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Administracao Financeira I

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Page 1: Administracao Financeira I
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Esta é uma obra simples, dirigida principalmente a estudantes de Economia, Administração de Empresas e Ciências Contábeis, que objetiva dar um roteiro para o estudo da administração financeira.

Sua elaboração foi calcada nas obras de diversos autores, cujo conteúdo serve de base e estímulo para estudantes do mundo inteiro.

Na medida em que se teve que adaptá-las à realidade brasileira, assim o fez-se, incluindo alguns assuntos e excluindo outros, sempre acreditando estar selecionando o necessário para a carga horária de graduação na matéria dentro dos padrões de ensino da educação universitária brasileira.

Desculpamo-nos antecipadamente por qualquer erro que esta obra possa conter, solicitando dos leitores que ao perceberem algum, nos informem através do e-mail [email protected], pelo que desde já agradecemos.

O autor

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 061.2. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 071.3. MERCADOS 091.4. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 101.5. ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS 161.6. TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 17

1.6.1. Sociedades Anônimas 171.6.2. Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada 221.6.3. Firmas Individuais 22

1.7 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 23 1.7.1. Balanço Patrimonial 23 1.7.2. Demonstração de Resultados do Exercício 24 1.7.3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 25 1.7.4. Demonstração de Fluxo de Caixa 251.8. ANÁLISE DE BALANÇOS 27 1.8.1. Análise horizontal 27 1.8.2. Análise vertical 27 1.8.3. Análise por Índices 27 1.8.4. EBITDA ou LAJIDA 301.9. PONTO DE EQUILÍBRIO – CONCEITUAÇÃO E CÁLCULO 31

1.9.1. Alavancagem 341.9.1.1. Alavancagem operacional 351.9.1.2. Grau de alavancagem operacional 371.9.1.3. Alavancagem financeira 371.9.1.4. Grau de alavancagem financeira 381.9.1.5. Alavancagem total 381.9.1.6. Grau de alavancagem total 39

1.10. CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE X LIQUIDEZ 411.11. AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS 42

2. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

2.1. ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE 442.2. CAPITAL DE GIRO 472.3. ABORDAGENS SOBRE ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS 502.4. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 533. ORÇAMENTOS

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3.1. INTRODUÇÃO 563.2. ORÇAMENTO EMPRESARIAL 583.3. ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL 613.4. ORÇAMENTO DE VENDAS 623.5. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO 633.6. ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS 633.7. ORÇAMENTO DE COMPRAS 643.8. ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA 653.9. ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 663.10. ORÇAMENTO DOS ESTOQUES FINAIS 673.11. ORÇAMENTO DAS DESPESAS OPERACIONAIS 683.12. ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL 683.13. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 693.14. ORÇAMENTO DE CAIXA 693.15. CONTROLE ORÇAMENTÁRIO 70

4. PROJEÇÕES FINANCEIRAS

4.1. PROJEÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 714.2. PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 71

5. ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

5.1. INTRODUÇÃO 725.2. ESTRATÉGIAS DE CAIXA 735.3. SALDO MÍNIMO DE CAIXA 755.4. MONTAGEM DO FLUXO DE CAIXA... 765.5. COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO... 785.6. MODELO FINANCEIRO DE PROJEÇÃO DAS NECESSIDADES... 795.7. MOVIMENTAÇÃO DE CAIXA 81

5.7.1. Operações com Desconto de Duplicatas82

5.7.2. Taxas do Mercado Aberto84

5.7.3. Operações “Hot Money”85

5.7.4. “Floating” Bancário86

5.7.5. Crédito Rotativo87

5.7.6. CDB e RDB88

5.7.7. Títulos Públicos88

5.7.8. Fundos de Investimento89

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5.7.9. Leasing89

6. ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER

6.1. CONCESSÃO DE CRÉDITO91

6.2. SELEÇÃO DE CRÉDITO 936.3. EFEITO DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO 946.4. ESTUDOS SOBRE A FLEXIBILIZAÇÃO DO CRÉDITO

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7. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

7.1. INTRODUÇÃO 987.2. DIFERENTES ENFOQUES SOBRE ESTOQUES 997.3. ESTOQUE COMO INVESTIMENTO 997.4. CUSTO DE ESTOQUES 1007.5. RELAÇÃO ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER

1017.6. SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 1017.7. SELEÇÃO DE COMPRAS 1077.8. CÁLCULO DA TAXA DE EQUIL. P/ COMERCIALIZAÇÃO 108

9. BIBLIOGRAFIA 111

10. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO E PROVAS SIMULADAS 113

11. GABARITO 148

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1.1 CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável.

Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais.

A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. 1

A administração financeira, juntamente com a administração de pessoal, de compras ou materiais, de vendas ou marketing e da produção, forma as cinco grandes áreas funcionais da administração. A cada uma dessas áreas cabem as funções básicas de planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. À administração financeira compete a gestão operacional dos recursos financeiros da empresa. Uma vez que os recursos são escassos, cabe ao departamento financeiro tomar as decisões a fim de obter deles os melhores benefícios no futuro. Decisões sempre implicam numa escolha entre duas ou mais alternativas ou cursos de ação, e mesmo se há uma única alternativa, deve-se decidir entre colocá-la em prática ou não.

A administração financeira, assim como a maioria das ciências, é fruto do aprofundamento natural dos estudos no processo de desenvolvimento da humanidade.

1 Ver mais em Assaf Neto, 2002 pp 46 -47.

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Nasceu com as teorias econômicas para após, com os estudos de Taylor, Fayol e Ford, caminhar para sua independência, com forte ascensão após a grande depressão americana dos anos 1929/30, destacando-se na época estudos sobre solvência, liquidez e recuperação financeira das empresas. Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente. Somente após a década de 50 é que se procurou compreender as várias conseqüências das políticas de investimento, financiamento e dividendos sobre o comportamento do fluxo de caixa da empresa. A caracterização definitiva está ligada aos estudos de Modigliani e Miller (1958) aos quais se convencionou chamar de Moderna Teoria de Finanças ou Finanças Corporativas, e aos estudos de risco que se desenvolveram a partir da Teoria do Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe (1952), que permitiram fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira.

Como toda ciência moderna, a administração financeira contou e conta com a estreita colaboração de outras ciências, tais como2:

Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus demonstrativos e relatórios.

Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e facilita seu entendimento.

Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho administrativo/financeiro.

Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das variáveis econômicas e das leis que as regem.

Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos administrativo/financeiros.

Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de relatórios.

1.2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO

A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Portanto ela envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto a realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude. Para tanto, necessita de pessoas qualificadas que administrem as decisões necessárias ao seu funcionamento. Estas decisões, via de regra, estão ligadas a atividades que envolvem recursos financeiros direta ou indiretamente. Podemos catalogá-las em três atividades principais:

Planejamento, análise e controle. Decisões de investimento. Decisões de financiamento.

2 Ver mais em Silva, 2001 pp 30-31.

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A atividade de PLANEJAMENTO, ANÁLISE E CONTROLE consiste em visualizar no futuro as conseqüências financeiras dos atos presentes, analisar os resultados apresentados e fazer com que o planejamento seja aplicado de maneira adequada, monitorando sua aplicação. A consulta aos demonstrativos contábeis permite estudar os dados registrados e suas projeções através do orçamento empresarial, uma ferramenta de grande importância, que ajuda também ao administrador financeiro a orientar financeiramente a empresa. A análise dos relatórios contábeis e gerenciais denuncia possíveis desvios de roteiro do planejamento, que devem ser corrigidos nas proporções e tempo requeridos.

A atividade de selecionar INVESTIMENTO existe em decorrência das decisões político-administrativas da empresa, e delimitam o montante de recursos a serem aplicados em decorrência daquelas decisões. Esta atribuição atinge os ativos tangíveis e intangíveis que são uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a depreciação, o risco, o retorno, todos estes itens devem ser questionados, como forma de manter a melhor produtividade e os menores custos. Todo investimento torna-se atraente quando seu retorno esperado excede a taxa exigida pelos acionistas.

A atividade de buscar FINANCIAMENTO executa a seleção do menor custo para viabilização da função anterior. Os financiamentos de longo e curto prazo devem ser pesquisados para se evitar custos desnecessários em épocas desnecessárias. O equilíbrio do Balanço Patrimonial deve ser sempre perseguido como forma de se ter uma interação entre fontes e aplicação de recursos. O objetivo central da seleção de financiamentos é determinar a melhor estrutura de financiamento da empresa, de maneira a preservar sua capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos reduzidos em relação ao retorno que se espera apurar de suas aplicações.

O administrador financeiro é responsável pela execução das atribuições financeiras da empresa. Ele utiliza basicamente duas atribuições financeiras: As de tesouraria e as de controladoria. Dentre as principais tarefas de TESOURARIA destacam-se:

Orçamento deAdministração caixa Cadastro Câmbio Decisão de Ffinanciamento Decisão de Iinvestimento Crédito e CobrançaPlanejamento e controle financeiro Relacionamento com instituições financeiras

Dentre as principais tarefas de CONTROLADORIA (O termo vem do inglês controller), destacam-se:

Administração de custos e preços Auditoria interna Contabilidade Orçamento Geral Controle Patrimonialônio

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Planejamento tributário Relatórios gerenciais

Estas tarefas variam em função do porte da empresa. Em empresas pequenas, os sócios se incumbem de muitas destas atividades, e a contabilidade geralmente é terceirizada. Nas grandes empresas, as atividades se subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma a seguir:

Em consonância com a administração estão os stakeholders, que são partes interessadas na administração da empresa. Compõem-se de funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que tenham ligação direta com o negócio.

Os administradores podem ser considerados representantes dos proprietários e em seus nomes gerir os negócios empresariais. O conflito entre os interesses dos acionistas e os interesses dos gestores pode gerar problemas que se denominam problemas de agency. Enquanto os proprietários focam o lucro, os administradores também focam os interesses em suas carreiras profissionais. Portanto um bom plano de carreira, bonificações em dinheiro pelo bom desempenho e opções pela compra de ações podem minimizar estes problemas.

1.3 MERCADOS3

As empresas estão inclusas em complexos mecanismos de funcionamento que se denominam mercados e, dentre eles, os mercados financeiros. Estes mercados podem ser distribuídos em quatro grandes grupos:

MERCADO MONETÁRIO – É o mercado de curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-se pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Nesse mercado, os papéis mais negociados são aqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, que servem para a execução da política monetária do Governo Federal, e pelo Tesouro Nacional, cujo propósito é o financiamento do

3 Ver mais em Gitman, 1997 pp 4 – 24; Cherubim et al, 2002 pp 4 – 26; Fortuna, 2002 pp 45-60.

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Conselho de Administração

Diretor de VendasDiretor

Administrativo-Financeiro

Diretor de Produção

Tesoureiro Controller

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déficit público. Além desses papéis, também são negociados os CDI’s (Certificados de Depósitos Interfinanceiros), exclusivamente entre instituições financeiras, os títulos de emissão privada, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as debêntures. Quem executa e controla este mercado é o Banco Central através dos seguintes instrumentos:

o Depósito compulsórioo Redesconto ou empréstimo de liquidezo Mercado Aberto (Open Market)o Controle e seleção de crédito

O depósito compulsório regula o multiplicador bancário através de reserva obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo CMN através de percentuais.O redesconto ou empréstimo de liquidez é o socorro que o Banco Central fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa.As operações de mercado aberto é um ágil instrumento de política monetária pelo qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações de mercado aberto (open market).O controle e a seleção de crédito se dão através do controle de volume e destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito.

MERCADO DE CRÉDITO – É o mercado que tem como objetivo suprir as necessidades de recursos da economia através dos agentes econômicos que interligam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos.

MERCADO DE CAPITAIS – É um mercado predominantemente de longo prazo. Seu principal ambiente é a Bolsa de Valores. Divide-se em primário, quando as operações são realizadas ali pela primeira vez e secundário, quando são realizadas nas demais oportunidades. As operações também podem ser realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados para giro ou para o permanente das empresas.

MERCADO CAMBIAL – É o mercado que envolve a contrapartida do mercado internacional. Inclui agentes econômicos variados como importadores e exportadores, investidores e instituições financeiras.

1.4 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL4

Até 1964 o Sistema Financeiro Nacional carecia de uma estruturação racional para administrar suas necessidades. A partir de então foi montado um organograma funcional para disciplinar e entender as entidades participantes. Segundo o organograma (elaborado na página seguinte), conceitua-se:

4 Ler mais em Hoji, 2001, pp 34-41 e Fortuna, 2002, pp 11-43.

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O Conselho Monetário Nacional– CMN é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. Sua missão é definir as diretrizes de funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e formular toda a política da moeda e crédito da economia, visando atender a seus interesses econômicos e sociais.

O Conselho de Gestão e Previdência Complementar - CGPC é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. Também cabe ao CGPC julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar.

O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil. É composto pelo Ministro da Fazenda (presidente), representante do Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, além do superintendente da Superintendência de Seguros Privados.

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - SFN

SUBSISTEMA NORMATIVO

Conselho Monetário Nacional - CMN

Conselho de Gestão e Previdência

Complementar CGPC

Conselho Nacional de Seguros Privados

CNSP

Banco Central do Brasil

Comissão de Valores Mobiliários

Secretaria de Previdência Complementar

Superintendência de Seguros Privados

IRB – Brasil Resseguros

SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO

Instituições Financeiras Bancárias

Instituições Financeiras não Bancárias

Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

Instituições Auxiliares

Instituições não financeiras

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ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO

O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da política monetária do governo.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital aberto e os investidores.

A Secretaria de Previdência Complementar funciona como secretaria executiva do Conselho de Gestão e Previdência Complementar.

A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável, pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização.

O IRB – Brasil Resseguros regulamenta as atividades de seguros no Brasil.

ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS

O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Compensação.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções.

A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as loterias. É um instrumento governamental de financiamento social.

Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Eles podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.

As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as atribuições da Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão desaparecendo do mercado.

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Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES, são os principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se os bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (BASA), e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES).

Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e RDB. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os Bancos de Investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS

As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras” captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.

As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de “leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operação de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo.

As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados.

SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO

As Sociedades de Crédito Imobiliário, ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário direto ou indireto.

As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário.

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INSTITUIÇÕES AUXILIARES

As Bolsas de Valores são entidades físicas, constituídas sob a forma de associações civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de interesse público. As bolsas operam em três tipos preferenciais de mercado:

Mercado à vista – Onde a entrega dos títulos do vendedor ao comprador é efetuada no segundo dia útil após o fechamento do negócio na Bolsa. O pagamento da ação pelo comprador deve ocorrer no 3º dia útil após a negociação.

Mercado a termo – Onde a liquidação das operações ocorre em prazos diferidos, em geral 30, 60 ou 90 dias. Para operar neste mercado é exigido, tanto do comprador quanto do vendedor, um depósito de valores como margem de garantia da operação.

Mercado de opções – Onde se negocia os direitos de compra ou venda futura de ações a um preço pré-estabelecido. O comprador de uma opção de compra de ações, por exemplo, adquire até a data limite de vencimento da operação o direito de comprar o lote objeto de ações. O comprador de uma opção de venda, por outro lado, poderá exercer o seu direito de vender os papéis objetos na data de vencimento da opção. A principal contribuição deste mercado é a proteção contra o risco (hedge).

A Bolsa de Mercadorias e de Futuros é a bolsa cujo objetivo é organizar operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros (commodities, taxas de juros, taxas de câmbio, metais, índice de ações e de conjuntura) livre e transparente. Mantém as seguintes modalidades de operação: Futuro, opções sobre o disponível, opções sobre futuro, termo e disponível ou à vista (spot).

As Sociedades Corretoras são instituições membros das Bolsas de Valores habilitadas para operar em seus pregões por conta própria e determinadas por seus clientes, por meio de negociações com títulos e valores mobiliários.

As Sociedades Distribuidoras têm uma faixa operacional mais restrita do que as corretoras e não têm acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias.

Os Agentes Autônomos de Investimento são pessoas físicas, credenciadas por Bancos de Investimentos, Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliário, Sociedades Corretoras e Distribuidoras que exercem atividades por conta e ordem de quem os credenciou.

INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS

As Sociedades de Fomento Comercial são conhecidas como “factoring”, e operam na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor deste crédito (o sacador) a uma instituição compradora (o factor). Esta fornece os recursos ao sacador, mediante um deságio sobre o valor de face deste direito de crédito, que pode ser, por exemplo, uma duplicata ou cheque.

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As Seguradoras operam o sistema de seguros do país e são regidas pelo Decreto-Lei nº. 73 de 21/11/66 e suas alterações posteriores. Não estão sujeitas à falência nem podem impetrar concordata além de não poderem explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria.

As Sociedades de Capitalização são sociedades mercantis cujo objetivo é fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano. Este capital é pago em moeda corrente num prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas nos próprios títulos. DL 261, de 28.2.1967.

As Agências de Fomento ou Desenvolvimento são constituídas e funcionam sob as regras da Resolução nº. 2.828 de 30/03/2001. Realizam operações de financiamento de capital fixo e de giro associados a projetos na unidade da federação onde tenha sede. Prestam garantias e serviço de consultoria e ainda administram fundos de desenvolvimento, observando o disposto no Art. 35 da LC 101 de 04/05/2000.

As Administradoras de Cartão não são empresas financeiras, e sim empresas prestadoras de serviços, que fazem a intermediação entre os portadores de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, Mastercard, etc.) e as instituições financeiras.

Os Consórcios. A atividade de consórcio é uma invenção brasileira, hoje difundida no mundo inteiro. Diversos são os instrumentos legais de regulamentação da atividade. A Circular nº. 3.070 e seus regulamentos estabelecem as regras e condições para a concessão de autorização para administrar grupos de consórcios e outros aspectos societários relacionados ao assunto.

Os Fundos Mútuos de Investimentos são constituídos sob a forma de condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de poupança, destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos a valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo tempo em que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capital permanente das empresas.

As Empresas Abertas ou Fechadas de Previdência Complementar são instituições restritas a determinado grupo contribuintes ou não, com o objetivo de valorização de seu patrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta razão, orientadas a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e de capitais.

1.5 ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS

De acordo com o Código Civil, as empresas, denominadas pessoas jurídicas, estão divididas em Pessoas Jurídicas de Direito Privado e de Direito Público Interno ou Externo.

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Pertence ao Direito Público Interno: a União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias e demais entidades públicas criadas por lei. São pessoas de direito público externo os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. As Pessoas Jurídicas de Direito Privado dividem-se em associações, sociedades e fundações. As sociedades, por sua vez, subdividem-se em personificadas e não personificadas. Ao segundo grupo pertence a Sociedade em Conta de Participação. Ao primeiro grupo pertencem as Sociedades Simples, Em Nome Coletivo, Comandita Simples, Limitada, Anônima, Comandita por Ações e Cooperativas.

Segundo o Novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02) Sociedade Simples é a sociedade constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário (Art. 981 e 982).

Sociedade Empresária (Art.983) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeita a registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, Sociedade Empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Divide-se em: Comandita Simples, Em Comandita por Ações, De Capital e Indústria, em Nome Coletivo, Limitada, Anônima e Cooperativa. O presente estudo será desenvolvido no ambiente das Sociedades Anônimas. 5

UniãoDe Direito Interno EstadosPúblico Municípios(regido pelos Autarquias e demais entidades criadas por lei

princípios da Externo – Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo dir. pub. internacionalPessoas supremacia do AssociaçõesJurídicas interesse públi- Fundações

co e da estrita Organizações religiosas Simpleslegalidade) Partidos políticos Em Nome Coletivo

Em Comandita SimplesDe Direito Personificadas LimitadaPrivado Anônima(regido pelos Sociedades Em Comandita por AçõesPrincípios da CooperativasAutonomia da de Capital e IndústriaVontade e daLicitude ampla) Não

Personificadas Sociedades em Conta de Participação1.6 TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL

1.6.1 Sociedades Anônimas (Atualizado pela Lei nº 11.638 de 28/12/07)

Constituição

5 Ver mais no Novo Código Civil, Lei nº 10.406/02, Art 996 a 1.195.

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A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:

Subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;

Realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, excetuado nas companhias nas quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social;

Depósito no Banco do Brasil S.A., ou em qualquer estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro.A companhia ou Sociedade Anônima têm seu capital dividido em ações, e a

responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

O objeto social da companhia pode ser qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.

A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima” expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.

A Sociedade Anônima poderá ser aberta ou fechada, conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários, que para isso exige o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional, que poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

A sociedade anônima, qualquer que seja seu objeto, será sempre empresária e se regerá pelas leis e usos do comércio. Isto significa dizer que seus atos constitutivos e estatutos serão arquivados no Registro do Comércio, o que não ocorrerá com uma sociedade simples, cujos atos constitutivos e contrato social devem ser arquivados em Cartório.

Ações

Ações são títulos negociáveis e corresponde à menor fração em que se divide o capital da companhia. Tem natureza jurídica de título de crédito, ou seja, é o título que dá direito de propriedade sobre parte de uma companhia.

As ações rendem dividendos, que é a parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detidas, ao fim de cada exercício social. A companhia deve distribuir, no mínimo, 25% do seu lucro líquido ajustado.

O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal, que será o mesmo para todas as ações da companhia. O valor nominal das ações de uma companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

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Quanto à espécie, as ações poderão ser preferenciais, ordinárias ou de fruição. Ações preferenciais têm preferência na distribuição de resultados. Ações ordinárias são as que dão direito a voto nas Assembléias Gerais. Ações de fruição são as que podem ser distribuídas aos acionistas em substituição à ação que foi amortizada pela companhia. Este tipo de ação, mesmo não sendo negociável assegurará aos seus detentores o direito de receber a parte do patrimônio da sociedade que ainda lhe couber em caso de liquidação.

O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas à restrição no exercício deste direito, não poderá ultrapassar 50% do total de ações emitidas. As ações preferenciais poderão ter direito a voto se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a três exercícios consecutivos, deixar de pagar dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não foram cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.

Quanto à forma, todas as ações devem ser nominativas. A emissão de certificado de ação somente será permitida depois de cumpridas as formalidades necessárias ao funcionamento legal da companhia. Estes certificados serão escritos em vernáculo e conterão as declarações previstas em Lei.

A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de Registro das Ações Nominativas ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.

O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar, sem emissão de certificado. São as ações escriturais.

O resgate de ações consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às ações remanescentes.

A amortização de ações consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia.

O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações.

Partes Beneficiárias

A companhia pode criar a qualquer tempo títulos negociáveis sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados Partes Beneficiárias. Elas conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais. Essa participação não poderá ultrapassar 10% dos lucros.

O estatuto fixará o prazo de duração das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate, que poderá ser conversível em ações, deverá criar reserva especial para esse fim. O prazo de duração delas, atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia, não poderá ultrapassar 10 anos.

Debêntures

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A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso, além de poder ser conversível em ações.

Bônus de subscrição

A companhia poderá emitir, por decisão da Assembléia-geral (se o estatuto não atribuir ao Conselho de Administração), dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto, títulos negociáveis denominados Bônus de Subscrição. Estes bônus conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.

Livros sociais

A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:

Livro Registro de Ações Nominativas

Livro de Transferência de Ações Nominativas

Livro Registro de Partes Beneficiárias Nominativas

Livro de Atas das Assembléias Gerais

Livro de Presença dos Acionistas

Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração

Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal

Assembléias-Gerais

A Assembléia-Geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. Compete ao Conselho de Administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a assembléia-geral.

A assembléia-geral pode também ser convocada:

Pelo Conselho Fiscal, nos casos previstos em lei;

Por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por mais de sessenta dias, a convocação nos casos previstos em lei ou no estatuto;

Por acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, o pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;

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Por acionistas que representem 5%, no mínimo do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, o pedido de convocação de assembléia para instalação do conselho fiscal.

A assembléia-geral é dita ordinária, quando tem por objeto tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição dos dividendos; eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; aprovar a correção da expressão monetária do capital social. Nos demais casos é dita extraordinária.

Conselho de Administração

A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria. As companhias de capital aberto e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, o conselho de administração, que será formado por, no mínimo três membros, eleitos em assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer:

O número máximo e mínimo de conselheiros;

O modo de substituição dos conselheiros;

O prazo de gestão, não superior a três anos, permitida a reeleição;

Diretoria

A diretoria será composta por dois ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração ou, se inexistente, pela assembléia-geral devendo o estatuto estabelecer o número de diretores, o modo de sua substituição, o prazo de sua gestão, que não será superior a três anos, permitida a reeleição e as atribuições e poderes de cada diretor. Um terço dos membros do conselho de administração pode assumir os cargos de diretoria.

Conselho Fiscal

A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado, a pedido de acionistas. Ele será composto de, no mínimo três membros e no máximo cinco membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral.

Quando o funcionamento do conselho fiscal não for permanente, será instalado pela assembléia-geral a pedido de acionistas que representem no mínimo 10% das ações com direito a voto ou 5% das ações sem direto a voto, e seu período de funcionamento irá até a próxima assembléia-geral ordinária.

Demonstrações financeiras

Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

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Balanço patrimonial;

Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados;

Demonstração de resultados do exercício;

Demonstração dos fluxos de caixa;

Nas companhias abertas, demonstração do valor adicionado.

Subsidiária integral

É a chamada de subsidiária integral, a companhia constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista uma sociedade brasileira.

Extinção

A companhia se extingue pelo encerramento da liquidação ou pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades.

Vantagens das Sociedades Anônimas

Responsabilidade limitada: cada acionista é um sócio com responsabilidade limitada, não podendo perder além do que investiu no negócio.

Dimensão do negócio: o capital pode ser obtido a partir de muitos investidores, pela facilidade com que as ações podem ser negociadas. A sociedade pode ser pulverizada entre uma infinidade de acionistas, pequenos, médios ou grandes.

Transferência de propriedade: a propriedade é comprovada pelos certificados de ações, que podem ser facilmente transferidos a outras pessoas. As bolsas de valores facilitam enormemente a venda e compra de ações.

Vida ilimitada: a S/A não se dissolve com a morte ou retirada de um proprietário e pode perdurar indefinidamente no tempo.

Crescimento: A S/A pode expandir-se através de aumento de capital devido ao rápido acesso aos mercados de capitais.

Administração profissional: a direção da empresa passa para administradores profissionais contratados e que podem ser promovidos ou substituídos.

Desvantagens:

Regulamentação governamental: como a S/A é uma entidade legalmente estabelecida, ela está submetida a regulamentações federais, estaduais e municipais, tornando necessários alguns órgãos para prestar serviços burocráticos e atender a todas essas regulamentações.

Falta de sigilo: como os acionistas devem conhecer o desempenho e a situação financeira da S/A através das demonstrações financeiras, a empresa torna-se muito transparente. O Novo Código Civil (2002) estabelece algumas normas visando uma maior transparência das sociedades anônimas.

1.6.2 Sociedade por Cota de Responsabilidade Limitada (ltda.)

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São sociedades de pessoas, constituídas de dois ou mais proprietários que se associam no mesmo negócio, com o objetivo de obter lucro. Embora quase sempre maiores do que as firmas individuais, geralmente não chegam a assumir grandes proporções. A sociedade limitada é constituída através de um contrato social firmado entre os sócios e registrado na Junta Comercial. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nas sociedades limitadas, os bens pessoais dos sócios respondem pelas dívidas assumidas no negócio.

Principais vantagens:

Economias fiscais: é semelhante à firma individual quanto aos custos organizacionais e certos tributos.

Capital social: Geralmente maior que as firmas individuais, pois são sociedades com participação de mais de uma pessoa.

Facilidade de crédito: Os bens pessoais dos sócios garantem os valores emprestados. Administração: cooperação e habilidades administrativas de vários sócios

envolvidos no negócio são somadas.

Principais desvantagens:

Responsabilidade solidária dos sócios: os sócios respondem conjunta e solidariamente pelo negócio. No caso de liquidação do negócio os bens pessoais de um dos sócios podem ser levados a garantir o prejuízo, caso os demais sócios não o possa fazê-lo.

Vida limitada: do ponto de vista técnico, quando um dos sócios se afasta ou morre, a sociedade é dissolvida.

1.6.3 Firma Individual

A firma individual é constituída por um único empresário ou proprietário que responde pelos seus negócios. É a empresa cujo proprietário é uma pessoa que opera em seu próprio benefício. A firma individual é geralmente uma pequena empresa, registrada em Junta Comercial, onde o proprietário toma todas as decisões e opera a propriedade juntamente com alguns poucos empregados. O capital da firma individual advém de recursos próprios ou de empréstimos de curto prazo. É grande a quantidade de firmas individuais, porém sua participação é pequena no volume de faturamento de todas as empresas.

Principais vantagens:

O proprietário é o seu próprio patrão. O proprietário assume todo o lucro e todo o resto do negócio. Baixos custos operacionais. Economias fiscais.

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Principais desvantagens:

Responsabilidade ilimitada em relação aos credores. A riqueza total do proprietário – e não o capital investido – responde pelas dívidas do negócio.

Limitação de capital: a capacidade financeira do proprietário é limitada e pode restringir operações maiores.

O proprietário deve jogar em todas as posições do negócio, isto é, deve conhecer e dominar todos os aspectos técnicos, comerciais e financeiros da sua empresa.

1.7 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Conforme dispõe a Lei 6.404/76 e suas alterações até a Lei 11.638/07, as demonstrações contábeis são: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado (esta última, se a companhia for aberta. Estas demonstrações são complementadas pelas Notas Explicativas, Relatório da Diretoria e Parecer de Auditoria Independente.

1.7.1 Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial é a demonstração da situação patrimonial e financeira da empresa em determinada data. Seu modelo pode ser representado conforme a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVOAtivo Circulante Passivo Circulante

Caixa Duplicatas a pagarBancos Impostos, taxas e contribuições a pagarAplicações financeiras EmpréstimosDuplicatas a receber Salários a pagar(-) Duplicatas descontadas Encargos sociaisEstoques Dividendos a pagarDespesas antecipadas Outras obrigações de curto prazoAdiantamento a fornecedores Financiamentos

Debêntures a pagar

Ativo Não Circulante Passivo Não CirculanteRealizável a Longo Prazo EmpréstimosInvestimentos Financiamentos

Participação acionária Debêntures a PagarImobilizado Fornecedores

Terrenos Patrimônio LíquidoPrédios Capital SocialMáquinas e equipamentos Reservas de capital

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(-) Depreciação acumulada Ajustes de avaliação patrimonialIntangível Reservas de lucros

Fundo de comércio adquirido Prejuízos acumuladosCarteira de clientes adquirida (-) ações em tesourariaPatentes adquiridas

Diferido (conta provisória)Gastos com instalaçõesGastos com implantaçãoGastos pré-operacionais(-) Amortização acumulada

1.7.2. Demonstração de Resultados do Exercício

A Demonstração de Resultados do Exercício é um relatório contábil que evidencia a formação do resultado líquido do exercício pelo confronto das receitas com os custos e as despesas apuradas em obediência ao regime de competência. Tem o seguinte formato:

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO

Receita Operacional Bruta(-) Deduções e Abatimentos (Impostos sobre vendas e devoluções e abatimentos)(=) Receita Operacional Líquida(-) Custo Operacional (Custo das mercadorias vendidas, produtos vendidos ou serviços

prestados)(=) Lucro Bruto(-) Despesas Operacionais (De vendas, administrativas, financeiras líquidas e outras)(=) Resultado Operacional(-) Resultados Não Operacionais (Receitas e despesas não operacionais)(=) Resultado Antes da Contribuição Social e do Imposto de Renda(-) Provisão para Contribuição Social e Imposto de Renda(=) Resultado Após Contribuição Social e Imposto de Renda(-) Participações e Contribuições (Empregados, administradores e outras)(=) Resultado Líquido do Exercício

1.7.3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados possibilita a evidenciação clara do lucro do período, sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Pode ser demonstrada conforme modelo a seguir:

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

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Saldo em 31/12/X0(+ ou -) Ajustes de exercícios anteriores(-) Parcela de lucros incorporada ao capital(+) Reversões de reservas(=) Resultado do exercícioDestinação do lucro Transferência para reservas legal, estatutária, de lucros a realizar ou lucros para

expansão Juros sobre o capital próprio Dividendos a distribuir

Saldo em 31/12/X1

1.7.4. Demonstração do Fluxo de Caixa

Para confecção do fluxo de caixa deve-se seguir os preceitos da Lei 11.638/07, que determina:

1. A demonstração de fluxo de caixa (DFC) deve contemplar as alterações do caixa e dos recursos equivalentes à caixa durante o período.

2. Os recursos equivalentes à caixa incluem aplicações de curtíssimo prazo (três meses ou menos), facilmente conversíveis em dinheiro, e que estão sujeitas a risco pouco significativo de mudança do seu valor. Geralmente não incluem participações societárias.

3. Os fluxos de caixa oriundos das atividades operacionais, de investimento e de financiamentos devem ser apresentados separadamente.

4. O fluxo de caixa das atividades operacionais devem ser apresentados utilizando a metodologia direta (recomendada) ou a metodologia indireta.

5. Os fluxos de caixa relacionados com os impostos que incidem sobre o lucro devem ser apresentados nas atividades operacionais, exceto se puderem ser identificados especificamente com atividades de investimentos e de financiamentos.

6. As operações de investimento e de financiamento que não envolvem caixa (integralização de capital com bens do ativo imobilizado, por exemplo) não deverão ser incluídas na demonstração do fluxo de caixa. No entanto, deverão ser divulgadas em separado.7. Exemplos de atividades operacionais:

Recebimentos de clientes oriundos das vendas de bens e de serviços; Pagamentos a fornecedores de bens e de serviços; Pagamentos de impostos que incidem sobre a receita bruta; Pagamento de despesas administrativas; Pagamento de despesas com vendas; Pagamento de impostos que incidem sobre o lucro.

8. Exemplos de atividades de investimentos

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Page 27: Administracao Financeira I

Pagamentos de ativos imobilizados; Pagamentos de ativos intangíveis; Pagamentos de investimentos; Recebimentos por vendas de ativos imobilizados; Recebimentos por vendas de ativos intangíveis; Recebimentos por vendas de investimentos.

9. Exemplos de atividades de financiamento Recebimentos por integralização de capital social; Pagamentos por devolução de capital aos acionistas; Pagamentos de dividendos; Recebimentos de empréstimos; Pagamentos de empréstimos.

10. Atividades operacionais – metodologia direta. Divulgam os recebimentos e os pagamentos operacionais de acordo com a sua natureza (recebimentos de clientes, pagamentos a fornecedores, etc.)

11. Atividades operacionais – metodologia indireta. Baseiam-se no lucro ou no prejuízo líquido do exercício, que é ajustado pelos itens econômicos (depreciação, amortização, atualizações monetárias, etc.) e pelas variações ns contas patrimoniais operacionais (clientes a receber, fornecedores a pagar, etc.)

12. As principais alternativas previstas nessa norma são as seguintes: Apresentação das atividades operacionais. A sociedade tem a opção de apresentar a

demonstração de fluxo de caixa pelo método direto nas atividades operacionais ou nas atividades de financiamentos.

Despesas financeiras. A sociedade tem a opção de apresentar nas atividades operacionais ou nas atividades de financiamentos.

Receitas financeiras. A sociedade tem a opção de apresentar nas atividades operacionais ou nas atividades de investimentos.

Dividendos pagos. A sociedade tem a opção de apresentar nas atividades de financiamentos ou nas atividades operacionais

1.8. ANÁLISE DE BALANÇOS

A análise de balanços, também chamada análise das demonstrações contábeis proporciona um exame a respeito da situação atual e da evolução da situação econômica e financeira da empresa, bem como a comparação do desempenho dela com o de outras.

Para realização da análise se dispõe de algumas ferramentas tais como:

Análise horizontal Análise vertical Análise por índices

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EBITDA (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) ou LAJIDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

1.8.1. Análise horizontal

A análise horizontal evidencia a evolução das contas das demonstrações contábeis ao longo dos anos. Para isso se estabelece um número índice base igual a cem para os valores de cada conta das demonstrações mais antigas e os números índices das mais recentes são calculados de acordo com a equação:

1.8.2 Análise vertical

A análise vertical consiste em uma comparação da representatividade, em percentual de cada conta com o grupo de contas a que pertence. Em seguida se analisa a variação destes percentuais no correr dos exercícios.

1.8.3 Análise por índices

A análise por índices tem muitas variações. Exemplificamos a seguir uma das mais usadas:

ÍNDICES

1.De Liquidez

Corrente = AC / PC

Geral = (AC + RLP) / (PC + PNC)

Seca = (AC – E )/ PC

Imediata = Disponibilidades / PC2. De Atividade

Pelo que pudemos observar, os recursos financeiros movimentam-se sempre dentro de uma determinada seqüência e repetidas vezes, constituindo-se em ciclos. Para cálculo dos índices de atividade, tem-se que levar em consideração estes ciclos.

Graficamente, os ciclos financeiros de uma empresa podem ser assim representados:

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Page 29: Administracao Financeira I

Suponhamos que uma empresa disponha dos seguintes dados de Balanço, em Reais:

Ano x Ano x+1

Estoques = 100 600Duplicatas a receber = 200 300Compras a prazo = 1.500Duplicatas a pagar = 100 150Vendas a prazo = 2.000

Calcular: Ciclo Operacional Ciclo de caixa Prazo Médio de Recebimento Prazo Médio de Pagamento Prazo Médio de Estoques

Ciclo de caixa

PMP PMR

PME

Ciclo Operacional

compra venda Recbto da vendaPgto da compra

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Prazo Médio de Estoque

Prazo Médio deRecebimento

Page 30: Administracao Financeira I

LEGENDA

CO = Ciclo Operacional

CC = Ciclo de Caixa

PMP = Período Médio de Pagamento

PME = Período Médio de Estoque

PMR = Período Médio de Recebimento

Ei = Estoques Iniciais Ef = Estoques Finais

DRi = Duplicatas a Receber Inicial

DRf = Duplicatas a Receber Final

DPi = Duplicatas a Pagar Inicial

DPf = Duplicatas a Pagar Final

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

C = Compras

3. De endividamento

Geral = (PC + PNC)/ATGarantia de Capital de Terceiros = (PC+PNC)/PLImobilização do Patrimônio Líquido = (ANC – RLP) / PL

4. De lucratividade

Retorno sobre Investimento ROI = LO (1- alíquota de IR)/Média de passivos onerososMargem operacional = LO(1-alíquota de IR)/ ROL

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Prazo Médio de Pagamento

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Giro de Investimento = ROL / Média de passivos onerososRetorno sobre PL (ROE) = LL(1-alíquota de IR)/Média do PLMargem líquida = LL(1-alíquota do IR)/ROLGiro do PL = ROL/Média do PLLucro por ação = Lucro líquido / Quantidade de ações

1.8.4. EBITDA ou LAJIDA

O EBITDA é uma medida de avaliação que demonstra o potencial de geração de caixa dos ativos operacionais (aqueles vinculados à exploração da atividade fim da empresa. Exemplificaremos seu cálculo com a DRE abaixo6:DRE X1 X2Receita operacional líquida 330.000 365.000(-) Custo dos Produtos Vendidos 210.000 250.000(=) Lucro Bruto 120.000 115.000(-) Despesas operacionais 63.555 76.000Com vendas 24.000 35.000Administrativas 33.000 32.000Financeiras líquidas 6.555 9.000(=) Lucro Operacional 56.445 39.000Receitas - despesas não operacionais 0 0Lucro antes da contribuição social e imposto de renda 56.445 39.000(-) Provisão para contribuição social e imposto de renda 19.756 13.650(=) Lucro após contribuição social e imposto de renda 36.689 25.350(-) Participações e contribuições 0 0(=) Resultado do exercício 36.689 25.350

Cálculo do EBITDA ou LAJIDA

Lucro Operacional 56.445 39.000(+) Despesas financeiras líquidas 6.555 9.000(+) Depreciação, amortização e exaustão* 9.000 10.500(=) EBITDA ou LAJIDA 72.000 58.000

*Valores fornecidos para o exemplo.1.9. RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X LUCRO

1.9.1 PONTO DE EQUILÍBRIO - CONCEITUAÇÃO E CÁLCULOS

PONTO DE EQUILÍBRIO7

Também chamado de break-even point, é usado para determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais e para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de renda.

6 Exemplo retirado de Administração Financeira – uma abordagem brasileira, de Megliorini e Silva.7 Ver mais em Hoji, 2001, pp 312-316; Droms, 2002, pp 135-138.

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Page 32: Administracao Financeira I

PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL

Representa o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais, ou, mais especificamente, quando LAJIR = 0.

CUSTOS FIXOS

São os custos e despesas que independem do volume produzido. O custo fixo pode ter valores diferentes a cada período e continuar classificado como fixo. Por exemplo, se um aluguel sofrer reajuste continua sendo fixo pois independe do volume produzido.

CUSTOS VARIÁVEIS

São os custos e despesas que variam de acordo com o volume produzido. Quanto maior a quantidade produzida, maior este custo. No caso de empresas que calculam o ICMS por estimativa (valor fixo todo mês), este tributo assume a característica de custo fixo. Ainda existem os custos semi-fixos ou semi-variáveis, como vendedores que tem seu salário fixo acrescido de comissões sobre vendas. Nestes casos, separa-se a parte fixa da variável.

Para que uma empresa esteja em equilíbrio, é necessário que suas receitas totais sejam iguais a seus custos totais. Ou seja,

RT = Receitas totaisCT = Custos totais

As receitas totais, por sua vez, são iguais ao seu preço unitário de venda vezes a quantidade produzida.

v= preço unitário de vendasQ = quantidade produzida/vendida

Os custos variáveis serão iguais ao custo variável unitário vezes a quantidade produzida.

CV = Custo variávelc= Custo variável unitário

Os custos fixos são iguais a eles mesmos. Desta forma a fórmula original é igual a:

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RT = CT

RT = vQ

CV = cQ

Page 33: Administracao Financeira I

Ora, para a análise serão necessárias algumas condições, à saber:

Não haverá formação de estoques. As quantidades produzidas serão iguais às quantidades vendidas. O comportamento da evolução das receitas e custos será retilíneo. Haverá só um produto.

Dentro destes parâmetros, é possível determinar a quantidade de equilíbrio, determinando Q na equação acima.

Qv = Qc + CF

Qv – Qc = CF

Q(v-c) = CF

Exemplo:

Calcular a quantidade de equilíbrio de uma empresa que tenha CF = R$ 2.500,00, v = R$ 10,00 e c = R$ 5,00.

Q = 2.500,00 = 500

10 – 5

Visualizando graficamente ter-se-ia:

Receitas Totais

Custos totais

Custos Variáveis

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vQ = cQ + CF

Área de Prejuízo

Área de Lucro

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R$ 5.000,00 Ponto de equilíbrio

Custos Fixos

0 500

Quantidades

O que aconteceria com o ponto de equilíbrio, se:1. O custo fixo aumentasse para R$ 3.000,00?

Q = 3.000/ 10-5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima.

2. O preço unitário de venda aumentasse para R$ 12,50?

Q = 2.500/12,5-5 = 333 Resposta: A quantidade de equilíbrio diminuiria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a esquerda e para baixo.

3. O custo unitário variável aumentasse para R$ 7,50?

Q = 2.500/10-7,5 = 1.000 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima.

4. As três variáveis aumentassem nas proporções dadas, ao mesmo tempo?

Q = 3.000/12,5-7,5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para cima e para a direita.

1.9.2 ALAVANCAGEM8

É o uso de ativos ou recursos, com custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Quanto maior a alavancagem, segundo a reação do investidor de aversão ao risco, maior o risco, maior o retorno. A aplicação da alavancagem operacional e financeira na avaliação de uma empresa permite que se conheça sua viabilidade econômica, identificando-se claramente as causas que determinaram eventuais variações nos resultados.

8 Ver mais em Sanvicente, 1981, pp 244-246; Cherubim e outros, 2002, pp 80-83; Machado, 2002 pp 173-181.

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ALAVANCAGEM OPERACIONAL

É determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu LAJIR (Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda). Em outras palavras, é o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros das empresas, antes dos juros e dos impostos. Quanto maior for o uso dos custos fixos em relação aos custos variáveis unitários, maior será o grau de alavancagem operacional.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Refere-se à relação entre o LAJIR e o LPA (Lucro por Ação). É a capacidade da empresa para usar encargos financeiros fixos, a fim de maximizar os efeitos da variação do LAJIR sobre o LPA da empresa. Quanto maior for o uso destes encargos financeiros fixos, maior será o grau de alavancagem financeira.

ALAVANCAGEM TOTAL

É o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas/LPA.

Dentro da Demonstração de Resultado do Exercício, ter-se-ía:

Receitas de Vendas - V(-) Custo dos Produtos Vendidos – VPV

(=) Lucro Bruto – LB Alavancagem(-) Despesas Operacionais – DO Operacional(=) Lucro antes dos juros e do IR – LAJIR

Alavancagem(+/-) Resultado financeiro (juros) – J Total(=) Lucro Antes do Imposto de Renda – LAIR(-) Provisão para o IR – PIR

(=) Lucro Antes das Participações e Contribuições Alavancagem(-) Participações e Contribuições Financeira(=) Lucro Líquido do Exercício - LL

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Page 36: Administracao Financeira I

1.9.2.1 Alavancagem Operacional

Pode-se demonstrar o mesmo esquema acima, como repartição de custos fixos e variáveis. Então se teria como alavancagem operacional:

Receitas Totais(-) Custos Variáveis(-) Custos Fixos(=) Lucros Antes dos Juros e do Imposto de Renda (LAJIR).

Exemplo:

Uma empresa tem v = R$ 10,00, c = R$ 5,00 e CF = R$ 2.500,00. Calcule o seu LAJIR para as quantidades de 500, 1.000 e 1.500 unidades produzidas.

- 50% + 50%

Quantidades – Q 500 1.000 1.500

Receitas Totais – RT 5.000 10.000 15.000(-) Custos Variáveis – CV 2.500 5.000 7.500(=) 2.500 5.000 7.500(-) Custos Fixos – CF 2.500 2.500 2.500(=) LAJIR 0 2.500 5.000

- 100% + 100%

Como se pode notar, a uma variação de 50% nas vendas, houve uma variação de 100% no Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda.

A seguir demonstraremos o que acontece com duas empresas. Uma apenas com capital próprio e outra com capital de terceiros e despesas financeiras anuais de R$ 400.000,00.

Empresa sem capital de terceiros Empresa com capital de terceirosAtivo Patrimônio Líquido Ativo Passivo Patrimônio Líquido8.000.000 8.000.000 8.000.000 4.000.000 4.000.000Nº de ações: 400.000 Nº de ações: 200.000Valor da ação: R$ 20,00 Valor da ação: R$ 20,00

Lucro Operacional 400.000 Lucro Operacional 400.000Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000LAIR 400.000 LAIR 0LPA = R$ 1,00 LPA = R$ 0,00Ret. s/ Pat. Líq. 5% Ret. s/ Pat. Líq. 0%

36

Page 37: Administracao Financeira I

Lucro Operacional 800.000 Lucro Operacional 800.000 Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000LAIR 800.000 LAIR 400.000LPA = R$ 2,00 LPA = R$ 2,00Ret. s/ Pat. Líq. 10% Ret. s/ Pat. Líq. 10%

Lucro Operacional 1.200.000 Lucro Operacional 1.200.000 Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000LAIR 1.200.000 LAIR 800.000LPA = R$ 3,00 LPA = R$ 4,00Ret. s/ Pat. Líq. 15% Ret. s/ Pat. Líq. 20%

LPA com capital de terceiros LPA sem capital de terceiros

Desvantagem no uso de capital Vantagem no uso de capital de terceirosde terceiros

1.9.2.2 Grau de alavancagem operacional

É a medida numérica da alavancagem operacional da empresa. É representada pela fórmula:

800.000

2LPA

LAJIR

400.000

37

GAO = ___Q(v-c)__ Q(v-c) - CF

Page 38: Administracao Financeira I

Exemplo:Qual o grau de alavancagem financeira do exemplo inicial, ao nível de produção de 1.000

unidades?

O GAO é igual a 2, ou seja, cada vez que eu vario as receitas, o lucro operacional varia em dobro.

1.9.2.3 Alavancagem financeira

Quanto à alavancagem financeira, pode-se dispor do seguinte esquema:

Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda – LAJIR

(-) Juros – J

(=) Lucro Antes do Imposto de Renda – LAIR

(-) Imposto de Renda (40%) – IR

(=) Lucro Líquido do exercício- LLE

(-) Distribuição de dividendos – DD

(=) Lucro Depois da distribuição de dividendos - LDDD

Exemplo:

Uma empresa tinha juros de empréstimos anuais de R$ 20.000,00 a juros de 10% ao ano, a alíquota de Imposto de Renda era de 40% e distribuiu dividendos no valor de R$ 2.400,00. Sabendo que possui 1.000 ações ordinárias, qual a variação do LPA para níveis de LAJIR de R$ 6.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 14.000,00?

40% + 40%

LAJIR 6.000 10.000 14.000(-) Juros 2.000 2.000 2.000(=) LAIR 4.000 8.000 12.000(-) IR (40%) 1.600 3.200 4.800(=) LLE 2.400 4.800 7.200(-) DD 2.400 2.400 2.400(=) LDDD 0 2.400 4.800LL/1.000 0 2,40 4,80

100% + 100%

38

Page 39: Administracao Financeira I

Assim podemos visualizar a alavancagem financeira. Quando o LAJIR varia 40%, o LPA varia 100%, ou seja, quando há uma variação no LAJIR, o LPA varia 2,5 vezes mais.

1.9.2.4 Grau de alavancagem financeira

É a medida numérica do grau de alavancagem financeira da empresa. Pode-se representá-la pela fórmula:

Segundo o exemplo anterior, calcular o GAF para um nível de LAJIR = R$ 10.000,00.

1.9.2.5 Alavancagem total

Agora se poderá ver o efeito combinado das duas alavancagens, pelo exemplo a seguir:

Dados

v = R$ 5,00 J = R$ 20.000,00 Nº de ações = 5.000c = R$ 2,00 PC = R$ 12.000,00 Q1 = 20.000CF = R$ 10.000,00 IR = 40% Q2 = 30.000

50%

R = 100.000 150.000(-)CV = 40.000 60.000 GAO = ___20.000(5-2)___ = 1,2(-)CF = 10.000 10.000 20.000(5-2) – 10.000(=)LAJIR = 50.000 80.000

LAJIR = 50.000 80.000 GAT = 1,2 X 5,0 = 6(-) J = 20.000 20.000(=) LAIR = 30.000 60.000(-) IR = 12.000 24.000 GAF =_____50.000_______ = 5(=) LLE = 18.000 36.000 50.000-20.000-12.000

39

Page 40: Administracao Financeira I

(-) DD = 12.000 12.000 1 – 0,4(=) LL = 6.000 24.000

300%GAT = 300% 50% = 6

LPA = 6.000 5.000 = 1,2e 24.000 5.000 = 4,8

Outra fórmula pela qual pode-se achar o GAT é a seguinte:

1.9.2.6Grau de alavancagem total

Substituindo pelos valores acima, teremos:

Para finalizar o estudo de alavancagem, façamos a comparação entre duas empresas, com composições diferentes de demonstrativo de resultado:

Empresas A % B %Vendas 100 100Custos e despesas variáveis 30 30 70 70Margem de contribuição 70 30Custos fixos 60 60 20 20Lucro operacional 10 10 10 10

Como se disse no início deste tópico, embora pareça, à primeira vista, ilógico, quanto maior os custos fixos, maior a alavancagem operacional. Para comprovar isto, vamos supor um aumento de 20% nas vendas de ambas as empresas, e vamos ver como se comporta o lucro operacional.

Empresas A % B %Vendas 120 120Custos e despesas variáveis 36 30 84 70Margem de contribuição 84 36Custos fixos 60 50 20 16,7Lucro operacional 24 20 16 13,3

40

Page 41: Administracao Financeira I

Como podemos observar, embora os custos fixos da empresa A sejam maiores do que o da empresa B, eles proporcionam maior lucratividade, pois com o aumento das vendas o lucro de A passou de 10% para 20% das vendas, enquanto que o lucro de B passou de 10% para 13,3%.

Calculando a alavancagem operacional de A se terá:

Calculando a alavancagem operacional de B se terá:

1.10 CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE E LIQUIDEZ

Como já se observou o principal objetivo do administrador financeiro é o aumento da riqueza dos proprietários. Para isso ele pondera as alternativas de investimento e financiamento, planeja e administra, além de analisar demonstrativos e propor soluções. Para alcançar seu objetivo, é necessário atentar para dois fatores importantes que afetam as finanças: a rentabilidade e a liquidez.

Ao contrário do que se pensa, nem sempre uma empresa rentável está livre de um processo falimentar. Para ilustrar o que estamos afirmando, transcrevemos o exemplo a seguir:

Exemplo:

41

Page 42: Administracao Financeira I

A empresa ALFA S.A. vendia por R$ 10,00 com prazo de 30dd o artigo que produzia a R$ 7,50 e pagava seus insumos à vista. Como era nova, não tinha crédito na praça para levantar empréstimos, ou fundos de qualquer espécie.

Em dezembro de determinado ano, tinha os seguintes saldos no circulante:Caixa 7.500,00Estoques 11.250,00Contas a receber 15.000,00

Animada pela margem de contribuição (10,00 – 7,50), em janeiro vendeu 2.000 unidades e produziu 2.500. Em fevereiro vendeu 2.500 unidades e produziu 3.000. Em março vendeu 3.000 unidades e produziu 3.500. De repente se viu em dificuldades financeiras.

Caixa Estoques Contas a Receber 7.500 18.750 11.250 15.000 15.000 15.00015.000 18.750 20.000 3.750 22.500 15.000 18.750 20.000 20.00020.000 22.500 25.0001.250 26.250 18.750 22.500 25.000 25.00025.000 26.250 30.000 0 22.500 30.000

Vendas Custo das vendas Resultado20.000 15.000 5.00025.000 18.750 6.25030.000 22.500 7.500

Muito embora a empresa fosse lucrativa, teve que encerrar suas atividades por insolvência, pois não tinha mais dinheiro em caixa para comprar insumos de produção. 9

1.11. AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS

Com a alta carga tributária atual do Brasil é imprescindível que tenhamos um canal de discussão permanente nas empresas sobre economia de tributos.

A globalização, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que sufoca as empresas brasileiras requerem do administrador e do contador práticas de gerenciamento eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Frente à realidade tributária brasileira, a principal preocupação dos contribuintes é a redução da carga tributária. Portanto, o contribuinte pode e deve estudar opções de economia de tributos, ou seja,

9 Exemplo extraído de Gitman, Administração Financeira, 1978 p 6.

42

insolvência

Page 43: Administracao Financeira I

praticar quaisquer condutas objetivando eliminar, reduzir ou retardar o pagamento de tributos, desde que se mantendo no campo jurídico da licitude.

Procurar alternativas de formas lícitas para reduzir a carga tributária das empresas e estar atento às mudanças da legislação, bem como controle e emissão de relatórios contábeis confiáveis, torna-se imprescindível para maximização dos lucros das empresas para manutenção dos negócios e contribuição para combater o nível de desemprego.

No Brasil, compete à União tributar sobre:

Importação de produtos estrangeiros Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados Rendas e proventos de qualquer natureza Produtos industrializados Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários Propriedade territorial rural Grandes fortunas, nos termos de lei complementar

A União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos nesta relação, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados. Na iminência ou no caso de guerra externa, poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não na sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituírem impostos sobre:

Transmissão causa mortis ou doação, de quaisquer bens ou direitos Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior

Propriedade de veículos automotores

Compete aos Municípios instituírem impostos sobre:

Propriedade predial e territorial urbana Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por

natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, excetos os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição

Serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar

43

Page 44: Administracao Financeira I

10

10 Ver mais em Gitman, 1997, pp 588-590; Braga, 1989, pp 227-246; Melo, pp 140-142

44

FLUXO OPERACIONAL

FLUXO DEINVESTIMENTOS FLUXO DE

FINANCIAMENTOS

DISPONIBILIDADES

Page 45: Administracao Financeira I

2.1 ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE

O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada um dos ativos circulantes tais como caixa, duplicatas a receber, estoques, etc., e dos passivos circulantes tais como duplicatas a pagar, contas a pagar, impostos a recolher, etc. a fim de encontrar um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua positivamente para o valor da empresa. Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, enquanto um investimento baixo demais aumenta o risco de a empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos estipulados. Ambas as situações levam à redução do valor da empresa.

Os ativos circulantes, normalmente chamados de capital de giro ou capital circulante representam a parcela do investimento que circula transitando de conta, durante a condução normal dos negócios. Essa idéia compreende a transição periódica de caixa para estoques e destes para duplicatas a receber e de volta para caixa que compõe o ciclo operacional da empresa. Na condição de substitutos de caixa, as aplicações financeiras são consideradas como parte do capital de giro. Da mesma forma, as despesas pagas antecipadamente estão incluídas no capital de giro porque representam serviços devidos à empresa e que são usados na realização de suas atividades, eliminando a necessidade de desembolsos posteriores.

Os passivos circulantes representam os financiamentos de curto prazo das empresas, pois incluem todas as dívidas que terão vencimento em um ano ou menos. Tais dívidas incluem normalmente os valores a pagar a fornecedores, bancos, empregados e governo, dentre outros.

O Capital Circulante Líquido é usualmente definido como a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Quando os ativos circulantes superam os passivos circulantes a empresa tem capital circulante líquido positivo. Nessa situação mais comum, o capital circulante líquido é a parcela dos ativos circulantes da empresa financiada com recursos de longo prazo, os quais excedem as necessidades de financiamentos dos ativos permanentes. Visto que os passivos circulantes representam fontes de recursos de curto prazo, quando os ativos circulantes superam os passivos circulantes, a diferença precisa ser financiada com fundos a longo prazo.

45

Page 46: Administracao Financeira I

Quando os ativos circulantes são menores que os passivos circulantes, a empresa tem capital circulante líquido negativo. Nesta situação menos usual, o capital circulante líquido é a parcela dos ativos permanentes da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes. De uma forma geral, quanto maior a margem pela qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem suas obrigações de curto prazo, tanto mais apta ela estará para pagar suas contas nos vencimentos.

O investimento total de uma empresa engloba os ativos circulantes e os ativos permanentes, sendo que sua lucratividade e risco são afetados pela relação entre essas duas categorias. O nível de ativos permanentes de uma empresa é determinado pela escala de produção e pela intensidade de uso do fator capital. Por sua vez, o nível de ativos circulantes guarda estreita relação com o nível de produção, acompanhando de forma direta os aumentos e reduções desta.

A lucratividade, neste contexto, é a relação entre receitas e custos gerados pelo uso dos ativos da empresa nas suas atividades produtivas. O lucro de uma empresa pode ser aumentado de três maneiras:

1. Aumentando as receitas

2. Reduzindo-se custos

3. Pela combinação dos itens 1 e 2.

DIAGRAMA DOS FLUXOS FINANCEIROS

Compra venda pgto

pgto. Compra venda

pgto.

depreciação

46

Mão-de-Obra

Matéria-Prima

Despesa Indireta

Imobilizado

Investimentos

Produtos em processo

Disponibilidades

Page 47: Administracao Financeira I

pagamento

restituição

Recebimentovenda de ações

Recebimento quitação

Pagamento de dividendos

Recompra de ações

2.2. CAPITAL DE GIRO

CAPITAL DE GIRO: São os recursos necessários para subsidiar o fluxo operacional. Através dele são elaboradas as políticas de estoques, compras de materiais, produção, vendas e política de crédito, etc.

CAPITAL DE GIRO = CAPITAL CIRCULANTE

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO – É a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Pode também ser entendido como a diferença da soma entre Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido e Realizável a Longo Prazo e Permanente.

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO = CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO – É a diferença entre o Patrimônio Líquido e o Permanente.

47

Produtos Acabados

Despesas Operacionais

Imposto de Renda

Vendas

Empréstimos Financiamentos

Patrimônio Líquido

Fluxo Operacional

Fluxo de Investimentos

Fluxo de Financiamentos

Page 48: Administracao Financeira I

Toda empresa, durante sua gestão corre riscos. O risco operacional é o risco de não se poder cobrir os custos operacionais. Já o risco financeiro refere-se à impossibilidade de efetuar os pagamentos fixos programados decorrentes de empréstimos, leasing e dividendos preferenciais. Uma empresa que não consegue saldar suas dívidas nos vencimentos é considerada tecnicamente insolvente. Um aumento nos ativos circulantes eleva o CCL e, portanto, reduz o risco de insolvência técnica. Ademais, as contas dos ativos são apresentadas no balanço em ordem crescente de risco. Assim, os investimentos em caixa e aplicações financeiras são menos arriscados que as duplicatas a receber, os estoques e os ativos permanentes. O investimento em duplicatas a receber apresenta o menor risco do que em estoques e ativos permanentes. Finalmente o investimento em estoque representa risco menor que o investimento em ativos permanentes. Em outros termos, quanto mais um ativo se aproxima da conta caixa no balanço, tanto menos arriscado ele será. Geralmente é mais fácil transformar duplicatas a receber em caixa do que fazê-lo com estoques. Como exemplo adicional, os investimentos em ativos permanentes têm maturação de longo prazo e o surgimento de maquinários e instalações novos e mais eficientes pode tornar os ativos permanentes existentes de uma empresa ineficientes ou obsoletos.

Uma das decisões mais importantes que precisa ser tomada com respeito aos itens circulantes da empresa é como usar os passivos circulantes para financiar os ativos circulantes. Os credores concedem empréstimos de curto prazo para permitir que a empresa financie aumentos sazonais de estoque ou duplicatas a receber. Esses recursos não devem servir para aplicações de longo prazo.

As necessidades de financiamento da empresa podem ser subdivididas em permanentes e sazonais. A necessidade permanente, que consiste do Ativo Permanente mais a parcela permanente do Ativos Circulante da empresa, permanece inalterada ao longo do ano. Já a necessidade sazonal, que se pode atribuir à existência de certos ativos circulantes temporários, varia ao longo do ano conforme podemos ver no diagrama abaixo:

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Page 49: Administracao Financeira I

Estratégia agressiva: Mais risco, probabilidade de mais lucro

Estratégia conservadora: Menos risco, probabilidade de menos lucro

A administração de capital de giro envolve um processo contínuo de tomada de decisões voltadas principalmente para a preservação da liquidez da empresa, mas que também afetam a sua rentabilidade. As concordatas e falências geralmente constituem o desfecho natural para as soluções inadequadas dos problemas de gestão do capital de giro. Muitas vezes ouvimos dizer que determinada empresa tornou-se insolvente devido ao excesso de imobilizações. Em geral isto significa que foram desviados para outra finalidade recursos que deveriam estar financiando o capital de giro ou, então que os planos de expansão não levaram na devida conta as necessidades adicionais de recursos para financiar o giro das operações.

Enquanto os ativos fixos geram produtos, cujas vendas propiciam a recuperação dos custos e despesas e o suprimento dos lucros, os ativos circulantes constituem aplicações de recursos de baixa rentabilidade, mas necessárias à sustentação das atividades operacionais da empresa. Alguns dizem que os ativos fixos criam riqueza e que os ativos circulantes são um mal necessário.

Dependendo do tipo de negócio e da qualidade da sua gestão, cada ciclo do capital de giro será repetido mais ou menos vezes em determinado período. Assim, é de se supor que quanto mais os ciclos se completarem em cada período, mais eficientemente estarão sendo geridos os recursos aplicados no ativo circulante, ocasionando maior rentabilidade.

A necessidade permanente de fundos é a parcela de recursos necessária para financiar necessidades constantes da empresa. Esse valor é calculado, tomando-se por base

NecessidadeSazonal

NecessidadePermanente

EstratégiaAgressiva

EstratégiaNormal

EstratégiaConservadora

$

tempo

49

Page 50: Administracao Financeira I

o valor anual necessário para manter o imobilizado da empresa no nível de produção pretendida adicionado a alguns itens do ativo circulante, que, sob a ótica financeira, têm características de permanente, como os estoques mínimos e o fluxo de caixa mínimo, por exemplo.

A necessidade complementar de fundos é a parcela que é acrescida à necessidade mínima citada acima. Esta necessidade é calculada, tomando-se por base as operações da empresa que são representadas no ativo circulante em função da flutuação do mercado ou sazonalidade dos insumos, conhecidas como as necessidades eventuais ou sazonais.

A necessidade mínima permanente de fundos é o valor encontrado na menor soma mensal das necessidades permanente com a complementar.

Para um melhor entendimento, vejamos o seguinte exemplo11:

Necessidade

Ativo Ativo Ativo Mínima Necessidade

Mês Circulante Permanente Total Permanente Complementar

Janeiro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200

Fevereiro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Março 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200

Abril 1.000 13.000 14.000 13.800 200

Maio 800 13.000 13.800 13.800 0

Junho 1.500 13.000 14.500 13.800 700

Julho 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Agosto 3.700 13.000 16.700 13.800 2.900

Setembro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200

Outubro 5.000 13.000 18.000 13.800 4.200

Novembro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Dezembro 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200

Média Mensal 13.800 1.950

Esta tabela subsidia o gráfico a seguir:

11 Tabela extraída de Gitman, opus cit p 623

50

Page 51: Administracao Financeira I

Necessidade 17.000 sazonal

Necessidade

13.800 Mínima do Circulante

13.000 Necessidade Permanente

Necessidade total

0 j f m a m j j a s o n d

As empresas podem enfrentar estas necessidades de três modos:

Caso sejam conservadoras, podem manter em caixa um volume de dinheiro suficiente para cobrir todas as necessidades por todo o ano. Em outras palavras, manter em caixa, no mínimo, R$ 18.000,00 (valor de outubro). Isto dá tranqüilidade ao administrador, porém onera a empresa, posto que os juros de longo prazo são maiores que os de curto prazo.

Caso sejam agressivas, manterão o nível mínimo de R$ 13.800,00. Isto minimizará os custos, porém qualquer imprevisto poderá causar sérios transtornos financeiros.

Se ficarem na média, R$ 15.750,00, onerarão menos que a conservadora e ficarão com menos riscos de sobressaltos que a agressiva.

2.3 ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS

Vamos supor que uma empresa tenha as opções de financiamento de seu Ativo Circulante conforme quadro abaixo:

Esta suposição fará que a Demonstração de Resultado das três opções, partindo de um mesmo Lucro Operacional, sejam as representadas a seguir:

51

Page 52: Administracao Financeira I

Vê-se então que a abordagem agressiva é a que traz maior retorno sobre o Patrimônio Líquido, embora também seja a que tem maior risco.

A seguir, vê-se como se pode analisar a necessidade de investimento em capital de giro, partindo-se das demonstrações financeiras publicadas.

Como se estuda a seguir, é necessário um maior aprofundamento para diagnosticar as necessidades de financiamento, pois a simples análise dos índices de liquidez não demonstra necessariamente a situação financeira da empresa.

Suponha-se uma empresa que apresente a seguinte demonstração financeira:

ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10Caixa 2 EXIGÍVEL A LP 20Valores a Receber 10 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 20Estoques 8ATIVO PERMANENTE 30TOTAL 50 50

CCL = AC – PCCCL = 20 – 10 = 10

Isto significa que R$ 10,00 do PL + ELP estão financiando as atividades do AC. Num primeiro instante, isto pareceria uma posição confortável, pois se alie a isto um índice de liquidez corrente igual a 2.

Entretanto, se esta demonstração pertencesse à empresa que tem as seguintes informações:

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Page 53: Administracao Financeira I

Volume de vendas = R$ 40,00 por mês Vendas a vista = 75% Vendas a prazo = 25% Prazo médio de recebimento = 18 dias Prazo médio de estoque = 15 dias Custo / Receitas = 40% Caixa mínimo = 10 dias de desembolso, correspondente a R$ 1,50.

Poder-se-ia então redimensionar as necessidades.

1. Se o caixa apresentado no Balanço é R$ 2,00 e a necessidade mínima é R$ 1,50, então R$ 0,50 é a necessidade sazonal.

2. Os valores a receber são iguais às vendas a prazo multiplicado pelo período de crédito, ou seja:

ou DRm/V x 30 = 18 DRm/10x30=18 DRm = R$ 6,00

Dessa forma, R$ 6,00 é a necessidade constante. Como o Balanço apresenta saldo de R$ 10,00 então R$ 4,00 é a necessidade sazonal.

3. Os estoques representam 40% das receitas por 15 dias, ou seja:

ou Em/CMV x 30 = 15 (Em/0,4 x 40)30=15 Em=R$ 8,00

Como o valor é igual ao do Balanço, não há necessidade sazonal.

Assim, poder-se-ia compor o seguinte quadro:

ATIVO CIRCULANTE

Necessidade Constante Sazonal TotalCaixa 1,50 0,50 2,00Valores a Receber 6,00 4,00 10,00Estoques 8,00 0,00 8,00TOTAL 15,50 4,50 20,00

Agora se tem um quadro mais real. Os R$ 10,00 do ELP + PL estão financiando necessidades constantes do Circulante (que têm as mesmas características do Permanente), no valor de R$ 15,50. Se o ELP + PL financiasse os R$ 15,50 ou fosse superior a este valor, o risco de inadimplência seria diminuído. Na verdade, R$ 5,50 do PC estão financiando atividades similares ao do Permanente.

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Page 54: Administracao Financeira I

Por outro lado, o PC também tem fontes constantes e fontes sazonais. A conta Salários a Pagar, por exemplo, pode ser considerada uma fonte constante. A conta Fornecedores seria sazonal.

Desta forma, a Necessidade de Investimento em Giro (NIG) pode ser apresentada da seguinte forma:

NIG = Necessidades constantes do AC – Fontes Constantes do PC.

Se as fontes constantes do PC forem R$ 5,00, por exemplo, então:

NIG = R$ 15,50 – R$ 5,00 = R$ 10,50

Se o CCL cobrir esta necessidade não haverá necessidade de mais recursos de longo prazo.

2.4. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Segundo Hogaarty12, entre os dez erros mais comuns na fase inicial das pequenas empresas estão os seguintes de características financeiras:

1. Desprover-se de dinheiro, por não ter estimado adequadamente as saídas de caixa da organização. Não determinar previamente e com relativa precisão onde o dinheiro deve ser gasto e onde não deve.

2. Não dispor de um plano para a empresa.3. Não obter auxílio, não reconhecer suas próprias fraquezas e desprezar a assistência

de administradores competentes, rigorosamente selecionados.4. Não conhecer os verdadeiros níveis das despesas. Não dedicar tempo para sentar-se

e responder “Quanto obteremos de receitas nos próximos seis meses, um ano e dois anos? Quais são os níveis reais de despesas?”.

5. Não manter os investidores (sócios, bancos) informados sobre o progresso ou falta de sucesso; isto requer que o próprio empresário saiba a quantas anda a empresa.

Portanto, 50% são itens de planejamento e gerência financeira. Como se disse no início, o administrador financeiro deve estar preocupado com as formas de investimento e captação de recursos mensurando a rentabilidade e a liquidez da empresa no curto e longo prazo.

Para gerir os valores o administrador financeiro deve ter em mente que seu papel na empresa deve estar voltado para:

Manter a empresa em permanente situação de liquidez

12 HOGAARTY, donna Brow. Briting the adds: avoid these mistakes at all. Managements Review, feb 1993, p. 16-21 apud Sobansky.

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Maximizar o retorno sobre o investimento realizado

Administrar o capital de giro da empresa

Avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente

Estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados

Informar sobre as condições atuais e projetar as futuras.

Interpretar as demonstrações financeiras

Manter-se atualizado no mercado financeiro

Para tanto sua atividade deve ser planejada. Este processo se inicia com os planos financeiros de longo prazo (estratégicos) e continua com a formulação de planos e orçamentos de médio prazo (táticos) e termina com os planos de curto prazo (operacionais).

Planos Financeiros de Longo Prazo - São as ações planejadas para períodos superiores a um ano, chegando muitas vezes a alcançar mais de 10 anos, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros.

Planos Financeiros de Médio e Curto Prazo - São ações planejadas, normalmente até um ano, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros.

Agregando os planos financeiros de longo e curto prazo em demonstrativos contábeis, como Balanços Patrimoniais, Demonstrativos de Resultado do Exercício, Orçamento de Caixa, etc., e partindo-se da previsão de vendas, pode-se montar um fluxograma de planejamento, conforme demonstramos a seguir:

DIAGRAMA DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

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Page 56: Administracao Financeira I

Como se pode notar, por um lado começa-se com o Balanço Patrimonial atual, que servirá de base para o balanço patrimonial projetado. Com base nas vendas, que propiciará um plano de produção, e, por via de conseqüência, a Demonstração de Resultados. Seu fruto, o Lucro ou Prejuízo previsto será acrescido ao Balanço Patrimonial atual, e seus pagamentos à curto prazo, lançados no orçamento de caixa. Por outro lado, os planejamentos de longo prazo, financiamentos de longo prazo e planejamento de investimentos, ensejarão as mudanças no Patrimônio Líquido, Exigível à Longo Prazo, Permanente e Realizável à Longo Prazo, sendo suas parcelas de curto prazo lançadas no planejamento de caixa. Por fim, este planejamento alimentará o ativo e o passivo circulante.

Todo este processo constitui no que se denominou de Planejamento orçamentário, ou simplesmente, orçamento.

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Previsão de vendas

Planos de produção

Balanço Patrimonial Atual

Plano de Financiamento a Longo Prazo

Demonstração de Resultados projetada

Balanço Patrimonial projetado

Orçamento de Caixa

Orçamento de Capital

Page 57: Administracao Financeira I

13

3.1 INTRODUÇÃO

Segundo Sanvicente (1983), “Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades”.

Os níveis de planejamento podem ser:

Estratégico – Onde as decisões são de natureza político-administrativas e estão geralmente voltadas para o ambiente externo da empresa.

Administrativo (tático) - Onde o foco é na administração interna da empresa, seus procedimentos e distribuição de recursos humanos.

Operacional – São os procedimentos de curto prazo, buscando a máxima eficiência no que foi programado.

O planejamento busca a finalidade de antecipar os fatos através de planos e orçamentos.

Segundo Welsch14, “orçamento é um meio de coordenar os esforços individuais num plano de ação que se baseia em dados de desempenhos anteriores e guiado por julgamentos racionais dos fatores que influenciarão o rumo dos negócios no futuro”. Assim, orçar é processar o sistema de informações contábeis atual, introduzir as alterações pretendidas e organizar os dados de acordo com as demonstrações regulamentares.

A origem da palavra orçamento deve-se aos antigos romanos que usavam uma bolsa de tecido chamada fiscus para coletar impostos. No início da idade média esta bolsa já era conhecida da Inglaterra sob o nome de fisc. Posteriormente, na França, esta bolsa tomou o nome de bouge ou bougette, cujo termo procede do latim bouga. A Inglaterra adaptou o termo para budget (orçamento).

Em 1860 a França adotou um sistema de contabilidade uniforme que foi aplicado a todos os departamentos. Era o rudimento dos sistemas orçamentários atuais. Nos Estados Unidos, já no século XX, foram desenvolvidos conceitos e uma série de práticas para planejamento e administração financeira que se tornariam, em 1907, o primeiro orçamento público da cidade de Nova York. Em 1921 estes procedimentos foram universalizados pelo Congresso norte-americano.

A iniciativa privada começou a adaptá-lo em 1929 através da empresa Du Pont de Memours.

13 Ler mais em PADOVESE, 2004 pp 498-560, LEONE, 1991 pp 318-403, LUNKES, 2003, SANVICENTE, 1983, MOREIRA, 2002, SOBANSKY, 199414 WELSH, 1978, pp 171-265.

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O orçamento tem como principais objetivos:

Estabelecer e coordenar metas Planejar o futuro Facilitar o entendimento dos propósitos da política da empresa Gerar dados para tomada de decisões Servir de guia para avaliação dos programas

Para consecução destes objetivos se torna necessário uma orientação para objetivos reais, envolvimento dos participantes com bons índices motivacionais e flexibilidade no processo de implantação e acompanhamento.

Diversos foram os tipos de orçamento estudados e implantados. Entre eles podemos citar:

Orçamento empresarial – Onde é feita a projeção dos recursos baseada nos objetivos e no controle por meio de acompanhamento de dados contábeis.

Orçamento contínuo – Onde é feita a renovação do orçamento com acréscimo para o futuro.

Orçamento flexível – Onde a projeção de recursos é realizada com a opção de análise de várias perspectivas.

Orçamento por atividade – Onde a ênfase da projeção de recursos é dada por tipo de atividade desempenhada.

Orçamento padrão – Tipo de orçamento projetado como ideal para as atividades da empresa.

Na preparação dos orçamentos deve-se se seguir a seguinte ordem de procedimentos:

Estabelecer os objetivoso Participação No mercadoo Lucro líquido sobre vendaso Retribuição do investimentoo Possibilidade de ampliação das instalaçõeso Novos produtos

Determinar o volume e condições de vendas Elaborar os demais orçamentos em função do orçamento de vendas Revisar os procedimentos Acompanhar os resultados, analisando-os.

Os orçamentos devem seguir um roteiro, onde primeiro se elaboram as premissas, para em seguida serem feitas as projeções.

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Page 59: Administracao Financeira I

O primeiro orçamento a se elaborar é o operacional. Nele estão contidos as vendas, custos e despesas operacionais. Suas principais peças são os orçamentos de:

Vendas Produção Compras de materiais e estoques Despesas indiretas, incluindo mão-de-obra e materiais indiretos.

Em seguida devem ser elaborados os orçamentos de investimentos, financiamentos e despesas financeiras.

Depois de elaborados todos os orçamentos, são feitas as projeções financeiras, que podem ser subdivididas conforme abaixo:

Receitas e despesas não-operacionais Receitas e despesas financeiras Demonstração de Resultados projetada Balanço Patrimonial projetado Fluxo de caixa ou Demonstração de Origens e Recursos Projetada.

Depois dessas providências é hora do acompanhamento e análise dos dados.

3.2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL15

No orçamento empresarial, o importante é se ter uma imagem futura da empresa com o planejamento inserido no contexto. Desta forma se uma empresa quiser saber quanto gastará com compras para compor o seu produto no próximo período, poderá orçar conforme a seguir:

Dados:

Produto: AVenda anual: 10.000 unidadesPreço unitário de vendas: R$ 20,00Estoque Inicial: 1.600 unidadesEstoque Final: 600 unidadesMatérias-primas: X e Y

Consumo de unidades de matéria-prima por produto:

15 O exemplo foi retirado do capítulo 6 de FIGUEIREDO e CAGGIANO.

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X = 3 unidades por produto A Y = 2 unidades por produto A

Estoque inicial de X = 1.500 unidadesEstoque inicial de Y = 1.500 unidadesEstoque final de X = 2.000 unidadesEstoque final de Y = 1.000 unidadesPreço unitário de X = 5,00Preço unitário de Y = 6,00

ORÇAMENTO DE VENDAS

10.000 unidades x R$ 20,00 = R$ 200.000,00

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (ud)

Estoque final 600 ud(+) Vendas 10.000 ud(-) Estoque Inicial 1.600 ud(=) Quantidade Produzida 9.000 ud

ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Matéria-prima Consumo unitário Produção Total de Matéria-PrimaX 3 9.000 27.000 unidadesY 2 9.000 18.000 unidades

ORÇAMENTO DE COMPRA

Matéria-Prima X Y Total (R$)Estoque Final 2.000 1.000(+) Consumo 27.000 18.000(-) Estoque Inicial 1.500 1.500(=) Compras (ud) 27.500 17.500(x) Preço unitário 5,00 6,00(=) Compras (R$) 137.500,00 + 105.000,00 = 242.500,00

Se, no entanto produzir dois produtos e consumir quatro matérias-primas, seu orçamento de compras será:

Dados:

Produtos Quantidade anual vendida Preço UnitárioA 10.000 20,00B 15.000 15,00

Estoques A B

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Page 61: Administracao Financeira I

Final 1.000 1.500Inicial 2.000 2.500

Matérias-Primas Estoque inicial Estoque Final Preço UnitárioX 500 1.000 3,00Y 1.000 1.500 4,00Z 1.000 500 1,00W 2.500 2.000 2,00

Consumo Unitário

Matéria-Prima X Y Z WProduto A 3 2 1 2Produto B 1 0 3 2

ORÇAMENTO DE VENDAS

A - 10.000 X 20 = 200.000,00B - 15.000 X 15 = 225.000,00Total R$ 425.000,00

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (ud)

Produto A BEstoque Final 1.000 1.500(=) Vendas 10.000 15.000(-) Estoque Inicial 2.000 2.500(=) Produção 9.000 14.000

ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Matéria-Prima Produto A Produto B TotalX 3 x 9.000 = 27.000 1 x 14.000 = 14.000 41.000Y 2 x 9.000 = 18.000 0 x 14.000 = 0 18.000Z 1 x 9.000 = 9.000 3 x 14.000 = 42.000 51.000W 2 x 9.000 = 18.000 2 x 14.000 = 28.000 46.000

ORÇAMENTO DE COMPRAS

Matéria-Prima X Y Z W TotalEstoque Final 1.000 1.500 500 2.000(+) Consumo 41.000 18.000 51.000 46.000(-) Estoque Inicial 500 1.000 1.000 2.500(=) Compra (ud) 41.500 18.500 50.500 45.500(x) Preço Unitário 3,00 4,00 1,00 2,00(=) Compra (R$) 124.500,00 + 74.000,00 + 50.500,00 + 91.000,00 = 340.000,00

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Page 62: Administracao Financeira I

No entanto, um orçamento empresarial é muito mais complexo. Ele segue uma seqüência de orçamentos, que culminam com a projeção do Demonstrativo de Resultados e do Balanço Patrimonial.

São eles:

Orçamento de Vendas Orçamento de Produção Orçamento de Consumo de Matérias-primas Orçamento de Compras Orçamento de Mão-de-obra Direta Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação Orçamento de Estoques Finais Orçamento de Despesas Operacionais Orçamento de Despesas de Capital Orçamento de Custo das Mercadorias Vendidas Orçamento de Caixa

3.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Vamos supor que uma empresa queira elaborar seu orçamento empresarial anual. Seus demonstrativos financeiros publicados são o Demonstrativo de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial, que transcrevemos a seguir:

Demonstração de Resultados do Exercício Inicial

Vendas 135.000(-) Custo dos Prod. Vendidos 80.000(=) Resultado Bruto 55.000(-) Desp. Operacionais 25.000(=) Lucro Operacional (LAIR) 30.000(-) Imposto de Renda (40%) 12.000(=) Lucro Líquido 18.000

Balanço Patrimonial Inicial

Ativo 253.000 Passivo 253.000Circulante 33.000 Circulante 17.000Disponibilidades 5.325 Fornecedores 5.000Contas a Receber 20.000 Impostos a pagar 12.000Estoques 7.675 Patrimônio Líquido 236.000Matérias-Primas 1.650 Capital 150.000Produtos Acabados 6.025 Reservas 60.000Permanente 220.000 Lucros Acumulados 26.000Imobilizado 250.000(-)Depreciação Acumulada 30.000

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Page 63: Administracao Financeira I

3.4. ORÇAMENTO DE VENDASEste orçamento é elaborado com base no estudo das duas forças que o compõe: O

mercado do produto oferecido e a capacidade instalada da empresa. Em outras palavras não se pode projetar o que não se consegue produzir nem o que o mercado não tem condições de absorver. Constam desse orçamento as seguintes previsões e providências:

Quantidades do produto. Preços esperados Política de concessão de créditos Política de descontos Impacto tributário sobre vendas Inadimplência Variação dos clientes Pesquisa de mercado

Essa empresa vende os produtos A e B e tem levantamentos trimestrais. As vendas seriam realizadas dentro da área geográfica do município, não havendo diferenciação de preços. Os valores são calculados com base no histórico de vendas da empresa e nas projeções de seu departamento de vendas. Devem-se levar em consideração também as projeções da economia, evolução dos concorrentes e o comportamento dos atuais clientes. As projeções de crédito também devem ser analisadas, assim como a capacidade de produção, armazenamento, tempo de atendimento, disponibilidade de matérias-primas etc. O levantamento de vendas foi orçado em unidades, conforme quadro 1 abaixo. Os preços unitários de venda de A e B são respectivamente R$ 11,00 e R$ 14,00.

Quadro 1

ORÇAMENTO DE VENDAS (unidades)

  Vendas em unidades  

Produto 1º trimestre 2º Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Total $ Unitário

A 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000 11,00B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 14,00

Após elaborar o orçamento de vendas em unidades devemos elaborar o orçamento de vendas em valores, onde é necessário apenas multiplicar as unidades vendidas pelo seu preço unitário de vendas. Desta forma teremos:

Quadro 2

  Vendas em R$ Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 16.500,00 11.000,00 11.000,00 16.500,00 55.000,00B 28.000,00 28.000,00 28.000,00 28.000,00 112.000,00Total 44.500,00 39.000,00 39.000,00 44.500,00 167.000,00

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Page 64: Administracao Financeira I

De posse do que se vai vender, é necessário agora apurar o que se vai produzir. Para tanto é necessário ter também as informações sobre os estoques. Assim a empresa determinou que os estoques finais de cada trimestre devessem ser iguais à metade das vendas do trimestre seguinte. Para o último trimestre, determinou que fosse igual ao trimestre anterior.

O estoque inicial do produto A é de 750 unidades e do produto B é de 1.000 unidades.

Desta forma podemos orçar a produção em unidades.

3.5 - ORÇAMENTOS DE PRODUÇÃO (em unidades)

Quadro 3  UnidadesProduto A 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 500 500 750 750 750(+)vendas 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000(-)Estoque Inicial 750 500 500 750 750(=)Produção 1.250 1.000 1.250 1.500 5.000

  UnidadesProduto B 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000(+)vendas 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000(-)Estoque Inicial 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000(=)Produção 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000

Com o orçamento acima, já se sabe o quanto produzir por trimestre e por ano de cada produto. O problema agora é saber o quanto se gasta de matérias-primas na produção. As matérias-primas são os produtos que são agregados ao produto final. Assim, tem-se que saber o quanto cada produto usa de matéria-prima na sua confecção. Descobrimos que para fabricar A se gasta duas unidades da matéria-prima X e para fabricar B se gasta 3 unidades da matéria-prima Y. Agora se pode orçar o consumo de matéria-prima multiplicando a produção pelas quantidades componentes. Sabe-se também que o custo unitário de X é R$ 0,50 e de Y é R$ 0,30. Assim ter-se-ia:

3.6 ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Quadro 4ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Consumo por unidade Custo

Matéria-prima A B UnitárioX 2 0 0,50Y 0 3 0,30

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Page 65: Administracao Financeira I

Unidades consumidasMatéria-prima 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

X 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000Y 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000

De posse da informação do consumo de matérias-primas, é necessário saber seu preço (já informado) e a situação de seus estoques. Sabendo-se que os estoques finais correspondem à metade do consumo do trimestre seguinte e que o último trimestre é igual ao anterior, e ainda que o estoque inicial de X é de 1.500 unidades e de Y é de 3.000 unidades, pode-se começar a orçar as compras. Desta forma ter-se-ia:

3.7 – ORÇAMENTO DE COMPRAS

Quadro 5

UnidadesMatéria-prima X 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 1.000 1.250 1.500 1.500 1.500(+) consumo 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000(-) Estoque Inicial 1.500 1.000 1.250 1.500 1.500(=) compras em Ud 2.000 2.250 2.750 3.000 10.000Custo unitário 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50Compras em R$ 1.000 1.125 1.375 1.500 5.000

UnidadesMatéria-prima Y 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000(+) consumo 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000(-) Estoque Inicial 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000(=) compras em Ud 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000Custo unitário 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30Compras em R$ 1.800 1.800 1.800 1.800 7.200

total de compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200

Uma vez terminado o orçamento de matérias-primas, passa-se a elaboração do segundo componente dos custos dos produtos vendidos que é a mão-de-obra direta.

Para orçá-la é necessário calcular a quantidade de hora/homens alocada diretamente na produção para confeccionar a quantidade de produtos projetados, ou seja, é necessário diagnosticar o tempo necessário para produzir cada peça.

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Page 66: Administracao Financeira I

Na linha de produção da empresa existem dois departamentos: Corte e Montagem. Tem-se que determinar quanto se gasta de horas-homens (H/H) em cada departamento, para depois levantar o custo. Inicialmente levantou-se que para produzir A no Departamento de Corte levar-se-ia 12 minutos (0,20 da hora) e para produzir B levar-se-ia 30 minutos (0,5 da hora). No departamento de montagem se gastaria 30 minutos para produzir cada produto. Apurado o custo do salário/hora chegou-se a R$ 2,00 para cada produto em cada departamento. Agora se pode montar o seguinte quadro:

3.8 ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA

Quadro 6MOD - Tempo Salário/H MOD R$

Departamento A B R$ A BCorte 0,20 0,50 2,00 0,40 1,00Montagem 0,50 0,50 2,00 1,00 1,00Total       1,40 2,00

Em seqüência pode-se montar o orçamento de mão-de-obra direta, primeiro elaborando o quadro de consumo de horas trabalhadas e após o custo destas horas.

O primeiro quadro se obtém multiplicando o consumo de tempo pelas unidades produzidas e então se tem:

Consumo de Horas/Homem

Quadro 7Depto de Corte Tempo H/HProduto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 250 200 250 300 1.000B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000Total 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000

Depto de MontagemProduto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 625 500 625 750 2.500B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000Total 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500

Custo da Mão-de-obra Direta

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Page 67: Administracao Financeira I

Quadro 8CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA

Custo - R$

Depto de Corte 1º trimestre2º

Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Total

Horas trabalhadas 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00total 2.500 2.400 2.500 2.600 10.000Depto de Montagem          Horas trabalhadas 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00total 3.250 3.000 3.250 3.500 13.000

Total da Mão-de-Obra 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000

Parte-se então para o terceiro componente dos custos de produção, os custos indiretos de fabricação. Estes custos são divididos em duas partes: Os custos fixos e os custos variáveis. Portanto, para confeccionar este orçamento tem-se que saber o custo variável unitário, para multiplicá-lo pelas unidades produzidas e obter-se a parte variável. Sabe-se que este custo foi rateado pelos dois produtos, resultando R$ 0,50 para A e R$ 1,00 para B. A parte fixa é considerada constante, de sorte que a previsão anual será dividida pelo número de trimestres. Desta forma teremos:

3.9 – ORÇAMENTO DO CUSTO INDIRETO DE FABRICAÇÃO.

Quadro 9

Custo Variável 1º trimestre2º

Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Total

A 625 500 625 750 2.500B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000Total 2.625 2.500 2.625 2.750 10.500

Custo Fixo 1º trimestre2º

Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Total

Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000Taxas e seguros 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000Salário de supervisores 1.500 1.500 1.500 1.500 6.000total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000

Custo Ind de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500

Está claro que o total dos custos fixos foi informado. O trabalho foi dividir por quatro trimestres. Em seguida monta-se o orçamento de estoques finais, com as informações já existentes.3.10 ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINAL

67

Page 68: Administracao Financeira I

Quadro 10

ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINAL MATÉRIA-PRIMAMatéria-Prima X Y Total Obs.Estoque Final -ud 1.500 3.000   (Quadro 5)Custo unitário - R$ 0,50 0,30   (Quadro 4)Estoque final - R$ 750 900 1.650

PRODUTOS ACABADOS

Produto A B Total Obs.Estoque Final - ud 750 1.000   (Quadro 3)Custo Unitário - R$ 2,90 3,90   (Quadro 11)Estoque Final - R$ 2.175 3.900 6.075Estoque total 7.725

Quadro 11Produtos Obs:    

A B    Matéria-Prima 1,00 0,90 A = 0,50 x 2 e B = 0,30 x 3Mão-de-obra Direta 1,40 2,00 Quadro 6  Custos Variáveis Indiretos 0,50 1,00 Informação após quadro 8Custo Variável Unitário 2,90 3,90 Soma    

O orçamento de despesas operacionais é montado de acordo com as informações coletadas. As despesas administrativas podem representar salários do pessoal de administração, encargos sociais, viagens, publicações, comunicação via telefone, fax, Internet, etc., material de escritório, computação, assessorias e depreciação, entre outras. As despesas comerciais ou de vendas, podem representar gastos com salários, encargos sociais, comissões, viagens, publicidade, material de escritório, comunicação, fretes, combustível e lubrificantes, seguros e depreciação, só para enumerar algumas. No nosso caso enumeraram-se muito poucas despesas. Inexistem despesas financeiras líquidas, por exemplo, fruto de relacionamento bancário e suas implicações financeiras tais como: juros de empréstimos, financiamentos, descontos, taxas de serviços, reciprocidade, seguros, cadastros, cauções, etc. Ainda há despesas junto aos fornecedores, como juros por atraso, multas, etc.

De posse das informações monta-se o quadro orçamentário, conforme se segue:

3.11 ORÇAMENTO DE DESPESAS OPERACIONAIS

68

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Quadro 12ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS

Desp. Administrativas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Salários da Administração 4.500 4.500 4.500 4.500 18.000Despesas fixas 250 250 250 250 1.000Outras despesas 250 250 250 250 1.000Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000Desp. com vendas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Salários 3.750 3.750 3.750 3.750 15.000Propaganda 1.250 1.250 1.250 1.250 5.000Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000

Total das despesas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000

Após este orçamento, orça-se os valores destinados ao Ativo Permanente, que são os investimentos de capital. Os valores fornecidos referem-se aos valores a pagar pelos investimentos a realizar. Foram levantados pela empresa e fornecidos.

3.12 ORÇAMENTO DE DESPESAS DE CAPITAL

Quadro 13ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL

1º trimestre 2º Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Total

Despesas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000

O orçamento de investimentos é estratégico para a empresa. Investimentos de curto prazo são atividades operacionais para a empresa, como investimentos em manutenção, reformas internas, pequenas obras, trocas de equipamentos de máquinas, etc. Quando há previsão de vendas de parte do parque industrial, pode-se prever um orçamento de desinvestimento.

O orçamento de financiamento é estreitamente correlacionado com o orçamento de investimento. É nele onde são alocados os recursos que subsidiarão os investimentos. Entre suas informações deverão constar:

Dentre as fontes selecionadas, é necessário ter em mãos as seguintes informações:

Tipo de financiamento e respectivas garantias Indexadores Taxas de juros e demais despesas financeiras Impostos (IOF, IOC, IRRF, etc.)

Prazos de carência e plano de amortizações. No caso não houve financiamentos.Agora já se dispõe de dados para elaborar o orçamento dos custos dos produtos

vendidos. É o que se fará a seguir com os dados que dispomos em quadro auto explicativo.

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3.13 ORÇAMENTO DE CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

Quadro 14ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS Obs.Estoque Inicial de MP 1.650 (Balanço Patrimonial)(+) Compras 12.200 (Quadro 5)(=) MP disponível 13.850(-) Ef de MP 1.650 (Quadro 10)(=) MP consumida na Prod. 12.200(+) Custo da MOD 23.000 (Quadro 8)(+) CIF 30.500 (Quadro 9)(=) Custo de Produção Orçado 65.700(+) Ei de produtos acabados 6.025 (Balanço Patrimonial)(-) Ef de produtos acabados 6.075 (Quadro 10)(=) Custo dos produtos vendidos 65.650

3.14 ORÇAMENTO DE CAIXA

Para elaborar o orçamento de caixa é necessário se ter em mãos algumas informações fundamentais. No nosso caso, têm-se as seguintes informações:

As vendas são recebidas 50% no trimestre e 50% no trimestre seguinte.

Os custos de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação são

pagos no trimestre da ocorrência.

Os impostos não pagos, no montante de R$ 12.000,00 serão pagos ¼ em cada

trimestre.

O saldo de fornecedores constante do Balanço não será quitado.

As despesas de capital serão quitadas no trimestre da ocorrência.

De posse das informações acima se monta o quadro a seguir:

Quadro 15ORÇAMENTO DE CAIXA

Entradas 1º trimestre2º

Trimestre3º

Trimestre4º

Trimestre Ano Obs.

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Saldo Inicial 5.325 10.900 11.325 15.275 5.325 BalançoClientes 20.000 0 0 0 20.000 BalançoVendas a vista (50%) 22.250 19.500 19.500 22.250 83.500Vendas com 30dd (50%) 0 22.250 19.500 19.500 61.250total de entradas 42.250 41.750 39.000 41.750 164.750Caixa disponível 47.575 52.650 50.325 57.025 170.075Saídas          Compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200 Q. 5Mão-de-Obra direta 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000 Q. 8Custos Indiretos de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500 Q. 9(-) Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 Q. 9Desp. Adm e de Vendas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000 Q. 12Saídas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000 Q. 13Impostos 3.000 3.000 3.000 3.000 12.000 BalançoTotal de saídas 36.675 41.325 35.050 47.650 160.700

Saldo final de caixa 10.900 11.325 15.275 9.375 9.375

3.15 CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

De nada adiantaria todo este trabalho, se ele não fosse acompanhado. Cada empresa verifica qual a melhor maneira de fazê-lo. Algumas optam por periodicidade mensal, outras por bimestral, etc. Algumas dão ênfase aos custos de produção, outras aos fatores de comercialização, e assim por diante. Demonstramos a seguir, como se poderia fazer um dos acompanhamentos:

Quadro 16

ACOMPANHAMENTO ORÇAMENTÁRIO      

Mensal AcumuladoRealizado Orçado Dif. % Realizado Orçado Dif. %

Receitas                Despesas                

16

16 Ver mais em Gitman, 1997 pp 605-606.

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Como conclusão do processo orçamentário, são feitas projeções, dentro dos modelos regulamentares, para apreciação e análise dos números elaborados. Entre estas projeções destacam-se:

Balanço Patrimonial Demonstrativo de Resultados

Para início deste trabalho é necessário ter-se em mãos o balanço patrimonial existente, já informado no início do item anterior, que servirá de base para a projeção dos números apurados.

4.1 PROJEÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO

Quadro 17

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PROJETADAObs.

Vendas 167.000 (Quadro 2)(-) Custo dos Prod. Vendidos 65.650 (Quadro 14)(=) Resultado Bruto 101.350(-) Desp. Operacionais 40.000 (Quadro 12)(=) Lucro Operacional (LAIR) 61.350(-) Imposto de Renda (40%) 24.540(=) Lucro Líquido 36.810

4.2 PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

Quadro 18

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO

Ativo 302.350 Passivo 302.350Circulante 39.350 Circulante 29.540Disponibilidades (Q. 15) 9.375 Fornecedores (Bal) 5.000Contas a Receber (Q. 15) 22.250 Impostos a pagar (Q. 17) 24.540Estoques 7.725 Patrimônio Líquido 272.810Matérias-Primas (Q. 10) 1.650 Capital (Bal) 150.000Produtos Acabados (Q. 10) 6.075 Reservas (Bal) 60.000Permanente 263.000 Lucros Acumulados (Bal + Q.17) 62.810Imobilizado (Bal. + Q.13) 303.000(-) Depreciação Acumulada 40.000(Bal. + Q. 9)

17

5.1 INTRODUÇÃO

17 Ver mais em Gitman, 1997 pp 673-683; Cherubim e outros, 2002, pp 411-434; Sanvicente, 1981, pp 123-131; Hoji, 2001, pp 113-121; Ross e outros, 1998, pp 358-365; Machado, 2002, 81-94.

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O caixa representa os ativos que têm a característica principal de possuir liquidez imediata, ou seja, a sua utilização independe de ações de terceiros ou de outras ações que não a de seu uso.

São valores em moeda, mantidos na tesouraria da empresa, ou depositados em contas-correntes bancárias de liquidez imediata e, em sua maior parte, livres para serem usados a qualquer momento. Todos os bens do Ativo serão convertidos em caixa em algum momento da vida da empresa.

Junto aos valores que formam o caixa são somados os recursos, eventuais e momentaneamente ociosos, que estão aplicados no mercado financeiro sob a denominação de Títulos Negociáveis, que são considerados quase caixa, pelas suas características de grande liquidez e risco minimizado.

A gestão de caixa é a atividade da administração financeira que objetiva a otimização dos recursos financeiros, integrados às demais atividades da empresa. É a atividade de tesouraria da empresa, que acompanha os reflexos das políticas de investimentos, vendas, crédito, compras e de estoques. O gestor do caixa participa das definições dessas políticas orientando-as para que não ofereçam problemas de liquidez para a empresa.Segundo Keynes18, as empresas mantêm dinheiro na empresa por três motivos:

Negócios ou transação – Recursos reservados para efetuar pagamentos decorrentes da atividade operacional da empresa.

Precaução – Recursos reservados para atender pagamentos de obrigações inesperadas. É comum ocorrerem certas despesas imprevistas nos negócios empresariais (variações inesperadas nas rendas e nos preços de alguns fatores de produção, insolvência de clientes e outras contingências). Quanto maior for o saldo de caixa para enfrentar estas exigências inesperadas, tanto maior será a margem de segurança de atuação da empresa.

Especulação – Recursos reservados para utilização oportuna em operações vantajosas para a empresa. Oportunidades atraentes de investimento podem surgir inesperadamente. Estas oportunidades somente podem ser aproveitadas com recursos disponíveis em caixa.De uma maneira geral, as empresas evitam manter grandes somas no caixa (aqui se

entende como caixa, caixa e bancos-conta movimento), porque o objetivo da empresa não é lucrar com a disponibilidade financeira e sim com o resultado de suas operações. Não se deve admitir como princípio que as taxas de atratividade de mercado (aplicações financeiras) obtenham remuneração maior que o lucro normal da empresa, muito embora, em contextos de alta inflação, muitas empresas naveguem nesta direção.

5.2 ESTRATÉGIAS DE CAIXA

As empresas, no intuito de administrar eficientemente o caixa, seguem algumas regras, entre as quais podemos destacar:

18 KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982. Cap. 15.

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Aproveitar os descontos favoráveis - Descontos favoráveis oferecidos pelos credores, além de constituírem redução na pressão por recursos no caixa, contribuem para a redução do ciclo de caixa, de vez que seu aproveitamento diminui o tempo dos valores pagos aos credores.

Incentivar a aceleração do giro dos estoques de matérias-primas e produtos acabados - Programas de produção bem elaborados e coordenados com as previsões confiáveis de vendas contribuem para a utilização racional de matérias-primas. Fornecedores idôneos e pontuais ajudam nesta direção. Quanto mais confiável o programa, mais aceitável o fluxo de pedidos e redução da permanência em estoque. Se este tempo for reduzido, o fluxo de caixa também se reduzirá.

Incentivar a diminuição do ciclo de produção - A introdução de novas máquinas, novos layouts de produção, racionamento de procedimentos, produtos mais simples, etc. favorecem a redução do tempo em que o produto leva na linha de produção, encurtando a distância entre pagamento de insumos e recebimento do produto vendido. Isto é bom para o fluxo de caixa de uma empresa.

Acelerar o recebimento de valores. - A concessão de crédito é ferramenta propulsora das vendas. A venda a crédito, entretanto, exige recursos financeiros para financiá-la. Portanto, a redução do prazo médio de recebimento necessita de uma ação combinada com o departamento de vendas da empresa.

Retardar os pagamentos - A melhor forma de retardar pagamentos está na negociação dos prazos no momento da compra. Fora disso, simplesmente pagando fora dos prazos pactuados, a empresa corre o risco de ficar mal conceituada na praça, e os custos poderão ser elevados.

Antecipar os recebimentos - O quanto antes os recursos entrarem na empresa, mais ela terá folga financeira para funcionar. Uma observação rigorosa nos prazos de recebimento, com providências saneadoras imediatas favorecem esta antecipação. Uma política de descontos bem administrada (que será estudada mais adiante) também favorece esta meta.

Aproveitar o “float” – Float são recursos pagos pelo devedor mas que ainda não foram recebidos pelo credor do pagtamento. Quanto maior for o float, mais elevado se apresenta o prazo de recebimento da empresa. A técnica se baseia no aproveitamento da compensação dos cheques emitidos. Com a chegada do Sistema Brasileiro de Pagamentos, tende a ter menos importância.

Reduzir os prazos de processos administrativos - Sistemas on-line devem ser implantados para redução dos tempos de transmissão de informação tanto nos procedimentos internos quanto nos procedimentos externos. Tudo que atrasar o recebimento de valores deve ser analisado e, se possível, cancelado.

Utilizar as melhores formas de cobrança - Existem diversas formas de cobrança, como: duplicatas, cheque pré-datado, fichas de compensação (boleto bancário), carnês de cobrança, cobrança em carteira, cobrança bancária, cobrança por cobrador ou por

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tesouraria, débito automático, ordem de pagamento, transferências eletrônicas, cartões de crédito, etc. Analisar qual a melhor se encaixa à empresa.

Ter um forte relacionamento bancário - Estabelecer e manter estreitas relações com os bancos é um dos elementos mais importantes para uma efetiva administração de caixa. Os bancos têm-se interessado muito pela rentabilidade das contas das empresas e desenvolveram, em anos recentes, vários tipos de ser viços e pacotes inovadores para atrair novos negócios. Os bancos já não são mais apenas um lugar para se abrir contas correntes e obter empréstimos; de fato, eles se tornaram a fonte de uma ampla gama de serviços de administração de caixa. Por exemplo, estão vendendo programas sofisticados de informática aos clientes comerciais, desde os mais simples, relacionados à contabilidade básica e orçamentos, até complexos sistemas de desembolsos internacionais e controle centralizado de caixa. Todos estes sistemas destinam-se a auxiliar os administradores financeiros a maximizar a disponibilidade diária de caixa e facilitar aplicações a curto prazo.

Atualmente, a maioria dos serviços bancários é cobrada numa base direta, mas algumas funções ainda são compensadas com saldos médios. Os bancos preferem essa última alternativa – dar crédito de acordo com saldos médios, em vez de cobrar por serviços – pois isso possibilita a expansão dos depósitos e fornece uma base para a geração de lucros futuros. Obviamente, os serviços bancários devem ser utilizados apenas quando os benefícios obtidos superam seus custos.

Fazer aplicações financeiras - Os títulos negociáveis são instrumentos financeiros de curto prazo, classificados como parte dos ativos líquidos da empresa; rendem juros e podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Os títulos mais comuns nas carteiras de títulos negociáveis das empresas são divididos em dois grupos: emissões governamentais e emissões privadas.

As obrigações a curto prazo emitidas pelo governo federal e disponíveis para investimentos na forma de títulos negociáveis são: Letras do Tesouro, Obrigações do Tesouro e emissões de entidades federais. Esses títulos rendem juros relativamente baixos, por apresentar baixo risco e por serem isentos de impostos estaduais e municipais, embora tributável ao nível federal.

Vários outros títulos negociáveis são emitidos por empresas ou bancos. Essas emissões privadas oferecem geralmente taxas de retorno um pouco maiores do que as emissões governamentais, devido aos riscos que apresentam e pelo fato de seus rendimentos serem tributados em todas as esferas de governo. Os principais títulos negociáveis dessa categoria são: Certificados de depósito Bancário – CDB, Commercial Papers, Aceites Bancários e quotas de fundos mútuos.

5.3. SALDO MÍNIMO DE CAIXA

As empresas mantêm um determinado volume de dinheiro em caixa para atender às necessidades diárias de pagamento. Algumas utilizam o suprimento fixo, outras o suprimento rotativo. No primeiro caso, uma quantia que é remetida ao caixa para efetuar os pagamentos. Ele a utilizará até extingui-la, mesmo que isto leve dias, quando então prestará

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contas e solicitará reposição. Já o suprimento rotativo, consiste também em determinada quantia remetida ao caixa, mas ele a utilizará para os pagamentos diários, ao fim dos quais, prestará contas no fim do dia e requisitará sua reposição para o dia seguinte.

Manter recursos monetários em caixa não proporciona nenhum tipo de remuneração, o que representa apenas uma reserva conveniente de liquidez. Melhor seria que, em vez de manter recursos monetários nessas condições, a empresa os converta em títulos de alta liquidez – neste caso, seu melhor emprego alternativo.

Desta forma, os recursos teriam alguma remuneração, porém ao efetuar a venda de títulos, a empresa incorre em custos de conversão, que correspondem, por exemplo, a custos de corretagem na venda de títulos e impostos sobre operações financeiras. Caso a empresa recorra muitas vezes a essa venda, poderá consumir os rendimentos auferidos pelos títulos. Cabe então ao administrador financeiro definir qual a quantidade de recursos que manterá no caixa da empresa.

Baumol desenvolveu a seguinte fórmula para calcular o saldo mínimo:

Saldo mínimo

Onde: CC = Custos de conversãoNR = Necessidade de recursosCO = Custo de oportunidade

Para exemplificar, se a necessidade de recursos para transação é de R$ 1.156.000,00; se o rendimento dos títulos de alta liquidez é de 10%aa e, se para cada resgate de um título se gasta R$ 50,00, a necessidade mínima de caixa seria:

Saldo mínimo

Além destes modelos, existe o de Mill-Orr, que é parametrizado e será objeto de estudo em ocasião futura.

Na prática costuma-se usar modelos mais simples, como o percentual sobre vendas previstas. Considere que uma empresa determine o saldo mínimo de caixa igual a 5% de suas vendas anuais previstas. Se, por exemplo, suas vendas anuais previstas forem de R$ 2.000.000,00, o saldo mínimo de caixa será R$ 100.000,00.

Outro modelo também usado para determinar o saldo mínimo de caixa é o caixa mínimo operacional. Por este modelo, divide-se o montante de desembolso anual previsto, pelo giro de caixa. Consideremos que uma empresa projetou desembolsos anuais de R$ 1.440.000,00. O ciclo financeiro da empresa é de 20 dias. Desta forma teremos:

Giro de caixa = 360/20 = 18 vezes

Saldo mínimo = 1.440.000/18 = R$ 80.000,00

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5.4. MONTAGEM DE FLUXO DE CAIXA A PARTIR DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Um fluxo de caixa pode ser montado a partir dos procedimentos financeiros do orçamento, conforme já se viu em projeções financeiras, quanto pode ser montado a partir de demonstrativos financeiros. Neste bloco utilizam-se informações contábeis como base de dados para a montagem de um fluxo de caixa. Para isso usaremos informações prestadas a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO X0 X1 PASSIVO X0 X1Disponível 100 150 Fornecedores 200 60Dupl. a Receber 140 205 Salários a pagar 50 90Estoques 150 100 Impostos a recolher 245 245Tít. a Rec. a LP 110 110 INSS a recolher 80 150Terrenos 280 180 Financ. a LP 60 60Máq. e equip. 270 430 Capital Social 300 300Deprec. Acum. (50) (110) Lucros Retidos 65 160

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

Receita 2000(-) CMV 1550(=) Lucro Bruto 450(-) Despesas Operacionais 300

Salários 150INSS 90Depreciação 60

(=) Lucro Antes do IR 150(-) Provisão p/ IR (55)(=) Lucro Líquido 95

ProcedimentosA) Saldo Inicial de Caixa 100

B) Recebimento de Vendas Vendas 2000(-) Aumento no saldo de duplicatas a receber 65

1935

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C) Determinação de comprasEstoque inicial (150)Estoque Final 100Custo das Mercadorias vendidas 1550

1500

D) Pagamento de Fornecedores Saldo Inicial de fornecedores 200 Pagamento de Compras 1500 Saldo final de fornecedores (60)

1640

E) Recebimento pela venda de terrenoSaldo inicial de terrenos 280Saldo final de terrenos (180)

100

F) Pagamento de SaláriosSaldo inicial de salários a pagar 50Despesas de salários 150Saldo final de salários a pagar 90

110

G) Recolhimento de INSSSaldo inicial de INSS a recolher 80Despesas com INSS 90Saldo final de INSS a recolher 150

20

H) IR a recolher (supor pagamento no exercício) 55

I) Pagamento de aquisição de Máquinas e EquipamentosSaldo final de máquinas e equipamentos 430Saldo inicial de máquinas e equipamentos (270)

160

OBS. Não se leva em conta a depreciação, pois ela não transita pelo caixa.

RESUMO DA MOVIMENTAÇÃO DO CAIXASaldo inicial de caixa 100(+) Entradas 2035Recebimento de vendas 1935Recebimento não operacional (terreno) 100(-) Saídas 1985Fornecedores 1640Salários 110

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INSS 20Imposto de Renda 55Máquinas e Equipamentos 160(=) Saldo final de caixa 150

5.5 COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO CONTÁBIL E O RESULTADO FINANCEIRO

CONTAS ECONÔMICO FINANCEIRO

Vendas ou receitas operacionais 2000 1935

(-) Custo das mercadorias vendidas 1550 1640

(=) Lucro Operacional Bruto 450 295

(-) Despesas operacionais 300 130

Salários 150 110

INSS 90 20

Depreciação 60 0

(=) Lucro antes do Imposto de Renda 150 165

(-) Imposto de Renda 55 55

(=) Resultado Líquido (contábil) 95 110

(+) Venda de terrenos 100

(-) Compra de máquinas e equipamentos 160

(=) Resultado financeiro 50

5.6 MODELO FINANCEIRO DE PROJEÇÃO DE NECESSIDADES DE CAIXA

Suponha-se agora que uma empresa tenha as seguintes previsões e condições:

Mês Vendas Compras Outras Entradas Outras SaídasOutubro 150.000 200.000 100.000Novembro 200.000 150.000Dezembro 250.000 50.000Janeiro 100.000 50.000

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Fevereiro 100.000 50.000 50.000 150.000Março 150.000 100.000Abril 150.000 100.000 50.000Maio 200.000 150.000 100.000Junho 200.000 100.000 50.000

Condições de Recebimento Condições de PagamentoDe vendas Outras Entradas De Compras Outras SaídasÀ vista 40% 100% 25% 100%30dd 30% 50%60dd 30% 25%

Despesas fixas mensais: 50.000Saldo Inicial 50.000Saldo mínimo exigido 50.000Custo médio de empréstimo 5% amRendimento médio de aplicações 1% am

Com os dados acima fazer previsão semestral de caixa.

Solução:

1º) Elabora-se o mapa de recebimentos e pagamentos, através do quadro abaixo:

outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho60.000 80.000 100.000 40.000 40.000 60.000 60.000 80.000 80.000

45.000 60.000 75.000 30.000 30.000 45.000 45.000 60.00045.000 60.000 75.000 30.000 30.000 45.000 45.000

Rec. Venda 175.000 145.000 120.000 135.000 170.000 185.000Out rec 50000 100000Entradas 175.000 195.000 120.000 135.000 270.000 185.000

50.000 37.500 12.500 12.500 12.500 25.000 25.000 37.500 25.000100.000 75.000 25.000 25.000 25.000 50.000 50.000 75.000

50.000 37.500 12.500 12.500 12.500 25.000 25.000pgto comp 75.000 50.000 62.500 87.500 112.500 125.000Desp fixas 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000Out. pgtos 150.000 50.000 50.000Saídas 125.000 250.000 112.500 187.500 162.500 225.000

2º) Em seguida elabora-se a projeção do caixaJan Fev Mar Abr Mai JunS Inicial 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00Entradas 175.000,00 195.000,00 120.000,00 135.000,00 270.000,00 185.000,00Saídas 125.000,00 250.000,00 112.500,00 187.500,00 162.500,00 225.000,00Saldo m. 100.000,00 -5.000,00 57.500,00 -2.500,00 157.500,00 10.000,00S mínimo 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00Déficit 0,00 55.000,00 0,00 52.500,00 0,00 40.000,00

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Page 81: Administracao Financeira I

Custo 0,00 0,00 225,00 0,00 2.484,86 0,00Superavit 50.000,00 0,00 7.500,00 0,00 107.500,00 0,00Rendim. 0,00 500,00 0,00 27,75 0,00 553,18S.I. Emp 0,00 0,00 4.500,00 0,00 49.697,25 0,00Entradas 0,00 55.000,00 225,00 52.500,00 2.484,86 40.000,00Saídas 0,00 50.500,00 4.725,00 2.802,75 52.182,11 40.000,00S.F. Emp. 0,00 4.500,00 0,00 49.697,25 0,00 0,00S. I. Apl. 0,00 50.000,00 0,00 2.775,00 0,00 55.317,89Entradas 50.000,00 500,00 7.500,00 27,75 107.500,00 553,18Saídas 0,00 50.500,00 4.725,00 2.802,75 52.182,11 40.000,00S.F. Apl. 50.000,00 0,00 2.775,00 0,00 55.317,89 15.871,07

O quadro acima foi elaborado da seguinte forma:Saldo Inicial = Saldo inicial de caixaEntradas = Transferidas do quadro de recebimentosSaídas = transferidas do quadro de pagamentosSaldo mensal = Saldo mensal (diferença entre saldo inicial + entradas – saídas)Saldo mínimo = Saldo mínimo, parcela determinada pela empresa para permanecer disponível.Déficit. = Quando o saldo mensal é negativo ou insuficiente para cobrir o saldo mínimo.Custo = Custo do déficit, que foi financiado. Calculado pela taxa de captação vezes o saldo final de empréstimos.Superávit = Quando existir sobra financeira após constituição do saldo mínimo.Rendimentos = Rendimento de aplicação do superávit. Calculado pela taxa de aplicação vezes o saldo final de aplicações.Saldo Inicial de Empréstimos = Saldo inicial de empréstimos. Saldo existente no início da projeção do caixa.Entradas = Empréstimos contraídos + custo mensal dos empréstimos anteriores.Saídas = Amortizações de empréstimos.Saldo Final de Empréstimos = Saldo final de empréstimos. Resultado da movimentação mensal de empréstimos.Saldo Inicial de aplicações = Saldo inicial de aplicações. Saldo existente no início da projeção do caixa.Entradas = Aplicações realizadas + rendimento mensal de aplicações anteriores.Saídas = Utilização das aplicações para pagamentos.Saldo Final de aplicações = Saldo final de aplicações. Resultado da movimentação mensal de aplicações.A projeção do fluxo de caixa nos permite:

Facilitar a análise e o cálculo para seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições financeiras nos momentos determinados pela projeção.

Programar os ingressos e os desembolsos de caixa de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias.

Permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em época de pouco encaixe.

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Determinar o quanto de recursos próprios a empresa dispõe em dado período, e aplicá-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa.

Proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a área financeira.

Desenvolver o uso racional e eficiente do disponível Financiar as necessidades sazonais ou permanentes da empresa Providenciar os recursos para atender aos projetos de implantação, expansão,

modernização ou re-localização industrial e comercial. Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro. Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar a

conveniência em aplicar nesses itens ou não. Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa Estudar um programa saudável de empréstimos e financiamentos Projetar um plano efetivo de pagamento de débitos Analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos pela empresa Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os controles

financeiros.

5.7 MOVIMENTAÇÕES DE CAIXA

Pelo caixa e bancos transitam todos os pagamentos e recebimentos em espécie. Os recebimentos podem oriundos de:

Capitais próprioso Lucros da atividadeo Integralização de capitalo Venda de imobilizado

Capitais de terceiroso Crédito comercial

De fornecedores De impostos e obrigações sociais Outros (salários, antecipações, etc.)

o Crédito bancário Descontos de títulos Empréstimos e financiamentos Créditos rotativos Operações vendor

As operações vendor ou compror são aquisições ou vendas com interveniência bancária. As operações de vendor se realizam da seguinte maneira:

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Page 83: Administracao Financeira I

Nesta operação o vendedor não financia a mercadoria, portanto não embute no preço os custos financeiros da operação, barateando a venda. Em conseqüência, como o preço da operação é menor, os impostos incidentes também acompanham.

A seguir, far-se-á o estudos dos custos das fontes de financiamento a curto prazo mais utilizadas.

5.7.1 Operações de desconto de duplicatas

Os descontos podem ser simples comerciais D = C – C/(1+in) e bancário D = Cin ou compostos por fora D = C [ 1-(1-i)n] e por dentro D = C[1-1/(1+i)n]

A) Operações de desconto simples

Desconto simples, comercial

DS = Desconto SimplesC = capitali = taxan = número de períodos

Exemplo:Qual o desconto de uma duplicata de R$ 40.000,00 vencível em 132 dias para ser paga hoje a uma taxa de 4% am?

DS = 40.000,00 – 34.013,60 = 5.986,40Taxa efetiva da operação em 132 dias

Fornecedor Comprador

Banco

venda

paga

financia

pagaTransfere o crédito

Assume o risco da inadimplência

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Page 84: Administracao Financeira I

Ou seja, 17,6% no período

Taxa efetiva mensal

[ -1]100

= 3,75% am

Desconto simples, bancárioD = CinConsiderando o mesmo exemplo acima:

D = 7.040,00Taxa efetiva em 132 dias

= 0,2136 ou 21,36%

Taxa efetiva mensal

[(1+0,2136)30/132 -1]100 = 4,50% am

Inclusão do IOFDando seqüência ao exemplo acima (Desconto simples bancário):IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) = 0,0041% adIOF = 0,000041 x 132 x 40.000 = 216,48Juros do desconto = 7.040,00Total das despesas 7.256,48

Taxa efetiva do período

= 0,2216 ou 22,16%

Taxa efetiva mensal

[(1+0,2216)30/132 -1]100 = 4,65% am

Inclusão da reciprocidade bancária

Continuando o exemplo:

Reciprocidade: 10% do valor do valor da duplicata.Reciprocidade = 0,1 x 40.000 = 4.000Custo da operação no períodoDespesas financeiras = 7.256,48 + 4.000,00 = 11.256,48Valor líquido disponível = 40.000 – 4.000 – 7.256,48 = 28.743,52

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Page 85: Administracao Financeira I

= 0,3916 ou 39,16%

Custo mensal

[(1+0,3916)30/132 -1]100 = 7,8% am(Obs. O cálculo da reciprocidade pode ser acrescido ao não aos encargos financeiros)

Borderô de duplicatas

Duplicatas valor vencimentoA 30.000 2 mesesB 25.000 2 mesesC 45.000 3 mesesD 10.000 4 mesesE 20.000 4 mesesF 20.000 5 meses

Recebimento líquido do desconto: 115.000

Custo da operação pela HP 12C115.000 chs g cfo 0 g cfj 55.000 g cfj 45.000 g cfj 30.000 g cfj 20.000 g cfj f IRRCusto = 9,09% am

Sem a HP-12C

i VPL Interpolando TIR = 9+0,099%am 292 1→3.119 TIR = 9,09% am10% am 2.827 x→ 292

5.7.2 Taxas do Mercado Aberto

A taxa nominal é uma taxa de juros, formada por juros simples, com capitalização diária, válida para os dias correntes. Esta taxa costuma ser expressa ao mês, obtida pela simples multiplicação da taxa diária por 30. A taxa de over deve informar o número de dias úteis mensais nos quais os juros serão capitalizados de maneira composta que se possa calcular a taxa efetiva.

Exemplo:

1º) Transformar taxa nominal de 2,7% am em taxa de over night em 20 dias úteis

115.000

55.000 45.000 30.000 20.000

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Page 86: Administracao Financeira I

0,027/30 = 0,0009 (1+0,0009)20 = 1,0182 ou 1,82% am

2º) Transformar taxa de over night de 1,82% am em taxa de juros nominais em 20 dias úteis.

[(1+ 0,0182)1/20-1]= 0,0009 0,0009 x 30 = 0,027 ou 2,7% am

5.7.3 Operações “hot money”

O Hot Money é uma operação de curtíssimo prazo, cuja finalidade é atender às necessidades imediatas de caixa de uma empresa. Se houver necessidade de um prazo maior, a operação terá que ser renovada. Esta operação tem como referencial a taxa de CDI, acrescida de um spread cobrado à título de comissão da instituição financeira que efetua a intermediação dos recursos à empresa.Exemplo:Empréstimo: R$ 150.000,00Prazo: 3 dias úteisJuros simples: 3,6% amSpread (juros compostos): 1,6% amIOF: 0,0041% adDias úteis do mês: 21

Transformar as taxas mensais em diárias e calcular o encargo diárioJuros = 0,036/30 = 0,0012 x 150.000,00 = 180,00IOF = 0,000041 x 150.000,00 = 6,15Spread =[ (1+0,016)1/21-1] 0,00076 x 150.000,00 = 113,40Total 0,002001 299,55

Calcular a taxa diária____299,55____ = 0,002001150.000-299,55

Calcular os encargos da operação nos três dias[(1+0,002001)3-1] = 0,0060 150.000 x 0,0060 = 900,00

Calcular a taxa efetiva mensal[(1+0,002001)21-1] 100 = 4,29% am

Se as taxas mensais do over night utilizadas nos três dias forem: 3,6%, 3,9% e 3,7% e o spread e os dias úteis os mesmos, pode-se calcular a taxa efetiva mensal da seguinte forma:

dias juros spread IOF total taxa real1º dia 180 113,42 6,15 299,57 0,002001

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Page 87: Administracao Financeira I

2º dia 195 113,42 6,15 314,57 0,0021023º dia 185 113,42 6,15 304,57 0,002035

[(1+0,002001)(1+0,002102)(1+0,002035)] -1 = 0,006151 x 100 = 0,6151% de juros nos três dias úteis.

Os encargos seriam de:0,006151 x 150.000 = 922,58

A taxa efetiva mensal seria:[(1+0,006151)7-1] = 0,04386 x 100 = 4,39% am

5.7.4 Float bancário

Float é o período que vai da apresentação do título de crédito até a respectiva compensação. Se se tem uma carteira de duplicatas de R$ 200.000,00 e o crédito em conta se faz dois dias após os recebimentos, considerando uma taxa de 0,1% ad, qual o custo do floating?

Taxa do float (1+0,001)2 = 1,002001 -1 = 0,002001Encargos do floating 200.000 x 0,002001 = 400,20

Outro exemplo de cálculo de floating bancário:Valor do título: 14.000Vencimento: 40 diasJuros simples: 5,8% amIOF: 0,0041% adFloating: 3 dias

Custos no período:

Juros = = 1.082,67

IOF = 0,000041 x40x14.000 = 22,96Encargos 1.105,63

= 0,08574 ou 8,57%

Taxa do float(1+0,08574)3/40 = 1,006189 ou 0,6189%

Custo do float

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Page 88: Administracao Financeira I

0,006189 x 14.000 = 86,64

Custo da operação com float

= 0,09309

Custo mensal da operação com float

[(1+0,09309)30/40 -1]100 = 6,90% am

5.7.5 Crédito Rotativo (Método hamburguês)

Juros simples: 3,9% amLimite contratado: R$ 500.000,00Comissão de abertura: 2%Data da abertura: 15 de marçoMovimentaçõesDia 15/03: Saque de 250.000Dia 20/03: Saque de 100.000Dia 01/04: Saque de 50.000Dia 10/04: Depósito de 40.000Dia 18/04: Saque de 35.000Dia 22/04: Saque de 50.000

a b c d e f e x fdata histórico valor d/c saldo nº dias  

15/mar Comissão (1) 10.000,00 d 10.000,00 0 0,0015/mar Saque 250.000,00 d 260.000,00 5 1.300.000,0020/mar Saque 100.000,00 d 360.000,00 11 3.960.000,0031/mar Juros (2) 6.838,00 d 366.838,00 0 5.260.000,001/abr   366.838,00 1 366.838,001/abr Saque 50.000,00 d 416.838,00 9 3.751.542,0010/abr Depósito 40.000,00 c 376.838,00 8 3.014.704,0018/abr Saque 35.000,00 d 411.838,00 4 1.647.352,0022/abr Saque 50.000,00 d 461.838,00 8 3.694.704,0030/abr juros(3) 16.217,68 d  478.055,68 0 12.475.140,00

(1) 0,02 x 500.000,00 = 10.000(2)     5.260.000 x 0,039/30 = 6.838,00(3) 12.475.140 x 0,039/30 = 16.217,685.7.6. Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB)

Os CDB’s são títulos nominativos e transferíveis por endosso, e emitidos pelos bancos comerciais e de investimentos.

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Além do IR sobre o ganho nominal, nessa modalidade de investimento há também a incidência de IOF, nos casos de resgates efetuados até o 29º dia corrido a partir da aplicação. Dividem-se em pré e pós-fixados. No CDB pré-fixado, a taxa de juros que remunera o investimento é pactuada entre o investidor e o banco na data da aplicação.

Exemplo:Valor da aquisição: R$ 2.000.000,00Prazo: 1 ano (252 dias úteis)Taxa de juros pactuada: 20%aaIR = 20% sobre o ganho nominalInflação do período: 4%

Valor do resgate = aplicação x = 2.000.000 x (1+0,2)2 = 2.400.000Imposto de renda = (2.400.000 - 2.000.000)x0,2 = 80.000Líquido resgatado = 2.400.000 - 80.000 = 2.320.000

Taxa efetiva = (320.000 / 2.000.000) x 100 = 16%aa

Taxa real =

Já no CDB pós-fixado o valor do resgate só é conhecido no vencimento da aplicação, uma vez que a remuneração é atrelada à algum indexador. Exemplo:

Utilizando-se dos dados do problema anterior e substituindo a taxa de juros por 12%aa mais TR (Taxa Referencial) do período. IR de 20% sobre o ganho nominal. Variação da TR durante o período de aplicação igual a 10%.

Taxa efetiva bruta = { }x 100 = { } x 100 = 23,10%aa

Valor bruto do resgate = Valor aplicado x n == 2.000.000 x 1 = 2.464.000

Imposto de Renda = ( ) x 0,20 = 92.800Valor líquido resgatado = (2.464.000-92.800) = 2.371.200

5.7.7. Títulos Públicos

Títulos públicos são aqueles emitidos pelo governo para financiar sua dívida ou para controlar o sistema financeiro nacional. São títulos públicos as LFT (Letras Financeiras do Tesouro), LTN (Letras do Tesouro Nacional), LBC (Letras do Banco Central) e BBC (Bônus do Banco Central). Estes títulos podem ser pré e pós-fixados. Exemplificaremos a seguir uma remuneração pré-fixada.

Valor das LTN = R$ 10.000.000,00Resgate em 252 dias úteisJuros: 10%aa

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IR: 20% sobre o ganho nominal

Preço unitário = = = 0,909090

Valor presente = 10.000.000 x 0,909090 = 9.090.909,09Imposto de renda = (10.000.000 – 9.090.909,09) x 0,2 = 181.818,18Valor líquido resgatado = 10.000.000 – 181.818,18 = 9.818.181,82

Taxa efetiva líquida =

5.7.8. Fundos de Investimento

Os fundos de investimento são constituídos sob a forma de condomínio, reunindo recursos de pessoas físicas ou jurídicas com objetivos comuns. Esses recursos são aplicados em carteiras de títulos diversificados, valores mobiliários, quotas de fundos e outros títulos específicos. Podem ser de renda variável, quando a carteira é composta por ações ou outros títulos; ou de renda fixa, quando a carteira é composta por CDB”s, títulos públicos e debêntures. Exemplificando:

Aplicação em títulos de renda fixa: R$ R$ 100.000,00Data da aplicação: 12/01. Valor da cota nesta data: R$ 1,514782

Quantidade de cotas= cotas

Valor da cota em 12/06 = 1,5905211

Rentabilidade = no semestre

Valor atualizado da aplicação = 66.016,10 x 1,5905211 = 105.000,00

5.7.9. Leasing

Leasing é uma operação realizada mediante contrato, no qual o dono do bem (arrendador) concede a outrem (arrendatário) a utilização do mesmo, por prazo determinado. O contrato pode incluir a renovação ou compra do bem pelo arrendatário (opção de compra) pelo valor residual ao final do prazo de vigência.

As principais vantagens do leasing são:

Liberação de recursos que seriam para aquisição, para capital de giro; Possibilidade de atualização dos equipamentos arrendados durante a vigência dos

contratos; Prazo de amortização compatível com a amortização econômica do bem;

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Flexibilidade nos prazos de vencimento; Economia de Imposto de Renda pela dedução dos aluguéis; Simplificação contábil; Garantia por alienação fiduciária.

As principais desvantagens são:

Não pode usar as despesas de depreciação, que reduzem o pagamento de Imposto de Renda;

Se não houver opção de compra, ao fim do contrato, o arrendatário tem que devolver o equipamento;

Melhorias no equipamento têm que ter aprovação do arrendador;

Os leasings podem ser:

Operacional – Quando praticado diretamente entre arrendador e arrendatário.

Financeiro – É uma operação de financiamento sob a forma de locação particular, de médio a longo prazo, com base em um contrato de bens móveis ou imóveis, onde intervêm uma empresa de leasing (arrendador), a empresa produtora do bem objeto do contrato (fornecedor) e a empresa que necessita utilizá-lo (arrendatário).

Sale and lease back – É a operação pela qual uma pessoa jurídica vende bens do seu imobilizado a uma empresa de leasing e a arrenda de volta com opção de compra.

Sobre as operações de leasing são cobradas geralmente três taxas: A de abertura (entrada), a de compromisso (mensal) e a de arrendamento (mensal).

19

6.1 CONCESSÃO DE CRÉDITO

Como era de se esperar, o valor recebido não corre mais risco, entretanto o valor a receber sim. Este é o principal componente da análise de crédito. Para isso, as empresas

19 Ver mais em Gitman, 1997, pp 696-712; Machado, 2002, pp 97-106; Ross, 1998, pp 367-373; Droms, 2002, pp 166-168; Sanvicente, 1981, pp 134-148; Braga, 1989, pp 113-120

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Page 92: Administracao Financeira I

tomam todas as precauções possíveis na concessão de crédito aos seus clientes. Isto se dá tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

O objetivo da concessão do crédito é o aumento de vendas. Espera-se que com maiores prazos ou menores valores de prestações o cliente se anime em comprar, e com isso as vendas aumentem.

O crédito pode ser definido como “todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa que esta parcela volte à sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado” MATIAS (apud LONGELUPE, 1977 p. 6).

Esse é o primeiro passo no sentido de se administrar contas a receber. Poderíamos dividir a concessão de crédito para grandes compras e para pequenas compras.

Pequenas compras Grandes compras

Histórico do cliente sim simInformações bancárias do cliente sim simInformações de outros fornecedores sobre o cliente sim simInformações de empresas especializadas sobre o cliente não simAnálise das demonstrações financeiras do cliente não sim

Histórico do cliente – Neste item verifica-se os dados cadastrais, sócios, gestores, produção e vendas, etc; se o cliente já comprou os artigos da empresa, e se pagou em dia. Verifica-se também desde quando é cliente, qual o volume histórico de seus negócios com a empresa.

Informações bancárias – Neste item verificam-se informações junto aos órgãos de informações bancárias (SERASA – Centralização dos Serviços dos Bancos S/A), sobre a idoneidade do cliente. Se já tem títulos protestados ou não.

Informações junto a outros fornecedores – Através de cartas vai-e-vem as empresas de mesmo segmento se defendem dos maus pagadores, dando e recebendo informações sobre seu relacionamento com o investigado.

Informações junto a empresas especializadas – Existem no mercado empresas especializadas em dar informações cadastrais. A Dun & Bradstreet, por exemplo, é uma delas. Esta empresa publica um anuário que é distribuído para seus clientes, onde constam as principais informações de um grande número de empresas de todos os ramos.

Informações do governo – Estas informações podem ser adquiridas junto ao CADIN – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público, a SRF – Secretaria da Receita Federal e à Central de Riscos do BACEN.

Análise das demonstrações financeiras – Já estudadas no item 1.8.

92

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Garantias – As garantias podem ser pessoais e reais.

As garantias pessoais são:

Aval – Estabelece a obrigação do avalista pelo valor do documento avalizado. O avalista responde com todos os seus bens, exceto os denominados bens de família. É concedido sobre títulos de crédito. É possível a figura do avalista do avalista.

Fiança – Estabelece as obrigações do fiador sobre o objeto afiançado. Goza do benefício de ordem. É concedida sobre contratos.

As garantias reais são:

Alienação fiduciária – Arquivada no Registro de Títulos e Documentos. O devedor tem a posse, mas não a propriedade do bem.

Hipoteca – Bens imóveis oferecidos em garantia, exceto os bens de família. Penhor – Bens móveis suficientes para garantir uma dívida. Os bens penhorados

devem ficar sob a guarda do devedor, que será seu fiel depositário.

Etapas de cobrança – Uma vez concedido o crédito, é necessário acompanhar o pagamento pelo cliente. Se atrasar, telefonar, e se continuar o atraso, mandar rapidamente uma cartinha lembrando-o. Em continuando o atraso, fazer correspondência de advertência e dar prazo para que cumpra com sua obrigação. Se puder, mandar cobrador. Permanecendo em aberto, remeter o instrumento de cobrança para Cartório de Protesto de Títulos. Ainda em aberto, remeter o título para cobrança judicial. Tomadas estas providências, é necessário à empresa reavaliar sua política de crédito, para verificar se ela é eficaz e coerente com as aspirações do departamento de vendas.

Informações restritivas de crédito – Algumas informações colhidas das diversas maneiras já citadas neste capítulo podem conter dados que dificultam a concessão de crédito, à saber:

Títulos protestados em cartório Cheques emitidos sem suprimento necessário em conta corrente Certidões positivas de órgãos públicos Ações executivas impetradas por credores Participação de sócios ou gestores em ações fraudulentas.

6.2 SELEÇÃO DE CRÉDITO

Vários são os critérios utilizados para selecionar os clientes. Além dos já citados no item anterior, pode-se citar:

a) Escore – Neste tipo de seleção a empresa distribui pesos e notas e, através de critérios estudados e pré-determinados avalia os clientes, conforme exemplo abaixo:

Cliente:        peso nota total

Informações cadastrais 0,15 8 1,20

93

Page 94: Administracao Financeira I

Últimas Compras 0,2 7 1,40Informações Comerciais 0,25 10 2,50Informações Bancárias 0,1 8 0,80Garantias apresentadas 0,3 6 1,80

7,70

Critérios adotados:

De 0 a 4 – Evitar vendas De 4 a 8 – vender com mais garantias Acima de 8 – Facilitar vendas

b) Método dos 5 C’s - Brigham e Weston20, por exemplo, citam a análise de risco através do método dos cinco C’s, a saber:

Caráter – O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e morais. Os dados históricos de pagamentos e quaisquer causas judiciais pendentes ou concluídas contra o cliente seriam utilizadas na avaliação do seu caráter.

Capacidade – O potencial do cliente para quitar o crédito solicitado. Análises dos demonstrativos financeiros, com ênfase especial nos índices de liquidez e endividamento são geralmente utilizados para avaliar a capacidade do solicitante de crédito.

Capital – A solidez financeira do solicitante, conforme indicada pelo patrimônio líquido da empresa. O total de exigíveis (a curto e congo prazo) em relação ao patrimônio líquido, bem como os índices de lucratividade são freqüentemente usados para avaliar o capital demandante de crédito.

Garantia (Collateral) – O montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência. O exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para estimular os colaterais.

Condição – As condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que possa afetar qualquer das partes envolvidas na negociação. Por exemplo, caso a empresa tenha estoques excessivos de um item que o solicitante deseje comprar a crédito, a empresa poderá propor vendas em condições mais favoráveis ou vender para clientes com menos condições de obter crédito.

Além destes 5 C’s, alguns autores acrescentaram um sexto: Conglomerado. Este seria a participação da empresa dentro de um grupo. Ela por si mesma poderia não reunir condições de crédito, mas com o aval do grupo este problema seria sanado.

c) Termômetro de insolvência – Esta é uma contribuição de Stephen Kanitz para determinar o grau de liquidez das empresas, e por conseqüente, sua capacidade de saldar débitos. Kanitz determinou pesos sobre valores contábeis conforme abaixo:

20 BRIGHAM, Eugene F. e WESTON, J. Fred. Fundamentos da administração financeira. 10ª ed São Paulo: Makron Books, 2000, p 441.

94

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Peso Item0,05 LL/PL1,65 [(AC + RLP)/(PC+PNC)]3,55 (AC – E)/PC1,06 AC/PC0,33 PT/PL

Com o resultado destas operações obtiveram-se os resultados abaixo:

Parâmetro Denominação Riscos>0 até 7 Área de solvência Aceitáveis0 até -3 Área de penumbra Cuidados especiais<-3 até -7 Área de insolvência Grandes. Perigo de quebra

6.3 EFEITO DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO

Algumas conseqüências podem advir da determinação dos créditos. Pode=se sintetizá-las da forma do quadro abaixo:

Regra Efeito Positivo Efeito NegativoConcessão de Diminuição do risco Clientes insatisfeitosPrazos menores Melhoria na liquidez

Aumento nos Melhoria na liquidez Diminuição das margens de lucroDescontos financeiros Antecipação de rece- Aumento de custos financeiros

bimentos

Cobrança mais rígida Melhoria da liquidez Clientes insatisfeitos

Padrões de crédito Uniformização de proce- Possível insatisfação de parteAdequados dimentos dos clientes

Facilidade de análise

Diminuição das Melhoria da liquidez Menor volume de vendasVendas a crédito

Em consonância com a política de crédito, estão as determinações para ação junto aos clientes. A falta destas providências poderá agravar o quadro de liquidez da empresa. Desta forma informa-se abaixo causas e efeitos do crédito a clientela.

Tipo de pagamento CobrançaPagamento antecipado -Pagamento no vencimento -Pagamento com atraso suportável (em média, 30 dias) Amigável.Pagamento acima do prazo anterior Protesto e notificação judicialNão pagamento Execução judicial

95

Page 96: Administracao Financeira I

6.4 ESTUDOS SOBRE FLEXIBILIZAÇÃO DO CRÉDITO21

As empresas podem ter uma noção sobre que política de crédito adotar, desde que reúna dados para uma análise preliminar. Assim dispomos a seguir alguns exemplos que podem esclarecer quais os procedimentos de cálculo que as empresas podem adotar para determinar se a política de crédito em análise é viável.

Exemplo 1 - Analisar o comportamento da empresa ao conceder crédito frente a alterações no lucro, investimento marginal, prazo médio de recebimento e devedores duvidosos.

Uma empresa tem os seguintes dados:

Preço unitário de vendas = R$ 10,00 Vendas a crédito = 60.000 unidades Custo Unitário Variável = R$ 6,00 Custos Fixos = R$ 120.000,00

Após reunião com o departamento de vendas e de produção, chegou-se a conclusão que, caso flexibilizassem o crédito, isto aumentaria as vendas em 5%. Porém o PMC passaria de 30 para 45 dias e os devedores duvidosos cresceriam de 1% para 2%. O custo de capital é de 15% aa, no mínimo (taxa de retorno).

1 o . Calcula-se o quanto esta atitude contribui para aumento do lucro operacional. Aumento das vendas = 0,05 x 60.000 = 3.000 unidades Margem de contribuição unitária = 10 – 6 = R$ 4,00 Contribuição adicional = 3.000 x 4 = R$ 12.000,00

2 o . Calcula-se o custo do investimento marginal em duplicatas a receber. Plano atual Plano proposto

Acréscimo = 78.750 – 50.000 = 28.750

3 o . Calcula-se o retorno exigido (custo de capital) 28.750 x 0,15 = 4.312,5 (custo do recebimento do dinheiro, que está sendo postecipado). 4 o . Calcula-se o custo marginal dos devedores duvidosos Plano atual Plano proposto

Custo atual 0,01 x 600.000 = 6.000 0,02 x 630.000 = 12.600 Aumento dos custos = 12.600 – 6.000 = R$ 6.600,00

5 o . Tomada de decisão Valores favoráveis à empresa

o Contribuição adicional ao lucro R$ 12.000,00 Valores desfavoráveis à empresa

21 Exemplos retirados de GITMAN, opus cit.

96

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o Custo do Investimento marginal R$ 4.312,50o Custo marginal de devedores duvidosos R$ 6.600,00

Resultado = 12.000 – 10.912,50 = R$ 1.087,50

Como o resultado deu positivo, a empresa pode flexibilizar o crédito nestas circunstâncias.

Exemplo 2 – Inclui o custo dos descontos financeiros.

Uma empresa tem PMC de 30 dias. Seu giro anual de duplicatas a receber é de 12 (360/30). Suas vendas à crédito somam 60.000 unidades, que são vendidas, cada uma, por R$ 10,00 e o custo unitário variável é de R$ 6,00. Após análise de sua diretoria, a empresa deseja tomar as seguintes decisões com as seguintes justificativas:

Introduzir desconto financeiro de 2% para pagamento até o 10º dia. Com isso, espera que 60% das vendas sejam utilizadas com o desconto. Também espera que as vendas aumentem 5% O prazo médio de cobrança deve cair para 15 dias. O giro de duplicatas à receber, conseqüentemente, subirá para 24 (360/15) A participação dos devedores duvidosos cairá de 1% para 0,5% O custo de capital é de 15% aa.

1 o . Contribuição adicional ao lucro Aumento de vendas = 0,05 x 60.000 = 3.000 unidades Margem unitária de contribuição = 10 – 6 = 4 Contribuição adicional ao lucro = 3.000 x 4 = R$ 12.000,00

2 o . Custo do investimento marginal Plano Atual Plano Proposto

Redução = 50.000 – 26.250 = 23.750

3 o . Custo do retorno exigido 0,15 x 23.750 = R$ 3.562,50

4 o . Custo marginal dos devedores duvidosos Plano atual Plano proposto0,01 x 600.000 = 6.000 0,005 x 630.000 = 3.150

Redução do custo de devedores duvidosos = 6.000-3.150 = R$ 2.850,00

5 o . Custo do desconto financeiro 0,02 x 0,60 x 630.000 = R$ 7.560,00

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6 o . Tomada de decisão Valores favoráveis à empresa

o Aumento da margem de contribuição 12.000,00o Redução do custo de devedores duvidosos 2.850,00o Redução no custo do investimento marginal 3.562,50o Total 18.412,50

Valores desfavoráveis à empresao Custo do desconto financeiro 7.560,00o Total 7.560,00

Resultado = 18.412,50 – 7.560 = R$ 10.852,50

Como o resultado foi positivo, a empresa pode conceder o desconto financeiro, nestas condições.

22

7.1 INTRODUÇÃO

Estoques são itens adquiridos que ficam parados na empresa até serem utilizados. Quando são vendidos, ou quando o produto a que serão incorporados for vendido, geram recursos financeiros para serem readquiridos. Portanto, seu controle é muito importante em todas as empresas que os têm. Enquanto as contas a receber ocorrem após a venda, os estoques existem antes das vendas. Diversos são os motivos para se manter estoques. Dentre eles pode-se salientar:

Características particulares do setor onde a empresa atua.

22 Ver mais em Braga, 1989, pp 101-111; Cherubim et al, 2002, pp 465-476; Hoji, 2001 pp 123-128; Gitman, 1997 pp 713-721; Corrêa e Gianesi, 1996, 56-183.

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Sazonalidade de seus produtos Expectativa de aumento nos preços das matérias-primas e produtos finais Proteção conta perdas inflacionárias Política de vendas do fornecedor (descontos para compras maiores) Especulação

Vários são os erros cometidos no dimensionamento dos estoques. Desde o mau dimensionamento dos estoques de segurança, passando pela inconsistência do programa de vendas, até os erros de projeção com base em estudos passados.

Para auxílio dos administradores, a tecnologia de informação tem contribuído de maneira decisiva, facilitando a obtenção de dados em tempo real; a automação dos pontos de venda, permitindo coleta de informação de produtos vendidos mediante utilização de códigos de barra; a utilização da tecnologia EDI – Eletronic Data Interchange, que permite a informação em tempo real das vendas de cada produto do varejista para o fabricante. Tudo isto se constituindo num dos fundamentos do movimento de resposta eficiente do consumidor (ECR – Efficient Consumer Response).

Os principais tipos de estoque são:

Matérias-primas – O estoque de matérias-primas, ou matérias-primas e embalagens consiste no principal componente do produto final a ser vendido e nos produtos de acondicionamento.

Produtos em elaboração – Referem-se aos custos inseridos no produto (materiais diretos, mão-de-obra e gastos indiretos) após o início de sua produção até a chegada no estoque de produtos acabados ou elaborados.

Produtos acabados - São os produtos prontos para serem comercializados.

Existem outros tipos de estoque como material de consumo, almoxarifado, ferramentaria, etc.

7.2 DIFERENTES ENFOQUES SOBRE ESTOQUES

Enfoque Financeiro – O Departamento Financeiro acha que os estoques devem ser mantidos em níveis mínimos, pois só assim minimizará as perdas financeiras, com imobilização de recursos em estocagem.

Marketing – O Departamento de Marketing acha que os estoques devem ser mantidos em níveis altos, para que as vendas não sofram solução de continuidade. Com a entrega imediata dos pedidos, os clientes estarão sempre satisfeitos.

Produção – O Departamento de Produção acha que os estoques devem ser mantidos em níveis altos, pois qualquer parada do processo produtivo, quer seja por defeitos mecânicos, ou por greves, ainda poderão atender à demanda por algum tempo. Na retomada dos trabalhos, sempre terão produtos em estoque para atender a produção.

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Compras – O Departamento de Compras acha que os estoques devem variar de acordo com as condições de compra, sendo altos no momento em que se aproveitam as condições favoráveis, e baixo quando acontecer o contrário.

7.3 ESTOQUES COMO INVESTIMENTO

O administrador financeiro deve estar preparado para analisar os investimentos ligados ao estoque. Para melhor se entender este tópico, exemplifica-se a seguir uma operação que uma empresa siderúrgica tinha a realizar com as seguintes metas:

Aumentar os lotes de produção, para evitar os altos custos de preparação. Redução estimada destes custos: R$ 20.000,00 Aumento médio dos estoques: R$ 100.000,00 Custo de capital: 25% aa

O investimento marginal em estoques é de R$ 100.000,00, portanto seu custo marginal é de 0,25 x 100.000 = R$ 25.000,00. (A empresa deixará de ganhar R$ 25.000,00 para aumentar os estoques)

Item favorável à empresa Redução estimada de custos R$ 20.000,00

Item desfavorável à empresa Custo de capital (dinheiro empatado no

investimento em estoques, que poderiaestar aplicado no mercado financeiro R$ 25.000,00

Resultado desfavorável para a empresa R$ 5.000,00

7.4 CUSTOS DOS ESTOQUES

As políticas de administração de estoques devem estar focadas na determinação do nível ideal de estoques de cada produto, ou grupo de produtos. O nível ideal é estabelecido em relação à flexibilidade operacional proporcionada pela manutenção de estoques.

Quanto maior for o volume de estoque, maior será a flexibilidade da empresa. As vantagens dessa flexibilidade devem ser comparadas com os custos de manutenção de estoques.

Os custos vinculados aos estoques estão classificados em duas categorias: Custos de manutenção e de administração.

Custos de Manutenção – Esses custos são geralmente variáveis, associados às decisões de se manterem determinados itens estocados. Estão incluídos todos os gastos incorridos pela empresa no armazenamento de seus produtos e mercadorias durante determinado período de tempo, e também o custo de oportunidade do investimento em estoques.

Armazenagem

Page 101: Administracao Financeira I

Transferência Impostos Seguros Perdas por obsolescência, deteriorização, furtos, quebras, limite de validade, etc. Controle

Custos de Compra – Para comprar ou repor estoques, devem ser considerados custos vinculados à compra ou reposição dos produtos em estoque. Esses custos são importantes, pois muitos deles ocorrem sempre que houver nova compra ou reposição, e este fato deve influenciar a definição dos níveis de estoques. Este custo é representado por um valor fixo por pedido, não se alterando diante de variações na quantidade de estoque solicitada. Quanto maior forem as quantidades solicitadas, via de regra, menor o número de pedidos. São estes os principais custos de administração:

Preparação e emissão de pedidos Acompanhamento de pedidos Negociação com fornecedores de bens e serviços Recepção e conferência dos produtos comprados Devoluções e retornos ocasionais

Custos de Ausência – Além dos dois principais grupos já citados existe um terceiro que é ocasional. A falta de estoques pode trazer conseqüências negativas sérias para a empresa, muitas delas imponderáveis, como a perda de venda atual e da futura, pois o cliente fidelizado pode ir para o concorrente e não voltar mais. Também pode haver conseqüências negativas para a imagem da empresa e maiores custos de compra, através da utilização de processos não rotineiros de compras, ficando a empresa com pouco poder de barganha junto aos fornecedores, dada a urgência da entrega.

7.5 RELAÇÃO ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER

Os custos dos estoques e o custo das duplicatas a receber interagem e, muitas vezes, necessita-se saber qual o melhor resultado desta interação. Para melhor entendimento deste tópico, exemplifica-se a seguir como se comporta esta relação através do seguinte exemplo:

Para manter R$ 1,00 em estoque, uma empresa gasta por ano R$ 0,25.Para manter R$ 1,00 em duplicatas a receber, gasta por ano R$ 0,15.Esta empresa tem estoque médio de R$ 300.000,00 e, investimento médio em duplicatas a receber de R$ 200.000,00.

As metas desta empresa são:

Alterar as condições de crédito, e com isso, espera que os clientes comprem mais. Com o aumento de vendas, o estoque médio seria reduzido para R$ 150.000,00. Em contrapartida, o investimento em duplicatas a receber aumentaria para R$

350.000,00.

Page 102: Administracao Financeira I

Com estes dados, deveria a empresa alterar as condições de crédito?

Atual PropostoCusto/retorno Investimento Custo Investimento Custo

Médio Médio

Investimento em Estoque Médio 25% 300.000,00 75.000,00 150.000,00 37.500,00

Investimento em Duplicatas a receber 15% 200.000,00 30.000,00 350.000,00 52.500,00

Total 105.000,00 90.000,00

Como se pode verificar, os custos totais cairiam de R$ 105.000,00 para R$ 90.000,00, logo, a empresa deve alterar as condições de crédito.

7.6 SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

Muitos são os sistemas utilizados para administração de estoques. Relacionam-se abaixo os mais conhecidos:

Método da faixa vermelha Método das duas caixas ou gavetas Sistema ABC Método do Lote Econômico Método do Ponto de Re-encomenda Sistema MRP – Material Requirement Planning Sistema MRP II – Manufacturing Resources Planning II Sistema JIT – Just in Time Sistema OPT – Optimized Production Technology

a) Faixa vermelha - Os dois primeiros sistemas, da faixa vermelha ou das duas caixas ou gavetas são voltados para pequenas empresas. O primeiro tem lugar em feiras livres, onde os grãos são colocados no chão entre duas táboas, e é traçada uma linha vermelha por baixo deles. Quando esta linha aparecer está na hora de pedir mais mercadorias.

b) Duas caixas ou gavetas - O segundo segue a mesma lógica e aplica-se a armarinhos e lojas de miudezas. Enchem-se duas gavetas ou caixas e começa-se a vender o conteúdo delas. Quando uma esvaziar está na hora de fazer novo pedido.

c) Sistema ABC – Este sistema divide os itens de estoque em três categorias de materiais, de acordo com o valor dos itens e da quantidade, segundo modelo a seguir:

Categoria Quantidade de itens Valor dos itensA 20% 80%B 30% 15%C 50% 5%

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Graficamente se teria:

1009580

% acumuladodo faturamento

0 20 50 100

% acumulado por tipo de item

Neste sistema, são traçadas normas de procedimento para administrar cada categoria de produtos. O exemplo acima pode ser discriminado da seguinte forma:

Suponha que uma distribuidora de parafusos tenha a seguinte movimentação por tipo de produto:

Produto Faturamento % % acumulado Classificação %do grupoA 20% 25.000 50 50 A 80%B 15.000 30 80 _________ C 30% 3.500 7 87 B 15%D 2.000 4 91E 2.000 4 95 _________ F 50% 1.000 2 97 C 5%G 500 1 98H 500 1 99I 250 0,5 99,5J 250 0,5 100 _________

Os itens devem ser administrados de acordo com suas características específicas, atentando para os seguintes aspectos:

Consumo médio por período Prazo de entrega dos fornecedores ou prazo de produção Valor dos estoques mantidos

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Os itens C são formados por bens de pequeno valor unitário e geralmente de fácil obtenção. Podem ser tratados com menor rigor e controlados de forma mecânica. Os itens B são bens de valor unitário médio e devem ter maior rigor no controle. Os itens A devem ser controlados com a máxima segurança e previsibilidade.

d) Lote Econômico – Este método determina a quantidade ótima de compra que minimiza os custos totais de estocagem.

O LEC é um sistema que busca auxiliar o administrador na gestão de estoques. Foi constituído com a premissa básica de que os custos de manutenção elevam-se com o aumento dos estoques, enquanto que os de administração declinam. No entanto ele tem algumas suposições restritivas que são:

As vendas são distribuídas igualmente durante todo o ano, As vendas são previsíveis e imutáveis Não há atraso nas encomendas

As hipóteses básicas consideradas no modelo de lote econômico são:

a) O volume do pedido não exerce influência sobre o custo unitário, mantendo-se constante, qualquer que seja a quantidade solicitada.

b) A demanda do estoque se processa de maneira uniforme.c) O modelo é desenvolvido em condições de certeza. Não há risco de falta de estoque.d) Não há necessidade de estoque de segurança. Os recebimentos se processam de

acordo com o prazo do pedido.e) Não ocorrem limitações financeiras para aplicações em estoques.

Custo TotalCusto de Manutenção

Custos R$

Custo de emissão

Quantidade por Pedido

Para determinar a fórmula algébrica para cálculo do lote econômico teríamos:S = Procura de unidades por período (1.600 unidades)O = Custo de emissão (R$ 50,00/pedido)C = Custo de manutenção (R$ 1,00/item/período)Q = Quantidade por loteS/Q = Número de pedidos

Lote econômico

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Q/2 = Estoque médioS/Q x O = Q/2 x CS/Q / Q/2 = C/O2S/Q2 = C/OQ2 = 2S/ C/OQ2 = 2SO/C

Q 100 200 400 800 1.600S/Q 16 8 4 2 1Q/2 50 100 200 400 800O x S/Q 800 400 200 100 50C x Q/2 50 100 200 400 800Total 850 500 400 500 850

1.000 Custo total

Custo de manutençãoValor $

400

Custo de emissão0 100 200 400 800 1.600

Lote econômico

Exemplo

Qual seria o lote ideal de compra de uma empresa que utiliza 1.600 unidades de determinado item de estoque por ano se, para emitir um novo pedido, ela calcula que gastará R$ 50,00 e para manter este item, em estoque, gastará por ano R$ 1,00?

Ponto de re-encomenda – É o ponto em que se deve emitir o pedido de reposição de estoque.PR = Ponto de Re-encomenda

T = Tempo de reposição (em dias)

D = Procura diária do item de estoque

Exemplo:

PR = T x D

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Uma empresa sabe que são necessários 10 dias para que chegue a mercadoria que ela pediu hoje. Sabe também que usa 5 unidades deste item por dia. Quando deverá emitir novo pedido?

PR = 5 x 10 = 50

Ou seja, quando o estoque estiver próximo de 50 unidades, deve ser emitido novo pedido.

Estoque mínimo – Também denominado estoque de proteção, representa a quantifade mínima necessária para garantir as atividades da empresa num fluxo contínuo, sem qualquer interrupção por falta de material. Sua fórmula poderia ser:

EM = C x FEM = Estoque mínimoC = Consumo médio mensalF = Número de dias exigido pela empresa como fator de segurança.

e) Sistema Just in Time – Este é um sistema que procura minimizar o tempo do item em estoque, tornando-o nulo, se possível. Nas montadoras de automóveis, por exemplo, a maioria das peças não vai para estoques, e sim para a linha de produção.

Este sistema nasceu no Japão na década de 70, tendo sua primeira aplicação na Toyota Motor Company, e tomou inicialmente o nome de sistema Kanban. Hoje existem na Fiat 11 fornecedores em JIT entregando cerca de 5.900 itens à produção, sendo 98% deles em JIT seqüenciado. Os benefícios com esta entrega foram:

Redução dos níveis de estoques de 5 dias para 0,7 dias. Eliminação de 18.000 m2 de área utilizada para estoques Redução do montante de capital circulante Flexibilidade no processo produtivo

f) Sistema MRP e MRP II – MRP (Material requirements planning), ou Cálculo das Necessidades de Materiais e MRP II (Manufactoring Resourses Planning), ou Planejamento dos Recursos de Manufatura, são os Sistemas de Administração da Produção (SAP) de grande porte que têm sido implantados pelas empresas, ao redor do mundo, desde os anos 70.

O Sistema MRP II é um sistema integrado de planejamento e programação de produção baseada no uso de pacotes de computador. Estes pacotes são estruturados de forma modular. Os fornecedores de software oferecem, em seus produtos, diversos módulos que podem variar em especialização e número. Entretanto, há alguns módulos que se encontram presentes na maioria dos pacotes. Os principais são:

Módulo de Planejamento-Mestre de Produção (MPS) Módulo de Cálculo das Necessidades de Materiais (MRP)

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Módulo de Cálculo de Necessidades de Capacidade (CRP)Módulo de Controle de Produção (SFC)

g) Sistema OPT – É uma técnica computadorizada que auxilia a programação de sistemas produtivos de acordo com o ritmo dos recursos mais fortemente carregados, que são os chamados gargalos. Se a atividade em qualquer parte do sistema produtivo exceder o ritmo do gargalo, alguns itens estarão sendo produzidos sem que possam sr utilizados e, então, os estoques desnecessários serão formados. Se a taxa de atividade estiver abaixo do ritmo do gargalo todo o sistema estará sendo subutilizado.

Esta técnica aproveita a Teoria da Restrição de Goldratt, onde são necessários cinco passos:

Identificar a restrição do sistema, que é justamente o elo mais fraco. Explorar a restrição, ou seja, eliminar as perdas e aumentar o ganho. Subordinar tudo à decisão anterior Ultrapassar a restrição Voltar ao primeiro passo e identificar a nova restrição

7.7 SELEÇÃO DE COMPRAS

Quando um fornecedor está disposto a trocar bens ou serviços por determinada soma de dinheiro, tem-se o processo de compra. Neste relacionamento, a ênfase está em construir um resultado satisfatório conjunto. Os dois lados, comprador e vendedor devem ter o propósito de identificar interesses comuns e de adicionar valor.

Na empresa área de compra tem os seguintes objetivos:

Adquirir materiais e serviços de maneira eficaz, obtendo, de maneira ética, a melhor relação custo/benefício.

Suprir a organização com um fluxo seguro de materiais e serviços Assegurar a continuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos com

fornecedores existentes e buscar outras fontes de suprimento para estender as necessidades planejadas ou emergenciais

Manter relacionamentos cooperativos com outros departamentos da empresa, fornecendo e recebendo informações e aconselhamento necessário para a operação eficaz de toda organização.

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Apresenta-se abaixo um modelo de seleção de fornecedores, com dados fornecidos.23

Dados     fornecedores      A B CPreços unitários sem IPI   120 110 120Prazo de pagamento   28 dias 21 dias 35 diasAlíquota de ICMS   18% 12% 18%Encargo financeiro   5%am 5%am 5%amFrete por unidade   0 3 1Preços unitários sem IPI   120 110 120(+) frete     0 3 1(=)     120 113 121(-) ICMS(1)   21,6 13,56 21,78(=)     98,4 99,4 99,22(-) Encargos financeiros (2) 4,58 3,45 5,81(=)     93,82 95,95 93,41

(1) 120 x 0,18 = 21,6

(2) [(1+0,05)28/30-1]x 98,40 = 4,58

Como se pode notar, a melhor opção é a do fornecedor C, que tem o menor preço.Uma das maiores dificuldades no controle de estoques é saber comprar. Não só

saber comprar o item certo na época certa, mas comprá-lo também com vantagem financeira, quando isto for possível. Analisar políticas de compra em relação a política de vendas é sempre um caminho a trilhar quando se quer verificar rentabilidade nas compras.

7.8. CÁLCULO DA TAXA DE EQUILÍBRIO PARA COMERCIALIZAÇÃO

Esta demonstração será feita em quatro exemplos, observando as seguintes condições: A- As mercadorias foram adquiridas para uma empresa comercial; B- A economia não tem inflação; C- Não há implicações tributárias e D- O lucro apurado é o bruto.

Uma empresa comercial quer uma diferença de preços de 50% entre a compra e a venda de determinada mercadoria. Ela pode comercializá-la de quatro modos, a saber:

A) COMPRA À VISTA E VENDA À VISTA

23 Exemplo retirado de MATIAS,Alberto Borges, página 113.

Page 109: Administracao Financeira I

C = ComprasPC = Pagamento das comprasV = VendasRV = Recebimento das vendasPME = Prazo médio de estocagem

Condição de equilíbrioRV = PC (1+i)PME

Considerar-se-á para este exemplo e para os outros três a seguir, que o preço de aquisição da mercadoria foi $ 4.000, o preço de venda $ 6.000 e o prazo médio de estocagem foi de 3 meses.

Condição de equilíbrio financeiroRV = PC (1+i)PME

6.000 = 4.000 (1+i)3

i = 14,43% amDemonstrativo de resultadosVenda 6.000Custo da venda 4.000Resultado Bruto 2.000Custo econômico-financeiro(1+0,1447)3 2.000Resultado final 0

Observe que o período em que a operação está a descoberto é o período em que a mercadoria fica em estoque. Neste período a empresa gastou recursos com a compra, mas não os recuperou ainda com a venda. Na realidade o que a empresa lucrou não foi R$ 2.000,00 ( 6.000,00 – 4.000,00) e sim, considerando a taxa de desconto de mercado de 2% am, 6.000 – 4.000 (1 + 0,02)3 = 1.755,17. Este lucro continuará diminuindo até a taxa de descontos alcançar 14,47% am, quando chegará a zero.

B) COMPRA A PRAZO E VENDA À VISTA

PME

PC V = RVC =

Page 110: Administracao Financeira I

Onde:PMP = Período médio de pagamento = 2 mesesCondição de equilíbrio financeiroV = C (1+i)PME-PMP

6.000 = 4.000 (1 + i)3-2

i = 50% amIsto significa que qualquer taxa de juros inferior a 50% am será vantajosa para a

empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

C) COMPRA À VISTA E VENDA A PRAZO

Onde:

PMR = Prazo médio de recebimento = 1 mês.Condição de equilíbrio financeiroRV = PC (1 + i)PME + PMR

6.000 = 4.000 (1 + i)3+1

i = 10,67% amIsto significa que qualquer taxa de juros inferior a 10,67% am será vantajosa para a

empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

D) COMPRA A PRAZO E VENDA A PRAZO

C PC V = RV

PMP

PME

C=PC

V RV

PME PMR

Page 111: Administracao Financeira I

Onde:

PMR = Período médio de recebimento (ou de cobrança) = 1 mês.

Condição de equilíbrio financeiro

RV = PC (1+i)PMR+PME-PMP

6.000 = 4.000 (1+i)1+3-2

i = 22,47%

Isto significa que qualquer taxa de juros inferior a 22,47% am será vantajosa para a empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

Caso a empresa devesse escolher nas condições apresentadas qual das quatro modalidades deveria escolher, teria:

1º - Compra a prazo e venda a vista ( i = 50% am )2º - Compra a prazo e venda a prazo ( i = 22,47% am )3º - Compra a vista e venda a vista ( i = 14,43% am )4º - Compra a vista e venda a prazo ( i = 10,67% am )

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ASSAF NETO, Alexandre e LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administração Financeira- São Paulo: Atlas, 2009

C PC V RV

PMP PMR

PME

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

Page 114: Administracao Financeira I

1. Administração financeira é:a. Ciênciab. Artec. A e bd. Estudo

2. A administração financeira se relaciona mais estreitamente com:a. Matemática financeira, direito e contabilidade.b. Economia, direito e sociologia.c. Informática, contabilidade e marketing.d. Estatística, matemática financeira e recursos humanos

3. As atribuições do administrador financeiro são:a. Controladoria e tesouraria.b. Planejamento e controle.c. Análise, investimento e financiamentod. B e c

4. São funções de tesouraria:a. Cadastro, câmbio e planejamento tributário.b. Financiamento, orçamento de caixa e orçamento geral.c. Crédito, cobrança e investimento.d. Relacionamento com instituições bancárias e controle patrimonial

5. Informe a afirmação falsa:a. O mercado de capitais se subdivide em primário e secundáriob. As bolsas de valores estão subordinadas à CVMc. O mercado monetário utiliza o depósito compulsóriod. O mercado de crédito é realizado entre países.

6. Informe a afirmação falsa:a. O mercado monetário utiliza o mercado abertob. O mercado de crédito administra as bolsas de valoresc. O mercado de capitais subdivide-se em primário e secundáriod. O mercado de câmbio utiliza a paridade das moedas

7. São órgãos do sistema normativo do SFN:a. Conselho Monetário Nacional, Comissão de Valores Mobiliários e Caixa

Econômica Federal.b. Bolsa de Valores, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários.c. Superintendência de Seguros Privados, Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social e Bancos Múltiplos.d. Caixa Econômica Federal, Seguradoras e Banco do Brasil.

Page 115: Administracao Financeira I

8. São instituições não financeiras:a. Sociedades distribuidorasb. Seguradorasc. Cooperativas de créditod. Sociedades de arrendamento mercantil

9. Os bancos múltiplos não:a. São intermediários financeirosb. Realizam operações de créditoc. Financiam o saneamento básicod. Descontam títulos

10. Qual a afirmativa correta?a. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público internob. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público externoc. Autarquias são pessoas jurídicas de direito privadod. Autarquias são sociedades não personificadas

11. Qual das empresas abaixo não é uma S. A:a. Indústria de Tecidos Guararapes S.A.b. Cia Guararapes de Tecidosc. Guararapes Tecidos e Ciad. S.A. Guararapes Tecidos

12. As sociedades de fomento comerciala. São conhecidas como empresas de leasingb. Operam na Bolsa de Valoresc. São conhecidas como empresas de factoringd. São conhecidas como financeiras

13. A companhia constituída mediante escritura pública, tendo como principal acionista uma sociedade brasileira é:

a. Sociedade anônima abertab. Sociedade limitadac. Subsidiária integrald. Sociedade anônima fechada

14. Títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, mas que conferem participação nos lucros são:

a. Partes beneficiáriasb. Bônus de subscriçãoc. Debênturesd. Ações

Page 116: Administracao Financeira I

15. Informe a afirmação verdadeira:a. As assembléias podem ser ordinárias, extraordinárias e estatutárias.b. As sociedades anônimas são obrigadas a registrarem-se nas Juntas

Comerciaisc. As ações ordinárias não poderão ultrapassar 50% do total das ações.d. As sociedades limitadas são constituídas por estatuto social.

16. Qual das afirmativas abaixo é falsa:a. O conselho de administração é órgão é obrigatório nas S/A de capital aberto

e nas de Capital autorizadob. O conselho fiscal, permanente ou não, é órgão facultativoc. As assembléias gerais são convocadas em consonância com o contrato sociald. A diretoria executiva é eleita pelo Conselho de Administração

17. Os órgãos sociais de uma S.A. são:a. Assembléia geral ordinária, conselho de administração, conselho fiscal e

diretoria.b. Diretoria, assembléia geral extraordinária, conselho fiscal e conselho de

administração.c. Conselho de administração, assembléia geral, conselho fiscal e diretoriad. Conselho consultivo, conselho fiscal, diretoria e assembléia geral

18. Não é vantagem de uma S. A:a. Vida ilimitadab. Crescimento via mercado de capitaisc. Administração profissionald. Capital dividido em cotas

19. São impostos federais:a. IPI, IR e ICMSb. ISS, IPI e IRc. IR, ITR e IPId. IPI, IR e IPVA

20. Você recolheria o imposto de transmissão inter vivos aos cofres federais, estaduais ou municipais?

21. São desvantagens em se constituir uma firma individual:a. Responsabilidade integral, falta de administração profissional e continuação

da firma após a morte do dono.b. Falta de garantia para empréstimos vultosos, responsabilidade integral e

impossibilidade de vender fora do estado.

Page 117: Administracao Financeira I

c. Falta de administração profissional, não poder contratar mais de 25 funcionários e responsabilidade integral.

d. Extinção da firma após a morte do dono, falta de garantia para empréstimos vultosos e impossibilidade de transmissão do controle para um sócio.

22. Qual a afirmação falsa?a. As ações são representadas fisicamente pelo Certificado de Ações.b. Conforme a forma, as ações podem ser nominativas e ao portador.c. A distribuição de novas ações para os atuais acionistas chama-se

bonificação.d. O prazo de duração das Partes Beneficiárias atribuídas gratuitamente, com

poucas exceções, não poderá ultrapassar 10 anos.

23. Analise verticalmente, horizontalmente e por índices (inclusive EBITDA) as demonstrações financeiras a seguir:Número de ações: 10.000Depreciações: R$ 5.000,00 em 2001 e R$ 7.000,00 em 2002

   2001 V 2002  V HATIVO 209.000,00   261.000,00    CIRCULANTE 83.300,00   117.600,00    Caixa e Bancos 14.000,00   14.400,00    Aplicações 800,00   1.200,00    Duplicatas a Receber 37.000,00   42.000,00    Estoques 31.500,00   60.000,00    PERMANENTE 125.700,00   143.400,00    Investimentos 15.700,00   15.700,00    Imobilizado 94.350,00   112.700,00    Diferido 15.650,00   15.000,00        V   V HPASSIVO 209.000,00   261.000,00    CIRCULANTE 61.000,00   78.000,00    Empréstimos 8.000,00   15.000,00    Duplicatas descont. 5.000,00   3.000,00    Duplicatas a Pagar 21.200,00   25.000,00    Outras obrigações 26.800,00   35.000,00    EXIGÍVEL A L.P. 35.700,00   45.000,00    PATRIM. LÍQUIDO 112.300,00   138.000,00    Capital 69.000,00   69.350,00    Reservas de lucros 43.300,00   68.650,00     

         Receita Oper. Líquida 330.000,00   365.000,00    (-) CPV 210.000,00   250.000,00    (=) Lucro Bruto 120.000,00   115.000,00    (-) Despesas Operac. 57.000,00   67.000,00    Administrativas 33.000,00   35.000,00    Comerciais 24.000,00   32.000,00    

Page 118: Administracao Financeira I

(=) Lucro Operacional 63.000,00   48.000,00    (+/-) Result. Financ. 6.555,00   9.000,00    (+/-) Result. N. Oper. 0,00   0,00    (=)ResAnCSeIR 56.445,00   39.000,00    (-) Prov p/ CS e IR 19.756,00   13.650,00    (=) ResApCSeIR 36.689,00   25.350,00    (-) Part. e Contrib. 0,00   0,00    (=) Res Liq do Exerc. 36.689,00   25.350,00    

24. Com as demonstrações abaixo, analise pelos índices de liquidez, atividade, endividamento e lucratividade.

Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2

ATIVO 2.000 PASSIVO 2.000Circulante 1.000 Circulante 1.000Caixa 10 Fornecedores 400 500Banco c/ mov 90 Salários a pagar 300Aplic. de curtíssimo prazo 100 Impostos a recolher 200Duplicatas a receber 300 400 Passivo não circulante 500(-) Duplicatas descontadas 50 100 Empréstimos de L Prazo 500Estoque 300 500 Patrimônio Líquido 500Não Circulante 1.000 Capital Social 400Imobilizado 1.500 Reservas 100(-) Depreciação acumulada 500 Prejuízos acumulados 0

Receitas 2.000Custo dos produtos vendidos 1.000Lucro Bruto 1.000Despesas operacionais 500Lucro operacional 500Imposto de renda 150Lucro líquido 350

25. Com as informações abaixo, determine PMR, PME, PMP, CO e CC. Demonstre graficamente.

Ano 1 Ano 2Duplicatas a Receber 600 500Estoques 2.000 2.500Compras a Prazo 2.000Duplicatas a Pagar 800 1.000Vendas a Prazo 3.000

Page 119: Administracao Financeira I

Custo das Mercadorias Vendidas 1.500

26. Qual o PMP, PME, PMR, CC e CO da empresa abaixo?Ano 1 Ano 2

Duplicatas a Pagar 250 300Duplicatas a Receber 200 250Estoques 1.200 1.600Custo dos Produtos Vendidos 2.500Compras a Prazo ?Vendas a Prazo 5.000

27. Qual o ciclo de caixa de uma empresa que tem prazo médio de pagamento de 45 dias, prazo médio de recebimento de 30 dias e prazo médio de estoques de 90 dias? Desenhe o esquema de ciclos.

CAPÍTULO II – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

28. Qual a afirmativa falsa:a. O capital circulante líquido é igual ao capital de giro líquidob. O capital circulante líquido é igual ao ativo circulante menos o passivo

circulantec. No capital circulante líquido negativo os recursos de longo prazo financiam

o ativo circulanted. O risco operacional é o risco de não poder cobrir os custos operacionais

29. Defina o que é verdadeiro (V) e falso (F):a. Na abordagem agressiva existe maior lucro e menor riscob. Quanto mais afastadas do caixa as contas têm menor riscoc. A necessidade mínima de fundos é igual a necessidade mínima permanente

mais a necessidade complementard. Na abordagem conservadora os juros pagos são menores

30. Capital circulante líquido é:a. A soma do ativo e passivo circulanteb. O ativo circulantec. A diferença entre a soma do patrimônio líquido e o Exigível a longo prazo e

a soma do realizável a longo prazo e o ativo permanente.d. A diferença entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente.

31. Com os dados a seguir calcule a diferença percentual entre os retornos sobre o Patrimônio Liquido conservador e agressivo.

Agressivo ConservadorAtivo Circulante 1.000 1.500Ativo Permanente 1.000 1.000Total 2.000 2.500Passivo Circulante 400 500

Page 120: Administracao Financeira I

Exigível a Longo Prazo 600 750Patrimônio Líquido 1.000 1.250Lucro Operacional 1.000 1.000Despesas Financeiras a Curto Prazo (20%aa) Despesas Financeira a Longo Prazo (30%aa) Lucro Antes do Imposto de RendaImposto de Renda (30%)Lucro LíquidoRetorno sobre o Patrimônio Líquido

32. Duas empresas apresentam os seguintes Balanços Patrimoniais: A B

Circulante 200 500Permanente 800 1.000Passivo Circulante 100 400Patrimônio Líquido 900 1.100Analisando pela liquidez corrente e pelo capital circulante líquido, qual das duas oferece maior risco?

33. Quais os três níveis de planejamento financeiro?

34. Sabendo que o balanço patrimonial de uma empresa se apresenta na forma abaixo,Ativo Circulante 1.000 Passivo Circulante 500Caixa 25 Fornecedores 500Duplicatas a rec. 300 Exigível a longo prazo 500Estoques 675 Patrimônio Líquido 3.000Ativo Permanente 3.000Receitas anuais: R$ 9.000,00. Receitas a vista: 50%PMR: 15 dias, PMP: 30 dias e PME: 45 diasCompras a prazo: 50% das vendas a prazoCusto/receita = 60%Caixa mínimo: R$ 25,00Determinar a NIG (necessidade de capital de giro)

35. Qual a Necessidade de Investimento em Giro da empresa abaixo?Ativo Circulante 50 Passivo Circulante 30Caixa 5Duplicatas a Receber 15 Duplicatas a Pagar 30Estoques 30 Exigível a Longo Prazo 30Permanente 100 Patrimônio Líquido 90Ativo 150 Passivo 150

Page 121: Administracao Financeira I

Vendas Mensais: R$ 100,00Vendas a vista: 50%Prazo Médio de Recebimento: 6 diasPrazo Médio de Pagamento: 15 diasCompras Mensais a prazo: R$ 30,00Prazo Médio de Estoque: 10 diasCusto/Receita: 60%Caixa Mínimo: 4,00

36. Desenhe o diagrama do planejamento financeiro.

CAPÍTULO III - ORÇAMENTO

37. Demonstre o saldo final de caixa e elabore o quadro comparativo contábil/financeiro.

Ano 1 Ano 2Ativo 1.000 1.500Circulante 400 600Caixa 100 150Contas a receber 100 200Estoques 200 250Permanente 600 900Imobilizado 800 1.200Depreciação acumulada (200) (300)

Passivo 1.000 1.500Circulante 300 500Fornecedores 100 200Salários 100 150Impostos 100 150Patrimônio Líquido 700 1.000Capital 500 650Reservas 100 100Lucros acumulados 100 250

Vendas 1.000Custo dos Produtos Vendidos 600Lucro Bruto 400Despesas Operacionais 200

Salários 50Depreciação 100Impostos 50

Lucro operacional 200

Page 122: Administracao Financeira I

Imposto de Renda 50Lucro Líquido 150

38. Quais orçamentos abaixo fazem parte do orçamento empresarial?a. Vendas, consumo de matéria-prima caixa e permanente.b. Estoque final, produção, empréstimos e custo dos produtos vendidos.c. Custos indiretos de fabricação, custo da mão-de-obra direta, despesas

operacionais e caixa.d. Consumo de matérias-primas, fornecedores, caixa e estoque final.

39. Os níveis de orçamento são:a. Empresarial, contínuo e flexível.b. Por atividade e padrãoc. Estratégico, administrativo e operacional.d. Alternativas a e b

40. Orçamento padrão é um orçamentoa. Que representa o ideal da empresab. Elaborado com números índicesc. Que pode ser alterado, gerando diversos panoramasd. Que é executado pela diretoria

41. Como se calcula o consumo de matérias-primas?

42. Calcule os valores em abertoEstoque inicial de produtos acabados 1.000Estoque final de matérias-primas 500Custo de mão-de-obra direta 40.000Estoque final de produtos acabados 2.000Custos indiretos de fabricação 30.000Estoque inicial de matérias-primas 1.000Compras de matérias-primas 50.000Consumo de matérias-primas ?Custos de produção ?Custo dos produtos vendidos ?

43. Qual o orçamento anual de vendas brutas da empresa a seguir?Produto Vendas (ud) Preço Unitário de VendasA 2.000 35,00B 1.500 50,00Sabendo que devoluções, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas constituem 20% das vendas brutas, qual o total de vendas líquidas?

Page 123: Administracao Financeira I

44. De posse das informações abaixo, calcule o orçamento de consumo de matérias-primas e o orçamento de compras.

Matérias-Primas Vendas (unidades)Produtos X Y ZA 2 1 0 10.000B 3 0 3 15.000Estoque X Y Z A BInicial 1.000 2.000 1.500 1.000 1.500Final 1.500 1.500 1.500 1.000 1.500Preço UnitárioR$ 5,00 2,00 1,00 30,00 20,00

45. Elaborar os orçamentos de vendas, produção, consumo de matérias-primas e compras com os dados abaixo:

Produto: Vara de pescarVendas anuais: 250 unidadesPreço unitário de vendas: R$ 150,00

Matéria PrimaConsumo unitário Preço Unitário

Haste 1 ud R$ 50/udLinha 200 m R$ 0,10/mAnzol 5 ud R$ 250/cento

Itens Estoque Inicial Estoque FinalVara de pescar 30 ud 20 udHaste 15 ud 15 udLinha 6.000 m 10.000 mAnzol 600 ud 200 ud

46. Elaborar os orçamentos de vendas, produção, consumo de matérias-primas e compras com os dados abaixo:

Produto: Lâmpada incandescenteVendas anuais: 10.000 unidadesPreço unitário de venda: R$ 50,00

Matéria PrimaConsumo unitário Preço Unitário

Vidro 100 gr R$ 100/kgFilamento 5 gr R$ 200/kgBocal 1 ud R$ 0,10/ud

Itens Estoque Inicial Estoque FinalLâmpada 10.000 ud 15.000 udVidro 10 kg 20 kg

Page 124: Administracao Financeira I

Filamento 20 kg 10 kgBocal 2.000 ud 3.000 ud

47. Qual a fórmula do orçamento de produção?

48. Elaborar o orçamento de vendas, produção, consumo de matérias-primas e compras de matérias-primas

Produtos Estoque Estoque $ unitário VendasInicial Final anuais (ud)

A 1.000 1.200 10,00 100.000B 1.200 1.000 20,00 75.000C 1.400 1.400 30,00 50.000Matérias Consumo unitário Estoque Estoque $ unitárioPrimas A B C Inicial FinalX 0 1 2 600 500 2,00Y 2 0 1 800 1.000 1,50Z 1 2 0 1.000 1.500 1,00

49. Uma empresa queria vender cadeira e mesas. Para construir uma cadeira era necessário 8 kg de madeira, ½ litro de cola e 12 pregos. Para construir uma mesa era necessário: 20kg de madeira, 1 litro de cola e 36 pregos.O kg da madeira custava R$ 2,00, o litro de cola R$ 10.00 e a dúzia de pregos R$ 1,20. A empresa não tinha nem mesas nem cadeiras em estoque quando iniciou a produção e gostaria de ficar mensalmente com 15.000 cadeiras e 3.000 mesas em estoque. Os estoques iniciais de matérias-primas eram: 20.000kg de madeira, 5.000 litros de cola e 10.000 dúzias de pregos. Ao fim de cada mês gostaria ter um estoque de 50.000kg de madeira, 15.000 litros de cola e 360.000 pregos. A venda mensal de cadeiras é de 800 unidades e o de mesas 200 unidades. Calcular o preço unitário de venda de cadeiras e mesas e elaborar o orçamento do 1º trimestre, mês a mês, de vendas, produção, consumo e compras de matérias-primas de mesas e cadeiras, sabendo que as compras de matérias-primas representam 50% das vendas de produtos acabados e que o rateio de vendas entre cadeiras e mesas será feito com base no consumo das matérias-primas.

50. Elaborar o orçamento anual de mão-de-obra direta por departamento e por produto:Departamento Produção (minutos) salário/hora

A B CCorte 15 9 6 2,00Montagem 15 30 18 4,00Acabamento 30 45 30 3,00Produção anual 1.000 2.000 1.500

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Page 125: Administracao Financeira I

51. Uma empresa produzia anualmente cadeiras e mesas cujo volume era de 150 mesas e 900 cadeiras. Para fabricar uma cadeira gastava-se 6 minutos no departamento de corte, 15 minutos no departamento de montagem e 18 minutos no departamento de acabamento. Para fabricar uma mesa, gastava-se nos mesmos departamentos, 12, 21 e 30 minutos respectivamente. O custo do h/h no departamento de corte é de R$ 1,00, no de montagem R$ 1,50 e no de acabamento R$ 2,00. Efetuar o orçamento anual de mão-de-obra direta.

52. Sabendo que o produto A consome 3 matérias-primas X e o produto B 2 matérias-primas Y; que os custos variáveis unitários de A e B são R$ 1,00 e R$ 2,00, respectivamente; que os preços unitários das matérias-primas X e Y são R$ 2,00 e R$ 5,00; que os estoques finais de X e Y são 1.500 e 3.000 unidades e o custo unitário de mão-de-obra direta de A e B é R$ 3,00 e R$ 2,00, respectivamente, e que o estoque final (ud) de A= 1.000 e B= 2.000, projetar os estoques finais de matérias-primas, produtos acabados e total.

53. Qual o orçamento de compras de matérias-primas da empresa cujos dados extraímos abaixo:

Produtos Estoque Estoque Preço VendasInicial Final Unitário Anuais (ud)

A 1.000 2.000 500,00 1.000B 1.500 2.500 400,00 1.200Matérias-primas Consumo unitário Estoque Estoque Preço

A B Inicial Final UnitárioX 1 2 1.000 1.500 5,00Y 3 4 1.000 1.000 10,00Z 2 5 1.500 1.000 8,00W 6 0 1.500 1.500 2,00

54. Elaborar o orçamento empresarial e projetar a Demonstração de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial da empresa cujas informações detalhamos abaixo:

Vendas (DRE atual) 405.000Custo dos Produtos Vendidos 240.000Lucro Bruto 165.000Despesas Operacionais 75.000Lucro Operacional 90.000Imposto de Renda 27.000Lucro Líquido 63.000

Balanço Patrimonial Atual

ATIVO 750.000 PASSIVO 750.000Circulante 98.000 Circulante 42.000Disponível 15.000 Fornecedores 15.000C. a Receber 60.000 Imp. A Pagar 27.000Estoques 23.000 Patrimônio Líquido 708.000Mat Prima 4.950 Capital 450.000

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Page 126: Administracao Financeira I

Prod. Acab. 18.050 Reservas 180.000Permanente 652.000 Lucros Acum. 78.000Imobilizado 750.000Deprec. Acum. (98.000)

Projeção de vendasProdutos S NPreço Unitário (R$) 35,00 50,00Vendas (ud)1º Trimestre 3.750 4.5002º Trimestre 3.000 7.5003º Trimestre 4.500 5.2504º Trimestre 3.750 6.750Total 15.000 24.000

Custos DiretosItem Horas/produto $/Hora Custo MOD/udProduto S N S NDepartamento de Corte 1,5 1,0 2,00 3,00 2,00Departamento de Montagem 2,0 1,5 2,00 4,00 3,00Departamento de Acabamento 0,5 0,5 3,00 1,50 1,50Total 8,50 6,50

Consumo unitário de matéria-primaConsumo de Matéria-Prima por unidade produzida

Produto A BS 1 0N 0 2

Custo unitário de matéria-primaMatéria-Prima Custo (R$/ud)A 2,50B 3,00

Custos IndiretosCustos Fixos AnuaisDepreciação R$ 30.000,00Taxas e seguros R$ 10.000,00Salários de supervisores R$ 15.000,00

Custos Variáveis Unitários ProdutosS N

Mão-de-Obra Indireta 0,50 0,75Material Indireto 0,75 0,75Reparos e Manutenção 0,25 0,50Energia Elétrica 0,25 0,25Total 1,75 2,25

Projeção de estoquesProdutos Acabados Estoque Inicial (ud) Estoque Final (ud)

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Page 127: Administracao Financeira I

S 423 1/5 das vendas do próximo trimestreN 675 1/5 das vendas do próximo trimestreOBS: O estoque final do último trimestre é igual ao dobro do estoque final do terceiro trimestreMatérias-primas Estoque Inicial (ud) Estoque Final (ud)A 1.000 ½ do consumo do trimestre seguinteB 1.500 ½ do consumo do trimestre seguinteOBS: O estoque final do último trimestre é igual à metade do estoque final do terceiro trimestre

Custo variável unitárioProduto S NMatérias-Primas 2,50 6,00Mão-de-Obra Direta 8,50 6,50Custos Variáveis Indiretos 1,75 2,25Custo Variável Unitário 12,75 14,75

Despesas OperacionaisDespesas AdministrativasSalários e administração R$ 54.000,00Despesas fixas R$ 3.000,00Outras despesas R$ 3.000,00Total R$ 60.000,00Despesas com VendasSalários R$ 45.000,00Propaganda R$ 15.000,00Total R$ 60.000,00Despesas Operacionais R$ 120.000,00

Informações para o fluxo de caixaEntradas

60% das vendas são recebidas no trimestre. 40% das vendas são recebidas no trimestre seguinte.

Saídas Mão-de-Obra Direta, Matérias-Primas e Custos Indiretos de Fabricação são

desembolsados no trimestre da ocorrência. Custos fixos indiretos são pagos trimestralmente em parcelas iguais. Outros custos: Taxas no montante de R$ 27.000,00 serão pagas trimestralmente em

parcelas iguais. Fornecedores: Saldo de R$ 15.000,00 não será pago. Despesas de capital

1º Trimestre R$ 15.000,002º Trimestre R$ 22.500,003º Trimestre R$ 12.000,004º Trimestre R$ 30.000,00

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Page 128: Administracao Financeira I

Quadros para elaboração do orçamento empresarial e projeções.

1. ORÇAMENTO DE VENDASTrimestres 1º 2º 3º 4º ano

UnidadesS          N          Valor R$S          N          

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Page 129: Administracao Financeira I

Total          

2. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (UD)Trimestres 1º 2º 3º 4º anoSEstoque Final          (+) Vendas          Total          (_) Estoque Inicial          Produção          NEstoque Final          (+) Vendas          Total          (_) Estoque Inicial          Produção          

3. ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMASTrimestres 1º 2º 3º 4º anoA 1 ud/S          B 2 ud/N          

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Page 130: Administracao Financeira I

4. ORÇAMENTO DE COMPRASTrimestres 1º 2º 3º 4º anoAEstoque final          (+) consumo          total          (-) Estoque Inicial          Compras (ud)          (x) $ unitário          (=) Compras (R$)          BEstoque final          (+) consumo          total          (-) Estoque Inicial          Compras (ud)          (x) $ unitário          (=) Compras (R$)          Total (A+B) R$          

5. ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETATrimestres 1º 2º 3º 4º anoProdução (transferir)S          N          Horas de MODDepto de CorteS (1,5)          N (1,0)          total          Depto de MontagemS (2,0)          N (1,5)          total          Depto de AcabamentoS (0,5)          N (0,5)          total          

%. (continuação) CUSTO DA MÃO-DE-OBRA

Page 131: Administracao Financeira I

Trimestres 1º 2º 3º 4º anoDepto de CorteHoras trabalhadas          $ hora          Total R$          Depto de MontagemHoras trabalhadas          $ hora          Total R$          Depto de AcabamentoHoras trabalhadas          $ hora          Total R$          Total R$          

6. ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃOTrimestres 1º 2º 3º 4º anoProdução (transf.)S          N          Custo VariávelS (R$ 1,75/ud)          N (R$ 2,25/ud)          Total R$          Custo FixoDepreciação          Taxas e seguros          Salário de supervisor          Total R$          Total do custo Indireto          

7. ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINALMatéria-prima A B Total

Estoque final (ud)      Custo Unitário (R$)     A + BEstoque final (R$)      

Produto S NEstoque final (ud)      Custo Unitário (R$)     S + NEstoque final (R$)    Estoque total final

8. ORÇAMENTO DE DESPESAS OPERACIONAISDespesas AdministrativasSalários da administração    Despesas fixas      

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Page 132: Administracao Financeira I

Outras despesas      Total      Despesas com Vendas  Salários      Propaganda      Total      Despesas Operacionais    

9. ORÇAMENTO DE DESPESAS DE CAPITAL1º Trimestre2º Trimestre3º Trimestre4º Trimestretotal

10. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOSEstoque inicial de matéria-prima(+) compras(=) Matéria-prima disponível(-) Estoque final de matéria-prima(=) Matéria-prima consumida(+) Custo da mão-de-obra direta(+) Custo indireto de fabricação(=) Custo da produção(+) Estoque inicial de produtos acabados(-) Estoque final de produtos acabados(=) Custo dos produtos vendidos

11. ORÇAMENTO DE CAIXATrimestres 1º 2º 3º 4º anoSaldo InicialEntradasCliente (saldo do Balanço)

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Page 133: Administracao Financeira I

60% das vendas40% das vendasTotal das entradasCaixa disponívelSaídasComprasMão-de-Obra DiretaCustos IndiretosDespesas OperacionaisDespesas de capitalTaxas e impostos (saldo do Balanço)Total das saídasSaldo final

12. DRE ProjeçãoVendasCusto dos Produtos VendidosLucro BrutoDespesas OperacionaisLucro Operacional (LAIR)Imposto de Renda (40%)Lucro Líquido

13. PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVOCirculante

DisponibilidadesContas a ReceberEstoques

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Page 134: Administracao Financeira I

Matérias-PrimasProdutos Acabados

PermanenteImobilizadoDepreciação Acumulada

PASSIVOCirculante

FornecedoresImpostos a Pagar

Patrimônio LíquidoCapitalReservasLucros Acumulados

55. Sabendo que um automóvel gasta em média numa oficina:Departamento Tempo Salário/hora atendimento Funilaria 30 min 5,00 Janeiro 1.000Pintura 15 min 6,00 Fevereiro 800Acabamento 15 min 8,00 Março 1.200Qual o orçamento trimestral por departamento?Qual o orçamento mensal de mão-de-obra?Qual o orçamento de Mão-de-Obra para o 1º trimestre?

CAPÍTULO IV - PROJEÇÃO FINANCEIRA

56. Sabendo que 1.500 unidades anuais do produto A é vendido por R$ 12,00 e 2.000 unidades de B é vendida por R$ 15,00; que o custo dos produtos vendidos é de 60% das vendas; que as despesas operacionais somam R$ 10.000,00 e ainda, que a alíquota do IR é de 25%, projetar o lucro líquido da empresa.

CAPÍTULO V – ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

57. Calcular o saldo mínimo de caixa, com desembolsos anuais de R$ 1.500.000,00

a. Sabendo que a empresa quer seu caixa equivalente a 3% das vendas, que são iguais aos desembolsos.

b. Sabendo que o ciclo financeiro é de 30 dias

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Page 135: Administracao Financeira I

c. Sabendo que o Custo de conversão é R$ 20,00, a necessidade de recursos igual aos desembolsos anuais e o custo de oportunidade igual a 15%aa.

58. Montar o fluxo de caixa a partir das demonstrações financeiras abaixo e comparar com o resultado contábil.

ano 1 ano 2ATIVO 1.000 1.200Circulante 400 500

Caixa e Bancos 20 40Contas a Receber 180 200Estoques 200 260

Realizável a Longo Prazo 100 100Permanente 500 600

Imobilizado 600 750Depreciações Acumul. (100) (150)

Ano 1 Ano 2PASSIVO 1.000 1.200Circulante 400 460

Fornecedores 150 260Salários 150 200Empréstimos 100 0

Exigível a Longo Prazo 0 0Patrimônio Líquido 600 740

Capital 400 400Reservas 200 200Lucros Acumulados 0 140

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOSVendas 2.000Custo das mercadorias vendidas 1.500Lucro Bruto Despesas operacionais

Salários 250Depreciações 50

Lucro OperacionalImposto de Renda (30%)Lucro Líquido

A. Saldo InicialB. Receitas

(+) Contas a Receber Inicial(-) Contas a Receber Final

C. Pagamento a FornecedoresCMV = EI + C – EFCompras

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Page 136: Administracao Financeira I

(+) fornecedores inicial(-) fornecedores final

D. Pagamento de saláriosDespesas de salários(+) salários inicial(-) Salários final

E. Pagamento de empréstimos de curto prazoEmpréstimos inicial(-) Empréstimos final

F. Aquisição de imobilizadoSaldo final de imobilizado(-) Saldo Inicial de imobilizado

G. Pagamento do Imposto de RendaApuração de IR na DRE(-) Saldo de IR a pagar no PC

H. Saldo Final

59. Com os dados abaixo, demonstrar a evolução do caixa. (usar 4 casas decimais no cálculo das taxas).

Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2ATIVO 10.000 12.000 PASSIVO 10.000 12.000Circulante 3.500 6.000 Circulante 4.000 5.000Caixa 500 1.000 Fornecedores 2.000 2.500Contas a Rec. 2.000 3.000 Empréstimos 1.000 0Estoques 1.000 2.000 Sal. a pagar 1.000 1.500Permanente 6.500 6.000 Impostos 0 1.000

Patr. Líquido 6.000 7.000

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSReceitas líquidas 15.000Custo das mercadorias vendidas 10.000Lucro bruto 5.000Despesas operacionais 3.000Salários 3.000Lucro antes do IR e CS 2.000Provisão para IR 1.000Lucro líquido do exercício 1.000

60. Fazer o planejamento diário de caixa pelos dias úteis de uma semana, com os dados a seguir e informar se na sexta feira terá condições de pagar R$ 2.000,00.

Dias Recebimentos Pagamentos Saldo Inicial: R$ 1.000,00Segunda-feira R$ 2.000,00 R$ 6.000,00 Saldo mínimo: R$ 1.000,00Terça-feira R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 Custo de Empréstimo: 5%amQuarta-feira R$ 8.000,00 R$ 3.000,00 Rend. Aplicações: 15%atQuinta-feira: R$ 6.000,00 R$ 5.000,00

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Page 137: Administracao Financeira I

Sexta-feira R$ 4.000,00 R$ 5.000,00 (usar 4 casas para taxas)61. Projetar o caixa para o 1º trimestre e informar qual o saldo em caixa e qual o saldo

em aplicações ou empréstimos no fim do trimestre.Mês Vendas Compras Outras Outras Despesas

Entradas Saídas FixasOutubro 100.000 200.000 0 0 50.000Novembro 200.000 200.000 0 0 50.000Dezembro 300.000 100.000 0 200.000 50.000Janeiro 100.000 50.000 100.000 0 50.000Fevereiro 150.000 50.000 0 200.000 50.000Março 200.000 100.000 0 0 50.000Condições de vendas Condições de compras Outras Entradas Outras SaídasA vista 50% 50% 100% 50%30dd 20% 50% 50%60dd 20%90dd 10%Saldo Inicial 10.000 Inadimplência s/ recebimento de vendas: 10%Saldo Mínimo 20.000 Recuperação no mês seguinte: 50%Custo de Empréstimos 5% am Recuperação no 2º mês: 30%Rendimento de Aplicações 3% am Recuperação no 3º mês: 10%Total de recebimentos: Outubro: 180.000, Nov: 200.000, Dez: 250.000.

62. Elaborar o planejamento financeiro de caixa do 1º quadrimestre com os dados abaixo:

Meses vendas condições de vendaSetembro 100.000 40% a vistaOutubro 120.000 30% em 30 ddNovembro 150.000 20% em 60 ddDezembro 200.000 10% em 90 ddJaneiro 90.000Fevereiro 90.000Março 100.000Abril 110.000Inadimplência nos recebimentos das vendas: 10%Recuperação da inadimplência:

50% no mês seguinte40% dois meses depois

Recebimento de vendas de novembro: R$ 150.000,00Recebimento de vendas de dezembro: R$ 159.000,00

Meses Compras Condições de comprasSetembro 120.000 30% a vistaOutubro 150.000 25% em 30 ddNovembro 100.000 25% em 60 ddDezembro 50.000 20% em 90 ddJaneiro 70.000Fevereiro 80.000

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Page 138: Administracao Financeira I

Março 90.000Abril 100.000 Pagamento de empréstimo contraído no ano passado: Parcelas de R$ 5.000,00 pagas

mensalmente com correção via capitalização composta à partir de janeiro (inclusive) à taxa de 20%aa.

Salários correspondentes a 15% das vendas pagos no mês da ocorrência. Alíquotas de ICMS: Vendas: 17%; Compras: 12%. Resultado lançado no mês

seguinte. Venda de imobilizado recebida em fevereiro: R$ 30.000,00 Despesas de manutenção pagas mensalmente: 20% das compras no mês da

ocorrência Recolhimento de demais impostos: 10% das vendas, no mês seguinte. Pagamento de dividendos: Parcela fixa mensal em doze vezes de um lucro de R$

30.000,00, à taxa de 2% am sob capitalização composta. Saldo inicial: R$ 100.000,00 Saldo mínimo: R$ 5.000,00 Custo de empréstimos: 18% ab Rendimento das aplicações: 0,25% ad

63. Elaborar o planejamento de caixa para o último trimestre do ano.Mês Vendas Compras Condições de vendaAgosto 10.000 20.000 50% a vistaSetembro 20.000 20.000 30% em 30 ddOutubro 30.000 10.000 20% em 60 ddNovembro 40.000 10.000 Condições de compraDezembro 50.000 5.000 100% em 30 dd

O recebimento das vendas de setembro foi de R$ 20.000,00 Os impostos representam 15% das vendas e são pagos no mês seguinte Os salários representam 10% das vendas e são pagos no mês da ocorrência As demais despesas representam 10% das compras e são pagas no mês da

ocorrência Serão pagos R$ 29.000,00 em dezembro por investimentos realizados A inadimplência sobre recebimento de vendas é de 5% A recuperação da inadimplência é de 90% no mês seguinte O saldo inicial é de R$ 2.000,00 O custo de empréstimo corresponde a uma taxa de 36%aa O rendimento de aplicações corresponde a uma taxa de 1,5% à quinzena O saldo mínimo é de R$ 500,00MOVIMENTAÇÕES DE CAIXA

64. Qual o desconto simples, comercial e bancário, e o custo efetivo mensal de uma duplicata de R$ 120.000,00 vencível em 60 dias, a uma taxa de 5% am?

65. Com referência ao problema anterior, qual seria o custo efetivo mensal do desconto bancário após o IOF e após reciprocidade de 5%?

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Page 139: Administracao Financeira I

66. Qual o custo efetivo mensal de um desconto simples bancário concedido sobre uma duplicata de R$ 72.000,00, vencível em 54 dias a uma taxa de 3,25%am com IOF de 0,0041%ad e reciprocidade de 7%?

67. Qual o custo efetivo mensal de um desconto simples bancário concedido sobre uma duplicata de R$ 135.000,00 vencível em 68 dias, a uma taxa de 6%ab e IOF de 0,0041%ad, com reciprocidade de 8%?

68. Qual o custo efetivo mensal de um desconto bancário simples de uma duplicata de R$ 96.000,00 vencível em 118 dias a uma taxa de 5% am, IOF de 0,123% am e reciprocidade bancária de 5% do valor da operação?

69. Qual o custo efetivo mensal de um desconto bancário simples de uma duplicata de R$ 75.000,00 vencível em 75 dias a uma taxa de 7,5%am com IOF de 0,123%am e reciprocidade de 7,5%?

70. Qual o custo efetivo mensal do borderô de descontos a seguir, sabendo que o Banco creditou em conta R$ 120.000,00 referente à operação? (calcular com e sem calculadora financeira)Título R$ Vencimento (dias)A 10.000 30B 20.000 30C 30.000 60D 40.000 60E 50.000 90

71. Qual o custo efetivo mensal do borderô de descontos a seguir, sabendo que o Banco creditou em conta R$ 17.000,00 referente à operação? (calcular com e sem calculadora financeira)Título R$ Vencimento (dias)A 6.040 28B 5.120 32C 2.958 39D 4.032 45

72. Transformar em nominal a taxa de over night de 3%am num mês de 21 dias.

73. Transformar uma de over night de 5%am num mês de 22 dias úteis em taxa nominal mensal.

74. Qual o encargo e a taxa efetiva mensal de uma operação “hot money” de empréstimo de R$ 100.000,00, pelo prazo de 5 dias (3 úteis) a juros de 6% am, spread de 2% am e IOF de 0,123% am, sabendo que o mês tem 21 dias úteis?

75. Qual o custo efetivo mensal de uma operação “hot money” de R$ 200.000,00, pelo prazo de 4 dias úteis, a juros de 3%am, spread de 2%am e IOF de 0,0041%ad num mês de 21 dias úteis?

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Page 140: Administracao Financeira I

76. Qual o encargo e a taxa efetiva mensal de uma operação “hot money” de empréstimo de R$ 50.000,00, pelo prazo de 3 dias (3 dias úteis) a juros de 5%, 6% e 7%am no período, sucessivamente, spread de 2% am, IOF de 0,0041% ad, sabendo-se que o mês tem 22 dias úteis?

77. Qual o custo efetivo mensal de uma operação de empréstimo de R$ 370.000,00 com vencimento em 36 dias, juros de 5%am, IOF de 0,0041%ad e floating de 2 dias?

78. Sabendo que uma empresa aplicará R$ 1.000.000,00 em CDB pré-fixado por 21 dias úteis a uma taxa bruta de 15%aa, IR = 22,5% sobre o ganho nominal, ano de 252 dias úteis, determine o valor líquido resgatado.

79. Estão sendo negociados R$ 80.000.000,00 de LTN com resgate em 252 dias úteis, remunerados a juros de 12%aa. IR = 20%. Calcule o preço unitário (PU) deste título, o valor presente, o IR, o valor líquido resgatado e a taxa efetiva.

80. Sabendo que foram aplicados R$ 100.000,00 em fundo de renda fixa em 12/12/07, e que o valor da cota nesta data era R$ 1,75782, qual seria a quantidade de cotas resgatadas e o valor total em reais disponíveis no fundo, considerando que foram resgatados R$ 50.000,00 em 05/05/08 e a cota na data era de R$ 1,86329?

81. José investiu R$ 100.000,00 em ações da empresa Santos S.A.. Na ocasião cada ação foi adquirida por R$ 5,00, e, após um ano José as revendeu por R$ 4,00. Calcule o total de ações adquiridas, o ganho ou perda em reais e a valorização ou desvalorização em percentual.

82. Sabendo que uma empresa aplicou certa importância em um CDB pós-fixado por 63 dias úteis a uma taxa real bruta de 10%aa mais a variação da TR (3% no período), que o IR = 22,5% sobre o ganho nominal e que o ano tem 252 dias úteis, calcule a taxa bruta e líquida obtida no período da aplicação.

83. Uma empresa aplicou R$ 100.000,00 em um CDB por 252 dias úteis, que a taxa do CDI foi de 11% e que o banco remunerou a 95% desta taxa, calcule a taxa bruta de remuneração e o resgate bruto dessa operação.

CAPÍTULO VI – ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER

84. São informações restritivas ao crédito:a. Títulos protestadosb. Certidões negativasc. Ações nominativasd. Todas as acima

140

Page 141: Administracao Financeira I

85. Qual o efeito positivo de reduzir vendas a crédito?a. Menor insolvênciab. Maior lucroc. Mais vendasd. Nenhuma das acima

86. A fiança pertence a que tipo de garantia?

87. O que é margem de contribuição unitária?

88. Classifique entre verdadeiro (V) e falso (F)a. A concessão de prazos menores diminui o risco financeirob. A diminuição do prazo de crédito aumenta as vendasc. O aumento dos descontos financeiros aumenta o lucro

89. As garantias dividem-se em:a. Aval e fiançab. Alienação fiduciária e hipotecac. Pessoais e reaisd. Penhor e anticrese

90. Os cinco “C”s são:a. Capital, caráter, capacidade, coligada e colateral.b. Capital, caráter, capacidade, condição e colateral.c. Capital, caráter, colateral,, condição e conglomerado.d. Capital, colateral, capacidade, civilidade e condição.

91. Uma empresa que utilize o escore como seleção de crédito da maneira abaixo, como deveria proceder com um cliente que tirasse as notas 4, 5, 4, 3 e 8, respectivamente?

PesoCadastro 0,1Últimas compras 0,2Inf. Comerciais 0,2Inf. Bancárias 0,3Garantias 0,2Critérios0 < 4 – não vende4 < 7 – vende com garantias>7 - facilita a venda

92. Para aumentar suas vendas em 10% uma empresa afrouxou seus padrões de crédito. Seu preço unitário de venda era R$ 50,00, seu custo unitário variável de R$ 30,00 e suas vendas anuais 10.000 unidades. Em decorrência disto, seu prazo médio de recebimento subiu de 30 para 45 dias e seus devedores duvidosos cresceram de 2% para 4%. Sabendo-se que o custo do dinheiro é de 30%aa, a empresa deve tomar esta atitude?

141

Page 142: Administracao Financeira I

93. Com a finalidade de aumentar suas vendas em 30% uma empresa alterou o seu PMR de 30 para 60 dias. Sua produção anual é de 45.000 unidades a preço unitário de R$ 10,00 e custo variável unitário de R$ 7,00. O custo do dinheiro é de 20%aa. Os devedores duvidosos cresceram de 1% para 5%. Com estes números, deve a empresa alterar seu prazo de crédito?

94. Uma empresa pretende flexibilizar seu crédito, concedendo descontos de 10%, esperando que 50% de seus clientes aproveitem este desconto. Sua produção atual é de 10.000 unidades e deve crescer 10%. Seu preço de venda atual é de R$ 20,00 e deve subir para R$ 25,00. Seu custo unitário variável atual é de R$ 15,00 e deve subir para R$ 18,50. Espera-se que haja redução nos devedores duvidosos de 2% para 1% e que o PMR caia de 30 para 15 dias. Sabendo que o custo do dinheiro para a empresa é de 12% aa, a empresa deve conceder o desconto?

95. A Cia. ABC S.A. tem preço unitário de vendas de R$ 15,00 e custo unitário variável de R$ 10,00. Vende 10.000 unidades anuais de seu produto e quer aumentar para 15.000 unidades anuais. Para tanto concedeu desconto de 15% para quem pagasse suas contas antecipadas, e 80% dos clientes responderam positivamente para uma proposta. O período médio de recebimento cairá de 45 para 15 dias, é o que espera a diretoria. Os devedores duvidosos cairão certamente de 4% para 3%. O dinheiro conseguido no mercado custa 30% aa. A empresa deve conceder o desconto?

CAPÍTULO VII – ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

96. São motivos para se manter estoque:a. Sazonalidade do produtob. Expectativa de aumento de preçosc. Aproveitamento de descontosd. Todas as acima

97. Os principais tipos de estoques são:a. Matérias-primas, produtos em elaboração e almoxarifado.b. Matérias-primas, produtos acabados e ferramentaria.c. Matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados.d. Matérias-primas, ferramentaria e almoxarifado.

98. Qual o profissional que deseja estoques baixos?a. Gerente de produçãob. Gerente financeiroc. Gerente de comprasd. Gerente de vendas

99. São custos de manutenção:

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Page 143: Administracao Financeira I

a. Armazenagem, impostos e seguros.b. Armazenagem, impostos e comunicação.c. Armazenagem, seguros e comunicação.d. Impostos, seguros e comunicação.

100. No sistema ABC:a. Controlam-se todos os itens por letrasb. Controlam-se os itens pela sua importânciac. Não importa a quantidade de itensd. Não importa o valor dos itens

101. Sabendo que o consumo anual de um item de estoque e de 50.000 peças, que seu custo administrativo (de pedir) é de R$ 30/pedido, e ainda, que seu custo de manutenção é de R$ 3,00/ud/ano, pede-se calcular:

a) O Lote Econômicob) Quantidade de lotes anuais, considerando nulo o estoque mínimoc) Intervalo de dias entre os lotesd) Sabendo que o tempo de espera é de 30 dias, qual o ponto de re-

encomenda?

102. O consumo anual de um item de estoque é de 725.000 unidades. Seus pedidos custam R$ 15,00 cada e para manter o item em estoque a empresa gasta R$ 2,00 por ano. Sabe-se ainda que a empresa pretende manter estoque mínimo de 3.000 unidades e os pedidos demoram 25 dia para serem atendidos.

a. Qual o lote econômico?b. Qual o ponto de re-encomenda?

103. Sabendo que uma empresa consome anualmente 2.000 unidades de determinado item de estoque, pede-se:

a. Calcular o lote mais econômico, sabendo que o custo de manutenção é de R$ 1,00 e o de pedir R$ 20,00.

b. Calcular o ponto de re-encomenda sabendo que a demora em entregar os pedidos é de 30 dias, após a emissão dos mesmos e que o estoque mínimo é zero.

104. Foram apresentadas três propostas de compra de determinado produto:Produto A B CPreço unitário sem IPI 1.000,00 1.100,00 950,00Alíquota de ICMS 17% 18% 12%Frete por unidade 5,00 4,00 10,00Encargos financeiros 5%am 5%am 5%am

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Page 144: Administracao Financeira I

Prazo de pagamento 20 dias 60 dias 5 diasConsiderando que os produtos têm a mesma qualidade, qual das três propostas você escolheria?

105. Com as propostas de compra abaixo nas mãos, qual você escolheria?Proposta A B CPreço unitário sem IPI 1.000,00 1.100,00 950,00Alíquota de ICMS 17% 18% 12%Frete unitário R$ 6,00 R$ 5,00 R$ 10,00Encargos financeiros 5% am 5% am 5% amPrazo para pagamento 20 dias 60 dias 30 dias

106. No caso de compra a vista e venda a prazo, qual a taxa mensal de equilíbrio de uma mercadoria comprada por R$ 200,00 e vendida 60 dias após por R$ 250,00 recebidos 30 dias depois da venda?

CAPÍTULO VIII – PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

107. Qual o Ponto de Equilíbrio de uma mercadoria que tem preço de venda de R$ 80,00, custo unitário variável de R$ 50,00 e custos fixos de R$ 9.000,00? Trace o gráfico.

108. Uma empresa que vende 10.000 unidades anuais de determinado produto e tem a DRE especificada a seguir, tem que graus de alavancagem operacional, financeira e total?Receitas 100.000Custo dos Produtos vendidos 60.000Lucro Bruto 40.000Despesas operacionais 20.000Lucro operacional (LAJIR) 20.000Despesas financeiras 10.000Lucro antes do IR (LAIR) 10.000Imposto de Renda e CS (30%) 3.000Lucro antes da distr. de dividendos 7.000Distribuição de dividendos 3.500Lucro Líq. após distr. Div. 3.500

1ª PROVA SIMULADA

1. Quais os dois sistemas que compõem o Sistema Financeiro Nacional?

144

Page 145: Administracao Financeira I

2. Com os dados abaixo calcule o ciclo operacional, o ciclo de caixa, o período médio de estoque, o período médio de pagamento e o período médio de recebimento. Após, elabore o diagrama demonstrativo.

Conta ano 1 ano 2 Duplicatas a pagar 100 300Duplicatas a receber 100 200Estoques 500 700Vendas a prazo 3.000Compras a prazo ?Custo das mercadorias vendidas 1.500

3. Uma cadeira é fabricada com 2 kg de madeira, 12 pregos e ½ litro de cola. Sabe-se que uma empresa vende 400 dessas cadeiras por mês. Calcular o orçamento de compra para o primeiro trimestre, sabendo que: Os estoques finais dos produtos acabados e das matérias-primas são iguais à

metade das vendas e do consumo mensal. As matérias-primas têm os seguintes preços:

Madeira: R$ 30,00/kg Cola: R$ 15,00/l Pregos: R$ 2,00/dúzia

O estoque inicial de produtos acabados é de 100 unidades As matérias primas têm o seguinte estoque inicial:

Madeira: 20 kg Cola: 20 litros Pregos: 100 dúzias

4. A administração financeira se relaciona com:a. Matemática financeira, direito e contabilidadeb. Economia, direito e sociologiac. Informática, contabilidade e marketingd. Estatística, matemática financeira e recursos humanos

5. O administrador financeiro tem as seguintes atribuições:e. Planejamento, análise e controlef. Planejamento, análise e controle e decisões de financiamentog. Planejamento, análise e controle, decisões de financiamento e de

investimentoh. Planejamento, análise e controle, decisões de financiamento, de

investimento e ações de agency6. São atribuições da tesouraria:

i. Cadastroj. Câmbiok. Investimentol. Todas as acima

7. Informe a afirmação falsa:a. O mercado de capitais se subdivide em primário e secundáriob. As Bolsas de Valores estão subordinadas a CVMc. O mercado monetário utiliza o depósito compulsóriod. O mercado de crédito é supervisionado pelo Banco do Brasil

145

Page 146: Administracao Financeira I

8. O que significam as siglas:a. SUSEPb. CVMc. BACENd. BNDES

9. Como são conhecidas as sociedades de fomento comercial?10. O que é sociedade empresária?11. Títulos negociáveis, estranhos ao capital social, mas que conferem participação nos

lucros são:a. Partes Beneficiáriasb. Bônus de Subscriçãoc. Debênturesd. Ações

12. Informe a informação verdadeiraa. As assembléias podem ser ordinárias, extraordinárias e neutrasb. As ações ordinárias não poderão ultrapassar 50% do total das açõesc. As sociedades por cota de participação limitada são constituídas por estatutod. As sociedades anônimas são obrigadas a se registrar nas Juntas Comerciais

13. São impostos estaduaisa. IPI, ICMS e IPVAb. ICMS, Imposto de transmissão inter-vivos e IPVAc. ICMS, Imposto de transmissão causa-mortis e IPVAd. ICMS, ITR e Imposto de transmissão inter-vivos

14. Quanto ao investimento em capital de giro, o que caracteriza a abordagem agressiva?

15. Trace o diagrama do planejamento financeiro.16. Sendo dados:

Abordagem Agressiva Conservadora Ativo circulante 1.000 1.500Ativo Permanente 2.000 2.000Total 3.000 3.500Passivo Circulante 500 750Exigível a Longo Prazo 1.500 1.500Patrimônio Líquido 1.000 1.250

Lucro Operacional 1.000 1.000Custo do financiamento de curto prazo: 20%aaCusto do financiamento de longo prazo: 30%aaAlíquota do Imposto de Renda: 25%Calcule a diferença entre os retornos sobre o patrimônio líquido.

17. Elaborar o orçamento de compras com os dados abaixo:Produtos Estoque Estoque $ Vendas Inicial(ud) Final(ud) Unitário Anuais (ud) A 1.000 1.200 10,00 100.000B 1.200 1.000 20,00 75.000

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Page 147: Administracao Financeira I

C 1.400 1.400 30,00 50.000Matérias Consumo unitário Estoque Estoque $Primas A B C Inicial (ud) Final (ud) Unitário X 0 1 2 600 500 2,00Y 2 0 1 800 1.000 1,50Z 1 2 0 1.000 1.500 1,00

18. Sabendo que o produto A consome 3 matérias-primas de X e o produto B 2 matérias-primas de Y; que os custos unitários variáveis de A e B são R$ 1,00 e R$ 2,00; que os preços unitários das matérias-primas X e Y são R$ 2,00 e R$ 5,00; que os estoques finais de X e Y são 1.500 e 3.000 unidades, e os de A e B são 750 e 1.000 unidades; que o custo unitário da mão-de-obra direta de A e B é R$ 3,00 e R$ 2,00; projetar os estoques finais de matérias-primas, produtos acabados e total.

19. Como são conhecidas no SFN as empresas de leasing e de factoring?20. Calcule a NIG com as informações abaixo:

Ativo 100 Passivo 100Circulante 40 Circulante 40Caixa 5 Duplicatas a pagar 40Duplicatas a receber 15 Exigível a Longo Prazo 20Estoques 20 Patrimônio Líquido 40Permanente 60Outras informações:Vendas mensais: R$100,00 (70% avista e o restante a prazo)PMR: 15 diasPMP: 30 diasPME: 90 diasCPV: 60% das vendas totais mensaisCaixa mínimo: R$ 3,00Compras a prazo: 50% do CPV

21. Efetuar o orçamento de mão-de-obra direta por departamento e por produto:tempos (minutos) Salário/hora

Produtos A B CDepto.Corte 15 9 6 2,00Montagem 15 30 18 3,00Acabamento 30 45 60 1,00

Produção anual 1.000 2.000 1.500

Boa Sorte!

2ª PROVA SIMULADA

1. De posse das informações abaixo, projetar o caixa para o primeiro trimestre do ano seguinte. (desprezar os centavos, arredondando os resultado e usar 4 casas decimais para o cálculo das taxas)

147

Page 148: Administracao Financeira I

Mês Vendas ComprasNov 200 120Dez 300 150Jan 100 50Fev 100 50Mar 200 100CondiçõesA vista 25% 30%30dd 25% 30%60dd 50% 40%Saldo inicial R$ 0,00Saldo Mínimo R$ 10,00Custo de empréstimo 70% asRendimento de aplicações 0,05% à quinzenaTotal de recebimentos de vendas de dezembro do ano anterior: R$ 200,00Recebimento pela venda do imobilizado: R$ 50,00 em janeiroPagamento de empréstimos: R$ 200,00 em fevereiroPagamento de impostos: 10% das vendas pagos no mês seguintePagamento de salários: 10% das compras no mês da ocorrênciaInadimplência sobre recebimento de vendas: 10%Recuperação da inadimplência: 90% no mês seguinte2. Qual o custo efetivo mensal de um desconto simples bancário de uma duplicata no

valor de R$ 36.000,00, vencível em 69 dias a uma taxa de 0,5% ad, Iof de 0,0041%ad e reciprocidade de 6%?

3. Qual o custo efetivo mensal do desconto de uma duplicata no valor de R$ 65.000,00, vencível em 45 dias, a uma taxa de 1,5%am, IOF de 0,0041%ad e reciprocidade de 2,5%?

4. O borderô com as duplicatas abaixo foi entregue a um banco que creditou em troca R$ 1.900,00 em conta corrente. Qual o custo efetivo mensal calculado com e sem o auxílio da calculadora financeira? (calcular com e sem ajuda das calculadoras financeiras)Duplicata Valor Vencimento em diasA 300,00 30B 400,00 30C 500,00 90D 600,00 90E 700,00 90

5. A empresa CALIL S/A resolveu conceder desconto de 10% para recebimentos antecipados como forma de aumentar suas vendas atuais de 30.000 unidades anuais de determinado produto em 50%. O preço unitário de venda é R$ 2,00 e seu custo unitário variável R$ 1,50. Seu atual prazo médio de recebimento é de 60 dias e cairá pela metade, com cerca de 80% da clientela se beneficiando da antecipação de

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Page 149: Administracao Financeira I

pagamento. Espera-se que o percentual de devedores duvidosos passe de 1,5% para 1,0%. Sabendo que o custo de captação do dinheiro é de 20%aa, deve a empresa flexibilizar seu crédito?

6. A empresa JOVENCITA LTDA concedeu desconto financeiro de 10% para pagamento antecipado, que foi aproveitado por 90% dos clientes. Com isto suas vendas cresceram 10%. Seu produto era vendido por R$ 100,00 e tinha custo unitário variável de R$ 60,00. Suas vendas anuais atuais eram de 40.000 unidades. Com a concessão do desconto, seus devedores duvidosos caíram de 5% para 2% e seu PMR de 45 para 15 dias. Sabendo-se que o custo do dinheiro é de 20% aa, a empresa tomou a iniciativa correta?

7. Sabendo-se que o custo de pedir é de R$ 60,00/pedido, que o custo de manutenção é de R$ 2,00/item ano e que o consumo anual do item de de 20.000 unidades, pergunta-se:

a. Qual o lote econômico?b. Existirão quantos lotes anuais?c. Qual o espaçamento entre eles?

8. A empresa BINOCULAR LTDA adquiriu mercadorias para pagamento em 30 dias por R$ 100,00 e as revendeu 90 dias após, à vista por R$ 120,00. Sabendo que ela não queria vender por preço abaixo da correção monetária, e de posse da informação que a inflação mensal média foi de 4% am, considerando apenas estes itens, ela obteve vantagem financeira na venda?

Boa sorte!

1. A2. A

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Page 150: Administracao Financeira I

3. D4. C5. D6. B7. A8. B9. C10. A11. C12. C13. C14. A15. B16. C17. C18. D19. C20. Municipais21. D22. B23. Resolver24.25. PMR = 66 dias, PME = 540 dias, PMP = 162 dias, CO = 606 dias e CC = 444

dias26. PMP = 34,14 dias, PME = 201,6 dias, PMR = 16,2 dias, CO = 217,8 dias e CC

= 183,7 dias27. CC = 75 dias28. C29. F, F, V e F30. C31. 14%32. B oferece maior risco, pois tem menos garantias a curto prazo.33. Estratégico, tático e operacional.34. NIG = R$ 200,0035. NIG = R$ 19,0036. Reproduzir esquema de planejamento financeiro37. Saldo final de caixa: R$ 150,00 e aumento de caixa: R$ 50,0038. C39. C40. A41. Consumo de matérias-primas = Estoque inicial de matérias-primas, mais

compras, menos estoque final de matérias-primas.42. R$ 119.500,0043. R$ 116.000,0044. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 391.500,0045. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 19.200,0046. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 165.600,00

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Page 151: Administracao Financeira I

47. Estoque final de produtos acabados mais vendas anuais menos estoque inicial de produtos acabados igual a Produção.

48. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 975.600,0049. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 1.526.480,00. Preço

unitário das cadeiras R$ 424,17 e das mesas R$ 847,45.50.

a. Por departamento:i. Corte: R$ 1.400,00

ii. Montagem: R$ 6.800,00iii. Acabamento R$ 8.250,00

b. Por produtoi. A: R$ 3.000,00

ii. B: R$ 9.100,00iii. C: R$ 4.350,00

51. Cadeira: R$ 967,50; Mesa: R$ 258,75; total R$ 1.226,2552.

a. Estoque final de matérias-primas R$ 18.000,00b. Estoque final de produtos acabados R$ 38.000,00c. Estoque final total R$ 56.000,00

53. Orçamento total de compras de matérias-primas: R$ 322.500,0054. Preencher quadros55.

a. Por departamentoi. Funilaria R$ 7.500,00

ii. Pintura R$ 4.500,00iii. Acabamento R$ 6.000,00

b. Por mêsi. Janeiro R$ 6.000,00

ii. Fevereiro R$ 4.800,00iii. Março R$ 7.200,00

56. R$ 6.900,0057. a) R$ 45.000,00 b) R$ 125.000,00 c) R$ 20.000,0058. Saldo final de caixa: R$ 40,00. Aumento do caixa: R$ 20,0059. Saldo final de caixa R$ 1.000,0060. Saldo final de aplicações: R$ 1.996,76. A empresa só terá condições de pagar

os R$ 2.000,00 se lançar mão do saldo mínimo de caixa.61. Saldo final de empréstimos: R$ 41.615,6362. Saldo final de aplicações: R$ 29.582,6163. Saldo final de aplicações: R$ 2.202,4264. 4,88% am e 5,41% am65. 8,62% am e 7,81% am66. 8,09% am67. 7,48% am68. 7,64% am69. 13,14% am70. 11,18% am71. 5,83% am

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Page 152: Administracao Financeira I

72. 2,12% am73. 6,6% am74. 6,48% am. Encargos: R$ 900,5975. 4,26% am.76. 6,73% am. Encargos R$ 443,8577. 5,76% am78. 1.009,079,0579. Preço unitário = 02,8928571; valor presente = R$ 71.428.568,00; IR = R$

1.714.286,40; Valor líquido resgatado = R$ 78.285.713,60; Taxa efetiva = 9,6%.

80. Qde de cotas resgatadas= 10.733,70; Valor total disponível= R$ 86+000,0681. Total das ações adquiridas= 20.000; Perda= R$ 20.000,00. Desvalorização =

20%82. Taxa bruta= 5,48% Taxa líquida = 4,25%83. Taxa bruta= 10,45%, Resgate bruto= R$ 108.360,00,0084. A85. A86. Pessoal87. É a diferença entre o custo unitário de vendas e o custo variável unitário.88. V, F e F.89. C90. B91. 4,7 (vende com garantias)92. Déficit de R$ 125,00 (não deve flexibilizar o crédito)93. Superávit de R$ 3.750,00 (deve flexibilizar o crédito)94. Superávit de R$ 9.625,00 ( deve flexibilizar o crédito)95. Superávit de R$ 62,50 (deve conceder o desconto)96. D97. C98. B99. A100. B101.

a. LEC = 1.000 udb. 50 lotesc. 7,3 diasd. Ponto de reencomenda: 4.110 ud (4.109,59)

102.a. LEC = 3.298 udb. Ponto de reencomenda: 52.650 ud (52.657,53)

103.a. LEC: 283 ud (282,84)b. Ponto de reencomenda: 165 ud (164,38)

104. A é a melhor proposta (R$ 806,57)105. C é a melhor proposta (R$ 802,56)106. i – 7,72% am107. Q = 300 ud

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Page 153: Administracao Financeira I

108. GAO = 2, GAF = 4, GAT = 8

Obs: As respostas das provas simuladas serão dadas em sala de aula.

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