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Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo • UFU •Desde 2010• Ano VII • Nº XXX • Fevereiro-Março/2016 Pedestres lidam com a falta de sinalização na construção do novo corredor de ônibus da avenida. Novas tecnologias são testadas em diver sas competições internas que acontecem na UFU. No Torneio Universitário de Robótica os participantes desenvolvem carrinhos. Já a Batalha dos Games convida os alunos a produzirem seus próprios jogos digitais. Um dos produtos desenvolvidos foi adapta do e já ficou em primeiro lugar em número de downloads da Google Play. Página 4 Aqueles que acreditam que as repre sentações artísticas na universidade acontecem apenas no Instituto de Artes, devem conhecer a disseminação de cultu ra produzida por alunos de cursos distintos como o de Engenharia e Direito. Por meio da arte os estudantes geram con teúdo fora dos cronogramas propostos pelas jurisdições e cálculos. Página 9 A dificuldade de encontrar um espaço para estacionar o seu carro na UFU pode estar chegando ao fim. Com a ajuda de alunos, a Diretoria de Logística da Universidade procura soluções para o problema. Pretendese diminuir a demanda por vagas por meio de ideias ecologicamente promissoras pensadas por estudantes. Página 7 Mesmo o estupro sendo considerado crime hediondo no Brasil, o agressor ainda pode não se sentir tão intimidado. São necessárias medidas punitivas mais eficazes. Página 2 www.sensoincomum.net Página 3 Você é reaça ou coxinha? Nos dias de hoje, todos somos “obrigados” a assumir um lado. Se não é nenhum dos dois, já pensou em fugir? Você não é o único! Página 11

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SENSOiNCOMUMJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo • UFU •Desde 2010• Ano VII • Nº XXX • Fevereiro-Março/2016

Quem tem razão?

Perigo emobras na

Segismundo

Pedestres lidam coma falta de sinalização

na construção donovo corredor de

ônibus da avenida.

Inovações em torneiosNovas tecnologias são testadas em diver­

sas competições internas que acontecem naUFU. No Torneio Universitário de Robóticaos participantes desenvolvem carrinhos. Jáa Batalha dos Games convida os alunos aproduzirem seus próprios jogos digitais.Um dos produtos desenvolvidos foi adapta­do e já ficou em primeiro lugar em númerode downloads da Google Play.

Página 4

Arte fora da arteAqueles que acreditam que as repre­

sentações artísticas na universidadeacontecem apenas no Instituto de Artes,devem conhecer a disseminação de cultu­ra produzida por alunos de cursos distintoscomo o de Engenharia e Direito. Pormeio da arte os estudantes geram con­teúdo fora dos cronogramas propostospelas jurisdições e cálculos.

Página 9

Vaga disponívelA dificuldade de encontrar um espaço

para estacionar o seu carro na UFU podeestar chegando ao fim. Com a ajuda dealunos, a Diretoria de Logística daUniversidade procura soluções para oproblema. Pretende­se diminuir ademanda por vagas por meio de ideiasecologicamente promissoras pensadas porestudantes.

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Guerra-surda

Mesmo o estupro já sendoconsiderado crime hediondo noBrasil, o agressor ainda pode não sesentir tão intimidado. Sãonecessárias medidas punitivas maiseficazes.

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www.sensoincomum.net

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Vamos fugirVocê é reaça ou coxinha? Nos

dias de hoje, todos somos “obrigados”a assumir um lado. Se não é nenhumdos dois, já pensou em fugir? Você nãoé o único!

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Foto: Isabella Rodrigues

Foto: Isabella Rodrigues

A história da luta das mulheres pordireitos é um percurso marcado poraltos e baixos. Há 30 anos, tudo indi­cava que o mundo daria a elas maiorrespeito e espaço. Mas que ilusão...Um estudo recente, divulgado peloFórum Nacional de Segurança Públicaem 2013, apontou que ocorre, no Bra­sil – um país lindo e abençoado pornatureza ­, mais casos de estupro quede homicídio. São 50 mil contra 47mil e esse número absurdo pode serainda pior, já que alguns estados co­mo Roraima e Santa Catarina, nãoforneceram dados credíveis para a re­alização da pesquisa.

Os jornais, ao noticiarem tamanhabrutalidade, não dão a devida impor­tância para o fato. 50 mil mulheressão violentadas por ano e têm a suaintegridade roubada por alguém que éjulgado louco pelos que assistem aosnoticiários da TV.

Um caso único de estupro é tido,pela maioria, como uma tragédia eatribuem à culpa a algum pervertidoque não conseguiu controlar seus im­pulsos. O agressor usa de requintes de

tortura e crueldade, sendo indiferenteà dor e aos traumas que poderá causaràs vítimas. Quando preso, sai e voltaaos mesmos hábitos que o levarampara trás das grades.

Já 50 mil é um problema e tratadocomo “normal” em uma sociedadeque se silencia perante suas adversi­dades. Convivemos todos os dias compessoas que são capazes de cometertamanho horror.

Parece que os brasileiros estão es­perando pela consumação desses atos,para começarem campanhas que nãosurtirão efeitos significativos. Épossível ver na roda de quaisquer

amigos, o preconceito com a mulher,as piadas ofensivas, as risadas de es­cárnio a respeito de sua inteligência. Amulher socialmente julgada como serinferior, gestos obscenos que remetema piadas sexuais e aceitas pela culturado “homem superior”.

Qualquer garoto que cresça nesseambiente se sente no direito de des­prezar as mulheres. Parafraseando Si­mone de Beauvoir, ninguém nasce

estuprador: torna­se. Em uma socie­dade onde são aceitáveis piadas demau gosto e a cultura do estupro, nãopoderia ser diferente.

Pergunte a qualquer mulher se ela

já se sentiu ameaçada pela violênciasexual. Há uma guerra surda contraelas que os movimentos feministastentam ao máximo combater. O estu­pro hoje é tido como um crime hedi­ondo no Brasil, com aumento deagravantes e da pena, dependendo docaso. A Secretaria Nacional de Políti­cas para as Mulheres criou o número180 para facilitar a comunicação entreas vítimas e a lei. O governo prometeuimplantar Casas da Mulher, lugaresde apoio a elas, em todos os estados.

Porém, apenas remediar um atocomo esse não fará com que o agres­sor sinta­se intimidado ao cometer talbarbárie. Um maior empenho é ne­cessário para combater esse mal. Al­gumas medidas como: maiorrepressão da violência sexual a mu­lher, um agravamento maior da penaem caso de estupro e a garantia de umsistema de saúde pública que dê as­sistência em casos como esse, devemser tomadas urgentemente, a fim deque não voltemos aos tempos de bar­bárie, onde, nas palavras de Simonede Beauvoir, a mulher era “uma ma­triz, um ovário; uma fêmea, e esta pa­lavra basta para defini­la”.

Estamos em Guerra!Amannda Barbosa

“Vadia submissa! Mete o pau ne­la q ela gosta”. Essa foi apenas umadas publicações (algumas apagadas)da “Universidade Federal: Antes eDepois”, página do Facebook queatualmente conta com 7.565 curti­das. A frase era acompanhada pelaimagem de uma garota com a bocaescancarada e um pênis enfiado go­ela abaixo. A página foi denunciadae, 48h depois, o Facebook respon­deu dizendo que o conteúdo não vi­ola os Padrões da Comunidadedefinidos pela empresa.

A cultura do estupro se tornoudemocrática, sutilmente ensinada

desde o berço a todos os gêneros,classes sociais e etnias. Convertidoou não, o estupro aparece apenascomo ápice de uma naturalizaçãodoente de um grave problema.

A violência contra a mulher setornou normal. Um de seus desdo­bramentos, por exemplo, ocorreuno dia 21 de setembro, quando umagarota de 18 anos quase foi estupra­da e enforcada, no banheiro do blo­co do Direito na UFU. O episódio,digno de lamentação, pode ser ape­nas mais um caso, para somar aostantos outros que já aconteceramnas universidades – especialmente

públicas. Ou pode ser a gota d'águapara que, finalmente, mulheres lu­tem por respeito. E, sim, a palavra éessa: LUTA. Porque só quem é mu­lher sabe a luta que é, todos os dias,fazer de conta que não ouviu a can­tada escrota do babaca da esquina.Ou, ainda, não usar a roupa que re­almente deseja, apenas para "nãoprovocar" o próprio estupro.

Há um sistema e ele existe antesde você. Talvez seja muita pretensãoacreditar que por sua causa ele cai­rá. Mas é com essa perspectiva quemulheres precisam se manifestarcontra essa podridão. Vivemos nu­

ma sociedade que nos nega o sim­ples direito de ser. Nosso dia a dia éviolento. Antes de seres humanos,somos formados como violentadoresdo outro, daquilo que julgamos in­ferior à nossa tamanha grandeza.

Em recente vídeo publicado naweb, o presidente do Uruguai, Mu­jica, refletiu: “A forma como vive­mos e nossos valores são aexpressão da sociedade na qual vi­vemos”. Enquanto não conseguir­mos repensar nossos valores,continuaremos alimentando essesistema que, mesmo fadado ao fra­casso, vem se mantendo intacto.

Editorial

Expediente:

Reitor: Elmiro Santos Resende / Diretor da FACED: Marcelo Soares Pereira da Silva / Coordenador do curso de Jornalismo: Gerson de Sousa / Professoresresponsáveis: Ana Spannenberg, Christiane Pitanga, Marcelo Marques e Vanessa Matos / Jornalistas responsáveis: Ana Spannenberg MTB 9453 e VanessaMatos MTB 50.456 / Editores de Capa: Marcela Pissolato e Ygor Rodrigues/ Editores de Arte: Bianca Guedes e Renato Taioba / Editores de Opinião:Bianca Guedes e Renato Taioba (o conteúdo opinativo é de responsabilidade dos articulistas/autores que assinam as colunas) / Editores de Ciência eTecnologia: Letícia Brito e Rodrigo Castro; Sub­editores: Daniel Pompeu e Nadja Nobre / Editores de Universidade: Laura Fernandes e Pedro Lobato; Sub­Editores: Marcela Pissolato e Ygor Rodrigues / Editoras de Região: Bianca Felix e Giovana Oliveira; Sub­editoras: Amannda Barbosa e Laís Vieira /Editores de Cultura: Alex Furtado e Michelli Rosa; Sub­editor: Matheus Xavier / Editores do Senso Aberto: Bianca Guedes e Renato Taioba / Editora daPlataforma Digital: Adrivania Santos; Sub­editores: Paola Buiatti e Timoteo Batista/ Finalização: Danielle Buiatti.

CréditoIlustração:AmandaCristina

No meio do caminho tinha uma obra

Ellen Melo

O Artigo 88 do Código de Trân­sito Brasileiro é claro: “Nas viasou trechos de vias em obras, deve­rá ser fixada sinalização específicae adequada”. Apesar de não deixarmargens para qualquer dúvida, ocenário encontrado pela popula­ção em uma das obras que fazemparte do programa UberlândiaPlanejada é completamente dife­rente do que estipulado pela lei.Desde o início da construção do

corredor de ônibus na Avenida Se­gismundo Pereira e do terminalNovo Mundo, em 27 de junho de2015, os pedestres que utilizam avia diariamente tiveram que seacostumar com os transtornos ge­rados pelo empreendimento.

Segundo informações do muní­cipio, o investimento será de R$22,5 milhões, com entrega pre­vista para o primeiro semestre de2016. Mesmo com o alto valordestinado aos projetos, fatorescomo a mobilidade da populaçãodurante o processo de obras e asinalização, apresentam inúme­ras irregularidades.

Acessibilidade e sinalização

A cadeirante e estudante do cur­

so de Administração da UFU,Pollyana Prado, afirma que as di­ficuldades no período de obras sãoenormes. “Não tem sinalizaçãocorreta, nem rampas nas calçadasou nos canteiros centrais da aveni­da. Os carros e ônibus passam emalta velocidade e, como eu toco acadeira devagar, tenho medo deque aconteça um acidente comigo.Todos os dias eu coloco minha vidaem risco”, diz. Pollyana destacatambém que o tempo de viagementre sua casa e a universidade au­mentou. “Já que não tem como euatravessar o canteiro, eu tenho queesperar o ônibus fazer o trajeto dalinha até o terminal central, e sódepois ele consegue parar do ladoda calçada da UFU. Isso faz comque minha viagem dure de 20 a 30minutos a mais”, relata.

O assessor da Secretaria Muni­cipal de Trânsito e Transportes(Settran), Divino Amarildo dosSantos, afirma que a função daprefeitura é de planejar o resulta­do final da obra. “Tanto o corre­dor como o terminal foi pensadopara facilitar a acessibilidadeatravés das travessias elevadas,piso tátil e semáforos sonoros. To­da obra que é feita pela prefeitura

hoje tem que passar pelo Núcleode Acessibilidade para ser execu­tada.", afirma.

Em relação ao não cumprimentodas normas previstas no Código deTrânsito, o assessor assegura que otrabalho da Prefeitura, nesse casoespecífico, é o de apenas fiscalizar.“A função de reduzir os transtornosdeve ser da empresa responsávelpela licitação. Normalmente, qual­quer obra acarreta transtornos.Nesse período, cabe a nós da prefei­tura, cobrar deles para melhorar aquestão de acesso e as travessias daavenida", explica Santos.

A reportagem do SensoInco­mum percorreu toda a AvenidaSegismundo Pereira e não identi­ficou a presença de placas de si­nalização para pedestres junto àsobras. Ao ser questionado sobreisso, o assessor da Settran, afir­mou: "Eu garanto que está sendofiscalizado, acompanhado, e aprópria Settran tem feito placas,colocado agentes de trânsitos nalocalização para reduzir os incô­modos”.

Normas de Segurança

O engenheiro civil José de Oli­

veira certifica o que foi falado peloassessor, “cabe à empresa execu­tora das obras seguir as normas. Éde obrigação e de responsabilida­de da mesma sinalizar toda aconstrução. Infelizmente, em al­guns casos, o apoio da Settran éineficiente”. Por experiências an­teriores, Oliveira diz que: “geral­mente a sinalização de obras estáinclusa no planejamento e no or­çamento, e, quando as obras sãoem vias públicas, é requisitado oapoio da secretaria de trânsito lo­cal". O engenheiro ressalta que"nenhuma obra ou evento podeperturbar ou interromper a livrecirculação de veículos, pedestresou colocar em risco a segurançados mesmos”.

O engenheiro ainda esclareceque as principais normas de sina­lização de obras em pistas e ro­dovias são estabelecidas peloDepartamento Nacional de Infra­estrutura e Transportes (DNIT),através do Manual de SinalizaçãoRodoviária, e também pelo Códi­go de Trânsito Brasileiro. No en­tanto, Oliveira revela: “nomomento, o Conselho Nacionalde Trânsito está realizando umareformulação das normas de si­nalização”.

Foram feitas diversas tentativasde contato com a empresa EMSA,responsável pelas obras do corre­dor da Avenida Segismundo Pe­reira, porém, até o fechamentodesta edição a companhia nãoquis se pronunciar.

"A função de re­duzir os trans­tornos deve serda empresa res­ponsável pela li­citação." ­ DivinoAmarildo dosSantos

Foto: El len Melo

Competições técnológicas se tor­naram rotina em vários cursos daUFU. Os torneios acabam chaman­do atenção de grandes empresas,que procuram estudantes para con­tribuir no desenvolvimento de pes­quisas. Através de apoio financeiro,as entidades investem pensando emganhar novas tecnologias no futuro.Companhia Brasileira de Metalur­gia e Mineração (CBMM), Compa­nhia Energética de Minas Gerais(Cemig), Petrobras, Algar e Valesão exemplos de organizações queveem nas competições espaços decriação científica.

Os cursos de engenharia e compu­tação são normalmente berços destestorneios. Os alunos conseguem de­senvolver robôs que superam obstá­culos colocados em uma pista ou atémesmo escapar sozinhos de labirin­tos. Outro exemplo, é uma batalhade desenvolvimento de games naqual uma temática é escolhida. Vári­os jogos são criados e, após passarpor critérios avaliativos, um vence­dor é escolhido.

Labirinto Robótico

O Torneio Universitário de Robó­tica acontece anualmente e contribuipara a integração e aprendizado nosvários cursos de engenharia. Nacompetição os participantes preci­sam desenvolver carrinhos quefuncionem de forma autônoma esuperem obstáculos na pista. Adisputa testa velocidade, criativi­dade e inovações propostas pelosalunos. O evento é realizado peloPET da Engenharia Elétrica e pelaEmpresa Júnior de Consultoria emEngenharia Elétrica (Conselt), como apoio da faculdade do curso e dauniversidade. Além disso, contacom patrocínio da Companhia Bra­sileira de Metalurgia e Mineração(CBMM) e da Companhia Energé­tica de Minas Gerais (Cemig).

A estudante de engenharia elétricae participante da organização dotorneio, Christielly Fernandes, res­salta que os competidores estãosempre em busca de melhor desem­penho para os carrinhos. Segundoela, melhores equipamentos são de­senvolvidos na produção dos robôs.“Microcontroladores mais eficientes,sensores e outros dispositivos ele­

trônicos mais robustos são criados.Além disso, materiais para estrutu­ras mais leves, além de inovação noscódigos de programação dos carros”,explica.

Maze Escape

Também um exemplo de competi­ção, pela primeira vez realizado noBrasil, o Desafio Maze Escape (queexiste há mais de 40 anos em paísescomo Japão e EUA) ocorreu em se­tembro de 2015, e reuniu equipes ecuriosos. A disputa consiste na solu­ção de um labirinto de 16x16 célulascom um robô autônomo denomina­do de micromouse.

O organizador do evento e enge­nheiro biomédico, Kleber Lima,conta que sempre participou decompetições de robótica durante agraduação. Ele ressalta que a buscapela vitória incentiva novas tecnolo­gias e auxilia melhorias para siste­mas já conhecidos. “Participei devárias competições de robótica eposso afirmar que meus projetosmais complexos foram influenciadospor elas”, lembra.

Batalha de games

De acordo com a Associação Bra­sileira de Desenvolvedores de Ga­mes (Abragames): o mercado degames movimenta mais de 900 mi­lhões de reais por ano no país e temcriado mais de 4 mil empregos anu­almente. Realizada pelo PET da Ci­ência da Computação (COMPET), aBatalha de Games, está na 3ª ediçãoe reforça a situação do segmento nopaís. O evento convida alunos a de­senvolver seus próprios jogos digi­

tais e disponibilizá­los ao público.Uma banca de jurados testa os pro­dutos que concorrem a premiações.Na batalha, os alunos costumam uti­lizar plataformas de criação já pre­sentes no mercado. Entretanto,também na batalha são criadas no­vas plataformas.

Segundo o estudante de ciência dacomputação e participante do COM­PET, Pedro Braz, a evolução da Ba­talha tem dado mais visibilidadepara as inovações ilustradas nas dis­putas e contribuído para chamar aatenção de grandes empresas e aju­dar financeiramente no desenvolvi­mento dos games.

Virou app

O estudante de ciência da compu­tação, Guilherme Castilho, ficou emterceiro lugar na batalha de gamesdesse ano. Castilho conta que o pro­jeto desenvolvido por eles na bata­lha foi adaptado para lançar o jogo“Já acabou Jéssica?”, que tem comobase um meme viral da internet.“Tínhamos um dia para lançar, porcausa da validez do meme, então só

nos arriscamos pra ver no que da­va”, conta.

Uma semana após ser lançado, ojogo estava em primeiro lugar devi­do ao número de downloads. O es­tudante faz parte da empresaPontoBarraGames e afirma que no­vos jogos estão sendo desenvolvidos,aproveitando o sucesso do “Já aca­bou Jéssica?”. O objetivo é se con­solidar no mercado de games parasmartphones.

Agência Intelecto

A UFU conta com a Agência Inte­lecto que atua como mediadora en­tre alunos que produzem tecnologiae empresas interessadas nessas ino­vações. Segundo a responsável pelaDivisão de Transferência de Tecno­logia e Empreendedorismo, Manoe­la Botrel, a agência serve como umaligação entre os alunos e as empre­sas que procuram inovações paraajudar no desenvolvimento de tec­nologias. “As empresas hoje, princi­palmente de grande porte, veem auniversidade como uma parceira”,conta. Alguns parceiros desses pro­jetos são: Petrobras, CEMIG, Vale,ALGAR, entre outros.

A responsável pela agência explicaque há a necessidade de uma mu­dança cultural no processo de cria­ção. “O empreendedorismo e acultura da inovação precisam serdifundidas culturalmente”, resume.

Competições motivam inovações tecnológicas

O mercado degames movimentamais de R$900milhões por ano.

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Reprodução

Amanda Cristina

A UFU oferece a seus alunos, deacordo com a condição de vulnerabili­dade social, moradia compartilhadagratuita que fica localizada no bairroTibery, visando atender estudantescom baixa condição sócio­econômica.No dia 16 de outubro de 2015, a Divi­são de Assistência ao Estudante (Dia­se), órgão responsável pelo programade moradia estudantil junto à Diretoriade Assuntos Estudantis (Dires), se en­volveu em uma polêmica ao retirar umaluno da residência contra sua vonta­de. A vaga foi substituída por bolsamoradia, no valor de R$ 300.

O fato que culminou na retirada doaluno foi uma carta de outros morado­res que alegavam problemas de convi­vência com o estudante em questão. Noentanto, de acordo com o estatuto damoradia, todos os problemas relaciona­dos a quebra de regras de convivênciadevem ser encaminhados para uma co­missão disciplinar, formada por gesto­res do local e uma Comissão Executiva,formada por moradores. Aconteceuapenas uma reunião da Comissão Exe­cutiva, no dia 15 de outubro, para discu­tir uma solução e houve um indicativode que o morador envolvido com pro­blemas de convivência poderia ser

transferido para outro apartamento,mas permanecendo na residência estu­dantil.

Apesar desse encaminhamento, ocaso foi levado à Diase/Dires que, con­trariando a decisão da Comissão, optoupela retirada do estudante da moradia

após reunião de uma comissão especialformada por assistentes sociais e psicó­logos da divisão, que fazem acompa­nhamento periódico com os estudantes.A instituição não revela os motivos con­cretos que motivaram a decisão da reti­rada do estudante por se tratar deinformação de ordem pessoal e, portan­to, sigilosa. A gestora da moradia estu­dantil e assistente social da Diase, Mariade Fátima Oliveira, disse que os alunosda comissão executiva sabiam que o casoseria levado para o órgão responsável e,por isso, para ela “não há sentido em di­zer que a gente passou por cima”.

O próprio morador, que preferiu nãoser identificado, afirmou que não era suavontade sair da moradia e que a formacom que a divisão responsável tratou oproblema o prejudicou. “Foi bemcomplicado, a forma como aborda­ram. Eu queria pelo menos que a Dia­se tivesse me escutado de fato,porque, querendo ou não, eu só fui lápara receber o comunicado [de expul­são]”, relatou o estudante, que aindajulgou o acompanhamento psicológi­co oferecido pela Divisão como insufi­ciente para avaliar casos como este.“Não havia um padrão no acompa­nhamento psicológico, não havia, porexemplo, um sistema de consultasmarcadas”, explica.

A Comissão Executiva emitiu umacarta repudiando a retirada do estudan­te. A decisão foi precipitada, na opiniãode outros moradores, como Pedro Cân­dido, membro da comissão executiva. “A

nosso ver não houve nenhum diálogosobre a decisão. Por isso nossa movi­mentação sobre o caso, pelo fato de nãovisualizarmos, pelo próprio estatuto damoradia, nenhuma possibilidade da Di­ase retirar o estudante da moradia, daforma como ela realizou”, opina.

A Dires se defendeu após a carta en­viada à reitoria, afirmando que o estatutoé passível de interpretação e que algunscasos devem ser analisados especifica­mente pela equipe de acompanhamentoao estudante do órgão em questão. Alémdisso, informou que tem a autonomia deretirar o estudante da moradia. Noepisódio, como informado pelo diretorde assuntos estudantis, Leonardo Bar­bosa e Silva, “a avaliação da equipe foique uma mudança na estrutura de mo­radia era necessária para este caso espe­cífico”. A instituição ainda frisa que adecisão não foi tomada por um fator dis­ciplinar e, portanto, não é de competên­cia da comissão executiva julgar o caso.

O bota­fora

A Diase e a Dires informaram que oaluno teria no máximo 30 dias para sairdepois do comunicado. Após a retirada,foi lhe oferecido uma bolsa moradia deR$300 para subsidiar os custos de suanova casa. Segundo o mesmo, eleenfrentou uma situação delicada ao sairda moradia, pois o auxílio oferecido nãoera suficiente para custear umaresidência perto da universidade. “Aminha sorte é que eu tinha um amigo

que me ofereceu lugar para ficar, senãoeu não teria para onde ir. A bolsa, pelovalor que é, não cobre os custos denenhum lugar perto da UFU. Eu nãotinha cama, mesa, nada. Eu ganheiminha cama, senão teria que dormir nochão”, afirma o estudante.

O próprio diretor de assuntosestudantis, Leonardo Barbosa e Silva,admite que as condições que a bolsaproporciona não são compatíveis àsoferecidas pela residência dosestudantes. “A moradia dá umaestrutura ao aluno que eu julgo melhor.Uma estrutura que R$300 nãoproporciona. Mas não é só isso que estáem jogo, mas também a avaliaçãotécnica sobre um caso.”

Retirada de estudante da moradia causa polêmica

Mateus AugustoFoto: Ygor Rodrigues

A moradia estudantil da UFUfoi inaugurada em junho de2014 e fica localizada na RuaVenezuela 1.352 no bairro Ti­bery. Seu projeto era previstopara 2012, mas, por problemastécnicos, houve atraso na en­trega da obra. A estrutura contacom 26 apartamentos que têmcapacidade para abrigar 150 es­tudantes, onde seis vagas sãodestinadas a estudantes comdeficiência física que têm umapartamento adaptado para su­as necessidades. Ainda há 30vagas para serem ocupadas. Pa­ra conseguir uma vaga é precisocomprovar baixa condição só­cio­econômica através da Diase,órgão responsável pelo controle.

Dados sobre aresidência estudantil

"Diase/Dires,contrariando adecisão daComissão, optoupela retirada doestudante damoradia"

"Eu queria pelomenos que aDiase tivesse meescutado", dizestudanteexpulso.

Aliar teoria e prática é o anseio damaioria dos alunos ao entrarem nafaculdade. Uma das possibilidades éa participação nas empresas junioresdos cursos de graduação. Conheci­das como “EJs”, essas associaçõessão formadas por estudantes queprestam serviços sem fins lucrativospara empresas e sociedade em geralde acordo com sua área de atuação.

Na UFU, algumas EJs recebemo auxílio do Núcleo de EmpresasJuniores (NEJ), que segundo o es­tudante de Gestão da Informação eatual presidente, Davi Borges, “dásuporte nas técnicas de desenvolvi­mento como gestão e gerenciamen­to de projetos”.

Atualmente, existem 26 empre­sas juniores na universidade, masapenas dez são filiadas ao NEJ.

Borges destaca que algumas nãose filiam devido à documentaçãoexigida pelo núcleo, como oalvará de funcionamento.

O diretor de marketing da Ba­bel, Vinicius Timm, empresa júniorda Tradução, esclarece que os tra­balhos mais recorrentes da EJ sãotraduções de históricos escolares,artigos, diplomas e outros tipos dedocumentos. O estudante contaque a procura pelos serviços partede empresas ou pessoas individu­ais e o valor cobrado no orçamentoé direcionado apenas aos gastos daEJ, como impostos e manutenção.Timm destaca que o conhecimentoadquirido na Babel é o que impul­siona os alunos. “Sei como lidarcom clientes, fazer orçamentos, di­vulgar o trabalho. Isso motiva mui­to a gente”, aponta.

O sucesso dos juniores

A Apoio Consultoria, empresa jú­nior dos cursos de Administração eGestão da Informação, é um dosdestaques entre as EJs da UFU. Emmaio de 2015 a equipe bateu a metade faturamento do ano inteiro. Umadas diretoras da Apoio e estudantede Administração, Laís Vieira, expli­ca que a meta foi batida em razão daabertura de uma empresa de agro­nomia de precisão. “Quando a gentefechou [o projeto] foi muitobom para ver que temos capacida­de de atender pessoas especializa­das em um projeto tão grandee caro”, comemora.

Professora tutora da Apoio, DarciAlves, conta que uma das maioresdificuldades é manter a autonomiado grupo. Para ela, “o tutor tem opapel de orientar, mas precisa pre­servar a liberdade dos alunos, o queé difícil, porque às vezes eles nãotêm bagagem para tomar algumasdecisões”, declara.

Aluno da Administração, Caio Vi­tullo, está na empresa há dois anos etambém é um dos diretores. Para ele,a maior motivação dentro da Apoio éo aprendizado: “tem coisas que infe­lizmente os estágios nunca vão pro­porcionar. Lá fora a pessoa só vaifocar em uma área da administraçãoe aqui não, porque se aprende tudoao mesmo tempo”, completa. Laísainda ressalta a responsabilidade queo aluno tem. "Precisamos pensar emprojetos simples que ajudarão outras

a pessoas a montar sua empresa ",conta.

Barreiras

Apesar do êxito de algumas em­presas juniores, outras ainda en­frentam dificuldade para seconsolidarem na universidade. AContabile, EJ da Ciências Contábeisestá com as atividades praticamenteparadas há mais de cinco anos.Edilberto Batista foi aluno do cursoe o primeiro presidente da empresajúnior. Agora professor, ele esclare­ce que “há uma dificuldade para seconseguir alunos sucessores e,consequentemente, tem sido difícilque haja interesse de orientandose tutores”. Entretanto, Batistaafirma que tem interesse navolta efetiva da Contabile.

De 'júnior' eles não têm nada

Durante a cerimônia de aberturada Olimpíada Universitária UFU2015, realizada no dia 6 de novem­bro de 2015, foi anunciado que a Di­retoria de Assuntos Estudantis(Dires) disponibilizaria um kit commaterial esportivo a todas as 28 As­sociações Atléticas Acadêmicas(A.A.A.) inscritas na competição. Oobjetivo é equipar essas organiza­ções para que elas estimulem a prá­tica esportiva na universidade.

Segundo o diretor de assuntosestudantis, Leonardo Barbosa e Sil­va, a demanda por auxilio de mate­

riais esportivos é antiga. “Nóspercebemos, desde cedo, que as atlé­ticas têm estruturas físicas e capaci­dades econômicas muito diferentes.Há atléticas muito equipadas e ou­tras que mal têm espaço para exis­tir”, afirma. O kit é compostopor equipamentos de uso frequente,como bola de futebol, basquete,handebol, vôlei, peteca doisjogos de coletes.

A A.A.A Exatas é uma das maisnovas da UFU. Para o presidente,Talles Aquino, a doação do kit surgepara complementar algumas neces­sidades de sua atlética. “Nós conse­guimos alguns recursos através de

organizações de eventos e venda deprodutos, mas não tínhamos colete,por exemplo”, explica. Essa realida­de também é observada na A.A.A. daEducação Física, representada pelopresidente Rodrigo Inácio da Costa,para quem os equipamentos dispo­níveis atualmente estão desgastadosdevido à frequência do uso.

Com relação à origem do materi­al, o diretor aponta que todos sãonovos, de qualidade e já foram com­prados, mas não há comprometi­mento de verbas que desrespeite ocontingenciamento atual. “No finaldo ano, a Dires costuma realizar umseminário de planejamento de con­

tas com toda a equipe. Já havíamosreservado uma quantidade de re­cursos”, esclarece.

Estrutura física

Além de garantir os materiais,Silva conta que há uma proposta,cujo projeto arquitetônico está con­cluído, destinada a montar umaestrutura que comportaria departa­mentos de CA’s, DA’s e atléticas.Embora essa proposta esteja funda­mentada, o processo de licitação foiinterrompido pelo corte de verbasestabelecido pelo governo federal, enão tem previsão de execução.

“Sei como lidarcom clientes,fazer orçamentos,divulgar otrabalho. Issomotiva muito agente”, diz Timm.

Dires promete equipar atléticas para próxima Olimpíada

Isabella Rodrigues

Bruno Prado

Foto: Isabella Rodrigues

A dificuldade para encontrar vagasnos estacionamento da UFU, princi­palmente no campus Santa Mônica, jávem sendo motivo de reclamações porparte da comunidade acadêmica háalguns anos. Estacionamentos lota­dos, carros estacionados em locaisproibidos ou vagas reservadas a defi­cientes são cenas comuns nos campi.

Desafiados pela Semana de Empre­endedorismo e Inovação (SEI), even­to organizado pelo Centro deIncubação de Atividades Empreende­doras (CIAEM) e pela Empresa Júni­or de Consultoria e Soluções emEngenharia Química (ConsultEQ),alunos enviaram suas sugestões parasolucionar o problema. Os três gruposcom as propostas mais viáveis foramconvidados pela Diretoria de Logísti­ca da UFU, em setembro de 2015, acompor uma equipe e transformar asideias em projeto, com supervisão dodiretor de logística Wesley Marques.

Entender o problema

Para compreender melhor a situa­ção, esses alunos começaram coletan­do dados. Primeiramente, contaram onúmero de vagas que cada campus daUFU em Uberlândia tem. Além disso,desenvolveram uma pesquisa com ointuito de entender questões comohorário de pico e tempo médio em queos carros ficam estacionados.

Para saber a opinião da comunida­de acadêmica sobre o problema, foidisponibilizado um questionário on­line. De acordo com o coordenadorgeral do projeto, João Paulo Amaral,estudante de Engenharia Elétrica,18% do total de 5.528 motoristascontabilizados na UFU responderamàs perguntas do site. Confira algunsresultados das pesquisas nos gráfico.

Resultados da pesquisa

Quem vai à UFU de carro, pelamanhã, sofre mais com o problema.Nesse período, o déficit, ou seja, onúmero de vagas que falta paraacomodar os carros que entram, é de1078. À tarde faltam em torno de 100vagas, mas, à noite, o espaço é sufici­ente para o número de carros do

campus Santa Mônica. Nesselevantamento, foram consideradasapenas vagas regulares da UFU.Aquelas que não são corretamentesinalizadas, como espaços de brita outerra e rotatórias, e também asreservadas a deficientes, porexemplo, não foram consideradas.

Soluções propostas

Diante dos resultados das pesqui­sas, o grupo de alunos apresentou trêspropostas com o intuito de diminuir odéficit nos estacionamentos e estimu­lar outras formas de locomoção.

A primeira delas é a implantaçãode um sistema de compartilhamentode bicicletas. Nele, os alunos poderãopegar bicicletas emprestadas em es­tações implantadas em todos os cam­

pi UFU de Uberlândia, além damoradia estudantil, e nas unidadeslocalizadas na Avenida Duque de Ca­xias e na rua Engenheiro Diniz. Apóso uso, essas bicicletas seriam devolvi­das em qualquer estação. De acordocom o coordenador do projeto, napesquisa realizada no site, 57,7% dosalunos responderam que utilizariameste serviço. As regras para os em­préstimos, como tempo e valores,ainda estão sendo discutidas. Todosos estudantes poderão usá­las, mas ofoco está em atingir alunos que vãode carro à universidade. Para isso,está sendo estudada uma forma deincentivo: "talvez se [o aluno que temcarro] puder ficar doze horas com abicicleta ou não pagar taxa parautilizá­la, por exemplo”, esclareceWesley Marques.

A segunda proposta é a criaçãode um aplicativo para smartphone,em que a comunidade acadêmicapoderá oferecer e procurar caronapara ir à UFU. Os resultados destapesquisa constatam que 78% dosalunos ofereceriam carona e 57%aceitariam receber. Para usufruirdos benefícios, será necessário ca­dastro que garantirá a organizaçãoe segurança dos participantes.

A última solução pensada foi aimplantação, primeiramente nocampus Santa Mônica, do sistema deestacionamento vertical. De acordocom Wesley Silva, cada estaciona­mento desse tipo ocupa o espaço deduas vagas tradicionais, mas ofereceem torno de dezesseis novas.

O diretor de logística afirma queesses projetos devem começar a serimplantados em janeiro e fevereirode 2016. O aplicativo e o sistema debicicletas compartilhadas poderãoeliminar a demanda por 484 vagas.

Parceria com SETTRAN

Um projeto da Diretoria de Infra­estrutura em vigência prevê mudançana sinalização do campus Santa Mô­nica, que geraria 95 vagas. WesleySilva explica que a conclusão dessasmudanças pode levar a uma parceriacom a Secretaria de Trânsito (Se­tran). “Devemos solicitar ao Conselho(Universitário) que autorize o convê­nio pra que eles nos auxiliem na fis­calização do trânsito dentro doscampi", esclarece.

Estacionar na UFU pode deixar de ser problema

Foto: Letícia BritoLetícia Brito

A cultura de Uberlândia ébastante diversificada, tem emsua formação raízes familiaresde diferentes descendências,tanto estrangeiras, quanto devárias regiões brasileiras. Essadiversidade faz com que o mu­nicípio possua uma gastronomiamuito rica e atrativa.

Quem mora ou visita a cidademais importante do triângulo

mineiro, tem acesso aos maisvariados tipos de comida, desdea italiana, como a tradicionalpizza, ou a batata frita e o ham­burguer típicos dos EstadosUnidos. Todos os pratos podemser encontrados na forma tradi­cional de cada país ou adapta­das ao paladar dos mineiros,que já possuem uma gastro­nomia admirada e respeitada.

O município tem muitos res­taurantes que representam vári­

as culturas, como a japonesa emexicana. Há também umafeira gastronômica, organizadapela prefeitura de Uberlandiacom barraquinhas típicas,exaltando a culinária de out­ros lugares, com preçoacessível e que acontece emao menos dois pontos da cid­ade, duas vezes por mês.

O SensoIncomum reuniunome e endereço de alguns dosrestaurantes que compõe o cir­

cuito gastronômico culturaluberlandense e elaborou um guiapara ajudar a encontrá­los nacidade.

A pesquisa foi feita com basenas recomendações feitas pelosistema de pesquisa do Google epor meio de levantamento nasredes sociais, filtrando­se os ti­pos de comida mais procurados.Com opções mais caras e outrasmais acessíveis, montamos ummenu para você degustar.

Roteiro Gastrônomico Cultural de Uberlândia

Gabrieli Mazzola ________________

Não, não é a boa e velha xícarade cada dia. É que desde o mêsde novembro de 2015, toda acomunidade acadêmica da UFUpassou a ter acesso aos serviçosda Comunidade Acadêmica Fed­erada (CAFe). O portalproporciona acesso a 37 mil pub­licações, como dissertações,teses, normas técnicas, patentes

e outras produções relacionadasà divulgação científica de todo omundo. Agora, conferir essestrabalhos vai ficar mais fácil, jáque o usuário não precisarámais se cadastrar em vários sis­temas e decorar diferentes sen­has. Ele conseguirá acessartodas essas produções acadêm­icas apenas pelo CAFe. Além

disso, a novidade permite quepesquisas no portal da Capes,que antes só poderiam ser feitasna rede UFU, sejam realizadas apartir de qualquer lugar, apenasutilizando o usuário e senha doe­mail institucional. Para teracesso à Comunidade Federada,basta recadastrar o e­mailinstitucional.

CAFe na UFU. O que é isso?Letícia Brito______________________

A onipresença de elementos ar­tísticos como a música, a dança eo teatro é uma das característicasmais marcantes da sociedade bra­sileira. Dentro de uma universida­de federal, carregada de costumese comportamentos bastante plu­rais, essa realidade não poderiaser diferente. Na UFU a culturanão é expressa apenas através doscursos que lidam diretamente comsua produção, outras áreas do co­nhecimento também fazem uso daarte como instrumento.

Em 2013, depois da iniciativa deapresentar um trabalho acadêmicode forma diferente, mais lúdica, al­guns alunos do curso de Direito fun­daram o Artemanha, um grupo deteatro que veio se consolidando emtoda a UFU, bem como no cenário

uberlandense. O estudante Venân­cio Leorodo, integrante do grupo eum de seus fundadores, conta queo Artemanha nasceu para conteú­dos jurídicos e arte. “Não pensa­mos neles separados. É esse odiferencial e o que sentíamos falta.A arte é nosso instrumento para

levar o Direito até as pessoas,principalmente a quem não temacesso a isso”, explica.

Dentre as possibilidades que asmanifestações culturais permitem, aconscientização social e o caráter dedenúncia são explorados pelo Arte­manha. “O grupo só existe pelo ca­ráter social dele. Buscamos a arteatravés do teatro para desvelar de­núncias. Ismênia e Muiraquitã, nos­sas maiores peças, fizeram isso.Nosso objetivo é sempre dar voz aquem não tem voz e destacar maze­las sociais”, relata Leorodo.

Outro viés explorado pelo grupode teatro é o de transformar reali­dades. Em parceria com o grupoPeriferArte, foi desenvolvido o pro­jeto Cultura e Arte nos Assenta­mentos de Uberlândia (Cural), queleva teatro, música, dança e capoei­ra a moradores da zona rural da ci­dade. Para a instrutora de capoeirado PeriferArte, Juliana de LimaTrindade, o grupo cumpre a funçãode disseminar cultura dentro e fora

da universidade. “Eles têm bastantevontade, estudam, pesquisam egostam de trabalhar nessa área. Aarte que fazem é transformadora ehumanizadora, estão no caminhocerto e mais cursos deveriam seguiro exemplo”, comenta Juliana.

Durante seu primeiro ano, ogrupo se mantinha com o apoio daUFU, através de uma subvençãopara o projeto Cural, que eracomplementado por recursos pes­soais e busca por patrocinadorespontuais, como os obtidos para aprodução das peças Ismênia eMuiraquitã. Agora, os atores es­peram fortalecer a cultura dentroda universidade através de umaassociação que está sendo forma­da e de financiamentos governa­mentais. “Estamos indo atrás doPMIC [Programa Municipal deIncentivo à Cultura], projeto daPrefeitura Municipal de Uberlân­dia, mas também procuramos porajuda estadual e, quem sabe, aténacional”, finaliza Leorodo.

Teatro como acesso ao direito e à arte

Foto:Carolin

eOzzy

Ana Augusta Ribeiro

É arte ou não?

Recentemente a peça de teatro“Macaquinhos” gerou polêmica nasredes sociais por se tratar de umaperformace em que oito atores nusexploram o ânus uns dos outros. Eo mais polêmico, a peça é apoiadapelo Sistema S do governo, com re­passe de verba para a cultura. Aprincipal questão é: essa peça é ar­te? Várias pinturas e montagensartísticas contemporâneas que, aosolhos das pessoas, são “rabiscos elixo”, são ou não são arte? Umamante dos dicionários diria quearte é “a expressão ou aplicação dashabilidades criativas e imagináriasdo ser humano”. Ou seja, na teoriatudo é arte. Na prática, não é bemassim. Para Richard Cork, professorde história da arte na Universidadede Cambridge nos anos 80, “a ver­dadeira arte é tudo aquilo que ain­da será discutido daqui 100 anos”.Não é somente a genialidade dostraços de Mona Lisa, de LeonardoDaVinci, que a tornou a pinturamais conhecida do mundo, o fatode que, depois de mais de 500anos, ela ainda é tão discutida éessencial para que ela seja consi­derada uma representação artísti­ca. Então, ainda é cedo para dizerse uma peça criativa com umaperformance polêmica é arte ounão, teremos que esperar o resul­tado da repercussão daqui a mui­tos anos para poder ter certeza.

Gabrieli Mazzola

Formado há 3 anos, o grupo de líderes de torcidados cursos de Engenharia, as cheerleaders Sexy Li­ons, também cumpre o seu papel de levar arte e cul­tura para o ambiente universitário e uberlandense.

Segundo a Diretora de Cheerleading e estudantede Engenharia, Fernanda Nascimento, o propósito dogrupo é torcer pela Atlética da Engenharia e levar di­versão e energia a todos que assistem às apresenta­ções. “Nas experiências que temos de apresentação, aspessoas curtem muito. Crescemos com o tempo e sin­

to que as pessoas se empolgam. Acho que consegui­mos atingir nosso objetivo”, relata Fernanda.

Com atuação dentro e fora da UFU, as líderes detorcida chamam a atenção e recebem propostas pa­ra levarem suas apresentações até eventos esporti­vos, culturais, ações da Prefeitura Municipal,dentre outros. “Penso que alguma parte da popula­ção fora da UFU nós conseguimos atingir, já quetodas as ações que fizemos foram as pessoas quenos procuraram”, finaliza.

Elas também colaboram!

"Nosso objetivo ésempre dar voz aquem não temvoz e destacarmazelas sociais”,relata Leorodo.

A 7º edição do Café do Esporte,promovida pela Fundação Uber­landense de Turismo, Esporte eLazer (Futel), em novembro de2015, aprovou a utilização da re­presa do Parque do Sabiá para aprática da canoagem esportiva.

A professora do Instituto de Ci­ências Agrárias (ICIAG) da UFU,Sueli Bertolino, esclarece que oParque do Sabiá é uma Unidadede Conservação (UC), uma área deproteção ambiental protegida porlei. Em relação à liberação da la­goa para as atividades de canoa­

gem, Bertolino explica que “aLegislação Brasileira de gestão dosrecursos hídricos estabelece o usomúltiplo das águas. Dessa forma,a utilização para o lazer é permiti­da e a qualidade da água para re­creação deve obedecer às condiçõesprevistas nas resoluções do Con­selho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA)”. Como a liberação éapenas para embarcações não mo­torizadas, não haverá nenhumprejuízo para a flora e fauna exis­tentes na lagoa.

Sueli, que também é frequenta­dora do parque, acredita que nãoexistem grandes problemas quantoà poluição das águas. “De uma for­ma visual, não observo degradaçãonos recursos hídricos como, cres­

cimento excessivo de algas causadopelo excesso de nutrientes. A faunaaquática é outro indicativo da boaqualidade da água do Parque”.

Segundo o diretor da Futel,Márcio Nobre, “o pessoal envolvi­do com a canoagem esperou 30anos para conseguir debater essaquestão, e agora foi regulamenta­da a utilização oficial do lago pa­ra a prática do esporte aquáticocom remo”. A princípio, a utili­zação do lago foi liberada paraacontecer aos sábados, domingose feriados, das 6h às 19h.

Junto à regulamentação, algu­mas regras devem ser seguidas.“Primeiramente irá ocorrer umprocedimento de cadastro, entreos dias 05 de dezembro a 30 demarço de 2016, no qual a pessoatem que ir a sede da Futel. Em se­

guida ela irá receber as orienta­ções de segurança, cominformações quanto às normas ecritérios para a prática. Caso ocandidato aceite o que está impos­to no regulamento, ele irá assinarum termo de ciência e o registroserá finalizado. O cadastro vai ge­rar um número, como se fosseuma identificação, e terá duas ca­tegorias: uma para o iniciante, eoutra para experientes, que de­senvolvem as atividades há umano pelo menos”, explica Nobre.

Para garantir que o regulamen­to redigido pela Futel seja cumpri­do pelos praticantes da canoagemesportiva, a instituição irá dispo­nibilizar um fiscal. “Haverá ummonitor em tempo integral no pe­ríodo que foi destinado a realiza­ção da atividade para acompanhar

e averiguar o cumprimento dasregras”. Além de verificar se foi feitoo cadastramento prévio, o fiscal tema responsabilidade de apurar se to­das as medidas de segurança estãosendo atendidas, como o uso do co­lete salva­vidas e o acompanhantecaso algum menor esteja dentro daembarcação. É válido ressaltar que aFutel não irá disponibilizar nenhumequipamento para a prática.

Praticante de canoagem há 15anos, Beto Gussoni, acredita que éuma grande conquista. “A modali­dade foi crescendo muito nos últi­mos anos e com certeza iráexpandir ainda mais porqueagora existe um espaço de práticadentro da cidade, onde é permiti­

da a entrada de embarcações nãomotorizadas. A liberação irá favo­recer até aquelas pessoas que nãotêm preparo físico para remar emuma grande extensão porque a re­presa não é muito grande”.

Gussoni estima que existe umuniverso de 1.000 pessoas entrepraticantes e simpatizantes decanoagem na região de Uberlân­dia. “Hoje, a modalidade se divi­de em: esporte, lazer e aventura,e pesca esportiva, fator que faci­lita a expansão do esporte. Esta­mos com uma expectativa muitogrande porque a liberação da la­goa irá democratizar ainda maisa prática do esporte aquáticocom remo”, comemora.

“A modalidade foicrescendo muitonos últimos anose com certeza iráexpandir aindamais" ­ BetoGussoni,praticante decanoagem

Canoagem é liberada no Parque do Sabiá

Ellen Melo

“Haverá ummonitor emtempo integral noperíodo que fordestinado arealização daatividade." ­Márcio Nobre,diretor da Futel

Foto:WanderleiFortunato

Foto:WanderleiFortunato

Desde que o mundo é mundo,algumas pessoas vão lhe amar pe­los mesmos motivos que outrasvão lhe odiar. Quando se conhecealguém, é pequena a possibilida­de de influenciar a opinião do ou­tro a seu respeito se o contato e odiálogo forem curtos. Entretanto,nas redes sociais isso é possível,pois o botão “enter” é exclusivopara o que gostamos, concorda­mos e queremos compartilhar narede. E isso é uma questão de ca­rência. Você determina como aspessoas lhe enxergarão de acordocom o que posta. Nos EstadosUnidos, uma pesquisa feita pelaOhio State University, revelouque as pessoas fazem o juízo devalor das outras através dos per­fis das redes sociais.

Desde quando aconteceu o“Boom!” tecnológico até os diasatuais, já tivemos na mídia várioscasos de superexposição de pes­soas públicas que foram vítimasde crimes virtuais ou se arrepen­deram de postar algo que teveuma exposição não desejada. Maso que a carência tem a ver com is­so? Pelo viés psicológico, a carên­cia é a falta de algo necessário,como a necessidade afetiva. O ho­mem é um ser que se relaciona, ese a base for privada de atenção eafeto, ele pode passar a vida todabuscando a atenção que nunca te­ve. A internet veio como auxílionesse ponto. As redes sociais vi­raram um outdoor da vida dosseus donos, e às vezes o que se vê,

não passa de uma fantasia. São osdesejos reprimidos de cada pes­soa, que vê na internet a possibili­dade de realizá­los.

A rede é um terreno de possibi­lidades, inclusive possíveis perso­nalidades. Por trás da tela asensação de ser o que quiser vem àtona. Em uma entrevista, o psicó­logo Jamil El Khouri afirmou quea fuga da realidade e a necessida­de constante de aprovação de des­conhecidos, são fruto deuma busca contínua do preenchi­mento de um vazio interior, que sópoderá ser preenchido por nósmesmos. Ou seja, é um autoenga­no, pois a verdade sempre apare­ce. É possível ser autêntico etomar cuidado para dar a sua opi­nião sem ofender ou ser precon­ceituoso sem nenhum peso naconsciência. A internet facilitadois tipos comportamentos: o quequer viver uma vida que não é suae o que quer descontar toda a suaraiva do mundo anonimamente.

Existe uma linha tênue entreexpor a opinião na internet esuperexpor sua vida real ou fic­tícia. Esse fenômeno é uma no­va realidade que o mundo seadapta, porém, existe o exage­ro, que são as pessoas que fa­zem a opção de se exporem semmedidas. Esses comportamen­tos são manifestações de dese­jos e fantasias, e se o que forpostado tiver o apoio dos ami­gos virtuais, esse desejo de seruma nova pessoa ou de ser fa­moso cresce.

O mundo está cada vez mais vi­

vendo uma cultura narcisista e re­quer dos outros que serelacionem apenas à audiência.Alguém com baixa estima, podeencontrar na internet a aprovaçãodesejada, uma vez que no virtualtudo costuma ser perfeito. As pes­soas expõem seu melhor ponto devista (o que não gere polêmica eseja politicamente correto) a suamelhor foto de perfil (com um sor­riso “Colgate” criado pelo Pho­toshop) e seus interesses pessoais,decididos a partir de uma buscapelo que está fazendo sucesso noúltimo mês. A internet abre umespaço para criar outros persona­gens, possibilitando que as pessoasse sintam realizadas pessoalmente,mas cabe a cada um fazer essa do­sagem do que realmente deve sercompartilhado ou não.

Os smartphones trouxeram uma

reafirmação da cultura da instan­taneidade, onde todo mundo é livrepara postar o que está pensando,como está se sentindo e até o queestá comendo. Pessoas públicascompartilham a vida com os segui­dores como uma forma de intera­ção e um melhor conhecimento,porém, deve­se pensar sempre nasconsequências, tudo que você ex­põe há um risco de voltar contra simesmo. Uma vez postado é muitodifícil reverter. Se o desejo demostrar a vida real ou fictíciafor maior que o bom senso depensar se aquilo pode trazer al­gum dano, é bom ficar atento.Pense duas vezes antes de pos­tar, e como diria a jornalistaErin Bury, “não diga nada onlineque você não fosse colocar emum enorme outdoor com a fotodo seu rosto ilustrando".

Sabe aquela vida futurísti­ca? Aquela, em que você mora so­zinho no meio do nada em umacabana de tecnologia chocante?Eu sinceramente achava que issoera coisa de ficção científica, masnão é bem assim. Hoje existemdiversos mecanismos que reapro­veitam água das chuvas, fazemluz solar se tornar energia e usamo vento para isso também! E sim­plesmente tiveram a ideia genialde colocar toda essas bugigangasjuntas em uma ecocápsula, nomechique para cabaninha móvel que

se parece um ovo high tech.Considerando toda a grande ba­

gunça que vive nosso lindo Brasil deDeus, é extremamente importanteque as pessoas sensatas tenham umplano b. Como um amigo meu, que vaifugir pra Nova Zelândia, em caso dopaís continuar nessa onda conserva­dora. Nova Zelândia é super legal, lágravaram Senhor dos Anéis e não pre­cisa de visto (chocada)! Enfim, voltan­do ao plano b, viver nas montanhas(ou na Amazônia) em uma ecocápsulame parece um futuro bastante plausí­vel, para evitar rompantes de raiva(completamente compreensíveis)contra os “friends” que só sabem

acusar os outros de vitimismo.A vida nesse país abençoado

parece ter se reduzido a umapolarização chata, na qual só se podeser reaça ou coxinha. E nessa divisãoboba, coisas como as grandes falhasdo sistema energético, baseado emhidroelétricas, ou propostas deredução dos direitos de vítimas deestupro são pouco faladas. Nessemesmo mundo, indivíduos comquase nenhuma capacidade deempatia acabam chefiando acomissão de direitos humanos eminorias. Assim fica difícil não fugirpras montanhas, né?Afinal, em pleno 2015 tudo que a

gente espera é que quando MartyMcFly chegar dê para dizer um alô.Falar que vamos todos viver nasmontanhas, em um ovo high tech,para fugir dessa vida maluca. Ebasicamente explicar o porquê deainda não termos skates flutuantes.

Atrás da Tela

Bianca Guedes

Atrás da Tela

O Futuro Pertence a Deus-Sabe-Quem

I lustração: Visto Livre/ UOL

I lustração: oon.com.brLaura Nobre

CONFIRA A

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NUNCALEIA OS COMENTÁRI

OS...

Felipe Flores

Fazer sucesso com música no Brasil, se nãofor com axé ou sertanejo, exige muita criativida­de e ousadia. E é isso que a cantora e drag queenPabllo Vittar, 21 anos, tem feito. Depois de lançaro clipe da sua música “Open Bar” no Youtube,com uma versão “abrasileirada” de “Lean On”(Major Lazer) e alcançar 400.000 visualizaçõesem apenas dois meses, ela virou notícia nos prin­cipais portais de cultura pop do país. Em umbate­papo com o SensoIncomum, ela conta so­bre sua música, futuro, o mercado musical paraas Drag Queens e muito mais.

SensoIncomum: Onde foi que tudo começou?Pabllo Vittar: Desde adolescente eu já fa­zia shows em São Luís (no Maranhão, cida­de natal de Pabllo). Com 16 anos fui pra SãoPaulo tentar carreira, não deu muito certo.Aos 17 passei no vestibular da UFU e vimpra Uberlândia. Fiquei dois anos na univer­sidade e conheci o Yan Hayashi (empresá­rio), que me apresentou várias pessoas,dentre elas o meu atual produtor (RodrigoGorky, do Bonde do Rolê).

SI: No mercado musical brasileiro, comovocê enxerga as oportunidades para DragQueens e LGBTs?PV: Acho que hoje em dia já está mais fácil eacessível, até com outros artistas buscandoreferências na cena drag. Vemos issoclaramente em clipes de cantores brasileiros.Uma drag que canta, como eu, choca mesmo,

já que geralmente as drags só fazem lip­sync (dublagem). É muita responsabili­dade e sinto que tenho que enfrentare desbravar um caminho novo.

SI: Quando você lançou o clipede “Open Bar”, esperava as mi­lhares de visualizações em tãopouco tempo?PV: Sim. [risos] Não, brinca­deira. Quando o vídeo passoudos 10.000 acessos no pri­meiro dia eu já fiquei muitofeliz com o reconhecimento ede poder levar o nome deUberlândia para todo o país.Fiquei muito emocionada,juntamos toda a equipe ecomemoramos a conquista.

SI: Esse sucesso é só o come­ço de sua carreira. Onde vocêquer chegar e qual o maior so­nho de Pabllo Vittar?PV: Acho que ainda não te­nho essa resposta. Tenho mui­ta coisa pra viver e vou vivercada momento como se fosse oúltimo. Eu sei que onde chegareivai ser através de muito trabalho.Estou aproveitando cada momento,agarrando as oportunidades e estásendo incrível.

O salto de Pabllo VittarAna Augusta RibeiroENTREVISTA

Foto: Felipe Flores

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