Introduo

Triglicrides, ou triglicerdeos, so um tipo de gordura, composto por uma molcula de glicerol e trs molculas de cidos graxos. Os triglicrides so a principal forma de estocagem de energia dos animais. Ostriglicridesso tipos de gorduras que podem ser produzidas pelo organismo ou ingeridas atravs dos alimentos. Assim como o HDL, LDL, ostriglicridesquando encontram-se em nveis alterados no sangue podem causar prejuzos sade, principalmente se este aumento estiver associado ao aumento das fraes de colesterol citadas. Nveis elevados detriglicridesna corrente sangunea esto associados ao aparecimento de doenas coronarianas e por esse motivo todos devem ter conscincia do quanto importante ter as taxas detriglicridesdentro do limite recomendado As gorduras desempenham papis importantes em nosso organismo, como fornecer energia ao corpo e proteger os nossos rgos. A camada de gordura isola o organismo, preserva o calor do organismo e mantm a sua temperatura do mesmo. A gordura tambm auxiliam no transporte e absoro das vitaminas lipossolveis, A, D, E e K. Triglicridesso a forma de armazenamento energtico mais importante no organismo, constituindo depsitos no tecido adiposo no tecido muscular. Porm, o excesso de gordura na alimentao pode ser bastante prejudicial sade.

1. Triglicerdeos: Triglicerdeos (TG) Lipoprotena de muito baixa densidade (VLDL) Lipoprotena de baixa densidade (LDL) Lipoprotena de alta densidade (HDL) Lipoprotena de densidade intermediria (IDL)

1.1 Triglicrides ou triglicerdeos (TG) um tipo de gordura (lipdeos), composto por uma molcula de glicerol e trs molculas de cidos graxos.

a principal forma de estocagem de energia dos animais, que os acumulam no tecido adiposo na forma de gordura. So as formas mais importantes de armazenamento e transporte de cidos graxos; So sintetizados no fgado e intestino; Constituem as principais fraes dos quilomcrons, das VLDL e pequena parte das LDL presentes no plasma. Cerca de 90% das gorduras ingeridas na dieta so triglicerdeos formados por cidos graxos saturados e insaturados. Os triglicerdeos dos quilomcrons e das VLDL sofrem rpida metabolizao pela ao da lipase lipoprotena (LPL), da lipase heptica e da protena de transferncia de colesterol esterificado (CETP). Durante o catabolismo, os triglicerdeos so hidrolisados, os cidos graxos livres so liberados para o plasma e o colesterol transferido das HDL para as VLDL. So ocasionadas pela ingesto excessiva de alimentos ou, mais raramente, por mutao gentica de enzimas da via metablicas dos lipdios.

1.2 Causas: O consumo excessivo de gorduras e acares; Consumo excessivo de lcool; Excesso de peso; Hipotireoidismo; Diabetes; Defeitos hereditrios; Alguns medicamentos; Tabagismo.

1.3 Causas Genticas:So menos caracterizadas, porm contribuem com o maior numero de casos. Hiperliproteinemia tipo I: uma causa rara, bem caracterizada pela hTG. provocada por defeito da enzima lipase de lipoprotena (LPL) ou de seu cofator apoc-H. Esta via pode ser afetada por outras desordens, como diabetes melito tipo I ou tipo II, pois a LPL requer insulina para a sua atividade plena.

1.4 Duas desordens da TG so geneticamente determinadas: Hiperlipidemia familial combinada: uma desordem autossmica dominante caracterizada por pacientes e seus parentes em primeiro grau com elevaes dos TG LDL C isoladamente ou em associao. Hiperlipidemia familial: Os pacientes e seus familiares apresentam aumento isolado de TG e riscos aumentados de doena arterial coronria prematura.

1.5 Sintomas: J em outras pessoas, esse nvel elevado produz alguns sinais chamados xantomas e xantelasmas (so distrbios cutneos comuns). Os triglicrides muito altos pode causar dor abdominal e pancreatite, Tambm frequentemente causa fadiga, zumbido no ouvido e ardor nos membros inferiores.

2. Avaliao Laboratorial da Hipertrigliceridemia: Amostra utilizada o soro e o plasma; Jejum de 12 a 14 horas; Teores de TG < 1000 mg/dl Teores de TG > 1000 mg/ dl Em nveis de TG acima de 1000 mg/dl, a presena de quilomcrons deve ser confirmada pelo teste de refrigerao por um a noite do tubo de soro ou plasma; Investigar causas secundrias de hTG, como o diabetes melito e hipotiroidsmo.

3. Determinao dos triglicerdeos: As fases da anlise laboratorial dividem-se, classicamente, em: Fase pr-analtica: comea na coleta de material, seja ela feita pelo paciente (urina, fezes e escarro), seja feita no ambiente laboratorial. Fase analtica: Corresponde etapa de transporte, armazenamento e execuo do teste propriamente dita. Fase ps-analtica: Inicia-se no laboratrio clnico e envolve os processos de validao e liberao de laudos, encerrando-se aps o mdico receber o resultado final, interpret-lo e tomar sua deciso. O controle do laboratrio sobre os erros em cada uma dessas fases varivel, porm todos tm impacto na conduta adotada pelo mdico-assistente.

4. Erros na tomada de conduta pelo mdico: Pesquisas afirmam que cerca de 70% dos erros que acontecem em laboratrios clnicos ocorrem na fase pr-analtica. Sabe-se que esses erros podem ser minimizados se os profissionais estiverem comprometidos e atentos com os procedimentos. Erro pr-analtico: Controle limitado Erro analtico: Controlado pelo laboratrio Erro ps-analtico: Controle relativo

5. Fase pr-analtica: Jejum de 12 a 14 horas - obrigatrio. Decorre do fato de os valores de referncia dos testes terem sido estabelecidos em indivduos nessa condio; Realizar a dosagem em indivduos com estado metablico estvel; Manter a dieta e o peso pelo menos duas semanas antes da realizao do teste; Aguardar pelo menos 8 semanas aps cirurgia ou doena em geral ou 3 meses aps o parto para realizar o teste em grvidas; Evitar atividades fsicas vigorosas 24 horas antes do teste; Evitar ingesto de lcool 72 horas antes do teste. O lcool determina variaes nos resultados de exames laboratoriais por seus efeitos in vivo e in vitro; Manter o uso de drogas que no possam ser interrompidos; Executar o teste nas primeiras 24 horas aps um evento isqumico (IAM), pois os valores correspondem efetivamente ao perfil lipmico do paciente.

5.1 Fase Analtica: Transporte Armazenamento Anlise Recomenda-se separar o soro at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel, manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado. Aps a obteno do soro, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 7 dias, em recipiente fechado.

5.2 Valores de referncia: Observao: os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e dos reagentes utilizados; portanto esses valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais. Valores recomendados pelas IV Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007)

5.3 Fase Ps Analtica / Resultado: Hipertrigliceridemia: encontrada na sndrome nefrtica, no hipotireoidismo, na pancreatite aguda e no diabetes mellitus. Os nveis baixos esto relacionados desnutrio, hipertireoidismo e sndrome de m absoro. Na avaliao da dosagem do triglicrides de um indivduo ser considerada a mdia , obtidas em intervalos de 1 semana e mximo de 2 meses aps a coleta da primeira amostra. Entre estas duas dosagens a variao intra-individual aceita inferior 22,6% As dosagens enzimticas de triglicrides se baseiam na quantificao de glicerol proveniente do mesmo, o que faz com que o glicerol livre presente no soro possa superestimar os seus valores.

6.0 Divises dos Triglicerdeos para Determinar o colesterol total: Lipdeos sanguneos: Colesterol e triglicerdeos no sangue so ligados a lipoprotenas, quem contm gordura. O colesterol ligado a HDL (lipoprotenas de alta densidade), LDL (de baixa densidade) e VLDL (muito baixa densidade). Os triglicerdeos so carregados depois de uma refeio por quilomcrons e ao longo prazo por VLDL. Ento o VLDL a nica protena que carrega tanto colesterol quanto triglicerdeos. Clculo direto: Os laboratrios calculam diretamente o colesterol total (TC), o HDL e o total de triglicerdeos (TG). Os testes para LDL e VLDL so mais difceis, portanto eles so calculados indiretamente. Clculo indireto: Em 1972, o mdico William Friedewald desenvolveu o que hoje conhecido como a equao Friedewald para fazer esses clculos: TC (conhecido) = LDL + HDL (conhecido) + VLDL (que TG/5). A partir de 2008, Friedewald tornou-se professor clnico de sade pblica e medicina na universidade Columbia.

Por que dividir por cinco? O triglicerdeo dividido por cinco porque, com nveis mdios, 1/5 de seu total a quantidade de colesterol ligada a triglicerdeos no VLDL. Limites e garantia: Se o nvel de triglicerdeo for acima de 400, o clculo de VLDL no considerado correto. Esse um dos motivos de pedir que os pacientes faam jejum antes de um teste sanguneo de colesterol. Jejuns do tempo para os quilomcrons limparem o sangue, deixando a maioria dos triglicerdeos em forma de VLDL.

7.0 Valores de Referncia dos lipdios nvel normal no sangue: Colesterol: Menor de 200mg/dl Colesterol HDL: Maior de 40 mg/dl Colesterol LDL : Menor de 100mg/dl Triglicerdeos: Menor de 150 mg/dl

8.0 Tratamento: O objetivo final do tratamento prevenir complicaes e controlar os nveis de triglicerdeos no organismo, mantendo sempre: Uma alimentao com baixo contedo de colesterol e de gorduras saturadas que reduz os valores de LDL; Praticando exerccios que podem ajudar a diminuir as concentraes no sangue de colesterol LDL e aumentar as de colesterol HDL; Bebendo uma pequena quantidade de lcool todos os dias pode elevar o nvel do colesterol HDL e diminuir o nvel de LDL.

Concluso A causa mais comum do aumento de triglicrides aobesidade. Os triglicrides so a forma na qual a energia em excesso armazenada no corpo humano. A gordura do corpo composta na sua grande maioria por triglicrides. Portanto, quanto mais acima do peso um indivduo, maiores seus nveis de triglicrides. Freqentemente, pessoas obesas apresentam triglicrides elevados, HDL-colesterol baixo, glicemias alteradas (ou diabetes) e/ou presso alta; a chamadasndrome metablica. O consumo exagerado de carboidratos ou acar pode aumentar os triglicrides tambm. Alm disso, o consumo de grandes quantidades de lcool tambm pode elevar os triglicrides. Outras causas de aumento dos triglicrides, que devem ser pesquisadas em todos os pacientes, so: o hipotireoidismo, odiabetes mellitusdescontrolado, algumas doenas do rim (sndrome nefrtica) e alguns distrbios genticos (hipertrigliceridemia familiar). Todos os pacientes com nveis altos de colesterol total ou LDL-colesterol devem efetuar mudanas dos seus hbitos alimentares, principalmentediminuindo o consumo de gordura total e gorduras saturadas.Gorduras saturadas so aquelas que se tornam endurecidas temperatura ambiente, e so encontradas principalmente em alimentos de origem animal (exemplo: carne, manteiga, leite, queijo), mas tambm podem ser encontradas em produtos vegetais como: leo de coco, manteiga de cacau e margarina. O consumo de gorduras saturadas deve ser reduzido ao mnimo. O paciente deve dar preferncia ao consumo de gorduraspoli-insaturadas(leos vegetais, leo de milho, leo de soja) oumono-insaturadas(nozes, abacate, leo de oliva). Em alimentos industrializados, o rtulo do produto traz informaes sobre a sua quantidade de gordura saturada, mono-insaturada e poli-insaturada. 5

Referncia Bibliogrficas

1. HALLER, Alexandra. Traduzido por Deivid Assis. Uma alimentao saudvel importante para manter o baixo nvel de colesterol. Disponvel na Internet:. Acesso em 25 de maro de 2015

2. HANSEN, Denise. Traduzido por Amanda P. Domingues. Por que os triglicerdeos so divididos por 5 para determinar o seu colesterol total?. Disponvel na Internet:. Acesso em 25 de maro de 2015.

3. Medicina Diagnstica/Departamento de Medicina. Conhea os fatores pr-analticos que mais interferem nos exames. Disponvel na Internet: . Acesso em 27 de maro de 2015.

4. MOTA, Valter T. Bioqumica Clnica para o Laboratrio. Princpios e Interpretaes. 5 Ed. Porto Alegre: MEDBOOK Editores, 2009, pg. 120 a 123.

5. MULLIS, Robert. Traduzido por David Henrique Pires Ferras. Diferena entre triglicerdeos e fosfolipdios. Disponvel na Internet:< http://www.ehow.com.br/diferenca-entre-triglicerideos-fosfolipidios-sobre_223639/>. Acesso em 27 de maro de 2015.

6. Sociedade Brasileira de Cardiologia/ Departamento de Aterosclerose. IV Diretrizes Brasileiras para Dislipidemias e Preveno da Aterosclerose Arq. Bras. Cardiol. 2007, vol.88, supl.1; 2-19.