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CRIMINOLOGIA “Os grandes criminosos de verdade jamais são pegos, pela simples razão de que os grandes crimes, por eles cometidos, jamais são descobertos” Jácques Futrelle

Criminologia. Professor Lauro M. M. de Almeida

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Palestra de Criminologia.

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  • 1. CRIMINOLOGIA Os grandes criminosos de verdade jamais so pegos, pela simples razo de que os grandes crimes, por eles cometidos, jamais sodescobertosJcques Futrelle

2. CRIMINOLOGIAProf. Lauro Mario Melo de Almeida2014 3. Estamos progredindo! H cem anos eu seria queimadoSigmund FreudCRIMINOLOGIA 4. CRIMINOLOGIA, DIREITO PENAL EPOLTICA CRIMINAL O estudo dos delitos e das penas, pode considerar-se sobretrs aspectos: A) como cincia do ordenamento jurdico-penal: direitopenal; B) como cincia do fenmeno psico-sociolgico dadelinqncia: cincia fenomenolgica (antropologia,criminologia, sociologia, psicologia criminal); C) como arte da adequao do meio ao fim (doutrinateleolgica, poltica criminal)Mancini 5. CONCEITO Cincia que tem por objeto o estudo causal-explicativodo delitoRafael Garofalo. A Criminologia a cincia que estuda oselementos reais do delitoE. Seeling. 6. CONCEITO Cincia emprica e interdisciplinada e, que se ocupa doestudo do crime, da pessoa do infrator, da vtima e docontrole social do comportamento delitivo, e trata desubministrar uma informao vlida, contrastada, sobre agnesis, dinmica e variveis principais do crime contemplando este como problema individual e comoproblema social assim, como os programas de prevenoeficaz do mesmo e tcnicas de interveno positiva nohomem delinqente.A. Garcia-Pablos de Molina 7. OBJETO DE ESTUDO A Criminologia uma cincia causal explicativa, comoenfatiza Orlando Soares, e que, dada a sua natureza, tempor objeto a incumbncia de no s se preocupar com ocrime, mas tambm de conhecer o criminoso, montandoesquemas de combate criminalidade, desenvolvendomeios preventivos e formulando empenhos teraputicospara cuidar dos delinqentes a fim de que eles novenham a reincidir.Newton Fernandes 8. MTODO Em geral mtodo o meio empregado pelo qual opensamento humano procura encontrar a explicao deum fato, seja referente natureza, ou ao homem, ou sociedadeVitorino Prata Castelo Branco 9. MTODO DA CRIMINOLOGIA A criminologia usa o mtodo experimental, naturalstico,indutivo, para o estudo do delinqente, o que no bastapara conhecer as causas da criminalidade. Por issorecorre aos mtodos estatsticos, histricos esociolgicos(...) usa, a Criminologia, dois mtodos distintos,mas auxiliada por duas cincias: A Biologia e aSociologia.Israel Drapkin 10. HISTRIA DA CRIMINOLOGIAEstuda-se a Histria da Criminologia atravs de perodosou fases distintas. 1. Perodo da Antiguidade aos precursores daAntropologia Criminal; 2. Perodo de Antropologia Criminal; 3. Perodo de Sociologia Criminal; 4. Perodo de Poltica Criminal. 11. CDIGO DE HAMURABI 1728 -1689 a.C Babilnia Dispositivo punindo o delito de corrupo praticado poraltos funcionrios pblicos 12. CONFSIO 551 a.C A Doutrina dos Meios a menos que as desigualdades sociais se apiem emuma base verdadeira e moral, o governo do povo impossvel tem cuidado de evitar os crimes para depois no ver-teobrigado a castig-los 13. FILSOFOS 14. HOMERO Sculo IX a.C Ilada e Odissia Relao entre crimes, guerras e crueldades praticadas emsua poca. 15. ALCMEON, DE CRETONA Sculo VI a.C O homem o elo entre o animal e Deus, havendo emcada homem um pouco de animal e um pouco de Deus. A vida equilbrio entre as foras contrrias queconstituem o ser humano. A doena o rompimento desseequilbrio. A morte sobrevm pelo desequilbrio completo. 16. ESOPO Sculo VI a.C Os crimes so proporcionais a capacidade dos que oscometem 17. PROTGORAS 485-410 a.C Sofista grego Precursor da Penologia A pena deve ser instrumento de emenda, de correo eintimidao o homem a medida de todas as coisas 18. SCRATES 470 399 a.C se deveria ensinar aos indivduos que se tornaramcriminosos como no reincidirem no crime, dando a elesinstruo e a formao de carter de que precisavam 19. HIPCRATES 460-377 a.C Princpio da inimputabilidade Todo vcio fruto da loucura Juramento mdico: a nenhuma mulher darei substncia abortiva 20. ISCRATES 436 338 a.C Ocultar o crime tomar parte nele 21. PLATO 428-348 a.C A Repblica O Poltico As Leis O criminoso um enfermo e, portanto deveria ser tratadopara reeduc-lo se tal fosse possvel, e se no fossedeveria ser expulso do pas. As prises deveriam ser classificadas de acordo com aqualidade do infrator. No se castiga algum que tenha delinqido, mas paraque no cometa mais delitos 22. ARISTTELES 384-322 a.C A Poltica: analise da natureza social do homem Retrica: estuda os caracteres dos delinqentes,reincidncia e atenuantes. A superpopulao a causa ltima dos delitos e oremdio a educao. Antecipa-se aos fisignomistas colocando a assimetriafacial e a exoftalmia como sinais de delinqncia 23. SNECA (ROMA) 4 a.C 65 d.C Anlise sobre a ira, que considerava a razo do crime, daluta fratricida constante da sociedade. 24. TELOGOS E SACERDOTES 25. SANTO AGOSTINHO 354 a 430 d.C A pena de Talio era a justia dos injustos. A pena deveria ser uma medida de defesa social e contribuirpara a regenerao do culpado, alm de implicitamenteconter uma ameaa e um exemplo. 26. SO TOMS DE AQUINO Na Summa Contra Gentiles afirmara que a pobreza geralmente uma incentivadora para o roubo. Na Summa Theolgica defendeu o furto famlico. 27. FILSOFOS, PENSADORES HUMANSTAS 28. TOMS MOROS 1478 1535 Escreveu UTOPIA Utopia era um pas na imaginao do autor, que se localizava nooceano Pacfico. Nesse pas no haveria diferena entre riqueza epobreza, haveria a produo do necessrio para satisfazer acoletividade. As comunidades seriam dirigidas por grupos escolhidos pelamaioria, que teriam poderes muito limitados e que nessa mesmaorganizao se faria desnecessria a aplicao do rigor da autoridade.A educao seria obrigatria e os ancios teriam penses e ateno;nessa ilha haveria liberdade religiosa e igualdade entre os indivduos deum sexo e de outro. Todos teriam o mesmo direito s comunidadesmateriais e as mesmas oportunidades.Jos Flvio Braga Nascimento Foi o primeiro a estabelecer a graduao das penas proporcionais aosdelitos. 29. THOMAS HOBBES 1558 1679 Escritor de O LEVIAT A origem do Estado est onde o soberana possuiriapoderes ilimitados. Os governados no tem o direito de resistir ao governanteem caso de tirania, com uma s exceo: quando ogovernante incapaz de garantir a segurana cujadefesa tenha sido objeto desse pacto. 30. MONTESQUIEU 1689 - 1755 Dividiu os crimes na conformidade do direito por elesofendidos: crimes que ofendem a religio, os costumes, atranqilidade e a segurana dos cidados. que se examinem as causas de todas as corrupes decostumes; ver-se- que aquelas se devem impunidadedos crimes, e no moderao das penas. 31. VOLTAIRE 1694 1778 Francisco Maria Arouet roubo e furto so os delitos do pobre Props trabalho para os condenados, sobretudo em certasobras pblicas perigosas A pobreza e a misria so fatores crimingenos. 32. ROSSEAU 1712 -1778 Obra: O CONTRATO SOCIAL Cada um coloca em comum sua pessoa e todo seu podersob a direo suprema da vontade geral. Em face de tal,est protegida a liberdade e igualdade. O homem bom por s e quase perfeito; entretanto, aeducao que acaba por priv-lo dessas qualidades. 33. PENLOGOS 34. JOHN HOWARD 1726 -1790 Livro: THE STATE OF PRISIONS Considerado o criador do sistema penitencirio 35. JEREMIAS BENTHAM Criador da doutrina utilitarista, segundo a qual o interesse o nico mvel das aes humanas. Props um estabelecimento penal imaginrio, ao qualchamava de Panopticn, um sistema de vigilnciapermanente dos presos. 36. PANOPTICN 37. PANOPTICN 38. PANOPTICN 39. ADOLPHE QUETELET 1796 1874 Obra: FSICA SOCIAL O crime um fenmeno social Criador da estatstica criminal Os crimes se cometem ano aps ano de forma igual;temos ento a lei da saturao criminal. O delito influenciado pela misria, o analfabetismo e oclima. No inverno se praticam mais crimes contra a propriedade,no vero so cometidos mais crimes contra a pessoa e, naprimavera, acontecem mais contra os costumes. 40. FISIOGNOMISTAS Estudo do carter das pessoas de forma naturalista pormeio dos traos do rosto 41. FISIOGNOMISTAS 42. FISIOGNOMISTA 43. DELLA PORTA Joo Batista Della Porta 1535 1615 Obra: Fisionomia humana. O homem de bem caracteriza-se pela escassez de sinais; O ladro pelas orelhas pequenas, as sobrancelhas juntas eespessas, o nariz pequeno, as mos delicadas e estreitas,os dedos largos, os olhos mveis, os olhares rpidos; O epilptico pela exoftalmia; Os de maus costumes pelo seu nariz disforme e pequeno,os ombros agudos e delgados e os olhos grandes; Os violentos pela fronte circular, com rugas e unidas aocentro, as sobrancelhas arqueadas, os dentespontiagudos, a voz grave e os olhos injetados 44. KASPAR LAVATER Johann Kaspar Lavater 1741 1801 Obra: Fragmentos fisionmicos Teoria da expresso da alma nos traos do rosto. O criminoso traz os sinais escritos no rosto. 4 temperamentos para o ser humano: sanguneo,fleumtico, colrico e melanclico. 45. BROCCA 1824 1888 Descobriu o centro da linguagem Descobriu a assimetria funcional dos dois hemisfrios. Esquerdo: inteligncia, a linguagem e a cultura. Direito: baixos instintos, predominante nos criminosos. 46. FRENLOGOS Estudo da configurao do crnio para estabelecer ostraos do delinqente. 47. FRENOLOGIA 48. FRENOLOGIA 49. FRANZ GALL Criador da frenologia Crimes de sangue: instinto carnvoro, tipo braquicfalo. Furto: proeminncia da fossa temporal do osso frontal. Costumes: desenvolvimento maior na parte posterior dacabea, com grande crescimento do crnio,dolicocfalo. Imoral: depresso na parte superior da fronte. 50. LAUVERGNE Jean Lauvergne 1797 1859 Frana Estudava os condenados a trabalhos forados nas prisesde Toulon, chegando s mesmas concluses de Franz Gall. 51. P. LUCAS 1805 - 1885 Base congnita e hereditria do crime Circunstncias desempenham papel simplesmenteocasional. 52. MDICOS PSIQUIATRAS 53. FELIPE PINEL 1745 - 1826 Criador da moderna psiquiatria Coloca o alienado como doente mental e no comoparasita da sociedade. a demncia no uma culpa que o homem deva sofrero castigo, mas uma doena que merea todaconsiderao de nossa parte, somos responsveis por umahumanidade doente. 54. DOMINGO ESQUIROL Joo Estevo Domingo Esquirol 1772 1840 Obra: Enfermos mentais Estudou um grande nmero de criminosos loucos,estabelecendo relaes entre a loucura e o delito. 55. PRSPERO DESPINE Fundador da psicologia criminal Obra: Estudos sobre o estado psicolgico dosdelinqentes. Demonstra as taras degenerativas de crianas perversas ecriminosas, assim como a similaridade entre delito eloucura. 56. MDICOS 57. HENRY MAUDSLEY Inglaterra 1835 1918 Obras: Crime e insanidade, Crime e loucura Estabeleceu haver uma zona intermediria entre anormalidade e a loucura que denominou zona cinzenta 58. CESARE LOMBROSO 1835 1909 Obra: O Homem delinqente Talvez interesse conhecer como consegui chegar as atuaisconcluses que apresento. Em 1870 eu realizava umasinvestigaes sobre cadveres e seres humanos vivos nas prisese asilos de ancies na cidade de Pavia. Desejava fixar asdiferenas entre louco e delinquente, mas no estavaconseguindo. Repentinamente, na manh de um dia dedezembro, fui surpreendido por um crnio de um bandido quecontinha anomalias atvicas, entre as quais sobressaam umagrande fosseta mdia e uma hipertrofia do cerebelo em suaregio central. Essas anomalias so as que encontramos nosvertebrados inferiores. A questo me pareceu resolvida em suanatureza e gnese do delinquente: as caractersticas doshomens primitivos e dos animais inferiores se reproduziam naatualidade 59. SIGMUND FREUD Psicanlise: coloca em oposio proposta biolgica uma propostapsicogentica, embasada na criminologia psicanaltica 60. BILOGO 61. CHARLES DARWIN Charles Robert Darwin 1809 1882 Obra: Da origem das espcies por meio da seleonatural 62. ESCOLAS CRIMINOLGICAS 63. ESCOLA CLSSICA A responsabilidade penal do criminoso baseia-se em suaresponsabilidade moral, e se sustenta pelo livre arbtrio,que inerente ao ser humano. Vontade livre e imperadora. 64. CESARE BONESANA Marqus de Beccaria Milo 1738 1794 Obra: Dos Delitos e das Penas Proporo entre os delitos e as penas. O roubo filho da misria e do desespero. As penas no sero justas se a sociedade no houverempregado meios de prevenir os delitos. 65. FRANCESCO CARRARA Pisa Itlia Obra: Programma de derecho criminal O homem deve ser submetido s leis penais por suanatureza moral; em conseqncia, ningum pode sersocialmente responsvel pelo ato praticado semoralmente irresponsvel. O principal objetivo do direito criminal prevenir os abusospor parte da autoridade. O crime uma entidade de direito e no de fato. 66. ESCOLA POSITIVA Tambm conhecida como escola antropolgica. Baseia-se no determinismo psicolgico. No aceita o livre arbtrio e a responsabilidade moral dosindivduos. O homem est sujeito a lei de causalidade e seus atos soconseqncias internas e externas, que do diretriz vontade. 67. CESARE LOMBROSO Sistematizao da antropologia criminal Exame do delinquente e do delito considerando-osadvindos do atavismo, herana da idade selvagem, daidade animal e at a infncia. O delito uma conseqncia da organizao fsica emoral do criminoso. Criminoso nato. 68. LUOMO DELINQUENTE 69. CRIMINOSO NATO 70. ANTROPOLOGIA CRIMINAL 71. LUOMO DELINQUENTE 72. MULHER DELINQUENTE 73. ANATOMIA AURICULAR 74. ANTROPOLOGIA CRIMINAL 75. ENRICO FERRI 1856 1929 Obra: Princpios de direito criminal. Considerado o fundador da criminologia moderna. Iniciou a discusso entre o determinismo e o livre arbtrio. Classificou as causas do delito em: biolgicas, fsicas esociais. Criador da sociologia criminal. 76. ALFREDO NICEFORO Adota em criminologia a diviso: 1. causas do delito: 1.1. fatores endgenos, antropolgicos ou biolgicos,existente na constituio individual do criminoso. 1.2. fatores exgenos, mesologicos ou ambientais, ligadoss condies do meio em que desenvolvem suaatividade. 2. O juzo sobre o delinquente. No existem delitos mas delinqentes. O regime de tratamento do criminoso depender do seugrau de periculosidade. 3. O tratamento do delinquente: Terapudicacriminolgica. Estuda os meios de preveno do delito e areforma dos delinqentes e do meio em que vivem. 77. RAFAEL GAROFALO 1852 1934 Obra: Criminologia. Delitos legais e delitos naturais Delitos legais: so variveis de pas para pas. Delitos naturais: ofendem os sentimentos de piedade eprobidade. 78. ESCOLA ECLTICA OU CRTICA Seus seguidores definem o conceito de crime conforme aescola positiva ou fazem uma reproduo da escolaclssica. O delito sempre um ato humano, portanto uma atuaovoluntria transcendente ao mundo exterior. O delito tambm um ato contrrio ao direito, um atoformal, que ataca um mandato de proibio de ordemjurdica, implicando materialmente numa leso ou perigo. O delito um ato culpvel. 79. ESCOLA ECLTICA OU CRTICA Divises: Terceira Escola: Carnevale e Bernardino Alimena. Escola neoclssica. Escola neopositiva. Escola espiritualista. Escola neo-espiritualista. Escola dogmtica sociolgica, biossociolgica de VonLiszt. 80. TERCEIRA ESCOLA Fundamentos: O direito penal deveria permanecer como cinciaindependente, separando-se do pensamento deLombroso, que pretendia inclu-lo na criminologia. O grande nmero de causas do delito no exclusivo daconstituio criminal do indivduo, adotando-se a teoriada escola francesa, que invoca o sujeito predisposto, oque ir tornar-se em delinquente no momento em que omeio se tornar favorvel. necessrio o trabalho conjunto de penalistas esocilogos para atingir as reformas sociais que melhoremas condies de vida do povo, dessa forma aceitando-seos princpios da escola francesa. A pena coao psicolgica sobre os indivduos. 81. ESCOLA NEOCLSSICA O abstrato e imutvel pressuposto do livre arbtrio podesubstituir-se por concreta e gradual liberdade de querer. Todos os cdigos penais so clssicos. A criminologia volta ao Direito Penal. O criminoso um homem, o crime o ilcito jurdico. 82. ESCOLA NEOPOSITIVA Neo-antropologistas. A antropologia trata agora da runa do indivduo, comoefeito inicial do vcio e do crime, e ao mesmo tempo,como causa de sua continuidade. 83. ESCOLA ESPIRITUALISTA Regressa ao livre arbtrio, que foi impulsionado pelanegao do criminoso nato. Mayer, Luchini, Vidal 84. ESCOLA NEO-ESPIRITUALISTA Colocou-se no meio termo entre o livre arbtrio e odeterminismo. Se certo que o homem tem liberdade, esta no existe nosentido amplo, mas com limitaes determinadas pelomeio ambiente, reduzindo-se essa liberdade convivncia social. L. Proal. 85. ESCOLA DOGMTICA SOCIOLGICA,BIOSSOCIOLGICA DE VON LISZT O homem o centro dos estudos Independncia do Direito Penal. Aceita princpios da Escola Clssica (delito como ente jurdicoe livre arbtrio) e da Escola Positiva (delito como fato natural esocial, admitindo causas endgenas e exgenas) Define o delito como um fato biossocial e ambiental, masexaminado axiologicamente como ente jurdico. A pena um meio. Aceita a multa, a priso condicional, a pena correcional. 86. GNESE DO DELITOANTROPOLOGIA: cincia que afirma a causalidade humanaindividual na etiologia do crime.1. morfologia e fisionomia humana (Lombroso)2. estudos antropomtricos: correlaes biotipolgicas,endocrinolgicas e biopsicopatolgicas.3. relao entre o tipo morfolgico e o fisiolgico, referente aotemperamento.4. relao psquica entre um tipo psicolgico e um tipo moral,com base nas variaes dos sentidos (olfato, tato, audio eviso). 87. KRETSCHMER Pcnico: corpo de contorno externo bem arredondado eambas cavidades corporais: ciclotmico (excitao eeuforia depresso e melancolia). Leptossmico: corpo delgado, longilneo: esquizotimico(temperamento que pode ser indcio de esquizofrenia eque se caracteriza por reaes no apropriadas ssituaes, fuga para fantasia, timidez) Os leptossmicos podem ser atlticos ou astnicos. 88. KRETSCHMER Pcnicos: estelionato Atlticos: roubo e homicdios Leptossmicos: furtos, delitos habituais 89. NICOLA PENDE Brevilneos (pcnicos). Longilneos (leptossmicos). 90. GNESE DO DELITO ENDOCRINOLOGIA Secrees de glndulas humanas e crime Blis: alterao do humor. Adrenalina: supra-renal, funes tnicas e vasculares. 91. GNESE DO DELITO CONCEITOS PSICODINMICOS Criminologia psicanaltica de EYSENCK teoria docondicionamento. O homem por natureza um ser anti-social. A causa do crime em ltima instncia, social. durante a infncia que se forma a personalidade. 92. GNESE DO DELITO TEORIAS PSICOSSOCIAIS Criminologia crtico-radical. DENIS SZAB. Sentimento de frustao, anti-social do delinquente porno ser gratificado pelo meio, ou seja, pela sociedade. 93. GNESE DO DELITO SOCIOLOGIA CRIMINAL Ecologia criminal de Spencer. Teoria da subcultura delinquente de Albert K.Cohen. Anomia de Durkeim e Merton. Propostas interacionistas: Labelling Aprouch. Homem, meio social e crime. 94. TEORIAS CRIMINOLGICAS 95. Escola de Chicago (1920) Desorganizao social: processo resultante das transformaesecolgicas do crescimento das grandes cidades. Aumentando-se acidade logo observamos os problemas relacionados infra-estruturainerente. Tratamos de uma reurbanizao no planejada, originando aexistncia de reas de delinqncia. Toda grande cidade possui umazona central comercial, seguida de outra intersticial e uma terceira,residencial. A zona de transio abrigaria uma tendncia a abrigar reasde degradao e de incidncia criminal relevante. Para o combate aesta criminalidade, prope a escola de Chicago: mudana efetiva das condies econmicas e sociais das crianas,alterando-se o caminho que fornece as condies para a existncia dascarreiras delinqentes. Aconselha que o tratamento e preveno do crime demandamprogramas junto comunidade. Se o crime um fenmeno associado cidade, a reao ao crimetambm o . A esttica da cidade primordial para preveno da criminalidade.Esttica e qualidade de vida das pessoas andam juntas. 96. Escola de Chicago Tolerncia Zero A poltica conhecida como tolerncia zero, ressurgida em Nova York,nada mais do que a uma vertente da teoria da escola de Chicago.Muito mal entendida no Brasil, a poltica da tolerncia zero pregamedidas preventivas em muito maior escala do que medidas repressivas. Em realidade, no foi a represso um dos aspectos da poltica detolerncia zero que permitiu a reduo da criminalidade em Nova York,mas sim a associao de fatores econmicos favorveis com oferta deoportunidade s camadas marginais para uma integrao social.Criminologia / Sergio Salomo Shecaria So Paulo : Editora Revista dosTribunais, 2004. 97. Teoria da Associao DiferencialEdwin Sutherland (1924) Para esta teoria todo comportamento tem sua origem social; ou comomoda, imitao, costume, obedincia ou educao, o comportamentotem sua origem definida. O crime seria resultado de uma socializaoincorreta. Por outro lado, segundo a chamada teoria da associao diferencial, ocomportamento do delinqente apreendido, jamais herdado, criadoou inventado pelo autor.Curso de Criminologia / Orlando Soares Rio de Janeiro; Forense, 2003,pg. 255. 98. Teoria da Anomiamile Durkheim Robert Merton A teoria da anomia entende o combate criminalidade a partir do estudo no de suas causas,mas sim de suas conseqncias. O significado do termo anomia sem lei (a = ausncia; nomos =lei), injustia, desordem e desintegrao das normas sociais. Em linhas simples, a falta de lei ou alei insuficiente contribui para o fenmeno da impunidade. O grande problema da impunidade o gerar na conscincia coletiva a percepo da anomia e a falsa impresso da legalidade. Com base nas combinaes desses diferentes modos de comportamento conformidade,ritualismo, retraimento, inovao e rebelio Merton prope um conceito de sociedadeanmica invocando as lies de MacIver. Para esse autor, anomia est associada ao estado deesprito de algum que foi arrancado de suas razes morais, que j no segue quaisquer padres,mas somente necessidades avulsas, e que j no tem senso de continuidade, de grupo, deobrigao. O homem anmico espiritualmente estril, reage somente diante de s mesmo e no responsvel para com ningum. Ele ri dos valores dos outros homens. Sua nica f a filosofiada negao.Criminologia / Sergio Salomo Shecaria So Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2004. 99. Teoria da Subcultura DelinquenteAlbert Cohen Segundo o idealizador desta teoria, Albert Cohen, a subcultura delinqentecaracteriza-se por trs fatores: no-utilitarismo da ao, malcia da conduta e seunegativismo. A falta de finalidade na conduta criminosa, o no-utilitarismo do crime, choca-secom o entendimento dos principais tericos da criminalidade que defendem aexistncia de uma razo justificvel racionalmente para o cometimento do crime.Estamos diante da banalizao do crime. A malcia da conduta refere-se ao prazer do criminoso em desconcertar o outro,deleitar-se com o desconforto alheio. A negao dos padres e normas sociais dominantes, como forma hednistica emmostrar seu descontentamento ao status quo vigente encerra o ciclo decaractersticas da subcultura delinqente. 100. Labelling Approach (1960) Os estudos criminolgicos a partir de ento tero sua base de reflexo voltada parao sistema de controle social e suas conseqncias. Estamos diante da idiasegunda a qual a interveno da justia criminal pode aprofundar a criminalidade.Esta idia j era ventilada desde os anos 30. Partindo do princpio de que as relaes sociais em que as pessoas esto inseridasas condicionam reciprocamente, o labelling approuch enfoca o problemacriminolgico no mais do plano da ao, invertendo as reflexes para o plano dareao. O controle formal analisado frente s conseqncias que origina. Discriminatrio eseletivo sujeita a humilhao e rejeio e estigmatizao a pessoa a ele submetida. Desencadeando as desviaes secundrias, o controle formal, ao menos emalgumas de suas etapas, apresenta-se como verdadeira escola do crime. 101. Teoria CrticaIan Taylor Paul Walton Jack Young ensinamento Marxista O crime um fenmeno dependente do modo de produo capitalista. O delitoproduziria professores e livros, todo o sistema de controle social juzes, delegados,promotores, proporcionaria a evoluo de procedimentos tcnicos, fornecendoestmulo s foras produtivas. O homem est submetido a um vetor econmico que lhe insupervel e queacaba por produzir no s o crime em particular, mas tambm a criminalidadecomo um fenmeno mais global, com feies patrimoniais e econmicas quetodos conhecem. O problema criminal insolvel dentro dos marcos de uma sociedade capitalista. Quem define os atos criminosos so os interesses da classe dominante. 102. Neoretribucionismo (lei e ordem;tolerncia zero; broken windows) EUA Realismo de direita 1982: revista The Atlantic Monthly: James Wilson e George Kelling:Teoria das Janelas Quebradas Desordem e criminalidade Experimento: Philip Zimbardo, psiclogo da Universidade de Standfort:automvel deixado em dois lugares: bairro de classe alto em Palo Alto(California) e outro deixado no Bronx (Nova York). No Bronx o veculofoi depenado em 30 minutos; em Palo Alto, o carro permaneceu intactopor uma semana, porm aps o pesquisador quebrar uma das janelas,o carro foi destroado e saqueado por grupos de vndalos em poucashoras Preservao e recuperao de espaos pblicos Represso direta s pequenas infraes penais, preveno geral Operao Tolerncia Zero aumento das prises e reduo drstica dacriminalidade. 103. VITIMOLOGIA Conceito de vitimologia: estudo cientfico das vtimas dodelito. Evoluo do conceito de vitimologia: concepes dapalavra vtima: 1.sacrifcio de animais ao deuses. 2.sacrifcio de pessoas. 3. ser humano, que sofre danos aosbens juridicamente protegidos como a vida, apropriedade, a honra, etc... 4. Pessoa Jurdica. Idias de Von Heiting e Benjamin Mendelsohn: Von Heiting escrevera em 1948 O criminoso e suasvtimas sistematizando uma classificao da vtima. Benjamin Mendelsohn definiu a vitimologia como cinciada vtima e da vitimizao. 104. VITIMOLOGIA Vtima intrafamiliar: violncia domstica, abuso sexual decrianas e adolescentes, incestos, maus-tratos... Crimes de morte: Suicdios: Em todo suicdio existe outra vtima, alm doprprio suicida; uma vitima oculta, aquela que se mata,que deseja alcanar com sua faca ou seu revlver. Infanticdio: simbolicamente pode estar matando o pai dacriana. Magnicdio: o autor busca notoriedade com a morte davtima notria. Crimes contra humanidade: Judeus, armnios, ndios, etc... 105. VITIMOLOGIA Vitimizao Legal: O delinquente sob pena de morte uma vtima doEstado, uma vez que a sociedade tambm responsvel pela condutado criminoso? Vtimas participantes: desempenham papel na origem do delito.Comportamentos da vtima que podem acarretar a vitimizao (ex:duelo, eutansia, suicdio etc...). Vtimas no participantes do delito: vtimas ideais. No esto presentesna origem do delito. (ex: vtimas de terroristas). Vtimas coletivas: so as pessoas jurdicas. Vtimas simblicas: vitimizao se produz com a finalidade de atacardeterminado sistema de valores.(ex: partido poltico, a uma religio). Vtimas falsas: utiliza o sistema para fins prprios. Vtima secundria: expectativa da vtima e realidade institucional 106. VITIMOLOGIA Assdio sexual: resultante de um estado social e cultural do mundopatriarcal em que se educa o homem e a mulher para que desenvolvamcomportamentos de poder e submisso respectivamente, acarretandodiscriminaes. Homossexualidade: entendimento preconceituoso sobre prefernciassexuais. Menores como vtimas de delitos sexuais: abuso sexual, pedofilia. Parafilia:cada um dos disturbios psquicos que se caracteriza pela preferncia ouobsesso por prticas sexuais no aceitas socialmente, como a pedofilia,a necrofilia, a zoofilia, etc... Incesto: parafilia Eutansia 107. SERIAL KILLERS 108. Jack the Ripper 109. Local 110. poca 111. Vtimas: Apenas 5 112. Mary Jane Kelly 113. Assinatura 114. Assinatura 115. Arma do Crime 116. Suspeitos 117. Do autorLauro Mario Melo deAlmeidaEspecialista em Direito PenalProfessor na Faculdade de Extrema/MGDelegado de Polcia do Estado de So Paulo.Contato: [email protected]