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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE ENSINO TÉCNICO, MÉDIO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES MARIA APARECIDA LOPES REFLEXÕES SOBRE ENSINO DE TRIGONOMETRIA: EXPERIÊNCIAS ATRAVÉS DE UM PROJETO PEDAGÓGICO. MONTEIRO PB 2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO TÉCNICO, MÉDIO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO:

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES

MARIA APARECIDA LOPES

REFLEXÕES SOBRE ENSINO DE TRIGONOMETRIA: EXPERIÊNCIAS ATRAVÉS

DE UM PROJETO PEDAGÓGICO.

MONTEIRO – PB

2014

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MARIA APARECIDA LOPES

REFLEXÕES SOBRE ENSINO DE TRIGONOMETRIA: EXPERIÊNCIAS ATRAVÉS

DE UM PROJETO PEDAGÓGICO.

Monografia apresentada ao Curso de Especialização Fundamentos da Educação: práticas pedagógicas interdisciplinares, da Universidade Estadual da Paraíba, em convênio com a Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba, em cumprimento a exigência para obtenção do grau de especialista. Orientador: Professor Mestre José Luiz Cavalcante.

MONTEIRO – PB

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais: José

Lopes Filho e Alice Guilherme de Jesus (in

memorian), por sempre me estenderem à

mão, dispostos a ouvir e ajudar.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me concedido o dom da vida e fez de mim apenas um

instrumento de tua vontade.

Agradeço aos meus pais pelo carinho, orientação e incentivo nos meus

estudos e por apoiarem e acreditarem na minha luta do dia – a- dia.

Ao meu orientador, professor, Ms. José Luiz pela constante paciência,

disponibilidade, competência e atenção, possibilitaram a conclusão do presente

trabalho.

Agradeço ao corpo docente do Curso de Especialização Fundamentos da

Educação: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares, com os quais tive oportunidades

de compartilhar momentos de reflexão e aprendizagem.

Aos meus familiares, amigos e amigas, que torcem por minhas conquistas e

enaltecem os meus momentos de felicidades.

Finalmente agradecer a todos que contribuíram de uma forma ou de outra,

para a realização deste trabalho, gostaria de expressar minha gratidão.

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Ele (Deus) é o que está assentado sobre a REDONDEZA da

Terra.

(Isaías, 40-22)

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo central analisar o papel de atividades práticas

no processo de Ensino de Trigonometria a partir de experiências em um projeto

pedagógico em uma turma do Ensino Médio. A motivação se deu a partir da

participação em um projeto pedagógico voltado para o Ensino de Trigonometria,

onde nos questionamos sobre as possíveis contribuições desse projeto para o

processo. Utilizamos como referencial teórico os trabalhos de Pereira (2006) as

Orientações Curriculares Nacionais (2006), dentre outros. O projeto foi realizado na

Escola Estadual de Ensino Médio José Leite de Souza, no município de Monteiro –

PB no ano de 2013. Nesse sentido, utilizamos como metodologia uma abordagem

qualitativa baseada na pesquisa documental segundo Gil (2002). A partir da análise

de documentos, fotos e relatórios gerados pelo projeto constituímos o relato de 03

experiências voltadas para o Ensino de Trigonometria e fazemos as análises destas.

Os resultados mostram que as atividades foram significativas para os estudantes e

que oportunizaram um ensino mais prazeroso da Trigonometria.

Palavras-chave: Ensino de Trigonometria – Metodologias de Ensino Alternativas – Projeto Pedagógico.

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ABSTRACT

The present study was mainly aimed to analyze the role of practical activities in the

process of Teaching Trigonometry from experiences in an educational project in a

class of high school. The motivation occurred from participation in an educational

project focused on Teaching Trigonometry, where we inquired about the possible

contributions of this project to the process. The theoretical framework the work of

Pereira (2006) National Curriculum Guidelines (2006), among others. The project

was conducted at the State High School Jose Leite de Souza, in the municipality of

Monteiro - PB in 2013 this end, we used a qualitative approach and methodology

paced documentary research in second Gil (2002).. From the analysis of documents,

photos and reports generated by the project constitute the record of 03 experiments

aimed for Teaching Trigonometry and do these analyzes. The results show that the

activities were meaningful to students and gave opportunity to develop a more

pleasurable teaching trigonometry.

Keywords: Teaching Trigonometry - Methodologies Alternative Education -

Pedagogical Project.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10

1. CAPÍTULO 1 – Fundamentação teórica ............................................................. 12

1.1 BREVE HISTÓRICO DA TRIGONOMETRIA ................................................. 12

1.2 O ENSINO DA TRIGONOMETRIA NO BRASIL ............................................. 15

1.3 A IMPORTÂNCIA DA TRIOGONOMETRIA NO DIA-A-DIA ............................ 16

1.4 EXPERIÊNCIA ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE TRIGONOMETRIA . 17

2. CAPÍTULO 2 -- Caminhar Metodológico ........................................................... 21

2.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 21

2.2.CAMPO DE PESQUISA E HISTÓRICO DO PROJETO OBJETO DE ESTUDO

.................................................................................................................................. 22

3. CAPÍTULO 3 – Resultados e Analise dos dados .............................................. 24

3.1 ATIVIDADES NO ENSINO DE TRIGONOMETRIA: REFLEXÕES SOBRE OS

ENCONTROS ........................................................................................................... 24

3.2 ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A REALIZAÇÃO DO PROJETO ............... 28

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 30

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................

.................................................................................................................................. 31

5. APÊNDICES ......................................................................................................... 32

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INTRODUÇÃO

A Matemática é uma ciência que tem aplicações nas mais variadas áreas de

conhecimento. Concebida como uma construção humana, sua história e produção

se confundem a própria História da Humanidade.. Ao longo de milênios o homem se

ocupou de construir ferramentas para suprir suas necessidades de sobrevivência,

mas também para satisfazer sua curiosidade. Assim a Matemática se desenvolveu

como um conhecimento que é considerado indispensável na formação das pessoas.

A prova para este fato está na sua presença no currículo da Educação Básica de

todos os países da comunidade global.

A Matemática é composta por vários campos de conhecimentos. Aritmética,

Álgebra, Trigonometria e Geometria são os mais conhecidos no Currículo da

Educação Básica, porém como área de pesquisa muitos outros campos podem ser

citados, como Cálculo, Análise, Topologia, Teoria dos Números, Geometria

Diferencial, Matemática Discreta, Estatística e Probabilidade etc.

Apesar da sua importância, percebe-se que o seu ensino na Escola nem

sempre é considerado de excelência, isto é, sempre há entraves e desafios para

serem superados. Considerando o nosso objeto de estudo: o Ensino de

Trigonometria, percebemos que mesmo os conceitos e conteúdos associados a este

ramo da Matemática como um dos mais difíceis de ser ensinado e compreendido

pelos alunos do Ensino Médio, em alguns casos, até os professores demonstram

certa incompreensão diante de alguns conceitos trigonométricos.

A Educação Matemática surge como um movimento que busca, sobretudo,

compreender essas dificuldades e propor melhorias, a partir da divulgação de

pesquisas e formação de professores. Embora muitas pesquisas apontem para

novos horizontes no Ensino de Trigonometria, como por exemplo, Pereira (2006),

observamos que a inserção dessas pesquisas no cotidiano das salas de aulas ainda

tem sido um enorme desafio.

Nesse sentido, nossa pesquisa pretende apresentar reflexões sobre algumas

experiências no Ensino de Trigonometria, desenvolvidas na Escola Estadual José

Leite de Souza na cidade de Monteiro-PB. Com intuito de contribuir para debater

acerca de possiblidades para trabalhar com conceitos trigonométricos, nos

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propomos a investigar o papel de uma proposta pedagógica para o Ensino de

Trigonometria que foi apresentada como um projeto pedagógico em 2013.

A nossa questão de pesquisa foi: como atividades práticas podem influenciar

o processo de Ensino de Trigonometria?

Para respondermos a essa questão fixamos como objetivo geral de nossa

pesquisa: analisar o papel de atividades práticas no processo de Ensino de

Trigonometria a partir de experiências em um projeto pedagógico em uma turma do

20 ano E do Ensino Médio da Escola Estadual José Leite de Souza.

Como objetivos específico fixamos as seguintes metas: delinear um perfil de

práticas e experiências pedagógicas no Ensino de Trigonometria; Realizar

levantamento a partir de investigação documental das práticas desenvolvidas

durante a execução do projeto pedagógico sobre o Ensino de Trigonometria em

2013 na Escola Estadual José Leite de Souza; Refletir sobre possíveis contribuições

de atividades desenvolvidas no projeto pedagógico sobre o Ensino de Trigonometria.

Este trabalho está organizado em três capítulos, no primeiro fazemos a

discussão a cerca da fundamentação teórica. No segundo capítulo trazemos uma

discussão sobre os percursos metodológicos e finalizamos com análise dos

resultados.

1.1 BREVE HISTÓRICO DA TRIGONOMETRIA

Nesta seção apresentaremos alguns aspectos históricos da Trigonometria,

desde a sua gênese e o seu desenvolvimento, focando nos conceitos

trigonométricos, em particular a função do seno, cosseno e tangente. A justificativa

para essa abordagem se encerra na certeza de que uma análise desses obstáculos

históricos do surgimento vividos pelos matemáticos no passado nos ajuda a

compreender as dificuldades dos alunos de hoje, e, por outro lado o nosso

entendimento da própria História e evolução da Matemática.

As considerações Históricas foram feitas a partir de estudos sobre os textos

de Boyer (1996) e Eves (2008).

Para considerar a origem e formação dos fatos, devemos discutir qual o

significado que daremos ao termo Trigonometria. Se considerarmos como a ciência

analítica estudada no momento atual, teremos a origem no século XVII, após o

estudo do simbolismo algébrico. Mas, como nosso estudo está direcionado para as

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origens mais remotas da Astronomia, Hiparco, no século II a .C e outros que tiveram

grande influência no desenvolvimento da Trigonometria. Estudar a gênese da

Trigonometria também permite observar o surgimento e o progresso da Análise e da

Álgebra, campos da Matemática nela contidos em forma de embrião. A

Trigonometria, como outros ramos da Matemática desenvolveu-se no mundo antigo

a parte de necessidades práticas, especialmente ligado à Astronomia, Agrimensura

e Navegação. Os estudos iniciais estão ligados aos povos babilônios e egípcios,

sendo desenvolvido pelos gregos e indianos, através das práticas conseguiram criar

situações de medições de distâncias inacessíveis.

A palavra Trigonometria tem origem Grega: TRI= três GONO = ângulo

METRIEN = medida, que etimologicamente significa medidas de triângulo. Trata-se,

assim, do estudo das relações entre os lados e os ângulos de um triângulo. É uma

área da matemática responsável pela relação existente entre os lados e os ângulos

de um triângulo. Nos triângulos retângulos possuem um ângulo de 900, as relações

constituem os chamados ângulos notáveis de 300, 450 e 600 que possuem valores

constantes representados pelas relações seno, cosseno e tangente. Nos triângulos

que não possuem ângulo reto, as condições são adaptadas na busca pela relação

entre os ângulos e os lados. Os conhecimentos matemáticos dos Egípcios,

Babilônios e dos chineses esteve associado um caráter pragmático, de soluções de

problemas do cotidiano, foi a atração pelo movimento dos astros que impulsionou a

evolução da Trigonometria. Daí que historicamente a Trigonometria apareça muito

cedo associada à astronomia.

Os primeiros indícios de rudimentos trigonométricos apareceram tanto no

Egito quanto na Babilônia. Esse começo é destacado no povo babilônio com a

montagem de uma tabela dos valores do quadrado da secante que possivelmente

pelo desenvolvimento da astronomia. No Egito, .isto pode ser observado no Papiro

Almes, conhecido como Papiro Rhind, registrado aproximadamente 1650 a. C e

contém 84 problemas. Os Babilônios tinha grande interesse pela astronomia, tanto

por razões religiosas, quanto pelas ligações com o calendário e as épocas do

plantio. Eles foram importantes astrônomos e influenciaram os povos posteriores. Foi

feito por eles, no século 28 a. C um calendário astrológico e foi elaborado a partir do

ano 747 a. C uma tábua de eclipses lunares. Um instrumento muito utilizado na

antiguidade para medir o tempo era um relógio de sol, construída com uma vareta

posicionada de forma vertical com o sol e luz solar, esta vareta recebe o nome de

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gnômom. Ao examinar minuciosamente a sombra produzida pelo gnômom, percebe-

se que seu comportamento mudava de acordo a hora do dia. Desta forma dava para

acompanhar a passagem do tempo para variação do comportamento da sombra.

Com os Gregos pela primeira vez, encontramos um estudo sistemático de

relações entre ângulos ou arcos num círculo e os comprimentos das cordas, como

medidas de ângulos centrais ou inscritos em círculo, eram conhecidos pelos gregos

do tempo de Hipócrates, tamanho da Terra e as distâncias relativas do sol e da lua.

É provável que Eudoxo tenha usado razões e medidas de ângulos.

No século, III a .C Arquimedes de Siracura no segmento do trabalho que

desenvolveu para calcular o perímetro de um círculo dado o respectivo raio, calculou

o comprimento de grande número de cordas e estabeleceu algumas fórmulas

trigonométricas . As medições e os resultados dos cálculos feitos pelos os

astrônomos eram registrados em tábuas. As tábuas babilônicas revelam algumas

semelhanças com as tábuas trigonométricas. Surgiu então, na segunda metade do

século dois a.C um importante marco na história da Trigonometria ;HIPARCO DE

NICÉIA (180 – 125 a. C), influenciado pela matemática da babilônia, acreditavam

que a melhor base de contagem era a 60. Não se sabe exatamente quando se

tornou comum dividir a circunferência em 360 partes, mas isto parece dever-se a

Hiparco, assim como a atribuições do nome arco de um grau de 1 grau a cada parte

em que a circunferência ficou dividida. Ele dividiu cada arco de 10 em 60 partes

obtendo o arco de 1 minuto. Hiparco baseava-se numa única função, na qual a cada

arco de circunferência de raio unitário, era associado a respectiva corda.

Hiparco construiu o que foi a consideravelmente a primeira tabela

trigonométrica com valores de cordas de ângulos 00 a 1800. Assim, Hiparco recebeu

o título de Pai da Trigonometria, por ter representado um grande avanço na

Trigonometria. Outra tábua de cordas, mais completa foi construída por Ptolomeu

(sec. II). Esta já possui cordas para ângulos crescente, desde 00 até 1800, em

intervalos de ½ graus. O raio usado era diferente do de Hiparco, sendo também fixo

e muito grande. Note-se que o fato de usar um raio muito grande diminui o uso de

frações. Foi Ptolomeu (sec. II) quem influenciou o desenvolvimento da

Trigonometria, durante muitos séculos. A sua obra Almagesto contém uma tabela de

cordas correspondentes a diversos ângulos, por ordem crescente e em função da

metade do ângulo, que é equivalente a uma tabela de senos.

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A etimologia da palavra corda advém do latim chorda ( corda de arco ).

Quando esta terminologia é usada em Matemática, entende-se que a mesma tem

por finalidade fazer alusão ao segmento da reta que conecta dois pontos extremos

de um arco no círculo, possibilitando a integração do raio ao ângulo central o qual

intercepta acorda. A Trigonometria grega baseava-se na relação funcional entre as

cordas de um circulo e os arcos centrais.

O matemático e escritor grego Euclides de Alexandria ( 360 a.C – 295 a.C ),

utilizou a linguagem geométrica para expor os conceitos que até hoje conhecemos

com lei dos cossenos para ângulos agudos e obtusos na Trigonometria. Para

desenvolver expressões, ele fez uso à demonstração do Teorema de Pitagoras.

Portanto, o que Euclides fez foi enunciar o que trabalhamos hoje, com a lei dos

cossenos para ângulos agudos e obtusos. A palavra sinus = seno é a tradução, em

latim, da grafia árabe do sânscrito jyã. O seno correspondia a metade da corda do

arco duplo, e os árabes e os hindus usavam ,geralmente, círculos do raio unitário. O

recurso constante do arco ao circulo trigonométrico e aplicação da Trigonometria na

resolução de problemas algébricos é feito por Viéte – século XVI, que estabeleceu

também alguns resultados interessantes. Foi Euler (século XVIII) que, ao usar

invariavelmente o círculo de raio um, introduziu o conceito de seno, de cosseno e de

tangente como números, bem como as anotações atualmente utilizadas.

O primeiro indício do tratamento funcional da Trigonometria apareceu em

1635,quando Roberval fez o primeiro esboço de uma curva do seno. Porém, a

ligação da Trigonometria à análise só e feita por Fourier (século XIX), como

consequência do estudo dos movimentos periódicos por ele efetuado. Atualmente a

Trigonometria não se limita a estudar os triângulos. Encontrarmos aplicações na

mecânica, eletricidade, acústica, música, astronomia, engenharia, medicina, enfim,

em outros campos da atividade humana.

1.2 O ENSINO DA TRIGONOMETRIA NO BRASIL

O ensino da Trigonometria no Brasil passa por três momentos históricos,

segundo Nacarato (2002, p.29), esses momentos estão ligados a sua abordagem

metodológica, conforme ele comenta:

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Geométrico: Havia uma total integração entre a Trigonometria e a geometria plana, todos os teoremas eram demonstrados usando a geometria euclidiana. Essa tendência permaneceu até 1929. Geometria Vetorial: resultante de um movimento nacional, direcionado a uma matemática mais experimental e aplicada, dando ênfase a física como ponto de aplicabilidade da matemática. Essa tendência permaneceu dos anos 1930 a 1960.

Funções Circulares: Essa tendência surgiu com o advento da matemática moderna, até os meados dos anos 80.

Um aspecto que nos mostra claramente o privilegio dado às funções

circulares, é o fato que as Orientações Curriculares para Ensino Médio, destacam

essas funções conceito central no Ensino de Trigonometria no Ensino Médio:

No que se refere ao estudo das funções trigonométricas, destaca-se um trabalho com a Trigonometria, o qual deve anteceder a abordagem das funções seno, cosseno e tangente, priorizando as relações métricas no triângulo retângulo e as leis do seno e do cosseno como ferramentas essenciais a serem adquiridas pelos alunos no ensino médio. (BRASIL, 2006, p.74)

O documento ressalta a importância das funções circulares, porém traz

algumas novidades em relação a abordagem geométrica da Trigonometria, isto é, o

as orientações enfatizam a importância de dar significado aos resultados da

Trigonometria a partir de elementos da geometria plana:

Na introdução das razões trigonométricas seno e cosseno, inicialmente para ângulos com medida entre 0º e 90º, deve-se ressaltar que são as propriedades de semelhança de triângulos que dão sentido a essas definições; segue-se, então, com a definição das razões para ângulos de medida entre 90º e 180º. A partir das definições e de propriedades básicas de triângulos, devem ser justificados os valores de seno e cosseno relativos aos ângulos de medida 30º, 45º e 60º. (BRASIL, 2006, p.74)

O documento ainda ressalta a importância de trabalhar aplicações da

Trigonometria em resolução de problemas, além de distâncias inacessíveis. Como

vimos na seção anterior o conhecimento trigonométrico tem forte motivação da

astronomia, que trabalha essencialmente com distâncias inacessíveis.

Outro fator interessante colocado pelas Orientações Curriculares Nacionais é

que algumas transformações trigonométricas podem ser dispensadas, além do

estudo de outras funções inversas das funções seno, cosseno e tangente. Esse é

um marco sobre o Ensino de Trigonometria no Brasil, por que nas ultimas três

décadas, além da ênfase nas funções circulares, assistimos a um processo de

“algebrização” da Trigonometria, o programa de Trigonometria se tornou tão extenso

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que ocupava quase todo 2º ano do Ensino Médio, dispensando o seu tratamento

geométrico e privilegiado a abordagem algébrica.

Além do aspecto citado no parágrafo anterior, percebemos que as

dificuldades sentidas por alunos em aprender Trigonometria, estão associados a

falta de compreensão de conceitos como operações com números racionais na

forma fracionária. Nossa experiência mostra que os alunos sabem o que radiano

está dizendo, porém não sabem operar com ele. Isto é, para nós o trabalho com

Trigonometria dever ser cuidadoso, especialmente pelos conceitos novos e também

anteriores que são requeridos.

1.3 A IMPORTÂNCIA DA TRIGONOMETRIA NO DIA-A-DIA

A Trigonometria é uma “parte” da ciência chamada matemática que tem suma

relevância por estar em nosso cotidiano, servindo de ferramenta para resolução de

questões quantitativas e lógicas.

Sabemos que Trigonometria faz parte dos mais antigos ramos da matemática

e já está conosco desde os povos antigos para medir ângulos e distâncias, o

objetivo principal de localizar pontos sobre a superfície terrestre, a fim de resolver

problemas originários das necessidades humanas. Hoje é usado em várias

situações práticas e teorias envolvendo não só problemas internos da matemática,

porém de outras disciplinas científicas e tecnológicas que envolvem fenômenos

periódicos com eletricidade, termodinâmica e outros.

Com os estudos trigonométricos podemos determinar as medidas dos

elementos de um triângulo (lados e ângulos) e com uso de triângulos semelhantes

podemos determinar distâncias inacessíveis, como a altura de uma torre, a distância

da largura de um rio, o raio da terra, entre outros. Portanto, quando visualizamos por

esse ponto de vista os estudos trigonométricos aparecem numa posição

superinteressante, para o nosso dia a dia e na vida escolar, mesmo sendo

complicado para alguns, tem por outro lado, um significado superimportante e

indispensável ao cotidiano de qualquer pessoa. Além disso suas aplicações fazem

parte da nossa vida sem que percebamos:

Há métodos atuais de análise em medicina, onde são enviados ondas

ao coração de forma que efetuem interações seletivas com os tecidos;

Geodésia: estudo da forma e dimensão da Terra;

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Método que permite calcular com grande precisão a potência de

transporte de linhas, as perdas e as distâncias;

Estudo da intensidade luminosa: Calcula-se a intensidade luminosa

irradiada por uma fonte luminosa para uma determinada direção;

Instrumento de medida de ângulos: Topografia, ciência náutica e

cartografia;

1.4 EXPERIÊNCIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE TRIGONOMETRIA

A partir de um estudo exploratório realizado Pereira (2006) sobre o ensino da

Trigonometria em sala de aula no Ensino Médio. Foi detectado que os professores

de matemática que atuam no ensino médio, tem necessidade de um

aprofundamento acerca do desenvolvimento histórico da Trigonometria. Essas

dificuldades foram atribuídas a diversos fatores, dentre eles, o currículo dando

ênfase uma excessiva extensão dos conteúdos programáticos, a pouca afinidade

dos professores com o conteúdo, seu desenvolvimento histórico e suas aplicações

contemporâneas em diversas áreas de conhecimento humano fatos estes

provenientes do estudo da Trigonometria da educação básica.

Para Pereira (2006), a construção do conhecimento matemático apoia-se

sobre suas raízes relacionando às práticas do dia-a-dia, constitui estratégias que

visa facilitar a compreensão dos conteúdos estudados. Também, considera

relevante a abordagem pedagógica, a reflexão e a interpretação das origens dos

fatos históricos da matemática, pois, leva o aluno a situar-se no tempo e no contexto

social em que vivem, ajuda a criar ligações entre os diferentes conhecimentos

matemáticos, lidar com situações novas e com as difíceis estratégias de ação,

possibilitando uma aprendizagem significativa.

O mesmo autor relata em suas observações, com relação ao conteúdo de

Trigonometria, o não desempenho dos alunos e as dificuldades de socialização na

compreensão de conceitos trigonométricos básicos, aqueles ligados à formação do

aluno, que em sua trajetória a maioria apresentam pouco ou quase nenhum domínio

dos conhecimentos prévios, importante para o estudo da Trigonometria. Dentre eles,

menciona-se a metodologia tradicional com destaque a prática excessiva do cálculo,

a busca inadequada a novos recursos pedagógicos, a ausência de contextualização

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e da linguagem matemática, ligada à realidade do aluno. Esta situação torna-se mais

grave nos cursos noturnos.

Assim, diante desta preocupação em produzir uma aprendizagem

significativa, ele propôs um estudo da Trigonometria com o foco na teoria

ausubeliana. Ele aponta a superação para essa problemática, quanto à

aprendizagem uma vivência de ensino de Trigonometria de forma associada à

realidade do dia a dia, atendendo às necessidades do alunado, a fim de preparar

para uma plena participação na vida social, cultural e profissional. Poder

desenvolver conhecimentos nos três principais campos de competências de base

matemática no Ensino Médio, propostos pelos PCNS (Parâmetros Curriculares

Nacionais do Ensino Médio).

Analisando as reflexões de autor sobre a sua experiência em sala de aula.

Com relações as dificuldades encontradas levam ao desenvolvimento de um ensino

de Trigonometria descontextualizado e sem significado para os alunos. O professor,

não basta ser exímio conhecedor da matéria. É necessário que ele seja altamente

criativo, cooperador, descobrir habilidade para motivar o aluno, ensinando-o a

pensar e a tornar autônomo. Em seu trabalho ficou claro, a importância dos

conhecimentos históricos na introdução dos conceitos fundamentais de

Trigonometria em sala de aula.

O autor realizou uma intervenção pedagógica com o intuito de trabalhar o

universo da turma, através de vários encontros em sala de aula baseada na teoria

de uma aprendizagem significativa. A partir dos comentários e análises ligada a

Teoria Ausubeliana. A preocupação do pesquisador nas atividades realizadas com o

alunado em sala de aula, referência o domínio de subsunçores, pois credência o

aluno entende, desenvolver e apropriar-se de conhecimentos novos do ciclo

trigonométrico, direcionado ao processo de uma aprendizagem significativa. Por

isso, nos comentários e análises foram dado ênfase às manifestações dos alunos

que mostravam suas compreensões e suas dificuldades sobre as noções e ideias

referente ao ciclo trigonométrico.

Como ferramenta importante para compreender e construir o ciclo

trigonométrico foi utilizado régua e compasso com a intensão de produzir uma

aprendizagem participativa e formalizada com o estudo da Trigonometria. Assim, o

aluno pode estabelecer e integrar a relação entre Trigonometria e geometria.

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Além disso, Pereira (2006) utiliza uma abordagem que privilegia os conceitos

trigonométricos. Para compreendermos melhor a utilização as relações entre lados e

ângulos de um triângulo, foi também utilizado a régua e compasso, através atividade

foi mostrado a condição de existência e semelhança de triângulos. Também foi

utilizado a metodologia de resolução de problemas, na ideia de trabalhar problema

como ponto de partida para o ensino da matemática, onde foi citado ( Mendonça,

1993).

Ressaltando a necessidade da compreensão, a ser considerado nas relações

dos triângulos retângulos no ciclo trigonométrico, relacionado a semelhança de

triângulo, aparecem algumas dificuldades por parte do aluno. Portanto, são

indicadores importantes para o entendimento das relações e os fatos que envolvem

o processo pertinente no ensino sistematizado relacionado ao seno, ao cosseno e a

tangente do ciclo trigonométrico.

As realizações das atividades com os alunos durante essa intervenção

pedagógica, retreta grande relevância para a formação do aluno com o mundo real.

Considerado esses fatores, as atividades realizadas tornaram o ensino mais

agradável, favorecendo a aprendizagem por meios de atividades significativas que

associam os conceitos à pratica.

De acordo com Pereira (2006) as atividades realizadas, o depoimento dos

participantes, de forma geral mostrou com clareza, à importância do conhecimento

histórico matemático com o mundo real, e o material didático adequado aos

conteúdos.

No primeiro encontro após a apresentação foi aplicado um questionário a fim

de traçar um perfil dos alunos em termos sociais e a importância da matemática e a

Trigonometria e sua utilidade no cotidiano. A seguir o autor apresentou para o

estudo da Trigonometria várias modalidades de ensino.

No segundo encontro optou por uma palestra oral sobre a importância da

matemática na história da humanidade relacionado ao cotidiano. Considerando o

que o aluno já sabe, na visão de David Ausubel, estes conhecimentos prévios são

chamados são chamados de subsunçores. Como objeto facilitador da

aprendizagem, partiram do básico: Transferidor, régua e compasso para trabalhar os

conhecimentos básicos da geometria relacionado a realidade do aluno. Diante as

dificuldades dos alunos em trabalhar com transferidor, não foi tão simples a

compreensão de unidade de medida e a forma correta de medir um ângulo, bem

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como construí-lo. Portanto, a fase da compreensão foi superada através do

acompanhamento por grupos.

Na realização das atividades foi trabalhado semelhança de triângulos, no

intuito de compreender o conceito de razões trigonométricas no triângulo retângulo.

Então, a partir desse momento começaram enxergar as relações entre os

subsunçores e os conceitos trigonométricos. O importante era compreender o

conceituar a semelhança de triângulos entre figuras através da proporcionalidade

entre os lados e a congruência dos ângulos. Além disso, do ponto de vista

matemático esse conceito é muito significativo por se constituir pré-requisitos para o

estudo de vários conteúdos geométricos, assim como grande riqueza de conceitos

que ele próprio envolve. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de

Matemática sugerem que desenvolva uma aprendizagem contextualizada, que

permite uma interpretação da realidade do aluno. (BRASIL, 1998)

Analisando o papel da pesquisa apresentada por Pereira (2006), percebemos

dois aspectos relevantes para nossa pesquisa. O primeiro deles é que é possível

desenvolver práticas significativas para o Ensino de Trigonometria e o segundo

existem ferramentas disponíveis, logo o papel do professor em buscar essas

alternativas é fundamental.

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CAPÍTULO III

CAMINHAR METODOLÓGICO

2.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Antes de tecer quaisquer considerações sobre os percursos metodológicos

trilhados, temos que retomar a nossa questão de pesquisa: como atividades práticas

podem influenciar o processo de Ensino de Trigonometria?

Assim temos compreensão de que o cerne de nossa pesquisa não podia ser

alcançado do ponto de vista quantitativo, pois não tínhamos como quantificar o papel

dessas práticas no Ensino de Trigonometria. Dessa forma optamos por uma

pesquisa de cunho qualitativo. De acordo como Bogdan e Biklen (1994) este tipo de

pesquisa possibilita compreender processos e fenômenos que não podem ser

quantificados, nesse interim a investigação qualitativa tem como foco a

compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da

investigação, recolhendo os dados a partir de um contato aprofundado com os

indivíduos, na pesquisa qualitativa a fonte de dados é o ambiente natural, onde o

pesquisador é o principal instrumento.

Bogdan e Biklen (1994) destacam que nesse tipo de pesquisas os dados

recolhidos, podem ser advindos das mais variadas fontes, como análise de textos

pessoais dos sujeitos da pesquisa, entrevistas, manuais e documentos oficiais,

atividades produzidas na sala de aula entre outros.

Para responder nossa questão de pesquisa partimos da observação e analise

direta sobre a produção pedagógica de um projeto pedagógico realizado na Escola

Estadual José Leite de Souza em Monteiro – PB no ano letivo 2013. O projeto que

foi coordenado pela autora desta monografia e trazia como temática o Ensino de

Trigonometria tendo como foco a Resolução de Problemas. Logo entendemos que

nosso trabalhamos se aproxima do que Gil (2002) define como pesquisa

documental, pois não se tratava de uma pesquisa de campo nem de observações

diretas em tempo real da experiência, pelo contrario a construção do corpus da

pesquisa foi realizada a partir coleta de fotos, relatórios, atividades dos alunos

relacionados a execução da pesquisa.

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Para Gil (2002):

A pesquisa documental se assemelha à pesquisa bibliográfica, logo, as fases do desenvolvimento de ambas, em boa parte dos casos, são as mesmas. Entretanto, há pesquisas elaboradas com base em documentos, as quais em função da natureza destes ou dos procedimentos adotados na interpretação dos dados. (Idem, p.87)

Ainda Gil (2002) destaca que as fases da pesquisa documental são: a

determinação de objetivos, elaboração do plano de trabalho, identificação das fontes

e obtenção do material, tratamento dos dados e redação do relatório final.

Para desenvolver nossa pesquisa estabelecemos três fases:

1ª Fase: delimitação a partir do projeto de pesquisa dos objetivos e questão

de investigação e escolha do material de coleta de dados.

2ª Fase: Análise do material coletado a partir de arquivos próprios produzidos

durante a execução dos projetos. Para tanto, selecionamos fotos, atividades de

alunos, relatórios dentre outros materiais.

3ª Fase: produção da redação final do relatório e da composição do Capítulo

3 desta pesquisa.

2.2 CAMPO DE PESQUISA E HISTÓRICO DO PROJETO OBJETO DE ESTUDO

A Escola Estadual de Ensino Médio José Leite de Souza (Figura 3), situada

na cidade de Monteiro, no Cariri Paraibano, município que segundo dados IBGE1, no

ano de 2010 a população era estimada em 30.844 habitantes com área territorial de

986.370 Km² (é o maior município do estado da Paraíba), deste total de habitantes

10.585 moram na zona rural, trata-se de uma cidade do interior da Paraíba que fica

aproximadamente a 319 km de João Pessoa.

É uma escola pública que desenvolve um trabalho de formação humana

desde 1972 e apresenta como missão: “A formação do educando para o exercício

da cidadania, resgatando a possibilidade da vida em todas as suas dimensões”.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) desta Instituição de Ensino foi

construído a partir de um trabalho coletivo, fundamentado na superação das

dificuldades relacionadas à preparação do cidadão capaz de atuar na sociedade

contemporânea de forma efetiva, mesmo diante da diversidade apresentada em seu 1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─ IBGE. Os Dados referentes ao Censo 2010 realizado

pelo IBGE revelam que um pouco mais de um terço da população Monteirense moram no campo.

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corpo discente, pois a escola é composta por estudantes da zona urbana e rural,

sendo que, aproximadamente metade de seus jovens reside na zona rural do

município.

A disciplina Matemática é trabalhada nessa escola por 05 professores, que

atuam no Ensino Médio, historicamente identificamos um desejo coletivo de todos os

professores de inovarem em suas aulas, desenvolvendo atividades com Resolução

de Problemas, Uso de novas tecnologias, jogos e desafios matemáticos.

Um dos pontos fortes da Escola, com reflexo direto na disciplina de

Matemática é o projeto pedagógico que deve ser realizado individualmente por cada

professor. Como fruto desses projetos a Escola já foi contemplada com uma

sala/ambiente para desenvolvimento de atividades de Matemática, com vários jogos,

calculadoras e outros materiais.

Em 2013 foi proposto como projeto pedagógico para o Ensino de

Trigonometria o projeto intitulado “Resoluções de Problemas: Desenvolvimento de

uma Metodologia Alternativa no Ensino da Trigonometria por Meios de Atividades

em Sala de Aula”. Esse projeto tinha como objetivo principal desenvolver estratégias

de resolução de problemas utilizando a trigonometria, envolvendo atividades práticas

e situações de investigação.

Participaram deste projeto cerca de 30 alunos do 2º Ano E. Como a Escola

funciona em tempo integral, tínhamos tempo disponível para realizar atividade em

sala de aula e também aulas práticas, como descreveremos no próximo capítulo.

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CAPÍTULO IV

RESULTADOS E ANÁLISES

Como já dissemos anteriormente, nossa pesquisa é fruto de reflexões sobre o

Projeto Pedagógico “Resoluções de Problemas: Desenvolvimento de uma

Metodologia Alternativa no Ensino da Trigonometria por Meios de Atividades em

Sala de Aula”, esse projeto foi desenvolvido na Escola Estadual José Leite de

Souza, com os alunos do 2º Ano E.

Ao todo cerca de 30 alunos frequentaram, além das aulas previstas na carga

horária da disciplina de Matemática, encontros mensais que chamamos no projeto

de Dia “D”. Nesses encontros os alunos eram convidados a trabalhar atividades

relacionadas ao Projeto. Como trabalhamos de março a dezembro de 2013, tivemos

em torno de 07 encontros.

Nesses encontros os alunos eram convidados a refletir sobre as atividades

propostas envolvendo Trigonometria e seus conceitos.

Durante a análise documental, que correspondeu a 2ª etapa da nossa

pesquisa, verificamos que os registros de alguns encontros eram mais ricos em

detalhes que outros, isso pela própria natureza das atividades desenvolvidos, isto é,

quando fazíamos intervenções baseadas em atividades práticas, normalmente o

número de dados e registros era maior.

Por essa razão apresentaremos reflexões sobre as atividades que geraram

mais dados para serem analisados, dessa forma apresentaremos a caracterização

de 3 encontros.

3.1 ATIVIDADES NO ENSINO DE TRIGONOMETRIA: REFLEXÕES SOBRE OS

ENCONTROS.

3.1.1 ATIVIDADE: “ORIGEM DA TRIGONOMETRIA”

O nosso primeiro “D” teve como foco principal explicar a importância do

projeto pedagógico e seus principais objetivos. Intitulado “ Origem da Trigonometria”

tinha como objetivo levar os alunos a compreenderem as construções básicas

históricas da trigonometria e suas aplicações no dia-a-dia. Como material de apoio

utilizamos o um texto de fundamentação e alguns slides no Datashow.

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Basicamente a turma foi agrupada em pequenos grupos. De posse d o texto,

fizemos a leitura e a discussão com os alunos, fazendo a interpretação da origem

com utilização atual de trigonometria. (texto no Apêndice 01).

Mendes (1997) faz algumas considerações importantes a respeito do uso de

atividades estruturadas no processo de ensino aprendizagem por meio da

redescoberta. Ele defende o uso da História da Matemática de forma em que o aluno

possa reconstruir, por meio de materiais manipuláveis, alguns dos problemas

trabalhados pelos matemáticos em outros períodos da história.

Os alunos ficaram empolgados com a discussão, em seguida os alunos

foram convidados a reescrever a história da Trigonometria trazendo suas

impressões sobre a História da Matemática, percebemos que também que um

simples texto falando sobre a história do conceito pode fazer toda diferença na

motivação dos alunos, conforme podemos ver na avaliação de um dos alunos

participantes do projeto:

Aluno A - Foi muito bom o projeto, gostei muito de estudar a história da

Trigonometria, pois vi que era um assunto que tem as contribuições de muitas

pessoas.

Conforme podemos observar o aluno achou significativo o encontro, pois se

sentiu motivado. De acordo com as orientações curriculares nacionais “a utilização

da História da Matemática em sala de aula também pode ser vista como um

elemento importante no processo de atribuição de significados aos conceitos

matemáticos.” (BRASIL, 2006, p.86)

3.1.2 SOMBRAS, SEMELHANÇAS DE TRIÂNGULOS E RAZÕES

TRIGONOMÉTRICA

Este encontro foi realizado no espaço do entorno da escola. Os alunos

ficaram estimulados com a possibilidade de aprender sem estar necessariamente no

espaço físico da sala de aula. Tendo como mote a experiência da medição das

pirâmides por Tales de Mileto, utilizamos o problema para questionar os alunos

sobre como descobrir as razões trigonométricas através daquelas atividades.

Intitulada Medindo Sombras e calculando razões trigonométricas e interpretando os

resultados. O objetivo era que os alunos pudessem verificar que a relação entre os

lados no triângulo retângulo não depende do tamanho (comprimento dos lados).

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Para realizar atividade dividimos a turma a turma em duplas e orientamos

para que cada dupla medisse a altura do companheiro e o comprimento de suas

respectivas sombras, anotando no o resultado nos cadernos. Orientamos toda a

turma no sentido de que a posição de todos tem que ser padronizada: ou todos de

frente para o sol, ou todos de costa, etc. Em seguida discutimos o porquê de tal

padronização. De posse das anotações feitas no pátio (campo), cada dupla calculou

a razão entre a altura de seu colega e comprimento de sua sombra. Os resultados

das divisões deverão ter duas casas decimais. Dialogando com a turma tentamos

fazer com que percebam que os valores para a razão obtida são muito próximos. A

seguir, buscará com os alunos explicações para o fato.

Para esta atividade pedimos aos alunos que trouxessem fita métrica ou trena

e uma calculadora.

Nossa meta era que os alunos compreendessem o conceito de trigonometria

através de atividades práticas em sala de aula, que fossem mais atraentes e

motivadas a realizar outras atividades dentro da envolvendo o conceito de

Trigonometria.

Figura 01 – Alunos realizados os cálculos e análise com a calculadora.

Um detalhe a ser observado nesta atividade é uso da calculadora, bem como

necessidade de análise dos alunos, isto é, a tecnologia tinha um papel coadjuvante,

ou seja, os alunos é quem tinha que resolver os problemas e fazer as devidas

conclusões.

Outro fator observado foi o papel da discussão sobre o conceito de

semelhança de triângulos, que está diretamente relacionado com o conceito de

razão trigonométrica. Pereira (2006) destaca nesse sentido a importância dos

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conhecimentos prévios como ponto de partida para a aprendizagem de qualquer

conceito.

3.1.3 TRIÂNGULOS RETÂNGULOS, DANÇA E MÚSICA.

Essa atividade teve um papel decisivo na realização do projeto, pois de forma

inesperada um grupo de alunos propôs, a construção de um número de Dança que

envolvesse os conceitos trigonométricos.

Na ocasião explicamos aos alunos que para isso eles teriam que mostram

onde a Trigonometria se encaixaria na Dança. Os alunos utilizaram como argumento

o fato da trigonometria estar ligada à música. Pensando na periodicidade, os alunos

exploraram os movimentos feitos com faixas ornamentais, além disso o trabalho dos

alunos foi selecionado para ser destaque no tradicional desfile cívico realizado pela

Escola no dia 07 de setembro com apresentação de quatro alunas do 2º E

identificando a trigonometria com a música e a dança das fitas, fazendo o triângulo

retângulo através de passos, um poema falando da trigonometria e da sua

importância no cotidiano das pessoas.

Figura 02 - Utilização das fitas, através de passos formava o “Triângulo Retângulo”.

Poema

Trigonometria e Dança

Na Matemática

Temos muito a explorar

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Um dos fatores é dança;

Que envolve a trigonometria;

Arte de se movimentar;

Na altura que irá chegar.

Na dança com fitas;

Podemos observar;

O ângulo de 30 graus,

Quando ao chão chegar;

É isso que as meninas fizeram,

E que acabamos de observar.

Assim a trigonometria

Cria formas que quisermos

Na dança e na matemático;

Em que quisermos nos expressar,

Pois trigonometria e dança é isso

A arte de se movimentar.

Autora: Josivânia da Cruz Vilela

Turma: 20 E.

Monteiro, 06 de setembro de 2013.

3.2 ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A REALIZAÇÃO DO PROJETO

A construção do projeto nasceu um questionamento feito pelos discentes:

Para que serve a trigonometria? Diante estes questionamentos surgiu esta proposta

de estudar a trigonometria através de metodologias alternativas.

A partir dessas discussões, começamos um estudo pela origem da

trigonometria em seguida o ensino da trigonometria por meios de atividades.

O mais interessante é que o mesmo projeto que nasceu de uma indagação

gerou outra indagação na nossa trajetória profissional, isto é, qual o papel dessas

atividades no processo de Ensino? Será que havia algo mais além da motivação

evidente dos alunos?

As palavras de alguns alunos falam por si próprias no direcionamento para

respondermos estás perguntas:

Aluno C - Compreende as dificuldades, pois considere a falta de base;

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Aluno E - A trigonometria é um assunto que pode trabalhar a

interdisciplinaridade com a física e a biologia;

Aluno G - Este projeto tem tudo com a minha realidade, aprendemos a

resolver problemas de várias maneiras ligados ao nosso cotidiano.

As falas dos alunos trazem uma luz sobre o processo que vivemos com a

realização daquele projeto. As orientações curriculares nacionais chamam atenção

levarmos em considerações os conhecimentos prévios, além de tentar conectar com

o cotidiano dos alunos os temas trabalhados na sala de aula.

Do mesmo modo, Pereira (2006) destaca que é possível mudar nossa prática

se adotarmos simples procedimentos, podendo fazer uma grande diferença no

processo de aprendizagem dos alunos.

Para nós trabalhar essas atividades foi fundamental o processo de

planejamento, a motivação e recepção dos alunos foi de grande importância

também, pois os alunos precisavam estar diretamente envolvidos no processo. Além

disso, os alunos que se engajaram no projeto tiveram êxito na disciplina e não

tiveram dificuldades para conseguir a aprovação na disciplina, embora isso não

garanta a aprendizagem, entendemos que ouve o empenho por parte dos estudos e

esse já um grande passo no processo de ensino e aprendizagem de Matemática.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme foi proposta em nossa investigação tínhamos como meta responder

a seguinte questão: como atividades práticas podem influenciar o processo de

Ensino de Trigonometria?

Tendo como objetivo geral de nossa pesquisa: analisar o papel de atividades

práticas no processo de Ensino de Trigonometria a partir de experiências em um

projeto pedagógico em uma turma do Ensino Médio.

Uma primeira lição aprendida durante a realização desta pesquisa foi

tínhamos consciência de que olhar para passado, registrado em documentos, fotos e

relatórios, poderiam não nos fornecer dados suficientes para responder a questão

proposta, porém nos surpreendemos com as leituras feitas, até porque, como

participantes do projeto retomamos em muitas leituras as emoções sentidas na sua

execução. A segunda lição é que o processo como mediador do processo de ensino

e aprendizagem de qualquer disciplina, precisa refletir sobre as atividades que

desenvolve. Olhar da pesquisa cientifica sobre está experiência permitiu uma

reflexão profunda sobre a nossa própria prática pedagógica, isto é, para que lida

com o Ensino de Trigonometria a pelos menos 26 anos, dar um passo em uma

direção desconhecida é sempre desafio e se os encontros não mostram que o

projeto foi significa, nos dar a plena certeza de que é possível fazer um Ensino de

Trigonometria, e por conseguinte, de Matemática de qualidade.

Findada a reflexão sobre essas lições, olhamos agora para o referencial

teórico estudado e percebemos que muitas das orientações sobre os conceitos

puderem puderam ser vivenciados conforme os principais textos apontaram como

Pereira (2006) e as Orientações Curriculares Nacionais.

No entendimento, de que está pesquisa foi apenas um primeiro passo,

apontamos como estudos futuros a realização de um acompanhamento sistemático

de projetos como esses relacionados ao Ensino de Trigonometria.

Como pesquisadora me senti duplamente comprometida, primeiro por contar

uma história da qual participei e ao mesmo de ser fiel as reflexões colocadas no

referencial, desta forma encerro, dizendo do quanto aprendi e espero que este

trabalhado possa servir também de provocação muitos companheiros que acreditam

em um Ensino de Qualidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto: Porto Editora, 1994.

BOYER, C. B. História da Matemática. 2ª Ed. Trad. Elza F. Gomide. São Paulo: Edgard Blucher/Edusp, 1996.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para Ensino Médio. Ministério da Educação. Brasília, 1998.

________. Orientações Curriculares Nacionais. Ministério da Educação. Brasília, 2002.

EVES, H. Introdução à história da matemática. Tradução: Higyno H. Domingues. Campinas, SP: Editora Unicamp. 2008.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed.-São Paulo: Atlas, 2002.

MENDES, I. A. Ensino de trigonometria através de atividades históricas. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1997.

MENDONÇA, M. C. Problematização: Um caminho a ser percorrido em Educação Matemática. Tese de Doutorado. Campinas, SP. Faculdade de Educação, Unicamp, 1993.

NACARATO,M. O Ensino de trigonometria: tendência e perspectivas. In: VI Reunión de Didáctica de la Matemática Del Cono Sur. Buenos Aires, 2002. PEREIRA, C. S.; Aprendizagem em trigonometria no Ensino Médio: contribuições da teoria da aprendizagem significativa. 1ª Edição. Paco Editorial: Jundiaí – SP, 2013.

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APÊNDICE

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Apêndice – 01 – Origem Da Trigonometria

A partir da leitura de BOYER (1996), Dante (2005) e Kennedy (1992), foi

elaborada uma síntese sobre as origens e história da Trigonometria. A palavra

“Trigonometria” é formada por três radicais gregos: tri = três, gonos = ângulos e

metron = medir. Daí o seu significado: medidas de triângulos.

Inicialmente, a Trigonometria era considerada a parte da Matemática que

tinha como objetivo o cálculo das medidas dos elementos de um triângulo(lados e

ângulos) . Como a Trigonometria estabelece relações de Trigonometria entre as

medidas de ângulos e de segmentos, originalmente foi também considerada

originalmente como uma extensão da Geometria.

Existe vestígios de um estudo rudimentar de Trigonometria entre os povos

babilônios, que a usavam para resolver problemas práticos de navegação,de

agremensura e de Astronomia. Os primeiros sinais de noções de Trigonometria

surgiram tanto no Egito quanto na Babilônia, a partir do cálculo das razões entre

números e entre lados de triângulos semelhantes.

O importante conceito no desenvolvimento da Trigonometria é o conceito de

ângulo e de como efetuar sua medida, uma vez que ele é fundamental em diversas

situações, como na compreensão das razões trigonométricas em um triângulo

retângulo (números que dependem dos ângulos agudos do triângulo e não da

particular medidas dos ângulos).

O desenvolvimento da Trigonometria está fortemente ligado ao da Geometria.

Hoje, sabe-se que a Astronomia foi a grande impulsionadora do desenvolvimento da

Trigonometria, principalmente entre os Gregos e os Egípcios. Aliás, foram os

astrônomos que estabeleceram os fundamentos da Trigonometria.

A Grécia produziu grandes sábios, entre eles Thales (626 – 546 a. C ), com

seus estudos de semelhança de triângulos que embasam a Trigonometria e seu

discípulo Pitágoras ( 570 – 495 a. C ). Conjectura-se que este último tenha feito a

primeira demonstração que leva seu nome e do qual deriva a relação fundamental

da Trigonometria.

Surgiu então, na segunda metade do século dois antes de Cristo, um marco

na história da Trigonometria, com Hiparco de Nicéia (180 – 125 a. C ). Fortemente

influenciado pela Matemática da Babilônia, ele acreditava que 60 era a melhor base

de contagem. Hiparco construiu o que foi presumivelmente a primeira tabela

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trigonométrica com os valores das cordas de uma série de ângulos de 00 a 1800, em

cuja montagem utilizou interpolação linear. Ele observou que, num certo círculo, a

razão do arco para acorda diminui quando o arco diminui de 1800 para 00. Resolveu

então associar, a cada corda de um arco, o ângulo central correspondente, o que

representou um grande avanço na Astronomia.

Referências Bibliográficas ( fonte de pesquisa)

E-Calculo.História da Trigonometria. Disponível em “http://ecalculo.if.usp.br/

história.htm.