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Título: ARTIGO DE OPINIÃO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · Geralmente vêm após títulos como: “Ponto de Vista”, “Artigo”, “Opiniao”, “Tendências e Debates”. O artigo

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: ARTIGO DE OPINIÃO

Autor SERGIO LUIS BIRCK

Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL NOVO SARANDI

Município da escola TOLEDO

Núcleo Regional de Educação TOLEDO

Orientador JOÃO CARLOS CATTELAN

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no PDE) LÍNGUA PORTUGUESA

Produção Didático-pedagógica

Relação Interdisciplinar

Público Alvo ALUNOS – 8ª SÉRIE – 9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

Localização Rua São Luis, 1461 – Novo Sarandi – Toledo.

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

ARTIGO DE OPINIÃO

Este material didático tem a pretensão de levar ao

conhecimento do aluno o contexto de produção do Artigo de

Opinião. O referido gênero textual é um texto escrito em que se

toma posição acerca de uma questão polêmica de interesse

público. Uma questão polêmica é aquela que decorre de um

assunto que gera discussões, sobre o qual as pessoas podem ter

opiniões distintas, posições que afetam a vida de todos, por

isso dizemos que elas são de interesse público ou têm

relevância social, daí a necessidade de debatê-las em

profundidade como forma de participar da vida pública de uma

comunidade, exercendo o papel de cidadão.

Também perceberá as características e o reconhecerá;

vai ter acesso aos mais variados tipos de textos opinativos; fará

leitura de vários modelos, responderá a uma série de

questionamentos relacionados ao aspecto linguístico,

interpretativo, aos operadores argumentativos, enfim, vai ter

oportunidade de ler e produzir Artigos de Opinião.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) ARTIGO DE OPINIAO – LEITURA – ESCRITA – RECURSOS TECNOLÓGICOS

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UNIDADE DIDÁTICA _________________________________

ARTIGO

DE

OPINIÃO

SERGIO LUIS BIRCK

Material Didático apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, vinculado à

Universidade Estadual do Oeste do Paraná,

Unioeste, sob a orientação do Professor

Doutor João Carlos Cattelan, em

cumprimento às atividades inerentes

ao professor PDE.

Marechal Cândido Rondon

2010/2011

Marechal Candido Rondon – julho de 2011.

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UNIDADE DIDÁTICA

GÊNERO TEXTUAL – ARTIGO DE OPINIÃO

Projeto a ser desenvolvido na 8ª série (9º ano) – Ensino Fundamental

1 – O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO ARTIGO DE OPINIÃO

Artigo de opinião é um gênero de texto escrito em que se toma posição acerca de uma

questão polêmica de interesse público. Uma questão polêmica é aquela que decorre de um assunto

que gera discussões, sobre o qual as pessoas podem ter opiniões distintas. São questões que afetam,

direta ou indiretamente, a vida de todos, por isso dizemos que elas são de interesse público ou têm

relevância social. Daí a necessidade de debatê-las em profundidade como forma de participar da

vida pública de uma comunidade, exercendo o papel de cidadão.

Os artigos de opinião nasceram e subsistem na imprensa escrita, que tem por objetivo não

só informar os leitores por meio de notícias, mas também colaborar para análise e discussão da

realidade.

Para escrever um artigo de opinião é preciso tomar partido explicitamente em relação a

uma questão polêmica. Para tanto é necessário formulá-la claramente; tomar conhecimento do que

já foi dito sobre o assunto; inserir a questão na história e no contexto do debate; incorporar a

posição de outras pessoas (seja para concordar, seja para discordar); e, fundamentalmente,

argumentar, ou seja, justificar a própria opinião com fatos, dados, exemplos, evidências, princípios,

comparações, opiniões de especialistas etc.

O artigo de opinião pode tratar de temas que digam respeito a outros cidadãos que não o

seu próprio autor; pode partir de fatos que ocorrerem na comunidade e até mesmo de vivências

pessoais, mas o autor deve articular o que é local ao geral, demonstrar que o tema é de interesse

público.

Questões polêmicas geralmente demandam soluções não consensuais, e para que fiquem

claras devem ser formuladas de maneira que seja possível responder a elas com um “sim” ou um

“não”, assumindo-se uma posição “contra” ou “a favor”.

Para apresentar o tema, o autor não pode supor que o leitor já esteja a par do debate; pelo

contrário, deve inserir o leitor na história e no contexto da discussão; deve dados históricos que

fazem diferença para se entender a questão, atualizar o leitor com informações indispensáveis para

acompanhar o debate.

No desenvolvimento do texto, o autor assume uma posição diante da polêmica,

explicitando a sua opinião; ao final da leitura, deve ser possível identificar a posição do autor em

relação ao tema. Mas não basta dar opinião, é preciso sustentá-la com argumentos. O autor deve

apresentar fatos (os dados) que funcionam como ponto de partida para conduzir a uma conclusão (a

tese), usando, para isso, justificativas (os argumentos) que sustentam sua ideia. Ainda que alguns

desses elementos possam estar implícitos, deve ser possível recuperá-los pelo raciocínio, já que

esses três elementos compõem o núcleo da argumentação.

Para convencer o leitor, o autor deve mobilizar informações pertinentes e diversificadas. O

texto será mais convincente se o autor eleger e usar variadamente entre seis possíveis tipos de

argumento (de autoridade, por princípio, por causa/consequência, por evidência, por exemplificação

e por comparação).

Ele também não pode ignorar posições contrárias à sua, pois isso mostrará não só que não

está a par do debate como perderá a oportunidade de refutar posições contrárias às suas para provar

que são inadequadas e descartá-las. Assim, é importante trazer a voz de diferentes pessoas ou

instituições, seja para refutá-las, seja para reforçar sua posição. Há mais chances de convencer o

leitor se este perceber que há quem concorde com o autor. A refutação de pontos de vista contrários

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é importante para mostrar que os argumentos dos opositores já foram considerados e ainda assim

não se sustentaram. Apesar disso, o autor não deve adotar um tom excessivamente impositivo, sem

dialogar com outras posições, sem negociar com opositores ou atenuar suas afirmações; a

estratégia-chave é negociação, e não imposição.

Para concluir o texto, o autor estabelece uma articulação lógica entre as ideias apresentadas

anteriormente e a conclusão a que conduz o leitor – esse é o momento de completar o caminho

lógico que veio sendo preparado desde a introdução. Nesse caminho, é importante utilizar os

conectivos e expressões que introduzem argumentos (“pois”, “porque”, “uma vez que” etc.) e

conclusões (“portanto”, “logo”, “então”, “assim” etc.).

Também no final é o momento de articular o local ao geral, caso isso não tenha sido feito.

Se as discussões focalizaram predominantemente um problema local, esse é o momento de mostrar

por que o tema é de interesse público.

É nessas condições que o artigo de opinião pode ser eficaz em convencer o leitor,

influenciá-lo ou conclamá-lo à ação. Ao final da leitura do artigo de opinião, o leitor deve ficar com

a impressão de que o autor não deixa de ter razão, mesmo que não concorde totalmente com ele.

Nesse sentido, a sugestão para iniciar um trabalho com alunos é fazendo um levantamento

das questões problemáticas e polêmicas sociais de sua região, país ou até mais abrangente, em nível

internacional ou global. Uma possibilidade é pedir que assistam aos telejornais, leiam os noticiários

e registrem as notícias que estão em evidência, as que são mais comentadas e divulgadas, para em

seguida serem levantadas e discutidas em sala de aula.

2 – RECONHECENDO O GÊNERO – ARTIGO DE OPINIÃO

O Artigo de Opinião apresenta normalmente as seguintes características:

a) Tem n o mínimo um parágrafo. Não há limite máximo para a extensão do texto.

b) Sua estrutura global caracteriza-se pelo seguinte esquema:

- Introdução (apresentação da tese, da idéia defendida pelo autor);

- Desenvolvimento (apresentação de argumentos para a defesa da tese);

- Conclusão (síntese das idéias defendidas no percurso do texto).

c) Os parágrafos ora são demarcados pelo adentramento, ora por um espaçamento entre

eles no corpo do texto. È mais comum nos artigos que circulam em websites.

d) Esse gênero caracteriza-se por tratar de temas atuais e envolver o leitor, a fim de que

este venha aderir à posição defendida pelo autor. O locutor, na busca de convencer o

público leitor, expõe seu posicionamento (premissas) como verdadeiras e atemporais.

e) Predomina sequências argumentativas, fundamentando conclusões parciais que venham

ser possíveis argumentos para a conclusão geral, caracterizando o que se pode chamar de

recurso argumentativo, indicando que o locutor toma o objeto em discussão como sendo

controverso e considera que há leitores que não compartilham de suas opiniões. Também

podem ser encontradas sequências explicativas, indicando que o locutor considera os

objetos postos em discussão como de difícil compreensão para os leitores. Assim, a

operação de justificativa das afirmações é constante e pode ser vista como a resposta do

locutor a uma questão possível dos leitores, o que caracteriza-se como um processo de

caráter interativo desse gênero textual.

No intuito de familiarizar o aluno aos textos, é indicado que sejam disponibilizados muitos

textos do gênero Artigo de Opinião. Para possibilitar que a turma identifique as produções,

é necessário levar para a sala uma boa quantidade de jornais, revistas ou amostras de

textos. O aluno poderá manusear, folhear, enquanto o professor dirige uma série de

questionamentos, apresentando possíveis hipóteses a respeito da caracterização dos textos.

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Importante é verificar previamente se a turma tem conhecimento a respeito do gênero em

questão.

Sugere-se algumas observações, por exemplo:

a) Você sabe e já fez a leitura de um artigo de opinião? Qual era o tema que o texto

apresentava?

b) Onde podemos encontrá-los? Qual é o veículo onde eles circulam?

c) Qual é a função social desses textos?

d) Em geral, quem os produz?

e) Com quais objetivos?

f) Para quem, geralmente, são produzidos?

2.1 - Pesquisa sobre o gênero

Para que os alunos tenham um maior aprofundamento e conheçam as particularidades dos

textos que estão sendo abordados no trabalho, é possível levar a turma ao laboratório de

informática, onde há possibilidade de acesso a jornais virtuais, revistas eletrônicas, entre outros. O

professor deve estar atento, acompanhar, orientar os alunos para que eles identifiquem, leiam, e

percebam a caracterização presente nos artigos de opinião.

Ao professor,(a)

Artigo de opinião, editorial, carta ao leitor e textos dissertativos, produzidos na esfera

escolar, são gêneros que possuem algumas semelhanças e que, por isso, podem causar confusões

aos alunos. Abaixo, segue uma definição de cada um para que seja possível orientar os estudantes

no momento da pesquisa do gênero artigo de opinião.

ARTIGO DE OPINIÃO: É um texto produzido tendo como objetivo principal defender

um ponto de vista, uma opinião sobre algum assunto. Portanto, é predominantemente

argumentativo. Inicia-se com uma informação ao leitor, visando situá-lo no tema (geralmente

polêmico e atual) para em seguida, iniciar as argumentações acerca da opinião defendida.

O presente gênero textual tem o objetivo de obter a adesão do leitor ao ponto de vista

defendido pelo seu autor. Comumente esse gênero é publicado em jornais, revistas impressas e

eletrônicas. Geralmente vêm após títulos como: “Ponto de Vista”, “Artigo”, “Opiniao”, “Tendências

e Debates”.

O artigo de opinião objetiva provocar a discussão de um tema atual, normalmente com

questões vinculadas à política, à saúde, à educação, ou seja, temas gerais que se refletem no

cotidiano da maioria dos leitores. Nele, o autor, que aparece identificado no final do texto ou após o

título, defende uma tese, apresentando argumentos favoráveis a mesma.

CARTA AO LEITOR: é uma seção presente em mídias impressas. Quem escreve é o

diretor de redação, utilizando-se de uma linguagem bem familiar, buscando a aproximação com o

leitor, chamando-o por “você” , (“é para você que fazemos esta revista”), num espaço que chama a

atenção para as reportagens presentes na tal edição, mas, especialmente para a a principal

reportagem (reportagem de capa). Esta carta não possui um destinatário definido, haja vista que se

escreve para todos os leitores da revista. É diferente da seção Carta do Leitor , que é o espaço

destinado à publicação dos textos enviados pelos leitores, que emitem opiniões, críticas, sugestões

relacionadas a algum artigo ou reportagem de edição anterior.

EDITORIAL: O editorial é um dos gêneros discursivos que circulam nos jornais e

revistas, expressando o ponto de vista do periódico (seja da empresa jornalística, seja da equipe de

redação em geral) a respeito de temas quase sempre polêmicos, acontecimentos, sobretudo

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reportagens publicadas no periódico no dia anterior. É publicado sem assinatura e "sem a obrigação

de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade , embora quase sempre tendem à

impessoalidade.

O profissional encarregado por sua redação é denominado editorialista. E, portanto, sua

função é a de se posicionar sobre temas polêmicos, manifestando sua adesão ou rejeição perante os

assuntos locais, nacionais ou internacionais relevantes, através de mecanismos argumentativos

próprios do jornalismo escrito. Deve ser enfático, equilibrado e informativo. Além de apresentar

argumentos que sustentam a posição assumida pelo jornal, costuma também resumir opiniões

contrárias, para refutá-las.

O estilo do editorial reflete o jornal como se fosse a parte de um todo, reproduzindo a

linguagem que perpassa os variados gêneros jornalísticos que o compõem. Então, classificam este

estilo como: equilibrado, leve ou denso. É um texto explicitamente formal. Em sendo altamente

argumentativo, obviamente o editorial está classificado como um gênero discursivo da ordem do

argumentar .

DISSERTAÇÃO ESCOLAR (ou texto dissertativo): Conforme Ghilardi et.al. (2002),

dissertar é expor, discutir, interpretar idéias. Desse modo, escrever uma dissertação supõe o exame

critico do assunto a ser apresentado e a elaboração de um plano de trabalho para e produção de

texto. Portanto, o plano de organização do texto dissertativo deve possibilitar clareza, objetividade,

coesão e coerência.

A produção da dissertação tem , como primeiro passo, o estabelecimento do objetivo que

orientará a organização e o encadeamento das sequências das frases. Determinado o objetivo, é o

momento de elaborar a frese-núcleo, que poderá constituir a introdução. Os parágrafos seguintes

compõem o desenvolvimento. É esse o espaço para fundamentar o ponto de vista, discutir,

exemplificar, até se chegar á conclusão. Todos os parágrafos devem ser articulados uns aos outros

para constituir as relações que formam o tecido, que é o texto. O tema deve ser o mesmo, do

começo ao fim, o que lhe confere, dessa forma, unidade.

Quando tem por objetivo expor idéias a respeito de um tema, a dissertação é expositiva.

Quando o objetivo é convencer, persuadir o leitor da validade e da eficiência do que se apresenta, é

argumentativa.

Há diferentes formas de elaborar um assunto. Para que as idéia não se desvinculem do ponto

principal da dissertação e desorganizem a sequência do raciocínio, é preciso delimitar o assunto,

isto é, selecionar um aspecto que se considere como o mais relevante para a discussão. Exemplos,

informações, dado, fatos, citações etc. podem ser usados para o desenvolvimento da idéia principal

do texto, desde que escolhidos como os mais adequados para tornar a dissertação completa e

convincente.

Para a garantia da lógica e da coerência do texto dissertativo, é necessário que este apresente

uma determinada estrutura composta de introdução, desenvolvimento e conclusão, que não

constituem, a penas, partes do texto, mas a sequência do raciocínio . Este será dedutivo, se

apresentar, no inicio, a tese, depois os argumentos. Será indutivo se , primeiro, vierem as

fundamentações para, só no final, aparecer o ponto de vista do autor.

2 .2 - Leitura de textos

Neste momento sugere-se que o professor forneça um artigo a cada aluno, no intuito de

familiarizar-se com o gênero, analisar o contexto de produção, a função social e a estrutura

composicional, bem como a forma como os autores articulam seus argumentos em favor de sua

posição.

Cabe ao professor orientar o aluno para que posteriormente tenha condições de produzir

seu próprio texto, bem como identificá-lo em jornais ou revistas. Obviamente, todo artigo de

opinião gira em torno de uma questão polêmica, então, é necessário analisar a posição assumida

pelo autor, os argumentos que ele usa para defender sua opinião e a forma como dialoga com os

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diferentes pontos de vista que circulam sobre esta temática.

3 – ATIVIDADES AOS ALUNOS

Distribuir o seguinte texto aos estudantes:

Jorge Darze: Epidemia do abandono Presidente do Sindicato dos Médicos do Município do Rio

Rio - A epidemia de dengue no Rio de Janeiro, com certeza, foi o fato

que mais gravemente atingiu a população nos últimos anos, gerando uma

mortalidade que poderá chegar a 200 óbitos. Situação covarde que atinge uma

população indefesa e desprovida do tratamento adequado. Felizmente, o Poder

Judiciário exigiu das autoridades a adoção de medidas imediatas que garantam

atendimento satisfatório aos pacientes. Merece destaque a histórica decisão da

juíza Regina Coeli Medeiros de Carvalho, da 18ª Vara Federal, que, diante do não

cumprimento de sua decisão, determinou multa semanal de R$ 10 mil ao

secretário municipal de Saúde. Ao negar o pedido de prisão do secretário feito

pela Defensoria Pública da União, a magistrada declarou que a punição maior

tem sido “a censura, a repulsa, o ostracismo e a anulação política perante a

sociedade carioca e os demais brasileiros, que a tudo assistem, perplexos com

tamanho descaso”.

As causas da elevada mortalidade são a crise do sistema público de saúde e o

enorme déficit de médicos, que revela a falência da política de recursos humanos

dos governos, na qual os baixos salários se destacam como principal motivo de

evasão. Até agora só foram anunciadas migalhas ou o congelamento dos

salários. A Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2009, enviada para a Assembléia

Legislativa, não prevê aumento. Em 2007 e 2008, além de não implantar o plano

de carreiras, o governo debochou do servidor público.

Além da dengue, outras epidemias também vitimam a nossa gente. O Rio possui

um grande número de médicos competentes que estão dispostos a contribuir na

assistência. Em vez de, demagogicamente, trazer médicos de fora, é preciso

tratar com seriedade e respeito esses profissionais, oferecendo carreira e

remuneração dignas para mudar a tendência atual de evasão para o retorno ao

serviço público, erradicando a epidemia do abandono.

O autor é presidente do Sindicato dos médicos do Município do Rio de Janeiro

Quinta-feira, 22 de maio de 2008 – O DIA ONLINE

Disponível em: WWW.odia.com.br/opiniao

Acessado em 08 de julho de 2001.

Após a leitura do artigo de opinião, identifique:

QUESTÕES ARTIGO

Autor

Papel social do autor

Local de publicação

Data de publicação

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Suporte de circulação

Questão polêmica

Posição do autor a respeito do tema

Argumentos que o autor usa para justificar seu

posicionamento

O objetivo do autor

4 – O GÊNERO - CARACTERÍSTICAS

Em relação aos recursos argumentativos empregados nos textos, a primeira questão é que

em todos há argumentação: dados que conduzem a uma tese sustentando-se em argumentos.

Nem sempre o movimento argumentativo é conduzido de modo sequencial. O que

distingue determinados textos é que há autores que sabem eleger e variar os tipos de argumento

empregados de acordo com a situação. O mais utilizado é o argumento por causa e consequência:

“como x, então y”. Também os argumentos por exemplificação aparecem bastante, assim como os

por evidência. Mais raros são os de autoridade (que dependem de pesquisa e domínio do tema), por

comparação (que também demandam a busca de casos similares) e por princípio (assentados em

leis, regras e preceitos gerais).

O emprego de argumentos variados no artigo de opinião, assim como a escolha do tipo de

argumento mais adequado às diferentes situações, certamente foi proporcional à possibilidade que o

estudante teve de praticar, mais ou menos vezes, o jogo da argumentação.

Outro aspecto que merece algumas observações é a escolha de palavras. Nos bons textos

nota-se que o autor não usa sempre a primeira palavra que lhe veio à mente, mas busca aquela que

caiba melhor na situação.

Isso não significa visar o rebuscamento, nem a sofisticação; pela contrário, simplicidade e

clareza devem ser as metas. A escolha lexical expressa também a utilização de recursos autorais: a

seleção de um termo que surpreenda o leitor, o uso de uma metáfora para explicar-se, a introdução

de aspas em uma palavra para marcar uma ironia etc.

Finalmente, o título do artigo de opinião: peça importantíssima na engrenagem do texto, a

ser feito e refeito antes, no meio e depois da escrita do artigo. Uma última observação: as

convenções da escrita foram bem observadas. Em geral, os textos estão corretos. Os problemas mais

recorrentes são, de longe, crase e pontuação; os menos recorrentes: ortografia, acentuação e

concordância; ainda assim, estão lá.

6 - SELEÇÃO DE UM ARTIGO DE OPINIÃO

Para garantir maior compreensão do gênero, a sugestão é que seja selecionado um texto e

este venha ser trabalhado tanto no que diz respeito ao contexto sócio-histórico-ideológico de

produção, bem como às suas marcas lingüístico-discursivas e sua estrutura formal. Para isso, pode-

se elaborar questões que provoquem a leitura e a interpretação do texto.

Lei Salva Vidas

AO LADO DO retumbante sucesso da lei seca, começam a surgir movimentos para

questionar a sua constitucionalidade. Alguns argumentam que o máximo de 0,2 decigramas de

álcool por litro de sangue é um exagero. Outros dizem que a imposição do bafômetro força os

cidadãos a produzirem prova contra si mesmos. Há ainda os que veem a lei como uma afronta aos

direitos individuais. Não vejo ofensa a direito nenhum. Todos continuam com total liberdade para

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beber o quanto quiserem. O que foi barrada é a liberdade, aliás inexistente, de um cidadão tirar a

vida de outro devido a descontrole causado pelo excesso de bebida, que, comprovadamente, se

manifesta a partir dos 0,2 decigramas. Tampouco tem cabimento dizer que o teste do bafômetro

constitui prova contra si mesmo. Quando um policial revista um carro em busca de armas ou de

drogas, ninguém reclama, como não reclamaria se todos os pilotos viessem a ser testados pelo

bafômetro antes de voar. Por que então querer explorar essa filigrana jurídica para impedir o exame

da alcoolemia? Penso que a lei recebeu um apelido errado. Seria “lei seca” se interferisse no direito

de beber. Não é o caso. A nova lei simplesmente se soma às exigências para dirigir, ou seja, possuir

carteira de habilitação, ter visão adequada, ser maior de 18 anos e estar sóbrio. Melhor seria chamar

o novo diploma de Lei da Proteção no Trânsito.

Defendo, nesta coluna, há muitos anos, a restrição do horário de funcionamento dos bares e

a proibição de dirigir embriagado. No primeiro caso, a lei que impôs o fechamento dos bares depois

da meia-noite em São Paulo reduziu substancialmente o crime e a violência urbana. No segundo, a

lei 11.705/08, em seu primeiro mês de aplicação, produziu uma queda substancial de acidentes,

mortes e feridos, assim como uma grande economia para os hospitais. Mais importante do que isso

é a preservação da vida e da saúde dos seres humanos, que, afinal, não têm preço. Com o aumento

da frota de veículos e de motoristas de primeira viagem, os acidentes vinham crescendo de forma

assustadora. Alguma coisa precisava ser feita. O Brasil possui uma enorme quantidade de leis. Mas

são poucas as de boa qualidade. A Lei de Responsabilidade Fiscal é uma delas. A Lei das Falências

é outra. Esta é mais uma. E o povo gostou. Cerca de 70% dos brasileiros apoiaram a sua

promulgação. Só temos a comemorar. E, para os que gostam de beber, que comemorem com um

bom champanhe, e um bom táxi ao voltar para casa.

Antônio Ermírio de Morais, 17 de agosto de 2008.

O autor é empresário, escreve artigos para jornais e revistas, membro da Academia

Paulista de Letras. Escreve mensalmente para a Folha de São Paulo.

6.1 – Análise do contexto de produção e função social do gênero

A - Quem é o autor do texto? O que você sabe sobre ele? Que segmento social ele representa?

_______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

B – Qual é o veículo de circulação do texto? ____________________________________________

_________________________________________________________

C – Quando o artigo foi publicado? _________________________________________________

D – Quem é o possível público leitor? _________________________________________________

E – Qual é o tema do artigo? Qual é a relação com a realidade do leitor? _____________________

____________________________________________________________________________

F – Por que a temática estava sendo discutida no momento da escrita do texto? _______________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

G – O objetivo do texto lido é:

( ) Criticar a lei seca.

( ) Criticar os que defendem a lei seca.

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( ) Defender a lei seca.

( ) Discutir a inconstitucionalidade da lei seca.

( ) Denunciar os abusos daqueles que não respeitam a lei seca.

H – Qual é o ponto de vista que o autor gostaria que o leitor aceitasse? ______________________

_______________________________________________________________________________

I – E você leitor, qual é o seu posicionamento em relação a Lei Seca: _______________________

_______________________________________________________________________________

6.2 – Análise do plano global do texto

Propõe-se neste momento uma discussão mais detalhada a respeito da estrutura composicional do

artigo.

A - Em relação ao título do texto, já é possível perceber algum indício do posicionamento do autor?

Que elementos indicam isso?

B – Qual das afirmações abaixo consiste na tese (tomada de posição do autor) defendida ao longo

do texto:

( ) “Defendo nessa coluna, há muitos anos, a restrição do horário de funcionamento dos bares e a

proibição de dirigir embriagado”.

( ) “A lei seca não interfere nos direitos de um cidadão beber. Ao contrário, soma-se às exigências

párea dirigir e controla a liberdade de um cidadão tirar a vida de outro, devido ao descontrole

causado pelo excesso de bebida”.

( ) “Alguns argumentam que o máximo de 0,2 decigramas de álcool por litro de sangue é um

exagero”.

( ) Cerca de 70% dos brasileiros apoiaram a sua promulgação. Só temos a comemorar”.

C – Na tentativa de defender sua opinião, o autor apresenta argumentos para justificar por que a lei

seca seria uma lei salva vidas. Assinale os argumentos que ele usa para justificar sua posição:

( ) “O descontrole causado pelo excesso de bebida se manifesta a partir de 0,2 decigramas de

álcool no sangue”.

( ) “Tampouco tem cabimento dizer que o teste do bafômetro constitui prova contra si”.

( ) “A lei 11.705/08, em seu primeiro mês de aplicação, produziu uma queda substancial de

acidentes, mortes e feridos, assim como uma grande economia para os hospitais... (...) cerca de

70% dos brasileiros apoiaram a sua promulgação”.

( ) “A lei seca trata-se de uma afronta aos direitos individuais”.

( ) “A lei seca não interfere no direito de beber, mas se soma às exigências para dirigir”.

( ) “Após a promulgação da lei seca, aumentou o número de acidentes de trânsito”.

D – A questão polêmica é a base do artigo. Uma questão provocativa pode mobilizar tanto as

pessoas de uma comunidade como as do mundo inteiro, que a discutem apaixonadamente,

assumindo posição favorável ou contrária. O autor do texto prevê opiniões opostas às suas,

argumentos que contestam os seus, ou seja, os contra-argumentos. Abaixo, enumerados, estão os

argumentos utilizados pelo autor para defender sua posição. Relacione cada argumeto com os

respectivos contra-argumentos apresentados pelo autor.

( 1 ) “Tampouco tem cabimento dizer que o teste do bafômetro constitui prova contra si.

( 2 ) “O descontrole causado pelo excesso de bebida se manifesta a partir dos 0,2 decigramas de

álcool no sangue”.

( 3 ) “A lei seca não interfere no direito de beber, mas se soma às exigências para dirigir”;

( ) “Alguns argumentam que o máximo de 0,2 decigramas de álcool por litro de sangue é um

exagero”.

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( ) “Outros dizem que a imposição do bafômetro força os cidadãos a produzirem prova contra si

mesmos”.

( ) “ Há ainda os que veem a lei como uma afronta aos direitos individuais”.

E – Com a ajuda de um colega, localize e marque no texto, com cores diferentes:

1 – a tese apresentada pelo autor.

2 – os argumentos que utiliza para defender a lei seca.

3 – os contra-argumentos mencionados pelo autor que questionam a constitucionalidade da lei seca.

Observação: Nesse momento seria interessante que o texto pudesse ser exposto num cartaz, numa

tela de computador ou ainda num multimídia e a atividade acima ser realizada em conjunto.

F – Na conclusão de um artigo de opinião o autor pode propor alguma alternativa para o problema

levantado, ou seja, refletir a respeito de uma solução para a temática debatida, como pode também

reforçar a tese defendida. No caso do texto em questão, ao concluí-lo, o autor reforça sua tomada de

posição, defendendo mais uma vez a lei seca. Localize e copie as passagens que comprovam isso.

G – Enumere a sequência do conteúdo apresentado no texto:

( ) Apresentação dos contra-argumentos.

( ) Apresentação da tese.

( ) Conclusão.

( ) Apresentação dos argumentos.

H – De maneira desordenada, no quadro abaixo há algumas informações sobre o plano textual do

texto. O trecho abaixo do quadro, ainda incompleto, é um possível resumo do artigo estudado.

Complete o resumo, utilizando essas informações de maneira ordenada.

1 - Apresenta dados que comprovam os benefícios sociais oriundos a partir da mesma.

2 – É motivo de comemoração a aprovação desta lei de qualidade, aprovada pela maioria dos

brasileiros.

3 – Argumente em favor da promulgação da lei seca.

4 – Seu ponto de vista a respeito da lei 11.705/08.

5 – Os contra-argumentos.

No texto “Lei salva vidas”, Antonio Ermirio de Morais, introduz o assunto apresentando _________

________________________________________ . Na sequência, apresenta ___________________

______________________________________________________ para, na continuidade do texto,

contestá-los, __________________________________ e ________________________________.

O autor conclui o texto afirmando que _________________________________________________

______________________________________________________________________________ .

Observação: fazer uma discussão coletiva referente as respostas dadas pelos alunos.

6.3 – Interpretação do texto

A – Qual é o seu conhecimento a respeito da lei seca: _________________________________

B – Observe o significado da palavra “constitucionalidade” no dicionário Houaiss (2004, p. 183-

184):

1 – Relativo à constituição (conjunto de leis) ; 2 – de acordo com a constituição, legítimo, legal;

3 – que faz parte da constituição biológica do indivíduo.

Com qual sentido a palavra “constitucionalidade” foi empregada na passagem: “Ao lado do

retumbante sucesso da lei seca, começam a surgir movimentos para a questionar a sua

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constitucionalidade”. ____________________________________________________________

C – Você conhece o bafômetro? Sabe como ele funciona? ___________________________

D – Por que o autor afirma que a imposição do bafômetro força os cidadãos a produzirem prova

contra si mesmos? ______________________________________________________________

E – No texto, o autor questiona: “Por que então querer explorar essa filigrana jurídica para impedir

o exame da alcoolemia? ”

De acordo com o dicionário Houaiss (2004 – p. 343), filigrana trata-se de:

1 – trama delicada com fios de ouro ou prata, entrelaçados; 2 – marca-d`água; 3 – detalhe

insignificante.

Com qual desses sentidos a palavra “filigrana” foi utilizada no texto?______________________

F – Você conhece as exigências jurídicas para uma pessoa ter a permissão para dirigir? Cite-as:

______________________________________________________________________________

Observação: é possível fazer uma pesquisa mais detalhada sobre esta temática.

G – Qual argumento o autor utiliza para justificar que seria melhor chamar a “lei seca” de lei da

proteção no trânsito? _____________________________________________________________

6.4 – Análise Linguística

O artigo de opinião caracteriza-se por apresentar uma grande quantidade de elementos

coesivos. Essas expressos permitem a vinculação do conteúdo ao texto. Nas atividades a seguir,

apresentamos alguns elementos coesivos de nominados de referenciais (KOCH, 2004), pois

referenciam (retomam ou antecipam) elementos – palavras, expressões ou fragmentos, mencionados

no texto.

1 – Releia o trecho abaixo:

“ Ao lado do retumbante sucesso da lei seca, começam a surgir movimentos para questionar a sua

constitucionalidade”.

A – A palavra “sua” – (um pronome possessivo) – recupera qual informação do texto, escrita

anteriormente?

( ) a constitucionalidade da lei

( ) a lei seca

( ) os movimentos que questionam a sua constitucionalidade

B – Observe a palavra “isso” destacada no trecho a seguir:

“ Defendo, nesta coluna, há muitos anos, a restrição do horário de funcionamento dos bares e a

proibição de dirigir embriagado. No primeiro caso, a lei que impôs o fechamento dos bares depois

da meia-noite em São Paulo reduziu substancialmente o crime e a violência urbana. No segundo, a

lei 11.705/08, em seu primeiro mês de aplicação, produziu uma queda substancial de acidentes,

mortes e feridos, assim como uma grande economia para os hospitais. Mais importante do que isso

é a preservação da vida e da saúde dos seres humanos, que, afinal, não têm preço”.

Pra compreendermos o sentido da palavra “isso” temos de localizar duas informações

apresentadas anteriormente no texto. Quais são elas? Copie-as: ____________________________

C – A elipse constitui-se como um importante elemento de coesão entre as partes do texto. Consiste

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no apagamento de um termo que pode ser facilmente subentendido pelo contexto lingüístico ou pela

situação. Veja o exemplo:

“O Brasil possui uma enorme quantidade de leis. Mas são poucas as de qualidade.”

A frase “mas são poucas as de boa qualidade” somente tem sentido se relacionada com a frase “O

Brasil possui uma enorme quantidade de leis”, pois o termo destacado “as”, nesse fragmento,

remete-se a um elemento da frase anterior facilmente subentendido: leis

Identifique a elipse nos termos destacados abaixo:

“O Brasil possui uma enorme quantidade de leis. Mas são poucas as de boa quantidade. A Lei de

Responsabilidade Fiscal é uma delas. A Lei das Falências é outra. Esta é mais uma. E o povo

gostou”.

“Esta é mais uma”. Uma o que? ____________________________

“E o povo gostou”. Gostou de que? ____________________________________

“O que foi barrada é a liberdade, aliás inexistente, de um cidadão tirar a vida de outro devido ao

descontrole causado pelo excesso de bebida... “

“ tirar a vida de outro”. Outro o que? _____________________________

I – No texto, o autor utiliza-se de maneiras diferentes para se referir à “Lei Seca”, para não repetir

constantemente a mesma expressão. Identifique as palavras e expressões utilizadas pelo autor como

sinônimos de “Lei Seca”: __________________________________________________________

6.5 - Operadores Argumentativos

A – Observe o elemento destacado no fragmento: “Outros dizem que a imposição do bafômetro

força os cidadãos a produzirem prova contra si mesmos. Há ainda os que veem a lei como uma

afronta aos direitos individuais”. Que relação de sentido possui o termo em destaque:

( ) Comparação entre duas idéias.

( ) Oposição entre ideias.

( ) Restrição de uma idéia em relação a outra.

( ) Inclusão de uma outra idéia.

B – Leia os fragmentos a seguir e assinale a relação de sentido estabelecida pelos termos em

destaque:

1 – “A lei das falências é outra. Esta é mais uma. E o povo gostou”. Que função a palavra destacada

tem na frase?

( ) Acrescenta uma informação nova.

( ) Introduz um esclarecimento.

( ) Marca uma oposição entre duas informações.

( ) Introduz uma informação.

2 – “O que foi barrada é a liberdade, aliás inexistente, de um cidadão tirar a vida de outro devido ao

descontrole causado pelo excesso de bebida, que, comprovadamente, se manifesta a partir de 0,2

decigramas”. A expressão em destaque tem o objetivo de :

( ) Apresenta uma conseqüência provocada por uma causa.

( ) Exclui um termo anterior.

( ) Retifica uma idéia.

( ) Explica uma idéia anterior.

3 – “... A nova lei simplesmente se soma às exigências para dirigir, ou seja, possuir carteira de

habilitação, ter visão adequada, ser maior de 18 e estar sóbrio”. Ou seja, na frase, tem a função de:

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( ) estabelecer relação de justificativa

( ) acrescentar uma nova informação

( ) retificar a idéia anterior

( ) estabelecer uma comparação

4 – “O Brasil possui uma enorme quantidade de leis. Mas são poucas das de boa qualidade”. A

expressão mas, tem o objetivo de

( ) apresentar oposição entre idéias

( ) incluir uma nova idéia

( ) estabelecer uma comparação

( ) acrescentar um exemplo

5 – “No segundo, a lei 11.705/08, em seu primeiro mês de aplicação, produziu uma queda

substancial de acidentes, mortes e feridos, assim como uma grande economia para os hospitais”.

Assim como, na frase acima, objetiva

( ) introduzir um esclarecimento

( ) adicionar um novo argumento

( ) introduzir uma explicação ou justificativa

( ) concluir a ideia anterior

C – Complete as frases abaixo, com a conjunção adequada ao sentido pretendido pelas orações.

Utilize as palavras do quadro a seguir:

E – pois – mas – ou ... ou – apesar de - embora

1 - _____________________ seja proibido, muitas pessoas ainda dirigem após ingerirem bebida

alcoólica.

2 – Segundo estatísticas, a lei seca surtiu efeitos positivos, __________________________

diminuiu o número de acidentes de trânsito.

3 – Os defensores da abstinência alcoólica comemoram _______________________ enaltecem o

rigor da lei.

4 – A lei seca estabelece que os motoristas não devem dirigir ao ingerir bebidas alcoólicas

____________ há muitos motoristas que desrespeitam essa lei.

5 - ____________________ os motoristas escolhem respeitar a lei ________________ escolhem

pagar pelo descumprimento da mesma.

6 - _______________________ normalmente não beber muito, fui de táxi e voltei de carona.

D – Em um artigo de opinião, há outros elementos que estabelecem a organização das idéias do

texto. Esses elementos são chamados de articuladores (operadores de sequenciação). Observe-os

em destaque no trecho seguinte e identifique a que elementos eles se referem.

“ Defendo, nesta coluna, há muitos anos, a restrição do horário de funcionamento dos bares e a

proibição de dirigir embriagado. No primeiro caso, a lei que impôs o fechamento dos bares depois

da meia-noite em São Paulo reduziu substancialmente o crime e a violência urbana. No segundo, a

lei 11.705/08, em seu primeiro mês de aplicação, produziu uma queda substancial de acidentes,

mortes e feridos, assim como uma grande economia para os hospitais. Mais importante do que isso

é a preservação da vida e da saúde dos seres humanos, que, afinal, não têm preço”.

No primeiro caso: _______________________________________________________

No segundo: __________________________________________________

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6.6 - Modalizadores

Num texto argumentativo, é comum que o locutor (autor do texto) utilize palavras ou expressões

que demonstrem suas intenções, sentimentos, atitudes em relação ao seu discurso (ao que diz). A

essas palavras denominamos modalizadores textuais.

Algumas palavras que podem funcionar como modalizadores do discurso:

É necessário...

É possível...

Deve acontecer...

Quero dizer que...

Eu acredito que...

Desejo que...

Eu posso afirmar que...

É permitido...

Provavelmente, certamente,

Necessariamente, felizmente...

Pouco...

Muito...

Quase...

Apenas...

Só...

Mesmo...

Até...

Não pode haver dúvidas de que...

É dever de todos que...

Todos sabem que...

Fonte: KOCH, Ingedore Villaça. Argumentação e LinguaSó...gem. 4. Ed. Sã Paulo: Cortez,

1996.

1 – Observe os fragmentos do texto e sublinhe as marcas de modalização:

a) “Ao lado do retumbante sucesso da lei seca, começam a surgir movimentos para questionar

a sua constitucionalidade”.

b) “Não vejo ofensa a direito nenhum”.

c) “A nova lei simplesmente se soma às exigências para dirigir”.

d) “Mais importante do que isso é a preservação da vida e da saúde dos seres humanos, que,

afinal, não tem preço”.

2 – No trecho “O que foi barrada é a liberdade, aliás inexistente, de um cidadão tirar a vida de

outro devido a descontrole causado pelo excesso de bebida, que, comprovadamente, se manifesta a

partir dos 0,2 decigramas. O advérbio “comprovadamente” demonstra uma intenção do autor do

texto sobre a informação apresentada. Com qual objetivo o autor usou essa palavra?

_____________________________________________________________________________

3 – Destaque, nos trechos seguintes, as palavras que o autor emprega e que evidenciam o seu

posicionamento em relação ao assunto da lei seca.

a) Defendo, nesta coluna, há muitos anos, a restrição do horário de funcionamento dos bares e

a proibição de dirigir embriagado” _____________________________________________

b) “Melhor seria chamar o novo diploma de lei da proteção no trânsito”.

____________________________________

c) “Só temos a comemorar”. _____________________________________

d) “Há ainda os que veem a lei como uma afronta aos direitos individuais. Não vejo ofensa a

direito nenhum. ______________________________________________________

7 - PESQUISA DE OPINIÃO

Para que os alunos exercitem o uso adequado dos operadores argumentativos, sugere-se uma

pesquisa com a comunidade a respeito da lei seca, coletando opiniões de pessoas de diferentes

faixas etárias. Os alunos podem ser organizados em grupos para que cada um entreviste pelo menos

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5 pessoas. Para organizar o trabalho, pode-se utilizar a ficha abaixo:

1. Você é a favor da implementação da lei seca no Brasil?

( ) Sim

( ) Não

Justifique sua resposta: _____________________________________________________

Com os resultados da pesquisa em mãos, os grupos deverão montar um quadro para registrar a

questão, a posição dos entrevistados e os argumentos utilizados por eles. A anotação dos resultados

poderá contribuir para que os alunos conheçam os argumentos e compreendam que as opiniões

recolhidas trazem marcas que as identificam, por exemplo: penso que..., sou a favor por que..., na

minha opinião....

Número de entrevistados favoráveis ______________________________

Argumentos apresentados _________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Número de entrevistados contrários: _____________________________

Argumentos apresentados _______________________________________________________

____________________________________________________________________________

Com base nesses resultados, organizar uma atividade em que os alunos apresentem aos demais, os

dados obtidos em sua pesquisa. Para a apresentação, os alunos devem montar tabelas para dar maior

facilidade de compreensão dos dados. É importante também que elaborem uma síntese, trazendo as

falas dos entrevistados.

Pode-se utilizar o seguinte esquema:

A maioria pensa que __________________________________, pois ______________________

Alguns acham que não ______________________________, visto que ____________________

Nem todos são favoráveis à __________________________ porque_______________________

Quase todos são contra porque __________________________________________________

Muitos acham que _____________________________ pois _____________________________

Há pessoas que são contra ___________________________ , pois ______________________

Outras são a favor porque ________________________________________________________

8 - PRODUÇÃO E REESCRITA DE TEXTOS

Após terem lido, discutido, pesquisado e feito atividades relacionadas à “lei seca” propõe-se

aos alunos, a elaboração de seu próprio artigo sobre a temática, apresentando a tese e os

argumentos que a sustentem.

São apresentados a seguir algumas expressões características que podem ser incluídas aos textos,

quando da sua produção:

1. que anunciam a posição do autor: penso que, pessoalmente, acredito que, creio, acho que.

2. Outras expressões e palavras que indicam certeza: sem dúvida, está claro que, com certeza,

é indiscutível.

3. Os que introduzem argumentos: porque, pois, mas, no entanto, aliás.

4. Aquelas que introduzem conclusão: então, consequentemente, por conseguinte, assim,

portanto.

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5. Expressões que marcam as diferentes vozes que circulam socialmente: como dizem os

economistas..., segundo alguns empresários..., muitas pessoas dizem que..., há pessoas que

negam..., algumas pessoas afirmam..., para muitos é importante..., para outros....

8.2 - Estrutura do artigo de opinião

Existem várias possibilidades de organizar a estrutura de um artigo de opinião, porém, de maneira

geral, todos possuem os seguintes elementos. (Não existe uma ordem específica para esses

elementos e nem todos precisam aparecer num mesmo artigo de opinião).

1. Contextualização e/ou apresentação da questão que está sendo discutida.

2. Explicitação do posicionamento assumido.

3. Utilização de argumentos para sustentar a posição assumida.

4. Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos

contrários à posição assumida.

5. Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.

6. Retomada da posição assumida.

7. Possibilidades de negociação.

8. Conclusão (ênfase ou retomada da tese ou posicionamento defendido).

8.2 - Primeira produção: esta será apenas um esboço, um rascunho do texto que se pretende

produzir. Sendo assim, é importante apresentar as idéias, os argumentos e não se preocupar tanto

com outros detalhes e componentes mais técnicos, pois esses pormenores serão acrescentados e

utilizados num segundo momento.

Obs: a turma terá o seu blog. Nele serão postadas todas as produções e atividades relacionadas ao

projeto. Neste primeiro momento, os textos ainda não estarão disponíveis no ambiente virtual.

8.3 - Segunda produção ou primeira reescrita: é momento para retomar todos os fundamentos

teóricos trazidos aos alunos no percurso das aulas. Então, cabe ao aluno nesta hora, rever seu texto,

buscar apoio de colegas, rever sua produção, analisar se suas idéias estão claras e verificar o que

falta para que seu texto possa ser considerado ótimo, tanto por ele quanto pelo demais possíveis

leitores. Questões gramaticais e ortográficas precisam ser revistas.

Uma proposta e dividir a turma em pequenos grupos de 3 alunos para que os textos sejam trocados

e corrigidos pelos mesmos, auxiliando assim na releitura e no aperfeiçoamento da escrita.

Após realizada esta etapa, os textos serão postados no ambiente para que possam ser lidos por

todos, corrigido pelo professor e comentado pelos colegas de sala.

O quadro abaixo poderá auxiliar na releitura e correção de alguns pontos das produções:

8.4 - AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO

1 – Critérios Está OK Deve mudar

2 – Adequação ao título

- O assunto a ser discutido é relevante e polêmico?

- Você se colocou como alguém que discute a questão,

considerando os leitores e o veículo de publicação do texto?

- Acredita que conseguiu convencer seus leitores?

3 – Estrutura do texto

- Seu texto apresenta uma posição clara de defesa da questão?

- Usa argumentos para defender sua idéia?

- Presença de uma conclusão adequada?

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4 – Argumentação

- Selecionou informações relevantes?

- Utilizou organizadores textuais adequados?

5 – Marcas lingüísticas

- Usou adequadamente os conectivos e palavras coesivas?

- Está adequado quanto às normas gramaticais?

- Seu texto apresenta escrita legível e não contém rasuras?

8.5 - Terceira produção ou segunda reescrita: nessa etapa, o autor deve reescrever seu texto,

observando todos os apontamentos considerados na correção coletiva anterior.

8.6 - Quarta produção ou terceira reescrita: enfim, a revisão final. Observa-se se a conclusão

está reforçando sua posição e os demais aspectos relacionados ao todo do texto devem ser

analisados, no intuito de influenciar o leitor.

Leia o seu artigo com cuidado, verificando se ele contém as características essenciais

exigidas em sua produção já estudadas. Observe se o texto traduz a sua opinião. Reescreva o seu

artigo, alterando o que achar necessário.

Neste momento os textos são postados novamente no blog, como versões definitivas.

Para que as produções tenham uma maior circulação e sejam lidos por um grande número de

pessoas, os textos serão expostos num mural e no site da escola.

9 – REFERÊNCIAS

- BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.

- DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michelle; SCHNEULY, Bernard. Sequências Didáticas para o

oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SCHNEULY, Bernard e

colaboradores. Gêneros Orais e Escritos na Escola. (Tradução e organização de Roxane Rojo e

Glaís Sales Cordeiro). Campinas/SP: Mercado das Letras, 2004.

- GAGLIARDI, Eliana. Pontos de Vista. São Paulo: Peirópolis, 2004.

- GHILARDI, Maria Ines (et al.). Redação para o vestibular: propostas, comentários, redações e

exercícios. Campinas: Alínea, 2002.

- KOCH, Ingedore Villaça. Coesão Textual. 19. Ed. São Paulo: Contexto, 2004.

- _______ . Argumentação e Linguagem. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 1996.

- NIEDERMAYER, Luci Pillet (org.). Generos Textuais: uma definição dos gêneros listados no

currículo. Santa Helena, 2007.

- MACHADO, Anna Rachel; CRISTÒVÂO, Vera Lucia Lopes. A Construção de Modelos

Didáticos de Gêneros: Aportes e Questionamentos Para o Ensino dos Gêneros. Linguagem em

(Dis)curso – LemD, Tubarão, vol. 6, n. 3, p. 547-573, set./dez. 2006.

- Revista TRAMA - Volume 5 - Número 10, P. 96/97 - 2º Semestre de 2009.

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- MORAIS, Antonio Ermirio de. Lei Salva Vidas. 17/08/2008. Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br – acesso em 05 de julho de 2011.

- NIEDERMAYER, Luci Pillet (org.). Gêneros Textuais: uma definição dos gêneros listados no

currículo. Santa Helena, 2007.

- ZANQUETTA Jr., Juvenal; FARIA, Maria Alice. Para Ler e fazer o jornal na escola. São

Paulo: Contexto, 2002.