Sistema Urinario Resumo 1manha

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    Funo e Constituio do Sistema Urinrio

    O Sistema Urinrio apresenta-se entre os sistemas de maior importnciano organismo uma vez que , atravs do qual assegurada a manuteno dahomeostase geral, com processos de regulao de concentraes e volumes, eeliminao de desperdcios metablicos.

    constitudo por dois rins, onde formada a urina, cada um suportadopor uma veia renal e uma artria renal; destes partem dois ureteres que seligam bexiga, sendo esta periodicamente esvaziada para o exterior atravsda uretra.

    A unidade funcional de cada rim o nefrnio, que constitudo por umacomponente vascular (Glomrulo arterola aferente e eferente) e umacomponente tubular (Cpsula de Bowman, tubo proximal, anda de Henle, tubodistal e tubo colector), sendo ao nvel destas pequenas unidades que se vai dartodo o processo de formao da urina.

    http://www.bionet.ua.pt/urina/page11.html

    Processos Renais

    A formao da urina envolve, ao nvel do nefrnio, trs etapas:* Filtrao Glomerular* Reabsoro Tubular* Secreo Tubular

    Filtrao Glomerular

    o processo atravs do qual h passagem de molculas e gua doscapilares do glomrulo para a cpsula de Bowman. Apesar de grande parte dassubstncias filtradas acabarem por ser reabsorvidas, esta filtrao no deixa deter uma baixa selectividade. Os fluidos filtrados tm que passar por trscamadas, sendo que, clulas do sangue e protenas plasmticas ficam retidas.

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    Neste processo esto envolvidas foras que favorecem a filtrao eoutras opostas:

    - Foras favorveis Presso sangunea no capilar glomerular (55 mmHg)

    - Foras oposio Presso osmtica do plasma (30 mm Hg) Presso Hidrosttica da cpsula de Bowman

    (15mm Hg)

    Sendo assim, a Taxa de Filtrao Glomerular (TFG) vai ser calculadacom

    dependendo no s da presso de filtrao, mas tambm da rea

    glomerular disponvel e da permeabilidade glomerular Kf.

    A TFG pode ser alterada de maneira a ajustar-se s necessidades doorganismo. Estas alteraes podem estar ligadas influncia sobre a pressosangunea1 e, ao coeficiente de filtrao2.

    1 - O controlo sobre a arterola aferente (vasocontrio ou dilatao)pode ser por dois mecanismos distintos:* mecanismo autoregulvel mecanismo miognico: propriedade comum amsculos vasculares de, inerentemente, contrarem ou alongarem;

    mecanismo de feedback tubuloglomerular:clulas da mcula densa detectam alteraes na taxa de fluxo de fluidos,libertando qumicos vasoativos que provocam uma dilatao ou contraco daarterola aferente

    * mecanismo de controlo simptico: deteco, pelos baroreceptores, dealteraes na presso arterial, que comunicada ao sistema nervoso aumento da actividade simptica, que consequentemente provocavasodilataes ou vasoconstries sobre capilares sanguneos;

    2 Controlo sobre o KfPara alm do controlo sobre a arterola aferente, a TFG pode ainda ser

    ajustada consoante as alteraes no coeficiente de filtrao (Kf). A rea defiltrao disponvel, pode aumentar ou diminuir consoante as alteraes noselementos contrcteis, das clulas mesangiais dos capilares glomerulares. Apermeabilidade vai ser determinada pela aco dos podcitos, existentes namembrana glomerular.

    Presso de Filtrao = 55 (30+15) = 10 mm Hg

    TFG = presso de filtrao x coeficiente de filtrao (Kf )

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    Reabsoro Tubular

    Aps a filtrao glomerular, o fludo filtrado contm tanto substnciasdesnecessrias ao corpo como nutrientes e electrlitos que o corpo no podeperder. Assim, no processo de reabsoro, as substncias essenciais queforam filtradas retornam aos capilares peritubulares. Este um processoaltamente selectivo uma vez que os tbulos possuem uma elevada capacidadede reabsoro de substncias necessrias ao corpo, e uma baixa capacidadede reabsoro de substncias no necessrias e por vezes prejudiciais aocorpo.

    Para serem reabsorvidas, as substncias tm que atravessar cincobarreiras (membrana luminal das clulas do tbulo, citosol das clulas dotbulo, membrana basolateral das clulas tubulares, fluido intersticial e parededos capilares peritubulares), sendo o transporte realizado designado portransporte transepitelial.

    Reabsoro de Na+

    A reabsoro do sdio est dependente da bomba sdio-potssiolocalizada na membrana basolateral das clulas tubulares. Esta bombatransporta Na+ das clulas tubulares para o espao lateral, provocando adiminuio intracelular e o aumento da concentrao do espao lateral.

    Como a concentrao intracelular de Na+ baixa devido bomba desdio-potssio, o io sdio move-se passivamente do lmen tubular para asclulas tubulares. Aps ser bombeado das clulas tubulares para o espaolateral, o Na+ passa para o fludo intersticial e posteriormente para o capilarperitubular por transporte passivo.

    A reabsoro de sdio est sujeita a controlo hormonal atravs dosistema angiotensina-aldosterona-renina, que estimula a reabsoro de Na+ no

    tbulo contornado distal e no tubo colector. O nvel de Na+

    no corpo reflecte-seno fluido extracelular. Quando este nvel se encontra abaixo do normal ocorre asada de gua do FEC diminuindo o volume do mesmo. Consequentemente ovolume de plasma tambm diminui, diminuindo tambm a presso sangunea.Quando ocorre este fenmeno, as clulas granulares do aparelho justaglomerular segregam uma hormona renina , que vai activar oangiotensinognio em angiotensina I. Ao passar pelos pulmes, a angiotensinaI convertida em angiotensina II, sendo esta reaco catalisada por umaenzima designada por enzima conversora de angiotensina (ECA). Por sua vez,a angiotensina II vai estimular a secreo de aldosterona pelo crtex adrenal.Assim, como resposta a um abaixamento da concentrao de Na+ no corpo, aaldosterona vai provocar o aumento da reabsoro deste io, promovendo a

    criao de novos canais de sdio na membrana luminal e de novas bombassdio-potssio na membrana basolateral, tanto no tbulo contornado distalcomo no tubo colector. O sistema angiotensina-aldosterona-renina vai provocara reteno de sal e de H2O, restabelecendo assim a presso arterial.

    Enquanto que o sistema renina-angiotensina-aldosterona provoca areabsoro de Na+ quando necessrio, variadas hormonas natriurticas, comoo caso da hormona natriurtica auricular (HNA), induzem a excreo deelevadas quantidades de Na+ na urina, ou seja, inibem a reabsoro domesmo. O corao o produtor da HNA, que armazenada em grnulos de

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    clulas especializadas. Quando estas clulas expandem, como consequnciado aumento do volume do FEC, a HNA lanada no corao. Este aumento,que ocorre como resultado da reteno de Na+ e H2O, leva a um aumento dapresso arterial sangunea. A HNA promove ento a natriurese e a diurese,diminuindo o volume do plasma e consequentemente a presso sangunea.

    A primeira aco da HNA inibir a reabsoro do Na+ no tbulo distal,

    aumentando a excreo do mesmo na urina. O aumento da excreo de Na+

    ocorre devido inibio de dois passos do sistema renina-angiotensina-aldosterona: inibe a secreo de renina pelos rins, e a secreo de aldosteronapelo crtex adrenal.

    Reabsoro de glucose e aminocidosElevadas quantidades de importantes molculas orgnicas, como

    glucose e aminocidos, so filtradas por dia, sendo posteriormentereabsorvidas ao nvel do tbulo contornado proximal.

    A glucose e os aminocidos so transportados para o sangue portransporte activo secundrio. Existem transportadores especializados quetransferem Na+ e molculas orgnicas, do lmen tubular para as clulas

    tubulares, sem qualquer gasto de energia.Aps serem transportados para as clulas tubulares, a glucose e os

    aminocidos difundem-se passivamente a favor de um gradiente deconcentrao, atravs da membrana basolateral at ao plasma.

    Mximo tubularCada transportador especfico para um determinado tipo de

    substncias. Existe uma quantidade limitada de reabsoro de cada substnciapois h um nmero limitado de cada transportador. A taxa mxima dereabsoro alcanada quando todos os transportadores especficos para umadeterminada substncia se encontram saturados. Este transporte mximo denominado por mximo tubular (Mt). Com excepo do Na+, todas assubstncias reabsorvidas activamente possuem um mximo tubular. Qualquerquantidade de substncia filtrada que exceda o mximo tubular, deixa de serreabsorvida e excretada atravs da urina.

    Reabsoro de glucoseA quantidade de cada substncia filtrada por minuto denominada por

    carga tubular e pode ser calculada por:Carga tubular de uma substncia = concentrao plasmtica x TFG

    O mximo tubular da glucose aproximadamente 375 mg/min. Assim,os transportadores de glucose so capazes de reabsorver activamente cerca

    de 375 mg de glucose por minuto. Com uma concentrao plasmtica deglucose normal de 100 mg/100 ml, os 125 mg de glucose filtrados por minutoso reabsorvidos pelos transportadores de glucose, pois a carga tubular muito inferior ao mximo tubular.

    Quando filtrada mais glucose do que pode ser reabsorvida, ou seja,quando o mximo tubular excedido, reabsorvida a quantidade mxima,enquanto o resto do filtrado excretado na urina.

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    A concentrao de plasma qual o mximo tubular de uma determinadasubstncia alcanado, comeando a aparecer essa substncia na urina,denomina-se por limiar de reabsoro.

    Quando os nveis de concentrao de glucose no plasma baixam paranveis anormais, os tbulos renais reabsorvem toda a glucose filtrada. Os rinsno tm qualquer influncia na concentrao de glucose no plasma quando os

    valores se encontram abaixo do normal, no conseguindo regular a quantidadede glucose no mesmo. Esta concentrao normalmente regulada pormecanismos endcrinos e pelo fgado.

    Reabsoro de fosfatoOs rins contribuem directamente na regulao de alguns electrlitos,

    como o fosfato e o clcio, pois o limiar de reabsoro destes ies inorgnicos igual s suas concentraes plasmticas normais.

    O excesso de fosfato ingerido durante as refeies de um indivduo, rapidamente excretado na urina, conseguindo assim os rins manter aconcentrao de fosfato no plasma.

    A reabsoro de fosfato est tambm sujeita a controlo hormonal,

    atravs da hormona paratiride que altera o limiar de reabsoro do mesmo.

    Reabsoro do io cloroAs cargas negativas dos ies de cloro so reabsorvidas passivamente

    atravs de um gradiente elctrico criado pela reabsoro activa das cargaspositivas do io sdio. Ao contrrio da maioria dos ies, o cloro reabsorvidopor entre as clulas tubulares, e no por dentro das mesmas.

    Reabsoro de guaOs espaos laterais so hipertnicos devido ao transporte activo de Na+

    das clulas tubulares para estes. Como resultado da aco da bomba de sdio-potssio, a concentrao de io sdio no fludo tubular e nas clulas tubularesdiminui, aumentando no espao lateral. Este gradiente osmtico induz adifuso da gua, atravs de aquaporinas, do lmen tubular para os espaoslaterais.

    A reabsoro da gua filtrada ocorre tambm pelo facto da pressoosmtica ser muito maior nos capilares do que em qualquer local dos tbulos,devido presena de protenas no filtradas, nestes. Assim, a pressoosmtica tende a puxar a gua dos espaos laterais para os capilares e apresso hidrosttica tende a empurrar a gua dos espaos laterais para osmesmos.

    Reabsoro de ureia

    Devido reabsoro de H2O no tbulo contornado proximal, os 125ml/min de filtrado ficam progressivamente reduzidos, ficando apenas 44 ml/minde fludo no fim do tbulo proximal. Substncias que tenham sido filtradas masque ainda no tenham sido reabsorvidas ficam cada vez mais concentradas nofluido tubular, devido reabsoro de gua. A ureia uma dessas substncias.

    Assim, um gradiente de concentrao criado e a ureia passa, pordifuso, do tbulo para os capilares. Devido ao facto das paredes dos capilaresperitubulares serem moderadamente permeveis ureia, apenas 50% da ureiafiltrada passivamente reabsorvida.

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    Reabsoro de desperdcios metablicosOutros produtos filtrados no necessrios ao corpo, tal como a creatinina

    e o fenol, encontram-se muito concentrados no fludo tubular devido

    reabsoro de gua. Estes produtos no so reabsorvidos pois a paredetubular impermevel a estes, permanecendo assim no tbulo sendoexcretados em elevada concentrao na urina.

    Secreo Tubular

    No tubo contornado distal e no tubo colector pode ocorrer a secreoactiva de certas substncias (ies K+, H+ e anies e caties orgnicos), a partirdo plasma sanguneo para o lmen tubular, para formao da urina.

    - secreo de H+: d-se ao nvel de todos os tubos constituintes donefrnio, permitindo a regulao do equilbrio cido-base do organismo.Alteraes na secreo deste io podem levar a situaes graves de acidoseou alacalose no organismo;

    - secreo de K+: d-se essencialmente ao nvel do tubo distal ecolector, de forma regulvel, estando esta secreo acoplada reabsoro deNa+ na bomba Na+/K+, dependente de energia, no lado basolateral das clulastubulares. Com o funcionamento da bomba passa a existir uma menor [K+] noFEC, que favorece a difuso deste io dos capilares peritubulares para o FEC.J no interior das clulas tubulares, o K+ transportado a partir de canais atao lmen.

    Torna-se assim vital uma regulao da taxa de secreo de K+, sendoesta feita essencialmente pela hormona aldosterona. Esta hormona estenvolvida tanto na regulao da secreo de K+ como tambm na regulao dereabsoro de Na+, uma vez que estes dois ies esto intimamente ligadospela bomba atravs da qual so transportados.

    Assim sendo, o aumento na [K+] plasmtico leva a uma estimulao docrtex renal, aumentando a produo de aldosterona, e consequentemente promovida a secreo, para eliminar excesso de K+. Nestas condies, ao

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    existir estmulo para secreo, automaticamente a reabsoro de sdiotambm fica estimulada.

    Um factor que pode inadvertidamente alterar a secreo deste io, oestado cido/base do organismo. Visto a bomba poder secretar K+ e H+, se estimulada a secreo de H+, a secreo de K+ reduzida; esta reduo podelevar a acumulaes inapropriadas de K+ nos fluidos corporais.

    Este io ganha ainda um papel fundamental na actividade elctrica dasmembranas. Alteraes na [K+] plasmtica no FEC, provocam alteraes nopotencial de repouso membranar, conduzindo anomalias nos ritmos cardacos,disfunes musculares e conduo dos impulsos nervoso alterada.

    - secreo de anies e caties orgnicos: esta secreo inclui umasrie de funes importantes secreo rpida de ies (mensageirosqumicos) da corrente sangunea, aps estes completarem a sua funo

    secreo de ies orgnicos que sotransportados associados a protenas, e que no conseguem ser filtrados a

    nvel glomerular eliminao de componentes estranhos ao

    organismo (fgado converte estas substncias em formas catinicas eaninicas, facilitando a secreo)

    O sistema de secreo de anies e caties orgnicos, ao contrrio dasecreo de K+, no est sujeito a ajustes fisiolgicos, pelo que a maioriadestas formas inicas acabam por fazer parte da urina.

    Formao e Excreo da Urina

    A excreo um processo fundamental de manuteno da homeostasia.Deste modo, a composio da urina pode variar de um momento para o outro,reflectindo as necessidades do organismo para excretar diferentes substncias.Existem ento vrios mecanismos hormonais, de autorregulao e estmulosnervosos, que visam colmatar todas essas necessidades orgnicas epossibilitam que, de 180 litros filtrados diariamente apenas 1,5 litros sejamexcretados sob a forma de urina.

    Clearance do Plasma ou Depurao plasmtica um conceito queexpressa a capacidade dos rins para remover vrias substncias do plasma,por minuto. Para qualquer substncia pode-se calcular a depurao plasmticaatravs da frmula:

    [ ][ ] plasmanoSubstncia

    urinanaSubstncia(ml/min)urinadeVolumePlasmadoClearance =

    O Clearance do plasma no se refere quantidade de substnciaremovida, mas sim ao volume de plasma do qual essa quantidade foi removida- se o plasma que passa pelos rins contm 0,1g de uma substncia em cada

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    100ml, e 0,1g dessa substncia passam para a urina a cada minuto, entoforam depurados 100ml do plasma dessa substncia em um minuto.

    ento possvel determinar o Clearance de diversas substncias pelasimples anlise simultnea das suas concentraes no plasma e na urina.

    No caso de uma substncia ser filtrada, mas no reabsorvida ousecretada, o Clearance do plasma ser igual Taxa de Filtrao Glomerular

    (TFG). Um caso conhecido o do polissacrido Inulina. Deste modo, todo ofiltrado glomerular que se forma depurado de inulina, sendo igual quantidade do plasma depurado ao mesmo tempo.

    O cido para-amino-hiprico (PAH) uma substncia que ao serfiltrada e secretada, possibilita que o seu valor de Clearance permita estimar ofluxo plasmtico atravs dos rins. Juntamente com a TFG da inulina, o valor doClearance do PAH pode ser usado para estimar a Fraco de Filtrao fraco de plasma filtrado atravs da membrana glomerular. Dividindo125ml/min (TFG inulina) por 625ml/min (Clearance plasmtica PAH), obtm-seum resultado igual a 0,2 20% do plasma filtrado.

    A manuteno e produo de uma grande concentrao de solutos namedula renal depende:

    - dos vasa recta- da Ansa de Henle- da distribuio da ureia

    Vasa Recta

    Os vasa recta apresentam-se como ansas que se dispem atravs dazona medular e que depois regressam ao crtex renal. Tm como funo aremoo do excesso de H2O e de solutos da medula.

    Apresentam um mecanismo de Contra-Corrente, pelo que, o fluxo de

    sangue em contra-corrente ajuda a explicar as elevadas concentraes decloreto de sdio na medula. medida que o sangue desce pelos ramosdescendentes dos vasa recta, o NaCl difundido do lquido intersticial para osangue, o que provoca um aumento da osmolaridade medular. Por outro lado,quando o sangue se desloca pelos ramos ascendentes dos vasa recta, agrande difusibilidade do cloreto de sdio atravs da membrana capilar permiteque o NaCl seja mais uma vez libertado no lquido intersticial.

    Desta forma, os vasa rectairrigam a medula sem comprometer a grandeconcentrao em solutos do fluido intersticial.

    O fluido intersticial

    mantm uma concentraouniforme em todo o organismomuito prxima de 300 mOsm/L.

    Para que seja possvelproduzir urina com diferentesconcentraes, que podemvariar entre 100 a 1200 mOsm/L,existe um Gradiente OsmticoVertical, que mantido no fluidointersticial da medula de cada

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    Ansa de Henle

    Tal como os vasa recta, possui um mecanismo de contra-corrente quevai igualmente permitir a manuteno do gradiente osmtico vertical.

    Sendo assim, a ansa descendente de Henle altamente permevel H2O, que vai ser removida para o ramo ascendente dos vasa recta. Alm disso,

    esta ansa tambm altamente permevel ao NaCl. Por outro lado, a ansaascendente possui um mecanismo de transporte activo bastante eficaz pararemover o NaCl para o fludo intersticial. Assim, cada vez que o NaCl sai doramo ascendente difunde-se para o ramo descendente, o que aumentaosmolaridade do fluido tubular em direco ponta da ansa. Ao mesmo tempo,uma grande quantidade de NaCl entra no sistema tubular pelo filtradoglomerular, e tambm transportado para fora do ramo ascendente. Por estasrazes, diz-se que a ansa de Henle possui um sistema de multiplicao decontra-corrente.

    in GUYTON, A. Tratado de Fisiologia Mdica

    Distribuio da UreiaA distribuio da ureia vai tambm permitir manter uma elevada

    osmolaridade na medula renal. Como tal, esta, difunde-se do lquido intersticialpara o ramo descendente da ansa de Henle. Por outro lado, difunde-se do tubocolector (permevel ureia) para o lquido intersticial.

    Relativamente reabsorode H2O sabe-se que, 65% reabsorvida no Tublo proximal,15% na Ansa de Henle(descendente) e 20% mantida nofiltrado. Isto significa que dos180L/dia filtrados, cerca de 36L/diatm de ser reabsorvidos. Para tal

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    ocorrer, o tublo contornado distal e tubo colector tm de se tornar permeveisa H2O. Essa situao s possvel na presena da Hormona Antidiurtica -Vasopressina (ADH).

    Esta hormona, secretada pela neuro-hipfise, liga-se a receptores namembrana basolateral das clulas tubulares (tubo colector e tublo contornadodistal) e activa o cAMP. Este mensageiro secundrio vai aumentar a

    permeabilidade a H2O, da membrana luminal oposta, aumentado o nmero decanais de gua na membrana.Consoante a aco da ADH, a osmolaridade do sangue pode ou no

    aumentar. Contudo, a aco desta, no pode impedir a 100% a excreo daurina, pois um volume minmo de urina tem de ser obrigatoriamente excretado(0,5L/dia).

    Reabsoro e Secreo de SolutosNos segmentos tubulares permeveis a H2O, a reabsoro de solutos

    sempre acompanhada pela reabsoro da mesma. Sendo assim, o volumetotal de gua reabsorvida determinado em grande parte pela massa total de

    solutos reabsorvida. J no tublo contornado distal e no tubo colector, areabsoro de Na+ e de H2O no est directamente relacionada, pois estessegmentos s so permeveis na presena de ADH.

    A excreo de solutos tem de ser sempre acompanhada por um volumeminmo de H2O, mesmo quando o indivduo se encontra desidratado. Quandosolutos em excesso permanecem no fluido tubular, exercido um efeitoosmtico para manter gua em excesso no lmen. Definem-se assim doisconceitos distintos associados a diurese (excreo urinria):

    Osmotic Diuresis excreo de elevada concentrao de solutos levaque tambm seja excretada H2O

    Water Diuresis- ocorre quando um indivduo ingere grande quantidadede gua.

    Quando o ganho ou a perda de H2O, no acompanhada doaumento/diminuio da concentrao de solutos, diz-se que libertada H2Olivre. Um caso particular desta situao a ingesto de lcool. Este, inibe asecreo de ADH, pelo que a gua no vai ser reabsorvida.

    A urina segue um trajecto que se inicia no rim (bacinete), segue para oureter, depois para a bexiga e por fim para a uretra. Este fluxo causado pelaaco da fora gravtica e por contraces peristlticas nas clulas do msculoliso das paredes do ureter.

    O Reflexo de Mico refere-se ao processo que leva eliminao daurina. Assim, receptores de volume na bexiga (quando o volume desta

    aumenta) promovem o envio de potenciais de aco, por neurnios aferentesat espinal medula, que por sua vez, enviam potenciais de aco eferentesque so conduzidos bexiga atravs das fibras parassimpticas dos nervosplvicos. Os potenciais de aco parassimpticos vo provocar a contracoda bexiga e o consequente relaxamento do esfncter interno. O processo demico tambm controlado voluntariamente, possibilitando a abertura doesfncter externo e posterior sada da urina.

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    Algumas doenas do Sistema Urinrio

    Protenuria - AlbuminriaPresena de protenas no sangue. O caso mais frequente o da albumina.Este fenmeno indica que h uma permeabilidade excessiva nos glomrulos.Quando os valores de concentrao de protena na urina so acima do normalmas abaixo de determinadas concentraes considera-se a doena comomicroprotenuria.

    HematriaNo propriamente uma doena mas sim uma manifestao que poder tervrias origens. Caracteriza-se pela cor avermelhada da urina, sendo na maiorparte dos casos devida presena de sangue.

    CistitesInfeces na bexiga que provocam dificuldade na mico e ao mesmo tempouma maior necessidade de urinar. Em casos muito graves esta doena podeoriginar lceras na bexiga.

    Hiperplasia Prosttica Benigna (HPB)Doena que se caracteriza pelo aumento da prstata levando ao bloqueio dauretra. Este bloqueio pode ser parcial ou em casos mais graves, total. Estebloqueio torna difcil a mico podendo levar a problemas de infeco dauretra.

    Litase ou clculo urinrioProblema renal que provoca a acumulao de resduos formando pequenaspedras. Estas pedras podem tomar propores tais que tm que ser

    removidas cirurgicamente. Normalmente estas pedras so expelidas podendoprovocar clicas muito dolorosas ao passarem pelos ureteres.

    Infeces do tracto urinrioEste tipo de infeces provocado por bactrias que muitas vezes habitam nointestino onde no provocam qualquer problema. Contudo quando estas sotransportadas para bexiga ou mesmo os rins, podem causar problemas graves.Dado o sexo feminino possuir uma uretra de menor comprimento, est maisvulnervel a este tipo de infeces. Alm das bactrias intestinais podem surgiroutros tipos de infeces provocadas por vrus ou outros agentes que debilitemo sistema imunitrio de tal forma que os produtos txicos resultantes sejamnocivos aos rins.

    EnureseProblema que afecta as crianas por volta dos cinco anos. Caracteriza-se porperda de urina quer diurna como nocturna. considerada um sintoma e nouma doena. Este problema pode estar associado a um subdesenvolvimentodo diafragma plvico levando perda incontrolada de urina.

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    Insuficincia Renal Aguda causada por uma agresso repentina ao rim, por falta de sangue ou pressopara formar urina ou obstruo aguda da via urinria. Pode estar associado aproblemas circulatrios ou problemas no controlo da presso glomerular. Aprincipal caracterstica a total ou parcial ausncia de urina.

    Insuficincia Renal CrnicaEstado em que o rim perdeu todas as suas capacidades funcionais. Pode terinmeras causas, desde infeces a acidentes vasculares. Nesta situaopodem ocorrer problemas como anemia, hipertenso arterial, acumulao deureia Normalmente os doentes nesta situao necessitam recorrer hemodilise para sobreviver.

    Nefropatias Txicas e no txicasSo causadas por txicos, agentes fsicos, qumicos e drogas. Podem originaroutros problemas e em situaes de sobre-dosagem podem causarinsuficincia renal e certos tipos de cancro. Alguns sintomas de situaes comoesta so aumentos de concentraes de sais na urina e de outras substncias

    que no deveriam ser excretadas em to elevada concentrao.

    Doenas congnitas e hereditriasAlm das doenas anteriormente referidas, consideram-se tambm mutaes emalformaes quer por problemas durante a gestao ou por erros genticos.Exemplos destas doenas so:

    Hidronefrose

    Doena em que o volume da plvis renalaumenta para conseguir albergar uma maiorquantidade de lquido. Pode ser provocadapor uma malformao do urter ou porinfeces que levam a que a capacidade detransporte do urter seja diminuda.

    Ureterohidronefrose

    Tem o mesmo tipo de comportamento que adoena anterior, contudo nesta o aumentode volume ocorre nos ureteres e no no rim.

    Estenose

    Esta doena caracteriza-se como um estreitamento de um canal, podendoatingir qualquer estrutura tubular no nosso organismo. No caso do sistemaurinrio, esta doena pode atingir os ureteres ou a uretra. O efeito provocadopor esta doena semelhante HPB e pode levar ao aparecimento deHidronefrose e Ureterohidronefrose.

    http://www.uro.com.br/hidronef.gif

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    Artresia

    Tal como a estenose esta doena tambm caracterizada por umestreitamento de um canal, contudo nesta doena o estreitamento provocadopor uma malformao.

    Cancro

    O cancro hoje em dia uma das doenas mais temidas e cada vez maismencionada. O sistema urinrio tambm alvo deste problema. O cancro podeocorrer em qualquer corpo celular. No caso do sistema urinrio os rgos maisatingidos so os rins e a bexiga. No sexo masculino o cancro da prstata tambm um dos cancros com maior taxa de incidncia e que tm umainterferncia directa com o sistema urinrio podendo provocar HPB.O cancro da bexiga talvez o de mais fcil abordagem, podendo o rgo ficarfuncional mesmo aps cirurgia. No caso dos rins o problema maiscomplicado, sendo muitas vezes necessrio recorrer a transplantes ou ahemodilise. Dado ser o rim o rgo responsvel pela excreo desubstncias, a quimioterapia muitas vezes posta de parte ou ento conciliadacom hemodilise para que possam ser eliminados os txicos resultantes destetipo de tratamento. Assim o tratamento de cancros nos rins muito delicado ecomplicado.

    Alm destas doenas existem ainda outros problemas associados a perdas desais tais como Sdio, Potssio, Clcio, Magnsio, entre outros. A este tipo dedoenas no se atribuiu nenhum nome especfico sendo includas no grupo dasnefropatias, dado estar subjacente um dfice no rendimento ou capacidade dosnefrnios.

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    Tratamentos

    Infelizmente a variedade de tratamentos para problemas renais muitoreduzida. Na maior parte das vezes a medicao no pode ser utilizada, tendosempre que recorrer a hemodilise. Quando os problemas renais no afectamo seu desempenho, como no caso da albuminria ou em situaes em queapenas um dos rins est afectado, pode no ser necessrio recorrer ahemodilise. Quando um dos rins ainda mantm um desempenho aceitvel muitas vezes utilizada a cirurgia para remover o rim no funcional, podendoassim o doente ter uma vida normal.

    MedicaoA medicao para problemas renais muitas vezes um pau de dois gumesquerendo dizer com isto que, apesar do tratamento a que se destina, algunsprodutos resultantes do metabolismo do medicamento so txicos enecessitam de alguma capacidade excretora. Se o rim no possuirfuncionalidade suficiente para a excreo destes metabolitos o doente pode vira sofrer de outras complicaes.

    TransplanteO transplante muitas vezes um ltimo recurso para doentes que tm ambosos rins afectados ou em que a capacidade de um no suficiente paraassegurar uma correcta excreo. Contudo, tal como todos os transplantes, osdoentes necessitam muitas vezes de esperar muito tempo por um doadorcompatvel. Alm da espera h ainda o factor de risco associado operao.

    HemodiliseQuando nenhum dos anteriores pode ser utilizado ou no se encontradisponvel, recorre-se a este tratamento. A hemodilise simula um rim

    realizando uma filtragem artificial. O doente ligado a uma mquina onde oseu sangue vai circular e vai ser filtrado. A mquina usa um sistema demembranas artificiais atravs do qual retm a maior parte dos resduosprejudiciais ao organismo funcionando como os nefrnios.Dada a constante produo de substncias txicas pelo organismo, o doentetem que ser ligado mquina pelo menos uma vez de dois em dois dias,dependendo do grau de insuficincia renal.

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    Referncias

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