Eduardo Ferraz

Autor do livro “Seja a pessoa certa

no lugar certo”

STAKEHOLDERSO que o faz ser diferente da maioria? Quais são suas características mais marcantes? Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo”, defende que conhecer melhor a si mesmo é fator essencial para decidir o que fazer na carreira e aonde queremos chegar. Para o escritor, o autoconhecimento auxilia no necessário desafio de aprimorar os nossos pontos fortes e administrar os pontos fracos.

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Atenciosamente,Paulo Eduardo Pinto

DIRETOR CORPORATIVO

As tarefas do âmbito profissional ocupam uma parcela importan-te do nosso dia a dia. Nada mais natural, portanto, que a satisfação com o trabalho seja compreendida como item essencial para a feli-cidade plena. Na entrevista a seguir, Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo”, refuta a existência do “emprego dos sonhos”, mas garante que aproveitar melhor a carreira é algo que está ao alcance de todos. Tenha uma ótima leitura!

DEPOIMENTOS

“A comunicação tem de ser muito cuidadosa. Transparência e comunicação estão diretamente ligadas. Temos de ser proativos

na comunicação, tanto com as boas notícias quanto com as não tão boas ou aquelas difíceis.”

Constantino Júnior - Presidente da GOL Linhas Aéreas - STAKEHOLDERS – Agosto 2011

“Se você for negociar com um árabe, ele pode ser um xiita ou um sunita, e aquilo que agrada a um deles pode ser profundamente ofensivo para o outro. Vale a

expressão: o que é remédio para um homem pode ser veneno para o outro. [...] Assim, o importante é saber concretamente com quem se está negociando.”

José Augusto Wanderley – autor do livro “Negociação Total” STAKEHOLDERS – Dezembro 2013

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PUBLICAÇÃO TRANSAEX • TSX NEWSFEVEREiRO/2014| Venda Proibida

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• O senhor defende que uma das principais causas da frustração com a carreira é a falta de autoconhe-cimento dos próprios profissionais. Afinal, por que o autoconhecimento é tão importante?

O autoconhecimento limitado induz a falsas expectativas, decisões equi-vocadas e, consequentemente, a re-sultados ruins. Quem se conhece bem procura trabalhar em áreas em que possa aproveitar ao máximo suas ca-racterísticas mais marcantes.

• A sua carreira é marcada por uma grande mudança – de engenheiro agrônomo para consultor de carrei-ras. Foi algo natural?

Percebi muito cedo na carreira que eu era melhor aconselhando as pessoas quanto às suas profissões e empregos do que como engenheiro. Aos poucos fui migrando de carreira até trabalhar 100% do tempo na área de gestão de pessoas.

• Como fazer a boa gestão de nossos pontos fortes e fracos?

Os pontos fortes são características de personalidade que diferenciam cada profissional. São aptidões que permitem a realização de tarefas com ótimos de-sempenhos, naturalmente. Os pontos fracos, ao contrário, são aquelas tare-fas ou atividades nas quais você obtém resultados ruins mesmo que faça muito esforço para executá-las corretamente. Qualquer um de nós tem pouquíssimos pontos fortes e um número enorme de pontos fracos, ou seja, áreas com as quais não temos a mínima afinidade. E os pontos limitantes, por fim, são pontos fracos que estão prejudicando muito a carreira e que, por isso, deveriam ser neu-tralizados ou atenuados para que seus pontos fortes possam aparecer com mais intensidade. O ideal seria investir 80% do tempo para aprimorar os pontos fortes e 20% ajustando os limitantes.

• Que dicas o senhor daria para al-guém que pensa em também mudar

os rumos da carreira?

1) Conheça sua personalidade – É funda-mental estudar sua personalidade a fun-do, pois o autoconhecimento lhe dará o poder de decidir o que fazer de sua vida;

2) Aproveite seu perfil – Como você costuma ser? Mandão ou obediente? Calmo ou agitado? Rígido ou flexí-vel? Para se posicionar no lugar mais adequado é fundamental que você conheça seu perfil comportamental e utilize suas características mais mar-cantes pelo maior tempo possível;

3) Satisfaça suas motivações – Para ser produtivo, é fundamental que você saiba os fatores que o motivam mais intensamente. Dinheiro, segurança, fama ou autonomia não funcionam

Eduardo Ferraz

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“Um dos motivos da alta rotatividade é a contratação malfeita. As pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas pelas atitudes. Um bom currículo, às vezes, mascara sérios problemas [...] Portanto, sugiro

que o entrevistador analise também o passado do candidato.”

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igualmente para todos;

4) Use seus talentos – Será essencial que você descubra as atividades em que se destaca naturalmente. Quanto mais você conseguir usar seus talentos e habi-lidades, mais fáceis as coisas serão;

5) Reduza seus pontos fracos – Pontos fracos só são limitantes se estiverem pre-judicando seu desempenho. É essencial identificá-los e ajustá-los para que você não fique estacionado. Fique atento para que diminuam a cada dia;

6) invista no que vale a pena – Enten-der o que é possível mudar em seu comportamento e o que deveria ser aceito será fundamental, pois você poderá usar sua energia para obter o melhor de si, sem desperdiçá-la com o que não vale a pena.

• O seu mais recente livro fala sobre ser a pessoa certa no lugar certo. O senhor sente que ser a pessoa errada no lugar errado é algo comum nas empresas brasileiras? Se a falta de autoconhe-cimento é um dos principais erros dos profissionais, quais são os equívocos mais recorrentes das empresas?

É muito comum a pessoa se sentir no lu-gar errado. O maior equívoco é não ana-lisar a fundo a personalidade das pesso-as que trabalham na própria empresa. O gestor que se conhece pouco tenderá a contratar e gerenciar mal seus subordina-dos e o ciclo vicioso se repete.

• Alta rotatividade numa empresa significa erro constante na hora da contratação? Durante a seleção, é possível avaliar com eficiência um profissional pelas suas atitudes e não apenas pelo currículo?

Um dos motivos da alta rotatividade é a contratação malfeita. As pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas pelas atitudes. Um bom currículo, às vezes, mascara sérios problemas: a pessoa tem

talento para a função, boa formação téc-nica, mas... Tem dificuldade em cumprir horários, ou trabalha mal em grupo, ou é procrastinadora, ou é desagregadora e já foi demitida algumas vezes por causa dessas más atitudes. Sugiro aos entrevis-tadores que analisem também o pas-sado do candidato. Todo mundo, sem exceção, deixa um rastro durante a vida e esse histórico mostra uma clara tendên-cia futura. A personalidade de um adulto é relativamente estável e uma entrevista cuidadosa mostrará importantes aspectos do estilo de ser de qualquer indivíduo.

• Há quem pense que ser bem-sucedido profissionalmente significa ocupar car-gos de chefia. Isso é verdade? E para quem não possui perfil de liderança?

Poucas pessoas realmente se sentem bem comandando. Quem não tem perfil para liderar deveria se especia-lizar em áreas que possuam afinidade e se destacar por suas habilidades téc-nicas e não por ser chefe.

• A propósito, emprego dos sonhos existe ou é ilusão?

É ilusão. Por melhor que seja o empre-go, cerca de 30% do tempo será gas-to com tarefas burocráticas, repetitivas ou chatas. No emprego ruim, gasta-se 80% do tempo com atividades que desmotivam a pessoa.

• No livro “Seja a pessoa certa no lu-gar certo”, o senhor apresenta dez atitudes positivas de grande relevân-cia no sucesso profissional. Comente um pouco sobre elas.

As atitudes são as seguintes:

1) Disposição: Pessoas dispostas têm uma enorme capacidade de trabalho, não desanimam facilmente e servem de exemplo para quem as rodeia;

2) Pontualidade: É sinal de respeito e comprometimento com os demais. Não

significa apenas chegar no horário, mas cumprir prazos e também dar retorno aos e-mails, telefonemas ou quaisquer solicitações o mais rapidamente;

3) “Estudabilidade”: inventei esta palavra para resumir a determinação em apren-der, estudar, pesquisar, procurar alternati-vas e soluções para problemas e desafios;

4) Proatividade: A pessoa proativa está sempre se antecipando aos aconteci-mentos, fazendo planos de como agir no futuro baseando-se em uma análise racional do presente. Pessoas assim resol-vem os desafios antes de se transforma-rem em problemas;

5) Resiliência: É a habilidade de su-perar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas sem entrar em desespero. Profissionais resilientes con-seguem, muitas vezes, transformar so-frimento em aprendizado;

6) Profissionalismo: É a determinação de cumprir o trabalho de maneira correta e bem planejada;

7) Coragem: É a capacidade de enfren-tar desafios com confiança e destemor ou de se expor em situações de crise ou dificuldade com confiança e firmeza, mesmo correndo riscos que a maioria não aceitaria;

8) Temperança: É uma qualidade de quem modera o que faz, não age ape-nas pelas suas vontades e que sabe to-mar decisões equilibradas. Significa ter a capacidade de medir muito bem as consequências de seus atos;

9) Altruísmo: É a atitude de abdicar de in-teresses pessoais em benefício de outra pessoa ou do interesse coletivo. Pessoas altruístas conquistam a admiração e o res-peito por seus atos, não por suas palavras;

10) Empatia: É a habilidade de se colocar no lugar das pessoas, para compreender de que modo elas tomam suas decisões, não necessariamente para ajudá-las, mas para negociar melhor, por exemplo.

Stakeholders

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