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Sexta-feira | 22 de agosto de 2008 | Ano 1 | nº 08 | Tiragem: 200 | Por Barbara Esteves VALORIZANDO A TRADIÇÃO E A CULTURA POPULAR Realização: E mais: Circo Minimal | p. 02 Em carne viva| p.03 Bastidores | p. 04 Marcos Filipe Sousa cultura alagoana”. A Asfopal realiza um trabalho de assistência aos Mestres de Guerreiros e demais componentes dos Folguedos de todo a capital e interior do Estado. “Nós fazemos reuniões com representantes dos grupos folclóricos, para discutir seus principais problemas e atender suas necessidades”, explica. Um dos principais projetos que busca colocar, novamente, nas ruas os grupos folclóricos, assim como criar um público cativo de admiradores da cultura popular, é o Engenho de Folguedos. Mesmo sem incentivo governamental, o projeto leva todas às quintas-feiras, a partir das 20h, no Museu Théo Brandão, no bairro do Jaraguá, em Maceió, diversos grupos de folguedos do Estado.“Estamos tentando dar continuidade ao trabalho do nosso ex- presidente, Ranilson França, para não deixar a cultura popular perder seu valor e morrer”, contou. O mês de Agosto foi eleito “o mês da cultura” por um governo brasileiro, em 1965, com intenção de homenagear as manifestações artísticas. Atualmente, poucas instituições e entidades mantêm esse costume comemorar e apresentar folguedos durante esse mês. O Serviço Social do Comércio desenvolve este projeto de fomento às manifestações artísticas há alguns anos e logo foi lembrado pela professora, como um parceiro nas realizações culturais. “O SESC já fez muito pelos folguedos alagoanos”, afirma. Barbara Esteves mapinha destacável | p. 04 Baianas, guerreiros, fandangos e cocos, todos estes grupos representam a essência cultural de nossa história. A Associação dos Folguedos Populares de Alagoas – Asfopal há 22 anos luta para manter a tradição e manifestações culturais, dentro do Estado de Alagoas. Em homenagem ao mês do folclore, nada mais justo do que falar desta entidade, fundada pelo saudoso historiador e folclorista Ranilson França. Conversamos com a Tesoureira da Asfopal, professora Vitória Barbosa, sobre as ações da entidade para este mês. Quando perguntamos o que acha da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, ela brinca: “só o nome já é uma grande homenagem aos mestres da Conheça o SESC Centro Central de Atendimento Galeria de Arte Sala de Leitura Teatro SESC Jofre Soares Sala de Música e muito mais!

Rodapé | 08 | 2008

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Oitavo número do primeiro ano do jornal Rodapé, que tem como objetivo fazer a cobertura dos 9 dias do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas.

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Sexta-feira | 22 de agosto de 2008 | Ano 1 | nº 08 | Tiragem: 200

| Por Barbara Esteves

VALORIZANDO A TRADIÇÃO E A CULTURA POPULAR

Realização:

E mais:

Circo M

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Marcos Filipe Sousa

cultura alagoana”.A Asfopal realiza um trabalho de assistência aos

Mestres de Guerreiros e demais componentes dos Folguedos de todo a capital e interior do Estado. “Nós fazemos reuniões com representantes dos grupos folclóricos, para discutir seus principais problemas e atender suas necessidades”, explica.

Um dos principais projetos que busca colocar, novamente, nas ruas os grupos folclóricos, assim como criar um público cativo de admiradores da cultura popular, é o Engenho de Folguedos. Mesmo sem incentivo governamental, o projeto leva todas às quintas-feiras, a partir das 20h, no Museu Théo Brandão, no bairro do Jaraguá, em Maceió, diversos grupos de folguedos do Estado. “Estamos tentando dar continuidade ao trabalho do nosso ex-presidente, Ranilson França, para não deixar a cultura popular perder seu valor e morrer”, contou.

O mês de Agosto foi eleito “o mês da cultura” por um governo brasileiro, em 1965, com intenção de homenagear as manifestações artísticas. Atualmente, poucas instituições e entidades mantêm esse costume comemorar e apresentar folguedos durante esse mês. O Serviço Social do Comércio desenvolve este projeto de fomento às manifestações artísticas há alguns anos e logo foi lembrado pela professora, como um parceiro nas realizações culturais. “O SESC já fez muito pelos folguedos alagoanos”, afirma.

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Baianas, guerreiros, fandangos e cocos, todos estes

grupos representam a essência cultural de nossa história. A Associação dos Folguedos Populares de Alagoas – Asfopal há 22 anos luta para manter a tradição e manifestações culturais, dentro do Estado de Alagoas. Em homenagem ao mês do folclore, nada mais justo do que falar desta entidade, fundada pelo saudoso historiador e folclorista Ranilson França.

Conversamos com a Tesoureira da Asfopal, professora Vitória Barbosa, sobre as ações da entidade para este mês. Quando perguntamos o que acha da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, ela brinca: “só o nome já é uma grande homenagem aos mestres da

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Um Baiano de batismo, mas gaúcho de

coração e apaixonaaaado por Bonecos. Assim é Paulo Martins Fontes, ator e bonequeiro da Companhia Gente Falante. Um sonhador e diletante que acredita na felicidade de se fazer o que se quer da vida. A entrevista de hoje, traz um pouco da sua história e da Companhia que encanta crianças, jovens e adultos com poesia e sua forma única de fazer teatro.

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cinco. Porém só utilizamos toda a equipe, quando apresentamos um espetáculo grande. No caso do Circo Minimal.

Nós temos um documentário de curta metragem, no You Tube, produzido por estudantes do curso de Produção Audiovisual da PUC - RS. Quem tiver curiosidade de conhecer mais da nossa história pode acessar o site e procurar “Cia Gente Falante”, que vai saber mais de nossos trabalhos.

R: Qual a origem do nome “Gente Falante?”

PMF: Bom essa história é bem interessante. O nome surgiu dado por uma criança que assistiu ao espetáculo e, logo no começo, nós tínhamos um boneco que falava de mais, falava o tempo todo, e aí no final do espetáculo ela gritou: “Mãe, me traz de novo aqui assistir essa gente falante”. Pronto aí o nome definitivamente ficou com o grupo.

R: E o formato do circo? Vocês já trabalhavam dessa forma? por que uma tenda?

PMF: O Circo Mininal é o único projeto que tem curta duração. Ele é um desdobramento da caixinha de teatro, que é para ser visto individualmente, também chamado de “Teatro Lambe-Lambe”, só que nós resolvemos fazer um “lambe-lambe” gigante, para uma família. Começamos a pensar nesse formato em 1999, enveredarmos por uma pesquisa sobre miniaturização em teatro em formas animadas, iluminação em miniaturas e os circos que existem com essa temática. Enfim, nos debruçamos mesmo nesse processo e fomos aprimorando nosso projeto e ele eclodiu em 2003. Nós já conseguimos atingir mais de 60 mil pessoas, realizando apresentações nas ruas.

R: Qual a temática dos espetáculos?

PMF: Na temática, nós optamos por animais. Até mesmo para revigorar no imaginário da criança e do adulto, o circo com animais. O homem se superando e em contato com animais e elementos da natureza, só que com uma condição humanizada. Animais com características e comportamentos humanos, o que é muito comum em desenhos animados. Nós

Uma imagem vale mais que mil palavras

Rodapé: Como surgiu a companhia?

Paulo Martins Fontes: O Gente falante fez 17 anos semana passada. A origem foi em Salvador, na Bahia, lá eu comecei a fazendo ilustrações em livros infantis e sempre me inquietava ao ver as imagens p a r a d a s . Q u e r i a g e r a r f o r m a s tridimensionais. Eu sempre buscava movimentar os desenhos.

Daí então fui em busca do meu sonho, que era realmente movimentar essas imagens. Foi quando eu fui para o sul, assisti o Festival de Bonecos de Canela e então fiquei impressionado com as diversas linguagens que existiam naquele festival. Dai conheci o Eduardo Custódio, chamei ele para trabalhar comigo e começamos um trabalho, juntos. Atualmente somos em

usamos a mistura de várias técnicas teatro de sombras, imagens e figuras. E as peças representariam as situações cotidianas, cada história tem uma condição diferente dentro da realidade artística. O maior exemplo é uma personagem nossa a “Galina Galinova”, que é cantora de ópera. Então ela canta, canta e quando chega em um tom muito alto, ela bota um ovo. É muito divertida essa brincadeira, o público se diverte bastante. Nosso trabalho é muito gratificante. Eu faço teatro de bonecos de uma forma muito séria! Os bonecos são pedaços de mim que não posso queimar, nem jogar fora.

R: O que vocês acharam da iniciativa do SESC em promover esse caldeirão cultural, que é a Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas?

PMF: Atuar, no palco em geral é uma delícia, sair de casa e conhecer novas culturas e lugares e apresentar nosso trabalho é uma sensação única. Para nós sem dúvida, a Aldeia é uma iniciativa maravilhosa para nossa categoria, para conhecer melhor o que está se fazendo aqui.

Fotos do Circo Minimal| Por Fabrício Alex

Uma criação da carioca Lia

Rodrigues, o espetáculo Encarnado levou aos pa lcos do Espaço Recreativo-Cultural I do SESC Poço uma verdadeira overdose de sensações.

Encarnado foi inspirado no livro da escritora americana Susan Sontag, intitulado “Diante da dor dos outros”. Foi feita uma releitura da obra a partir d o s c o r p o s n u s d o s bailarinos/intérpretes levantando ques t ionamentos a t r avé s de coreografias que mesclavam vários movimentos, sem preocupação com a sincronia, onde os intérpretes se permitiam usar do improviso. Foi perceptivo o individualismo em cada quadro apresentado, levando ao público vários sentidos de se perceber

o encarnado.

O espetáculo tem seu tema principal mas não com uma história totalmente definida, o enredo vai se integrando de forma fragmentada com quadros totalmente diferentes.

Tudo se inicia com uma dança em círculos, com várias coreografias representando uma mandala, de forma que os intérpretes representam a necessidade do mundo coletivo, onde um indivíduo necessita do outro, que todos giram em um espaço. Como um ritual onde todos são iniciados, com momentos de solos, se afasta mas acabam se unindo.

O espetáculo leva a percepções da violência cotidiana e passa ao público a sensação real de mortes violentas onde o sangue é representado com Ketchup que escorre pelos corpos nus. Os sons da apresentação ficam por conta dos interpretes, que conduzem do silêncio preciso para gritos animalescos.

Para quem admirou a atuação do grupo com Encarnado, pode se preparar para assistir “Aquilo de que somos feitos” com outras provocações. Também no SESC

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SEU JOFRE FALOUseu jofre falou

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Em carne viva| Por Jacqueline Pinto

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Enquete:A pergunta foi feita ontem, 21, para 100 pessoas que estavam prestigiando a apresentação do espetáculo “Encarnado”, no Espaço Recreativo-Cultural I, SESC Poço. Entre as respostas obtidas tivemos os seguintes resultados:

Ótimo – 44%Bom – 38% Funcional – 16%Regular – 0%Ruim – 0%Péssimo – 2%

O que você está achando do jornal informativo Rodapé?

Renato

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Além de Ketchup, outro elemento usado na apresentação foi a cola

Encerramos hoje mais um dia de Aldeia, que

já está prestes a terminar em sua 3ª. Edição, hoje foi mais um dia de espetáculos, mas com espaços diferentes, porém houve conversa, risos, pensamentos, hoje assistimos a espetáculos vindos de outros estados, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.Com os espetáculos Encarnado e Circo Minimal, respectivamente.

Em uma tarde chuvosa quem passava pelo calçadão do comércio, viu uma pequena tenda esta por sua vez diferenciada, e uma fila se formar em frente à mesma, mas o que será? O que se esconderia dentro daquele pequeno espaço?

Hoje pra mim é difícil analisar, pois ao entrar nesse pequeno palco itinerante, onde passaríamos apenas 4 minutos, não tínhamos a dimensão de que como esses 4 minutos seriam tão mágicos e agradáveis. Senti minha mão segurada por um menino de aproximadamente 6 anos, e dentro dessa magia tão perto de nossos olhos, sentia sua emoção através das mãos, acho que foi recíproco nos tornamos cúmplices em silêncio.Um trabalho executado com exímia beleza e profissionalismo, onde os bonecos tornaram-se vivos, mas tinham a simplicidade de serem bonecos.E ao sairmos dali com um sorriso em nossa face e vermos em frente aos nossos olhos surgirem grandes artistas, faço uso da palavras de meu pequeno cúmplice pelas mãos. Foi muito bom viu!

Mais a noite fomos a um espaço até então não muito explorado pelo Aldeia, ali apreciamos o espetáculo de dança Encarnado, como em um ritual de dança iniciou-se o espetáculo de forma agradável.Porém Encarnado, nos traz imagens fortes, corpos manchados de vermelho, corpos vivos,corpos desnudados e intensos em cena. A construção e desconstrução de cenas aconteciam naturalmente tudo era real, e mostrado ao público. Percebem-se uma pesquisa pessoal de cada intérprete suas percepções sobre o “Encarnado”, mas também víamos um espetáculo coeso, sem ter necessariamente uma unidade para os intérpretes que são criadores de uma pesquisa da Cia de Dança Lia Rodrigues.

Encarnado é vermelho, vermelho é sangue, sangue é vida.

* Graduada em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Alagoas e Pós–Graduanda em Especialização do Ensino da Arte: Teatro

DEU A LUCCAPor Elizandra Lucca*

Cena de Encarnado

GALERIAGALERIA

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Quer dizer que você tem um amigo que diz nunca ter ido ao Sesc Centro porque não sabe onde fica? Pois destaque o mapa abaixo e dê para ele! Convide-o para o Overdoze 2008, a partir das 21:00h de amanhã.

Informativo produzido pelo Serviço Social do Comércio de Alagoas - SESC para o evento Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas 2008

Coordenador Artístico-Cultural: Guilherme RamosTécnico de Teatro: Thiago SampaioEstagiário de Teatro: Reginaldo OliveiraJornalista Responsável: Barbara Esteves Mte 1081/ALPlanejamento Gráfico e Diagramação: Renato MedeirosColaboradores:Barbara EstevesFabrício Alex BarrosJacqueline PintoRenato Medeiros

O s t e x t o s a s s i n a d o s s ã o d e responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do SESC Alagoas.

expediente

Aldeia - o seu lugar, bate-papo com artistas cênicos locais) - às 16:00h - SESC Centro - Entrada Franca

Aquilo de Que Somos Feitos, Lia Rodrigues Cia. de Dança (RJ) - às 19:30 - SESC Poço - R$ 2,00 + 1 Kg de alimento ou R$ 4,00 s/ o alimento.

Overdoze 2008 - às 21:00h - SESC Centro - Entrada Franca

Conheça o

SESC Centrox

Central de AtendimentoGaleria de ArteSala de Leitura

Teatro SESC Jofre SoaresSala de Músicae muito mais!

BASTIDORES DE MURRO EM PONTA DE FACA

| Fotos por Barbara Esteves

Recorte na linha pontilhada