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EcoUrbe Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes Geração Paranapanema

Rel Fin Prel 271102

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EcoUrbe

Plano de Uso e Ocupaçãodo Reservatório da UHE Chavantes

Geração Paranapanema

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Plano de Uso e Ocupação doReservatório da UHE Chavantes

novembro de 2002

EcoUrbe Duke EnergyInternational

Geração Paranapanema

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A Usina Hidrelétrica de Chavantes

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Apresentação

A Duke-Energy International, Geração Paranapanema S/A, atenta à necessidade

de dotar a empresa de instrumentos eficazes de gestão de suas atividades, na oportuni-

dade do estágio em que se encontra o processo de licenciamento ambiental de seus

empreendimentos, desenvolveu o presente Plano de Uso e Ocupação do Reservatório

da UHE Chavantes.

Fez isto motivada pela consciência de que é indispensável ter-se disponibilidade

de água em quantidade e qualidade adequadas aos serviços de geração, bem como, em

consonância com os seus objetivos empresariais, possibilitar o uso múltiplo e racional

dos recursos naturais existentes na área de influência dos seus reservatórios, enten-

dendo que, para cumprir tais metas, é preciso promover o ordenamento territorial das

áreas circundantes àqueles reservatórios.

Este Plano é o sexto de uma série que vimos implementando e que deverá con-

templar todas as unidades de geração hidrelétrica da empresa. Tem como fatores im-

portantes para a sua elaboração o criterioso diagnóstico da situação e a montagem do

cenário do qual fazem parte os aspectos dinâmicos vinculados aos reservatórios, repre-

sentados pelos fatores sociais e econômicos característicos das diferentes regiões que

compõem a área abrangida.

Finalmente, destaca-se como pressuposto do Plano, a percepção discriminada das

competências da empresa e dos demais órgãos e agências que de uma forma ou de

outra interagem com o reservatório da UHE Chavantes, objeto deste trabalho.

Duke Energy International, Geração Paranapanema S.A.

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Sumário

1. Introdução 6

2. Aspectos Metodológicos 9

3. Informações Gerais do Empreendimento 17

4. Diagnóstico da Área de Influência do Reservatório 19

4.1. Definição da Área de Influência 19

4.2. Caracterização da Área de Influência do Reservatório 21

4.2.1. Desenvolvimento Regional e Urbano 21

4.2.2. Meio Físico 38

4.2.3. Uso do Solo 68

4.3 Diretrizes para o Plano de Uso e Ocupação do Solo 73

5. Zoneamento da Borda do Reservatório 87

5.1. Concepção do Zoneamento 87

5.2. Definição da tipologia de zona 88

5.3. Uso característico das zonas 90

5.4. Delimitação das zonas 93

6. Normas 96

7. Plano de Automonitoramento 104

8. Programas em Andamento 108

9. Referências Bibliográficas 117

10. Equipe Técnica 119

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1. Introdução

Um longo período de estiagem, a falta de investimentos na ampliação da capaci-

dade geradora da então concessionária Light e o franco processo de industrialização e

urbanização que se verificava nos anos 50, formavam um contexto preocupante em

relação à garantia da oferta de energia para as regiões sul e sudeste do país.

Várias missões economicas que estiveram no Brasil naquela época enfatizaram a

proposta de criação de uma empresa de economia mista, com participação majoritária

do Estado, como alternativa para solucionar a necessidade de formação de recursos

técnicos e de capital para garantir a expansão da oferta de energia.

Seguindo esse modelo, foi constituída em 1953 a USELPA – Usinas Elétricas do

Paranapanema, com 7,7 milhões de dólares do Banco Mundial, recursos da Estrada de

Ferro Sorocabana e a integração de cinco pequenas empresas particulares de energia,

que passou a investir no aproveitamento hidrelétrico do rio Paranapanema. Mas o fato

que efetivamente dotou o setor de apreciável fonte de recursos foi a institucionalização

do Plano de Eletrificação Estadual, do governo de São Paulo, somado à criação do

imposto único federal sobre energia elétrica.

A escolha feita, naquele momento, pela hidroeletricidade, se deveu, em grande

parte, pela ausencia na região sudeste de opções de fontes energéticas, como o carvão,

disponível apenas na região sul, ou o petróleo, devido à baixa oferta então existente do

produto. Já os recursos hídricos eram abundantes e apresentavam grande potencial

para o seu aproveitamento energético.

A sucessão de obras hidráulicas voltadas à produção de energia que se dá a partir

desse período em todo o país, mais particularmente nas regiões sudeste e sul, caso do

rio Paranapanema com as usinas de Salto Grande, Chavantes, Jurumirim e Capivara

num primeiro momento, e posteriormente com Rosana, Taquaruçu e Canoas I e II,

suscitou a afirmação de uma cultura “barragista” no âmbito da engenharia nacional,

que marcou por muitos anos o modelo energético brasileiro.

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Em virtude das circunstâncias históricas envolvidas na construção das usinas hi-

drelétricas, ainda que transtornos causassem à região onde eram instaladas, em geral

eram vistas com um certo charme desenvolvimentista, com seus reservatórios a valori-

zarem atributos paisagísticos das regiões onde se inseriam. Os reservatórios, pouco

tempo depois, começavam a ser procurados pricipalmente para atividades de lazer e

turismo, a exemplo de Salto Grande e de Barra Bonita, para mencionarmos apenas o

estado de São Paulo.

Essa situação de certa forma invertia o sentido impactante inicial das obras, para

uma nova perspectiva de valorização das terras marginais em virtude das amplas pos-

sibilidades de uso alternativo da água, oferecidas pelos investimentos realizados no

barramento e consequente estabilização do nível d´água.

Caso típico dessa situação é a UHE Chavantes, segundo aproveitamento hidrelé-

trico do rio Paranapanema, iniciada em 1958, concomitantemente com a conclusão

das obras da UHE Salto Grande. A localização do seu barramento ocasionou a inunda-

ção de um grande trecho do rio Itararé, principal afluente do rio Paranapanema na

região, o que propiciou a formação de um reservatório que se assenta na transição de

três formas distintas de relevo, ou seja, o Segundo Planalto, as Escarpas Arenito Basálticas

e o Terceiro Planalto, pelo lado do Paraná; e a Depressão Periférica, as Cuestas Basálticas

e o Planalto Ocidental, pelo lado de São Paulo.

Essa particular circunstância geográfica faz com que o espelho d´água formado, que

se insinua pelos inúmeros vales recortados, ora em terrenos mais amplos e planos, ora

em relevos escarpados e fechados, seja considerado uma situação ímpar dentre os reser-

vatórios existentes, no que diz respeito à sua beleza paisagística e ao seu apelo turístico.

As evidências desse potencial são os inúmeros projetos de lazer e turismo já implantados

em suas margens e as expectativas de crescimento da atividade turística em todos os

municípios banhados pelas águas do reservatório. Contribuem ainda para o seu atrativo

a qualidade e transparência de suas águas, fator de extrema relevância para as atividades

de contato direto com a água como também para a geração de energia.

Porém, as características que conferem alto atrativo para o reservatóro da UHE

Chavantes, por outro lado, demandam atenção para com as formas e intensidade de

utilização de suas águas e margens. A vasta ocorrência de altas declividades e solos com

alta suscetibilidade à erosão são fatores limitantes à urbanização que vem se desenca-

deando nas margens. A falta de iniciativas efetivas no controle de efluentes domésticos

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e da atividade rural, já vem apresentando sinais de degradação da qualidade da água

próximo aos núcleos urbanos, nas cabeceiras do reservatório e esparsamente pelas

áreas rurais. Sintomas de um procedimento inadequado dos ocupantes e visitantes da

região em relação ao precioso recurso natural.

Tais são alguns dos apectos relevantes encontrados na realização do presente tra-

balho, cujo principal objetivo é o de propor o ordenamento do uso do solo e das águas

do reservatório com a preocupação de estimular o uso racional e sustentado dos recur-

sos naturais aí existentes. Partindo da experiência da equipe técnica envolvida e con-

tando com as contribuições trazidas pelos debates e contatos realizados diretamente

com os municípios, o Plano de Uso e Ocupação da UHE Chavantes propõe um

ordenamento territorial das margens e ilhas do reservatório, na forma de um

zoneamento e normas específicas, os quais subsidiarão a ação empresarial e a formula-

ção posterior de normas reguladoras a serem instituídas pelos poderes públicos direta-

mente envolvidos, estadual e municipal.

Este Plano integra uma série de mesma natureza, que a Duke-Energy International,

Geração Paranapanema S/A, doravante referida por Duke-Energy, vem desenvolven-

do para os seus aproveitamentos hidrelétricos no rio Paranapanema, em consonância

com sua política empresarial para com o meio ambiente e com diretrizes estabelecidas

pelos órgãos ambientais e pelas agências reguladoras nacionais.

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2. Aspectos Metodológicos

Este trabalho caracteriza-se por uma síntese do conhecimento já produzido pela

concessionária na área objeto deste Plano. Tal conhecimento não se apresentava de

forma estruturada e adequada ao trabalho de planejamento, uma vez que se compu-

nha por diferentes documentos realizados para diferentes objetivos e em diferentes

ocasiões. Dar coerência às informações disponíveis, portanto, foi o nosso primeiro pas-

so. A partir da integração dos dados secundários obtidos foi possível identificar os as-

pectos significativos para a formulação das diretrizes do Plano e a elaboração do

zoneamento preliminar. Complementarmente ao trabalho de integração e síntese dos

dados obtidos foi realizada atividade de campo para atualização das informações utili-

zadas, obtenção de novas informações e checar as hipóteses formuladas.

Os resultados parciais foram discutidos e consensados com a equipe técnica da

concessionária e posteriormente apresentados e discutidos com os prefeitos dos muni-

cípios envolvidos. Foram realizadas quatro reuniões, uma primeira com a equipe téc-

nica, outra com os representantes dos municípios do estado do Paraná, uma terceira

com os representantes dos municípios do estado de São Paulo e outra ainda com a

Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, gestora da APA de

Tejupu, localizada na Área de Influência deste Plano. Nessas reuniões foram apresenta-

dos todos os aspectos considerados na elaboração deste trabalho, bem como a proposta

preliminar de zoneamento. Em particular nas reuniões com os municípios, visando a

fase seguinte, de revisão das hipóteses e elaboração final do trabalho, foram solicitadas

informações relativas à existência de normas municipais referentes ao controle do uso

do solo e às condições de saneamento dos municípios. As fontes de informação utiliza-

das são discriminadas a seguir:

I. Documentos técnicos disponibilizados pela Duke-Energy:

• Cópia em papel de imagem de satélite 1:100.000 da UHE Chavantes;

• Arquivo digital base planialtimétrica esc. 1:250.000;

• Arquivo digital imagem de satélite da bacia do Paranapanema;

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• Duke-Energy International, Geração Paranapanema S/A. Levantamento

do Uso e Ocupação das Bordas. Volumes I, II, III,IV, V, VI tomo I, VI tomo II

e VII. Relatório. Dezembro de 2001;

• ___________________. Dados Relativos do Reservatório: geração

Paranapanema;

• _____________________. Planta Geral da UHE Chavantes: estradas;

• Duke-Energy International, Geração Paranapanema S/A / DFreire

Consultoria Ambiental. UHE Chavantes: programas para o meio

socioeconômico. Relatório. Maio 2002;

• _____________________. Levantamento e Caracterização do Meio Físico

nas Bacias de Contribuição do Reservatório da UHE Chavantes – SP. Relató-

rio de andamento II. Março 2002;

• _____________________. Meio Sócioeconômico na Bacia de Contribuição

do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes. 2º relatório de anda-

mento. Abril 2002;

• _____________________. Meio Sócioeconômico na Bacia de Contribuição

do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes. 1º relatório de anda-

mento. Março 2002;

• _____________________.Propostas de Programas Ambientais, in Relatório de

Licenciamento Ambiental UHE Chavantes, volumes 1 e 2. Setembro de 2002;

• CESP. Canteiro de Obras da Usina Chavantes. Planta geral escala 1:5.000

Junho 1991.

II. Documentos enviados pelas prefeituras dos municípios que com-

põem a área de influência do Plano de Uso e Ocupação

Os documentos aqui apresentados referem-se a informações fornecidas pe-

las prefeituras dos municípios abaixo relacionados.

Município de Ribeirão Claro- PR

Foram enviadas as seguintes leis e decreto municipais, que não apresentam

implicação com o Plano ora proposto:

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• Lei 227/89 que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos;

• Lei 240/89 que dispõe sobre o zoneamento (sem o respectivo mapa);

• Lei 257/90 que dispõe sobre o código de obras do município;

• Lei 045/2001 que dispõe sobre o perímetro urbano do município;

• Decreto n° 164/91 que dispõe sobre a sistemática de aplicação de multas.

As demais informações foram consideradas no Plano de Uso e Ocupação:

• Lei 177/2000, que define áreas possíveis de enquadramento no perímetro

urbano e estipula condições para a implantação de loteamentos e condomí-

nios nas margens da represa Chavantes: permite construções e desmembra-

mentos de áreas com declividade igual ou superior a 45%, quando a Lei

Federal estipula 30% e estabelece um termo de compromisso de plantio de

80% da área de uso privativo e comum, excluindo-se o arruamento.

• Alvará de licença provisória da Pousada da Ilha, situada na ilha 54, com o

objetivo de informar a localização do empreendimento.

• Lei 068/97, que aprova o loteamento urbano denominado “San Marino”,

que se situa nas proximidades do “Patrimônio da Cachoeira”. Tal empreen-

dimento totaliza 96 lotes, em sua maioria com área entre 300 a 400 m2. A lei

obriga a implantação de infraestrutura entendida como: rede de água, ele-

trificação e meio-fio e isenta da cobrança de taxas e impostos municipais no

exercício de 1998 os lotes que não foram vendidos.

• Cópia da planta de situação do condomínio “Costa do Itararé”, que por falta

de referências cartográficas, não permite sua identificação em mapa.

• Ofício 007/2002 informando a Duke-Energy que o nível de atendimento

por água e esgoto no distrito de Cachoeira do Espírito Santo é de 100% e

que o esgoto se destina a uma lagoa de estabilização.

• Ofício 005/2002 informando a Duke-Energy sobre a existência de coleta

seletiva de lixo em todos os patrimônios do município, que são destinados à

usina de reciclagem e compostagem, e também sobre a existência de siste-

ma de tratamento de efluentes nas indústrias e coleta de lixo hospitalar e

sua queima sanitária.

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Município de Carlópolis - PR

Foi a seguinte a documentação municipal enviada e analisada:

• Ofício 421/2002 informando a Duke-Energy sobre o sistema de esgoto e

destinação de resíduos sólidos.

• Plano de uso e ocupação do solo, que não apresenta implicações com o

Plano ora proposto, pela forma genérica com que trata a questão.

• Lei 345/96, que dispõe sobre a área do perímetro urbano do município de

Carlópolis.

• Lei 346/96, que dispõe sobre o zoneamento de uso e ocupação do solo do

município (sem o respectivo mapa).

• Lei 347/96, que institui normas sobre o sistema siário básico na área urbana

do município de Carlópolis.

• Lei 348/96, que institui normas gerais que visam regulamentar a lei de ur-

banismo, no que diz respeito à aprovação de projeto de parcelamento, alvarás

de construção, alvarás de licença de funcionamento e localização.

• Lei 349/96 (Código de Posturas), que dispõe sobre a utilização do espaço do

município e o bem estar público.

• Lei 350/96 (Código de Obras), que dispõe sobre o código de obras do muni-

cípio.

• Lei 351/96, que dispõe sobre o meio ambiente do município.

• Lei 352/96, que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos.

• Lei 353/96, que institui os procedimentos administrativos referentes à legis-

lação urbanística.

• Lei 354/96, que altera o estatuto dos funcionários públicos municipais.

• Ofício 458/2002 encaminhando proposta de zona urbana e de expansão

urbana.

Da coletânea de leis apresentadas, têm implicações sobre o presente Plano:

• § 3º do Art. 14 da Lei 346/96: ZEL (Zona Especial de Lazer) – destina-se às ativida-

des de lazer e turismo, onde será permitida a instalação de equipamentos afins,

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desde que sejam indispensáveis e compatíveis com o uso e executados de acordo

com as normas ambientais. Trata-se da área entre a represa e a avenida turística.

• § único do Art. 14 da Lei 351/96: nos loteamentos de lazer transformados

em urbanos a requerimento dos interessados deverá ser mantida uma faixa

non aedificandi e de preservação ambiental de 30,00 metros de largura nas

margens da represa.

• Art. 2º da Lei 352/96: só será permitido o parcelamento do solo para fins

urbanos do imóvel situado na área urbana do município, ou de lazer situa-

dos às margens da represa transformados em urbano, a requerimento do

interessado, os quais terão uma faixa de 30,00 metros de largura para a

preservação ambiental.

• Inciso I do Art. 7º da Lei 352/96: só poderão ser loteadas glebas com acesso

direto à via pública, ou áreas situadas às margens da represa, transformadas

em urbanas.

• Art. 14 da Lei 352/96: fica aprovado o Plano de Desenvolvimento Turístico

de Carlópolis, elaborado em 1995, que regerá todas as questões relativas ao

turismo no município de Carlópolis. Esse plano define objetivos e diretrizes

para o desenvolvimento turístico do município. Estabelece 5 (cinco) distri-

tos – para os quais são definidos os usos a serem incentivados e 2 (duas)

zonas básicas – a zona “urbana” e a “beira lago”. O plano foi compatibilizado

com o trabalho ora proposto, lembrando que este último tem caráter regio-

nal e, portanto, não impede o plano municipal mais detalhado.

• A Lei 345/96, que dispõe sobre o perímetro urbano do município tem impli-

cações no Plano, visto estar sua área urbana contida na área objeto do

zoneamento.

Foram enviadas ainda as características e, posteriormente, a identificação

em mapa dos seguintes empreendimentos imobiliários aprovados pelo mu-

nicípio e já implantados, e por este motivo considerados no Plano proposto:

• Residencial Ilha Bela;

• Loteamento Água Viva;

• Loteamento Lagoa Azul I e II;

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• Loteamento Água Branca;

• Clube Vale dos Sonhos;

• Caravela Country Club;

• Prainha – área de lazer pública.

Sobre a Ilha 13 – destinada a projetos voltados ao lazer e turismo municipal – foi

enviada informação a respeito de sua aquisição.

Foi considerada também a proposta de zona de expansão urbana.

Município de Siqueira Campos - PR

Foram os seguintes os documentos enviados e analisados:

• Ofício 062/2002 – DMARN, informando a Duke-Energy a respeito de: encami-

nhamento da legislação ambiental; não existência de interesse na implantação

de algum empreendimento imobiliário às margens da UHE Chavantes; informa

ainda que a coleta de resíduos no distrito de Alemoa é feita duas vezes na sema-

na e levada para aterro sanitário municipal (Bairro de Barreirinho); que o esgo-

to é destinado a fossas individuais e a respeito do abastecimento de água, coleta

e destinação de esgoto e resíduos sólidos na zona urbana do município.

• Lei Orgânica do Município de 1990, sem implicações sobre o Plano aqui

apresentado.

• Lei 002/97, que dispõe sobre a organização administrativa da Prefeitura

Municipal de Siqueira Campos, sem implicações sobre o Plano aqui apre-

sentado.

• Planta planialtimétrica do distrito de Alemoa, na escala 1:5.000, considera-

da no zoneamento proposto.

Município de Salto do Itararé - PR

A documentação enviada e analisada foi a seguinte:

• Ofício à Duke-Energy, informando a respeito de abastecimento de água,

coleta e destinação de esgoto sanitário e resíduos sólidos.

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• Lei 367/97, que dispõe sobre o meio ambiente do município, que, de modo

geral, corrobora os critérios adotados no zoneamento proposto.

• Lei 368/97, que dispõe sobre a utilização do espaço do município; se asse-

melha a um código de posturas e não tem implicações com o Plano proposto.

• Lei 371/97, que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos, que,

de modo geral, corrobora os critérios adotados no zoneamento proposto.

• Decreto 5/69 e projeto de lei, definindo o perímetro urbano do município

(sem planta correspondente), com implicação direta sobre o Plano proposto.

• Projeto de Lei, que dispõe sobre o zoneamento de uso e ocupação do solo na

área urbana do município, cria uma Zona Especial de Preservação Ambiental

(ZEP) correspondente à faixa de proteção de fundos de vale, incluindo as

margens do rio Itararé, coincidindo em seu conceito com a APP – Área de

Preservação Permanente, instituída por legislação federal, o que está consi-

derado no Plano proposto.

• Anteprojeto de lei de regulamentação de procedimentos administrativos,

sem implicações sobre o Plano proposto.

Município de Chavantes – SP

• Foi enviado o ofício 122/10/02 comunicando que o município não possui

legislação específica de uso do solo, plano diretor ou plano urbanístico e

encaminhando mapa geral do município.

Município de Piraju – SP

• Perímetro urbano do distrito de Piraju.

• Perímetro urbano do distrito de Tibiriçá do Paranapanema.

• Lei nº 2567 que regula os dispositivos da Lei Municipal nº 2058/96, no que

se refere às normas de parcelamento do solo urbano no município, sem

implicações no Plano aqui proposto.

• Informações sobre a situação do saneamento.

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• 2 mapas contendo perímetro urbano e sistema viário municipal.

• Planta de loteamento Fazenda Santa Terezinha.

Município de Timburi - SP

• Foi enviado o ofício CT/043/2002 da Duke-Energy para o Prefeito de Timburi,

solicitando cópia do contrato de concessão de uso de uma área localizada às

margens do reservatório de Chavantes, para implantação de área de lazer

pública. No mesmo ofício solicita cooperação do município para regulariza-

ção da área que apresenta ocupações irregulares.

Município de Fartura - SP

• Foi enviada a Lei 825/95, que transforma a ilha 08 em zona urbana, sem

maiores informações; o que foi considerado no Plano proposto.

III - Outras fontes pesquisadas:

• IPEA; IBGE; PARANACIDADES; IAP; SANEPAR; SMA/SP; CETESB – SP.

• Reunião na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, no dia 23/

09/02, para a troca de informações a respeito da APA de Tejupá, que envol-

ve a maior parte da área de influência do reservatório no estado de São

Paulo, da qual se concluiu que a Secretaria não está desenvolvendo, no

momento, os estudos para a regulamentação da APA, motivo pelo qual a

proposta desenvolvida neste plano será analisada e provavelmente incorpo-

rada à regulamentação da APA.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 17

3. Informações Geraisdo Empreendimento

A UHE Chavantes se situa a jusante da UHE Jurumirim, a 2km da confluência do

rio Paranapanema com o rio Itararé. O eixo do barramento localiza-se nos municípios

de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR). Além desses, foram ainda inundadas terras

de Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Coronel Macedo, Fartura, Ipauçu,

Itaporanga, Piraju, Taguaí e Timburi, em São Paulo e de Carlópolis, Salto de Itararé,

Siqueira Campos e Santana do Itararé, no Paraná.

O projeto de aproveitamento hidrelétrico de Chavantes se dá, assim como os de

Salto Grande e Jurumirim, seus contemporâneos, num contexto de escassez de ener-

gia disponível para a industrialização e urbanização que se verificava nos anos 50. A

situação de escassez, em parte motivada pela não ampliação da capacidade geradora da

Light – empresa então responsável pelo fornecimento de energia para os estados de

São Paulo e Paraná – adquiriu contornos alarmantes devido ao longo período de estia-

gem ocorrido entre 1952 a1955.

Várias missões econômicas norte-americanas que estiveram no Brasil naquela

época reiteravam a proposição da criação de uma empresa de economia mista, com

participação majoritária do estado, para contornar os problemas decorrentes dos bai-

xos investimentos privados na geração, devido à falta de atrativo econômico.

Assim, em 1953, é constituída a USELPA – Usinas Elétricas do Paranapanema,

com capacidade instalada de geração de apenas 25, 6 MW. Através da lei 2308/54, que

criou o imposto único sobre energia elétrica, o estado passou a contar com recursos,

somados a financiamentos externos, para levar à frente o então Plano de Eletrificação

Estadual. A ausência de carvão no estado de São Paulo, a pequena oferta de petróleo

no país naquele momento e a abundância de recursos hídricos levaram naturalmente

o estado a optar pelo modelo hidrelétrico na expansão da oferta de energia para o

processo urbano e industrial em marcha.

As obras da UHE Chavantes tiveram início em abril de 1958, quando era inaugu-

rada a UHE Salto Grande. Devido às características do relevo no local do empreendi-

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 18

mento, a inundação para a formação do reservatório ocorreu principalmente no rio

Itararé, que apresenta vale mais aberto, uma vez que o rio Paranapanema é muito

encaixado. Daí o primeiro nome da usina ter sido UHE Itararé, posteriormente modifi-

cada para UHE Chavantes em virtude do nome da cidade onde se situam as instalações

de geração.

Em 1966, com a criação da CESP-Companhia Energética de São Paulo, que incor-

porou a USELPA e mais dez empresas concessionárias de energia, a usina hidrelétrica

Chavantes pode finalmente ser concluída, com o primeiro grupo gerador entrando em

operação em 1970.

Para a formação das estruturas de geração, constituídas pelo canteiro de obras,

usina e reservatório, foram afetadas 1.512 propriedades, perfazendo um total de 45.944

ha desapropriados, sendo 61% no estado do Paraná e 39% no estado de São Paulo.

Outras informações:

• Entrada em operação: primeiro grupo gerador em 1970 e último grupo ge-

rador em 1971;

• Comprimento total da barragem: 500 m.

• Perímetro do reservatório: 1085 km.

• Bacia hidrográfica: ~10.000km2.

• Volume útil: 3.045 x 106 m3.

• Volume máximo: 8.750 x 106 m3.

• Potência instalada (4 turbinas): 414 MW.

• Queda bruta: 72,8 m.

• Cotas: NA máximo normal: 474,00m; NA máximo maximorum 475,50m.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 19

4. Diagnóstico da Áreade Influência do Reservatório

4.1 Definição da Área de Influência

Para efeito dos estudos referentes ao diagnóstico que converge para o Plano de

Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes, a área de influência refere-se à

parte da bacia de contribuição que se relaciona mais diretamente ao reservatório e tem

como principal contribuinte o rio Itararé, além do próprio Paranapanema.

O recorte obedece também critérios sócio-econômicos, motivo pelo qual a área

de influência vai além da bacia de contribuição, sobrepondo-se à bacia de contribuição

da UHE Salto Grande, dada a influência que Ourinhos (SP) e Jacarezinho (PR) exer-

cem sobre a região. Ourinhos e Jacarezinho são núcleos urbanos bem desenvolvidos e

sede de microrregiões geográficas1 .

Os municípios que tiveram terras inundadas pelo reservatório estão presentes na

área de influência. São eles: Ribeirão Claro, Carlópolis, Salto do Itararé, Siqueira Cam-

pos e Santana do Itararé, no Paraná; e Chavantes, Ipauçu, Bernardino de Campos,

Piraju, Timburi, Fartura, Taguaí, Coronel Macedo, Barão de Antonina e Itaporanga,

em São Paulo.

O limite sul da área de influência aqui considerada foi estabelecido em função dos

municípios que tiveram terras inundadas e da distância do limite em relação ao reman-

so do reservatório no rio Itararé, limite para além do qual entendemos não haver influ-

ência relevante na área objeto do presente Plano de Uso e Ocupação.

A Prancha 01 refere-se à Área de Influência do Plano de Uso e Ocupação do Reser-

vatório da UHE Chavantes, sobre a qual são apresentadas as informações relativas ao

meio físico e aos estudos sócio-econômicos e urbanísticos.

(1) Divisão adotada pelo IBGE

Page 20: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 20

Inserir Prancha 01

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 21

4.2 Caracterização da Área de Influência do Reservatório

4.2.1 Desenvolvimento Regional e Urbano

A história registra o processo de ocupação da região desde meados do século XIX,

com a ocupação de migrantes vindos tanto da direção nordeste – São Paulo e Minas

Gerais – em busca de terras férteis para a agricultura, que se soma à migração de um

período anterior, movida pelas riquezas extrativas como o ouro e pedras preciosas.

Os rios sempre exerceram papel fundamental no desbravamento do interior. Com

o rio Itararé, que a partir de 1853 passou a constituir divisa entre os estados do Paraná

e São Paulo, e o rio Paranapanema, não foi diferente. Desde as primeiras entradas e

bandeiras, os paulistas oriundos de São Vicente e Cananéia lançavam às margens do

Itararé, do Paranapanema e de outros importantes cursos d’água os fundamentos de

povoados que se transformaram posteriormente em importantes centros urbanos.

Do lado do Paraná, os municípios de Carlópolis, Ribeirão Claro e Siqueira Cam-

pos são os mais antigos e também os mais desenvolvidos. Salto do Itararé e Santana do

Itararé emanciparam-se mais recentemente, na década de 1960.

Os três municípios nasceram e cresceram sob a égide da cultura do café, a princi-

pal atividade econômica da localidade, como uma espécie de prolongamento das la-

vouras cafeeiras de São Paulo, que se estendiam pelo Paraná através da região norte do

Estado.

O desenvolvimento no território paulista impulsionou a ocupação no norte do

Paraná, como zona de expansão cafeeira tanto pelo crescimento urbano das regiões de

Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto que aumentou a demanda por alimentos, redu-

zindo relativamente as terras dedicadas ao plantio do café, como pelo problema da

praga agrícola e do esgotamento dos solos naquelas regiões paulistas. Tal situação é

reforçada por uma política do governo paranaense de venda de terras previamente

loteadas a preços baixos, desenvolvida durante a década de 1920, que consistiu no

conhecido desenvolvimento do Norte Pioneiro.

Na passagem do século XIX para o XX, a indústria dá seus primeiros passos na

região. Em 1890, José Pereira da Silva transferiu-se de Avaré, estado de São Paulo,

para a Fazenda Cachoeira, no então município de Taquaral, hoje Ribeirão Claro, onde

fundou uma fazenda de café e uma indústria com maquinário a vapor, que foi a pri-

meira máquina do gênero que se tem notícia, a ser instalada no estado do Paraná.

Page 22: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 22

Fundado por famílias oriundas de Minas Gerais, o município de Siqueira Cam-

pos, denominou-se inicialmente Colônia Mineira. Tem-se como referência o ano de

1843 como a primeira penetração de brancos no seu território; em 1920 foi criado o

município de Colônia Mineira, passando a Siqueira Campos em 1930.

Carlópolis nasce e inicia seu desenvolvimento como prolongamento das lavouras

cafeeiras paulistas. Em 1907, conforme notícia divulgada por um periódico de Curitiba,

o distrito de Jaboticabal (denominação anterior de Carlópolis) apresentava notável

desenvolvimento, com um comércio bem movimentado e importante parque industri-

al, onde se destacam as serrarias, funilarias, ouriversarias, alambiques de aguardente

de cana e diversos outros.

Do lado de São Paulo, a história do povoamento está ligada à vinda da Itália, em

1843, de quatro religiosos para a catequese dos indígenas que povoaram as terras do

Barão de Antonina, José da Silva Machado, senhor de extensas sesmarias no sul de São

Paulo e Norte do Paraná.

Frei Pacífico de Monte Falco, um dos quatro religiosos, passou a ser responsável

pela zona compreendida entre o rio Verde e o Itararé, então habitada pelos índios

Caiuás que emigraram do norte do Paraná, em virtude do afluxo bandeirante. Em

1844, o frei, acompanhado de um casal de africanos, funda o núcleo populacional do

qual resultaria o município de Itaporanga.

Piraju, antiga São Sebastião do Tijuco Preto, data de 1860, fundada pela família

Arruda, que partiu de Tietê, passando pela região de Avaré, Cerqueira César e São

Bartolomeu, encontrando, no entanto, às margens do ribeirão Cateto, onde se fixa-

ram, duas outras famílias, a dos Gracianos e Faustinos, muito provavelmente oriundas

da região de Itaporanga. É elevada à categoria de vila em 1880, sendo criado o municí-

pio em terras desmembradas de Itaporanga.

Fartura fez parte inicialmente de São João Batista do Rio Verde (Itaporanga), e

posteriormente de São Sebastião do Tijuco Preto (Piraju).

Chavantes, Ipauçu e Bernardino de Campos têm suas histórias mais ligadas à

penetração de paulistas através de Avaré, constituindo terras desmembradas de Santa

Cruz do Rio Pardo.

A estrada de ferro Sorocabana reorganiza o território, na primeira década do sé-

culo XX, impulsionando as localidades de Piraju e Chavantes, entre Avaré e Ourinhos.

Page 23: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 23

Esta última passa a ser um importante entroncamento de ferrovias; uma que parte

para o oeste paulista, uma que estabelece a ligação com a localidade central do norte

do Paraná – Londrina – e outra para o sul do Paraná, conectando-se com Ponta Grossa.

A expansão agrícola da região continua acelerada até aproximadamente 1959. O

período entre 30 e 50 marca o longo período de transição e estruturação do desenvol-

vimento industrial no sul do Brasil, quando se inicia a mecanização no campo, a

agroindústria e crescem os núcleos urbanos.

A década de 1950 marca a mudança no processo de acumulação capitalista, com

a implantação da indústria de base e das condições materiais para transformação das

atividades econômicas urbanas. É dessa época a expansão do rodoviarismo, principal-

mente no estado de São Paulo e a ampliação da capacidade de geração de energia

elétrica no país. A Usina Hidroelétrica de Chavantes (antiga Itararé), iniciada em 1958,

como parte do Plano de Eletrificação do Estado de São Paulo, elaborado entre 1953 e

1956, insere-se nesse contexto. A rodovia Raposo Tavares é outro fator de estruturação

regional.

A transição para uma industrialização mais moderna, com o crescimento da in-

dústria pesada de bens de consumo duráveis e dos processos correlatos de mecanização

no campo e a extensão da legislação trabalhista para a atividade rural, provoca um

êxodo rural nos dois estados: São Paulo e Paraná.

Na área de estudo, pode-se observar um aumento significativo da participação da

população urbana em relação à população total em todos os municípios a partir da

década de 50. A grande maioria dos municípios apresenta tanto de um lado como de

outro, população acima de 10.000 habitantes já em 1950, porém menor que 20.000

habitantes com exceção de Piraju, indo permanecer até o Censo de 2000 nessa ordem

de grandeza entre 10 e 20 mil habitantes. Os poucos municípios que chegam em 2000

com menos de 10.000 habitantes são os que se emanciparam em sua maioria na déca-

da de 60. Fato importante a se notar é que o conjunto de municípios que compõe a

área de estudo tanto no estado de São Paulo como no Paraná não perde população

total, ainda que quase a metade deles apresentem taxas de crescimento negativo no

último período. (Tabelas 1, 2, 3a e 3b).

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 24

Tabela 01 – População residente (total, urbana, rural) e taxa de crescimento anual – 1991/ 2000 para osmunicípios da área de influência.

Municípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São Paulo Pop. TotalPop. TotalPop. TotalPop. TotalPop. Total Nº de habitantes em 01/8/2000Nº de habitantes em 01/8/2000Nº de habitantes em 01/8/2000Nº de habitantes em 01/8/2000Nº de habitantes em 01/8/2000 CrescimentoCrescimentoCrescimentoCrescimentoCrescimento(Margem direita)(Margem direita)(Margem direita)(Margem direita)(Margem direita) em 1991em 1991em 1991em 1991em 1991 TotalTotalTotalTotalTotal UrbanaUrbanaUrbanaUrbanaUrbana RuralRuralRuralRuralRural anual (%)anual (%)anual (%)anual (%)anual (%)

Barão de Antonina 3.028 2.794 1.648 1.146 -0,89Bernardino de Campos 10.049 10.711 9.311 1.400 0,71Chavantes 14.160 12.190 10.436 1.754 -1,65Coronel Macedo 5.750 5.584 4.006 1.578 -0,32Fartura 14.333 15.007 11.378 3.629 0,51Ipauçu 11.406 12.553 11.030 1.523 1,07Itaporanga 14.412 14.316 9.892 4.424 -0,07Piraju 26.076 27.871 24.274 3.597 0,74Taguai 6.428 7.450 6.395 1.055 1,65Timburi 2.850 2.733 1.814 919 -0,46

Total 108.492 111.209 90.184 21.025

Municípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do Paraná(Margem esquerda)(Margem esquerda)(Margem esquerda)(Margem esquerda)(Margem esquerda)

Carlópolis 12.357 13.303 8.346 4.957 0,82Ribeirão Claro 11.385 10.906 6.796 4.110 -0,48Salto do Itararé 6.360 5.549 3.419 2.130 -1,50Santana do Itararé 5.414 5.632 3.463 2.169 0,44Siqueira Campos 14.226 16.002 11.771 4.231 1,32

Total 49.742 51.392 33.795 17.597

Fonte: IBGE – Censos Demográficos São Paulo e Paraná de 1991 e 2000.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 25

Tabela 02: Densidade demográfica dos municípios da área de influência.

População totalPopulação totalPopulação totalPopulação totalPopulação total Área total doÁrea total doÁrea total doÁrea total doÁrea total do DensidadeDensidadeDensidadeDensidadeDensidadeem 01.08.2000 em 01.08.2000 em 01.08.2000 em 01.08.2000 em 01.08.2000 (1) município em kmmunicípio em kmmunicípio em kmmunicípio em kmmunicípio em km2 2 2 2 2 (2) demográfica (hab/kmdemográfica (hab/kmdemográfica (hab/kmdemográfica (hab/kmdemográfica (hab/km22222)))))

Municípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloBarão de Antonina 2.794 154,9 18,04Bernardino de Campos 10.720 244,0 43,93Chavantes 12.190 187,7 64,96Coronel Macedo 5.584 304,5 18,34Fartura 15.007 429,3 34,96Ipauçu 12.553 209,1 60,02Itaporanga 14.316 507,9 28,19Piraju 27.871 505,2 55,17Taguai 7.450 145,8 51,11Timburi 2.733 197,2 13,86

TotalTotalTotalTotalTotal 111.218111.218111.218111.218111.218 2885,462885,462885,462885,462885,46 38,5438,5438,5438,5438,54

Municípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do ParanáMunicípios do ParanáCarlópolis 13.303 451,4 29,47Ribeirão Claro 10.906 627,7 17,38Salto do Itararé 5.549 202,8 27,37Santana do Itararé 5.632 252,0 22,35Siqueira Campos 16.002 275,5 58,09

TotalTotalTotalTotalTotal 51.39251.39251.39251.39251.392 1809,21809,21809,21809,21809,2 28,4128,4128,4128,4128,41

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.( 1 ) Resultados preliminares do Censo 2000 (sujeito a alterações).( 2 ) Área: Os dados referentes a área dos municípios foram pesquisados no site do IBGE: www.ibge.gov.br

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 26

Tabela 03a: População residente total e urbana dos municípios do estado de São Paulo adjacentes à áreade influência - Censos de1950/1960/1970/1980/1991 e 2000.

19501950195019501950 19601960196019601960 19701970197019701970 19801980198019801980 19911991199119911991 20002000200020002000

Barão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de Antonina(1)

Total – – 4.351 3.952 3.028 2.794Urbana – – 697 1.319 1.576 1.648

Bernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposTotal 9.539 10.865 10.243 8.991 10.049 10.711Urbana 3.624 5.375 5.909 6.620 8.139 9.311

ChavantesChavantesChavantesChavantesChavantesTotal 11.870 12.651 10.885 12.981 14.160 12.190Urbana 2.924 4.222 5.407 8.224 9.744 10.436

Coronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel Macedo(2)

Total – – 5.782 6.345 5.750 5.584Urbana – – 1.070 2.798 3.522 4.006

FarturaFarturaFarturaFarturaFarturaTotal 13.413 13.047 12.477 12.813 14.333 15.007Urbana 2.153 3.874 4.430 6.538 9.237 11.378

IpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçuTotal 10.333 11.723 12.122 10.225 11.406 12.553Urbana 2.540 4.103 6.814 7.021 8.922 11.030

ItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaTotal 16.265 18.127 14.600 16.448 14.412 14.316Urbana 1.567 2.780 5.293 7.589 8.828 9.892

PirajuPirajuPirajuPirajuPirajuTotal 20.954 24.202 20.336 21.386 26.076 27.871Urbana 3.055 11.028 13.537 16.268 21.222 24.274

TaguaíTaguaíTaguaíTaguaíTaguaí(3)

Total – 4.815 5.618 5.733 6.428 7.450Urbana – 738 1.343 2.950 4.716 6.395

TimburiTimburiTimburiTimburiTimburiTotal 5.481 5.760 4.281 3.320 2.850 2.733Urbana 422 858 928 1.060 1.543 1.814

PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoTotal 87.855 101.190 100.695 102.194 108.492 111.209Urbana 16.285 32.978 45.428 60.387 77.449 90.184

Fonte: IBGE - Censos Demográficos para os Estados de São Paulo e Paraná nos anos de 1950, 1970, 1980,1991 e 2000.IBGE - Sinopse Preliminar do Censo Agrícola para os Estados de São Paulo e Paraná do ano de 1960.

Notas:(1) Barão de Antonina tornou-se município em fev/1964(2) Coronel Macedo tornou-se município em fev/1964(3) Taguaí tornou-se município em fev/1959

Page 27: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 27

Tabela 03b: População residente total e urbana dos municípios do estado do Paraná adjacentes à área deinfluência - Censos de1950/1960/1970/1980/1991 e 2000.

19501950195019501950 19601960196019601960 19701970197019701970 19801980198019801980 19911991199119911991 20002000200020002000

CarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisTotal 6.738 12.472 15.569 13.532 12.357 13.303Urbana 1.035 2.655 4.473 5.271 6.519 8.346

Ribeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroTotal 13.272 15.111 14.706 12.573 11.385 10.906Urbana 1.953 3.532 4.634 4.748 6.098 6.796

Salto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do Itararé (4)

Total – – 7.383 7.476 6.360 5.549Urbana – – 1.696 2.368 3.142 3.142

Santana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do Itararé (5)

Total – – 7.525 7.527 5.414 5.632Urbana – – 1.290 2.569 2.716 3.463

Siqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposTotal 13.144 18.424 15.643 15.344 14.226 16.002Urbana 1.982 5.258 6.078 7.709 9.027 11.771

PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoTotal 33.154 46.007 60.826 56.452 49.742 51.392Urbana 4.970 11.445 18.171 22.665 27.502 33.795

Fonte: IBGE - Censos Demográficos para os Estados de São Paulo e Paraná nos anos de 1950, 1970, 1980,1991 e 2000.IBGE - Sinopse Preliminar do Censo Agrícola para os Estados de São Paulo e Paraná do ano de 1960.

Notas:(4) Salto do Itararé era distrito de Siqueira Campos em 1950 e 1960.(5) Santana do Itararé era distrito de Wenceslau Brás em 1950 e 1960.

Page 28: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 28

Salvo raras exceções, o produto interno bruto (PIB) dos municípios vem crescen-

do, com pequenas oscilações (Tabela 04).

Tabela 04: Produto interno bruto municipal (1970 – 1996) em US$ de 1998 dos municípios da áre deinfluência

19701970197019701970 19751975197519751975 19801980198019801980 19851985198519851985 19901990199019901990 19961996199619961996

São PauloBr. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de Antonina 5.990.726 7.031.796 6.766.248 7.432.020 13.999.686 16.997.689B. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de Campos 23.087.571 24.318.575 25.775.365 30.571.788 26.631.057 41.252.498ChavantesChavantesChavantesChavantesChavantes 33.204.138 44.419.270 36.003.367 42.925.074 41.693.301 66.099.556Cel. MacedoCel. MacedoCel. MacedoCel. MacedoCel. Macedo 22.012.086 21.490.315 15.787.677 19.753.022 25.356.636 33.134.880FarturaFarturaFarturaFarturaFartura 22.207.124 26.193.687 27.913.874 30.590.063 31.563.462 53.598.730IpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçu 27.272.408 25.668.333 27.268.445 43.929.707 35.859.705 58.480.557ItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporanga 24.822.225 29.113.188 43.619.074 38.386.894 25.042.578 45.628.538PirajuPirajuPirajuPirajuPirajuirajuirajuirajuirajuiraju 51.609.052 61.519.231 58.645.538 68.317.519 75.814.798 98.751.896TaguaíTaguaíTaguaíTaguaíTaguaí 9.293.946 13.411.344 14.737.879 15.009.811 20.070.573 37.786.000TimburiTimburiTimburiTimburiTimburi 8.002.573 7.222.451 6.305.249 6.866.005 9.675.986 15.872.118

Total estadoTotal estadoTotal estadoTotal estadoTotal estado 97.206.722.801 159.726.611.809 212.424.834.844 218.284.591.093 230.162.224.403 296.434.982.188

ParanáCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolis 19.722.033 26.357.193 35.001.283 38.702.869 25.130.822 26.035.067Ribeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão Claro 18.520.004 24.887.439 27.906.580 25.701.038 24.763.108 34.955.101Salto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do Itararé 8.494.786 12.058.288 12.428.883 14.939.799 8.591.495 13.055.063Santana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do Itararé 8.677.151 14.044.379 13.446.302 14.189.989 13.061.078 16.635.219Siqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira Campos 21.769.434 33.374.853 41.054.223 33.683.421 28.172.053 38.720.561

Total estadoTotal estadoTotal estadoTotal estadoTotal estado 13.387.412.486 26.137.779.870 32.550.602.343 38.143.319.203 40.315.824.389 46.072.471.714

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA.Obs: Para detalhes da construção dos dados ver TD com Metodologia de Estimação – IPEA – Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos – DIRUR.

A base econômica dos municípios que compõem a área de influência continua

sendo fortemente agropecuária. Entretanto, na maioria dos municípios situados no

estado de São Paulo, os dados indicam um crescimento dos outros setores da economia

em detrimento do setor primário.

Os municípios do estado do Paraná apresentam crescimento também nos outros

setores da economia, mantendo a supremacia do setor agropecuário (Tabelas 05a e b,

nas páginas a seguir).

Page 29: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 29

Tabe

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996

Page 30: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 30

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996

Page 31: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 31

A região é constituída por uma rede urbana bem equilibrada, assim como por um

sistema rodoviário bem distribuído. (Prancha 02).

O grau de urbanização dos municípios envolvidos situa-se entre 58 e 87% - ele-

vados, porém todos abaixo da média do estado a que pertencem, o que é perfeitamente

coerente com a base econômica da região.

Tabela 06: Grau de urbanização dos municípios da área de influência no período de 1950 - 2000.

Urbanização (%)Urbanização (%)Urbanização (%)Urbanização (%)Urbanização (%) 19501950195019501950 19601960196019601960 19701970197019701970 19801980198019801980 19911991199119911991 20002000200020002000

São Paulo 52,60 62,60 80,30 88,60 92,80 93,41

Br. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de AntoninaBr. de Antonina (1) - - 16,02 33,38 52,05 58,98B. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de Campos 37,99 49,47 57,69 73,63 80,99 86,93Coronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel Macedo (2) - - 18,51 44,10 61,25 71,74ChavantesChavantesChavantesChavantesChavantes 24,63 33,37 49,67 63,35 68,81 85,61FarturaFarturaFarturaFarturaFartura 16,05 29,69 35,51 51,03 64,45 75,82IpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçu 24,58 35,00 56,21 68,67 78,22 87,87ItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporanga 9,63 15,34 36,25 46,14 61,25 69,10PirajuPirajuPirajuPirajuPiraju 14,58 45,57 66,57 76,07 81,39 87,09TaguaiTaguaiTaguaiTaguaiTaguai (3) - 15,33 23,91 51,46 73,37 85,84TimburiTimburiTimburiTimburiTimburi 7,70 14,90 21,68 31,93 54,14 66,37

Paraná 25,00 30,6 36,10 58,60 73,36 81,42

CarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolis 15,36 21,29 28,73 38,95 52,76 62,74Ribeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão Claro 14,72 23,37 31,51 37,76 53,56 62,31Salto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do Itararé - - 22,97 31,67 49,40 61,61Santana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do Itararé - - 17,14 34,13 50,17 61,49Siqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira Campos 15,08 28,54 38,85 50,24 63,45 73,56

Fonte: IBGE, Censos Demográficos, Paraná e São Paulo, 1950 a 2000.Obs: Grau de urbanização = População urbana/rural x 100Notas: (1) Barão de Antonina tornou-se município em fev/1964.

(2) Coronel Macedo tornou-se município em fev/1964.(3) Taguai tornou-se município em fev/1959.

Page 32: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 32

A Tabela 07 ilustra a situação de atendimento por serviços dos municípios, confir-

mando o equilíbrio da rede urbana com destaque para Piraju no estado de São Paulo e

para Ribeirão Claro e Siqueira Campos no estado do Paraná.

Tabela 07: Número de estabelecimentos de ensino, número de hospitais e número de agências bancáriaspara os municípios da área de influência.

Educação Saúde Financeiro

Municípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São PauloMunicípios de São Paulo F M Hospitais UA Ag. Bancárias

Barão de Antonina 2 1 1 2 -Bernardino de Campos 7 1 1 5 2Chavantes 7 1 1 3 3Coronel Macedo 3 1 1 2 -Fartura 13 2 1 4 3Ipauçu 5 3 1 3 1Itaporanga 10 3 1 2 2Piraju 13 4 1 10 5Taguai 4 1 1 2 -Timburi 2 1 0 1 1

Total 66 18 9 34 17

Municípios do ParanáCarlópolis 8 1 1 4 -Ribeirão Claro 18 1 1 11 1Salto do Itararé 10 1 1 2 -Santana do Itararé 3 1 1 2 -Siqueira Campos 18 1 1 10 1

Total 57 5 5 29 2

Onde: FFFFF = Ensino fundamental/MMMMM = Ensino médio/ UAUAUAUAUA = Unidades ambulatoriais

Fonte: IBGE – http://www.ibge.gov.br - 08/11/2001

Page 33: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 33

Inserir Prancha 02

Page 34: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 34

O processo sócio-econômico-urbanístico aqui analisado, donde se destacam o

desenvolvimento da rede urbana e do sistema viário e de serviços na área de influência

do reservatório, aliado à proximidade de centros urbanos regionais como Ourinhos,

além da qualidade paisagística do próprio reservatório, que lhe confere apelo turístico,

tem induzido os municípios à abertura de loteamentos voltados para o lazer na borda

do reservatório.

Com exceção dos municípios de Timburi (SP), que se situa na APA Tejupá e pos-

sui seus limites que são voltados para o reservatório em terras escarpadas e cobertas

por vegetação arbórea, e dos municípios ao sul, mais afastados da região mais urbanizada,

como Salto do Itararé (PR), Santana do Itararé (PR), Barão de Antonina (SP) e

Itaporanga (SP), os outros apresentam acelerado processo de ocupação das margens

do reservatório.

Não obstante às características físicas dos solos que compõem as margens desse

reservatório, das quais se destacou a alta suscetibilidade à erosão, a legislação munici-

pal não dá conta do ordenamento do uso e ocupação do solo nessa área, que necessita

de orientação mediante critérios e parâmetros claros que conciliem tal pressão em

terras, que são, em geral, desaconselháveis à ocupação.

Desta forma, o presente Plano constitui-se em peça importante para a orientação

desses municípios, estabelecendo normas e padrões para o parcelamento do solo e,

principalmente, um zoneamento que especifique localizações mais adequadas, evitan-

do a urbanização sem controle, de forma dispersa nas margens do reservatório.

Cumpre lembrar que experiências desse tipo em outras situações tem gerado

prejuízo a todos os atores do processo:

• Ao loteador por diluir muito a demanda;

• Ao comprador do lote, pelo isolamento, que dentre outras conseqüências,

impede a solução de serviços comuns; se o loteamento for irregular a situa-

ção se agrava tendo como a maior conseqüência a não obtenção do título de

propriedade2 ;

• Ao município, por aumentar excessivamente a demanda por serviços públi-

cos de forma dispersa, portanto com alto custo;

(2) O loteamento irregular ou clandestino é motivo de forte sanção ao loteador, prevista na Lei federal 6.766/79; ainda assim vem sendopraticado em vários municípios brasileiros.

Page 35: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 35

• À empresa concessionária de energia, por aumentar a erosão das bordas e o

assoreamento dos reservatórios, propiciados por loteamentos não consoli-

dados, sem contar com situações mais graves de lançamento de resíduos nas

águas do reservatório;

• À sociedade, por se acumularem áreas sem uso, enquanto outras atividades

econômicas poderiam ali estar se desenvolvendo.

Completa o quadro de informações as referentes à situação de saneamento dos municípios.

(Quadros 01, 02 e 03).

Quadro 01: Saneamento - Atendimento dos domicílios por água, esgoto e coleta de lixo nos municípiosda área de influência

São PauloBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de Antonina 100 85 -Bernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de Campos 100 100 -ChavantesChavantesChavantesChavantesChavantes - - -Coronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel Macedo 100 88 -FarturaFarturaFarturaFarturaFartura 99 96 -IpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçu - - -ItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporanga 100 94 -PirajuPirajuPirajuPirajuPiraju 95 95 95TaguaíTaguaíTaguaíTaguaíTaguaí 100 100 -TimburiTimburiTimburiTimburiTimburi 100 98 -

ParanáCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolis 100 85 100Ribeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão Claro 100 98 100Salto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do Itararé 98 50 100Santana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do ItararéSantana do Itararé - - -Siqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira Campos 98 65 95

Fonte:Municípios de São Paulo: Fundação SEADE - 1997Sabesp - www.sabesp.com.brMunicípios do Paraná: Informações obtidas das respectivas prefeituras municipais.

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Page 36: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 36

Quadro 02: Saneamento - Esgoto sanitário nos municípios da área de influência

São PauloBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de AntoninaBarão de Antonina Não - - - - - - 100Bernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de CamposBernardino de Campos Sim - - 100 - - - -ChavantesChavantesChavantesChavantesChavantes Não - - - - - - 100Coronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel MacedoCoronel Macedo Sim - - 100 - - - -FarturaFarturaFarturaFarturaFartura Sim - - 100 - - - -IpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçu Não - - - - - - 100ItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporanga Sim - - 100 - - - -PirajuPirajuPirajuPirajuPiraju Não (*) - - - - - 100TaguaíTaguaíTaguaíTaguaíTaguaí Sim - - 100 - - - -TimburiTimburiTimburiTimburiTimburi Não - - - - - - 100

ParanáCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolis Sim - - - - - 85 (1) -Ribeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão ClaroRibeirão Claro - - * - - - -Salto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do ItararéSalto do Itararé Sim - - 100 - - - -Santana do Itararé Santana do Itararé Santana do Itararé Santana do Itararé Santana do Itararé (2)(2)(2)(2)(2)

Siqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira CamposSiqueira Campos Sim 100 - - - - - -

Fonte:Municípios de São Paulo: Fundação SEADE - 1997.Municípios do Paraná: Informações obtidas das respectivas prefeituras municipais.(*) Em construção(1) Ralf(2) Informação não disponibilizada

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Page 37: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 37

Quadro 03: Destinação do lixo nos municípios da área de influência

São PauloBr. AntoninaBr. AntoninaBr. AntoninaBr. AntoninaBr. Antonina 100 - - - - - - Não Não Não NãoB. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de CamposB. de Campos - - 100 - - - - Não Sim Não NãoChavantesChavantesChavantesChavantesChavantes - - 100 - - - - Não Não Sim NãoCel MacedoCel MacedoCel MacedoCel MacedoCel Macedo 100 - - - - - - Não Não Não NãoFarturaFarturaFarturaFarturaFartura - 100 - - - - - Não Sim Não NãoIpauçuIpauçuIpauçuIpauçuIpauçu - - 100 - - - - Não Não Não NãoItaporangaItaporangaItaporangaItaporangaItaporanga - - 100 - - - - Não Não Sim NãoPirajuPirajuPirajuPirajuPiraju - 100 - - - 50 - Não Não Sim NãoTaguaíTaguaíTaguaíTaguaíTaguaí - 100 - - - - - Não Sim Não NãoTimburiTimburiTimburiTimburiTimburi 100 - - - - - - Não Não Não Não

ParanáCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolisCarlópolis - - - - 100 - - - - - -R. ClaroR. ClaroR. ClaroR. ClaroR. Claro - - - H 46 27 - - - - -S. do ItararéS. do ItararéS. do ItararéS. do ItararéS. do Itararé 100 - - H - - - - - - -Stna. do ItararéStna. do ItararéStna. do ItararéStna. do ItararéStna. do Itararé1

S. CamposS. CamposS. CamposS. CamposS. Campos - ? 1 - - - - - Não - Sim -

Onde: DDDDD = lixo domiciliar/CCCCC = lixo comercial/RIRIRIRIRI = resíduos industriais/HHHHH = lixo hospitalar

Fonte:Municípios de São Paulo: Fundação SEADE - 1997.Municípios do Paraná: Informações obtidas das respectivas prefeituras municipais.(1) Informações não disponibilizadas

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Note-se que o abastecimento de água cobre de 99 a 100% dos domicílios de qua-

se todos os municípios, com exceção de Chavantes e Ipauçu. Dos 15 municípios estu-

dados, 7 têm algum tipo de tratamento dos efluentes líquidos. Quanto à destinação dos

resíduos sólidos, 4 municípios ainda contam apenas com lixão: Barão de Antonina,

Coronel Macedo, Timburi e Salto do Itararé. Lembramos que nesta análise não pude-

mos contar com as informações de Salto do Itararé, uma vez que não foram

disponibilizadas.

Page 38: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 38

4.2.2. Meio físico

GeologiaAs unidades litoestratigráficas aflorantes na área de estudo3 são constituídas es-

sencialmente por rochas sedimentares e ígneas basálticas da Bacia do Paraná. A descri-

ção dessas unidades, apresentada neste item, baseou-se em trabalhos de IPT (1981a) e

MINEROPAR (1989).

A Bacia do Paraná é definida como uma unidade geotectônica estabelecida sobre

a Plataforma Sul-Americana a partir do Devoniano Inferior, possuindo, dentro do ter-

ritório brasileiro, uma área aproximada de 1.100.000km2. É considerada uma bacia de

comportamento relativamente estável, dissociada de efeitos tectono-térmicos mais agu-

dos, quando comparada a outras bacias de margem continental. Trata-se de uma bacia

intracratônica, desenvolvida totalmente sobre crosta continental sul-americana, na qual

o registro lítico-sedimentar a magmático abrange do Mesopaleozóico ao Cenozóico.

As unidades sedimentares, da Bacia do Paraná, são representadas praticamente

pela seqüência estratigráfica de idade paleozóica (formações Itararé, Rio Bonito e Palermo

do Grupo Tubarão, e Irati, Serra Alta, Terezina e Rio do Rasto do Grupo Passa Dois) e

mesozóica (Formação Botucatu do Grupo São Bento, e formações Adamantina e Marília

do Grupo Bauru). Compreendem ampla gama de litologias, incluindo conglomerados,

arenitos, siltitos, argilitos, folhelhos e calcários.

As rochas ígneas são representadas por basaltos e diabásios da Formação Serra

Geral, pertencentes ao Grupo São Bento, de idade mesozóica. A Formação Serra Geral

é recoberta em discordância angular, geralmente muito disfarçada, pelas várias forma-

ções sedimentares que constituem o Grupo Bauru e depósitos cenozóicos. Constitui-se

de derrames basálticos toleíticos com arenitos intertrapianos intercalados.

Os depósitos cenozóicos correspondem a aluviões, incluindo areias inconsolidadas

de granulação variável, argilas e cascalheiras fluviais subordinadamente, em depósitos

de calha ou terraços e ocorrem associados aos principais cursos d’água.

Na porção da área de estudo correspondente a UHE Chavantes, afloram as unida-

des geológicas a seguir descritas.

(3) Em relação ao meio físico, por questões metodológicas adotadas na realização deste trabalho, a área de estudo englobou parte da ba-cia de contribuição da UHE Chavantes e parte da bacia de contribuição da UHE Salto Grande. Os levantamentos e as conclusões feitas fo-ram utilizados tanto para o Plano de Uso e Ocupação da UHE Chavantes como para o da UHE Salto Grande.

Page 39: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 39

• Grupo Tubarão

O Grupo Tubarão é constituído pelas formações Itararé, Aquidauana, Rio

Bonito, Palermo e Tatuí (IPT 1981a). Segundo MINEROPAR (1989), o Gru-

po Tubarão é subdividido em dois outros grupos: Itararé (Formação Itararé)

e Guatá (formações Rio Bonito e Palermo). Na área de estudo, não afloram

as formações Aquidauana e Tatuí.

Formação Itararé

A Formação Itararé é composta basicamente por diamictitos e arenitos in-

tercalados com argilitos rítmicos, geralmente de cores cinza-esverdeada e

esbranquiçada (Northfleet et al. 1969 citado em IPT 1981a).

A Formação Itararé, segundo MINEROPAR (1989), constitui o Grupo Itararé

formado na parte basal pela Formação Campo do Tenente. Esta consiste

basicamente por arenitos parcialmente conglomeráticos e, secundariamen-

te, argilitos com acamamento rítmico e diamictitos intercalados de colora-

ção marrom-avermelhadas e laminação plano-paralela. Segundo Soares et

al. (1974 citado em IPT 1981a), sua formação está relacionada à sedimenta-

ção fluvial e lacustre, com contribuição glacial.

Segundo Schneider et al. (1974 citado em IPT 1981a), a parte média do

Grupo Itararé, denominada Formação Mafra, é formada predominantemente

por arenitos de cores claras e acinzentadas, de granulometria bastante vari-

ada, secundariamente diamictitos, espessas intercalações de siltitos e folhelhos

de cor cinza, refletindo o aprofundamento da Bacia, com início da trans-

gressão marinha vinda de SW. Atribui-se condições ambientais continentais

na parte basal desta formação, e condições marinhas, em suas partes médias

e superior.

A Formação Rio do Sul, situada estratigraficamente acima da Formação

Mafra, consiste em sedimentos essencialmente argilosos.

Formação Rio Bonito

Segundo Schneider et al. (1974 citado em IPT 1981a), a Formação Rio Bo-

nito foi dividida em três Membros – Triunfo, Paraguaçu, Siderópolis – refe-

Page 40: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 40

rentes aos intervalos inferior, médio e superior, este último não aflorante na

área de estudo.

O Membro Triunfo é constituído por arenitos cinzentos, esbranquiçados,

finos a grosseiros, níveis conglomeráticos, intercalações de siltitos, folhelhos

carbonosos, camadas de carvão e concentrações de urânio. As principais

estruturas encontradas são estratificações cruzadas e marcas onduladas. Atri-

bui-se a este membro um ambiente de deposição flúvio-deltaico.

O Membro Paraguaçu é constituído por siltitos e folhelhos cinza e esverdeado,

com níveis de carbonatos argilosos, depositados em ambiente marinho

transgressivo, recobrindo os sedimentos do Membro Triunfo. Esta transgres-

são, a NE do Paraná e São Paulo, avançou sobre sedimentos da Formação

Itararé, anteriormente expostos à erosão.

Formação Palermo

A Formação Palermo é caracterizada por siltitos e siltitos arenosos de cores

cinza e, por alteração, passam a amarelo e esverdeados. Localmente, desen-

volvem-se arenitos finos e até conglomeráticos. Estes sedimentos encon-

tram-se normalmente bioturbados, quase sem estruturas sedimentares que,

quando preservadas, mostram laminações cruzadas de pequeno porte. Os

leitos de sílex na parte basal são a principal característica desta Formação.

A esta formação atribuem-se depósitos de plataforma epinerítica e de planí-

cie litorânea. Apresenta contato gradacional com a Formação Rio Bonito, e

concordante com a Formação Irati, com diminuição gradual de

granulometria.

• Grupo Passa Dois

O Grupo Passa Dois é constituído pelas formações Irati, Serra Alta, Teresina,

Corumbataí e Rio do Rasto (IPT 1981a). Na área de estudo, não aflora ape-

nas a Formação Corumbataí.

Page 41: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 41

Formação Irati

A Formação Irati é subdividida nos membros Taquaral e Assistência. O Mem-

bro Taquaral compreende a seção de folhelhos cinza-escuros e cinza-azulados

da base da Formação, depositados em ambiente marinho de águas calmas.

O Membro Assistência constitui-se de folhelhos pretos pirobetuminosos,

folhelhos e argilitos escuros e calcários creme a cinza escuros, refletindo

condições marinhas restritas dentro da bacia.

Gama Jr. et al. (1982 citado em Rohn 1994) adotaram a premissa básica de

que a Formação Irati representaria o clímax da transgressão marinha

permiana e que seu topo marcaria o início da seqüência regressiva. Contu-

do, é necessário lembrar que Petri & Coimbra (1982 citado em Rohn 1994)

observaram estruturas indicativas de águas muito rasas em depósitos da

Formação Irati, o que sugere que a regressão talvez tenha se iniciado antes

do final da deposição desta unidade.

Formação Serra Alta

A Formação Serra Alta é constituída por argilitos, folhelhos e siltitos cinza-

escuros, com fratura conchoidal, caracterizando condições marinhas de águas

calmas semelhantes às condições de sedimentação do membro basal da For-

mação Irati. Segundo MINEROPAR (1989), este ambiente deposicional é

definido como de plataforma epinerítica.

Formação Teresina

Segundo IPT (1981a), a Formação Teresina é constituída por uma alternância

de lâminas, camadas delgadas e bancos de folhelhos, argilitos, siltitos e, lo-

calmente, arenitos finos. No topo desta formação também foram identificadas

camadas de calcário, assim como camadas de sílex. Em termos de cor, pre-

dominam pelitos cinza claro a escuro, e subordinadamente, pelitos

esverdeados a avermelhados.

Como estruturas primárias ocorrem marcas de onda, fraturas de

ressecamento, flaser e estruturas oolíticas nos calcários, assim como em sílex

deles provenientes, estromatólitos etc. A ocorrência de laminação plano-

paralela é predominante, com eventual intercalação de fina laminação nos

Page 42: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 42

siltitos e arenitos. MINEROPAR (1989) atribui a esta formação um ambien-

te deposicional de planície de marés e de plataforma epinerítica.

Formação Rio do Rasto

A Formação Rio do Rasto é constituída basicamente por siltitos e argilitos

avermelhados com arenitos finos intercalados. É constituído por dois mem-

bros: Morro Pelado, superior e Serrinha.

O Membro Serrinha compreende basicamente siltitos, argilitos e arenitos

finos, esverdeados e arroxeados, como resultado de avanços progradacionais

de clásticos de planícies costeiras sobre de planícies de maré, caracterizando

ambientes de transição entre os depósitos de água rasas da Formação Teresina

e os depósitos continentais fluviais do Membro Morro Pelado.

No Membro Morro Pelado são encontrados siltitos e arenitos esverdeados

muito finos, micríticos e calcarenitos em bancos alternados. As estruturas

predominantes são marcas de onda e flaser. A esta unidade atribui-se um

ambiente de deposição fluvial e de planície deltaica.

• Grupo São Bento

O Grupo São Bento é constituído pelas formações Pirambóia, Botucatu e

Serra Geral (IPT 1981a). Na área de estudo, afloram as três unidades.

Formações Pirambóia e Botucatu

Os sedimentos das formações Pirambóia e Botucatu foram reunidos como

uma mesma unidade cartográfica por MINEROPAR (1989) devido à sua

pequena expressão mapeável e íntima relação genética entre elas.

A Formação Pirambóia constitui-se basicamente por arenitos finos a médios

esbranquiçados, e bancos de siltitos avermelhados. Nestas litologias encon-

tram-se estratificações cruzadas de pequeno a grande porte, e horizontal.

Segundo Brighetti (1994) estes sedimentos são tipicamente eólicos e

subordinadamente flúvio-eólicos, depositados em ambiente desértico. Se-

gundo a mesma autora, sua sucessão sedimentar revela que, num estágio

Page 43: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 43

inicial, predominam os depósitos de dunas associados a interdunas e amplos

lençóis de areia, seguidos por uma sedimentação em campo de dunas, onde

depósitos de dunas e de inúmeras interdunas interagem com um sistema

fluvial temporário. No topo da unidade, os depósitos de interdunas são ra-

ros e a sedimentação dá-se em campo de dunas de grande porte.

A Formação Botucatu, segundo MINEROPAR (1989), constitui-se de arenitos

finos bem selecionados com estratificações cruzadas de grande porte e,

subordinadamente conglomerados. Os grãos são avermelhados, foscos, bem

selecionados e de alta esfericidade. Esta formação representa os diversos

sub-ambientes de um grande deserto climático de aridez crescente.

Formação Serra Geral

A Formação Serra Geral compreende um conjunto de derrames de basaltos

toleíticos entre os quais se intercalam arenitos com as mesmas característi-

cas dos pertencentes à Formação Botucatu. Associam-se-lhes corpos

intrusivos de mesma composição, constituindo sobretudo diques e sills (JKb),

que cortam os sedimentos paleozóicos e mesozóicos (IPT 1981a).

Os derrames são formados por rochas de cor cinza escura a negra com tex-

tura afanítica até fanerítica fina. Têm espessura individual variável, desde

poucos centímetros a 50 metros, até mesmo 100m (Leinz 1949 citado em

IPT 1981a). Nos derrames mais espessos, a zona central é maciça,

microcristalina, fraturada por juntas subverticais de contração, dividindo a

rocha em colunas. A parte superior do derrame, numa espessura que pode

alcançar 20m (Leinz et al. 1966 citado em IPT 1981a) nos mais espessos,

adquire aspecto melafírico, aparecendo vesículas amígdalas, com freqüên-

cia alongadas horizontalmente, e sendo aí maior a porcentagem de matéria

vítrea na rocha.

Mineralogicamente, os basaltos, diques e sills da Formação Serra Geral apre-

sentam composição muito simples, essencialmente constituída de plagioclásio

(labradorita zonada) associada a clinopiroxênios (augita e, às vezes, tam-

bém pigeonita). Acessoriamente, mostram-se titano-magnetita, apatita,

quartzo e raramente olivina ou seus produtos de transformação. Matéria

Page 44: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 44

vítrea, ou produtos de desvitrificação, podem ser abundantes, sobretudo às

bordas dos derrames, diques e sills.

A textura dos derrames é intergranular ou intersertal, fina a muito fina, en-

quanto que os diques e sills apresentam granulometria mais grossa, comumente

textura holocristalina e ofítica. Nas bordas dos diques e sills, de pequena espes-

sura. Contudo, texturas e estruturas semelhantes às dos derrames são às vezes

observadas. A pouca freqüência com que se manifestam estruturas fluidais faz

pensar que as lavas cessaram de correr quando ainda muito líquidas, o que

implica em rápida intrusão, escoamento e represamento (IPT, 1981a).

Os diques apresentam espessuras variadas, de centímetros a mais de 200m,

sendo numerosos em zonas que sofreram arqueamentos, a cujo eixo são

subparalelos. Os diques são geralmente simples, mas exemplos de diques

múltiplos existem, preenchendo fendas de tração verticalizadas.

As amígdalas são parcial ou inteiramente preenchidas por calcedônia, quartzo,

calcita e zeólita nontronita, mineral que lhes imprime cor verde. Grandes

geodos de quartzo e calcedônia podem existir na parte mais profunda dessa

zona melafírica.

Arenitos intertrapianos apresentam-se intercalados entre derrames ou gru-

pos de derrames. Têm as mesmas características que os da Formação

Botucatu, geralmente mostrando estruturas tipicamente dunares, outrora

manifestando natureza hidroclástica. Podem mostrar-se silicificados em es-

pessuras de alguns metros. A espessura dessas intercalações varia de centí-

metros ou decímetros, até 50m.

• Grupo Bauru

Ao Grupo Bauru atribui-se as várias unidades litoestratigráficas cretáceas

supra-basálticas da Bacia do Paraná. O acúmulo de seus sedimentos consti-

tuintes iniciou-se com a fase de embaciamentos localizados após o

soerguimento epirogênico em toda a Plataforma Sul-Americana, que se-

guiu ao término dos derrames de lavas da Formação Serra Geral.

Existem diversas colunas estratigráficas propostas para o Grupo Bauru, sen-

do a mais recente apresentada em Fernandes (1998). No entanto, neste re-

Page 45: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 45

latório, foi adotada a nomenclatura proposta nos trabalhos compilados

(MINEROPAR 1989 e IPT 1981a): Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina e

Marília. Na área de estudo ocorrem apenas as duas últimas.

Formação Adamantina

Esta formação aflora em vasta extensão do oeste do Estado de São Paulo,

recobrindo as unidades pretéritas, em contato marcado por discordância

erosiva, apresentando às vezes, delgados níveis de brecha basal. É recoberta

em parte pela Formação Marília e em parte por depósitos cenozóicos.

É constituída por arenitos de granulação fina a muito fina, de cor rosada a

acastanhada, exibindo estratificação cruzada, com espessura de 2 a 20 metros,

com intercalações de lamitos, siltitos e arenitos lamíticos, de cores castanho-

avermelhado a cinza–castanho, maciços ou com acamamento plano – para-

lelo grosseiro, sendo comum a presença de seixos de argilito da própria uni-

dade, cimento e nódulos carbonáticos. Freqüentemente contêm micas, e

mais raramente, feldspatos, sílica amorfa e minerais (IPT 1981a).

Formação Marília

A sedimentação Marília desenvolveu-se em embaciamento localizado, de-

senvolvido ao término da deposição Bauru, em situação parcialmente mar-

ginal, repousando geralmente sobre a Formação Adamantina, e, mais para

leste, em contato direto sobre os basaltos da Formação Serra Geral. Consti-

tui-se de arenitos grosseiros a conglomeráticos, com grãos angulosos, teor

de matriz variável, seleção pobre, ricos em feldspatos, minerais pesados e

minerais instáveis; ocorrem em bancos com espessura média entre 1 e 2m,

maciços ou acamamento incipiente, subparalelos e descontínuos.

• Depósitos Cenozóicos

São englobados sob esta designação genérica os depósitos de aluviões em

geral e depósitos de cascalheiras e/ou terraços. Os depósitos aluviais em

geral incluem areias inconsolidadas de granulação variável, argilas e

cascalheiras fluviais.

Page 46: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 46

As cascalheiras são depósitos de pequena expressão em área, que variam de

decímetros a metros de espessura. Podem apresentar predominância de

clastos de natureza quartzítica (seixos de quartzo e de arenitos) ou então de

sílica amorfa, com a presença, em porcentagens variadas, de matriz arenosa

(CBH-MP/CPTI 1999).

As unidades acima descritas ocorrem em diferentes extensões, descritas a

seguir:

• Formação Marília e Adamantina: pequena extensão, nas cabeceiras dos aflu-

entes da margem direita do Rio Paranapanema;

• Formação Serra Geral: média extensão, ao longo do vale do Rio

Paranapanema;

• Formações Botucatu, Pirambóia, Rio do Rasto, Teresina, Serra Alta, Irati,

Palermo e Rio Bonito: pequenas extensões, na região de Fartura e Itaguaí

(SP) e Carlópolis (PR);

• Formações Itararé: grande extensão, ao sul da área, na região de Itaporanga

(SP). As ocorrências dos depósitos aluviais não foram mapeadas devido a

não expressão cartográfica na escala 1:350.000.

GeomorfologiaA descrição das unidades geomorfológicas da área de estudo baseou-se nos traba-

lhos de IPT (1981b) e ITCF (1987), respectivamente elaborados para os estados de São

Paulo e Paraná.

Devido a estas duas publicações utilizarem metodologias distintas de descrição do

relevo, para este item encontra-se apresentada separadamente a geomorfologia dos

estados de São Paulo e Paraná. Salienta-se que as diferentes nomenclaturas descritas

para os dois estados não implicam, necessariamente, em diferentes tipos de relevo.

De uma maneira geral, são encontradas três grandes províncias geomorfológicas

na área de estudo, as quais são denominadas por IPT (1981a) por Depressão Periférica,

Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental. Estas correspondem, segundo a denominação

apresentada por ITCF (1987), respectivamente ao Segundo Planalto, Escarpa Arenito

Basáltica e Terceiro Planalto. As cotas topográficas nesta bacia chegam a aproximada-

mente 474 metros junto ao reservatório e cerca de 906 metros na Serra de Fartura.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 47

• Geomorfologia no Estado de São Paulo

Depressão Periférica

A Depressão Periférica consiste em um compartimento topográfico deprimi-

do localizado entre as serras cristalinas do Planalto Atlântico (na direção do

Oceano Atlântico) e as Cuestas Basalticas (na direção do interior do estado).

A Depressão Periférica, na região da área de estudo, é caracterizada pela

Zona do Paranapanema, sendo constituída principalmente por morrotes alon-

gados e espigões e colinas médias. Colinas amplas e planícies aluviais são

encontradas com menores expressões. Estes tipos de relevo são descritos a

seguir:

Colinas amplas: predominam interflúvios com área superior a 4 km2, topos

extensos e aplainados, vertentes com perfis retilíneos a convexos. Drena-

gem de baixa densidade, padrão subdendrítico, vales abertos, planícies

aluviais interiores restritas, presença eventual de lagoas perenes ou intermi-

tentes. Predominam baixas declividades (menores que 15%) e amplitudes

locais inferiores a 100 metros.

Colinas médias: predominam interflúvios com áreas de 1 a 4km2, topos aplai-

nados, vertentes com perfis convexos a retilíneos. Drenagem de média a

baixa densidade, padrão sub-retangular, vales abertos a fechados, planícies

aluviais interiores restritas, presença eventual de lagoas perenes ou intermi-

tentes. Predominam baixas declividades (menores que 15%) e amplitudes

locais inferiores a 100 metros.

Morrotes alongados e espigões: predominam interflúvios sem orientação

preferencial, topos angulosos a achatados, vertentes ravinadas com perfis

retilíneos. Drenagem de média a alta densidade, padrão dendrítico, vales

fechados. Predominam declividades médias a altas (acima de 15%) e ampli-

tudes locais inferiores a 100 metros.

Planícies aluviais: terrenos baixos ou mais ou menos planos, junto às mar-

gens dos rios, sujeito periodicamente a inundações.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 48

Cuestas basálticas

Esta província caracteriza-se morfologicamente por apresentar predominan-

temente um relevo escarpado, situado entre a Depressão Periférica (na dire-

ção do Oceano Atlântico e o Planalto Ocidental, situado no reverso das

cuestas).

Na área de estudo são encontrados dois tipos de relevos característicos desta

província geomorfológica, os morros arredondados e as escarpas festonadas,

descritas a seguir:

Morros arredondados: topos arredondados e localmente achatados, verten-

tes com perfis convexos a retilíneos, localmente ravinados. Exposições lo-

cais de rocha. Presença de espigões curtos locais. Drenagem de média

densidade, padrão dendrítico a subdendrítico, vales fechados. Predominam

declividades médias a altas (acima de 15%) e amplitudes locais de 100 a 300

metros.

Escarpas festonadas: desfeitas em anfiteatros separados por espigões, topos

angulosos, vertentes com perfis retilíneos. Drenagem de alta densidade, pa-

drão subparalelo a dendrítico, vales fechados. Predominam declividades al-

tas (acima de 30%) e amplitudes maiores que 100 metros.

Planalto Ocidental

No Estado de São Paulo, a unidade geomorfológica denominada Planalto

Ocidental constitui a continuidade física do reverso das Cuestas Basálticas,

com a qual se limita a leste. O relevo desta província subordina-se à estrutu-

ra regional, onde as camadas sub-horizontais com suave caimento para oes-

te constituem uma plataforma nivelada em cotas próximas a 500 metros

nos limites orientais, atingindo na foz do Rio Paranapanema a altitude de

247 metros.

O embasamento do Planalto Ocidental é essencialmente constituído por ro-

chas basálticas da Formação Serra Geral, Grupo São Bento, principalmente

no vale dos rios Paranapanema e Pardo. Nas cabeceiras das principais sub-

bacias ocorrem rochas sedimentares do Grupo Bauru, na grande maioria

arenitos que, por vezes, apresentam cimento carbonático e/ou silicoso.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 49

No Planalto Ocidental predominam formas de relevo denudacionais, cujo

modelado constitui-se basicamente por colinas amplas e médias com topos

aplainados. Localmente são encontrados morrotes alongados e espigões. A

presença de rápidos e corredeiras é comum ao longo das principais corren-

tes d’água que cortam a região, geralmente condicionadas pelo embasamento

basáltico. Na área de estudo são encontrados relevos do tipo colinas amplas

e morrotes alongados e espigões.

• Geomorfologia no Estado do Paraná

Segundo Planalto

O Segundo Planalto está esculpido nas formações do Devoniano Superior

ao jurássico, representados pelos grupos Tubarão (Itararé e Guatá, para

MINEROPAR 1989) e Passa Dois, além das intrusivas básicas representadas

por inúmeros diques de diabásio.

Os “enxame de diques” e as intrusões em forma de soleira têm uma influên-

cia bem mais significativa no relevo e na orientação da drenagem, particu-

larmente na porção central, responsabilizando-se quase sempre pela

ocorrência dos pequenos saltos e corredeiras que são numerosos na região.

O relevo é tabular, bastante dissecado, com formas de relevo do tipo mese-

tas, patamares e pequenas escarpas associadas às formações areníticas.

Os vales dos rios principais são encaixados em “V”, com encostas íngremes e

pequenas escarpas nos pontos de ocorrência de arenitos da Formação Rio

Bonito.

Escarpa arenito basáltica

As escarpas arenito basálticas, correspondente paranaense das cuestas

basálticas paulistas, estão esculpidas nas formações Serra Geral e Botucatu.

Fazem limite entre o segundo planalto, em posição topográfica mais depri-

mida e o terceiro planalto, situados no reverso de suas escarpas.

Consistem em relevos movimentados de grandes amplitudes e vertentes al-

tas declividades com exposições locais de rocha. Possuem, em geral, drena-

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 50

gem de média a alta densidade e vales fechados, com presença de rápidos e

corredeiras.

Terceiro Planalto

A unidade geomorfológica denominada Terceiro Planalto localiza-se no re-

verso das escarpas do Segundo Planalto. Na área de estudo possui a maior

parte de sua área sobre os basaltos da Formação Serra Geral.

O relevo é constituído por mesetas e patamares e vales moderadamente

entalhados, com encostas em degraus e coberturas de solo medianamente

espessas.

Em resumo, a Depressão Periférica (Segundo Planalto) é a província

geomorfológica de maior expressão na área da bacia, ocorrendo desde os

sopés das Serras da Fartura (SP) e Catinga (PR) até o sul da área.

As Cuestas Basálticas (Escarpa Arenito Basáltica) compreende, na porção

Paranaense a região da Serra da Catinga. Na porção paulista compreende a

região entre a Serra da Fartura e o Rio Paranapanema.

O Planalto Ocidental (Terceiro Planalto) ocorre exclusivamente no lado

paulista, na região da margem direita do Rio Paranapanema.

PedologiaA descrição das unidades pedológicas, na área de estudo, baseou-se para o Estado

de São Paulo em IPT (1987) e para o Estado do Paraná em EMBRAPA (1981). A Pran-

cha 03 – Solos foi elaborada a partir desses trabalhos.

Na área de estudo são encontradas 54 unidades pedológicas de mapeamento cor-

respondentes a 9 classes de solos. Cada unidade por sua vez é composta por uma ou

mais classes de solos, mais frequentemente duas e três, devido principalmente ao nível

generalizado do trabalho. Figuram em primeiro lugar os solos que ocupam maior ex-

tensão ou, no caso de equivalência, o componente mais importante para utilização

agrícola. Os demais componentes estão em ordem decrescente de em termos de exten-

são e são considerados subdominantes. As classes que ocupam extensão inferior a 15%

da área da unidade de mapeamento são consideradas inclusões. As classes de solos

encontradas na área de estudo são descritas a seguir.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 51

Inserir Prancha 03 Solos

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 52

• Latossolos (latossolos vermelho-amarelos, latossolos vermelho-escuros e

latossolos roxos)

São solos minerais, não hidromórficos (sem influência do lençol freático),

bem evoluídos, profundos, porosos, com seqüência de horizontes (camadas

de solos) A, Bw (B latossólico), C e R. São muito friáveis, com estrutura

granular, fáceis de trabalhar, tendo por isso características físicas favoráveis

à implantação de culturas cíclicas. Estes solos apresentam altas taxas de in-

filtração de água, sendo pouco suscetíveis à erosão quando manejados ade-

quadamente.

Ocorrem nas partes mais estáveis da paisagem, ocupando os relevos mais

suaves, não apresentando impedimentos à mecanização. Por outro lado, em

função de seus altos teores de argila e alta porosidade, são extremamente

suscetíveis à compactação. Quimicamente, entretanto, por serem solos bem

desenvolvidos, são solos lixiviados, geralmente com baixa fertilidade natu-

ral e pequena capacidade de saturação em bases. Muitas vezes são ainda

muito ácidos, com altos teores de alumínio trocável, exigindo grande quan-

tidades de calcário para serem corrigidos. Entretanto, nas áreas do derrame

basáltico, é comum o caráter eutrófico (alta saturação de bases).

A diferença básica entre eles está nos teores de óxidos de ferro e nas suas

cores. Sem dúvida estão entre os solos que reúnem o maior número de

características favoráveis a explorações intensivas, mantendo-as produtivas

ao longo de vários anos, se manejados adequadamente.

• Terras roxas estruturadas

São solos de grande expressão na área de estudo, constituindo-se como um

dos nomes mais consagrados popularmente no meio rural, embora errone-

amente, esta denominação seja estendida também a outras classes como o

Latossolo Roxo.

Sua classe compreende solos minerais, de regime ortomórfico (sem influên-

cia do lençol freático), com horizonte (camada) B textural (Bt), porém,

comumente, sem ou com pequeno gradiente textural (baixa relação textural

B/A), não excluindo a possibilidade de ocorrer elevada diferença na quanti-

dade de argila entre esses horizontes.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 53

Apresentam cores avermelhadas tendendo para tonalidades arroxeadas, com

estrutura em blocos bem desenvolvida, cerosidade (filmes de argila)

recobrindo os elementos estruturais, muitas vezes, em grande quantidade.

Sua fertilidade é bastante variável, ocorrendo desde eutróficos (alta satura-

ção de base) até álicos (alta saturação de alumínio trocável).

Apesar de poderem se apresentar com uma baixa relação textural, o fato de

ocorrerem em relevos mais movimentados, torna-os mais suscetíveis à ero-

são do que os Latossolos Roxos, sendo a classe de declividade ondulada a

mais comum, embora possam ser identificados em relevo forte ondulado,

associados aos Cambissolos. Sua textura é argilosa e muito argilosa no hori-

zonte A, enquanto no horizonte Bt é predominantemente muito argilosa,

sendo que são muito comuns valores altos de argila dispersa em água neste

horizonte.

• Podzólicos vermelho-amarelos

São solos minerais, não hidromórficos, bem desenvolvidos, geralmente pro-

fundos, com seqüência de horizontes A, E, Bt, C, R ou A, Bt, C, R, caracte-

rizando-se pela presença de concentração de argila no horizonte

subsuperficial e/ou cerosidade, a qual é constituída por uma película de

argila que envolve os agregados, conferindo-lhes um brilho graxo. A pre-

sença deste horizonte é indesejável agronomicamente porque imprime ao

solo uma restrição a percolação livre da água de infiltração.

Em função da grande quantidade de argila dispersa em água, presente no

seu horizonte subsuperficial e o incremento de argila além do relevo em

que ocorrem, apresentam inúmeras limitações ao uso, principalmente no

que se refere à erosão, sendo considerados um dos solos mais suscetíveis ao

fenômeno. Neste sentido, deve-se evitar o cultivo de lavouras anuais, im-

propriamente manejados. Os cultivos anuais requerem uma mobilização

muito intensa do solo, num período que coincide com a época de maior

erosividade das chuvas. Preferentemente devem ser manejados com explo-

rações permanentes como silvicultura, árvores frutíferas e pastagens. Fren-

te a sua fragilidade, nenhuma destas formas de utilização pode ser efetuada

sem práticas conservacionistas de manejo. Em qualquer caso, a superfície

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 54

do solo deve estar sempre protegida contra o impacto direto da gota de chu-

va, associado a práticas de dissipação de energia das enxurradas, como

seccionamento das pendentes, culturas em faixas, sistemas agrossilvopastoris,

entre outras. No caso específico das pastagens, deve-se monitorar intensiva-

mente a pressão ideal de pastoreio, para não ocorrer exposição da superfície

do solo e compactação por excesso de animais.

• Podzólicos vermelho-escuros

São solos minerais, não hidromórficos, com seqüência de horizontes do tipo

A, B, C sendo o horizonte B do tipo textural subjacente a um horizonte A do

tipo moderado. Diferem fundamentalmente dos podzólicos vermelho-ama-

relos, descritos anteriormente, pela coloração vermelho-escura que predo-

mina ao longo do perfil em discordância com teores de ferro mais elevados.

São originados da intemperização dos arenitos da Formação Adamantina.

Têm textura arenosa/média e em sua maior parte baixa fertilidade natural

(álicos) o que, apesar do relevo favorável a mecanização, os desaconselha

para o uso com lavouras exigentes, tanto em umidade, quanto em nutrien-

tes.

• Solos litólicos

São solos minerais não hidromórficos, com pequeno grau de desenvolvi-

mento pedogenético, o que em geral, acarreta pequenas espessuras. Apre-

senta seqüência de horizontes A sobre R (rocha) ou A, C, R (rocha) e , em

raras vezes, verifica-se um horizonte B, porém com espessuras inferiores a

7,5cm.

O contato com a rocha pode se dar de forma lítica, quando o horizonte A e/

ou C está assentado sobre rocha não meteorizada, apresentando então mai-

or suscetibilidade à erosão e, litóide, quando os mesmos horizontes estão

sobre rocha alterada. Por sua vez, esta suscetibilidade agrava-se ainda mais

quando estes solos ocorrem em relevos declivosos e com textura ainda are-

nosa, ou com altos teores em silte.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 55

Da mesma forma, sua textura é bastante diversa, sendo que há o predomí-

nio das texturas argilosa e média para os solos provenientes de rochas

eruptivas básicas, média e, em alguns casos, arenosa para os originários de

arenitos, e com teores mais acentuados em silte quando provêm de rochas

sedimentares de idade permiana, como exemplo, siltitos da Formação

Teresina.

Referente a saturação de bases a amplitude é máxima, verificando-se

comumente o caráter eutrófico quando se encontram sobre rochas eruptivas

básicas, seja basalto (Terceiro Planalto), ou em diques de diabásio que se

encontram no Segundo Planalto.

Em geral, estes solos oferecem grandes restrições ao uso com culturas anu-

ais devido a diversos fatores, como por exemplo,, ocorrerem em grande par-

te, em relevos bastante declivosos, com pequenas espessuras e muitas vezes,

em contato lítico, o que tanto pode induzir ao “stress hídrico” em períodos

de pequena estiagem ou ao inverso, atingir o limite de liquidez em períodos

de chuva um pouco mais prolongados, ficando altamente suscetíveis a mo-

vimentos de massa, na forma de fluxo. A pequena espessura ainda compro-

mete a mecanização, principalmente quando o contato se faz de forma lítica.

Deve-se ainda considerar como restritivo à mecanização quando apresen-

tam grandes quantidades de cascalhos, o que promove o desgaste dos

implementos agrícolas. Pode ainda ser impeditivo à mecanização, quando

ocorre a fase pedregosa e/ou rochosa.

Pelo exposto, devem estes solos, quando submetidos a qualquer que seja o

uso, ser utilizados com técnicas de manejo preventivas à erosão. O ideal é

que fiquem destinados a preservação permanente da fauna e da flora.

• Areias quartzosas

Solos minerais, não hidromórficos, com teores iguais ou superiores a 85%

de areia, de constituição essencialmente quartzosa. Derivam exclusivamen-

te de arenitos e de sedimentos arenosos. Possuem seqüência de horizontes

A, C, com ausência do horizonte B, sendo por isso agrupados com solos

pouco desenvolvidos, como os solos litólicos.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 56

Apresentam fertilidade natural extremamente baixa, associada à reduzida

capacidade de retenção de água. Além disto, por terem ínfimos teores de

argila, sua capacidade de retenção de bases é muito pequena, não conse-

guindo armazenar satisfatoriamente a adubação aplicada, a qual é rapida-

mente lixiviada, com possível contaminação do freático. Esta reduzida

capacidade de troca de cátions, faz com que a matéria orgânica venha a ter

uma importância muito grande, sendo praticamente a única responsável

pela absorção de água e nutrientes. Devido à concentração de areia, causam

desgaste excessivo nos implementos agrícolas quando cultivadas.

• Solos hidromórficos

Nesta classe enquadram-se solos que se encontram em várzeas, tanto em

diques marginais de rios, como em porções mais interiorizadas dos planos

aluviais, compondo desta forma as superfícies holocênicas (recentes).

Sua formação está relacionada a processos de hidromorfia, devido à flutuação

ou não do lençol freático, induzindo uma morfologia bastante característi-

ca, onde se evidenciam cores cinzas (devido à redução do ferro), com pre-

sença ou não de mosqueados de maior ou menor contraste com as tonalidades

da matriz do solo.

Classes de solos na Bacia de ChavantesNa Bacia de Chavantes ocorrem as seguintes classes de solos e respectivas

unidades de mapeamento:

• Latossolos vermelho-amarelos: LVa3 e LVa5. São encontrados apenas na re-

gião entre a cidade de Tejupá e o divisor de águas com a bacia do Reservató-

rio de Jurumirim.

• Latossolos vermelho-escuros: LEe1, LEd2, LEa1, LEa2, LEa4, LEa5, LEa6,

LEa7, LEa10, LEa15, LEa20, LEa26, Lea27 e LEa29. São encontradas man-

chas em toda a bacia, no entanto sua maior expressão encontra-se na região

de Sarutaiá, Piraju, Timburi, Fartura e Coronel Macedo (SP).

• Latossolos roxos: LRe3, LRd2 e LRd9. De ocorrência predominante no Es-

tado de São Paulo, em associação com os basaltos da Formação Serra Geral,

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 57

junto aos altos vales dos cursos d’água afluentes da margem direita do Rio

Paranapanema. Pequena ocorrência é notada no Estado do Paraná na bacia

do Ribeirão Marimbondo.

• Terras roxas estruturadas: TRe1, TRe3, TRe6 e TRe8. Suas principais ocor-

rências estão associadas principalmente a encostas declivosas das bacias dos

rios Fartura (SP) e Pombas e Marimbondo (PR) em associação com basaltos

e diabásios.

• Podzólicos vermelho-amarelos: PE2, PV1, PV2, PVa1, PVa4, PVa5, PVa7,

PVa9, PVa17, PVa18, PVa20 e PVa21. Ocorrem em grande expressão na área

da bacia, com destaque para quase toda extensão da margem paranaense do

reservatório.

• Podzólicos vermelho-escuros: PEa3, PEa4, PEd2 e PEd5. Com ocorrência

principal na porção paulista da bacia, destacam-se por serem encontrados

na maior parte da margem do reservatório neste estado.

• Solos litólicos: Re2, Re3, Re6, Re10, Re12 e Rd1. Ocorrem principalmente

associados às áreas de maior declividade da bacia, destacando-se a Serra de

Fartura (SP) e cabeceiras dos rios do Município de Ribeirão Claro (PR). Ocor-

rem também em parte da porção sul da margem do reservatório (SP/PR).

• Areias quartzosas: AQa1. Com pequena ocorrência junto ao Rio

Paranapanema, nas proximidades da barragem de Jurumirim.

Suscetibilidade à erosãoO estudo de suscetibilidade à erosão para este trabalho foi realizado com base nos

procedimentos apresentados no Relatório DRENATEC-REGEA 1010R/2000 (Relatório

de Levantamentos Básicos para Subsídios do Meio Físico para obtenção da Licença

Ambiental - Licença de Operação - da Usina Hidroelétrica de Capivara), conforme des-

crito adiante.

Seu desenvolvimento resultou na elaboração de mapas de suscetibilidade a ero-

são linear e laminar (Pranchas 04 e 05).

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 58

• Conceitos

O conceito de erosão envolve um conjunto de fenômenos que acarretam a

perda de solos de um terreno, sob a ação de agentes naturais, como água,

vento e organismos, e antrópicos, correspondentes aos diferentes usos do solo.

A erosão pode ser de dois tipos: erosão laminar, ou em lençol (interril

erosion), “quando causada por escoamento difuso das águas das chuvas, re-

sultando na remoção progressiva dos horizontes superficiais do solo”; e ero-

são linear (rill erosion), “quando causada por concentração das linhas de

fluxo das águas de escoamento superficial, resultando incisões na superfície

do terreno” na forma de sulcos, ravinas e boçorocas.

A erosão laminar é menos perceptível, porém pode ser evidenciada pela tona-

lidade mais clara dos solos, exposição de raízes e queda da produtividade agrí-

cola. Este tipo de erosão pode ser determinado a partir de cálculos, segundo a

Equação Universal de Perdas de Solo (USLE), levando em conta os índices:

erosividade da chuva, erodibilidade, comprimento de rampa, declividade do

terreno, fator uso e manejo do solo e prática conservacionista adotada.

Das feições lineares, os sulcos são pouco profundos (inferior a 50 cm) e ainda

podem ser facilmente corrigidos através de manejo do solo.

As ravinas são feições de maior porte, e não podem ser corrigidas com práti-

cas agrícolas comuns. Embora possam atingir grandes profundidades, são

sujeitas apenas à concentração do escoamento superficial, não alcançando o

nível d’água subterrâneo. Evoluem por mecanismos de desprendimento de

material dos taludes laterais e transporte de partículas do solo.

As boçorocas normalmente apresentam dimensões superiores às ravinas e

são geralmente ramificadas. Entretanto, diferenciam-se destas últimas quanto

ao mecanismo de desenvolvimento pois nas boçorocas atuam tanto a água

de escoamento superficial quanto do escoamento subsuperficial, através do

fenômeno de piping (erosão interna que provoca a remoção de partículas do

interior do solo, formando “tubos” vazios, que geram colapsos e

escorregamentos laterais do terreno, alargando a erosão). Ocorrem princi-

palmente em porções de cabeceiras de drenagens onde, devido à forma do

relevo em anfiteatros com alta declividade, há uma convergência e concen-

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 59

tração dos fluxos superficiais e subterrâneos de água, favorecendo a sua

formação e avanço.

• Métodos adotados

A elaboração dos desenhos (Suscetibilidade a Erosão Linear - Prancha 04 e Sus-

cetibilidade a Erosão Laminar - Prancha 05) teve como base o Mapa de Solos

(Prancha 03).

A metodologia utilizada é a mesma adotada por IPT (1990) citado por

DRENATEC-REGEA (2000), conforme descrito a seguir: “...os solos foram

interpretados segundo sua maior ou menor erodibilidade, considerando-se

para tanto: textura, espessura, gradiência textural, permeabilidade e outras

observações constantes no material pesquisado que pudessem auxiliar nes-

ta interpretação. Estas características, integradas a informações de relevo,

obtidas pela própria classificação pedológica, permitiram o enquadramento

dos solos em diferentes classes de suscetibilidade. Dessa forma, foram listados

e analisados todos os tipos de solos observados na bacia de contribuição ....

Inicialmente, para separar tais solos em diferentes níveis de suscetibilidade

à erosão, adotou-se a classificação usual para estudos agronômicos dos so-

los, quanto à sua suscetibilidade à erosão: nula, ligeira, moderada, forte e

muito forte, agrupados dois a dois, ou seja, nula a ligeira, ligeira a modera-

da, moderada a forte e forte a muito forte, resultando em quatro classes. A

análise do conjunto de solos, pertencentes a estas quatro classes, mostrou

que uma das classes (moderada a forte) envolvia um número muito reduzi-

do de solos, de maneira que foi feita uma adequação desta análise para 3

classes de solos com diferentes níveis de suscetibilidade à erosão, a saber:

Classe I – alta suscetibilidade à erosão;

Classe II – média suscetibilidade à erosão;

Classe III – baixa suscetibilidade à erosão.

Destas três classes, optou-se por destacar, na classe I, os solos altamente

suscetíveis a boçorocas (Ia) daqueles onde não há possibilidade de desen-

volvimento desta forma de erosão (Ib). Assim, entende-se que a classe Ia

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 60

não só representa áreas com solos que podem fornecer mais sedimentos que

Ib, como também aquelas em que o desenvolvimento de boçorocas cumpre

papel importantíssimo na condução direta dos sedimentos produzidos aos

cursos d’água.

Finalmente, houve entendimento de que as áreas não sujeitas a processos

erosivos (áreas de agradação) deveriam ser incluídas numa classe separada

(IV). Dessa maneira, foram definidas cinco classes:

Ia – áreas com predominância de solos com alta suscetibilidade à erosão

laminar, e a erosão por boçorocas;

Ib – áreas com predominância de solos com alta suscetibilidade à erosão

laminar e muito pouco ou não suscetíveis a boçorocas;

II – áreas com predominância de solos com média suscetibilidade à erosão

laminar;

III – áreas com predominância de solos com baixa suscetibilidade à erosão

laminar; e

IV – áreas de agradação, ou seja, com tendência maior à retenção de sedi-

mentos.

No presente estudo, conforme já exposto, optou-se por elaborar os mapas

de suscetibilidade específicos para erosão linear e laminar (Pranchas 04 e

05), devido a necessidade de maior detalhamento tendo em vista a comple-

xidade da área de estudo, adotando os seguintes critérios:

• para erosão linear, o mapa do IPT (1990) apenas considera as áreas de alta

suscetibilidade a erosão por boçorocamento, enquanto que na Prancha 04

os processos considerados foram os de ravinas e boçorocas. As unidades

cartografadas neste desenho utilizaram como fatores determinantes os mes-

mos apontados por IPT (op. cit.), interpretadas para o desenvolvimento de

erosões lineares.

• para erosão laminar as classes Ia e Ib foram denominadas de “Alta suscetibi-

lidade”; a classe II de “Média suscetibilidade” e a classes III e IV de “Baixa

suscetibilidade”.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 61

Resultados obtidos• Suscetibilidade a erosão linear (ravinas e boçorocas)

Segundo DAEE/IPT (1989), quanto aos fatores naturais, o processo de for-

mação de ravinas e boçorocas dependem principalmente do tipo de solo, em

segundo lugar do tipo de relevo e indiretamente do substrato rochoso, con-

forme resumido a seguir.

Quanto ao solo, uma das características determinantes para a formação de

ravinas e boçorocas é evidentemente a espessura da cobertura pedológica,

não se observando a formação de boçorocas de grande porte em solos rasos.

A textura do solo também é fundamental, sendo que estas feições erosivas

ocorrem predominantemente em solos de textura arenosa e média. Desta-

cam-se ainda como solos de elevada suscetibilidade a estes tipos de proces-

sos, os solos de maior gradiência textural, como é o caso dos podzólicos, que

também estão sujeitos aos fenômenos descritos na manifestação da erosão

laminar

Quanto ao relevo as encostas mais declivosas e de maior comprimento de

rampa que condicionam uma maior suscetibilidade à erosão dos solos.

Quanto ao substrato rochoso a influência é indireta, na medida em que o

substrato rochoso está intimamente associado às coberturas pedológicas.

Assim os solos de textura arenosa estão associados a formações areníticas,

rochas cristalinas quartzosas e sedimentos alúvio coluvionares de meia en-

costa. Também se relaciona ao substrato rochoso o comportamento das águas

subterrâneas, que exercem papel de destaque na evolução das boçorocas. E,

finalmente, como já apresentado, a profundidade da alteração que continua

ser maior nas formações que originaram solos de textura arenosa acima

referidos.

As classes de solos, interpretadas para a Prancha 04, como integrantes de

cada classe de suscetibilidade a erosão linear (ravinas e boçorocas), bem

como suas definições, são descritas nos itens seguintes:

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 62

Inserir Prancha 04 - Suscetibilidade à erosão linear

Page 63: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 63

• Baixa suscetibilidade ao desenvolvimento de ravinas e boçorocas.

Esta classe de suscetibilidade representa as áreas com solos pouco ou não

suscetíveis ao desenvolvimento de ravinas e boçorocas. Na área da Prancha

03 é representada pelos seguintes solos:

Latossolos vermelho-amarelos e vermelho-escuros: de textura argilosa (LVa3,

LVa5, LEe1, LEa2, LEa4, LEa7, LEa8, LEa27);

Latossolos roxos: todos (textura argilosa em relevo suave ondulado e plano

(LRe2, LRe3, LRe4, LRd2, LRd9);

Terras roxas estruturadas: todas (TRe1, TRe3, TRe5, TRe6, TRe8);

Solos hidromórficos: textura argilosa em relevo plano (HG1).

• Média suscetibilidade ao desenvolvimento de ravinas e boçorocas

Caracteriza as áreas com solos medianamente suscetíveis ao desenvolvimento

de ravinas e boçorocas correspondem, na área de estudo, aos seguintes solos:

Latossolos vermelho-amarelos e latossolos vermelho-escuros: textura mé-

dia em relevo suave ondulado (LEd2, LEa1, LEa5, LEa6, LEa10, LEa15,

LEa20, LEa29, LEa26);

Podzólicos: textura argilosa ou associados a latossolos de textura argilosa

(PEa3, PEa4);

Litólicos: relevo muito movimentado em substrato de rochas básicas ou siltitos

(Re2, Re6, Re10, Re12, Rd1).

• Alta suscetibilidade ao desenvolvimento de ravinas e boçorocas

Caracteriza as áreas com solos muito a extremamente suscetíveis ao desen-

volvimento de ravinas e boçorocas. As áreas de relevos mais movimentados

(forte ondulados) são aquelas em que se observam maior número de ravinas

e boçorocas, mas são nas áreas de relevos menos movimentados (ondula-

dos) que as áreas de potencial natural alto apresentam as ravinas e boçorocas

mais profundas, este fato se deve à cobertura pedológica mais espessa nos

solos formados no último relevo citado.

Page 64: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 64

Constituem-se, na área de estudo, predominantemente por solos arenosos

com gradiência textural importante, a saber:

Podzólicos: textura arenosa/média e media/argilosa de relevo suave ondu-

lado ou ondulado (PE2, PV1, PV2, PV3, PVa4, PVa5, PVa6, PVa7, PVa9, PVa17,

PVa18, PVa20, PVa21, PVa27, PVe6, PVe12, PEd2, PEd5);

Areias Quartzosas: em relevo ondulado e suave ondulado (AQa1);

Solos Litólicos: relevo forte ondulado e montanhoso com substrato de arenitos

(Re3).

• Suscetibilidade a erosão laminar

Como os mecanismos e condicionantes de formação dos processos de erosão

laminar e de sulcos são semelhantes, o mapa de suscetibilidade a erosão laminar

também se refere à suscetibilidade ao desenvolvimento de sulcos, ou seja, as

erosões denominadas rill e interrill erosion foram tomadas em conjunto.

Os fatores condicionantes naturais de formação destes processos estão resu-

midos a seguir, conforme descrito em DAEE/IPT (1989).

De uma maneira geral, o relevo destaca-se dentre os fatores condicionantes.

Desta forma as áreas constituídas predominantemente por relevos movi-

mentados como as colinas médias e morrotes ou designados por forte ondu-

lados a escarpados no Mapa de Distribuição de Solos foram considerados

como francamente mais erodíveis.

Neste tipo de relevo são observados os solos rasos (litólicos e terras roxas

estruturadas) ou de alta gradiência textural (podzólicos). Estes solos apre-

sentam resistência à infiltração da água em profundidade, favorecendo o

acúmulo superficial que, atingindo elevados níveis de saturação, promove a

perda de coesão e a desagregação das partículas.

Entre os diversos tipos de solos destacam-se como mais suscetíveis aqueles

que apresentam coesão mais baixa, ou seja, os solos de textura arenosa.

As classes de solos interpretadas para a Prancha 05 como integrantes de cada

classe de suscetibilidade a erosão laminar e em sulcos, bem como suas defi-

nições, são descritas nos itens seguintes.

Page 65: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 65

Inserir Prancha 05 - Suscetibilidade à erosão laminar

Page 66: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 66

• Baixa suscetibilidade à erosão laminar e sulcos

Caracteriza as áreas com solos pouco ou não suscetíveis a erosão laminar ou

em sulcos. Os solos integrantes dessa classe ocorrem predominantemente

em relevos de baixa declividade. Na região de estudo, os solos desta classe

de suscetibilidade são os seguintes:

latossolos vermelho-amarelos e latossolos vermelho-escuros: textura argi-

losa em relevo plano e suave ondulado, e textura média em relevo pratica-

mente plano (LVa3, LEe1, LEd2, LEa2, LEa4, LEa7, LEa8, LEa27);

latossolos roxos: todos (LRe2, LRe3, LRe4, LRd2, LRd9);

solos hidromórficos: textura argilosa em relevo plano (HG1).

• Média suscetibilidade à erosão laminar e sulcos

Caracteriza as áreas com solos medianamente suscetíveis a erosão laminar

ou em sulcos. Os solos integrantes desta classe de suscetibilidade, para a

área da Prancha 03, são latossolos de textura média em relevos não planos e

terras roxas estruturadas em relevo suave ondulado e ondulado:

Latossolos vermelho-amarelos e vermelho-escuros: de textura média em

relevo suave ondulado (LVa5, LEa1, LEa5, LEa6, LEa10, LEa20, LEa29,

LEa26);

terra roxa estruturada: textura argilosa em relevo suave ondulado a ondu-

lado (TRe1, TRe3, TRe5, TRe6).

• Alta suscetibilidade à erosão laminar e sulcos

Caracteriza as áreas com solos altamente suscetíveis a erosão laminar ou em

sulcos. Os solos integrantes desta unidade, para a área da Prancha 03, ocor-

rem predominantemente em relevos movimentados (forte ondulado, mon-

tanhoso, escarpado ou colinas médias), de quaisquer texturas e em podzólicos

em relevos suave ondulados e ondulados:

Latossolo vermelho-escuro: desenvolvido em substrato de folhelho associa-

do a cambissolo em relevo ondulado (LEa15);

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 67

Terra roxa estruturada: associada a solos litólicos em relevo ondulado e forte

ondulado (TRe8);

Podzólicos: todos (PE2, PV1, PV2, PV3, PVa4, PVa5, PVa6, PVa7, PVa9, PVa17,

PVa18, PVa20, PVa21, PVa27, PVe6, PVe12, PEa3, PEa4, PEd2, PEd5);

Areias Quartzosas: desenvolvidas em relevo ondulado e suave ondulado

(AQa1);

Litólicos: todos (Re2, Re3, Re6, Re10, Re12, Rd1).

Classes de suscetibilidade a erosão na Bacia de ChavantesNa área da Bacia de Chavantes verifica-se, de maneira geral, os seguintes

comportamentos frente à suscetibilidade a erosão dos solos:

• Na porção meridional da área é encontrada ampla ocorrência dos arenitos e

diamictitos (e rochas associadas) da Formação Itararé aos quais estão associ-

ados predominantemente podzólicos de textura arenosa e média de alta

suscetibilidade a erosão laminar e linear. Secundariamente são encontra-

das, nos topos de algumas colinas latossolos de baixa suscetibilidade a ero-

são linear e laminar. Ainda nesta região, afloram rochas básicas associadas à

Formação Serra Geral, às quais associam-se, em alguns setores, terras roxas

estruturadas de baixa suscetibilidade a erosão linear e média suscetibilidade

à erosão laminar, e em outros setores, latossolos roxos de baixa suscetibili-

dade (erosões lineares e laminares).

• Na região dos municípios de Fartura, Taguaí e Carlópolis ocorre uma diver-

sidade litológica (arenitos, siltitos, folhelhos, basaltos, calcários etc.) associ-

ados a latossolos, podzólicos, litólicos e terras roxas estruturadas que

condicionam a ocorrência de setores de alta e média suscetibilidade à erosão

laminar e alta, média e baixa suscetibilidade a erosão linear.

• Na bacia do Rio Paranapanema, são encontrados principalmente rochas

básalticas da Formação Serra Geral, com predomínio de solos de baixa sus-

cetibilidade a erosão laminar e linear. Solos mais suscetíveis à erosão nesta

unidade geológica são encontrados nas proximidades do Rio Paranapanema,

em associação de relevos mais movimentados (morros arredondados), onde

são encontrados podzólicos de textura argilosa.

Page 68: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 68

• No espigão entre as cidades de Manduri e Cerqueira Cesar são encontrados

latossolos de textura média, derivados dos arenitos do Grupo Bauru e de

suscetibilidade média a erosão laminar e linear.

4.2.3. Uso do solo

O processo de urbanização e desenvolvimento da região situada na bacia do alto

Paranapanema está diretamente relacionado com a expansão cafeeira para o oeste de

São Paulo e norte do Paraná, ocorrida mais fortemente nas primeiras décadas do sécu-

lo XX.

A substituição do manto vegetacional original pelas lavouras de café, posterior-

mente pelo algodão, com a entrada da pecuária e, mais recentemente, com as culturas

anuais, destacando-se a soja e a cana-de-açúcar, teve reflexos profundos no uso do

solo, provocando grande alteração na mata estacional primitiva, de forma que hoje

poucos remanescentes dessa vegetação podem ser encontrados na área de influência

do reservatório, em geral restritos a terrenos cuja declividade limitou o uso agrícola.

Observa-se na Prancha 06 – Uso do Solo, que a predominância do uso do solo na

região de estudo assenta-se na pecuária, não obstante a permanência do café e a entra-

da cada vez maior da cana-de-açúcar nas porções mais ao norte e das culturas anuais,

como soja e milho, que se espalham por toda a área de estudo, mais presente nas

margens paulistas, principalmente em Coronel Macedo, Fartura, Sarutaiá e Piraju e

nas porções ao sul da margem paranaense, principalmente em Santana do Itararé e

Itaporanga, região essa que também concentra os remanescentes de mata mesófila e

matas ciliares, além das margens do reservatório situadas no município de Timburi.

Margens e IlhasRegistra-se como fenômeno marcante, mais recente, ligado à transformação do

uso do solo na região, o parcelamento do solo de áreas rurais, para uso de caráter

urbano voltado à constituição de chácaras de lazer nas margens do reservatório, esten-

dendo-se para algumas ilhas. Esse processo vem se intensificando, facilitado pela ma-

lha viária que serve a região, pela rede urbana bem equilibrada da qual é constituída,

além do inegável apelo turístico e paisagístico que é oferecido pela morfologia privile-

giada na qual se insinua o reservatório da UHE Chavantes. Contribui para esse apelo

turístico a qualidade das águas da bacia, que segundo o relatório de qualidade das

águas interiores do estado de São Paulo, realizado pela CETESB para 2001 até abril de

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 69

Inserir Prancha 06 - Uso do solo

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 70

2002, apresentam índice de qualidade boa, tanto para as águas do rio Itararé, como

para o rio Paranapanema.

A fim de se ter um panorama da região, convidamos o leitor a nos acompanhar

numa viagem, utilizando como referência a prancha 07, a seguir.

Ao adentrar na área objeto do zoneamento pela rodovia Raposo Tavares, através

de Timburi, nota-se que o município se encontra bastante isolado no que diz respeito

ao acesso ao reservatório, uma vez que as margens contidas no município são, em

quase sua totalidade, escarpadas e com os remanescentes de mata nativa mais signifi-

cativos de toda a área de influência. Por isso, nessa parte não se observa ocupação das

margens do reservatório. Situação semelhante se encontra na margem direita do rio

Paranapanema, com exceção do extenso loteamento situado na cabeceira do reserva-

tório, no município de Piraju.

Ao caminharmos para o sul, em direção à cidade de Fartura, vencendo o front de

cuestas, abre-se o relevo para uma topografia mais suavizada, característica da Depres-

são Periférica, onde se observa uma pressão pelo uso da borda da qual o empreendi-

mento imobiliário na ilha 8 é testemunha.

Mais próximo à cidade de Fartura, junto à sua ligação viária com Carlópolis, nota-

se uma forte tendência ao parcelamento do solo na borda. Destaca-se a área pública de

lazer nas proximidades da ponte sobre o reservatório.

No trecho mais ao sul, acompanhando a ligação viária até a balsa entre Fartura e

Itaporanga, constata-se a existência de vários pontos de utilização da borda para o

lazer, de forma incipiente e dispersa. A maior parte desses empreendimentos situa-se

em interessante porção de terras que adentra o reservatório, por onde se faz o acesso à

balsa que liga os municípios de Fartura e Barão de Antonina.

Ao sul desse trecho encontramos os municípios de Itaporanga, Barão de Antonina

e Salto do Itararé, mais isolados da região de maior interesse e com uma estrutura de

acesso mais limitada. A topografia, que nessa região é mais acidentada, contribui tam-

bém para a baixa ocupação das margens do lago. Destaca-se nesse setor o distrito de

Alemoa, pertencente ao município de Siqueira Campos, que concentra atividades de

lazer na borda do reservatório, com pequeno núcleo urbano nas margens, loteamento

de chácaras e área pública de lazer.

Encaminhando-se a partir daí para Carlópolis, encontram-se os terrenos mais

propícios à utilização urbana, à semelhança dos encontrados defronte, na margem di-

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 71

Inserir Prancha 07 - Margens e Ilhas

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 72

reita. Comprova esse potencial a concentração de empreendimentos como loteamentos

e clubes que se desenvolveram próximos à sede do município, tanto na direção de

Fartura (SP), como de Ribeirão Claro (PR). No restante da ampla costa do município,

há pouquíssima utilização da borda para fins urbanos ou de lazer.

Em direção a Ribeirão Claro, a partir das terras mais baixas e de topografia mais

suave do Segundo Planalto Paranaense, adentra-se as escarpas basálticas que se voltam

para o reservatório e sobre as quais assenta-se parte significativa do município, inclu-

indo a sua sede. Nesse setor, desde os locais de topografia mais suave até os mais escar-

pados, constata-se uma ocupação de borda que vem se dando de forma dispersa,

caracterizada pelo parcelamento do solo, instalações hoteleiras e áreas públicas e pri-

vadas de lazer. Contando com acesso fácil, infraestrutura urbana próxima e notável

beleza cênica, é um ponto de grande interesse para uso turístico. Dadas as característi-

cas de solo e relevo, constata-se nesses locais formas inadequadas de implantação de

edificações, com excessiva movimentação de solo, não apropriada ao local.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 73

4.3 Diretrizes para o Plano de Uso e Ocupação do Solo

Para efeito do Plano de Uso e Ocupação que aqui se apresenta foi elaborada uma

síntese da caracterização da área objeto do zoneamento. Tal caracterização consiste na

interpretação dos fenômenos que vêm ocorrendo na área, segundo a natureza e grau

de problemas apresentados, o que dá origem a uma compartimentação que diferencia

porções da área de influência com características locais semelhantes, segundo as variá-

veis analisadas. A partir da caracterização feita por porção diferenciada do território ou

compartimento, são traçadas as diretrizes que irão se constituir no principal subsídio

para a proposta de zoneamento.

O reservatório da UHE Chavantes, por sua localização e conformação geográfica,

possui um inegável potencial turístico. As características que lhe dão beleza, como o

relevo, formando por vezes frontões escarpados, uma farta hidrografia formada por

inúmeros pequenos rios e córregos, contribuindo para a formação de bordas recortadas

e inúmeras ilhas, alertam para a necessidade de sua conservação. Entretanto, a consti-

tuição dos solos na área de influência do reservatório traz uma situação desvantajosa

para a sua ocupação: apresenta-se aí, principalmente em terras situadas no estado do

Paraná, o predomínio de solos enquadrados nas classes de alta suscetibilidade à erosão,

tanto linear como laminar.

O desafio deste Plano está em incentivar o potencial turístico existente, permitin-

do a diversidade de uso, desde que as formas de ocupação do solo sejam compatíveis

com a conservação ambiental. Nessa perspectiva, parte da bacia de contribuição que

margeia o reservatório da UHE Chavantes, em terras do estado de São Paulo, faz parte,

conforme mencionado anteriormente, da APA de Corumbataí-Botucatú-Tejupá, cons-

tituindo o perímetro Tejupá.

Entretanto, essa APA não foi ainda objeto de um zoneamento ecológico-econô-

mico, conforme preconiza a Resolução Conama 10/88, para o que o Plano aqui pro-

posto deve contribuir.

Desta forma, distinguem-se quatro compartimentos na bacia de contribuição que

margeia o reservatório,conforme prancha 08, descritos a seguir:

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 74

Inserir Prancha 08 - Compartimentação

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 75

Compartimento 1

• Área situada imediatamente na porção norte da baciahidrográfica, delimitada pelo limite da bacia e a margem di-reita do rio Paranapanema.

• Compreende porções dos municípios de Chavantes, Ipauçu,Bernardino de Campos e Piraju.

• Esses municípios são transpassados, no interior deste com-partimento, pela rodovia Raposo Tavares (SP-270) – eixoindutor do desenvolvimento regional nessa porção do Estadode São Paulo.

• É uma área com predomínio de solos com baixa suscetibilidade àerosão, porém, na faixa lindeira ao rio Paranapanema ocorrem solos com altasuscetibilidade à erosão laminar e linear nos municípios de Chavantes e Piraju e altasuscetibilidade à erosão laminar nos municípios de Ipauçu e Bernardino de Campos.

• Apresenta poucos trechos próximos à borda do reservatório, com declividades altas – daordem de 20 a 30% – todos eles com manchas remanescentes de vegetação nativa.

• O uso do solo se divide entre cultivo de cana-de-açúcar, pastagem, culturas anuais e pere-nes e manchas remanescentes de vegetação nativa.

• Registra-se áreas de lazer municipal na borda do reservatório nos municípios de Chavantese Ipauçu e áreas de loteamentos nos municípios de Chavantes, Piraju e Bernardino deCampos.

Diretrizes

• Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, efetivação de Reservas Florestais Legais;

• Manejo conservacionista do solo nas atividades agropecuárias;

• Controlar dos processos de urbanização.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 76

Compartimento 2

• Apresenta relevo acidentado formado pelas cuestas basálticas,interrompidas ligeiramente pela depressão do rio Itararé –divisor estadual.

• A porção do estado do Paraná é representada pelo municí-pio de Ribeirão Claro.

• A porção do estado de São Paulo é representada pelos muni-cípios de Timburi, Piraju, Sarutaiá, Tejupá, Fartura e Taguaí,sendo que Sarutaiá, Tejupá e Taguaí não possuem terras namargem do reservatório.

• Do lado do estado do Paraná ocorre maciça predominância das clas-ses de solo com alta suscetibilidade à erosão, tanto linear como laminar. Do ladodo estado de São Paulo ocorre predominância das classes de solo com alta suscetibilidade àerosão laminar e linear na faixa lindeira à margem direita do rio Itararé e margem esquerdado rio Paranapanema. Nas áreas mais afastadas ocorrem solos com médias e baixassuscetibilidade à erosão laminar e linear.

• São poucas as manchas de vegetação nativa do lado do estado do Paraná, no entanto dolado do estado de São Paulo estão as manchas de vegetação nativa mais significativas detoda a bacia hidrográfica – pertencentes aos municípios de Timburi e Fartura.

• Apresenta declividades da ordem de 20 a 30%, próximo à borda do reservatório, o quedificulta o seu acesso nos dois estados.

• Registra-se solapamento na borda do reservatório do lado do estado do Paraná e na Ilha 06.

• O uso do solo se divide entre pastagens, cultivo de cana-de-açúcar, culturas perenes eanuais e as manchas remanescentes da vegetação nativa.

• Registra-se a tendência do uso urbano voltado ao turismo, como hotéis e loteamentos nomunicípio de Ribeirão Claro-PR.

• Do lado do estado de São Paulo ocorre o início do perímetro da Área de Proteção Ambiental– Perímetro Tejupá, com a delimitação de área de exclusão na sede do município de Timburie seu entorno.

Diretrizes

• Área prioritária para projetos de recuperação de Áreas de Preservação Permanente, efetivaçãode Reservas Florestais Legais e reflorestamento de borda;

• Atuar no controle de processos erosivos;

• Manejo conservacionista do solo nas atividades agropecuárias;

• Desincentivar o uso do solo para pastagens, privilegiando as culturas perenes sobre as anuais;

• Restringir processos de urbanização.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 77

Compartimento 3

• Essa área dá seqüência ao Compartimento 2, acompanhan-do a borda do reservatório na direção sul, indo até o ribei-rão da Cachoeira (divisa do município de Carlópolis comSiqueira Campos) e atravessando as águas do reservatóriopara atingir o estado de São Paulo. Acompanha na contra-corrente o ribeirão da Aldeia até atingir o limite da baciahidrográfica e segue até atingir a delimitação do Comparti-mento 2.

• Compreende os municípios de Ribeirão Claro e Carlópolis dolado do estado do Paraná; e Fartura, Taguaí e Coronel Macedodo lado do estado de São Paulo, sendo que Coronel Macedo não possuiterras às margens do reservatório.

• O reservatório nesse compartimento tem áreas inundadas maiores, é muito recortado eapresenta uma grande concentração de ilhas. O relevo é mais suave e possui poucos tre-chos nas margens com declividade acentuada.

• É uma área com alta suscetibilidade à erosão laminar e linear nas terras da margemparanaense e predominância de alta suscetibilidade à erosão laminar na margem paulista,apresentando também vários processos de assoreamento nas bordas.

• O uso do solo é constituído predominantemente por pastagens e cultura anual. Registra-seraras ocorrências de vegetação ciliar e, ainda mais raras, de maciços de vegetação nativa emambos os estados.

• Esse compartimento apresenta muitos empreendimentos voltados ao turismo, como hotéise loteamentos, tanto numa margem como na outra, para o que contribui a ponte que ligaCarlópolis a Fartura. Essa travessia constitui-se no eixo de ligação e desenvolvimento paraos municípios de Joaquim Távora (PR), Carlópolis(PR), Fartura(SP) e Taguaí(SP).

• Apresenta duas áreas com urbanização consolidada na margem paranaense: Patrimônio daCachoeira – distrito de Ribeirão Claro e a sede do município de Carlópolis.

• O lado paulista pertence a APA – Perímetro Tejupá com área de exclusão delimitada para assedes dos municípios de Fartura e Taguaí.

Diretrizes

• Recuperação de Área de Preservação Permanente e efetivação de Reservas Florestais Legais;

• Manejo conservacionista do solo nas atividades agropecuárias;

• Desincentivar o uso do solo para pastagem, privilegiando as culturas perenes sobre as anuais;

• Orientar o processo de urbanização de forma controlada.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 78

Compartimento 4

• Essa área dá seqüência ao Compartimento 3, a partir do ribei-rão da Cachoeira do lado paranaense e o ribeirão da Aldeia dolado paulista, acompanha o limite da bacia hidrográfica atéatingir a coordenada horizontal 7.350.000.

• É uma área com forte predominância das classes de solos comalta suscetibilidade à erosão tanto laminar como linear.

• O uso do solo é constituído predominantemente por pasta-gem, tendo como segunda predominância a cultura anual. Hápouquíssimo cultivo da cana-de-açúcar, possui uma trama sig-nificativa de mata ciliar e apresenta alguns maciços de vegeta-ção nativa.

• Registra-se menor número de estruturas para o lazer e apenas uma área com loteamentona borda do reservatório, pertencente ao município de Barão de Antonina-SP.

• Ocorrem solapamentos em alguns locais da borda do reservatório.

• Possui duas áreas com urbanização consolidada na margem paranaense: Alemoa – distritode Siqueira Campos e a sede do município de Salto do Itararé.

• No município de Salto do Itararé-PR ocorre mais uma travessia rodoviária sobre o rio Itararéligando este ao município de Barão de Antonina-SP. Essa travessia constitui-se no eixo deligação e desenvolvimento para os municípios de Quatinguá(PR), Siqueira Campos(PR),Salto do Itararé (PR), Barão de Antonina(SP)e Itaporanga(SP).

• O lado paulista contém a porção final da APA – Perímetro Tejupá.

Diretrizes

• Área prioritária para projetos de recuperação de Áreas de Preservação Permanente, efetivaçãode Reservas Florestais Legais e reflorestamento de borda;

• Atuar no controle de processos erosivos;

• Manejo conservacionista nas atividades agropecuárias;

• Desincentivar o uso do solo para pastagem, privilegiando as culturas perenes sobre as anuais;

• Permitir a possibilidade de uso diversificado da borda em locais específicos e com controledas formas de ocupação.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 79

Rafael e sua turma na comunidade em quevivem, a Fazenda Sta. Júlia, em Ribeirão Claro

O arco de trepadeiras acolhe o visitante destapropriedade em Fartura (SP)

Capela em meio a uma lavoura de cana-deaçúcar na vizinhança da Usina

Poço que abastece de água potável acomunidade da Fazenda Sta. Júlia

Page 80: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 80

O ramalhete comparece como discreto talismã…

… no berrante painel deste multi-empreendimento

A sombra das árvores para quem vai pela estrada…

… e campos floridos para quem dispensa o automóvel

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 81

A sinuosidade do trecho Carlópolis-RibeirãoClaro acompanha a movimentação do relevo

A histórica ponte pênsil Chavantes-Ribeirão Claro…

…e seu atento guardião

A modernidade do complexo hidrelétrico se vale de tecnologiastradicionais: a balsa Fartura-Barão de Antonina

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 82

A beleza do encontro do Paranapanemacom o Itararé

Cenas banais se transfiguram com freqüência empura harmonia

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 83

Mesmo longe das águas a naturezacontinua generosa

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 84

Em extensos trechos do reservatório o relevo enérgico favorece o cenárioe dificulta a ocupação

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 85

Segmentos crescentes do mercado valorizam parcelamentos do solo comimplantação não-agressiva

Prova de que a propriedade privada pode se harmonizar com a paisagem

Agricultura intensiva com exemplar manejo do solo:Nesta página, três exemplos de iniciativas ambientalmente responsáveis

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 86

Extração predatória de rocha na área rural de Ribeirão Claro

Casos recorrentes de área construída e movimento de terra excessivos na margem do reservatório. Ambos sinaisde uso econômico ambientalmente não-responsável

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 87

5. Zoneamento da Bordado Reservatório

5.1. Concepção do zoneamento

O zoneamento do reservatório da UHE Chavantes tem por objetivo específico o

ordenamento territorial das áreas situadas numa faixa de aproximadamente 1km de

largura na borda, visando:

• Assegurar ação empresarial mais integrada com os demais agentes que atu-

am na sua bacia hidrográfica, a fim de garantir a disponibilidade de água,

em quantidade e qualidade suficientes e adequadas para os serviços de gera-

ção, assim como para outros usos;

• Subsidiar a ação coordenada dos órgãos públicos envolvidos na elaboração

de instrumentos de controle do uso múltiplo e racional dos recursos natu-

rais na área de influência do reservatório, compatibilizando-o com os obje-

tivos empresariais;

• Contribuir para a conservação da diversidade biológica na sua área de influ-

ência.

Considerando tais objetivos, o zoneamento do reservatório da UHE Chavantes foi

elaborado como resposta às diretrizes formuladas para cada compartimento, que fa-

zem parte do diagnóstico da área de estudo.

Salienta-se que as diretrizes por compartimento e, portanto, o zoneamento, in-

corporam as políticas ambientais vigentes, dos estados do Paraná e de São Paulo.

No que diz respeito ao estado do Paraná, atenção especial foi dada aos projetos

Rede da Biodiversidade e ICMS Ecológico. O primeiro estabelece uma malha ou rede de

comunicação formada pelos corredores de bacias hidrográficas e serras que englobam

os bio-ecossistemas remanescentes no estado. Na área de estudo esse projeto visa à

recuperação da bacia do rio Paranapanema.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 88

O projeto denominado ICMS Ecológico define como pré-requisito para a partilha

dos recursos do ICMS a existência de Unidades de Conservação - UC - nos municípios,

de forma a criar um mecanismo que beneficie aqueles que possuam, em seus territóri-

os, áreas naturais protegidas.

A concepção do zoneamento incorpora ainda o SISLEG - Sistema de Manuten-

ção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Perma-

nente no Estado do Paraná, instituído pelo Decreto Estadual n.º 387/99.

Em decorrência, o zoneamento privilegia as diretrizes de recuperação ambiental

nas faixas de vegetação de preservação permanente (APP) e em áreas mais amplas com

o objetivo de recompor grandes corredores biológicos ao longo do rio Paranapanema.

Quanto ao estado de São Paulo, considerou-se a “Política Estadual de Recursos

Hídricos” e o “Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos”, instituída pela Lei

Estadual n.º7663/91. Atenção especial foi dada ao perímetro Tejupá, pertencente à

APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá, instituída em 1983, cujo zoneamento aqui apre-

sentado, a ser debatido com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, pretende ser o

precursor de sua regulamentação.

O zoneamento ainda considera a importância econômica e social da atividade

turística e da agricultura na região.

5.2. Definição das tipologias de zonas

O zoneamento assim concebido é definido por seis tipos de zonas voltados ao

atendimento dos objetivos que vão da maior conservação ambiental e, portanto, me-

nor intensidade de uso do solo, à maior intensidade de uso permitida na área, deman-

dando maior ênfase em medidas conciliatórias a fim de reduzir impactos ambientais.

Dadas as características da área onde se situa o reservatório da UHE Chavantes,

em todas as zonas, não havendo prioridade de umas sobre outras, devem ser implanta-

dos programas de reflorestamento e de recuperação de áreas degradadas, seja por parte

da empresa concessionária ou de órgãos governamentais, seja através de parcerias en-

tre a empresa e terceiros (privados ou públicos), visando incentivar atividades de recu-

peração ambiental, reflorestamento etc.

Deve ser incentivada a constituição de Reservas Florestais Legais Coletivas, Priva-

das ou Públicas, de acordo com o que reza o Decreto Estadual n.º 387/99 (SISLEG). Esse

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 89

decreto prevê formas de se constituir a Reserva Florestal Legal, sendo 20% da área total

da propriedade rural, exigida pelo Código Florestal - Lei Federal 4771/65, alterada pela

Lei 7803/89 - em terras próprias ou áreas de terceiros, através de parcerias com outros

proprietários ou com o poder público. Essa alternativa pode representar uma maneira de

superar a dificuldade de constituir tais reservas em áreas já comprometidas com a ativi-

dade agropecuária; pode ainda incentivar a recuperação de áreas de bacias degradadas e

margens de corpos d’água que necessitam maciços contínuos de vegetação.

É ainda acrescentada a possibilidade desses maciços vegetais virem a se constituir

em Reservas Florestais Legais Coletivas - Privadas ou Públicas. No caso das primeiras,

transformando-se em R.P.P.N. - Reserva Particular do Patrimônio Natural, pode seu

gestor se beneficiar de incentivos fiscais e, no caso das públicas, transformando-se em

U.C. - Unidade de Conservação, propiciando ao município benefício adicional na par-

tilha do ICMS, de acordo com o projeto do ICMS Ecológico. As zonas de uso propostas,

definidas por seus objetivos específicos, são as que seguem:

• Z1 – Zona de proteção ambiental - Dedicada à proteção ambiental, permite a

menor gama de uso. Foi aplicada em áreas que reúnem pelo menos duas

entre três condições: alta suscetibilidade à erosão (linear ou laminar), alta

declividade (acima de 30%) e cobertura vegetal significativa. Em poucos

casos foi aplicada satisfazendo a apenas uma das condições, em zonas de

cabeceira do reservatório, cuja pressão para o uso diversificado não se faz

presente.

• Z2 – Zona de recuperação ambiental de uso predominantemente turístico – Admite

o uso agrícola e atividades turísticas. São áreas que reúnem condições para

se enquadrarem em Z1, no entanto, por sua localização estratégica ou ex-

cepcional qualidade paisagística, merecem abrigar atividades turísticas, ex-

cetuado o parcelamento, frequentemente predatório. Por estarem situadas

em áreas de alta suscetibilidade à erosão, torna-se necessário o controle ri-

goroso das formas de ocupação, bem como a apresentação de contrapartidas

de conservação ambiental, tais como a recuperação ou formação de reservas

florestais, quando da implantação das atividades turísticas.

• Z3 - Zona de uso predominantemente rural - admite pequenas estruturas turís-

ticas. Foi aplicada nas áreas de baixa declividade, cuja vocação é o uso rural.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 90

• Z4 – Zona de chácaras de lazer - é destinada preferencialmente a loteamentos

de chácaras de lazer e infra-estrutura hoteleira. Localizam-se próximas a

zonas urbanas ou em locais de fácil acesso, com condições topográficas fa-

voráveis, onde há uma certa tendência para o parcelamento do solo para

pequenas chácaras. Dadas as características deste reservatório, as formas de

ocupação serão controladas e permitidas mediante apresentação de

contrapartidas de conservação ambiental.

• Z5 – Zona de expansão urbana – é destinada à ocupação residencial em exten-

são a zonas urbanas situadas na área objeto do zoneamento, desde que a

área reuna condições favoráveis para tal..

• Z6 – Zona urbana – é uma área de competência exclusiva do município,

cabendo ao mesmo estabelecer os usos e padrões de ocupação dessa área.

• As ilhas se apresentam em grande número nesse reservatório. O seu

zoneamento foi definido de acordo com os seguintes critérios: de maneira

geral elas seguem o zoneamento definido para a margem do reservatório

mais próxima a ela; nos casos onde ela é de propriedade ou administrada

pela concessionária de energia ou tem alta declividade ou cobertura arbórea

significativa, ela é enquadrada na categoria Z1- Zona de Proteção Ambiental.

5.3. Usos característicos por zona

A categorização definida a seguir objetiva traçar o perfil para cada zona em ter-

mos de usos típicos. Uma possível ampliação dos usos característicos para cada zona,

dentro do perfil aqui adotado, será conseqüência do processo de planejamento muni-

cipal. Nos limites deste trabalho, ficam estabelecidas cinco categorias, com os seguintes

usos típicos permitidos:

Z1 – Zona de Proteção AmbientalUsos permitidos:

• Reflorestamento para fins conservacionistas ou para recuperação ambiental;

• Agrícola, com prática conservacionista de manejo do solo;

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 91

Z2 • Zona de Recuperação Ambiental de Uso Predominantemente TurísticoUsos permitidos:

• Reflorestamento para fins conservacionistas ou para recuperação ambiental;

• Agrícola, com prática conservacionista de manejo do solo;

• Pequenas estruturas de acesso à água;

• Hotel e pousada, destinados a atividades que priorizem a conservação

ambiental, mediante a formação de reservas ou outra contrapartida de re-

cuperação ambiental;

• Recreacional público, compreendendo clubes e áreas de lazer públicas;

Obs.- Deverão ser controlados os movimentos de terra e as áreas imperme-

abilizadas na aprovação dos projetos que contemplem abertura de acessos

e/ou áreas edificadas.

Z3 • Zona de Uso Predominantemente RuralUsos permitidos:

• Reflorestamento para fins conservacionistas ou para recuperação ambiental;

• Agrícola, com prática conservacionista de manejo do solo;

• Pequenas estruturas de acesso à água;

• Hotel e pousada com área construída máxima de 1.000 m2, destinadas ao

ecoturismo e turismo rural;

• Recreacional público, compreendendo clubes e áreas de lazer públicas.

• Extração mineral em conformidade com a legislação disciplinadora especí-

fica.

Z4 • Zona de Chácaras de LazerUsos permitidos:

• Reflorestamento para fins conservacionistas ou para recuperação ambiental;

• Agrícola, com prática conservacionista de manejo do solo;

• Pequenas estruturas de acesso à água;

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 92

• Hotéis e pousadas;

• Parcelamento do solo para fins de formação de chácaras de lazer, com área

mínima de lote de 1000 m2, em conformidade com a legislação disciplinadora

específica; mediante formação de reservas ou outra contrapartida em recu-

peração ambiental;

• Recreacional público, compreendendo clubes e áreas de lazer públicas;

• Extração mineral em conformidade com a legislação disciplinadora específi-

ca;

• Estabelecimentos de ensino e cultura;

• Estabelecimentos de saúde.

Obs.- Deverão ser controlados os movimentos de terra e as áreas imperme-

abilizadas na aprovação dos projetos que contemplem a abertura de acessos

e/ou áreas edificadas.

Z5 • Zona de Expansão UrbanaUsos permitidos

• Reflorestamento para fim conservacionista ou para recuperação ambiental;

• Agrícola com prática conservacionista de manejo do solo;

• Pequenas estruturas de acesso à água;

• Hotéis e pousadas;

• Restaurantes;

• Parcelamento do solo para fins de formação de chácaras de lazer, com área

mínima igual a 600 m2, em conformidade com a legislação disciplinadora

específica;

• Recreacional público, compreendendo clubes e áreas de lazer públicas;

• Estabelecimento de ensino e cultura;

• Estabelecimento de saúde;

• Estabelecimento de segurança, restrito a posto policial e delegacia de polícia;

• Equipamentos de pequeno porte, destinados ao abastecimento alimentar.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 93

Obs.- Deverão ser controlados os movimentos de terra e as áreas imperme-

abilizadas na aprovação dos projetos que contemplem a abertura de acessos

e/ou áreas edificadas.

Z6 • Zona UrbanaUsos permitidos:

• Os usos permitidos nessa zona ficam a critério do município, que deverá

elaborar um plano de zoneamento específico, em consonância com as nor-

mas gerais aqui estabelecidas.

5.4. Delimitação das zonas

As tipologias de zonas definidas conforme itens anteriores são aplicadas no terri-

tório objeto deste Plano, que compreende as áreas situadas numa faixa de aproximada-

mente 1km de largura em toda a extensão do reservatório, segundo os seguintes critérios:

1. Um critério maior decorrente dos objetivos do Plano que é o da conserva-

ção ambiental;

2. A adequação da zona às diretrizes estabelecidas por compartimento;

3. Possibilitar a todos os municípios uma maior diversidade de uso da borda

do reservatório, garantindo assim o acesso à água ao maior número de pes-

soas;

4. A adequação, na medida do possível, da zona ao uso atual, a fim de evitar

desconformidades.

Cada zona tem seus critérios intrínsecos aos seus objetivos específicos, que com-

binados a estes quatro critérios gerais, resultou na sua delimitação que se encontra na

Prancha 09 - Zoneamento da Borda do Reservatório da UHE Chavantes, encartada a seguir.

O quadro 04, a seguir, apresenta as áreas compreendidas por zona aqui proposta e

sua distribuição por estado.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 94

Quadro 04 - Distribuição de Áreas por Zona de Uso - Total e por Estado.

ZonaZonaZonaZonaZona Área daÁrea daÁrea daÁrea daÁrea da %%%%% Lado do EstadoLado do EstadoLado do EstadoLado do EstadoLado do Estado %%%%% Lado do EstadoLado do EstadoLado do EstadoLado do EstadoLado do Estado %%%%%de Usode Usode Usode Usode Uso Zona (mZona (mZona (mZona (mZona (m22222))))) do Paraná (mdo Paraná (mdo Paraná (mdo Paraná (mdo Paraná (m22222))))) de São Paulo (mde São Paulo (mde São Paulo (mde São Paulo (mde São Paulo (m22222)))))

Z1 113.127.641 17,8 35.079.582 12,7 77.277.856 21,2

Z2 160.703.778 25,1 59.612.631 21,6 105.519.070 8,9

Z3 151.802.514 23,7 89.105.902 32,3 62.696.612 17,2

Z4 207.170.997 32,3 84.378.780 30,6 119.134.498 32,7

Z5 3.347.407 0,5 3.347.407 1,2 0 -

Z6 4.079.772 0,6 4.079.772 1,5 0 -

ÁreaÁreaÁreaÁreaÁreaTotalTotalTotalTotalTotal 640.232.110 100 275.604.074 43 364.628.036 57

Onde:Z1 – Zona de Proteção AmbientalZ2 – Zona de Recuperação Ambiental de Uso Predominantemente TurísticoZ3 – Zona de Uso Predominantemente RuralZ4 – Zona de Chácaras de LazerZ5 – Zona de Expansão UrbanaZ6 – Zona Urbana

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 95

Inserir Prancha 09 - Zoneamento

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 96

6. Normas

A implementação deste Plano de Uso e Ocupação obrigatoriamente depende de

um processo de articulação entre os poderes públicos, estadual e municipal e a empre-

sa concessionária de energia, visando à institucionalização de documentos normativos

e procedimentos administrativos no âmbito da competência constitucional e legal de

cada um.

Tendo em vista tal ordenamento, foram definidas as seguintes normas, de aplica-

ção em todo o território objeto do zoneamento, que se constitui em parte integrante do

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes.

As normas aqui propostas estão em conformidade com a legislação em vigor.

N1. A empresa concessionária de energia somente implantará ou autorizará a

implantação, nas áreas de sua propriedade ou sob sua administração, usos e

instalações que estiverem em conformidade com o Plano de Uso e Ocupa-

ção, devendo os atos técnicos e administrativos regulamentares atender

concomitantemente duas exigências:

Ser o uso ou instalação permitido na zona onde é requerido;

Quando o uso ou instalação for complementar a uma atividade, esta deverá

estar em conformidade com o uso permitido na zona onde está instalada ou

onde vier a se instalar.

N2. Os atos técnicos e administrativos da concessionária tendo em vista a

utilização por terceiros dos próprios sob seu domínio ou administração, além

do disposto na norma N1, deverão observar, no que couber, a incidência das

normas N12, N13, N14 e N17 sobre o objeto da autorização.

Page 97: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 97

N3. É vedada à concessionária de energia a concessão de qualquer tipo de uso,

na faixa de borda de sua propriedade que dista até 1.500m da barragem (usi-

na hidrelétrica), tanto para montante como para jusante do reservatório.

N4. É vedado qualquer tipo de uso do reservatório ou de suas águas numa

faixa que dista até 500m da barragem (usina hidrelétrica), tanto para mon-

tante como para jusante, denominada Faixa de Segurança, sobrepondo-se

esta a qualquer zona definida neste Plano de Uso e Ocupação. No caso par-

ticular da prática da pesca, esta Faixa é ampliada para 1.000m, sendo que na

época da piracema ela passa a ser de 1.500m.

N5. De forma a garantir o direito do uso das águas assegurado pelo Decreto

Federal n.º 24.643/34 – Código de Águas – as atividades que vierem a se

instalar na borda do reservatório, em especial os parcelamentos do solo para

fins urbanos e de lazer, deverão prever áreas públicas de acesso à água com

distância máxima de 300m entre elas.

N6. As contrapartidas exigidas para a implantação da atividade turística como

hotel, pousada ou parcelamento do solo para fins de formação de chácaras

de lazer na Z2 - Zona de Recuperação Ambiental de Uso Predominantemen-

te Turístico e Z4 – Zona de Chácaras de Lazer, referem-se a projetos de recu-

peração ou revegetação das bacias hidrográficas mais degradadas situadas

no município, ou em outro local designado pelo órgão ambiental compe-

tente.

N7. Na Zona de Chácaras de Lazer, Z4, e na de Expansão Urbana, Z5, será

admitida, independentemente dos parâmetros de recuo, taxa de ocupação,

coeficiente de aproveitamento, definidos pelo poder público municipal, uma

taxa de impermeabilização máxima de 35% da área do lote.

N8. Na Zona de Recuperação Ambiental de Uso Predominantemente Turísti-

co, Z2, será admitida, independentemente dos parâmetros de recuo, taxa de

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 98

ocupação e coeficiente de aproveitamento, definidos pelo poder público

municipal, uma taxa de impermeabilização máxima de 25% da área do lote.

N9. Na área abrangida pelo zoneamento, independentemente do volume

máximo previsto nestas normas, o movimento de terra deverá ser sempre o

menor possível, contemplando o balanço corte-aterro tendendo a zero, pro-

curando sempre a melhor adaptação do projeto à topografia local.

N10. Em virtude da norma N9, nas zonas de Recuperação Ambiental de Uso

Predominantemente Turístico, de Chácaras de Lazer e de Expansão Urbana

(Z2, Z4 e Z5 respectivamente), a instalação de qualquer atividade que en-

volva movimentos de terra (arruamento, parcelamento do solo, edificação,

platôs para camping, etc) está limitada à geração de volume máximo de

corte e aterro (V) correspondente à aplicação da seguinte expressão mate-

mática:

V= Área do terreno X 1,0m

10

N11. Para qualquer parcelamento do solo para fins urbanos ou para constitui-

ção de chácaras de lazer, deverão ser executados pelos empreendedores o

sistema de captação e distribuição de água, coleta e destinação final de

efluentes domésticos e resíduos sólidos, conforme determina a Lei Federal

n.º 6.766/79, alterada pela Lei Federal 9.785/99, que disciplina o parcela-

mento do solo para fins urbanos.

N12. Fica proibido o lançamento in natura de resíduos líquidos no reservató-

rio e em qualquer córrego contribuinte, bem como a instalação de lixões em

todas as zonas definidas no Zoneamento da Borda do Reservatório.

N13. O manejo sustentado da fauna silvestre se dará exclusivamente através

de programa previamente definido e aprovado pelos órgãos ambientais com-

petentes.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 99

N14. Usos, atividades ou instalações previstas para serem realizadas em APP -

Área de Preservação Permanente deverão obter manifestação ou licencia-

mento ambiental, o que for cabível, do órgão ambiental competente, de

acordo com a legislação específica, a saber:

De competência federal

• Lei 4.771/65, que instituiu o Código Florestal, alterada pela Lei 7.803/89 e

pela Medida Provisória nº 2.166 – 67 de 24/08/01. Estabelece nos seus arti-

gos 2º e 3º a faixa de vegetação de preservação permanente, também deno-

minada APP e no art. 16 os limites de exploração de florestas de domínio

privado, onde é criada a figura da Reserva Florestal.

• Resoluções Conama 302 e 303 de 20/03/02, que dispõem sobre os parâmetros,

definições e limites das áreas de preservação permanente em geral, e em es-

pecial para os reservatórios artificiais, incluindo o regime de uso do entorno.

De competência estadual

• Decreto 387/99, do Governo do Estado do Paraná, que instituiu o SISLEG -

Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal

e Áreas de Preservação Permanente no Estado do Paraná;

• Portaria 100/99/IAP/GP, que regulamenta o SISLEG.

De competência municipal.

A legislação municipal competente

N15. Os remanescentes de ecossistemas naturais serão conservados de acordo

com a legislação específica. No que diz respeito a Z1, todos os remanescen-

tes florestais deverão ser conservados, mesmo aqueles em estágio inicial de

regeneração da sucessão secundária, considerada livre para corte. A legisla-

ção aplicável é discriminada a seguir:

De competência federal

• Lei 4.771/65, que instituiu o Código Florestal, alterada pela Lei 7.803/89 e

pela Medida Provisória n.º 2.166 - 67, de 24/08/01;

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 100

• Decreto 750/93, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de

vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da

mata atlântica;

• Resolução Conama 10/93, que estabelece os parâmetros básicos para análise

dos estágios de sucessão secundária;

• Resolução Conama 9/96, que define corredores entre remanescentes de ecos-

sistemas e estabelece parâmetros e procedimentos para sua identificação e

proteção.

• Resolução Conama n.º 002/94, que define as formações vegetais primárias e

os estágios sucessionais de vegetação secundária para orientar os procedi-

mentos de licenciamento e de exploração da vegetação nativa no estado do

Paraná;

• Resolução Conama n.º 001/94, que define vegetação primária e secundária

nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica

para o estado de São Paulo;

• Resoluções Conama 302 e 303 de 20/03/02, que dispõem sobre os parâmetros,

definições e limites das áreas de preservação permanente, em geral e em es-

pecial para os reservatórios artificiais incluindo o regime de uso do entorno.

• Resolução Conjunta SMA/ IBAMA/ SP, n.º2/94, que regulamenta o artigo

4º do Decreto 750, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de

vegetação secundária no estágio inicial de regeneração da Mata Atlântica no

estado de São Paulo.

De competência estadual

• Decreto 387/99, do Governo do Estado do Paraná, regulamentado pela Por-

taria 100/99/IAP/GP.

De competência municipal.

A legislação municipal competente.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 101

N16. A extração mineral, nas zonas onde essa atividade é permitida, segue

legislação básica, a saber:

De competência federal

• Decreto 24.643/34, que instituiu o Código de Águas;

• Decreto 50.877/61, que dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou

oleosos nas águas interiores ou litorâneas do país;

• Decreto-lei 227/67, que instituiu o Código de Mineração e dá nova redação

ao DL 1.985/40;

• Decreto 62.934/68, que aprovou o regulamento do Código de Mineração;

• Decreto-lei 1.413/75, que dispõe sobre o controle da poluição do meio am-

biente provocada por atividades industriais;

• Resolução Conama 01/86, que estabelece os critérios e diretrizes gerais para

a implementação do estudo de impacto ambiental para o licenciamento de

atividades potencial ou efetivamente degradadoras da qualidade ambiental;

• Resolução Conama 20/86, que estabelece a classificação das águas doces,

salobras e salinas e as de classe especial do Território Nacional;

• Decreto 97.632/89, que determina a apresentação de Plano de Recuperação

de Área Degradada ao órgão ambiental competente;

• Resolução Conama 10/90, que estabelece critérios específicos para o licen-

ciamento ambiental da extração mineral de classe II, visando o melhor con-

trole dessa atividade;

De competência estadual

• Resolução SEMA/PR 031/98, que estabelece o sistema de licenciamento

ambiental no estado do Paraná;

• Lei 997/76, do estado de São Paulo, regulamentada pelo Decreto 8.468/76,

que dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente;

• Resolução SMA/SP 18/89, que determina a apresentação de Plano de Recu-

peração de Área Degradada;

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 102

• Resolução SMA/SP 26/93, que disciplina os procedimentos para o licencia-

mento ambiental dos empreendimentos minerários no estado de São Paulo;

• Resolução SMA/SP 66/95, que disciplina a tramitação dos pedidos de licen-

ça para os empreendimentos minerários.

De competência municipal.

A legislação competente municipal.

N17. Empreendimentos, atividades ou obras que demandem a utilização ou a

derivação das águas do reservatório, necessitam de manifestação sobre a

viabilidade do uso ou da derivação pretendida, fornecida pela concessioná-

ria de energia, além de atender, no mínimo, à seguinte legislação:

De competência estadual

• Resolução SEMA/PR 31/98, que dispõe sobre o licenciamento ambiental,

autorização ambiental, autorização florestal e anuência prévia. Em seu art.

10 submete os pedidos de uso ou derivação de águas, superficiais ou subter-

râneas à prévia outorga de concessão, autorização ou permissão administra-

tiva da SUDERHSA;

• Portaria DAEE/SP 717/96, que disciplina o uso dos recursos hídricos super-

ficiais e subterrâneos do estado de São Paulo. Em seu art. 2° determina que

o uso de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos depende da manifes-

tação prévia do DAEE, por meio de autorização e, em seu art. 5° estabelece

que as derivações de água dependerão de outorga de direito de uso, passado

pelo DAEE.

N18. A construção, reforma ou ampliação de estruturas de apoio à embarca-

ção, bem como daquelas que lhe são conexas, além da manifestação de

anuência da concessionária de energia, atenderão ao disposto nas seguintes

normas:

• Resolução SMA/SP 75/97, que dispõe sobre o licenciamento de estrutura de

apoio à navegação no estado de São Paulo;

Page 103: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 103

• Resolução SMA/PR 31/98, que dispõe sobre o licenciamento ambiental, au-

torização ambiental, autorização florestal e anuência prévia de empreendi-

mento no estado do Paraná.

N19. Empreendimentos que desejem se instalar na área objeto do zoneamento,

submeter-se-ão ao disposto na Lei Federal 6.938/81 – Lei da Política Nacio-

nal de Meio Ambiente – e diplomas reguladores posteriores, em particular a

Resolução Conama 237/97, que dispõe sobre o licenciamento ambiental, a

Resolução SEMA/PR 31/98, que dispõe sobre o licenciamento ambiental,

autorização ambiental e anuência prévia, no estado do Paraná e Resolução

SMA 42/94, regulamentada pela deliberação Consema 6/95, que dispõe so-

bre os procedimentos para análise de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/

Rima) no estado de São Paulo.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 104

7. Plano de Automonitoramento

Nas diretrizes para a elaboração de Planos de Uso e Ocupação das Águas e do

Entorno de Reservatórios de Usinas Hidrelétricas e de Mananciais de Abastecimento

Público, apresentadas pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, é estipulado no seu

item 5 a apresentação de um “Plano de Automonitoramento”.

Em virtude da abrangência que pode ser atribuída para essa diretriz, procuramos

contextualizar a exigência do IAP no âmbito deste trabalho, de forma a oferecer uma

solução técnica adequada ao produto esperado, com base nos elementos já apresenta-

dos anteriormente para os demais Planos de Uso e Ocupação realizados e que até o

momento não tem sido objeto de proposta de modificação.

No caso particular da UHE Chavantes, seu recente enquadramento no processo

de licenciamento ambiental permite uma produção sistemática de informações, pauta-

das, preferencialmente, pelos compromissos assumidos com os órgãos ambientais.

No âmbito da formulação e posterior implementação do Zoneamento do Reser-

vatório da UHE Chavantes pelos poderes públicos competentes, a necessidade de veri-

ficação sistemática deverá ser definida em função das seguintes circunstâncias:

• A UHE Chavantes foi iniciada e concluída antes da Lei Federal 6.938/81,

não possuindo, por isso, documentação estruturada de natureza ambiental.

O empreendimento está atualmente sendo submetido ao processo ambiental

de licenciamento de operação, através de relatório especialmente produzido

para esse fim. A realização desse documento de referência, mais os relatóri-

os de implantação dos programas ambientais, produzidos após a emissão da

Licença de Operação, proporcionarão aos órgãos ambientais e aos responsá-

veis pelo empreendimento, controle sobre as ações ambientais desenvolvi-

das pela empresa;

• Com a formação do reservatório abriram-se novas possibilidades de uso

das terras marginais devido ao potencial para o uso múltiplo e, particular-

Page 105: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 105

mente, pela beleza cênica proporcionada pelas águas represadas no bonito e

variado relevo regional. Um exemplo é a implantação de empreendimentos

de caráter urbano ou de lazer na borda do reservatório, modificando o uso

de terras anteriormente utilizadas para atividades agropecuárias. Essa trans-

formação de uso se dá, por um lado, pela procura de áreas propícias ao

contato com a água pelo público em geral e, por outro lado, pela possibilida-

de que têm, os proprietários rurais e empreendedores imobiliários, em auferir

renda adicional das propriedades rurais, através da oferta de áreas voltadas

a esse mercado, seja através do parcelamento do solo nas margens, seja por

investimentos em infra-estrutura hoteleira ou para o lazer;

• A concessionária tem competência administrativa limitada às áreas consti-

tuídas para implantação do empreendimento hidrelétrico e formação do

reservatório;

• Uma vez implantados os empreendimentos hidrelétricos, os processos de

alteração no ambiente estão sendo provocados principalmente por fatores

externos à empresa, sendo sujeitos à fiscalização e controle pelos órgãos da

administração pública na órbita dos poderes públicos federal, estadual e

municipal.

Entendemos assim que para se atingir um mínimo de eficácia do zoneamento no

controle do uso e ocupação do reservatório e suas bordas, será necessário implementá-

lo, nas suas devidas escalas de controle, pelo governo estadual e, principalmente, pelas

administrações municipais envolvidas, ou seja, em âmbito regional através dos órgãos

de controle do Estado e, em âmbito local, pelos municípios, através da implementação

dos respectivos planos de controle do uso do solo municipais, incorporando as diretri-

zes aqui propostas.

O papel da concessionária no âmbito do programa de controle ambiental é o de

criar de um processo permanente de informação das atividades desenvolvidas em sua

área de competência ao órgão gestor ambiental, e deve garantir:

• Que suas decisões técnicas e administrativas, principalmente no âmbito do

Plano de Gestão Sócio Patrimonial para Reservatórios de Usinas Hidrelétri-

cas da ANEEL, estão se dando em consonância com o Plano de Uso e Ocupa-

ção do Reservatório da UHE Chavantes;

Page 106: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 106

• A evolução da implementação dos programas ambientais sob sua respon-

sabilidade;

• A prevenção de ocorrências de novos impactos nos limites das áreas sub-

metidas a este Plano, através do controle direto ou de notificação ao órgão

ambiental competente.

De forma geral, as informações da monitorização, como as indicadas acima, po-

deriam ser organizadas, pela concessionária, segundo a seguinte atribuição de respon-

sabilidades:

Responsabilidade direta da concessionária:• Atendimento à legislação (restrições, limites, padrões etc.) incidente nas

áreas de sua competência, considerando o contexto do presente Plano;

• Realização dos compromissos assumidos no licenciamento.

Responsabilidade de terceiros:• Identificação de eventos ou conflitos de uso nas bordas e nas águas do

reservatório da UHE Chavantes, subordinados à fiscalização e competência

administrativa específicas do poder público, seja federal, estadual e munici-

pal, para o seu controle, levando-se em conta as diretrizes definidas pelo

Plano de Uso e Ocupação;

• Acompanhamento, no que couber, da realização de atividades de respon-

sabilidade de terceiros.

Para a realização de um sistema de automonitoramento, a concessionária conta

com um sistema de levantamento patrimonial de remanescentes nas bordas dos reser-

vatórios, o qual, com poucos recursos adicionais, poderá incorporar aspectos ambientais,

como por exemplo:

• O cadastro da situação do uso de borda, incluindo, além da sua tipologia, a

proporcionalidade (área, quantidade etc.) por tipo de uso identificado;

• A evolução da cobertura vegetal, na forma do reflorestamento ciliar exe-

cutado com recursos próprios;

Page 107: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 107

• Conflitos de uso (alteração do uso do solo próprio e lindeiro), identifican-

do a natureza, conformidade ou não com o zoneamento e, se possível, a

extensão do uso conflitante;

• A identificação e comunicação, sempre que possível, aos órgãos gestores

ambientais de interferências com a legislação ambiental, ocorrências de de-

gradação e pontos de poluição hídrica, do solo e atmosférica.

A inspeção patrimonial, por ser uma atividade sistemática, pode funcionar como

uma ferramenta excepcional de apoio à realização de registros estruturados e ao acom-

panhamento de processos de degradação e de recuperação. Entretanto, para o sistema

de automonitorização surtir os efeitos desejados, deverá estar articulado com os órgãos

fiscalizadores ambientais.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 108

8. Programas em Andamento

Tendo suas obras iniciadas em 1958, com o primeiro grupo gerador entrando em

operação em 1970, o empreendimento foi realizado em período bem anterior à legisla-

ção que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente e como conseqüência, o licen-

ciamento ambiental. Conforme citado na parte introdutória deste trabalho, a usina

hidrelétrica foi implantada num período de demanda crescente de energia e, ao mes-

mo tempo, de uma situação de escassez da oferta. Dessa forma, a percepção do impacto

gerado pelas obras tinha um outro caráter se comparada com a situação atual.

Por sua vez, as ações de mitigação dos impactos causados pelas obras ficavam

restritas aos aspectos diretamente ligados à sua realização, ou seja, a indenização dos

proprietários das terras desapropriadas, a limpeza da bacia de inundação e a relocação

das infraestruturas atingidas. No caso particular desta usina foi também realizado um

trabalho de salvamento arqueológico.

Não obstante a usina hidrelétrica e seu reservatório já fazerem parte do cenário

regional devido ao tempo de sua existência, a evolução normativa levou a que empre-

endimentos já existentes, de grande impacto ambiental, implantados antes da Resolu-

ção CONAMA 01/86, também fossem submetidos ao processo de licenciamento

conforme foi inicialmente preconizado pela Resolução CONAMA 06/87 e posterior-

mente pela Resolução CONAMA 237/97.

É o caso da UHE Chavantes que, junto com outros empreendimentos implanta-

dos ao longo do rio Paranapanema, está sendo submetida a processo de licenciamento

ambiental de operação, atualmente conduzido pelo IBAMA.

Assim, os relatórios que foram preparados para esse licenciamento ambiental pro-

curam resgatar o histórico do empreendimento e propor, para a situação atual, um

elenco de programas, os quais encontram-se neste momento sob avaliação de sua

pertinência no órgão licenciador federal.

Por essa razão, no âmbito deste trabalho faremos apenas uma apresentação, ba-

seada nos relatórios de licenciamento, dos programas que foram implantados durante

Page 109: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 109

a realização e operação do empreendimento e daqueles programas que estão sendo

propostos.

Para sanar eventuais dúvidas a respeito ou para informações detalhadas, deverá

ser consultado o “Relatório de Licenciamento Ambiental UHE Chavantes”, Vols I e II,

de setembro de 2002.

Inicialmente, foram tomadas medidas durante e logo após a construção da UHE

Chavantes com o objetivo de mitigar e compensar os impactos causados pela própria

obra. Estas medidas são as que seguem abaixo:

1. Relocação da Vila Residencial Destinada à Mão-de-Obra

A vila residencial somava 31 casas. Com a conclusão das obras, a CESP doou

as casas aos antigos empregados, atendendo a reivindicações nesse sentido.

As residências foram transferidas para terrenos doados pela Prefeitura de

Chavantes.

2. Construção de Campo de Aviação

Como parte integrante da infra-estrutura de apoio às obras, foi construído

um campo de aviação em Chavantes. Com a conclusão das obras da hidrelé-

trica, uma série de entraves burocráticos prejudicou o seu repasse à Prefei-

tura Municipal, fazendo com que o campo permanecesse em estado de

abandono. A questão foi solucionada através de cessão em comodato ao

município de Chavantes.

3. Recomposição do Sistema Viário

A adequação da malha viária regional às novas necessidades criadas pela

formação do reservatório exigiu que vários trechos de estradas municipais

nos estados de São Paulo e Paraná fossem reformulados, merecendo desta-

que as seguintes obras:

• Construção da “Linha 50” em 1971, com o objetivo de recompor vários dos

acessos comprometidos pela formação do reservatório, interligando os mu-

nicípios de Fartura, Taguaí, Coronel Macedo e Itaporanga;

Page 110: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 110

• Reconstrução de diversos trechos de estradas vicinais ligando propriedades

rurais às estradas municipais;

• Recuperação do leito carroçável de trecho de estrada interligando os muni-

cípios de Carlópolis e Salto do Itararé, ambos no Paraná, com a liberação dos

recursos necessários à Prefeitura de Carlópolis.

4. Construção de Ponte Interligando Carlópolis e Fartura

Entre 1967 e 1968, um consórcio de empresas construiu uma das maiores

pontes da concessionária de energia, obra com 1.550m de extensão sobre o

rio Itararé na rodovia que liga o município de Fartura, no estado de São

Paulo, ao de Carlópolis, no Paraná.

5. Recomposição do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica

Todas as torres e linhas de transmissão de energia afetadas pela construção

do reservatório foram substituídas. A entrada em operação da usina possibi-

litou o reforço de todo o Sistema CESP a partir da ligação sólida com a linha

de 230kV - Jurumirim/Botucatu/Cabreúva.

6. Resgate de Bens Arqueológicos

Entre 1965 e 1968, durante a construção, foi implantado o Projeto de Salva-

mento Arqueológico do rio Itararé. O salvamento arqueológico foi uma ini-

ciativa da então empresa concessionária USELPA, implementada pelo Centro

de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná

(UFPR) com o apoio financeiro do Conselho de Pesquisas da própria UFPR e

da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Trata-se, segura-

mente, de um dos projetos pioneiros de resgate de bens arqueológicos asso-

ciado à implantação de UHEs no Brasil. O material coletado está sob

responsabilidade da UFPR.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 111

Às medidas mitigadoras adotadas durante ou logo após a construção da UHE

Chavantes seguiram-se outras em período mais recente (a partir de 1983, após a entra-

da em operação da usina). São elas:

1. Compensação Financeira aos Municípios Atingidos

Os municípios que sofreram perdas de território começaram a ser ressarci-

dos a partir de abril de 1993 através de repasses mensais. Tais compensações

financeiras, decorrem da legislação aplicável e é implementada através da

ANEEL, sendo os pagamentos realizados pela empresa de geração a partir de

cada unidade de produção.

2. Repovoamento da Fauna Aquática

Com o objetivo de repovoar o reservatório da UHE Chavantes com espécies

de peixes adequadas, a então concessionária CESP, através da Estação de

Hidrobiologia e Aqüicultura de Salto Grande, lançou uma grande quantida-

de de alevinos no reservatório ao longo de um período de 11 anos. Posteri-

ormente, a empresa adotou uma mudança de procedimento, passando a

utilizar exclusivamente espécies autóctones da bacia hidrográfica, o que re-

sultou num significativo aumento do número de alevinos produzidos e de

repoavamento realizado.

Entre julho de 1980 e junho de 1991, o lago recebeu um total de 4.512.000

alevinos de dez diferentes espécies.

3. Pesquisa e Desenvolvimento em Restauração de Áreas Degradadas

Visando a conservação dos recursos naturais nos seus reservatórios e a

melhoria das condições ambientais na bacia do rio Paranapanema, a Duke-

Energy, realiza plantios nas bordas de seus reservatórios e tributários. O

modelo adotado segue a concepção da sucessão florestal, onde são utilizadas

em linhas alternadas de plantio espécies arbóreas pioneiras (pioneiras e se-

cundárias iniciais) e espécies não-pioneiras (secundárias tardias e clímax)

em densidade e diversidade variadas.

A empresa e o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais IPEF/ESALQ/USP

estão desenvolvendo um projeto com duração de quatro anos, cuja linha

Page 112: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 112

principal é testar modelos de restauração florestal com espécies nativas, vi-

sando o aprimoramento das técnicas de plantio, a redução de custos e do

tempo de implantação e a manutenção de plantios ciliares.

Finalmente, os estudos desenvolvidos no âmbito do processo de licencia-

mento ambiental da UHE Chavantes deram origem à proposta dos seguintes

programas, complementando aqueles já implantados e em implantação:

1. Programa de Mitigação da Erosão e Assoreamento

Os impactos no meio físico, produzidos pela implantação e operação da usi-

na e seu reservatório pelo uso e ocupação do solo das bacias de contribuição

relacionam-se, sobretudo, à erosão e assoreamento. Esse programa, voltado

ao meio físico, foca a mitigação de tais impactos. Os objetivos do programa

são:

• avaliar e mitigar a erosão das margens do reservatório e os processos de

assoreamento e suas conseqüências ambientais;

• contribuir para a prevenção da erosão nas bacias de contribuição. O progra-

ma prioriza ações corretivas e preventivas nas áreas críticas de erosão nas

margens do reservatório, sobretudo no Médio Itararé e no Baixo Rio Verde.

2. Programa de Conservação de Ambientes Naturais

Devido ao precesso histórico de ocupação da bacia do rio Paranapanema, os

remanescentes florestais da fitofisionomia original encontram-se sob a for-

ma de fragmentos isolados, apresentando estágios secundários de sucessão

florestal em diferentes estados de conservação. Assim, a Duke Energy está

propondo a substituição da restauração florestal às margens do reservatório

pela implantação de um programa no âmbito regional no qual serão anali-

sadas duas possíveis formas de atuação: a implantação de corredores ecoló-

gicos interligando remanescentes florestais isolados de interesse ou

remanescentes de ecossistemas adjacentes a Unidades de Conservação – UC;

ou a restauração florestal de áreas degradadas e em processo de recupera-

ção, administradas pelo poder público. Será analisada ainda a conveniência

de se realizar o cercamento de alguns ambientes naturais marginais ao re-

servatório (área entre cotas) e a restauração florestal em algumas ilhas, áre-

Page 113: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 113

as essas de domínio da empresa. Tal proposta gerou os seguintes

subprogramas:

• Subprograma de Corredores Ecológicos. Consiste na identificação, análise

e seleção dos remanescentes passíveis de serem interligados às Estações Eco-

lógicas de Itapeva e Itaperá, através da implantação de corredores ecológi-

cos, propostos com especificações técnicas compatíveis com os seus objetivos.

• Subprograma de Restauração Florestal. O Parque Estadual do Cerrado, no

município de Jaguariaíva (PR), é a única UC com remanescente de cerrado

localizada no limite sul desse ecossistema no estado do Paraná.

Uma vez que nessa UC, administrada pelo Instituto Ambiental do Paraná –

IAP, sNao desenvolvidas atividades conservacionistas, propõe-se a restaura-

ção florestal em parceria com o IAP, como o reflorestamento ou enriqueci-

mento florestal de algumas áreas prioritárias a serem indicadas pelo parceiro.

• Subprograma de Cercamento dos Ambientes Naturais. Para delimitar e

conservar áreas de domínio da empresa (área entre cotas) onde estão loca-

lizados aproximadamente 150ha de remanescentes de ambientes naturais

de interesse, marginais ao reservatório e para garantir o acesso à água de

forma organizada, dificultando ocupações irregulares, serão construídas cercas

no limite de desapropriação. Objetiva-se com esse procedimento favoreser a

regeneração natural nessas áreas e permitir, no futuro, a interligação de

ecossistemas distintos hoje isolados.

• Subprograma de Restauração Florestal em Ilhas. A recomposição florestal

através de plantios com espécies vegetais nativas em ilhas contribui para a

melhoria da qualidade ambiental dos recursos hídricos, a minimização dos

processos erosivos e a manutenção da biodiversidade regional da área de

influência dos empreendimentos hidrelétricos.

3. Programa de Repovoamento do Reservatório com Espécies Nativas

Tem por objetivo a manutenção das espécies de peixes que encontram res-

trições à sua reprodução devido à existência do reservatório. Para tal se pre-

tende manter as populações das espécies migradoras impactadas pelo

represamento acima dos limiares demográficos e genéticos críticos à sua

existência a longo prazo.

Page 114: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 114

O programa consiste da captura de reprodutores na natureza, sua análise

genética na formação do plantel, desenvolvimento e adequação de técnicas

reprodutivas e de alevinagem, avaliação ambiental para escolha dos locais

de soltura e repovoamento com alevinos geneticamente viáveis.

4. Programa de Apoio a Atividades de Turismo e Lazer

A principal justificativa para a realização desse programa diz respeito à bele-

za cênica do reservatório, que impulsiona sua vocação turística regional,

representada pela realização de eventos náuticos, festas religiosas e pesca

desportiva. Tendo como perspectiva o incentivo ao uso múltiplo do reserva-

tório, entende-se que as atividades turísticas podem ser adequadamente

usufruídas sem comprometimento da operação da usina e da qualidade

ambiental. Os objetivos são:

a) Conhecer a demanda local e regional, promover, apoiar e incrementar

atividades de turismo e recreação;

b) Desenvolver o potencial turístico através de parcerias com ONGs locais;

c) Apoiar e fomentar atividades que atraiam público e participantes, como

torneios de pesca, prática de esportes terrestres e náuticos.

5. Programa de Regulamentação e Disciplina do Uso e Ocupação do Solo

O objetivo do programa é desenvolver ações de ordem técnica, administra-

tiva e legal visando o disciplinamento do uso e ocupação do reservatório e

das terras marginais. O presente Plano consubstancia a realização desse pro-

grama.

No âmbito desse programa de regulamentação e disciplina do uso e ocupa-

ção do solo, prevê-se ainda o desenvolvimento de um subprograma especí-

fico, denominado Subprograma de Uso e Ocupação das Ilhas Lacustres, que tem

por objetivo disciplinar o uso e ocupação das ilhas como parte da proposta

de usos múltiplos compatíveis do reservatório. Trata-se de um detalhamento

da proposta deste Plano de Uso e Ocupação, considerando a capacidade su-

porte de cada uma das áreas, infra-estrutura, saneamento, matas naturais,

fauna existente etc.

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 115

6. Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental

Esse programa deverá estabelecer as diretrizes básicas para orientar, organi-

zar e propor estratégias para ações a serem implantadas pela Duke-Energy

no campo da educação ambiental, como por exemplo, a produção de mate-

rial de divulgação e a capacitação e treinamento de pessoal técnico perten-

cente aos órgãos públicos municipais, operadores da UHE Chavantes e

população da área afetada pelo reservatório. Caberá ainda a esse programa

dar apoio aos demais programas ambientais sempre que envolvam entendi-

mentos com o público.

7. Programa de Manejo do Estoque Pesqueiro e de Avaliação e Melhoria das

Condições da Atividade Pesqueira

Consiste no manejo do estoque e avaliação da atividade pesqueira. Tem por

objetivo a pesquisa e identificação de ações que incrementem e orientem a

atividade pesqueira nessa comunidade. Apesar de não haver uma colônia

de pescadores formalmente organizada, essa comunidade está representada

na Câmara Municipal de Salto do Itararé e tem propostas de incremento da

atividade que poderão ser desenvolvidas em conjunto com o setor de pisci-

cultura da Duke-Energy.

8. Programa de Monitoramento da Qualidade Ambiental do Reservatório

Esse programa foi concebido de forma a permitir a gestão integrada do re-

servatório, sendo composto pelos seguintes subprogramas:

• Subprograma de Monitoramento Limnológico das Áreas de Reprodução,

Desova e Soltura de Peixes nos Tributários e Lagoas. O objetivo é avaliar a

qualidade da água das possíveis áreas de reprodução, desova e soltura de

peixes quanto às características físicas, químicas e biológicas de importância

para a ictiofauna.

• Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água em Tributários.

Será realizado prioritariamente nos rios Verde e Itararé, com periodicidade

bimestral, de forma a dotar a Estação de Hidrobiologia e Aqüicultura de

Page 116: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 116

Salto Grande de informações necessárias para prevenir e, eventualmente,

corrigir problemas ambientais relacionados à qualidade da água.

• Subprograma de Acompanhamento das Endemias Associadas à Entomo-

fauna e Malacofauna. O objetivo é acompanhar, através de informações

obtidas nas secretarias municipais de saúde, a ocorrência de casos de endemias

associadas à malacofauna e entomofauna nos municípios paulistas e

paranaenses lindeiros ao reservatório.

• Subprograma de Monitoramento e Avaliação da Importância de Tributári-

os e Lagoas para a Manutenção da Diversidade de Peixes. Tem por objetivo

mapear a existência de áreas de desova e criadouros naturais na bacia do

reservatório.

• Subprograma de Monitoramento do Meio Físico. Tem como objetivo

monitorar a erosão da bacia de contribuição, o transporte de sedimentos, o

assoreamento, as alterações nas margens do reservatório, a ocorrência de

sismos e as alterações hidrogeológicas para subsidiar a gestão ambiental e o

uso múltiplo do reservatório de Chavantes.

Page 117: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 117

9. Bibliografia

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Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 118

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1994.

Page 119: Rel Fin Prel 271102

Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE Chavantes 119

10. Equipe Técnica

Coordenação técnica

Pela Duke Energy International, Geração Paranapanema S.A.Engenheiro Eletricista Antonio Octaviano - CREA 053508/SP

Pela ECO-URBE Consultoria e Projetos S/C Ltda.Arquiteta Elisabeth Carvalho de Oliveira Salgado, mestre em EstruturasAmbientais Urbanas, pela FAU/USP - CREA 52904/SP

Equipe técnica

EcoUrbe Consultoria e Projetos SC Ltda.Arquiteto Francisco Guilherme de Almeida Salgado, mestre em CiênciaAmbiental pelo PROCAM/USP - CREA - 60886/SP

Arquiteta Josefa Gonçalves dos Santos – CREA – 5061551809/SP

Geólogo Osvaldo Yujiro Iwasa – CREA 060051807-9

Gerson Kazuki Uchida – estagiário

Alexandre de Freitas Alonso – desenhista

Fotos: Francisco Guilherme de Almeida Salgado, excetoimagem da UHE Chavantes: arquivo Duke Energy

Arquiteto Nuno Bittencourt - design gráfico

Duke Energy International, Geração Paranapanema S.A.

Analista em Meio Ambiente José Paulo Braga Sampaio

Page 120: Rel Fin Prel 271102

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