Trabalho e Previdencia

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    salrio.

    O valor descontado do trabalhador referente s utilidades ou alimentos fornecidos dever ser deduzido daremunerao apurada.

    Salientamos ainda que o pagamento em pecnia do salrio utilidade alimentao integra a base de clculo dascontribuies sociais.

    2.1. Desconto - Possibilidade

    Com a publicao da Lei n 8.860/94, que acrescentou os 3 e 4 ao art. 458 da CLT, autorizou-se aoempregador, quando do fornecimento da utilidade da espcie alimentao, descontar at o limite de 20%, dos salriosdos empregados beneficiados.

    Observa-se, dessa forma, que se o valor real da utilidade for superior ao que representa o referido desconto,somente o valor excedente ser considerado parcela in natura e dever integrar o salrio do empregado para todos osefeitos legais.

    Visualizando, temos:

    Situao 1

    Salrio do empregado = R$ 900,00

    Vale-refeio = R$ 260,00

    Desconto mximo permitido = R$ 900,00 x 20% = R$ 180,00

    Desconto efetivamente efetuado do salrio = R$ 50,00

    Parcela in naturaa ser integrado ao salrio = R$ 260,00 - R$ 50,00 = R$ 210,00

    A parcela in naturade R$ 210,00 ser considerada como parcela integrante da remunerao, sendo, a base declculo para a contribuio previdenciria e para o FGTS ser R$ 1.110,00 (R$ 900,00 + R$ 210,00).

    Situao 2

    Salrio do empregado = R$ 1.000,00

    Vale-refeio = R$ 260,00

    Desconto mximo permitido = R$ 1.000,00 x 20% = R$ 200,00

    Supondo que, nesta situao, a empresa no faa nenhum desconto, a parcela in naturaa ser integrada ao salrioser o valor real a alimentao, ou seja, R$ 260,00.

    Neste caso, a base de clculo para a contribuio previdenciria e para o FGTS ser R$ 1.260,00 (R$ 1.000,00 + R$260,00)

    Ressaltamos que o valor da alimentao concedida fora do PAT deve ser lanado em folha de pagamento comoproventos, para efeito de tributao e, posteriormente, descontado pois, o empregado j recebeu o valor em espcie.

    3. Inscrio no PAT

    O art. 500 e seguintes da Instruo Normativa RFB n 971/09 determina que direito inscrio no PAT alcana asempresas, bem como os contribuintes equiparados empresa.

    Nos termos do 3 do art. 3 da citada Instruo Normativa, equipara-se a empresa para fins de cumprimento deobrigaes previdencirias:

    a) o contribuinte individual, em relao ao segurado que lhe presta servios

    b) a coope rativa, conforme nos arts. 1.093 a 1.096 da Lei n 10.406/02 (Cdigo Civil)

    c) a associao ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive o condomnio

    d) a misso diplomtica e a repartio consular de carreiras estrangeiras

    e) o operador porturio e o rgo Gestor de Mo de Obra (OGMO)

    f) o proprietrio do imvel, o incorporador ou o dono de obra de construo civil, quando pes soa fsica, em relaoa segurado que lhe presta servios.

    Observa-se que a adeso ao PAT voluntria, no existindo uma obrigatoriedade expressa.

    De acordo com a Portaria SIT/DSST n 3/02, para inscrever-se no PAT e usufruir dos benefcios fiscais, a pessoajurdica de ver reque rer sua inscrio Secre taria de Insp eo do Trabalho (SIT), po r meio do Departa mento deSegurana e Sade no Trabalho (DSST), do MTE, em impresso prprio para esse fim a ser adquirido nos Correios ou pormeio eletrnico utilizando o formulrio constante da pgina do MTE na internet (www.mte.gov.br).

    A cpia do formulrio e o respectivo comprovante oficial de postagem ao DSST/SIT ou o comprovante da adesovia internet dever ser mantida nas dependncias da empresa, matriz e filiais, disposio do Auditor-Fiscal doTrabalho.

    A documentao relacionada aos gastos com o PAT e aos incentivos dele, decorrentes, tambm, ser mantida disposio do Auditor-Fiscal do Trabalho, de modo a possibilitar seu exame e confronto com os registros contbeis efiscais exigidos p ela legislao.

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    A pessoa jurdica beneficiria ou a prestadora de servios de alimentao coletiva registradas no PAT devematualizar os dados constantes de seu registro sempre que houver alterao de informaes cadastrais, sem prejuzo daobrigatoriedade de prestar informaes ao MTE por meio da Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS).

    Se a beneficiria possuir filiais, localizadas em diferentes Unidades da Federao, o Cadastro Nacional da PessoaJurdica (CNPJ) utilizado para inscrio ser apenas o da matriz, estando esse registro estendido para as suas filiais.Entretanto, no preenchimento do formulrio, a empresa dever incluir os dados da matriz e de todas as filiais.

    3.1. Incluso e desconto do empregado

    O PAT destinado, prioritariamente, ao atendimento dos trabalhadores de baixa renda, isto , queles queganham at cinco salrios-mnimos mensais. Entretanto, as empresas beneficirias podero incluir no programa,trabalhadores de renda mais elevada, desde que esteja garantido o atendimento da totalidade dos trabalhadores querecebem at cinco salrios-mnimos e que o benefcio no tenha valor inferior quele concedido aos de rendimento maiselevado, independentemente da durao da jornada de trabalho (art. 3, pargrafo nico, da Portaria SIT/DSST n3/02).

    A participao financeira do trabalhador fica limitada a 20% do custo direto da refeio.

    3.1.1. Estagirios

    De acordo com orientao do MTE os estagirios tambm podem ser beneficiados pelo PAT. Subentende-se que obenefcio nessa situao no obrigatrio, porm, o recebimento no se caracteriza como desvirtuamento doprograma. O fundamental que haja contrato de trabalho de qualquer tipo. Os fins sociais do PAT justificam tal fato. Oesprito da lei evitar que o contribuinte utilize o incentivo fiscal em proveito de empregados de empresa com a qualno tenha relao, o que no o caso de es tagirios.

    Dessa forma, a empresa beneficiria no est impedida de desenvolver programa de alimentao que atinja seusempregados, bem como os que trabalham no mesmo estabelecimento como estagirios.

    3.2. Afastamentos do empregado - Fornecimento da alimentao

    No caso de frias, licena-maternidade e afastamentos superiores a 15 dias, o trabalhador poder receber obene fcio da alimentao.

    Apesar de a empresa no ter obrigao de conceder alimentao quando o trabalhador afastado por doena,licena ou frias, no h nada que a impea de conceder o benefcio ao trabalhador, porm, como o PAT um programade sade e em nada prejudica os seus objetivos, o MTE sugere a sua continuidade.

    3.3. Execuo do PAT

    Para a execuo do PAT, a empresa inscrita poder manter servio prprio de refeio ou de distribuio dealimentos, inclusive os no preparado s (cesta de alimentos), bem como firmar Co nvnios com entidades que forneamou prestem servios de alimentao coletiva, desde que essas entidades estejam registradas no programa e seobriguem a cumprir o disposto na legislao do PAT, condio que dever constar expressamente do texto do convnio

    entre as partes interessadas.Considera-se fornecedora de alimentao coletiva:

    a) a operadora de cozinha industrial e fornecedora de refeies preparadas e transportadas

    b) a administradora da cozinha da contratante

    c) a fornecedora de alimentos in naturaembalados para transporte individual (cesta de alimentos).

    Considera-se prestadora de servio de alimentao coletiva a administradora de documentos de legitimao paraaquisio de:

    a) refeies em restaurantes ou em estabelecimentos similares (refeio-convnio)

    b) gne ros alimentcios em esta belecimentos comerciais (alimentao-convnio).

    De acordo com o art. 6 da Portaria SIT/DSST n 3/02 vedado pessoa jurdica beneficiria:a) suspender, reduzir ou suprimir o benefcio do programa a ttulo de punio ao trabalhador

    b) utilizar o programa, sob qualquer forma, como premiao

    c) utilizar o programa em qualquer condio que desvirtue sua finalidade.

    4. Trabalhador Rural

    O art. 9 da Lei n 5.889/73 estabelece que salvo as hipteses de autorizao legal (Imposto de Renda,Contribuio Sindical, ou Deciso Judicial, Penso Alimentcia, etc.) s podero ser descontados do empregado rural, asseg uintes pa rcelas calculadas sobre o salrio-mnimo:

    a) habitao - at o limite de 20% para moradia

    b) alimentao - at o limite de 25% pelo seu fornecimento de forma sadia e farta, atendidos os preos vigentes na

    regio.5. Alterao Contratual

    O art. 468 da CLT determina que nos contratos individuais de trabalho, a alterao das respectivas condies s lcita quando houver mtuo consentimento e no resultar, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob penade nulidade da clusula infringente dessa garantia.

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    Portanto, embora a legislao vigente assegure a liberdade de contratao das partes, resguarda as alteraescontratuais contra a arbitrariedade do empregador, impondo que essa seja produto da manifestao de vontade daspartes e, alm disso, no cause prejuzo ao empregado, sob pena de ser considerada nula de pleno direito, noproduzindo, consequentemente, qualquer efeito no contrato de trabalho.

    Assim, considerando o anteriormente exposto, caso a empresa no efetue o desconto da alimentao dotrabalhador e venha alterar tal condio, ou seja, passar a efetuar o desconto, causando prejuzo ao empregado,poder ter esta alterao anulada.

    6. Incentivo Fiscal

    De acordo com o art. 581 do RIR/99 e a Instruo Normativa SRF n 267, de 23/12/2002, a pessoa jurdica poderdeduzir do imposto devido o valor equivalente aplicao da alquota do imposto sobre a soma das despesas decusteio, realizadas no perodo de apurao em programas de alimentao do trabalhador (PAT), sem prejuzo dadedutibilidade das despesas, custos ou encargos.

    As despesas de custeio admitidas no clculo do incentivo so aquelas que vierem a constituir o custo direto eexclusivo do servio d e alimentao, podendo ser considerados, alm da matria-prima, mo de obra, encargosdecorrentes de salrios, asseio e os gastos de energia diretamente relacionados com o preparo e a distribuio dasrefeies, deduzidos os valores correspondentes participao do trabalhador ficando esta, limitada a 20% do custodireto da refeio.

    Maiores esclarecimentos sobre incentivos fiscais do PAT, consultar o Manual de Procedimentos n 47/06-Caderno deImposto de Renda.