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paulo-pereira
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APONTAMENTOS PARA UMA MEMRIA DESCRITIVA.
A cidade tradicional apresenta-se como um conjunto edificado compacto e separado da natureza, onde o homem criou os seus prprios espaos, a sua paisagem, que em contraposio natureza, organiza e racionaliza, na nsia de humanizar o seu ambiente.
A cidade actual, com o seu crescimento desmesurado invadiu a natureza circundante alterando a relao entre o construdo e o no construdo, extravasando os limites da cidade num contorno indefinido.
Esta transformao da paisagem natural em paisagem artificial ou construda no trouxe contudo criao de lugares melhores. Estas intervenes geram espaos livres por simples cumprimento de um standard urbano, que de uma forma geral se abandonam sua sorte sem um claro significado dentro do contexto da cidade.
A rea em estudo, insere-se nesta situao.
Com efeito, o que era primeiro uma zona rural, depois industrial, tornou-se graas s novas acessibilidades (ponte da arrbida, e auto-estrada) um ncleo urbano que cresceu ao sabor da especulao de uma forma feia e desorganizada.
A proposta assenta em alguns valores urbanos, como a mobilidade, a permeabilidade visual, e o retomar do tema do quarteiro.
O novo atravessamento serviu de mote criao de dois alados: um urbano definido pelo alado das habitaes a norte e um passeio marginal sobre o ncleo de escolas, possvel devido ao rebaixamento destas para o nvel do terreno original.
No miolo do quarteiro definido pelas habitaes, foram criados o mercado numa cota superior, nas traseiras dos logradouros dos prdios existentes, e uma praa com um
As escolas foram localizadas no lado sul do novo atravessamento, a uma cota inferior da rua, de forma a permitir o uso do telhado, como prolongamento do passeio.
Na plataforma inferior, a igreja o nico edifcio que se mantm, mesmo em runa
O espao exterior do parque pretende-se fludo e dinmico.
O ribeiro recolhe a gua das chuvas e entrega-as ao mar.
Ao longo deste ribeiro construir-se um passeio.
Estes dois elementos, rio e passeio, reproduziro na cidade novos valores.
No ser mais uma cidade delineada de retalhos incoerentes,
No ser mais uma cidade de margens.
O terreno mescla-se com o ribeiro, o passeio atravessa-o.
O novo parque no deve ser uma ilha, deve ter a generosidade de regenerar um -lo de um modo radical, valorizando a mobilidade, a
paisagem.
Fragmento de uma cidade que viva e que se move. (enric miralles)