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maio 2015 | aNo 28 | Nº 311 | R$ 12,90
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prensa.com.br
BRaSiL aTRÁS NoS RaNKiNGS DE LIBERDADE DE IMPRENSA
PROFISSIONAIS DE RENOME À DiSPoSiÇÃo Do mERCaDo E imiNÊNCia DE NoVaS DEmiSSÕES GERam iNCERTEZa E iNSTaBiLiDaDE
JoRNaLiSmo E ComuNiCaÇÃo
PERFIL: o mERGuLHo Na REPoRTaGEm DE RoBERTo CaBRiNi
moTiVaDa PELo mau momENTo ECoNÔmiCo E PELa CRiSE Na iNDÚSTRia, CORTES NAS REDAÇÕES CoLoCam CaRREiRa Em XEQuE
ENTREvISTA: maTÍaS moLiNa
PENSa oS JoRNaiS
POLíTICA: ComuNiCaÇÃo
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CONTRA A PAREDEPressionada Pela má-fase da economia e tentando driblar
a queda nos investimentos Publicitários, mídia brasileira
Passa Por Período de demissões em série e muitas dúvidas
Por tHaís naldoni*Gerente de conteúdo
Não é de hoje que o debate sobre o futuro do jornalismo está em pauta. O último acontecimento que acendeu o radar de empre-sários de comunicação e de jor-
nalistas foi a popularização das redes sociais e seu uso como plataforma de comunicação, a des-peito da mediação dos veículos tradicionais entre informação e sociedade.
A primeira mídia a ter sua relevância questio-nada foi o impresso. Afinal, a preferência do furo passou a ser dada aos veículos on-line, que chegariam primeiro a um número mais expres-sivo de pessoas. No entanto, o mercado de jor-nalismo não passa apenas por uma crise de meios e começa a dar claros sinais de que a pró-pria profissão está pressionada, posta entre a cruz e a espada, entre a sobrevivência e a manu-tenção de qualidade, entre o desenvolvimento profissional e o custo embutido da experiência, desvalorizando a carreira.
“O que a gente está vivendo não é só crise de veículos, mas de um modelo de negócios. As grandes empresas tiveram seu apogeu no século 20 e depois do boom da internet o modelo de negócio do impresso mudou. Tanto que hoje estamos discutindo a terceirização de trabalho. O modelo que a gente tinha de empresa, de relacio-
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namento trabalhista precisa ser revisto, não só acomodado. Senão teremos demissões cíclicas que não resolvem o problema do jornalista nem dos veículos, além de nos dar essa eterna sensa-ção de crise”, analisa Jorge Tarquini, coordenador da pós-graduação em Jornalismo Digital da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
De janeiro a abril deste ano, o mercado de comunicação tem sofrido golpes seguidos. E se engana quem atribui todo esse movimento aos veículos impressos. Embora eles encabecem os cortes em números, houve demissões relevantes em emissoras de TV, rádio e editoras (leia boxe).
O jornal O Globo foi um dos que rearranjou seu quadro de funcionários, contabilizando 160 demissões, entre elas, trinta jornalistas. “Pelo quadro que se desenhava, fizemos desligamen-tos no começo do ano. Aproveitamos a necessi-dade de enxugar a redação para mudar o perfil. Não foi só trocar salário alto por baixo. Criamos um departamento de vídeo que não existia. Dentro da editoria de arte, criamos o núcleo de jornalismo de dados”, explica Ascânio Seleme, diretor de redação do jornal.
De acordo com ele, o processo foi reflexo de uma junção de fatores externos, que estreme-ceram as bases da indústria. “É a junção da crise econômica que o país atravessa, com a crise
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Nos cortes que atingem veículos de comu-nicação de todas as mídias brasileiras, que
buscam, sobretudo, equilíbrio financeiro, pro-fissionais referência em suas áreas ficam à dis-posição do mercado e ilustram claramente os mares revoltos pelos quais a imprensa nacio-nal e a própria profissão vêm navegando.
AnchietA FilhoIniciou a carreira como locutor em João Pessoa (PB) ainda quando estudava jornalismo na rádio Arapuã. Passou pelas emissoras Taba- jara e TV O Norte. Irmão mais novo de José Nêumanne Pinto, mudou-se para São Paulo em 1988 e passou a atuar na rádio Jovem Pan, onde ficou durante 25 anos. Era chefe de reportagem do "Jornal da Manhã".
AngelinA nunesCom mais de trinta anos de jornalismo, An- gelina Nunes se dedicou ao jornal O Globo de 1991 a janeiro de 2015. No veículo, foi editora-assistente da editoria “Rio” e coorde-nadora do grupo de administração pública do veículo. É pós-graduada na Escola de Políticas Públicas e Governo (EPPG/Iuperj) e ostenta no currículo os principais prêmios, como Esso, Rey da España, Every Human Has Rights Media Awards, Vladmir Herzog, entre outros.
Apu gomesO repórter fotográfico estava no jornal Folha de S.Paulo desde 2006. Reconhecido por fotografar cenas do cotidiano da metrópole, iniciou como freelancer em uma agência de fotojornalismo e, posteriormente, começou no Diário de S.Paulo.
Apu estreou na Folha como repórter noturno, cobrindo assuntos considerados mais “densos”.
Artur XeXéoÀs vésperas de completar 40 anos de jorna-lismo, em 2016, Artur Xexéu é um dos mais respeitados jornalistas de cultura do País. Desde 2000, publicava seus textos no jornal O Globo, mas entrou na lista de cortes do veículo em janeiro deste ano. No currículo o profissional tem passagens por grandes reda-ções, como Jornal do Brasil e Veja Rio, coor-denando a cobertura de eventos de renome, como o Rock in Rio e Eco-92.
Bruno pAes mAnsoEspecializado na cobertura de segurança pú- blica e direitos humanos, Bruno Paes Manso manteve por 10 meses o blog SP no Divã no site do jornal O Estado de S. Paulo. Com mais de vinte anos de profissão, o jornalista é pes-quisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, onde concluiu doutorado em Ciência Política em 2012, e cola-borador do coletivo Ponte Jornalismo.
cArolinA ercolinJornalista com treze anos de mercado, Carolina Ercolin é pós-graduada em Português, Letras e Literatura pela Universidade Metodista de São Paulo. Na rádio Bandeirantes era apresentado-ra do programa “Antenados”, além de atuar como repórter aéreo da emissora até abril deste ano. Com passagens por grandes portais de notícia, como o Terra, a jornalista também foi correspondente internacional freelancer na Europa e nos Estados Unidos.
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Cláudio CarsughiCom 58 anos de rádio Jovem Pan, o jornalista e comentarista esportivo Cláudio Carsughi (83) encerrou suas atividades na emissora em abril deste ano, quando foi demitido. Famoso por sua cobertura de automobilismo e futebol, o ítalo-brasileiro foi corresponden-te do Corriere dello Sport na Copa do Mundo de 1950 e desde então atuou em todos os campeonatos posteriores. Na TV, teve pas-sagens por SporTV e ESPN, já no impresso, passou pela revista Quatro Rodas, Jornal da Tarde, entre outros.
Jotabê MedeirosConsiderado um dos principais críticos de cul-tura da atualidade, Jotabê Medeiros acumula mais de 25 anos de jornalismo e assinava crí-ticas e reportagens no Caderno 2 de O Estado de São Paulo. Foi também subeditor da revista Veja São Paulo, editor-assistente e repórter da Folha de S.Paulo e editor-executivo da rede de televisão CNT/Gazeta.
Keila JiMenezA jornalista é especializada na cobertura de televisão. Começou na área de variedades e cultura da extinta revista Manchete. Traba- lhou também no jornal Notícias Populares. Na cobertura da editoria de TV, a colunista atuou por dez anos no jornal O Estado de S. Paulo e depois seguiu para a coluna Outro Canal, na "Ilustrada", da Folha de S.Paulo, onde estava há quase cinco anos.
lourival sant'annaReferência na cobertura em áreas de confli-to, como Colômbia, Palestina, Afeganistão, Kosovo, entre outras, Lourival Sant’Anna
ocupou o cargo de repórter especial até abril de 2015 no jornal O Estado de S.Paulo. O jornalista estava no veículo desde 1990. Com passagens também pela rede britânica BBC e Agência Folha, o jornalista tem no currículo a visita a mais de quarenta países, com reportagens das mais diversas, desde política, a economia e questões sociais, como a reforma agrária.
roldão arrudaEspecializado na cobertura de temas rela-cionados a direitos humanos e questões de movimentos sociais, Roldão Arruda atuava como repórter da editoria de política do Estadão. Já trabalhou nos jornais Movimento, Folha de S.Paulo e na revista Veja. É autor do livro “Dias de Ira”.
roberto MullerCom quarenta anos de carreira, estava há 20 anos da rádio Jovem Pan, como locutor do "Jornal da Manhã". Ficou famoso entre os ouvintes pelo bordão “Repita”, após infor-mar a hora todas às manhãs. Teve passa-gens por emissoras como Gazeta, América, Trianon e Scalla. Sempre apresentando o noticiário das manhãs, considerados como o horário nobre do rádio.
Wilson baldiniDurante 23 anos atuou como repórter do caderno de "Esportes" de O Estado de S. Pau- lo, onde cobriu os principais eventos mun-diais. Apaixonado por boxe, durante seis anos dedicou-se a falar da modalidade no imprenso e no blog, tornando-se referência no tema. É autor do livro "Mike Tyson – uma Trajetória de Nocautes".
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