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ESTADO DO PARÁ DEFENSORIA PÚBLICA 1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA COMARCA DE _________________ (NOME AUTOR), (NACIONALIDADE), (NATURALIDA-DE), (ESTADO CIVIL), (PROFISSÃO), portador(a) da carteira de identidade n.º (CARTEIRA DE IDENTIDADE) e do CPF n.º (CPF), residente e domiciliado(a) no(a) (ENDEREÇO), por intermédio da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA com pedido de concessão de medida liminar , contra a PREFEITURA MUNICIPAL DE_______________, representada pelo Sr. PREFEITO MUNICIPAL (nome do prefeito),sito a_________________________, com fundamento no inciso LXIX, do art. 5.º, da Constituição Federal e Leis n.sº 1.533/51 e 4.348/64, para o que expor e requer: 01. HISTÓRICO O Impetrante foi aprovado no concurso público realizado pela Prefeitura Municipal de __________________, no início do ano de ___________, para o cargo de Professor com Magistério de 1.ª à 4.ª série, para o qual estavam previstas 25 (vinte e cinto) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)

Mandado de segurança concurso público

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DEFENSORIA PÚBLICA

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA COMARCA DE

_________________

(NOME AUTOR), (NACIONALIDADE), (NATURALIDA-DE), (ESTADO

CIVIL), (PROFISSÃO), portador(a) da carteira de identidade

n.º (CARTEIRA DE IDENTIDADE) e do CPF n.º (CPF), residente e

domiciliado(a) no(a) (ENDEREÇO), por intermédio da DEFENSORIA

PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ, vem respeitosamente, à presença de

Vossa Excelência, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

com pedido de concessão de medida liminar, contra a PREFEITURA

MUNICIPAL DE_______________, representada pelo Sr. PREFEITO

MUNICIPAL (nome do prefeito),sito a_________________________, com

fundamento no inciso LXIX, do art. 5.º, da Constituição Federal e

Leis n.sº 1.533/51 e 4.348/64, para o que expor e requer:

01. HISTÓRICO

O Impetrante foi aprovado no concurso público

realizado pela Prefeitura Municipal de __________________, no início

do ano de ___________, para o cargo de Professor com Magistério de

1.ª à 4.ª série, para o qual estavam previstas 25 (vinte e cinto)

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vagas, restando classificado, em 51.º (qüinquagésimo primeiro lugar,

(cf. cópia do edital do concurso e do resultado).

O resultado do concurso foi publicado na data de

________________ (cf. cópia do edital do resultado, anexo).

No decorrer do mesmo ano, apesar de existirem

somente 25 vagas previstas no edital, foram convocados, nomeados e

tomaram posse, os candidatos classificados até a 48.ª (quadragésima

oitava) colocação.

Entrementes, na data de __________, houve uma nova

convocação, desta vez dos candidatos aprovados para o cargo de

professor de 1.ª à 4.ª série, classificados da 49.ª (quadragésima

nona) até a 55.ª (qüinquagésima quinta) colocação, como prova as

cópias da cartas circulares, anexas.

Todavia, após a devida entrega dos documentos

solicitados, a Prefeitura Municipal de_____________, simplesmente

não o nomeou, nem justificou o porquê de tal omissão, permanecendo

inerte até a presente data.

Como é cediço, a efetiva nomeação do Impetrante,

nas circunstâncias acima descritas (fora do número de vagas

previstas no edital), não passaria de mera expectativa de direito,

não fosse a existência de inúmeras pessoas precariamente

contratadas, exercendo o cargo de professores de 1.ª à 4.ª série, no

lugar dos concursados aprovados.

Em casos tais, a existência de pessoas contratadas

precariamente no lugar de candidatos aprovados em concurso público,

torna a mera expectativa em direito subjetivo à nomeação e posse,

como será analisado logo abaixo (do direito líquido e certo),

autorizando a impetração do presente writ.

02. DA TEMPESTIVIDADE

A despeito do art. 18 da Lei nº 1.533/51 estipular

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o prazo de 120 dias, contados da ciência do ato impugnado, para

impetração do mandamus, tratando-se de ato omissivo continuado da

administração pública, consubstanciado na inércia na nomeação dos

Impetrantes, devidamente aprovados em concurso público, o prazo para

impetração se protrai no tempo, renovando-se todo mês, enquanto

perdurar a ilegalidade.

Os Tribunais superiores consolidaram esse

entendimento:

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO AO ART. 18 DA LEI N.º 1.533/51. DECADÊNCIA. DECRETO LEGISLATIVO. 179/2003. REINTEGRAÇÃO. ATO OMISSIVO CONTINUADO. DECADÊNCIA AFASTADA. PRECEDENTES. 1. Restando caracterizada a conduta omissiva ilegal da Autoridade apontada como coatora, não se verifica a decadência para a impetração do writ, pois o prazo decadencial previsto no art. 18 da Lei n.º 1.533/51 se renova continuamente. 2. Agravo regimental desprovido.” (AgRg no Ag 922916/PI, 5.ª Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, j. 29.11.2007,

DJ 17.12.2007, p. 319)

“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LEI ESTADUAL. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. ATO OMISSIVO CONTINUADO. DECADÊNCIA AFASTADA. I- Uma vez que não houve negativa expressa da Administração ao direito vindicado, não há que se falar em decadência da ação mandamental, porque, tratando-se de ato omissivo continuado praticado pela Administração Pública, o prazo para a impetração do mandamus renova-se mês a mês. II - Remessa dos autos ao e. Tribunal a quo, para que prossiga no julgamento do mandamus. Recurso ordinário provido.” (RMS 23403/PR, 5.ª Turma, Relator Ministro Felix Fischer, j. 20.03.2007, DJ 14.05.2007, p. 336)

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO

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AMBIENTAL. CRIAÇÃO DE PÁSSAROS. RECADASTRAMENTO. 3. Afasta-se a decadência de ação mandamental impetrada com o objetivo de recadastrar criador de pássaros no Ibama - ato omissivo da Administração -, uma vez que o prazo decadencial, no caso, é renovável mês a mês. Precedentes. 4. Recurso especial conhecido em parte e improvido.” (REsp 840785/MG, 2.ª Turma, Relator Ministro Castro Meira, j. 10.04.2007, DJ 23.04.2007, p. 247)

Dessa forma, considerando que os efeitos do ato

omissivo continuado se prolongam no tempo - subsistindo a lesão

enquanto não cessada a inércia -, não se conta o prazo de decadência

para a impetração do mandado de segurança, enquanto perdurar a

ilegalidade, o que afasta, definitivamente, a decadência.

03. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

Como já acima afirmado, o Impetrante foi aprovado

em concurso público, para o cargo de professor com magistério de 1.ª

à 4.ª série, todavia, fora do número de vagas previstas no edital do

certame.

É de conhecimento público, porém, que no Município

de ______________ existem inúmeras pessoas contratadas,

precariamente, através de contratos temporários, e que estão

exercendo a função de professores de 1.ª à 4.ª série, ocupando,

indevidamente, os cargos efetivos destinados aos aprovados no

concurso (informação que deverá ser requisitada, por ofício, à

Prefeitura Municipal, como permite o parágrafo único, do artigo 6.º,

da Lei n.º 1.533/51).

Tal ocorrido caracteriza verdadeira preterição à

ordem classificatória do certame, convolando a mera expectativa em

direito subjetivo à nomeação e posse.

Com efeito, a Constituição Federal, em seu art.

37, IV, consagrou o princípio da estrita obediência à ordem

classificatória de aprovação nos concursos:

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“IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego , na carreira;”

O Pretório Excelso, guardião da Constituição, há

muito já assegurava tal obrigatoriedade:

“Súmula 15. Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”.

Assim, havendo disponibilidade de cargos e a

necessidade do seu preenchimento (o que se prova com a existência de

temporários ocupando esses cargos), os candidatos aprovados em

concurso público possuem absoluta prioridade sobre os contratados,

sob pena de serem preteridos da ordem classificatória do concurso.

E o que antes era considerado mera expectativa se

convola em direito subjetivo à nomeação e posse.

O Superior Tribunal de Justiça – O Tribunal da

Cidadania – consolidou esse entendimento:

“ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATOS APROVADOS. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. ILEGALIDADE. I - É entendimento doutrinário e jurisprudencial de que a aprovação em concurso público gera mera expectativa de direito à nomeação, competindo à Administração, dentro de seu poder discricionário, nomear os candidatos aprovados de acordo com a sua conveniência e oportunidade. II - Entretanto, a mera expectativa se convola em direito líquido e certo a partir do momento em que, dentro do prazo de validade do concurso, há contratação de pessoal, de forma precária, para o preenchimento de vagas existentes, em flagrante preterição àqueles que, aprovados em concurso ainda

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válido, estariam aptos a ocupar o mesmo cargo ou função. III - Comprovada pela recorrente a classificação no concurso para professor de língua portuguesa, em primeiro lugar, em ambos os cargos que disputou, bem como incontroverso que houve a contratação, em caráter precário, de profissionais para suprir a carência de pessoal nasce, assim, o direito líquido e certo de exigir da autoridade competente à nomeação, pois demonstrada, inequivocamente, a necessidade de servidores para essa área. Recurso provido, para determinar a nomeação e posse da recorrente.” (RMS 24151/RS, 5.ª Turma, Relator Ministro Félix Fischer, j. 16.8.2007, DJ 8.10.2007, p.

322) (g. n.)

“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATA APROVADA FORA DO NÚMERO DE VAGAS. NOMEAÇÃO DE CANDIDATO APROVADO MAS INTEGRANTE DE LISTA DE CLASSIFICAÇÃO DIVERSA. PRETERIÇÃO COMPROVADA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO VIOLADO. I - O candidato aprovado em concurso público possui apenas expectativa de nomeação, que se converte em direito quando houver quebra na ordem classificatória ou em caso de contratação temporária. II - Na espécie, a recorrente concorreu a uma das 89 vagas inicialmente previstas para o cargo de Enfermeiro da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, com opção de lotação no Hospital Estadual Rocha Faria, obtendo a 120ª classificação final no concurso. A Administração convocou 119 candidatos dessa lista e mais um candidato que concorreu a uma das vagas de enfermeiro, mas com opção de lotação em unidade hospitalar diversa, violando direito subjetivo da recorrente à nomeação. Recurso ordinário provido.” (RMS 23897/RJ, 5.ª Turma, Relator Ministro Félix Fischer, j. 22.5.2007, DJ

29.6.2007, p. 669) (g. n.)

“ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA A ESTRUTURA FUNCIONAL DO PODER

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JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. VAGAS CRIADAS NO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. PROVIMENTO POR TRANSFERÊNCIA. ILEGALIDADE. PRETERIÇÃO DA RECORRENTE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO VIOLADO. RECURSO PROVIDO. 1. Embora aprovado em concurso público, tem o candidato mera expectativa de direito. No entanto, referida expectativa se transforma em direito subjetivo para os candidatos aprovados se, dentro do prazo de validade do certame, há contratação irregular de terceiros. Precedentes. 2. Hipótese em que a Administração violou direito líquido e certo da recorrente, ao prover, com preterição, mediante transferência, 1 (uma) das 2 (duas) vagas criadas para o emprego público de Assistente Social na Comarca de Campo Grande/MS, em contrariedade ao edital do certame, que previa inscrição por categoria funcional e comarca, e ao disposto no art. 2º, inc. VII, da Lei Estadual 2.845, de 8/6/2004. 3. Recurso ordinário provido.” (RMS 20448/MS, 5.ª Turma, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, j.

15.2.2007, DJ 12.3.2007, p. 262) (g. n.)

Ante todo o exposto, resta patente o direito

(subjetivo) líquido e certo dos Impetrantes de serem nomeados e

empossados no cargo de professor com magistério de 1.ª à 4.ª série,

por terem sido preteridos na ordem classificatória do certame, pela

contratação precária de professores temporários.

04. DA NECESSIDADE DA CONCESSÃO DE LIMINAR

No mandado de segurança, o fumus boni iuris se

confunde com a existência do próprio direito líquido e certo

invocado pelos Impetrantes, já exaustivamente demonstrado no item

anterior, sendo certo que a contratação de professores temporários

pela Administração Pública, configura preterição à ordem

classificatória do certame.

Por outro lado, o periculum in mora está

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evidenciado no prejuízo que os Impetrantes podem sofrer com a demora

da nomeação, qual seja, a perda do próprio direito com o término do

prazo de validade do concurso.

Já foi mencionado que o resultado do concurso foi

publicado em edital no dia 23.2.2006.

O edital prevê que o concurso terá validade por 2

(dois) anos (cf. item 5.4), contados da data da publicação do

resultado, o que significa que no dia 23.2.2008 (próximo vindouro) o

prazo de validade do certame se expirará.

Destarte, para resguardar o direito líquido e

certo dos Impetrantes, uma vez preenchidos os requisitos do fumus

boni iuris e periculum in mora, requerem seja concedido,

liminarmente, o writ, ordenando que a Prefeitura Municipal de

Quatipuru efetue a imediata nomeação dos Impetrantes, ou,

subsidiariamente, que o Município faça a reserva das respectivas

vagas até o julgamento do mérito do mandamus.

05. DO REQUERIMENTO FINAL

Nestas condições, pelos motivos acima expostos,

requerem seja recebido o presente mandado de segurança, concedendo-

se, liminarmente, o writ, ordenando que a Prefeitura Municipal de

Quatipuru, imediatamente, nomeie e dê posse aos Impetrantes ou que

faça a reserva das respectivas vagas até o julgamento de mérito do

mandamus, notificando-os ainda, para prestarem informações, no prazo

legal, e, ao final, após a indispensável manifestação do

representante do Parquet, que seja julgado procedente o pedido, com

a concessão definitiva do writ, por ser medida de direito e JUSTIÇA!

Requerem mais, com fundamento no parágrafo único

do artigo 6.º, da Lei n.º 1.533/51, que seja ordenado, por ofício, à

Prefeitura Municipal de Quatipuru, que forneça a relação de todos os

professores de 1.ª à 4.ª série, contratadas precariamente, e que

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estejam exercendo o referido cargo, informando, ainda, a data da

contratação.

Com fundamento na Lei n.° 1.060/50, requerem

ainda, a concessão dos benefícios da assistência judiciária

gratuita, por não possuírem condições de arcar com as custas

processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento

próprio.

Finalmente, requerem a intimação do i.

representante do Ministério Público, nos termos do art. 10, da Lei

n.º 1.533/51;

Atribuem à causa, o valor de R$ .................;

Termos em que,

Pedem deferimento.

Local e Data

_______________________

Defensor Público

Relação de documentos:

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