TCC Posoqueria latifolia

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    1/49

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CINCIAS FSICAS E MATEMATICASDEPARTAMENTO DE QUMICA

    ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoquer ialatiflia

    Projeto de Estgio Supervisionado II (QMC 5512)

    apresentado ao Departamento de Qumica da

    Universidade Federal de Santa Catarina.

    MARCOS PEREIRA

    PROF. DR. INS MARIA COSTA BRIGHENTE

    FlorianpolisJunho/2015

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    2/49

    1

    Marcos Pereira

    ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoqu eria lati fo l ia

    Projeto de Estgio Supervisionado II (QMC 5512)

    apresentado ao Departamento de Qumica da

    Universidade Federal de Santa Catarina.

    FlorianpolisJunho/2015

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    3/49

    2

    Marcos Pereira

    ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoq ueria lat i flia

    ____________________________________

    Prof. Dr. Ins Maria Costa Brighente

    Banca Examinadora:

    ____________________________________

    Dra. Lizandra Bretanha

    ____________________________________

    Dra. Dalila Venzke

    Florianpolis

    Junho/2015

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    4/49

    3

    SUMRIO

    1. INTRODUO...................................................................................... 1

    2. REVISO DA LITERATURA................................................................ 3

    2.1.Famlia Rubiaceae............................................................................ 3

    2.2. Gnero Posoquer ia.......................................................................... 5

    2.3. Posoq ueria lat i fol ia.......................................................................... 5

    3. OBJETIVOS.......................................................................................... 9

    3.1. Objetivo Geral................................................................................... 9

    3.2. Objetivos Especficos...................................................................... 9

    4. MATERIAIS E MTODOS.................................................................... 10

    4.1. Reagentes e Equipamentos............................................................. 10

    4.2. Material Vegetal................................................................................ 10

    4.3. Fracionamento do Extrato Bruto.................................................... 11

    4.4. Fracionamento cromatogrfico da amostra vegetal..................... 12

    4.5. Testes biolgicos............................................................................. 13

    4.5.1. Determinao do potencial redutor......................................... 13

    4.5.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre

    DPPH......................................................................................................... 14

    4.5.3. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase.................... 14

    5. RESULTADOS E DISCUSSO............................................................ 16

    5.1. Anlise da atividade biolgica........................................................ 165.1.1. Atividade antioxidante.............................................................. 16

    5.1.1.1. Determinao do potencial redutor.................................. 17

    5.1.1.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre

    DPPH......................................................................................................... 18

    5.1.2. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase.................... 18

    5.2. Fracionamento cromatogrfico da frao insolvel de

    Posoq ueria lati fol ia.................................................................................. 20

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    5/49

    4

    5.3. Elucidao estrutural dos compostos............................................ 21

    5.3.1. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-33...................... 22

    5.3.2. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-65...................... 26

    6. CONCLUSES..................................................................................... 35

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................... 36

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    6/49

    5

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Alcaloides de espcies de Rubiaceae........................................ 4

    Figura 2 - Posoqueria latifoliarvore e partes da planta......................... 6

    Figura 3 - Estruturas dos iridoides encontrados em P. latiflia................... 7

    Figura 4 - Fluxograma de particionamento lquido-lquido do EB das

    folhas de P. latifolia..................................................................................... 11

    Figura 5 - Marcha analtica......................................................................... 12

    Figura 6 - Estruturas do radical 1,1-difenil-2-picril-hidrazil.......................... 18

    Figura 7 - Espectro de RMN de 1H da FIn em CD3OD (200 MHz) ................ 21

    Figura 8 - Estrutura do composto sitosterol........................................... 22

    Figura 9 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3

    (200 MHz) .................................................................................................. 23

    Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3 (200 MHz) ...................................................................... 24

    Figura 11 - Espectro infravermelho do composto Pla-INS-65.................... 26

    Figura 12 - Estrutura do composto cido urslico...................................... 27

    Figura 13 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 empiridina-D5 (200MHz) ................................................................................. 28

    Figura 14 - Regies ampliadas do espectro de RMN de 1H do composto

    Pla-INS-65 em piridina-D5 (200MHz) ........................................................ 29

    Figura 15 - Espectro de RMN 13C do composto Pla-INS-65 em piridina-

    D5................................................................................................................ 31

    Figura 16 - Espectro de DEPT 90 do composto Pla-INS-65 em piridina-

    D5................................................................................................................ 31Figura 17 - Espectro de DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-

    D5................................................................................................................ 32

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    7/49

    6

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Classificao botnica de P. latifolia.......................................... 6

    Tabela 2 - Massa obtida para as fraes da planta P. latifliaatravs daextrao lquido-lquido.............................................................................. 16

    Tabela 3 - Resultados dos testes de poder redutor, determinao da ao

    sequestradora do radical livre DPPH e inibio da acetilcolinesterase

    com o extrato bruto e as fraes de P. latifolia............................................ 20

    Tabela 4 - Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33

    em comparao com a literatura................................................................ 26

    Tabela 5 - Dados do espectro de RMN de1

    H do composto Pla-INS-65em comparao com a literatura................................................................ 30

    Tabela 6 - Dados espectrais de RMN de 13C junto aos de DEPT 90 e

    DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5................................... 33

    Tabela 7 - Dados do espectro de RMN de 13C do composto Pla-INS-65

    em comparao com a literatura................................................................ 34

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    8/49

    7

    LISTA DE ABREVIATURAS

    Abreviaes

    Abs AbsorbnciaAcOEt Acetato de Etila

    br s - Simpleto de sinal amplo

    CCD - cromatografia em camada delgada

    d - Dupleto

    DEPT - Distortionless Enhancement by Polarization Transfer

    DPPH - 1,1-difenil-2-picril-hidrazil

    DTNB - cido 5,5ditio-bis-2-nitrobenzicoEB - Extrato Bruto

    EtOH - Etanol

    FAe - Frao acetato de etila

    FAq - Frao aquosa

    FHe - Frao hexano

    FIn - Frao Insolvel

    FRA - Frao rica em alcaloides

    IV - Infravermelho

    g - Grama

    HzHertz

    JConstante de acoplamento

    KBrBrometo de potssio

    m - Multipleto

    mg - Micrograma

    ppm - Partes por milho

    RMN de 1H - Ressonncia magntica nuclear de Hidrognio

    RMN de 13C - Ressonncia magntica nuclear de Carbono 13

    s - Simpleto

    UV - Luz ultravioleta

    UV-Vis - Luz ultravioleta e luz visvel

    LMicrolitro

    g - Micrograma

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    9/49

    8

    RESUMO

    Posoqueria latifolia, conhecida como laranja-de-macaco, pertence famlia

    Rubiaceae, encontrada desde o norte da Amrica do Sul at o Rio Grande do

    Sul no Brasil. Na medicina tradicional esta planta relatada como antissptica e

    cicatrizante. Existem poucos estudos biolgicos sobre a espcie e um estudo

    fitoqumico, onde este relatou a presena de diterpenos iridodicos.

    Considerando os diversos compostos obtidos da famlia Rubiaceae,

    principalmente os alcaloides, este trabalho visou um estudo fitoqumico com a

    expectativa de isolamento de novos compostos, assim como a avaliao das

    atividades antioxidante e inibidora da enzima acetilcolinesterase do extrato e

    fraes de P. latifolia. A planta foi coletada no morro da Lagoa da Conceio,

    Florianpolis. As folhas foram secas, trituradas e extradas com etanol 96%,

    obtendo-se o extrato bruto (EB). O EB foi solubilizado em uma soluo de cido

    clordrico em etanol 20% a pH~2,0 e armazenado em geladeira por 24 horas.

    Obteve-se um precipitado denominado de frao insolvel (FIn). O filtrado

    resultante foi particionado com solventes orgnicos de diferentes polaridades,

    rendendo as fraes hexano (FHe) e acetato de etila (FAe). A frao aquosa

    restante foi alcalinizada com hidrxido de amnio at pH~10 e extrada

    novamente com acetato de etila, obtendo-se a frao rica em alcaloides (FRA),

    A frao restante foi neutralizada, gerando a frao aquosa (FAq). A partir do

    fracionamento cromatogrfico da FIn, foram isolados o esteroide -sitosterol e o

    triterpeno cido urslico, que tiveram sua estrutura elucidada atravs de tcnicas

    espectroscpicas de RMN baseadas na literatura. A FRA mostrou a maior

    atividade antioxidante avaliada pelo teste do potencial redutor. O teste relativo a

    captura de radicais livres com DPPH teve resultados no significantes quanto aatividade antioxidante. O EB e fraes de P. latifoliaapresentaram uma fraca

    inibio da enzima acetilcolinesterase, com um valor mximo de 53% para a FAe

    na concentrao de 100 g/mL. Os testes biolgicos no apresentaram

    resultados to promissores, mas a presena dos compostos-sitosterol e cido

    urslico em P. latifoliaincentivam a continuao dos estudos na busca de outros

    compostos, alm da possibilidade de ainda serem encontrados alcaloides.

    Palavras-chave: Posoqueria latifolia, antioxidantes, acetilcolinesterase

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    10/49

    1

    1. INTRODUO

    O estudo dos compostos naturais obtidos de plantas tem fundamental

    importncia na qumica, principalmente devido a sua ligao com a rea

    medicinal. Pode-se explicar isto devido a capacidade de plantas produziremdiversos compostos qumicos que esto presentes em qualquer espcie de

    vegetal, pois so essenciais para sua sobrevivncia e desenvolvimento, os

    chamados metabolitos primrios; alm de compostos que esto presentes

    apenas em determinadas espcies e no so diretamente necessrios para a

    sobrevivncia celular, mas que possuem grande importncia como meio de

    proteo e sobrevivncia para a reproduo da planta, chamados metablitos

    secundrios. Esta ltima classe de metablitos geralmente apresenta potencialatividade biolgica para os seres humanos e cumprem funes altamente

    especficas nas espcies onde ela est presente, como atrair insetos para a

    transferncia do plen, agir como pesticidas naturais de defesa contra

    herbvoros ou microrganismos patognicos, ter funo como agente aleloptico,

    proteo contra a luz ultravioleta, entre outras diversas funes. Devido

    variedade de atividade biolgica existente, percebe-se que muitos destes

    compostos tm grandes chances quanto a sua insero no mercado atual defrmacos e na indstria qumica.

    Entre a diversidade de metablitos secundrios encontrados em plantas

    podemos citar como exemplo a morfina, forte analgsico usado no tratamento

    de pacientes com cncer em fase terminal, extrados da planta Papaver

    somniferum; eugenol, utilizado como antissptico e anestsico, encontrado em

    diversas plantas do gnero Cinnamomum; vanilina, aromatizante usado

    largamente na indstria de alimentos, presente em sementes de algumasespcies do gnero Vanilla; e o paclitaxel, com nome comercial de Taxol,

    frmaco usado para tratamento de cncer de pulmo, mamas e ovrios, que foi

    extrado primeiramente das cascas da espcie Taxus brevifolia.

    Alm da descoberta direta de diversos compostos provenientes de plantas

    que so biologicamente ativos em seres humanos, outros compostos obtidos

    atravs da modificao estrutural de produtos naturais podem levar a novas

    substncias e medicamentos que possuam menos efeitos colaterais que os

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    11/49

    2

    compostos que os originaram. Um exemplo clssico a modificao estrutural

    da salicilina, proveniente da planta Salix alba, que aps hidrlise da ligao

    glicosdica, oxidao do lcool salicilado e reao de acetilao com o cido

    saliclico resultante, d origem ao cido acetilsaliclico, um dos remdios mais

    conhecidos na atualidade, a Aspirina.

    Assim, este projeto apresenta como proposta o estudo biolgico e

    fitoqumico de uma espcie vegetal pouco descrita at o momento na literatura,

    pertencente famlia Rubiaceae, a espcie Posoqueria latifolia.

    .

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    12/49

    3

    2. REVISO DA LITERATURA

    2.1. Famlia Rubiaceae

    A famlia Rubiaceae, pertencente s Angiospermas, constituda porrvores de grande, mdio e pequeno porte, arbustos, subarbustos e ervas anuais

    ou perenes, distribudas em regies tropicais dos dois hemisfrios. composta

    por 650 gneros e 13.000 espcies, sendo a quarta maior famlia de plantas

    presente no Brasil, ficando atrs apenas das famlias Asteraceae, Orchidaceae

    e Fabacea (ROBBRECHT et al., 2013). A famlia Rubiaceae tem grande

    importncia econmica, pois representante de diversas espcies como o caf

    (Coffeaspp.), gro de onde produzida a bebida mais consumida no mundo; ojenipapo, fruto de grande uso nos estados do nordeste brasileiro; Cinchona

    pubescens, planta utilizada para a produo de quinina; eIxora spp. (hortnsia

    japonesa) e Mussaenda spp. (mussaenda), espcies de cunho ornamental

    devido a quantidade de flores que suas plantas apresentam. As espcies de

    Rubiaceae so encontradas com maior frequncia em reas tropicais e

    subtropicais, mas por vezes tambm achada em reas temperadas

    (CRONQUIST, 1981).Em diversos estudos de suas espcies h relatos cientficos sobre a

    presena de compostos como esteroides, flavonoides, iridoides, saponinas,

    taninos e triterpenos (CHAO e SVOBODA, 1980; MARTINS et al., 2013;

    MOREIRA et al., 2010; TAN et al., 2011; FERREIRA et al., 2012). Porm, o que

    mais atrai os pesquisadores o fato da famlia Rubiaceae ter como metablitos

    secundrios mais representativos os alcaloides (LORENZI,1982).

    Os alcaloides, segundo a definio apresentada pela IUPAC, so

    compostos que apresentam nitrognio bsico (na sua maioria heterocclicos) e

    quase sempre tem origem no reino vegetal (IUPAC, 1987). Porm, sabe-se que

    esta definio no abrange todas as classes de alcaloides, j que nem todos

    possuem essas caractersticas. Dessa forma, os alcaloides podem ser melhor

    definidos quando divididos em trs grupos; alcaloides verdadeiros, os quais so

    derivados de aminocido e possuem um heterociclo com tomo de nitrognio

    bsico; protoalcaloide, os quais so derivados de aminocido e possuem

    nitrognio bsico fora de um heterocclico; e pseudoalcaloides, os quais

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    13/49

    4

    possuem nitrognio bsico na molcula, mas no so derivados de aminocidos.

    Tambm podem ser classificados quanto a sua estrutura base, como os

    alcaloides purnicos, que tem como base a estrutura da purina, alcaloides

    pirrolizidnocos, com base pirrolizidina, alcaloides indolicos, com base de indol,

    entre outros mais.

    Entre os alcaloides encontrados na famlia Rubiaceae podemos citar

    diversos exemplos. O gnero Coffea, principal representante da famlia e nativo

    do continente africano, contm o alcaloide cafena (1), que usado como

    estimulante do sistema nervoso central (JOLY, 1979); as espcies do gnero

    Cinchona que produzem o alcaloide quinina (2) (NOGUEIRA et al., 2009),

    utilizado no tratamento da malria e de arritmias cardacas; a Psychotria

    ipecacuanha, conhecida popularmente como ipeca, possui em suas razes os

    alcaloides cefaelina (3) e emetina (4) (HASEGAWA et al., 2002; EISENHUT et

    al., 2005), que so usados na produo de xaropes expectorantes e vermfugos.

    As estruturas destes alcaloides so mostradas na Figura 1.

    Figura 1- Alcaloides de espcies de Rubiaceae

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    14/49

    5

    2.2. Gnero Posoqueria

    Plantas do gnero Posoqueriapodem ser encontradas em matas midas,

    principalmente no Brasil (MACIAS, 1988). Elas so caracterizadas pela presena

    de inflorescncias pndulas, com botes florais curvos no pice e anteras pilosas

    (PEREIRA e BARBOSA, 2004). Atualmente h poucos estudos publicados sobre

    o gnero na literatura. A espcie Posoqueria acutifolia, apontada na medicina

    popular com propriedades antimicrobianas, cicatrizantes e anti-inflamatrias

    (SOUZA et al., 2013), o extrato etanlico de suas frutas apresentou atividade

    antioxidante (RIBEIRO et al., 2013). Na espcie Posoqueria grandiflora foi

    constatado a presena de alcaloides no extrato de suas folhas (SOTO-SOBENIS

    et al., 2001). Visando contribuir com a taxonomia deste gnero, estudaremos

    neste projeto a espcie Posoqueria latifolia.

    2.3 Posoqueria latifolia

    A espcie Posoqueria latifoliapode ser encontrada no Mxico, Antilhas,

    Colmbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru,

    Bolvia e Brasil (TAYLOR et al., 2004). Distribui-se principalmente na mata

    atlntica de encosta, floresta estacional semidecdua submontana, floresta de

    restinga e mata ciliar em matas de cerrado (MACIAS e KINOSHITA, 2007).

    Em Santa Catarina esta planta encontrada no interior de florestas

    primrias situadas no incio das encostas e plancies aluviais, estando

    preferivelmente entre o nvel do mar e 900 metros de altitude. No Brasil,

    encontra-se em todos os estados (DELPETRI et al., 2005).

    Posoqueria latifolia conhecida popularmente como baga de macaco,aucena-do-mato, ara-da-praia, ara-de-coroa, bacupari-de-capoeira, flor-

    de-mico,maria-peidorreira,papa-terra,posoqueriaepuro (FERREIRA, 1986).

    uma rvore ornamental e pode atingir at 15 metros de altura com extremidade

    dos ramos levemente achatada, estriada e glabra. As folhas so simples e

    opostas. Suas flores so brancas e perfumadas. O fruto umabagaamarela

    (Figura 2).

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    15/49

    6

    Figura 2 Posoqueria latifolia rvore e partes da planta.

    P. latifolia apresenta a seguinte classificao botnica (Tabela 1).

    Classificao Botnica

    Reino Plantae

    Filo Tracheophyta

    Classe Magnoliopsida

    Ordem GentianalesFamlia Rubiaceae

    Gnero Posoqueria

    Espcie Posoqueria latifolia

    Tabela 1. Classificao botnica de P. latifolia

    Na medicina popular esta espcie indicada como antissptica e

    cicatrizante de feridas (FENNER et al., 2006), alm do uso como antidiarreico(FORERO, 1980).

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    16/49

    7

    Um estudo fitoqumico em P. latifoliarelatou a presena de dois iridoides,

    posoquenin (5) e latifonin (6) (Figura 3) nos extratos de clorofrmio e de acetato

    de etila, respectivamente (CHAO e SVOBODA, 1980). Apesar da ocorrncia de

    iridoides na forma glicosilada em plantas da famlia Rubiaceae ser comum, estes

    dois no foram encontrados na forma de glicosdeos.

    Os iridoides so compostos pertencentes a classe de terpenos e so

    formados por duas unidades de isopreno, com sua estrutura apresentando um

    anel ciclopentano fundido a um anel heterociclo de seis membros com um

    oxignio. A estrutura pode apresentar 10 carbonos, 9 ou o menos comum, 8

    carbonos. A clivagem da ligao entre os carbonos 7 e 8 podem levar ao

    chamado secoiridoide (SAMPAIO-SANTOS & KAPLAN, 2001).

    Figura 3 Estruturas dos iridoides encontrados em P. latifolia.

    O extrato das flores da planta, obtido atravs de extrao com Soxhlet, foi

    analisado atravs de cromatografia gasosa acoplado a espectrmetro de

    massas, onde se determinou a presena de hidrocarbonetos em sua maioria

    (aproximadamente 50%) e compostos oxigenados na forma de steres (20%)

    (ARIZA et al., 2007).

    Em outro estudo (ELYA et al., 2012), o extrato etanlico das folhas de P.

    latifoliafoi submetido ao ensaio de uma marcha analtica. O ensaio compostode diversos testes simples de bancada, usados para detectar a presena de

    certas classes de compostos, onde este estudo apresentou resultado positivo

    para a presena de terpenoides glicosdicos e taninos. O mesmo estudo tambm

    mostrou que o extrato apresenta inibio da enzima -glicosidase semelhante

    ao frmaco acarbose, usado no controle de diabetes (ELYA et al., 2012).

    Os terpenos so compostos presentes em leos essenciais de plantas e

    com grande diversidade estrutural. Muitas deles apresentam ligaes duplas

    entre carbonos, podendo possuir tomos de oxignio ligados a carbonos que se

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    17/49

    8

    apresentam na forma de cadeia aberta ou anis. Apesar das diferentes

    estruturas, os terpenos so conhecidos pela regra do isopreno, segundo o qual,

    estes so formados por ligaes entre molculas de isopreno (2-metil-1,3-

    butadieno). Os terpenos so classificados de acordo com o nmero de isoprenos

    presentes, sendo chamado de monoterpeno, o composto formado por duas

    unidades de isopreno, diterpeno, o composto formado por 4 unidades de

    isopreno, triterpeno, aquele formado por 6 unidades de isopreno e assim em

    diante (MCMURRY, 2008).

    Os taninos so compostos fenlicos, que apresentam solubilidade em

    gua e possuem habilidade de formar complexos insolveis com protenas ou

    alcaloides quando em meio aquoso. So classificados em taninos hidrolisveis

    e taninos condensados. Taninos hidrolisveis so formados por uma molcula

    de acar no centro (frutose, glicose), onde suas hidroxilas so esterificadas com

    cidos fenlicos. Foram assim chamados pois, estas ligaes esterificadas

    podem sofrer hidrlise por enzimas ou em meio cido. Taninos condensados

    incluem os outros taninos, onde suas molculas so mais resistentes a

    fragmentao. Sua estrutura formada por polmeros de flavan-3-ol ou flanvan-

    3,4-diol (MONTEIRO et al., 2005).

    Um estudo sobre plantas da famlia Rubiaceae presentes no Panam

    revelou que o extrato alcalodico de folhas e flores de P. latifolia apresentou

    resultados positivos para a presena de alcaloides indlicos e no indlicos

    (SOTO-SOBENIS et al., 2001). Porm esse teste contradiz o estudo de Elya e

    colaboradores (2012), no qual no se observou a presena de compostos

    alcalodicos na espcie.

    Considerando-se os poucos estudos fitoqumicos at o momento para o

    gnero Posoqueria, vamos desenvolver um projeto que visa o estudo da espcieP. latifolia com o intuito de descobrir compostos inditos ou mesmo compostos

    j identificados, contribuindo para a taxonomia do gnero. Espera-se tambm

    encontrar alcaloides, j que os mesmos foram detectados analiticamente em

    estudos realizados anteriormente.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    18/49

    9

    3. OBJETIVOS

    3.1. Objetivo Geral

    O objetivo geral deste projeto o estudo biolgico e fitoqumico de

    Posoqueria latifolia na busca de compostos com atividade antioxidante e

    inibidora da enzima acetilcolinesterase.

    3.2. Objetivos Especficos:

    3.2.1. Coletar e obter o extrato bruto das folhas da espcie Posoqueria

    latifolia;

    3.2.2. Aplicar uma marcha analtica preliminar ao extrato bruto de

    Posoqueria latifolia;

    3.2.3. Efetuar o particionamento lquido-lquido do extrato bruto usando

    cido e base visando a obteno de uma frao alcalodica;

    3.2.4. Aplicar os ensaios antioxidantes atravs do teste que avalia o poder

    redutor e aquela que avalia a captura de radicais livres pelo DPPH ao extrato

    bruto e diferentes fraes;

    3.2.5. Aplicar o ensaio de inibio da enzima acetilcolinesterase ao extrato

    bruto e as diferentes fraes;

    3.2.6. Submeter aa frao insolvel obtida do fracionamento do extrato

    bruto cromatografia em coluna de slica gel visando o isolamento dos

    compostos majoritrios;

    3.2.7. Estudar as anlises espectroscpicas de IV e de RMN

    unidimensionais (1H, 13C e DEPT) e bidimensionais (COSY, HMQC e HMBC),conforme a necessidade, a fim de elucidar as estruturas dos compostos obtidos

    atravs do estudo minucioso dos espectros dos respectivos compostos;

    3.2.8. Preparar o relatrio final de estgio.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    19/49

    10

    4. METODOLOGIA

    4.1. Reagentes e Equipamentos

    Os solventes utilizados foram lcool etlico, lcool metlico, acetona,

    hexano, acetato de etila, diclorometano, cido actico e lcool de cereais, todos

    obtidos comercialmente. Foi utilizado tambm sulfato de sdio anidro,

    ferricianeto de potssio, DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil), cloreto frrico, cido

    glico e cido ascrbico. Todos os reagentes usados foram de grau analtico,

    sendo obtidos de diferentes fontes comerciais.

    Na realizao deste projeto foram utilizados estufa, rota evaporador,

    balana analtica, espectrofotmetro UV-VIS PERKIN ELMER Lambda2S,

    cmara com luz UV e um aparelho digital Micro Qumica MQA PF 301 para

    medir o ponto de fuso. Os espectros de IV foram analisados atravs de um

    espectrmetro ABB FTLA 2000 e as anlises de RMN de 13C e 1H foram

    realizadas nos equipamentos VARIAN NMR AS 400 (400 MHz) e BRUKER

    AC200 (200 MHz).

    Para a cromatografia em camada delgada (CCD) analtica, usou-se

    cromatoplacas de alumnio cobertas com slica gel 60 em uma camada de 0,2

    mm de espessura (Merck). Como revelador foi utilizada uma soluo de

    anisaldedo sulfrico 5% em metanol.

    Para a realizao do ensaio de inibio da acetilcolinestera utilizou-se as

    seguintes solues tampes: Tampo A soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0;

    Tampo B soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0 acrescido de 0,1 % de soro

    albumina bovina; Tampo C soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0 acrescido de

    NaCl 0,1 M e MgCl2.6H2O 0,02 mol/L. Foram utilizados tambm solues de

    iodeto de acetiltiocolina, reagente de Ellman (cido 5,5-ditio-bis-2-nitrobenzoico-DTNB) e a enzima acetilcolinesterase liofilizada (Tipo VI-S obtida de

    Electroparius electricous). Todos estes reagentes foram obtidos da Sigma

    Aldrich.

    4.2. Material Vegetal

    A espcie de Posoqueria latifolia foi primeiramente coletada no alto do

    morro da Lagoa da Conceio, em Florianpolis, Santa Catarina, e identificada

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    20/49

    11

    pelo botnico taxonomista, professor Dr. Ademir Reis do Departamento de

    Botnica da Universidade Federal de Santa Catarina. O material vegetal

    recolhido foi seco por 3 dias a 50C, modo, e macerado em etanol 96% por trs

    vezes seguidas com intervalos de 7 dias. Aps a evaporao do solvente, foi

    obtido o extrato bruto (EB).

    4.3. Fracionamento do Extrato Bruto

    O extrato bruto das folhas da planta obtido foi ento particionado atravs

    de extrao lquido-lquido, sendo inicialmente solubilizado em uma soluo de

    HCl em H2O:EtOH 8:2, pH ~ 2,0 e armazenado em geladeira por 24 horas. Aps

    esta etapa foi iniciada uma filtrao, de onde obteve-se uma frao insolvel

    (FIn). O filtrado foi ento particionado atravs de extrao lquido-lquido, onde

    primeiramente usou-se o solvente hexano e durante a segunda extrao o

    solvente acetato de etila, obtendo-se a frao hexano (FHe) e a frao acetato

    de etila (FAe). A soluo restante foi alcalinizada com NH4OH at pH~10 e

    extrada novamente com acetato de etila, gerando assim a frao rica em

    alcaloides (FRA). Por ltimo, a frao aquosa restante foi neutralizada com

    Na2CO3, resultando na frao aquosa (FAq). O mtodo para a extrao

    ilustrado atravs da Figura 4.

    Figura 4 Fluxograma de particionamento lquido-lquido do EB das folhas deP. latifolia.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    21/49

    12

    Quando se trabalha com plantas, a diversidade de compostos presente

    em folhas, caule ou razes muito grande. Dessa forma, pode-se aplicar testes

    rpidos de bancada a partir diversos ensaios definidos previamente em literatura,

    a fim de obter resultados positivos e negativos para classes de compostos

    presentes em uma amostra vegetal. Assim, aplicamos a marcha analtica,

    mtodo descrito previamente por Matos (1997), sobre o extrato bruto da planta,

    tendo como objetivo detectar as principais classes de metablitos secundrios

    que possam estar presentes em suas folhas. A figura 5 representa como ser

    conduzida a marcha analtica e quais classes de compostos que podem ser

    encontradas.

    Legenda: A: gua; B: 1 HCl 1%, 2 filtrar; C: NH4OH, pH = 10, extrao comclorofrmio; D: 1 Na2SO4, 2 secar; E: Extrao com clorofrmio/etanol (3:2);

    F: 1 Na2SO4, 2 secar; G: 1 secar, 2 Etanol; H: 1 metanol/gua (1:1), 2

    HCl, pH = 1, 3 extrao com ter etlico.

    Figura 5 Marcha analtica

    4.4. Fracionamento cromatogrfico da amostra vegetal

    Com o objetivo de isolar compostos majoritrios, a frao insolvel foisubmetida a cromatografia em coluna de slica gel, usando-se assim eluentes de

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    22/49

    13

    diferentes polaridades para sua fase mvel, sendo estes o hexano, acetato de

    etila e etanol, os quais foram aplicados de modo gradiente. Analisaram-se as

    fraes obtidas atravs de cromatografia em camada delgada, onde foram juntas

    aquelas que apresentaram perfil semelhante. A partir dessas fraes foram

    utilizadas tcnicas de recristalizao visando a purificao dos compostos.

    Conforme necessrio, foi repetido o fracionamento cromatogrfico em coluna em

    slica gel ou foi aplicada a tcnica de cromatografia em coluna com slica flash

    para a obteno de novas fraes.

    Por fim, os compostos isolados foram submetidos anlises por

    espectrometria de IV, e RMN unidimensionais (1H, 13C e DEPT) e bidimensionais

    (COSY, HMQC e HMBC), conforme a necessidade.

    4.5. Testes biolgicos

    Baseando-se que diversos compostos descobertos em plantas

    apresentam atividades biolgicas, o extrato bruto e as diferentes fraes obtidas

    do particionamento lquido-lquido foram submetidos a ensaios biolgicos que

    avaliam o poder redutor e a captura de radicais livres pelo DPPH de uma

    amostra, alm do teste que avalia a atividade inibitria da enzima

    acetilcolinesterase.

    4.5.1. Determinao do potencial redutor

    Para a anlise da atividade antioxidante atravs da determinao do

    potencial redutor, foi seguido a metodologia de Moresco et al. (2012). Em

    triplicata, preparou-se as misturas reacionais contendo 100 mL de soluo de

    amostra vegetal diludas em metanol (1000 ppm), 8,5 mL de gua deionizada e

    1,0 mL de uma soluo de FeCl30,1 mol/L em HCl 0,1 M. Aps trs minutos,

    adicionou-se 1,0 mL de uma soluo de ferricianeto de potssio 0,008 mol/L.

    Aps 15 minutos foi feita a leitura da absorbncia das misturas em

    espectrofotmetro a 720 nm. O aparecimento da cor azul da Prssia indicativo

    de potencial redutor. Como branco, utilizou-se uma soluo preparada conforme

    o procedimento anterior, porm sem a amostra vegetal. Os dados finais foram

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    23/49

    14

    obtidos construindo-se uma curva de calibrao utilizando soluo de cido

    ascrbico, onde o potencial redutor expresso equivalente a massa de cido

    ascrbico (mg cido ascrbico/g de extrato ou frao).

    4.5.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre

    DPPH

    A avaliao da ao sequestradora de radicais livres usando o DPPH

    baseia-se no mtodo descrito por Moresco et al. (2012). Adicionou-se uma

    alquota de 2 mL de soluo de DPPH em metanol (0,004%) a 1 mL de amostra

    vegetal diluda em concentrao de 333 ppm (333 L/mL). A mistura em seguida

    foi agitada e deixada repousar por 30 minutos. A absorbncia do DPPH nas

    solues foi determinada em um espectrofotmetro a 517 nm. A absorbncia de

    cada soluo com a amostra (Absamostra) foi convertida em porcentagem da

    atividade antioxidante usando a frmula:

    AA% = 100 [(Absamostra Absbranco)x100]/Abscontrole

    Como branco (Absbranco), foram utilizadas solues de metanol (2 mL) junto

    com as solues das amostras diludas (1 mL). Como controle (Abscontrole), foram

    utilizadas solues com DPPH (2 mL) e metanol (1 mL). A anlise foi feita em

    triplicata. Determinou-se a capacidade antioxidante das amostras com base na

    diminuio da absoro da amostra controle comparada a cada soluo, onde

    obteve-se um valor da porcentagem de atividade antioxidante (AA%) atravs da

    equao demonstrada anteriormente.

    4.5.3.Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase

    A metodologia apresentada por Magina et al. (2012) foi usada para a

    aplicao deste teste. Inicialmente, as amostras das fraes e extrato bruto

    foram dissolvidas em etanol (100 g/mL), e ento uma frao de 100 L desta

    foi adicionada com 325 L do tampo tris-HCl 50 mmol/L pH = 8 em uma cubeta,

    seguida da adio de 25 L da enzima acetilcolinesterase. Aps 15 minutos,acrescentou-se 75 L iodeto de acetiltiocolina e 475 L do reagente de Ellman.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    24/49

    15

    A leitura foi efetuada em espectrofotmetro UV-Vis a 405 nm aps 30 minutos.

    Como branco, usou-se apenas o tampo junto as amostras. Como controle

    positivo, onde a atividade enzimtica inibida, foi utilizado o frmaco Reminyl na

    concentrao de 0,01 mg/mL, o qual contm galantamina em sua composio.

    Como controle negativo, onde a atividade enzimtica considerada 100%,

    adicionou-se 100 L de etanol em vez das amostras. A taxa de inibio

    calculada usando a frmula:

    I(%)= 100 [(Aamostra-Abranco)/Acontrole]x100

    Aamostrarepresenta a absorbncia da amostra junto aos reagentes e enzima;

    Abrancorepresenta a absorbncia obtida do valor branco, o qual foi descontado

    da absorbncia obtida das amostras; e Acontrole representa a absorbncia dos

    controles negativos medidos para cada amostra. Os testes foram realizados em

    triplicata e os valores de porcentagem de inibio foram determinados atravs

    dos dados obtidos aplicados a equao representada anteriormente.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    25/49

    16

    5. RESULTADOS E DISCUSSO

    As folhas de Posoqueria latifolia, aps coletadas e secas em estufa,

    renderam um valor de 538,0 gramas de planta seca. O procedimento para

    obteno do extrato bruto (EB) rendeu a massa de 59,39 gramas. A partir deste,

    temos como resultado um rendimento de 11,03% (m/m) sobre as folhas secas.

    O procedimento da marcha analtica, segundo metodologia de Matos

    (1997), o qual tem objetivo de detectar a presena de diferentes classes de

    metablitos secundrios em P. latifolia, gerou resultados positivos para a

    presena de alcaloides, esteroides, flavonoides, leucoantocianidinas e taninos

    no EB obtido anteriormente. A presena de alcaloides j era esperada para estaplanta, tendo em vista a quimiotaxonomia discutida sobre a famlia Rubiaceae.

    Na sequncia, o EB foi submetido a um particionamento lquido-lquido

    com solventes de diferentes polaridades, fornecendo a frao insolvel (FIn),

    frao hexano (FHe), frao acetato de etila (FAe), frao rica em alcaloides

    (FRA) e frao aquosa (FAq), cujos rendimentos so apresentados na tabela 2.

    Frao Massa obtida Rendimentos (a)

    FIn 28,80 g 54,92FHe 49,9 mg 0,16

    FAe 2,12 g 6,76

    FRA 547,7 mg 1,74

    FAq 11,425 g 36,42Tabela 2 - Massa obtida para as fraes da planta P. latifoliaatravs da

    extrao lquido-lquido.(a) % m/m a partir do extrato bruto

    Devido ao alto rendimento obtido da FIn no procedimento de extrao,

    esta foi a frao escolhida para o fracionamento cromatogrfico e isolamento de

    compostos.

    5.1. Anlise da atividade biolgica

    5.1.1. Atividade antioxidante

    Reaes envolvendo oxidao, as quais possuem um modelo de

    transferncias de eltrons, so essenciais para a manuteno do funcionamento

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    26/49

    17

    de organismos em seres vivos aerbicos. Porm, isto pode se tornar um

    problema quando h a formao de um excesso de eltrons desemparelhados

    em molculas, os tambm chamados radicais livres. O grupo alcxi (RO), como

    exemplo, altamente reativo e tem meia vida de poucos segundo, podendo

    atacar rapidamente clulas prximas, causando danos a macromolculas como

    lipdeos, protenas ou DNA (AMES et al., 1993). Sendo assim, a descoberta de

    molculas com capacidade antioxidante se torna importante, uma vez que elas

    podem retardar a velocidade de oxidao atravs de mecanismos de inibio de

    radicais livres ou complexao de metais (PIETTA, 2000). Entre alguns

    compostos naturais descobertos que possuem capacidade antioxidante

    podemos citar o cido ascrbico, vitamina E e -caroteno (RICE-EVANS et al.,

    1996).

    5.1.1.1. Determinao do potencial redutor

    Existem diversos mtodos capazes de avaliar a capacidade antioxidante

    de uma amostra, onde cada ensaio apresenta mecanismos diferentes. O poder

    redutor tem como objetivo detectar compostos com potencial de reduo de

    valores menores que 0,7 V, de acordo com o potencial apresentado pelos ctionsde ferro (PRIOR et al., 2005). Este ensaio baseado na reao de reduo de

    ons frricos (Fe+3) a ons ferrosos (Fe+2) pelo substrato, devido a presena de

    compostos eltrons-doadores. Dessa forma, os ons ferricianeto so reduzidos

    a ferrocianeto que, por sua vez, formam um complexo (Fe4[Fe(CN)6]3) de

    colorao azul intensa (azul da Prssia) com os ons ferro III, apresentando pico

    de absoro em 720 nm.

    Atravs dos resultados obtidos para a espcie P. latifolia, identificados naTabela 3, pode-se observar que a frao acetato de etila apresentou a maior

    capacidade redutora sobre ons frricos, resultando em valores de atividade

    equivalentes a 52,28 mg de cido ascrbico/g de amostra.

    Porm, quando estes resultados so comparados a outras plantas da

    famlia Myrtaceae, por exemplo (MAGINA et al., 2010), P. latifoliaapresentou

    baixa atividade antioxidante.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    27/49

    18

    5.1.1.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre

    DPPH

    A atividade antioxidante do extrato e fraes da planta foi tambm

    determinada utilizando o teste com o radical livre estvel DPPH (figura 5). Estamolcula tem como caracterstica solubilidade em solventes orgnicos, no qual

    sua soluo apresenta cor violeta intensa. Se uma substncia presente no

    extrato ou fraes capaz de sequestrar o radical presente na molcula, ela

    causa o descoramento da soluo. O sequestro de radical pode ser promovido

    pela abstrao de um tomo de hidrognio pelo radical DPPH, promovendo

    assim sua reduo. Dessa forma, consegue-se obter compostos mais estveis

    que os presentes anteriormente, e a partir desse princpio, determinar a suaatividade antioxidante atravs de espectroscopia de UV-VIS (517 nm).

    Figura 6Estruturas do radical 1,1-difenil-2-picril-hidrazil

    O teste foi realizado com as amostras do extrato bruto e fraes na

    concentrao de 333 ppm. Os resultados referentes a porcentagem de atividade

    antioxidante so apresentados na tabela 3. De acordo com a tabela, observa-se

    que para espcie P. latifolia, a frao que apresentou a maior capacidade de

    sequestro de radicais livres foi a FAe, com valor de 19,3% de atividade, seguida

    da frao FRA, com 13,7%.Como observado para os valores quanto a determinao do potencial

    redutor, os valores obtidos para as concentraes foram baixos, demonstrando

    que a espcie no tem, ou possui baixa atividade antioxidante.

    5.1.2. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase

    A doena de Alzheimer costuma aparecer em indivduos de idade maisavanada e responsvel por grande parte dos casos de demncia nessa faixa

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    28/49

    19

    etria (FRANCIS et al., 1999). Ela est associada a diferentes rotas bioqumicas,

    onde uma das suas causas mais aceitas relacionada a diminuio de

    neurotransmissores no crebro, entre eles a acetilcolina (ZAROTSKY et al.,

    2003). A acetilcolina, aps ser usada na sinapse nervosa, hidrolisada pela

    enzima acetilcolinesterase, transformando-a em colina e um grupo acetil. Como

    exemplo, o alcaloide galantamina (Reminyl) tem sido um excelente tratamento

    para esta doena, inibindo a enzima acetilcolinesterase no crebro, retardando

    o avano da doena e prolongando a vida do paciente (HEINRICH & TEOH,

    2004).

    Alm da galantamina, existem diversos inibidores da acetilcolinesterase

    conhecidos no mercado, como os frmacos tacrina (Cognex), donepezil

    (Aricept) e riastigmina (Exelon). Apesar destes frmacos apresentarem efeito

    satisfatrio em pacientes, eles acabam sendo caros e alguns apresentam muitos

    efeitos colaterais (VIEGAS JUNIOR et al., 2004). Por isso, se incentiva a busca

    de produtos naturais que possam substitui-los, tendo-se uma opo de menor

    custo com tratamento mais eficiente para a doena.

    Assim, o extrato e fraes da espcie P. latifolia foram avaliados em

    relao ao potencial inibidor sobre a enzima acetilcolinesterase. O teste para a

    avaliao desta atividade baseado na hidrlise do substrato acetiltiocolina pela

    enzima, gerando como produto a tiocolina, que reage com o DTNB cido 5,5

    ditio-bis-2-nitrobenzico (reagente de Ellman), produzindo o nion 2-

    nitrobenzoato-5-mercaptotiocolina e o cido 2-nitro-5-tiobenzico, sendo o nion

    facilmente identificado pela colorao amarela. Deste modo, se houver na

    amostra compostos que inibam a ao da enzima, esta no degradar a

    acetiltiocolina e no formar um cromforo amarelo. Quanto mais intensa a

    colorao amarela, maior a hidrlise do substrato realizada pela enzima e menora concentrao de compostos vegetais que possuem a propriedade de inibir a

    enzima.

    De acordo com os resultados obtidos para a espcie P. latiflia,podemos

    observar que o teste obteve os melhores resultados para a frao acetato de

    etila e frao insolvel, apresentando atividade acima de 50% na concentrao

    de 100 g/mL, segundo os resultados apresentados na Tabela 3.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    29/49

    20

    Frao Poder Redutor (a) % Ativididade Antioxidante (b) Acetilcolinesterase (c)EB 24,44 10,8 49,3Fin 18,83 10,4 50,75FHe 16,35 6,00 46,21

    FAe 52,28 19,3 53,84FRA 9,10 13,7 38,5FAq 17,09 0,03 39,88Tabela 3 - Resultados dos testes de poder redutor, determinao da ao

    sequestradora do radical livre DPPH e inibio da acetilcolinesterase com o

    extrato bruto e as fraes de P. latifolia

    (a) mg de cido ascrbico/g amostra, (b) % AA (333 ppm), (c) % inibio (100ppm)

    5.2. Fracionamento cromatogrfico da frao insolvel dePosoq ueria lati fol ia

    Devido ao grande nmero de compostos que esto presentes no extrato e

    fraes obtidos de plantas, so utilizados tcnicas de separao para que se

    possa isol-los. Na espcie P. latifolia,esta tcnica foi utilizada com o objetivo

    de obter compostos presentes na frao insolvel.Dessa forma, inicialmente foi

    impregnado 25,09 g da frao em cerca de 50 g de slica gel. Uma coluna devidro de 5,5 cm de dimetro foi recheada com slica gel (cerca de 15 cm de

    altura), e posteriormente eluda com os solventes hexano, acetato de etila e

    metanol, obtendo-se um gradiente de polaridade. Foram coletadas 80 fraes de

    100 mL cada. O fracionamento foi monitorado atravs de cromatografia em

    camada delgada.

    A frao 33 foi obtida em eluente de Hex:AcOEt 80:20, aps recristalizao

    em metanol. Obteve-se um slido cristalino em forma de agulhas, com faixa deponto de fuso de 134,3-137,4C. Este slido foi encaminhado para anlises de

    RMN de 1H e 13Ce foi nomeado de Pla-INS-33.

    As fraes 65-67 foram obtidas em um eluente de AcOEt:Hex 75:25. Elas

    foram reunidas de acordo com o perfil na CCD e recristalizadas com metanol,

    onde foi obtido um slido branco com faixa de ponto de fuso de 224-226C.

    Este slido foi encaminhado para anlises de RMN e foi nomeado de Pla-INS-

    65.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    30/49

    21

    5.3. Elucidao estrutural dos compostos

    Os compostos obtidos de P. latifolia tiveram suas estruturas elucidadas

    atravs de tcnicas de espectrometria de IV e anlise com RMN unidimensionais

    (1H, 13C e DEPT).Previamente, foi analisado atravs de RMN de 1H a frao insolvel (FIn)

    com o propsito de encontrar quais tipos de compostos esto presentes na

    frao. O resultado est presente na figura 7.

    5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0

    Chemical Shift (ppm)

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1.0

    Intensity

    Methanol-d4

    Methanol-d4

    5

    .26

    4.78

    3.23

    1.51 0

    .69

    Figura 7 - Espectro de RMN de 1H da FIn em CD3OD (200 MHz)

    Os picos encontrados esto em sua maioria na faixa de 0,69 ppm a 1,51

    ppm, o que sugere que os compostos nesta frao apresentem hidrognios

    ligados a carbonos primrios e secundrios.

    Em 5,26 ppm tambm pode ser visto picos na linha base do espectro.Hidrognios que aparecem nessa faixa de espectro geralmente esto

    relacionados a prtons ligados a carbonos com duplas ligaes, os quais, por

    estarem mais desprotegidos, so facilmente alterados pelo campo magntico

    aplicado pelo equipamento de RMN.

    A seguir sero discutidas como foram feitas as elucidaes estruturais dos

    compostos isolados atravs do fracionamento cromatogrfico da frao insolvel

    de P. latifolia.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    31/49

    22

    5.3.1. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-33

    Este composto apresentou uma faixa de fuso tpica de esteroides e, assim

    como previsto no resultado da marcha analtica, as anlises de RMN de 1H

    confirmaram esta suspeita. Atravs dos espectros de RMN, foi observado que

    se trata do esteroide -sitosterol (Figura 8). Este esteroide frequentemente

    isolado em fraes de plantas atravs de cromatografia em coluna, onde

    geralmente est presente em fraes menos polares, e tem sua estrutura citada

    diversas vezes na literatura junto ao esteroide estigmasterol (CHATURVEDULA

    & PRAKASH, 2012; KAMBOJ & SALUJA, 2011; YAHYA et al., 2011; AHMED et

    al., 2013).

    Figura 8 - Estrutura do compostositosterol

    Atravs do espectro de RMN de 1H, percebe-se que ele no se encontra

    junto ao outro esteroide, j que pode ser destacado o multipleto em 3,54 ppm

    referente ao hidrognio hidroximetnico em C3, que a prncipio poderia estar

    presente em ambos os compostos e no entanto observa-se integrao para

    apenas 1 tomo de hidrognio; o dupleto centrado em 5,36 ppm (J= 5,2 Hz),

    atribudo ao hidrognio vinlico em C6 presente no -sitosterol, tambm com

    integrao para 1 tomo de hidrognio; e a ausncia dos dois duplos dupletos

    centrados em 5,01 ppm (J22-21~ 8,0 Hz; J22-23~ 15,0 Hz) e 5,17 ppm (J23-24~ 8,0

    Hz; J23-22~ 15,0 Hz) atribudos aos hidrognios vinlicos do estigmasterol em C20

    e C21, respectivamente. Na faixa entre 0,69 ppm e 1,02 ppm podem ser vistos

    os picos referentes as metilas presentes na molcula. So encontrados 3

    dupletos (0,93 ppm, J = 6,4 Hz; 0,85 ppm, J = 6,8 Hz e 0,82 ppm, J = 6,7 Hz)

    referentes aos hidrognios presentes nos carbonos C19, C26 e C27,

    respectivamente, e um tripleto (0,87 ppm, J= 7,2 Hz) em C24. As contantes de

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    32/49

    23

    acoplamento esto na faixa de 6,4 Hz e 7,2 Hz, de acordo com o esperado para

    metilas ligadas a carbonos secundrios e tercirios. Em 0,69 ppm e 1,02 ppm

    podem ser encontrados dois simpletos referentes aos hidrognios nos carbonos

    C28 e C29, os quais tem valor de integrao de 3 hidrognios.

    Todos os dados foram confirmados atravs de comparao com a literatura

    citada anteriormente. A Figura 9 e 10 mostra o espectro de RMN de 1H obtido e

    suas regies ampliadas e a Tabela 4 rene todos os dados obtidos destes

    espectros em comparao com dados da literatura.

    7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5

    Chemical Shift (ppm)

    -0.005

    0

    0.005

    0.010

    0.015

    0.020

    0.025

    0.030

    0.035

    0.040

    0.045

    0.050

    Intensity

    2.97 2.872.811.83 1.821.101.00

    Chloroform-d

    5.38

    5.35

    3.62

    3.59

    3.56

    3.54

    3.51

    3.49

    3.46

    2.3

    0

    2.27

    2.242.05 1.99 1.88

    1

    .83

    1.59

    1.48

    1

    .30 1.19

    1.18

    1.02

    0.94 0.86

    0.77

    0.69

    Figura 9 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3 (200MHz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    33/49

    24

    Pla-INS-33 1H (200MHz)2.esp

    3.70 3.65 3.60 3.55 3.50 3.45 3.40 3.35Chemical Shift (ppm)

    0

    0.0005

    0.0010

    0.0015

    0.0020

    NormalizedIntensity

    1.10

    3.62

    3.59

    3.5

    6

    3.54

    3.51

    3.49

    3.46

    Pla-INS-33 1H (200MHz)2.esp

    5.40 5.35 5.30 5.25 5.20 5.15 5.10 5.05Chemical Shift (ppm)

    -0.0005

    0

    0.0005

    0.0010

    0.0015

    0.0020

    0.0025

    0.0030

    0.0035

    0.0040

    0.0045

    NormalizedIntensity

    1.12

    5.38

    5.35

    Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em

    CDCl3 (200 MHz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    34/49

    25

    PLA-INS-33 1H (200MHZ)2.ESP

    1.35 1.30 1.25 1.20 1.15 1.10 1.05 1.00 0.95 0.90 0.85 0.80 0.75 0.70 0.65

    Chemical Shift (ppm)

    0

    0.005

    0.010

    0.015

    0.020

    0.025

    0.030

    0.035

    0.040

    NormalizedIntensity

    2.872.97

    1.30 1

    .26

    1.23

    1.221.191.18

    1.02

    0.94

    0.91

    0.89

    0.88

    0.86

    0.850.84

    0.83

    0.80

    0.77

    0.77

    0

    .69

    Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 emCDCl3 (200 MHz)

    C

    sitosterol

    1H (YAHYA et al.,2011)

    1H(CHATURVEDULA& PRAKASH, 2012)

    1H (AHMED etal., 2013)1H Pla-INS-33

    03 3,53(1H; m) 3,53 (1H; m) 3,51(1H; m) 3,54(1H; m)

    065,36(1H; d;J=4,8Hz)

    5,36 (1H; t;J=6,4HZ)

    5,34(1H; d;J=5,2Hz)

    5,36 (1H; d;J=5,2 HZ)

    190,93 (3H; d;

    J=6,6Hz)0,93 (3H; d;

    J=6,5Hz)0,83 (3H; d;

    J=6,0Hz)0,93 (d;

    J=6,4Hz)

    240,87 (3H; t;J=7,7Hz)

    0,84 (3h; t;J=7,2Hz)

    0,85 (3H; d;J=8,0Hz)

    0,87 (t;J=7,2Hz)

    260,85 (3H; d;

    J=7,0Hz)

    0,83 (3H; d;

    J=6,4Hz)

    0,83 (3H; d;

    J=7,2Hz)

    0,85 (d;

    J=6,8Hz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    35/49

    26

    270,81 (3H d;J=7,0Hz)

    0,81 (3H; d;J=6,4Hz)

    0,79 (3H; d;J=7,2Hz)

    0,82 (d;J=6,7Hz)

    28 1,02 (3H; s) 0,68 (3H; s) 0,67 (3H; s) 0,69* (3H; s)29 0,69 (3H; s) 1,01 (3H; s) 1,00 (3H; s) 1,02* (3H; s)

    Tabela 4. Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 emcomparao com a literatura

    *Os dois valores podem estar trocados para literaturas diferentes.

    5.3.2. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-65

    O composto Pla-INS-65 foi inicialmente analisado atravs de

    espectrometria por infravermelho em pastilha de KBr. Atravs dessa anlise

    podemos ver uma banda larga entre 3300 cm-1 e 3600 cm-1, o qual corresponde

    a um grupo funcional OH ligado a carbono saturado. Entre 2800 cm-1 e 2950 cm-

    1 h outra banda larga, referente a grupo CH alifticos. Em 1692 cm-1 temos uma

    banda intensa e fina, representando um grupo C=O de cido carboxlico. O

    espectro pode ser observado na figura 11.

    3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400

    Wavenumber (cm-1)

    0

    8

    16

    24

    32

    40

    48

    56

    64

    72

    %Transmittance

    3435.21

    2926.01

    2871.04

    16

    92.53

    Figura 11 - Espectro infravermelho do composto Pla-INS-65

    De acordo com as anlises de infravermelho, RMN de 1H e 13C, DEPT 90

    e 135, o triterpeno cido urslico (Figura 12) foi elucidado como provvel

    composto presente em Pla-INS-65, conforme explicado a seguir.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    36/49

    27

    Figura 12 - Estrutura do composto cido urslico

    No espectro de RMN de 1H deste composto pode-se observar um duplo

    dupleto centrado em 3,46 ppm caracterstico de triterpenos, referente ao

    hidrognio ligado ao C3 com integrao para 1 hidrognio e constante de

    acoplamento J = 6,6 e 9,4 Hz. Este duplo dupleto o que os diferencia de

    esteroides. Observa-se ainda um simpleto de sinal amplo em 5,49 ppm atribudo

    a hidrognio vinlico ligado ao carbono C12, um dupleto em 2,64 ppm (J= 11,7

    Hz) atribudo ao hidrognio metnico ligado ao carbono C18, cinco simpletos em

    1,22; 1,05; 0,88; 1,02 e 1,24 ppm com valor de integrao para 3 hidrognios,

    referentes s metilas ligadas a carbonos no hidrogenados (C23; C24; C25; C26;

    C27) e dois dupletos em 1,00 ppm (J= 6,3 Hz) e 0,94 ppm (J= 5,5 Hz) referentes

    a hidrognios ligados aos carbonos C29 e C30 repectivamente, caractersticos

    de um esqueleto ursano.

    No espectro de RMN de 13C podem ser observados sinais para 30

    carbonos, sendo destacados os sinais mais deslocados em 78,21 ppm referente

    ao carbono hidroximetnico (C3), 139,30 ppm e 125,69 ppm referentes aos

    carbonos sp2 (C12 e C13), o sinal em 179,95 ppm referente a carbono de cido

    carboxlico (C28). Os picos referentes aos carbonos das metilas (C23, C24, C25,

    C26, C27, C29 e C30) se se concentram em deslocamento qumico menores, na

    faixa de 15,72 ppm a 28,86 ppm. Os carbonos secundrios se concentram na

    faixa de 23,57 ppm at 39,11 ppm, enquanto os carbonos tercirios tm

    deslocamento qumico na faixa de 39,44 ppm e 55,86 ppm.

    Atravs do espectro de DEPT 90 e DEPT 135 possvel concluir que tipo

    de carbonos esto presentes na molcula a ser elucidada. O DEPT 90 identifica

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    37/49

    28

    apenas os carbonos tercirios (-CH), sendo formado um pico referente a cada

    carbono, de acordo com os valores obtidos pelo espectro de RMN de 13C. O

    espectro de DEPT 135 tem o mesmo princpio, porm so encontrados dois tipos

    diferentes de picos, sendo os picos negativos referentes a carbonos secundrios

    (-CH2) e os picos positivos referentes a carbonos tercirios (-CH) ou primrios (-

    CH3). Como os carbonos tercirios foram encontrados atravs do espectro de

    DEPT 90, consegue-se distinguir os carbonos primrios no espectro de DEPT

    135. Os carbonos quaternrios no aparecem nos dois espectros e podem ser

    localizados por simples comparao com o espectro de RMN de 13C. Os

    resultados obtidos das anlises de DEPT para o composto em Pla-INS-65 podem

    ser encontrados na tabela 6.

    Atravs dos espectros de infravermelho, RMN de 1H, RMN de 13C, DEPT

    90 e DEPT 135 em comparao com a literatura (SEEBACHER et al., 2003; LEE

    et al., 2005; UDDIN et al., 2011; PREZ et al., 2014; BABALOLA & SHODE,

    2013) foi possvel concluir a elucidao estrutural do composto Pla-INS-65 como

    sendo coerente para o cido urslico.

    As Figuras 13, 14, 15, 16 e 17 mostram, respectivamente, os espectros de

    RMN de 1H e ampliaes, RMN de 13C, DEPT 90 e DEPT 135. As Tabelas 5, 6

    e 7 renem os dados espectromtricos em comparao com a literatura citada.

    8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0Chemical Shift (ppm)

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1.0

    Intens

    ity

    3.323.131.061.05 1.04 0.96

    Pyridine-d5

    Pyridine-d5

    Pyridine-d5

    8.7

    1

    7.5

    6

    7.1

    9

    5.4

    9

    3.4

    7

    3.4

    6

    3.4

    3

    2.6

    5

    2.6

    2

    2.3

    2

    2.1

    4

    2.1

    2

    2.1

    1

    1.9

    7

    1.9

    4

    1.8

    3

    1.5

    5

    1.3

    7

    1.2

    4

    1.0

    2

    0.8

    8

    0.8

    4

    Figura 13 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 em piridina-D5(200MHz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    38/49

    29

    5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)

    0

    0.05

    0.10

    0.15

    Intens

    ity

    1.05 1.04 0.96

    5.4

    9

    3.4

    7

    3.4

    6

    3.4

    5

    3.4

    3

    2.6

    5

    2.6

    2

    2.4 2.3 2.2 2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7

    Chemical Shift (ppm)

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    Intensity

    3.323.173.13 3.041.06

    2.352.33

    2.32

    2.30 2

    .142.12

    2.11

    2.09

    1.97 1.94

    1.83

    1.65 1.62

    1.55

    1.53 1

    .37

    1.341.28

    1.24

    1.22

    1.05

    1.02

    1.00

    0.990.95

    0.94

    0.88

    0.84

    Figura 14 - Regies ampliadas do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 em piridina-D5 (200MHz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    39/49

    30

    Tabela 5 - Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 emcomparao com a literatura

    C cido Urslico

    1H (UDDIN et al.,2011)

    1H (PEREZ et al.,2014)

    1H (BABALOLA&SHODE, 2013)

    1H PLA-INS-65

    03 3,43 (1H; br s)3,49 (1H; dd; J=6,0;

    10,0Hz)3,43 (1H; br s)

    3,46 (1H; dd;J=6,6; 9,4Hz)

    12 5,50 (1H; br s) 5,52 (1H; s) 5,50 (1H; br s) 5,49 (1H; br s)

    182,52 (1H; d;J=11,0Hz)

    2,68 (1H; d;J=11,0Hz)

    2,52 (1H; d;J=11,0Hz)

    2,64 (1H; d;J=11,7Hz)

    23 1,24 (3H; s) 1,27 (3H; s) 1,24 (3H; s) 1,22 (3H; s)24 1,02 (3H; s) 0,91 (3H; s) 1,02 (3H; s) 1,05 (3H; s)25 0,93 (3H; s) 1,08 (3H; s) 0,93 (3H; s) 0,88 (3H; s)

    26 1,05 (3H; s) 1,05 (3H; s) 1,05 (3H; s) 1,02 (3H; s)27 1,22 (3H; s) 1,25 (3H; s) 1,22 (3H; s) 1,24 (3H; s)

    29 0,97 (3H; s)1,03 (3H; d;

    J=6,0Hz)0,97 (3H; s)

    1,00 (3H; d;J=6,3Hz)

    300,99 (3H; d;

    J=6,1Hz)0,98 (3H; d;

    J=6,0Hz)0,99 (3H; d;

    J=6,0Hz)0,94 (3H; d;

    J=5,5Hz)

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    40/49

    31

    Figura 15 -Espectro de RMN 13C do composto Pla-INS-65 em piridina-D5

    Figura 16 -Espectro DEPT 90 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5

    PLA-INS-65_PIRIDINA_DEPT90(2).ESP

    180 160 140 120 100 80 60 40 20

    Chemical Shift (ppm)

    -0.5

    0

    0.5

    1.0

    NormalizedIntensity

    125.69

    78.16 5

    5.85

    53.58

    48.08 39.52

    3

    9.44

    170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20

    Chemical Shift (ppm)

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1.0

    Intens

    ity

    Pyridine-d5

    Pyridine-d5

    15

    .72

    16

    .63

    17

    .50

    23

    .96

    28

    .86

    37

    .32

    39

    .42

    39

    .53

    40

    .01

    42

    .54

    48

    .09

    53

    .59

    55

    .86

    78

    .16

    12

    3.5

    6

    1

    25

    .69

    135

    .59

    139

    .30

    149

    .9

    0

    179

    .95

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    41/49

    32

    PLA-INS-65_PIRIDINA_DEPT135(2).ESP

    180 160 140 120 100 80 60 40 20

    Chemical Shift (ppm)

    -0.5

    0

    0.5

    1.0

    NormalizedIntensity

    125.69

    78.16

    55.86 53.59

    48.08

    39.53 39.45

    39.1

    237.4

    9 33.

    62

    31.11

    28.86

    28.17

    24.

    96

    23.96

    23.

    6

    8

    21.48

    18.

    82

    16.64

    15.73

    Figura 17 -Espectro de DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5

    cido UrslicoC 13C Pla-INS-65 DEPT 90 DEPT 1351 39,11 - CH22 28,16 - CH23 78,16 CH CH4 39,42 - -5 55,86 CH CH6 18,82 - CH27 33,62 - CH28 40,01 - -9 48,09 CH CH

    10 37,32 - -11 23,67 - CH2

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    42/49

    33

    12 125,69 CH CH13 139,30 - -14 42,54 - -15 28,73 - CH216 24,96 CH2

    17 48,09 - -18 53,59 CH CH19 39,53 CH CH20 39,44 CH CH21 31,11 - CH222 37,49 - CH223 28,86 - CH324 16,63 - CH325 15,72 - CH326 17,50 - CH327 23,96 - CH3

    28 179,95 - -29 17,57 - CH330 21,47 - CH3

    Tabela 6 - Dados espectrais de RMN de 13C junto aos de DEPT 90 e DEPT 135do composto Pla-INS-65 em piridina-D5

    cido Urslico

    C 13C (SEEBACHERet al., 2003) 13C (BABALOLA&SHODE, 2013)

    13C Pla-INS-651 39,2 38,4 39,112 28,2 28,1 28,163 78,2 78,1 78,164 39,6 38,4 39,425 55,9 55,8 55,866 18,8 18,8 18,827 33,7 33,6 33,628 40,1 40,0 40,019 48,1 48,3 48,09

    10 37,5 37,4 37,3211 23,7 23,6 23,67

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    43/49

    34

    12 125,7 125,6 125,6913 139,3 139,7 139,3014 42,6 42,5 42,5415 28,8 28,7 28,7316 25,0 24,9 24,96

    17 48,1 48,0 48,0918 53,6 53,5 53,5919 39,5 39,5 39,5320 39,4 39,1 39,4421 31,1 31,1 31,1122 37,4 37,3 37,4923 28,8 28,8 28,8624 16,5 15,7 16,6325 15,7 16,6 15,7226 17,5 17,4 17,5027 24,0 23,8 23,96

    28 179,7 180,0 179,9529 17,5 17,5 17,5730 21,4 21,4 21,47

    Tabela 7 - Dados do espectro de RMN de 13C do composto Pla-INS-65 emcomparao com a literatura

    Portanto, a partir da frao insolvel obtida do extrato bruto hidroalcolico

    de P. latifolia, pode-se isolar o esteroide -sitosterol e um triterpeno, o cido

    urslico.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    44/49

    35

    6. CONCLUSES

    O estudo fitoqumico e biolgico de Posoqueria latifolia permitiu obter as

    seguintes concluses:

    1. Aps a aplicao da marcha analtica preliminar ao extrato bruto,

    observou-se que a espcie forneceu resultados positivos para compostos da

    famlia dos alcaloides, esteroides, flavonoides, leucoantocianidinas e taninos.

    2. A atividade antioxidante concentrou-se na frao acetato de etila obtida

    do particionamento lquido-lquido do extrato bruto. Quanto a frao insolvel, o

    fato de isolar-se compostos que no tem alta atividade antioxidante prova porque

    o teste no rendeu bons resultados para essa frao.

    3. A ao inibitria da acetilcolinesterase foi mais acentuada na frao

    acetato de etila e frao insolvel, exibindo uma atividade inibitria maior que

    50%. As fraes demonstraram menor atividade quando comparado com o

    frmaco galantamina, porm incentivida a aplicao de outros testes devido a

    alta atividade apresentada.

    4. O fracionamento cromatogrfico da frao insolvel permitiu o

    isolamento e identificao do esteroide - sitosterol e do triterpeno cido

    urslico.

    Os estudos fitoqumicos promovidos at o momento sobre a planta

    renderam novos compostos para a taxonomia da espcie, mas sem ainda

    possibilitar a descoberta de alcaloides. Porm, o estudo da frao rica em

    alcaloides pode representar novos compostos a serem isolados e elucidados na

    continuao deste projeto. Quanto aos efeitos biolgicos, embora os testes

    apresentados no sejam to promissores, incentiva-se a aplicao de novos

    testes com objetivos diferentes, de modo a ser observada em P. latifoliauma

    provvel aplicao biolgica.

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    45/49

    36

    7.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AHMED, Y.; RAHMAN, S.; AKHTAR, P.; ISLAM, F.; RAHMAN, M.; YAAKOB,Z. Isolation of steroids from n-hexane extract of the leaves of Saurauia roxburghii,International Food Research Journal,20(5): 2939-2943. 2013

    AMES, B. N.; SHIGENAGA, M. K.; HAGEN, T. M. Oxidants, antioxidants,and the degenerative diseases of aging. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A.,90: 7915-7922. 1993

    ARIZA, O.A.; PARRA, E.D.R.; ARCHILA, J.A.; MORALES, J.M.;STASHENKO, E.E. Determinacin mediante hs-spme/gc-ms, de la composicinqumica de la fragancia y el absoluto de las flores de Posoqueria latifolia.Scientia Et Technica, XIII(33): 59-61. 2007

    BABALOLA I.T., SHODE F.O. Ubiquitous Ursolic Acid: A PotentialPentacyclic Triterpene Natural Product. Journal of Pharmacognosy andPhytochemistry,2(2): 214-222. 2013

    CHAO, P.D.L.; SVOBODA, G.H. Two new iridoids from Posoquerialatifolia. J. Nat. Prod.,43: 571-576. 1980

    CHATURVEDULA, V.S.P.; PRAKASH, I. Isolation of Stigmasterol and -Sitosterol from the dichloromethane extract of Rubus suavissimus,International

    Current Pharmaceutical Journal, 1(9): 239-242. 2012

    CRONQUIST, A. An Integrated System of Classification of FloweringPlants. New York: Columbia University Press, 1981.

    DELPETRI, P.G.; SMITH, L.; KLEIN, R.M. Rubiaceas. Flora IlustradaCatarinense, 2005.

    EISENHUT, M.; OMARI, A.; MACLEHOSE, H.G. Intrarectal quinine for

    treating Plasmodium falciparum malaria: a systematic review. Malaria Journal,4: 24. 2005

    ELYA, B.; BASAH, K.; MUN'IM, A.; YULIASTUTI, W.; BANGUN, A.;SEPTIANA, E.K. Screening of -glucosidase inhibitory activity from some plantsof Apocynaceae, Clusiaceae, Euphorbiaceae, and Rubiaceae. Journal ofBiomedicine and Biotechnology,v.2012, doi:10.1155/2012/281078, 2012

    FENNER, R.; BETTI, A.H.; MENTZ, L.A.; RATES, S.M.K. Plantasutilizadas na medicina popular com potencial atividade antifngica. Rev. Bras.Cienc. Farm.,42: 369-394. 2006

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    46/49

    37

    FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa. Segundaedio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 41

    FERREIRA, J.C.; LEMOS, R.P.L.; CONSERVA, L.M. Chemicalconstituents from Spermacoce verticillata (Rubiaceae). BiochemicalSystematics and Ecology, 44: 208-211. 2012

    FORERO, L.E. Etnobotnica de las comunidades indgenas Cuna yWaunana, Choc (Colombia). Cespedesia,9(33-34): 115-301. 1980

    FRANCIS, P. T.; PALMER, A. M.; SNAPE, M.; WILCOCK, G. K. Thecholinergic hypothesis of Alzheimers disease: a review of progress. J. Neurol.Neurosurg. Psychiatry,66: 137. 1999

    HASEGAWA, M.; SASAKI, T.; SADAKANE, K.; TABUCHI, M.; TAKEDA,Y.; KIMURA, M.; FUJII, Y. Studies for the emetic mechanisms of ipecac syrup(TJN-119) and its active components in ferrets: Involvement of 5-hydroxytryptamine receptors. Japanese Journal of Pharmacology, 89(2): 113-119. 2002

    HEINRICH, M.; TEOH, H.L. Galanthamine from snowdrop-thedevelopment of a modern drug against Alzheimers disease from local Caucasianknowledge. Journal of Ethnopharmacology,92: 147162. 2004

    IUPAC. Compendium of Chemical Terminology, 2nd ed. (the "GoldBook"). Compiled by A. D. McNaught and A. Wilkinson. Blackwell ScientificPublications, Oxford (1997). XML on-line corrected version:http://goldbook.iupac.org (2006-) created by M. Nic, J. Jirat, B. Kosata; updatescompiled by A. Jenkins. ISBN 0-9678550-9-8.doi:10.1351/goldbook.

    JOLY, A.B. Botnica Introduo Taxonomia Vegetal. 5ed. SoPaulo: Companhia Editora Nacional, 1979. 777 p.

    KAMBOJ, A.; SALUJA, A.K. Isolation of stigmasterol and -sitosterol frompetroleum ether extract of aerial parts of Ageratum conyzoides (asteraceae),International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, 3(1): 94-96. 2011

    LEE T.; JUANG S.; HSU F.; WU C. Triterpene Acids from the Leaves ofPlanchonella duclitan(Blanco) Bakhuizan. Journal of the Chinese ChemicalSociety,52: 1275-1280. 2005

    LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquticas,parasitas, txicas e medicinais. Nova Odessa, SP: Edio do Autor, 1982. 271-

    http://dx.doi.org/10.1351/goldbookhttp://dx.doi.org/10.1351/goldbook
  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    47/49

    38

    272

    MACIAS, L.F.N. Reviso taxonmica do gnero Posoqueria Aubl.(Rubiaceae), 1988, 164 f. Tese (Mestrado em Biologia Vegetal) Curso de Ps-Graduao em Biologia, Universidade Estaduas de Campinas. Campinas, SP:Instituto de Biologia, UNICAMP; 1988.

    MACIAS, L.; KINOSHITA, L.S. Rubiaceae. In: MELHEM T. S. A.;WANDERLEY M. G. L.; MARTINS S. E.; JUNG-MENDAOLLI S. L.;SHEPHERD G. J.; KIRIZAWA M. (eds). Flora Fanerogmica do Estado de SoPaulo. Vol. 5. So Paulo: Fapesp, 2007.

    MAGINA, M.D.; GILIOLI, A.; MORESCO, H.H.; COLLA, G.; PIZZOLATTI,M.G.; BRIGHENTE, I.M.C. Atividade antioxidante de trs espcies de Eugenia

    (Myrtaceae). Latin American Journal of Pharmacy, 29(3): 376-382. 2010

    MAGINA, M.D.A., DALMARCO, E.M.; DALMARCO, J.B.; COLLA, G.;PIZZOLATTI, M.G.; BRIGHENTE, I.M.C. Bioactive triterpenes and phenolics ofleaves of Eugenia brasiliensis. Qum. Nova, 35(6): 1184-1188. 2012

    MARTINS, D.; CARRION, L.L.; RAMOS, D.F.; SALOM, K.S; SILVA,P.E.A.; BARISSON, A.; NUNEZ, C.V. Triterpenes and the AntimycobacterialActivity of Duroia macrophylla Huber (Rubiaceae). Biomed Research

    International, 2013.

    MATOS, F.J.A. Introduo Fitoqumica Experimental. 2ed. Fortaleza:UFC, 1997, 17-23.

    MCMURRY, J., Qumica Orgnicavol. 1. Editora CENGAGE Learning.Traduo da 6 Edio Norte Americana, 2008. 193-194

    MONTEIRO, J.M.; ALBUQUERQUEI, U.P.; ARAJO, E.L.; AMORIM,E.L.C. Taninos: uma abordagem da qumica ecologia. Qum. Nova,28(5): 892-896. 2005

    MOREIRA, V.F.; OLIVEIRA, R.R; MATHIAS, L.; BRAZ-FILHO, R.; VIEIRA,I.J.C. New Chemical Constituents from Borreria verticillata (Rubiaceae).Helvetica Chimica Acta, 93(9): 1751-1757. 2010

    MORESCO, H.H.; QUEIROZ, G.S.; PIZZOLATTI, M.G.; BRIGHENTE,I.M.C. Chemical constituents and avaluation of the toxic and antioxidant activitiesof Averrhoa carambola leaves. Revista Brasileira de Farmacognosia, 22(2):

    319-324. 2012

  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    48/49

    39

    NOGUEIRA, L.J.; MONTANARI, C.A.; DONNICIA, C.L. Histrico daevoluo da qumica medicinal e a importncia da lipofilia: de Hipcrates eGaleno a Paracelsus e as contribuies de Overton e de Hansch. Revista Virtualde Qumica, 1(3): 227-240. 2009

    PEREIRA, M.S.; BARBOSA, M.R.V. A famlia Rubiaceae na ReservaBiolgica Guaribas, Paraba, Brasil. Subfamlias Antirheoideae, Cinchonoideaee Ixoroideae. Acta Bot. Bras.,18: 305-318. 2004

    PREZ A.H.; BAH M.; ALVARADO C.I.; CRUZ J.F.R.; MOLINA A.R.;MOLINA J.I.R.; LUNA J.A.C. Aortic Relaxant Activity of Crataegus graciliorPhippsand Identification of Some of Its Chemical Constituents. Molecules, 19: 20962-20974. 2014

    PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidants. J. Nat. Prod.,63(7) 1.035-1.042.2000

    PRIOR R.; WU X.; SCHAICH K. Standardized methods for thedetermination of antioxidant capacity and phenolics in foods and dietarysupplements. J. Agr. Food Chem., 53: 4290-4302. 2005

    RIBEIRO, A.B. et al. Antioxidant capacity, total phenolic content, fatty acidsand correlation by principal component analysis of exotic and native fruits fromBrazil.J. Braz. Chem. Soc., 24(5):797-804. 2013

    RICE-EVANS, C.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G. Structure-antioxidantactivity relationships of flavonoids and phenolic acids. Free Rad. Biol. Med.,20(7): 933-956. 1996

    ROBBRECHT, E.; BLOCK, P.D.; DESSEIN, S.; STOFFELEN, P. NationalBotanic Garden of Belgium Research. Monographic and systematic studies inRubiaceae [cited 2013 october, 06]; Available from:http://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.php .

    SAMPAIO-SANTOS, M.I.; KAPLAN, M.A.C. Biosynthesis significance ofiridoids in chemosystematics. J. Braz. Chem. Soc. 12(2): 144-153. 2001

    SEEBACHER W.; SIMIC N.; WEIS R.; SAF R.; KUNERT O. Completeassignments of H and C NMR resonances of oleanolic acid, 18a-oleanolic acid,ursolic acid and their 11-oxo derivatives, Magn. Reson. Chem.,41: 636638.2003

    SOTO-SOBENIS, A.; CASTILLO, B.; DELGADO, A.; GONZLEZ, A.;MONTENEGRO, R. Alkaloid Screening of Herbarium Samples of Rubiaceae from

    http://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.phphttp://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.phphttp://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.php
  • 7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia

    49/49

    Panama. Pharmaceutical Biology, 39(3): 161169. 2001

    SOUZA, R.K.D.; MENDONCA, A.C.A.M.; DA SILVA, M.A.P. Aspectosetnobotnicos, fitoqumicos e farmacolgicos de espcies de Rubiaceae noBrasil. Rev. Cubana Plant. Med., 18(1): 140-156. 2013

    TAN, S.N.; YOUNG, J.W; TEO, C.C.; GE, L.; CHAN, Y.W.; HEW, C.S.Determination of metabolites in Uncaria sinensis by HPLC and GC-MS aftergreen solvent microwave-assisted extraction. Talanta, 83(3): 891-898. 2011

    TAYLOR, C.M.; STEYERMARK, J.A.; DELPRETE, P.G.; VICENTINI, A.;CORTS, R.; ZAPPI, D.; PERSSON, C.; COSTA, C.B.; ANUNCIAO, E.A.Rubiaceae. In: STEYERMARK, J.A.; STEYERMARK, J.S.; BERRY, P.E.; HOLST,B.K. (Eds.): Flora of the Venezuelan guayana, 8: 497-848. St. Louis, USA:Missouri Botanical Garden Press, 2004

    UDDIN G.; WALIULLAH; SIDDIQUI B.S.; ALAM M.; SADAT A.; AHMADA.; UDDIN A. Chemical Constituents and Phytotoxicity of Solvent ExtractedFractions of Stem Bark of Grewia optiva Drummond ex Burret. Middle-EastJournal of Scientific Research,8(1): 85-91. 2011

    VIEGAS JUNIOR, C.; BOLZANII, V.S.; FURLANI, M.; FRAGAII, C.A.M.;BARREIROII, E.J. Produtos naturais como candidatos a frmacos teis notratamento do Mal de Alzheimer. Qum. Nova,27(4): 655-660. 2004

    YAHYA, M.A.A.; YAACOB, W.A.; NAZLINA, I. Isolation of chemicalconstituents from rhizomes of etlingera sphaerocephala var. Grandiflora, TheMalaysian Journal of Analytical Sciences, 15(1): 22-26. 2011

    ZAROTSKY V.; SRAMEK J.J.; CUTLER N.R. Galanthamine hydrobromide:an agent for Alzheimers disease. Am. J. Health-System Pharmacist,60: 446-452. 2003