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Boletim Universo EAD Dezembro - 2011 - Educação a Distância

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O seu informativo sobre tecnologias aplicadas à educação do Senac São Paulo. Para mais informações, acesse http://j.mp/IVPdMb

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Boletim Universo EAD - Dezembro 2011 - ano VII nº 71 Página 2

Os gadgets da saúde

Avanço do desenvolvimento tecnológico favorece setor e sociedade com sistemas que apoiam desde a reciclagem profissional

até os diagnósticos e tratamentos

Roupas com sensores de sinais vitais, games para fisioterapia, robôs para

cirurgias e remédios de asma com GPS. São muitos os gadgets dirigidos à área da saúde. E, na era digital, além de equipamentos e tecnologias aplicadas, a

internet também tem um importante papel na disseminação de conteúdo, na

construção do conhecimento e até no diagnóstico e tratamento de pacientes.

Um dos importantes desenvolvimentos nacionais nessa área é o Projeto Homem

Virtual. Criado na disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 2003, ganha, desde então, constantes

aprimoramentos. Com imagens tridimensionais e dinâmicas do corpo humano – com recursos de computação gráfica e design digital –, o Homem Virtual

reproduz um conjunto bastante completo de informações, de moléculas a músculos. Enfim, um grande acervo multimídia para teleducação e educação

presencial.

Adotado para diversos fins didáticos, o projeto colabora com a educação médica e ainda ajuda na orientação de

pacientes, no treinamento de agentes promotores de saúde e até no reforço de campanhas de esclarecimento. Na cidade de São Paulo, o Catavento Cultural Educacional (antigo Palácio das Indústrias) conta com uma área dedicada

ao corpo humano. Lá, qualquer visitante pode conferir painéis e vídeos do Homem Virtual, que mostram riscos e

efeitos do álcool, do cigarro e das drogas em geral.

Há muito tempo, a digitalização e a análise de imagens já são frequentes nas tecnologias aplicadas à saúde. Na ortopedia e na fisioterapia, os avanços têm sido impulsionados pelos esportes de alta performance. A artroscopia,

por exemplo – cirurgia de joelho realizada com apoio de visualização por vídeo –, sofisticou-se imensamente desde

sua primeira realização, em 1918, no Japão.

Hoje, os equipamentos de raio-X digital com alta resolução, as ressonâncias magnéticas e outras tecnologias para avaliações computadorizadas já oferecem tanta precisão que podem dispensar, em muitos casos, a própria

intervenção cirúrgica. Um sistema recente, o Termovisor, adotado inicialmente em cavalos de competição, já começa

a ser aplicado em humanos. E é capaz de ler a temperatura de diferentes partes do corpo e indicar, com mais acerto, os casos de lesões ortopédicas difíceis de serem detectados.

Games “medicinais”

No mundo dos jogos, a fisioterapia encontrou um importante aliado. No Polo de Games de Santa Catarina, a empresa brasileira Fisiogames criou um produto voltado à recuperação de vítimas de acidentes com problemas nos

membros que já está em testes em clínicas e hospitais.

A ideia é reproduzir os exercícios necessários ao tratamento em ambientes lúdicos e divertidos, calibrando resistência

e nível de intensidade do esforço exigido do jogador. As atividades envolvem, por exemplo, encher um balão ou operar uma máquina de sorvete, por meio de joysticks similares aos do console Wii, da Nintendo.

Outro modelo nacional de game para fisioterapia surgiu no Recife, resultado do trabalho de alunos do Centro de Informática (CIn) e de estudantes de fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O jogo Kapp,

baseado na plataforma Wii, induz movimentos corporais dirigidos e fisioterápicos no jogador, que tem de pilotar um peixe e desviá-lo de obstáculos.

Segundo especialistas, já existem cerca de 300 games voltados ao uso médico. Além de incrementar os tratamentos, eles acreditam que os jogos eletrônicos têm efeito adicional, ao promover a melhoria da autoestima e das condições

emocionais dos pacientes.

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Em termos de tecnologia assistiva, uma importante fonte de informações é o Portal Nacional de Tecnologia Assistiva, viabilizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (Secis) do Ministério de Ciência e

Tecnologia (MCT), em parceria com o Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil).

Tema abordado pelo Universo EAD, na edição de março de 2010, o portal oferece um Catálogo Nacional de Produtos

de Tecnologia Assistiva com informações sobre os itens fabricados e distribuídos no Brasil, conteúdo de grande auxílio a pessoas com deficiência, idosos, familiares e profissionais da reabilitação.

Controle remoto

Outra tendência ascendente são as tecnologias remotas para acompanhar o estado de saúde das pessoas a distância e antecipar diagnósticos. Até “roupas inteligentes” já estão sendo criadas para monitorar sinais vitais. Entre as

aplicações, espera-se obter diagnóstico precoce em atletas e acompanhá-los remotamente.

O projeto é de cientistas da Universidade Carlos III, em Madrid, na Espanha. Seu protótipo tem sensores que

registram temperatura do corpo, batimentos cardíacos e outras funções vitais – dados que são tratados por um sistema de informação que avalia, entre outros aspectos, os impactos do nível de atividades físicas em exames,

como eletrocardiogramas.

Para pacientes em homecare, por exemplo, a roupa inteligente também poderá fornecer informações de controle

para médicos e equipes de saúde. Ente os recursos previstos, está a possibilidade de programar alarmes, sempre que os parâmetros pré-determinados forem ultrapassados.

Outro controle remoto já promete, em breve, socorrer pacientes com asma. Ainda em fase de testes na Universidade

de Wiscosin-Madison, nos Estados Unidos, o Spiroscout parece uma “bombinha” tradicional, mas vem equipado com

GPS e conexão à internet wi-fi. Com isso, toda vez que é utilizado pelo paciente, o próprio dispositivo dispara uma notificação para a central de dados. Depois, quando conectado (via USB) a um computador, o aparelho transfere as

informações do paciente para o Asthmapolis, um aplicativo para dispositivos móveis, com ferramentas para geração de gráficos, mapas e tabelas.

Mais impressionante é o projeto da israelense Brainsway, que produziu um capacete ligado a uma bobina para disparar estímulos magnéticos no cérebro. Indicado para aliviar a dependência de drogas e para doenças

neurológicas ou cerebrais – como Mal de Alzheimer e esquizofrenia, por exemplo –, o novo método estimula apenas a área do córtex relacionada ao transtorno e não todo o cérebro.

Segundo Avraham Zangen, neuroconsultor da Brainsway, diferente da terapia de eletrochoque – ainda adotada para casos que não respondem a outros tratamentos –, a nova tecnologia leva o tratamento a um nível superior.

“Ganhamos o efeito benéfico da terapia de choque sem os efeitos colaterais”, diz.

Conectar é preciso

Paralelamente aos resultados diretos obtidos com as novas tecnologias, todos dispositivos e dados exigem recursos

de transmissão abrangentes e eficientes. A boa notícia é que um recente levantamento da Associação Brasileira de

Telecomunicações (Telebrasil) apontou que, desde o começo do ano, o acesso por banda larga ganhou 19,5 milhões de novos assinantes.

Ao todo, o Brasil já conta com 53,9 milhões de pontos de conexão, o que representa 68,4% mais acessos em relação

aos dados de outubro de 2010. Diante desse ritmo de crescimento, todos os setores só têm a ganhar, pois a

comunicação e a transmissão de dados deixam de ser um empecilho. E, nesse aspecto, a área da saúde terá ainda mais chances para evoluir.

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Avanço do setor de saúde exige mais capacitação profissional

Senac São Paulo oferece diversas opções de qualificação, incluindo cursos livres, técnicos, graduações, extensões universitárias

e pós-graduações

Há menos de um mês, o Hospital do Câncer de Barretos (SP) – referência nacional de tratamento e prevenção da

doença –, divulgou a intenção de “importar” médicos da Europa. De acordo com Henrique Prata, presidente do hospital, a falta de médicos, que já é realidade há dois anos, deverá se agravar. “No ano passado, não chegaram a

formar 20 oncologistas pediatras em todo o país”, afirma. Entre as outras principais atividades com escassez de

profissionais estão anestesistas, nefrologistas e radiologistas.

Diariamente, o hospital atende a cerca de três mil pessoas de todas as partes do Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, a falta de profissionais faz com que 300 pacientes deixem de ser atendidos por dia. “Nos

últimos anos, tivemos melhorias econômicas e na oferta de recursos, mas não pensaram na mão de obra qualificada

para atender todo esse desenvolvimento. Conseguimos condições para montar uma infraestrutura de qualidade, mas não temos como operá-la. É como montar uma fábrica de aviões, mas não ter pilotos”, compara.

Mas, infelizmente, tal cenário não é exclusividade do Hospital do Câncer de Barretos. Um ponto importante é que o

aumento da expectativa de vida do brasileiro – que passou para 73,5 anos em 2010, segundo o IBGE – exige ainda

mais capacidade de atendimento em todo o sistema nacional de saúde.

O problema é que, para sanar essa questão, não basta formar profissionais. O coordenador do Projeto de Tecnologias Educacionais Interativas para Potencialização da Educação em Saúde (Capes/MEC), Dr. Chao Lung Wen,

diz que o grande desafio da formação na área da saúde é manter os profissionais sempre atualizados com novos

conhecimentos. “É preciso instituir um programa de qualificação profissional permanente”, completa Chao, que também é chefe da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e

presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms).

No entanto, manter processos contínuos de capacitação para profissionais ligados à saúde não é uma tarefa fácil.

Afinal, o cotidiano de quem atua na área envolve muita dedicação, correria e longas jornadas de trabalho. Entre as alternativas que o avanço da tecnologia permite, está a ampliação da oferta de recursos a distância, incluindo

bibliotecas, cursos, fóruns e outras facilidades.

Pensando nisso, diversas instituições de ensino têm ampliado a oferta de opções para a formação e a reciclagem

profissional do setor. Grande parte, dependendo da área, é presencial. Mas muitos – inclusive oferecidos por instituições como Hospital Sírio-Libanês, Senac São Paulo e USP – já são ministrados a distância ou na modalidade

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mista, incluindo aulas presenciais como parte da carga-horária.

Qualificação para saúde

Entre os diversos cursos oferecidos pelo Senac São Paulo que atendem aos profissionais ligados à saúde, a novidade

é a Pós-graduação em Hotelaria Hospitalar, lançada em parceria com o Hospital Sírio-Libanês – tema da seção Acontece desta edição. A instituição também oferece opções em outras áreas não diretamente ligadas à saúde,

porém, mais que necessárias para o bom funcionamento de hospitais e clínicas, por exemplo. Entre estas, há cursos livres, técnicos, graduações, extensões universitárias e pós-graduações em administração e negócios, gestão

executiva, finanças, marketing e vendas, desenvolvimento social e até gastronomia.

Ministrada totalmente a distância, a extensão universitária em Gestão de Organizações Hospitalares é uma boa

alternativa aos profissionais que atuam ou desejam atuar em hospitais. Um dos principais objetivos do curso é tornar o aluno apto a apoiar organizações com base em princípios éticos, diretrizes do SUS e áreas de assistência.

Já na área de enfermagem, o Senac oferece 23 opções de capacitação, sem contar o Comunicação em Libras para Enfermagem, tema do Podcast Universo EAD, publicado em outubro de 2008. O objetivo do curso é facilitar a

comunicação entre pacientes surdos e profissionais da área. “A comunicação com o paciente é rotina no trabalho desses profissionais”, destaca Ana Pianucci, idealizadora do curso e responsável pela área de enfermagem da

instituição.

Dirigido a enfermeiros e estudantes da área, o curso Procedimentos de Enfermagem nas Coletas Especiais em

Hemoterapia também é realizado totalmente a distância. Com carga horária de 30 horas, as aulas abordam os processos para a coleta de sangue, hemocomponentes, células-tronco periféricas e de cordão umbilical, por

exemplo, com base nas técnicas e nos princípios normativos, éticos e legais.

Saúde e bem-estar é outra área em que o Senac investe bastante. São diversos cursos para profissionais e técnicos,

incluindo opções em radiologia, hemoterapia, saúde pública, farmácia, terapias complementares e muitas outras. Um dos destaques é a Pós-graduação em Imuno-hematologia Laboratorial a distância, que tem o objetivo de resgatar os

conceitos básicos de biologia celular e molecular, imunologia e genética.

Entre os profissionais cada vez mais procurados atualmente, estão cuidadores e agentes de saúde. Para suprir essa

necessidade de mercado, o Senac também oferece cursos livres para Cuidador de Idosos, Cuidador Infantil e Agente Comunitário de Saúde.

Para os interessados em radiologia, a instituição também conta com várias opções, incluindo cursos livres, técnicos, de graduação e pós-graduação, a exemplo da lato sensu em Sistemas Digitais na Radiologia, dirigida a profissionais

que desejam se especializar nos processos que envolvem equipamentos de diagnósticos por imagem, como instalação e configuração, por exemplo. Além disso, o Senac oferece outros três cursos de pós-graduação

relacionados aos diagnósticos por imagens: Mamografia, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

Nuclear e Medicina Nuclear e PET/CT.

Senac São Paulo oferece 12 mil bolsas de estudo gratuitas para cursos técnicos e livres

No início de dezembro, o Senac anunciou a abertura de 12 mil vagas gratuitas em todo o Estado, com a oferta de

cursos livres e técnicos que terão início em janeiro e fevereiro de 2012. A iniciativa integra o Programa Senac de Gratuidade, que oferecerá outras oportunidades gratuitas de capacitação ao longo do próximo ano.

Técnico em Enfermagem e Cuidador Infantil são alguns dos cursos oferecidos pelo programa. Segundo Luciana Bon

Duarte Fantini, gerente de desenvolvimento da instituição, o Senac tem ampliado, todos os anos, a política de bolsas

de estudo. O objetivo é aumentar as oportunidades de profissionalização para a população economicamente desfavorecida.

As inscrições estão abertas e encerram cinco dias úteis antes do início dos cursos, ou quando as turmas atingirem a

relação de três candidatos por vaga o que ocorrer primeiro. A seleção será feita por ordem de inscrição.

Para participar, é necessário ter renda familiar per capita de até dois salários mínimos federais e não estar

matriculado ou participando de outros processos de bolsas na instituição. Os interessados podem obter mais

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informações no endereço <www.sp.senac.br/bolsasdeestudo> ou pelo telefone 0800 883 2000.

Hotelaria hospitalar: do concierge à camareira

Hospital Sírio-Libanês e Senac São Paulo lançam pós-graduação dirigida ao serviço de hotelaria para hospitais. Outras

iniciativas visam capacitar profissionais e alunos, com a meta de difundir conhecimento em comunidades ligadas ao sistema

público de educação e saúde

Nem só de profissionais da área vive o setor da saúde. Afinal, hospitais, clínicas, laboratórios e afins precisam ter uma boa administração, como qualquer outro tipo de negócio. Na área da saúde, independentemente das

especialidades clínicas, a infraestrutura de atendimento é um dos pontos críticos. E é fácil notar que bons hospitais,

por exemplo, têm um dia a dia muito semelhante ao de grandes hotéis.

Mas como administrar um estabelecimento em que as pessoas não se hospedam por vontade própria? Como oferecer serviços de alta qualidade, incluindo a atuação de profissionais que vão do concierge à camareira, da

nutricionista ao chefe de cozinha?

Diante dessa realidade e da necessidade de profissionais qualificados para atuar no setor, o Hospital Sírio-Libanês e

o Senac São Paulo acabam de lançar o curso de pós-graduação (lato sensu) em hotelaria hospitalar. “A parceria permitirá aos alunos ter contato com os mais renomados especialistas da área por meio de palestras, prática

profissional e visitas técnicas”, afirma Flavia Feitosa, diretora de pós-graduação e extensão universitária do Centro

Universitário Senac.

Capacitar profissionais para atuar na gestão de hotelaria em empreendimentos de serviços de saúde é o objetivo do novo curso. E, assim como em diversas áreas do Senac São Paulo – inclusive ligadas à saúde –, o Instituto Sírio-

Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP) é uma referência quando o assunto é o aprimoramento e o desenvolvimento de

mão de obra para o setor.

Com atividades de ensino que vão desde cursos de emergência até a pós-graduação e a atualização profissional, o IEP também oferece opções ligadas à enfermagem e à residência. Além disso, reuniões científicas e projetos

filantrópicos – em parceria com organizações governamentais ou não – fazem parte do cotidiano da área educacional

do instituto.

A telemedicina é uma das ferramentas de ensino utilizadas pelo Sírio-Libanês, especialmente para a disseminação de

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conhecimentos para centros médicos fora de São Paulo. Segundo informações do hospital, é justamente a educação a distância que permite viabilizar a capacitação e a atualização profissional em diversas localidades.

Em número de pessoas atingidas e beneficiadas, ensino e capacitação profissional para profissionais técnicos da

saúde pública brasileira são as principais atividades filantrópicas mantidas pela Sociedade Beneficente de Senhoras

Hospital Sírio-Libanês.

Um bom exemplo de trabalho do IEP, em parceria com o Ministério da Saúde, foi a capacitação de 500 profissionais do sistema público, em meados deste ano. Com o objetivo de levar as melhores práticas de gestão e atendimento às

populações de nove regiões metropolitanas brasileiras (Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Manaus,

Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), a iniciativa alcançou 50 facilitadores e 450 especializandos com o curso Gestão da Clínica nas Redes Metropolitanas de Atenção à Saúde.

Ao todo, os profissionais das regiões metropolitanas escolhidas atuam junto às 50 Redes de Atenção à Saúde, com

capacidade para melhorar o atendimento dirigido a uma população de 51,5 milhões de pessoas, aproximadamente. A

partir da ideia de replicar conhecimento, a capacitação desses profissionais representa a difusão de informações entre outros 4,5 mil colegas da rede, até 2012.

Enfatizando desde o cuidado materno-infantil até o paciente crítico, além de serviços de urgências e emergências

dos hospitais do Sistema Público de Saúde (SUS), o programa atendeu a duas das três prioridades estabelecidas pelo

Ministério da Saúde: Rede Cegonha e Urgência-Emergência.

Além do Hospital Sírio-Libanês e do Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) também participaram da idealização desse

projeto.

Educação básica gera saúde

Entre as diversas iniciativas da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(FMUSP) está o projeto Jovem Doutor, iniciado em 2007. Com o objetivo de oferecer e difundir noções básicas de

saúde, o programa atua junto a professores e alunos dos ensinos fundamental e médio, indicados por suas respectivas escolas da rede pública.

Palestras, aulas presenciais e ambientes virtuais de aprendizagem colaboram com atividades práticas nas escolas de

diversos bairros, abordando temas como saúde, meio ambiente e higiene básica. Para isso, materiais dos Ministérios

da Educação e da Saúde estão disponíveis, assim como conteúdos da área de telemedicina da FMUSP.

Junto aos participantes das escolas, atuam universitários de 14 profissões não só ligadas à área da saúde, mas também à engenharia, arquitetura, administração, entre outras. As ações podem incluir temas como preservação de

ecossistemas e mananciais de água, ou mesmo reciclagem.

De acordo com o site do programa, os Jovens Doutores do ensino superior são supervisionados por seus professores

das faculdades e universidades e, por meio de uma rede de teleducação, compartilham experiências e

conhecimentos. Uma vez alcançado desempenho suficiente, os alunos dos ensinos fundamental e médio, participantes da iniciativa, recebem um certificado pelo trabalho desenvolvido e se tornam replicadores de

conhecimento em suas comunidades, com supervisão dos alunos do ensino superior, que visitam periodicamente as escolas para acompanhar a evolução dos processos.

Saúde sem fronteiras

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Expansão do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes terá investimento de R$ 70 milhões em um ano

Não é ainda o sonho do teletransporte. Mas, com o avanço de metodologias baseadas no uso de tecnologias da

informação e comunicação, a internet tem provocado o desdobramento de muitas iniciativas para melhorar o

atendimento e reduzir custos na área da saúde. Faz chegar a experiência e o conhecimento dos especialistas – o maior patrimônio do serviço médico – a lugares distantes e providos por poucos profissionais.

A rede dissemina, para além dos grandes centros, diversas ações de capacitação com amplo efeito multiplicador e

pode promover a consolidação de dados de referência dos pacientes, por meio de prontuários digitais. Dessa forma,

a falta de médicos distribuídos de forma equilibrada em um país tão extenso e desigual começa a ser gradualmente driblada pelos recursos da comunicação a distância.

Como prevenir as pessoas que já tiveram tuberculose de pegarem pneumonia? Qual o tratamento indicado para

pacientes com doença do refluxo gastroesofágico? Qual é o diagnóstico diferencial de paralisia facial periférica?

Respostas a essas e a muitas outras questões, sejam simples ou complexas, estão no portal do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, mantido pelo Ministério da Saúde, um dos maiores e mais abrangentes nessa área.

O projeto oferece teleconsultoria e teleducação, por meio de videoconferências, chats, páginas on-line para

compartilhamento de experiências, ferramentas de visualização de exames e simulação de procedimentos, a

profissionais que atendem na atenção primária. Alcança diferentes pontos do país, onde muitas vezes é difícil encontrar especialistas. Ao longo do próximo ano, até outubro de 2012, o governo federal pretende investir R$ 70

milhões para ampliar o alcance do serviço – já presente em 12 Estados, atualmente.

Contar com uma informação qualificada, com a opinião de um especialista, um professor, um pesquisador, pode

fazer toda a diferença na hora de formar um diagnóstico ou optar pelo melhor tipo de tratamento para um paciente. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, no último mês de novembro, revelou que, na avaliação de 67% dos

profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) em regiões remotas, o Telessaúde rompe a sensação de isolamento dos médicos e os ajuda na decisão de ficar onde estão, em vez de mudarem para cidades mais bem

equipadas.

A chance de estar conectado a centros de referência e poder discutir casos clínicos a distância com outros

profissionais evitou o encaminhamento de pacientes a outros serviços de saúde em 70% a 80% dos casos, de acordo com dados do ministério. Além disso, a cada duas teleconsultorias feitas para médicos e profissionais que

atuam no SUS, evita-se a remoção de um paciente, informa a diretora do Telessaúde brasileiro, Ana Estela Haddad. Ou seja, para ela, as teleconsultorias e as segundas opiniões formativas, quando as dúvidas são debatidas com

outros profissionais, melhoraram os serviços prestados à população e reduziram custos gerais do sistema de saúde.

O Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes funciona junto às Unidades Básicas de Saúde (UBS), atualmente em

1.471 serviços de saúde, em 947 municípios, de 12 Estados: Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul,

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Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Gestores locais do SUS interessados em aderir ou ampliar o programa de expansão do ministério, encaminharam propostas até 15 de novembro, para recebimento dos recursos ainda este ano –

ou até o dia 30 do mesmo mês, para atendimento em 2012. Os valores exatos a serem desembolsados para cada

local serão definidos pelo governo federal, com base no total de habitantes na região e na quantidade de Equipes de Saúde da Família – compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e

seis agentes comunitários, grupo responsável pelo atendimento de, no máximo, quatro mil habitantes de uma área definida.

Consolidação

Até agora, os telediagnósticos têm avançado particularmente em teleletrocardiograma e telerradiologia, na opinião do Dr. Chao Lung Wen, chefe da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(FMUSP) e presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms). Ele acredita que, em cerca de

cinco anos, a consolidação da telemedicina deverá ganhar escala com a disponibilidade de equipamentos de apoio a diagnósticos a preços mais acessíveis, como ultrassom, eletrocardiograma, espirômetro etc., além de instrumentos

para telehomecare.

Já nas pranchetas oficiais está a intenção de usar plataformas digitais de acesso remoto a dados para unificar ações

de saúde, educação e assistência para crianças de até três anos. A proposta anunciada pelo governo federal envolve um universo total de cerca de 11 milhões de crianças no país. Na avaliação de Chao, é uma empreitada viável. "Se a

Receita Federal conseguiu estruturar um sistema e uma rede consistente de Imposto de Renda, tecnologicamente, também é possível estruturar algo para a saúde. Vale lembrar que é necessário realizar a implantação de forma

sistemática, como um ecossistema”, ressalta.

Um passo na direção de consolidar bases de informações é a adesão aos prontuários eletrônicos. Ou seja, as versões

digitais, disponíveis em rede, dos papéis e arquivos nos quais médicos e atendentes anotam os históricos clínicos dos pacientes, reincidências, alergias, predisposições genéticas, receituários anteriores e diversas informações

estratégicas, necessárias para a definição de diagnósticos e tratamentos.

Barreiras que ainda persistem a essa tecnologia, além da infraestrutura (banda larga, digitalização dos legados,

padronização, equipamentos, software), incluem aspectos jurídicos e culturais. Os médicos vão precisar de assinaturas digitais – o que não é uma assinatura digitalizada, mas um código criptografado, com chave pública e

privada para leitura, contratado de empresa especializada.

Em Tatuí, interior de São Paulo, a informatização dos 15 postos de saúde da cidade, em 2008, cobriu agendamento

de consulta, prontuário médico e prescrição de medicamentos, tudo registrado digitalmente. Em um ano, o total de atendimentos aumentou 54%. A integração dos pontos na cidade acontece por meio da intranet da prefeitura, por

uma rede wi-fi, via rádio, ou em banda larga de operadora privada. Os dados estão armazenados no modelo cloud

computing (nuvem), nos equipamentos do fornecedor, e acessíveis pela rede. Os perfis dos pacientes obedecem à estruturação de dados definida pelo Ministério da Saúde, que prevê nome, data de nascimento, unidade de

atendimento, médico responsável, sintomas relatados, exames pedidos e resultados obtidos, procedimentos realizados durante a consulta, entre outros. O registro preciso, padronizado e consistente dos dados dos prontuários

aumenta o total de acertos no atendimento dos pacientes e dá ao gestor público uma fotografia das condições do sistema – se há gargalos, onde, quais e por quê. Mas, para tudo isso, o médico deve saber como incluir e acessar

todos os dados no computador.

O Ministério da Saúde quer levar os prontuários eletrônicos a todas as cidades, de modo que a pessoa possa ser

bem atendida em qualquer unidade do SUS, em qualquer ponto do país. Os dados do cidadão devem ser consultados por meio de um cartão (o Cartão Nacional de Saúde), em uma área própria com suas informações

disponíveis na internet. O modelo básico do prontuário nasceu do Sistema Integrado de Gestão de Atendimento –

Siga, software desenvolvido numa parceria entre o ministério e a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

Preparar profissionais da saúde para trabalharem com computador nas consultas, inserção de dados, teleconferência, software dedicados ao apoio clínico etc., tudo isso faz parte da construção do “ecossistema” citado

por Chao. Razão por que também o Programa de Requalificação das UBS, lançado este ano pelo governo federal, vai

incorporar o Telessaúde Brasil Redes nos canais para formação e capacitação. Trata-se de uma medida estratégica, pois a teleassistência requer, junto à banda larga de qualidade, equipamentos de visualização e de comunicação a

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distância, além da sistematização de métodos com médicos e equipes de atendimento preparados.

Telemedicina: a hora e a vez da saúde on-line

Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes já é um dos maiores do mundo no uso de recursos de telemedicina em atenção

primária à saúde

Quando falamos nos avanços e benefícios que a tecnologia proporciona à área

da saúde, logo imaginamos grandes aparelhos de diagnósticos e complexos equipamentos hospitalares. Mas o barateamento e a popularização de recursos

básicos, como a internet, já favorece muitas outras questões que envolvem o dia a dia de médicos e profissionais da área.

Para falar sobre assuntos ligados à telessaúde no Brasil, a entrevista desta edição é com o Dr. Chao Lung Wen, chefe da disciplina de telemedicina da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms).

Membro dos mais importantes comitês ligados ao tema junto aos Ministérios da Saúde e da Educação, Dr. Chao também é responsável pela coordenação de

diversos projetos tecnológicos que visam aprimorar os processos de educação contínua na área médica. Entre estes, destaca-se o Projeto Homem Virtual –

tema abordado pelo Universo EAD, na edição de janeiro de 2009 –, que reúne informações teóricas e práticas da literatura médica.

Universo EAD – Dr. Chao, na sua opinião, como os atuais recursos de internet – cada vez mais populares – podem colaborar com o avanço da medicina junto à sociedade?

Dr. Chao Lung Wen - A internet é hoje uma das maiores redes de conexão do mundo e as tecnologias disponíveis nesse ambiente podem ser utilizadas para a medicina nos aspectos de educação (teleducação interativa), assistência

(teleassistência e segunda opinião formativa) e pesquisa (pesquisa colaborativa).

Universo EAD – Há mais de uma década, a previsão era que a telemedicina avançaria muito para facilitar e

popularizar diagnósticos e atendimentos médicos, especialmente quando a banda larga fosse mais acessível no país. Em outubro passado, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), os

acessos por banda larga no Brasil chegaram a 53,9 milhões. Diante desse crescente cenário, por que a medicina continua parecendo ser tão off-line em relação ao atendimento e ao tratamento de pacientes a distância?

Dr. Chao Lung Wen - A popularização da teleassistência não depende somente da tecnologia de conectividade, mas da capacitação dos médicos, da estruturação de métodos de telepropedêutica, da regulamentação legal, dos

aspectos de responsabilidade legal, da facilidade de encaminhamento dos centros de referência, da sustentabilidade e remuneração profissional, entre outros.

Atualmente, a segunda opinião formativa está sendo estruturada em Atenção Primária, principalmente no Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde. As atividades de telediagnóstico têm avançado em

teleletrocardiograma e telerradiologia. Certamente, nos próximos cinco anos, a consolidação da telemedicina deverá avançar significativamente com a disponibilização de equipamentos de apoio a diagnósticos com valores mais

acessíveis, como ultrassom, eletrocardiograma, espirômetro etc., além de instrumentos para telehomecare.

Universo EAD – Em meados de 2000, os avanços da telemedicina também indicavam que, em breve, poderíamos

fazer exames de imagem e de acompanhamentos funcionais sem sair de casa. Isso já se tornou realidade? Se sim, quais as aplicações mais convencionais? Se não, quais os entraves para que tais recursos possam decolar?

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Dr. Chao Lung Wen – O diagnóstico em geral é um processo complexo e não é exclusivamente vinculado a exames. Os exames são apenas recursos de apoio. Certamente, vários meios de imagem podem ajudar muito, como

a fotografia digital para dermatologia e, em alguns casos, de oftalmologia e radiologia (telerradiologia), que exigem imagens de alta resolução.

A principal dificuldade é que os exames de grande precisão, como tomografia, ressonância e outros, exigem equipamentos e instalações de tamanho e cuidados consideráveis, além de grandes centros de diagnóstico. A

miniaturização ainda não conseguiu reduzir o tamanho desses equipamentos. No entanto, alguns exames já estão se tornando cada vez mais acessíveis, como o ultrassom, glicosímetros, oxímetros etc.

Universo EAD – Com bons resultados junto ao Sistema Único de Saúde de quase mil cidades, o governo federal está expandido o Telessaúde Brasil Redes. Como funciona o programa e quais os principais benefícios para médicos

e pacientes?

Dr. Chao Lung Wen – O Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes é um dos maiores programas de uso de

recursos de telemedicina em Atenção Primária à Saúde do mundo. Sua principal ação é o aumento da resolutividade, com a melhoria da qualidade de atendimento à população, por meio de mais qualificação das equipes de Saúde da

Família (teleducação interativa), incluindo a disponibilização da segunda opinião formativa e da interconsulta, além da promoção da saúde e do teleletrocardiograma.

Universo EAD – Existe alguma regulamentação na medicina sobre a realização de diagnósticos a distância?

Dr. Chao Lung Wen – Sim. O Conselho Federal de Medicina possui várias resoluções referentes ao uso da telemedicina como apoio ao diagnóstico, assim como algumas sociedades de especialidades médicas, a exemplo do

Colégio Brasileiro de Radiologia, entre outras.

Universo EAD – Segundo o Censo Demográfico 2010, o Brasil registrou cerca de 35 mil óbitos de bebês com menos

de um ano. Os dados, apurados entre agosto de 2009 e julho de 2010, indicam índices mais elevados nas regiões com maior taxa de fecundidade e menor desenvolvimento socioeconômico: Norte, Nordeste e no semi-árido. Como o

senhor analisa esse cenário e quais soluções poderiam ser adotadas para minimizar essas taxas?

Dr. Chao Lung Wen – O Núcleo São Paulo de Telessaúde Brasil, do qual sou coordenador, tem trabalhado de

forma importante em Saúde Materno-Infantil, inclusive no desenvolvimento de parcerias para disponibilizar materiais educacionais para a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnA-SUS), da Universidade Federal do

Maranhão. É fundamental desenvolver estratégias de promoção da saúde, visando reduzir a mortalidade materna e

infantil. Também temos trabalhado em materiais para redução da mortalidade perinatal.

Universo EAD – Recentemente, o governo federal anunciou a possibilidade de adotar um sistema para unificar todas as ações de saúde, educação e assistência voltadas a crianças de 0 a 3 anos. Em um país com tantos

migrantes, o senhor acredita na possibilidade de integrarmos prontuários de aproximadamente 11 milhões de

crianças de todo o Brasil? Quais os aspectos positivos e/ou negativos? Quais os entraves? Por quê?

Dr. Chao Lung Wen – Esse é um ponto relevante que precisa ser trabalhado de forma contínua e com uma estratégia bem definida. Se a Receita Federal conseguiu estruturar um sistema e uma rede consistente de Imposto

de Renda, tecnologicamente, também é possível estruturar algo para a saúde. Vale lembrar que é necessário

realizar a implantação de forma sistemática, como um “ecossistema”.

Universo EAD – No tratamento de Aids, por exemplo, o Brasil é referência em pesquisas pela Organização Mundial da Saúde. Também temos know-how em cirurgias plásticas e grandes resultados em oncologia, imunologia e

transplantes. O que falta para que o país também se sobressaia em outras áreas da medicina, especialmente com

relação à saúde básica da população?

Dr. Chao Lung Wen – O Brasil está avançando de forma importante na atenção básica. Considero como estratégica a aplicação dos recursos de telemedicina para promover qualidade de vida (uso dos recursos do Homem Virtual da

FMUSP), consolidação de uma rede de encaminhamentos de pacientes e a instituição de um programa de

qualificação profissional permanente.

Universo EAD – Quais os principais desafios na formação de profissionais para a área da saúde?

Page 12: Boletim Universo EAD Dezembro - 2011 - Educação a Distância

Boletim Universo EAD - Dezembro 2011 - ano VII nº 71 Página 12

Dr. Chao Lung Wen – Atualmente, o grande desafio é a educação permanente para manter os profissionais sempre atualizados com novos conhecimentos.

Universo EAD – Não é raro ouvirmos comentários sobre a falta de profissionais qualificados na saúde.

Recentemente, o Hospital do Câncer anunciou a necessidade de “importar” médicos, inclusive com formação mais

avançada em relação aos profissionais do país, a um custo mais baixo. O que acontece? Há menos interesse pela carreira no Brasil ou não conseguimos formar a quantidade suficiente de bons profissionais?

Dr. Chao Lung Wen – Temos ótimos médicos no Brasil. Talvez, seja preciso ter uma melhor distribuição desses

profissionais para torná-los mais acessíveis à população. Mas, para isso, seria necessário melhorar a remuneração, as

condições de trabalho, a motivação e outros fatores. De qualquer forma, a telemedicina e a teleducação interativa são dois recursos que podem ajudar muito a viabilizar esses aspectos.