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Psicologia e Educação 109
Vol. VII, nº 1, Jun. 2008
Processos de Influência Parental e Carreira na AdolescênciaLiliana da Costa Faria*Joana Cristina Novais Carneiro Pinto*Maria do Céu Taveira de Castro Silva Brás Cunha**
Resumo: O presente estudo tem como objectivo analisar a influência parental nodesenvolvimento vocacional dos adolescentes. E, mais especificamente, explorarcategorias de sentido da comunicação, acção conjunta e aspirações vocacionais dospais e os processos de exploração vocacional e a indecisão dos filhos, numa fasede transição na carreira. Participaram no estudo, um total de 127 pais e/ou encar-regados de educação (74, 69.8% mães; 9, 8.5% pais; 21, 19.8% pai e mãe; 2, 1.9%outros) e seus respectivos filhos e/ou educandos (106, 66 raparigas e 40 rapazes,no 9º ano escolar), da região noroeste de Portugal. Para a avaliação dos processosde influência parental utilizou-se o Guião de Entrevista Semi-estruturada de Ava-liação da Influência Parental na Carreira (ESAIPC, Pinto & Soares, 2000). Paraavaliação da exploração e da indecisão vocacional, utilizaram-se as escalas de auto-relato Career Exploration Survey (CES, Stumpf, Colarelli & Hartman, 1983; adap.Taveira, 1997) e Career Decision Scale (CDS, Osipow, Carney, Winer, Yanico &Koshier, 1976; adap. Taveira, 1997), respectivamente. Discutem-se os resultados eretiram-se implicações para a consulta psicológica vocacional de jovens.Palavras-chave: influência parental, desenvolvimento vocacional, exploraçãovocacional, indecisão vocacional.
Abstract: This study aims to examine the parental influence in the adolescent’svocational development. And, more specifically, it aims to explore sense categoriesof parental communication, joint action and vocational aspirations of parents andchildren’s vocational exploration and indecision processes, a career decision point.Participated in the study, a total of 127 parents (74, 69.8% mothers; 9, 8.5% parents;21, 19.8% dyads, 2, 1.9% others) and their children’s (106, 66 girls and 40 boys,all 9th graders), living in the northwestern side of Portugal. Parental influence wasassessed through the use of a semi-structured interview Career Parental InfluenceGrid (ESAIPC, Pinto & Soares, 2000). The Career Exploration Survey (CES, Stumpf,Colarelli & Hartman, 1983; adapt. Taveira, 1997) and the Career Decision Scale(CDS, Osipow, Carney, Winer, Yanico & Koshier, 1976; adapt. Taveira, 1997) wereused to asses career exploration and career indecision of the adolescents, respectively.Results and implications for young career counseling are discussed.Key-words: parental influence, career development, career exploration, careerindecision.
_______________* Centro de Investigação em Psicologia, Universidade do Minho.** Departamento de Psicologia, Universidade do Minho. E-mail: [email protected].
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Enquadramento teórico
Nas últimas duas décadas, o interesse pelotema do aconselhamento familiar no de-senvolvimento vocacional dos jovensganhou relevo no âmbito na PsicologiaVocacional (Pinto & Soares, 2001). Ape-sar da evidência que indica que os paisparecem ter uma influência mais forte nodesenvolvimento vocacional das criançase adolescentes do que a escola ou o grupode pares (Hartung, Porfeli, & Vondracek,2005; Otto, 2000), sabe-se ainda relativa-mente pouco sobre o seu papel no desen-volvimento vocacional dos jovens.Bryant, Zvonkovic e Reynolds, (2006)realizaram um estudo de revisão sobre ainfluência parental no desenvolvimentovocacional das crianças e dos adolescen-tes, através do qual pretendiam saber quaisas características dos pais que ajudam ascrianças e adolescentes a: i) identificar assuas competências e interesses; ii) esco-lher e prosseguir profissões específicas; iii)ser auto-eficaz no trabalho e; iv) sentirrealização no trabalho. Estes temas pre-enchem aspectos fundamentais do desen-volvimento vocacional, entendido como umprocesso complexo e multifacetado que seestende ao longo de toda a vida. Nestesentido, o desenvolvimento vocacionalinclui a aquisição de conhecimento sobreos tipos e as exigências de diferentestrabalhos, a exploração de si próprio/a edo meio, o estabelecimento de aspiraçõesparticulares de carreira, a formação deplanos para atingir as aspirações, e a auto-eficácia no trabalho (Gottfredson, 1981).A investigação demonstra, igualmente, quepara além das actividades de exploração,também a comunicação e as aspiraçõesparentais relativas aos futuros académicoe profissional dos filhos, estão fortementerelacionadas com o desenvolvimentovocacional dos jovens.
A comunicação pais/filhos e o desenvol-vimento vocacional
O relacionamento entre pais e filhos,nomeadamente no que respeita à comuni-cação, à disponibilidade, e até às compe-tências na comunicação, afecta o modocomo os pais influenciam o desenvolvi-mento vocacional dos filhos (Bryant et al.,2006). Através de um relacionamento queinclua a facilidade de comunicação, os paispodem servir como uma fonte viável dodesenvolvimento do conhecimento, daopinião, e de valores profissionais dosfilhos (Paseluikho & Valach, 1997). Alémdo que, outros estudos (Dickinson &DeTemple, 1998; Fantuzzo, McWayne,Perry, & Childs, 2004; Juang & Vondracek,2001) também têm demonstrado que acomunicação e a qualidade dos relaciona-mentos na família têm uma relação muitosólida com a realização positiva e com asaspirações das crianças e adolescentes,assim como, com o desenvolvimento decarreira de estudantes que frequentam auniversidade (e.g., Blustein, Walbridge,Friedlander, & Palladino, 1991; Kenny,1990; Kinnier, Brigman, & Noble, 1990).Os resultados destes estudos são susten-tados pelo estudo de Otto (2000) quedemonstra que os adolescentes discutemos seus projectos vocacionais com os pais.As mães parecem estar mais envolvidasnesta actividade de discussão dos projec-tos profissionais de carreira dos filhos, doque os pais, uma vez que, quer os rapazes(43%), quer as raparigas (63%), relatamque a mãe é a pessoa mais conhecedorados seus interesses e capacidadesvocacionais, enquanto apenas 13% dosadolescentes consideram ser o pai. Isto ésuportado pela literatura mais alargada doaconselhamento parental, que sugere queas mães adoptam papéis diferentes do dos
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pais, relativamente ao planeamentovocacional a longo prazo (Tucker, Barber,& Eccles, 2001). Ou seja, as mães, ao teremum papel de cuidadoras, passam maistempo na interacção directa com os filhos,do que os pais (Bryant & Zick, 1996;Coltrane & Adams, 2001; Sandberg &HoVerth, 2001; Montemayor & Brownlee,1987), realizando deste modo actividadesde apoio e de ajuda. Assim, quer a na-tureza do tempo (Bryant & Zick, 1996;Coltrane & Adams, 2001; Sandberg &HoVerth, 2001), quer a quantidade detempo (Montemayor & Brownlee, 1987),além da natureza das actividades (Crouter& Crowley, 1990) entre pais e filhos, podemexplicar o porquê de as mães serem con-sideradas pelos adolescentes como maisúteis na ajuda ao planeamento vocacional.Todos estes estudos consolidam a concep-ção de que os pais, através da comunica-ção, poderão ser promotores essenciais dodesenvolvimento vocacional (Paseluikho &Valach, 1997).
As actividades pais/filhos e o desenvol-vimento vocacional
Além da comunicação, existem outraspráticas entre pais e filhos que são rele-vantes para o desenvolvimento vocacionaldestes últimos, nomeadamente, as activi-dades de exploração vocacional (Bryant etal., 2006). A exploração vocacional é umaspecto importante do desenvolvimentoglobal da pessoa, uma vez que permiteidentificar e avaliar o papel de factoresindividuais e do meio, no planeamento enas escolhas operadas ao longo da vida(Blustein, 1992; Flum & Blustein, 2000;Strumpf, Colarelli, & Hartman, 1983). Éfundamental para que a pessoa se exploreface ao mundo, para adquirir auto-conhe-cimento necessário para seleccionar uma
profissão consistente com os seus interes-ses e personalidade (Blustein, 1992;Holland, 1997), contribuindo para umaconstrução mais flexível da personalidade(cf. Taveira & Rodriguez Moreno, 2003)e para a adaptabilidade vocacional(Savickas, 2005). Além do que a inves-tigação neste domínio tem demonstradoque a exploração vocacional é uma influ-ência importante na satisfação profissional(Holland, 1997) nas aspirações de auto-eficácia (Stumpf, Collarelli & Hartman,1983), no valor atribuído aos objectivosescolares e profissionais (cf. Taveira, 1997,2001), na maturidade profissional, nodesenvolvimento do auto-conceito, e noajustamento a uma escolha vocacional(Taveira, 2000).A investigação demonstra ainda que aexploração dos interesses e o planeamen-to vocacional nos adolescentes estão li-gados aos relacionamentos pais/filhos eàs actividades compartilhadas durante ainfância (Schmitt-Rodermund & Vondracek,1999). De igual modo, os pais que mo-delam a exploração enquanto comparti-lham actividades com os filhos, queensinam aos filhos diferentes maneiras degastar o tempo, e permitem que elesdescubram os seus próprios gostos, estãoa contribuir para um contexto em que ascrianças e adolescentes estão mais recep-tivos e abertos a muitos interesses, pro-movendo o desenvolvimento vocacionale incentivando a receptividade dos filhosao estímulo dos pais (Crosnoe, 2004;Milardo, Helms, & Marks, 2005; Schmitt-Rodermund & Vondracek, 1999). Nestesentido, a adolescência constitui ummomento ideal para que os pais realizemactividades compartilhadas com os filhos,que se podem traduzir numa maior emelhor exploração vocacional e, conse-quentemente, no desenvolvimentovocacional dos jovens.
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Aspirações pais/filhos e o desenvolvimen-to vocacional
A investigação tem demonstrado que onível de educação e formação profissionalda família é determinante na construçãoe planeamento dos projectos vocacionaisdos filhos (cf. Lopes, 2005). Hill e cola-boradores (2004) explicaram que as aspi-rações educacionais dos adolescentesvariam de acordo com a realização edu-cacional dos seus pais. Segundo a literatu-ra da influência parental, pais com dife-rentes níveis educacionais têm diferentesrepresentações da escola e da realidade emgeral (cf. Benavente, 1992, Mahoney &Wiggers, 2007). Ao mesmo tempo, hátendência para a própria realização edu-cacional elevada dos pais ter impacto narealização educacional real dos seus filhos(Hill et al., 2004; Lareau, 2003). Para filhoscujos pais têm uma realização educacionalbaixa, o envolvimento parental académicoafecta positivamente as aspiraçõesacadémicas e ocupacionais dos filhos, masnão suporta a realização académica neces-sária para conseguir alcançar aspiraçõesocupacionais de estatuto elevado (Bryantet al., 2006). Deste modo, os filhos de paiscom realização educacional elevada pos-suem aspirações educacionais igualmentemais elevadas, do que filhos de pais comrealização educacional baixa. No entanto,esta relação entre a realização educacionalparental elevada e baixa e as aspiraçõesocupacionais dos adolescentes não é di-rectamente proporcional. Ou seja, o níveleducacional dos pais não influencia ossonhos vocacionais dos filhos, emborapareça interferir nas aspirações educacio-nais, que são necessárias para uma rea-lização ocupacional mais elevada. Hill ecolaboradores (2004) ao estudarem doistipos de actividades académicas da parti-cipação dos pais: (i) participação na es-
cola (e.g., colaboração com professores,participação em eventos) e, (ii) activida-des e orientação educacionais em casa,registaram que, entre adolescentes filhosde pais com realização educacional baixa,a participação académica dos pais esteveligada positivamente às aspirações educa-cionais ocupacionais dos adolescentes, masnão à realização académica real dos ado-lescentes. Em contraste, entre adolescen-tes cujos pais possuem uma realizaçãoeducacional mais elevada, a participaçãoacadémica dos pais no 7º ano teve umarelação positiva com uma realizaçãoacadémica mais elevada no 9º ano e,consequentemente, com aspiraçõesocupacionais mais elevadas no 11º ano.Além disso, o nível de realização educa-cional dos pais está relacionado com apercepção de que eles podem influenciaro progresso académico dos filhos (Bandura,Barbaranelli, Caprara, & Pastorellik, 2001).Assim, quanto mais elevado for o grau deinstrução dos pais, mais prontos estão paraenvolver-se activamente nas actividadesacadémicas e no planeamento vocacionaldos seus filhos. Ao pensarem que podeminfluenciar o progresso académico dosfilhos, e ao terem a experiência pessoalde realização educacional elevada, estãoem posição mais adequada para esperar queos seus filhos ingressem na faculdade epara ajudá-los a planear as exigências desseingresso. A investigação demonstra tam-bém, que os filhos cujos pais esperam queeles ingressem na faculdade, têm maiorprobabilidade que isso efectivamente acon-teça (Juang & Vondracek, 2001). Nestesentido, as aspirações parentais são umaforça poderosa e efectiva, que podem fazera diferença entre jovens que crescem emfamílias de elevada e baixa realizaçãoacadémica, no que diz respeito aos pro-jectos vocacionais (Elder, 1999). É dereferir ainda que, de forma geral, as
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aspirações dos pais em relação ao futurovocacional dos filhos são congruentes comas ideias que os filhos têm para si pró-prios. O estudo supra referido, efectuadopor Otto (2000), demonstra que 81% dosadolescentes revela que as suas ideiasrelativamente às suas carreiras são simi-lares às ideias dos seus pais. O estudorevela ainda, que os adolescentes achamque os seus pais têm aspirações educaci-onais elevadas para eles, tais como, ingres-sar num curso de ensino superior.
Metodologia
ParticipantesParticiparam neste estudo 127 pais e/ouencarregados de educação (74, 69.8%mães; 9, 8.5% pais; 21, 19.8% pai e mãe;2, 1.9% outros) e seus respectivos filhose/ou educandos (106, 66 raparigas e 40rapazes). A maioria dos pais e encarrega-dos de educação entrevistados concluiu o12º ano de escolaridade ou um curso delicenciatura no ensino superior. Os filhose/ou educandos são alunos do 9º ano deescolaridade (M
idade=14.03, D.P
idade=0.29)
provenientes de duas escolas privadas, naregião noroeste de Portugal, e inscritos numprograma de intervenção psicológicavocacional dirigido por técnicos da Con-sulta Psicológica Vocacional da Univer-sidade do Minho (CPV-UM).
Instrumentos de medidaCom os pais, foi utilizado o Guião deEntrevista Semi-estruturada de Avaliaçãoda Influência Parental na Carreira (Pinto& Soares, 2000). A entrevista assenta emtrês temas centrais: comunicação pais/fi-lhos, intervenção da família, e aspiraçõesdos pais relativamente ao futuro dos seusfilhos. Para cada tema são formuladas duasquestões duplas, uma de incidência des-
critiva (o quê…) e outra de incidênciaexplicativa (porquê…), orientadoras de umdiálogo personalizado.Com os alunos, foram utilizadas versõesadaptadas por Taveira (1997), para ocontexto português, das escalas CareerExploration Survey (CES, Stumpf,Colarelli, & Hartman, 1983), e CareerDecision Scale (CDS, Osipow, Carney,Winer, Yanico & Koshie, 1976), no sen-tido de se avaliarem o processo de explo-ração vocacional e a indecisão vocacional,respectivamente. No que concerne à CES,trata-se de um instrumento de auto-relatocomposto de 54 itens, dos quais 53 emformato Likert (escala de cinco categoriasde resposta, nos itens 1 a 43 e sete cate-gorias nos itens 44 a 53) distribuídos por12 subescalas; e, ainda, um item (item 54)para indicar o número de domíniosvocacionais explorados. Estas subescalassão agrupadas de modo a formar trêsdimensões: Crenças de Exploração (Esta-tuto do emprego, Certeza nos resultadosda exploração, Instrumentalidade externa,Instrumentalidade interna, Importância deobter a posição preferida), Comportamen-tos de exploração (Exploração orientadapara o meio, Exploração orientada para sipróprio, Exploração intencional-sistemáti-ca, Quantidade de informação), e Reacçõesà exploração (Satisfação com a informa-ção, Stress na exploração, Stress na toma-da de decisão). Relativamente à CDS, estaescala é composta por 15 itens, sob oformato de uma questão aberta, permitin-do assim avaliar o nível de prontidão dosparticipantes face a processos de tomadade decisão vocacional. Catorze dos itenssão cotados numa escala de resposta likert,com quatro categorias, num formato grá-fico-numérico em cada uma das alterna-tivas de resposta. O item 15 é de respostaaberta, para que o participante apresenteinformação detalhada sobre o seu estado
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de (in)decisão, caso nenhuma das situa-ções referidas nos 15 itens se lhe apliquem.Os resultados obtêm-se através de uma notaglobal da escala para medir a indecisãovocacional (Taveira, 1997).
ProcedimentosOs procedimentos usados na selecção dosparticipantes e na recolha de dados obe-deceram às exigências e particularidadesde uma investigação mais ampla, no âmbitoda avaliação da consulta psicológicavocacional, em que este estudo se insere1.Assim integram este estudo, os alunos erespectivos pais que solicitaram apoio parauma tomada de decisão vocacional emi-nente, à Consulta Psicológica Vocacionalda Universidade do Minho. A intervençãoglobal estrutura-se num total de seismomentos: (i) uma sessão colectiva dedivulgação e inscrição no programa; (ii)uma sessão de pré-teste (iii) uma entre-vista semi-estruturada inicial com a famí-lia ou equivalente; (iv) cinco sessões, de90 minutos cada, com os alunos; (v) umasessão final de esclarecimento eaconselhamento com os familiares ouequivalente; e, (vi) uma sessão de pós-teste.Os dados relativos aos pais foram reco-lhidos no terceiro momento da interven-ção – a entrevista semi-estruturada inicialcom a família ou equivalente. As entre-vistas foram conduzidas por profissionaisde Psicologia Escolar, sendo garantida aconfidencialidade dos processos individu-ais e o tratamento por especialistas dosresultados globais, para efeitos de inves-tigação. O procedimento de análise dasentrevistas envolveu a análise de conteú-do. A análise de conteúdo foi conduzidacom o objectivo de descrever as experi-ências dos pais a propósito, quer da sua
influência, quer das suas perspectivasquanto ao percurso escolar e profissionaldos filhos. Para organizar a informação deforma a construir coerência e sentido, etendo em conta o objecto de pesquisa,seguiram-se os quatro passos dametodologia de análise categorial propos-tos por Bardin (1995): (i) leitura globaldos textos das entrevistas, seguida de umaleitura transversal dos mesmos, com vistaà identificação de regularidades no con-teúdo analisado; (ii) integração dos discur-sos no sistema de categorias de Pinto eSoares (2000); (iii) criação de novassubcategorias (iv) validação dessassubcategorias. Os textos transcritos foramsubmetidos a uma análise de conteúdosegundo três temas: comunicação, interven-ção e aspirações. A unidade de contextoe de método utilizada foi a frase.Os dados relativos às escalas CES e CDSforam recolhidos na sessão de pré-teste,no início do segundo período do ano lectivo2004/2005. A sua aplicação foi colectivae administrada a todos os alunos da amostranuma única sessão, tendo um tempo médiode resposta às escalas de quarenta minu-tos. Foram apresentados aos alunos osobjectivos do estudo e o interesse naaplicação do instrumento da pesquisa,assim como foram prestados outros escla-recimentos, tais como a confidencialidadedas respostas dadas. O software utilizadopara o tratamento estatístico dos dados foio SPSS (Statistical Program for SocialSciences) para Windows, versão 15.0.Foram utilizadas análises de estatísticadescritiva dos resultados globais das es-calas de exploração e indecisão vocacional.
Resultados
Os resultados são apresentados em funçãodas respostas dos pais e/ou encarregados
_______________1 Projecto SFRH/BD/18637/2004 financiado pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia.
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de educação à ESAIPC (Pinto & Soares,2000) e das respostas dos filhos à CES(Stumpf, Colarelli & Hartman, 1983; adap.Taveira, 1997) e CDS (Osipow, Carney,Winer, Yanico & Koshier, 1976; adap.Taveira, 1997).
Categorias de Influência Parental noDesenvolvimento Vocacional dos FilhosOs resultados da análise das respostas dospais e/ou encarregados de educação àentrevista são apresentados com base nascategorias abordadas, nas subcategorias deanálise, bem como nos extractos que pa-recem identificar e clarificar o significadode cada resposta particular (cf. Tabela I).A leitura das respostas dos pais e/ouencarregados de educação relativamente àComunicação que se desenvolve entre pais-filhos (n=227) leva-nos a notar a existên-cia de três subcategorias de diálogos: i)a vida escolar; ii) a vida profissional e,iii) a vida pessoal.É notório o valor dado aos diálogos acercada vida escolar presente e futura (n=110)através de conversas acerca das notasacadémicas, dos problemas escolares, dasopções de estudo após o 9º ano de esco-laridade, e do ingresso no ensino superior.Um exemplo de resposta dada pelos pais,quando inquiridos sobre este assunto, é aseguinte: (falamos) “…das notas, porquetirou negativa a quase tudo” (P/EE. 38a).Foi igualmente reconhecido por grandeparte dos pais e/ou encarregados de edu-cação, que a vida profissional futura (n=63)é um dos temas de comunicação bastanteabordado entre pais-filhos. Desta forma,os pais e/ou encarregados de educaçãomanifestam dialogar acerca das activida-des e funções das diferentes profissões,passos a seguir para alcançar determinadaprofissão desejada, das saídas profissionaise, as mudanças ao longo do tempo emtermos de empregabilidade. Um exemplo
de resposta nesta subcategoria é a seguin-te: “...de forma geral falamos de tudo anível de profissões e exigências nestecampo.” (P/EE. 120a). Convém de igual modo notar que, combase na análise das entrevistas, ficou claroque a vida pessoal dos alunos (n=54)também é objecto de conversação entrepais-filhos. As características da persona-lidade, as competências académicas e extra-académicas, a saúde e, os valores ocupamalgum espaço nos diálogos pais-filhos. Umexemplo de resposta é a seguinte: “…nãotem jeito para línguas nem para matemá-tica…” (P/EE. 60b).A análise dos resultados para a categoriada Intervenção da família no desenvolvi-mento vocacional dos jovens (n=146),revela quer a presença (n=78) quer aausência de intervenção (n=68).As actividades de exploração vocacionalrealizadas conjuntamente por pais e filhosou proporcionadas pelos pais aos filhos,apontadas pelos pais e/ou encarregados deeducação dizem respeito à: i) exploraçãodo mundo escolar, ii) exploração do mundoprofissional, e, iii) ao apoio psicológico.Foi possível verificar respostas que no querespeita à exploração do mundo escolar,os pais e/ou encarregados de educaçãoindicam diferentes tipos de actividadesrelacionadas com esta subcategoria, asquais podem ainda ser divididas em apoioao estudo, actividades extra-curriculares,contactos formais e informais cominformadores-chave no âmbito dos cursos,e pesquisa de material informativo atravésda Internet. Exemplos de respostas são:“…pratica música, inglês, espanhol efrequenta o coro.” (P/EE30b) ou “ Aju-damos na pesquisa na net de médias paraMedicina Veterinária” (P/EE 85a)No que concerne às actividadesinterventivas no âmbito da exploração domundo profissional, estas envolvem, des-
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de as conversas formais e informais sobreas profissões e o mercado de trabalho, atéà visita de determinadas instituições (e.g.,hospitais). Vejamos um exemplo: “…ten-tar que ele fale sobre esses assuntos comprofissionais e possa abrir mais horizon-tes” (P/EE 20d).Na subcategoria do apoio psicológico, aintervenção realizada pelos pais e/ouencarregados de educação entrevistadosincide, essencialmente, na inscrição dosfilhos em programas de Orientação Esco-lar e Profissional, e na regulação das suasexpectativas face ao futuro, como porexemplo: “…inscrição na OrientaçãoEscolar e Profissional para ver ideias emelhores conhecimentos” (P/EE41a).A ausência de realização de actividadesde exploração vocacional entre pais e filhosé justificada pela falta de tempo para sededicar a este tipo de problemática, pelodesconhecimento acerca do que deve serrealizado, pelo receio de influenciar asdecisões dos filhos, ou mesmo, pelo factode considerarem ser muito cedo pararealizar qualquer actividade dentro datemática vocacional. Um exemplo deresposta incluída nesta categoria é: “Es-tamos a deixar que seja ele a escolher oseu futuro” (P/EE. 37a).Por fim, no que respeita à categoriaAspirações (n=128) abordada na entrevis-ta com as famílias, é possível encontraruma referência explícita aos desejos easpirações dos pais relativamente i) aofuturo profissional; ii) ao futuro escolar e,iii) à realização pessoal dos seus filhos.No que concerne ao futuro profissional(n=84), parece ser desejável para estes paisque os seus filhos, no futuro, trabalhassemem determinadas áreas/profissões associ-adas (actualmente) à conquista de umemprego e de um estatuto social elevado,à independência económica e à estabili-
dade. Vejamos um exemplo: “…professornão, nem jornalismo ou direito porque nãotem saídas” (P/EE. 6a).A nível do futuro escolar (n=58), de ummodo geral, os pais entrevistados, aspirampara os seus filhos, a realização de umcurso superior, embora alguns pais refi-ram ficar satisfeitos se os seus filhosfinalizarem o 9º ou 12º anos de escola-ridade. Um exemplo das respostas nestasubcategoria é: “…gostava que ela tirasseum curso superior seja ele qual for, façotudo para que ela tirasse um curso su-perior.” (P/EE 79a.).Finalmente, no que respeita asubcategoria da realização pessoal(n=56), verifica-se que os pais entrevis-tados desejam aspiram que os seus fi-lhos façam o que quiserem, sejam feli-zes e, sigam os seus próprios sonhos.Vejamos um exemplo de resposta nestasubcategoria: “Gostava que ela seguisseo sonho dela” (P/EE. 2a).
Exploração e Indecisão Vocacional dosFilhosComo se pode observar pela leitura daTabela II, no que respeita às medidas deexploração vocacional (CES), registam-sevalores acima do ponto médio em todasas sub escalas da escala Crenças deExploração Vocacional com excepção dasub escala Certeza dos resultados. Estegrupo de alunos apresenta valores acimada média nas percepções de possibilidadede trabalho e emprego na área vocacionalpreferida, no valor instrumental atribuídoàs actividades de exploração orientada parao meio e para si próprio/a, e na impor-tância atribuída aos objectivos vocacionais.No entanto, há a registar valores abaixodo ponto médio da escala, nas expecta-tivas de resultados desejados no domínioda carreira.
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No que respeita à escala Comportamentosde Exploração Vocacional todas as subescalas, com excepção da sub escalaExploração orientada para si próprio/a,apresentam valores de média abaixo doponto médio da respectiva sub escala. Comefeito, verifica-se um envolvimento eleva-do na exploração orientada para si pró-prio/a, mas um menor envolvimento naexploração orientada para o meio (valoresabaixo do ponto médio da escala), níveisbaixos de informação vocacional e valoresbaixos na intencionalidade e carácter sis-temático da actividade exploratória reali-zada até ao momento.Por fim, relativamente à escala Reacçõesde Exploração Vocacional, com excepçãoda sub escala Satisfação com a informa-ção, as restantes duas sub escalas encon-tram-se abaixo do ponto médio das res-pectivas sub escalas. Nesse sentido, estegrupo de alunos apresenta-se relativamen-te satisfeito com a informação vocacionalobtida até ao momento, mas experiencianíveis elevados de ansiedade face à ex-ploração e face à tomada de decisão.No que respeita a indecisão vocacional, osalunos avaliados apresentam níveis deindecisão abaixo do ponto médio da es-cala.
Discussão dos resultados
O presente estudo destinado a analisar osprocessos de influência parental no desen-volvimento vocacional dos adolescentes,permite evidenciar, por um lado, a naturezada comunicação e da acção conjunta noâmbito da exploração vocacional entre paise filhos e, por outro lado, o tipo de aspi-rações que os pais têm relativamente aofuturo escolar e profissional dos seus filhos.Relativamente à comunicação pais-filhosimporta referir que, se por um lado, a
literatura vocacional evidencia que édesejável para os adolescentes falar sobreos seus projectos de carreira com os seuspais, por outro lado, os diálogos estabe-lecidos devem ser intencionais, não nosentido de forçarem o desenvolvimentovocacional dos filhos, mas como apoioemocional, servindo de transmissores deinformação sobre si próprios, sobre omundo profissional e, também, comooportunidades de contacto com o mercadode trabalho (Taveira, 2000). Neste senti-do, os assuntos abordadas no conjunto dediálogos que se desenvolveram entre paise filhos, na amostra em estudo, parecemser adequados à construção dos projectosvocacionais dos jovens já que versam, namaioria dos casos, sobre a vida escolaressencialmente, mas também sobre a vidaprofissional e pessoal dos adolescentes.Como ficou expresso na primeira partedeste trabalho, estes diálogos influenciama importância atribuída pelos filhos a estestemas e o seu investimento em objectivosde carreira relacionados (e.g., Bryant et al.,2006). Contudo, a análise das subcategoriasde sentido da comunicação, neste âmbito,permitem concluir também que se trata deum teor de comunicação generalista epouco baseada num conhecimento escla-recido sobre os processos mais actuais degestão e desenvolvimento da carreira dosjovens e adultos. Este outro tipo de co-municação poderia constituir uma fonte deinformação e uma influência mais efectivaao desenvolvimento vocacional dos filhos,na adolescência. Com efeito, os filhos daamostra de pais entrevistados, apesar deatribuírem elevada importância aos seusobjectivos escolares e profissionais e re-gistarem uma visão positiva sobre o mundoprofissional, estão pouco seguros da suacapacidade pessoal para obter a posiçãodesejada no seu domínio profissionalpreferido, sentindo-se assim muito ansio-
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sos face à ideia de ter que explorar oudecidir sobre o seu futuro escolar e pro-fissional. Esta reacção cognitivo-afectivaface à exploração e decisão de carreira nummomento de transição no nono ano deescolaridade pode significar, ainda, ausên-cia de exposição regular e sistemática aactividades intencionais de exploraçãovocacional, em casa, na escola ou nacomunidade, ou falta de oportunidades e/ou aproveitamento em actividades deplaneamento e treino no processo dedecisão da carreira (Taveira, 1997).Na realidade, no que respeita às activida-des de exploração vocacional conjuntasentre pais e filhos, ou promovidas pelospais e realizadas pelos filhos, nos últimostrês meses, verifica-se que maioria dos paisnão realizou nem promoveu qualqueractividade nesse âmbito com os seus fi-lhos. E, quando isso aconteceu, tais ac-tividades consistem sobretudo em conver-sas informais com familiares e profissio-nais conhecidos, sobre cursos, profissõese o mercado de trabalho. Ainda queimportantes, tais actividades podem edevem ser alargadas a outras fontes emodos de aprendizagem vocacional (cf.Taveira, 1997, para um aprofundamento).Estes resultados são consonantes com osresultados obtidos pelos jovens nas me-didas de exploração vocacional, nomeada-mente, nas escalas relativas aos compor-tamentos de exploração vocacional. Osjovens acreditam que as actividades deexploração vocacional podem contribuirpara o prosseguimento dos seus objectivosvocacionais. Contudo, envolvem-se rela-tivamente pouco nessas mesmas activida-des. Com efeito, os alunos registaram umfraco envolvimento nas actividades deexploração do meio, consideram ter infor-mação insuficiente e pouco satisfatóriasobre o mundo escolar e profissional e quereferem que a exploração vocacional efec-
tuada até ao instante não teve carácterregular nem intencional. Estes baixos níveisde exploração podem estar relacionados,ainda, com uma baixa frequência decomunicação entre pais e filhos. De facto,como nos evidencia recentemente Berríos-Alison (2005), características familiarescomo a comunicação aberta pais filhos,contribuem para desencadear actividadesde exploração e para promover um com-promisso vocacional consequente nos fi-lhos. Os jovens estudados jovens experi-mentam, como já referido, níveis relativa-mente elevados de stress face à realizaçãode futuras actividades de exploração e,níveis ainda mais elevados de stress, faceà tomada de decisão. Estes resultados sãoconsistentes com a investigação préviasobre esta problemática (Taveira, 2004) etal como Hall (1992) e Levinson e cola-boradores (1978) defendem, concorrempara concluir que o final de um cicloescolar pode ser vivenciado pelos adoles-centes como uma transição ecológica, umperíodo de maior vulnerabilidade e desafio,em face do qual o apoio social, incluindoo apoio dos pais, pode constituir um su-porte importante à mudança positiva.Quanto às aspirações dos pais face aofuturo escolar e profissional dos seus filhos,constata-se que os pais e/ou encarregadosde educação, de um modo geral, regista-ram aspirações académicas e profissionaiselevadas para os seus filhos e congruentescom o seu nível de realização escolar. Estegrupo de pais e/ou encarregados de edu-cação deseja que os seus filhos realizemum curso superior e escolham uma pro-fissão que lhes possibilite alcançar esta-bilidade, nos mais diversos domínios devida. Estes resultados são consonantes comos resultados do estudo de Otto (2000),que refere que os adolescentes consideramque os seus pais aspiram que estes ingres-sem num curso de ensino superior. Pode-
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rão ser também entendidos à luz do actualcontexto de inserção socioprofissional,pouco favorável a uma transição linear,imediata e fácil no mercado de trabalhode pessoas com o 9º ou 12º anos deescolaridade (Afonso, 2000; Azevedo &Fonseca, 2007). Por este motivo, o suces-so profissional aparece muitas vezes as-sociado à obtenção de um diploma (e.g.,Azevedo & Fonseca, 2007). Estas eleva-das aspirações vocacionais dos pais paraos seus filhos poderão justificar o factode os jovens deste estudo registarempercepções relativamente positivas face aomercado de emprego na sua áreavocacional preferidas, atribuírem muitaimportância aos seus propósitosvocacionais, mas estarem, ao mesmo tem-po, pouco confiantes de vir a conseguiralcançá-los. De referir ainda que, relati-vamente às aspirações destes pais relati-vamente ao futuro pessoal dos seus filhos,as aspirações registadas não são tão ele-vadas, nem concretas. A maioria dos paisdelega esta área à responsabilidade dosadolescentes, aspirando apenas à sua fe-licidade e concretização de sonhos pesso-ais Este tipo de resultados podem indiciara importância que os pais atribuem aospapéis escolar e profissional dos seusfilhos, descurando os restantes domíniosde vida. Contudo, tal como afirma Peavy(1996, p.9) a “vida é vivida como um todo”e, como tal, é indesejável separar a escolaou a profissão, dos restantes aspectos queconformam a vida do sujeito.O baixo envolvimento comunicacional einterventivo pais-filhos e as elevadasaspirações que os pais têm acerca do futuroescolar e profissional dos filhos poderãocontribuir para o grau moderado de inde-cisão vocacional apresentado pelos jovens.A análise dos resultados na medida deindecisão vocacional permite concluir queos jovens estão preocupados com a sua
incerteza face à necessidade de escolhero que fazer da sua carreira, num futuropróximo.No que respeita aos resultados das entre-vistas aos pais e/ou encarregados deeducação é ainda de notar que a maioriados pais/encarregados de educação queparticipam no presente estudo são mulhe-res. Estes resultados são consistentes comresultados na área que revelam que as mãesparecem estar mais envolvidas no desen-volvimento vocacional dos seus filhoscomparativamente aos pais (Otto, 2000).Contudo, fazem-nos reflectir acerca dequais seriam os resultados deste estudocaso a nossa amostra fosse maioritaria-mente masculina.
Implicações para a prática da consultapsicológica vocacional
Na revisão da literatura anteriormenteapresentada reforçou-se a ideia segundo aqual os pais são percepcionados pelosfilhos como fonte de apoio emocional econselho nas várias problemáticas do seudesenvolvimento, nomeadamente navocacional, constituindo-se como as pes-soas mais admiradas e dignas de confi-ança (Middleton & Loughead, 1993; Otto& Call, 1985; Trusty & Watts, 1997). Poroutro lado, os próprios pais percepcionam-se como figuras significativas no desen-volvimento vocacional, pretendendo, inclu-sive, desempenhar um papel mais activonas tarefas vocacionais dos seus filhos(Palmer &Cochran, 1988). Neste sentido,torna-se pertinente para a própria quali-dade da intervenção vocacional, que ospsicólogos vocacionais considerem o tra-balho com as famílias dos seus clientes(Blustein et al., 1991; Kenny, 1990).As técnicas de aconselhamento de carrei-ra, tais como a utilização de genogramas
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e da linha de vida focalizada na família(Brown & Brooks, 1991), assim como asimples discussão com as famílias dosalunos, podem licitar informação que podeser bastante relevante no processo deintervenção vocacional (Johnson, Buboltz& Nichols, 1999). Estas actividades alémde fornecerem informação relacionada como nível de coesão, conflito, e comunicaçãoda família, podem, também, afectar odesenvolvimento de valores e interesses,bem como a tomada de consciência acercadas suas competências. Pode ser particu-larmente útil para os psicólogos perguntar,especificamente, aos alunos sobre o nívele a qualidade da comunicação da suafamília. Os psicólogos vocacionais podemajudar melhor os seus clientes, com oprocesso de tomada de decisão de carreira,se promoverem uma comunicação abertae directa entre os membros da família, ondeos pais expressam as suas aspirações e osadolescentes se sentem compreendidos noprocesso (Young, 2002). Isto é particular-mente relevante para os alunos cuja co-municação na sua família é mínima ou depobre qualidade. Os alunos que cresceramem famílias que desencorajaram umacomunicação aberta entre os seus mem-bros podem ter maior probabilidade deexperimentar dificuldades de tomada dedecisão de carreira (Johnson et. al., 1999).De modo a melhorar a quantidade e aqualidade da comunicação entre pais efilhos poderá ser importante que os psi-cólogos promovam competências de comu-nicação com os alunos. Por exemplo,Johnson e Nelson (1998), sugeriram queos psicólogos vocacionais utilizem role-plays com os alunos, de forma a permitirque estes pratiquem designações do “EU”,comuniquem as suas necessidades de formaassertiva, e discutam impressões com osseus pais. Além disso, Zingaro (1983)propõe que os psicólogos vocacionais
ajudem os alunos a esclarecer os seuspapéis dentro da família, e a aumentar osseus níveis de diferenciação relacionadosa sua tomada de decisão de carreira. Emalguns casos, pode ser igualmente útilrealizar sessões de família em que osalunos discutam os seus planos de carreirae de vida com os pais, incentivando destemodo a participação parental de suporteno processo de carreira. Os alunos podem,ainda, ser treinados de antemão em ses-sões individuais para utilizar as sessões dafamília como oportunidades de evidenciaras competências de comunicação desenvol-vidas (Johnson et. al., 1999). Outros autores(Young, Vlach & Dillabough, 1994; Younget al., 2001) sugerem um método de auto-confrontação a partir de registos em filme.Propõem a visualização por parte dosalunos, de vídeos gravados de conversasentre pais e filhos de modo a que os alunosrecordem pensamentos e sentimentosdurante os segmentos da conversação, oque permitirá ao psicólogo vocacionalavaliar as reacções do aluno, incluindo assuas reacções emocionais.Contudo, independentemente da estratégiaque os psicólogos vocacionais consideremmais adequada para o trabalho com osclientes adolescentes e suas famílias,importa não descurar os resultados dainvestigação tais como os alcançados nestetrabalho, que nos mostram a importânciados pais como aliados e como recursos nodesenvolvimento vocacional dos adolescen-tes (e.g., Otto, 2000). Permitem-nos, ain-da, afirmar que se justifica e se tornanecessário sensibilizar os pais para aorganização de um conjunto de iniciativasde promoção intencional do desenvolvi-mento vocacional dos seus filhos (Soares& Pinto, 1997). Essas iniciativas podemir desde programas de formação sobrequestões diversificadas acerca do ensinoe da aprendizagem, a questões ligadas ao
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desenvolvimento pessoal, interpessoal evocacional ou a modalidades diversas departicipação activa na vida escolar, àsemelhança do que já se faz noutros países.
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