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EJA Educação de Jovens e Adultos

Arquivo 3 eja e o mercado de trabalho

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EJA

Educação

de Jovens

e Adultos

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EJA

Que relações são possíveis de se estabelecer entre

trabalho, formação e currículo com a Educação de

Jovens e Adultos?

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Trabalho:

- princípio educativo de uma formação humana integral;

- Produção da vida, relação com a natureza, com os demais seres

humanos e com o mundo;

- Produção de linguagens, de cultura e de saberes.

Trabalho no mundo de hoje:

- Flexibilização da produção na agricultura, na indústria, no comércio e

nos serviços;

- Máquinas inteligentes substituem os seres humanos e os tornam

apêndices delas;

- Produtos de curta duração para clientes diversificados; produção

descartável;

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Contexto social do Trabalho:

-Cooperação subordinada à máquina; terceirização, cooperativas falsas;

- Estágios curriculares substituem empregos;

- Perda dos direitos sociais;

- Jovens e mulheres são os mais prejudicados pela falta de empregos;

- “Empreendedorismo” substitui a formação para o trabalho e repassa aos

jovens a responsabilidade pelo fracasso de não conseguir empregos;

- Violência, tráfico de drogas, prostituição e assassinatos atingem os

jovens mais pobres;

-A humanização da máquina produz a desumanização do homem e da

mulher.

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- Formação escolar oferecida aos jovens e adultos trabalhadores

Tempo de trabalho diurno superior ao tempo de escola noturno, com métodos e

conteúdos alheios ao trabalho inviabilizam uma formação qualificada;

Escola é mundo ideal das certezas, fechado, separado e lacrado para não

contaminar-se com o mundo real do trabalho, das perguntas, das incertezas,

aberto à competição;

Trabalho infantil e juvenil, trabalho escravo em grandes fazendas sem punição

impossibilitam ou dificultam a formação escolar;

Aluno como alguém que não têm a luz do conhecimento; negação dos saberes

do trabalho; ciência contrapondo-se à experiência;

Ênfase no saber-fazer – aprender a aprender – com o aligeiramento da formação

eliminam-se disciplinas, conteúdos e métodos necessários para pensar, refletir e

problematizar;

Formação flexibilizada, aligeirada onde as áreas do conhecimento, que ajudam a problematizar a realidade, são eliminadas ou minimizadas;

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Currículo– Conceito

Conjunto de ações planejadas sob a forma de conhecimentos e técnicas, organizados na modalidade de disciplinas e atividades atribuídas a professores especializados, distribuídas em cargas horárias, semestres e anos letivos;

Não é neutro; seleciona elementos de uma determinada cultura, incorpora filosofia, concepção de mundo e sociedade conforme o modelo vigente;

– Currículo das escolas de formação de jovens e adultos

Conteúdos das disciplinas de formação distanciados da realidade, com métodos de ensino tradicionais sem a participação do aluno, fazem o jovem perder o interesse pela aquisição de conhecimentos que não lhe servem para nada;

Professores sem formação nem preparação específica para as realidades do campo e das periferias das cidades não articulam os conteúdos com as experiências e necessidades dos alunos;

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Seleção de conhecimentos, didatização em forma de conteúdos, fragmentação em disciplinas, separação entre teoria (escola) e prática (trabalho ou estágio);

Concebido para o modelo de escola de uma sociedade (neo)liberal, baseada na expropriação da terra e na apropriação do produto do trabalho;

Referido à ciência moderna não tem espaço para saberes da experiência (senso comum) ou “não-científicos”, nem para culturas não-européias, consideradas inferiores;

Ordenamento curricular determinado de fora e controlado pelas provas de avaliação do MEC;

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• Pergunta: Como fazer uma formação

integral se os processos de trabalho

exigem trabalhadores unilaterais, que

saibam apenas fazer e resolver

problemas imediatos?

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• Pergunta (s): Se os processos de produção, distribuição e gestão são fragmentados, estanques, baseados em conhecimentos especializados, como realizar a interdisciplinaridade na escola? Ou como fazer a educação integral?

• Relação trabalho e formação: potencializando currículos

Trabalho define o humano pela sua potencialidade de recriar as condições de existência na sua relação com a natureza, consigo mesmo e com os “outros”;

Permite caracterizar o humano como um ser histórico na tri-dimensão de ser indivíduo, natureza e sociedade.

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O capital, como relação social, expropria a terra, apropria-se do produto do trabalho, dos meios de subsistência, da ciência e da técnica;

Transforma o humano em mercadoria, portanto em objeto, e humaniza os objetos e os animais;

Contradição: homogeneíza pela eliminação do outro, do diferente; diversifica e hierarquiza as “mercadorias”, inclusive a mercadoria força de trabalho humana – do analfabeto ao “superior”;

História e formação de uma identidade de classe

Não existe uma história verdadeira – existem histórias interessadas, feitas e registradas pelas classes sociais cujos interesses são antagônicos;

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Qual a nossa tarefa e responsabilidade, hoje, na

construção da relação necessária entre trabalho,

formação e currículo:

de modo a articular o trabalho como satisfação da

necessidade e como liberdade de criação?

a educação como formação humana mediada pelo

trabalho em base à cooperação?

o currículo como expressão da relação entre

trabalho-educação-cooperação?