ofícios nos 251/2011-TCU/SECEX-8, 251/2011-

TCU/SECEX-8 e 417/2011-TCU/SECEX-8 (peças 8, 9 e 12).

4. Da análise do processo de TCE 5500.002291/2007-47, verificou-se que não haviam sido

apresentados documentos comprobatórios das despesas realizadas (notas fiscais, faturas ou recibos), que foram

objeto de solicitação por meio do Ofício 842/SPOA/MDA, de 28/12/2006 (p. 96, peça 2), reiterado por três

vezes pelos Ofícios 144, 188 e 316/SPOA/MDA de 16/5/2007 (p. 105, 108 e 112, peça 2). A ausência desses

comprovantes impossibilitou a comprovação da existência de nexo de causalidade entre os recursos repassados

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238

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

e os resultados alcançados. Diante disso, foi promovida a citação dos responsáveis em cumprimento ao

despacho referido no item anterior.

II - Análise das alegações de defesa

5. Após o encaminhamento deste processo de TCE para a CGU, em 3/3/2008, foram apresentados

novos documentos pela convenente por meio do Ofício Anpa 002/2009, de 9/3/2009. Essa documentação foi

autuada no processo TCE nº 55000.000584/2011-76, que após análise do MDA, foi encaminhada à CGU em

12/5/2011. Durante a presente instrução de mérito, verificamos que esse processo complementar não havia sido

juntado ao processo em análise nesta corte. Por esse motivo, a CGU foi comunicada e encaminhou a

documentação constante às peças 15 a 17.

6. O relatório de tomada de contas especial (peça 17, p. 228-232) elaborado após análise da

documentação referida acima ratificou o entendimento emitido anteriormente pela não comprovação do

cumprimento do objeto, ressaltando a ausência de relatório descritivo de cumprimento do objeto, apontada por

meio do parecer técnico de 11/11/2010 (peça 17, p. 215-220). Após essa ratificação do primeiro relatório de

TCE expedido pelo MDA, a CGU não emitiu outro parecer.

7. Os responsáveis responderam à citação conjuntamente por meio do procurador Ricardo Silva,

OAB/RS 25779, em 20/6/2011. Nessa peça, requereram o arquivamento do processo de TCE nesta Corte por já

haver outro processo tramitando na justiça federal com mesmo propósito e partes, argumentando haver

hierarquia em relação às decisões do Poder Judiciário, inclusive com a possibilidade de revisão dos acórdãos do

TCU. Encaminharam cópia da contestação oferecida na 14ª Vara da Justiça Federal, informando que a prestação

de contas foi apresentada com todos os documentos exigidos no termo de convênio e que há apenas uma

divergência em alguns pontos e documentos. Alegaram ainda que foi demonstrada a boa aplicação dos recursos

públicos recebidos e a boa fé da entidade, e solicitaram prazo para a juntada de instrumento particular de

procuração.

8. O Sr. Ricardo Luis Silva da Silva – OAB/RS 25.779, advogado que subscreve a alegação de

defesa, solicitou prazo para a apresentação da procuração na peça de defesa em 20/6/2011, entretanto não a

juntou até maio de 2012. Após várias solicitações feitas por contato telefônico - (51) 9329-2045, o Dr. Ricardo

Silva encaminhou procuração apenas da Anpa (peça 19).

9. Tentamos entrar em contato com o Sr. Charles Reginatto, todavia, não foi possível localizá-lo.

Dessa forma, a defesa apresentada não está validada pela procuração do responsável, que será considerado revel,

para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo.

10. A despeito da aplicação da revelia, devem ser considerados, no entanto, os elementos já

constantes dos autos, os quais podem contribuir para o alcance da verdade material. Deve-se observar que nos

processos do TCU a revelia não implica a presunção de que sejam verdadeiras todas as imputações levantadas

contra os responsáveis, diferentemente do que ocorre no processo civil, em que o não comparecimento do réu

nos autos leva à presunção da verdade dos fatos narrados pelo autor.

11. Assim, independente da revelia, a avaliação da responsabilidade do agente nos processos desta

Corte não prescinde dos elementos existentes nos autos, uma vez que são regidos pelo Princípio da Verdade

Material (Acórdãos 1.128/2011-TCU-Plenário, 1.737/2011-TCU-Plenário, 341/2010-TCU-2ª Câmara,

1.732/2009-TCU-2ª Câmara, 1.308/2008-TCU-2ª Câmara e 2.117/2008-TCU-1ª Câmara).

12. Em consulta ao sítio da Justiça federal, verificamos a existência do processo referido na

contestação, que foi encaminhada a esta Corte de Contas. Pelos motivos mencionados, consideraremos os

documentos apresentados na análise desta instrução.

13. Na peça de contestação encaminhada, os responsáveis contraditaram a omissão no dever de

prestar contas e alegaram generalidade da inicial oferecida pela Advocacia Geral da União no processo judicial,

que, segundo relatado, não indicou quais seriam os documentos faltantes na prestação de contas. Ao se referirem

especificamente ao convênio 193/2005, nessa peça, os responsáveis informaram que foram apresentados todos

os documentos exigidos na cláusula décima segunda, que trata da prestação de contas do convênio, na prestação

de contas parcial encaminhada pelo Ofício 10/2006 (p. 8-30, peça 2). Argumentaram, ainda, que a

documentação comprobatória foi aprovada por meio de parecer técnico, em 10/05/2006 (p. 31, peça 2), havendo

inclusive parecer favorável a liberação dos recursos para o exercício de 2006, conforme nota de empenho nº

2006NE900480 (p. 44, peça 2).

14. Verifica-se pelo relatado na contestação que esta se refere não apenas às irregularidades

apontadas no âmbito do convênio MDA 193/2005, tendo sido inclusive citadas despesas com restaurantes e

hospedagens, que não existem na TCE ora analisada.

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239

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

15. Em relação à documentação enviada como prestação de contas parcial, em 24/4/2006, pelo

Ofício 10/2006 (peça 2, p. 8-30), não identificamos quaisquer comprovantes das despesas realizadas, conforme

apontado pela citação promovida (peça 4), em cumprimento ao Despacho do Ministro-Relator (peça 7).

Verificamos que a documentação, que deveria comprovar a realização das despesas, foi enviada pela convenente

ao MDA apenas em 9/3/2009 pelo Ofício Anpa 002/2009, citado no item 5. A convenente encaminhou ao

MDA, em 2006, relatório genérico de cumprimento do objeto, relatório de execução físico-financeira, execução

da receita e despesa, extrato da conta do convênio e relação de pagamentos. Os documentos enviados ao MDA,

em 2009, incluíram diversos Recibos de Pagamento a Autônomos – RPA´s, recibos de locação de escritórios e

salões, extrato da conta corrente com o informe dos rendimentos financeiros dos valores aplicados, relatório de

execução físico-financeira, execução da receita e despesa e relação de pagamentos (peças 15 a 17), porém não

enviaram relatório descritivo de cumprimento do objeto.

16. Quanto à alegação de hierarquia entre as decisões deste Tribunal e do Poder Judiciário, há

reiteradas decisões deste Tribunal reafirmando o princípio da independência da sua jurisdição, relativamente às

instâncias civil, penal e trabalhista, para efeito de apuração de condutas antijurídicas perpetradas por agentes

sujeitos à sua jurisdição (Acórdão nº 436/94 - 1ª Câmara, Decisão nº 278/94 - 2ª Câmara, Decisão nº 66/94 - 2ª

Câmara, Decisão nº 97/1996 - 2ª Câmara, Acórdão nº 406/1999 - 2ª Câmara, dentre outros), inexistindo, pois,

litispendência entre processo desta Corte de Contas e outro que trate do mesmo assunto, em tramitação no Poder

Judiciário.

17. Os documentos comprobatórios das despesas limitaram-se a Recibos de Pagamento a

Autônomos – RPA´s e recibos de locação de escritórios e salões. O convenente encaminhou o número dos

cheques emitidos com respectivos valores (constantes no extrato da conta do convênio) seguidos por

comprovantes da aplicação desses recursos.

18. Conclui-se que os comprovantes juntados deveriam totalizar os valores de cada cheque

indicado, o que não ocorreu em vários casos. Como exemplo, apontamos a indicação do cheque nº 850013, no

valor de R$ 50.000,00, seguido dos comprovantes de aplicação dos recursos (peça 15, p. 138-190). A soma dos

valores dos 25 recibos referentes a esse cheque totalizou R$ 49.040,00, e não os R$ 50.000,00 declarados e

compensados na conta corrente. Há ainda várias relações de recibos em que os totais excedem os valores dos

cheques correspondentes, como os de n. 850012, 850023, 850031, 850040, 850042, 850045, 850046, 850047

(respectivamente acostados à peça 15, p. 128, 316, 380; peça 16, p. 135, 254, 273, 293, 303). Essa

incompatibilidade também foi identificada nas transferências indicadas à peça 16, p. 143, 218, 236, 242. Outra

incoerência verificada está na indicação dos comprovantes do cheque 850031, que foi utilizado para pagar os

engenheiros agrônomos Francisco Reinaldo Rodrigues Leal, Valton José Ferreira, Gilberto Silva do Nascimento

e Haroldo José da Silva (peça 15, p. 384; peça 16, p. 4, 5, 7), porém foi indicado o mesmo cheque pagando

outros dois comprovantes aos engenheiros Michele Jorge Pantaleão e Edvâneo Jorge da Silva (peça 16, p. 151 e

153). Assim, fica demonstrada a inconsistência dos comprovantes relacionados pela convenente.

19. A Anpa realizou a retenção do imposto de renda e da contribuição previdenciária conforme se

verifica em todos os RPA´s apresentados, entretanto não comprovou o recolhimento desses tributos com a

documentação devida. Conforme art. 2º, inciso II, da Lei 8.137/1990, a falta de recolhimento de impostos

retidos é crime. Mesmo tendo recolhido os impostos retidos, a convenente deveria ter juntado à prestação de

contas a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF e a Guia de Recolhimento do Fundo

de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, documentos

indispensáveis que informam, dentre outros, o valor do imposto recolhido por beneficiário. Sem tais

documentos, não é possível identificar quem são os beneficiários do recolhimento de imposto de renda ou

os trabalhadores a que se refere o recolhimento do INSS.

20. Observa-se do extrato da conta do convênio que a totalidade (R$ 503.996,00) das retiradas

realizadas ocorreu por meio da compensação de cheques – no importe de R$ 427.692,00, de pagamentos

diversos autorizados e de transferências – da ordem de R$ 76.304,00. Cada cheque é indicado como instrumento

de quitação de diversos RPA´s, que se destinam ao pagamento de pessoas residentes em estados distintos. Como

exemplo, o cheque n. 850013 foi indicado como quitação de 25 RPA´s, que incluem beneficiários de estados

como Pernambuco, Sergipe, Ceará, Pará, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Piauí, Minas Gerais e Santa Catarina

(peça 15, p. 138-190). Todavia, não foi esclarecido como a convenente teria operacionalizado os pagamentos

aos autônomos por meio desses cheques.

21. A convenente apresentou diversos recibos de locação de escritórios e salões de reunião para

atender ao programa de assistência técnica como forma de aplicação da parcela que lhe cabia a título de

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240

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

contrapartida. Entretanto, não comprovou a necessidade de locação contínua de escritórios e salões para

reuniões durante vários meses nas diversas localidades, uma vez que esta fase do convênio previa apenas visitas

técnicas e reuniões de acompanhamento às famílias nas próprias comunidades, conforme metas e cronograma

acostado à peça 1, p. 162. Como exemplo, verificamos que, na cidade de São Miguel do Oeste/SC, a convenente

apresentou recibos de aluguel de escritório, no período de janeiro a setembro de 2006 (peça 17, p. 96-111), e

também de salas para reuniões, na mesma cidade para período similar – janeiro a março de 2006 (peça 16, 359;

peça 17, p. 14 e 44). Sendo que as locações ocorridas após maio de 2006 extrapolaram o prazo final de execução

das atividades previstas para o convênio, que foi prorrogado até maio de 2006 (peça 2, p. 5). Além disso, a

maioria dos recibos de não contém os endereços dos espaços locados (peça 17, p. 113-125).

22. Inexiste no processo qualquer evidencia de que a convenente tenha realizado uma seleção para

recrutar as pessoas listadas na relação de pagamentos, não há dados pessoais e sequer currículos dos agrônomos,

biólogos e técnicos em agroecologia contratados. Também não estão documentadas listas de presença dos

cursos, seminários e reuniões realizadas, relatórios dos acompanhamentos e avaliações das lavouras objeto da

assistência técnica pactuada, projetos técnicos e materiais elaborados como relatado sucintamente no relatório

de cumprimento do objeto apresentado em 2006 (peça 2, p. 9-13).

23. O Parecer Técnico da Secretaria de Agricultura Familiar emitido em 11/11/2010 concluiu pela

não aprovação da execução física do objeto do convênio (peça 17, p. 215-220). Relatou que, apesar de o

relatório de monitoria (peça 1, p. 186-191) apontar a devida execução das atividades pactuadas em duas

localidades visitadas, não existe no processo um relatório descritivo de cumprimento do objeto, o que

inviabilizou a emissão de um parecer técnico abrangendo os outros quatorze estados contemplados no projeto.

24. Destacamos que o relatório de monitoria citado no Parecer Técnico da SAF/MDA foi elaborado

sob a coordenação técnica do Sr. Charles Reginatto – responsável nesta TCE. Esse relatório não está assinado

por outros técnicos e também não contém dados de pessoas contactadas nas visitas técnicas. O relatório de

monitoria referido no item anterior não é um instrumento de fiscalização do MDA sob o convênio, mas é na

realidade um documento pouco detalhado formulado apenas pelo responsável da entidade convenente.

25. Ademais, observamos que o Sr. Charles Reginatto acumulava as funções de Secretário Geral,

Secretário Executivo e Tesoureiro da Associação Nacional de Pequenos Agricultores (conforme ata da

assembléia geral extraordinária da Anpa – peça 1, p. 76), o que demonstra o comprometimento da segregação de

funções dentro da convenente.

26. Ainda que a execução física do convênio tivesse sido aprovada pela SAF/MDA, deve-se

ressaltar que as prestações de contas dos convênios não se baseiam somente na verificação física do objeto

ajustado. A realização de vistoria in loco, isoladamente, é inócua para efeitos de avaliação da aplicação dos

recursos federais transferidos. Pois, a regularidade da prestação de contas pressupõe o atendimento de diversos

itens, em especial a correta movimentação dos recursos originalmente transferidos e dos rendimentos,

utilizando-se uma conta específica, de forma a se estabelecer um nexo entre os recursos repassados e os

comprovantes de despesa apresentados. A boa e regular aplicação dos recursos públicos só pode ser comprovada

mediante o estabelecimento desse nexo. A prestação de contas não pode ser, assim, constituída exclusivamente

por um agrupamento desordenado de documentos de despesas. Os documentos apresentados para comprovação

das despesas não demonstraram esse nexo causal.

27. O pagamento a vários autônomos por meio de cheques impossibilitou a conferência desses

pagamentos, tendo sido uma maneira de desconsiderar a obrigação de se utilizar conta corrente específica para

movimentação dos recursos do convênio, visto que a movimentação para os beneficiários dos RPA´s

provavelmente ocorreu por meio de outra conta bancária.

28. A boa-fé dos responsáveis deve ser objetivamente analisada e provada no caso concreto,

considerando-se a prática efetiva e as consequências de determinado ato à luz de um modelo de conduta comum

do homem médio.

29. Os documentos apresentados em defesa foram analisados, e as alegações foram consideradas

improcedentes e incapazes de elidir a irregularidade cometida, não sendo possível ser reconhecida a boa-fé dos

responsáveis.

30. Relativamente a esse aspecto, o Plenário desta Casa sedimentou entendimento de que se

tratando de processos atinentes ao exercício do controle financeiro da Administração Pública, tais como o que

ora se examina, a boa-fé não pode ser presumida, devendo ser demonstrada e comprovada a partir dos elementos

que integram os autos.

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241

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

31. Tal interpretação decorre da compreensão de que, relativamente à fiscalização dos gastos

públicos, privilegia-se como princípio básico a inversão do ônus da prova, pois cabe àquele que administra

dinheiros e valores públicos a comprovação de sua boa aplicação.

32. Nesse contexto, e após exame de toda a documentação carreada aos autos, não há como se

vislumbrar a boa-fé na conduta dos responsáveis. Com efeito, não alcançou ele o intento de comprovar a

aplicação dos recursos que lhe foram confiados, restringindo-se a apresentar justificativas improcedentes e

incapazes de elidir a irregularidade cometida. São neste sentido os Acórdãos 1.157/2008-Plenário, 337/2007-1ª

Câmara, 1.495/2007-1ª Câmara, 213/2002-1ª Câmara, 1.007/2008-2ª Câmara, 2.368/2007-1ª Câmara,

1.322/2007-Plenário e 860/2009-Plenário, entre outros.

33. Desse modo, devem as contas em análise serem julgadas irregulares e em débito os

responsáveis, com arrimo nos arts. 16, inciso III, alínea c, e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, em razão da

ocorrência de dano ao Erário decorrente da não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos

repassados pelo MDA, por conta do Convênio 193/2005 (Siafi 542821).

34. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo:

a) considerar revel o Sr. Charles Reginatto (CPF: 024.613.179-92), com fulcro no art. 12, § 3º, da

Lei nº 8.443/92;

b) rejeitar as alegações de defesa da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa;

c) julgar as contas da Anpa e do Sr. Charles Reginatto irregulares e em débito os responsáveis,

condenando-os solidariamente ao recolhimento da importância de R$ 1.210.414,50 (um milhão duzentos e dez

mil quatrocentos e quatorze reais e cinquenta centavos), acrescida de atualização monetária e juros de mora

desde 19/1/2006 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro

Nacional, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei nº

8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso III, 210 do Regimento Interno do TCU

d) aplicar ao Sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa,

individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a

contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro

Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido até a data do

efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

e) autorizar, desde já, o parcelamento do débito em 36 parcelas mensais, sobre as quais incidirão os

acréscimos legais correspondentes, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para o

recolhimento da primeira parcela aos cofres do Tesouro Nacional, vencendo as demais parcelas em intervalos

sucessivos de trinta dias, com fundamento nos artigos 214, inciso III, e 217 do Regimento Interno do TCU;

f) alertar aos responsáveis que o não recolhimento de qualquer das prestações importa no

vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno do TCU;

g) fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da data prevista para o recolhimento de cada parcela,

para que os responsáveis comprovem, perante o Tribunal, a efetivação do pagamento, conforme disposto no art.

214, inciso III, alínea “a” do Regimento Interno do TCU;

h) autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos

do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;

i) remeter cópia da deliberação que vier a ser adotada, acompanhada do relatório e do voto que a

fundamentarem, à Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.”

52. O MP/TCU, representado pela subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e

Silva, anuiu ao encaminhamento proposto pela unidade técnica, com ressalva quanto ao valor do

débito, mediante o seguinte parecer (peça 22): Trata-se da Tomada de Contas Especial instaurada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário –

MDA em desfavor da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa, ante a não comprovação da

regular aplicação da primeira parcela de recursos repassada no âmbito do Convênio n.º 193/2005, com o

objetivo de ‘apoiar ações de assistência técnica e extensão rural – ATER, prioritariamente em zonas rurais

empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto dos objetivos voltados para a garantia da soberania

alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural’ (peça

n.º 1, pp. 152/159).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

2. Eram previstos recursos da ordem de R$ 8.059.680,57 para serem aplicados no referido objeto

do Convênio n.º 193/2005, sendo R$ 555.555,55 no ano de 2005, R$ 3.865.802,42 em 2006 e R$ 3.638.322,60

em 2007, nos termos do cronograma de desembolso à p. 165 da peça n.º 1.

3. Não obstante a previsão retro, o ajuste foi celebrado em 31/12/2005 contemplando apenas os

recursos relativos ao primeiro ano, competindo ao concedente a importância de R$ 500.000,00, ao passo que os

R$ 55.555,55 restantes deveriam ser empregados a título de contrapartida (Cláusula Sexta, p. 155 da peça n.º 1).

A parcela inicial foi repassada em 19/01/2006, por meio da ordem bancária 2006OB900095 (item 12 à p. 7 da

peça n.º 1 e pp. 182/183 da peça n.º 1).

4. Embora tenha sido firmado o Primeiro Termo Aditivo prorrogando o prazo de vigência

inicialmente fixado para 31/03/2007, bem como autorizando a disponibilização da segunda parcela de recursos

no valor de R$ 3.430.513,27 (pp. 74/76 da peça n.º 2), não houve o repasse desse montante à entidade, tendo em

vista a falta de apresentação, pela convenente, de diversos documentos inerentes à prestação de contas, listados

no ofício do Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do MDA às pp. 96/97 da peça n.º 2, a

saber:

‘- Relatório de Execução Físico-Financeira – Anexo III;

- Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa, evidenciando os recursos recebidos em

transferências, a contrapartida, os rendimentos auferidos de aplicação dos recursos no mercado financeiro,

quando for o caso e os saldos – Anexo IV;

- Relação de Pagamentos – Anexo V;

- Relação de Bens (adquiridos, produzidos ou construídos com recursos da União) – Anexo VI;

- Extrato da conta bancária específica do período do recebimento da 1.ª Parcela até o último

pagamento e conciliação bancária, quando for o caso;

- Cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas ou justificativa para a

sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;

- Cópias das notas fiscais, faturas, recibos e quaisquer outros comprovantes das despesas emitidas

em nome do Convenente, devidamente identificadas com o título e número do convênio, nos casos de despesas

relativas à aquisição de bens e materiais permanentes, os comprovantes deverão ser autenticados’.

5. Em face do não encaminhamento da documentação supra, foi instaurada a presente Tomada de

Contas Especial, a qual recebeu o devido pronunciamento do Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário

atestando haver tomado conhecimento das conclusões contidas no Relatório e Certificado de Auditoria, bem

como opinando pela irregularidade das contas (p. 151, peça n.º 2).

6. Ao ingressar o feito no TCU, foram citados o Senhor Charles Reginatto e a Anpa para se

pronunciarem acerca da ‘não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais repassados por meio

do Convênio n.º 193/2005’, sendo o valor original do débito de R$ 500.000,00 em 19/01/2006 (peças n.ºs 8 e 9).

7. Em resposta, vieram aos autos as alegações de defesa constantes da peça n.º 14, as quais foram

devidamente resumidas e analisadas pela 8.ª Secex (peça n.º 20).

8. Em síntese, a Unidade Instrutiva rechaça a alegação de que esta TCE não poderia prosseguir até

que fosse encerrada a ação judicial em trâmite na Justiça Federal, em observância ao princípio da independência

das instâncias e da inexistência de hierarquia entre as decisões proferidas pelo TCU e pelo Poder Judiciário.

9. Outrossim, reafirma a ausência dos comprovantes das despesas realizadas, fato esse que, somado

à falta de estrita correspondência entre os valores dos cheques emitidos/transferências realizadas e os

correspondentes recibos, impossibilita o estabelecimento do nexo de causalidade e a convicção de que os

recursos federais foram despendidos na finalidade pactuada.

10. De fato, em consonância com a Unidade Técnica, não vislumbramos elementos suficientes para

caracterizar o cumprimento do objeto, nem mesmo para vincular eventuais gastos ou ações promovidas pela

entidade com os valores públicos repassados.

11. Os recibos de pagamento a autônomo não guardam perfeita correlação com os cheques

emitidos, havendo até mesmo contradições como a apontada pela Secretaria em relação ao cheque n.º 850031,

supostamente utilizado para pagar os engenheiros agrônomos Francisco Reinaldo Rodrigues Leal, Valton José

Ferreira, Gilberto Silva do Nascimento e Haroldo José da Silva e, em outro trecho constando como comprovante

de pagamento dos engenheiros Edvâneo Jorge da Silva e Michele Jorge Pantaleão.

12. Também os recibos de locação de salão e aluguel de escritório não se mostraram consentâneos

com as atividades previstas para serem desenvolvidas no âmbito do ajuste, visto que estas tinham natureza

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

transitória, como a realização de cursos, palestras, seminários, reuniões, ao passo que tais locações se deram por

prazos mais dilatados, incompatíveis com o objeto do convênio.

13. Em suma, a documentação encaminhada, além de incompleta, não é apta a demonstrar que as

despesas incorridas foram direcionadas às finalidades do convênio.

14. Nesse contexto, devem ser julgadas irregulares as contas dos responsáveis, condenando-os ao

pagamento do débito de R$ 500.000,00, atualizado e acrescido dos juros de mora a partir de 19/01/2006 (tal

como constou da citação), e não de R$ 1.210.414,50 como se encontra na proposta elaborada 8.ª Secex, a qual

atribuiu como débito o valor já atualizado e corrigido até 05/06/2012 (peça n.º 19), incorrendo em bis in idem ao

sugerir que este último valor sofresse nova incidência de atualização monetária e juros de mora a partir de

19/01/2006.

15. Com a ressalva acima, esta representante do Ministério Público expressa sua concordância com

a análise e o encaminhamento propostos pela Unidade Técnica (peças n.ºs 20 e 21).”

53. Encontrando-se os autos novamente em meu gabinete, observei que, embora a citação

realizada pela unidade técnica tenha se baseado na inexistência de prestação de contas, a convenente já

havia encaminhado praticamente toda a documentação exigida pelo MDA para prestação de contas

parcial dos recursos recebidos.

54. Assim, considerei necessária a realização de nova citação dos responsáveis, para que

apresentassem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e os

documentos comprobatórios de realização das despesas apresentados, o que inviabiliza a comprovação

da boa e regular aplicação dos recursos recebidos.

55. Nesse sentido, transcrevo excertos do despacho à peça 23: “6. Extrai-se do relatório do tomador de contas (peça 1, p. 3-9) o seguinte histórico:

a) em 19/01/2006, foi repassado, por meio da ordem bancária 2006OB900095, o valor integral a

cargo do concedente (R$ 500.000,00);

b) em 10/3/2006, o convenente solicita prorrogação do prazo da primeira etapa do convênio;

c) em 27/3/2006, o convenente solicita a liberação dos recursos relativos à segunda parcela do

convênio;

d) em 2/5/2006, é elaborado relatório de monitoria do projeto e em 10/5/2006 é emitido parecer

técnico do convenente favorável à prorrogação de prazo até 30/5/2006;

e) em 19/5/2006, o convenente encaminha prestação de contas parcial do convênio;

7. A prestação de contas parcial apresentada compõe-se de: a) relatório de cumprimento do objeto;

b) cópia do plano de trabalho aprovado na celebração do convênio; c) cópia do termo de convênio e de

eventuais termos aditivos; d) relatório de execução físico-financeira; e) relatório de execução da receita e

despesa; f) relação de pagamentos efetuados; e g) cópia do extrato da conta bancária específica.

8. Ressalto que o instrumento de convênio nada indicava sobre o conteúdo da prestação de contas

parcial, mas assim se referia quanto ao teor da prestação de contas final (peça 1, p. 157):

‘CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

A Prestação de Contas Final dos recursos deste Convênio, inclusive os de contrapartida e dos

rendimentos apurados em aplicações no mercado financeiro, deverá ser assim constituída:

a) relatório de cumprimento do objeto;

b) cópia do Plano de Trabalho aprovado na celebração do Convênio;

c) cópia do Termo de Convênio e de eventuais Termos Aditivos;

d) relatório de Execução Físico-Financeira;

e) relatório de Execução da Receita e Despesa;

f) relação de pagamentos efetuados;

g) relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos com recursos deste Convênio;

h) cópia autenticada dos comprovantes de despesas relativas à aquisição de bens e materiais

permanentes, quando for o caso;

i) conciliação do saldo bancário, quando for o caso;

j) cópia do extrato da conta bancária específica;

1) comprovante de recolhimento dos recursos não aplicados à conta indicada pelo responsável do

programa;

m) cópia do Termo de Aceitação Definitiva da obra, quando for o caso;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

n) cópia do despacho adjudicatório e homologação de licitações realizadas ou justificativas para

sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;’

9. Dos documentos exigidos para prestação de contas final, o convenente apenas não apresentou,

em sua prestação de contas parcial, aqueles elencados nas alíneas 'g' (não foi realizada obra), 'h' (não foram

adquiridos bens), 'i' (foram apresentados extratos), 'j' (não houve saldos de recursos não aplicados), 'm' (não foi

realizada obra) e 'n'. Portanto, apenas os documentos elencados na alínea 'n' eram devidos e não foram

apresentados.

10. Após o recebimento da prestação de contas parcial, foi emitido no dia 10/5/2006 um parecer

técnico s/n, assinado pelo sr. João Marcelo Intini, servidor da SAF, em que conclui que (peça 2, p. 31):

‘Considerando os fatos acima elencados, somos favoráveis pela aceitação das informações contidas

nos relatórios apresentados pela ANPA e, acrescidas as informações constantes no relatório de monitoria, nos

permite apoiar a aprovação da execução física apresentada pela entidade’. (grifei)

11. Em 29/5/2006, é emitida nota técnica s/n pela Assessoria Especial do Gabinete do Ministro

(AEGM), aprovada pelo titular da Secretaria Executiva do MDA, sr. Guilherme Cassel, na qual conclui (peça 2,

p. 35):

‘Ante o exposto, consideramos conveniente e oportuna a celebração do referido aditivo, sugerindo

o encaminhamento do processo a SPOA, para providências de sua alçada, conforme dispõe a Portaria/MDA n°

029, de 28/4/2004, publicada no DOU de 30/4/2004’. (grifei)

12. Depreende-se dos fatos que o MDA não apenas concordou com o teor da documentação

apresentada como prestação de contas parcial como também aquiesceu com a execução física apresentada

constante do documento denominado ‘relatório de cumprimento do objeto’, fatos que o conduziram a celebrar o

primeiro termo aditivo ao convênio, que ampliou o valor do ajuste para R$ 3.430.513,27.

13. Esse fato também é corroborado pelo teor do documento apresentado, no dia 30/6/2006, pelo

diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da SAF/MDA, sr. Argileu Martins da Silva,

que salienta que o referido trabalho está em execução (peça 2, p. 66).

14. Nesse ínterim, a Consultoria Jurídica manifesta-se, na essência, concluindo que ‘a minuta do

presente instrumento está conforme as normas aplicáveis à espécie’ (peça 2, p. 50), mas a área orçamentária e

financeira destaca que a entidade se encontrava, em 23/6/2006, pendente de prestação de contas de outro

convênio (Siafi 523862), requisito que impede a celebração do termo ativo, mas que foi sanado em 30/6/2006

(peça 2, p. 63).

15. Em 3/7/2006, é assinado o primeiro termo aditivo ao convênio (peça 2, p. 74-76). Não houve,

no entanto, repasse de valores no âmbito deste aditivo.

16. Em 21/12/2006, o convenente volta a solicitar a liberação da 2ª parcela do convênio (peça 2, p.

32). O sr. João Marcelo Intini, em nota técnica s/n emitida no dia 22/12/2006, se mostra favorável à liberação da

segunda parcela do convênio, no novo valor avençado (peça 2, p. 93-94).

17. Após este episódio, sem maiores explicações e desconsiderando as análises anteriores, o sr.

Charles Reginatto, Secretário Geral da Anpa, é notificado em quatro oportunidades (ofícios 842/SPOA-MDA,

de 28/12/2006, 144/SPOA/MDA, de 16/3/2007, 188/SPOA/MDA, de 5/4/2007, e 316/SPOA/MDA, de

16/5/2007), para apresentar a prestação de contas parcial referente à primeira parcela dos recursos repassados,

conforme previsto no instrumento de convênio e na legislação que rege a matéria (peça 2, p. 96-97 e 105-114).

18. O responsável não apresentou resposta. Ressalte-se, contudo, que já havia apresentado a

prestação de contas parcial em 19/5/2006 e que tanto a área técnica quanto instâncias superiores da SAF

aprovaram e atestaram a execução física do convênio, fatos que provavelmente conduziram à decisão de assinar

termo aditivo para aumento do valor de repasse dos recursos.

19. Em 31/7/2007, foi emitido o despacho 1255/2007-CCONV/CGFCC/SPOA/MDA com o

seguinte teor (peça 2, p. 118):

‘Tendo em vista que a convenente não atendeu as solicitações contidas no Oficio 316/

SPOA/MDA, de 16 de maio de 2007, recebido naquela entidade em 22 de maio de 2007, que solicita a

apresentação da prestação de contas da 1ª parcela ou a devolução dos recursos repassados para execução do

convênio CV MDA 193/05, celebrado entre o MDA e a ANPA/DF, no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil

reais), e considerando que a execução financeira do mesmo não foi aprovada, e tendo sido esgotadas todas as

possibilidades para sanar as pendências em questão, solicitamos AUTORIZAÇÃO para Instauração de Tomada

de Contas Especial, conforme preceitua o parágrafo 41 do art. 31 da IN/STN 01/97.’

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

20. Em 24/10/2007 é instaurada a tomada de contas especial 3/2007 (peça 1, p. 3-9) em decorrência

‘de não ter sido apresentada a prestação de contas parcial do convênio’ supracitado.

21. Após a instauração da supracitada TCE, de acordo com o relatório complementar do tomador

de contas, a sequência de fatos é a seguinte (peça 17, p. 228):

a) em 9/3/2009, por meio do Ofício ANPA 2/2009 (peça 15, p. 7), a convenente apresenta

documentos adicionais (relação de comprovantes de pagamentos, demonstrativo consolidado da execução das

receitas e despesas, relatório de execução de atividades, relatório de execução físico-financeira, cópias de

diversos cheques, recibos de pagamento de autônomos, notas fiscais e recibos diversos) juntados à prestação de

contas parcial;

b) em 8/7/2009, por intermédio do Ofício 35/SPOA MDA (peça 17, p. 210), é solicitado à entidade

a complementação da documentação (especificamente apresentação do relatório de cumprimento do objeto e

cópia dos despachos adjudicatórios e de homologação das licitações ou justificativa para dispensa ou

inexigibilidade), já considerada, nesta fase, como prestação de contas final, uma vez que a vigência do convênio

expirara em 31/12/2007;

c) em 23/12/2009, por meio do despacho 413/2009/CCONV/CGFCC/SPOA (peça 17, p. 212-214),

o processo é encaminhado à SAF para elaboração de parecer técnico quanto à execução física do convênio;

22. O parecer técnico da SAF, de 11/11/2010 (peça 17, p. 215-220), da lavra do mesmo servidor sr.

João Marcelo Intini, apresenta a seguinte conclusão transcrita no relatório complementar do tomador de contas:

‘Conforme Relatório de Monitoria de Projeto, datado de 02/05/2006, foi realizada uma visita a dois

locais diferentes de execução do Projeto, buscando estrategicamente verificar a execução das atividades pela

ANPA. A monitoria ocorreu nos Estados de Goiás (Região de Catalão) e no Estado da Bahia (Região do Senhor

do Bonfim). Em ambas as visitas, os trabalhos de monitoria foram realizados com a presença de técnicos e

dirigentes regionais ligados à ANPA. Na oportunidade, verificou-se que a participação dos agricultores nas

atividades foi promovida através de Encontros Temáticos, reuniões e na elaboração de diagnósticos

participativos.

Constatou-se que os técnicos desenvolvem atividades planejadas com os agricultores. Identificou-

se também como produto do trabalho realizado pela Entidade junto aos agricultores nas regiões visitadas,

lavouras de sementes crioulas, principalmente do milho, instaladas nas áreas dos próprios agricultores. Também

foi identificado o cultivo de plantas medicinais no tratamento sanitário do rebanho bovino; introdução de novas

variedades de milho crioulas; formas de armazenamento e manejo da água; produção de licores, sucos

concentrados de polpa de frutas (...).

O Relatório de Monitoria aponta para a devida execução das atividades pactuadas, visualizada

através desta 'amostragem', oferecendo algumas recomendações ao Projeto a partir dos desafios identificados.

São eles:

• Definição imediata das condições estruturais de trabalho dos técnicos;

• Consolidação das equipes de campo, visando o· fortalecimento da relação entre as equipes

técnicas e as famílias assistidas;

• Manutenção dos trabalhos com os temas 'sementes crioulas' e 'produção e comercialização do

leite';

• Estudo e reflexão sobre o diagnóstico participativo realizado com as famílias, para o melhor

entendimento da realidade.

No entanto, apesar de ter sido realizado o monitoramento em duas regiões de abrangência do

projeto, não há no processo (conforme solicitado pela SPOA, através do ofício no 435, datado de 8 de julho .de

2009, fls.850) um Relatório Descritivo de Cumprimento do Objeto, o que inviabiliza a emissão de um parecer

técnico sobre a execução do projeto nos outros 14 Estados de abrangência do Projeto.

A convenente também não informou - através do Sistema de Monitoramento E1etrônico

(SICONFIN), módulo MAPA - a realização das visitas técnicas às famílias, tampouco se encontra anexado ao

Processo, 'Listas de Presença' das referidas visitas técnicas ou nome dos beneficiários postados no sistema. As

ações verificadas no Monitoramento não são suficientes para a aprovação fisica, tampouco para a constatação do

atingimento do objeto pactuado. Frente a estes fatos o parecer foi de não aprovação da execução fisica e não

atestado a execução do objeto pactuado.

Desta forma, entendemos que as ações realizadas pela convenente verificadas no Monitoramento

não são suficientes para a aprovação da execução física, tampouco para a constatação do atingimento do objeto

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pactuado. Frente a estes fatos, não aprovamos a execução física, e não atestamos a execução do objeto

pactuado.’

23. O parecer aponta para uma contradição, ao confirmar a realização das atividades previstas no

plano de trabalho (... verificou-se que a participação dos agricultores nas atividades foi promovida ...; constatou-

se que os técnicos desenvolvem atividades planejadas com os agricultores...; identificou-se também como

produto do trabalho realizado pela Entidade junto aos agricultores nas regiões visitadas, lavouras de sementes

crioulas...), ainda que por amostragem, mas ao mesmo tempo afirmar que não foi apresentado um relatório

descritivo de cumprimento do objeto, fato que inviabiliza a emissão de parecer técnico sobre o restante dos

estados não abrangidos na amostra.

24. Destaco que o relatório de cumprimento de objeto (peça 2, p. 9-15) apresentado pelo

convenente apresenta uma listagem exaustiva de ações executadas nos estados de Santa Catarina, Rondônia,

Pará, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará, Paraíba, Goiás e Bahia, todas, em sua

essência, convergentes com o que previa o plano de trabalho e que, ao que parece, não foram adequadamente

examinados pela concedente. Transcrevo o inteiro teor do documento:

(...)

25. Além disso, se parte dos trabalhos foi executada, então o débito imputado não pode ser

equivalente ao valor integral do convênio.

26. Em 21/12/2010, no entanto, é expedido o ofício 1128/2010/SPOA/MPA (peça 17, p. 222-223),

que cobra a devolução do valor total dos recursos do convênio, acrescidos de multa e juros.

III

27. Regularmente citados, os responsáveis sr. Charles Reginatto e Anpa responderam à citação

conjuntamente por meio do procurador Ricardo Silva, OAB/RS 25779, em 24/6/2011, que, na mesma peça,

requereu prazo para juntada de instrumento particular de procuração. Entretanto, não a juntou até o momento.

Após várias solicitações feitas por contato telefônico pela unidade técnica, o sr. Ricardo Silva encaminhou

procuração apenas da Anpa (peça 19). Não há registro de procuração para o sr. Charles Reginatto.

28. A citação foi autorizada nos seguintes termos:

(...)

29. O despacho que autorizou a citação (peça 7) se baseou na instrução da unidade técnica (peça 4).

30. O ofício 842/SPOA/MDA, de 28/12/2006 (peça 2, p. 96 e 97), indicado nos termos da citação,

foi endereçado ao sr. Charles Reginatto com o seguinte teor:

‘Senhor Secretário-Geral,

1. Tendo em vista que a Prestação de Contas Parcial, encaminhada por meio de Oficio Nº 010/2006

não pode ser analisada por insuficiência de informações obrigatórias na documentação, solicito que seja

enviada, imediatamente, nova Prestação de Contas referente à 1ª parcela dos recursos liberados, composta da

documentação abaixo relacionada (fundamentado no art.21 e art.32 da IN/STN nº 01/97), com orientações e

modelos de relatórios que podem ser obtidos no endereço eletrônico www.mda.gov.br, módulo ‘convênios’:

- Relatório de execução Físico-financeira – Anexo III;

- Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa, evidenciando os recursos recebidos em

transferências a contrapartida, os rendimentos auferidos da aplicação dos recursos no mercado financeiro,

quando for o caso e os saldos- Anexo IV;

- Relação de pagamentos -Anexo V;

- Relação de Bens (adquiridos produzidos ou construídos com recursos da União) - Anexo VI;

- Extrato da conta bancária especifica do período do recebimento da 1ª parcela até o último

pagamento e conciliação bancária, quando for o caso:

- Cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas ou justificativa para sua

dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;

- Cópias das notas fiscais, faturas, recibos e quaisquer outros comprovantes das despesas emitidas

em nome do Convenente, devidamente identificadas com o título e numero do convenio, nos casos de despesas

relativas à aquisição de bens e materiais permanentes, os comprovantes deverão ser autenticados.

2. Diante do exposto, e em conformidade com a legislação vigente bem como o disposto no

Acórdão do TCU Nº 2261/2005-Plenário, essa Convenente deverá apresentar a documentação ora requisitada

como condição necessária para análise da referida prestação de contas e, no caso de sua aprovação, liberação da

2ª parcela do convenio em análise.’

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

31. O ofício 144/SPOA/MDA, de 16/3/2007 (peça 2, p. 105), também indicado nos termos da

citação, foi igualmente endereçado ao mesmo responsável com o seguinte teor:

‘Senhor Secretário Geral,

1. Reiteramos o Ofício n° 842/06 SPOA/MDA, de 28 de dezembro de 2006, onde solicita

apresentação da Prestação de Contas Parcial (1ª parcela) do CV MDA 193/05 celebrado entre o MDA e a

ANPA/DF.

2. Informamos que as documentações devem ser atendidas no prazo máximo de 15 dias, contados a

partir da data de recebimento do AR e, que o não cumprimento desta solicitação no prazo estabelecido implicará

na inscrição dessa entidade no cadastro de inadimplentes do Sistema Integrado de Administração Financeira do

Governo Federal - SIAFI, e posterior Instauração de Tomada de Contas Especial, com inclusão de seu potencial

responsável em conta de ativo 'Diversos Responsáveis', fatos que impossibilitam assinatura de novos convênios

no âmbito da Administração Pública Federal, conforme preceitua a legislação vigente.’

32. Destaco que o ofício 842/SPOA/MDA reiterado pelo ofício 144/SPOA/MDA não solicitava

apresentação de relatório de cumprimento de objeto.

33. A unidade técnica propõe a rejeição das alegações de defesa apresentadas pela entidade, que

seja considerado revel o sr. Charles Reginatto e que sejam julgadas irregulares as contas de ambos os

responsáveis solidariamente.

34. O MP/TCU anui com a proposta da unidade técnica.

35. Observo, contudo, que foi encaminhada praticamente toda a documentação exigida pelos

ofícios em tela para prestação de contas.

36. Como se depreende dos diversos pareceres (peça 2, p. 31; peça 17, p. 215-220), foi considerada

como prestação de contas final do convênio a mesma prestação de contas parcial apresentada em 19/5/2006. A

prestação de contas parcial apresentada continha: a) relatório de cumprimento do objeto; b) cópia do plano de

trabalho aprovado na celebração do convênio; c) cópia do termo de convênio e de eventuais termos aditivos; d)

relatório de execução físico-financeira; e) relatório de execução da receita e despesa; f) relação de pagamentos

efetuados; e g) cópia do extrato da conta bancária específica.

37. Dos documentos exigidos para prestação de contas final, o convenente apenas não apresentou,

em sua prestação de contas parcial, aqueles elencados nas alíneas 'g' (não foi realizada obra), 'h' (não foram

adquiridos bens), 'i' (foram apresentados extratos), 'j' (não houve saldos de recursos não aplicados), 'm' (não foi

realizada obra) e 'n'. Não era necessário, no entanto, apresentar os documentos elencados nas letras 'g', 'h' e 'm',

tendo em vista que foi realizada obra e não foram adquiridos bens.

38. A própria unidade jurisdicionada, indiretamente, reconhece tal situação ao solicitar à entidade,

em 8/7/2009, por intermédio do Ofício 35/SPOA MDA (fl. 850), a complementação da documentação: a)

relatório de cumprimento do objeto e b) cópia dos despachos adjudicatórios e de homologação das licitações ou

justificativa para dispensa ou inexigibilidade, respectivamente as alíneas 'a' e 'n' da cláusula décima segunda.

39. Ocorre que, quando da conversão do processo de prestação de contas parcial em processo de

prestação de contas final, o parecer técnico da SAF, integralmente transcrito no item 22 deste despacho, destaca

inapropriadamente que ‘(...) não há um relatório descritivo de cumprimento do objeto, o que inviabiliza a

emissão de um parecer técnico sobre a execução do projeto nos outros 14 estados de abrangência do projeto’.

40. Conforme registrei anteriormente, o relatório de cumprimento de objeto apresentado pelo

convenente apresenta uma listagem exaustiva de ações executadas nos estados de Santa Catarina, Rondônia,

Pará, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará, Paraíba, Goiás e Bahia, todas, em sua

essência, convergentes com o que previa o plano de trabalho.

41. No caso em tela, há fundadas dúvidas sobre o valor do débito, e mesmo sobre o próprio débito,

tendo em vista que o concedente não procedeu à adequada caracterização do dano e de sua quantificação.

42. Observa-se que as medidas administrativas precedentes à TCE iniciaram-se em torno da não

apresentação da prestação de contas, a qual foi apresentada, e foram encerradas com a impugnação de toda a

prestação de contas encaminhada e instauração da TCE pelo valor total repassado.

43. A citação realizada, portanto, fundou-se na inexistência de prestação de contas.

44. Contudo, em seu exame sobre a documentação realizado após a citação em comento, a unidade

técnica aponta para a ausência de nexo de causalidade entre os pagamentos e os respectivos comprovantes

apresentados, conforme trechos que destaco a seguir:

(...)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

45. Portanto, após a citação inicial, a unidade técnica aponta novos elementos relacionados ao nexo

de causalidade que ensejariam a necessidade de nova citação. Sendo assim, faz-se necessária citar novamente os

responsáveis, para que apresentem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e

os documentos comprobatórios de realização das despesas apresentados, o que inviabiliza a comprovação da

boa e regular aplicação dos recursos recebidos.

46. Nessa linha, determino a realização de nova citação, nos termos a seguir:

(...)

47. O valor original do débito pelo qual serão novamente citados os responsáveis deve ser

levantado pela unidade técnica, tendo em vista as constatações relatadas na instrução quanto à ao nexo de

causalidade entre pagamentos e comprovantes. Em sua instrução final de mérito, a unidade técnica deve ainda se

certificar sobre o valor efetivo do débito, considerando a parcela dos recursos cuja boa e regular aplicação não

estiver devidamente comprovada.”

56. Realizada a nova citação dos responsáveis, a SecexAmbiental, em derradeira análise,

se manifestou nos seguintes termos, no que interessa ao deslinde da questão (peça 38): “10. Esta Unidade Técnica (peça 20), conforme evidenciado pelo Excelentíssimo Ministro Relator

Weder de Oliveira, considerando que a citação anterior realizada por este Tribunal fundou-se na inexistência de

prestação de contas, e que, após a citação em comento, a unidade técnica aponta para a ausência de nexo de

causalidade entre os pagamentos e os respectivos comprovantes apresentados, concluiu pela necessidade de

nova citação, nos termos propostos pelo Relator (peça 23), ajustando apenas o item irregularidade prevista com

os seguintes termos:

Não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais repassados por meio do

Convênio n.º 193/2005, haja vista a insuficiência e as inconsistências verificadas nos documentos

comprobatórios acostados aos autos e, principalmente, a falta de nexo de causalidade entre os pagamentos

efetuados e os documentos comprobatórios de realização das despesas, o que inviabiliza a emissão de opinião

sobre o cumprimento do objeto.

11. Assim, conforme determinado pelo Ministro Relator, foram emitidos os ofícios de citação

destinados ao Sr. Charles Reginatto (peças 28 e 36) e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (peça

29), respectivamente, com prazo de 15 (quinze) dias, a contar de seu recebimento a apresentar alegações de

defesa quanto às ocorrências de que trata o presente processo.

12. Após o término do prazo descrito no item anterior, nem o Sr. Charles Reginatto e nem a

Associação Nacional de Pequenos Agricultores apresentaram suas alegações de defesa ou qualquer outra

documentação adicional ao processo em comento.

13. Conforme demonstrado na instrução constante da peça 25, a entidade responsável pela

prestação do convênio em comento apresentou documentos insuficientes e que não comprovam a efetiva

execução de seu objeto, não sendo possível atestar o nexo de causalidade entre os documentos apresentados e as

despesas realizadas para cumprimento das metas previstas.

14. Como os responsáveis não apresentaram das alegações de defesa referidas acima, e, além disso,

inexistem nos autos elementos que demonstrem sua boa-fé ou a ocorrência de outros excludentes de

culpabilidade, conclui-se que as contas devem ser julgadas irregulares e em débito os responsáveis, com arrimo

nos arts. 16, inciso III, alínea c, e 19, caput, da Lei nº 8.443/92.

15. Conclui-se ainda pela manutenção da rejeição das alegações de defesa apresentadas pela Anpa

e pela revelia o Sr. Charles Reginatto, conforme apontado por esta Unidade Técnica na peça 20.

16. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo:

a) considerar revel o Sr. Charles Reginatto (CPF: 024.613.179-92), com fulcro no art. 12, § 3º, da

Lei nº 8.443/92;

b) rejeitar as alegações de defesa da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa;

c) julgar as contas da Anpa e do Sr. Charles Reginatto irregulares e em débito os responsáveis,

condenando-os solidariamente ao pagamento do débito de R$ 500.000,00, atualizado e acrescido dos juros de

mora a partir de 19/01/2006 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a

contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do

Tesouro Nacional, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c, 19, caput, e 23, inciso III, da

Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso III, 210 do Regimento Interno do TCU;

d) aplicar ao Sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa,

individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro

Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido até a data do

efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

e) autorizar, desde já, o parcelamento do débito em 36 parcelas mensais, sobre as quais incidirão os

acréscimos legais correspondentes, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para o

recolhimento da primeira parcela aos cofres do Tesouro Nacional, vencendo as demais parcelas em intervalos

sucessivos de trinta dias, com fundamento nos artigos 214, inciso III, e 217 do Regimento Interno do TCU;

f) alertar aos responsáveis que o não recolhimento de qualquer das prestações importa no

vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno do TCU;

g) fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da data prevista para o recolhimento de cada parcela,

para que os responsáveis comprovem, perante o Tribunal, a efetivação do pagamento, conforme disposto no art.

214, inciso III, alínea “a” do Regimento Interno do TCU;

h) autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos

do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;

i) remeter cópia da deliberação que vier a ser adotada, acompanhada do relatório e do voto que a

fundamentarem, à Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.”

57. Retornando os autos ao MP/TCU, o Parquet manifestou novamente sua concordância

com a proposta da unidade técnica (peça 40).

É o relatório.

p

Proposta de Deliberação

Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) em virtude da não comprovação da aplicação de recursos repassados

à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (Anpa) por intermédio do convênio 193/2005,

celebrado em 30/12/2005, com vigência até 31/12/2007, cuja gestão pelo concedente competia

à Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA.

2. O objeto do convênio está assim descrito (peça 1, p. 111): "O presente Convênio tem por objeto apoiar as ações de assistência técnica e extensão rural —

ATER, prioritariamente em zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de objetivos

voltados para a garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de

Assistência Técnica e Extensão Rural."

3. Os recursos inicialmente previstos para implementação do objeto do convênio eram da

ordem de R$ 555.555,55 para a primeira fase (30/12/2005 a 30/3/2006), com R$ 500.000,00 à conta do

concedente e R$ 55.555,55 à conta do convenente, na forma de prestação de serviços.

4. As atividades estabelecidas para a primeira fase do convênio, previstas no plano de

trabalho, abrangiam visitas técnicas e acompanhamento às famílias, por meio de reuniões em

comunidades.

5. Por meio do despacho à peça 7, autorizei a citação do sr. Charles Reginatto,

ex-secretário-geral da Anpa, e da própria associação, pela não comprovação da boa e regular aplicação

dos recursos federais repassados por meio do convênio em questão, baseada na falta de

encaminhamento pela convenente da documentação exigida para composição da prestação de contas.

6. Regularmente citados, os responsáveis responderam à citação conjuntamente por meio

do procurador Ricardo Silva, OAB/RS 25779, que, no entanto, juntou aos autos instrumento particular

de procuração apenas da associação. Não há registro de procuração passada pelo sr. Charles Reginatto.

7. Ao examinar a documentação constante no processo, a unidade técnica não identificou

comprovantes das despesas realizadas, bem como a estrita correspondência entre os valores dos

cheques emitidos ou transferências realizadas e os correspondentes recibos, não havendo, portanto,

comprovação de que os recursos foram despendidos na finalidade pactuada. A antiga 8ª Secex então

propôs, com a concordância do MP/TCU, a rejeição das alegações de defesa e o julgamento das contas

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250

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

pela irregularidade, com a condenação de ressarcir o erário pelo valor total dos recursos transferidos e

imputação de multa.

8. Retornando os autos a meu gabinete, observei que, embora a citação realizada tenha se

baseado na inexistência de prestação de contas, a convenente já havia encaminhado praticamente toda

a documentação exigida pelo MDA para prestação de contas parcial dos recursos recebidos.

9. Assim, determinei a realização de nova citação dos responsáveis, desta vez para que

apresentassem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e os

documentos comprobatórios apresentados, de modo a comprovar a boa e regular aplicação dos

recursos recebidos.

10. Regularmente citados, os responsáveis não apresentaram novas alegações de defesa.

Diante disso, a SecexAmbiental ratificou sua proposição inicial de julgar as contas irregulares,

condenando-os ao pagamento da importância de R$ 500.000,00, acrescida da atualização monetária e

dos juros de mora, aplicando-lhes a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992. A proposta contou novamente

com a anuência do MP/TCU.

II

11. Os responsáveis não reuniram documentação hábil para demonstrar se o objeto do

convênio 193/2005 foi executado com os recursos federais repassados à Associação Nacional de

Pequenos Agricultores (Anpa) por força do referido ajuste, ou seja, não ficou evidenciado nexo de

causalidade entre o uso dos recursos e a execução da avença.

12. O representante da Anpa, em resposta à primeira citação, limitou-se a requisitar o

arquivamento dos autos sob a alegação de haver outro processo em trâmite na Justiça Federal com o

mesmo propósito e as mesmas partes, pois, em seu entender, haveria “hierarquia nas decisões do poder

judiciário”.

13. Quanto a essa questão, a existência de processo atinente aos fatos aqui analisados em

trânsito no Poder Judiciário não interfere na continuidade da tomada de contas especial neste tribunal.

14. De todo modo, noticio que a ação ordinária indicada nas alegações de defesa, que

tramita na 14ª Vara Federal do Distrito Federal sob o número 50203-34.2010.4.01.3400, foi

sentenciada em 6/2/2013, conforme informações obtidas na página da Justiça Federal na internet. Na

sentença, a Anpa, e o sr. Charles Reginatto foram condenados a ressarcir à União o valor integral dos

recursos liberados no âmbito do convênio 193/2005.

15. Na segunda oportunidade de defesa oferecida por este Tribunal, a associação não

compareceu aos autos para oferecer alegações de defesa.

16. O sr. Charles Reginatto, instado a se manifestar perante esta Corte, permaneceu silente

diante das duas citações promovidas pela unidade técnica. Registro que consta dos autos os avisos de

recebimento alusivos às citações realizadas.

17. O primeiro expediente foi entregue no endereço registrado na base CPF da Receita

Federal. Na segunda citação, em razão da devolução do AR com a anotação “mudou-se”, a unidade

técnica identificou, diligentemente, que o gestor havia sido designado integrante do Conselho

Estratégico Social da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), mediante a portaria

140/GR/UFFS/2013, de 27/2/2013. Assim, expediu o ofício citatório para o endereço residencial do

responsável fornecido por àquela universidade.

18. Considerando que as tentativas de se promover o chamamento do sr. Charles Reginatto

mostraram-se infrutíferas, resta caracterizada sua situação de revelia, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei

8.443/1992, o que autoriza seja dado prosseguimento ao processo.

19. Não é demais frisar que o ônus de demonstrar a regular aplicação dos recursos públicos

recai sobre o gestor, sendo que, no âmbito desta tomada de contas especial, os responsáveis não

carrearam aos autos documentação capaz de comprovar o bom e correto emprego dos recursos federais

na execução do convênio 193/2005.

20. Diante disso, manifesto-me de acordo com o encaminhamento proposto pela

SecexAmbiental, acolhido pelo MP/TCU, no sentido de que as contas do sr. Charles Reginatto,

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251

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ex-secretário-geral da Anpa, e da própria associação, sejam consideradas irregulares, com condenação

de débito e aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.

Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação

deste Colegiado.

p

ACÓRDÃO Nº 1008/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC 028.397/2010-0.

1.1. Apenso: 022.170/2013-8.

2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.

3. Interessado/Responsáveis:

3.1. Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário.

3.2. Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa

(05.032.702/0001-70); Charles Reginatto (024.613.179-92).

4. Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário.

5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa

e Silva.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente

(SecexAmbiental).

8. Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

Ministério do Desenvolvimento Agrário em virtude da não comprovação da aplicação de recursos

repassados à Associação Nacional de Pequenos Agricultores por intermédio do convênio 193/2005;

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira

Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. Charles Reginatto, dando-se

prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;

9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Associação Nacional de Pequenos

Agricultores (Anpa);

9.3. julgar irregulares as contas do sr. Charles Reginatto e da Associação Nacional de

Pequenos Agricultores (Anpa), com base no art. 16, III, “c”, da Lei 8.443/1992, e condená-los,

solidariamente, ao pagamento do débito de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), atualizados

monetariamente e acrescidos de juros de mora calculados a partir de 19/1/2006 até a data do efetivo

recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem,

perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro

Nacional, na forma da legislação em vigor:

9.4. aplicar, individualmente, ao sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de

Pequenos Agricultores (Anpa) a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 267 do RI/TCU,

no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da

notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da

dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão

até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.5. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança

judicial das dívidas;

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252

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.6. remeter cópia desta deliberação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e à

Procuradoria da República no Distrito Federal.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1008-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,

Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).pp

p

GRUPO II – CLASSE V – Primeira Câmara

TC-004.339/2013-4

Natureza: Pensão Civil

Entidade: Universidade Federal de Itajubá – MEC

Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir

Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87)

Advogado constituído nos autos: não há

Sumário: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. COMPANHEIRA. RECONHECIMENTO

JUDICIAL DE UNIÃO ESTÁVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO

JURÍDICA CONSIDERADA PROCEDENTE PELA AUTORIDADE JUDICIAL COMPETENTE.

PREENCHIMENTO DO REQUISITO ESSENCIAL EXIGIDO PELA JURISPRUDÊNCIA DO TCU.

LEGALIDADE. DETERMINAÇÃO.p

RELATÓRIO

Transcrevo, com fundamento no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei n.º 8.443/1992, e com os

ajustes pertinentes, a instrução lavrada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (peça nº 7),

e que contou com a anuência do corpo diretivo daquela unidade (peça nº 8): Introdução

1. Trata-se de ato de concessão de pensão instituída por ex-servidor da Universidade Federal de

Itajubá - MEC, que foi encaminhado a este Tribunal para apreciação, em 2009, em conformidade com as

disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.

2. Em exame preliminar, esta Unidade Técnica verificou que o ato inicial de pensão já foi julgado

legal pelo TCU no processo nº TC 026.284/2009-0. O ato que se examina neste processo trata da alteração da

pensão para inclusão da companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97). O Controle Interno

emitiu parecer pela ilegalidade em razão da falta de documentos essenciais para a concessão: a designação do

ex-servidor ou os documentos que comprovam a união estável.

3. De acordo com o Controle interno, a Universidade Federal de Itajubá concedeu a pensão

aceitando como prova da união estável entre a interessada e o ex-servidor Jurandir Pereira Duarte (CPF:

154.217.596-87) apenas o Termo de Audiência do judiciário com os depoimentos de testemunhas.

4. A ocorrência desses fatos implica em que o exame de mérito dessas concessões deva ser

amparado por documentação legítima e idônea juntada aos autos. Por esse motivo, em 25 de fevereiro de 2013,

esta Unidade Técnica encaminhou o Ofício SEFIP- 1997/2013 (peça 1) ao órgão de pessoal da Universidade

Federal de Itajubá - MEC, com vistas a obter cópia da sentença judicial e demais documentos que comprovam o

reconhecimento da união estável entre o instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) e a ex-

companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97).

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253

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5. Em resposta, a Diretora do Departamento de Pessoal, Rita de Cássia Guimarães Araújo

encaminhou o Ofício nº 19/2013, datado de 15 de março de 2013 (peça 3), encaminhando cópia do Termo de

Audiência citado pelo Controle Interno e cópias dos documentos da interessada.

Exame Técnico

6. A legalidade da concessão de pensão que se examina neste processo depende do reconhecimento

da existência de união estável entre a interessada Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97) e o

instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) no momento de sua morte. Essa questão está, a nosso

ver, solucionada pela decisão do Juiz de Direito Salústio Campista, cuja decisão está transcrita a seguir:

Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta

audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador

irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,

alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e

agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque

aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada validamente,

pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A

União Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período prolongado com

aparência de casamento. De acordo com a lei que regula a matéria, são requisitos objetivos para

caracterização da união estável, além da já citada diversidade de sexos, a inexistência de impedimento

matrimonial, a vida em comum sob o mesmo teto, período transcorrido na convivência, notoriedade e,

finalmente, fidelidade. Tudo isto está provado nos autos. Além dos documentos trazidos com a inicial, a autora,

com a prova oral hoje produzida, demonstrou que conviveu maritalmente com o falecido, por período

prolongando, residindo no Bairro Capituba, onde todos tinham o casal como marido e mulher. A convivência

embora a lei não fixe tempo, a meu sentir, foi prolongada. Durou entre três e quatro anos e só foi extinta pelo

falecimento do convivente varão. Provada, pelas razões alem alinhadas, as alegações da inicial em

conformidade com a lei especifica, não vejo como deixar de acolher o pedido formulado pela autora. Na

conformidade do que alega o Dr. Promotor de Justiça em seu judicioso parecer neste termo a contestação

versa o direito previdenciário e tal matéria deve ser decidida em época oportuna. Os argumentos das respostas

fogem do objetivo desta a ação. Diante do exposto e considerando o que mais consta dos autos, JULGO

PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE CARVALHO SOUZA e JURANDIR PEREIRA

DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela morte do convivente varão. Julgo extinto a processo

com exame de mérito, a que faço na forma do artigo 269, I do Código do Processo Civil. Os contestantes ficam

condenados nas custas do processo e honorários de 20% sobre a valor da causa. Publicado em audiência, saem

todos intimados. Registre-se e anote-se no SISCOM. Nada mais havendo, encerrou-se a presente audiência.

Para constar, lavrou-se este termo que vai por todos assinados. Eu (Regianne Lopes Leite Marchetti),

Escrevente Judicial III, digitei e assinei.

7. O extrato do SIAPE indica que, além de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), houve

inclusão também de Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), na condição de pessoa desquitada ou separada

judicialmente com pensão alimentícia. No formulário SISAC que foi autuado no TC 026.284/2009-0, por meio

do qual este Tribunal julgou legal a concessão, não havia referência a essa beneficiária. No formulário SISAC

que se examina neste processo, também não há referência a ela. Assim, é necessário que a Universidade Federal

de Itajubá – MEC efetue outra alteração do ato para incluir a beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49),

e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.

8. O processo em que foi proferida a decisão judicial que declarou a união estável de Marli de

Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97) e o instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) não cita

Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49) entre os réus, mas como representante de seus filhos, os quais são citados

como réus. Assim, é razoável inferir que a inclusão de Amélia Lucas foi posterior à de Marli de Carvalho

Souza.

Conclusão

9. Diante da decisão do Juiz declarando a união estável entre os conviventes Marli de Carvalho

Souza (CPF: 659.151.606-97) e Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87), manifesto-me no entendimento

de que o TCU pode julgar legal e autorizar o registro da alteração do ato de concessão de pensão para inclusão

da interessada como beneficiária.

Proposta de encaminhamento

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254

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

De conformidade com o que dispõe os arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 39, incisos I e II,

da Lei nº 8.443/92 e 260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno, submetemos os autos à consideração superior

propondo que o ato de alteração da pensão instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) seja

considerado legal para fins de registro, com a determinação para que a Universidade Federal de Itajubá – MEC

emita novo ato de alteração para inclusão da beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), que aparece nos

extratos do SIAPE como beneficiária da pensão na condição de pessoa desquitada ou separada judicialmente

com pensão alimentícia, e submeta-o a nova apreciação por este Tribunal, na forma do artigo 260, caput,

também do Regimento.

2. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas, representado nestes autos pelo ilustre

Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico, discordou do encaminhamento formulado pela unidade

técnica, nos termos do seguinte parecer (peça 9): Trata-se da análise de ato de concessão de pensão civil instituída pelo Sr. JURANDIR PEREIRA

DUARTE (CPF: 154.217.596-87), ex-servidor da Universidade Federal de Itajubá – MEC. Ressaltamos que o

ato inicial da pensão instituída pelo de cujos já havia sido julgado legal, nos autos do TC-026.284/2009-0,

tratando-se o presente expediente de ato de alteração para incluir a beneficiária MARLI DE CARVALHO

SOUZA (CPF: 659.151.606-97), inscrita na condição de ex-companheira, nos termos do art. 217, I, alínea ‘c’ da

Lei 8.112/1990.

O Controle Interno manifestou-se pela ilegalidade da presente concessão, nos termos do parecer a

seguir transcrito:

A companheira não apresentou a designação do ex-servidor e os documentos apresentados não

foram suficientes para comprovar a união estável. A companheira apresentou somente o Termo de Audiência

do judiciário com os depoimentos em anexo.

Em face do parecer do Controle Interno, a Unidade Técnica realizou a diligência (acostada à peça

1) ao órgão de pessoal da Universidade Federal de Itajubá - MEC, com vistas a obter cópia da sentença judicial

e demais documentos que comprovassem o reconhecimento da união estável entre o instituidor Jurandir Pereira

Duarte (CPF: 154.217.596-87) e a ex-companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97).

Em resposta, a Diretora do Departamento de Pessoal, Rita de Cássia Guimarães Araújo

encaminhou o Ofício nº 19/2013, datado de 15 de março de 2013 (peça 3), em que constava cópia do Termo de

Audiência citado pelo Controle Interno e cópias dos documentos da interessada.

A Sefip, por sua vez, propôs a legalidade da pensão a Sra. Marli de Carvalho Souza (CPF:

659.151.606-97), entendendo que a questão da comprovação da união estável entre a referida beneficiária e o

instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87), teria sido solucionada pela decisão do Juiz de Direito

Salustiano Campista, nos autos do Processo de nº 32401000223-0 (Termo de audiência). Reproduzo a seguir a

proposta de encaminhamento oferecida pela Unidade Técnica:

De conformidade com o que dispõe os arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 39, incisos I e

II, da Lei nº 8.443/92 e 260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno, submetemos os autos à consideração superior

propondo que o ato de alteração da pensão instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) seja

considerado legal para fins de registro, com a determinação para que a Universidade Federal de Itajubá –

MEC emita novo ato de alteração para inclusão da beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), que

aparece nos extratos do SIAPE como beneficiária da pensão na condição de pessoa desquitada ou separada

judicialmente com pensão alimentícia, e submeta-o a nova apreciação por este Tribunal, na forma do artigo

260, caput, também do Regimento.

Com as devidas vênias à Unidade Técnica, este Ministério Público entende ser mais prudente

acompanhar o parecer emitido pelo Controle Interno, pelos motivos a seguir explicitados. Ressaltamos

inicialmente que, na habilitação de ex-companheira ao benefício pensional, nos termos do art. 217, alínea "c",

da Lei n. 8.112/1990, é essencial a comprovação da União Estável. Nos autos, verificamos que os únicos

documentos utilizados para a concessão da pensão em análise foram os seguintes:

a) Termo de Audiência;

b) Declaração do Estabelecimento “RAFIC YOUSSEF EL MOUALLEM & CIA LTDA” a seguir

transcrita: Conforme solicitação, informamos que a Srci Marli Carvaiho de Souza, portadora do CPF

659.151.606-97 e do RG M-4.451.292, é cliente desta loja desde 1998, onde consta corno amaziada do Sr

Jurandir Pereira Duarte (peça 3, pág. 29);

Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o TCU tem vasta jurisprudência no sentido de que a

justificação judicial, por si só, não é documentação suficiente para comprovar a existência de União Estável para

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255

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

fins de pensão. Por elucidativo, citamos o Acórdão 1.817/2004 – TCU - Segunda Câmara que negou registro à

pensão que, da mesma forma que no caso em análise, fundamentava-se em sentença baseada inteiramente em

prova testemunhal, conforme excerto do Voto condutor:

9. Do confronto probatório, pode-se constatar que os elementos carreados aos autos em prol da

Sra. Omissis são frágeis, consistindo basicamente em ação de justificação judicial, inteiramente baseada em

prova testemunhal. Quanto à existência de filiação, cabe ressaltar que dela não necessariamente decorre

convivência marital.

Esta Corte já se pronunciou reiteradamente quanto ao fato de a justificação judicial não se

constituir em prova plena, consoante excerto do voto condutor do Acórdão 1.511/2003 – TCU – Plenário:

Este Tribunal tem-se manifestado no sentido da imprescindibilidade da produção de provas

convincentes da existência do companheirismo na data do óbito do instituidor da pensão, sendo certo que

mesmo a Justificação Judicial apenas é admissível quando corroborada com documentação subsidiária, não

valendo a homologação, por si só, para reconhecimento por esta Corte dos fatos justificados (TC 029.298/69,

sessão de 1º.7.71; Decisão 88/95 - Segunda Câmara; Decisão 700/97 - Plenário)"

Com efeito, a justificação judicial, desacompanhada de outros elementos probatórios, não prova a

união estável, conforme entendimento pacificado em reiterada jurisprudência desta Corte, de que são exemplos:

Decisão TCU nº 562/2001-Plenário, Acórdãos TCU nºs 870/2005-Segunda Câmara, 637/2008-Segunda Câmara,

além do Acórdão TCU nº 1511/2003-Plenário, citado no relatório precedente.

Vale afirmar ainda que, conforme ressaltado pelo Controle Interno, não consta no processo de

habilitação da Sra. MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97), sequer o Termo de designação

da referida beneficiária, para fins de pensão. Há de se olvidar que a jurisprudência desta Casa firmou-se no

sentido de que a ausência de designação formal, pelo instituidor, de companheira para fins de pensão civil não

obsta a habilitação desta como beneficiária, desde que a situação de união estável mantida com o de cujus

até a data do óbito seja indelevelmente comprovada por meios idôneos, de forma que não paire qualquer

dúvida quanto à convivência more uxorio mantida entre as partes, a exemplo do Acórdão 870/2005-2ª Câmara.

No caso em comento, além do Termo de Audiência, fundado em provas unicamente testemunhais,

em que se reconheceu a união estável, existe tão somente uma declaração de estabelecimento comercial

alegando que a pensionista era dependente do instituidor. Este segundo documento, ainda que somado ao

primeiro, não é revestido de força probante capaz de afastar qualquer dúvida quanto à existência de união

estável, pública e duradoura entre a beneficiária MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97) e o

instituidor JURANDIR PEREIRA DUARTE (CPF: 154.217.596-87).

Aliás, no que se refere ao processo do Termo de Audiência, ao contrário do afirmado pela Sefip, na

instrução acostada à peça 7, a decisão do Juiz de Direito Salustiano Campista, nos autos do Processo de nº

32401000223-0, não soluciona a comprovação da união estável para fins de pensão. Em outro sentido,

salientamos que o próprio magistrado, em seu voto, afastou qualquer possibilidade de se utilizar os termos do

referido decisum como elemento probante para fins previdenciários. Cito, por elucidativo, excerto do referido

voto (acostado à peça 3, págs. 2-21):

Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta

audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador

irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,

alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e

agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque

aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada

validamente, pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A União Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período

prolongado com aparência de casamento. (...)

Noutro sentido, salientamos que assiste razão à Sefip quanto à necessidade que a Universidade

Federal de Itajubá – MEC efetue outra alteração para incluir a beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-

49), e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução Normativa TCU nº

55/2007.

Registramos por fim que, o ato em epígrafe somente foi disponibilizado ao Tribunal em 17/7/2009,

ou seja, há menos de cinco anos, de modo que não se faz necessária a realização de oitiva da interessada, nos

moldes preconizados na SÚMULA TCU 278 de Jurisprudência desta Corte de Contas.

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256

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Ex positis, discordamos parcialmente da proposta apresentada pela Unidade Técnica, nas peças 7 e

8, e propomos o seguinte:

Julgar ilegal o ato de concessão de pensão civil do Sr. JURANDIR PEREIRA DUARTE (CPF:

154.217.596-87) à pensionista MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97);

Determinar Universidade Federal de Itajubá – MEC que:

a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, no prazo de 15

(quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a autoridade administrativa omissa

à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do Regimento Interno do TCU;

b) comunique à interessada acerca do teor do Acórdão que vier a ser proferido, alertando-a de

que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos junto ao TCU não a exime da

devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso os recursos não sejam

providos;

c) emita e disponibilize no SISAC novo ato alteração para incluir a beneficiária Amélia Lucas

(CPF: 450.243.166-49), e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução

Normativa TCU nº 55/2007.

É o Relatório.pp

pp

VOTO

Como visto no relatório precedente, cuidam os autos de pensão civil instituída no âmbito

da Universidade Federal de Itajubá, em favor de Marli de Carvalho Souza, na condição de

companheira do instituidor, Sr. Jurandir Pereira Duarte.

2. No mérito, a Sefip entende que a relação de união estável entre companheira e

instituidor já foi devidamente reconhecida em decisão judicial exarada nos autos da Ação Declaratória

nº 32401000223-0 – Segunda Vara Cível – Comarca de Itajubá, ocasião em que o Juiz de Direito

Salústio Campista decidiu nos seguintes termos: Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta

audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador

irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,

alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e agora

que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque aquele

órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada validamente, pois

como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A União

Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período prolongado com

aparência de casamento. De acordo com a lei que regula a matéria, são requisitos objetivos para caracterização

da união estável, além da já citada diversidade de sexos, a inexistência de impedimento matrimonial, a vida em

comum sob o mesmo teto, período transcorrido na convivência, notoriedade e, finalmente, fidelidade. Tudo isto

está provado nos autos. Além dos documentos trazidos com a inicial, a autora, com a prova oral hoje produzida,

demonstrou que conviveu maritalmente com o falecido, por período prolongando, residindo no Bairro Capituba,

onde todos tinham o casal como marido e mulher. A convivência embora a lei não fixe tempo, a meu sentir, foi

prolongada. Durou entre três e quatro anos e só foi extinta pelo falecimento do convivente varão. Provada, pelas

razões alem alinhadas, as alegações da inicial em conformidade com a lei especifica, não vejo como deixar de

acolher o pedido formulado pela autora. Na conformidade do que alega o Dr. Promotor de Justiça em seu

judicioso parecer neste termo a contestação versa o direito previdenciário e tal matéria deve ser decidida em

época oportuna. Os argumentos das respostas fogem do objetivo desta a ação. Diante do exposto e considerando

o que mais consta dos autos, JULGO PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE

CARVALHO SOUZA e JURANDIR PEREIRA DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela

morte do convivente varão. Julgo extinto a processo com exame de mérito, a que faço na forma do artigo 269, I

do Código do Processo Civil.

3. Por sua vez, o representante do Parquet especializado, ao discordar do encaminhamento

sugerido pela unidade técnica, sustenta que não há, nos autos, elementos capazes de comprovar

indelevelmente a existência da sobredita relação de união estável. Isso porque a justificação judicial,

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257

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

por si só, não é documentação suficiente para comprovar a existência do vínculo para fins de

concessão de pensão civil, sendo que o único outro elemento encaminhado refere-se a uma declaração

de estabelecimento comercial indicando que a pensionista era dependente do instituidor, declaração

esta incapaz de comprovar a existência do vínculo.

4. Além disso, o Procurador ressalta que a decisão judicial anteriormente transcrita não

comporta a comprovação de união estável para fins de pensão civil, sendo que esta circunstância foi

ressaltada pelo próprio magistrado em seu voto, conforme o seguinte excerto: Deve acrescentar aqui e agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser

pago pela EFEI, mesmo porque aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação

não foi contestada validamente, pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da

autora perceber benefício.

5. Em que pesem as judiciosas ponderações feitas pelo douto membro do Ministério

Público de Contas, creio que o encaminhamento proposto pela Sefip seja o mais adequado às

condições do presente processo, pelas razões que passo a expor.

6. Inicialmente, é necessário destacar que, na verdade, a decisão judicial trazida aos autos

foi exarada em processo cuja natureza é de ação declaratória, e não de justificação judicial, sendo esta

a questão fulcral a conduzir o deslinde da presente apreciação.

7. Nestes termos, convém frisar que, conforme preconiza o art. 4º do Código de Processo

Civil, ação declaratória é aquela que tem por objetivo a declaração, por parte da autoridade judicial

competente, de existência ou não de determinada relação jurídica ou, ainda, de autenticidade ou

falsidade de determinado documento. É dizer que a ação declaratória presta-se ao acertamento de uma

relação jurídica, mediante declaração judicial acerca do direito em litígio.

8. Por sua vez, em processos de justificação judicial, diferentemente do que ocorre na ação

declaratória, não há pronunciamento sobre o mérito da prova por parte do juiz (art. 866, parágrafo

único, do Código de processo Civil), o que denota seu caráter precário, especialmente quando

fundamentada unicamente em provas testemunhais. Não por outra razão, este Tribunal tem

reiteradamente se manifestado no sentido de que a justificação judicial não se constitui em prova

plena, consoante excerto do voto condutor do Acórdão 1511/2003 - Plenário: Este Tribunal tem se manifestado no sentido da imprescindibilidade da produção de provas

convincentes da existência do companheirismo na data do óbito do instituidor da pensão, sendo certo que

mesmo a Justificação Judicial apenas é admissível quando corroborada com documentação subsidiária, não

valendo a homologação, por si só, para reconhecimento por esta Corte dos fatos justificados (TC 029.298/69,

sessão de 1º.7.71; Decisão 88/95 - Segunda Câmara; Decisão 700/97 - Plenário).

9. No presente caso, conforme se pode extrair do próprio cabeçalho da ação, trata-se de

ação declaratória, cuja parte dispositiva é inequívoca ao reconhecer a existência da relação de união

estável, conforme mais uma vez destaco: JULGO PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE CARVALHO SOUZA e

JURANDIR PEREIRA DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela morte do convivente varão.

10. Com efeito, a partir destas ponderações, não há, a meu ver, como negar que o

provimento judicial, ao cuidar do mérito do pedido da interessada, reconheceu, sem qualquer ressalva,

a existência da relação jurídica de união estável entre a beneficiária e o instituidor.

11. Diante desta circunstância essencial, em que a união estável encontra-se reconhecida

por autoridade judicial competente, resta-nos perquirir se essa condição é suficiente para a concessão

do benefício ora apreciado.

12. De fato, conforme bem pontuado no relatório precedente, o requisito fundamental e

necessário para instituição de pensão civil em favor de beneficiário na condição de companheiro é a

existência da relação de união estável, sendo que tal condição, em regra, é confirmada mediante termo

de designação da beneficiária pelo instituidor, quando ainda vivo, bem como por intermédio de outros

elementos que comprovem, inequivocamente, a convivência more uxorio entre as partes.

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258

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

13. Ocorre que, no caso ora apreciado, conforme já demonstrado, a relação de união

estável já se encontra reconhecida judicialmente, não cabendo maiores digressões acerca dos

elementos que apontaram para a existência do vínculo.

14. Ademais, em que pese o fato de que, na sentença declaratória da união estável, o juiz

tenha frisado que ali não se discutiu eventual direito a benefício pensional, tal circunstância não me

parece de todo relevante. Na verdade, o destaque feito pelo Magistrado em sua decisão teve o intuito

de esclarecer que o eventual direito a benefício previdenciário não compunha o cerne do pedido da

autora da ação, o que não é o mesmo que dizer, absolutamente, que o juiz tenha se manifestado no

sentido de que não haveria direito ao benefício. Simplesmente tal questão não foi objeto da lide.

15. Por estas razões, uma vez que a análise quanto à existência da união estável já foi

solucionada pelo Poder Judiciário, sendo esta a exigência basilar para concessão de pensão a

beneficiário na condição de companheiro, e não se identificando quaisquer outras irregularidades,

cumpre ao Tribunal considerar legal o respectivo ato.

16. Por fim, manifesto minha anuência à proposta de determinação à entidade para que

encaminhe ato de alteração da pensão civil ora examinada, fazendo incluir a beneficiária Amélia Lucas

(CPF: 450.243.166-49), conforme dados constantes do Siape, informando à Universidade que, em cada

ato de alteração de pensão civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários

ainda ativos.

Em face do exposto, voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à

apreciação desta Primeira Câmara.p

p

ACÓRDÃO Nº 1009/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo n.º TC 004.339/2013-4.

2. Grupo II – Classe de Assunto V – Pensão Civil.

3. Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir

Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87).

4. Entidade: Universidade Federal de Itajubá - MEC.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil instituída no âmbito da

Universidade Federal de Itajubá.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da

Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento no inciso III do art. 71 da

Constituição Federal, combinado com os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, e,

ainda, com o art. 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar legal a pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF:

154.217.596-87), em favor de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), concedendo o

registro ao ato correspondente, nº de controle 10450300-05-2002-000009-1;

9.2. determinar à Universidade Federal de Itajubá que, no prazo de 30 (trinta) dias,

encaminhe ato de alteração da pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-

87), fazendo incluir, entre os beneficiários, a senhora Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), conforme

informações obtidas no Siape, informando à Universidade que, em cada ato de alteração de pensão

civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários ainda ativos;

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259

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9.3. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Universidade Federal de Itajubá.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1009-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

p

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara.

TC-013.881/2013-2.

Natureza: Aposentadoria.

Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais – MEC.

Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).

Advogado constituído nos autos: não há

Sumário: PESSOAL. APOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO

SEM A COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DAS RESPECTIVAS CONTRIBUIÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS, EM AFRONTA AO COMANDO CONTIDO NO ART. 96, INCISO IV, DA

LEI Nº 8.213/1991. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES.

RELATÓRIO

Transcrevo, com fundamento no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei n.º 8.443/1992, e com os

ajustes pertinentes, a instrução lavrada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (peça nº 6),

e que contou com a anuência do corpo diretivo daquela unidade (peças nºs 7 e 8): Introdução

Trata-se de ato de concessão de aposentadoria a ex-servidor da Universidade Federal de Minas

Gerais - MEC, que foi encaminhado a este Tribunal para apreciação, em 2009, em conformidade com as

disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.

2. O ato de concessão recebeu parecer contrário do Controle Interno devido ao cômputo de tempo

de serviço sem contribuição previdenciária. Segundo o Controle Interno, no período entre 01/01/1953 e

31/12/1963, o servidor trabalhou como comerciante. Como comprovante do tempo de serviço referente a esse

período foi juntada ao processo de aposentadoria uma certidão da Prefeitura de Governador Valadares

declarando que o comerciante recolheu os tributos municipais devidos. Mas não há comprovante das

contribuições previdenciárias.

3. A ocorrência desses fatos implica em que o exame de mérito dessa concessão deva ser amparado

por documentação legítima e idônea juntada aos autos, para afastar a possibilidade de ter ocorrido a

irregularidade apontada pelo Controle Interno. Por esse motivo, em 25 de maio de 2013, esta Unidade Técnica

encaminhou o Ofício SEFIP- 7454/2013 (peça 1) ao órgão de pessoal da Universidade Federal de Minas Gerais

- MEC, com vistas a obter cópia dos seguintes documentos:

3.1 Em relação à Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15): cópias da Certidão de Tempo

de Serviço, relativos ao período compreendido entre 1/1/1953 e 31/12/1963, trabalhado como comerciante;

cópia do Mapa de Apuração do Tempo de Serviço, juntando, quando for o caso, cópias das certidões dos tempos

averbados, identificando os cargos ocupados pelo servidor.

4. Em resposta, a Diretora-Geral do DAP/UFMG, Helena Maria de Deus Castro, encaminhou o

Ofício nº 1850, datado de 1º de julho de 2013 (peça 2), informando o envio dos documentos requisitados por

esta Unidade Técnica.

5. Os documentos estão nos autos à peça nº 2.

Exame Técnico

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260

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

6. O mapa de apuração do tempo de serviço juntado aos autos às páginas 2/3 da peça 2 demonstra o

tempo de serviço averbado de acordo com o quadro abaixo:

Entidade Início Término Dias Anos Meses Dias

Sociedade Ibituruna de

Minérios 27/12/1942 21/2/1945 788 2 1 28

Comp. Metropolitana de Com

Mineração 22/2/1945 22/7/1949 1612 4 5 2

Companhia Vale do Rio Doce 5/8/1949 31/3/1951 604 1 7 29

Comerciante Autônomo 1/1/1953 31/12/1963 4017 11 0 2

Mycton Jorge Soiffer 1/1/1964 28/2/1965 425 1 2 0

Universidade Federal de

Minas Gerais 20/3/1971 27/6/1991 7405 20 3 15

TOTAL 14851 40 8 11

7. Foram também computados em favor do servidor seis meses de licença prêmio não gozada e

contada em dobro. Com isso, o servidor contaria com 41 anos, 2 meses e 6 dias de tempo de serviço.

8. A certidão emitida pelo INSS à página 7 da peça 2 confirma apenas as contribuições referentes

aos tempos cumpridos na Associação dos Servidores da UFMG, na Sociedade Ibituruna de Minérios, na

Empresa Cosmopolitana de Comércio e Mineração, na Companhia Vale do Rio Doce e na empresa Mycton

Jorge Sciffer. O tempo total certificado pelo INSS é de 12 anos, um mês e catorze dias. Observa-se, porém que

o tempo referente ao trabalho na Associação dos Servidores da UFMG, no total de 3 anos, 5 meses e 25 dias, é

concomitante ao tempo na UFMG e não pode ser computado para fins de aposentadoria nesse órgão. Assim,

restaram 8 anos, 7 meses e 24 dias, os quais foram corretamente consignados no ato.

9. Diante dos fatos apontados pelo Controle Interno e comprovados pela documentação enviada

pela própria Universidade, deve ser glosado o tempo de 11 anos e 2 dias, averbado irregularmente, pois sem a

devida comprovação das contribuições previdenciárias.

10. Portanto, restaria ao servidor o total de 30 anos, 2 meses e 4 dias, que não seriam suficientes

para a aposentadoria de acordo com o fundamento legal apontado no formulário SISAC. O fundamento legal em

que se baseou a aposentadoria do servidor é o art. 40, item III, alínea “a”, da Constituição Federal de 1988.

11. A vigência da aposentadoria se deu a partir de 28 de junho de 1991, de modo que lhe são

aplicáveis as regras anteriores à publicação da Emenda Constitucional nº 20/98. Assim, o servidor poderia

continuar aposentado pelas regras da aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de

serviço. Contudo, ele não tem direito ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II da Lei 1711/52 nem ao

acréscimo previsto no art. 192, inciso II da Lei 8112/90.

Conclusão

12. Diante das provas juntadas aos autos, manifesto-me pelo entendimento de que o ato de

aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15) deve ser julgado ilegal, com negativa de

registro, devido à averbação de tempo de serviço sem as devidas contribuições previdenciárias.

Proposta de encaminhamento

13. De conformidade com o que dispõe o artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c

os artigos 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII e 260, § 1º, do Regimento

Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno, na forma prevista no

art. 260, caput, do Regimento Interno/TCU, submetemos os autos à consideração superior propondo que este

Tribunal julgue ilegal o ato de concessão de aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF:

162.523.496-15), negando-lhe o registro, com a adoção das seguintes medidas:

13.1. Aplicar a Súmula TCU nº 106, em relação às importâncias indevidamente pagas,

presumivelmente recebidas de boa-fé;

13.2. Com fulcro no art. 262, caput, do Regimento Interno deste Tribunal, determinar a

Universidade Federal de Minas Gerais - MEC que:

a) faça cessar todo e qualquer pagamento relativo ao ato impugnado, no prazo máximo de 15

(quinze) dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, sob pena de ressarcimento das quantias pagas após

essa data pelo responsável;

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261

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

b) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito

suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso, junto ao TCU, não o exime da devolução dos

valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso;

c) no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão, envie a este Tribunal documentos

comprobatórios de que o servidor aposentado cujo ato foi impugnado está ciente do julgamento deste Tribunal;

d) emita novo ato, livre da irregularidade ora apontada, submetendo-o a nova apreciação por este

Tribunal, na forma do artigo 260, caput, também do Regimento.

13.3. Alertar a Universidade Federal de Minas Gerais - MEC que o servidor pode continuar

aposentado de acordo com as regras do art. 40, item III, alínea “b”, da Constituição Federal de 1988, que dispõe

sobre a aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de serviço, mas que não tem direito a

receber a vantagem do art. 184, inciso II da Lei 1711/52, nem o acréscimo previsto no art. 192, da Lei 8112/90

ou comprovar as devidas contribuições previdenciárias no período de 01/01/1953 a 31/12/1963, mediante

documentação idônea.

2. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas, representado nestes autos pelo ilustre

Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se de acordo com a proposta formulada pela

unidade técnica, ressalvando, no tocante ao item 13.3 da instrução, que o servidor poderá permanecer

aposentado com fundamento na alínea “c” do item III do art. 40 da Constituição Federal de 1988, na

redação vigente na data da concessão, e não na alínea “b” como constou. Nessa hipótese, os proventos

deverão ser calculados na razão de 30/35 (peça nº 9).

É o Relatório.ppp

p

VOTO

Como visto no relatório precedente, cuidam os autos de aposentadoria concedida no

âmbito da Universidade Federal de Minas Gerais, em favor de Marçal da Rocha Coutinho.

2. No mérito, manifesto minha anuência ao encaminhamento proposto pela unidade

técnica, que contou com a chancela do MP/TCU, no sentido da ilegalidade do ato ora examinado, pelas

razões que passo a expor.

3. Conforme registros feitos no campo “Discriminação dos tempos de serviço e

averbações” do formulário de concessão de aposentadoria ora examinado, é possível identificar a

averbação de tempo na qualidade de “empregador”, correspondente a 11 (onze) anos e 2 (dois) dias, o

qual, de acordo com as informações encaminhadas mediante diligência, diz respeito ao período de

1/1/1953 a 31/12/1963, ocasião em que o interessado desenvolveu atividades comerciais no Município

de Governador Valadares.

4. No que se refere ao tempo prestado como comerciante e seu respectivo enquadramento

para efeitos previdenciários, convém rememorar os termos originais da Lei nº 3.807/1960, que

dispunha sobre a Lei Orgânica da Previdência Social, in verbis: Art. 5º São obrigatòriamente segurados, ressalvado o disposto no art. 3º:

(...)

IV - os trabalhadores avulsos e os autônomos.

5. O mencionado dispositivo foi objeto de subsequentes novas redações, de forma que sua

última redação, quando ainda vigente, era a seguinte, in verbis: Art. 5º São obrigatoriamente segurados, ressalvado o disposto no art. 3º: (Redação dada pela Lei nº

5.890, de 1973)

(...)

IV - os trabalhadores autônomos, os avulsos e os temporários. (Redação dada pela Lei nº 6.887, de

1980)

6. Por sua vez, a Lei nº 8.213/1991, norma que hoje dispõe sobre os Planos de Benefícios

da Previdência Social, cuida da matéria nos termos dos seguintes dispositivos, in verbis: Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

(...)

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262

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

V - como contribuinte individual:

(...)

h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins

lucrativos ou não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 7. Como se pode obsevar, a contagem do aludido “tempo de empregador” (comerciante)

para fins previdenciários encontraria amparo, pela norma ora vigente, na qualidade de contribuinte

individual, como pessoa que exercia atividade econômica de natureza urbana (autônomo).

8. Ocorre que os documentos acostados aos autos apenas afirmam que o Sr. Marçal da

Rocha Coutinho desenvolveu atividades comerciais e recolheu os tributos devidos aos cofres

municipais, não havendo, contudo, qualquer menção quanto ao recolhimento das respectivas

contribuições previdenciárias, de modo a permitir sua averbação para fins de usufruto de

aposentadoria.

9. Aliás, a ausência dos recolhimentos previdenciários é corroborada pela própria

“Certidão de Tempo de Contribuição” exarada pelo INSS, também acostada aos autos, não se

identificando, ali, qualquer referência ao período de 1/1/1953 a 31/12/1963, momento em que o

interessado exerceu as sobreditas atividades comerciais.

10. Em relação a esta questão, trago à colação o art. 96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, in

verbis: Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será contado de acordo com

a legislação pertinente, observadas as normas seguintes:

(...)

IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só

será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de

juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento.

(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)

11. O dispositivo supratranscrito não deixa dúvidas de que, para que seja possível a

contagem do tempo de serviço, é necessário que haja o recolhimento das respectivas contribuições

previdenciárias, ainda que de forma indenizada.

12. Assim, diante da ausência de comprovação do mencionado recolhimento

previdenciário, e considerando o disposto no art. 96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, deve ser

impugnada a averbação relativa ao período de 1/1/1953 a 31/12/1963, o que impede a concessão de

aposentadoria nos moldes apresentados, razão pela qual o presente ato deve ser considerado ilegal.

13. Como consequência da referida exclusão, o interessado terá cumprido um total de 29

(vinte e nove) anos, 5 (cinco) meses e 6 (seis) dias de tempo de serviço, conforme tabela abaixo:

Entidade Início Término Dias Anos Meses Dias

Sociedade Ibituruna de Minérios 27/12/1942 21/02/1945 788 2 1 28

Comp. Metropolitana de Com Mineração 21/02/1945 22/07/1949 1613 4 5 3

Companhia Vale do Rio Doce 05/08/1949 31/03/1951 604 1 7 29

Mycton Jorge Soiffer 01/10/1964 28/02/1965 151 0 5 1

Universidade Federal de Minas Gerais 20/03/1971 27/06/1991 7405 20 3 15

Licença-prêmio não gozada, já contada

em dobro - - - 0 6 0

TOTAL

10741 29 5 6

14. Note-se que, de maneira diversa do que afirma a Sefip nos autos, o tempo restante nem

mesmo seria suficiente para obtenção de aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao

tempo de serviço, nos termos do art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação

original, dado que, ali, era exigido o mínimo de 30 (trinta) anos de tempo de serviço. Nada obstante,

cumpre salientar o disposto no Enunciado nº 74 da Súmula da Jurisprudência predominante do TCU: Para efeito apenas de aposentadoria proporcional nos limites mínimos - 30/35 (homem) e 25/30

(mulher) - e não para o de acréscimo por tempo de serviço ou qualquer outra vantagem, admite-se a contagem

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263

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

do período de inatividade, daqueles que tenham adquirido o direito a esse benefício antes da promulgação da

Emenda Constitucional 20/98, com o objetivo de suprir lacuna deixada pela exclusão de tempo de serviço não

computável em face da lei e o de evitar a reversão à atividade de antigos servidores, cujas concessões foram

tardiamente submetidas a exame e julgamento do Tribunal de Contas da União

15. Assim, considerando que a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho possui

vigência a partir de 28/6/1991, é permitida a contagem do período de inatividade com o intuito de

suprir a lacuna de 6 (seis) meses e 24 (vinte e quatro) dias para preenchimento do requisito mínimo

(trinta anos de tempo de serviço), o que permite ao interessado optar por permanecer aposentado pela

proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição

Federal, em sua redação original.

16. Por outro lado, a opção pela aposentadoria proporcional, nos termos do item anterior,

não confere direito ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem ao

adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990, uma vez que as mencionadas

vantagens são devidas apenas aos servidores que tenham implementado, à época própria,

respectivamente, 35 anos de tempo de serviço (art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952) e tempo de

serviço para aposentadoria com provento integral (art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990).

17. Ressalto que o interessado poderá, alternativamente, providenciar, nos termos do art.

96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, o recolhimento indenizado das contribuições previdenciárias

relativas ao período impugnado que seja suficiente para preenchimento do tempo para obtenção da

aposentadoria nos moldes atuais (com proventos integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme

art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original), o qual, de acordo com

as informações levantadas nos autos, seria equivalente a 5 (cinco) anos, 6 (seis) meses e 24 (vinte e

quatro) dias, o que permitiria a manutenção da aposentadoria conforme originalmente concedida,

inclusive no que se refere ao acréscimo de que cuida o parágrafo anterior.

18. Por fim, vale destacar que o exame levado a efeito pelo Tribunal sobre os atos de

aposentadorias e pensões tem natureza fiscalizatória, voltada para a verificação da legalidade dessas

concessões, não estando, em princípio, sujeito ao contraditório e à ampla defesa dos beneficiários, sob

pena de comprometimento da efetividade do Controle Externo constitucionalmente delegado a esta

Corte de Contas. Ademais, já assentou o Supremo Tribunal Federal, por intermédio da Súmula

Vinculante n.º 3, que: Súmula Vinculante n.º 3 do STF

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla

defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o

interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e

pensão. (destaquei)

19. Ainda sobre este aspecto, o entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal

Federal e também desta Corte de Contas é no sentido de que o contraditório e a ampla defesa apenas se

estendem aos atos sujeitos a registro quando houver decorrido lapso temporal superior a cinco anos

contados de sua chegada neste TCU.

20. O ato ora examinado deu entrada no TCU em 7/5/2009, estando no Tribunal, portanto,

há menos de cinco anos. Assim, sua apreciação não se encontra sujeita ao procedimento preliminar

decorrente da orientação fixada pela Corte de Contas, mediante o Acórdão n.º 587/2011-TCU-

Plenário, em razão da nova jurisprudência do STF (MS-25.116, MS-25.403, MS-25.343 e MS-27.296),

que impõe seja assegurada a cada interessado a oportunidade do uso das garantias constitucionais do

contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando

da apreciação do ato, contados a partir da entrada do ato no TCU.

Em face do exposto, voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à

apreciação desta Primeira Câmara.

p

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ACÓRDÃO Nº 1010/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-013.881/2013-2.

2. Grupo I – Classe de Assunto V – Aposentadoria.

3. Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).

4. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais - MEC.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria concedida no âmbito da

Universidade Federal de Minas Gerais, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,

reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento

nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal, combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso

II, e 45, caput, da Lei nº 8.443/1992, e ainda com os arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento

Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-

15), negando registro ao ato correspondente, nº de controle 10791701-04-2004-000585-1, em razão

do não cumprimento dos requisitos exigidos para inativação com fundamento no art. 40, inciso III,

alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula

106 do TCU);

9.3. determinar à Universidade Federal de Minas Gerais que, no prazo de 15 (quinze) dias:

9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até eventual emissão de novo ato,

escoimado da irregularidade identificada no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU,

nos termos do item 9.3.3;

9.3.2. oriente o interessado no sentido de que poderá optar por:

9.3.2.1. providenciar o recolhimento das contribuições previdenciárias relativas ao período

faltante para implemento do tempo para obtenção da aposentadoria nos moldes atuais (com proventos

integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição

Federal, em sua redação original); ou

9.3.2.2. permanecer aposentado pela proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no

art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação original, ressaltando que, nesta

hipótese, não fará jus ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem

ao adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990;

9.3.3. uma vez realizada a opção de que trata o item anterior, providencie o

encaminhamento, pelo sistema Sisac, de novo ato de concessão de aposentadoria, livre da falha

detectada;

9.3.4. dê ciência do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e voto que a

fundamentam, ao interessado, esclarecendo-lhe que o efeito suspensivo proveniente da eventual

interposição de recurso não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a

notificação sobre o presente acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;

9.3.5. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que o interessado tomou

conhecimento do contido no item anterior;

9.3.6. comunique ao TCU as medidas adotadas;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que monitore o cumprimento das

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265

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

diretrizes ora endereçadas à Universidade Federal de Minas Gerais;

9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à

Universidade Federal de Minas Gerais.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1010-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p

pp

GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara.

TC-017.836/2008-8.

Natureza: Pensão Civil.

Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.

Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,

Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF

102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF

020.085.807-68).

Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).

Sumário: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. MENOR SOB GUARDA. NOVO

ENTENDIMENTO FIRMADO PELO TCU A RESPEITO DA MATÉRIA, MEDIANTE O

ACÓRDÃO 2.515/2011-TCU-PLENÁRIO, RATIFICADO PELO ACÓRDÃO 2.875/2012-TCU-

PLENÁRIO. AUSÊNCIA DE AMPARO LEGAL PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.

PERCEPÇÃO CUMULATIVA INDEVIDA DE GRATIFICAÇÃO BIENAL E ADICIONAL POR

TEMPO DE SERVIÇO. SÚMULA TCU Nº 267. ILEGALIDADE DO ATO. NEGATIVA DE

REGISTRO. DETERMINAÇÕES.

RELATÓRIO

Para compor a parte expositiva da matéria apreciada, transcrevo a seguir, com os devidos

ajustes, a instrução que constitui a peça 19 dos autos, elaborada no âmbito da Secretaria de

Fiscalização de Pessoal (Sefip), cujas conclusões mereceram a anuência dos dirigentes da unidade

técnica: INTRODUÇÃO

1. Cuidam os autos de análise do ato de pensão civil instituída por ANTONIO LISBOA DE

OLIVEIRA, ex-servidor do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro. O referido ato

foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007 e foi enviado para apreciação deste

Tribunal por meio do Sistema Sisac.

HISTÓRICO

2. Em análise preliminar e após submeter o ato a críticas eletrônicas, esta Unidade Técnica

identificou as seguintes constatações que demandaram oitiva dos beneficiários da pensão:

- concessão de pensão civil para beneficiário (EDUARDO BLANQUES DA SILVA) na condição

de menor sob guarda, contrariando entendimento deste Tribunal firmado no Acórdão 2.515/2011 - Plenário.

Assim, uma vez que o ato deu entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011 – Plenário),

realizou-se oitiva do beneficiário, com vistas a apresentar suas alegações, dispensando-se tal providência em

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

relação ao interessado Vinicius da Silva Cruz, por haver sido excluído da pensão, ao alcançar a

maioridade; - na estrutura de proventos atual do instituidor havia o pagamento cumulativo do Adicional por

Tempo de Serviço – ATS e do Adicional Bienal, contrariando jurisprudência deste Tribunal firmada no Acórdão

603/2005 – Plenário e Súmula TCU n. 267. Assim, uma vez que o ato deu entrada neste Tribunal há mais de 5

(cinco) anos (Acórdão 587/2011 – Plenário), realizou-se oitiva dos beneficiários com vista a apresentar suas

alegações (Ofícios constantes na peça 5).

3. Os beneficiários não apresentaram suas alegações até a presente data, mas foram devidamente

notificados da oitiva deste Tribunal (AR constante nas peças 13 e 15).

EXAME TÉCNICO

Beneficiários: EDUARDO BLANQUES DA SILVA e SALVADORA PAULINO TOMAS

4. Cabe esclarecer de início que a pensão civil em análise decorreu de óbito de servidor na

inatividade. Em consulta à base Sisac, não foi identificado ato de aposentadoria do instituidor. Assim, em

atenção à Comunicação da Presidência do TCU realizada na Sessão Plenária de 20/02/2013, que informou da

impossibilidade de se apreciar os atos de pensão antes da apreciação dos atos de aposentadoria para os

servidores que faleceram na inatividade, tendo por paradigma as apreciações levadas a efeito pelo TCU nos TCs

007.241/2004-9 (ato de pensão) e 017.357/2005-6 (ato de aposentadoria), esta Sefip consultou as informações

da aposentadoria do instituidor constantes do ato de pensão civil cadastrado no sistema Sisac e verificou que

inexiste irregularidade na aposentadoria que possa macular o respectivo ato de pensão civil ora em análise,

mormente irregularidade de igual teor àquela destacada no caso paradigmático que ensejou a Comunição da

Presidência.

5. O óbito do instituidor ocorreu em 19/4/2003, isto é, antes do advento da Emenda Constitucional

41/2003. Nesse caso, como a pensão se deu com paridade, deve se analisar a estrutura de proventos atual do

instituidor, pois espelha o valor que é pago para os pensionistas.

6. Apesar de não ter sido incluído no ato submetido a registro, verificamos que está presente no

contracheque dos pensionistas o pagamento cumulativo do Adicional por Tempo de Serviço – ATS e do

Adicional Bienal.

7. A jurisprudência deste Tribunal (Súmula TCU n. 267) é no sentido de que é ilegal a utilização de

mesmo tempo de serviço para fundamentar o pagamento das vantagens "bienal" e "adicional por tempo de

serviço", por possuírem as duas gratificações a mesma natureza.

8. Como o ato tinha dado entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011 –

Plenário), realizou-se oitiva dos beneficiários com vista a apresentar suas alegações (Ofícios constantes na peça

5), à exceção do interessado Vinicius da Silva Cruz, dado que já havia sido excluído da pensão, por ter

alcançado a maioridade. 9. Os beneficiários não apresentaram suas alegações até a presente data, mas foram devidamente

notificados da oitiva deste Tribunal (AR constante nas peças 13 e 15).

DO PAGAMENTO COMCOMITANTE DAS VANTAGENS BIENAL E ADICIONAL POR

TEMPO DE SERVIÇO

10. O adicional por tempo de serviço constitui vantagem pecuniária concedida ao servidor em

razão tão-somente do tempo serviço prestado à Administração. É devido, normalmente, na forma de percentual

sobre o padrão de vencimento do servidor, uma vez cumprido período mínimo de tempo de serviço para

obtenção da vantagem. O período de exercício adotado dá origem às diversas subespécies: adicional por

anuênios, biênios, triênios e assim sucessivamente.

11. Sobre este benefício, Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo Brasileiro, 22ª Ed., São

Paulo, Malheiros Editores, 1997, p. 412, adverte que “Este adicional adere ao vencimento para todos os efeitos

legais, salvo “para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento”

(CF, art. 37, XIV), pois a regra é sua vinculação ao padrão de vencimento do beneficiário.”

12. Nesse sentido, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RMS 23.363-3/DF, DJ 6/8/1999,

Relator Ministro Maurício Corrêa) é firme ao declarar:

“1. inviável a coexistência de vantagens concedidas sob o mesmo título. Ocorrendo a hipótese, dá-

se a absorção de uma pela outra.

2. Não há direito adquirido à perpetuação do regime jurídico, se o patrimônio consolidado não foi

reduzido e, muito menos, se a nova situação afronta a Carta Federal.”

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267

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

13. Na mesma linha, destaque para o voto do Ilustre Ministro Ilmar Galvão, no recurso ordinário

em sede de Mandado de Segurança, MS 23.507-5/DF, DJ 13/10/2000, in verbis:

‘(...) como o adicional bienal e o adicional por tempo de serviço, ao qual se referia o art. 67 da Lei

nº 8.112/90, têm o mesmo fundamento, ou seja, o tempo de serviço, torna-se impossível a acumulação de

ambos, “ante sua afronta ao art. 37, inciso XIV, da Carta Política, que veda a coexistência simultânea

(acumulação) de acréscimos pecuniários, baseados em idêntico fundamento”, ainda que não haja coincidência

na contagem dos respectivos tempos de serviço.” (destacado)

14. E, ainda:

‘Acresça-se, por oportuno, que o art. 17 do ADCT não permite a invocação de direito adquirido

para justificar a percepção de vencimentos ou proventos de aposentadoria (incluídas “as vantagens e os

adicionais”) em desacordo com as disposições do corpo permanente da Carta.’

15. Nos autos da representação formulada por esta unidade técnica acerca do pagamento

cumulativo da gratificação bienal com o adicional por tempo de serviço a diversos servidores integrantes do

sistema Siape da Rede Serpro, TC-010.927/2004-0, o Exmº Ministro Relator Marcos Vinicios Vilaça, anotou:

‘8. Observa-se, assim, a existência de dois óbices intransponíveis à percepção atual do “acréscimo

bienal” pelos servidores públicos, ativos ou inativos. O primeiro é o fato da vantagem já ter sido absorvida e

extinta por subsequentes planos de carreira. Neste particular, é amplamente aceito que não existe direito

adquirido a regime jurídico de composição de vencimentos, que pode vir a ser alterado por alterações

legislativas posteriores, desde que preservado o valor nominal das retribuições, conforme entendimento

manifestado pelo STF no julgamento dos RMS nºs 23.363-3 DF e 23.365-0 DF.

9. O segundo obstáculo decorre da impossibilidade de percepção simultânea do “acréscimo

bienal” com o “adicional por tempo de serviço” por possuírem o mesmo suporte fático, qual seja o tempo de

serviço público. A percepção de vantagens fundadas no mesmo título jurídico é vedada pelo art. 37, inciso XIV

da Constituição Federal, que estabelece:

“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem

acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;”

10. Nesse contexto, este Tribunal, tem reiteradamente decidido pela ilegalidade do pagamento da

vantagem ou, nos casos em que seu recebimento se encontra assegurado por força de decisão judicial, pela

impossibilidade de sua percepção cumulativa com o adicional de tempo de serviço. Cito as Decisões nºs

454/2002 - Primeira Câmara e 587/2002 - Segunda Câmara e os Acórdãos nºs 1.178/2003 e 2.335/2004, ambos

da 2ª Câmara.’

16. Ao servidor público não é lícito, portanto, receber adicional bienal cumulativamente com

anuênios, pois constituem vantagens pagas sob o mesmo título, “adicional por tempo de serviço”, situação que

afronta a Carta Magna (artigo 37, XIV), mesmo na circunstância de tais adicionais incidirem sobre períodos

distintos de tempo de serviço, conforme decidiu o STF.

17. No caso em análise, o pagamento do adicional bienal deu-se com fundamento em decisão

judicial constante na Ação Ordinária n. 1985.0000624863-7 proferida pela 9ª Vara Federal do Rio de Janeiro,

conforme pesquisa no Sistema Siape.

18. Essa concessão, portanto, não pode prosperar em razão de acumulação ilegal. Para o

saneamento do ato, a origem deverá suspender o pagamento dos anuênios, uma vez que o adicional bienal

encontra-se amparado por sentença judicial, ressalvado o direito de os beneficiários da pensão optarem pela

parcela que lhes seja mais vantajosa.

DA PENSÃO DEFERIDA A BENEFICIÁRIO NA CONDIÇÃO DE MENOR SOB GUARDA

19. Além disso, detectamos que a pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA

SILVA (menor sob guarda) se deu com fundamento no artigo 217, inciso II, alínea “b” da Lei 8.112/1990.

20. A partir do Acórdão 2.515/2011-TCU-Plenário, inaugurou-se o entendimento, no âmbito desta

Corte de Contas, de que não mais seria devida pensão a menor sob guarda em razão de que o art. 5º da Lei

9.717/1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as pensões

instituídas com fundamento no art. 217, II, “a”, “c” “d” da Lei 8.112/1990. Eis o que estabeleceu o item 9.4

daquele decisum:

“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos centrais

de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo, Executivo e

Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou do regime próprio de

previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada,

previstas nas alíneas “a‟, “b‟, “c‟ e “d‟, respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990‟.

21. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse entendimento, a

exemplo dos Acórdãos 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão 183/2012 da 2ª

Câmara.

22. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº

100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o entendimento

acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos beneficiários de que tratam as

alíneas "a", "b", "c" e "d" do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/90, entre eles, o menor sob guarda, observando

que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do TCU (ACÓRDÃO 2.515/2011 - Plenário).

23. Vale mencionar que o Supremo Tribunal Federal, também já se manifestou nesse sentido, nos

termos a seguir transcritos:

EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual n.º 2.120/99. Alegação de que a Lei

Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, "caput", § 5º, da CF, ao indicar "os filhos solteiros, com idade

até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como dependentes, para fins

previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul. 2. O art. 195, da CF, na redação da EC n.º 20/98, estipula

que nenhum benefício ou serviço de seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a

correspondente fonte de custeio total. A Lei n.º 9.717/98 dispôs sobre regras gerais para a organização e

funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal, dando outras providências.

3. No art. 5º, da Lei n.º 9.717/98 dispõe que "os regimes próprios de previdência social dos servidores

públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e do Distrito

Federal, não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.º 8.213/91. 4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de

correspondente fonte de custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não

autoriza se desatendam os fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional. 5.

Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.

(ADI 2311 MC, Relator(a): Min. NERI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 07/03/2002, DJ

07-06-2002 PP-00081 EMENT VOL-02072-01 PP-00154)

24. Como o ato tinha dado entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011–

TCU-Plenário), realizou-se oitiva do beneficiário com vista a apresentar suas alegações (Ofícios constantes na

peça 5). Contudo, ele não apresentou suas alegações até a presente data, mas foi devidamente notificado da

oitiva deste Tribunal (AR constante na peça 13).

25. Diante do exposto, o deferimento da pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA

SILVA (menor sob guarda) contraria o entendimento deste firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, razão

pela qual o ato deve ser considerado ILEGAL.

CONCLUSÃO

26. Em razão do exposto, entendemos que:

a) o ato constante do presente processo deve ser considerado ILEGAL, em vista do deferimento da

pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA (menor sob guarda), contrariando o

entendimento deste Tribunal de Contas firmado no Acórdão 2.515/2011 – Plenário, bem como em razão da

percepção concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço

b) deve ser determinado ao órgão de origem que:

b.1) abstenha de realizar pagamentos para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA

(menor sob guarda), no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão, revertendo a respectiva

cota-parte em favor da beneficiária SALVADORA PAULINO TOMAS;

b.2) exclua dos proventos da Senhora SALVADORA PAULINO TOMAS a parcela relativa ao

Adicional por Tempo de Serviço – ATS, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão.

Todavia, caso a beneficiária opte pelo percebimento do ATS, deve-se excluir a parcela relativa ao adicional

bienal.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

27. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1.988;

c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, incisos I e II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII, 260, §§ 1º, 2º e 5º, do

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269

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de controle interno e as

verificações feitas pela unidade técnica, na forma prevista no artigo 260, caput, do Regimento Interno-TCU,

propomos as seguintes medidas:

a) considerar ILEGAL e negar o registro do ato de concessão de pensão constante do presente

processo, em vista do deferimento da pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA (menor

sob guarda), contrariando o entendimento Tribunal de Contas firmado no Acórdão 2.515/2011 – Plenário; bem

como em razão da percepção concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço;

b) dispensar, nos termos da Súmula TCU n. 106, o ressarcimento dos valores indevidamente

recebidos de boa-fé pelos beneficiários, até a data da ciência do Acórdão que vier a ser proferido pelo TCU;

c) determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro que:

c.1) abstenha de realizar pagamentos para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA

(menor sob guarda), no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão, revertendo a respectiva

cota-parte em favor da beneficiária SALVADORA PAULINO TOMAS

c.2) exclua dos proventos da Senhora SALVADORA PAULINO TOMAS a parcela relativa ao

Adicional por Tempo de Serviço – ATS, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão.

Todavia, caso a beneficiária opte pelo percebimento do ATS, deve-se excluir a parcela relativa ao adicional

bienal;

c.3) emita novo ato de pensão do instituidor, no prazo de 30 (dias), após as providências constantes

nos itens “c.1” e “c.2” acima, e submeta-o à apreciação deste Tribunal;

c.4) cientifique os beneficiários do inteiro teor desta decisão, alertando-os de que o efeito

suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não os exime da devolução dos valores

indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

c.5) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que os

interessados tomaram conhecimento da decisão desta Corte.

2. O Ministério Público junto ao TCU, por seu Procurador Júlio Marcelo de Oliveira (peça

22), manifesta-se de acordo com a proposição da unidade técnica.

É o Relatório.p

pp

VOTO

Conforme se verifica no relatório precedente, a manifestação da Sefip mereceu a

concordância do Ministério Público junto ao TCU, no sentido de que seja considerado ilegal o ato de

pensão civil de que cuida o presente processo, por ter como beneficiário menor sob guarda (art. 217,

inciso II, alínea “b”, da Lei nº 8.112/1990), sem amparo legal, consoante entendimento firmado no

Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do pagamento concomitante das vantagens

bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do mesmo tempo de trabalho para

fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do Tribunal, consolidada na

Súmula-TCU nº 267.

2. Vejo que a proposição da unidade técnica, apoiada pelo representante do Ministério

Público, tem por base amplo e convincente arrazoado, com análise abrangente sobre os temas em

comento.

3. Também observo que os interessados não apresentaram resposta à oitiva promovida pela

Sefip, a despeito do exercício do contraditório e da ampla defesa oportunizado, nos termos do Acórdão

587/2011-TCU-Plenário, e em atenção à jurisprudência construída no âmbito do STF (MS-25.116,

MS-25.403, MS-25.343, MS-27.296), segundo a qual se faz imperioso tal oferecimento, quando o ato

tiver dado entrada no TCU há mais de cinco anos.

4. Assim, acompanho os pareceres da unidade técnica e do parquet especializado, com

alguns ajustes nas determinações, adotando aqui como razões de decidir os fundamentos ali

sustentados, sem prejuízo de trazer à colação algumas considerações, em especial as expendidas no

voto condutor do Acórdão 2.515/2011-TCU-Plenário, ratificado pelo Acórdão 2.875/2012-TCU-

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Plenário, relativamente à questão de fundo, que é a ausência de amparo legal para a concessão do

benefício a menor sob guarda, conforme se vê no minucioso voto do relator, eminente Ministro Walton

Alencar Rodrigues: “Consoante expresso no voto revisor por mim proferido nos autos do ato de pensão civil TC-

030.044/2008-1, na Sessão Ordinária do Plenário do dia 18/05/2011, em processo da relatoria do Exmo.

Ministro Raimundo Carreiro – objeto de pedido de vista – a concessão de pensão temporária a menor sob

guarda foi expressamente revogada pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras

atinentes à pensão civil estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a diversas

categorias de beneficiários.

Tal é a ementa desse diploma legal, in verbis:

‘Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de

previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos

militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências’.

A mera leitura da ementa torna sem efeito qualquer consideração no sentido de este diploma tratar-

se de lei geral em relação aos dispositivos da Lei 8.112/90, uma vez que a ementa da lei trata de regras gerais

para o regime de previdência dos servidores públicos da União.

O objetivo expresso da lei é a ‘organização e funcionamento dos regimes de previdência social dos

servidores públicos da União’, sendo este um dos tópicos do Estatuto dos Servidores Públicos da União. Logo é

lei especial. Assim não se pode arguir impossibilidade jurídica de a Lei 9.717/98 derrogar a Lei 8.112/90, no

tópico em análise, pois não se trata de norma geral a derrogar norma específica, mas justamente o contrário, lei

especial de regime de previdência dos servidores públicos derrogada por lei especial de regime de previdência

também dos servidores públicos.

Por sua vez, o art. 5º da Lei 9.717/1998 estabelece a seguinte limitação acerca dos benefícios da

previdência:

‘Art. 5º Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não poderão conceder

benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.° 8.213, de 24 de

julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.

Parágrafo único. Fica vedada a concessão de aposentadoria especial, nos termos do §4o do art. 40

da Constituição Federal, até que lei complementar federal discipline a matéria.’

Esse dispositivo legal teve por finalidade identificar o regime próprio dos servidores públicos ao

regime geral da previdência social, se não em valor, pelo menos no que tange às categorias e tipos de benefício

previdenciário.

Expressamente aprovada pelo Congresso Nacional, a identificação dos regimes, em relação às

categorias de beneficiários, é hoje plena.

Tal norma legal é corolário do novo regime jurídico previdenciário do serviço público, impresso na

Carta Magna a partir da publicação da Emenda Constitucional 20/1998.

Especificamente em relação às condições mínimas de homogeneização dos dois regimes

previdenciários, assim prescreve o § 12 do art. 40 da Constituição Federal:

‘Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter

contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e

dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste

artigo.(...)

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de

cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência

social.’

Decorre, pois, da Constituição a Lei 9.717/98 e a adoção do princípio contributivo e de parâmetros

de simetria entre os dois regimes teve por objetivo buscar a desejada autossuficiência financeira da previdência

do serviço público, para reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.

Coerente com a nova ordem constitucional, o art. 5º da Lei 9.717/1998 expressamente vedou aos

regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal a concessão de benefícios distintos dos previstos no

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271

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em

contrário da Constituição Federal.

Ocorre que a Lei 8.213/1991, do Regime Geral de Previdência Social, não prevê o pagamento de

pensão a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa

designada, porque o artigo 16 dessa norma, a partir da redação dada pela Lei 9.032/1995 e da Medida Provisória

1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), alterou a relação de beneficiários do segurado do regime geral.

Por conseguinte, deixou de existir o benefício previdenciário ‘pensão por morte’ em favor de todos

aqueles excluídos da relação de dependência do segurado.

Para melhor compreensão da matéria, transcrevo, com os devidos destaques, os dispositivos

pertinentes da Lei 8.213/1991, tanto em sua redação original, como na redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela

Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997):

Redação original dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991

‘Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do

segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e

um) anos ou inválido;

II - os pais;

III - o irmão, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

IV - a pessoa designada, menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 60(sessenta) anos ou

inválida. § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações

os das classes seguintes.

§ 2º Equiparam-se a filho, nas condições do inciso I, mediante declaração do segurado: o enteado;

o menor que, por determinação judicial, esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não

possua condições suficientes para o próprio sustento e educação.

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união

estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve

ser comprovada.’

(...)

‘Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas

inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

(...)

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão;

III - quanto ao segurado e dependente:

a) pecúlios;

b) serviço social;

c) reabilitação profissional.’

Arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela Medida Provisória

1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997)

‘Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do

segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,

menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

(Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)

IV - (Revogada pela Lei 9.032, de 1995)

§ 1. A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações

os das classes seguintes.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

§ 2º. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde

que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei

9.528, de 1997)

§ 3 Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união

estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4 A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve

ser comprovada.

(...)

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas

inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

(...)

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão;

III - quanto ao segurado e dependente:

a) (Revogada pela Lei 9.032, de 1995)

b) serviço social;

c) reabilitação profissional.’

O novo texto dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela

Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), difere da versão originária daquele diploma

legal em relação aos seguintes pontos:

a) art. 16, inciso I - foi excluído do rol de beneficiários o filho emancipado, caso não seja inválido;

b) art. 16, inciso III – foi excluído do rol de beneficiários o irmão emancipado, caso não seja

inválido;

c) art. 16, inciso IV – foi excluído do rol de beneficiários pessoa designada menor de 21 anos ou

maior de 60 anos e inválida;

d) art. 16, § 2° - deixou de constar do rol de beneficiários o menor sob guarda, anteriormente

equiparado a filho, remanescendo nessa condição equiparada apenas o enteado e o menor sob tutela do

instituidor.

Assim, com o advento da Lei n.° 9.032/1995, deixou de existir, no regime geral da previdência

social, o benefício da pensão por morte, anteriormente pago a filho e a irmão emancipados (não inválidos), bem

como a pessoa designada. Já o menor sob guarda deixou de ser beneficiário da pensão a partir da publicação da

Medida Provisória n°1.536/1996, reeditada até sua conversão na Lei n.° 9.528/1997.

Porém, o art. 217 do Estatuto do Servidor Público Federal (Lei 8.112/1990) não foi alterado,

mantendo as regras vigentes desde 12.12.1990, nos seguintes termos:

‘Art. 217. São beneficiários das pensões:

I - vitalícia:

a) o cônjuge;

b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão

alimentícia;

c) o companheiro ou companheira designado que comprove união estável como entidade familiar;

d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;

e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de deficiência, que vivam

sob a dependência econômica do servidor;

II - temporária:

a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a

invalidez;

b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade;

c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que

comprovem dependência econômica do servidor;

d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos,

ou, se inválida, enquanto durar a invalidez. § 1° A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as alíneas a e c do inciso I

deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas d e e.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

§ 2° A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas a e b do inciso

II deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas c e d.’ (grifos nossos).

Considerando que as pensões civis estatutárias, anteriormente atribuíveis a filho emancipado e

não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas,

respectivamente, no art. 217, inciso II, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, da Lei 8.112/1990, não encontram

correspondente no regime geral da previdência social, não resta outra conclusão que a revogação das espécies

desses benefícios a partir da publicação da Lei 9.717, ocorrida em 28/11/1998.

Admitir a hipótese de manutenção da pensão estatutária a essas categorias, após a vigência da Lei

n.° 9.717/1998, implicaria negar vigência ao art. 5º desse diploma legal, segundo o qual é defeso aos regimes

próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal a concessão de benefícios distintos dos previstos no

Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em

contrário da Constituição Federal.

A propósito, embora o Plenário deste Tribunal ainda não tenha deliberado sobre a matéria, o

Ministério da Previdência já editou normas com vistas a assegurar a aplicação do art. 5º da Lei 9.717/1998 no

âmbito da União, estados e municípios.

Neste sentido, transcrevo a Portaria MPS 402, de 10.12.2008, nos seguintes termos:

‘Art. 23. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal, o RPPS não poderá conceder

benefícios distintos dos previstos no RGPS, ficando restrito aos seguintes:

I - quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez;

b) aposentadoria por idade;

c) aposentadoria por tempo de contribuição e idade;

d) aposentadoria compulsória;

e) auxílio-doença;

f) salário-família;

g) salário-maternidade;

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão.

§ 1º Na concessão de benefícios, será observado o mesmo rol de dependentes previsto pelo

RGPS.’(grifei)

Na mesma linha, foi editada a Orientação Normativa (ON) MPS/SPS 2, de 31.3.2009, que

expressamente define, em seu art. 51, o rol de beneficiários de pensão por morte no Regime Próprio de

Previdência do Servidor:

Art. 51. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal, da Emenda Constitucional 20,

de 1998, da Emenda Constitucional 41, de 19 de dezembro de 2003, e da Emenda Constitucional 47, de 06

de julho de 2005, o regime próprio não poderá conceder benefício distinto dos previstos pelo RGPS, ficando

restrito aos seguintes:

I - quanto ao servidor:

a) aposentadoria por invalidez;

b) aposentadoria compulsória;

c) aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição;

d) aposentadoria voluntária por idade;

e) aposentadoria especial;

f) auxílio-doença;

g) salário-família; e

h) salário-maternidade.

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte; e

b) auxílio-reclusão.

§ 1º São considerados benefícios previdenciários do regime próprio os mencionados nos incisos I e

II.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

§ 2º Os regimes próprios deverão observar também a limitação de concessão de benefício apenas

aos dependentes constantes do rol definido para o RGPS, que compreende o cônjuge, o companheiro, a

companheira, os filhos, os pais e os irmãos, devendo estabelecer, em norma local, as condições necessárias

para enquadramento e qualificação dos dependentes.’ (os grifos são meus)

Cumpre registrar que o enteado e o tutelado também entrariam nesse rol, por força do § 2º do art.

16 da Lei 8.213/1991 e alterações posteriores, uma vez equiparados ao filho.

O assunto também não foi especificamente analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Todavia, o Pretório Excelso, por ocasião da ADI 2311, concedeu medida cautelar para suspender dispositivo de

lei estadual que estendia a pensão por morte ao filho de até 24 anos, ao passo que, no regime geral, a idade

limite é de 21 anos:

‘EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual 2.120/99. Alegação de que a Lei

Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, ‘caput’, § 5º, da CF, ao indicar ‘os filhos solteiros, com idade

até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como dependentes, para fins

previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul.

2. O art. 195, da CF, na redação da EC 20/98, estipula que nenhum benefício ou serviço de

seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A Lei

9.717/98 dispôs sobre regras gerais para a organização e funcionamento dos regimes próprios de previdência

social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos

Estados e do Distrito Federal, dando outras providências.

3. No art. 5º, da Lei 9.717/98 dispõe que ‘os regimes próprios de previdência social dos

servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e

do Distrito Federal, não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência

Social, de que trata a Lei 8.213/91.

4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de correspondente fonte de

custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não autoriza se desatendam os

fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional.

5. Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.’

(ADI 2311 MC/MS – Mato Grosso do Sul, Relator Min. Néri da Silveira, Julgamento em 7.3.2002).

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), houve, num primeiro momento, divergência

jurisprudencial quanto à possibilidade de exclusão do menor sob guarda do rol de beneficiários do segurado do

regime geral. Em um primeiro momento, foi invocado o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990),

cujo art. 33, § 3°, estabelecia que ‘a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para

todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário’.

Entretanto, a jurisprudência pacificou-se, por ocasião do julgamento do EREsp 844.598/PI, no

sentido de a referida norma estatutária haver sido revogada pela norma contida na Medida Provisória n.°

1.536/1996.

Pode-se afirmar que, inicialmente, a condição de beneficiário da previdência social dada ao menor

sob guarda, por força do § 3° do art. 33 da Lei 8.069/1990, foi afastada apenas para o regime geral de

previdência. Com o advento da Lei 9.717/1998, a exclusão do menor sob guarda do rol dos beneficiários foi

igualmente estendida ao regime próprio dos servidores civis da União.

É, também, pertinente a integral transcrição da ementa do recente Parecer 047/2010, emitido pela

Advocacia-Geral da União, aprovado nos termos do Despacho do Consultor-Geral da União 878/2010, da lavra

do Ministro Luis Inácio Lucena Adams, cuja ementa, ao endossar os nossos argumentos, se traduz nos seguintes

termos:

‘PAGAMENTO, PELO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DA UNIÃO, DE

PENSÃO POR MORTE A MENOR SOB GUARDA DE SERVIDOR PÚBLICO FALECIDO.

IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE TAL BENEFÍCIO NO REGIME GERAL DE

PREVIDÊNCIA SOCIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º DA LEI 9.717/98.

1. O ART. 5º da Lei 9.717/98 deve ser interpretado de forma a vedar, tanto da concessão, pelos

RPPS, de benefícios distintos daqueles previstos no RGPS, quanto da ampliação do rol dos beneficiários

previstos neste regime.

2. Inexistindo previsão do pagamento de pensão por morte a menor sob guarda no RGPS, vedada

sua concessão pelo RPPS da União.’

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275

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Por paralelismo e coerência lógica, a mesma ratio juris aplica-se às demais categorias de

beneficiários, não contempladas no Regime Geral da Previdência Social e, por extensão normativa dada pela Lei

9.717/1998, já não albergadas no Regime de Previdência do Serviço Público da União.

Disso decorre indeclinável dever deste Tribunal, ao acolher este entendimento, informar a todos os

órgãos centrais de gestão de recursos humanos da Administração Pública Federal, sobre a derrogação das

referidas espécies de benefícios previdenciários, ante a superveniência da Lei 9.717/1998.

A adoção dessa medida evitará a continuidade do deferimento administrativo de pensões civis

absolutamente destituídas de amparo no ordenamento jurídico, mediante atos emitidos pelas unidades

jurisdicionadas ao Tribunal, com a geração de efeitos financeiros indevidos ao Erário, somente corrigíveis a

posteriori, na apreciação de situações individualizadas de atos sujeitos a registro.

Nos estritos lindes da legalidade, a impossibilidade de concessão de pensão civil estatutária a filho

emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada é

exigível a partir da vigência da Lei 9.717/1998 (in DOU 28/11/1998), independentemente das imprescindíveis

requisitos de dependência econômica.”

5. No que concerne ao pagamento concomitante da gratificação bienal com o adicional por

tempo de serviço previsto no regime estatutário, com as devidas vênias, entendo que o

encaminhamento sugerido pela Sefip mereça pequenos ajustes.

6. Tais alterações são no sentido de permitir que a interessada já exerça a opção pela

parcela que julgue mais conveniente, antes que a unidade jurisdicionada promova a exclusão da

vantagem relativa ao Adicional por Tempo de Serviço do benefício da pensionista.

7. Desse modo, primeiramente, considero oportuno reproduzir conclusões do eminente

Ministro Benjamim Zymler, formuladas no âmbito do TC-010.927/2004-0, as quais tratam da

vantagem “bienal” e da percepção cumulativa com a parcela denominada “adicional por tempo de

serviço” - ATS: “A gratificação conhecida como bienal era uma gratificação devida ao servidor em razão do tempo

de serviço, ainda que, em tese, sua concessão estivesse condicionada a critérios de assiduidade e eficiência.

Os critérios e percentuais utilizados constavam de regimento interno do IAPI, que, infelizmente,

não consegui localizar.

Era de se esperar que, com a edição da Lei n.° 1.711/1952, a bienal fosse extinta. Contudo, não foi

o que ocorreu. O art. 1° Decreto n.° 31.922/1952, que regulamentou os art. 145 e 146 do antigo estatuto,

expressamente afastou do alcance daquela norma regulamentar o servidor que, em virtude de lei especial,

tivesse direito à gratificação adicional por tempo de serviço.

Por conseguinte, a incorporação da chamada “bienal” manteve-se pelo menos até a edição da Lei

n.° 3.780/1960.

A “bienal”, a despeito de ser uma espécie do gênero gratificação adicional por tempo de serviço,

foi suprimida pelo Decreto-lei n.° 1.341/1974. O caput do art. 6° dessa norma determinou a cessação do

pagamento de quaisquer retribuições que estivessem sendo pagas, a qualquer título e sob qualquer forma, aos

servidores beneficiados por legislação específica. Foi ressalvada dessa medida supressora a gratificação

adicional por tempo de serviço, por força do caput do art. 6° e respectivo inciso III, a gratificação adicional por

tempo de serviço.

Porém, tal ressalva não implicou a manutenção da “bienal”, uma vez que o Anexo II do Decreto-lei

n.° 1.341/1974, estipulou que a GATS seria devida na proporção de 5% por qüinqüênio. É dizer, esse decreto-lei

uniformizou, no âmbito da Administração Federal, ou pelo menos no âmbito do Poder Executivo Federal, a

GATS, o que não havia ocorrido nem mesmo com o estatuto de 1952. Eventual redução remuneratória deveria

ter sido compensada por meio de vantagem pessoal, a ser posteriormente absorvida (§ 2° do art. 6° da norma).

Ainda que se defenda que a “bienal” possuía natureza distinta da do adicional por tempo de

serviço, ainda assim a vantagem teria sido suprimida pelo Decreto-lei n.° 1.341/1974, em virtude da

determinação constante do art. 6°.

Portanto, os órgãos aos quais estavam vinculados os servidores egressos do extinto IAPI devem, ou

deveriam, ter procedido ao enquadramento do servidor com base na sua retribuição, nela considerada o

“excesso” de percentual de adicional de tempo de serviço, considerado o percentual da “bienal” não coberto

pela regra estipulada para a GATS.

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) é pacífica e

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

remansosa a jurisprudência sobre a ilegalidade da percepção cumulativa da “bienal” e do ATS:

Supremo Tribunal Federal

A Súmula 26, editada em 1963, já vedava a percepção cumulativa da bienal com a GATS, nos

seguintes termos:

“OS SERVIDORES DO INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS

INDUSTRIÁRIOS NÃO PODEM ACUMULAR A SUA GRATIFICAÇÃO BIENAL COM O ADICIONAL

DE TEMPO DE SERVIÇO PREVISTO NO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVIS DA UNIÃO.”

Jurisprudência mais atual da Corte Suprema também aponta a impossibilidade de receber

cumulativamente a gratificação“bienal” com o ATS:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO:

INEXISTÊNCIA. CUMULAÇÃO DO ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO:

IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.”

(RE 549344 AgR/RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministra Carmen Lúcia, julgado em 30.6.2009). “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REMUNERAÇÃO.

ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. CUMULAÇÃO.

INADMISSIBILIDADE. ART. 37, XIV, DA CONSTITUIÇÃO. I - A jurisprudência da Corte é no sentido de

que não são acumuláveis o adicional bienal e o adicional por tempo de serviço, visto que são acréscimos

pecuniários com idêntico fundamento. Precedentes. II - A questão de mérito foi decidida conforme o recurso

extraordinário interposto pela União, ora agravada, não podendo a matéria ser inovada em agravo regimental. III

- Agravo regimental improvido.” (RE 587123 AgR/RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministro

RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 19/05/2009). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 2. VENCIMENTOS.

IRREDUTIBILIDADE. ACRÉSCIMO BIENAL - IAPI 3. DIREITO ADQUIRIDO CONTRA A MUDANÇA

DE REGIME JURÍDICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTE. 4. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE

NEGA PROVIMENTO.” (RE 354307 AgR/DF - DISTRITO FEDERAL, Rel. Ministro Gilmar Mendes,

julgado em 12.12.2006). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 2. SERVIDOR PÚBLICO.

DECRETO-LEI Nº 1.341/74 E DECRETO Nº 1.918/37. ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO

DE SERVIÇO. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO. PRECEDENTES. 3. AGRAVO REGIMENTAL A

QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 436134 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministro

Gilmar Mendes, julgado em 7.2.2006). A jurisprudência do STJ, por seu turno, é ainda mais explícita no que se refere à ilegalidade do

pagamento da “bienal” após a edição do Decreto-lei n.° 1.341/1974, independentemente de cumulatividade

como o ATS:

“RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.

ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. PENSIONISTA. MINISTÉRIO

DA SAÚDE. ACRÉSCIMO BIENAL. RESTABELECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.

A preliminar ora argüida em relação à falta de legitimidade passiva não pode ser apreciada, por

ausência de prequestionamento.

Nos termos dos inúmeros e firmes precedentes jurisprudenciais desta Corte, é inviável a pretensão

de recebimento da “Gratificação Bienal”, considerando que a mesma foi extinta pelo PCCS e deixou de ser paga

por força do Decreto-Lei nº 1.341⁄74.

Violação caracterizada.

Recurso provido com o restabelecimento da decisão de primeira instância que denegou a ordem

impetrada.” (RECURSO ESPECIAL Nº 283.732 – RJ, Rel. Ministro José Arnaldo da Fonseca, DJ de

29.9.2003).

(...)” (grifos originais).

8. Em relação à opção pela vantagem que seja mais benéfica para a interessada, não é

demais lembrar que esse assunto já foi apreciado pelo Plenário desta Corte de Contas, por meio do

Acórdão 603/2005, alterado pelo Acórdão 1.606/2010, in verbis: “11. Em pesquisa realizada no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos - Siape,

a Sefip identificou 920 servidores que estão recebendo o adicional bienal cumulativamente com o adicional de

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277

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

tempo de serviço. Número que pode ser ainda maior, conforme dados extraídos do Sistema de Cadastro de

Ações Judiciais - Sicaj (fls. 90/205) pela própria Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do

Planejamento - SRH/MP.

12. Em todas essas situações o pagamento do adicional bienal está amparado por decisão judicial, o

que impede a exclusão da parcela sem que previamente se providencie a reforma da sentença que concedeu o

benefício. Assim, a princípio, verificado o recebimento cumulativo do adicional bienal com o ATS deve ser

determinada a suspensão do pagamento do ATS, vez que a outra parcela está protegida pelo manto da coisa

julgada. Em muitos casos, porém, o valor recebido a título de ATS é superior ao adicional bienal, sendo mais

benéfico ao servidor a opção pela manutenção daquela gratificação em detrimento a esta.

13. Levando em conta essas particularidades, deve ser determinado à SRH/MP que, em

relação aos servidores que percebam cumulativamente o adicional por tempo de serviço e o adicional

bienal:

a) caso a parcela referente ao ATS seja inferior ao valor do adicional bienal suspenda,

imediatamente, o pagamento daquela parcela;

b) caso contrário, notifique cada um dos beneficiários, para que optem, em trinta dias, por

uma das duas gratificações, fazendo as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação

dos interessados no prazo estipulado, exclua a parcela referente ao ATS.” (destaques acrescidos)

9. À luz do aludido precedente, considerando que a situação fática está compreendida no

contexto daquele julgado, e que o valor da parcela referente ao ATS é superior ao da vantagem

adicional bienal (conforme se extrai da peça 16 deste processo), entendo mais adequado, em

detrimento da sugestão contida no subitem “27.c.2)” da instrução da Sefip, que seja determinado à

unidade jurisdicionada que notifique a beneficiária no sentido de optar por uma das duas gratificações,

fazendo as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo

estipulado, exclua a parcela referente ao ATS.

10. Por fim, registro que, apesar da parcela referente ao ATS não constar do ato sob exame,

a referida vantagem já constava da base de cálculo da pensão desde o início de sua vigência, sendo

que, no entanto, não foi consignada no respectivo ato. Por essa razão, este deve ser considerado ilegal

para fins de registro, uma vez que as informações a ele relativas submetidas ao exame do Tribunal

estão inconsistentes, não se aplicando ao caso o disposto no § 2º do art. 6º da Resolução/TCU nº

206/2007, que assim dispõe: § 2º Os atos que estiverem dando ensejo, no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos

irregulares, mas que não apresentem inconsistência ou irregularidade em sua versão submetida ao exame

do Tribunal, serão considerados legais, para fins de registro, com determinação ao órgão ou à entidade de

origem para que, no prazo de 15 (quinze) dias, adote as medidas cabíveis com vistas à regularização dos

pagamentos indevidos constatados na ficha financeira do interessado.

11. Ante todo o exposto, acolhendo, no essencial, os pareceres da unidade técnica e do

Ministério Público, voto por que o Tribunal de Contas da União adote o acórdão que ora submeto à

deliberação deste colegiado. pp

ACÓRDÃO Nº 1011/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo: TC-017.836/2008-8.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil.

3. Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,

Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF

102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF 020.085.807-68).

4. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.

5. Relator: Ministro Valmir Campelo.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).

8. Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).

Page 278: PRIMEIRA CÂMARA - tcu.gov.br · 3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil, ACORDAM os

Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões

expostas pelo relator, e com fundamento nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal,

combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45, caput, da Lei 8.443/1992, e ainda com os

arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal a pensão civil instituída por Antonio Lisboa de Oliveira (CPF

020.085.807-68), em favor de Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,

Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF

102.665.867-59), companheira, e negar o registro do ato correspondente, número de controle

10802690-05-2005-000048-6, em razão da concessão do benefício a menor sob guarda, sem amparo

legal, consoante entendimento firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do

pagamento concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do

mesmo tempo de trabalho para fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do

Tribunal, consolidada na Súmula-TCU nº 267;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula

106 do TCU);

9.3. determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro

que, no prazo de 15 (quinze) dias:

9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de

responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até a emissão de novo ato, livre das

irregularidades constatadas no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU, observada a

orientação expedida no item seguinte;

9.3.2. notifique a beneficiária Salvadora Paulino Tomas (CPF 102.665.867-59), no sentido

de optar por uma das duas gratificações (adicional por tempo de serviço ou adicional bienal), fazendo

as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo de 15

(quinze) dias, exclua a parcela referente ao ATS;

9.3.3. cientifique os interessados do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e

voto que a fundamentam, esclarecendo-lhes que o efeito suspensivo proveniente de eventual

interposição de recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a

notificação sobre este acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;

9.3.4. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que os interessados tomaram

conhecimento do contido no item anterior;

9.4. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das diretrizes ora endereçadas ao

Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ;

9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao

Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.

10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.

11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1011-07/14-1.

13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo

(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.

13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.