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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMAR CA DA CAPITAL. XXXXXXXXX, brasilei ro (a), (estado ci vi l), (profissão),  portador(a) da carteira de identidade n.º xxxxxxxx, expedida pelo XXX, inscrito(a) no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado(a) XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Rio de Janeiro, CEP XXXXX- XXX, através do órgão de execução da Defensoria Pública Geral do Estado – NUDECON – Núcleo de Defesa do Consumidor, vem a Vossa excelência propor AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER, COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em fa ce de BANCO XXXXXXXXXXXX , com ag ên ci a si tu ada (verificar endereço na pasta), CEP XXXXXXXXX, nesta cidade, pelos seguintes fatos e fundamentos: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Inicialmente, afirma para os fins do art. 4º da Lei 1.060/50, com a redação dada pela Lei 7.510/86, que não possui recursos suficientes para arcar com as custas do processo e honorários de advogado, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, pelo que indica para assistência judiciária a Defensoria Pública Geral do Estado.

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCADA CAPITAL.

XXXXXXXXX, brasileiro(a), (estado civil), (profissão), portador(a) da carteira de identidade n.º xxxxxxxx, expedida pelo XXX, inscrito(a)no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado(a)XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Rio de Janeiro, CEP XXXXX-XXX, através do órgão de execução da Defensoria Pública Geral do Estado – NUDECON – Núcleo de Defesa do Consumidor, vem a Vossa excelência propor 

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOC/C OBRIGAÇÃO DE FAZER,COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em face de BANCO XXXXXXXXXXXX, com agência situada(verificar endereço na pasta), CEP XXXXXXXXX, nesta cidade, pelos seguintesfatos e fundamentos:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, afirma para os fins do art. 4º da Lei 1.060/50, com aredação dada pela Lei 7.510/86, que não possui recursos suficientes para arcar comas custas do processo e honorários de advogado, sem prejuízo de seu própriosustento e de sua família, pelo que indica para assistência judiciária a DefensoriaPública Geral do Estado.

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DOS FATOS

O demandante é titular da conta-corrente bancária nº xxxxxxx, cujocontrato de abertura é originário da agência da instituição bancária acima

mencionada (nº xxxx), sendo certo que como acessório do contrato de conta-corrente foi firmado contrato de mútuo bancário (linha de crédito) na modalidade“cheque especial”.

Certo é que, diante da situação econômica que lhe afligia, odemandante foi obrigado à utilização dos valores dispostos. Contudo, em razão daexagerada desproporção entre o valor cedido e os cobrados pela demandada,decorrência direta da abusividade dos juros fixados arbitrariamente pela instituição

 bancária, acabou por submeter o demandante à situação de inadimplência, uma vezque insuportáveis os encargos financeiros.

Vale registrar que no caso em tela a estipulação de juros se fez deforma totalmente irregular e ilegal, já que em momento algum foi informado aoconsumidor a taxa a ser aplicada ao empréstimo, nos termos do art. 52 doCDC. Como se percebe no termo de adesão em anexo, a taxa de juros não foiinformada, razão pela qual não obriga o consumidor consoante art. 46 do CDC.

Além do abuso na estipulação dos juros, a situação foi sensivelmenteagravada em razão da execrável capitalização dos juros, a prática ilegal doANATOCISMO, que elevava demasiadamente o saldo devedor da conta-corrente,

tornando infrutíferos os pagamentos efetuados através de depósito, principalmenteos ocorridos após xxxxxxxxxxxxxx, apesar de já haver depositado na conta corrente,até os dias atuais, valores muito superiores àqueles utilizados.

Ressalte-se que, durante todo o período da cobrança do mútuo bancário, o demandante buscou a solução, depositando, sempre que possível, algumvalor na conta corrente, a fim de diminuir seu débito. Ademais, também buscou umamodalidade de empréstimo oferecida pelo banco demandado como solução de suadívida, sob a denominação “___________________”.

Tudo isso ocorreu, sem que o demandante tenha obtido êxito naliquidação da dívida, até porque não bastassem os juros absurdos no saldo devedor coberto pelo crédito oriundo do cheque especial, na composição do débito novastaxas de juros foram e são lançadas e cumuladas com correção monetária, comissãode permanência – tudo tornando impossível o pagamento pelo consumidor da dívida.

Certo é que, confrontados os pagamentos efetuados pelo(a)demandante com os CRITÉRIOS DA LEGALIDADE e com o PRINCÍPIO DA

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RAZOABILIDADE, dentro de um almejado EQUILÍBRIO CONTRATUAL,verifica-se o pagamento excessivo, configurador, inclusive, de dano patrimonialindenizável pela repetição em dobro do indébito.

Cabe afirmar que, desde o primeiro momento constitutivo da dívida e

o início das incessantes e ameaçadoras cobranças, o Demandante buscou diversassoluções extrajudiciais para a extinção do débito, entretanto, não obteve êxito, pois,além dos juros absurdos que ocasionaram o endividamento, novos encargos, sob asmais variadas nomenclaturas, eram lançados, que acabavam por comprovar o atuarabusivo manifestadamente contrário à boa-fé objetiva, assumido pelademandada.

Importante, ainda, destacar que em razão da INVENCÍVEL situaçãode inadimplência a empresa demandada procedeu à inscrição do nome d_ demandante no cadastro de devedores SPC e SERASA, ampliando, sobremaneira,

todos os prejuízos derivados da relação contratual.

DA RELAÇÃO DE CONSUMO.INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

Incontroverso que na hipótese trata-se de relação de consumo, hajavista que os bancos são considerados fornecedores consoante o art. 3º, e seu

 parágrafo 2º, da Lei 8.078/90, portanto aplicáveis os dispositivos da leiconsumerista, mormente os inerentes à proteção contratual e às cláusulas abusivas.

Esse entendimento é tranqüilo na doutrina e na jurisprudência, tendosido confirmado recentemente com a súmula 297 do STJ, nos seguintes termos:

“O Código de defesa do consumidor é aplicável às instituiçõesfinanceiras.”

Destarte, considerado o contrato de abertura de conta corrente e o seuacessório de linha de crédito rotativo, como espécie de contrato de adesão (art. 54,caput, do CDC), e contendo cláusulas abusivas, de forma a fazer incidir jurosexorbitantes, com aplicação de forma cumulativa de taxas e comissões, devem ser tidos como nulos os débitos originados da prática comercial abusiva, por afrontaremsobremaneira o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

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Com efeito, os princípios fundamentais das relações de consumo,como da boa-fé, da confiança e da eqüidade contratual não permitem que,exatamente a parte mais poderosa da relação, a detentora do poder econômico,obtenha lucro desmedido e sem causa com o prejuízo da parte frágil e vulnerável darelação: o consumidor.

DA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA TRANSPARÊNCIA E DABOA-FÉ OBJETIVA.

É IRREFUTÁVEL QUE A RELAÇÃO CONTRATUAL EMTELA SE APRESENTA ENGANOSAMENTE FACILITADA, SEM ATRANSPARÊNCIA E BOA-FÉ EXIGIDAS, ESCAPANDO INCLUSIVE DE

SUA FUNÇÃO SOCIALMENTE ADEQUADA (ART. 421, CÓDIGO CIVIL),POIS SOMENTE SERVE AO AUMENTO ARBITRÁRIO DE LCUROS DAINSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, COM O CORRELATO ENDIVDAMENTOEXAGERADO DO CONSUMIDOR.

A ofensa aos princípios basilares das relações de consumo se iniciacom a notória violação do direito de “informação adequada e clara” (art. 6º, III,CDC), haja vista que não é oportunizado ao destinatário final do serviço oconhecimento e esclarecimento prévio do instrumento de contrato, que nuncafoi submetido ao demandante, deixando de informar o montante dos juros de

mora, da taxa efetiva anual de juros remuneratórios e demais encargoscontratuais, soma total a pagar com e sem financiamento, conforme imperativodo art. 52 da lei consumerista, sendo aplicável, portanto, o disposto no art. 46 domesmo diploma legal, que torna imprescindível, para a validade da manifestação devontade nos contratos que regulam as relações de consumo, o conhecimento préviodo consumidor do conteúdo do contrato, exatamente por reconhecer avunerabilidade informacional, a retirar a tão referida autonomia de vontade.

A ilegalidade mais evidente e prejudicial aos interesses do consumidor se apresenta com a contagem de juros capitalizada.

Ora, se a demandada atua como fornecedora de crédito, surge para elao dever legal de prestação das informações pertinentes aos negócios estabelecidos,DEVENDO APRESENTAR CONTAS CLARAS ACERCA DAS VARIÁVEISQUE COMPÕEM O EXAGERADO CUSTO FINANCEIRO COBRADO DOUSUÁRIO, BEM COMO OS JUROS COBRADOS SÃO COMPATÍVEISCOM AQUELES PRATICADOS NO MERCADO.

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Incontestável que, no complexo enredo contratual foram transgredidosvários princípios que norteiam o direito consumerista, em especial, os princípios da

 boa-fé objetiva e seu consectário o princípio da transparência.

O princípio da transparência foi instituído pelo CDC, no art. 4º,

caput , como objetivo da Política Nacional de Relações de Consumo. O legislador,assim, exige do fornecedor informações claras e precisas sobre o conteúdo docontrato, para que o consumidor tenha plena consciência do que está assumindo. É o“dever de informação”, garantido pelos arts. 46 e 54, §3º, do CDC, violentamentedesrespeitado pelo fornecedor, ora demandado, que inclui cláusulas abusivas nocontrato, nulas de pleno direito por si só e ineficazes por falta de esclarecimento aoconsumidor.

O princípio da boa-fé objetiva, positivado pelo CDC em seus arts. 4º,III e 51, IV é o princípio máximo orientador do Código consumerista. Nas

irretocáveis palavras da Professora Cláudia Lima Marques, “boa-fé objetivasignifica, portanto, uma atuação ‘refletida’, uma atuação refletindo, pensando nooutro, no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses legítimos,suas expectativas razoáveis, seus direitos, agindo com lealdade, sem abuso, semobstrução, sem causar lesão ou desvantagem excessiva, cooperando para atingir o

 bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo contratual e a realização dosinteresses das partes.”

Conclui-se, sem dificuldades, que o atuar das instituições financeirasnão é pautado na boa-fé objetiva, quando deixa de prestar contas do custo financeiro

que repassa ao usuário, quando impõe ao consumidor taxa de juros acima do patamar médio das taxas de mercado e, ainda, quando submete o consumidor àsituação de superendividamento.

DA INCIDÊNCIA DE JUROS MORATÓRIOS E MULTA MORATÓRIA

Importante destacar que, apesar do reconhecimento por parte da jurisprudência sobre a possibilidade de fixação de taxa de juros remuneratóriosacima do patamar de 1% ao mês e 12% ao ano pelas Instituições Financeiras, com achancela do Conselho Monetário Nacional, no que concerne à taxa de jurosmoratórios fixados pelos Bancos não há que se falar ou admitir a sua fixaçãoacima do patamar legal previsto no artigo 1º e 5º do Decreto n.º 22.626/33(1%a.m.), haja vista que as normas do Conselho Monetário Nacional que permitema fixação de juros acima do patamar de 1% a.m., inobstante contrárias àlegislação vigente, somente aplicam-se aos juros remuneratórios , sob pena de

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enriquecimento indevido e vantagem exagerada do fornecedor de serviços.

Vale dizer, na hipótese de juros moratórios, e não compensatórios,inafastáveis as regras enunciadas no artigo 1º e 5º do Decreto n.º 22.626/33, quelimitam a sua fixação no patamar de 1%(hum por cento) ao mês ou 12%(doze por 

cento) ao ano.

No tocante a multa moratória, esta vem prevista no art. 52§1º da Lei8.078/90 no percentual de 2% do valor da prestação.

Prevalecer entendimento diverso e não restritivo, ter-se-á, em verdade,a transmudação dos juros moratórios (penalização do devedor pelo atraso nocumprimento de sua obrigação) em compensatórios (remuneração do capitalmutuado), o que se afiguraria verdadeiro bis in idem (incidência sobre o débito deduas taxas de juros compensatórios) e inaceitável fonte de enriquecimento indevido

do credor, que contará com vantagem manifestamente excessiva em detrimento dodevedor (consumidor) na relação contratual de crédito ou financiamento, verdadeiradistorção que deve ser corrigida pelo Poder Judiciário.

Assim, a dívida apontada fere sobremaneira toda a legislaçãoinfraconstitucional aplicável à espécie, mormente o Dec.n.º 22.626/33, c/c art. 406,do Novo Cód. Civil, uma vez que os juros permanecem limitados em 12% (doze por cento) ao ano.

DA COBRANÇA DE JUROS REMUNERATÓRIOSNECESSIDADE DE PREVISÃO CONTRATUAL

Certo é que, diante da necessidade de atendimento da equidadecontratual (JUSTIÇA SOCIAL-princípio da equivalência objetiva de prestações),denota-se a ILEGALIDADE DA COBRANÇA DE JUROSREMUNERATÓRIOS SEM QUE HAJA PREVISÃO INEQUÍVOCA DE SUAINCIDÊNCIA.

Com efeito o Superior Tribunal de Justiça pacificou o seguinteentendimento no enunciado 296:

“Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de

 permanência, são devidos no período de inadimplência, à taxa média

de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limitada ao

 percentual contratado.

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Há de se ponderar que, utilizando a mesma ratio da Súmula 294do STJ, a cobrança de juros remuneratórios não previstos no contrato, écláusula potestativa, não possuindo portanto fundamento de validade.

 

“ Não é potestativa a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de mercado apurada pelo

 Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato” 

Desta feita há de se concluir que a Empresa-ré, tendo em vista ainexistência de previsão contratual, está proibida de cobrar jurosremuneratórios após o vencimento da dívida

DA LESÃO ENORME AUTORIZADORA DA REVISÃO DAOBRIGAÇÃO CREDITÍCIA.

 Não se olvida que o objetivo de todas as atividades empresariais é olucro, porém, não se pode aceitar o abuso deste direito, e, nesse aspecto, haverá dese buscar um equilíbrio no atendimento dos interesses econômicos das partesenvolvidas, tendo em consideração o próprio sistema contratual, sempre ematendimento aos ditames da justiça social, exigência constitucional, como princípio

reitor da ordem econômica (art. 170, CF), e a repressão ao abuso do poder econômico que vise o aumento arbitrário dos lucros (art. 173, § 4º, CF).

 No sentido da necessidade de limitação dos juros cabe trazer à colaçãoalguns fragmentos do voto-vista do Ruy Rosado de Aguiar recolhidos do Resp271214:

“No Brasil, adotou-se a política de que os juros são livremente pactuados. Na medida em que nenhum limite é estabelecido na lei ou pelas agências públicas incumbidas de regular e fiscalizar o mercado, é possível que existam abusos.Pergunto, então, pode o juiz interferir nessa relação, para eliminar oabuso?...Portanto, não digo nenhuma novidade ao afirmar que a taxa de juros

 pode ter limites, ou na lei, ou na decisão judicial.É certo que não cabe ao juiz interferir genericamente no mercado paraestabelecer taxas, mas é seu dever intervir no contrato que está

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 julgando, para reconhecer quando o princípio do equilíbrio contratualfoi violado, a fim de preservar a equivalência entre a prestaçãooferecida pelo financiador e a contraprestação que está sendo exigidado mutuário. É função dele aplicar o dispositivo legal que proíbecláusula potestativa; é função dele verificar se no modo de execução

não há perda substancial de justiça, com imposição de obrigaçãoexagerada ou desproporcionada com a realidade econômica docontrato.” (grifos nossos)

Vale lembrar, por oportuno, que o ordenamento jurídico pátrio de hámuito apresenta a possibilidade do controle pelo Poder Judiciário dos juros cobradosexcessivamente, e até mesmo dos lucros obtidos de forma usurária, como prevê aLei de Crimes contra a Economia Popular (art. 4º, § 3º, Lei 1.521/51).

“Art. 4º. ..............................................................................................................................§ 3º. A estipulação de juros ou lucros usurários será nula, devendo o

 juiz ajustá-los à medida legal, ou, caso já tenha sido cumprida, ordenar a restituição da quantia paga em excesso, com os juros legais a contar da data do pagamento indevido.”

É impressionante a disparidade entre as taxas que os Bancos pagam aseus clientes aplicadores e as taxas por eles cobradas de seus devedores, onde se

verifica uma brutal diferença e por conseqüência um aumento arbitrário dos lucros.Por certo que, tratando-se de negócio comutativo, o equilíbrio entre

débito e crédito deve estar presente tanto no momento da formação do negócio comona sua execução, resta evidente que o contrato apresenta, no momento de suaexecução, grave desconformidade aos fins a que se deveria prestar, estando,pois, distanciado da legítima expectativa do consumidor, resultando suainaptidão para a realização dos objetivos jurídicos e econômicos, sendonecessário, para tornar possível a continuidade de sua execução, e ajustado aosobjetivos iniciais, proceder-se à sua revisão.

Não resta dúvida que os juros cobrados na relação contratualextrapolam os limites da boa-fé configurando verdadeira desvantagemexagerada ao consumidor fato que, por si só, já seria suficiente para seentender nula a taxa de juros exorbitante de ____ % ao mês, imposta aoconsumidor, constituindo em mais de 100% a.a. (art. 51,IV, CDC).

Válida a lição da ilutre Cláudia Lima Marques :

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“A boa-fé objetiva valoriza os interesses legítimos que levam cadauma das partes a contratar e assim o direito passa a valorizar.igualmente e de forma renovada. o nexo entre as prestações, .suainterdependência. isto é o sinalagma contratual (nexum). Da mesma

forma, ao visualizar, sob influência do princípio da boa-fé objetiva, aobrigação como uma totalidade de deveres e direitos no tempo e aodefinir também como abuso a unilateralidade excessiva ou odesequilíbrio irrazoável da engenharia contratual, valoriza-se, por conseqüência, o equilíbrio intrínseco da relação em sua totalidade eredefine-se o que é razoável em matéria de concessões do contratantemais fraco (Zumutbarkeit).”(Cf. Cláudia Lima Marques, Contratos ...,

 p. 241)

E prossegue a mestre, com a peculiar proficiência:

“Parece-nos uma nova conscientização da função do contrato comooperação econômica distributiva na sociedade atual, e a tentar evitar aexclusão social e o superendividamento através de uma visão maissocial e controlada do contrato. O Estado passa, assim, a interessar-se pelo sinalagma interno das relações privadas e a revisar osexcessos, justamente porque, convencido da desigualdade intrínseca eexcludente entre os indivíduos, deseja proteger o equilíbrio mínimodas relações sociais e a confiança do contratante mais fraco.”(op. cit.,

 p. 244, sem grifos no original)

Ofendida a boa-fé objetiva, atinge-se, de forma indisfarçável, aLESÃO ENORME enquanto considerada como a obtenção por uma parte, emdetrimento da outra, de vantagem exagerada incompatível com a boa fé ou aeqüidade.

Vale destacar que o Código de Defesa do Consumidor vedaexpressamente a lesão enorme, quando no § 1º do art. 51, conceitua a vantagemexagerada (correlata à lesão enorme) sempre que tal vantagem “ofende os princípiosfundamentais do sistema jurídico a que pertence”.

Destarte, dispondo o art. 4º, letra b, da Lei nº 1.521/51, o limite de 1/5(um quinto), ou 20% (vinte por cento), para o “ lucro patrimonial” em qualquerespécie de contrato, resta evidenciada a lesão provocada pelas instituiçõesfinanceiras, uma vez que, considerando como custo de intermediação financeira, o

 percentual de lucro deveria permanecer adstrito no máximo 20% (vinte por cento)

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sobre os custos de captação, o que, com certeza não atingiria o patamar elevadíssimode mais de 10%(dez por cento) ao mês.

Exatamente sobre esse ponto retoma-se as lições do ex-Ministro RUYROSADO DE AGUIAR JÚNIOR:

“O principio da lesão enorme, que outro mestre desta Casa, o insigneProf. Ruy Cirne Lima, sempre considerou incorporado ao Direito

 brasileiro, sobrevivia, no plano legislado apenas na hipótese da usurareal, assim como definida no art. 4°, b, da Lei n°1.521/51: Obter, ouestipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade,inexperiência ou leviandade da outra parte, lucro patrimonial queexceda o quinto do valor comente ou justo da prestação feita ou

 prometida. Com a regra atual, a conceituação de lesão enorme retomaaos termos amplos da nossa tradição, assim como já constava da

Consolidação de Teixeira de Freitas, sendo identificável sempre quecoloquem o consumidor em desvantagem exagerada (art. 51, IV). Asanção é a mesma de antes: a cláusula é nula de pleno direito,reconhecível pelo Juiz de oficio. Vale lembrar que doutrina e

 jurisprudência davam as costas ao princípio da lesão enorme, presas dovoluntarismo exagerado.”

Vêm entendendo os nossos Tribunais, em consonância com o DireitoCivil brasileiro e, por mais forte o Código de Defesa do Consumidor, ser potestativa

e, portanto, ineficaz a cláusula que confere ao credor o arbítrio de submeter odevedor a flutuação dos juros, até porque possibilita variação de preço emodificação unilateral dos termos contratados.

 Não é outro o escopo do diploma consumerista, surgido exatamente para aplicabilidade das disposições constitucionais ( o citado artigo 5º, XXXII e oartigo 170, V), que prevê no art. 6º como direito básico do consumidor, amodificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais,ou seja, prestações que contenham um desequilíbrio nas obrigações de cada parte,inclusive eivando de nulidade absoluta a cláusula contratual considerada exagerada,entre outras, a que instituir vantagem que se mostra excessivamente onerosa para oconsumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das

 partes e outras circunstâncias peculiares ao caso(art. 51, § 1º, inciso III, Lei8.078/90).

A Política Nacional das Relações de Consumo tem como objetivo a proteção dos interesses econômicos do consumidor (art. 4º, Código de Defesa doConsumidor), e diante do ordenamento jurídico impõe-se a revisão da relação

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obrigacional de forma a promover a adequação de suas cláusulas à ordem jurídica,em especial no tocante a taxa de juros e sua capitalização.

O intervencionismo estatal nas relações contratuais de consumo,introduzido em nosso sistema legal pela Lei n.º 8.078/90, através de disposições de

ordem pública, abandonando a visão tradicional da autonomia da vontade como baliza dos termos do contrato, transfere ao Poder Judiciário a relevante função deestabelecer o equilíbrio contratual ao controlar cláusulas abusivas, principalmente asimpostas em contratos de adesão para remuneração do crédito.

DA APLICABILIDADE DA TAXA SELIC E DA MENOR TAXAMÉDIA DO MERCADO

Como critério de limitação dos exorbitantes juros praticados pelainstituições financeiras, a jurisprudência vem acolhendo a taxa selic, que representaos juros básicos da economia:

“Instituições financeiras. Juros bancários. Abusividade. Código deDefesa do Consumidor. Aplicação.I – Os bancos, como prestadores de serviços, estão sujeitos ao Códigode Defesa do Consumidor, inclusive no que se refere à cobrança de

 juros abusivos.II – Na espécie, o acórdão recorrido, com base nas disposições do

Código de Defesa do Consumidor, considerou abusiva cláusulainserida em contrato de empréstimo que estabelecia jurosremuneratórios de 10,90% ao mês, fixando-os em 12% ao ano, semolvidar a súmula n 596 do Supremo Tribunal Federal, mas atento aodisposto no Código de Defesa do Consumidor.III – Entretanto, a busca da eqüidade, com amparo no CDC, para aafastar a abusividade, recomenda que aquele limite dê lugar a outroque guarde relação com as taxas de mercado sem representar perdaexcessiva para o credor ou onerosidade para o devedor. Apresenta-seadequada para esse fim a taxa básica Selic, ditada pelo Banco Centraldo Brasil, fixada hoje em 18,50% ao ano, acrescida do percentual de6% ao ano.IV – Recurso especial conhecido e parcialmente provido.” (Resp420111RS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro)

 Não sendo acolhido tal entendimento pela aplicação da taxa selic,deve-se ter em conta que a taxa de juros é determinada pelo custo do dinheiro,

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sendo certo que o risco de cada operação influi na respectiva taxa de juros. O  spread 

 bancário é a diferença entre a taxa de juros paga ao poupador e a cobrada dotomador do empréstimo, constituindo-se, portanto, na remuneração do serviço deintermediação. Os juros são obtidos mediante o somatório de diversos componentesdo custo final do dinheiro, tais o custo de captação, a taxa de risco, custos

administrativos (pessoal, estabelecimento, material de consumo, etc) e tributários e,finalmente, o lucro do banco.

 Nesse sentido, analisando o componente risco, o Ministro AriPargendler do Superior Tribunal de Justiça esclarece que:

“Mas o peso desse componente, e de outros, no custo do empréstimodeve, então, caso a caso, ser justificado pela instituição financeira. O

 juiz saberá decidir as controvérisas a propósito, se respeitar aracionalidade econômica, representada pelo mercado.” (Resp 271214,

Rel. Min. Ari Pargendler, 12/03/2003.)

 Neste raciocínio, e levando em consideração que o custo do dinheirocirculante na economia é regulado pelo próprio mercado, TENDO COMOPARÂMETRO O “ RANKING DAS TAXAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO”ELABORADO PELO BANCO CENTRAL, NÃO PODE SER ACEITA AIMPOSIÇÃO UNILATERAL DE TAXA EXCESSIVAMENTE SUPERIOR ÀMENOR TAXA MÉDIA DO MERCADO, bem como a cobrança de formaabusiva e extorsiva de juros, seja qual for a nomenclatura ou título, quando os

 parâmetros conduzem a patamares bem inferiores daquele praticado pelos demaisagentes financeiros, CONFIGURANDO VERDADEIRO FATO DO SERVIÇO(ART. 14, CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR) NA PRESTAÇÃO DOSERVIÇO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO.

Ressalte-se, pois esse é o caminho do abuso do direito, que não se pode acreditar que a instituição financeira, ao se valer da posição contratual privilegiada COBRE TAXAS DE JUROS ESTRATOSFÉRICAS DE MAIS DE ____% (________ POR CENTO) AO MÊS, QUANDO A TAXA MÉDIA DEJUROS PARA CRÉDITO PESSOAL APONTA PARA ALGO PRÓXIMO DE2% (DOIS POR CENTO).

Assim, tendo em vista a incidência de taxa de juros aplicada muitoacima do patamar fixado pelo Governo Federal, ou seja, muito acima da TaxaSELIC que serve para as operações financeiras ou até mesmo da menor taxa médiade mercado, e a capitalização dos exorbitantes juros durante o período dexxxxxxxxxxxxxxxxx até a atualidade, é a presente para buscar a revisão contratual ecritérios de cobrança, com a declaração de nulidade das cláusulas contratuais

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abusivas, mormente as permissivas da estipulação e flutuação dos juros cobrados, para fixação no limite equivalente a Taxa Selic ou no limite equivalente à menor taxa média de juros do mercado, e, após apurado o abuso de cobrança decorrente dos

 juros excessivos e a contagem capitalizada, provir decreto judicial determinando arepetição do indébito.

DA VEDAÇÃO DA CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS.M.P. n.º 2.170-36, de 23 de agosto de 2001

Frise-se desde já que a contagem de juros dos juros procedida pelainstituição financeira, capitalizando-os, é inadmitida no ordenamento pátrio, comrespaldo jurisprudencial, consolidado na Súmula 121 do STF, que se encontra em

vigor, e na posição dos Egrégios STJ e Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:

“Contratos bancários. Ação revisional. CDC. Aplicabilidade.Capitalização mensal. Comissão de permanência. Sucumbência.Redistribuição.I – É vedada a capitalização mensal dos  juros, ainda que pactuada,salvo as expressas exceções legais. Incidência do art. 4º do Decreto n.22.626/33 e da Súmula n. 121/STF. Precedentes. Incidência da Súmula83/STJ.AgRg no RESP 647227/RS. Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. 3a

Turma. Julgamento 14/09/2004. DJ 25.10.2004.”

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSOESPECIAL. MEDIDA PROVISÓRIA N. 2.170-36/2001.PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS N. 284 E 356-STF. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. VEDAÇÃO.SÚMULA N.121-STF. TEMAS PACIFICADOS. RECURSOMANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. MULTA, ART. 557, § 2º,DO CPC.I. As questões federais não enfrentadas pelo Tribunal estadual recebemo óbice das Súmulas n. 282 e 356 do C. STF, não podendo, por falta de

 prequestionamento, ser debatidas no âmbito do recurso especial.II. Ainda que expressamente pactuada, é vedada a capitalizaçãomensal dos  juros, somente admitida nos casos previstos em lei.Incidência do art. 4º do Decreto n. 22.626/33 e da Súmula n.121-STF.III. Sendo manifestamente improcedente e procrastinatório o agravo, éde se aplicar a multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC, de 1% (um por 

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cento) sobre o valor atualizado da causa, ficando a interposição denovos recursos sujeita ao prévio recolhimento da penalidade imposta.IV. Agravo regimental desprovido.AgRg no RESP 657110/RS; Agravo regimental no Recurso Especial2004/0061858-7. Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior. 4a Turma.

Julgamento 21/09/2004. Publicação DJ 13.12.2004 p. 376.”

“INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. JUROS. TAXA. ANATOCISMO.VEDAÇÃO. 1 - A taxa de  juros convencionada em um mútuodistingue-se da sua forma de cálculo. 2- Com o advento da Lei4.595/64, revogou-se a Lei de Usura na parte em que limitava a taxados  juros de mútuos celebrados por instituições financeiras e, com afalta de regulamentação da norma do § 3° do art. 192 da CF, assentou-se o entendimento de que a sua fixação ocorre conforme o mercado

(Súmula 596 do STF). 3 - Contudo, quanto ao seu cálculo, permanecevigendo a norma da Lei de Usura que proíbe a capitalização dos  juros(Súmula 121 do STF). 4- O controle difuso da constitucionalidade dasnormas manifesta-se no âmbito de cada conflito e, diante dasupremacia do ordenamento constitucional sobre qualquer outro ato,realiza-se também ex officio pelo Juízo ou Tribunal no respectivo

 processo. 5 - Ausente o requisito da urgência, as Medidas Provisóriasque autorizam a capitalização dos  juros afiguram-se inválidas eineficazes pelo vício da inconstitucionalidade. 6- Nesse âmbito, asrelações jurídicas de abertura de crédito bancário subordinam-se ao

ordenamento positivo vigente. 7- Desta forma, a obrigação decorrentedo anatocismo é inválida e ineficaz, o que autoriza a sua declaração aqualquer momento e a respectiva repetição do indébito.”Apelação Cível 2004.001.19610. 5a CÂMARA CÍVEL. Des. MiltonFernandes de Souza. J. 05/10/2004.

 Nem se argumente que a norma enunciada no artigo 5o da MedidaProvisória n.º 2.170-36, publicada em agosto de 2001, serviria de óbice à pretensãodo demandante.

Em primeiro lugar porque a norma constante do artigo 5o , caput daMedida Provisória n.º 2.170-36, publicada em agosto de 2001, (”nas operações

realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é

admissível a capitalização dos juros com periodicidade inferior a hum ano”),abstraída a questão da sua constitucionalidade, não poderá ser aplicada aoscontratos celebrados anteriormente ao dia 23 de agosto de 2001, ainda que deexecução continuada ou de trato sucessivo, em face da impossibilidade de aplicação

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retroativa da lei nova e ofensa ao ato jurídico perfeito, consoante a norma insculpidano artigo 5o, inciso XXXVI da Constituição da República Federativa do Brasil de1988 e a orientação do Egrégio Supremo Tribunal Federal sobre o ato jurídico

 perfeito exarada na ADIn 493-0-DF( DJU  de 04.09.1992) relatada pelo EminenteMinistro Moreira Alves, razão pela qual os efeitos dos contratos de empréstimo e

financiamento em curso devem ser regidos pela lei da época da suaconstituição, que vedava o ANATOCISMO, ex vi do artigo 4o do Decreton.º22.626/33 e do artigo 4o, parágrafo 3o da Lei n.º 1521/51 c/c o verbete n.º 121 daSúmula do Pretório Excelso.

Em segundo lugar, porque a aludida norma inserida em agosto de 2001na Medida Provisória n.º 2.170-36 é materialmente inconstitucional,  por  trêsmotivos: a uma, por revelar conduta incompatível com o dever constitucionalmenteimposto ao Estado de proteger o consumidor promovendo a sua defesa, ferindo anorma consagrada entre os direitos e garantias fundamentais no artigo 5 o, inciso

XXXII da CRFB/88 (”o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa doconsumidor”) e contrastando com o disposto no artigo 170, inciso V da CartaPolítica, que inscreve a defesa do consumidor entre os Princípios Gerais daAtividade Econômica. A duas, porque dispõe sobre matéria afeta ao SistemaFinanceiro Nacional e, portanto, reservada à Lei Complementar, ex vi do artigo192, caput  da Lei Maior de 1988 e de acordo com a melhor doutrinaconstitucionalista sobre o conteúdo das Medidas Provisórias. E a três, por não

 preencher o duplo requisito da relevância e urgência arrolados no artigo 62, caput daConstituição da República Federativa do Brasil de 1988.

 No sentido da inconstitucionalidade da MP 2170-36/2001, e daimpossibilidade de cobrança de juros capitalizada, trazemos à colação parte doacórdão da Apelação Cível 2004.001.191610 do nosso Egrégio Tribunal de Justiça:

“...Ressalte-se que, ainda não ralizado o controle concentrado dessasnormas pelo Supremo Tribunal Federal, ao Juízo ou Tribunal admite-se o exame difuso da sua constitucionalidade e conseqüente validade eeficácia para reger o conflito a ser solucionado em um determinadofeito.E, ausente o requisito da urgência, nas partes em que autorizam oanatocismo, as Medidas Provisórias mencionadas afiguram-seinválidas e ineficazes pelo vício da inconstitucionalidade (CF, art. 62;MP 2170-36/2001 e MP 2160-25/2001).Assim, invalidadas e ineficazes essas Medidas Provisórias quanto àcapitalização dos juros, as relações jurídicas estabeecidas pelas partessubordinam-se ao ordenamento positivo vigente.Diante do exposto, verifica-se que a prática de anatocismo é

 procedimento vedado pelo ordenamento jurídico, não gera obrigação

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válida e caracteriza o ilícito que, naturalmente, não tem a natureza deato jurídico perfeito e acabado.Desta forma, a parte da obrigação decorrente do anatocismo mensal éinválida e ineficaz, o que autoriza a sua declaração a qualquer momento e a respectiva repetição do indébito.”

“Revisão de valores em contrato de cartão de crédito. Anatocismo.Cláusula-mandato. Limitação de Juros. Em apenso, ação indenizatória,

 pleiteando danos morais pela inclusão do nome da autora nos cadastrosrestritivos do crédito não obstante a existência de discussão judicial dodébito. Inexistência de norma que permita a capitalização, salvo emhipóteses expressamente autorizadas por leis especiais, o que não é ocaso dos autos. Dessa proibição não se acham excluídas as instituiçõesfinanceiras, ainda que expressamente pactuada a capitalização. Súmula

121 do STF. Inaplicabilidade da Medida Provisória nº 2.170-36/2001,ante o resultado do julgamento da Argüição de Inconstitucionalidadenº 10/2003, pelo E. Órgão Especial desta Corte. No que toca àlimitação de juros e à nulidade da cláusula mandato, merece reforma asentença apelada, considerando o entendimento constante do verbete283 da Súmula da Jurisprudência Dominante no Superior Tribunal deJustiça e julgados recentes daquela Corte Superior. Estando sub judicea dívida é de se reconhecer a ilegitimidade da inscrição do nome dodevedor no rol dos maus pagadores, sendo certo que a negativação donome no cadastro dos órgãos controladores de crédito constitui dano

irreparável, não havendo que se falar em prova, pois o dano moraldecorrente do abalo de crédito é presumido. Manutenção dacondenação, posto que atendido ao princípio da razoabilidade.Provimento parcial do 1º recurso (Ap. nº 22.156/2004). Desprovimentodo segundo (Ap. nº 22157/2004).”(Apelação Cível 2004.001.22156. 5a Câmara Cível. Rel. Des. RobertoWider. Julgado em 09/11/2004.)

Portanto, persiste a vedação em nosso ordenamento jurídico para acapitalização dos juros pelas instituições financeiras.

DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

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Com o advento do enunciado 294 do STJ, a cobrança de comissão de permanência é autorizada se, e somente se, prevista no contrato de formainequívoca, sob pena de NULIDADE:

“Não é potestativa a cláusula contratual que prevê a comissão de

 permanência, calculada pela taxa média de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato”

(não há previsão contratual de comissão de permanência)

Desta forma, como se depreende do contrato acostado, inexiste previsão inequívoca de comissão de permanência, devendo portanto a referidacobrança ser declarada nula de pleno direito. Restando ademais, a cobrança de jurosmoratórios (Lei de Usura XXXX) e a multa moratória de 2% (art. 52§1º da Lei8.078/90)

(se há previsão contratual de comissão de permanência)

 Não obstante a presença da malsinada comissão de permanência, com previsão contratual, o quantum cobrado encontra-se em total afronta com os maislídimos princípios que instrumentalizam o direito consumerista, sendo manifesta suaabusividade, configurando mais uma tentativa clara da instituição financeira defrustrar os índices legais para aplicação de juros no caso de mora.

A comissão de permanência enseja mais do que a correção monetária

do débito, uma vez que em sua formação é encontrada também taxa de juros.Portanto, sendo a comissão de permanência composta, igualmente, de jurosremuneratórios, deve sofrer a limitação destes, inclusive no que tange àcapitalização.

DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA DE DISPOSITIVOSCONSTITUCIONAIS E LEGAIS

 No atual estágio da doutrina jurídica é lição assente que os princípiosconsagrados na Constituição brasileira são verdadeiras normas supra constitucionais,com incidência na relação jurídica entre particulares exatamente para a concreção dofundamento da República de proteção da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), eo cumprimento de seus objetivos mormente a construção de “uma sociedade livre,

 justa e solidária” (art. 3º, I), perpassando necessariamente pela proteção do

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consumidor (art. 5º, XXXII), de forma que a ordem econômica assegure a todosexistência digna (art. 170, caput e inciso V).

A insistir-se em permitir que a instituição financeira realize a cobrançade juros exorbitantes, com a previsão de cláusulas permissivas da estipulação e

flutuação de juros, tudo a configurar de forma irrefutável a vantagem exageradaobtida pelo fornecedor com a correlata noção da lesão enorme imposta aoconsumidor, e diante de todos os fundamentos fartamente discutidos nesta exordial,estar-se-ia, de forma irrefutável, negando vigência a dispositivos constitucionais einfraconstitucionais, que são elencados para melhor apreciação

art. 170, caput , da Constituição Federal;

art. 173, § 4º, da Constituição Federal, reprime o aumentoarbitrário do lucro;

art.4, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor, que erigecom princípio informativo a boa-fé objetiva;

art. 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor, que garantecomo direito básico do consumidor a modificação das cláusulascontratuais que estabeleçam prestações desproporcionais;

art. 51, inciso IV, e § 1º do Código de Defesa do Consumidor, queestabelece como abusivas as obrigações que coloquem o

consumidor em desvantagem exagerada, ou que sejamincompatíveis com a boa fé. O parágrafo primeiro define o que évantagem exagerada;

art. 39, incisoV do Código de Defesa do Consumidor, que afirmacomo prática abusiva e vedada “exigir do consumidor vantagemmanifestamente excessiva”;

art. 3º, inciso VII, Decreto 2.181/97, o qual dispõe sobre aorganização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, quedefine a competência do SNDC, para a vedação de abusos ;

art. 12, inciso VI, Decreto 2.181/97, que estabelece como práticainfrativa exigir do consumidor vantagem manifestamenteexcessiva;

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art. 18, Decreto 2.181/97, que determina as penas para quemcometer as práticas infrativas, que vão de multa até cassação dalicença do estabelecimento ou de atividade;

art. 22, incisos II e XV, Decreto 2.181/97, que determina o

reembolso de quantia paga a maior, e a infração ao Código deDefesa do Consumidor, por cláusula que ameace o equilíbrio docontrato;

art. 4º da Lei 1.521/51, que prevê expressamente que constituicrime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim seconsiderando:a) (...)b) – Obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando dapremente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte,

lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justoda prestação feita ou prometida.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Tendo em vista, ainda, a vulnerabilidade e hipossuficiência técnica doconsumidor, e em conformidade com o disposto no inciso VIII, do art. 6º, da Lei

8.078/90, no pertinente ao direito do consumidor à facilitação da defesa de seusdireitos, requer a aplicação da cláusula da inversão do ônus da prova, para obrigar ainstituição financeira demandada na apresentação de todos os cálculos descritivos dadívida, apontando as taxas e forma de aplicação dos juros e comissões, bem como os

 pagamentos efetuados pelo demandante.

A excessividade do lucro praticada na intermediação financeira pelo banco demandado, constitui um dos componente do  spread  bancário, causando omanifesto desequilíbrio contratual, como se verifica no caso em tela.

Pela inversão do ônus da prova caberá ao banco demonstrar que orisco envolvido na concessão do crédito ao demandante era alto de modo a justificar a cobrança de juros elevados, bem como que seu lucro não foi elevado.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

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Destaque-se que a situação de inadimplência, acarretada pelos jurosexorbitantes, traz fundado receio de dano de difícil reparação, consistente na perdado patrimônio, a autorizar, consoante o disposto no art. 273, do CPC, a concessão daantecipação parcial dos efeitos práticos da tutela, inaudita altera pars, para:

a) determinar a suspensão de todo e qualquer pagamento, ATÉ ODESLINDE DA CAUSA E A APURAÇÃO DO MONTANTE A SER RESTITUÍDO AO DEMANDANTE ou, se existente saldo devedor, a indicação dovalor realmente devido, COM A SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA DOS JUROSSOBRE O SALDO DEVEDOR ;

 b) determinar a suspensão de toda e qualquer medida extrajudicialcoercitiva, principalmente a exclusão do nome do Demandante dos cadastros dedevedores (SPC e SERASA);

E, ainda, com fulcro no § 3º, do art. 84, do Código de Defesa doConsumidor c/c § 3o do art. 461 do Código de Processo Civil, que autoriza aANTECIPAÇÃO DA TUTELA ESPECÍFICA, liminarmente, na ação que tenha

 por objeto o cumprimento da obrigação de fazer, requer a Vossa Excelência, paraque o provimento final possa vir a ser eficaz:

a) seja determinada a demandada a exibição do “CONTRATO DEABERTURA DE CONTA CORRENTE” OU “ABERTURA DE CRÉDITO”firmado entre as partes, OBRIGANDO A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA A

DEMONSTRAR   HAVER COBRADO DO CONSUMIDOR A TAXA SELICOU A MENOR TAXA MÉDIA DE JUROS DE MERCADO, sob pena deincorrer em multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais);

 b) seja, reconhecida a hipossuficiência do consumidor, determinada ainversão do ônus da prova em favor do consumidor (inciso VIII, do art. 6º do CDC),e, como conseqüência, em conformidade com o art. 355, do CPC, determinada aexibição de planilha indicativa de todos os cálculos descritivos da dívida (ou dos

 pagamentos efetuados), apontando as taxas e forma de aplicação dos juros ecomissões, os pagamentos efetuados pelo demandante, desde _____________ de

 ___________ até a atualidade com a descrição das taxas de juros e comissõesaplicadas no período, demonstrando, ainda, que o risco envolvido na concessão docrédito ao demandante era alto de modo a justificar a cobrança de juros elevados,

 bem como que seu lucro não foi elevado, sob pena de incorrer em multa diária deR$ 200,00 (duzentos reais);

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V) DO PEDIDO

Face ao exposto, requer:

a) seja concedida a gratuidade de justiça, de acordo com art. 4º, § 1º,da Lei n.º 1060/50, com nova redação introduzida pela Lei n.º 7510/86;

 b) a concessão da antecipação parcial dos efeitos práticos da tutela eantecipação da tutela específica (obrigação de fazer), inaudita altera pars, nostermos acima expostos;

c) após a concessão da antecipação da tutela, seja determinada acitação da demandada, para, querendo, responder ao pedido, sob pena dos efeitos darevelia;

d) seja oficiado o Banco Central do Brasil para prestar informaçõescomo a indicação da taxa SELIC de todo o período discutido;

e) seja JULGADO PROCEDENTE o pedido para:

e.1) confirmar os efeitos da antecipação parcial da tutela pretendida(art. 273, CPC) e da antecipação da tutela específica (art. 84, §3º, CDC c/c art. 461,§ 3o, CPC) mormente com a condenação da demandada na obrigação de fazer consistente na exibição da planilha dos juros cobrados do demandante, obrigando a

instituição financeira A DEMONSTRAR  ter cobrado DO CONSUMIDOR aTAXA média de juros do mercado;

e.2) emitir preceito declaratório da nulidade dos lançamentos ecritérios de cobrança com a contagem dos juros capitalizados (art. 4º, Decreto22.626/33 e os incisos IV e X, do art. 51, do Código de Defesa do Consumidor), aoteor da Súmula 121 do STF;

e.3) emitir preceito constitutivo modificativo revisionista da relaçãoobrigacional creditícia e critérios de cobrança desde o seu início, com a fixação doquantum debeatur exigível do demandante ao longo da relação, estabelecido dentrodos parâmetros da legalidade, com o expurgo da capitalização dos juros, ea fixação dos juros no patamar máximo equivalente à Taxa Selic, em conformidadecom a política econômica do Governo Federal;

e.4) caso ultrapassadas as proposições dos itens e.2 e e.3, não sendoreconhecida a nulidade das cláusulas abusivas, SEJA RECONHECIDA A LESÃOENORME, com a fixação dos juros remuneratórios devidos no limite da MENOR 

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TAXA MÉDIA DO MERCADO PARA REMUNERAÇÃO DEEMPRÉSTIMO BANCÁRIO EM CRÉDITO PESSOAL, SENDO ESSA AÚNICA ADEQUADA à manutenção do equilíbrio contratual, sobejamenteviolado pelo Réu, CONFIGURADOR INCLUSIVE DE INEGÁVEL FATO DOSERVIÇO, pela violação ao dever anexo de proteção (art. 14 do CDC);

e.5) emitir preceito condenatório compelindo a demandada narepetição em dobro do indébito, conforme o art. 42, parágrafo único, da Lei n.º8.078/90, pago pelo Demandante durante todo o período acima indicado,

 principalmente das despesas exigidas em lançamento de operação de crédito com acobrança dos juros de forma capitalizada, devidamente corrigidos monetariamente,com aplicação de juros moratórios legais de 1% ao mês após a condenação; e

f) a condenação da demandada, nas verbas sucumbenciais, revertidasas relativas aos honorários de advogado em favor do Centro de Estudos Jurídicos da

DPGE, depositados na Agência 5673, conta corrente n° 03656-1, Banco Itaú.

Indica prova documental, testemunhal, depoimento pessoal dorepresentante legal da demandada, sob pena de confissão, e pericial, se necessária.

Dá à causa o valor de R$ _____________.

Termos em quePede deferimento.

Rio de Janeiro, ___________.