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1 ENCONTROS “TEMAS EM REFLEXÃO” Charles Guimarães Filho

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ENCONTROS

“TEMAS EM REFLEXÃO”

Charles Guimarães Filho

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INTRODUÇÃO Num livro da Messiânica intitulado “Explicação sobre a Teoria de Purificação Okada” apregoa para “não discriminar em razão de raça, religião, princípio político, sexo, idade, deficiência, etc.”. Logo, se pode intuir que temas relacionados aos assuntos enunciados acima sejam complexos, fundamentais e controvertidos desde as épocas mais recente até as de todos os tempos, os quais merecem reflexão nesses encontros de duas horas em todas as terceira 3ª feiras do mês no ano de 2015. Encontros “Temas em Reflexão” tem como objetivo o de procurar esclarecer estes temas a fim de contribuir na mudança de ideal, social e pessoal e assim colaborar na edificação de cidades celestiais em prol da construção do paraíso terrestre. A metodologia é a de: exposição de um desses temas pelo palestrante em cerca de uma hora; na outra hora restante ele responde às dúvidas dos presentes no local ou que estejam inscritos no site mencionado acima. Os seus nove conteúdos temáticos são: 1-Raça é estímulo ao racismo; 2-Religião é ópio do povo; 3-Sufrágio Universal é engodo; 4-Homossexual é destino; 5-Terceira Idade é egoísta; 6-Vírus da AIDS é de origem conhecida; 7-Muçulmano é incivilizado; 8- Corrupção é desenvolvida pela passividade; 9- Economia do Futuro é a do Izunomê; 10-Casamento gay é vontade humana.

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ÍNDICE 01-Raça é estímulo ao racismo 007 02- Religião é ópio do povo 027 03-Princípio da Democracia é engodo 043 04-Homossexual é destino 061 05-Terceira Idade é poço de ignorância 083 06-Vírus da AIDS é de origem conhecida 099 07-Muçulmano é incivilizado 117 08-Corrupção é desenvolvida pela passividade 141 09-Economia do Futuro é a do Izunomê 163 10-Casamento gay é vontade humana 187

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RAÇA É ESTÍMULO AO RACISMO

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TEMA • Racismo Na primeira metade do século XX, surgiu o conceito de raça superior proveniente da ideologia nazista, que sustenta que os povos germânicos e nórdicos representam um ideal de "raça pura". Ele deriva da teoria racial do Século XIX, que postulou uma hierarquia de raças onde os bosquímanos da África e os aborígenes da Austrália encontravam-se no ponto mais inferior, enquanto os europeus do norte encontravam-se no topo. Dificilmente algum geneticista atual daria crédito a tal modelo hierárquico de raças — a partir dos quais são construídas as políticas de higiene racial — mas tal conceito ainda existe, principalmente entre os supremacistas brancos. O surgimento dos Movimentos negros ocorreu fortemente na segunda metade do século XX. O marco fundador destes foi atribuído ao movimento Black Power lançado nos EUA em 1960 o qual difundiu o conceito de negritude à diáspora caribenha e sul americana. No Brasil o movimento negro se revelou na década de 70 com as iniciativas políticas e culturais as quais valorizavam a negritude e promoviam a consciência negra. Por esta época se percebeu que durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam como "negros”. Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça

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negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que não se concentrassem em um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia de origem na África, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se, portanto, que a construção da ideia de "negro", à altura da montagem do sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias africanas de origem. O conceito de raças humanas também foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados. Em 2001 foi articulado o plano de ação contra o racismo, discriminação social e xenofobia, articulado na África do Sul, Durbam, que teve suma importância na difusão de propostas afirmativas em outros países. No Brasil em 2003, foi sancionada a lei 10.639 com o caráter de política de educação. Esta vincula à rede de ensino a abordagem da História da África e da Cultura afro-brasileira, a fim de desmistificar as abordagens eurocêntricas sobre o negro africano e sobre o afro-brasileiro. Em 2011 a lei foi modificada incluindo o ensino das culturas indígenas brasileiras.

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• Exemplo atual James Watson, distinguido com o Nobel da Medicina em 1962, pela descoberta da estrutura molecular do ADN, defende a teoria de que há diferenças de inteligência entre brancos e negros: "Os negros são menos inteligentes que os brancos". Para o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no fato da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas as experiências nos digam que não é bem assim". Para completar a sua teoria, acrescenta que "embora desejasse que todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados negros sabe que tal não é verdade". Definir inteligência é complicado: além do raciocínio lógico, há outras características, como a capacidade musical, que também podem ser consideradas como inteligência. Inventado no início do século passado, o teste de QI (quociente de inteligência) pretendendo medir a capacidade mental das pessoas. Mas os críticos dizem que ele só considera o raciocínio lógico-matemático, pequena parcela da inteligência. Criada na década de 1950, a Teoria das Habilidades Cognitivas diz que o homem tem 10 subtipos de inteligência, embora derivados de uma capacidade geral. É o primeiro ataque à noção de raciocínio lógico como sinônimo de inteligência. No fim dos anos 80, o pesquisador americano Howard Gardner classificou a inteligência em oito habilidades: lógico-matemática, linguística, musical, físico-cinestésica, espacial, naturalista, existencial e inteligências pessoais. Desenvolvida pelo psicólogo Daniel Goleman no fim dos anos 90, a Teoria da Inteligência Emocional usa testes para medir o quociente de inteligência emocional (QE). Os críticos argumentam que o QE só mede variações de personalidade. Na década de 1990, cientistas americanos descobrem que as pessoas mais ricas tendem a se sair melhor nos testes de QI. A conclusão: o teste era bom só para indicar que uma boa

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educação está relacionada às oportunidades propiciadas pelo nível econômico. • Classificações de raças Além da baseada em características físicas sempre houveram outras, mais relacionadas com a cultura, principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou os judeus. De uma maneira geral, os gregos consideravam bárbaros todos os povos que não falassem sua língua nem professassem seus valores, enquanto os egípcios inferiorizavam os hebreus, escravizando-os e tinham deles opiniões pouco lisonjeiras, mas sem fazer referências a características físicas. Cada um de nós é único, e sabemos disso por que podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código genético, a não ser que tenha um gêmeo idêntico. Mas, em se tratando de grupos, sabe-se que as diferenças físicas não escondem diferenças genéticas. As populações da África Central e da Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no mesmo tipo de meio ambiente, tem os patrimônios genéticos mais diferenciados no mundo. Assim, não existem genes raciais. Os métodos genéticos para estudar populações humanas deixaram de ser utilizados. Vários investigadores demonstraram que a distância genética é fortemente associada à distância geográfica entre as populações por bom tempo, esta associação torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre continentes ao longo de toda a história da humanidade. Em 1950, retomando uma ideia da Antiguidade greco-romana, a UNESCO usa o conceito de etnia para classificar os homens com base em fatores comuns – ancestralidade, religião, cultura ou idioma – em vez de usar como base apenas a aparência física, como fazem os defensores da ideia de raça.

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Nos anos 50, com a descoberta das influências do ambiente na constituição pessoal, ganha força o conceito de população – um grupo que compartilha traços culturais, não importando a aparência física ou ancestralidade. É o critério mais aceito hoje. • Conceito clássico Classificação de grupos humanos por seus traços físicos hereditários como cor de pele, tipo de cabelo, etc. sem nenhuma discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças, ou seja, sem nenhuma vinculação com o racismo. Estes fenótipos seriam provenientes das interações entre informações hereditárias de um organismo contidas em seu genoma mais o ambiente, bem como discrepâncias em destino. Variação fenotípica é um pré-requisito fundamental para a evolução por seleção natural, senão vejamos. Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana final, nosso ancestral foi se adaptando fisicamente às condições ambientais. Perdeu os pelos do corpo porque começou a fazer longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou com o corpo exposto e as células que produziam melanina se espalharam por toda a pele. A mudança na coloração da pele foi descoberta em 1991 aos estudos que mostravam que pessoas de pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos de folato. Como a deficiência dessa substância em mulheres grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos, e como ele é essencial em atividades que envolvam a proliferação rápida de células, tais como a produção de espermatozoides, a antropóloga concluiu que nos ambientes próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da pele foi usado um satélite da NASA e criou um mapa de padrões

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de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que o homem evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar aos diferentes meio-ambientes. Assim, o homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi para a Oceania, a Europa e por fim para a América. Nas regiões menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os raios ultravioletas, sabidamente nocivos, mas essencial para a formação da vitamina D, necessária para manter o sistema imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta. Portanto, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a mais escura, indicaria simplesmente que a evolução do homem procurou encontrar uma forma de regular nutriente. Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma arma para enfrentar uma grande variedade de ambientes: sua aparência. Para enfrentar o calor excessivo, a altura ajuda a evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O cabelo encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo; o oposto vale para as populações das regiões mais frias do planeta. O corpo e a cabeça dos mongóis, que se desenvolveram por lá, tendem a ser arredondado para guardar calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados e protegidos do vento por dobras de pele. • Empregado na história Os egípcios classificavam os seres humanos somente com base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiático, branco- populações do norte, preta- populações subsaarianas (corresponde à chamada África negra, assim denominada pela predominância nessa região de povos de pele escura).

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A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam", publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas". Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se não só pela cor da pele, mas também pelo tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo. Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo: Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios); Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano); Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana. Os outros dois grupos de linhagem humana seriam: Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano Índico) e das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova Guiné e da Austrália e povos melanésios da Oceania. Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano). Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australoides e capoides também podem ser considerados como negroides, de acordo com essa mesma classificação tradicional. O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no Brasil como sendo: branco, o europeu imigrado para o Brasil; negro da terra, o índio, dividido em várias nações; mulato, oriundo do cruzamento do branco com o negro; caboclo, oriundo do cruzamento do branco com o índio; cafuzo, oriundo

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do cruzamento do índio com o negro; cabra: oriundo do cruzamento do mulato com o negro. No Censo Demográfico Brasileiro em 2010 são empregadas segundo a cor ou raça as cinco categorias utilizadas nas pesquisas, pela ordem em que figuram no questionário: branca, preta, amarela, parda e indígena. Atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para proteger os direitos das minorias. No Brasil persiste o uso do termo na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. • Exemplo atual Dos últimos 38 recordistas mundiais nos 100 metros rasos, 28 são atletas negros. Cientistas acham terem encontrado as razões pelas quais eles foram mais rápidos. Estudo feito mostra que há diferença entre negros, asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria mais alto, dando mais estabilidade na corrida. Desde 1968 os recordes na prova de 100 metros rasos foram quebrados por atletas negros. Isso aconteceria pela diferença que cada raça tem na sua estrutura física – então o atleta poderia ser africano, brasileiro, jamaicano, canadense ou alemão: se ele for afrodescendente, independente de sua cultura, ele terá mais chances de ser mais rápido por seu físico. Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com um branco ou asiático da mesma altura.

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Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando os membros de atletas que chegaram a essas conclusões. O estudo analisou as medidas de soldados de 17 nações diferentes. Como os militares medem a maior parte do corpo de seus recrutas com exatidão, eles são uma fonte confiável. Depois fizeram as comparações e perceberam que as pessoas mais rápidas possuem membros longos, centro de gravidade mais alta, e que essas características são mais comuns em negros. Em contraste, os brancos possuem o tórax mais largo, tendo a vantagem em esportes aquáticos. • Noção que incentiva O termo raça, como visto, foi introduzido no século XVII e atingiu seu auge no século XIX, a partir da metade do século XX ele caiu em desuso e levado ao racismo. Deste modo, a

concepção de que raça é um conceito que irmana é inútil e inconveniente, muito do superficial, dispensável e inquestionável, em outras palavras: nada de complexo, fundamental e controvertido. Por outro lado, o que se pergunta, nos dias de hoje, é: pode-se interessar por raças humanas sem ser estimulado ou até mesmo tachado de discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças? Acreditamos que sim e essa é a nossa tarefa, para isso vamos a ...

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REFLEXÃO Mesmo com Pierre Darlu, geneticista no Laboratório de Epidemiologia Genética de Paris, dizendo que “todas as classificações tentadas até hoje tiveram como ponto comum a ocultação do caráter evolutivo do homem”, vamos tentar que não seja assim. O Messias Meishu-Sama entre 1926 a 1945 viveu no Japão nas seguintes circunstâncias. Hiroito, com a morte do pai, em 1926, assumiu o trono como imperador e inaugurou uma nova era, a era Showa. De acordo com a Constituição Japonesa de 1889, o imperador era considerado uma divindade encarnada e detinha, como tal, poderes absolutos. Tal condição é baseada em uma crença do xintoísmo segundo a qual os integrantes da Família Imperial Japonesa são descendentes do deus sol Amaterasu. O período de reinado de Hiroito anterior à Segunda Guerra Mundial é marcado pelo ultranacionalismo e imperialismo japonês. Em 1931 o Japão invadiu a Manchúria e, seis anos depois, o restante da China. Há documentos que mostram que o imperador japonês autorizou o uso de armas químicas (gás tóxico) contra os chineses, contrariando uma resolução da Liga das Nações que condenava a prática. Durante a Segunda Guerra, o Japão se aliou à Alemanha e à Itália, formando o Eixo. Em 1941 o Exército japonês atacou de surpresa a esquadra americana em Pearl Harbor, no Havaí. Nas batalhas, ficaram conhecidos os pilotos kamikazes, que cometiam suicídio arremetendo a aeronave contra embarcações inimigas. Hiroíto também incentivou o suicídio entre civis, para evitar que fossem capturados pelos americanos. O imperador garantiu que os cidadãos que cometessem suicídio, para evitar

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serem feitos prisioneiros, estariam no mesmo patamar espiritual que os soldados mortos em batalhas. Pois bem, Meishu-Sama elaborou o livro “Terapia Espiritual” em 1936 onde aconteciam os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha e a ditadura de Adolf Hitler que criava as premissas de seu caráter racista e militarista. Nesta época em que ele escreveu tal livro ainda não tinha o nome religioso de Meishu-Sama e nem era considerado o Messias, era apenas o fundador Mokiti Okada que havia criado a instituição religiosa Igreja Messiânica Mundial em 1935 e sofria intensas perseguições e prisões. Eis o que ele diz: “Tudo que existe no Universo tem por fundamento o Sol, a Lua e a Terra, ou seja, todas as coisas recebem as propriedades do fogo, da água e do solo, não havendo uma única exceção. Vejamos: Chinesa = Terapia do Solo; Ocidental = Terapia da Lua; Japonesa = Terapia do Sol. A Medicina Chinesa é a Terapia do Solo e tem por base o estômago. Por isso, baseia-se em remédios feitos de ervas, raízes e cascas de árvores, que provêm do solo, e tenta curar através delas, além de dieta alimentar. O solo é o produtor das coisas materiais e o estômago é o órgão exclusivo das coisas materiais, de modo que há perfeita correspondência entre ambos. A Medicina Ocidental é a Terapia da Lua, correspondendo à Noite, e tem por base o pulmão. É grande, portanto, o seu interesse pelas doenças pulmonares, e daí a importância que dá ao ar, como todos sabem. A Terapia Japonesa, que nasceu agora, é a Terapia do Sol e corresponde ao Dia. É uma terapia com base no coração, que tendia a ser negligenciado pelas terapias existentes até hoje, e tem a energia espiritual como elemento principal. Ao conjunto formado pelos três órgãos - estômago, pulmão e coração - denominamos Trilogia dos Órgãos Internos. Separados em termos de mundos, fica:

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Estômago = Solo = Mundo Material Pulmão = Lua = Mundo Atmosférico Coração = Sol = Mundo Espiritual” E mais adiante afirma algo muito enigmático para muitos: “Solo = Raça Negra Lua = Raça Branca Sol = Raça Amarela” Em 1949, Meishu-Sama ensinou que “O homem depende de seu pensamento”: Mas, o que é o pensamento para ele? Nesse mesmo ano ele explicitou no ensinamento “Os japoneses e as doenças psíquicas”: “Analisando o pensamento humano, diremos que ele é constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos. Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou pequena, necessita-se da vontade (raça negra), a qual provém de uma função situada em determinado ponto da zona umbilical. Essa é a origem de todas as ações, e a união dos três elementos - razão, sentimento e vontade - constitui a trilogia do pensamento.” Em suma:

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Raça Negra = Vontade = Solo = MM Raça Branca = Razão = Lua = MA Raça Amarela = Sentimento = Sol = ME Provavelmente alguns vão achar que estamos começando a discriminação. Entre estes alguns estão certos no seu julgamento, pois estamos percebendo diferenças e quem assim não o faz tem como antônimo a confusão. Outros estão errados ao acreditar que estamos afastando ou tratando mal por características étnicas, o que é puro preconceito. Talvez estes preconceituosos confundam razão com inteligência e a tenham esta como algo máximo, desconhecendo o que Meishu-Sama ensinou em 1949 no ensinamento “As cinco inteligências”: “Há vários tipos de inteligência. Formam uma escada de cinco degraus, na seguinte ordem: Divina, sagrada, superior, ardilosa e calculista.” E para quem tenha alguma dúvida: “Analisemos, a seguir, a inteligência calculista. Todos a consideram uma inteligência superficial; seu sucesso é passageiro, resultando sempre em derrota, e os que dela se utilizam perdem a confiança dos outros. A inteligência ardilosa pode ser considerada como perversidade - é a inteligência do mal. Milhares de pessoas a empregam, quase sempre pertencentes ás classes dirigentes e intelectuais. Assim, é impossível a sociedade melhorar. Tão logo essa espécie de inteligência seja erradicada do Universo, surgirá uma sociedade sadia e países magníficos.” Para estes racistas talvez se a razão não estivesse com a Raça Branca não haveria problema nenhum. A raça é um conceito que obedece a diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características fenotípicas provenientes da genética, ambiente e discrepâncias em destino.

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Por exemplo, é comum falar-se das raças de cães cuja importante discrepância em destino foi à domesticação. Com o passar do tempo, os cachorros assumiram papéis cada vez mais específicos na vida do homem: especializaram-se em diversos sistemas de caça, guarda e pastoreio de rebanhos, tração de trenós, e ainda em atividades de combate contra outros animais. Podemos considerar que a nos dias de hoje, cerca de trezentas diferentes raças de cachorros que são reconhecidas internacionalmente. E ninguém nega e nem se importa que a raça canina mais inteligente do mundo é o Border Collie, que a mais dócil é Spitz Alemão Anão, e a mais perigosa é o Ptibull. Mas, continuemos na tentativa de cumprir a nossa tarefa. Conforme o que Meishu-Sama ensinou o ser humano não é um ser apenas racional, ele é um ser pensante, isto é, racional, sentimental e volitivo, que depende da constituição da união das raças para ter ações harmoniosas ou conflituosas, equilibradas ou desproporcionais, enfim positivas ou negativas. Para que sejam positivas é necessária razão sábia espiritualista, sentimento amoroso altruístico e vontade forte agradecida. Assim, como para que sejam negativas é preciso razão ignorante materialista, sentimento irado egoísta e vontade insaciável ingrata. Obviamente que esses são os extremos, existindo uma série de pensamentos que estão entre esses extremos. Certamente que deve haver várias dúvidas no que foi dito como o do por que da raça branca ser predominantemente mais racional do que as outras, o que não quer dizer que as outras não sejam racionais, e nem que ser racional é sempre positivo (lembrar que o ignorante raciocina) ou que seja mais positivo do que os demais (observar que parece até que o sentimento é o mais significativo). Mas, tentemos a explicação. O homem quando saiu de seu lugar de nascimento, a África oriental, ele se propagou através de todo o mundo antigo, isto é, África, Europa e Ásia. Mas o norte da Europa foi inteiramente recoberto por glaciares levando a um “derivado

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genético” o homem de Neandertal que para sobreviver a essas intempéries deve ter tido que raciocinar muito. Se estes se inter-fecundaram com o Cro-magnon ou o Homo sapiens talvez não seja o mais importante, o mais significativo é que a Europa estando praticamente na zona temperada os que lá habitaram sem o avanço tecnológico atual deve ter raciocinado intensamente para se abrigar do clima como o da baixa temperatura e nevasca. Meishu-Sama faz algumas considerações sobre a raça branca. “Juízo Final”, 1950: “Pouco tempo depois, começou a chover ininterruptamente. Uns dizem que choveu durante quarenta dias; outros dizem que cem. O certo é que foi um longo período de fortes chuvas. As águas subiam cada vez mais, inundando as casas; apenas o cume das montanhas ficava de fora. Os homens tentavam entrar na arca ou refugiar-se nas montanhas, mas os animais ferozes e as cobras venenosas, querendo salvar-se, faziam o mesmo. Como a arca possuía tampa, ninguém conseguiu entrar. Famintos, os animais devoraram todos os homens; salvaram-se apenas as oito pessoas que estavam na arca. Elas são consideradas antepassados da raça branca.” “Nova Civilização de 3/3 - Cristo, o protagonista principal do controle sobre o mal”: “Foi graças ao cristianismo que a sociedade dos povos de raça branca não se tornou um mundo dominado por Satanás e conseguiu alcançar o maravilhoso progresso que se vê nos dias de hoje. Trata-se, pois, de um legado do amor cristão. Pelo exposto, creio que os leitores puderam compreender o significado do aparecimento do cristianismo.” “A Criação da Civilização”, capítulo XVII – Nutrição, década de 40: “As carnes animais estimulam a vontade de competir, que pode transformar-se em vontade de lutar. Isto é claramente

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observável na história das raças brancas. Graças ao espírito competitivo foi que a raça branca desenvolveu a cultura que hoje conhecemos. Por outro lado, entretanto, o espírito de luta tem dado margem a guerras intermináveis. Tem havido muito mais guerras entre os países civilizados do Ocidente do que entre os países do Oriente.” “A Outra Face da Doença – O homem é um poço de saúde, 1950: “Costuma-se dizer que determinados alimentos são nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro. Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das características da região, todos os alimentos são produzidos de maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo.” Mas, como procurar um meio de atestar a predominância da razão para a raça branca? Tomando-se o Prêmio Nobel como uma referência aos avanços científicos e/ou culturais, isto é, um conjunto de prêmios internacionais anuais concedidos para pessoas que fizeram contribuições relevantes para a humanidade em Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Ciências Econômicas, Literatura, e Paz por comitês suecos e noruegueses. A vontade do inventor sueco Alfred Nobel estabeleceu os prêmios em 1895. Até o momento foram distribuídos 1214 prêmios sendo que 883 em ciências e 331 em cultura onde 128 em literatura e 103 em paz. Existem 191 países assim distribuídos pelos continentes: África = 53; Europa = 46; Ásia = 44; América = 34; Oceania = 14. Para se ter uma ideia geral da distribuição desses prêmios se aloca, grosso modo, a raça negra na África, a amarela na Ásia e a branca na Europa e na América (apenas Estados Unidos e Canadá). Observa-se na ciência (predominância da razão) que:

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Em apenas dez países, sendo oito europeus e os dois americanos, se detém 608 prêmios Nobel em ciências, ou seja, quase 70%: Estados Unidos = 307, Reino Unido = 94, Alemanha = 87, Suíça = 20, Rússia = 19, Países Baixos = 18, Canadá = 18, Suécia = 17, Áustria = 15, Itália = 13; Juntando Ásia e África se detém apenas a 33, isto é, não chegando a 4%. Ásia teve 29, isto é, 3%: Japão = 17, China = 5, índia = 5, Taiwan = 1, Paquistão = 1. A África teve apenas 4, isto é, 0,4%: África do Sul = 3, Egito = 1. Com isso se volta a insistir que não se está privilegiando a ciência em relação à literatura e a paz, ou a arte em geral. Aliás, diga-se de passagem, que o cientista Stephen Hawking disse: “(...) desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana”. Meishu-Sama no seu ensinamento “O paraíso é o mundo da arte” diz: “Costumo dizer que o Paraíso é o Mundo da Arte, mas isso não deixa de ser um conceito bastante resumido. Naturalmente, o aperfeiçoamento da Arte é desejável, seja a pintura, a escultura, a música, as artes cênicas, a dança, a literatura, a arquitetura, etc.; entretanto, para se poder falar em Paraíso, é preciso que todas as artes estejam reunidas, ou melhor, que tudo seja artístico.” Por isso é dito no livro de ensinamentos “Evangelho do Céu, volume 3 - Reino Divino”: “Para entendê-la melhor, basta pensar um pouco no desenvolvimento da civilização. Desde tempos imemoráveis, têm aparecido na raça humana personalidades altamente capazes que jamais mediram esforços para colocar em prática ideias grandiosas em benefício do progresso.” Como não levar em conta Desmond Tutu e Nelson Mandela em prol da libertação da África do Sul, ganhadores do prêmio Nobel pela paz em 1984 e 1993, respectivamente.

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O evolucionismo permite dizer que não somos descendentes dos macacos, mas sim seus primos ou até que somos um tipo de macaco. Algo como embora 98% dos genes dos chimpanzés se assemelha com os dos homens, não somos descendentes de nossos irmãos, mas compartilhamos com eles ancestrais comuns (nossos pais). Chegando ao reino hominal, no caráter evolutivo do homem enquanto raças, diríamos que elas são irmãs descendentes da espécie humana ou simplesmente raça humana. Desse ponto de vista, raça é um conceito irmanador que está longe em ser estimulo ao racismo. Desfazendo qualquer dúvida: qualquer ser humano de qualquer raça é primo do macaco ou um tipo dele. Meishu-Sama aponta que no final todos têm mesmo fim: No ensinamento “A existência do Mundo Espiritual” em 1949, ele ensina que: “Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice, doença, perda de sangue, etc., o espírito o abandona e dirige-se ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça.” Aponta também que as pessoas têm que aprimorar e que existem várias formas. No ensinamento “Ás vezes Deus faz uso da palavra de pessoas humildes para comunicar a sua vontade”, em 1953: “É como sempre digo: na maioria dos casos, é melhor perder. Nas discussões e coisas dessa natureza, deve-se perder, Isso é uma das formas de aprimoramento. É algo penoso ouvir atentamente a mentira do outro, mas isso também é um aprimoramento para conseguir ser calmo e tolerante. Esse é o aprimoramento verdadeiramente eficaz.” Gostaríamos de concluir com uma indagação: ao reencarnar numa determinada raça com sua predominância não seria um tipo de aprimoramento algo necessário à evolução humana?

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RELIGIÃO É ÓPIO DO POVO

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TEMA A intolerância religiosa pode ser oriunda da ideologia ou política em termos irracionais, sem nenhuma cientificidade ou indicativa de progresso, que ocasiona prisões ilegais, espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis, podendo também implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou incitamento ao ódio, entre outras coisas. Exemplo de intolerância religiosa pode ser vista: desde a Antiguidade com a perseguição dos primeiros cristãos pelos judeus e pagãos; passando pelo século XX quando os nazistas perseguiram milhões de judeus e outras etnias não apenas devido à sua raça, mas especificamente em retaliação contra os seus ideais religiosos; até os dias de hoje com o conflito entre muçulmanos e não muçulmanos, localizado em Darfur no oeste do Sudão, onde se estima que tenham morrido 400.000 pessoas. Mas, outra coisa é a intolerância religiosa ser originária de ideologia ou política racional, científica e progressista, que leva à encarceramentos justos, negação de explorações e confisco de privilégios. Exemplo é aquela embasada na expressão "A religião é o ópio do povo" que é uma citação da “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” feita por Karl Marx, obra publicada em 1844. Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão, pois citações similares são encontradas em textos do século XVIII, a autoria é com frequência atribuída a ele. A comparação da religião com o ópio já tinha aparecido, por exemplo, em escritos de Kant, Feuerbach, Moses Hess e Heinrich Heine. Este último, em 1840, escreveu: “Bendita seja uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual,

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algumas gotas de amor, fé e esperança.” Moses Hesse, num ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma ideia: “A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em angustiantes doenças.” A frase de Marx em seu contexto imediato é o seguinte: “A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola. A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em torno de si mesmo. Consequentemente, a tarefa da história, depois que o outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a verdade deste mundo. A tarefa imediata da filosofia, que está a serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política."

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Algumas religiões retrucam tal afirmativa dizendo que uma religião equilibrada e sadia não tem como ser um ópio, será sim saúde para o homem na sua individualidade e na sua vida social. Mas, não negam a existência de religiões que realmente são narcóticos, provocando anestesia, dormência, euforia, dependência física e intelectual, neurose e desequilíbrio. Mas, lembram que também existem filosofias, ideologias e políticas enquadradas como ópio, como o nazismo e o próprio comunismo que devido a sua fé no ateísmo prenderam e executaram muitos cristãos. Assim, “Religião é ópio do povo” tem sido um tema complexo, fundamental e controvertido não só para religião, mas também para a filosofia, ideologia e política, há um bom tempo. Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais profundamente.

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REFLEXÃO Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este assunto numa conversa ou num trabalho, alguns talvez apenas negue ou rejeite tal enunciado sem nenhum argumento, outros que afirmam com muita convicção que religião e política não se misturam, ou seja, religião é religião, enquanto, política é política. Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do fundador da messiânica, o Messias Meishu-Sama, pode-se começar a ficar um pouco em duvida e assim se conjecturar três pontos para serem ponderados. Quando o Messias diz que “Religião e a Arte têm de caminhar tal como as rodas de um carro.” Pode-se imaginar se Religião e Política têm de caminhar juntas. Quando Meishu-Sama concorda que “A dúvida é o princípio da crença”. Pode-se depreender que os messiânicos devam largar as suas opiniões e certezas sem nenhuma fundamentação no Fundador da Messiânica e que deixem de serem apenas devotos seguidores de rituais e superem os seus medos de perderem privilégios e seguranças apenas materiais, e passem a conhecer e praticar os ensinamentos. Apresenta-se para observações elementos da pilha de problemas a serem enfrentados.

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• Religião e Política também têm de caminhar juntas “Religião e Política” em 25 de janeiro de 1949: “Apesar de haver uma estreita relação entre Religião e Política, é estranho que isso não tenha despertado muito interesse. Na realidade, até o término da Segunda Guerra Mundial, a Política, longe de apreciar a participação da Religião, vivia oprimindo-a. Desde a Antiguidade este fenômeno se fez notar em vários lugares, registrando-se não poucos casos da quase extinção de religiões devido à violência das perseguições. No entanto, por mais que a Religião tente realizar o seu objetivo, que é a construção de um Mundo Ideal, para incrementar a felicidade do homem, torna-se evidente que ela jamais atingirá essa meta se a Política não for justa. Sendo assim, uma Política escrupulosa requer políticos íntegros e, para preencherem essa condição eles devem ser dotados de religiosidade. No Japão - desconheço a situação no estrangeiro - um erro no qual os políticos têm inclinação para incorrer é a corrupção. Pode-se dizer que isso acontece porque eles são escravos do materialismo, cuja origem está na falta de religiosidade. É desejável o aparecimento de políticos dotados de espírito religioso, pois só assim poderemos alimentar esperanças quanto ao futuro, aguardando o bom desenrolar dos destinos da Nação. No que se refere à construção de um novo Japão, é necessário, sobretudo, incutir espírito religioso nos políticos, para que seja realizada uma Política arraigada no senso religioso. Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc. Os próprios políticos, os órgãos competentes e o povo empenham-se com unhas e dentes na solução purificadora dos problemas dessa lamacenta sociedade. Infelizmente, na prevenção do crime, conta-se apenas com a força da Lei, mas esta não atinge o âmago da questão, pois a causa dos crimes está no interior do

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homem, ou seja, na sua alma. Purificar a alma é o método verdadeiramente eficaz. Estou convicto de que isso só poderá ser conseguido através de uma Fé verdadeira.” Religião e seitas” em 25 de janeiro de 1949: “Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião, publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia, Educação, Arte, etc.” “A verdadeira religião “daijo”, em janeiro de 1954: “(...) está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é (...) desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc.” “Transição da Noite para o dia” em 5 de fevereiro de 1947: “Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. • Conhecer e praticar os ensinamentos “Religião Pragmática” em 30 de maio de 1951: “O pragamtismo, doutrina sustentada inicialmente por Charles Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914), chegou a ser uma filosofia de âmbito mundial, propagada por William james, que hoje é considerado seu criador. Dizem que pragmatismo significa utilidade prática; creio, entretanto, ser mais adequado aplicar o termo “ativismo”.

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Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se trata de uma teoria conhecida por todos aqueles que se interessam pela Filosofia. O que desejo falar agora, é sobre o pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a esse tema, mas torno a abordá-lo, para melhor compreensão. Quando falamos em ativismo religioso, temos a impressão de que todas as religiões estejam praticando ações de Fé. Todos conhecem propagandas por escrito, sermões verbais, orações, cultos, rituais religiosos, ascetismo e mortificações; infelizmente, porém, as religiões ainda não atingiram a vida prática. Em verdade, não passam de cultura mental. O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo fazer o mesmo, com uma diferença: fundir a Religião e a vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé imperceptível aos outros. Isso vem a ser a apropriação completa da Fé. Com essa explicação, creio que puderam entender o que vem a ser ativismo religioso.” “Benefícios materiais” em novembro de 1950 “Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião, inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.”

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“Sejam sempre homens do presente” em 11 de outubro de 1950: “O homem deve progredir e elevar-se continuamente, sobretudo aqueles que possuem fé. Entretanto, quando tocamos em assuntos religiosos, as pessoas costumam julgar-nos antiquados e conservadores. Não podemos negar que essa é uma tendência dos fiéis em geral; porém, com os messiânicos, dá-se justamente o contrário, ou melhor, eles devem esforçar-se para ser o contrário. Observemos a Natureza. Ela procura renovar-se e progredir constantemente, sem um minuto de interrupção. O número de seres humanos aumenta de ano para ano. As terras vão sendo exploradas todos os anos. Vemos maiores e melhores vias de transportes – obras cuja construção demonstra crescente arrojo arquitetônicio – e maquinarias cada vez mais perfeitas. As ervas e as árvores crescem em direção ao Céu. Tudo isso mostra que nada regride. Ora, se tudo continua evoluindo, é natural que os homens também devam evoluir continuamente, seguindo o exemplo da Natureza. Nesse sentido, eu mesmo faço esforço para elevar-me e progredir cada vez mais; este mês, mais do que no mês anterior; este ano, mais do que no ano passado. Mas progredir somente na parte material, isto é, nos negócios, na profissão e na posição social, não passa de algo sem base, algo demasiado superficial, como uma planta sem raiz. É indispensável o progresso de espírito, isto é, a elevação da individualidade. Portanto, devemos prosseguir passo a passo, pacientemente, visando à perfeição, principalmente no que se refere à espiritualidade. Com a elevação gradual do espírito, a personalidade também florescerá e, sem dúvida alguma, essa atitude de contínuo progresso conquistará a confiança do próximo, facilitará os empreendimentos e tornará a pessoa feliz. Os jovens da atualidade talvez encarem estas palavras como moral antiquada e já superada; entretanto, é pondo em

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ação tais palavras que as criaturas poderão, verdadeiramente, ficar atualizadas. Os homens que não pensam e não agem assim, desejando evoluir apenas materialmente, ficam estacionados. Não progridem nem são progressistas. Parecem-me antiquadíssimos, observados deste ponto de vista. Seus pensamentos e assuntos são sempre os mesmos, não apresentam nada de especial. Palestrar com essas pessoas não me desperta nenhum interesse, pois elas se limitam a assuntos triviais, não falando de Religião, de Política, de Filosofia e muito menos de Arte. O ideal seria que todos os fiéis da nossa Igreja se interessassem em progredir e elevar-se cada vez mais. Como visamos a corrigir a civilização errônea e construir um mundo ideal, os messiânicos devem procurar, nesta época de transição do mundo, ser sempre homens atualizados, vivendo em sintonia com o século XXI, que se aproxima. Eis o sentido do meu costumeiro conselho: sejam homens do presente.” “Religião teórica e religião prática” em 20 de abril de 1949: “A tais religiões, que destoam da realidade, dou o nome de religiões teóricas. Assim sendo, se pretende salvar de verdade os concidadãos, a teoria apenas não basta. É preciso, custe o que custar, lançar-se de frente ao dia-a-dia do povo e nele ser absorvido, a ponto de que fé e cotidiano se igualem. A isto chamo de religião prática. Qual seria essa linha de ação? Citemos o exemplo da carestia oriunda da inflação, uma das dificuldades cruciais do Japão de hoje, e a sua causa, que se acha na política alimentar do governo; há ainda outras implicações que a ela se relacionam, como a questão trabalhista, a prevenção da criminalidade, o saneamento dos círculos políticos, a questão da tuberculose e tantas outras. Tem-se, na realidade, uma pilha de problemas a exigir urgente

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solução. Pretendo dissecá-los através do afiado bisturi da crítica religiosa, resolvendo-os por meio da prática aplicada na vida.” • Elementos problemáticos a serem enfrentados “O hábito da mentira” em 5 de setembro de 1951: “Entre as várias espécies de hábitos, existe um, pouco percebido, que é o da mentira. O homem moderno mente demais, baseando-se na idéia errônea de que está bem sucedido. A maioria, acostumada a esse mau hábito, nem seuqer toma consciência de que está mentindo. Quando isso ocorre com os meus subalternos, costumo chamar-lhes a atenção, mas muitos deles parecem ter perdido a noção da diferença entre a verdade e a mentira. Só percebem haver mentido e pedem desculpas depois de eu lhes ministrar uma lição bem clara a respeito. O hábito faz com que o povo moderno se perca, incapaz de distinguir os limites entre a mentira e a verdade. Deixarei de lado as mentiras inconseqüentes, que não merecem análise especial, para cuidar das maiores, mais graves, por serem conscientes e premeditadas. Entre elas, começaremos por analisar as mentiras proferidas pelos políticos. Estes, muitas vezes, são censurados por deixarem de cumprir as promessas de uma boa política e planejamento, feitas durante pomposas propagandas eleitorais. Há, também, muitos parlamentares que desprezam os compromissos assumidos com os seus eleitores, julgando essa atitude perfeitamente normal. Existem educadores cujos atos contradizem a grandeza de suas palavras, e é comum os jornais publicarem artigos de caráter duvidoso. As propagandas exageradas não constituem exceção. Os impostos representam o maior problema. É uma competição de mentiras, entre fiscais e contribuintes, de caráter sumamente complicado e desagradável. Há médicos que mentem, dando esperanças a pacientes incuráveis. Também

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desaprovo os bonzos que fazem uso freqüente das “mentiras de ocasião”. As conhecidas táticas empregadas pelos comerciantes são mentiras aceitas pelo público. Com estas variedades, embora resumidas, podemos afirmar que o mundo é um complexo de mentiras. Talvez achem incrível o fato de um promotor mentir, mas isso acontece de vez em quando. A prova se evidencia no notável esforço que o Ministério Público vem empregando, baseado em suposições, para criar criminosos, desde a ocorrência de um caso até o julgamento final. Sempre que isso se repete, penso insistentemente no motivo de tanto interesse em culpar cidadãos inocentes. É realmente um enigma, para o qual não existe explicação. A profissão de promotor exige a condenação de um criminoso, mas a condenação de um inocente foge ao nosso raciocínio. É difícil saber prontamente se um suspeito é ou não responsável por um crime, mas creio ser possível distinguir o branco do preto, após uma breve investigação.

O desejo de mentir parte do pensamento otimista segundo o qual é impossível a mentira vir à luz. A teoria da inexistência de Deus favorece o argumento de que a mentira perfeita é sinal de inteligência - o que constitui um erro gravíssimo, existência de Deus é uma realidade, e a mentira, mesmo bem pregada, é passageira, estando sempre sujeita a ser descoberta. Isso acarreta um grande prejuízo a quem mente, porque, contrariando seu objetivo primordial, a pessoa se expões à vergonha de ter o seu crédito destruído e ser-lhe imposto um castigo. O mentiroso pensa que Deus não existe, simplesmente porque Ele é invisível. Neste ponto, iguala-se aos selvagens, que não acreditam na existência do ar porque não o vêem. Pobre homem civilizado, completamente mergulhado no hábito da mentira!” “A civilização selvagem" em 25/03/53. “Em seguida, falarei sobre a falta de racionalidade na sociedade atual. Olhando exteriormente, todos os países têm

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leis, organização política e econômica, sistema social, etc.; estão constituídos de forma extremamente satisfatória pela Ciência e pela inteligência humana, mas as características selvagens dos homens que os administram manifestam-se em todos os lugares. Uma vez retirada à máscara, a irracionalidade aparece numa quantidade exorbitante e assustadora. Na política, por exemplo, observando o estado da Assembleia, pode-se perceber que a linguagem e as atitudes abusivas não parecem adequadas a uma reunião de pessoas de alto nível. O tumulto é tão insuportável, que a gente tem a impressão de estar vendo uma multidão de velhacos. O regime parlamentar está constituído de forma bem racional, mas também é destruído pelas características selvagens dos seus componentes. Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.” “Aura” em 5 de fevereiro de 1947: “(...) se a política de uma nação é ruim, é porque a aura de seus governantes é fina, assim como também a do povo, que sofre as consequências dessa má política.” “Encosto espiritual”: “Hoje, muito se fala em desmoralização das opiniões, aumento da criminalidade e degradação política. Todos esses assuntos têm estreita relação com as doenças mentais, cujas causas estão na parte física e, ao mesmo tempo, relacionadas ao fenômeno do encosto espiritual.” “Instinto e abstinência” em 24 de dezembro de 1952: “Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão inevitáveis.”

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“Sunao”: “Quando eu falo a jornalistas desse país [Estados Unidos da América do Norte] sobre a finalidade da Messiânica e a construção do Tijyotengoku (Reino do Céu na Terra) em Hakone e Atami, ouvem tudo e concordam com as minhas ideias sem contestação. Pelo mesmo motivo, possuem também poucos partidos políticos, cujo número não passa de dois ou três. Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglo-saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no Japão existem muitas religiões e um número bem maior de facções políticas.” “Ódio ao mal” em 25 de fevereiro de 1951: “Na política, que sempre funciona muito mal, o descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro para o Japão e para o mundo.” “Elo Espiritual” em 25 de outubro de 1949: “(...) se for homem público, como prefeito de uma cidade, governador de estado, primeiro-ministro, presidente, imperador, etc., tem elos espirituais com todos aqueles que estão sob sua administração ou governo. Quanto mais elevada à posição do homem, maior se torna o número de seus elos espirituais. Sendo assim, a personalidade de um líder tem que ser nobre, porque, se no seu espírito houver impurezas, isso se refletirá nocivamente sobre grande número de pessoas, atuando sobre o pensamento delas. O primeiro-ministro de um país, por exemplo, deve ser um homem de grande personalidade; além de muita sabedoria, deve ter muita sinceridade. Caso contrário, o pensamento do povo se deteriora, a moral relaxa, e o número de criminosos torna-se cada vez maior.” “Sinceridade” em 25 de janeiro de 1949:

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“Só a sinceridade é capaz de resolver os problemas dos indivíduos, do país e do mundo. A deficiência política resulta da falta de sinceridade. A pobreza material e a corrupção moral também têm a mesma origem. Enfim, todos os problemas são gerados pela falta de sinceridade. Religião, Educação e Arte que não se alicerçam na sinceridade, passam a representar meras formas sem conteúdo. Homens, a chave de todos os problemas está na sinceridade.” No livro “Pão Nosso de Cada Dia”: Os problemas de uma país não são solucionados Porque falta sinceridade Aqueles que o administram. Está chegando o momento De surgirem, neste mundo, pessoas sinceras, Mesmo sem nome e nem posição.”

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PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA É ENGODO

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TEMA A legitimidade da democracia não parece ser contestada por ninguém nos dias de hoje. Mas o mesmo não acontece com seu exercício. Há pouca inconsistência lógica nos princípios políticos, embora a inconsistência seja gritante quando se tenta aplicá-los ao caso concreto. Um desses princípios mais conhecido é o citado por Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, posto que ocupou de 4 de março de 1861 até seu assassinato em 15 de abril de 186: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.” Mas, o que é democracia, governo e povo? Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente no governo (poder de regrar uma sociedade política) através do sufrágio universal, isto é, do direito de voto a todos os indivíduos considerados intelectualmente maduros (em geral os adultos). Já povo é, usualmente, concebido como um conjunto de indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma nação. Se, por vezes, esta coincide com a totalidade de um território a ela associada, como normalmente acontece, é também o conjunto dos cidadãos de um país. Mais tarde, Lincoln diria: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”. Então é possível conjecturar, por exemplo, a honestidade e sinceridade dos governantes do executivo, legislativo e judiciário, bem como se eles vão conseguir aplicar o princípio da democracia na sociedade. Ou se isso que serve de base a um regime político

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não é praticamente um artifício para atrair e enganar o povo, um chamariz através de voto. Os pensadores italianos do século XX Vilfredo Pareto e Gaetano Mosca (independentemente) argumentaram que a democracia era ilusória, e servia apenas para mascarar a realidade da regra de elite. Na verdade, eles argumentaram que a oligarquia da elite é a lei inflexível da natureza humana, em grande parte devido à apatia e divisão das massas (em oposição à unidade, a iniciativa e a unidade das elites), e que as instituições democráticas não fariam mais do que mudar o exercício do poder de opressão à manipulação. Como Louis Brandeis uma vez profetizou, "Podemos ter democracia ou podemos ter riqueza concentrada nas mãos de uns poucos, mas não podemos ter as duas coisas”. Hoje todos os partidos políticos no Canadá são cautelosos sobre as críticas de alto nível de imigração, porque, como observou The Globe and Mail, "no início de 1990, o antigo Partido da Reforma foi marcado como 'racista' por sugerir que os níveis de imigração deveriam ser reduzidos de 250.000 a 150.000." Como o professor de Economia Don J. DeVoretz destacou: "Em uma democracia liberal como o Canadá, o seguinte paradoxo persiste. Mesmo que a maioria dos entrevistados respondendo sim à pergunta: 'Há muitas imigrantes chegando a cada ano?' Números de imigrantes continuam a subir até que um conjunto crítico de custos econômicos apareça'". Alguns acham que a democracia é o regime ideal. Outros que não se encontrou alternativa melhor já que as outras opções como ditadura, absolutismo e autoritarismo são desastrosas. Há os que tentam aperfeiçoá-la desde adjetivando-a de direta e indireta, ou até os que sugerem que ninguém pode ser reeleito, inclusive o partido para que não haja perpetuação no poder. Ainda tem os que defendem a invalidação de partidos com

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ideologias como fascismo, nazismo, comunismo, capitalismo, anarquismo e populismo. No que se seguem todos os citados trechos entre aspas são de autoria do Messias Meishu-Sama, não se citará a fonte para não sobrecarregar o texto.

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REFLEXÃO

• Existem princípios inferiores e superiores. “Até as pregações religiosas caem no exagero, mas na realidade, estão apenas transmitindo princípios inferiores. Por exemplo, há volumes de oitenta e quatro mil sutras, que mesmo assim, quase nada transmitem. Se pudessem ser comparados a metais, corresponderiam ao ferro. (...) Mesmo em conversas, nota-se que são raras as pessoas capazes de tocar no ponto fundamental de um assunto, e a maioria delas fica só girando em torno do tema, falando exageradamente. Inclusive, percebo esse problema entre os japoneses que, por terem vivido quase três séculos sob o domínio do Feudalismo - regime que lhes ensinou a mentir - não têm condições de expor apenas o ponto focal de uma conversa.” “Atualmente, há um esforço conjunto de países em prol da educação, bem como a firme atuação de outros órgãos que visam ao desenvolvimento correto do pensamento e a mudanças no coração do povo. Entretanto, caso não se consiga erradicar, na própria raiz, as ideias ateístas, será como pegar água com um escorredor. E mesmo uma inteligência superior, caso esteja unicamente voltada a princípios materialistas, obviamente, vai fazer uso muito mais do lado do mal. Daí também a razão do aumento dos crimes de natureza intelectual, à medida que a civilização progride. Por isso, venho alertando os que dominam o poder: não há mais cabimento em se cultivar tamanha ignorância!” “Mas de que modo será possível a anulação de tanta maldade? O recurso para isso consiste em se manter bem clara a ideia de que o princípio básico para se obter uma vida

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harmoniosa e feliz na Terra é despertar nos homens (...) a crença na existência de Deus.” Lógica Divina: o mesmo que "princípio divino que rege o Universo". “Lei de Causa e Efeito: princípio universal preconizado no seguinte provérbio: "cada um colhe o que planta". Então, de acordo com essa lógica, toda ação - boa ou má - tem, inevitavelmente, suas consequências. Nuvens Espirituais: "máculas que recobrem a alma do ser humano (centelha divina) geradas pela violação dos princípios da Lei Divina, isto é, princípio estabelecido por Deus no momento da criação que através dele o Universo se movimenta e evolui. É inviolável e imutável.". Seu processo assemelha-se ao que ocorre no plano físico quando, muitas vezes, nuvens recobrem os raios solares, impedindo-os de iluminara Terra. De forma idêntica, quando alguém possui nuvens espirituais, perde a capacidade de discernir entre o Bem e o Mal, o certo e o errado, por falta de Luz para isso.” “Então, o ponto mais importante consiste em não se rotular os acontecimentos segundo o princípio shojo (limitante em demasia) - tão característico do pensamento humano -, que cria suas próprias razões, aceitando-as como verdade incontestável, prática que acaba por nos levar a cometer graves erros.” “Mesmo que uma grande purificação venha a ocorrer, tudo o que houver de bom permanecerá, devido ao Princípio de Continuidade na Natureza, e esse conhecimento tem de ser parte integrante de nosso ser. (...) O ser humano é o agente responsável por essa construção e, por isso, deverá selar um compromisso com o progresso, mesmo porque não é nada bom mantermo-nos estacionados num mesmo ponto.”

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• Intelecto do político seja orientado pelo teísmo e inteligência de alto nível. “Kan-chi é a inteligência maldosa, muito comum entre os intelectuais e as classes dirigentes, razão por que a sociedade não pode melhorar. Somente com a aniquilação desse Tie maligno poderá surgir uma sociedade pura e alegre e uma nação digna. Mas haverá algum meio de aniquilá-lo? Não é difícil, desde que o Tie maldoso seja radicalmente destruído. Isto, porém, é impossível sem uma poderosa atividade religiosa que consiga despertar a crença na existência de Deus.” “Se vocês observarem bem atentamente, notarão que as reuniões dos deputados no Congresso duram muitas horas e eles não conseguem chegar a um resultado satisfatório. Assim acontece porque os homens em geral têm a cabeça cheia de nuvens, criadas pelas toxinas dos muitos remédios que tomaram. (...) No decorrer das discussões, o clima assemelha-se ao de uma briga em que cada qual defende ardorosamente a sua opinião, julgando ser a única verdadeira. (...) Diante desse comportamento, torna-se difícil elogiar a cabeça dos políticos atuais, que ficam perdendo tempo, fazendo um esforço desnecessário e prolongando inutilmente o período de funcionamento do Congresso. Muito me admira como os deputados têm tanto tempo a perder. Penso mesmo que eles gostam dessas contendas intermináveis; não imaginam que, agindo assim, estão prejudicando o povo. Por isso, é muito importante nos dias de hoje, cada um se preocupar um pouco mais com o aprimoramento de sua maneira de pensar.”

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• A nação e sua gente devem se nortear pela prática da verdade, virtude e beleza. “Em qualquer circunstância, entretanto, o objetivo de Deus Supremo continua sendo a criação do mundo ideal, pleno de Verdade, Virtude e Beleza. E para concretizar o Seu plano, o Criador vem preparando todas as condições até que o tempo adequado se faça presente. Por sua vez, a humanidade precisa reconhecer que o momento já está chegando; cada pessoa deve, portanto, começar uma revolução dentro de si mesma.” • Democracia ainda é fraca. “Não sou o único, entretanto, a pensar que a democracia ainda não criou raízes firmes. Muitos resquícios de feudalismo ainda subsistem em várias camadas da sociedade japonesa.” “Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.” • A prática do princípio da democracia e a gestão na condução de nação se assemelha na atualidade a tapeação de meninos. "Ao examinar todas as facetas da civilização contemporânea, não posso deixar de pensar na medicina mo num engodo para crianças. O mesmo digo quanto à política (...) parecem obra de uma criança travessa do primário.”

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• O fascismo e o nazismo são liderados por Satanás. “A História registrou a passagem de muitos desses heróis e grandes homens. Temporariamente, foram bem sucedidos, mas todos, sem exceção, acabaram malogrando. Observando-os sob o ponto de vista espiritual, vemos que foram todos possuídos por uma grande entidade do reino demoníaco. O interessante é que, de início, tudo lhes corre bem, mas, a certo ponto, infalivelmente malogram. O espírito encostado então se afasta imediatamente. O Kaiser, Mussolini e Hitler constituem exemplos relevantes. Após o malogro, ficaram como que abobalhados, parecendo outra pessoa. Isto sempre acontece após o afastamento de um grande espírito diabólico.” O comunismo é um movimento político-social místico egoísta que impõe idéias. “Tenho certeza de que um dia [o comunismo] vai sucumbir por se tratar de um movimento político-social repleto de impurezas. Não está enraizado, na sua estrutura, o desejo de fazer a maioria das pessoas felizes ou de contribuir de verdade para o progresso do mundo. Seus dirigentes não medem as consequências quando matam pessoas inocentes, visando apenas a benefícios próprios. Em determinadas circunstâncias, agem como se fossem grandes disciplinadores, mas, de fato, só querem impor as próprias ideias. Então, quando organizações dessa ordem chegam ao fim, é certo que prevaleceu a justiça.” • O capitalismo é um materialismo apegado à exploração desmesurada. “Como resultado da exploração dos capitalistas, dos fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer

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que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr eles mesmos.” “Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a grandes problemas, podendo ser considerados sem precedentes.” • O anarquismo é algo fora do limite “Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão, e assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito bom; pena é que se tenha ido além dos limites e chegado à situação presente, ou seja, a uma sociedade predisposta à anarquia.” • O populismo é manutenção do poder por meio de mandato democrático-autoritário e política social assistencialista. “(...) existem os desempregados, viúvas, etc., que vivem na dependência da ajuda do governo, dos serviços sociais e da assistência de instituições. Onde quer que se observe, parece que nada é possível sem a ajuda de terceiros; consequentemente, não podemos deixar de ficar espantados com o caráter dependente dos japoneses. Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente. Entende-se isto analisando a história de sua formação. No começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não

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havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração pelos americanos. Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido, pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a introdução de capital. É o método fundamental, pois está baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria. Entretanto, podemos dizer que, entre os intelectuais do Japão, quase ninguém percebe isso. Mesmo nos órgãos de comunicação, o que se faz é incentivar o espírito de dependência. Talvez eu esteja exagerando, mas essa característica é própria dos pedintes acovardados, que compram a compaixão das pessoas. Além disso, quando alguém não atende suas exigências conforme eles desejam, os japoneses reclamam, queixam-se, revoltam-se e, por fim, com a ajuda de terceiros, tentam até derrubar esse alguém. Parecem não perceber que, em conseqüência disso, também estão derrubando a si próprios. Com efeito, não há tolice igual. Pode-se até dizer que, com essa atitude, não só se torna difícil reconstruir o Japão, mas até mesmo manter a situação atual. Quase sempre fazem-se greves como único meio de resolver os problemas existentes entre empregados e empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem, o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve, mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita e, logicamente, do salário dos empregados. É o mesmo que a pessoa apertar o seu próprio pescoço. Quando se leva em conta essa situação, apesar de os grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande

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número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata para os dias atuais.” “Aos políticos, cabe esquecerem-se de si próprios, pondo a felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência. Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior número de ações louváveis." “Este princípio também se aplica ao país e à sociedade. O maior problema é o conflito existente no setor industrial, entre patrões e operários. A administração da produção efetuada por estes últimos é o que há de mais reprovável, porque se afasta completamente da ordem.” “O desrespeito à Lei não trará boas consequências, mesmo num regime democrático.” “Pelo exposto, a Política também precisará estar estruturada em três camadas, para uma boa atuação. Se assim não for, haverá distúrbios e incompreensão, o que gerará conflitos (...) a classe média, entre o povo, tem a função de harmonizar as classes alta e baixa.” E o que se vê privilegiar os ricos há ponto de se ver a notável desigualdade social, dar migalhas para os menos favorecidos para obtenção de votos e sufocar a classe média inclusive com impostos. • Regimes democráticos têm ocultado dominação, exploração e hegemonia. “Na política, que sempre funciona muito mal, o descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à

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delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro para o Japão e para o mundo. Essas observações que fiz cuidadosamente demonstram que o mal não é odiado. Os funcionários públicos conservam o autoritarismo feudal. Esfriam-se as relações entre familiares e aumenta a crise entre os educando, por ter-se abraçado a democracia de maneira deturpada. A bela capa da democracia oculta à exploração dos impostos e o sofrimento do povo sob a opressão do poder burocrático. O número de problemas desagradáveis é tal, que se torna difícil relacioná-los. A causa de tudo isto é uma generalizada despreocupação quanto ao sentido de justiça, acrescida do egoísmo de muitas criaturas, erroneamente consideradas “experientes”. Todavia, examinando os fatos, vemos que a sociedade atual não poderia possuir outras características. Chega a ser lógico. Em todas as épocas, os jovens possuem vigoroso senso de justiça e ódio ao mal. Ao deixarem os bancos escolares, no entanto, enfrentam uma realidade tão inesperada, que golpeia todas as suas convicções, dissolve seus velhos ideais e exige a reformulação de seus valores, para que eles adquiram a chamada “experiência da vida”. Qualquer manifestação do espírito de justiça cria mal-entendidos, suscita antipatia de superiores hierárquicos e dificulta-lhes o sucesso na profissão. Qualquer intenção de justiça é considerada como pedantismo ou inexperiência. A essa altura, o sentimento de justiça é posto de lado, num canto do coração, sendo substituído pelo “senso prático”. Considera-se, então, que o jovem se aprimorou na arte de viver em sociedade. Não digo que isto seja propriamente mau; contudo, o aumento de pessoas acomodadas afrouxa a estrutura da sociedade e facilita o aparecimento de corruptos e criminosos. A nossa realidade social torna patente o que acabo de afirmar.”

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• Felizmente, ladrão não é necessário no Mundo Ideal. “Deus construiu este mundo de tal forma que todas as coisas sujas fossem limpas. Por conseguinte, conseguir entender isso, realmente, é o ponto de vista amplo. Porém, não se deve falar muito sobre esse assunto porque, senão, acabarão pensando que o ladrão também é necessário. Podem interpretar erroneamente, logo, essas coisas devem ser compreendidas internamente.” • Esperteza e fraude são o que comanda as eleições. “No caso das eleições é a mesma coisa. Realmente, as leis e o controle são extremamente rigorosos e minuciosos, mas isso é apenas na aparência; na realidade, é considerado esperto aquele que consegue ludibriar a lei.” “Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc..” • Quando os sistemas e regimes vão maus é devido o governo e o povo terem aura debilitada. “Quando a política de um país vai mal, com certeza, seus dirigentes e representantes, bem como o povo, que sofre as consequências da má administração, têm aura fina. É um processo inevitável.”

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• Variedade de partidos e doutrina arcaica impede a disponibilidade à verdade e a harmonia. “De modo especial entre os japoneses, tal hábito tornou-se comum. Na verdade, é um indício de que a maioria segue inconscientemente a linha da inversão da verdade. (...) Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglo-saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no Japão existem muitas religiões e um número bem maior de facções políticas.” • A revolução cultural do Messias é atacada pelos políticos diante de uma ralé enganada. “Criar o Mundo de Miroku é transformar o mundo infernal em paradisíaco. Por isso, ocorrerá uma grande revolução jamais vista desde o início da humanidade. Não há nenhuma revolução tão grande como esta e, ao mesmo tempo, tão fácil de ser realizada.” “Há tempo, estou alertando para a chegada de um período de terror. Agora sinto que está próximo. O povo, contudo, ainda não percebeu as mudanças que começam a ocorrer.” “Os políticos do Japão, por exemplo, quando entram em contato com a Messiânica, julgam-na extremamente supersticiosa e lançam críticas através da impressa falada e escrita. Há, inclusive, alguns grupos que proíbem as pessoas de se aproximarem de nós. Por sua vez, o povo, enganado, não consegue compreender a verdade por nós divulgada; fica receoso e não faz referência alguma à Messiânica. Então, observando mais atentamente os fatos, podemos perceber que a maioria dos intelectuais, embora sem querer, impede a criação da nova cultura. Essa mesma atitude está presente tanto no Oriente

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quanto no Ocidente. Que o digam todos os precursores de ideias revolucionárias! (...) quando se propõem preceitos altamente inovadores sugerindo mudanças nas posturas preestabelecidas, seus autores são vítimas de perseguições e ataques cruéis, chegando, muitas vezes, a fatalidades irreversíveis. Foi o que aconteceu com Jesus, Sócrates, Galileu, Copérnico, Lutero, além de outros. Imaginem, então, os Ensinamentos da Messiânica! São conceitos bem mais revolucionários que os dos meus predecessores. Estão dois séculos à frente dos conhecimentos vigentes.” • Cargos e postos são ocupados por apegados, ardilosos e criminosos. “Muitos políticos, por exemplo, deixam de afastar-se da vida pública no momento oportuno, devido exatamente ao excesso de apego a uma posição de destaque. Chegam, por isso, às vezes, a situações deploráveis.” “(...) o problema não envolve apenas as pessoas das classes inferiores; ele vem de cima, começando por ministros, políticos, deputados e funcionários públicos, e atingindo até famosos empresários. Podemos dizer que poucas são as pessoas que não cometem crimes. Acontece que os criminosos que se mostram abertamente como tal, são apenas uma parte; costuma-se mesmo dizer que os que foram agarrados pelas malhas da lei não tiveram sorte, o que prova a existência de muitos crimes submersos, que não vêm à tona.” • Dirigentes e representantes do público têm que possuir caráter elevado e grande sabedoria. “O mesmo se pode dizer das personalidades públicas, como chefes de Estado, ministros, governadores, prefeitos,

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senadores e deputados, os quais têm ligações com o povo que governam, ou ao qual representam. Quanto mais alta for a posição ocupada por alguém, maior o número de elos espirituais existentes. Por isso, os dirigentes devem ter um caráter nobre para poderem exercer condignamente a sua função na sociedade.” • O extremismo partidário é prejudicial ao país e o povo, a solução é o método ‘Izunomê’. “Em síntese, 'lzunome' significa 'princípio imparcial', isto é, manter-se sempre no centro. Não é 'Shojo' nem 'Daijo': é Shojo e Daijo simultaneamente, ou seja, significa não tender aos extremos, nem decidir-se de maneira impensada. Naturalmente não podemos fugir à decisão de determinadas questões, mas a dificuldade está no julgamento. O espírito de ‘lzunome' assemelha-se à arte culinária: o alimento deve ser temperado na justa medida - nem doce, nem salgado. Assemelha-se também ao clima - nem quente, nem frio. É o clima agradável da primavera e do outono. Se os homens adotassem esse espírito e agissem de acordo com ele, seriam estimados por todos e tudo lhes correria bem. Entretanto, os homens de hoje mostram acentuada tendência ao radicalismo. Temos melhor exemplo na Política. Os políticos professam princípios radicais, denominando-os de partido direitista ou esquerdista. Como esses pensamentos estão associados à obstinação, eles vivem em conflitos. E tudo isso prejudica grandemente o país e o povo. O método 'lzunome' deveria ser adotado na Política; contudo, há pouca probabilidade de aparecerem políticos ou partidos que tenham consciência disso. A guerra origina-se, também, do choque gerado pela imposição de princípios extremistas.”

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• Ativismo político sem “ismos” e democracia é uma necessidade de todos. “Não se trata de comunismo, nem tampouco de socialismo, capitalismo ou democracia. Nascerá (...) a manifestação de uma profunda Administração de Deus.”

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HOMOSSEXUAL É DESTINO

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TEMA • Homossexual É alguém que: sente atração sexual por um ser do mesmo sexo (homos = mesmo; sexus = sexo); está sob a condição da homossexualidade, ou seja, de um modo de ser; pratica o homossexualismo, isto é, maneira de pensar e proceder. Homossexualidade é uma das quatro principais categorias de orientação sexual, juntamente com a heterossexualidade, a bissexualidade e a assexualidade. Enquanto orientação sexual, ela se refere a padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente ou exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo. O primeiro registro de uma união homossexual da história foi o de Khnumhotep e Niankhkhnum que foram serventes confidentes do rei Niuserré do Egito durante a V dinastia - cerca de 2400 a.C. O par é retratado durante um beijo na mais íntima pose na arte egípcia, e na tumba são mostrados se abraçando e de mãos dadas. Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença cristã. Muitas figuras históricas, como Sócrates, tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. No entanto, o homossexualismo esteve presente em todos os continentes. Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira

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de melhorar a sociedade; quando condenados, eram considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em alguns casos, proibidos por lei. Antigamente conhecida por nomes como "pecado nefando" ou "terceiro sexo", só em 1869, na Alemanha, o amor entre pessoas do mesmo sexo recebeu o nome científico de "homossexualismo". O médico, seu criador, que seria ele próprio homossexual, visava apresentar a atração pelo mesmo sexo como inata, portanto natural e não adquirida, para assim afastar a culpa por sua prática. Tal intenção lhe valeu a simpatia do mundo científico progressista da época. Na verdade, o tiro saiu pela culatra, pois o conceito científico foi englobado pela psiquiatria. Com isso, o amor entre pessoas do mesmo sexo deixou de ser matéria de pecado para tornar-se doença e, portanto, passível de tratamentos. Sua condenação transferiu-se da esfera da religião para a ciência, de modo que os padres foram substituídos pelos médicos como seus algozes. Desde meados do século XX a homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na maioria do mundo ocidental. Atualmente, as principais organizações internacionais de saúde (incluindo as de psicologia) afirmam que ser homossexual ou bissexual é uma característica compatível com uma saúde mental e um ajustamento social completamente normal; tais instituições médicas também não recomendam que as pessoas tentem alterar a sua orientação sexual. Desde 1973 a homossexualidade não é mais classificada como um transtorno pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento ao deixar de considerar a homossexualidade uma doença. No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a

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homossexualidade algo que não prejudica a sociedade. Em 1985, a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade. No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos. Entretanto, o estatuto jurídico das relações homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte (o Irã condena homossexuais ao enforcamento, enquanto a Arábia Saudita os apedreja). A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão; na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população, enquanto outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual. • Genética e/ou comportamento? A religião foi a primeira área do conhecimento humano a apresentar argumentos em relação ao homossexualismo. Mais tarde, com o desenvolvimento científico, vieram basicamente a

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psicologia comportamental e a biologia genética. Isso não quer dizer que não existiram outras áreas envolvidas neste tema como ambiente, neurociência, sexologia, antropologia, sociologia, demografia e direito. Grosso modo se pode dizer que existem os que acham que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina. Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX. Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontraram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal. Porém as evidências suportam a afirmação que “ninguém nasce gay”, pois como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha? Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro-imagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual. Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos, para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Alguns consideram essa discussão antiquada. Tão inútil insistir nela como discutir se a música escutada ao longe vem do piano ou do pianista.

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A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. Dos pais se herda o formato da rede de neurônios trazida ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocam tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se torna absolutamente irreconhecível e original. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais se podem evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível – garantir estímulos ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes – nunca se obteria duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma forma de agir e de pensar. Tapando o olho esquerdo de um recém-nascido por 30 dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascerem, os neurônios das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz na retina? Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por mulheres. Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um tem discernimento para escolher o comportamento pessoal mais

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adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si próprio suas preferências sexuais. Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos. Como o presente não faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitar a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistir no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana? • Comum e/ou natural? A parte que tantos outros decidem ignorar, é que ninguém nasce heterossexual também. Afinal, como brilhantemente apontou Freud, se vai indagar sobre as causas da homossexualidade, é igualmente pertinente se indagar sobre quais são as causas da heterossexualidade, já que "o interesse sexual exclusivo do homem pela mulher é também um problema que exige esclarecimento, e não uma evidencia indiscutível que se possa atribuir a uma atração de base química". O argumento de que a homossexualidade não é natural porque não leva à reprodução, não apenas ignora um grande número de comportamentos sexuais que também não levam à reprodução (sexo com métodos contraceptivos, em períodos inférteis, com pessoas inférteis, após a menopausa, anal, masturbação, etc.) como pressupõe que o instinto sexual tem como objetivo a reprodução. Dizer que o instinto sexual tem um objetivo já é certamente incorreto (é um pensamento

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teleológico, incoerente com a seleção natural), mas, mesmo se tivesse este não seria a reprodução, mas apenas sua satisfação. Basta lembrar que para Freud a homossexualidade é tão natural quanto à heterossexualidade e foi militante em sua época, fazendo frente a seus colegas que se recusavam a dar o título de psicanalista a homossexuais, assinando uma petição pela revisão do código penal e a supressão do delito da homossexualidade entre adultos que consentem, dentre outros. Não se pode esquecer também que em 1935, ele escreve uma carta endereçada a uma mãe que havia lhe solicitado ajuda em relação às condutas e comportamentos que ela considerava anormais por parte de seu filho. Ao que Freud respondeu: “Eu creio compreender, após ler sua carta, que seu filho é homossexual. Fiquei muito surpreso pelo fato que a senhora não mencionou esse termo nas informações que deu sobre ele. Posso eu, vos perguntar por que evitou esta palavra? A homossexualidade não é evidentemente uma vantagem, mas não há nada do que sentir vergonha. Ela não é nem um vício, nem uma desonra e não poderíamos qualificá-la de doença. Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e modernos, foram homossexuais, como Platão, Michelangelo e Leonardo da Vinci. É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como crime e também uma crueldade”. • Deixar de ser ou continuar sendo? A orientação sexual é algo mais complexo do que características inatas ou uma escolha. Diz-se que alguém tem determinada orientação sexual numa interseção entre como ele se comporta e, principalmente, como ele se vê. Se alguém diz que não é mais homossexual porque não mais tem relações com pessoas do mesmo sexo e não se considera mais homossexual, então não há nada que legitime dizer que ele ainda é homossexual. E existem muitas pessoas que se dizem ex-gays.

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A principal questão a respeito das terapias de reorientação sexual não é se conseguem alterar a orientação sexual ou não, mas sim por que se deveria fazer isso. Estas não são questões estritamente científicas, mas morais, éticas e, mais especificamente, teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser feito. Há quem acredite que a ciência não pode arbitrar questões como estas, pois o papel da ciência seria descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser. A respeito do por que, é relevante ressaltar, por exemplo, que quase todos proponentes das terapias de reorientação sexual são religiosos que justificam sua reivindicação com base em doutrinas religiosas. Estas doutrinas geralmente se referem à homossexualidade como “abominação”, “não natural” ou “doença”. Como já foi esclarecido, a Psicologia não dá respaldo para essas crenças, pelo contrário, traz evidências do exato oposto e, em parte por este motivo, há décadas não mais a entende como uma patologia. Seria um contrassenso uma terapia com objetivo de tratar algo que, por si só, não tem justificativa para ser tratado - a não ser a desaprovação moral de um grupo de pessoas. Seria algo análogo a propor uma terapia que trate o gosto por música porque um grupo de pessoas (por maior que seja) acha que gostar de música é errado. Por isso mesmo, alguns proponentes dessa terapia tentam convencer com a alegação de que alguém pode sofrer com sua homossexualidade, como as próprias pessoas com convicções religiosas que a condenam, e querer, por vontade própria, se ver livre de seus desejos homossexuais. Este é o argumento mais forte a favor das terapias de reorientação sexual. Mesmo assim, não é lá muito bom. Pois: - Pelas razões já expostas, temos fortes motivos para acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no mínimo com fortes desejos homossexuais;

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- Se a homossexualidade por si só não gera sofrimento, a principal causa do sofrimento com a condição homossexual é justamente a injustificada condenação da qual é alvo; - Ao legitimar a terapia de reorientação sexual, mesmo se conseguir aliviar o sofrimento do paciente, estaria contribuindo para a manutenção das convicções que condenam injustificadamente a homossexualidade e, consequente, produzem grande sofrimento em tantos outros homossexuais que existem ou ainda existirão. Estar-se-ia optando por consentir com aquilo que causa tanto sofrimento e suprimindo aquilo que é natural. Alimentaria o ciclo de sofrimento sendo que se pode contribuir para seu fim. Afinal, quais são as consequências desta terapia para o indivíduo? A maior pesquisa já feita sobre esta questão foi conduzida pela Associação Americana de Psicologia e traz dados assustadores. Há muitos relatos de que indivíduos que passaram por terapias de reorientação sexual passaram a apresentar depressão, confusão mental, disfunções sexuais, automutilação, ansiedade, abulia, pensamentos suicidas, dentre outros. Mesmo pesquisas conduzidas por adeptos da terapia de reorientação sexual admitem que em cerca de 50% dos casos há consequências danosas para o paciente. Anteriormente, foi feita analogias entre a homossexualidade e o canhotismo, para ilustrar outros pontos; no entanto, suprimir a homossexualidade tem consequências de proporções muito maiores do que suprimir o canhotismo. O ex-canhoto pode ter maior dificuldade para conseguir ter a letra bonita ou em outras atividades que exijam coordenação motora fina; em contrapartida, o ex-gay será privado de algo que compõe boa parte do que ele é – em outras palavras, será privado de si mesmo. Será que se deve legitimar uma terapia que, além de tudo, tem boas chances de trazer mais malefícios ao paciente do que benefícios?

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Sintetizando o que foi apontado ao longo do texto, pode-se entender que, para a Psicologia, a sexualidade humana é mais complexa do que imaginam. Ela tem bases biológicas, mas não existe orientação sexual sem interação com o ambiente: sem uma história de vida, o que engloba sua família, amigos, sociedade e tudo o mais que o cerca. A homossexualidade, por si só, não produz sofrimento no indivíduo e a maior causa de sofrimento com relação à própria sexualidade entre homossexuais é justamente a condenação infundada que sofre em seu meio. É possível que as terapias de reorientação sexual consigam alterar a orientação sexual de alguém, mas há boas chances de que não sejam bem-sucedidas e produzam mais sofrimento do que alívio, com alta probabilidade de gerarem graves danos psicológicos. Psicólogos que praticam ou advogam pela terapia de reorientação sexual estão ignorando todos estes fatos. Ou então estão sendo tão coerente quanto médico que, vivendo em uma cultura racista, concordam em retirar toda a pele de seus pacientes negros, substituindo-a por uma pele branca, em um perigoso procedimento que visa aliviá-los das mazelas decorrentes do preconceito. • Reino hominal e/ou reino animal? O comportamento homossexual em animais refere-se à evidência documentada de comportamento homossexual e bissexual em várias espécies não-humanas. Tais comportamentos incluem sexo, namoro e afeição entre animais do mesmo sexo. Embora o comportamento homossexual seja muito comum no mundo animal, parece ser muito incomum que os animais tenham uma predisposição de longa duração para se engajar em tal comportamento à exclusão das atividades heterossexuais.

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Uma das espécies em que a orientação homossexual exclusiva ocorre, entretanto, é a da ovelha domesticada, pois cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusam a acasalar com fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros carneiros do mesmo sexo. As girafas durante o acasalamento, quando nove em cada dez pares ocorrem entre machos. Pinguins-de-barbicha, onde do mesmo sexo são companheiros por toda a vida e recusam-se a formar um par com as fêmeas quando surge essa oportunidade. A observação do comportamento homossexual em animais tem sido usada especialmente contra a alegação de que é um "pecado contra a natureza". Eles também notaram que "nem todo ato sexual tem uma função reprodutiva. isso é verdade para os seres humanos e não-humanos." Isso parece ser difundido entre as aves (como os periquitos, pássaros australianos, machos da espécie “pato-real”) e os mamíferos sociais, particularmente os mamíferos marinhos (golfinho) e os primatas. Além desses, há registros bem mais antigos, como os de Aristóteles, que fez menção a hienas lésbicas. • Opcional ou impositiva? Para a Psicologia contemporânea não se nasce com uma orientação sexual e a homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade, a bissexualidade e quaisquer outras orientações sexuais, e também tão natural quanto ser destro ou canhoto. Assim como qual mão você tem como sua mão hábil, a homossexualidade não é apenas inata ou apenas comportamento – tampouco é só uma escolha. Funciona assim: 1. O organismo nasce com uma carga genética que determinará como ele responderá a determinados estímulos; 2. Parte dos genes apenas será “ativada” ao longo da vida deste organismo, alguns podendo até nunca se manifestarem,

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por precisarem de um contexto – um estímulo, um conjunto de estímulos – específico para que isso ocorra; 3. A partir do momento em que nasce (e até antes disso, com acontecimentos intrauterinos) o organismo passa a modificar o mundo e ser modificado por ele. Portanto, pensamentos e ações é resultado da ininterrupta interação entre o organismo e as coisas que lhe acontecem. Quando se trata de comportamentos, não se é nem biologicamente determinados nem psicologicamente determinados, mas frutos desta relação. Pode-se aprender a distinguir diversos sons (como aprender as notas musicais) que não distinguiria só por ter nascido, mas jamais conseguiria ouvir frequências de sons que o ouvido não é capaz de captar. Pode-se, ao contrário da maioria das pessoas, ter genes que facilitam que seja mais habilidoso com a mão esquerda, mas ser destro se for muito repreendido quando utilizou a mão esquerda para escrever. Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção pessoal, como muitos gostariam que fosse, ela simplesmente se impõe a cada um. Simplesmente, é! Um exemplo são os dos nativos americanos que desempenham um dos muitos papéis de gênero mistos. Tradicionalmente os papéis incluíam vestir roupas e executar o trabalho de ambos os sexos masculino e feminino. O termo dado a isto é “dois espíritos” ou “espíritos duplos” usualmente implica um espírito masculino e outro feminino vivendo no mesmo corpo. Por volta de 1991, foram "documentadas em mais de 130 tribos, em todas as regiões da América do Norte, entre cada tipo de cultura nativa".

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REFLEXÃO • Problemas com condenação sofrida pela sociedade? Aumento de doentes em hospitais e sanatórios. 7 de setembro de 1952, “Divina Providência”, no livro “Divino Mistério”: “Hoje em dia, esse é o caminho percorrido pela maioria das pessoas. Os hospitais e sanatórios estão sempre abarrotados e com falta de leitos. Esse problema se agravará cada vez mais, porque a tendência é aumentar cada vez mais o número de doentes, inclusive mentais, e de homossexuais. Por isso o mundo está tão estranho, conturbado e doente.” Tentativa de suicídio. No “Evangelho do Paraíso” em “O que é o amor”: “No tempo em que eu era comerciante, havia em meu escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos, estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era relacionado à arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T. Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida e intranquila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência, acabou contando-me tudo. Durante longo tempo, T. e U. mantiveram relações homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela

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noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame espiritual, constatando que ela estava com encosto. Era o espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U. Pude, então, compreender que era essa a causa do problema. Com a repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da moça. Consequentemente, como no despertar de um sonho, o amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas continuaram sendo simples amigas.” • Causa é encosto? “Os Japoneses e as Doenças Psíquicas”: “A verdadeira causa da doença psíquica é física e, ao mesmo tempo, fenômeno de encosto. Para os homens da atualidade, que receberam uma educação materialista, talvez seja um pouco difícil entender isso, o que é plenamente justificável, pois lhes incutiram na mente que não se deve acreditar naquilo que não que se vê. Porém, a Verdade é a Verdade, mesmo que a neguem. Se disserem que o espírito não existe, por ser invisível, terão de concluir que também não existe o ar nem os sentimentos. O espírito existe porque existe; o fenômeno de encosto também existe porque existe. Se não partirmos desse princípio, não poderei explanar a minha tese. Assim, é melhor que aqueles que negam firmemente a existência do espírito não leiam. Há pessoas que nos julgam supersticiosos, mas para nós elas é que o são; portanto, consideramo-las dignas de pena. Mostrarei, a seguir, por que eu afirmo que a doença psíquica é um fenômeno de encosto. Muita gente se queixa de ter o pescoço e os ombros enrijecidos. Creio mesmo que quase todos os japoneses se queixam disso. Aliás, pela minha longa experiência, posso afirmar que todas as pessoas apresentam esses sintomas. É raro

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alguém dizer o contrário, mas, em tais casos, o que acontece é que o pescoço e os ombros da pessoa se encontram tão rijos, que se tornam insensíveis à dor. Esse enrijecimento constitui a verdadeira causa da doença psíquica. Posso imaginar o espanto e a surpresa dos leitores, mas creio que, com o desenrolar da explicação, vão acabar compreendendo. Com o enrijecimento do pescoço e dos ombros, as veias que levam o sangue ao cérebro ficam comprimidas, causando anemia na parte frontal da cabeça. Aí está o problema, pois a anemia cerebral não se resume numa simples anemia. Como o sangue é espírito materializado, ela não é senão a falta de células espirituais que alimentam o cérebro, provocando o enfraquecimento espiritual, causa imediata da doença psíquica. Os espíritos aguardam essa oportunidade para encostar. A maioria é de animais como raposa, texugo e, mais raramente, cães e gatos, e sempre é um espírito desencarnado. Pode haver, também, encosto simultâneo de espírito humano e animal. Analisando o pensamento humano, diremos que ele é constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos. Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou pequena, necessita-se da vontade, a qual provém de uma função

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situada em determinado ponto da zona umbilical. Essa é a origem de todas as ações, e a união dos três elementos - razão, sentimento e vontade - constitui a trilogia do pensamento. O enfraquecimento espiritual na parte frontal da cabeça provoca insônia. Esta, na maioria das vezes, é causada por pontos solidificados na zona occiptal direita, que comprimem as veias. Como a insônia acelera o enfraquecimento espiritual, os espíritos aproveitam a oportunidade para encostar. A parte frontal da cabeça é a sede de comando do corpo, e o espírito, ocupando essa parte, consegue dirigir livremente o indivíduo. Ele tem interesse em utilizá-lo à sua vontade, pois com isso se torna influente entre os companheiros. O ser humano nem pode imaginar como é grande esse interesse. Brevemente, baseando-me nas minhas observações, pretendo escrever sobre os espíritos de raposa. Conforme eu vinha explicando, a razão controla constantemente o sentimento - que é o instinto do ser humano - cuidando para este não cometer erros. Por isso o homem pode, mesmo precariamente, levar uma vida normal, pois o instinto está sendo dominado pela razão que, funcionando como lei, mantém a ordem na vida. Portanto, se o homem perde a força dessa lei, o sentimento se desvia, livre e desenfreado. Eis o que é a doença psíquica. Sabedor de que a lei está brilhando dentro da parte frontal da cabeça do homem, o espírito desejoso de dominá-lo encosta num certo ponto, objetivando aquela região. É claro que, se a pessoa estiver com a plenitude de sua energia espiritual, não há possibilidade de encosto. A força de atuação do espírito é variável. Se na parte frontal da cabeça a energia espiritual da pessoa for de 100%, o encosto é impossível; se for 90%, o espírito encostará 10%; no caso de se tornar 80, 70, 50 ou 40%, o espírito encostado conseguirá manifestar uma força de 20, 30, 40, 50 ou 60%. Quando a força da razão é 40%, torna-se impossível controlar a

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força do sentimento, que é 60%; assim, o espírito encostado pode governar livremente o homem. Como explanei no início, o enrijecimento do pescoço e dos ombros comprime as veias e causa o enfraquecimento espiritual, propiciando ao espírito encostado atuar na mesma proporção desse enfraquecimento. Atualmente, todo mundo está nessas condições. Pode-se dizer, portanto, que não há ninguém com energia espiritual total; até que são respeitados na sociedade pela sua integridade moral, têm deficiência de mais ou menos 20 a 30%. Às vezes acontecem coisas que nos levam a perguntar: Por que uma pessoa tão maravilhosa cometeu tal erro? Será que não entendeu aquilo? Por que será que falhou? E outras perguntas semelhantes. A razão de tais atitudes está nos 20 ou 30% de deficiência da energia espiritual da pessoa. Entretanto, essa porcentagem não é fixa; está constantemente oscilando. Mesmo quando tomam atitudes louváveis, os homens têm cerca de 20% de deficiência; quando têm maus pensamentos e por algum motivo cometem um crime, estão com aproximadamente 40% de deficiência. Isso é o que vemos acontecer com freqüência. Quando retorna aos 20%, em geral a pessoa se arrepende do que fez. Segundo um dito popular, ela foi tentada pelo demônio. O normal é ter-se de 30 a 40 % de enfraquecimento da energia espiritual, mas, conforme o motivo, a qualquer momento essa porcentagem pode ultrapassar os 50%. Nesse caso, as pessoas cometem crimes inesperados. Um exemplo disso é a histeria, cuja causa, quase sempre, é o encosto de um espírito de raposa, o qual domina a razão e, levado pelo ciúme ou pela ira, atua com uma força que excede o limite dos 50%. Assim, as pessoas fazem escândalos ou falam coisas incoerentes, nas quais nem estava pensando. Mas isso não continua por muito tempo, porque aquele limite de 50% novamente se reduz. Sendo assim, o homem deve fazer o possível para manter o limite de no máximo 30% de enfraquecimento da sua energia espiritual; se chegar a 40% já é perigoso.

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Creio que, tomando conhecimento do que acabamos de explicar, poderão compreender perfeitamente por que há tantos criminosos hoje em dia. Como o espírito encostado é de animal, se a sua força de atuação ultrapassar o limite dos 50%, temporariamente o espírito da pessoa ficará nas mesmas condições daquele, embora a aparência seja de ser humano. A diferença mais notável entre o homem e o animal é que o primeiro tem capacidade de reflexão, mas o segundo não tem. A vontade do animal é apenas matar a fome, mas, como a ganância do homem é limitada, uma vez que ele manifesta características animais, revela uma crueldade inimaginável. Como eu falei, já não existe ninguém cujo espírito seja 100% forte, todas as pessoas - umas mais, outras menos - são influenciadas pelo encosto de um espírito; assim, proporcionalmente à força de atuação desse espírito, todas sofrem de doença psíquica. Falando sem reserva, não é exagero afirmar que todos os japoneses, sem exceção, são doentes mentais, mesmo que em pequena proporção. Vou relatar minha experiência sobre isso. Diariamente encontro dezenas de pessoas e converso com elas sobre vários assuntos, mas posso dizer que todas cometem falhas, que todas fazem coisas esquisitas; até mesmo as que merecem consideração social, embora nestas, normalmente, as falhas não sejam percebidas. Sendo assim, creio que podemos dizer que a doença psíquica em menor grau está generalizada. E não é só o que as pessoas dizem, mas também o que fazem. Pelas atitudes do dia-a-dia percebe-se claramente que quase ninguém tem bom senso. As criaturas não mostram o mínimo interesse pela etiqueta e pelas boas maneiras. Em geral, quando entram na sala e me cumprimentam, olham para lugares como a parede, o jardim, etc. Há algumas que são cheias de mesuras, e outras, ao contrário, secas demais, pelo que se pode concluir que todo mundo é doente psíquico em pequeno grau.”

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• Encosto de animais homossexuais é devido ao destino ou predestino? “Destino e Liberalismo”: “Como sempre me fazem perguntas sobre predestinação e destino, explicarei a diferença entre ambos. A predestinação é algo atribuído a uma pessoa em caráter definitivo, e de maneira alguma pode ser mudada. Já o destino é livre, dentro dos limites da predestinação, e, dependendo do esforço de cada um, pode-se atingir o nível mais alto ou, ao contrário, decair ao nível mais baixo.” “Nós é que Traçamos o Nosso Destino” “Ao falar em destino, devo esclarecer primeiramente que as pessoas confundem predestinação com destino. A diferença, no entanto, é radical. Devemos entender por predestinação certas condições a que estamos sujeitos antes mesmo do nascimento, ao passo que o destino depende inteiramente do homem. A não realização de diversos desejos deve-se à predestinação, da qual estamos impossibilitados de nos livrar. O importante é conhecer o seu limite, o que é difícil, ou seja, quase impossível. O desconhecimento desse limite faz o homem traçar planos superiores à sua capacidade e ter esperanças descabidas, que o levam ao fracasso. Se, consciente do seu erro, ele voltasse imediatamente ao ponto de partida, certamente sofreria menos, mas a ignorância da predestinação o impele a prosseguir, aumentando sua desgraça.” Alguns possíveis exemplos de predestino são: linhagem, filiação, nascimento, naturalidade, nacionalidade, raça, carmas, missões; já o destino depende do esforço feito para se atingir nível mais alto ou mais baixo desse plano, para se receber suas vibrações como, por exemplo, fazer uma visita a condenado na cadeia ou conviver com seu líder religioso.

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Dizem-se possíveis exemplos, pois existem tentativas de mudança como a raça como o despigmentante para a pele. O mais utilizado é a hidroquinona, que tem seu uso banido em alguns países, como por exemplo, na França, por suspeitas de poder causar riscos de câncer. E o sexo? Mudança de sexo se refere à alteração das características físicas sexuais de uma pessoa, através de cirurgia ou de tratamento com hormônios (ou ambas as alternativas). No entanto, a expressão "mudança de sexo" é totalmente imprecisa, pois o sexo é geralmente determinado por quatro fatores: Cromossomos; Gônadas (ovários e/ou testículos); Hormônios; Características sexuais primárias, e também às vezes, características sexuais secundárias. E nem todos estes fatores podem ser mudados: Cromossomos não podem ser mudados; Gônadas podem ser removidas, mas não substituídas; Hormônios podem ser facilmente trocados; Características sexuais existentes podem, até certo ponto, ser alterados; as existentes, principalmente através de cirurgia, e as não existentes podem ter seu crescimento induzido através de hormônios. Por exemplo: mudar a anatomia genital masculina para uma genitália feminina de aparência e funcionamento bom ou excelente é algo complicado, mas inteiramente possível. Porém, o processo de mudança da anatomia genital feminina numa genitália masculina funcional é algo extremamente complicado e muito frequentemente mal-sucedido; o funcionamento, na melhor das hipóteses, é limitado. E a questão referente ao carma e a missão do sexo? Por exemplo, uma mulher na última reencarnação que abandonou o marido com os filhos e veio nesta encarnação com a missão de serem marido e pai fiel e provedor para resgatar aquele carma. Em resumo: embora seja algo extremamente desagradável retomar ao homossexualismo como uma doença, agora não física, mas sim espiritual, como encosto de animais homossexuais devido à predestinação, essa é a hipótese.

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TERCEIRA IDADE É POÇO DE IGNORÂNCIA

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TEMA Terceira Idade, ou seja, os idosos, é a última fase da vida. Antes se têm as crianças, adolescentes, jovens e adultos. A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosa as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. No mundo inteiro, o número de pessoas com 65 anos de idade ou mais está crescendo mais rapidamente que antes. A maioria desse incremento acontece nos países desenvolvidos. O estudo a respeito do processo de envelhecimento é chamado de gerontologia, e o estudo das doenças que afetam as pessoas idosas é chamado de geriatria. As pessoas idosas têm habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais que expõem a perigo a qualidade de vida dos idosos. Podendo levar à síndrome da fragilidade, conjunto de manifestações físicas e psicológicas de um idoso onde poderá desenvolver muitas doenças. E daí: a terceira idade com todos esses problemas está condenada a ser infeliz? Alguns acham que não, para isso bastam que os idosos cumpram os sete mandamentos para uma terceira idade feliz, quais sejam: 1º Mandamento: Ser solidário Altruísmo, aquele que faz pelos outros o que gostaria que se fizesse por ele. Essa regra áurea de amor ao próximo é muito importante para se ter sucesso na Terceira Idade; 2º Mandamento: Perdoar Não guardar mágoas, cultivar histórias mal resolvidas, sem fechar essas portas de vez, pode ser tão prejudicial quanto não controlar o colesterol;

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3º Mandamento: Ser grato. Saber agradecer a tudo: aos pais, aos filhos, à família, à escola, etc., com certeza lhe fará ser uma pessoa mais feliz. Logo, a saúde também se constrói com gratidão. Devemos nos lembrar de que viver é estar sempre à espera de uma atitude positiva; 4º Mandamento: Não se sentir doente (mesmo que esteja). É outra revelação da ciência: envelhece bem quem, mesmo doente, não se sente doente; 5º Mandamento: Reinventar a aposentadoria. Ter uma ocupação é um dos principais mandamentos do envelhecer saudável. Procure manter-se em atividade, mesmo que seja em um trabalho voluntário (creches, asilos, etc.); 6º Mandamento: Ser feliz no casamento. Foi uma das grandes descobertas da Universidade de Harvard: um casamento feliz na maturidade quase sempre leva a um bom envelhecimento; 7º Mandamento: Gostar de Viver. Este é o último ensinamento da pesquisa: ainda que todos tenham problemas, por piores que pareçam, envelhecer e ser feliz não é sonho, pois, para isso, podemos também contar com a ajuda do outro, das pessoas boas que passam por nós. A doença, a fragilidade, a inatividade, a dependência e a solidão, são imagens que devem ser afastadas da Terceira Idade. A família deve assumir a sua importância e responsabilidade perante o idoso; compreendendo-o, apoiando-o e protegendo-o, pois esse comportamento é importante para a construção e consolidação desta fase feliz da existência, que é a do envelhecimento com dignidade, com plena transmissão de experiência e sabedoria. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da Conferência Nacional dos Bispos da Brasil (CNBB), e arcebispo de Palmas, no Tocantins, dom Pedro Brito Guimarães falou aos jornalistas sobre a importância dos idosos:

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“Por trás de uma pessoa de mais idade tem um poço de sabedoria, uma cultura. Um saber que é importante a gente valorizar”, “A cultura ocidental não valoriza os idosos, como outras culturas valorizam”. No entanto, existem outras pessoas que não pensam assim. Uma delas é a Imaculada Virgínia Pereira Souto, com 54 anos, que se considera honesta ao escrever o artigo “Detonando a lorota de que os velhos são poços de sabedoria”. Neste ela diz; “Os velhos em geral são feios, fracos de força e de saúde, frustrados, ignorantes, com pouca instrução, preconceituosos, atrasados. E como sabemos bem, os velhos têm alguns neurônios a menos e muitos têm Mal de Alzheimer. Eles têm que ter alguma coisa pra não ficarem por baixo. Daí veio aquela de associar cabelos brancos com sabedoria. Pra começar, qualquer imbecil vai ter rugas e cabelos brancos se viver o bastante pra isso. Dizem alguns que quando morre um idoso perde-se uma biblioteca. Muitos velhos não têm uma biblioteca pra ensinar, perderam a humildade e a educação pra ouvir e aprender da vida e das outras pessoas. E os velhos sabem tudo sobre qualquer coisa. Só quando alguém que realmente sabe se manifesta eles são obrigados a baixar a cabeça. E se eles não sabem sobre alguma coisa, ela não é tão importante assim. Hoje uma pessoa com 30 anos tem mais inteligência, escolaridade, conhecimentos e até experiência de vida que uma de 60 ou 70. Os idosos nunca foram essa autoridade em vida que tantos falam, foi só os pais pararem de escolher com quem os filhos vão se casar com 18 anos pra eles serem desmascarados. E em lugares onde os idosos não são exaltados só por serem velhos acontece a bizarrice da tal “melhor idade”, onde o pé na cova quer juntar o idoso de antigamente com o jovem de hoje. A idosa que o marido nunca viu sem roupa ficou viúva e tenta dar uma de piriguete com o namorado novo, e adorando

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não pagar ônibus. Ou seja, eles mesmos sabem que não estão com essa bola toda. Não é por acaso que nenhum país que reverencia os idosos está no Primeiro Mundo, pelo menos por isso. Das culturas que veneravam os velhos a maioria desapareceu ouvindo lendas de velhotes analfabetos e não deixou nada que preste. Um país onde se cultua os antepassados é o Vietnã. E o que é o Vietnã? Como alguém já disse, “o tempo não faz sábios, faz velhos”. Mas, o que pensar sobre os idosos? Eles têm sabedoria ou é apenas uma conversa fiada? Orientado ou desorientado? Feliz, alegre, próspero e satisfeito ou um infeliz, triste, mal-aventurado e deprimido?

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REFLEXÃO Tendo em vista que a dúvida é o princípio da crença se deixa uma série de indagações se o idoso tem conhecimento a respeito destas. • Sabedoria depende da idade espiritual? "Existem pessoas sábias e pessoas ignorantes. Por que? Pela diferença de idade entre suas almas: as primeiras têm alma velha; as segundas têm alma nova. A alma velha, por ter reencarnado muitas vezes, possui uma larga experiência do mundo, ao passo que a nova, por ter sido criada recentemente no Mundo Espiritual, tem pouca experiência, motivo pelo qual é mais ignorante. Como vemos, também há um processo de procriação no Mundo Espiritual." • E o que fazer com uma idade material? “Em verdade, o homem tem que utilizar o corpo e a mente de acordo com sua idade.” • Qual é o tempo de duração da vida humana? ““Quando o Criador criou o ser humano, determinou claramente a duração de sua vida. Esta, como me foi mostrado por Deus, deveria ser de 120 anos no mínimo, com possibilidades de chegar até aos 600 anos. Se os homens, portanto, não incorressem em erro, poderiam atingir normalmente a idade de 120 anos e sua existência seria então repleta de esperanças. Além de uma vida longa, gozariam sempre uma saúde vigorosa,

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sem jamais se preocuparem com doenças. E a terra se tornaria realmente um paraíso.” “Explicarei, agora, em poucas palavras, o que é morte natural e morte antinatural. Morte natural é aquela que ocorre naturalmente, quando chega a hora de morrer. A morte antinatural quando causada por doença ou outros motivos. Levando em conta a idade dos homens contemporâneos, não haveria muito erro em dizer que, antes dos noventa anos, a morte é antinatural, e acima dessa idade, é natural.” “A respeito da idade dos 'sen'nin", li que o recorde foram oitocentos anos, atingido por uma só pessoa, sendo que algumas atingiram de quinhentos a seiscentos anos; para os "sen'nin", morrer entre duzentos e trezentos anos era morte precoce. Certa vez eu vi a árvore genealógica da família Takeshiuti-no-sukune, onde constava que a pessoa de vida mais longa dessa família viveu trezentos e quarenta e nove anos; alguns viveram mais de trezentos; na faixa dos duzentos havia mais de dez. Chegando à época moderna, a idade diminuiu: no final da Era Tokugawa, mantinha-se na faixa dos cem; na Era Meiji, estava entre noventa e oitenta anos. Eu acharia interessante pesquisarem o fenômeno. Nesse registro, consta que os Takeshiuti, durante várias gerações, sempre tomaram chá de folha de espirradeira. Daí se pode concluir que essa planta tem relação com a longevidade das pessoas da referida família ou foi a causa da gradativa redução do seu tempo de vida.” • Alimentação vegetariana favorece longevidade com qualidade? “As pessoas de idade avançada, que já não precisam ter ambições, é melhor ingerirem maior quantidade de verduras e legumes.” “Os alimentos que mais contêm os elementos essenciais para a perfeita nutrição do ser humano são os vegetais. Os

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monges zenbudistas normalmente chegam a uma idade mais avançada do que as outras pessoas, porque se alimentam com simplicidade. O escritor inglês Bernard Shaw, que faleceu aos 94 anos, foi um vegetariano notório.” “Na minha mocidade, quando estava condenado a morrer de tuberculose, eu ingeria grande quantidade de alimentos de origem animal mas, por certo motivo, descobri o erro acerca disso e então passei a me alimentar com verduras. Desde então, fui me restabelecendo vigorosamente e descobri que a medicina era omissa. Parei, então, de tomar remédios e continuei por três meses consecutivos com a alimentação vegetariana. Com isso, restabeleci-me completamente dessa enfermidade e adquiri mais saúde do que antes de adoecer. A partir dessa ocasião, contraí outras doenças, mas a tuberculose desapareceu por completo, e hoje, com 68 anos de idade, sou um velho cheio de vigor, que supera qualquer jovem. Se naquela ocasião não tivesse despertado para a alimentação vegetariana, certamente não estaria mais vivo. Cada vez que penso nessas coisas, sinto arrepios.” “Não seria também impossível ao homem ultrapassar facilmente os cem anos de idade, caso respirasse ar puro, bebesse água límpida e se alimentasse de produtos cultivados em solo isento de qualquer substância tóxica, e não usasse componentes químicos estranhos ao organismo como, por exemplo, os medicamentos. Se os seres humanos procurassem estabelecer para si mesmos um padrão existencial de acordo com a Lei da Grande Natureza, com certeza, teriam uma existência sem doenças nem infortúnios.” • Medicina encurta a existência? “Mas em que consiste o erro? A causa, por incrível que pareça, é precisamente a medicina. Ilustrarei a tese dos 120 anos

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com uma alegoria, dividindo a vida humana em quatro estações: primavera, verão, outono e inverno, janeiro, fevereiro e março são os três meses da primavera. Considerando como Ano Novo o dia do nascimento, em janeiro temos o período da infância. Fevereiro, quando as ameixeiras se cobrem de flores, corresponde ao período da adolescência. E na época em que começa a florir as cerejeiras, o homem tornou- se independente, lançando-se no mundo. Segue-se o mês de abril, quando a floração das cerejeiras atinge o seu clímax. Nesse período, que se estendem até os 40 anos, o homem, de coração alegre e despreocupado, está no auge de suas atividades. Dizem que aos 42 anos o homem atinge uma idade crítica. Poderíamos compará-la ao período em que desabam as tempestades, despetalando as flores da noite para o dia. Nos meses de maio, junho e julho, que correspondem à estação do verão, novas e luxuriantes folhagens verdes começam a brotar, até que os galhos fiquem pesadamente carregados de frutos. Passada essa estação, a temperatura começa a declinar e chega finalmente o outono, época de sazonamento e do inicio das colheitas. Assim também é com o ser humano, que vê amadurecerem, nessa época, os frutos de seu árduo labor de longos anos. Concluída uma fase de seu trabalho, ele adquire respeitabilidade e, enquanto vê os seus netos se multiplicarem, ingressa no ditoso período final de sua vida. Fazendo uso de suas diversas experiências e da confiança que granjeou, dedica-se a ajudar os outros e a beneficiar o mundo, na medida de suas possibilidades. Ao fim desse decênio, tendo atingido os 90 anos, começa a estação invernal e o homem pode passar o resto de seus dias apreciando a Natureza. A menos que prefira prosseguir com suas atividades, pois tem condições de trabalhar até o fim de sua existência. Pelo exemplo citado, vemos que a duração da vida coincide perfeitamente com as quatro estações. Esse ponto de vista é o mais apropriado para substanciar a tese dos 120 anos.

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Quando as terapêuticas medicinais tiverem desaparecido, viver até os 120 anos não será algo prodigioso.” “Depois dos três órgãos principais, os rins exercem o p a p e l m a i s i m p o r t a n t e n o o r g a n i s m o . C o m o a p r ó p r i a m e d i c i n a r e v e l a e s s e ó r g ã o r e c o l h e u m i m p o r t a n t e h o r m ô n i o d o s a n g u e c o n c e n t r a d o n o s e u i n t e r i o r e r e m o v e p a r a a b e x i g a a u r i n a , q u e é l í q u i d o r e s i d u a l a s e r e x p e l i d o ; S e o s r i n s e s t i v e s s e m f u n c i o n a n d o p e r f e i t a m e n t e , t u d o t r a n s c o r r e r i a d e acordo com essa explicação. Entretanto, na realidade, conforme o avanço da idade – de criança para adolescente de adolescente para jovem e mais tarde, para a senilidade – é muito normal à debilitação gradativa do seu funcionamento; a causa consiste no atrofiamento dos rins. Qual o motivo desse atrofiamento? Conforme foi dito anteriormente, quando os rins p r o c e d e m à s e p a r a ç ã o d a s s u b s t â n c i a s ú t e i s e n ã o ú t e i s , h á c a s o s e m q u e a e l a s s e m i s t u r a u m c o r p o m u i t o e s t r a n h o . N e m e p r e c i s o d i z e r : q u e e s s e c o r p o e s t r a n h o é a t o xina dos remédios. Como ela é e l iminada? A toxina não se t ransform a n e m e m hormônio e n e m e m u r i n a . P or i s s o , e l a s e i n f i l t ra n a s par e d e s d o s r i n s e , a o p e n e t r a r n a p a r t e d o r s a l , v a i s e a c u m u l a n d o a o s p o u c o s . Q u a n d o e s s a s t o x i n a s v ã o s e s o l i d i f i c a n d o e c o m e ç a m a p r e s s i o n a r o s r i n s , e s t e s vão s e a t r o f i a n d o g r a d a t i v a m e n t e , a c a r r e t a n d o à d i m i n u i ç ã o d a p r o d u ç ã o d e h o r m ô n i o s ( n a m a i o r i a d o s c a s o s e s s a e a c a u s a d a f r i g i d e z ) ; a o m e s m o t e m p o , a e l i m i n a ç ã o da u r i n a t a m b é m v a i s e t o r n a n d o d i f í c i l . C o m o u m p o u c o d a u r i n a e x t r a v a s a e a d i c i o n a - s e a t o x i n a d o r e m é d i o , o v o l u m e d o n ó d u l o de t o x i n a

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a u m e n t a r á s i g n i f i c a t i v a m e n t e , p a s s a n d o a s e a c u m u l a r e m c a d a l a d o d a c o l u n a v e r t e b r a l . I s s o v a i s e e s t e n d e n d o p a r a c i m a até a l c a n ç a r a s p r o x i m i d a d e s d o p e s c o ç o e d o s o m b r o s , é esta a c a u s a d o e n r i j e c i m e n t o d o s o m b r o s e p e s c o ç o . ” • Morte e reencarnação? “Quando o corpo, devido à doença ou à idade avançada, torna-se imprestável, o espírito abandona-o e vai para o Mundo Espiritual. Aí ele deve se preparar para renascer no Mundo Material, ou seja, reencarnar. Este preparo constitui o processo de purificação do espírito." “Desde os tempos antigos, de vez em quando têem surgido crianças-prodígio. No Ociente, segundo ouvimos dizer, existiram grandes músicos que, aos seis ou sete anos de idade, já tocavam muito bem piano ou violino, e, com pouco mais de dez anos, compunham esplêndidas melodias. Conta-se que o famoso Schubert, dos dez anos proximadamente até sua morte, ocorrida quando ele estava com trinta e um anos, fez mais de quinhentas composições. Por isso, não há dúvidas de que tenha sido um gênio. Mas há uma causa especial para o nascimento desses gênios. Naturalmente, através da ciência materialista é impossível imaginá-la, mas precisamos conhecê-la. Nós explicamos o fato pela ciência espiritual. No caso de um músico, por exemplo, as causas podem ser duas. Uma é a reencarnação do espírito de um grande músico; a outra, fenômeno de encosto.” “Outro ponto interessante a ser considerado é que diversos recém-nascidos têm feições enrugadas como as de um ancião. Somente dois ou três meses após a sua chegada à Terra,

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adquirem a fisionomia de bebê. Esse fato se explica por terem na vida anterior atingido uma idade bastante avançada.” • Preocupação ou distração? “As pessoas de idade, por sua vez, podem a qualquer momento viver a tragédia de um derrame cerebral que lhes paralise metade do corpo, prendendo-as ao leito durante anos a fio.” “Dependendo da força de seu poder curativo natural, a capacidade purificadora de cada pessoa será mais forte ou mais fraca. Há muitos tuberculosos entre os jovens, porque neles é mais intensa a força purificadora, que diminui na meia idade e na velhice. Eis porque as doenças contagiosas atingem mais os jovens e as crianças.” “Quem dedicava ao lado de Meishu-Sama comumente recebia pedidos de graça feitos pelos membros através de telegrama ou telefonemas. Nessas ocasiões, quem recebia o pedido tinha de ir logo comunicá-lo a Meishu-Sama oralmente, dando pormenores como a idade, o sexo, o endereço e a purificação da pessoa. Então, Meishu-Sama dizia: "Está bem", e ele mesmo fazia o pedido de graça.” No entanto: “Naquela época Meishu-Sama dizia frequentemente; "Em todos os cinemas que vou, não há nenhum espectador de idade tão avançada como eu". Realmente, isso era verdade, e pude sentir a sua paixão incomum pela arte cinematográfica.” “Exemplifiquemos: sempre que caminho pela cidade, sinto que, se não houvesse lojas, residências e prédios ao redor, e eu não pudesse ver o verde das árvores da rua ou dos jardins das casas, mas apenas uma parede semelhante à de um presídio de uma só cor sombria, prolongada em linha reta, talvez eu não suportaria andar sequer alguns quarteirões. Assim, a bela visão proporcionada pelo rico colorido das casas, pelas diferentes

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feições e expressões das pessoas, com sua maneira característica de se vestir e de andar - a exuberância dos jovens exibindo a moda; as pessoas de idade, os recém-chegados do interior - enfim, os infinitos aspectos que encontramos, cada um com algo de interessante, é que nos permitem andar pela rua sem entediar-nos. (...) O mundo é realmente uma arte criada pela Natureza e pela mão do homem. É por isso que vale a pena viver.” • Ser altruísta “Depois que Meishu-Sama ascendeu, um homem, veio a mim e disse com pesar: "Eu pensei que Meishu-Sama vivesse muito mais tempo, até uma idade bem avançada; mas em vez disso ele teve uma vida curta". Na verdade ele viveu menos anos do que a maioria das pessoas esperava, mas mesmo assim deixou atrás de si, um número imenso de feitos relevantes. Eu acredito que tudo isso vale por uma vida bastante longa.” “Na minha medicina a um ponto muito importante, quem quer que seja pode realizar o tratamento após um curso de treinamento. Mesmo as pessoas que não possuem conhecimentos acerca da medicina, sem distinção de idade ou sexo, podem realizar. Além do mais, após mais ou menos um ano de treinamentos a pessoa já consegue realizar a cura de doenças que vários médicos acham estranhas e casos como esse ocorrem inúmeras vezes no dia-a-dia. Estou expondo a realidade nua e crua, mas estou preocupado, pois as pessoas podem achar que sou exagerado.” “Naturalmente, Meishu-Sama envelheceu mais quando viveu Seus dias atribulados. Quando atingiu a idade em que a maioria das pessoas fica mais lenta, Ele parecia nem mesmo pensar sobre isso, trabalhando, ao contrário, tão arduamente como nunca, pela felicidade dos outros, em todos os lugares.”

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VÍRU DA AIDS É DE ORIGEM CONHECIDA

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TEMA • AIDS É a sigla de “acquired immunodeficiency syndrome”, isto é, “síndrome de imunodeficiência adquirida”, que em português: SIDA. Esta síndrome é uma reunião de sintomas que destrói o sistema imunológico, deixando o organismo frágil a doenças causadas por outros vírus, bactérias, parasitas e células cancerígenas, levando a uma pandemia, ou seja, a uma doença infecciosa e transmissível, que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. Exemplos de pandemia se tem, além da AIDS, a tuberculose, a gripe espanhola, gripe asiática, peste e tifo. Já o

câncer, responsável por inúmeras mortes, não é considerado uma pandemia porque não é uma doença contagiosa, ou seja, não é transmissível. O vírus ebola e outras doenças rapidamente letais como a febre de hemorragia boliviana são doenças altamente contagiosas e mortais com o potencial teórico de se tornar pandemias no futuro. Em torno do século XXI, o Secretário de Estado dos EUA – Colin Powell – declarou que “Nenhuma guerra na face da Terra é tão destrutiva como a pandemia da AIDS.” A primeira notícia oficial a respeito dessa doença apareceu na década de 80 onde mais tarde o diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre AIDS disse: “Nenhum de nós, que vivenciamos aqueles primeiros tempos da AIDS, poderia imaginar o tamanho da epidemia em que ela se converteu”. Estima-se que mais de 36 milhões de pessoas estejam infectadas e que outros 22 milhões já morreram dos seus

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efeitos. Isso apesar do uso da terapia de drogas antirretrovirais, especialmente nas nações mais ricas. A AIDS invade a África, bem como os índices de infecção também aumentam rapidamente na Europa Oriental, na Ásia e no Caribe. No Brasil, em 2014, os casos entre jovens aumentam mais de 50% em seis anos. Em 2001 numa reunião de especialistas em AIDS essa doença foi declarada “a mais devastadora pandemia na história humana” e os indicativos são de que aumentará ainda mais. Embora, na atualidade, observando os dados numéricos médios anuais se pode dizer que existiram outras pandemias mais devastadoras como: tuberculose com um bilhão de mortos entre 1850 a 1950, o que resulta na média em 330 milhões por ano; gripe espanhola com 20 milhões de mortos entre 1918 e 1919 donde 10 milhões; enquanto, a AIDS não chega há um milhão de falecidos. Porém, a descoberta da AIDS não foi nada fácil. Ela foi observada clinicamente pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos. Os casos iniciais ocorreram em um grupo de usuários de drogas injetáveis e de homens homossexuais que estavam com a imunidade comprometida sem motivo aparente. Eles apresentavam sintomas de pneumonia por um fungo (PCP), uma infecção oportunista incomum até então, conhecida por ocorrer em pessoas com o sistema imunológico muito debilitado. Pouco depois, um número inesperado de homens gays desenvolveu um tipo de câncer de pele raro chamado sarcoma de Kaposi (SK). Muitos mais casos de PCP e de SK surgiram, quando um alerta foi dado ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que enviou uma força-tarefa para acompanhar o surto. Nos primeiros dias o CDC não tinha um nome oficial para a doença e referia-se a ela por meio das condições clínicas associadas como, por exemplo, a linfadenopatia (se refere à dilatação de um ou mais gânglios linfáticos), chamando-a de

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"linfadenopatia generalizada persistente". Eles também usavam "Sarcoma de Kaposi e infecções oportunistas". Em determinado momento, o CDC cunhou a frase "a doença dos 4 H's", uma vez que a síndrome parecia afetar haitianos, homossexuais, hemofílicos e usuários de heroína. Na imprensa geral, tinha sido inventado o termo "GRID", de gay-related immune deficiency (em português: deficiência imunológica relacionada aos gays). No entanto, depois de determinar que a AIDS não estivesse restrita à comunidade homossexual, percebeu-se que o termo GRID estava errado e a sigla AIDS foi introduzida em uma reunião em julho de 1982. Em setembro daquele mesmo ano, o CDC começou a se referir à doença como AIDS. • Vírus Em 1983, dois grupos de pesquisa independentes liderados por Robert Gallo e Luc Montagnier declararam que um novo retrovírus poderia ter infectado os pacientes com AIDS e publicaram suas descobertas na mesma edição da revista Science. O grupo de Gallo chamou o vírus recém-isolado de HTLV-III. O grupo de Montagnier chamou o vírus que isolaram de LAV (em português: "vírus associado à linfadenopatia"). Quando, em 1986, descobriu-se que estes dois vírus eram o mesmo, LAV e HTLV-III foram renomeados para HIV que é a sigla de “human immunodeficiency vírus”, ou seja, “vírus da imunodeficiência humana”, donde, em português: VIH. Assim, AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico causado pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. Contudo, o que é vírus?

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Vírus, do latim, quer dizer "fluído venenoso" ou "toxina". Eles são os únicos organismos acelulares da Terra atual sendo pequenos agentes infecciosos submicroscópicos. Eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois dependem de células para se multiplicarem. Um único vírus é capaz de multiplicar, em poucas horas, milhares de novos vírus. Os vírus são capazes de infectar seres vivos de todos os domínios Desta maneira, os vírus representam a maior diversidade biológica do planeta, sendo mais diversos que bactérias, plantas, fungos e animais juntos. Nos dias de hoje há um conhecimento a respeito da AIDS: desde como o vírus age no organismo apontando sua progressão e sintomas, quais sejam, infecção aguda, latência clínica e síndrome da imunodeficiência adquirida; passando pela contaminação orientando que o vírus HIV é transmitido através do sangue, do sêmen, da secreção vaginal e do leite materno; isso sem falar na prevenção, diagnóstico e tratamento (este embora não existindo cura, os soropositivos são tratados com coquetéis de drogas que inibem a multiplicação do vírus, mas não o eliminam do organismo); até a cultura e sociedade com seu estigma, impacto econômico, mídia, religião, negação, conspirações e equívocos. Mas, também há um conhecimento em relação à história da AIDS em termos de descoberta e origem. No que se refere à descoberta já foi dada uma ideia geral. Agora sobre a origem do HIV que é o tema deste encontro será abordado a seguir. • Origem Acredita-se que o vírus HIV tenha se originado em primatas no centro-oeste africano e foram transferidos para os seres humanos no início do século XX. O HIV parece ter se originado através da evolução do vírus da imunodeficiência símia (SIV), que infecta os chimpanzés selvagens. Há evidência de que

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humanos que participavam de atividades com animais selvagens, como caçadores ou vendedores de animais silvestres, se infectaram com o SIV. No entanto, o SIV é um vírus fraco que, normalmente, é suprimido pelo sistema imunológico humano dentro de poucas semanas após a infecção. Acredita-se que várias transmissões de pessoa para pessoa desse vírus em rápida sucessão são necessárias para dar-lhe tempo suficiente para se transformar no HIV. Além disso, devido a sua taxa de transmissão pessoa-a-pessoa relativamente baixa, o SIV só pode se espalhar por toda a população na presença de um ou mais canais de transmissão de alto risco, que eram ausentes na África antes do século XX. Estudos genéticos do vírus sugerem que o ancestral comum mais recente remonta ao ano de 1910. Os defensores dessa data ligam a epidemia do HIV ao surgimento do colonialismo e do crescimento das grandes cidades africanas coloniais, o que levou a diversas mudanças sociais, como um maior grau de promiscuidade sexual, disseminação da prostituição e alta frequência de casos de doenças genitais (como a sífilis) nas cidades coloniais nascentes. Embora as taxas de transmissão do HIV durante a relação sexual vaginal sejam baixas em circunstâncias normais, elas são muitas vezes aumentadas se um dos parceiros sofre de uma doença sexualmente transmissível que cause úlceras genitais. No início dos anos 1900, as cidades coloniais eram notáveis por sua alta prevalência de prostituição e de casos de úlceras genitais. Em 1928, por exemplo, acredita-se que em torno de 45% das mulheres residentes no leste de Kinshasa, no Congo, eram prostitutas, e, em 1933, 15% de todos os moradores da mesma cidade tinham sífilis. Uma visão alternativa defende que práticas médicas inseguras na África após a Segunda Guerra Mundial, como a reutilização de seringas não esterilizadas durante programas de vacinação em massa, uso de antibióticos e de campanhas de

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tratamento anti-malária, foram os vetores iniciais que permitiram que o vírus se espalhasse e se adaptasse aos seres humanos. O caso mais antigo e bem documentado de HIV em humanos remonta a 1959, na República Democrática do Congo. O vírus pode ter estado presente nos Estados Unidos desde 1966, mas a grande maioria das infecções que ocorrem fora da África subsaariana (incluindo nos Estados Unidos) pode ser rastreada até um único indivíduo desconhecido que se infectou com o HIV no Haiti e, em seguida, trouxe a infecção para os Estados Unidos por volta de 1969. A epidemia se espalhou rapidamente entre os grupos de alto risco (inicialmente em homens que faziam sexo frequente com outros homens). Em 1978, a prevalência de HIV entre homossexuais masculinos residentes de Nova Iorque e São Francisco era estimada em 5%, sugerindo que vários milhares de pessoas no país estavam infectadas. No entanto, há também os que consideram a origem do vírus é ainda desconhecida, sendo a ideia de que teria surgido na África central, como resultado de uma mutação, e descendendo por via indireta de outro vírus, não patológico, identificado no macaco, apenas uma hipótese. Vide o livro de Jacques Leibowitch intitulado “Um vírus estranho de origem desconhecida: AIDS”, editora Record, 1984, 202 páginas. Assim, “Origem do vírus da AIDS é conhecida” é um tema complexo, fundamental e controvertido entre os cientistas e os religiosos. Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais profundamente.

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REFLEXÃO Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama tenha escutado falar que o HIV seja a origem da AIDS, e que a outra parte nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este assunto. Agora, quanto à origem do vírus da AIDS provavelmente a maioria ignora que ela seja conhecida ou desconhecida. No entanto, tenho certeza que existam os que compartilhem ser aquela oriunda dos primatas no centro-oeste africano. Acho que os que tenham opinião dela ser de origem desconhecida não duvidam de que ela possa ser compreendida e tenha uma dada existência concreta. Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do Messias Meishu-Sama, pode-se observar que o tema é abordado de outra maneira que as acima mencionadas. “Atualmente, a Medicina acredita que quase todas as doenças são causadas por bactérias. As bactérias minúsculas, que não podem ser vistas nem através de microscópios, são chamadas de vírus. Baseados na realidade evidenciada por essa pesquisa, podemos afirmar que quase não há doenças transmitidas por vírus. Considerando as condições apresentadas por profissionais que, mais do que quaisquer outros, estão em contato com o vírus, não podemos deixar de surpreender-nos. Tudo o que existe neste mundo é necessário ao ser humano. Caso chegue a época em que alguma coisa se torne desnecessária, pela evolução da humanidade, tal coisa deverá ser selecionada e destruída naturalmente. (...) As doenças contagiosas, como outras doenças, são ações purificadoras. Só que a purificação é violenta, roubando a vida das pessoas com

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rapidez, razão pela qual elas são muito temidas. Vou explicar por que as doenças contagiosas são violentas. Quando as impurezas existentes no sangue humano atingem certa densidade, surge uma ação para eliminá-las, cujo motivo já expliquei anteriormente. A necessidade de se ativar ainda mais essa eliminação é a razão da existência das bactérias. Uma vez que são seres vivos, as bactérias, penetrando nos alimentos ou na pele, necessitam de alimento, caso contrário, não poderia preservar sua vida nem multiplicar-se. Isso acontece com todos os seres vivos. Mas qual é o alimento das bactérias? São as impurezas que existem no sangue. Quanto mais impuro for o sangue da pessoa, mais propensa ela estará ao aparecimento de bactérias. Assim, a distinção entre pessoas doentes e pessoas sadias é que estas têm sangue puro, ao passo que aquelas têm sangue impuro. Os portadores de vírus têm pouca quantidade de sangue impuro, de modo que não estão propensos a adquirir bactérias patogênicas nem a morrer, ficando numa situação mediana. Baseados no princípio acima, podemos dizer que as bactérias são como faxineiras. Sua função é fazer com que os portadores de sangue impuro se tornem portadores de sangue puro. Visto que a Medicina promove uma paralisação intensa e contrária à purificação executada por esses úteis micróbios, o resultado é a morte. E não é só. Dando a isso o nome de imunização, ela realiza a vacinação preventiva de diversas doenças contagiosas, o que vem a se tornar causa do enfraquecimento da força de purificação do ser humano e diminuição da resistência física. (...). A Medicina diz que os glóbulos brancos realizam uma atividade de defesa em relação às bactérias existentes no sangue, mas, conhecendo o princípio que acabamos de expor, a presença dessas bactérias não constitui problema. O pernilongo e outros insetos que as pessoas abominam, transportam os limpadores de sangue e por esse motivo também são existências

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importantes para os seres humanos, pois, atualmente, existe muita gente de sangue impuro. No futuro, quando houver um grande número de pessoas de sangue puro, não haverá mais razão para a existência desses insetos, que desaparecerão naturalmente. Em minha opinião, a palavra “contágio” deveria ser substituída por “aparecimento”. (...)” “A medicina moderna considera a bactéria como a causa da maioria das doenças. Portanto, o seu princípio é a de que se interromper o contágio pelas bactérias não ocorrerão as doenças, mas o que vem a ser as bactérias? Essa questão é que deve ser investigada profundamente. Isto é, enquanto não compreender o ponto fundamental “Por que motivo e de onde surgem as bactérias?” não será estabelecida a verdadeira medicina. Por mais minúscula que seja a bactéria, ela não surgiu de forma repentina e acidental, mas sim porque havia motivo para surgir e deve existir uma origem do seu surgimento [aparecimento]. No entanto, a medicina investiga apenas o curso de contágio da bactéria e não procura compreender a parte mais profunda e fundamental. Isto significa que ela ainda não alcançou esse estágio e que só conseguiu entender apenas parte. Dizer apenas que a doença surge por meio do contágio de bactérias, em outras palavras, não passa de uma espécie de teoria de efeito. Simplesmente pelo desenvolvimento do microscópio conseguiram detectar seres microscópicos e descobrir que eles são as causas das doenças. Assim, ficaram extasiados e considerando-os como base vieram desenvolvendo pesquisas. Sendo essa a atual bacteriologia, quando visto por nós, é algo extremamente superficial. Obviamente, deve chegar até a origem do surgimento das bactérias e apreender a sua essência. Entretanto, acho que não é que os cientistas ainda não perceberam isso, mas não há o que fazer uma vez que ainda não descobriram um método que é essencial para a sua compreensão. E, o aperfeiçoamento maior do microscópio será um trabalho nada fácil e, além disso, na realidade, a observação

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da parte compreendida daqui para frente será impossível por meio de aparelhos. Isto porque, trata-se de um mundo próximo ao nada e ao qual denominei de mundo inorgânico. Todavia, mesmo os cientistas reconhecem que não se trata do nada verdadeiro. Eles imaginam que com certeza deve existir algo, mas não conseguem compreender a sua essência. O que conseguiram apreender de uma forma vaga foi o vírus. Portanto, podemos dizer que a bacteriologia ainda não se libertou do estágio infantil. Existe um motivo profundo para isso. Isto é, o mundo inorgânico citado acima, como disse anteriormente, não pertence ao campo científico, ou seja, ela encontra-se na zona entre a ciência e a religião. Na realidade, é nessa zona intermediária que se encontra o local do surgimento das bactérias, trata-se de um mundo de elementos muito mais rarefeito que o ar. (...) Porém, com certeza, haverá entre os cientistas aqueles que vão ficar surpresos e atônitos com a minha teoria e se simpatizar. Isto porque, há cem anos, acho que não havia ninguém que acreditava considerando um megalomaníaco quando se falava no avião que voa o céu, no rádio que se ouve há milhares de distância e na bomba atômica que ceifa milhares de vidas num instante.” “A ciência está convicta de que a causa das doenças é resultado da existência de bactérias e micróbios no corpo humano. Então, pela lógica comum, a cura deve se iniciar pela eliminação desses seres microscópicos. Na verdade, porém, uma doença tem como causa algo muito menor que uma bactéria, que nem sequer chega a ser visível através das lentes de um microscópio. E também o ato de se tentar a eliminação desses seres infinitamente pequenos está equivocado, tem se mostrado ineficaz e, de certo modo, a adoção desse ponto de vista chega até a ser ingênua, pois o homem tem de ser considerado por um ângulo maior, global e transcendente, ou seja: como a soma de dois corpos - o material e o espiritual.

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Esse foi o motivo que me levou a escrever o livro "Revolução da Medicina", em cujas páginas há um capítulo específico sobre o assunto, sob o título "A Ciência não Cura as Doenças", e sobre o qual tecerei alguns comentários. De acordo com esse Ensinamento, a civilização atual vem se desenvolvendo ao ritmo de novos inventos tecnológicos, e as ciências médicas ganharam força com a descoberta e o aprimoramento do microscópio, capaz de detectar formas de vida até então nunca vistas a olho nu, o que representou um grande avanço da ciência. Mas a medicina trata apenas do corpo material das pessoas. No entanto, o ser humano não é uma simples máquina, ou um sistema elétrico, ou um dentre tantos outros inventos. A vida humana é nobre, sutil, e a sua essência não apresenta a menor possibilidade de ser captada por uma lente de microscópio. Explicando melhor: o soonen do ser humano, por exemplo, é formado por uma partícula tão minúscula, que nem se torna possível expressá-la em massa atômica, porque ela chega ainda a ser infinitamente menor que uma bactéria. No entanto, com o auxílio de microscópios, a ciência é capaz de detectar um corpo centenas ou milhares de vezes ampliados, mas, mesmo assim, tal corpo ainda será grande, se for comparado ao infinito. Se invertermos o raciocínio, dirigindo nossa observação para o macrocosmo, constataremos que o Universo não apresenta uma linha limite. Não há essa demarcação, porque estamos diante do infinito: o macrocosmo é o infinito e o microcosmo também é, e nesse ponto infinitamente pequeno é que reside a causa das doenças.” “Os micróbios surgem naturalmente. Esta minha teoria é fundamentada na ciência de Deus. Quero explicá-la para que todos a entendam claramente. Não se trata, contudo, de um propósito fácil porque o objeto desta pesquisa encontra-se no lado espiritual invisível.

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Embora o meu pensamento contrarie a ciência convencional, estou expondo a minha teoria com base em fatos. Por isso, acho impossível, opiniões contrárias derrubarem esta minha tese. Vejamos, então, como surgem os micróbios, partindo de uma instância imaterial que vai se adensando até chegar a uma forma material. (...) Evidentemente o ser humano está presente nos três mundos. O corpo físico é composto de uma parte material visível, e também de elementos materiais não percebíveis pelos nossos olhos. A verdadeira essência do homem, entretanto, é o espírito invisível, onde se encontra a causa original de todas as doenças. Como a medicina admite que as moléstias atinjam somente o corpo físico, considera sua origem apenas do ponto de vista material e, por isso, acredita que as enfermidades são provocadas pela infiltração de micróbios no organismo. De acordo com esse conceito, o inimigo vem de fora, mas, pela minha teoria, ele se origina dentro do corpo humano. É por isso que a medicina fala em contágios por meio de micróbios; eu, porém, acredito no surgimento natural deles no interior do corpo do ser humano. Pela teoria da medicina (baseada no aparecimento externo), os micróbios podem ser detectados por máquinas, mas pela minha (do “interno”) é difícil de ser comprovada. Para abolir tais dúvidas, eu preciso antes esclarecer sobre a formação do espírito do ser humano. Na verdade é uma manifestação de vida altamente densa e infinitamente sutil, da qual nem mesmo um microscópio dos mais avançados consegue perceber uma minúscula partícula que seja.” “O microscópio possui muitas utilidades, mas no que se refere à vida do ser humano, como no caso das doenças, não tem utilidade nenhuma. Isso porque o microscópio não consegue analisar aquilo que é infinito. O vírus, por exemplo, é uma partícula muito minúscula, que mesmo aumentando milhões ou bilhões de vezes, não se

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consegue entendê-lo claramente, comprovando assim que ele é um tipo de forma infinita. Ou seja, parece algo gasoso, porém é muito mais rarefeito que o ar, é espírito. E espírito é infinito. Resumindo, esses micróbios que são infinitos (vírus), na verdade, são as máculas, material maligno, toxinas infinitas.” “Em síntese, a lógica fundamental tanto da causa quanto do tratamento de doenças consiste no conhecimento da existência de nuvens ou máculas espirituais. Em outras palavras: a manifestação exterior é apenas sintoma da doença, já que a sua causa encontra-se no interior, nas nuvens que envolvem o espírito.” “Então, para curar radicalmente as doenças se precisa, antes de tudo, eliminar as nuvens espirituais, onde se encontra a causa da origem dos micróbios. Esse princípio, entretanto, está num nível muito mais elevado do que aquele em que se encontra a ciência convencional.” “O ser humano carrega não só as suas próprias máculas, como as de sua raiz familiar. Além disso, mesmo sem saber, ele absorve substancias tóxicas, aumentando, inevitavelmente, o número de suas enfermidades.” “Normalmente a causa da doença, ou sua origem, não se encontra no local onde se manifesta o sintoma. Ao contrário, é semelhante ao que ocorre num teatro. A apresentação, no palco, é o efeito de tudo o que foi preparado no camarim. No caso das doenças, o ponto focal está no camarim, nunca na encenação.” “Dentro desse esquema, a doença equivale ao palco, mas a causa está no camarim, onde o problema deve ser resolvido para que haja a cura radical.” Após esses vários trechos de ensinamentos do Messias se pode concluir que a doença AIDS tem como causa não o contágio pelo vírus HIV proveniente ou não dos macacos [ou de qualquer ser material], mas sim as máculas advindas por herança

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genética ou por ingestão de remédios e fertilizantes, que faz surgir o espírito deste vírus purificador destas máculas? Porém, se as máculas são advindas, então a causa está na herança e ingestão de remédios e fertilizantes. Ou mais profundamente, no que causa essa herança e ingestões. Para responder a esta questão se vai a mais alguns trechos de ensinamentos de Meishu-Sama: "Os ancestrais e seus descendentes estão ligados por elos espirituais. Na medicina, isso é definido como herança genética. O fato é que, às vezes, a transmissão hereditária não ocorre. A teoria científica sobre a hereditariedade não é absoluta. No entanto, digo categoricamente que as nebulosidades transmitem-se aos descendentes. Quando numa determinada cadeia genealógica surge uma grande pessoa, que soma virtudes, isso contribui para a eliminação dos pecados, não se verificando, então, a hereditariedade. Esta é transmitida sempre do Mundo Espiritual. Naquele plano, os antepassados são julgados e purificados, por isso, os resíduos dos pecados, que foram julgados e lavados, fluem para os habitantes do Mundo Material." “O pecado de enganar ou ludibriar os olhos humanos será redimido, consequentemente, pelos males da vista; aquele que se comete através da palavra, provocará doença dos ouvidos ou da língua; torturar a mente do próximo causará dores de cabeça; o uso dos braços apenas para benefício próprio, será fonte de padecimentos nos braços. A purificação ocorre de acordo com o princípio da concordância.” Então, a causa seria o pecado? Lendo São João dizendo que “Pecado é a transgressão da Lei [Divina]”, “O pecado não procede Dele” e “Aquele que é nascido de Deus não vive em pecado”; escutando que a ignorância não é defesa, pois, aqueles que pecam, mesmo que nunca ouçam o evangelho, estão condenados por causa de seu pecado; lendo São Paulo aos coríntios: “não quero, irmãos, que

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sejais ignorantes”; Buda: “O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância; e o próprio Meishu-Sama: “Pesquisando a causa dos sofrimentos da humanidade, descobri que eles se originam na ignorância.” A causa seria então a ignorância, mas por quê? Deus tem as características de Deus Supremo, quais sejam: Sabedoria, Amor e Força. Enquanto, Satanás tem as respectivas opostas de Ignorância, Ira e Insaciedade. Portanto, o pecado originado pela ignorância não procede de Deus, mas sim de Satanás. Cada homem possui em sua personalidade três espíritos: 1) Espírito Primordial (alma) que é nascida de Deus não vivendo em pecado, mas sim na região divina pautada pelos três tipos de bens que são sabedoria, amor e força; 2) Espírito Secundário no âmbito animal pautado pelos três tipos de males que são ignorância, ira e insaciedade; 3) Espírito Guardião, geralmente um antepassado seu. Logo, ignorância causa pecado, este dependendo do tipo gera máculas que sujam o sangue de tal maneira que faz surgir o necessário HIV para purificar a doença chamada AIDS. Mas, quais seriam estas ignorâncias causadoras de pecados que levariam ao HIV a ponto dele transmitir a AIDS? Para isso se oferece alguns dados. 1º) a transmissão acontece quando uma quantidade suficiente de vírus HIV entra na corrente sanguínea. No paciente soropositivo o vírus HIV se encontra em grande quantidade nos seguintes líquidos orgânicos: sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno. 2º) Para que o vírus entre na corrente sanguínea, ele precisa de uma porta de entrada, que pode ser o pênis, a vagina, o anus, a boca, transfusões de sangue, agulhas e seringas em usuários de drogas, dentro do útero e amamentação. Se houver alguma ferida nessas regiões a probabilidade de contágio é maior. O risco por 10.000 exposições a uma fonte infectada é:

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Transfusão de sangue = 9.000; Nascimento = 2.500; Uso compartilhado de seringa = 67; Agulha cortante = 30; Penetração vaginal receptiva = 10; Penetração vaginal insertiva = 5; Penetração anal receptiva = 50; Penetração anal insertiva = 6.5; Penetração oral receptiva = 1; Penetração oral insertiva = 0.5. 3º) O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração (responsável não só de bombear o sangue, mas também e principalmente de captar o elemento fogo com sua luz e calor, isto é, temperatura) e os vasos sanguíneos. Suas funções são: transporte de substâncias (nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação (hormônios para crescimento, desenvolvimento, bem como para funções de vários tecidos, do sistema reprodutor, etc.) e proteção de nosso corpo (anticorpos). Grosso modo, se pode conjecturar que a origem do vírus da AIDS é conhecida e que esta seja a ignorância de alguém e até de seus antepassados em desencaminhar, desordenar e desproteger destacadamente em relação à materialização do espírito, sexo e alimentação básica da vida humana. Ou seja, é a ignorância que transgride a lei do espírito precede a matéria, a lei da ordem e a lei de causa e efeito envolvendo inflexibilidade e desumanidade. Exemplos: executantes da pena de morte por injeção letal; nazista que realizaram experiência sobre esterilização; militares japoneses estupradores e praticante de vivissecções, isto é, dissecações de pessoas vivas, em alguns casos, sem anestesia, retirando órgão por órgão até ao óbito.

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MUÇULMANO É INCIVILIZADO

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TEMA Abordá-lo em poucas páginas exige escolha. A eleição foi pelo aspecto ideológico, destacadamente o religioso. Posto de lado os significativos aspectos político, econômico e social ficando assim de fora indagações e fatos importantes. Por exemplo, a pergunta “Islamismo é incompatível com o capitalismo?” e o domínio da profunda divisão dos muçulmanos em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas, que tem um conflito político intenso entre eles. Mas, o que se prestará a atenção é no preconceito e ignorância como o da afirmação que “o islamismo é uma religião violenta e seus seguidores são fanáticos, terroristas e assassinos; como os árabes são muçulmanos, logo, todos os árabes são, no mínimo, suspeitos de serem terroristas.”. E é por isso que se aborda o tema “Muçulmano é incivilizado”. • Muçulmano É apenas um sinônimo de islâmico, não havendo nenhuma diferença entre os termos. Islâmico se refere aos seguidores do islamismo que é uma religião que surgiu cerca de seis séculos após o Cristianismo. Existem 1,57 bilhão de muçulmanos, compreendendo 23% da população mundial, sendo a segunda maior religião e a que mais cresce no mundo. Permanecendo atrás apenas da população cristã estimada em 2,25 bilhões. Portanto, muçulmano ou islâmico é todo seguidor da religião Islâmica, assim como os seguidores do Cristianismo são chamados de cristãos e os adeptos do Judaísmo de judeus.

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• Incivilizado Diz-se de quem é asselvajado, bárbaro e principalmente por ser antidemocrático e contrário à liberdade de expressão, pois “sem democracia não há civilização digna deste nome” e o “suporte vital da democracia é o princípio de expressão”. • Islamismo é uma religião violenta? Islamismo é a doutrina do Islã que significa "submissão", derivando de uma raiz que significa "paz". Assim, os muçulmanos têm como profissão de fé a submissão a Alá. Proclamar Alá como Deus único e Maomé como o seu último e mais importante profeta, além de seguir o Alcorão, são aspectos dessa submissão. Portanto, a liberdade para muçulmano consiste na aceitação desses pressupostos. Mas, islamismo também quer dizer viver em paz com o Criador, consigo mesmo, com outras pessoas e o ambiente. A doutrina islâmica é baseada no preceito de trilhar o caminho da generosidade. Terrorismo tem o sinônimo de terror/violência e o Islã de paz. Então por definição e significados estas duas palavras são opostas. Porém, e apesar do Islã significar paz alguns grupos de terrorista cometem atos violentos e de terror invocando o nome de Alá ou a religião Islâmica. • Árabes são muçulmanos?

Árabe é um termo referente a uma etnia, ou seja, à etnia

árabe, que é caracterizada pela língua árabe. Assim, todos os

povos que têm a língua árabe como oficial são chamados árabes.

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Os árabes têm uma população de 350 milhões

distribuídos por 22 países entre o Oriente Médio e a África:

Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita, Síria, Iêmen,

Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados

Árabes Unidos, Bahrein, Qatar, Omã, Mauritânia, Somália,

Palestina, Djibouti e Comores.

No entanto, o fato de a religião islâmica ter sido criada

pelo povo árabe onde o islamismo ganhou muitos adeptos,

gerou uma confusão de achar que todo muçulmano é árabe.

Basta ver que os turcos, os iranianos e os afegãos são povos

muçulmanos, mas não árabes, pois não falam a língua árabe.

Os três países que possuem as maiores populações

muçulmanas do mundo não são árabes, pela ordem, Indonésia

com cerca de 225 milhões (90% de sua população), Paquistão

com 175 (96%) e Índia com 160 (13%). Lembra-se que na Europa,

há diversos povos muçulmanos, como é o caso dos Albaneses,

dos Bósnios, dos Chechenos. Além disso, há muitos imigrantes

muçulmanos em países como França, Alemanha e Inglaterra.

Apesar de a maioria dos povos árabes professarem o

islamismo, não se pode afirmar que todo árabe é muçulmano,

pois há o caso do Líbano e da Síria que possuem uma expressiva

parcela de sua população que é adepta do Cristianismo. Em suma, uma em cada quatro pessoas no mundo é muçulmana e a maioria não é árabe. Cerca de dois em cada três muçulmanos estão na Ásia.

Observar que a Índia, país de maioria hindu, tem o dobro

de muçulmanos que o Egito; a China tem mais muçulmanos do

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que a Síria; a Alemanha, mais que o Líbano; e a Rússia mais que

a Jordânia e a Líbia juntas.

As repúblicas islâmicas do Irã, Paquistão, Afeganistão e

Mauritânia não são de países árabes.

Um fato curioso é que no Brasil, há o costume de referir-

se aos imigrantes árabes em geral como turcos, no entanto, isso

é um equívoco, uma vez que os turcos são muçulmanos, mas

não são árabes, já que não falam a língua árabe. Esse equívoco

se deu porque quando os primeiros imigrantes vindos da Síria e

do Líbano, países árabes, chegaram ao Brasil, esses países

estavam sob o domínio do Império Turcomano, e, portanto,

esses imigrantes entravam no Brasil registrado como turcos.

• Contexto das origens do islã

O islamismo nasceu na península arábica (onde estão atualmente a Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait e Omã), habitado por centenas de tribos nômades devido à escassez de água e a aridez do chão transformando-o em inóspito para a agricultura.

Antes do advento do islã, os árabes não formavam uma

unidade política coerente. Nos inícios do século VII a Arábia

posiciona-se em torno de dois impérios que se defrontam. A

oeste, o Império Bizantino, cristã e herdeiro de Roma,

dominando norte de África, Palestina, Síria, Anatólia, Grécia e sul

da Itália. A leste, o Império Persa ocupando área correspondente

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aos atuais Iraque e Irã que tinham como religião oficial o

zoroastrismo, mas nele também viviam cristãos e judeus. • Império Bizantino (476-1453)

O Império Romano foi divido em Império Romano Ocidental (capital Roma, moderna Istambul, originalmente Bizâncio) e Império Romano Oriental (capital Constantinopla). Grosso modo, pode ser visto nas cores rosa e amarelo do mapa exposto, respectivamente. Império Bizantino é a continuação do Império Romano durante a Antiguidade Tardia e Idade Média. Inicialmente parte oriental do Império Romano (frequentemente chamada de Império Romano do Oriente) que sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua queda diante da expansão dos turcos otomanos em 1453.

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Nota-se que a maior parte da península arábica ficou intocada não só do Império Bizantino, mas também em toda expansão romana de 750 a.C. a 476 d.C. • Maomé (570 – 632) Líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão. Para os muçulmanos, Maomé, foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacó, Isaac, Ismael e Abraão. Ele não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, ele declarou que era necessária proteção a estas religiões e informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas duas, que tinham sido corrompidos e esquecidos. No século VII, Maomé à frente de um exército de dez mil homens conquistou Meca e iniciou a expansão do Islamismo ao proclamá-lo como a única e verdadeira religião dos árabes. Após sua morte, os califas que o sucederam na liderança espiritual e política de o Islamismo unificou a Península Arábica e iniciaram suas lutas contra os impérios vizinhos, principalmente o bizantino e o persa que se guerreavam entre si. • Império Árabe (632-1258) O surgimento do Islamismo foi a principal semente para o nascimento do Império Árabe que dominaria uma vasta região que incluía o norte da África, o sul da Europa, o Oriente Médio e territórios na Ásia que chegavam até a Índia e o Paquistão. No começo do século VIII, os árabes tinham conquistado a Península Ibérica e avançavam para tomar o restante da Europa cristã, mas foram barrados no sul da França.

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Tendo se tornado uma civilização tolerante (islã como paz?) e brilhante sob o ponto de vista intelectual e artístico, o império muçulmano sofreu de gigantismo e viu enfraquecer-se militar e politicamente. Aos poucos, as zonas mais longínquas tornaram-se independentes ou então foram recuperadas pelos seus inimigos, bizantinos, francos e reinos neo-godos, os quais guardavam na memória a época de conquista. No século X, os turcos seljúcidas que eram muçulmanos (não confundir com os turcos otomanos antepassados dos criadores do atual estado da Turquia), acentuaram a guerra contra os cristãos e esmagaram as forças bizantinas em 1071 conquistando Palestina e Jerusalém em 1078. Comparando os dois mapas se podem perceber o quanto de conflito por conquistas existiu entre os romanos e os árabes, ou ainda, entre os cristãos e os muçulmanos.

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• As cruzadas entre os séculos XI e XIII O domínio dos turcos seljúcidas sobre a Palestina foi percebido pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente. Em 1095, o papa Urbano II exortou os nobres franceses a libertar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e a colocar Jerusalém de novo sob soberania cristã, apresentando a essa expedição militar como uma forma de penitência. A multidão presente aceitou entusiasticamente o desafio e logo partiu em direção ao Oriente, sobrepondo uma cruz vermelha sobre suas roupas (daí terem recebido o nome de "cruzados"). Assim começavam as cruzadas declaradas pelo Papa e apoiadas por vários reis Europeus, acontecimento mais importante nesta época entre o Islã e o mundo Ocidental. Mas, o que é uma cruzada? Ela é qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob o domínio cristão. Era uma “guerra santa”.

As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma

de promessa, penitência. Por volta do ano 1000, aumentou

muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a

crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso,

valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Quando a Primeira Cruzada alcançou o Oriente Médio no século XI, os reinos muçulmanos não deram importância a ela. A reação só viria quase um século depois quando um dos líderes cruzados começou a representar uma ameaça aos lugares sagrados do Islã, inclusive atacando peregrinos que iam a Meca e desrespeitando acordos do rei cristão de Jerusalém e do líder muçulmano Saladino. Naquele momento, Saladino declarou

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"guerra santa" aos cruzados e eles acabaram definitivamente expulsos das terras muçulmanas no fim do século XIII. • Expansão Turcomana (1299 - 1923) O mundo islâmico atingiu um novo esplendor com o Império Otomano, cujas origens se encontram nas migrações dos turcos das estepes da Ásia Central para a Anatólia onde fundaram um pequeno estado e que haviam se convertido ao islamismo. Em 1453, depois de um cerco de dois meses, os otomanos tomaram Constantinopla. O antigo Império Bizantino foi substituído pelo novo Império Otomano como a grande potência do mar Mediterrâneo.

• Mundo arábico é conquistado no século passado Em meados do século XIX a maior parte do mundo islâmico tinha sido conquistada pelas potências europeias, em concreto pela França, Inglaterra e Rússia. Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial inicia-se a prospecção de petróleo no Oriente Médio, na qual os ingleses se revelarão os mais ávidos.

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Durante a Primeira Guerra Mundial os Aliados exploraram o descontentamento em relação ao Império Otomano existente em regiões como a Arábia e a Síria. Apesar das promessas de apoio ao movimento nacionalista árabe, o fim da guerra acabou por traduzir-se num aumento da colonização europeia sobre os países árabes. Aos franceses seria atribuído, pela Sociedade das Nações, um mandato sobre a Síria e o Líbano, e aos ingleses sobre a Palestina. Os filhos de Hussein governam Transjordânia e Iraque sob patrocínio britânico. Na Arábia forma-se um reino liderado por Ibn Saud, com o apoio dos Estados Unidos. Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947, recomendando a adesão e implementação do Plano de Partilha da Palestina para substituir o Mandato Britânico. Em 1948, o chefe-executivo da Organização Sionista Mundial declara o estabelecimento de um Estado Judeu em Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico. As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Israel, desde então, travou várias guerras com os Estados árabes circundantes, no decurso das quais ocupou vários territórios. Isso não quer dizer que em termos mais gerais que o mundo islâmico não tenha sofrido conquistas como a do Egito em 1798 por Napoleão Bonaparte. Por volta de 1818 a Índia já estava praticamente toda sob influência britânica. Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã a fim dos recursos petrolíferos. Como ficou o orgulho e a tolerância dos muçulmanos, daqueles que sempre conquistaram? Martírio é o caminho?

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• Respostas terroristas jihadistas a esta conquista Desde o período de expansão do Império Árabe até hoje, a jihad também tem sido interpretada como luta armada para defesa e aumento do poder muçulmano. Na tradição muçulmana o mundo é dividido em duas "casas". Uma é a do Islã, onde estão os governos e a lei muçulmana; a outra é a da Guerra, habitada por todos os nãos muçulmanos, ou seja, pelos "infiéis". Assim, o conceito de jihad como uma luta externa permanecerá até que todo o mundo adote o Islã ou se submeta a ele. Mas, como nasceu esse conceito? Maomé visitado pelo anjo Gabriel que lhe teria transmitido às palavras de Deus e elas teriam virado o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. E é lá no Alcorão que está o conceito de Jihad cujo significado é "lutar, se esforçar". O Islamismo foi determinante na união do povo árabe e no desenvolvimento de uma das mais importantes civilizações que já surgiu no planeta. O conceito de "jihad" foi essencial para isso. O fato de Maomé não ter sido apenas um profeta e um líder espiritual, mas também um líder político e militar contribuiu para a amplitude do significado que a jihad adquiriu. A "luta" do jihad é primeiramente uma busca pela melhoria espiritual individualmente, uma luta interna de cada muçulmano para que se torne uma pessoa melhor. Porém, pode haver também a necessidade de um jihad externa, que seria feita através da luta física, dos combates, de uma "guerra santa" dos seguidores do Islamismo contra os inimigos de Deus. Maomé usou o Alcorão e o conceito de jihad para unir os árabes não só espiritualmente como também politicamente. Os árabes tornaram-se "soldados de Alá (Deus)" e em nome dele lutavam. Alá era considerado o supremo chefe do Estado islâmico e consequentemente o comandante dos exércitos muçulmanos. Suas ordens chegavam até os soldados através do profeta Maomé e, após sua morte, pelos califas.

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Na atualidade, os grupos terroristas islâmicos têm usado o conceito de jihad no sentido de "guerra santa" para atacar alvos que eles consideram como inimigos do Islã. Os alvos envolvem tudo que for relacionado à destruição do Estado Sionista; perseguição a cristãos; assassinato de dissidentes em países islâmicos; intolerância a críticas como dar a vida em nome do islã e recebendo como recompensa 72 virgens no paraíso, bem como a submissão das mulheres; intolerância a algo considerado insultuoso como a charge que exiba o rosto do profeta Maomé, o que seria uma idolatria. • A religião islâmica não justifica o terrorismo Jihad é uma distorção da interpretação do conceito original, já que a tradição muçulmana estabeleceu algumas regras para a "guerra santa", entre elas tratar bem os prisioneiros e a proibição de matar mulheres e crianças. Regras que o terrorismo em geral não respeita. Isso pode ser comprovado não só nos terrorismos islâmicos como Al-Quaeda (operando internacionalmente), Estado Islâmico (no Iraque e Síria), Hamas (território da Palestina), Talibã (Paquistão e Afeganistão) e Boko Aram (Nigéria) (nome que significa “a educação não islâmica é pecado”), mas também nos terrorismos europeus como ETA (Espanha) e IRA (Irlanda). Bem como em países, vide as bombas nucleares soltadas pelos americanos no Japão e os foguetes lançados por Israel alvejando civis. As organizações islâmicas condenaram o ataque terrorista à revista Charlie Hedbo, na França, como: a Liga Árabe, que reúne todos os países árabes do mundo; a Al Azhar, considerada o principal centro de ensino islâmico do planeta, e todas as mais importantes organizações islâmicas dos EUA e da Europa. O mesmo vale para Chefes de Estado de todos os países de maioria muçulmana, que enviaram lamentos para franceses.

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• Os islâmicos lutam contra os terroristas Centenas de milhares de muçulmanos lutam diariamente contra a Al Qaeda e o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Não há nenhuma força ocidental lutando contra eles em terra – os EUA participam apenas de operações aéreas e logísticas. São as Forças Armadas sírias, as Forças Armadas iraquianas, as Forças Armadas libanesas, os curdos (sim, os curdos são muçulmanos) que lutam diariamente contra estas organizações terroristas. O islamismo moderado mostra-se como vertente desejosa da paz. Mas generalizar muçulmanos é um erro. Um turco imigrante na Alemanha não tem nada a ver com uma muçulmana libanesa em Beirute ou um médico no Paquistão. Seria como dizer que um alemão luterano, um católico italiano, um evangélico na Guatemala e um cristão ortodoxo na Síria tivessem as mesmas ideologias. Há correntes em conflito dentro do islamismo, mencionado na introdução que não se irá tratar. • Os muçulmanos defendem a liberdade de expressão? Alguns argumentam que existem muitos regimes ditatoriais, como a Rússia, Cuba, China e Coreia do Norte que não são islâmicos; enquanto, há países de maioria muçulmana como a Indonésia, Líbano, Paquistão, Turquia, Tunísia e Bangladesh que são democráticos. Mas, supondo-se entender que numa democracia nenhum dogma deve ser respeitado e nenhuma ideia deve crescer sem que não seja colocada em dúvida e testada. O que os muçulmanos, cristãos, budistas, judeus, hinduístas, ateus e etc., pensariam a respeito? É sabido que muçulmanos e cristãos com seus desenvolvimentos religiosos tiveram um impacto claro na história política, econômica e militar das áreas dentro e fora do que se consideram suas principais zonas geográficas de alcance.

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E com isso têm empreendido suas "guerras santas" em nome de Deus - o monoteísmo os impede de assimilar a divindade alheia. Pois bem, numa democracia se têm que escrachar tanto Alá como Deus, e tanto Maomé como Cristo. Ou seja, se tem de provocar, questionar e apresentar as contradições e hipocrisias religiosas para que todos vejam. Todavia, não somente nas religiosas, mas também as existentes nos ateísmos, governos, partidos políticos, juízes, messias e filósofos, entre outros. Nada expõe de forma tão irreparável quanto o humor por ele revelar o lado ridículo de cada um. Mais ridículos ainda são aqueles incapazes de rirem de si mesmos. Não foi à toa que, para democracias existir, foi antes preciso afastar as religiões do governo. São conceitos incompatíveis. Religiões partem do princípio de que há ideias inatacáveis. Em democracias é o contrário. O argumento de que fazer troça da religião é algo desrespeitoso, é claro que é desrespeitoso, mas não importa. O direito de não respeitar ideias é a viga mestra da democracia. Só as ideias muito testadas devem sobreviver. Se uma única ideia tiver a chance de crescer sem ser refinada, nasce o totalitarismo. Se uma única ideia governar a todos sem oposição viva e presente, já não se tem mais democracia. Quando alguém se dispõe a matar para que algo não seja dito, é este totalitarismo que deseja impor. Por vezes, as discussões em democracia são desagradáveis e se é obrigado a tolerar, empurrando as instituições para longe dos extremos, as religiões ficam mais moderadas, os governos tendem ao centro. Experiências de radicalismo não sobrevivem muito tempo. Enfim, o que sempre deve ser defendido é a liberdade de expressão. A pessoa pode ser qualquer coisa, até antissemita e islamofóbica, desde que não pregue a violência, a difamação, a calúnia, a subversão ou a obscenidade. O certo é que ninguém merece morrer por uma piada, mesmo se for racista. Basta não dar risada ou, melhor ainda, reagir com bom humor.

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Os protestos servem para testar qualquer democracia. Em 2006, uma parte da comunidade islâmica em Londres fez uma manifestação em frente à embaixada dinamarquesa. No ocidente, os valores democráticos permitem que um grupo que se sinta ofendido, discriminado, proteste livremente. Imagina-se um protesto de cristãos em Riad, capital da Arábia Saudita? Manifestações de grupos radicais de judeus em Teerã, capital do Irã? Não se imagina não, porque é simplesmente proibido. A reciprocidade faz parte da democracia. Assim, por exemplo, se a Arábia Saudita constrói luxuosas mesquitas em lugares do mundo onde há pouquíssimos muçulmanos, então ela não deve proibir igrejas ou outros templos não muçulmanos. Uma francesa católica, onde essa religião predomina a mais de um milênio neste país, vai viver na Arábia Saudita que é uma monarquia absoluta teocrática, ela não deverá dirigir veículo em respeito ao regime autoritário ali instalado que não permite. Uma saudita muçulmana que vive na França que é uma república unitária semipresidencialista poderá ou não dirigir em respeito ao regime democrático ali existente. Posto isto vem as indagações: vivendo na Arábia Saudita ou na França, faz diferença de um francês muçulmano que assassina quem fez uma charge do profeta Maomé? Faz diferença de um saudita cristão rir? O que prevalece: religião ou regime?

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REFLEXÃO Meishu-Sama que é o Messias para os messiânicos ditou vários ensinamentos há mais de 60 anos. A seguir se oferece alguns trechos pertinentes a este tema. • Democracia e liberdade “Felizmente, alcançamos a liberdade religiosa com o advento da democracia.” “Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. (...) Aqui se percebe a superioridade do homem. Falar da sua liberdade é dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos - o animal e o Divino.” “A verdadeira liberdade é aquela que tem limites. Assim, quando ultrapassamos esses limites, não só invadimos e prejudicamos a liberdade dos outros, como também nos tornamos traidores da cultura.” “Tudo, na vida humana, principalmente a nossa fé, tem de ser versátil, livre e desimpedido (...) “não criar formas, normas e mandamentos” e, por extensão, “ser completamente livre de todas as limitações”. Devo lembrar-lhes que não se trata de anarquia, e sim, da liberdade que respeita a liberdade alheia. (...) a Fé Messiânica difere muito da fé cujos preceitos são tão rigorosos (donde as pessoas) (...) são aparentemente boas, mas interiormente ruins.” “Na era subdesenvolvida e selvagem, os fortes pressionavam os fracos tolhendo-lhes a liberdade, impondo-lhes a força, cometendo assassinatos e agindo como bem entendiam.” “A razão e o sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se

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fria; se o vencedor for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece.” “Pretendo discorrer sobre a liberdade na própria Fé. Há inúmeras religiões - grandes, médias e pequenas - no mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a melhor , logicamente, considerando as demais de nível inferior, advertem insistentemente os adeptos para não terem nenhum contacto com elas. Dizem que as outras religiões provém do demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que não se obterá a salvação seguindo a dois senhores. (...) A propósito, quero fazer mais uma advertência. O motivo pelo qual uma religião proíbe seus fiéis de terem contato com outras, talvez seja o receio de que eles possam encontrar uma religião superior. Isso significa que existe um ponto fraco nessa religião; portanto, os fiéis devem acautelar-se. Nesse ponto, nossa Igreja é realmente liberal. Todos os messiânicos sabem que até achamos muito útil o contato com outras religiões, porque, através das pesquisas, estamos ampliando nosso campo de conhecimentos. Por conseguinte, se acharem um religião melhor que a Igreja Messiânica Mundial, podem converter-se a ela a qualquer momento. Isso jamais constituirá um pecado. Para o Verdadeiro deus, o importante é a pessoa ser salva e tornar-se feliz.” “Há religiões que despertam verdadeiro pavor. Nelas os adeptos vivem sob o constante temor das divindades, aprisionados pelos dogmas, não gozam da menor liberdade. A esse tipo de Fé, eu denomino “Fé Infernal”.” “Assim como a política, as religiões também podem ter características liberais ou despóticas. A maioria das religiões tradicionais é do segundo tipo. “Os inúmeros mandamentos que possuem, preconizando o que deve ser feito, comprovam-no.”

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• Orgulho, tolerância e martírio “Orgulho, mania de grandeza, pedantismo e vaidade produzem efeitos negativos. (...) Formar uma sociedade harmoniosa e agradável foi, em todas as épocas, ideal da verdadeira Democracia.” “Com a perda da guerra, o orgulho dos japoneses voou longe e, ao contrário, até nasceu neles um sentimento de inferioridade. Nessa ocasião, houve uma declaração do Imperador que deixou o povo perplexo: “Eu não sou Deus, sou um homem”. Nasceu, então, a nova Constituição, que dizia estar o poder político nas mãos do povo. Dessa forma, o Japão se tornou uma nação democrática.” “Precisamos ser tolerantes em relação às outras pessoas, entrando no ritmo de sua conversa, mesmo que elas estejam falando o que nos parece errado. Seja qual for à situação, nunca se deve pensar em ganhar, e sim em perder. (...) Quando Cristo, prestes a ser pregado na cruz, disse: “Venci o mundo”, creio que estava ensinando essa verdade.” “A resignação enfraquece o ritmo das atividades, mas a falta de resignação também gera tragédias.” “Mas existem religiões que até procuram o martírio. O maometismo, o taoísmo e o bramanismo caracterizam-se pela prática de penitências e do ascetismo, considerando-os como essência da fé. (...) Como vemos, essas religiões são infernais, pois considera o martírio um meio fundamental para polir a alma. Assim, o homem torna-se uma espécie de ser anormal, que transforma o sofrimento em prazer. Em verdade, isso acontece devido à necessidade que ele tem de suprir, com as próprias forças, a insuficiência do poder da Religião.”

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• Civilização. “Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente, anda confundindo cultura com civilização (...). Na verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização é um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos de mundo civilizado. Já a cultura é o estágio intermediário entre a selvageria e a civilização. (...) O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é sinônimo de vida. Deve ser a época em que a humanidade possa viver com segurança. Mas, (...) estamos na fase de transição entre a selvageria e a civilização. O que vou falar agora não é sobre a cultura, e sim sobre a civilização. As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a vida. Se não tivéssemos guerras nem doenças, teríamos garantia de vida, e este seria o verdadeiro mundo civilizado (...). A causa das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. (...) Observando o estado em que se encontra a humanidade e a cultura, concluo que de maneira alguma isto é civilização. Pelo contrário, é até um estado extremamente bárbaro. As guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem.” “Para que este mundo se transforme em Paraíso - objetivo de Deus - existe uma condição fundamental: eliminar a maldade que a maioria dos homens traz no mais profundo recanto de suas almas. (...) devemos lembrar-nos de que existem vários níveis de mal: os grandes, os médios e os pequenos. Citemos alguns exemplos: o mal premeditado, praticado conscientemente; o mal que cometemos inconscientemente, sem perceber que o estamos cometendo; o mal que praticamos por não haver outro recurso; o mal que fazemos acreditando ser um bem. O primeiro não necessita de maiores esclarecimentos; o segundo é o que mais se vê; o terceiro, em termos de povos, é praticado pelos selvagens, e, em termos individuais, pelos loucos e pelos retardados, conseqüentemente não é tão grave; já o

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quarto, isto é, o mal que se faz pensando ser um bem, é o mais prejudicial, pelo empenho com que as pessoas o praticam, sem o esconder. (...) Observando o mundo contemporâneo, constatamos que o predomínio do mal é tão grande, que podemos perfeitamente dizer que ele é o mundo do mal. (...) os bons ficam subjugados, vivendo constantemente sob terror. (...) A democracia surgiu em contraposição a esse absurdo estado de coisas e por isso tem uma origem natural.” “Não é de admirar que, atualmente, as pessoas civilizadas não deem atenção ao tipo de fé em que se adoram ídolos, considerando-o como de baixo nível. Entretanto, não quero dizer que uma religião seja boa pelo simples fato de ser religião. Isso porque há religiões de nível superior, médio e inferior.” “Todos já devem estar fartos dos casos de corrupção. (...) A causa da corrupção, conforme dissemos, é o ateísmo. É preciso semear a sólida crença de que, embora consigam enganar o próximo, não conseguirão enganar a Deus. Dessa forma, tornar-se-á impossível acontecerem casos de corrupção e outros semelhantes.” “Quando se fala em país selvagem, pensa-se logo nos países da África e em alguns outros, mas, refletindo bem eles não devem ser considerados pura e simplesmente selvagens: seria mais corretos dizer que são selvagens-subdesenvolvidos. O Japão certamente não é subdesenvovido, mas o fato é que ele continua selvagem como antes. O que me faz pensar assim é a observação da conjuntura atual. Vejo serem praticados inúmeros atos de selvageria.” “Inegavelmente, nos primórdios da sua história, a humanidade possuía muitas características animais, mas não há dúvida de que, após a era selvagem, ela veio progredindo gradativamente construindo-se, pouco a pouco, a civilização ideal. Neste sentido, o progresso da civilização consiste na eliminação do caráter animal do homem. Alcançar esse nível é

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alcançar a Verdadeira Civilização. Ainda hoje, porém, a maioria das pessoas está sujeita ao terror da guerra, prova de que persiste no homem uma grande parcela de características animais. Assim, cabe ao artista uma grande missão: ele é um dos encarregados da eliminação de tais características.” • Conquista para expandir a Fé? “Dizem que Maomé realizava conquistas para expandir a Fé. Nesse caso, como fica?”. Meishu-Sama respondeu: “Isso é crime e mérito ao mesmo tempo. Nesse caso, calcula-se a diferença, por isso a pena torna-se relativamente leve.”

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CORRUPÇÃO É DESENVOLVIDA PELA PASSIVIDADE

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TEMA • Corrupção moral e política. Corrupção é algo que denigre o passado ao olhar o que foi a segurança, que impede o presente de uma saúde verdadeira e que mata a esperança no futuro com o baixo nível da educação. Bem como é um assunto complicado por existirem várias interpretações acerca do seu significado, entre elas se identifica: a corrupção no seu aspecto moral, que tende a vê-la como um rompimento das virtudes do indivíduo em si mesmo; e a corrupção política que seria fruto das regras próprias do mundo político sem maiores relações com a moral individual. Um dos principais defensores dessa chamada corrupção moral foi santo Agostinho, que colocava a moralidade religiosa acima da política, chegando, inclusive, a defender, em sua obra Cidade de Deus, que a queda do Império se deu pela corrupção moral dos romanos. Já um dos defensores da chamada corrupção política foi Maquiavel ao vê-la como uma ligação com a fraqueza das leis e instituições políticas e a falta de preocupação e ação dos cidadãos em relação à coisa pública. Ele mostrando inquietação com o tema, afirmou que via a corrupção como uma tuberculose, em que a cada dia cresce a dificuldade de se obter a cura: “(...) no início, é fácil de curar e difícil de diagnosticar. Com o passar do tempo, não tendo sido reconhecida nem medicada, se torna fácil o diagnóstico e difícil sua cura. Nos assuntos de Estado, acontece a mesma coisa. Prevendo os males que nascem, o que só é permitido a um sábio, estes são curados rapidamente. Mas quando se permitem que cresçam, por não havê-los previsto, todos o reconhecem, porém não há mais remédio.”

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• Corrupção no Brasil. Hoje, apenas em termos econômicos, estima-se que a corrupção custe cerca de 72 bilhões de reais ao Brasil. É mais do que se gasta com educação e quase o mesmo montante destinado à área da saúde. Lisura política é sinônima de desenvolvimento social. A redução de 10% no nível de corrupção poderia aumentar em 50% a renda per capita do brasileiro, num período de 25 anos. Donde se poderia ter um país melhor. Logo, se pode perceber o quanto é importante tratar da corrupção. Neste encontro se trata a corrupção limitada ao Brasil. Esta que afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros quando diminui os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e fere criminalmente a Constituição quando amplia a exclusão social e a desigualdade econômica. Na prática a corrupção ocorre por meio de desvio de recursos dos orçamentos públicos da União, dos Estados e dos Municípios destinados à aplicação na Previdência, programas sociais e tudo mencionado acima que, entretanto, são desviados para financiar campanhas eleitorais, corromper funcionários públicos, ou mesmo para contas bancárias pessoais no exterior. • Livro “Corrupção?” da Coleção Iniciação Messiânica. Em agosto de 2013 quando ele foi lançado se apontou que o Messias Meishu-Sama “não conseguia controlar sua ira ao ver a corrupção dos políticos e da classe dominante” e que ele ensinava sobre as causas e soluções a respeito da corrupção. Sobre as causas: pensamento e educação ateísta, materialista e egoísta; metade da civilização e partes das pessoas são selvagens; maioria dos políticos e empresários são indignos; falta no mundo sinceridade e democracia; sobra

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medicamentos, encostos, liberalismo e diversões populares para a grande massa popular de baixíssima categoria. Sobre as soluções: pensamento e educação teísta, espiritualista e altruísta levando em conta a religião; políticos e empresários íntegros e de fibras; sinceridade; julgamento rigoroso da justiça como condenação a trabalhos forçados; na Era do Dia os malfeitos virão à tona de imediato; educadores e religiosos com alma polida. Meishu-Sama deve ter notado que muitos têm a opinião de que para a corrupção moral praticamente não há solução, pois, se a pessoa não vê problema em pequenos gestos ilícitos, como subornar um guarda de trânsito, não é o Estado que vai convencê-lo do contrário; assim, atribuem que os meios que dispomos para combatê-la serem essencialmente políticos-institucionais. O Messias não está convencido deste ponto de vista e assinala a saída cultural tratada pela educação familiar e religiosa: “Através da História, vê-se que é difícil exterminar os crimes somente com o poder das leis. Como não se consegue eliminar todo o mal do homem, os crimes são inevitáveis; consequentemente, só a Religião poderá trazer a verdadeira solução para o problema. Contudo, casos que exigem soluções imediatas não poderão ser resolvidos apenas por meio dela. Por esse motivo, em primeiro lugar é preciso ensinar ao homem o Caminho. Refiro-me ao Caminho Perfeito e à lógica. Mas, também não invalida a política educacional: “Até mesmo os intelectuais já estão percebendo a situação, tanto assim que aconselham a volta ao ensino da Moral nas escolas e a elaboração de algo que preencha as falhas da Educação.” Ou até a saída pela atenção dos políticos em praticar boas ações e o esforço do povo em desenvolver sua inteligência: “Aos políticos, cabe esquecerem a si próprios, pondo a felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos

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de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência.” No entanto, ao se ler este trecho de ensinamento a seguir, parece que estas soluções necessitam ao mesmo tempo de uma participação social: “Caso contrário, esse tenebroso malefício chamado corrupção, que impede sobremaneira a prosperidade de uma nação, jamais será cortado pela raiz. Contudo, não basta ler sobre o assunto ou ouvir ideias que entrem por um ouvido e saiam pelo outro. Caso nossa ação se limite só a isso, com certeza, chegará o dia de se "morder o umbigo", ou melhor, não haverá mais solução alguma possível.” Obviamente que não está retirando a criação das premissas, surgimento e formação da corrupção ao ateísmo, materialismo e egoísmo, bem como as demais causas apontadas anteriormente. O que ele estaria querendo dizer com isso senão que a corrupção é desenvolvida pela passividade. Antes de se refletir sobre o tema em questão se tece algumas considerações sobre o que lê e escuta a respeito das causas e soluções sobre a corrupção. • Causas. Na Antiguidade, Aristóteles se dedicou em analisar as causas da corrupção naquele tempo, notadamente no que tange à corrupção dos magistrados. Para ele “É evidente que o excesso e a ambição de bens materiais são a principal origem das revoltas políticas. Com efeito, muitas vezes, elas nascem devido à prepotência dos magistrados que abusam dos cargos por ser demasiado ambiciosos, sublevando-se uns contra os outros, ou contra o regime que lhes concedeu a autoridade. Na verdade, a ambição desmedida dos magistrados deriva algumas vezes das riquezas privadas, outras do erário”.

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Uma determinada corrente de historiadores credita a corrupção existente no Brasil, hoje, à formação do Estado brasileiro, desde o período de colonização. Ela estaria associada à vinda de determinadas pessoas de Portugal para o Brasil, principalmente os degredados que foram enviados ao país na nossa colonização inicial. É que no século XVI, pessoas que cometiam crimes em Portugal eram condenadas a cumprir suas penas no Brasil, assim como em outras colônias portuguesas. Com, Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, para exemplificarmos, vieram cerca de quatrocentos degredados. O nepotismo e tráfico de influência já teriam desembarcado no Brasil a bordo da primeira caravela, sendo apontado como exemplo a Carta a El rei D. Manuel escrita por Pero Vaz de Caminha, onde solicita ao rei que mandasse "vir buscar da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro". A prática da corrupção já no século XVII fez o padre Antônio Vieira denunciar através do Sermão do Bom Ladrão, onde expõe corajosamente os desmandos praticados por colonos e administradores no Brasil: “O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera. (...) os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam”. Ocorre que o fato de serem enviados degredados para o Brasil não pode ser tido como questão fundamental na influência da corrupção naquela época. Aliás, não foram apenas os portugueses de má índole que vieram povoar o Brasil. Além deles, tivemos os índios e vieram africanos, japoneses, italianos,

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ou seja, gente de todo o planeta formar o que hoje é o povo brasileiro, numa miscigenação de raças e culturas. Para a época, era prática perfeitamente aceitável pelas normas e costumes então vigentes a distribuição de favores por parte do Soberano ou a procura desses favores por parte da população. A ilegalidade dessas práticas só passa a existir quando a legislação começa a distinguir os domínios público e privado. Porém, esse modo de gerir o Estado deixou cicatrizes que até hoje não foram curadas no Brasil, haja vista que continuamos seguindo as mesmas diretrizes do Estado Patrimonialista de outrora. O modo de pensar a colonização do Brasil traduzia-se, nos seguintes dizeres: “O inglês fundou na América uma pátria, o português um prolongamento do Estado.” À Portugal não interessava, pelo menos a princípio, o aperfeiçoamento moral e cultural da colônia. O interesse em jogo era, como dito, fundamentalmente econômico. As Capitanias hereditárias são um claro exemplo de promoção da exploração econômica do Brasil, associada a uma enorme confusão entre o público e o privado. E essa confusão derivava do que se chamou de Estado Patrimonialista. A escolha dos homens que iriam exercer funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Trata-se, o patrimonialismo e clientelismo, é bom que se enfatize, de um padrão moral onde as relações familiares são privilegiadas em detrimento das relações com os demais membros da sociedade, numa marcada afronta e desrespeito ao que é público. Os reis governavam o País como se fosse sua própria casa, sem que houvesse qualquer distinção entre o público e o privado. Além do patrimonialismo e clientelismo, outro fator que pode ser considerado fundamental na formação da cultura corrupta vivida pelo Brasil é o chamado coronelismo, que é um

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exercício de poder monopolizante por um coronel cuja legitimidade e aceitação se baseiam em seu status, de senhor absoluto, e nele se fortalecem, como elemento dominante nas instituições sociais, econômicas e políticas. Vê-se que o persistente nível de corrupção que hoje assola o Brasil, deriva, em grande parte, das práticas já existentes nos séculos passados, principalmente do período de colonização e império, que tem grande participação na formação cultural do país. O que hoje se vê, pode ser tida pelo reflexo da evolução cultural brasileira, evolução baseada em princípios como o do patrimonialismo, clientelismo e coronelismo, herança maldita de tempos passados. A tentativa de encarar a corrupção como algo histórico e natural é que é amplamente prejudicial à sociedade brasileira e reduz sobremaneira a possibilidade de se combatê-la. Entre as inúmeras razões que agravaram a corrupção no Brasil estão, em destaque, o crescimento da máquina estatal, trazendo consigo uma excessiva burocratização, ampliando as oportunidades para o exercício de práticas clientelistas e patrimonialistas, e aumentando o domínio do executivo sobre o legislativo; e a construção de Brasília, que libertou os políticos do controle das ruas, ampliando a sensação de impunidade. A impunidade assume grande importância na execução fiscal. Hoje, os débitos inscritos na Dívida Ativa da União ultrapassam a espantosa soma de R$ 1 trilhão. Evidentemente, há algo errado nesse processo. Tal fato, combinado com recorrentes anistias e remissões - instrumentos que só excepcionalmente deveriam ser utilizados -, constitui generoso estímulo ao sonegador e desrespeito ao bom contribuinte. Embora, se possam notar as fontes inesgotáveis de corrupção no sistema eleitoral e no financiamento de campanhas, é simplismo atribuir as deficiências do Poder Legislativo meramente a eles.

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É necessário perquirir a razão pela qual há um aviltamento moral no Congresso Nacional. Em boa medida, a explicação se encontra na degradante subtração de sua missão constitucional de legislar e fiscalizar, em virtude, sobretudo, do abuso das medidas provisórias. A atividade congressual passou, por consequência, a centrar-se nas inúmeras barganhas para tramitação de medidas provisórias e outras propostas legislativas oriundas do Poder Executivo, tendo como foco a aprovação de emendas à proposta orçamentária, classificáveis em geral como transferências voluntárias a Estados e municípios, ou demandas por fisiologismo ou aparelhamento. Essas práticas deságuam, quase sempre, em corrupção. "Anões do orçamento", "mensalão", "sanguessugas", "vampiros", “petrolão”, comissões pagas para liberações de verbas ou licenciamento de atividades, etc., são apenas nomes distintos para fenômenos decorrentes daquelas práticas. Mais recentemente, um conhecido parlamentar pronunciou esta pérola do cinismo impune: "O governo nos pede milhões para a DRU e nos dá uma merreca. Ninguém é capacho". O espantoso é que o autor dessa indecorosa frase não foi submetido a uma apuração por falta de decoro ou nem sequer foi objeto de uma leve indignação. Enquanto permanecerem as causas que geram essa modalidade de corrupção, é somente esperar pelo próximo escândalo, que será mitigado por uma discreta investigação de Comissões de Ética ou demissão de alguma autoridade. Enfim, todos confiam, como proclamou um dos investigados no escândalo do mensalão, que o tempo se encarregará de apagar de nossa complacente memória a história da corrupção e seus personagens. Outras hipóteses de corrupção poderiam ser exploradas. De tudo, todavia, resta a conclusão de que se vive uma perturbante crise axiológica, em que nossos valores estão sendo jogados ao rés do chão. Quando se aceitam, com naturalidade,

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pretensas teses como "recursos não contabilizados", "caixa dois de campanha" ou desvios éticos para assegurar a governabilidade, é inevitável, também, que a sociedade passe a aceitar, sem repulsa, o governante que "rouba, mas faz". A corrupção começa antes de o candidato se eleger. Campanhas realizadas com dinheiro sonegado – o tal caixa 2 – alimentam a sujeira. O candidato recebe uma grana preta de um empresário e, depois de eleito, paga em favores. É o famoso rabo preso. Alguns a resumem principalmente em três variáveis: 1ª) a oportunidade para ocorrer o ato ilegal, entre esta se tem a burocracia que dificulta o acesso aos serviços públicos e abre brechas para os “jeitinhos”; 2ª) a chance de a ação corrupta ser descoberta; 3ª) a probabilidade de o autor ser punido. É certo, por outro lado, que sempre que uma pessoa, exercendo uma função pública, detém certos poderes, deterá também a possibilidade de utilizar-se desses poderes para o abuso de sua autoridade, agindo de forma arbitrária. E isso poderá, apenas, ser combatido com a fiscalização dos poderes, que pode ser hierárquica, de função, ou interpoderes. • Soluções. Justiça única que segura, não tarda e nem falha: No Brasil, crimes eleitorais são julgados por tribunais especiais que julgam apenas questões eleitorais. A distinção leva à corrupção. Como resolver? Usar o Código Penal para todos – candidatos ou não. Políticos corruptos têm seus nomes encaminhados à Justiça Eleitoral. Em tese, seriam inelegíveis a partir desse momento. Não à recursos que conseguem arrastar o processo por vários anos. Quando são condenados, já passaram por vários mandatos e enriqueceram com nosso dinheiro. Político preso não pode continuar sendo artigo raríssimo no Brasil. A imunidade

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parlamentar e as diversas possibilidades de recursos não podem permitir que mesmo os corruptos escapem das punições. Fidelidade partidária: As eleições para o Legislativo são proporcionais, ou seja, o número de cadeiras que um partido ocupa depende do número total de votos na sigla. No Brasil, se deve acabar com o cálculo que usa o método que privilegia o número absoluto de votos que a legenda recebeu e incentiva que candidatos nanicos se filiem a legendas maiores só para pegar carona. Pois, o resultado é um Congresso com representantes sem comprometimento com as propostas políticas dos partidos, levando ao troca-troca sem fim de siglas. Deste modo se defende a expressividade de votos do candidato: O método usado na Noruega considera também o número de votos individuais dos políticos. Assim, dificulta a eleição de candidatos com votações pouco expressivas. Cadeia neles: Funcionários públicos pegos com a boca na botija – ou, para usar uma metáfora mais atual, com dinheiro na cueca – são investigados como qualquer outro cidadão, o que não pode significar processos lentos e punições que nunca chegam. Uma das soluções seria instituir o rito sumário, que diminui a possibilidade de recursos, para processos de desvio de dinheiro público. Acabar com o toma lá, dá cá: O poder público é obrigado a abrir licitações para compra de materiais e contratação de serviços. Elas não podem continuar com focos de corrupção, onde empresários são favorecidos nos processos de licitação, em troca de propina. O resultado disso é o superfaturamento e o povo acaba pagando muito por produtos ou serviços que custam bem menos. Quando a sociedade toda puder acompanhar as compras do poder público, o risco de fraude é menor. Um jeito de garantir essa transparência é instituir licitações eletrônicas, em que qualquer empresa pode concorrer via internet, tudo às claras.

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Sepultar de vez a CPIzza: A lei brasileira já é impecável no que se refere às CPIs. A Constituição diz que o Congresso pode instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito desde que um terço dos parlamentares assine o requerimento. Os regimentos internos da Câmara e do Senado determinam que todos os partidos – inclusive os da base de apoio do governo – indiquem integrantes para a CPI. Os governistas não podem atrasar as indicações, de propósito. Ou seja, a CPI, que deve ser um instrumento da minoria, não pode acabar dependente da vontade da situação. Além disso, acordos internos costumam sepultar as investigações. Pressão popular e troca de chefia: Mesmo com todas as entrelinhas das normas internas do Legislativo, a CPI costuma sair diante da pressão da sociedade. A mídia tem função decisiva nesse processo. O Ministério Público investiga suspeitas de corrupção política. Quando termina um inquérito ele submete suas conclusões à Polícia Federal e às polícias estaduais para que os culpados sejam presos. Mas quem manda nas polícias é o presidente através de seus ministros, e os governadores nos estados. Para evitar que as polícias descumpram as decisões do Ministério Público, a solução é radical: transferir o comando delas para o Ministério Público, invertendo a ordem das hierarquias. Já que a Polícia Federal é do governo, na atualidade é algo aparelhado, enquanto o Ministério Público é do Estado. Para finalizar se registram as dez soluções para melhorar o Brasil que funcionaram na china sugeridas pelo Primeiro Ministro da China na visita recente ao Brasil: 1ª) pena de morte para crimes hediondos comprovados. Criminosos reincidentes já tiveram sua chance de mudar e não mudaram, portanto, não merecem tanto empenho do governo, nem a sociedade honesta e trabalhadora merece conviver com tamanha impunidade e medo. Eliminando os bandidos mais perigosos, os demais terão mais receio em praticarem seus crimes, isso refletirá imediatamente na

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segurança pública do país e na sociedade, principalmente na redução drástica com os gastos públicos em segurança. Em longo prazo isso também reflete na cultura e comportamento de um povo. 2ª) punição severa para políticos corruptos. Na China, corrupção comprovada é punida com pena de morte ou prisão perpétua, além é óbvio, da imediata devolução aos cofres públicos dos valores roubados. 3ª) quintuplicar o investimento em educação. Um país que quer crescer precisa produzir os melhores profissionais do mundo e isso só é possível quando o país investe no mínimo cinco vezes mais do que o Brasil tem investido hoje em educação, caso contrário, o país fica emperrado, aqueles que poderiam ser grandes profissionais, acabam perdidos no mercado de trabalho por falta da base que deveria prepara-los, com o tempo, é normal a mão de obra especializada passar a ser importada, o que vem ocorrendo a cada vez mais no Brasil, principalmente nos últimos cinco anos quando o país passou a crescer em passos mais largos. 4ª) redução drástica da carga tributária e reforma tributária imediata. O estado precisa ser aliado e não inimigo das empresas, afinal, é do trabalho destas empresas que o país tira seu sustendo para crescer e devolver em qualidade de vida para seus cidadãos, a carga tributária do Brasil é injusta e desorganizada e enquanto não houver uma mudança drástica, as empresas não conseguirão competir com o mercado externo e o interno ficará emperrado como já é. 5ª) redução de pelo menos 80% dos salários dos políticos brasileiros. O Brasil tem os políticos mais caros do mundo, isso ocorre pela cultura da malandragem instalada após a democracia desorganizada que tomou posse a partir dos anos 90 e pela falta de regras no quesito salário do político. O político

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precisa entender que é um funcionário público como qualquer outro, com a função de empregar seu trabalho e seus conhecimentos em prol do seu país e não um "rei" como se veem atualmente, a constituição precisa definir um teto salarial compatível com os demais funcionários públicos e a partir dai os aumentos seguirem o salário mínimo padrão do país, na China um deputado custa menos de 10% do que um deputado brasileiro. A revolta da nação com essa balbúrdia com o dinheiro público, com o abuso de mega-salários, sem a devida correspondência em soluções para o povo, causa ainda mais prejuízos ao estado, pois um povo sentindo-se roubado pelos seus líderes políticos perde a percepção do que é certo, justo, honesto e honrado. 6ª) desburocratização imediata. 7ª) recuperação do apagão de investimentos dos últimos 50 anos. 8ª) investir fortemente na mudança de cultura do povo. A grande massa do povo brasileiro não acredita mais no governo, nem nos seus políticos, não respeita as instituições, não acredita em suas leis, nem na sua própria cultura, acostumou-se com a desordem governamental e passou a ver como normal às notícias trágicas sobre corrupção, violência, etc., portanto, o Brasil precisa investir na cultura brasileira, iniciando pelas escolas, empresas, igrejas, instituições públicas e assim por diante, começando pela educação patriótica, afinal, um grande povo precisa amar e honrar seu grande país, senão é inevitável que à longo prazo, comecem surgir milícias armadas na busca de espaço e poder paralelo ao governo, ainda mais, sendo o Brasil um país de proporções continentais como é. 9ª) investir em ciência e tecnologia imediatamente. Proporcionalmente, o Brasil investe menos de 8% do que a China em ciência e tecnologia, isso começou a ter forte reflexo no país nos últimos cinco anos, quando o Brasil passou a crescer e aparecer no mundo como um país emergente e que vai crescer

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muito a partir de agora, porém, não tem engenharia de qualidade, não tem medicina de qualidade, tecnologia de qualidade, não tem profissionais com formação de qualidade para concorrer com os países desenvolvidos que se encontram mais de 20 anos a frente do Brasil, isso é um fato e precisa ser visto imediatamente, pois reflete diretamente no desenvolvimento de toda nação. 10ª) menoridade penal e trabalhista a partir de 16 anos. O Brasil é um dos poucos países que ainda possuem a cultura de tratar jovens de 15 a 18 anos como crianças, não responsáveis pelos seus atos, além de proibi-las de oferecer sua mão de obra, isso é erro fatal para toda a sociedade, afinal, o Brasil, assim como a grande maioria dos países, estão envelhecendo e precisam mais do que nunca de mão de obra renovada, além do que, essa contradição hipócrita da lei, serve apenas para criar bandidos perigosos, que ao atingirem 18 anos, estão formados para o crime, já que não puderam trabalhar e buscaram apenas no crime sua formação. Na China, jovens tem permissão do governo para trabalhar normalmente (não apenas como estagiários como no Brasil) a partir dos 15 anos, desde que continuem estudando e, sim, respondem pelos seus crimes normalmente, como qualquer adulto com mais de 18 anos. Não houve interesse do governo em divulgar esses fatos, pois, para o PT e demais governantes, do jeito que o Brasil se encontra é exatamente o jeito que eles sempre sonharam, um país que reina a impunidade política e o povo não tem vez nem voz, até porque, essa cultura citada, é exatamente o que poderia causar problemas na atual política brasileira, portanto, um povo acomodado e que apenas assiste de camarote o corrupto sacar dinheiro do seu próprio bolso, é o sonho de qualquer criminoso do colarinho branco.

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REFLEXÃO A corrupção seria estagnada e sofreria retrocesso com a participação e controle social consciente. • Atuação e não omissão. A eliminação do "ovo da serpente" da corrupção não é tarefa fácil, porque reclama lideranças políticas capazes de mobilizar a sociedade para esse objetivo, em bases estritamente democráticas. A reversão dessa crise moral, entretanto, é condição indispensável para a construção do futuro do País. As páginas dos jornais estão repletas de manifestações descontentes diante dos vários casos de corrupção que constantemente se vê no Brasil. Nas ruas, no cotidiano dos brasileiros, outro tanto de contrariedade e desgosto é notado com frequência. A população, em geral, não mede palavras para desqualificar os corruptos que assolam o país. Contudo, parece-nos que esse tal aborrecimento e a revolta da sociedade fica restritos apenas a xingamentos, ou no máximo, uma manifestação pública isolada contra a corrupção, o que aparenta-nos ser muito pouco diante do muito, nesta luta incessante contra a malversação de dinheiro público. É preciso um embate mais efetivo, mais constante. É preciso que os cidadãos não se acomodem diante de tantas fraudes aos bens públicos. Apesar de várias serem as alternativas formuladas para a solução da corrupção, podemos dizer que todas convergem no sentido de que deve haver uma maior participação do cidadão na vida efetiva do Estado. Um diagnóstico quase unânime, diz que quando uma população passa a não mais compartilhar a vida política de sua

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comunidade, abrem-se as primeiras brechas para o advento da corrupção. A sociedade brasileira precisa parar de acreditar que é impossível controlar a corrupção porque isso faz com que os brasileiros desenvolvam um sentimento que resulta num individualismo exacerbado, uma cultura egocêntrica, onde cada um pensa exclusivamente no seu bem estar singular, a resolução dos problemas do seu mundo particular é suficiente para a sua satisfação pessoal. Os cidadãos só se revoltam contra a corrupção quando esse mal se torna demasiado evidente e o seu impacto é sentido como sintoma de injustiça social numa conjuntura econômica difícil. Hoje, está intrínseco também na cultura existente no Brasil, o conceito de que tudo pode ser resolvido com a edição de uma lei regulamentando determinado assunto. Assim aconteceu, em 1992, quando foi aprovada, então, a Lei de Improbidade Administrativa. Passados mais de vinte anos da entrada em vigor da lei, pouca coisa mudou, o que significa dizer que a legislação por si só não é suficiente para promover o combate à corrupção. Precisa-se de mais que isso. A mania de regulamentação foi introduzida e reforçada pela grande presença de juristas no poder legislativo e na administração do estado. A aspiração maior desses juristas é formular a legislação perfeita, que enquadre toda a realidade e evite qualquer brecha por onde possa escapar o transgressor. Contudo, o Brasil precisa deixar de lado essa crença de que a edição de normas e a criação de severas penas vai pôr termo à questão da constante corrupção no país. Há na verdade a necessidade de impor efetividade a essas leis. Fazer com que elas sejam, realmente, cumpridas, e que os corruptores não possam mais se esconder por trás de cargos e prestígios sociais e sejam, de fato, penalizados por seus delitos. Isso influenciará, sobremaneira, outros corruptores a não mais praticarem tais atos.

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A corrupção não é uma transgressão exclusiva dos políticos brasileiros, do contrário, ela é o retrato de toda uma sociedade que a aceita. Não a aceita com essa terminologia, mas com a simpática expressão “jeitinho brasileiro”. De acordo com uma pesquisa, realizada pela PESB, Pesquisa Social Brasileira, em torno de dois terços dos entrevistados já se utilizou do “jeitinho brasileiro”, seja para requerer algum favorecimento ou para favorecer a alguém. É preciso que o corrupto sinta que não mais é aceito pela sociedade, que se trata de persona non gratta. As ideias de participação e controle social estão intimamente relacionadas: por meio da participação na gestão pública, os cidadãos podem intervir na tomada da decisão administrativa, orientando a Administração para que adote medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem exercer controle sobre a ação do Estado, exigindo que o gestor público preste contas de sua atuação. A participação contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a aplicação dos recursos públicos. Assim, o cidadão tem o direito não só de escolher, de quatro em quatro anos, seus representantes, mas também de acompanhar de perto, durante todo o mandato, como esse poder delegado está sendo exercido, supervisionando e avaliando a tomada das decisões administrativas. A origem da corrupção tem ligação direta com o aparecimento do Estado. Trata-se de um mal global. A ONG Transparência Internacional, para se ter uma ideia, divulga todos os anos um relatório que indica a percepção de corrupção nos setores públicos dos países (um total de 107 países em 2013), de acordo com avaliações de ONGs, fundações, centro de estudos e bancos de desenvolvimento. No último relatório apresentado, em 09 de julho de 2013, o Brasil aparece com um índice de

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percepção de 4,6, numa escala que varia de 0 a 5, onde 5 indica o nível máximo de corrupção. Em regra, os países que ocupam as primeiras colocações no ranking são países com alto grau de desenvolvimento humano e distribuição de renda mais equilibrada, tais como Dinamarca, Finlândia e Suíça, o que indica que esses índices são deveras importantes na corrupção de um País. Ocorre que nos países onde estes aspectos não estão maciçamente presentes, verifica-se um elevado abuso de poder, tanto político quanto econômico que favorece a prática de corrupção. • Exercício da cidadania. Um dos primeiros exercícios é o da projeção que o voto efetua em nosso quotidiano como um instrumento que traduz anseios pelas mudanças. É nesse contexto de transformação por uma sociedade mais igualitária que o jovem se encaixa como peça fundamental para o futuro não se mostrando relapso às discussões rumo: a uma nação mais politizada; a um anular a esperteza do Estado de ser apenas a continuidade das várias mazelas, como mudar para continuar do mesmo jeito; e a conscientizar que quem vende o voto por uma cesta básica ou outro artifício, vende a sua liberdade, sua cidadania, a sua dignidade. Sendo assim, a política do “pão-e-circo” exercida na Roma Antiga ainda possui traços que se evidenciam na política contemporânea. Um segundo exercício é o da educação para cidadania requerendo envolvimento cognitivo e afetivo do indivíduo. O simples repasse de conhecimento e informação não é o bastante para despertar o interesse dos jovens na participação social. O ensino requer a participação no meio escolar, esclarecimento das dúvidas, envolvimento afetivo, espírito crítico, debates, e a resolução pacífica de conflitos e oposição ao autoritarismo.

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A adesão de valores democráticos e a participação política estão diretamente ligadas ao nível de escolaridade. Quanto mais educado e culto o povo é, mais alto será o nível do país, diminuindo as desigualdades e problemas. Para que haja formação de cidadãos que saibam gozar cocientes de seus direitos políticos e civis, será necessário um melhoramento na educação pública do país. Só assim pode-se contar com um futuro melhor. Que se tomem cuidado com os aparelhamentos desde as organizações estudantis como A Política Nacional de Participação Social (PNPS). Alguns dizem que são três os fatores que formam a base de sustentação de uma política honesta: educação (leva tempo, mas garante resultados duradouros), participação popular e Estado atuante no sentido positivo.

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ECONOMIA DO FUTURO É A DO IZUNOMÊ

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TEMA No mundo contemporâneo o que orienta a organização de uma sociedade e seu espaço, em termos jurídico-políticos, econômicos e ideológicos, é predominantemente um dos dois sistemas: capitalismo ou socialismo. Registra-se que, segundo a teoria marxista, o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo que substituiria o capitalismo, mas que nunca foi implantado em nenhum país. Mas, também se pode entender o socialismo, como as correntes de pensamento que se opõem a Estados fortes nos quais uma burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome dos trabalhadores formando ditaduras que promovem perseguições contra dissidentes e nomenclaturas que usufruem de privilégios do Estado. Deste modo, os termos socialismo e comunismo também não serão muitos precisos aqui, inclusive por empregarmos textos de outros autores. • Capitalismo Este sistema tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro, estabelecendo: o domínio total ou parcial de todos os meios de produção; o controle do mercado desempenhado pela livre concorrência e a competição; os altos investimentos designados ao desenvolvimento dos setores produtivos são provenientes de capitais privados; a existência de sociedade dividida em classes sendo uma composta por uma elite dona dos meios de produção e a outra formada por trabalhadores.

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Hoje em dia quase todos os países adotam o capitalismo, sendo os mais significativos: Estados Unidos, Japão e Europa desenvolvida. • Socialismo Este sistema tem como base a socialização dos meios de produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade dividida em classes porque todos são donos dos meios de produção, bem como o controle e monopólio executado pelo Estado sendo que o direcionamento do investimento é proveniente de órgãos estatais. Atualmente apenas alguns países adotam o socialismo, como China, Vietnã, Coréia e Cuba. • Capitalismo x Socialismo As principais características de comparação apontadas a seguir são baseadas nas experiências econômicas e sociais dos países que aplicaram na prática o capitalismo e o socialismo. Capitalismo: existência de pobreza e miséria em grande parte dos países x Socialismo: o governo garante o necessário (educação, saúde, alimentação) para a sobrevivência das famílias. Baixíssimo índice de pobreza. Capitalismo: sistemas de educação e saúde público e privado. X Socialismo: sistema de educação e saúde público. Capitalismo: existência de classes sociais, definidas, principalmente, pela condição econômica das pessoas. X Socialismo: inexistência de classes sociais. Capitalismo: liberdade econômica (livre concorrência) com pouca intervenção do governo na economia. X Socialismo: falta de liberdade econômica com grande intervenção do governo na economia.

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Capitalismo: salários dos trabalhadores definidos pelo mercado. X Socialismo: salários controlados e definidos pelo governo. Capitalismo: preços dos produtos são definidos pela lei da oferta e procura. X Socialismo: preços controlados pelo governo. Capitalismo: investimentos nos setores da economia feitos pelo Estado e também pela iniciativa privada. X Socialismo: investimentos feitos apenas pelo Estado. Capitalismo: existência de desigualdades sociais, principalmente nos países em desenvolvimento. X Socialismo: baixa desigualdade social. Capitalismo: meios de produção (fábricas, fazendas) e bancos nas mãos de particulares (propriedade privada). X Socialismo: fábricas, fazendas, bancos controlados pelo governo. Capitalismo: valorização e existência do lucro nos negócios, que ficam para o(s) proprietário(s). x Socialismo: a renda derivada da produção é socializada entre os trabalhadores. Tendo em vista o tempo desse encontro, este será limitado ao aspecto econômico, qual seja: economia de mercado e economia planificada. Uma das principais diferenças entre economia de mercado e economia planificada se resume em como está regulada a atividade econômica e produtiva por parte do Estado. Se o Estado toma uma posição intervencionista pode se tratar de uma economia planificada em quanto se o Estado só controla e coleta impostos à atividade econômica, estaria se referindo a uma economia de mercado, onde o mercado se auto regula. • Economia de Mercado Inicialmente se recorda que a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde os agentes econômicos

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realizavam suas transações. Na historia geral da economia se descreve como os senhores feudais da idade média estabeleciam mercados em seus territórios, concedendo o privilegio de sua exploração, como forma de atender ás necessidades de suprimentos em seus domínios e de facilitar, pela centralização das transações, a cobrança de tributos. Este conceito chegou aos dias atuais, o mercado permanece, por tradição como um lugar definido, especialmente edificado, para o encontro de produtores e consumidores. Nesses mercados locais, geralmente o que mais se vende são produtos, destinados a suprimentos básicos. Exemplo: COBAL, CADEG e CEASA. Mas o conceito de mercado, em sua acepção econômica mais ampla, está bem distante dessa tradição. Mercado, agora é uma abstração. Já não existe a conotação geográfica e nem física como os mercados virtuais. O Capitalismo econômico teve início no fim da idade média. As características básicas que acabam de ser descritas só foram superadas a partir da segunda metade do século XVIII, com a formulação do pensamento liberal clássico. Uma rebelião de novas ideias, fundamentada em novos princípios, coincidiu com a Revolução Francesa. Os princípios da autoridade, da proteção e da tradição foram postos em cheque pelos pensadores liberais. Os homens não aceitavam mais cegamente o ponto de vista de que era natural e conveniente que o governo regulasse todos os aspectos da vida econômica e social. Pelo contrário, florescia a ideia de que era natural e conveniente que não houvesse qualquer intervenção. A própria revolução americana lutou em defesa dos princípios da economia de mercado em que a ordem econômica deveria resultar da ordem natural. Assim, a experiência americana e as teorias da ordem e do direito natural desenvolvidas na Europa ocidental, continham, em sua essência,

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as ideias que serviriam para fazer submergir a filosofia e a prática do regulamentarismo. Primeiramente, elas se baseavam na doutrina do individualismo, segundo a qual o individuo e não o governo era objeto principal do interesse social. A racionalidade do homem econômico, as virtudes do individualismo e o automatismo das forças do mercado, tudo isto sob ajustamento que a concorrência se encarregaria de fazer, substituiriam, segundo as novas correntes de pensamentos, as ordens emanadas do governo. Cada qual seria compelido por seu próprio interesse, a propriedade dos meios de produção haveria de ser privada e a iniciativa de empreender seria liberada. Sob esta nova ordem, os empreendedores seriam atraídos pelos setores que apresentassem melhores perspectivas de ganho. Por outro lado as unidades familiares também se guiariam por seus próprios interesses, quer no emprego dos recursos de sua propriedade, quer em suas satisfações de consumo. E como os interesses conflitantes seriam solucionados pelas forças da concorrência, não haveria soluções em que eficiência, a eficácia e a equidistribuição não estivesse, de alguma forma satisfeita. Aspectos de uma economia de mercado com suas vantagens e desvantagens. 1) Os produtores oferecem bens e serviços rentáveis e pelos quais há demanda. Vantagem: as pessoas podem escolher consumir e produzir segundo suas preferências e disponibilidades. Desvantagem: não oferecer produtos em situações onde o preço (valor de troca) é inferior aos custos de produção. 2) Pessoas podem comprar ou alugar e os fatores de produção desta forma se converte em produtores a oferecer bens e serviços pelo mercado. Vantagem: o sistema de preços decide sobre a produção, não necessita de intervenção do

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Estado. Desvantagem: imperfeições na concorrência devido a estruturas de mercado monopolizadas ou oligopolizadas. 3) As variações na demanda ou da oferta de bens provocam variações no preço dos bens, deste modo os preços fazem o equilíbrio da oferta e da demanda. Vantagem: os indivíduos têm incentivos financeiros para atuar de forma produtiva, se os produtores lançam no mercado o que os consumidores desejam, podem obter grandes lucros, e assim demanda de bens e serviços determina sua oferta. Desvantagem: incapacidade do mercado de promover uma perfeita alocação de recursos e em promover sozinha uma justa distribuição de renda. Há controvérsias sobre quais atividades são de competência do Estado e quais cabem à iniciativa privada. O direito à liberdade e à segurança, constituindo direitos fundamentais, não pode estar sob o controle do mercado, pois não pode depender do poder aquisitivo do indivíduo. Da mesma maneira, os direitos humanos — por exemplo, o direito à vida e, portanto, a uma saúde pública mínima — requerem a intervenção do Estado na prestação de serviços médicos privados. Quando atividades econômicas são desempenhadas por empresas do setor privado, torna-se necessária uma regulamentação pública para impedir, por exemplo, a apropriação indébita de propriedade. • Economia Planificada O Socialismo econômico surgiu primeiro na Alemanha com as ideias de Karl Marx e Engels em (1848). Ele foi instaurado após a Revolução de Outubro (1917), na União Soviética, por Lenine, chefe da facção bolchevique dos partidos socialistas russos.

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Economia planificada também é chamada de "economia centralizada" ou "economia centralmente planejada", no qual a produção é previa e racionalmente planejada por especialistas, na qual os meios de produção são propriedade do Estado e a atividade econômica é controlada por uma autoridade central que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas para as unidades de produção. Nesse sistema a escolha da proporção entre quanto do PIB deve ser investido, e quanto deve ser consumido, torna-se uma decisão política centralizada. Em tal economia não há desordem na produção. O Planejamento é feito de forma que, teoricamente, não haja escassez ou abundância de determinado produto, portanto os preços raramente são modificados. Sua forma mais conhecida é o tipo de economia que foi adotada, durante cerca de 70 anos, pelo regime comunista-bolchevista da União Soviética, e por seus países satélites, bem como pela China no período do Grande Salto Adiante (1958-1963). Os socialistas defendem a planificação da economia, em maior ou menor grau. Hoje em dia muito poucos economistas, mesmo socialistas, ainda defendem uma economia totalmente centralizada e planificada, como foi a soviética. Em 2013 só existiam duas economias totalmente planificadas no mundo: Cuba e Coreia do Norte. Nas mais modernas economias planificadas, um poder central fica encarregado de decidir a respeito dos investimentos a serem realizados pela sociedade, a distribuição dos recursos necessários à produção, consumo e as metas a serem atingidas pelas empresas. Exemplo dessa chamada economia planificada se pode identificar como o processo desenvolvido durante o período de 1964 a 1985, vinte anos em que tivemos no Brasil, "Quatro chamados Planos Nacionais de Desenvolvimento, denominados PND I, II, III e IV”; cada um desses com duração de cinco anos, e que indicavam os rumos que a economia deveria seguir para o

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crescimento harmônico nos períodos. Em um programa de "dirigismo, ao nível definido e orientado por Keynes, a fim de evitar as conhecidas crises cíclicas da economia capitalista". As empresas, cujo objetivo principal seria não seu lucro, mas o progresso do país não tem tanta preocupação com sua eficiência e o risco de falência ou concordata, como nas economias capitalistas. Têm apenas que cumprir as metas traçadas e realizar a produção e distribuição da melhor forma possível, atendendo as necessidades da população. Muitas das economias totalmente planificadas que existiram, sobretudo no século XX acabaram perdendo credibilidade ao longo dos anos 1980 e 1990, devido ao aumento da burocratização, e da ausência de incentivos a ganhos de produtividade e inovações, havendo no Brasil, apesar de não ser totalmente planificado na época, um "Ministério da Desburocratização", para tornar o processo mais rápido e menos burocratizado, com vistas ao custo e qualidade do produto e sua competitividade, a nível internacional, entre o III e o IV Plano Nacional de Desenvolvimento; e também a criação de órgãos como o "Ministério da Ciência e Tecnologia", ligando as instituições escolares às empresariais, com o fito de modernizar o aparelho produtivo na figura do operário e do estudante, em nível do chamado então "Primeiro Mundo". A planificação econômica refere-se à centralização, por parte do Estado, dos poderes de planejamento e execução das políticas econômicas, suprimindo o Mercado e a livre concorrência. A URSS foi a pioneira na aplicação da planificação econômica, quando dirigida por Stalin, elaborando um sistema de metas com duração estipulada em cinco anos, os chamados planos quinquenais, e dando ênfase ao setor energético e de indústrias pesadas, de bens de capital. Através dos planos quinquenais a URSS obteve progressos significativos na produção de aço, de bens de capital

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e produção de maquinaria para a indústria. Este modelo foi seguido por todas as repúblicas da União, como também pelos satélites da URSS. Ainda hoje existem países que executam a planificação econômica, como Cuba e Coreia do Norte. Porém, a planificação econômica, da forma que foi implementada, não produzia uma quantidade de riquezas suficiente para melhorar o padrão de vida dos cidadãos soviéticos, deixando em segundo plano a produção de bens de consumo, que além da pouca oferta, tinham qualidade inferior à dos produtos produzidos em economias de mercado, concentrando os recursos apenas onde o Estado considerava importante, negligenciando o que alguns considerariam necessidades populares. Entre os pontos negativos do socialismo real se tem: excessivo controle do estado não direcionando corretamente os rumos do mercado e do processo de industrialização e comercialização, além de focalizar as atividades industriais na produção bélica, deixando de lado a produção de bens de consumo, isso deixou sem competitividade. Uma crítica que é feita a esta economia é impossibilidade do cálculo de preço, que é necessário para a implantação de um sistema econômico planificado. Para ser determinada uma meta de produção, o que seria a primeira etapa para a economia planificada, é necessário conhecer a demanda, que por sua vez, para ser conhecida, necessita de um preço determinado pelo mercado. Como não há mercado na economia planificada, não é possível conhecer o preço, logo não é possível conhecer a demanda, tornando a edificação de uma economia planificada teoricamente impossível. • Economia Mista. No século XX se tornou mais presente a força dos sindicatos e dos monopólios e oligopólios, associado a outros

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fatores, a economia se tornou mais complexa. A depressão dos anos 30 mostrou que o mercado sozinho, não garante que a economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos. Assim o governo atua na eliminação das distorções alocativas e distributivas e melhoria no padrão de vida da coletividade. A partir da queda do regime comunista no Leste Europeu e na antiga União Soviética e do apoio à empresa privada em países comunistas como China e Vietnã, é possível afirmar que não existe nenhum país que não pratique um regime de economia mista. Nesta o Estado, além de orientar a economia, detém a propriedade de importantes empresas em setores considerados estratégicos como bancos, indústrias de base, transporte, saúde e educação. Na atualidade se observa mescla na economia a ponto de se falar em Capitalismo Planificado e Socialismo de Mercado que existe em países capitalistas como nos de regime socialdemocrata, bem como em países socialistas como a China, respectivamente. Mas, também se começa a mencionar alternativas não muito claras inclusive no seu alcance como economia participante, compartilhada, etc. que levem aspectos como não crescimento em prol da natureza. O que se oferece como reflexão é algo semelhante a uma economia alternativa que não tenda aos extremos.

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REFLEXÃO Extraindo-se de trechos dos ensinamentos de Meishu-Sama se arriscam a delinear algumas possíveis considerações do Messias em relação a este tema, quais sejam: • A economia do mercado é um materialismo apegado à exploração desmesurada. “Como resultado da exploração dos capitalistas, dos fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr eles mesmos. Imaginemos, porém uma sociedade onde predominem pessoas saudáveis de corpo e espírito. Até os capitalistas teriam consciência de que deveriam ser moderados na obtenção de lucros, distribuindo-os com os trabalhadores quando ultrapassarem certo limite. Obviamente, os trabalhadores ficariam satisfeitos e alegres com esse procedimento e procurariam colaborar com os patrões, visando o progresso de seus empreendimentos. Assim, estaria firmando o pacto entre patrões e empregados no seu verdadeiro sentido, de modo que não é nenhuma utopia o fim dos conflitos entre as duas partes.” • Com o liberalismo após a 2ª Guerra Mundial passou dos limites caminhando para a anarquia. “É impossível existir a liberdade infinita; a verdadeira

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liberdade é aquela que tem limites. Assim, quando ultrapassamos esses limites, não só invadimos e prejudicamos a liberdade dos outros, como também nos tornamos traidores da cultura.” “Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão, e assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito, bom; pena é que [o pensamento liberal passou dos limites] e chegado à situação presente, ou seja, a uma sociedade predisposta à anarquia.” • No entanto, seu espírito desbravador incentiva o espírito de independência. “Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente. Entende-se isto analisando a história de sua formação. No começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração pelos americanos. Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido, pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a introdução de capital. É o método fundamental, pois está baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria.”

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• Todavia, quase não existem verdadeiros empresários e trabalhadores. “Quase sempre fazem-se greves como único meio de resolver os problemas existentes entre empregados e empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem, o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve, mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita e, logicamente, do salário dos empregados. (...) Mas qual é a situação atual? Poderíamos afirmar que quase já não existem verdadeiros empresários e capitalistas.” • Contudo, seu grande defeito é não garantir que os eleitos sejam esclarecidos. “Esclarecido é quem possui vasto saber. Por aí vemos quão grande é o número de homens imaturos que não possuem esse saber das coisas, inclusive entre os homens públicos. Eles procuram exagerar e fazer alarde de questões insignificantes, sem se dar conta de que estão atraindo o desprezo dos esclarecidos. Seu comportamento nada mais é que a demonstração de sua própria inferioridade. Tais indivíduos são, infalivelmente, umas nulidades, homens de conceitos restritos. (...) Certamente é por causa de tantos elementos sem maturidade que não se consegue chegar a conclusões e resoluções mais rápidas nos debates políticos de hoje. Se a maioria fosse esclarecida, seria fácil um acordo. O problema é que os esclarecidos se retraem no silêncio, por destestarem discutir com gente teimosa. Os imaturos aproveitam essa oportunidade para se exibir, desejando tornar-se famoso, e a fama aumenta sua probabilidade de serem eleitos, por ocasião das eleições. Sendo assim, os menos esclarecidos representam a maioria, e os esclarecidos, a minoria.”

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• Na conjuntura atual se necessita de médios capitalistas. “Quando se leva em conta essa situação, apesar de os grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata para os dias atuais. Talvez seja por esse motivo que, no ano passado, os Estados Unidos, incentivaram o Japão a adotar a política de capitalização dos recursos. E isto se torna ainda mais evidente quando verificamos que, mesmo na União Soviética, devido ao exagerado empenho inicial para derrubar os capitalistas, os empreendimentos sofreram percalços e Stalin utilizou-se da política da abertura de meios para a formação de médios capitalistas. Por esses exemplos, vemos que, no momento, é preciso haver um sólido aperto de mão entre os trabalhadores e os capitalistas japoneses, e não simples acordos. Somente assim poderemos aspirar ao aumento da felicidade e do bem-estar dos trabalhadores. Entretanto, é um terrível engano pensar que nada pode ser resolvido a não ser através de lutas. Caso isto não seja percebido, fatalmente haverá a auto-extinção não só dos empregados como dos empregadores.” • O cotidiano é decepcionante por ser antidemocrático. “Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso. No caso das eleições é a mesma coisa.”

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• A economia planificada é um movimento místico egoísta que impõe idéias. “Tudo que vem de pensamento impuro é muito esquisito. Deste ponto de vista, pode-se observar como procedem os integrantes do Partido Comunista. Quando se referem ao país, à sociedade ou à felicidade do povo, parecem estar se dedicando de corpo e alma a uma causa nobre, pois emitem inúmeras opiniões que mexem com o sentimento humano. Suas palavras, entretanto, não contêm sinceridade; visam apenas aos próprios interesses; por isso, não convencem quem os está ouvindo.” “No outro dia conversei, por uma hora, com um americano chamado Braden, que veio fazer pesquisas religiosas, no Hotel Gora. Perguntou-me sobre o que eu pensava a respeito do comunismo e, quando respondi que, como este se extinguirá num futuro próximo, não me preocupava com o assunto, ele se espantou. Provavelmente ninguém diria algo semelhante.” “Gostaria de escrever “Salvar a União Soviética”, contudo, mesmo que escreva, pela cabeça que eles têm não compreenderão. Portanto, salvar a União Soviética é uma tarefa que fica por último. Talvez seja impossível salvá-la. Não há outro meio além de sua extinção. Isto é, esse país desaparecerá e, assim, o seu povo será salvo.” “Lembro ter, certa vez, em Quioto me referido ao comunismo dizendo que não ia conseguir sucesso porque só se preocupava com o bem-estar de seus “camaradas” e com a classe dos trabalhadores.” • O princípio marxista da revolução parte de um grande erro. “O maior erro que existe no pensamento dos homens civilizados da atualidade é a mania de atribuir ou transferir todas as culpas para terceiros. Creio que a influência do marxismo constitui o centro desse modo de pensar, pois, segundo sua

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teoria socialista, a infelicidade do homem é causada unicamente pelo péssimo mecanismo da organização social. De fato, torna-se necessário melhorar cada vez mais esse mecanismo, mas é um grande equívoco determinar que esta seja a causa única da infelicidade do homem. Mesmo que se chegue a uma organização ideal, se o modo de pensar e agir de cada indivíduo estiver errado, essa organização não poderá ser administrada com eficiência, e o resultado, infalivelmente, será a bancarrota. Portanto, a única forma de solucionar o problema é melhorar a natureza espiritual de cada indivíduo. Ou seja, deve-se considerar que o homem é o ponto principal, e a organização social, um ponto secundário. É evidente que esse pensamento errado surgiu das teorias materialista, que não reconhecem a natureza espiritual do homem. Tenta-se solucionar todos os problemas através dessas teorias e nisso está o grande erro. Como resultado, os homens da época atual julgam que suas próprias palavras e ações são corretas e procuram atribuir a culpa dos males sociais a terceiros. Na realidade, porém, a causa de quase todos esses males está no próprio indivíduo (...). O pensamento de que a culpa dos males sociais está em terceiros - princípio da revolução socialista - baseado no qual se pretende destruir a organização social, faz com que o povo se rebele, transferindo a culpa à organização, ao invés de assumi-la. Gostaríamos, portanto, que os homens da atualidade, plenamente conscientizados do que estamos dizendo, reconsiderem os erros cometidos até o presente e começassem tudo de novo.” “Entretanto, como olham só materialmente, sem conhecer espírito, os trabalhadores se vangloriam, e dizem que eles são importantes, e isso é o comunismo. Por isso, se por ventura, não reconhecêssemos a existência do espírito, o princípio do comunismo seria verdadeiro, Realmente, ele está

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bem constituído; mas uma vez que reconhecemos o espírito, o comunismo não nos causa nenhum pavor.” • Tangendo a uma possível dependência. “Nos japoneses da atualidade, nota-se uma característica muito forte: sua dependência. (...) existe subsídio do governo para diversos artigos de consumo e ajuda financeira do Banco do Japão. Médios e pequenos empresários afirmam que irão à falência se não obtiverem empréstimos bancários; algumas pessoas dizem não lhes ser possíveis viver sem pedir dinheiro emprestado a parentes e conhecidos; crianças não conseguem estudar se não tiverem ajuda dos pais. Além disso, existem os desempregados, viúvas, etc., que vivem na dependência da ajuda do governo, dos serviços sociais e da assistência de instituições. Onde quer que se observe, parece que nada é possível sem a ajuda de terceiros; consequentemente, não podemos deixar de ficar espantados com o caráter dependente dos japoneses. Somos forçados a admitir que a causa fundamental dessa dependência seja o fato de o Japão ainda não se ter libertado dos fortes laços do feudalismo.” • Os sistemas e as classes privilegiadas não são eternos, eles são obras do Tempo. “Tudo que existe, inclusive o que se relaciona ao homem, é regido pelo tempo. A delimitação do apogeu e da decadência subseqüente, das mudanças históricas, das definições do bem e do mal, da justiça e da injustiça, tudo está subordinado a ele. Por esse motivo, o que agora é um bem daqui a alguns anos poderá ser desprezado amanhã, por tornar-se falso. O passado nos mostra que as coisas que atualmente estão no apogeu um dia infalivelmente entrarão em mentira absolutas.”

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• As classes quando abolidas advém desonestidade. “(...) em decorrência da abolição das classes sociais, muita gente acha tolice levar uma vida séria e honesta.” • Ideal é o caminho do meio que salva indivíduo e sociedade. “Numa vida social tão complicada (...) devemos tomar muito cuidado, pois, levados por um conceito errado de democracia, muitos jovens não levam em consideração a diferença existente entre superior, médio e inferior, e isso é um problema. Realmente, o antigo princípio de discriminação das classes militar, agrícola, industrial e comercial estava errado, mas ações igualitárias como as da atualidade também estão erradas. Principalmente a forma pela qual é efetuada a educação escolar é realmente lamentável. Vejo, freqüentemente, os jovens caírem na libertinagem pelo excesso de liberalismo e pela ausência da distinção entre professores e alunos. Nesse sentido, os professores também têm muitos pontos que devem ser objeto de reflexão. Evidentemente, a forma militar dos tempos antigos não é boa, mas o relaxamento atual também não é bom. Em suma, o essencial é não cair nos extremos, obedecer aos limites, mantendo-se no centro.” “Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão inevitáveis. Algo que hoje parece insignificante, um dia poderá dar origem a desentendimentos. É esta, portanto, a razão da existência de conflitos em toda parte. Mesmo nas relações internacionais, os desentendimentos não têm fim. Esses choques foram inevitáveis até hoje porque graças a eles é que a cultura material progrediu. Contudo, uma vez que daqui em diante a

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situação será diametralmente oposta, é necessário haver uma mudança de pensamento.” “A solução dos sérios problemas que estão afetando a vivência no Planeta deveria ser a preocupação mais urgente do ser humano nos dias de hoje. É preciso reconhecer os erros do passado, a fim de que seja iniciada a cultura do “Meio”, constituída por uma nova forma de desenvolvimento no qual matéria e espírito formarão um todo sem inclinar-se para nenhuma das partes. Somente através de uma civilização diferente, apoiada tanto no progresso material quanto no espiritual, é que poderá ser estabelecido o Reino do Céu na Terra.” • A convicção é que o “Izunomêísmo” é a visão de mundo perfeito. A ideologia Izunome é uma ideologia baseada na existência de Deus, onde o vertical e o horizontal se unem, fundamentada na Ciência Espiritualista. “É necessário adotar uma justa medida: dedicar-se tanto ao seu trabalho quanto a Deus. Essa justa medida ou temperança é o Izunomê, o ponto intermediário entre Daijo e Shojo, entre o horizontal e o vertical. Isto significa não inclinar-se excessivamente para nenhum dos dois lados, mas seguir o caminho do meio.” “Então, qual será essa nova ideologia? Não se trata de comunismo, nem tampouco de socialismo, capitalismo ou democracia. Nascerá uma ideologia cultural elevada que não tende nem para a direita, nem para a esquerda e nem para o centro, a qual chamamos de Ideologia Izunomê. Esta ideologia, doravante, liderará o mundo e é a manifestação de uma profunda Administração de Deus. E, sendo ela algo decisivo, por mais que queiramos ou deixemos de querer, certamente, se concretizará. Isto é, será concretizado o Paraíso Terrestre, um

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mundo eternamente isento de doença, miséria e conflito, que é o lema da nossa Igreja.” “Depois que o Comunismo terminar, depois que o Capitalismo terminar, qual será a ideologia ou doutrina que o Mundo vai seguir? Não será nem do tipo do Comunismo nem do Capitalismo, será, portanto, a Ideologia do Equilíbrio. Tanto o Capitalismo como o Comunismo são princípios materialistas. Ou seja, é o pensamento de que, através do materialismo, se consegue fazer as pessoas da época seguir a sua própria ideologia ou doutrina. Por outro lado, as pessoas vão tomando consciência de que tanto uma como a outra ideologia, que são bases do materialismo, estão totalmente erradas. Isso é a representação da chegada da ideologia espiritual. A ideologia espiritual tem como princípio a crença na existência de Deus, ou seja, é a própria fé, que vem sendo transmitida desde os tempos remotos, mas que tem sentido de uma coisa nova. Assim, com o nascimento desta nova ideologia (Equilíbrio, Izunomê), teremos a harmonização e controle entre a Cultura Espiritual e Material, que é uma coisa que venho dizendo há muito tempo. E essa ideologia vai entrar num desenvolvimento muito rápido, tendo a direção e orientação da Igreja Messiânica. Se falarmos em outras palavras, essa é a Ideologia Messiânica, ou seja, como sempre digo, é a doutrina do Izunomê. Não tende nem para a direita nem para a esquerda: tem a forma da cruz (+). Esse é o nascimento da Cultura que une o vertical com o horizontal.” “O ser humano que realmente realiza grandes feitos, deve se preocupar com as pequeninas coisas. Quem se preocupa com as coisas grandes e não percebe as pequenas, torna-se um fracassado. Mesmo possuindo grandes ideias, a pessoa deve também cultivar os pensamentos pequenos. Concluindo: se ela não perceber as coisas pequenas, não poderá realizar grandes feitos. Logo, não devemos ser "Daijo" nem "Shojo", isto é, não

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podemos pender para um dos lados. O fato de se dizer que devemos ser "Daijo", já significa tender para um dos extremos.” “As primeiras civilizações orientais surgiram na China e na Índia e prosperaram durante muitos séculos. Também surgiram as civilizações egípcia, grega, etc. e a civilização ocidental desenvolveu-se através da civilização romana. O fato de primeiro ter surgido à civilização oriental e depois a civilização ocidental tem um profundo significado dentro da preparação do plano de Deus. A civilização oriental é uma civilização vertical e espiritual. A civilização ocidental é material e horizontal. Assim foi estabelecido o modelo de duas grandes civilizações, a vertical e a horizontal. Ambas as civilizações desenvolveram-se o suficiente para entrar na fase de seu amadurecimento e agora se encontram num impasse.” • Estes dois sistemas ao desaparecerem possibilitarão a nação e a presidência mundial, bem como Estados Unidos e União Soviética se transformarão e nova ideologia mundial nascerá. “Em minha opinião, a Nação Mundial provavelmente se concretizará mais rápido do que se imagina. Digo isso porque no dia em que, pacificamente ou por meio da guerra, for resolvido o grande problema do mundo atual, isto é, a ameaça representada pelas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, concretizar-se-á, obviamente, a Era de Paz eterna, e então nascerá a Nação Mundial.” “Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a grandes problemas, podendo ser considerados sem precedentes. Contudo, como não tenho a permissão de Deus, não posso falar claramente sobre o assunto. Mas, pode-se imaginar que tais problemas serão a origem de grandes transformações mundiais, que se estenderão também a vários campos culturais

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da ordem de: Religião, Política, Economia, Educação, Medicina, etc. Na União Soviética, também, ocorrerá uma grande transformação e, como resultado, nascerá uma nova ideologia no mundo.” • Empresa-Alma destaca economia e atitudes progressistas almejando a perfeição. Em respeito ao tempo desses encontros se convida ao espectador que acessem o nosso livro “Economia” da Coleção “Bíblia do Século XX” onde se aborda: Empresa do Passado (Empresa-Corpo), Empresa do Presente (Empresa-Cobiçante, Empresa-Intelectual e Empresa-Emocional) e Empresa do Futuro (Empresa-Alma). Apenas para se dar uma pequena ideia de como é a empresa do futuro - a empresa-alma – se explicita o seu planejamento. Este considera, em última instância, o plano de fazer da Terra um mundo ideal. As pessoas, com seus lares, firmas e governos tem diferentes missões e características para fazer evoluir na construção do Paraíso Terrestre. Empresa do futuro se orienta predestinada pela Alma do Criador do Universo, do Dono da Empresa Construtora do Novo Mundo, que é a de operar no sentido de construir o Paraíso na Terra. Ou seja, edificar um mundo de saúde-prosperidade-paz e verdade-bem-belo, onde haja equilíbrio entre a família, fé e trabalho e reine o espiritualismo e o altruísmo. Nesta se considera mais a permissão do que a performance, porque: a primeira é do Mundo Espiritual, é permissão de Deus; enquanto a segunda é do mundo material, é performance do homem. Ou seja, pede-se permissão para se ter performance, porque sabe da lei do espírito precede a matéria.

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CASAMENTO GAY É VONTADE HUMANA

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TEMA • Casamento A palavra casamento é derivada de "casa", enquanto que matrimonio tem origem no radical mater ("mãe") seguindo o mesmo modelo lexical de "patrimônio". Também pode ser do latim medieval casamentu” (“ato solene de união entre duas pessoas, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil”). Deste modo se pode dizer que casamento é um vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento religioso, governamental ou apenas social que pressupõe uma relação interpessoal de intimidade como a afetiva, cuja representação arquetípica é a coabitação, embora possa ser visto por muitos como um contrato que também compreende o patrimônio. As pessoas se casam por várias razões, mas normalmente fazem-no para dar visibilidade à sua relação afetiva, para buscar estabilidade econômica e social, para formar família, procriar e educar seus filhos, legitimar o relacionamento sexual ou para obter direitos como nacionalidade. Frequentemente um casamento é iniciado pela celebração de uma boda, que pode ser oficiada por um ministro religioso (padre, rabino, pastor), por um oficial do registro civil (normalmente juiz de casamentos) ou por um indivíduo que goza da confiança das duas pessoas que pretendem unir-se. Em direito, é chamado "cônjuge" às pessoas que fazem parte de um casamento. O termo é neutro e pode se referir a homens e mulheres, sem distinção entre os sexos.

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• Tipos Há uma grande variedade, dependendo de fatores culturais, nas regras sociais que regem a seleção de um parceiro para o casamento. Há uma variação no quanto a seleção de parceiros é uma decisão individual pelos próprios parceiros ou de uma decisão coletiva por parte de seus parentes, existindo uma variedade das regras que regulam quais parceiros são opções válidas. Em muitas sociedades, a escolha do parceiro é limitada às pessoas de grupos sociais específicos. Em algumas sociedades, a regra é que um parceiro é selecionado do próprio grupo de um indivíduo social (endogamia). Este é o caso de muitas sociedades baseadas em classes e castas. No entanto, em outras sociedades um parceiro deve ser escolhido de um grupo diferente do que o dele (exogamia). Este é o caso de muitas sociedades que praticam religiões totêmicas, na qual a sociedade é dividida em vários clãs totêmicos exogâmicos, como a maioria das sociedades aborígenes australianas. Em outras sociedades, uma pessoa deve se casar com seu primo, uma mulher deve se casar com o filho da irmã de seu pai e um homem deve se casar com a filha do irmão de sua mãe - este é normalmente o caso de uma sociedade que tem uma regra de “rastreamento” de parentesco exclusivamente através de grupos de descendência patrilinear ou matrilinear, como entre o povo Akan, da África. Outro tipo de seleção de casamento é o levirato, em que as viúvas são obrigadas a casar com o irmão do seu marido. Este tipo de casamento é encontrado principalmente em sociedades onde o parentesco é baseado em grupos de clãs endogâmicos. Em outras culturas com regras menos rígidas que regem os grupos dos quais um parceiro pode ser escolhido, a seleção de um parceiro de casamento pode exigir um processo em que o casal deve passar por uma corte ou o casamento pode ser

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arranjado pelos pais do casal ou por uma pessoa de fora, uma casamenteira. Um casamento pragmático (ou 'arranjado') é facilitado por procedimentos formais da família ou de grupos políticos. Uma autoridade responsável organiza ou incentiva o casamento; eles podem, ainda, contratar uma casamenteira profissional para encontrar um parceiro adequado para uma pessoa solteira. O papel de autoridade pode ser exercido por pais, família, um oficial religioso ou um consenso do grupo. Em algumas sociedades, desde a Ásia Central até o Cáucaso e a África, ainda existe o costume de sequestro da noiva, em que uma mulher é capturado por um homem e seus amigos. O exemplo mais famoso é o Rapto das Sabinas, que forneceu às primeiras esposas aos cidadãos de Roma. Assim se pode ter desde casamento religioso (celebrado perante uma autoridade religiosa) e casamento civil (celebrado sob os princípios da legislação vigente em determinado Estado), como casamento arranjado (celebrado antes do envolvimento afetivo dos contraentes e normalmente combinado por terceiros (pais, irmãos, chefe do clã etc.) e casamento de conveniência (que é realizado primariamente por motivos econômicos ou sociais). Bem como: casamento aberto (em que é permitido aos cônjuges ter outros parceiros sexuais por consentimento mútuo), casamento celibatário (sem relações sexuais), casamento misto (entre pessoas de distinta origem racial, religiosa, étnica etc.), casamento morganático (entre duas pessoas de estratos sociais diferentes no qual o cônjuge de posição considerada inferior não recebe os direitos normalmente atribuídos por lei, como por exemplo: entre um membro de uma casa real e uma mulher da baixa nobreza), casamento poligâmico (realizado entre um homem e várias mulheres) e casamento poliândrico (realizado entre uma mulher e vários homens, ocorre em certas partes do Himalaia).

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• Casamento gay O casamento entre pessoas do mesmo sexo (comumente referido como casamento gay, casamento homossexual ou casamento homoafetivo) é a união oficial entre duas pessoas do mesmo sexo biológico (masculino com masculino, ou feminino com feminino, ou ainda macho como macho, ou fêmea com fêmea) ou da mesma identidade de gênero (homem com homem, ou mulher com mulher). No decorrer da história vários tipos de casamentos do mesmo sexo têm existido e vão desde relações informais não sancionadas a uniões altamente ritualizadas. Na Antiguidade se teve no sul da província chinesa de Fujian, durante o período da dinastia Ming, as mulheres comprometiam-se em contratos com outras mulheres mais jovens em elaboradas cerimônias. Os homens também entravam em acordos semelhantes. A primeira menção histórica da realização de casamentos do mesmo sexo ocorreu durante o início do Império Romano. Por exemplo, relata-se que o imperador Nero envolveu-se em uma cerimônia de casamento com um de seus escravos e com um jovem chamado Sporus. Note-se, no entanto, que um casamento entre dois homens romanos (ou com um escravo) não tinha legitimidade jurídica no direito romano (com exceção, provavelmente, a partir da vontade arbitrária do imperador). Em 342, no entanto, os imperadores cristãos Constâncio II e Constante I emitiram uma lei no Código de Teodósio que proibia o casamento homossexual em Roma e ordenava a execução daqueles que assim o fizessem. Na Idade Média ocorreu um casamento homossexual entre dois homens, Pedro Díaz e Muño Vandilaz, no município galego de Rairiz de Veiga, na atual Espanha, em 16 de abril de 1061. Eles foram casados por um padre de uma pequena capela. No Período contemporâneo. Em 2001, os Países Baixos

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tornaram-se o primeiro país do mundo a conceder o direito ao casamento aos casais do mesmo sexo. Em 2013, cerca de um bilhão de pessoas (ou 15% da população mundial) vivem em áreas que reconhecem o casamento homossexual. Os argumentos contrários de casamento de pessoas do mesmo sexo se baseam na não aceitação da homossexualidade a ponto de em determinados países o considerarem ilegal com restrições à liberdade de expressão, prisão, prisão perpétua, punição sem encarceramento, pena de morte. Há os que argumentam que diante da teoria da seleção natural de Darwin a homossexualidade não faz sentido porque a atração pelo mesmo sexo não serve a propósito evolutivo nenhum. Nos últimos anos, embora as diferentes confissões religiosas tenham discutido a aceitação da homossexualidade, incluindo nesse debate a celebração de casamentos religiosos entre pessoas do mesmo sexo, as religiões organizadas, na sua maioria, se restringem a celebrar casamentos entre pessoas de sexos diferentes. E apresentam seus argumentos como em Levítico 20:13 que diz: “Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.” Mas, também são considerados argumentos a favor de casamento homossexual. Por exemplo, o de se negar aos casais do mesmo sexo o acesso ao matrimônio e a todos os seus benefícios legais conexos representa uma discriminação baseada na orientação sexual. Outro exemplo é a afirmação de que o bem-estar financeiro, psicológico e físico é reforçado pelo casamento e que filhos de casais do mesmo sexo podem se beneficiar de serem criados por dois pais dentro de uma união legalmente reconhecida e apoiada por instituições da sociedade. Mais outro exemplo são os documentos judiciais movidos por associações científicas americanas (psicologia, sociologia e antropologia) afirmando que manter homens e mulheres homossexuais como inelegíveis para o casamento tanto os

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estigmatiza quanto impulsiona a discriminação pública contra eles. As bases biológicas do homossexualismo seguem sob debate. Uns acham que existe o “gene gay masculino” que pode ser determinante na sexualidade tanto de homens quanto de mulheres e assim se poderia acabar com alguns dogmas pregados por homofóbicos, como por exemplo, a ideia de que ser gay é uma escolha e de que é possível transformar gays em heterossexuais. Outros acham que o fato de homens serem homossexuais são por fatores e influências à que são expostos na infância e adolescência. Há também a chamada Teoria da Seleção de Parentesco apregoando que em épocas de grande crise não vale a pena para o indivíduo gastar energia tentando se reproduzir – é mais fácil ajudar a criar os filhos de irmãos ou primos, que possuem uma porção significativa dos próprios genes dele. Fazendo a conta, é como se o organismo gay estivesse se reproduzindo da mesma forma, o que talvez explique por que a seleção natural não elimina essa característica aparentemente prejudicial do ponto de vista genético. De fato, em muitas espécies existe a categoria dos que apenas ajudam a cuidar da prole de seus parentes. O fato é que, apesar da seleção de parentesco, a homossexualidade ainda continua com aura de mistério. • Acasalamento de animais A observação do comportamento homossexual em animais pode ser visto como um argumento contra e a favor da aceitação do casamento gay e tem sido usada como "pecado contra a natureza" ou “algo natural”. Contra se pode observar a geneticista Simon Levay dizendo em 1996 que "embora o comportamento homossexual seja muito comum no mundo animal, parece ser muito incomum que os animais tenham uma predisposição de longa duração

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para se engajar em tal comportamento à exclusão das atividades heterossexuais. Assim, uma orientação homossexual, se é que se pode falar de tal coisa nos animais, parece ser uma raridade." Bem como, o pesquisador John Gagnon referendando a ideia de que o fator anatômico por si só já é um forte indício de que nunca foi intenção do Criador (ou da evolução, se preferir) que houvessem relações homossexuais ou homoafetivas. A favor se tem alguns exemplos. As girafas durante o acasalamento, quando nove em cada dez pares ocorrem entre machos. Nos pássaros australianos Galahs 44% dos pares são formados por indivíduos do mesmo sexo. Cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusam a acasalar com fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros carneiros do mesmo sexo. Espécies de pinguins, onde indivíduos do mesmo sexo são companheiros por toda a vida e se recusam a formar um par com as fêmeas quando surge essa oportunidade. Registra-se haver acasalamento de animais de diferentes espécies. Pesquisadores descobriram que a desativação do gene fucose mutarotase em ratos de laboratório - o que influencia os níveis de estrogênio a que o cérebro é exposto - fez com que os camundongos fêmeas se comportassem como se tivessem crescido com o sexo masculino. Em março de 2011, uma pesquisa mostrou que a serotonina está envolvida no mecanismo de orientação sexual de ratos. Um estudo publicado pelo periódico "Trends in Ecology and Evolution" concluiu a importância do comportamento homossexual para a evolução de muitas espécies animais, como entre as fêmeas do albatroz-de-laysan do Havaí, que se unem a outras fêmeas para criar os filhotes, especialmente na escassez de machos, tendo mais sucesso que as fêmeas solteiras. O estudo conclui que a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes maneiras ao longo da evolução.

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REFLEXÃO • Casamento gay para diminuir a população Meishu-Sama ensina em “Tolice do Controle da Natalidade” em 20 de agosto de 1949: “Atualmente, o Japão está incentivando o controle da natalidade, devido à insuficiência de alimentos em relação ao elevado número de seus habitantes. (...) Por conseguinte, ainda que entre em vigor neste momento o método para diminuir a população do país através do controle da natalidade, é impossível saber se daqui a alguns anos ainda será necessária essa preocupação. Isso não significa que devamos pensar em expandir nosso território, cometendo os mesmos erros do passado; nem em sonho deve-se pensar nisso. Mas quem pode dizer que não virá a época em que o problema da população será resolvido pacificamente? Vejamos. Caso fosse concretizada a Nação Mundial de que falam certos intelectuais dos Estados Unidos, talvez fosse possível a política de contrabalançar a população dos países, isto é, fazer com que parte da população de um país superpovoado emigrasse para lugares onde a densidade demográfica seja baixa. (...) Sendo assim, os que são a favor do controle da natalidade talvez precisem levar em conta esses pontos.” Deste modo, segundo esse ensinamento não haveria necessidade de diminuir a população, logo não haveria necessidade de casamento gay. Alguns raciocinam em termos religiosos dizendo: “(...) O mandamento dado por Ele para que nos multiplicássemos e enchêssemos a Terra continua em vigor. Homossexuais não podem desfrutar desse privilégio.”

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• Matrimônio tem limite No ensinamento “Destino e Liberalismo” em 25 de janeiro de 1949, Meishu-Sama apregoa que: “A predestinação é algo atribuído a uma pessoa em caráter definitivo, e de maneira alguma pode ser mudada. Já o destino é livre, dentro dos limites da predestinação, e, dependendo do esforço de cada um, pode-se atingir o nível mais alto ou, ao contrário, decair ao nível mais baixo. O liberalismo, que hoje se tornou alvo da atenção de tantas pessoas, é muito semelhante ao destino. O verdadeiro liberalismo está restrito a certos limites. É impossível existir a liberdade infinita; a verdadeira liberdade é aquela que tem limites. Assim, quando ultrapassamos esses limites, não só invadimos e prejudicamos a liberdade dos outros, como também nos tornamos traidores da cultura. Pela mesma razão, quando ultrapassamos os limites do destino, invariavelmente fracassamos.” Que critérios a sociedade usa para decidir qual violação deve se tornar legal só porque um grupo minoritário assim o quer? [diz-se minoritário devido a pesquisa do IBOPE em 12 de abril de 2013 mostrando que a maioria da população continua contra o casamento gay]. Apenas dois entre muitos exemplos: (1) Casal de irmãos que teve quatro filhos luta para legalizar o incesto (isso sem mencionar, ainda falando em incesto, o caso da menina de 18 anos que se prepara para casar com o próprio pai após dois anos de namoro); (2) Partido político na Holanda pretende legalizar a pedofilia e a pornografia infantil, sob o jargão gay de que “qualquer forma de amor é válida”, alguns holandeses acham que sexo com crianças é só mais uma forma de expressão de amor, por isso defendem a tese de que as crianças também “amam” e a sexualidade delas foi reprimida pelos padrões e regras da sociedade, dos quais pretendem libertar as crianças.

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• Para haver casamento não basta haver amor Meishu-Sama em “Filosofia do Amor” em 21 de janeiro de 1950: “Na vida humana, não existe problema tão complicado e de difícil solução quanto o amor. Em suma, o amor é a flor da vida e também o espinho. Existem aqueles que dizem que o amor é soberano e também quem o considere como a causa da imoralidade. Do nosso ponto de vista, ele realmente se posiciona acima de tudo e também é verdade que há casos em que ele pode se tornar imoralidade. Apresentarei, a seguir, a nossa opinião sobre o amor. O amor é a maior bênção que Deus atribuiu ao homem; é algo tão atraente que por mais que apreciemos a sua beleza, não é suficiente. E quando o amor atinge o auge, ele se torna algo tão perigoso, a ponto de uma pessoa não se importar em abandonar a vida. Por isso, podemos até dizer que os romances e as peças teatrais não existiriam sem o amor. Caso ele não existisse neste mundo, com certeza, a vida seria como um campo seco de um gélido inverno. Entretanto, quando observamos a realidade, notamos que são mais numerosos os exemplos de infelicidade do que de felicidade no amor. Brigas entre os homens, sofrimentos sem solução, destruição do destino, suicídio por amor; homicídios e outros fatos desagradáveis, quase sem exceção, têm a causa no amor. Podemos dizer que se trata de algo realmente terrível.” Visto isso se pode concluir que do ponto de vista laico o amor nem só não é soberano, como também pode ser causa de imoralidade e infelicidade. Continuando: “Sendo assim, escreverei pelo ponto de vista religioso, a maneira correta de se lidar com o amor. Esse problema não é tão difícil assim. É muito fácil. Podem achar isso estranho, mas em suma, o amor, na realidade, deve ser inteligente, corajoso e verdadeiro. Primeiramente, vamos supor que se estabeleça o amor entre um homem e uma mulher.

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Neste caso, não se deve deixar levar pela opinião pessoal. Deve-se, sim, encarar objetivamente até o fim. Para tanto, é preciso observar, em primeiro lugar, o resultado: pensar na futura felicidade e infelicidade dos dois. Por exemplo, se o objetivo final for o casamento, constitui-se um bem e obter-se-á felicidade. Mas se for sem pretensão de casamento, mas por diversão pura e simplesmente, causada por um ímpeto momentâneo, no mínimo, a mulher ficará infeliz e por isso constitui-se um mal.” Assim, o amor de um casal deve ter como objetivo final o casamento. Continuando: “Entretanto, a pessoa interessada poderá afirmar: "Para se amar não se pode ficar pensando em bem ou mal, ou qual será o resultado; é só amar. É só ter o ímpeto do amor irrefreável." Mas isto constitui um amor cego, ou seja, significa que a pessoa foi tragada pelo amor. No caso de um homem, significa que fora engolido por uma frágil mulher, ou seja, fora vencido por ela. consequentemente, um fraco desse tipo não merece qualificação de homem. Será uma pessoa que dificilmente terá chance de subir na vida. O que queremos dizer é que devemos, a todo custo, tragar o amor. Assim fazendo, jamais haverá motivos para se cometerem erros. A mulher, por sua vez, deve ter como alvo de respeito um homem assim e, então, o amor será mais profundo e haverá satisfação. Consequentemente, o nosso ponto de vista sobre o amor jamais é negativo. Ele é realmente a flor da vida. Só que não se deve deixar dominar pelo amor; se conseguir dominá-lo, jamais haverá erro. Em termos gerais, é essa a filosofia do amor.” A filosofia do amor, segundo Meishu-Sama, considera que para se amar tem que se levar em conta o bem e o mal, não bastando o ímpeto do amor irrefreável. Os homossexuais que se amam podem achar que eles devem se casar, inclusive para obterem a felicidade, ao interpretarem erroneamente este ensinamento como “para haver amor basta se casarem”. Isso sem citar que nele não se mencione o amor entre homem e homem, ou mulher e mulher.

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Há os que veem nessa interpretação a possibilidade de se constituir um amor cego: “Repudio veementemente o conceito geralmente aceito pela sociedade para justificar o casamento gay de que “o que vale é o amor”. Tenta-se até usar Deus nessa justificativa com o fragilíssimo argumento de que “Deus é amor”. É verdade que Ele é amor, mas também é verdade que Ele não é contra Seus próprios princípios. Sua misericórdia não pode roubar Sua justiça. Ele ama o pecador, sim, mas, nas palavras Dele próprio, “Eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância”. Portanto que ninguém se engane: o fato de Ele amar o pecador de forma alguma significa que será conivente com seus pecados, assim como qualquer pai amoroso e responsável não pode deixar de repreender, corrigir e até castigar seus filhos ao vê-los cometendo erros capazes de prejudicá-los. Em resumo: o amor, por si só, está bem longe de ser suficiente como justificativa para o casamento entre iguais pelo ponto de vista de Deus. [Se assim não fosse, que problema haveria em legalizar o incesto e a pedofilia dos exemplos acima?] Até quando a sociedade vai achar que pode ignorar o que Deus realmente pensa a respeito (e não o que ela quer ou espera que Ele pense) sem sofrer as consequências?” Continuando: “Se pararmos para pensar, fora do Evangelho de Jesus Cristo realmente não há motivos convincentes para nos opormos ao casamento gay. Não fosse pelo Evangelho, muito provavelmente eu também estaria levantando uma bandeira a favor da causa gay. É justamente isso o que faz quem desconhece o Evangelho (se conhece, não o entende; se entende, não o vive). Por isso, todo o barulho feito pela comunidade gay acaba ocupando dentro das pessoas o espaço que deveria estar preenchido pelo Evangelho. Eis por que a ideologia gay conquista mais e mais a simpatia da sociedade.”

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• Liberdade e diversidade não é base para haver matrimônio Não foi sob o mesmíssimo argumento de “liberdade e diversidade” que começou a história do casamento gay? Por que gays podem e incestuosos e pedófilos não? Se a moda pega, daqui a pouco outros grupos minoritários — adúlteros, homicidas, traficantes, contrabandistas, sonegadores, fanáticos religiosos… — também vão querer mudar a lei em favor de qualquer coisa que julguem ser direito deles. “Instinto e Abstinência” em 24 de dezembro de 1952, Meishu-Sama apregoa: “Nietzsche, o ser humano possui, desde o nascimento, vários instintos que lhe é quase impossível dominar, parecendo uma predestinação à qual ele está sujeito. À primeira vista, a teoria nos satisfaz [genética ao invés da ética]; entretanto, explicada apenas nesses termos, ela seria uma forma de admitir a imoralidade, o que é um pensamento um tanto perigoso. Os intelectuais poderão admiti-la como tese digna de estudos, mas nós, religiosos, de forma alguma poderemos aceitá-la.” Alguns chegam a explicitar que as pessoas nascem com o potencial de saber controlar seus instintos e retornar ao Pai, sejam elas heterossexuais ou homossexuais. Agora, se cada um vai optar por controlar seus instintos ou se deixar controlar por eles, é questão de escolha pessoal. • Casamento é vontade divina Meishu-Sama em “O Caminho do Casal”, 25 de fevereiro de 1949, diz que: “Ultimamente, tem-se discutido bastante a conveniência do casamento arranjado e do casamento por amor. Vou explicar esse assunto do ponto de vista espiritual. Em nosso país, principalmente nas cidades e até nos lugares mais afastados, sempre existem santuários onde está

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assentado Ubussuna (senhor protetor, padroeiro), ou seja, o deus Ubussuna ou Ujigami-sama (deus da linhagem familiar). Eles correspondem exatamente aos cartórios do Mundo Material. O deus Ubussuna é quem se encarrega dos matrimônios, funerais e até dos nascimentos. Desde os tempos antigos, quando nasce uma criança, as pessoas costumam ir ao templo para agradecer a Deus por lhes ter concedido a criança. Da mesma forma, quem une o homem e a mulher em casamento, é o deus Ubussuna e esse casamento pode ser por amor ou arranjado. Mas ambos são pela vontade do deus Ubussuna. Entretanto, quem desconhece isso, acredita que o casamento é realizado pelas mãos do homem e, por isso, no final de uma briga de casal, tão frequente na sociedade, um dos cônjuges diz: "Vá embora de casa"', mas isso é um grande erro. Sendo marido e mulher, unidos pela Vontade Divina, e o fato do ser humano dizer isso ou aquilo não seria um desrespeito enorme para com Deus? Por mais que seja um marido ou uma mulher que não agrada, foi Deus que definiu por existir a afinidade, portanto, é falta de consideração pensar de forma desprezível. Deve-se, com gratidão, agradecer. Consequentemente, sabendo disso e reconsiderando o assunto com sentimento de gratidão, é claro que as partes envolvidas conseguirão pensar que é uma boa esposa ou um bom marido.” E termina enumerando ensinamentos que se referem ao assunto, constantes na Bíblia, como: “Deixará o homem o pai e a mãe para unir-se à mulher e os dois serão uma só carne (Mt 19-5)”. Há os que argumentam dizendo: “Se fosse verdade que o grande ato da Criação é uma mera casualidade, não seria preciso haver uma formalidade chamada casamento, bastaria fazer como os animais na Natureza: macho e fêmea simplesmente se juntam e procriam. Tão mais simples, não? Mas o homem faz dessa junção um evento social, assina papéis para validá-la na sociedade, festeja-a com parentes e

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amigos, sai em lua de mel, etc. Mesmo entre os céticos, esses eventos sociais geralmente começam com uma cerimônia religiosa ou que inspire algum tipo de espiritualidade ou conexão com uma ordem superior. Creio que dificilmente alguém pensa no por que disso. Mera convenção social? Se ninguém está interessado na opinião de Deus ou dessa ordem superior, invocar espiritualidade para quê? Ah, então há interesse na opinião Dele? Muito bem, neste caso vamos compreender algumas coisas. Antes de tudo, casamento é mandamento de Deus, tanto quanto honrar pai e mãe, não matar, não roubar, não adulterar, etc. Todos os mandamentos de Deus são espirituais e têm um propósito espiritual bem definido. Com o casamento não é diferente. Mais que a mera junção de dois indivíduos, o casamento é um convênio ou contrato legítimo que torna o par unido perante Deus, além de perante a sociedade. Vem da primitiva obediência a esse mandamento o que mais tarde se tornaria uma convenção social, vindo a ser regulamentada também pela lei dos homens. O casamento foi instituído por Deus e surgiu bem antes do casamento civil. Portanto, não é uma mera convenção social inventada pelo homem. (...) Em lugar algum das escrituras lemos que em alguma época Ele tenha dado dois homens ou duas mulheres em casamento. Não há evidência escriturística alguma de que Ele aprova esse tipo de união (mas há várias evidências em contrário: Lev. 18:22; 20:13; Deut. 23:17; Isa. 3:9; Rom. 1:27; I Cor. 6:9–10; I Tim. 1:9–10; Jud. 1:7).” Meishu-Sama em “A Verdadeira Salvação” parece confirmar o que acaba de ser dito, pois ele não escreveu nada a respeito de casamento gay até 2150: “Sei das coisas que irão acontecer até daqui a um século.” “No entanto, a minha tese é muito mais revolucionária

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e adiantada para o nosso tempo, em dois séculos [até 2150, pois este foi escrito em 1950].” O que ele escreveu foi sobre o homossexualismo. Aumento de doentes em hospitais e sanatórios. 7 de setembro de 1952, “Divina Providência”, no livro “Divino Mistério”: “Hoje em dia, esse é o caminho percorrido pela maioria das pessoas. Os hospitais e sanatórios estão sempre abarrotados e com falta de leitos. Esse problema se agravará cada vez mais, porque a tendência é aumentar cada vez mais o número de doentes, inclusive mentais, e de homossexuais. Por isso o mundo está tão estranho, conturbado e doente.” Tentativa de suicídio. No “Evangelho do Paraíso” em “O que é o amor”: “No tempo em que eu era comerciante, havia em meu escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos, estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era relacionado à arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T. Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida e intranquila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência, acabou contando-me tudo. Durante longo tempo, T. e U. mantiveram relações homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame espiritual, constatando que ela estava com encosto. Era o espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns

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meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U. Pude, então, compreender que era essa a causa do problema. Com a repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da moça. Consequentemente, como no despertar de um sonho, o amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas continuaram sendo simples amigas.” Embora os problemas da homossexualidade nestes dois últimos trechos de ensinamentos de Meihu-Sama parecem se dever apenas a condenação sofrida pela sociedade, talvez se possa conjecturar a causa do homossexualismo ao encosto de acasalamento de animais de diferentes espécies, ou quem sabe da mesma espécie, ou ainda a questões de outras vidas como reencontros só que agora ambos têm o mesmo sexo.

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