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Maestro Ferreira Lobo faz balanço da instituição que criou há 17 anos A Orquestra do Norte já realizou mais de dois mil concertos desde a sua criação e conta com uma assistência média anual de 50 mil espectadores. O maestro, piloto de aviões monomotores nos tempos livres, em Chaves, considera mesmo que a ON “é uma das instituições portuguesas mais produtivas”. A orquestra, hoje sediada em Amarante, reúne o apoio do Ministério da Cultura, de autarquias, cinco fundações, oito empresas e várias instituições culturais. p. 6-7 Orquestra do Norte toca para 50 mil pessoas/ano repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 12 a 25 Jan’10 REFER assegura Passagem fatal encerra este ano Nº 1229 | Quinzenário | Ass. Nac. 40€ | Ano 25 | Director: Jorge Sousa | Director-Adjunto: Alexandre Panda | Subdirector: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redacção: Marco de Canaveses | 910 536 928

Repórter do Marão

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Jornal Regional - Distritos do Porto, Vila Real e Bragança - 30 mil exemplares

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Page 1: Repórter do Marão

Maestro Ferreira Lobofaz balanço da instituiçãoque criou há 17 anosA Orquestra do Norte já realizou mais de dois mil concertos desde a sua criação e conta com uma assistência média anual de 50 mil espectadores. O maestro, piloto de aviões monomotores nos tempos livres, em Chaves, considera mesmo que a ON “é uma das instituições portuguesas mais produtivas”.A orquestra, hoje sediada em Amarante, reúne o apoio do Ministério da Cultura, de autarquias, cinco fundações, oito empresas e várias instituições culturais. p. 6-7

VILA REAL

Doulas chegaram paraajudar na gravidez e partoAUTO-ESTRADAS SCUT

Autarcas do Sousa juntam-seao Porto contra as portagensTÂMEGA E SOUSA

Sete juntas de freguesiaainda não tomaram posseDESPORTO E LAZER

Oferta de campos de golfetriplicou em duas décadas

Orquestra do Norte toca para 50 mil pessoas/ano

repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

12 a 25 Jan’10

REFER assegura

Passagem fatal encerra este ano

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Paula Lima | [email protected] | Fotos P.L. e Arquivo

C omo actividade reconhecida existe há pouco tempo, mas desde sempre que mulheres ajudaram outras mulheres na hora do parto. A primeira doula transmontana defende a humanização do parto e quer apenas aju-

dar no momento mais intenso da vida de uma mulher.

É com um sorriso estampado no rosto e os olhos cintilantes que Mariana Fal-cato fala sobre a gravidez e o parto. É a primeira doula de Trás-os-Montes e quer dar a conhecer esta actividade, reconhecida há pouco tempo, mas que desde sem-pre foi exercida pelas mulheres. A ideia é simples: ajudar outras mulheres numa das experiências mais intensas das suas vidas. Ao todo existem 50 na Associa-ção Doulas de Portugal, umas já certificadas e outras em processo de certificação.

Mariana Falcato, 31 anos, é natural de Lisboa, estudou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e acabou por ficar em Vila Real, onde casou e teve a primeira filha em 2008.

Foi uns anos antes, quando uma amiga engravidou, que teve o primeiro con-tacto com o mundo das doulas. Uma doula é geralmente uma mulher com ex-

periência de maternidade, que está ao lado da mãe durante o seu parto, aju-dando-a a sentir-se segura de modo a que ela consiga mais facilmente

dar à luz.Na altura, Mariana diz que sentiu um “BAC” quando

entrou em contacto com esta “nova realidade”. “Acha-va que era só engravidar e parir. Não havia muito

mais a acrescentar”, salientou. Mas há. Primeiro passa pela huma-nização do parto e por restituir à mu-

lher o protagonismo. “Ser doula é para mim apoiar as escolhas

e decisões que a mulher vai tomar durante a

sua gravidez,

aprender e crescer a seu lado nesse caminho”, acrescentou.Geralmente, a doula conhece a futura mãe durante a gravidez. Segundo Ma-

riana, é importante que se estabeleça entre elas uma relação de confiança, para a ajudar na hora do parto e a acompanhar também no pós-parto. “Nós podemos ajudar a elucidar as suas dúvidas em relação ao processo, fornecendo informa-ções com base científica. Depois apoiamos incondicionalmente as suas opções”, afirmou.

Mariana Falcato explicou que o objectivo é ser mais “um elemento da equipa” que vai ajudar a mãe. “Não queremos substituir os médicos, parteiras, enfermei-ras ou muito menos os pais em todo o processo. Queremos ser mais um a apoiar a mãe”.

Durante o trabalho de parto, a doula está com a mãe, mantendo uma presen-ça discreta, tranquilizadora e criando uma esfera de protecção à sua volta, assegu-rando a satisfação das suas necessidades básicas, privacidade ou segurança. Por exemplo, se esta prefere uma luz atenuada ou até um ambiente mais quente. Ape-sar de ainda não ser uma presença aceite na maior parte dos hospitais, a respon-sável refere que, nessas unidades, a doula poderá ser um “recurso particularmen-te precioso”. É que aí, as equipas médicas não têm disponibilidade para prestar assistência personalizada, e o pai muitas vezes nem sabe como ajudar e até pode pôr a mãe mais nervosa.

| Parto em casa | Aquando da sua gravidez, Mariana fez uma opção: fa-zer o parto na sua própria casa. No entanto, fez questão de esclarecer que esta foi uma opção pessoal. “Erradamente as doulas são associadas aos partos em casa. Não é verdade. Essa é uma escolha que cabe a cada uma. O que é importante é que a mulher se sinta segura”, sublinhou. Acrescentou: “nós não levamos a mulher a optar por nada, apenas fornecemos informação para a grávida fazer as suas próprias opções”. Para

Para ajudar as mulheres na gravidez e no parto

Doulas chegam a Trás-os-Montes

repórterdomarão02 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I sociedade

O que é uma doula?http://www.doulasdeportugal.org A doula conhece a futura mãe durante a gravi-dez, estabelecendo entre elas uma relação de empatia e confiança, importante para o acompanhamento do parto que acontecerá mais tarde. Durante o trabalho de parto, a doula está com a mãe, mantendo uma presen-ça discreta, tranquilizadora e criando uma esfera de protecção à sua volta.No hospital, a doula é um recurso particularmente precioso pois aí o pessoal médico não tem disponibilidade para prestar assistência personalizada e o pai muitas vezes não se sente verdadeiramente confortável por estar ao lado da mãe, nem sabe como ajudar e pode pôr a mãe mais nervosa. O apoio da doula continua no pós-parto, através de algumas visitas à mãe, preparando um chá ou uma refeição, ou até auxiliando em pequenas tarefas domésticas que permitam à mãe passar mais e melhor tempo com o seu bebé nos primeiros dias. A doula é nos dias de hoje uma profissional da humanização do parto, que o vê como um evento normal e pleno de significado na vida das mulheres e o compreende como um processo fisiológico, que não pode ser desligado das dimensões física, psicológica, sexual, afectiva e espiritual do ser feminino.

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Paula Lima | [email protected] | Fotos P.L. e Arquivo

além disso, ensinam ainda técnicas de encorajamen-to e de combate à dor, como por exemplo massagens.

Mariana explicou que fez a sua opção porque teve uma gravidez de baixo risco, sem indicações de po-tenciais riscos no parto e porque sentiu que não havia necessidade de usufruir dos serviços que o hospital ti-nha para oferecer. O parto foi feito por uma parteira.

A doula também fez questão de dizer que a gran-de maioria das gravidezes decorrem sem potenciais complicações e normalmente o que acontece é que “este acto natural é encarado pelos intervenientes como uma desgraça à beira de acontecer”.

| Divulgar actividade | Porque ainda é uma actividade pouco desenvolvida e o mercado em Vila Real é reduzido, Mariana Falcato vai organizar a 20 de Fevereiro um workshop para mulheres. En-tre os temas a abordar vai estar a humanização do parto e na oportunidade que uma gravidez repre-senta para a mulher se abrir à sua feminilidade. E a humanização, segundo defende, pode começar por coisas simples, como a mulher fazer um “plano de parto” e exigir que este seja cumprido. Começan-do por conhecer o hospital onde vai ter o bebé e fa-zer com que os serviços se apercebam que há dese-jos que as mulheres têm o direito de ser cumpridos. “Pequenas coisas que podem ir desde a questão da depilação dos pelos púbicos, que ao contrário do que muitas pensam não é obrigatório, tal como acontece com o soro ou o clister”, frisou. Para Mariana Falca-to, se este tipo de coisas forem diminuindo a qualida-de vai aumentando”, sublinhou.

Mais tarde, a doula transmontana quer recuperar

uma tradição antiga: as rodas das mulheres. “O ob-jectivo é pôr as mulheres a falar, a partilhar medos e experiências”.

A responsável está neste momento em processo de certificação, sendo que a certificação final é con-cedida depois de fazer o acompanhamento presencial de três partos.

O preço a pagar pela grávida à doula varia de acordo com os serviços prestados e o tempo. Podem ir dos 200 aos 300 euros. “Por exemplo, se a futura mãe quer a presença da doula na hora do parto isto exige da sua parte uma disponibilidade total na altu-ra”, frisou.

Até agora, Mariana só ainda apoiou mulheres no pós-parto. “Recorreram a mim com dúvidas sobre a amamentação ou cuidados a ter com o recém nasci-do”, referiu.

Para ajudar as mulheres na gravidez e no parto

Doulas chegam a Trás-os-Montes

vidas I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão0312 a 25 Jan’10

Mariana Falcato, 31 anos, é na-tural de Lisboa. Tirou o cur-so de Engenharia Agrícola na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A filha nasceu em No-vembro de 2008 e, depois de se ter dedi-cado a tempo inteiro a ser mãe durante mais de um ano, quer divulgar a activida-de de doula na região transmontana.

Page 4: Repórter do Marão

A passagem de nível da Linha do Douro onde em Setembro morreram seis pessoas, junto à ponte das Quebradas, em Santa Leocádia,

Baião, vai ser encerrada em 2010, assegurou ao Re-pórter do Marão fonte oficial da REFER – Rede Fer-roviária Nacional.

Foi nessa passagem de nível que, em Setembro de 2009, aconteceu um dos acidentes mais mortíferos da linha do Douro: um automóvel que atravessava a via-férrea foi colhido pelo comboio tendo sido arras-tado até ao meio da ponte das Quebradas, provocan-do a morte a seis pessoas.

De acordo com a REFER, empresa responsá-vel pela prestação do serviço público de gestão da in-fra-estrutura que integra a rede ferroviária nacional, essa passagem de nível (localizada ao km 68,018 da Linha do Douro) “já tinha sido identificada como pas-sível de ser suprimida” e está “incluída no protocolo celebrado a 19/07/2008 entre a REFER e a Câmara Municipal de Baião para a supressão e reclassifica-ção” das passagens de nível do concelho. A obra de supressão vai ocorrer ainda este ano, embora a em-presa não refira uma concreta. Contudo, sabe-se que decorre o processo de expropriação dos terrenos.

Todas as passagens de nível (PN) que ainda existem no troço entre Caíde, no concelho de Lou-sada, e o Marco de Canaveses vão ser suprimidas “até à conclusão das obras de modernização do tro-ço”, ou seja, até 2012, diz a REFER, a quem com-pete a construção e modernização da infra-estrutu-ra ferroviária do país.

| Duas dezenas de supressões | No caso das restantes PN, situadas no troço entre o Mar-co e a Régua as acções de supressão ou reclassificação “serão decididas com base nos factores de risco ineren-tes a cada uma delas”, explica a REFER em resposta a perguntas do Repórter do Marão.

As prioridades de intervenção nas PN são defini-das “de acordo com os factores de risco que em cada uma são identificados, permitindo assim afectar os recursos àquelas que apresentam maior risco”, refe-re a empresa.

As obras de modernização do troço Caíde/Mar-co iniciaram-se numa primeira fase com a eliminação de passagens de nível, medida destinada a aumen-tar a segurança da exploração ferroviária. De 2005 a 2009 foram suprimidas no total 19 PN sendo que en-tre 2007 e 2008 foram encerradas dez. Ainda de acor-

do com os números avançados pela REFER, até ao final de 2010 está prevista a supressão de mais cinco. As restantes três PN deste troço vão ser “interven-cionadas na sequência das soluções a adoptar no âm-bito da modernização”.

O troço entre Caíde e o Marco de Canaveses manterá a via única. As obras de modernização in-cluem a electrificação e remodelação das estações de Vila Meã, Livração e Marco de Canaveses e dos ape-adeiros de Oliveira e Recesinhos, rectificações do tra-çado e pequenas variantes, renovação integral de via, implementação de sinalização electrónica, telecomu-nicações e controle de velocidade.

As obras também incluem a beneficiação de tú-neis e a construção de interfaces rodo-ferroviários. O concurso para as empreitadas gerais foi lançado este ano com previsão de arranque das obras em 2010 e conclusão em 2012.

Entre o Marco de Canaveses e a Régua estão ain-da “a ser desenvolvidos estudos para a modernização do troço” e “está a ser concluída a reabilitação da su-per-estrutura de via com o objectivo de garantir as condições de segurança”, disse a REFER. Estão ain-da projectadas mais algumas supressões e reclassifi-cações no concelho de Baião. PC/JS/AP

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão04 12 a 25 Jan’10

sociedade

04

REFER promete eliminar ainda este ano“passagem da morte” em Baião

Page 5: Repórter do Marão

pub I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão0312 a 25 Jan’10

Page 6: Repórter do Marão

“U m maestro faz com que cada elemento de um grande sistema, que é

uma orquestra, se afirme num contex-to bem articulado e é potenciador daqui-lo que cada um pode dar ao sistema”, de-finiu assim o Maestro Ferreira Lobo que há 17 anos criou a Orquestra do Norte, sediada em Amarante. Enquanto inter-mediário entre a partitura de um compo-sitor e o público expectante, torna-se cru-cial “controlar o sistema dentro de alguns parâmetros como tempo e expressão” já que não basta a um músico saber ler a pauta. Para toda a orquestra estar em sintonia “o todo é muitíssimo mais que a soma das pautas”.

| Maestro Lobo foi teclista numa banda | O percurso do ma-estro começou a ser trilhado desde cedo. Foi na infância, enquanto ouvia a sua mãe a cantarolar reiteradamente zarzuelas - “uma espécie de opereta espanhola” – e assistia aos concertos da Gulbenkian em Chaves, que percebeu a sua atracção pela música e que esse seria o caminho a tri-lhar. “O meu percurso é como o de qual-quer outra pessoa que tem apetência por essa forma de expressão artística desde criança e que se vai manifestando suces-sivamente em contextos distintos”, con-tou em entrevista ao Repórter do Marão. A formação começa então através de si-tuações episódicas já que o acesso ao con-servatório se mostrava difícil a quem não morava nos grandes centros urbanos. Ainda assim, acabou por prestar provas e frequentar o conservatório do Porto onde

repórterdomarão06 12 a 25 Jan’10

Numa orquestra “o todo é muito mais que a soma das partes”Maestro Ferreira Lobo criou Orquestra do Norte em 1992

Liliana Leandro | [email protected] | Fotos ON

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Para a sua evolução, e acul-turação, as sociedades preci-sam de exercitar todos os seus sentidos em conjunto com o pensamento. Uma orquestra torna-se assim um instrumen-to capaz de responder a essa necessidade, enquanto propor-ciona um bom momento de la-zer. Enquanto maior conquis-ta do maestro Ferreira Lobo, a Orquestra do Norte (ON) pro-põe-se responder a essa mes-ma urgência de cultura, tendo sobretudo uma vertente peda-gógica porque “nas próximas décadas, é fundamental do-tar o cidadão da capacidade de pensar”.

| “Fácil trabalhar para crianças” | A orquestra, que conta com 50 elementos, tem percorrido as escolas em con-certos didáctico-pedagógicos, convidando também os alu-nos a assistir a concertos em auditórios. Para o maestro, “é mais fácil trabalhar para crianças pois estão mais aber-tas ao mundo e vêem os con-certos como uma novidade”. Já os adultos “estão enchar-cados de televisão, múltiplos problemas e estímulos” que acabam por “cercear a sua ca-pacidade fruitiva”. Contudo, considera que o público portu-guês tem apetência pela mú-sica clássica “na medida em que desconhece em absoluto” e, por esse motivo, se encon-tra “num estádio primário de curiosidade”.

Por outro lado, destaca, há instituições culturais que de-senvolvem determinados ni-chos em que “as pessoas já vão tendo alguns hábitos de ir

a concertos, vão-se interessan-do em ter mais informação e a sua capacidade fruitiva já está um pouco mais desenvolvida”. Por outro lado, começa-se cada vez mais cedo a perceber o pa-pel fundamental da música no plano formativo.

| Três áreas de ac-tuação | Actualmente a orquestra tem três áreas de actuação: concertos sinfónicos com recurso a solista, serviço educativo e ópera. Para os pró-ximos meses está já definido o repertório que passa por dife-rentes eixos de actuação. En-tre Porto e Amarante serão fei-tas actividades sistematizadas (nas três vertentes) com uma periodicidade quinzenal. Em Guimarães a orquestra irá tra-balhar no Paço dos Duques de Bragança e em Vila Real pas-sará pelo teatro. Um terceiro eixo de actuações passa pelos concertos em autarquias asso-ciadas e um quarto por progra-mas com “grandes figuras in-ternacionais” quer em Lisboa como no Porto.

| Empresa | Dada a sua “filosofia empresarial” que tem “permitido fazer a gestão equi-librada da casa”, o maestro de-fende mesmo que a Orquestra do Norte “é uma das institui-ções portuguesas mais produ-tivas”. Para pertencer à ON basta mandar o currículo, ter formação técnica de base, fazer uma audição sendo ainda ava-liada “uma parte muito impor-tante que é o plano relacional e humano”. É que o trabalho do todo é muito superior à soma das partes.

ON é uma das instituições “mais produtivas”

aprendeu violoncelo e composição. O maes-tro chegou mesmo a pertencer a uma banda, “que na altura se chamava conjunto”, na qual era teclista e onde tinha um órgão Hammond “como o de Jimmy Smith”, um músico de jazz que ainda hoje, quando quer estar “no lazer caseiro”, vai buscar “intuitivamente”.

A sua actividade profissional teve iní-cio em 1979, como Maestro Director da Ca-merata do Porto que fundou com Madale-na Sá e Costa, que o “influenciou bastante” e de quem obteve “uma experiência profí-cua”. “Foi com ela que fui desenvolvendo os primeiros projectos que acabaram por resul-tar na Orquestra do Norte”, lembrou. Anos mais tarde, em 1992, fundou a Associação Norte Cultural e venceu o primeiro concurso para a criação de orquestras regionais insti-tuído pelo Estado português. Nascia assim a Orquestra do Norte com José Ferreira Lobo como maestro titular e director artístico.

| Música erudita para milha-res | Da Orquestra do Norte diz ser um “instrumento de afirmação cultural, útil e importante” e é nela que se define “pessoal e profissionalmente”. Considera mesmo ter sido esta a sua “maior conquista” já que “fica-rá para a história da cultura de Portugal ter feito chegar a centenas de milhares de pes-soas a música erudita”. Talvez por isso ouve, nos tempos livres, “sobretudo” o que tem de trabalhar e dirigir. Em casa, porém, a músi-ca é pouca já que sendo um profissional des-sa área considera o silêncio como “algo mui-to bom”. Ainda assim, admite ser apreciador de jazz, e de Jimmy Smith com o seu órgão Hammond, permitindo-se “uma ou outra vez viajar pelas rádios” que passam diferentes sonoridades.

| Música é “órgão vital” para o maestro | Mas, qual a importância da música? “Nenhum ser humano pode subsis-tir sem música. A música serve para alegrar os corações, para fazer as pessoas felizes, para as tornar mais saudáveis e até mais pro-dutivas”, acredita Ferreira Lobo. Para um músico, acrescenta, esta forma de arte tor-na-se “um elemento natural como qualquer componente sanguíneo ou órgão vital”, ra-zão pela qual “nunca” deixa de ouvir ou sen-tir as pautas, os ritmos e as cadências, as col-cheias e compassos, as melodias e melopeias, em suma, a música.

Ferreira Lobo tem também

uma carreira internacional,

tendo já dirigido estreias mundiais

de compositores franceses,

portugueses, suíços e turcos.

Nos tempos livres o maestro gosta de voar. É piloto

de monomotores, um passatempo

que pratica a um ritmo semanal

no aeródromo de Chaves.

A Orquestra do Norte conta com o

apoio do Ministério da Cultura, de

diversas autarquias, cinco fundações,

oito empresas e várias instituições

culturais.

Ao longo dos 17 anos de existência

a ON já realizou mais de dois mil

concertos e conta com uma assistência

média anual de 50 mil espectadores.

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repórterdomarão08 12 a 25 Jan’10

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Recorrer à imaginação ajudaa conquistar clientes

Paula Costa | [email protected]

Comerciantes do Marco dizem que “vai-se vendendo...”

E m plena época de saldos existem entre os co-merciantes diversas maneiras de promover as vendas e procurar que os clientes entrem

e façam compras nas lojas. Antecipar descontos por ini-ciativa própria, aceder ao pedido de desconto habitu-almente feito por muitos clientes ou começar a fazer reduções de preços antes do Natal são algumas das es-tratégias usadas por comerciantes ouvidos pelo Repór-ter do Marão (RM).

Na Sapataria João, uma das mais antigas do Mar-co de Canaveses, a proprietária, Maria Isaura Montei-ro, conta que não espera “pelos saldos para fazer des-contos” aos clientes na ordem dos dez a 20 por cento. Por isso agora não precisa de “estar a fazer saldos”, op-tando antes pelos descontos. “Quem procura a minha casa não são pessoas que ganham 80 ou 90 contos por mês. Ao comprar não compro barato”, afirma a comer-ciante, referindo-se à origem nacional do calçado que vende. No entanto, se o artigo “não sair bom”, a pessoa que compra recebe um novo, garante Maria Isaura en-quanto atende uma cliente jovem. Na sua loja, há quase 60 anos que Isaura vende calçado para criança, homem, senhora, malas, carteiras e ainda calçado ortopédico.

Mas a experiência pessoal e profissional ensina que “há determinadas coisas que não compensa” comprar nos saldos porque sendo artigos muito procurados e que se vendem mais facilmente acabam por não chegar à época de saldos.

Atendendo ao tipo de clientes que tem, a crise não afectou significativamente o negócio de Maria Isaura. “Crise, crise… olhe, é um bocado como a Gripe A: nem metade tomou a vacina, nem metade ficou doente. Mes-mo havendo pouco dinheiro, há gente que compra me-nos, mas compra bom”.

Na mesma rua Dr. Francisco Sá Carneiro, hoje de-cadente, mas que “já foi a coqueluche” do comércio no Marco, lembra ao RM um comerciante da zona nova da cidade, uma loja que vende vestuário de adulto e pe-ças de enxoval anuncia promoções. “Não dá para mais”,

diz quem está atrás do balcão. Saldos ou promoções: “é igual, só muda o nome ”, diz um logista. Desde que os Correios saíram daquela rua “é um desalento”. Por ou-tro lado, conta ainda a responsável pela loja, “o Porto é perto e as grandes superfícies atraem multidões”. A quantidade de estabelecimentos que vendem produtos baratos também “é muita”, diz, aludindo às lojas de chi-neses: “eles não pagam impostos e há tanta crise que as pessoas querem é o barato”.

Nos primeiros dias de saldos o movimento é mui-to na popular Sapataria Carocha, na rua Amália Rodri-gues. “A crise nota-se um bocadinho, mas vai-se ven-dendo”, diz ao RM um funcionário atarefado com a reposição de calçado nas prateleiras.

Na loja S. R. vende-se roupa de senhora e a funcio-nária queixa-se que a época de saldos começa “cedo de-mais”. A concorrência das lojas da área metropolitana do Porto, que começaram com promoções antes do Na-tal, fez-se sentir. Ainda assim, “vai-se vendendo” as pe-ças com descontos até 30 por cento. Num expositor há peças mais antigas com descontos maiores. A crise “no-ta-se bastante” em situações como as de clientes que le-vavam duas ou três peças e agora levam apenas uma. E “mesmo durante a época normal as pessoas pedem desconto”. Esse é um pedido que é muito frequente ou-vir-se nas lojas do comércio tradicional, confirma a fun-cionária. Pelo contrário, nas lojas dos centros comer-ciais as pessoas pagam o que a etiqueta marcar, sem pedir desconto.

Na Incógnita Vestuário, os descontos começaram em Dezembro nas roupas de criança. Os 20 por cento foram uma “prendinha” de Natal antecipada, explica a responsável. Os descontos aumentaram para 40 e de-pois para 50, até aos 80 por cento. Nos saldos “não se nota a crise”. Há quem opte por comprar determinadas peças, como agasalhos, para o ano seguinte.

A expectativa é de que as vendas corram bem, con-fessa o proprietário, manifestando-se contra a venda dos chamados “monos”, artigos que sobraram de colec-ções anteriores.

A Mota-Engil, a Teixeira Duarte e a Soares da Costa, que integram a lista das 100 maiores cons-trutoras europeias, registaram taxas de crescimen-to do volume de negócios superiores à média global.

“A dinâmica das empresas portuguesas de cons-trução é assinalável quando comparadas as 100 maio-res empresas do sector na Europa, com taxas de cres-cimento do volume de negócios muito superiores à média global, que é de dois por cento”, afirmou o vice-presidente da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), Manuel Agria.

A Soares da Costa registou uma taxa de cresci-mento de 51 por cento, a Teixeira Duarte de 41 por cento e a Mota-Engil de 40 por cento, detalhou Ma-nuel Agria, durante a apresentação do estudo “Eu-ropean Powers of Construction 2009”, elaborado pela consultora Deloitte.

Contudo, acrescentou, “a dimensão das três maiores empresas portuguesas em conjunto não permite alcançar a 6.ª maior empresa espanhola”.

Das três construtoras portuguesas analisadas no estudo, a Mota-Engil é a melhor classificada, ocupando o 45.º lugar, uma subida de 26 posições.

A Teixeira Duarte e a Soares da Costa, que não faziam parte do ‘ranking’ divulgado em 2008, ocu-pam agora o 78.º e 86.º lugares, respectivamente.

O primeiro lugar da tabela pertence à francesa Vinci, que integra o consórcio liderado pela Mota-Engil para o projecto de alta velocidade.

| Corte no financiamento pode “perturbar” actividade da Mota-Engil - António Mota | O presidente da Mota-Engil, António Mota, admitiu esta semana que uma decisão por parte dos bancos de cortar o financiamento às concessões rodoviárias cujo visto prévio foi recusado pelo Tribunal de Contas pode “perturbar” a actividade da empresa.

“Se não houver visto, obviamente que os finan-ciamentos [às concessões] serão suspensos”, afir-mou o presidente da Mota-Engil, que lidera o con-sórcio que ganhou a concessão Douro Interior e mais recentemente a do Pinhal Interior.

“O financiamento [das concessões rodoviárias] está condicionado à aprovação [dos contratos] pelo Tribunal de Contas”, acrescentou António Mota.

Questionado sobre se a demora em encontrar uma solução está a afectar a actividade da Mota-En-gil, afirmou que esta situação “perturbará [a empre-sa ] no dia em que não houver financiamento”.

Fonte de mercado disse à Lusa na semana pas-sada que os bancos ligados às concessões rodoviá-rias, a que o Tribunal de Contas recusou o visto pré-vio, ameaçaram cortar o crédito.

A data limite para que os bancos deixem de fi-nanciar as concessões em causa é, segundo uma fonte do sector, 26 de Janeiro, o que obrigará a que os envolvidos na negociação (Governo, Estradas de Portugal e concessionárias) se sintam pressionados a um acordo que satisfaça o Tribunal de Contas.

Foi recusado o visto prévio a cinco concessões - Douro Interior, Auto-Estrada Transmontana, Bai-xo Alentejo e Algarve Litoral e Litoral Oeste -, mas a Estradas de Portugal já recorreu da decisão.

Volume de negócios das maiores construtoras cresce acima da média

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Miguel PintoRosto do Comércio Justo faz da cidadaniao lema de vida

Helena Carvalho | [email protected]

A participação activa de Mi-guel Pinto em serviços em prol da comunidade (des-

de muito jovem), seja sobre a for-ma de actuação directa – mentor de um projecto de restauro e pintu-ra da Torre de S. Gonçalo, seja sob a forma de sensibilização para causas ambientais – organização de coló-quios, deixava já antever alguns tra-ços distintivos que o levariam mais tarde a envolver-se seriamente em

projectos de cariz social e pró-am-biente. Figura entre os primeiros a lançar-se em várias acções que pro-jectaram o seu nome, a associação Aventura Marão Clube e a própria cidade de Amarante. Não é de estra-nhar vê-lo repetidas vezes, um pou-co por todo o país, e no estrangeiro, a integrar painéis onde as temáticas que versem assuntos como Comér-cio Justo, Igualdade de Oportunida-des, Alimentação Biológica ou De-

senvolvimento Sustentável. A gestão do tempo é pois uma ta-

refa que lhe merece especial atenção e à qual dedica algum planeamento, para poder fazer face aos diversos compromissos.

Ao seu trabalho na Equação, Co-operativa de Comércio Justo (CJ), a primeira importadora e distribuido-ra portuguesa de CJ, com sede e ar-mazém e uma loja em Amarante (na qual é director executivo), juntou-se

A simplicidade de Miguel Pinto, engenheiro florestal, 37 anos, contrasta com a dimensão de algumas das suas realizações. Foi o primeiro português a inscrever-se num programa de Voluntariado (Serviço Voluntário Europeu - SEV), e a introduzir no país, fruto da experiência adquirida em Itália,o Comércio Justo.

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o compromisso mais recentemente assumido (na qualida-de de vice-presidente da associação Aventura Marão Clu-be) de gerir e dinamizar a Casa da Juventude de Amaran-te (Novembro 2008), “projectos que se complementam em muitas facetas” segundo o próprio.

A simplicidade de Miguel Pinto, engenheiro florestal, 37 anos, contrasta com a dimensão de algumas das suas realizações. Foi o primeiro português a inscrever-se num programa de Voluntariado (Serviço Voluntário Europeu - SEV), e a introduzir no país, fruto da experiência adquiri-da, o Comércio Justo.

“A minha experiência de voluntariado em Itália, na Caritas Ambrosiana em Milão (durante seis meses) per-mitiu-me, além do contacto e enriquecimento próprios de quem convive com outra cultura, conhecer as lojas de Co-mércio Justo (CJ), que em Milão eram já muitas. Primei-ro tornei-me consumidor e voluntário, e no regresso, após verificar que havia em Portugal um vazio nessa área, tra-balhamos (várias organizações) no sentido de torná-las, também cá, uma realidade”, conta.

Associada a essa experiência de voluntariado, que re-comenda, e que afiança ser “um choque positivo” estrutu-rou um projecto - Capital Futuro, que no seu caso concre-to se debruçou sobre a abertura da primeira loja de CJ em Amarante, que se concretizou em Agosto de 1999. A ideia do projecto valeu-lhe o aval da União Europeia, da Câma-ra Municipal de Amarante e ainda uma menção honrosa da Fundação Afonso Henriques no concurso “Jovens Ideias para o Norte”.

Foi também com base na sua experiência em Itália e en-quanto presidente da Associação Nacional de ex - Voluntá-rios Europeus que produziu um Manual de Sobrevivência para os Voluntários (SVE).

Apesar de implícita a actividade comercial, o Comércio Justo é um conjunto de princípios orientadores que garan-tem a justiça e o respeito para com as pessoas e o meio am-biente e onde os indivíduos são colocados acima do lucro.

A crescente consciencialização das pessoas e empre-sas para as compras justas é já uma realidade, e o Natal, época por tradição mais propícia a actos mais reflectidos, pode ter um significado ainda mais simbólico na oferta de produtos “de preço justo”. A opção de compra nestas lo-

jas pode ir desde produtos alimentares (chá, cacau, bola-chas, compotas, café…), têxteis (t´shirts, camisas, calças, tapetes, mantas…) ou artesanato (bijuteria, cestaria, jo-gos educativos, carteiras, artigos para o lar….).

| Aventura Marão Clube fundado em 1993 | A Associação Aventura Marão Clube, criada em 1993 com o intuito de incutir nos jovens de Amarante há-bitos de vida saudáveis, continua a trabalhar no sentido de concretizar a sua missão e tem actualmente activas as sec-ções de BTT, de Canoagem e o Comércio Justo.

Através de um contrato de comodato de cinco anos – re-novável sucessivamente por iguais períodos – com a Câma-ra Municipal de Amarante, o Aventura Marão Clube dis-ponibiliza-se a gerir e a dinamizar a Casa da Juventude e a “emprestar” todo o “know-how” acumulado no trabalho com jovens (há cerca de dez anos que dinamizam Campos de Trabalho Internacionais).

A coerência entre os valores em que a associação acre-dita – solidariedade, cooperação, desenvolvimento susten-tável, participação dos jovens e a prática é efectiva.

“A Casa da Juventude é a única que pratica valores em que acredita, nenhuma tem serviço de alimentação vegeta-riana” assinala Miguel Pinto.

“Também nos agrupamos para auxiliar alguns produ-tores da região nas suas tarefas, contudo o pré-requisito é serem produtores biológicos”, acrescenta.

O convite dirigido pela Associação através de um ape-lativo “Queres casar connosco” não deixa margem para dú-vidas, o que se pretende é coisa séria. Foi a sério, de resto, que os jovens começaram a frequentar (de forma gratui-ta) a Casa e a aproveitar todas as possibilidades oferecidas – salas para ensaios, reuniões associativas, atelier de arte e régie para ensaios de bandas, aulas de yoga, participação em workshops.

As possibilidades que a Casa da Juventude disponibi-liza tem atraído também algumas organizações, nacionais e internacionais, que aproveitam para aí realizarem acções de formação, beneficiando das condições excepcionais que a mesma oferece – envolvente, salas espaçosas, alojamento económico (tipo pousada da juventude) e pessoal habilitado (formadores, monitores).

cidadania I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1112 a 25 Jan’10

Actividades e serviços da Casa da Juventude de Amarante

- Intercâmbio de Jovens;

- Campos de Trabalho Internacio-nais;

- Serviço Voluntário Europeu (SEV);

- Cursos de Formação;

- Gabinete de Inserção Profissio-nal (GIP);

- Gabinete de Apoio Psicológico;

- Ateliers de expressão plástica;

- Ensaio de Bandas;

- Cursos de Informática para jovens;

- Aulas de Yoga;

- Wokshops (ex: alimentação sau-dável, reciclagem de papel e plás-tico);

- Exposições;

- Cafetaria/restauração (vegetaria-na, sempre que possível biológica);

- Aluguer de bicicletas;

- Alojamento (tipo Pousada da Ju-ventude).

Casa da Juventude serve de pousadaa jovens de várias nacionalidades

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I sociedade

Os efeitos do frio e da queda de neve registados no início da semana já se dissiparam, mas obrigaram a medidas de excepção como o corte de estradas e o encerramento de escolas. Foi o que aconteceu no concelho de Baião onde, na segunda-feira, estiveram encerradas, devido aos condicionalismos provocados pela queda de neve e gelo, todas as escolas dos di-ferentes níveis de ensino público, desde os jardins-de-infância até ao secundário, abrangendo um total de 3 274 alunos do concelho. A decisão de não abrir as escolas foi, sobretudo, “uma medida preventiva”, explicou na ocasião fonte da autarquia, acrescentan-do que as condições de segurança nas estradas eram muito precárias. Os estabelecimentos de ensino rea-briram na terça-feira.

A Estrada Nacional (EN) 101, que liga Mesão Frio, Baião e Amarante, e a EN 321, chegaram a es-tar intransitáveis. A EN 321-1, de acesso ao Marco de Canaveses, esteve cortada e o mesmo aconteceu com a ligação do Fojo a Santa Marinha do Zêzere, através da EN 303-3.

As estradas municipais 579 e 578 estiveram tam-bém intransitáveis, acrescentou a mesma fonte.

Mais de meia centena de homens dos bombeiros de Baião, de Santa Maria do Zêzere, da Protecção Ci-vil e da empresa Estradas de Portugal espalharam sal nas vias de ligação ao município de Baião, procurando minimizar os efeitos negativos da queda de neve e do gelo que se acumulou nas estradas.

As instituições privadas de solidariedade social e de saúde participaram no apoio domiciliário, forne-cendo a alimentação e cuidados de higiene a cerca de 90 munícipes (que vivem sobretudo em lugares mais isolados) enquanto “os cuidados primários abrange-ram oito freguesias”, divulgou a autarquia.

A circulação rodoviária entre o Marco de Cana-veses e Baião (EN 108) foi restabelecida ainda na se-

gunda-feira. E a Estrada Nacional 321-1 também foi reaberta ao trânsito, apesar de numa fase inicial se manterem alguns condicionalismos. As estradas na-cionais 101 (Mesão Frio-Baião) e 321 (Alto da Boavis-ta-Campelo), bem como as estradas municipais 304/3 (Fojo-Santa Marinha do Zêzere), 579 (Baião-Santa Marinha do Zêzere) e 578 (Viariz-Gestaçô) mantive-ram-se encerradas na segunda-feira.

No domingo, dia em que nevou com mais intensi-dade, e em que se registaram temperaturas negati-vas, a protecção civil municipal de Baião desencravou 60 viaturas e evacuou 46 cidadãos que ficaram retidos na neve. Um fim-de-semana de inverno rigoroso tal como tinha acontecido nos primeiros dias do ano, mar-cados por chuva intensa.

No distrito de Bragança, o forte nevão que atin-giu os 12 concelhos, impediu o transporte das crianças e jovens das aldeias para as escolas. O mesmo acon-teceu em Vila Real, onde os transportes escolares fo-ram cancelados, devido ao intenso nevão que afectou o distrito causando situações complicadas nas estra-das, com vários automobilistas retidos na neve e mui-tos pedidos de ajuda às autoridades.

Como é habitual nesta altura do ano, também se registaram encerramentos de estradas e condiciona-mento de trânsito nas principais vias de acesso a Vila Real, nomeadamente no IP4, EN15, A7 e A24. Sobre-tudo no domingo, centenas de automobilistas ficaram retidos diversas horas na A24, principalmente no tro-ço entre Vila Real e Lamego.

A neve e o gelo obrigaram também ao encerra-mento de escolas em três concelhos do Norte do dis-trito de Viseu – Resende foi o caso mais crítico – e nalgumas localidades dos distritos de Vila Real e Bra-gança, sobretudo devido à suspensão dos transportes escolares, mas na generalidade a situação normalizou-se na terça-feira.

Neve deu um dia extra de fériasa mais de três mil alunos em Baião

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Reporter do Marão, N.1229 - 12/01/10

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Ipub

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Sete Juntas de Freguesia continuam sem tomar posse

Paula Costa | [email protected] | Fotos Lusa

N a região do Tâmega e Sousa há sete casos de executivos de juntas de freguesia que, passados mais

de três meses das eleições autárquicas, ain-da não tomaram posse por falta de acordo entre quem venceu e a oposição. Ao que o Repórter do Marão apurou, estão nessa si-tuação as juntas de Covas e Lustosa, em Lousada; Lagares e Lordelo, no concelho de Felgueiras; Tuías, no Marco de Cana-veses; Rio Mau, em Penafiel e Freamunde, concelho de Paços de Ferreira.

A lei estabelece que compete à pessoa que encabeça a lista mais votada propor os nomes dos vogais (secretário e tesoureiro) do executivo da junta de freguesia. A As-sembleia de Freguesia pode ou não aceitar os nomes propostos. E a questão está precisamen-te aí: nas sete freguesias referidas, as várias suges-tões feitas pelo cabeça de lista que venceu as eleições de Outubro de 2009 foram rejeitadas pela oposição. Após as reuniões em que se tentou o acordo, foram pedidos pareceres a várias entidades: Governo Ci-vil do Porto, Associação Nacional de Freguesias, Co-missão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Comissão Nacional de Eleições e Direcção Geral da Administração Local. Em declarações ao RM, alguns dos presidentes de junta referem que al-guns dos pareceres apelam ao consenso e ao entendi-mento entre as partes. O que nos sete casos referidos tem sido impossível.

Mas há também situações, como a de Lagares, em Felgueiras, em que na freguesia houve um prin-cípio de acordo entre as partes, mas essa possibilida-de foi vetada pelas estruturas concelhias dos partidos

(no caso a Concelhia do PSD), disse ao RM Carlos Zeferino, que preside à Junta de Lagares há 33 anos (desde as eleições de 1976).

O autarca concorreu sempre pelo PS até às últi-mas eleições, em que liderou a candidatura pelo Mo-vimento Sempre Presente (criado pela ex-presidente da Câmara, Fátima Felgueiras, após o PS lhe ter reti-rado a confiança política). Em Lagares, agora, o acor-do com o PS é impossível.

| Questões pessoais travam bom senso | “Afirmaram [membros da lista do PS] que me iam fazer a vida negra”, diz Carlos Zeferino. O candidato pelo PS fez parte da lista do actual presi-dente nas eleições de 2005. Há “questões pessoais” e situações que se “agudizaram” na campanha eleito-ral. Por tudo isso, chegar a acordo com os antigos ca-

maradas de partido está fora de questão. Já se fizeram duas reuniões (em Outubro e em Dezembro) e Carlos Zeferino apre-sentou quatro propostas, mas “foram to-das chumbadas”, explicou.

O presidente da junta tentou negociar com o PSD, mas a receptividade inicial às propostas esbarrou na oposição do líder da Concelhia do PSD de Felgueiras. “Ele dis-se que era por uma questão de coerência… que nos combatia há 20 anos” contou ao RM Carlos Zeferino, considerando que a fregue-sia de Lagares (que é das maiores do con-celho de Felgueiras), “está bem servida pelo executivo que tem. Não aceito as eleições [intercalares], agora não sei…”, diz. A pos-sibilidade de a freguesia ficar em gestão cor-rente merece resposta pronta do presiden-

te: “não me agrada, mas também não me preocupa”.

| Nova lei poderá acabar com maiorias relativas | Em Lordelo, a mais pequena freguesia de Felgueiras (com 320 eleitores ins-critos), Adão Ribeiro, 45 anos, candidato do Movimento Sempre Presente por Lordelo (que no passado concor-reu pelo PS) conquistou por oito votos uma junta que era do PS desde 1976, e sempre governada pelo mesmo presidente. Em 2009 o candidato do PS foi o filho do an-terior presidente. “Já houve um princípio de acordo en-tre as partes”, adiantou ao RM Adão Ribeiro, referindo ainda que “entre os membros das concelhias está a ha-ver tentativa de consenso”. Após duas reuniões (a pri-meira não foi concluída e na segunda não houve acor-do), “tudo indica”, garante o presidente da Junta, que a solução passará por incluir no executivo dois membros

Há casos em Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira

Penafiel e Marco de Canaveses

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autarquias I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1512 a 25 Jan’10

da oposição. “Não é por mim que isto está a empancar, eu trabalho com quem quiser trabalhar comigo. Primeiro está o povo e a freguesia”, afirmou Adão Ri-beiro defendendo que as concelhias não deviam interferir no processo.

No caso de Freamunde, o novo executivo não tomou posse por falta de enten-dimento entre os partidos que integram a Assembleia de Freguesia (PSD, PS e CDU). As últimas eleições autárquicas foram muito disputadas na freguesia de Freamunde, que tem cerca de 6 300 eleitores. José Maria Taipa foi reeleito pelo PSD para um segundo mandato, mas sem maioria absoluta. “Fizemos uma as-sembleia para eleição dos vogais e não houve consenso” contou ao RM o presi-dente da Junta de Freamunde. Deverá ser marcada uma nova assembleia para “resolver o problema”, sendo certo que José Maria Taipa não abdica de indicar pelo menos um vogal que seja da sua “confiança pessoal e política”. José Maria Taipa acusa a oposição de “por razões políticas” ter sido “inflexível”.

Em Rio Mau, Penafiel, a presidente da junta, Maria Luísa Gomes foi eleita para um quinto mandato pelo PS. As propostas que fez ao PSD e à CDU foram rejeitadas. “Prefiro um acordo, é lógico, acho que não temos necessidade de an-dar agora com eleições”, diz a presidente.

“Já fiz o que devia ter feito. Esperamos que as outras forças políticas cum-pram o seu papel”, garante. Maria Luísa Gomes deixa uma certeza: “Está fora de questão que tendo eu ganho as eleições seja outra força política a governar”.

Amâncio Santos, presidente da Junta de Lustosa, a maior freguesia de Lou-sada, fez cinco propostas de acordo e nenhuma foi aprovada. “Já não fiz a sex-ta proposta… não vou andar a fazer figura de palhaço. Estamos a cumprir a lei, não aceitaram, paciência!”, comentou ao RM, considerando que se trata de “uma questão de birra”.

O Governo Civil apela ao bom senso e ao consenso entre as partes e Amân-cio Santos acha que esse bom senso vai “prevalecer”. “Se eu estiver enganado, olhe, deixo correr”, afirma, lembrando que rejeita “entendimentos a qualquer preço”, ou seja, ficar em minoria no executivo.

No caso de a freguesia ficar em gestão corrente a Junta pode gerir verbas próprias mas esse facto não trará “prejuízo”, argumenta o autarca. Isso só acon-teceria “se houvesse grandes projectos e candidaturas”.

Opinião semelhante tem o presidente da Junta de Covas, João Meireles. “Podia-se estar a trabalhar a 100 por cento, está-se a 50 por cento, mas trabalha-se na mesma”, afirma o autarca da freguesia do concelho de Lousada (com 620 votantes) onde nas últimas autárquicas concorreram quatro listas.

“A situação tem que se resolver”, diz João Meireles, mas se o executivo não tomar posse, “trabalha-se na mesma, faço obras na mesma…”, garante o autar-ca, que é presidente da Junta de Covas há 16 anos.

| Um caso resolvido no Marco de Canaveses, Tuías volta a tentar dia 22 | No Marco de Canaveses, o exe-cutivo da Junta de Tuías não tomou posse porque houve “uma combinação que foi furada”, disse ao RM Armindo Loureiro, da lista Tuías Diferente e Indepen-dente, que ganhou as eleições por menos de cem votos.

Alegadamente essa “combinação” foi acordada “quatro a cinco meses antes das eleições” e estipulava que “quem ganhasse escolheria os seus pares”.

Armindo Loureiro, que foi durante 14 anos adjunto de Ferreira Torres, ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses, acusa o actual presidente da Câmara, Manuel Moreira, de “ingerência total” no processo de formação do executivo. Está marcada para 22 de Janeiro nova reunião (a terceira), para “ul-trapassar a situação” disse Armindo Loureiro.

Ainda no Marco de Canaveses, registou-se outro atraso na junta de fregue-sia de Penha Longa mas os autarcas tomaram posse há alguns dias.

Houve acordo, “para bem de todos”, contou ao RM Maria Luísa Madurei-ra (PSD), a educadora de infância de 50 anos que é a nova presidente da Junta de Penha Longa, por renúncia de António Rocha , que alegou motivos de saúde.

Integram também o executivo Fernando Tomás, secretário, que foi candi-dato pelo Movimento Marco Confiante com Ferreira Torres e Anabela Silveira, tesoureira, também do PSD.

Falta de acordoentre forças políticas pode forçar eleições

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O golfe, modalidade de origem anglo-saxónica trazida para Portugal em fi-nais do século XIX, tem beneficiado

de um grande desenvolvimento nas últimas décadas. Com efeito, só nos últimos 25 anos, foram construídas nove unidades distintas, a norte do Douro, facto que permitiu à região aumentar para 12 o número de campos exis-tentes.

Em bom rigor, dos apenas 36 buracos dis-poníveis até 1985, como somatório dos únicos três percursos que então existiam – Opor-to (18 buracos), Miramar (9) e Vidago (9) – a região proporciona hoje uma oferta bastante diversificada de 141 buracos, com percursos bastante diversificados, e com consequências bastante positivas no desenvolvimento turísti-co e económico da região. Estes números re-presentam um aumento triplo em relação ao que existia antes desse período, permitindo às entidades proprietárias dos campos, bem como aos operadores turísticos, encararem o futuro com mais optimismo.

Face a esta dinâmica, no final de 2009 o nú-mero de jogadores com filiação federativa no conjunto dos clubes nortenhos era de 2645. No

entanto, tendo em atenção a crescente adesão de novos associados, muitos dos quais mais vocacionados para a vertente social (refiro-me, concretamente, aos sócios não jogadores), é bem provável que esse número ultrapasse lar-gamente os cinco mil, exceptuando ainda a po-pulação golfista flutuante, que nesta modalida-de tem uma expressão considerável.

| Modalidade introduzida há 120 anos | Apesar de ter nascido no Nor-te de Portugal, o golfe, chegado ao nosso país, pela mão da cidadãos britânicos no auge da ex-ploração do Vinho do Porto, no longínquo ano de 1890, viveu, durante muitos anos protegido por uma elite que muitos viam como uma ne-cessidade de preservação.

O Oporto Golf Club, com sede em Espinho (é o quarto mais antigo da Europa Continen-tal), instituição que, entre nós, serviu de «ber-ço» à modalidade, apesar de ter então, uma du-pla responsabilidade na sua promoção, só mais tarde abriu as portas à comunidade em geral, já que nas primeiras décadas da sua existência, o acesso dos portugueses à mesa onde se tra-çavam os destinos do clube era bastante lento.

repórterdomarão16 12 a 25 Jan’10

Oferta de golfe na região norte triplicou nos últimos 25 anosHá 12 unidades para a prática da modalidade | Turismo transmontano aguarda campo no Azibo, em Macedo de Cavaleiros

O amarantino Pedro Barros, que foi o primeiro presidente do Amaran-te Golfe Clube, cuja instituição desenvolve a sua actividade desportiva no per-curso da Quinta da Deveza (situado em Fregim), que a empresa amaranti-na Mota-Engil construiu na década de noventa, acaba de ser distinguido pela Federação Portuguesa de Golfe com a Medalha de Honra ao Mérito. Este importante galardão foi-lhe entregue pelo presidente da Federação, Manuel Agrellos, durante o Jantar de Gala realizado no Casino do Estoril, em cerimó-nia que o organismo federativo organiza anualmente, no intuito de premiar as entidades, individuais e colectivas, que ao longo do ano mais se distinguem na promoção do golfe, em todas as suas vertentes.

O Golfe de Vilamoura, colectivamente, e os dirigentes Fernando Fragoso e John Stilwell, receberam prémio idêntico.

Ao nível da Região Norte, onde estão domiciliados o centenário Oporto, fundado em 1890, e o Golfe de Miramar, cuja fundação data de 1932, co-funda-dores, já lá vão 60 anos, da Federação, juntamente com o Lisbon Sports Club (Belas) e o Golfe do Estoril, merecem destaque o Estela Golfe Clube (Póvoa de Varzim), agraciado com o título de Clube do Ano, a que corresponde o Tro-féu Visconde Pereira Machado, bem como o Clube de Golfe de Vidago, a que preside António Manuel Rodrigues. Este clube, situado no concelho de Cha-ves, na região do Alto Tâmega, cujo campo está a ser alvo de grandes melho-ramentos, dotando-o de 18 buracos, que o tornarão mais competitivo, foi uma das entidades distinguidas com o Troféu Especial 2009, a par de algumas pu-blicações alusivas à modalidade, e o Município de Cantanhede, onde há pou-cos anos foi inaugurado o primeiro campo municipal do país.

No plano individual, importa referir que o título de Jogador Amador do Ano (Troféu Tito Lagos) também rumou a Norte, graças à performance de Joana Silva Pinto, uma jovem de 19 anos, que é actual campeã nacional indi-vidual, e que representa o citado Estela Golfe, para o qual se transferiu, jun-tamente com outros companheiros de clube, depois de em 2006 ter tido acção decisiva na conquista do título nacional feminino de clubes, por parte do Gol-fe da Quinta do Fojo.

Para gáudio dos golfistas nortenhos, a Federação também agraciou a profissional Patrícia Brito e Cunha, actual treinadora do clube poveiro, a quem foi atribuído o Troféu Mário Marques Pinto (era o anterior presidente federativo) para distinguir o Profissional de Ensino do Ano.

Os restantes galardões foram atribuídos ao lusofrancês Filipe Lima, pro-fissional do Circuito Europeu, distinguido com o título de Profissional do Ano, a que recebeu o Troféu Ricardo Espírito Santo; ao amador estorilista Tomás Silva, galardoado com o título de Jogador Jovem do Ano (Troféu José Sou-sa e Mello), enquanto os Troféus Fernando Cabral (Sociedade de Golfe do Ano) e José Roquette (Jornalista do Ano), foram para a entidade proprietá-ria da Quinta da Ria e Quinta de Cima, no Algarve, e para o jornalista brasi-leiro Joel Neto.

Antigo presidente do Amarante Golfe Clubedistinguido pela Federação

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| Ano de 1988 criou uma nova dinâmica | Contudo, com os sucessi-vos dirigentes a revelarem-se a favor de uma maior abertura, tudo se foi modificando, ao ponto de o golfe ter hoje uma forte implanta-ção em toda a região norte.

Assim, depois de muitos anos sem qual-quer dado novo, onde pontuavam apenas o centenário Oporto (fundado em 1890), o vizi-nho Golfe de Miramar (1932) e o Golfe de Vi-dago (1936), o ano de 1988 marcou uma nova dinâmica no panorama golfístico, com a inau-guração do campo da Estela. Um par 72, com 18 buracos, de características únicas na re-gião, construído pela Sopete, nas dunas, entre a Aguçadoura e a Apúlia, com desenho do ar-quitecto Duarte Sottomayor, constituiu a «pe-drada» no charco de um cenário que viria mais tarde a estender-se a diversos outros pontos a norte do rio Douro, com percursos nos distri-tos do Porto, Braga e Viana do Castelo.

| Amarante e Quinta da Bar-ca surgiram em 1997 | Com ou-tros projectos já em curso, e com o campo de treino do então nóvel Clube de Golfe de Bra-

ga, já em funcionamento, construído nas pro-ximidades do aeródromo de Palmeira, e fun-dado em 1991, o Axis Golfe de Ponte de Lima, percurso de par 71, desenhado pelos irmãos Daniel Silva e David Silva, dava a sua tacada histórica, no Outono de 1995. A bola de neve ti-nha iniciado o seu movimento, e dois anos de-pois (1997), o panorama golfístico nortenho so-fria novo impulso com o aparecimento de mais dois percursos; um em Amarante, de 18 bura-cos e par 68, desenhado por Jorge Santana da Silva, construído na Quinta a Deveza, pela em-presa Mota Engil, e um de nove buracos, par 62, na Quinta da Barca (Gemeses, Esposende), com desenho da autoria do mesmo arquitecto. Nesse mesmo ano, abria a Academia da Quin-ta do Fojo, em VN Gaia, a escassa distância da auto estrada Porto-Lisboa, infra-estrutura que tem, actualmente, um percurso de seis bu-racos, também desenhados por Duarte Sotto Mayor, surgindo a seguir na Estrada Exterior da Circunvalação, junto à Senhora da Hora, o Citygolfe, na sequência de um projecto arroja-do do arquitecto José Lencastre. Este percur-so é um «pitch & putt» de nove buracos e tan-to aqui como na Quinta do Fojo o golfista tem a dupla vantagem de poder usufruir de um es-

paço único no «coração» da cidade, assumindo-se, por isso, como verdadeiros oásis no meio de infindáveis aglomerados de betão.

| Campo público em Macedo de Cavaleiros | O Golfe de Rilhadas, em Cepães, no concelho de Fafe, bem como o Golfe Vale Pisão, em Água Longa, no concelho de Santo Tirso, são os mais recentes empre-endimentos do género na região. O primeiro é um percurso de nove buracos, de par 60, cren-do-se que tenha sido inaugurado em 2007, en-quanto o segundo (consta ter sido inaugurado em princípios de 2008), com dois percursos dis-tintos de nove buracos, possui condições para acolher competições mais ambiciosas.

Em suma, o aparecimento de novas infra-estruras será apenas uma questão de tempo.

Por outro lado, a construção de um novo campo de golfe público, da responsabilidade do Município de Macedo de Cavaleiros e apoiada por fundos comunitários, será em breve uma realidade que muito irá beneficiar o desenvol-vimento turístico do planalto transmontano.

O equipamento será construído na zona tu-rística do Azibo, onde já existe um complexo turístico.

repórterdomarão1712 a 25 Jan’10

Oferta de golfe na região norte triplicou nos últimos 25 anosHá 12 unidades para a prática da modalidade | Turismo transmontano aguarda campo no Azibo, em Macedo de Cavaleiros

A. Massa Constâncio | [email protected]

Em pouco mais de duas

décadas os praticantes de golfe do norte

de Portugal ganharam mais nove

campos

Oferta vai continuar a

crescer e são anunciados

novos projectos em várias

localidades, nomeadamente

no Azibo

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repórterdomarão18 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I turismo

O turismo fluvial no Douro gerou mais de 180 mil visitantes no ano passado, mas os opera-dores turísticos querem aumentar esse nú-

mero nos próximos anos. Cerca de 184 mil passagei-ros subiram o rio Douro em 2009, mais 21 por cento do que em 2008, mas o território espera aumentar o nú-mero de turistas provenientes de lugares tão diferen-tes como a América ou as Filipinas.

Segundo dados da Entidade Regional Turismo do Douro, divulgados em comunicado, em 2009 subi-ram o rio Douro em embarcações turísticas 184 mil pessoas, um número que prevê que continue a au-mentar nos próximos anos por causa do novo bar-co-hotel da Douro Azul, num investimento de 12 milhões de euros que criará 36 postos de trabalho di-rectos.

Às 14 empresas que operam actualmente na via navegável do Douro vai juntar-se o “Douro à Vela”, que vai entrar em funcionamento em 2010.

A entidade referiu que, com um programa de investimentos “sem paralelo”, a região tem-se pro-movido em mercados estratégicos, como os Estados Unidos da América (EUA), a Alemanha, a França, a

Itália, os Países Baixos, o Reino Unido e a Espanha.Só dos EUA são esperados, entre 2011 e 2012,

136 mil turistas, o valor estabelecido no acordo as-sinado em 2009 entre a Douro Azul, empresa de Mário Ferreira, com a operadora norte-americana Uniworld.

De outras latitudes ficou também demonstrado o desejo de visita ao Douro por parte dos turistas fi-lipinos.

Numa visita realizada à região duriense em Abril de 2009, um dos maiores operadores das Filipinas traçou o objectivo de trazer ao Douro em 2010 cerca de cinco mil turistas naturais daquele país asiático.

| Meio milhão de dormidas em 2012 | O fervor religioso dos filipinos, a admira-ção por Fernão de Magalhães, que poderá ter nasci-do em Sabrosa e que morreu na ilha de Cebu (parte do arquipélago filipino), e a semelhança entre os so-calcos durienses e os terraços dos arrozais em Ba-nanue, nas Filipinas, fazem do Douro um destino de “sonho”.

A aproximação às Filipinas é vista no Douro

como o ponto de partida para entrar no mercado asi-ático e em todos os países ligados pela circum-nave-gação de Magalhães.

A entidade referiu ainda, no comunicado, que o turismo no Douro é visto cada vez mais com uma al-ternativa ao conceito de “sol e praia”, tendo mesmo registado, no último Verão, uma taxa de ocupação de 63,6 por cento, só ultrapassada pela Região Autóno-ma da Madeira (66 por cento).

No entanto, o presidente da Turismo do Douro, António Martinho, já disse que o grande desafio do Douro é aumentar o número de dormidas em aloja-mentos turísticos, aumentando a breve prazo de uma duração média de 1,4 para as duas dormidas por tu-rista (ver pg 26) .

Ou seja, o Douro traçou como objectivo até 2012 atingir o meio milhão de dormidas.

De acordo com a estrutura, o Douro quer “com-bater a sazonalidade e afirmar-se como um destino para todo o ano”.

“Em cada estação há um Douro diferente, com tonalidades distintas e diversas formas de lazer, que tanto pode ser percorrido de barco como em com-boio”, concluiu.

Turismo fluvial no Douro atraiumais de 180 mil passageiros

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tâmega e sousa I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1912 a 25 Jan’10

O s automobilistas dos concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras que utilizam a A 41 e A 42 nos seus acessos ao litoral vão ser

dos mais penalizados com a introdução de portagens anunciada pelo Governo. Recorde-se que há duas déca-das foi feita aos utentes a promessa de terem um IC 25 gratuito. Quando, finalmente, têm a tão ansiada auto-estrada, vai-lhes ser imposta uma portagem.

Alguns investimentos feitos nos últimos tempos nestes concelhos avançaram tendo como certa a gratui-tidade das vias de acesso ao litoral.

Numa carta enviada ao Ministro das Obras Públi-cas, Transportes e Comunicações (MOPTC) e aos líde-res dos grupos parlamentares, Pedro Pinto, presidente da Câmara de Paços de Ferreira, reiterou os argumen-tos contra o pagamento de portagens naquelas vias. Para o autarca, o concelho de Paços de Ferreira e a Re-gião NUTS III Tâmega “não cumprem nenhum dos critérios definidos pelo Governo para a instalação de portagens pelo que não se compreende a inclusão dos troços que servem o concelho”.

O autarca explica porque é que a região “não cum-pre os critérios: o PIB - Produto Interno Bruto per ca-pita de Paços de Ferreira, bem como o de toda a NUTS III Tâmega, situa-se abaixo dos 75% da média nacional, de acordo com dados do MOPTC que suportam o pró-prio estudo do Governo. O Índice de Poder de Compra Concelhio (IPCC) de Paços de Ferreira é de 64,3% da

média nacional e o da NUTS III Tâmega é ainda mais baixo: 55,78%, dados do estudo do Ministério”.

O cálculo do Tempo de Percurso das Vias Alter-nativas às auto-estradas Sem Custos para o Utiliza-dor (SCUT) do Grande Porto “apresenta condicionan-tes evidentes”. “Foi calculado o tempo de percurso que passa por uma Estrada Municipal, que não pertence à rede nacional de estradas, e que não cumpriria o tempo por uns míseros seis segundos, não se encontrando de-vidamente provado o cumprimento deste critério”, diz.

Na carta, o autarca refere ainda ter verificado que “após análise exaustiva aos estudos encomendados pelo MOPTC, foram introduzidos mecanismos de correcção e análise que distorcem claramente os resultados e que apresentam índices estatísticos marcadamente arti-ficiais”, frisa Pedro Pinto. “Basta atentar no seguinte: são apenas seis os concelhos atravessados pela SCUT do Grande Porto – Matosinhos, Maia, Valongo, Pare-des, Paços de Ferreira e Lousada. No entanto, para

cálculo dos indicadores, consideraram-se como sendo também servidos concelhos como o de Espinho, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia, Amarante, Fafe ou Gui-marães. Ou seja, foram contabilizadas, para efeitos de cálculo dos índices do PIB per capita e do IPCC regio-nal, as NUTS III Grande Porto, Tâmega e Ave”, escre-ve o autarca.

Pedro Pinto lembra ao Governo que o estudo foi “realizado em 2006” e chama a atenção “para as di-ferenças que se verificam hoje, dada a crise que tem afectado particularmente a região e que fez aumentar ainda mais a clivagem entre capitações do Produto In-terno Bruto da região e a média nacional”.

A tomada de posição do município de Paços de Fer-reira “pretende chamar a atenção do poder central para uma medida que pode vir a revelar-se gravemen-te penalizadora para o concelho e para a região, poten-ciando e agravando as desigualdades”.

Numa reunião recente da Comunidade Intermu-nicipal do Tâmega e Sousa os autarcas não chegaram a uma posição comum porque os socialistas entendem que a questão das portagens deve ser apreciada de for-ma mais vasta, que inclua também a actual A4, por-tagem que penaliza sobretudo os concelhos de Baião, Amarante e Marco de Canaveses.

Já esta semana, contudo, os autarcas do Sousa e do Grande Porto decidiram pedir uma audiência urgente ao novo ministro das Obras Públicas para tentar travar a introdução das portagens na SCUT A41 2 A42.

‘NUTS III Tâmega não deve ter portagens’Autarca de Paços de Ferreira escreveu ao ministro das Obras Públicas

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repórterdomarão20 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I empresas & negócios

O complexo turístico Tâmega Clu-be, em Fregim, Amarante, que tem a maior piscina de ondas coberta do país, remodelou o seu Health Center (centro de actividade física e bem-estar) e ofe-rece agora maior diversidade de activi-dades para diferentes públicos, sejam crianças, adultos ou idosos.

Sauna/banho turco, duche escocês, massagem terapêutica e hidromassa-gem, a par das aulas de ginástica loca-lizada e de uma sala dedicada às artes marciais estão disponíveis no centro de fitness inaugurado. As aulas de dança do ventre começaram a título experi-mental em Dezembro e vão agora pros-seguir com regularidade.

Uma sala com dezenas de bicicletas para prática de Spinning (treino em bi-cicleta), outra apetrechada para muscu-lação e cardio fitness e ainda um espaço amplo para as aulas de Jump, Locpum (trabalho físico acompanhando o ritmo da música e com pesos: barras ou alte-res) e Pilates permitem uma utilização “muito diversificada”, explicou ao Re-pórter do Marão o director técnico do espaço, António Lírio.

Utilizadores mais idosos passam ha-bitualmente pelo Health Center do Tâ-mega Clube “durante a tarde”, enquan-to os jovens adultos o fazem sobretudo no final do dia de trabalho.

Os horários alargados, a varieda-de e qualidade das actividades e servi-ços prestados vão no sentido de “captar desde a criança até à pessoa de mais ida-

de”, referiu o director técnico. Na natação, na piscina de aprendiza-

gem ou no trabalho cárdio-vascular, há sempre um monitor que orienta os uten-tes, tal como nas restantes actividades.

No Health Center trabalham três técnicos com formação em Educação Física, além do director técnico que também é licenciado nessa área e tem mestrado em Treino Desportivo pela Universidade do Porto.

António Lírio garante que as pes-soas “são devidamente acompanhadas e enquadradas desde a recepção até ao seu treino”. Os interessados em iniciar treino físico ou qualquer outra das ac-tividades que o Health Center disponi-biliza devem fazer uma visita para “co-nhecer e tentar perceber o que mais se adequa” a si próprio.

Os utilizadores regulares, cerca de 400 neste momento, são por norma só-cios do Health Center,.

Quem pretender aceder aos servi-ços de forma mais esporádica pode tam-bém comprar um bilhete avulso.

Na visita à remodelação do Health Center do Tâmega Clube – empreendi-mento integrado na RTA, empresa da área do turismo do grupo Mota-Engil – participaram o presidente da Câma-ra de Amarante e alguns vereadores e representantes do grupo empresarial. O empreendimento está aberto diaria-mente ao público, embora em horários diferenciados, que podem ser consulta-dos em www.tamegaclube.com .

Health Center da RTA remodelado

O Continente divulga até ao final de Janeiro os vencedores da sétima edição da iniciativa de soli-dariedade social Missão Sorriso, que este ano teve uma nova forma para atribuir os fundos angariados e que contou com o apoio de Maria Cavaco Silva.

Foram apresentados a concurso, relativamente a 2009, 27 projectos oriundos de Hospitais Pediá-tricos, Maternidades ou Hospitais com serviço de Pediatria e/ou Obstetrícia, um dos quais do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Segundo explica o Continente, nesta edição pre-vê-se a atribuição de 500 mil euros para a imple-

mentação dos cinco melhores projectos (até 100 mil euros por projecto vencedor) apresentados a con-curso nas áreas da pediatria ou obstetrícia de hos-pitais nacionais.

Os projectos vencedores são decididos pelo júri Missão Sorriso, em colaboração com o público, que também votou no seu projecto favorito.

O objectivo, segundo considera o Continente, visou “fomentar o envolvimento das comunidades com os hospitais da sua área de residência”.

A decisão sobre os vencedores será tomada pelo júri Missão Sorriso (com um peso de 55%) e do pú-

blico (restantes 45%).As verbas foram an-

gariadas através do livro “Leopoldina e a Ordem das Asas”, que esteve à venda nos hipermercados Modelo e Continente, ao preço de 3 euros, sendo que 1 euro reverteu para a Missão Sorriso.

Os vencedores deve-rão ser conhecidos a 31

de Janeiro, anuncia o Continente no site da Missão Sorriso.

Cuidados Pediátricosem Trás-os-Montes

O projecto apresentado a concurso pelo Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro pretende organizar um espaço de “estabilização da criança gra-vemente doente, para prestação de cuidados intensi-vos, colmatando uma carência e promover melhores cuidados médicos pediátricos”.

Pretende a administração do CHTMAD “criar um espaço lúdico, coberto, climatizado, compartimentado em função da idade, contíguo à sala de espera da Con-sulta Externa do SP (Serviço de Pediatria), permitindo dinamizar o tempo que a criança despende na sua per-manência no hospital, ao longo do ano”.

A área de influência do CHTMAD “estende-se pelo distrito de Vila Real e parte do distrito de Viseu, com-preende 24 concelhos e 480 000 residentes”. Dos uten-tes abrangidos 62 000 têm idade inferior a 14 anos, mas o hospital presta assistência médica pediátrica até aos 18 anos.

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro apresentou projecto para humanizar Pediatria

Vencedores da Missão Sorriso conhecidos até fim de Janeiro

Page 21: Repórter do Marão

tâmega e sousa I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão2112 a 25 Jan’10

Page 22: Repórter do Marão

outras terrasI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão22 12 a 25 Jan’10

A XII edição da Feira do Porco, em Boticas, decorre entre sexta-feira e do-mingo apresentando-se como uma opor-tunidade de negócio para a venda de 30 toneladas de fumeiro que deverá originar um volume de negócios na ordem dos 350 mil euros.

No recinto da feira vão estar cerca de meia centena de produtores, aos quais se somam mais duas dezenas de stands de exposição e venda de artesanato.

A organização prevê que o número de visitantes desta edição se aproxime das

50 mil pessoas, provenientes das mais va-riadas regiões do país (em particular da região Norte) e da vizinha Espanha.

Para além da mostra e venda de fu-meiro, as “tasquinhas” voltam a ocu-par o lugar central, esperando-se que, à hora das refeições, se verifiquem au-tênticas “enchentes” para provar os pratos regionais, confeccionados, se-gundo os costumes tradicionais, como o arroz de costelas e chouriça, o cozido à barrosã, o caldo barrosão ou as costelas de vinho e alho.

Feira do Porco em Boticasno fim-de-semana

A associação “Habitat for Humanity Portugal”, que se dedica a apoiar fa-mílias carenciadas na construção de uma casa, inicia em Março, através de vo-luntários locais e internacionais, a sua primeira intervenção em Amarante, anunciou fonte da organização.

A fonte adiantou à Lusa que a associação vai ajudar a família Costa - com quatro membros, uma mulher e três filhos - a reconstruir a sua própria habi-tação, a qual deve ser “digna, saudável e de baixo custo”.

“Esta é a primeira família fora do distrito de Braga a receber o apoio da Habitat e de todos os seus voluntários”, sublinhou a fonte.

A associação é uma instituição de utilidade pública, oriunda dos Estados Unidos da América, que foi fundada em Braga em Maio de 1996.

Desde então já construiu e reparou mais de 30 casas, nas zonas de Braga, Barcelos, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde e Vieira do Minho, permitindo que 115 pessoas possam viver numa casa simples, mas com segurança e conforto.

Freguesia de BusteloA Habitat salienta que o caso da família de Amarante lhe chegou através

dos serviços sociais da câmara local, com a indicação de que não possuía “os re-cursos necessários para recuperar a casa e viver de forma condigna”.

A família, residente em Bustelo, Amarante, é constituída pela mãe, Maria Lurdes, solteira e com três filhos, todos adultos, dois dos quais a trabalhar mas que continuam a morar com a mãe, que sobrevive com a sua reforma, e com a ajuda dos filhos, situação que o RM noticiou no final de Outubro.

O apoio da associação passa pela reconstrução da habitação que se encon-tra em fase de degradação e não respeita as exigências mínimas necessárias em termos de condições de habitabilidade.

O projecto será realizado em parceria com a empresa de construção Mota-Engil, que cede os materiais de construção.

Feiradas Papasem Olo

A freguesia de Olo vol-ta a viver a 13 e 14 de Feve-reiro a sua tradicional Fei-ra das Papas, que decorrerá no espaço polivalente do edi-fício da Junta de Freguesia.

Serão dois dias de de-gustação de um menú tra-dicional daquela aldeia do Marão, que inclui papas de sarrabulho, de nabiças e couve.

A Feira das Papas de Olo assenta nas tradições locais, marcadas por uma grande ruralidade e por actividades associadas aos trabalhos do campo e da floresta, a exigirem mão-de-obra bem alimentada e possante.

O evento acontece no fim-de-semana imediatamente antes do Carnaval, marcado, também, por particularidades gastronómicas, assentes na matança do porco e no aproveitamento das suas carnes.

Paralelamente à Feira das Papas, decorrerá uma exposição-venda de pro-dutos locais, que incluem enchidos e fumeiros, mel, compotas e artesanato.

Associação reconstrói casa de família pobre em Amarante

A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, vai estar no Marco de Canaveses na tarde de 26 de Ja-neiro para reunir com os cinco provedores do cidadão com deficiência que existem no país.

A secretária de Estado e os provedo-res do Porto, Lousã, Marco de Canaveses,

Viseu e Santa Maria da Feira vão analisar e discutir a estratégia nacional para a de-ficiência. Após o encontro, que vai decor-rer na Câmara do Marco de Canaveses, deverão ser conhecidas as orientações e medidas do novo Plano Nacional de Inte-gração das Pessoas com Deficiência e In-capacidade.

Provedores para deficiênciacom Idália Moniz no Marco

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A Entidade Regional Turismo do Douro revelou esta semana, na Bolsa de Turis-mo de Lisboa (BTL) os novos projectos para combater a sazonalidade neste território e algumas das 11 unidades hoteleiras construídas ou projectadas para este território.

O Douro está a aproveitar a BTL para promover o património mundial da UNES-CO e atrair mais turistas a este território, onde o principal constrangimento apontado é a sazonalidade, registando muitos visitantes durante o verão e vindimas e esvazian-do-se de seguida.

Durante o evento a hotelaria vai levantar o véu sobre as mais recentes novidades, com a apresentação, entre outras, do mais recente Hotel Rural do Douro, Quinta do Pego, ou do programa “Páscoa no Douro”, da responsabilidade da HTDouro - Associa-ção de Profissionais de Hotelaria e Turismo do Douro.

Segundo dados da Turismo do Douro, abriram as portas ou estão projectados 11

unidades hoteleiras espalhadas por todo o território.Em apreciação estão projectos como a reconstrução de um edifício para alojamern-

to turístico na aldeia vinhateira de Provesende, em Sabrosa, a Quinta da Pereira Hotel Rural, SPA & Wine, a Quinta da Amendoeira - Enoturismo, Quinta do Paço de Cidade-lhe - Hotel Rural, a Quinta da Rede ou a Quinta da Barbatona.

Abertos estão já o Hotel Rural Quinta da Pacheca,Hotel Rural Quinta do Pego - Ta-buaço, Douro River Hotel, a Quinta da Aveleira Douro e a Casa de Tralhariz.

A nível da restauração, a região conta com o Castas e Pratos, K Sushi Bar, LBV 79 e o Restaurante Sol Douro.

Na BTL vão ainda ser apresentados os novos programas Enoturismo & Aventura 2010, pela Quinta da Avessada, que têm como grande novidade a primeira enoteca inte-ractiva do Douro, e o novo operador fluvial do rio Douro: Douro à Vela.

Os visitantes podem ainda participar no grande concurso “Viva uma Experiência Única no Douro” e habilitar-se a prémios, como cruzei-ros no Douro, fins-de-semana com estadia e pe-queno-almoço, visitas a caves e quintas, entre muitos outros.

Está previsto que até 2011 passem pelo Dou-ro artistas como B.B. King, Ivan Lins, Carlos do Carmo, Teresa Salgueiro e Mafalda Veiga, e que se realizem o Fórum Mundial do Vinho, o Con-gresso Internacional de Turismo e o Congresso Ibérico Região de Grandes Vinhedos.

Em 2009, a entidade promoveu um progra-ma de animação das Aldeias Vinhateiras, a pri-meira edição da mostra de cinema Douro Film Harvest e concertos de música clássica em mu-seus e locais de património religioso do Douro.

O objectivo da direcção da Turismo do Douro é dinamizar novas rotas turísticas, diversificar as valias e divulgar o património da mais antiga re-gião demarcada do mundo.

Baixo Tâmega integrado no stand do Porto e Norte de Portugal

A Associação de Municípios do Baixo Tâme-ga (AMBT) participa na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre de 13 a 17 de Janeiro, na Fei-ra Internacional de Lisboa.

Este ano a AMBT está integrada no stand promocional do Porto e Norte de Portugal, um espaço que conta com 405 metros quadrados.

A AMBT participou nas actividades de ani-mação no dia de abertura da feira, a partir das 16h30, com a actuação de um Quarteto de Madei-ras da Orquestra do Norte e Showcookings de “Carne Maronesa” e com a participação do Che-fe de Cozinha do “Água Hotels, de Mondim de Basto. Foi também servido um Verde de Honra e doçaria regional, a par da actuação do grupo de música tradicional Andarilhos, de Baião. A feira abre ao público nos dias 16 e 17.

Consulta PúblicaProjecto: Aproveitamento Hidroeléctrico do FridãoProponente: EDP - Produção - Gestão da Produção de Energia, SA

Licenciador: INAG - Instituto da ÁguaO projecto acima mencionado está sujeito a um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, conforme estabelecido no n.º 15 do Anexo I do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro.

Este projecto localiza-se nas freguesias de Chapa, Fridão, Gatão e Rebordelo (Concelho de Amarante), Arco de Baúlhe, Cavez, Pedraça e Vila Nune (Concelho de Cabeceiras de Basto), Arnóia, Britelo, Canedo de Basto, Codeçoso e Veade (Concelho de Celorico de Basto), Atei, Mondim de Basto e Paradança (Concelho de Mondim de Basto) e Cerva (Concelho de Ribeira de Pena).

Nos termos e para efeitos do preceituado no n.º 2 do art. 14.º e nos arts. 24.º, 25.º e 26.º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, a Agência Portuguesa do Ambiente, enquanto Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental, informa que o Estudo de Impacte Ambiental, incluindo o Resumo Não Técnico, encontra-se disponível para Consulta Pública, durante 40 dias úteis, de 18 de Dezembro de 2009 a 15 de Fevereiro de 2010, nos seguintes locais:

Agência Portuguesa do Ambiente Rua da Murgueira, 9/9A - Zambujal - Apartado 7585 - 2611 - 865 AMADORA

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte Rua Rainha D. Estefânia, 251 - 4150-304 PORTO

Câmaras Municipais de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena

O Resumo Não Técnico pode ser consultado nas Juntas de Freguesia acima referidas, encontrando-se também disponível na Internet (www.apambiente.pt).

No âmbito do processo de Consulta Pública serão consideradas e apreciadas todas as opiniões e sugestões apresentadas por escrito, desde que relacionadas especificamente com o projecto em avaliação. Essas exposições deverão ser dirigidas ao Director-Geral da Agência Portuguesa do Ambiente, até à data do termo da Consulta Pública.

O licenciamento (ou a autorização) do projecto só poderá ser concedido após Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Condicionalmente Favorável, emitida pelo Senhor Secretário de Estado do Ambiente, ou decorrido o prazo para a sua emissão.

A Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 30/04/2010.

Alfragide, 14 de Dezembro de 2009 O Director-Geral António Gonçalves Henriques

Reporter do Marão, N.1229 - 12/01/10

Douro aproveita BTLpara divulgar Património Mundial

outras terras I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão2312 a 25 Jan’10

Page 24: Repórter do Marão

repórterdomarão24 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

Eleições no PSD/Bragançadisputadas por Telmo e Silvano

U m histórico local do PSD de Bragança Tel-mo Moreno anunciou a sua candidatura à distrital do partido com apoio expresso a

Pedro Passo Coelho para a liderança nacional, mas sem congresso extraordinário. É a segunda candida-tura, depois de José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, ter também anunciado a corrida à lide-rança dos sociais-democratas de Bragança.

Médico de profissão, Telmo Moreno foi fundador do PSD, já esteve à frente da distrital de Bragança, entre outros cargos, mas apesar de ser uma voz pre-sente a nível interno tem-se mantido afastado nos úl-timos tempos.

Segundo disse, preferia manter-se como “sena-dor das bases”, mas entende que o momento actual do partido justifica o seu regresso.

“Só estou aqui em emergências e este é um dos “INEMs” políticos”, afirmou, na apresentação da sua candidatura com uma lista composta por 75 por cento de juventude, como fez questão de realçar.

O candidato à mesa da assembleia distrital é o presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, e ao conselho distrital de jurisdi-ção concorre Nuno Gonçalves, candidato derrotado nas últimas autárquicas, em Torre de Moncorvo.

Telmo Moreno já foi mandatário de Pedro Passos Coelho e, a título pessoal, revelou hoje que continua a ser o candidato da sua eleição para substituir Ma-nuela Ferreira Leite na presidência nacional do PSD.

“Sei o seu valor, as suas ideias, e sei que é um can-didato absolutamente credível para liderar o país”, declarou, acrescentando aos que criticam a juventu-de de Passos Coelho que “também José Sócrates é da mesma idade e ninguém considera que é jovem para governar”.

O candidato à distrital de Bragança defende ser necessário “corrigir o rumo que o PSD vem trilhan-do, tempo de recuperar a matriz fundadora de Fran-cisco Sá Carneiro e de uma nova direcção”, mas não considera útil um congresso extraordinário.

“Um congresso extraordinário para quê? Quem é a direcção, quem responde? A Comissão Política Na-cional existe apenas na substância, não existe no fac-to. Não vale a pena estar a fazer peditórios a meio tempo”, disse.

Intitulando-se “um homem das bases”, Telmo Moreno defende numa carta dirigida aos militantes que o PSD “não pode continuar a tratar os compa-nheiros como tropas de choque daqueles que só vêem o partido como um trampolim para satisfação das suas inacessíveis satisfações pessoais”.

Disse ainda que uma das razões da sua candida-tura prende-se também com “o que se perspectiva a

nível distrital” que considera “perigoso”, referindo-se à candidatura adversária, apresentada segunda-feira e liderada por José Silvano, com Jorge Nunes como candidato à assembleia distrital.

Telmo Moreno não concorda que os dois autar-cas, de Mirandela e Bragança, já estejam “formata-dos” para serem candidatos na lista de deputados por Bragança às legislativas com o “partido a trabalhar para eles”.

As eleições para a sucessão de Adão Silva na pre-sidência da distrital de Bragança do PSD estão mar-cadas para sábado e podem votar os 1214 militantes com quotas em dia de um total que ronda os três mil.

Médico de Bragança defende apoio expresso a Pedro Passos Coelho

José Silvano foi o primeiro candidato oficial às eleições de sábado para a distrital de Bragança do PSD e rejeitou assinar petições para a realização de um congresso extraordinário e indicar aos mili-tantes um candidato à liderança do partido.

José Silvano disse, durante a apresentação da candidatura, que não vai “assinar nenhuma peti-ção para convocar um congresso”, embora enten-da que se este se vier a realizar, será “útil para dis-cutir o país e não questões internas do partido”.

O candidato à distrital de Bragança garante ainda que a sua lista “não tem nenhum candidato escolhido para presidente” do PSD.

“Discutiremos com os militantes todas as so-luções que aparecerem”, afirmou, adiantando que do seu programa eleitoral constam debates temá-ticos e com os candidatos que vierem a surgir para a sucessão de Manuela Ferreira Leite.

“Sem impor escolhas e apoios, cada um escolherá conforme a sua consciên-cia”, sublinhou, realçando o propósito de dar “mais voz aos militantes”.

José Silvano propõe-se ainda “pre-parar o partido a nível distrital com o objectivo de o partido a nível nacional chegar ao poder neste espaço de tem-po”, referindo-se ao mandato de dois anos.

“Gente mais nova” é o lema da can-didatura, que apresenta o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, para a presidência da mesa da assem-bleia distrital.

Silvano e Nunes são dos autarcas sociais-democratas que, no distrito de Bragança, têm conseguido vitórias mais expressivas para o PSD, estando o primeiro à frente do município de Mi-randela há 15 anos e o segundo do de

Bragança há 12 anos.José Silvano é também apoiado por um dos

fundadores do PSD de Bragança, Júlio de Carva-lho, ex-governador civil, para quem o partido pre-cisa de “renascer”. “Dá a sensação que cada um faz o que quer sem qualquer sanção”, declarou.

Os militantes vão escolher, sábado, o suces-sor de Adão Silva, que decidiu não se recandida-tar, mantendo-se como deputado na Assembleia da República, como um dos dois eleitos do PSD pelo círculo de Bragança.

José Silvano disse que se teria demitido e in-centivado os restantes elementos a renunciarem se fosse presidente da distrital quando, nas últi-mas legislativas, a líder Manuela Ferreira Leite impôs para Bragança um cabeça-de-lista de Pena-fiel, José Ferreira Gomes.

Autarcas de Mirandela e Bragançaà conquista da Distrital laranja

Page 25: Repórter do Marão

Instituição de Bragança ajuda pobresa sair da exclusão

U ma instituição social de Bragança vai aju-dar pessoas em situação de exclusão a en-contrar trabalho. Um das metas é ajudar

150 pessoas a sair da exclusão, encontrando empre-go ou criando o próprio posto de trabalho.

Alguma pobreza com que lidam instituições de solidariedade pode ser resolvida com pequenas no-ções de economia doméstica, defenderam responsá-veis de um novo projecto social de Bragança.

“Inovar e participar para incluir” é o lema do pro-jecto que arrancará durante o mês de Janeiro e vai ser conduzido, durante três anos, pelo Centro Social e Paroquial dos Santos Mártires.

Para Carla Pires, a coordenadora do projecto, a luta contra a exclusão e pobreza também passa por outras abordagens, nomeadamente dando às pessoas noções básicas do quotidiano como gerir o orçamen-to familiar.

| Ensinar a gerir | Para os técnicos que li-dam com os casos no terreno, algumas vezes, embora seja escasso, o problema não é tanto a falta dinheiro, mas sobretudo a capacidade para o gerir.

Carla Pires contou à Lusa “alguns casos de pes-soas que precisam e estão a ser ajudadas, mas que se

for preciso vão ao supermercado e compram produ-tos de marca em vez de outros mais baratos”.

O projecto contempla formação nesta e outras áreas e vai ser desenvolvido no âmbito dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social da Segurança So-cial, com uma comparticipação financeira de 575 mil euros.

Para o efeito, foi constituída uma equipa de cin-co técnicos que vai fazer o atendimento em gabine-tes destinados a esse fim, mas também deslocar-se junto da população para proceder a um levantamen-to “porta-a-porta” das necessidades e problemas das pessoas.

| Um terço da população | O projecto abrange um terço da população do concelho de Bra-gança, cerca de 12500 pessoas, espalhadas por par-te da freguesia urbana da Sé, Gostei, Carrazedo, No-gueira e Rebordãos.

A aquisição de uma viatura que percorrerá regu-larmente as freguesias abrangidas faz parte do pro-jecto com o propósito também de levar informação, animação e actividade sobretudo à população mais idosa.

O território de intervenção é ocupado por uma população envelhecida ou com vários problemas de

exclusão.Segundo a coordenadora Carla Pires, o traba-

lho será feito em parceria com outras instituições da Rede Social, permitindo o encaminhamento dos ca-sos de acordo com as necessidades.

A equipa técnica acredita que a meta de ajudar a encontrar/criar emprego será concretizável, apesar da conjuntura actual.

Para esse objectivo contribuirá o próprio Centro Paroquial dos Santos Mártires que planeia criar algu-mas dezenas de postos de trabalho em novas empre-sas de inserção social e equipamentos sociais.

Centena e meia de pessoas vão ser incentivadas a criar o seu posto de trabalho

nordeste I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão2512 a 25 Jan’10

Uma equipa de cinco técnicos vai fazer o

atendimento e deslocar-se junto da população para

proceder a um levantamento das necessidades e

problemas das pessoas.

Page 26: Repórter do Marão

O grande desafio do Douro é aumentar o nú-mero de dormidas em alojamentos turísticos, au-mentando a breve prazo de uma duração média de 1,4 para as duas dormidas por turista, afirmou o presidente da Turismo do Douro.

António Martinho, que falava no decorrer de uma sessão informativa sobre apoios ao turismo, que decorreu esta tarde em Vila Real, referiu que o Douro tem que “aumentar sobretudo a perma-nência dos turistas”.

Segundo o responsável, o Douro, até Outubro, ocupou “o primeiro lugar no Continente”, com uma taxa de ocupação ao fim-de-semana de 56 por cento das 3200 camas contabilizadas na região.

“Mas a nível do conjunto da semana, estamos a meio da tabela, em quarto ou quinto lugar, com uma taxa de ocupação a rondar os 40 por cento”, frisou.

António Martinho considera que para o terri-

tório cumprir o objectivo de aumentar o número de dormidas tem “também que subir significati-vamente o número de camas”.

E, para o efeito, defendeu que os empresários da região “têm que saber aproveitar a oportuni-dade” concedida pelo Quadro de Referência Es-tratégico Nacional (QREN), que estabeleceu um programa de incentivos de 7,5 milhões de euros para o sector do turismo na região Norte e cujo prazo de candidaturas termina a 01 de Fevereiro.

“Ora se nós precisamos de aumentar o nú-mero de camas e se damos tanta importância ao turismo em espaço rural ou turismo de quinta, é importantíssimo para nós que um sistema de in-centivos enquadre precisamente esses projectos. Ou até mesmo para a reconversão de pensões ou estalagens”, salientou.

| Novo hotel em Lamego | Quem quer aproveitar os apoios financeiros para con-cluir a construção de um hotel de quatro estre-las em Lamego é o empresário Delfim Mendes. Com previsões de abrir ainda este ano os primei-ros 28 quartos do empreendimento, o empresário quer concluir o projecto com mais 14 quartos e sa-las de congressos. O número de postos de traba-lho a criar é de 20.

O investimento ronda os oito milhões de euros, com um financiamento comunitário de 1,3 milhões de euros, mas Delfim Mendes diz que necessita de mais apoios para concluir o projecto. “Já inves-ti em Angola e Moçambique, na área da hotelaria e construção civil, e vim investir agora na minha terra natal”, concluiu.

Douro quer aumentarpermanência dos turistasDormidas ao fim-de-semana ocupadas a 56%

repórterdomarão26 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

O Governador Civil de Vila Real anunciou que vai pedir mais limpa-neves para o Itinerário Principal 4 (IP4), reconhecendo a insuficiência de meios para faze-rem a limpeza desta via.

Concessionado à Auto-Estradas 21, o IP4 possui três limpa-neves para garantirem a limpeza da via e es-palhamento de sal nesta estrada que liga os distritos do Porto, Vila Real e Bragança.

Meios esses que, segundo o Governador Civil de Vila Real, Alexandre Chaves, no domingo se revelaram insuficientes.

O IP4, na Serra do Marão, foi cortado ao trânsito domingo de manhã por causa do nevão que caiu sobre a região transmontana, mas a ligação até Bragança man-teve-se aberta.

Durante a tarde, muitos veículos ficaram retidos nas zonas do Pópulo, entre Alijó e Murça, e Justes, a poucos quilómetros de Vila Real, com automobilistas a queixarem-se de terem demorado “entre três a cinco horas” a fazerem este trajecto.

Alexandre Chaves defende a necessidade de rever o contrato de manutenção do IP4, um pedido que dis-se que vai solicitar com urgência à Estradas de Portu-gal, de forma a que os meios sejam reforçados nesta que continua a ser a principal estrada de ligação de Trás-os-Montes e Alto Douro ao litoral.

“Isto, enquanto as novas auto-estradas não estive-rem em funcionamento”, salientou.

Em construção estão, neste momento, a Auto-Es-trada Transmontana, entre Vila Real e Bragança, e a Auto-Estrada do Marão, que vai ligar Amarante a Vila Real.

Contudo, o túnel do Marão, troço de seis quilóme-tros sob a serra – entre Ansiães e a Campeã – que re-solverá definitivamente os problemas com os nevões no Alto de Espinho, está parado desde há dois meses por decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel.

O tribunal acolheu a providência cautelar interpos-ta pela empresa Água do Marão que alega que a cons-trução do túnel vai colocar em causa a exploração das águas de nascente da empresa.

Governador Civil pede mais meios para o IP4

nordeste

Page 27: Repórter do Marão

nordeste I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão2712 a 25 Jan’10

A Quercus considera que a proliferação de ae-rogeradores e novos acessos podem afectar a pre-servação do Lobo Ibérico nas serras do Alvão e Marão e, por isso, manifesta-se contra a constru-ção de novos parques eólicos naquelas montanhas do distrito de Vila Real.

O Parque Eólico das Vilas Altas prevê a cons-trução de 56 aerogeradores, de 73 quilómetros de linhas eléctricas e de 4,2 quilómetros de novos ca-minhos que atravessarão Rede Natura 2000 e en-trarão parcialmente no Parque Natural do Alvão.

Dividido por quatro sub-parques, este empre-endimento estende-se aos concelhos de Vila Real, Mondim de Basto e Vila Pouca de Aguiar.

No âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) deste parque eólico das Vilas Altas, a Quer-cus participou na fase de consulta pública com um documento em que denuncia o “impacto brutal” que as estruturas terão “sobre a presença de ma-míferos selvagens nesta zona, nomeadamente do lobo ibérico e das suas presas”.

“É óbvia e reconhecida no EIA a desfigura-ção, destruição, deterioração e perturbação do ha-bitat do lobo pelo que este empreendimento, a ser autorizado, afigura-se como uma clara violação das leis Comunitárias e da República Portuguesa, atrás referidas, e portanto ferido de ilegalidade”, refere o documento.

| Risco de colisão para aves | Os ambientalistas denunciam ainda o “risco de morte por colisão”, já que, consideram que o “clima local, com presença de grande nebulosidade e nevoeiro nas cumeadas, provocando a falta de visibilidade dos aerogeradores e das linhas eléctricas será um factor acrescido na mortalidade das aves”.

Por causa dos efeitos cumulativos com outros parques e acessos existentes no território, a Quer-cus fala “numa redução e perturbação dos territó-rios da caça das aves de presa”.

De acordo com a associação, encontram-se re-ferenciadas para esta área 146 espécies de aves.

As serras do Alvão e do Marão “são importan-tes” para a conservação da Águia-real, por albergar

um casal isolado que se tem mantido estável, com reprodução regular, e, nesta área, existe ainda um núcleo residente de Gralha-de-bico-vermelho que durante o Inverno vê aumentado o seu efectivo por aves que surgem nesta área para se alimentarem.

Os EIA’s dos quatro sub-parques referem que a maioria dos impactes negativos se fazem sentir durante a fase de construção e que se forem apli-cadas correctamente as medidas mitigadoras in-dicadas, os impactes identificados serão em gran-de parte reduzidos.

Relativamente aos acidentes de colisão com os aerogeradores, o EIA refere que estes, “segundo os vários estudos que se têm feito sobre parques eólicos relativamente às aves e morcegos, são em número muito reduzido, apesar de ocorrerem com maior incidência no grupo dos morcegos”.

Quercus não quer maiseólicas no Marão e Alvão

A 19ª edição da Feira do Fumeiro e Presunto de Bar-roso, certame que torna Montalegre na capital dos enchi-dos e do presunto uma vez por ano, vai realizar-se de 21 a 24 de Janeiro no pavilhão multiusos daquela vila barrosã.

A organização do evento é do Município de Montale-gre e da Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.

Segundo revela a organização, o evento de 2010 tem mais produtores inscritos (79) e mais animais identifica-dos (790).

Os produtores de fumeiro são confrontados com a nova legislação, mas a organização apelou os agricultores “para seguirem o caminho do rigor alertando-os para a nova legislação que implica mais exigências”.

Orlando Alves, vice-presidente do município e o mais directo responsável pelo sucesso da feira, tem apelado à calma dos produtores que normalmente se assustam e preocupam quando é preciso mudar, segundo informa o site do município na internet.

“Há um prazo de dois anos para a adaptação às novas circunstâncias e para cumprir aquilo que está estabeleci-do» mas cada produtor terá de possuir uma “marca de ex-ploração”, defende Orlando Alves.

Como habitualmente, a feira será apresentada esta semana na Casa de Trás-os-Montes e Altodurienses do Porto e na Casa de Trás-os-Montes de Braga.

Fumeiro de Montalegrede 21 a 24 de Janeiro

A estreia da peça “Jorge Dandino ou um ma-rido confundido”, da autoria de Molière e encena-ção de Ruy de Matos, marca as comemorações dos 30 anos do Teatro Experimental Flaviense (TEF), sedeado em Chaves.

O director da companhia, Rufino Martins, referiu que a nova peça estreia a 03 de Feverei-ro, no Cine Teatro Bento Martins e revela os es-tratagemas de uma jovem mulher para ludibriar o seu marido, numa história que tem como pano de fundo o prenúncio da Revolução Francesa.

Molière é considerado um dos mestres da co-média satírica.

Ainda em Janeiro, decorre uma sessão sole-ne que tem como tema “O Teatro Experimental Flaviense, um percurso com 30 anos de activida-de contínua e a sua importância para a cultura e

o teatro”.No mesmo dia é inaugurada a exposição de

figurinos e fatos das peças de teatro encenadas no TEF por Ruy de Matos, que ficará patente até 08 de Fevereiro.

A 06 de Fevereiro decorre a apresentação pública nacional do livro “Manuel de Figurinos - Dissertações Avulsas”, uma publicação do INA-TEL da autoria de Ruy de Matos.

O TEF é uma Cooperativa Cultural, funda-da em 1980, que, ao longo de 30 anos de activida-de contínua, recebeu vários prémios e menções como o Prémio Podium 92, Prémio Alto Tâmega 93, Prémio Podium 99, Prémio Especial do Júri dos Prémios Podium 2005 e a Medalha de Mérito Municipal - Grau Bronze, atribuída pela Câmara Municipal de Chaves em 2001.

Teatro Experimental Flaviense assinala 30 anos

A câmara de Bragança mandou encerrar provisoriamente a pedreira que alegadamente originou a avalancha de lama que afectou casas e campos da freguesia de França, no Parque Natu-ral de Montesinho, além de danos em duas habitações.

O município aprovou a “suspensão da laboração e encerra-mento preventivo” e vai imputar ao empresário a responsabili-dade dos danos que venham a ser identificados, além de exigir a apresentação da licença de exploração.

Foi ainda decidido solicitar ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) “a avaliação urgente da si-tuação sob o ponto de vista ambiental e paisagístico”.

Pedreira encerrada no Montesinho

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repórterdomarão28 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

Navegar à bolinaEste ano de 2010 não vai ser fácil. É, segura-

mente, uma verdade de La Palisse, mas não há outra forma de colocar as coisas quando nos

pedem uma abordagem às perspectivas económicas regionais e nacionais para este ano que agora se inicia.

O tom foi dado nesta semana pela Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s. De forma mais ou menos coinci-dente, as agências de rating colocaram o dedo na feri-da: são indispensáveis medidas concretas e credíveis de consolidação orçamental e o Orçamento de Estado para 2010, por um lado, e o Programa de Estabilidade e Crescimento, por outro, têm que reflectir.

O ponto de partida está definido e não é animador: economia estagnada, desemprego acima dos 10%, dé-fice à volta dos 9%, rácios de endividamento que le-vantam incertezas para o futuro.

Dir-se-ia que, neste momento, perante os efeitos tão profundos da crise e perante as dificuldades estru-turais da economia portuguesa, tudo o que país não precisava era de instabilidade política. Mas o resulta-do das eleições de Setembro de 2009, conjugado com uma total incapacidade dos políticos portugueses em estabelecerem compromissos de fundo e de valor es-trutural, lança nuvens negras sobre os tempos mais próximos.

Tivemos quatro anos e meio de estabilidade po-lítica que produziram poucos efeitos estruturantes na economia portuguesa. Agora, temos uma oposi-

ção empenhada em governar à reve-lia e um governo empenhado em dis-cutir tudo menos aquilo que é mais premente para os portugueses.

É óbvio que o casamento gay é um assunto importante. Mas não era preciso “parar” o país para isto, até porque os portugueses (parece-me) consideram que todos os cidadãos nasceram para ser iguais em direi-tos e prerrogativas e nem atribuem grande controvérsia ao assunto. Bas-tava tomar decisões sobre o assunto e avançar. Ponto final.

Mas não é por aí que o primeiro-ministro pretende ir. Porque enquan-to se discutirem estes assuntos “frac-turantes”, ninguém se lembra que a economia e as empresas estão a defi-nhar lentamente.

O país não pode continuar a viver em função de estratégias de oportunidade e de conveniências mo-mentâneas.

Alguém conhece ideias e projectos (do governo ou da oposição, bem entendido) para o relançamento da economia, tendo em conta as suas debilidades cróni-cas? Alguém conhece ideias e projectos para apoiar efectivamente as empresas, revendo o estrangula-

mento fiscal a que elas estão sujeitas? Alguém conhece ideias e projectos para agilizar a injecção na economia de fundos comunitários do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), cuja aplicação conhece per-centagens baixíssimas, sobretudo nos programas de apoio às empresas?

O país não pode continuar a asso-biar para o lado, à espera que a tem-pestade passe. O país não pode con-tinuar mergulhado em discussões e debates públicos mais ou menos alar-gados sobre tudo e sobre nada. São necessárias decisões efectivas e polí-ticas duradouras. Portugal precisa de estabilidade nas suas opções macro-económicas e nas reformas que se vão aplicando.

A incapacidade de decisão prejudica profunda-mente o país.

Pior do que que más medidas é a inexistência de medidas ou o medo de as tomar.

Portugal precisa de dar a volta. Se não o soube fazer quando as marés eram favoráveis, pelo me-nos que o tente fazer agora que a tempestade não dá tréguas. O que não dá é para continuar a nave-gar à bolina.

O concelho de Amarante, pelas suas caracterís-ticas naturais, determina especial acuidade no que à protecção civil diz respeito. Destacando-

se pela estação do ano em que nos encontramos, sobre-tudo os locais de maior altitude e os rios.

Por norma o inverno tem a particularidade de nos presentear com as chuvas e o frio. O que, invariavel-mente, tem implicado cheias sobretudo na zona baixa da cidade, e ainda, a queda de neve nalguns pontos do concelho.

Ora, nas situações de emergência, têm intervindo os Agentes de Protecção Civil, com o objectivo de mi-nimizar as consequências para pessoas e bens. Contu-do, e porque na própria definição da protecção civil está claramente expresso que esta é uma actividade tam-bém desenvolvida pelos cidadãos, importa, que cada um interiorize a sua responsabilidade neste âmbito, adoptando as atitudes correctas de prevenção e acção.

Recomenda-se por isso, que as pessoas como me-didas de precaução genéricas para o inverno, atentem no seguinte:

- Informações meteorológicas e indicações presta-das pela protecção civil através dos meios de comuni-cação;

- Condução de veículos a baixa velocidade em vias propensas à formação ou persistência de gelo;

- Ventilação dos aposentos quando se utilizam larei-ras ou braseiras;

- Não secar roupa nos aquecedores, e afastá-los de cortinados, tecidos ou mobílias;

- Na utilização de lareiras, usar um resguardo pró-prio para evitar que qualquer faúlha salte para fora e igualmente para impedir uma possível queda de pes-soas para o seu interior, sobretudo crianças ou idosos;

- Utilizar várias camadas de roupa em vez de uma única peça de tecido grosso. Evitar roupas muito justas ou as que façam transpirar;

- Evitar as actividades físicas intensas que obri-guem o coração a um maior esforço, uma vez que o ar frio não é bom para a circulação sanguínea;

- Se suspeitar que você ou alguém que o rodeia está com sinais de hipotermia (corpo frio com tremuras, pele roxa e falta reacção) ligar imediatamente para o 112.

Na circunstância de ser previsível queda de neve e formação de gelo nas estradas, devem adoptar-se as se-guintes medidas:

Para quem pretende viajar,- Evitar fazer viagens para as zonas onde se pre-

vê a queda de neve, procurando antecipar ou adiar es-sas viagens

No caso de ter mesmo de o fazer,- Procurar informar-se através das concessionárias

ou das forças policiais, de quais os condicionamentos de trânsito existentes e vias alternativas de circulação;

- Estar atento antes e no decurso da viagem às infor-mações difundidas pelos órgãos de Co-municação Social;

- Circular pre-ferencialmente uti-lizando as vias ro-doviárias mais seguras;

- Tomar algu-mas medidas pre-ventivas como

sejam munir-se de correntes, alguns agasalhos e ali-mentação suplementares e garantir o abastecimento do depósito do veículo, para fazer face à possibilidade de ser forçado a paragens prolongadas durante a via-

gem devido à neve e ao gelo.Nos locais onde se verifique a queda de neve:- Seguir escrupulosamente as indicações transmiti-

das pelas autoridades policiais no que concerne ao res-peito pelos cortes da estrada, percursos alternativos, si-nalização e outras informações;

- Evitar parar ou abandonar a viatura na faixa de rodagem, contribuindo para o aumento do congestio-namento de trânsito;

- Ter especial atenção à brusca formação de gelo na estrada, que poderá dificultar a condução e provocar o atravessamento dos veículos e ocorrência de acidentes.

Na circunstância de ser previsível queda de chuva forte, devem adoptar-se as seguintes medidas:

- Desobstruir os sistemas de escoamento das águas pluviais e retirar inertes que possam ser arrastados;

- Limpar bueiros, algerozes, caleiras e respectivos sistemas de escoamento;

- Adoptar cuidados redobrados com as actividades relacionadas com o rio, nomeadamente pesca desporti-va, desportos náuticos, passeios à beira-rio e estaciona-mento de veículos nas margens;

- Conduzir a velocidades baixas, nomeadamente nas vias propensas à formação de lençóis de água ou persistência de gelo.

Por último, e porque a eficiência e a eficácia dos agentes de protecção civil, em situação de emergência, depende sobretudo da atitude de cada um, devem evi-tar-se comportamentos de risco que poderão originar acidentes não previstos, como por exemplo o desrespei-to pela sinalização de trânsito e indicações das forças de segurança; a deslocação aos locais sujeitos a queda de neve para efeitos lúdicos; o estacionamento de veícu-los ou a sua deslocação para os locais sujeitos a cheias, e ainda, a permanência nos locais alvo de intervenção de socorro. Colabore com a protecção civil, a seguran-ça depende de todos.

Protecção Civil é tarefa de todos

Helder FerreiraVereador CM Amarante

Rui Coutinho Paços de Ferreira

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repórterdomarãoopinião

29I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

12 a 25 Jan’10

O livro verde da mobilidadeA Câmara Municipal de Penafiel apre-

sentou recentemente e com a pom-pa habitual, um Plano Estratégico de

Mobilidade da Cidade de Penafiel (PEMCP). Trata-se de um livro profusamente ilustrado e bem feito. Se calhar, um luxo pouco acessível ao comum dos mortais penafidelenses.

Do que eu compreendi, parece que vão haver profundas alterações e não apenas “correcções de mazelas”, como disse há tem-pos o nosso presidente da Câmara, Dr. Alber-to Santos.

Todo o penafidelense bairrista, mesmo o de paróquia, quer é que esta terra progrida e ande para a frente, e eu tenho sérias dúvidas se os 10 milhões de euros que se vão gastar nos próximos cinco ou seis anos, sirvam para tirar Penafiel da “cepa torta”. Estou em crer que estes dois milhões de contos vão dar ape-nas para umas caríssimas operações de cos-mética, que não irão ao encontro da promessa de uma cidade mais atracti-va daqui a quatro anos, como promete a vereadora da mo-bilidade, engª. Paula Teles.

É que esta requalifica-ção já começou há alguns anos com a pandemia do granito que se abateu sobre os passeios da principal ave-nida da cidade, acinzentan-do-os mortalmente.

E que melhoramen-tos poderão advir deste PEMCP se como diz a mi-nha opinião, já começaram mal? Os passeios estão lar-gos, estão espaçosos, mas com aquele piso, estão feios. E depois, largura não é for-mosura. Estes passeios são autênticas ciclovias. As bici-cletas têm de facto muita mobilidade num es-paço que era suposto ser só para peões. Fico sem fala quando me dizem que a zona que vai do Café Bar até à Nova Doce está mais boni-ta. Cada um tem o seu conceito de beleza. Mas há muita gente, cujo conceito de beleza está li-gado à cor partidária e por aí eu não vou.

Não sei o que vão fazer na Praça Munici-pal, mas parece que vão suprimir três ou qua-tro árvores a um dos nossos maiores ex-libris e retomar a cor mortiça do granito no resto dos passeios. Lamento que assim seja.

Na Praceta da Alegria é de facto necessá-ria uma intervenção no que diz respeito ao es-tacionamento. Aquilo é uma bagunça de todo o tamanho. Mas é mirabolante a instalação (tanto quanto me parece) de uma passagem aérea e elevador, do antigo Posto de Turismo até à zona dos correios e finanças. As pesso-as podem e devem andar a pé. Quem não qui-ser descer as escadas, vai à volta de um lado e ou do outro. Também não estou a ver uma ro-tunda junto às escolas Conde de Ferreira. O espaço é escasso, só se ela for do tamanho de uma moeda de um euro.

Saúdo a requalificação na zona de Puços. Qualquer intervenção naquele local será sem-

pre positiva. Mas depois como vai ser feita a ligação da cidade para lá?

A zona das Lages vai dar uma grande volta, com tudo aquilo que para lá se prevê. Até uma praça de homenagem a António Nobre. Sim se-nhores. António Nobre, que não deixa de andar no colo de quem manda nesta terra. Foi assim no tempo do PS, é assim no tempo desta coliga-ção de direita. António Nobre, claro, quem mais podia ser? Só se fosse o Daniel Faria.

Porque é que não transformam aquele lo-cal das Lages, num parque de estacionamen-to e campo da feira, “limpando” a cidade deste desusado e feio comércio de barracas?

Quanto à mobilidade em forma de auto-móvel, não entendo o desvio do trânsito, que vem do antigo hospital para a Rua Faião So-ares e Rua do Bom Retiro, se bem que esteja de acordo que quanto menos trânsito na cida-de, melhor. É que o fluxo de automóveis pode ser demasiado intenso, para umas ruas tão

estreitas. Já agora quero di-zer que o sentido do trânsi-to na rampa das freiras, está na minha opinião ao contrá-rio. Deviam deixar sair e não entrar automóveis na cida-de. E depois descer é mais fácil que subir, produzindo menos CO2.

Na rua da Saudade, o que lá fizerem, ficará condi-cionado pela insólita cons-trução de um prédio quase no meio da estrada, que veio estragar tudo.

Como se pode compre-ender que queiram virar a cidade do avesso, quando ela já tem já o seu direito pró-prio há 240 anos? Não quei-ram transformar uma “ve-

lha” cidade , numa “coisa” nova.Tenho para mim que para alindar a ci-

dade, não era preciso tanto estardalhaço. Eu não precisaria de muitas palavras, nem tantas páginas para dizer como ficava linda e atrac-tiva a nossa cidade. Não precisaria de tanta cerimónia, tanto holofote, tanto flash. Só me bastava um conjunto de sensibilidades em ta-manho natural. E Penafiel seria com certeza, como dizia a brincar Justino do Fundo, a me-lhor terra do mundo.

Quando há seis ou sete anos, se iniciaram as obras de requalificação urbanística nesta cidade, Penafiel perdeu uma grande oportu-nidade de ser mais feliz. Penafiel perdeu mui-to, Penafiel morreu um pouco.

Eu sinceramente não acredito neste “li-vro verde da mobilidade”. Penafiel não vai fi-car mais linda, nem mais atractiva. Vai ficar ao gosto de engenheiros, arquitectos e políti-cos, cujas cultura e sensibilidade andam perto de gostos partidários e longe do bom gosto e do bom senso, basta olhar para alguns exem-plos que por aqui já deram à costa.

Só me resta lamentar e morrer de inve-ja quando olho para outras pequenas cidades deste país.

A. Beça MoreiraPenafiel

Regionalização: a últimaoportunidadedo interior?N o início do ano que

agora termina, publi-quei uma reflexão na

qual considerei que no deba-te sobre a regionalização de-veriam ser dadas garantias de que por um lado o modelo a im-plementar não poderia implicar o aumento de custos de funcio-namento da Administração Pú-blica e por outro lado o modelo das cinco regiões (que está em cima da mesa) deveria garantir como objectivo essencial a ho-mogeneidade de cada uma das regiões (nomeadamente entre litoral e interior).

Foi esta a premissa da minha intervenção nas Jornadas Parla-mentares do PS que nos passa-dos dias 15 e 16 decorreram em Beja sob o tema, Desenvolvimen-to Regional, Competitividade e Sustentabilidade.

Sem dúvida que nunca, como nos últimos 35 anos do Portugal democrático, tanto se investiu no interior de Portugal, quer nas in-fraestruturas viárias ou ferrovi-árias, quer na cultura, na educa-ção, nas redes de abastecimento de água, no saneamento, ou mes-mo no lazer e qualidade de vida das pessoas.

Todavia não deixa de ser ver-dade que longe de se ter conse-guido inverter a perda de popula-ção, iniciada nos anos 50 do século passado, em quase todos os con-celhos do interior se continua a perder população e riqueza.

Não deixa igualmente de ser verdade que nos últimos anos muitas cidades do interior se afir-maram no cenário nacional pelas suas universidades, politécnicos e mesmo pela afirmação de fileiras tecnológicas e industriais.

Este caminho não só não é suficiente como é incapaz de sus-ter a desertificação do interior e a prova disso é que em Portugal, se concentraram no litoral, e numa faixa de território entre Braga e Setúbal cerca de 80% da popu-lação e da riqueza do país e, em Lisboa quase toda a capacidade de decisão.

Durante décadas, os sucessi-vos dirigentes políticos, quer da

ditadura quer da democracia e de todos os partidos não utilizaram qualquer estratégia vencedora e consensual que impedisse este movimento contribuindo para a realidade em que quase todas as vilas e aldeias do interior estão, e se nada se fizer, condenadas a de-saparecer.

Não entendo, ao contrário de muitos, que a regionalização seja o remédio milagroso para o pro-blema: perdeu-se muito tempo, perdeu-se muita gente e acima de tudo o país perdeu uma grande oportunidade de crescer de uma forma sustentada: grandes cida-des como Lisboa e Porto também não são nenhum exemplo pela forma como cresceram desorde-nadamente.

Num período de crise mun-dial, em que ninguém será capaz de prever qual será a configura-ção da economia mundial para os próximos anos ninguém duvi-de de que Portugal precisará de regiões fortes e equilibradas. A economia pede-o e a democracia exige-o.

Numa Assembleia da Repú-blica, onde agora a discussão e o

debate político estão reforçados espero uma legislatura capaz de trazer o interesse do interior e das regiões mais desfavorecidas à agenda política. Espero que com responsabilidade e sem os habi-tuais populismos de quem apenas age pensando no imediato.

Jorge Seguro SanchesDeputado PS

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A na Moura e Rodrigo Leão são os destaques da programação do Teatro de Vila Real para os pri-

meiros meses de 2010.Também o espectáculo de teatro

“Otelo”, do dramaturgo inglês William Shakespeare, será apresentado no pri-meiro trimestre, anunciou a instituição.

Realce na programação do Teatro Municipal de Vila Real também para mais uma edição do FAN - Festival de Ano Novo que até ao final do mês propõe 24 concertos nas cidades de Vila Real, Bra-gança e Chaves.

Os músicos são provenientes da Bul-gária, Bélgica, Coreia do Sul, Inglaterra e Portugal e, sob o lema, “Música séria para gente divertida”, o FAN pretende chegar a públicos de todas as idades e de todos os gostos e ao mesmo tempo incentivar o tu-rismo cultural neste território.

| Rodrigo Leão a 13 de Fe-vereiro, Ana Moura a 6 de Março | Segundo a fonte, neste pri-meiro trimestre do ano, os “momentos al-tos” na área da música são os concertos

de Rodrigo Leão, que regressa a Trás-os-Montes a 13 de Fevereiro para apresen-tar o novo álbum “A Mãe”, e a fadista Ana Moura, que actua pela primeira vez em Vila Real a 06 de Março com o seu mais recente trabalho “Leva-me aos Fados”.

Uma das “obras maiores” do drama-turgo inglês William Shakespeare, “Ote-lo”, será apresentada em Março pela ACE/Teatro do Bolhão, o espectáculo que dá o arranque ao Vinte e Sete - Festival Internacional de Teatro.

As propostas nesta área integram ainda outro dramaturgo importante da história do teatro, Samuel Beckett, com a peça “Começar a Acabar”, que será re-presentada pelo actor João Lagarto.

| Companhia de Lousada no palco com Garrett | A dramaturgia portuguesa será represen-tada pela Jangada Teatro, companhia de Lousada, que em 2009 celebrou dez anos de actividade teatral ininterrupta, que leva ao palco transmontano a peça “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett.

A fonte referiu ainda que os novos dramaturgos portugueses também têm espaço na programação de 2010, como é o caso de Daniel Jonas, que verá um dos seus textos encenados pela companhia Teatro Bruto.

A peça “Reféns”, com texto de Daniel Jonas, assinala o sexto aniversário do Te-atro Municipal de Vila Real.

O espectáculo de novo circo “Paisa-gens em Trânsito” será apresentado pela companhia Circolando, e na área da dan-ça, a Quorum Ballet, vencedora da pri-meira edição dos Prémios de Dança em Portugal, apresentará o espectáculo “Im-pacto”, que inclui uma sessão para as es-colas.

Pelos palcos do teatro passarão ain-da os portugueses The Weatherman, um banda que recupera o universo pop dos Beatles, ainda a Roda de Choro de Lis-boa, que une músicos portugueses e bra-sileiros, e a OliveTreeDance, uma banda de Renato Oliveira, natural de Vila Real.

Escrevo estas linhas no dia primeiro de Janeiro, regressado (e um tanto enjoado, convenha-mos, e também arrependido) de uma orgia de filhós, rabana-das, arroz doce, aletria, leite-cre-me, bombons e outras doçuras da quadra que são um quebra-cabeças para qualquer cinto e para qualquer balança. Come-se muito, no Natal. Não só em nos-sas próprias casas, como nessas ceias que se tornaram moda nos últimos anos, de funcionários da-qui, empregados dali, professo-res dacolá, amigalhaços de longa data, etc. e tal. Não há corpora-ção que não organize a sua ceia de Natal. No restaurante em que participei numa delas, esta-vam a decorrer simultaneamen-te cinco ou seis outras ceias de Natal. Em tempos que são de crise, o Natal vai-se tornando as-sim no São Miguel dos restau-rantes e casas de pasto, como já o era dos comerciantes.

Depois é que são elas. Aqui d’el-rei que engordei dois qui-los, aqui d’el-rei que as calças não me servem (ou as saias, no caso — porventura mais dramá-tico — das senhoras). E fazem-se então juras e promessas de desfazer, ao longo do ano, os ma-lefícios dos excessos do Natal, esmoendo os quilos a mais a po-der de dietas e chá verde — só para, chegado outro Natal, vol-tar tudo à estaca zero. A isto se podia chamar metaforicamente uma serpente que morde a pró-pria cauda.

Bom, mas não é destas fra-quezas humanas que eu quero falar hoje. Em todo o caso, fala-rei de comida.

Uma travessa bem apre-sentada, se possível alegra-da com as cores vivas dos legu-mes, redobra o prazer da mesa. Pelo contrário, um troço de car-ne partido às três pancadas, lon-ge de apetecer, aborrece. O nos-so povo sabe disso muito bem, e por isso inventou um anexim que diz: ‘A gente também come com os olhos’.

Quando era muito pequeno e ouvia dizer isto, levava o caso à letra e ficava-me a cismar como diabo é que seria possível me-ter por exemplo uma garfada de couve-troncha pelos olhos aden-

tro. E os olhos teriam dentes? Com o passar dos tempos e o ad-vento da capacidade de tresler — isto é, de distinguir o sentido real do sentido figurado —, pude enfim compreender. E nada me parecia mais acertado, a mim, que sempre fui um esquisito no que toca ao aspecto das comidas.

De facto, os olhos também comem, e por isso conheço mui-to boa gente que, incapaz de abs-trair do aspecto feio de certos pratos — um arroz de lampreia ou uma chanfana, por exemplo — não comem e não sabem por isso o que perdem.

Ultimamente, deu em apa-recer em todos os restaurantes uma sobremesa chamada baba de camelo. Reflectindo sobre este estupor deste nome — o pa-drinho deve estar a estas horas a prestar contas do desconcha-vo a Belzebu — acabei por deci-dir que a gente não só come tam-bém com os olhos, como come também com os ouvidos. Pela parte que me toca, nego-me em absoluto a comer baba de came-lo. Dizer este nome é represen-tarem-se-me muito vividamente na ideia as escorrências bucais de um camelo acabado de che-gar de uma travessia do Deser-to do Saará. Possivelmente per-co muito com esta repulsa, mas é superior às minhas forças.

Podia até citar contra mim o grande Shakespeare: What’s in a name? that which we call a rose / By any other name would smell as sweet. Vem esta pérola no Romeu e Julieta. Traduzindo livremente, para quem não meta dente no inglês: “Que importa o nome? Aquilo que chamamos rosa cheirava bem à mesma com outro nome qualquer.”

E é capaz de ser verda-de. Mas nem doutrinado por Shakespeare, um dos santos do meu altar, sou capaz de co-mer baba de camelo. E gosto até de brincar nos restaurantes — quando a maré vai de brincar — perguntando ao empregado, na hora de pedir a sobremesa:

– Tem baba de camelo?– Temos, sim.– E ranho de hipopótamo?Alguns afinam.

[email protected]

Baba de cameloA.M.PIRES CABRAL

repórterdomarão30 12 a 25 Jan’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|diversos

Ana Moura e Rodrigo Leãono Teatro de Vila Real

Page 31: Repórter do Marão

cartoon | nós repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

3112 a 25 Jan’10

Cartoons de Santiagu[Pseudónimo de António Santos]

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Barack Obama2010

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