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Nome do Aluno- CPF do Aluno CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA DEMONSTRATIVA Olá, prezado (a) amigo (a) concursando (a)! Bem-vindo(a) à aula demonstrativa do nosso Curso de Direito Tributário para Receita Federal do Brasil 2009. Meu nome é EDVALDO NILO. Sou Procurador do Distrito Federal, professor de Direito Tributário e Financeiro, tendo sido aprovado em diversos concursos e seleções públicas, a saber: Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Município de Recife (FCC), Ministério Público de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), Procurador do Município de Belo Horizonte (FUNDEP/UFMG), Técnico de Nível Superior do Ministério da Saúde (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério das Comunicações (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério do Turismo (ESAF); Professor Substituto de Ética Geral e Profissional da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professor de Direito Tributário do Centro Universitário da Bahia (CUB/FIB) e Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Possuo três pós-graduações e um curso de extensão na área do Direito: Especialização em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET); Especialização em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Especialização em Planejamento Tributário pela Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE); Curso de Extensão Universitária em Prática Processual Tributária pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Atualmente estou concluindo o Mestrado em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e, no ano de 2004, fui pesquisador da área de Direito Constitucional da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Também já consegui vencer três prêmios jurídicos, quais sejam: Prêmio Luiz Tarquínio da Fundação Orlando Gomes no ano de 2002; Prêmio Ministro Carlos Coqueijo Costa da AMATRA (Associação de Magistrados Trabalhistas), EMATRA (Escola de Magistrados Trabalhistas) e ABAT (Associação Bahiana dos Advogados Trabalhistas) no ano de 2003 e Prêmio Luís Eduardo Magalhães da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia no ano de 2004. Por sua vez, no que diz respeito à apresentação do nosso curso, vamos trabalhar com base no programa completo da Receita Federal do Brasil 2009 e mais o tema “crimes contra a Ordem Tributária praticados por Funcionários Públicos”.

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AULA DEMONSTRATIVA Olá, prezado (a) amigo (a) concursando (a)! Bem-vindo(a) à aula demonstrativa do nosso Curso de Direito

Tributário para Receita Federal do Brasil 2009. Meu nome é EDVALDO NILO. Sou Procurador do Distrito Federal, professor de Direito Tributário e

Financeiro, tendo sido aprovado em diversos concursos e seleções públicas, a saber: Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Município de Recife (FCC), Ministério Público de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), Procurador do Município de Belo Horizonte (FUNDEP/UFMG), Técnico de Nível Superior do Ministério da Saúde (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério das Comunicações (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério do Turismo (ESAF); Professor Substituto de Ética Geral e Profissional da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professor de Direito Tributário do Centro Universitário da Bahia (CUB/FIB) e Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Possuo três pós-graduações e um curso de extensão na área do

Direito: Especialização em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET); Especialização em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Especialização em Planejamento Tributário pela Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE); Curso de Extensão Universitária em Prática Processual Tributária pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Atualmente estou concluindo o Mestrado em Direito Constitucional pelo

Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e, no ano de 2004, fui pesquisador da área de Direito Constitucional da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

Também já consegui vencer três prêmios jurídicos, quais sejam:

Prêmio Luiz Tarquínio da Fundação Orlando Gomes no ano de 2002; Prêmio Ministro Carlos Coqueijo Costa da AMATRA (Associação de Magistrados Trabalhistas), EMATRA (Escola de Magistrados Trabalhistas) e ABAT (Associação Bahiana dos Advogados Trabalhistas) no ano de 2003 e Prêmio Luís Eduardo Magalhães da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia no ano de 2004.

Por sua vez, no que diz respeito à apresentação do nosso curso,

vamos trabalhar com base no programa completo da Receita Federal do Brasil 2009 e mais o tema “crimes contra a Ordem Tributária praticados por Funcionários Públicos”.

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Vamos, certamente, comentar quase todas as questões de Direito

Tributário dos últimos cinco anos da ESAF e questões de outras bancas quando extremamente necessário.

O objetivo do curso é audacioso: que você possa acertar qualquer

questão da parte objetiva ou subjetiva de direito tributário. Logo, é indispensável o comprometimento e a dedicação diária às

aulas, eis que não existe milagre. Assim sendo, o curso terá dez aulas e será iniciado com a “Aula 1” no

dia 7 de outubro de 2009 e a “Aula 10” será postada no dia 27 de novembro. Logo, o nosso curso ocorrerá semanalmente e as aulas serão

realizadas às quartas. Apenas na penúltima semana do curso acontecerão duas aulas por semana e na última semana ocorrerá um simulado.

A seguir, a sequência e os tópicos que serão estudados: Aula 0 - Conceito de tributo e competência tributária. Aula 1 – Classificação dos Tributos. Tributos de Competência da

União. Imposto sobre a Importação. Imposto sobre a Exportação. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Imposto sobre Produtos Industrializados. Imposto sobre Operações Financeiras. (07/10).

Aula 2 – Contribuições Sociais. Contribuição para o PIS/PASEP.

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art.11 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e as instituídas a título de substituição. Contribuições por lei devidas a terceiros (art. 3º, § 1º, da Lei n. 11.457, de 16 de março de 2007). Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Vigência da Legislação Tributária. Aplicação da Legislação Tributária. Interpretação e Integração da Legislação Tributária (14/10).

Aula 3 – Obrigação Tributária Principal e Acessória. Fato Gerador da

Obrigação Tributária. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária. Domicílio Tributário. Responsabilidade Tributária. Conceito. Responsabilidade dos Sucessores. Responsabilidade de Terceiros. Responsabilidade por Infrações (21/10).

Aula 4 – Obrigação Tributária Principal e Acessória. Fato Gerador da

Obrigação Tributária. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária. Domicílio Tributário. Responsabilidade Tributária. Conceito.

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Responsabilidade dos Sucessores. Responsabilidade de Terceiros. Responsabilidade por Infrações (28/10).

Aula 5 – Limitações Constitucionais do Poder de Tributar. Imunidades

tributárias. Princípios Constitucionais Tributários. Legislação Tributária. Constituição. Emendas à Constituição. Leis Complementares. Leis Ordinárias. Leis Delegadas. Medidas Provisórias. Tratados Internacionais. Decretos. Resoluções. Decretos Legislativos. Convênios. Normas Complementares (04/11).

Aula 6 – Crédito Tributário. Conceito. Constituição do Crédito

Tributário. Lançamento. Modalidades de Lançamento. Hipóteses de alteração do lançamento. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. Modalidades. (11/11).

Aula 7 – Extinção do Crédito Tributário. Modalidades. Ação de

Consignação em Pagamento. Pagamento Indevido. Ação de Repetição de Indébito. Ação de Consignação em Pagamento. Exclusão do Crédito Tributário. Modalidades. (18/11).

Aula 8 - Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. Administração

Tributária. Fiscalização Tributária Dívida Ativa. Certidões Negativas. Tributos de Competência dos Estados. Tributos de Competência dos Municípios (20/11).

Aula 9 – Simples Nacional. Lei Complementar 123/2006. Dos crimes

contra a Ordem Tributária praticados por Funcionários Públicos (25/11). Aula 10 – Prova (“simulado”) final cobrando questões com conteúdo de

todos os pontos estudados no curso (27/11). Pois bem. O curso está totalmente atualizado, incluindo importantes e

novas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em matéria tributária, recentíssimas questões de concursos públicos, bem como um resumo dos pontos mais cobrados ao final de cada aula.

Com efeito, as aulas serão apresentadas com conteúdo de um curso

presencial, com certo tom de pessoalidade. Logo, o tratamento será no sentido de possibilitar uma maior aproximação entre professor e aluno, sempre buscando dar enfoque ao entendimento prevalecente nas bancas examinadoras dos concursos públicos.

Destacamos que não é necessário qualquer conhecimento anterior

acerca do direito tributário, sendo que a premissa fundamental de todos os nossos cursos aqui no Ponto é ensinada pelo professor Vicente Paulo: “é melhor pecar pelo exagero, sendo repetitivo, do que presumir conhecimento

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por parte dos alunos; com isso, aqueles que sabem muito estarão revisando o conteúdo, e aqueles que sabem pouco não terão dificuldade na assimilação do assunto novo”.

Portanto, pretendemos ser direto e claro na explicação. Mas é evidente

que não vamos abordar os assuntos de forma superficial, uma vez que o nosso objetivo é instigante e desafiador: você conseguir obter conhecimentos acerca dos assuntos para acertar com segurança às questões objetivas e subjetivas de direito tributário.

Teremos igualmente um fórum, onde serão respondidas todas as

dúvidas a respeito do conteúdo ministrado. Ao fim de cada aula, será apresentado um tópico com a finalidade de

resumir o conteúdo mais relevante para uma futura revisão ou para uma olhada em véspera de prova.

Também será apresentada a lista com os exercícios comentados na

respectiva aula ou novos exercícios para fixação, com gabaritos igualmente comentados.

Então, vamos juntos iniciar a jornada rumo à aprovação. Boa sorte, bons estudos e que Deus abençoe a todos. A seguir, uma pequena demonstração do nosso curso.

Conceito de tributo. Competência tributária.

1. Conceito de Tributo Para o conceito de tributo, poderíamos examinar diversas definições

doutrinárias, mas, para fins de concursos, é muito mais produtivo adotar o art. 3º, do Código Tributário Nacional (CTN), a saber:

Tributo é toda (i) prestação pecuniária compulsória, (ii) em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que (iii) não constitua sanção de ato ilícito, (iv) instituída em lei e (v) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Assim, passemos a analisar os elementos integrantes do conceito legal de tributo:

(i) Prestação pecuniária compulsória – Prestação significa o objeto

principal de uma relação entre credor e devedor, sendo aquilo que o credor deve fazer ou deixar de fazer em favor do devedor.

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Já pecúnia representa “dinheiro”, isto é, a prestação deve ser realizada em dinheiro.

Portanto, não pode ser considerado tributo às chamadas prestações in

labore (ex. serviço militar obrigatório) ou exigências in natura (oferecimento bens materiais que não sejam dinheiro como cestas básicas).

Nesse rumo, também não pode ter natureza de tributo a prestação de

serviço eleitoral, o trabalho desempenhado pelos jurados, a desapropriação ou a requisição administrativa, uma vez que não são prestações pecuniárias.

O tributo é também prestação compulsória, ocorrendo

independentemente da vontade do devedor, sendo a prestação que deve ser satisfeita pelo comportamento obrigatório do devedor (sujeito passivo) de levar dinheiro ao credor (sujeito ativo).

Por exemplo, o aluguel de imóvel público não é tributo, em virtude de

ser o aluguel firmado por ato de livre vontade do locatário com a Administração Pública, derivando de um contrato entre as partes.

Com efeito, o STF decidiu recentemente (informativo 543) que os

encargos de capacidade emergencial (“seguro-apagão”), previstos na Lei 10.438/2002, possuem natureza jurídica de preço público e não de tributo, uma vez que tais encargos, embora tivessem o caráter de prestações pecuniárias correspondentes à utilização de um serviço público — e, nesse sentido, aproximar-se-iam do conceito de taxas —, na verdade, configurariam tarifas ou preços públicos, em virtude do caráter facultativo da fruição do bem que remuneravam.

Neste sentido, o “seguro-apagão” não se enquadra na definição de

tributo contida no art. 3º do CTN, uma vez que não possui o requisito de compulsoriedade.

Portanto, o “seguro-apagão” não seria de pagamento compulsório,

requisito típico das espécies tributárias, não estando sujeitos, por essa razão, aos princípios e regras constitucionais tributárias, pois os consumidores poderiam se valer de outros meios para a aquisição de energia elétrica que não a proveniente do Sistema Interligado Nacional.

Do mesmo modo, o STF já decidiu que a compensação financeira pela

exploração de recursos minerais (royalties - CF, art. 20, §1°) não é tributo, bem como o instrumento municipal denominado de outorga onerosa do direito de criar solo (RE 387.047/SC), também chamado solo criado, previsto no Estatuto da Cidade (art. 28 da Lei Federal 10.257/2001).

Assim, também não se pode dizer que é tributo: (a) a cobrança de foro

anual e laudêmio; (b) a tarifa aeroportuária cobrada pela INFRAERO (Lei

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6.009/73); (c) o pagamento prévio da retribuição autoral feito ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD).

(ii) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – Alguns autores

criticam este enunciado afirmando que é um pleonasmo do art. 3°, do CTN, que só faz repetir o caráter pecuniário do tributo.

Entretanto, a assertiva possui serventia quando afirma que pode ser

pago em algo que represente um valor em dinheiro (ou cujo valor nela se possa exprimir).

Assim, conforme a interpretação de tal dispositivo, o tributo pode ser

pago com títulos da dívida pública. Como exemplo, o pagamento do imposto territorial rural (ITR) com títulos da dívida agrária (TDA).

Anota-se que o art. 162, do CTN, possibilita que o pagamento do

tributo seja efetuado com cheque ou vale postal e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.

Por sua vez, o art. 156, XI, do CTN, com redação estabelecida pela Lei

Complementar n. 104/2001, permite o pagamento de tributo mediante a entrega de bens imóveis, quando estabelece a “dação em pagamento em bens imóveis” como causa extintiva do crédito tributário, sendo compatível com a locução “ou cujo valor nela se possa exprimir” do art. 3º, do CTN.

É importante dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) não permite

que lei estadual possibilite o pagamento de débitos tributários com dação em pagamento de bens materiais destinados a atender a programas do Estado, mas apenas a dação em pagamento de bens imóveis.

Neste ponto, ainda cabe destacar que o valor do tributo pode ser

expresso em indexadores (exs.: UFIR, UPF e UFM), que são convertidos em moeda corrente na data do pagamento da obrigação tributária. Com esta autorização, por exemplo, pode-se dizer que o contribuinte deve 100 UPF no Estado do Rio Grande do Sul (RS).

(iii) Não constitua sanção de ato ilícito – A obrigação tributária deve

decorrer de um fato lícito previsto em lei, ou seja, a interpretação adequada é no sentido de que deve ser lícita a situação genérica e abstrata disposta na norma.

Por exemplo, o art. 43, do CTN, dispõe que faz surgir à obrigação de

pagar o imposto de renda (IR) quando determinada pessoa adquire disponibilidade econômica de renda.

Assim, a renda auferida pela pessoa é fato gerador do IR e, por

conseguinte, uma pessoa que adquire renda derivada do exercício do jogo do

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bicho (atividade ilícita) deve pagar o tributo, uma vez que o fato previsto em lei é a aquisição de renda e não o exercício do jogo do bicho.

Neste sentido, o STF entende que a tributação sobre o trafico ilícito de

entorpecentes é legal, adotando-se a aplicação do princípio da igualdade tributária e do princípio do pecunia non olet (o dinheiro não tem cheiro).

Anotem a seguinte decisão do STF:

"Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: pecunia non olet (dinheiro não tem cheiro). Drogas: tráfico de drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos subtraídos à contabilização regular das empresas e subtraídos à declaração de rendimentos - caracterização, em tese, de crime de sonegação fiscal. Irrelevância da origem ilícita, mesmo quando criminal, da renda subtraída à tributação. A exoneração tributária (significa aqui não pagamento do tributo) dos resultados econômicos de fato criminoso - antes de ser corolário do princípio da moralidade - constitui violação do princípio da isonomia fiscal, de manifesta inspiração ética".

Por outro lado, o tributo não se confunde com a multa, que é sanção de

ato ilícito. A multa, apesar de ser uma prestação pecuniária compulsória, é

cobrada em virtude de o indivíduo ter praticado um ato ilícito, possuindo nítido caráter de sanção (punição). Como exemplo, podemos citar que a multa decorrente do atraso no pagamento do imposto sobre produtos industrializados (IPI) não é tributo, pois é sanção de ato ilícito.

Preste atenção: qualquer tipo de multa não é tributo. Ou seja, multa

por infração tributária, multa por infração penal ou multa por infração de trânsito não deve ser considerado tributo, nos termos do art. 3° do CTN.

O CTN dispõe que em face do descumprimento de uma obrigação

tributária principal (ex.: pagar o tributo) ou acessória (exs.: declaração de rendimentos ou emissão de notas fiscais), ocorrer-se-á a aplicação de penalidade pecuniária.

Mas isso não quer dizer que a multa é uma espécie de tributo, uma vez

que a multa deve ser considerada somente uma penalidade pecuniária decorrente do descumprimento da obrigação tributária principal ou acessória.

Destacamos ainda que qualquer reparação ou indenização

decorrente de um ato ilícito previsto em lei não é tributo. Deste modo, a pessoa que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano a

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outrem, ainda que exclusivamente moral, não deve pagar tributo ao Estado, mas sim indenizar o outro pelos danos sofridos.

(iv) Instituída em lei – É aspecto fundamental da definição de tributo,

pois todo tributo deve ser instituído por meio de lei. Esta deve ser entendida como lei complementar ou lei ordinária, ou até mesmo medida provisória, que tem força de lei ordinária.

O tributo é uma obrigação denominada de ex lege, significando que

seu surgimento depende de lei. Neste aspecto, identificamos o princípio constitucional da legalidade (CF, art. 150, I).

Logo, não se esqueça que um tributo não deve ser instituído, em

hipótese alguma, por normas jurídicas infralegais, como decretos, portarias, atos administrativos, sentenças judiciais, convênios, costumes, decisões de órgãos administrativos singulares ou colegiados sobre matéria tributária, dentre outras.

Este entendimento é constitucionalmente fundamentado no Estado

Democrático de Direito, previsto no art. 1º, parágrafo único, da CF/88, dispondo que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Assim, deve-se entender que a lei que institui o tributo é uma

manifestação legítima do poder do povo, uma vez que para criação do tributo existiu prévia autorização dos representantes eleitos pelo povo, que são os parlamentares.

Nesse rumo, em regra, a lei apta a instituir um tributo é a lei ordinária.

No caso de tributo federal, o Congresso Nacional. Na hipótese de tributo estadual, a Assembléia Legislativa. No caso de tributo municipal, a Câmara de Vereadores.

Todavia, existem tributos federais (União) que, se forem instituídos,

devem ser por meio de lei complementar, que são: imposto sobre grandes fortunas (art. 153, inc. VII, da CF/88), empréstimos compulsórios (art. 148, caput, da CF/88), impostos residuais da União (art. 154, inc. I, da CF/88) e contribuições sociais novas ou residuais (art. 195, §4°, da CF/88). Nestes casos, a medida provisória que tem força de lei ordinária não pode atuar para instituir tais tributos.

Além disso, destaca-se que existem tributos que poderão ter suas

alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal (União), a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); imposto sobre operações financeiras (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF/88.

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A relação desta flexibilidade está no fato de que esses tributos têm caráter extrafiscal, ou seja, são tributos reguladores da economia ou do mercado do País. Como exemplo, o Presidente da República (Chefe do Poder Executivo federal) quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI deste produto.

Ao contrário, o caráter fiscal dos tributos é o poder de invadir o

patrimônio do particular com finalidade eminentemente arrecadatória. Quanto a CIDE – Combustíveis 1 (art. 177, §4°, inc. I, alínea “b”) e o

ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155. §4°, inc. IV, da CF/88), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei. Este tema será minuciosamente trabalhado na aula 2.

(v) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada –

Isto significa que a cobrança do tributo ocorre por meio de atividade administrativa vinculada, ou seja, sem margem de discrição do servidor público.

Deste modo, o servidor público não tem certa liberdade de escolha

para atuar, ou seja, não pode avaliar se é oportuno ou conveniente cobrar o tributo. Portanto, não pode ponderar ou sopesar a situação no caso concreto

Com efeito, a atuação do auditor ou do procurador jurídico de

determinado ente federado não é discricionária ao cobrar o tributo, devendo seguir fielmente o previsto na lei, em razão do próprio princípio da legalidade, sendo a atividade administrativa de cobrança do tributo plenamente vinculada.

Por outro lado, o concursando (você mesmo!!!) não pode confundir a

questão de o tributo ser “cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” com a classificação de tributos vinculados e tributos não vinculados, bem como com a classificação quanto ao destino da arrecadação, que pode também ser vinculada ou não vinculada.

Sem prejuízo de tratarmos destas classificações com maior ênfase na

próxima aula do curso, devemos ter bem presente que o tributo vinculado significa que o fato gerador do tributo é uma atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Como exemplo, temos a contribuição de melhoria que decorre da

atividade do Estado de realizar uma obra pública da qual deve resultar valorização imobiliária para o contribuinte. 1 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

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Já o tributo não vinculado significa que o fato gerador do tributo é um

fato praticado pelo contribuinte independente de qualquer atividade estatal específica realizada para o próprio contribuinte. O melhor exemplo de tributo não vinculado são todos os impostos.

Valem aqui as precisas ponderações feitas por Robinson Sakiyama:

“Os fatos geradores próprios dos impostos são as situações de ser proprietário de algo (ITR, IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, ITBI), prestar serviços ou fazer circular mercadorias (ISS, ICMS) etc., ou seja, todas as situações que não se referem a uma atividade estatal específica voltada ao contribuinte. Por esta razão, muitos autores se referem aos impostos como tributos não vinculados.”

Concernente a classificação do destino da arrecadação:

(a) Arrecadação é vinculada quando os recursos arrecadados devem ser utilizados com despesas legais previamente determinadas. Por exemplo, o empréstimo compulsório, pois, o art. 148, parágrafo único, da CF/88, dispõe que a aplicação dos recursos provenientes deste tributo será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Outro exemplo, são as custas e emolumentos (espécie de taxa judiciária de acordo com o entendimento do STF), pois a norma constitucional (art. 98, §2°) fixou que serão destinadas apenas ao custeio dos serviços específicos do Poder Judiciário. (b) Arrecadação não é vinculada acontece na hipótese dos recursos poderem ser aplicados sem vinculação a despesa previamente destinada. Como exemplo, a doutrina cita os impostos, uma vez que, em princípio, as suas receitas não podem ser vinculadas a órgãos, fundos ou despesas, salvo as exceções previstas no art. 167, IV, da CF/88.

Entretanto, é relevante prestar atenção em relação às exceções

previstas nesta regra constitucional (art. 167, IV, da CF/88). E todo concurso adora exceção. Em outras palavras, os recursos arrecadados com os impostos também podem ser utilizados com despesas previamente determinadas na CF/88.

Vejamos o art. 167, IV, da CF/88:

Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e

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desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.

Por sua vez, cumpre dizer, de logo, que tributo é receita pública que

pode ser destinada ao ente tributante (União, Estado, Distrito Federal, Município) ou a terceiros, desde que exerçam atividade de interesse público, como é o caso das entidades parafiscais (SENAI, SEBRAE, SESC etc.) que podem arrecadar contribuições sociais obrigatórias (espécie de tributo).

Nesse rumo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) compreende que a

contribuição para o FGTS não tem natureza tributária, sendo a arrecadação depositada em conta no nome do empregado, podendo ser sacado o saldo da conta em hipótese de despedida sem justa causa e outras situações estabelecidas na Lei 8.036/90 (Lei do FGTS), caracterizando-se como vantagem de natureza jurídica trabalhista, que não é sujeita ao prazo de prescrição estabelecido no Código Tributário Nacional (CTN).

O STJ possui a súmula 353 a respeito do tema: “As disposições do

Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. Vamos agora acertar as questões de concurso sobre o tema: 1. (ESAF/GESTOR MG/2005) “A prestação do tributo não é obrigatória”

É falso, porque tributo é prestação pecuniária compulsória (obrigatória).

2. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) “Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário”.

É falso. São dois erros, uma vez não se admite no sistema tributário

nacional o tributo in labore e a contribuição de melhoria é espécie tributária decorrente da valorização imobiliária de uma obra realizada pelo Estado (atividade estatal) e não pelo próprio contribuinte.

3. (ESAF/TRF/2000) “A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária”.

É verdadeiro, pois o serviço militar obrigatório é uma prestação in

labore, decorrente do trabalho da pessoa e não uma prestação pecuniária.

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4. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”.

Derrogação denota revogação parcial ou perda parcial de vigência

de determinada norma, quando uma norma revogadora revoga apenas parte de outra norma.

Na correta lição de TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR revogar

significa “retirar a validade por meio de outra norma. A norma revogada não vale mais, não faz mais parte do sistema. Não fazendo mais parte, deixa de ser vigente. Revogar é, pois, fazer cessar interrompendo, definitivamente, o curso de sua vigência”.

E vigência é o tempo de validade da norma, sendo o período em que

norma entra em vigor até a ocasião em que é revogada. Na hipótese questionada, afirma-se que a Lei Complementar n.

104/2001 derrogou o art. 3º, do CTN, o que não aconteceu, uma vez que a dação em pagamento de bens imóveis é compatível com o art. 3º, do CTN, sobretudo com o enunciado “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”.

Não há derrogação, pois não existe incompatibilidade entre o tema

regulado (dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário) e o dispositivo do art. 3°, do CTN.

Portanto, a questão é falsa.

5. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida”.

É falsa, pois o que importa é que a atividade criminosa não esteja

prevista em lei como fato gerador de determinado tributo. Decerto, a atividade criminosa (atividade ilícita) pode gerar a obrigação

de pagar tributo, porque a forma como os fatos são praticados pelo contribuinte não importa para incidência tributária, desde que o tributo não constitua sanção de ato ilícito.

6. (ESAF/TTN/1998) “A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal”.

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7. (ESAF/Procurador/BACEN/2001) “Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos”.

São falsas estas duas questões citadas acima, porque a multa não é

espécie de tributo. No que concerne ao sétimo enunciado, ressalta-se que o preço público

(também chamado de tarifa pelo STF) não é tributo. Estudaremos o preço público na próxima aula, mas já adiantamos que exemplos de preços públicos são as passagens de ônibus, as contas de água, as contas de luz, entre outros.

8. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra”.

É falsa, pois o ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra

não é tributo e, portanto, a ressalva está incorreta.

9. (ESAF/GESTOR MG/2005) “O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito”.

É verdadeira, porque uma das características do tributo é de não ser

uma sanção de ato ilícito.

10. (CESPE/INSS/1997) “No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar”.

É verdadeira esta assertiva, por força do princípio do Estado

Democrático de Direito e do princípio da legalidade.

11. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Não é preciso lei para exigir um tributo”.

É falso, pois o tributo deve ser instituído em lei.

12. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto”.

É falso, porque o Município não tem competência para aumentar

alíquotas de tributos municipais por meio de decreto.

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As únicas exceções já citadas são de competência da União (alíquotas

do II, IE, IPI, IOF e CIDE – Combustíveis). No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal.

13. (ESAF/AFPS/2002) “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação”.

É falso, uma vez que o empréstimo compulsório apenas pode ser

instituído por lei complementar federal, ou seja, apenas a União tem competência para criar o empréstimo compulsório.

14. (ESAF/TTN/1997) “O empréstimo compulsório é considerado tributo, pelo regime jurídico a que está submetido”.

É verdadeiro, conforme o art. 148 da CF/88.

15. (ESAF/AFRF/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI).

A resposta é a letra “c”, como visto anteriormente, haja vista que o ITR

não pode ter suas alíquotas modificadas pelo Poder Executivo, enquanto o II, o IE, o IOF e o IPI podem, conforme estabelecido no art. 153, §1º, da CF/88.

16. (ESAF/Analista/CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

A resposta da questão é novamente o ITR (letra “b”), de acordo com o

art. 153, §1º, da CF/88.

17. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei”. 18. (ESAF/TTN/97) “Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária”.

Estão erradas as duas questões acima, porque o tributo é cobrado

mediante atividade administrativa plenamente vinculada e não discricionária, portanto, não há conveniência ou oportunidade na cobrança do tributo e não pode a autoridade administrativa deixar de aplicar a lei.

19. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

É incorreto também, pois coloca a definição legal de imposto (espécie)

como se fosse de tributo (gênero). O art. 16, do CTN, dispõe: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

20. “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”.

É verdadeira, sendo cópia literal da súmula 353 do STJ: “As

disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”.

21. (CESPE/DPF/2002) “Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais são tributos da espécie taxa”.

É verdadeira, porque os emolumentos judiciais (também denominados

de custas judiciais) são tributos da espécie taxa, de acordo com a jurisprudência do STF.

22. (ESAF/PFN/1998) “Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte”.

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É verdadeira, já que os impostos são tributos “não vinculados”, porque são tributos devidos independentemente de uma prestação estatal em favor do contribuinte.

23. (ESAF/AFTM/Natal/2008) A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recursos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento.

É incorreta, pois a cobrança de impostos decorre de uma atividade

administrativa plenamente vinculada.

24. (CESPE/DPF/1997) “No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição”.

É correto, pois o empréstimo compulsório é um tributo de

arrecadação vinculada, sendo que o produto da sua arrecadação é vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição (CF, art. 148).

25. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

É verdadeira. É a cópia literal do conceito de tributo disposto no art. 3º,

do CTN.

26. (ESAF/Procurador/IRB/2006) “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”.

A questão é capciosa, uma vez que a ESAF utiliza o termo

preferencialmente e não obrigatoriamente. O art. 148, parágrafo único, da CF/88, dispõe que a aplicação dos recursos provenientes do empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Neste caso, a CF/88 não estabelece preferência ou facultatividade, mas sim obrigatoriedade.

27. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório.

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e) preço público.

A letra “c” é a correta, conforme já examinamos no art. 16, do CTN: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

Neste contexto, concluímos o conceito de tributo e passamos a estudar a competência tributária. 2. Competência Tributária

A competência tributária é o poder conferido à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios de instituir tributos por meio do processo legislativo discriminado nas normas constitucionais.

Sendo assim, decorre do princípio federativo que somente as pessoas

que detêm poder de legislar possuem competência tributária ou, em outros termos, “poder de tributar”.

Portanto, as pessoas dotadas de poder de legislar a respeito da criação

ou instituição dos tributos são os entes federativos ou as pessoas políticas, isto é, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios.

Neste sentido, devemos entender que a CF/88 não institui os tributos,

mas sim outorga a competência tributária para os entes federativos criarem os tributos e descreve de que forma esta competência pode ser exigida.

Por outro lado, ressaltamos que a competência legislativa é o gênero

do qual se origina a competência tributária, que é uma espécie de competência legislativa para a criação de tributos.

Decerto, tanto a competência legislativa como a competência tributária

estão previstas no texto constitucional. A competência legislativa classifica-se como exclusiva, privativa,

concorrente, suplementar, local e residual. A competência legislativa exclusiva ocorre quando atribuída a apenas

um ente da federação, com a exclusão de todos os demais (art. 21). Como exemplo, é competência legislativa exclusiva do Congresso Nacional de resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, conforme o art. 49, I, da CF/88.

Lembre que o Poder Legislativo federal é exercido pelo Congresso

Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

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A competência legislativa privativa acontece quando enumerada como própria de uma entidade (União, no caso brasileiro), com possibilidade, ao contrário da competência exclusiva, de delegação ou suplementariedade, conforme previsto no art. 22 da CF/88.

Deste modo, a União é competente privativamente para legislar sobre

desapropriação (art. 22, II), podendo a lei complementar autorizar os Estados e o Distrito federal a legislar sobre questões específicas relacionadas a este tema.

A competência legislativa concorrente é aquela que pode ser exercida

por mais de uma pessoa política. A Constituição Federal estabelece, por exemplo, que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário (art. 24, I).

Neste caso, é fundamental deixar claro que no âmbito da legislação

concorrente no sistema jurídico brasileiro, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

Assim, a competência da União para legislar sobre normas gerais de

direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados e do Distrito Federal, eis que inexistindo lei federal (União) sobre normas gerais de direito tributário, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. E a superveniência de lei federal sobre normas gerais de direito tributário suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário, de acordo com o que está estabelecido nos §§1° a 4°, do art. 24, da CF/88.

Com efeito, a competência legislativa suplementar significa exatamente

a competência de poder de fixar normas que desdobrem o conteúdo de normas gerais da União (art. 24, §2°, da CF/88) ou que preencham a ausência ou omissão destas normas gerais (art. 24, §3°, da CF/88).

Do mesmo modo, não se esqueça que a CF/88 também estabelece a

competência dos Municípios para suplementar a legislação federal e a estadual no que couber e para instituir e arrecadar os tributos de sua competência, segundo os incisos II e III do art. 30.

Já a competência legislativa local é dos Municípios e do Distrito

Federal, uma vez que a CF/88 disciplina que compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local. E o Distrito Federal possui competência legislativa municipal e estadual. Como exemplo, é competência local do Município fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial (Súmula 645 do STF).

Por fim, a competência legislativa residual é pertencente aos Estados e

ao Distrito Federal, pois a CF/88 determina que são reservadas aos Estados as

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competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição (art. 25, §1°). Ou seja, todas as competências que não são da União ou dos Municípios podem ser exercidas pelos Estados-membros.

Sobre a competência legislativa, é necessário realçarmos algumas

decisões relevantes do STF a respeito de temas ligados ao direito tributário: (i) “IPVA — Disciplina. Mostra-se constitucional a disciplina do IPVA

mediante norma local. Deixando a União de editar normas gerais, exerce a unidade da federação a competência legislativa plena — § 3º do artigo 24, do corpo permanente da Carta de 1988 —, sendo que, com a entrada em vigor do sistema tributário nacional, abriu-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a via da edição de leis necessárias à respectiva aplicação — § 3º do artigo 34 do ADCT da Carta de 1988.” (AI 167.777-AgR);

(ii) “IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão do tipo do

veículo. Os Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no artigo 24, § 3º, da Constituição do Brasil. Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva.” (RE 414.259-AgR);

(iii) “À falta de Lei Complementar da União que regulamente o

adequado tratamento tributário do ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas, (CF, art. 146, III, c), o regramento da matéria pelo legislador constituinte estadual não excede os lindes da competência tributária concorrente que lhe é atribuída pela Lei Maior (CF, art. 24, § 3º).” (ADI 429-MC);

(iv) “Custas dos serviços forenses: matéria de competência

concorrente da União e dos Estados (CF 24, IV), donde restringir-se o âmbito da legislação federal ao estabelecimento de normas gerais, cuja omissão não inibe os Estados, enquanto perdure, de exercer competência plena a respeito (CF, art. 24, §§ 3º e 4).” (ADI 1.926-MC).

(v) “Lei estadual que determina que os municípios deverão aplicar,

diretamente, nas áreas indígenas localizadas em seus respectivos territórios, parcela (50%) do ICMS a eles distribuída — Transgressão à cláusula constitucional da não-afetação da receita oriunda de impostos (CF, art. 167, IV) e ao postulado da autonomia municipal (CF, art. 30, III) — Vedação constitucional que impede, ressalvadas as exceções previstas na própria Constituição, a vinculação, a órgão, fundo ou despesa, do produto da arrecadação de impostos — Inviabilidade de o estado-membro impor, ao município, a destinação de recursos e rendas que a este pertencem por direito próprio — Ingerência estadual indevida em tema de exclusivo interesse do município” (ADI 2.355);

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(vi) “A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o aumento de tributos municipais” (Súmula 69 do STF ainda vigente).

Noutra perspectiva, a competência tributária classifica-se como

exclusiva, residual, extraordinária, comum e cumulativa. A competência tributária exclusiva ou privativa2 se refere a

competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os tributos que a Constituição prevê especificamente apenas para cada ente federativo, a saber:

Competência exclusiva ou privativa da União

(i) Impostos: a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou

nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos

industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto

sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII. (ii) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e

de relevância nacional (art. 148, II); (iii) Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais

(art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art.

177, § 4º.

Competência exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal (i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e

doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) –

art. 155, III.

Competência exclusiva ou privativa dos Municípios e do Distrito Federal (i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato

oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no

2Segundo denominação equivocada da CF/88, uma vez que a competência tributária não é passível de delegação para terceiros.

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ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III; (ii) Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP

ou CIP) - art. 149-A. A competência tributária residual se refere à competência da União

para instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos na sua competência, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I).

Por sua vez, é importante você saber que doutrina minoritária entende

que os Estados-membros também possuem competência tributária residual, com fundamento na sua competência legislativa residual prevista no art. 25, §1°, da CF/883, afirmando que é competência tributária residual dos Estados-membros instituírem taxas e contribuições de melhoria. Ou seja, as taxas e contribuições de melhoria que não sejam de competência político-administrativa da União ou dos Municípios podem ser criadas pelos Estados-membros.

A competência tributária extraordinária é a competência da União para

instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (art. 154, II).

A competência tributária comum ou concorrente é a competência de

todos os entes políticos para instituição de taxas, contribuições de melhoria e contribuição previdenciária dos seus servidores, dentro da esfera de competência político-administrativa de cada um.

Competência comum ou concorrente da União, Estados-membros, DF e

Municípios (i) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço.

(ii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88) (iii) Contribuição previdenciária (art. 149, §1º).

Por fim, a competência tributária cumulativa é a competência da União

para instituir, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88).

Por sua vez, destacamos que a pessoa política que detém a

competência tributária para instituir o tributo também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais.

3 “São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”.

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Por conseguinte, a doutrina atribui algumas características à competência tributária4, a saber:

(i) Indelegabilidade, entendida como a impossibilidade do ente federativo delegar a terceiros a sua competência para instituir o tributo.

Destacamos que não desobedece à característica da indelegabilidade

o ato legal de determinado ente federativo que confere a outra pessoa jurídica de direito público às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.

Tais atribuições, segundo o art. 7°, do CTN, compreendem as garantias

e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir, sendo que estas atribuições podem ser revogadas, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

Neste sentido, também não constitui delegação de competência

tributária o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos (§3°, do art. 7°, do CTN). Aqui é o que acontece diuturnamente com as instituições financeiras que arrecadam o tributo.

Arrecadar significa receber, descontar ou reter o pagamento do tributo,

isto é, as instituições financeiras não podem fiscalizar ou cobrar o pagamento do tributo, o que é competência apenas de entidades de direito público, dotadas de poder de império, tais como a Receita Federal do Brasil (fiscalizar) e a Procuradoria da Fazenda Nacional (cobrar o tributo por meio da execução fiscal).

Por este fundamento, já decidiu o STJ (Resp 28.675/PR), por exemplo,

que a arrecadação de tributos não transforma gerente de banco comercial em autoridade pública.

Por outro lado, cabe aqui distinguir competência tributária e capacidade

tributária ativa, que significa a possibilidade de determinada pessoa figurar como sujeito ativo ou no pólo ativo (credor) da relação jurídico-tributária, sendo a pessoa competente para exigir o cumprimento da obrigação tributária.

Assim, o próprio art. 7° dispõe sobre esta possibilidade de delegação

da capacidade tributária ativa, quando dispõe que as atribuições de fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em 4 Pergunta da prova discursiva para Procurador do Estado de Alagoas (aplicação em 25/01/2009): “Discorra acerca da competência tributária, abordando, necessariamente, a sua definição, bem como a identificação e a definição das suas características, estabelecidas na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, detalhando cada uma delas”.

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matéria tributária pode ser conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.

Por outro lado, de forma mais técnica, existem autores que afirmam

que a atribuição da capacidade tributária para outra pessoa política dá-se por outorga, que seria o nome mais adequado para dizer que deve ser sempre por lei. Mas os concursos públicos, na grande maioria das vezes, falam em delegação da capacidade tributária ativa por lei e não em outorga.

O exemplo clássico e não mais válido de delegação da capacidade

tributária ativa é o das contribuições previdenciárias que eram cobradas pelo INSS (autarquia federal). A competência tributária é da União, mas a capacidade tributária ativa era do INSS.

Outro exemplo é o da possibilidade do ITR de competência tributária da

União ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem (art. 153, §4°, III, da CF/88).

Do mesmo modo, estabelece-se que a lei federal pode cometer aos

Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios o encargo de arrecadar os impostos de competência da União cujo produto lhes seja distribuído no todo ou em parte (art. 84 do CTN).

No caso, por exemplo, a retenção de imposto de renda (IR) na fonte do

servidor público municipal não desloca a capacidade tributária ativa para os Municípios, continuando como sujeito ativo a União, sendo que o IR só pode ser cobrado única e exclusivamente por este último ente político.

(ii) Incaducabilidade ou imprescritibilidade ou, ainda, não sujeita a

decadência, a significar que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído, de acordo com o art. 8º do CTN, ou seja, a pessoa política pode exercer competência tributária estabelecida no texto constitucional a qualquer tempo.

(iii) Inalterabilidade, no sentido que o próprio ente federativo

competente para instituir determinados tributos pelo texto constitucional não pode ampliar por meio de norma ordinária (infraconstitucional) a sua competência tributária.

Por exemplo, o Distrito Federal não pode ampliar a sua competência

tributária por meio de lei distrital. A Constituição Federal estabelece as competências tributárias de

forma rígida. Entretanto, destacamos que esta característica não impede a alteração da competência tributária por meio de reforma constitucional, desde que tal modificação pelo poder constituinte derivada não seja tendente a abolir

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a autonomia financeira do ente federado, o que acarretaria violação a forma federativa de Estado (art. 60, §4°, I, da CF/88).

De tal modo, não violou a forma federativa de Estado brasileira a

Emenda Constitucional n. 3/1993, que extinguiu a competência dos Estados e do Distrito Federal para instituir o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR) e a competência dos Municípios e do Distrito Federal para criar o Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC), uma vez que a perda da arrecadação decorrente da extinção desses impostos não foi tendente a abolir a autonomia financeira dos respectivos entes federativos.

(iv) Irrenunciabilidade, conforme a qual não pode o ente federativo

renunciar a competência tributária, em virtude do postulado da indisponibilidade do interesse público;

(v) Facultatividade, uma vez que a competência tributária é uma

faculdade que pode ou não ser utilizada pela pessoa política, criando ou não o tributo, ou ainda, criando-o somente em parte. Todavia, diga-se que, depois de instituído o tributo, não há mais facultatividade para a administração, uma vez que a atividade de cobrança é vinculada, conforme bem previsto no art. 142 do CTN.

Salientamos, ainda, que a Lei Complementar 101/2000 (Lei de

Responsabilidade Fiscal - LRF) estabelece que constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação (art.11).

Por sua vez, o Professor Paulo de Barros Carvalho também faz crítica

severa a esta característica facultatividade da competência tributária, referindo-se especificadamente ao ICMS, a saber:

“Por sua índole eminentemente nacional, não é dado a qualquer Estado-Membro ou Distrito Federal operar por omissão, deixando de legislar sobre esse gravame. Caso houvesse uma só unidade da federação que empreendesse tal procedimento e o sistema do ICMS perderia consistência, abrindo-se ao acaso das manipulações episódicas, tentadas com tanta freqüência naquele clima que conhecemos por ‘guerra fiscal’. Seria efetivamente um desastre para a sistemática impositiva da exação que mais recursos carreia para o erário do País. O ICMS deixaria, paulatinamente, de existir”.

Todavia, ressaltamos que a facultatividade continua sendo considerada

como característica da competência tributária pela grande maioria dos doutrinadores.

Vamos para as questões:

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28. (FCC/Procurador Estadual/São Paulo/2009) Competência tributária. I. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais a contribuintes hipossuficientes. II. A competência legislativa dos Estados, em matéria tributária, é residual, podendo instituir outros impostos, além dos já previstos na Constituição Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados. III. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão sua competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. IV. Existindo norma geral da União, é facultado aos Estados legislar supletivamente em matéria tributária. V. A competência legislativa dos Estados para instituir o IPVA depende da prévia edição de lei complementar, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. Está correto o que se afirma em (A) II e V, apenas. (B) III e IV, apenas. (C) I, II e IV, apenas. (D) I, III e V, apenas. (E) I, II, III, IV e V.

O item I é falso, em razão de ser admitida a concessão de incentivos

fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País (CF, art. 151, I).

O item II é falso, pois a competência legislativa dos Estados, em

matéria tributária não é residual. A União e não os Estados podem instituir outros impostos, além dos já previstos na Constituição Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.

O item III é verdadeiro, pois, segundo o §3°, do art. 24, da CF/88,

inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão sua competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

O item IV é verdadeiro também, pois, conforme o §2°, do art. 24, da

CF/88, existindo norma geral da União, é facultado aos Estados legislar supletivamente em matéria tributária.

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O item V é falso, eis que a competência legislativa dos Estados para instituir o IPVA não depende da prévia edição de lei complementar, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal.

Portanto, a resposta é a letra “b”.

29. (FGV/ICMS/RJ/2009) Em relação à competência tributária, assinale a afirmativa incorreta. (A) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para editarem leis instituidoras de tributos. (B) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. (C) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. (D) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal. (E) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se como pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes políticos dotados de autonomia financeira.

A letra “a” é correta, pois a competência tributária corresponde à

aptidão de que são dotados os entes políticos para editarem leis instituidoras de tributos.

A letra “b” é correta, de acordo com o art. 7° do CTN. A letra “c” é correta, de acordo com o art. 11 da LC n.101/2000. A letra “d” é incorreta, eis que a competência tributária é imprescritível

ou incaducável, pois o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído, de acordo com o art. 8º do CTN.

A letra “e” é correta, de acordo com o sistema federativo brasileiro e a

doutrina dominante. 30. (FCC/ICMS/SP/2009) A respeito da competência tributária, considere: I. A competência tributária é o poder, conferido a determinado ente político, por lei complementar específica, para aumentar tributos. II. A competência tributária é indelegável. Porém, as funções de arrecadar ou fiscalizar os tributos ou de executar leis, serviços, atos

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ou decisões administrativas em matéria tributária podem ser delegadas por uma pessoa jurídica de Direito Público a outra. III. A competência tributária, que compreende a competência legislativa e a capacidade tributária, é delegável. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) I e III.

O item I é incorreto, eis que a competência tributária é o poder,

conferido a determinado ente político, por norma constitucional, para instituir por meio de lei ordinária tributos.

O item II é correto, de acordo com o art. 7° do CTN. O item III é incorreto, pois a competência tributária é indelegável e não

compreende a competência legislativa e a capacidade tributária, que são coisas distintas.

Portanto, a resposta é “b”.

31. (FCC/ICMS/SP/2009) Em relação à competência tributária, cabe (A) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros; II) propriedade territorial rural; III) doação de quaisquer bens e direitos. (B) aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I) transmissão causa mortis; II) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; III) propriedade de veículos de qualquer natureza. (C) aos Municípios instituir impostos sobre: I) propriedade territorial urbana e rural; II) serviços de qualquer natureza não compreendidos na competência tributária dos Estados, definidos em lei complementar; III) doação de quaisquer bens e direitos. (D) aos Estados instituir impostos sobre: I) propriedade predial territorial e urbana; II) transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso ou gratuito de quaisquer bens e direitos; III) serviços de qualquer natureza. (E) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros; II) propriedade territorial rural; III) os impostos estaduais em território Federal e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais.

A letra “a” é incorreta, pois a União não tem competência para instituir

impostos sobre doação de quaisquer bens e direitos.

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A letra “b” é incorreta, pois não cabe aos Estados e ao Distrito Federal

instituir impostos sobre propriedade de veículos de qualquer natureza, mas sim de veículos automotores (CF, art. 155, III).

A letra “c” é incorreta, eis que não cabe aos Municípios instituir

impostos sobre doação de quaisquer bens e direitos, que é de competência dos Estados (CF, art. 155, I).

A letra “d” é incorreta, eis que não cabe aos Estados instituir impostos

sobre: propriedade predial territorial e urbana; transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso ou gratuito de quaisquer bens e direitos e serviços de qualquer natureza, conforme art. 155 e 156 da CF/88.

A letra “e” é correta, eis que à União tem competência para instituir

impostos sobre: importação de produtos estrangeiros (CF, art. 153, I); propriedade territorial rural (CF, art. 153, VI); os impostos estaduais em território Federal e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (CF, art. 147).

32. (AFRF/2005/ESAF) Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo-lhe a hipótese de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a alíquota. Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. ( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia. ( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais. a) F, V, F. b) F, F, V. c) F, V, V. d) V, F, V. e) V, V, V.

A resposta é letra “d” (V, F, V).

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O primeiro item é verdadeiro, porque a competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme dispõe expressamente o art. 7°, caput, do CTN.

O segundo item é falso, porque o não-exercício da competência

tributária por determinada pessoa política não autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia. O CTN dispõe expressamente no art. 8°, caput, que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

O terceiro item é verdadeiro, pois a pessoa política que detém a

competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais. Por exemplo, o Município de Salvador é competente para estabelecer isenções referentes ao ISS de sua competência, observadas as normas constitucionais (tal como o princípio da igualdade) e as normas estabelecidas nos arts. 175 a 179 do CTN (normas atinentes as isenções tributárias).

33. (PFN/2004/ESAF) Considerados os temas competência tributária e capacidade tributária ativa, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( )A competência tributária é delegável. ( )A capacidade tributária ativa é indelegável. ( )A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições sociais para o financiamento da Seguridade Social. ( )Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público a competência tributária. a) V, F, V, V. b) F, V, F, V. c) F, F, V, F. d) V, V, V, F. e) F, V, F, F.

A resposta é letra “c” (F, F, V, F). O primeiro e quarto itens são falsos, porque há competência tributária é

indelegável, conforme o art. 7°, caput, do CTN. O segundo item é falso, porque a capacidade tributária ativa é

delegável. Por outro lado, de forma mais técnica, existem autores que afirmam corretamente que a atribuição da capacidade tributária dá-se por outorga, por lei. Decerto, a capacidade tributária ativa significa a possibilidade de determinada pessoa figurar como sujeito ativo (credor) da relação tributária,

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sendo a pessoa competente para exigir o cumprimento da obrigação tributária. Assim, o próprio art. 7° dispõe sobre esta possibilidade, quando dispõe que as atribuições de fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária pode ser conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.

O terceiro item é verdadeiro, segundo o art. 149, da CF/88.

34. (ESAF/Procurador do DF/2007.1) Assinale a opção correta. O Distrito Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir: a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos, contribuição de melhoria e contribuições sociais de quaisquer espécies. b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios. c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas. d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do exercício do poder de polícia. e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; contribuição de melhoria; contribuições sociais e contribuição de intervenção no domínio econômico.

A resposta é letra “d”. O Distrito Federal, entidade integrante da República Federativa do

Brasil, pode instituir: contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores (art. 149, §1°, da CF/88); imposto sobre serviços de qualquer natureza (art. 156, III, da CF/88); taxas, em razão do exercício do poder de polícia (art. 145, II, da CF/88).

35. (ATN/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes, observadas as disposições pertinentes ao tema "competência tributária", constantes do Código Tributário Nacional, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. II - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. III - A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

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IV - A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações II e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas.

A resposta é letra “b”. Apenas as formulações II, III e IV são corretas. O primeiro item é incorreto, porque é permitido à União, aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos (art. 7°, §3°, do CTN).

O segundo item é correto, porque Os tributos cuja receita seja

distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos (parágrafo único, do art. 6°, do CTN).

O terceiro item é correto, eis que a atribuição das funções de arrecadar

ou fiscalizar tributos, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido, segundo o art. 7°, §2°, do CTN.

O quarto item é correto, uma vez que a atribuição das funções de

executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir, de acordo com o art. 7°, §1°, do CTN.

36. (ATN/Fortaleza/2003/ESAF) A respeito do tema competência para instituir impostos, é correto afirmar: a) aos Estados e ao Distrito Federal compete instituir, entre outros impostos que a Constituição Federal lhes atribui, o imposto sobre propriedade de veículos automotores e o imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis situados em seus territórios. b) o imposto sobre serviços de transportes intermunicipais é de competência do Município em que se iniciarem as prestações dos serviços. c) os impostos sobre propriedade predial e territorial urbana e sobre vendas a varejo de

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combustíveis líquidos e gasosos são de competência dos Municípios. d) compete ao Distrito Federal instituir os impostos que cabem aos Municípios, sem prejuízo da competência que a Constituição Federal lhe assegura para instituir outros impostos expressamente indicados. e) por força de emenda constitucional promulgada recentemente, a competência para instituir o imposto sobre propriedade territorial rural foi transferida da União para os Estados e o Distrito Federal.

A resposta é letra “d”, uma vez compete ao Distrito Federal instituir os impostos que cabem aos Municípios (art. 147 da CF/88), sem prejuízo da competência que a Constituição Federal lhe assegura para instituir outros impostos expressamente indicados.

A letra “a” é incorreta, uma vez que aos Municípios e ao Distrito

Federal compete instituir, entre outros impostos que a Constituição Federal lhes atribui, o imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis situados em seus territórios (ITBI).

A letra “b” é incorreta, uma vez que o imposto sobre serviços de

transportes intermunicipais é de competência dos Estados-membros e do Distrito Federal.

A letra “c” é incorreta, pois o imposto sobre propriedade predial e

territorial urbana (IPTU) é de competência dos Municípios e do DF, mas o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos foi extinto pela Emenda Constitucional n. 3/93.

A letra “e” é incorreta, eis que a competência para instituir o imposto

sobre propriedade territorial rural (ITR) continua a ser da União.

37. (ATE/MS/2001/ESAF) Em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta a afirmação de que: a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas gerais de Direito Tributário. b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito Tributário, é vedado aos Estados exercer essa competência legislativa. c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica mantida ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no que lhe for contrário. d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito Tributário os Estados só podem legislar sobre normas gerais. e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios, em virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito Tributário.

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A resposta é letra “a”, porque, em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta a afirmação de que os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas gerais de Direito Tributário, de acordo com o §2°, do art. 24, da CF/88.

A letra “b” é incorreta, uma vez que na ausência de lei federal sobre

normas gerais de Direito Tributário, não é proibido aos Estados exercer a competência legislativa plena, para atender as suas particularidades, segundo §3°, do art. 24, da CF/88.

A letra “c” é incorreta, uma vez que o Estado legisla para tender as

suas particularidades (§3°, do art. 24, da CF/88) e a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário, conforme art. 24, I e §4°, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, pois o imposto sobre propriedade predial e

territorial urbana (IPTU) é de competência dos Municípios e do DF, mas o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos foi extinto pela Emenda Constitucional n. 3/93.

A letra “e” é incorreta, eis que a doutrina e a jurisprudência dominante

entendem que os Municípios possuem competência para legislar sobre Direito Tributário, conforme os arts. 30, III c/c 156, I a III, da CF/88. Estabelece o art. 30, III, da CF/88: “Compete aos Municípios: instituir e arrecadar os tributos de sua competência”.

38. (AFTN/94/ESAF) A Constituição da República prevê que, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º). Tendo em vista isto e, quando for o caso, o disposto no Código Tributário Nacional, é razoável dizer que a) o não-exercício, pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário, a defere aos Estados, para atender a suas peculiaridades. b) o não-exercício da competência para instituir tributos a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que tal competência cabia originalmente. c) a competência da União para legislar sobre normas de direito tributário exclui a competência suplementar dos Estados. d) em matéria de direito tributário a competência da União, além de legislar sobre seus próprios tributos e sobre normas gerais, poderá fazê-lo em relação à competência não exercida pelos Estados e Municípios e) faltando norma geral sobre o encargo ou a função de arrecadar tributo municipal, o Estado poderá supletivamente cometer um e outro a pessoas de direito privado.

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A resposta é letra “a”. A Constituição da República prevê que, inexistindo lei federal sobre

normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º). Tendo em vista isto e, quando for o caso, o disposto no Código Tributário Nacional, é razoável dizer que o não-exercício, pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário, a defere aos Estados, para atender a suas peculiaridades

A letra “b” é incorreta, uma vez que o não-exercício da competência

tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído (art. 8°, do CTN).

A letra “c” é incorreta, uma vez que a competência da União para

legislar sobre normas de direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados, segundo o §2°, do art. 24, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, pois, em matéria de direito tributário, a

competência da União é para legislar sobre seus próprios tributos e sobre normas gerais (art. 24, I, da CF/88). Não pode, por exemplo, a União instituir o IPTU de competência dos Municípios. Lembre novamente do art. 8° do CTN, dispondo que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

A letra “e” é incorreta, eis que o Estado-membro não pode legislar

sobre matéria de competência dos Municípios. 39. (AFTN/96/ESAF) União, Estados, Municípios e Distrito Federal a) podem delegar capacidade para instituir, arrecadar e fiscalizar um tributo. b) podem delegar capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo. c) podem delegar capacidade para instituir e arrecadar um tributo. d) podem delegar capacidade para instituir e fiscalizar um tributo. e) não podem delegar capacidade tributária ativa.

A resposta é letra “b”. A União, Estados, Municípios e Distrito Federal podem delegar

capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo, de acordo com o art. 7°, do CTN.

40. (AFTE/PI/2001/ESAF/Adaptada) Assinale a opção correta. a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua soberania, e a capacidade tributária ativa consiste

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na aptidão atribuída a uma pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária. b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, obedecidos os requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a aptidão para instituí-los, sempre por meio de lei. c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda que por meio de lei. d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, por meio de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável. e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente daquela que dispõe da competência tributária só pode ser revogada de comum acordo entre ao titular da competência tributária e a pessoa jurídica a quem foi delegada a capacidade tributária ativa.

A resposta é letra “a”, que dispõe sobre as definições adequadas de competência tributária e capacidade tributária ativa, a saber: “A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua soberania, e a capacidade tributária ativa consiste na aptidão atribuída a uma pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária”.

41. (AFPS/2002/ESAF) Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que: a) a Constituição atribui à União competência residual para instituir impostos, contribuições para a seguridade social e taxas. b) a instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação. c) para instituir impostos com fundamento na competência residual, é imprescindível, além da competência tributária, veiculação da matéria por lei complementar e observância dos princípios constitucionais da não-cumulatividade e da identidade plena com outros impostos discriminados na Constituição, no que se refere a fato gerador e base de cálculo. d) somente a União tem competência residual para instituir impostos. e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva.

A resposta certa é letra “d”, conforme o art. 154, I, da CF/88,

estabelecendo que a União poderá instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

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Destacamos também que União tem competência residual para instituir contribuições para garantir a manutenção ou expansão da seguridade social (§4°, do art. 195 da CF/88). Neste caso, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição social já discriminada na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88(por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.), conforme interpretação do STF.

A letra “a” é incorreta, uma vez que a Constituição não atribui à União

competência residual para instituir taxas. A letra “b” é incorreta, uma vez que os Estados e o Distrito Federal não

têm competência para a instituição de empréstimos compulsórios. A letra “c” é incorreta, pois na competência residual da União para

instituir impostos não deve existir identidade com outros impostos discriminados na Constituição, no que se refere a fato gerador e base de cálculo, mas sim o contrário.

A letra “e” é incorreta, eis que os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios não têm competência para instituir contribuição de intervenção no domínio econômico.

42. (CESPE/UNB/PGE-PI/2008) A CF, ao disciplinar as competências tributárias das unidades da Federação, criou a competência residual. A respeito da competência tributária residual, assinale a opção correta. (A) A competência tributária residual é aquela que possibilita aos estados instituírem tributos já criados na esfera federal. (B) Esse tipo de competência rege a criação de tributos pela União na iminência de guerra externa. (C) A competência tributária residual tem origem no fato de ser possível a todas as unidades da Federação criar taxas. (D) A criação de novos tributos não previstos na CF depende de aprovação de lei complementar Federal. (E) A competência tributária residual é exclusiva da União, que pode criar tributos cumulativos.

A resposta considerada como certa foi a letra “d”, exatamente porque o art. 154, I, da CF/88, estabelece que a União poderá instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

43. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2007) A indelegabilidade restringe-se à competência tributária, e não abrange as funções fiscais de

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fiscalização e arrecadação, podendo este último encargo ou função ser cometido a pessoa jurídica de direito privado, sem que isso constitua ato de delegação.

É verdadeira, uma vez que a indelegabilidade restringe-se à

competência tributária, e não abrange as funções fiscais de fiscalização e arrecadação, podendo este último encargo ou função ser cometido a pessoa jurídica de direito privado, sem que isso constitua ato de delegação, de acordo com a interpretação adequada do art. 7° do CTN.

44. (FCC/Auditor/TCE/AL/2008) O ITR – Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural é de competência da União. Contudo, os Municípios, nos termos da lei, poderão optar em arrecadar e fiscalizar este imposto, conforme autoriza a Constituição Federal. Neste caso o Município que assim optar será titular da (A) competência tributária ativa. (B) competência e da capacidade tributária ativa. (C) capacidade tributária ativa. (D) competência tributária delegada. (E) capacidade tributária delegante. 45. (FCC/Juiz de Direito/AL/2007) Nos termos do art. 153, § 4o, III, da Constituição Federal, o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural poderá ser fiscalizado e cobrado pelo Município. Se o Município, em caráter excepcional, resolver fazer uso dessa faculdade, passará a exercer (A) a competência tributária plena. (B) juntamente com a União a competência tributária. (C) a competência e a capacidade tributária ativa. (D) juntamente com a União a capacidade tributária ativa. (E) a capacidade tributária ativa, ficando reservada à União a competência tributária.

A primeira questão é letra “c” e a segunda é letra “e”. A competência tributária se distingue da capacidade tributária ativa. A competência tributária é o poder conferido a determinado ente

federativo de instituir tributos por meio do processo legislativo discriminado nas normas constitucionais.

Já a capacidade tributária ativa significa a possibilidade de determinada

pessoa figurar como sujeito ativo da relação jurídico-tributária. Ou seja, a capacidade tributária ativa é da pessoa competente para

exigir o cumprimento da obrigação tributária ou da pessoa jurídica de direito

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público titular da competência para exigir seu o cumprimento, de acordo com o art. 119 do CTN.

46. (ESAF/Procurador/DF/2007.2) O Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de ampla autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede administrativa da União. Em conseqüência dessa nova estrutura constitucional que lhe foi atribuída, assinale a opção correta. a) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os Estados a cobrá-los. b) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser limitado por Lei Complementar Nacional. c) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar da União estabelecendo normas gerais. d) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a cobrança de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei Complementar, normas gerais a respeito. e) A inércia da União em regulamentar a matéria tributária prevista no art. 24 da Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de, exercendo competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre atualização do valor do ICMS.

A letra “a” é incorreta, pois a Câmara Legislativa do Distrito Federal tem

competência para instituir impostos estaduais e municipais (CF, art. 147). A letra “b” é incorreta, pois o exercício da competência tributária do

Distrito Federal pode ser regulado por Lei Complementar Nacional, mas não limitado. O erro é a utilização do termo “limitado”.

A letra “c” é correta, porque o DF, por meio de sua Câmara Legislativa,

tem competência para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar da União estabelecendo normas gerais, conforme jurisprudência do STF citada em aula e o art. 24, §3°, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, eis que o DF tem competência concorrente

para instituir a cobrança de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei Complementar, normas gerais a respeito, conforme jurisprudência do STF citada em aula e o art. 24, §3°, da CF/88.

A letra “e” é incorreta, porque a inércia da União em regulamentar a

matéria tributária prevista no art. 24 da CF/88, redação atual, não impedirá o

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Distrito Federal de, exercendo competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre atualização do valor do ICMS.

47. (FCC/Defensoria Pública Estadual/Pará/2009) Sobre competência constitucional em matéria tributária, é correto afirmar, EXCETO (A) a competência tributária é indelegável, imprescritível, irrenunciável e inalterável. (B) a competência para instituição do ITR é da União, mas a capacidade poderá ser transferida aos Municípios que optarem pela arrecadação e fiscalização deste tributo, nos termos da lei. (C) a isenção equivale a incompetência tributária para instituir tributos sobre determinados fatos geradores, estando regulada na Constituição Federal. (D) a competência para instituição do ISS é municipal e do ICMS é estadual. (E) as competências para instituição de impostos são classificadas como legislativas exclusivas e não podem ter seu rol ampliado.

A letra “a” é correta, pois a doutrina estabelece como características da

competência tributária a indelegabilidade, a imprescritibilidade, a irrenunciabilidade e a inalterabilidade.

A letra “b” é correta, eis que a competência para instituição do ITR é da União, mas a capacidade tributária ativa poderá ser transferida aos Municípios que optarem pela arrecadação e fiscalização deste tributo, nos termos da lei, segundo o art. 153, §4°, III, da CF/88.

A letra “c” é incorreta, pois a imunidade e não a isenção equivale a incompetência tributária para instituir tributos sobre determinados fatos geradores, estando regulada na Constituição Federal.

A letra “d” é correta, porque a competência para instituição do ISS é municipal e do ICMS é estadual, de acordo com os arts. 155, II e 156, III da CF/88.

A letra “e” foi considerada correta. Este enunciado é polêmico, afirmando que as competências para instituição de impostos são classificadas como legislativas exclusivas e não podem ter seu rol ampliado. A interpretação é que o rol não pode ser ampliado ou reduzido por legislação ordinária.

Lembramos que a Constituição Federal estabelece as competências

tributárias de forma rígida. Entretanto, destacamos que esta característica não impede a alteração

da competência tributária por meio de reforma constitucional, desde que tal modificação pelo poder constituinte derivada não seja tendente a abolir a

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autonomia financeira do ente federado, o que acarretaria violação a forma federativa de Estado (art. 60, §4°, I, da CF/88).

De tal modo, não violou a forma federativa de Estado brasileira a

Emenda Constitucional n. 3/1993, que extinguiu a competência dos Estados e do Distrito Federal para instituir o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR) e a competência dos Municípios e do Distrito Federal para criar o Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC), uma vez que a perda da arrecadação decorrente da extinção desses impostos não foi tendente a abolir a autonomia financeira dos respectivos entes federativos.

48. (FCC/Procurador de Contas/Alagoas/2008) São tributos de competência da União, EXCETO a contribuição (A) de melhoria. (B) social para a seguridade social. (C) para o custeio do serviço de energia elétrica. (D) de intervenção no domínio econômico. (E) de interesse de categorias profissionais.

A resposta correta é a “c”. Não é competência da União a instituição da

contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Até a próxima e forte nos estudos.

SÍNTESE FUNDAMENTAL DA AULA (I) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (II) Não pode ser considerado tributo às prestações in labore ou às exigências in natura. (III) O tributo pode ser pago com títulos da dívida pública, cheque, vale postal e o valor do tributo pode ser expresso em indexadores (exs.: UFIR, UPF e UFM). (IV) Qualquer tipo de multa não é tributo. (V) É possível a tributação sobre atividades criminosas ou ilegais. (VI) Todo tributo deve ser instituído por meio de lei. Em geral, a lei apta a instituir um tributo é a lei ordinária. Todavia, existem tributos federais (União) que, se forem instituídos, devem ser por meio de lei complementar, que são: imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais.

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(VII) A cobrança do tributo ocorre por meio de atividade administrativa vinculada, ou seja, não existe discricionariedade do servidor público. (VIII) A competência tributária é o poder conferido à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios de instituir tributos por meio do processo legislativo discriminado nas normas constitucionais. (IX) O texto constitucional não institui os tributos, mas sim outorga a competência tributária para os entes federativos criarem os tributos e descreve de que forma esta competência pode ser exigida. (X) A competência legislativa é o gênero do qual se origina a competência tributária, que é uma espécie de competência legislativa para a criação de tributos (XI) A competência legislativa classifica-se como exclusiva, privativa, concorrente, suplementar, local e residual. (XII) A competência legislativa exclusiva ocorre quando atribuída a apenas um ente da federação, com a exclusão de todos os demais. (XIII) A competência legislativa privativa acontece quando enumerada como própria de uma entidade (União, no caso brasileiro), com possibilidade, ao contrário da competência exclusiva, de delegação ou suplementariedade. (XIV) A competência legislativa concorrente é aquela que pode ser exercida por mais de uma pessoa política. A Constituição Federal estabelece, por exemplo, que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário. Neste caso, é fundamental deixar claro que no âmbito da legislação concorrente no sistema jurídico brasileiro, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Assim, a competência da União para legislar sobre normas gerais de direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados e do Distrito Federal, eis que inexistindo lei federal (União) sobre normas gerais de direito tributário, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. E a superveniência de lei federal sobre normas gerais de direito tributário suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (XV) A competência legislativa suplementar significa exatamente a competência de poder de fixar normas que desdobrem o conteúdo de normas gerais da União ou que preencham a ausência ou omissão destas normas gerais. (XVI) A competência legislativa local é dos Municípios e do Distrito Federal, uma vez que a CF/88 disciplina que compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local. E o Distrito Federal possui competência legislativa

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municipal e estadual. (XVII) A competência legislativa residual é pertencente aos Estados e ao Distrito Federal, pois a CF/88 determina que são reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição. (XVIII) Noutra perspectiva, a competência tributária classifica-se como exclusiva, residual, extraordinária, comum e cumulativa. (XIX) A competência tributária exclusiva ou privativa5 se refere a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os tributos que a Constituição prevê especificamente apenas para cada ente federativo. (XX) Competência exclusiva ou privativa da União: (i) Impostos: a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; (ii) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II); (iii) Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º. (XXI) Competência exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal: (i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III. (XXII) Competência exclusiva ou privativa dos Municípios e do Distrito Federal: (i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no 5Segundo denominação equivocada da CF/88, uma vez que a competência tributária não é passível de delegação para terceiros.

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ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III; (ii) Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A. (XXIII) A competência tributária residual se refere à competência da União para instituir mediante lei complementar, impostos não previstos na sua competência, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I). (XXIV) A competência tributária extraordinária é a competência da União para instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (art. 154, II).

(XXV) A competência tributária comum ou concorrente é a competência de todos os entes políticos para instituição de taxas, contribuições de melhoria e contribuição previdenciária dos seus servidores, dentro da esfera de competência político-administrativa de cada um. (XXVI) Competência comum ou concorrente da União, Estados-membros, DF e Municípios: (i) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (ii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iii) Contribuição previdenciária (art. 149, §1º). (XXVII) A competência tributária cumulativa é a competência da União para instituir, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88). (XXVIII) A doutrina atribui algumas características à competência tributária: (i) indelegabilidade; (ii) incaducabilidade; (iii) inalterabilidade; (iv) irrenunciabilidade; (v) facultatividade. (XXIX) A indelegabilidade é entendida como a impossibilidade do ente federativo delegar a terceiros a sua competência para instituir o tributo. (XXX) A incaducabilidade ou imprescritibilidade ou, ainda, não sujeita a decadência, a significar que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. (XXXI) A inalterabilidade, no sentido que o próprio ente federativo competente para instituir determinados tributos pelo texto constitucional não pode ampliar por meio de norma ordinária (infraconstitucional) a sua competência tributária. (XXXII) A irrenunciabilidade, segundo a qual não pode o ente federativo renunciar a competência tributária, em virtude do postulado da indisponibilidade do interesse público

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(XXXIII) A facultatividade significa que a competência tributária é uma faculdade que pode ou não ser utilizada pela pessoa política, criando ou não o tributo, ou ainda, criando-o somente em parte. QUESTÕES TRATADAS EM AULA 1. (ESAF/GESTOR MG/2005) “A prestação do tributo não é obrigatória” 2. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) “Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário”. 3. (ESAF/TRF/2000) “A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária”. 4. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”. 5. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida”. 6. (ESAF/TTN/1998) “A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal”. 7. (ESAF/Procurador/BACEN/2001) “Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos”. 8. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra”. 9. (ESAF/GESTOR MG/2005) “O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito”.

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10. (CESPE/INSS/1997) “No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar”. 11. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Não é preciso lei para exigir um tributo”. 12. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto”. 13. (ESAF/AFPS/2002) “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação”. 14. (ESAF/TTN/1997) “O empréstimo compulsório é considerado tributo, pelo regime jurídico a que está submetido”. 15. (ESAF/AFRF/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI). 16. (ESAF/Analista/CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). 17. (ESAF/GESTOR/MG/2005) “Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei”. 18. (ESAF/TTN/1997) “Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária”.

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19. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. 20. “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. 21. (CESPE/DPF/2002) “Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais são tributos da espécie taxa”. 22. (ESAF/PFN/1998) “Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte”. 23. (ESAF/AFTM/Natal/2008) A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recursos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento. 24. (CESPE/DPF/1997) “No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição”. 25. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 26. (ESAF/IRB/2006) “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”. 27. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório. e) preço público. 28. (FCC/Procurador Estadual/SP/2009) Competência tributária. I. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais a contribuintes hipossuficientes.

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II. A competência legislativa dos Estados, em matéria tributária, é residual, podendo instituir outros impostos, além dos já previstos na Constituição Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados. III. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão sua competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. IV. Existindo norma geral da União, é facultado aos Estados legislar supletivamente em matéria tributária. V. A competência legislativa dos Estados para instituir o IPVA depende da prévia edição de lei complementar, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. Está correto o que se afirma em (A) II e V, apenas. (B) III e IV, apenas. (C) I, II e IV, apenas. (D) I, III e V, apenas. (E) I, II, III, IV e V. 29. (FGV/ICMS/RJ/2009) Em relação à competência tributária, assinale a afirmativa incorreta. (A) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para editarem leis instituidoras de tributos. (B) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. (C) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. (D) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal. (E) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se como pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes políticos dotados de autonomia financeira. 30. (FCC/ICMS/SP/2009) A respeito da competência tributária, considere: I. A competência tributária é o poder, conferido a determinado ente político, por lei complementar específica, para aumentar tributos. II. A competência tributária é indelegável. Porém, as funções de arrecadar ou fiscalizar os tributos ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária podem ser delegadas por uma pessoa jurídica de Direito Público a outra. III. A competência tributária, que compreende a competência legislativa e a capacidade tributária, é delegável. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II.

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(C) III. (D) I e II. (E) I e III. 31. (FCC/ICMS/SP/2009) Em relação à competência tributária, cabe (A) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros; II) propriedade territorial rural; III) doação de quaisquer bens e direitos. (B) aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I) transmissão causa mortis; II) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; III) propriedade de veículos de qualquer natureza. (C) aos Municípios instituir impostos sobre: I) propriedade territorial urbana e rural; II) serviços de qualquer natureza não compreendidos na competência tributária dos Estados, definidos em lei complementar; III) doação de quaisquer bens e direitos. (D) aos Estados instituir impostos sobre: I) propriedade predial territorial e urbana; II) transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso ou gratuito de quaisquer bens e direitos; III) serviços de qualquer natureza. (E) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros; II) propriedade territorial rural; III) os impostos estaduais em território Federal e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais. 32. (AFRF/2005/ESAF) Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo-lhe a hipótese de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a alíquota. Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. ( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia. ( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais. a) F, V, F. b) F, F, V. c) F, V, V. d) V, F, V. e) V, V, V.

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33. (PFN/2004/ESAF) Considerados os temas competência tributária e capacidade tributária ativa, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( )A competência tributária é delegável. ( )A capacidade tributária ativa é indelegável. ( )A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições sociais para o financiamento da Seguridade Social. ( )Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público a competência tributária. a) V, F, V, V. b) F, V, F, V. c) F, F, V, F. d) V, V, V, F. e) F, V, F, F. 34. (ESAF/Procurador do DF/2007.1) Assinale a opção correta. O Distrito Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir: a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos, contribuição de melhoria e contribuições sociais de quaisquer espécies. b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios. c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas. d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do exercício do poder de polícia. e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; contribuição de melhoria; contribuições sociais e contribuição de intervenção no domínio econômico. 35. (ATN/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes, observadas as disposições pertinentes ao tema "competência tributária", constantes do Código Tributário Nacional, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. II - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. III - A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. IV - A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de

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direito público a outra, compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações II e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas. 36. (ATN/Fortaleza/2003/ESAF) A respeito do tema competência para instituir impostos, é correto afirmar: a) aos Estados e ao Distrito Federal compete instituir, entre outros impostos que a Constituição Federal lhes atribui, o imposto sobre propriedade de veículos automotores e o imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis situados em seus territórios. b) o imposto sobre serviços de transportes intermunicipais é de competência do Município em que se iniciarem as prestações dos serviços. c) os impostos sobre propriedade predial e territorial urbana e sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos são de competência dos Municípios. d) compete ao Distrito Federal instituir os impostos que cabem aos Municípios, sem prejuízo da competência que a Constituição Federal lhe assegura para instituir outros impostos expressamente indicados. e) por força de emenda constitucional promulgada recentemente, a competência para instituir o imposto sobre propriedade territorial rural foi transferida da União para os Estados e o Distrito Federal. 37. (ATE/MS/2001/ESAF) Em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta a afirmação de que: a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas gerais de Direito Tributário. b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito Tributário, é vedado aos Estados exercer essa competência legislativa. c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica mantida ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no que lhe for contrário. d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito Tributário os Estados só podem legislar sobre normas gerais. e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios, em virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito Tributário. 38. (AFTN/94/ESAF) A Constituição da República prevê que, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º). Tendo em vista isto e, quando for o caso, o disposto no Código Tributário Nacional, é razoável dizer que

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a) o não-exercício, pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário, a defere aos Estados, para atender a suas peculiaridades. b) o não-exercício da competência para instituir tributos a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que tal competência cabia originalmente. c) a competência da União para legislar sobre normas de direito tributário exclui a competência suplementar dos Estados. d) em matéria de direito tributário a competência da União, além de legislar sobre seus próprios tributos e sobre normas gerais, poderá fazê-lo em relação à competência não exercida pelos Estados e Municípios e) faltando norma geral sobre o encargo ou a função de arrecadar tributo municipal, o Estado poderá supletivamente cometer um e outro a pessoas de direito privado. 39. (AFTN/96/ESAF) União, Estados, Municípios e Distrito Federal a) podem delegar capacidade para instituir, arrecadar e fiscalizar um tributo. b) podem delegar capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo. c) podem delegar capacidade para instituir e arrecadar um tributo. d) podem delegar capacidade para instituir e fiscalizar um tributo. e) não podem delegar capacidade tributária ativa. 40. (AFTE/PI/2001/ESAF/Adaptada) Assinale a opção correta. a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua soberania, e a capacidade tributária ativa consiste na aptidão atribuída a uma pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária. b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, obedecidos os requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a aptidão para instituí-los, sempre por meio de lei. c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda que por meio de lei. d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, por meio de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável. e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente daquela que dispõe da competência tributária só pode ser revogada de comum acordo entre ao titular da competência tributária e a pessoa jurídica a quem foi delegada a capacidade tributária ativa. 41. (AFPS/2002/ESAF) Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que: a) a Constituição atribui à União competência residual para instituir impostos, contribuições para a seguridade social e taxas. b) a instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação.

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c) para instituir impostos com fundamento na competência residual, é imprescindível, além da competência tributária, veiculação da matéria por lei complementar e observância dos princípios constitucionais da não-cumulatividade e da identidade plena com outros impostos discriminados na Constituição, no que se refere a fato gerador e base de cálculo. d) somente a União tem competência residual para instituir impostos. e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva. 42. (CESPE/UNB/PGE-PI/2008) A CF, ao disciplinar as competências tributárias das unidades da Federação, criou a competência residual. A respeito da competência tributária residual, assinale a opção correta. (A) A competência tributária residual é aquela que possibilita aos estados instituírem tributos já criados na esfera federal. (B) Esse tipo de competência rege a criação de tributos pela União na iminência de guerra externa. (C) A competência tributária residual tem origem no fato de ser possível a todas as unidades da Federação criar taxas. (D) A criação de novos tributos não previstos na CF depende de aprovação de lei complementar Federal. (E) A competência tributária residual é exclusiva da União, que pode criar tributos cumulativos. 43. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2007) A indelegabilidade restringe-se à competência tributária, e não abrange as funções fiscais de fiscalização e arrecadação, podendo este último encargo ou função ser cometido a pessoa jurídica de direito privado, sem que isso constitua ato de delegação. 44. (FCC/Auditor/TCE/AL/2008) O ITR – Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural é de competência da União. Contudo, os Municípios, nos termos da lei, poderão optar em arrecadar e fiscalizar este imposto, conforme autoriza a Constituição Federal. Neste caso o Município que assim optar será titular da (A) competência tributária ativa. (B) competência e da capacidade tributária ativa. (C) capacidade tributária ativa. (D) competência tributária delegada. (E) capacidade tributária delegante. 45. (FCC/Juiz de Direito/AL/2007) Nos termos do art. 153, § 4o, III, da Constituição Federal, o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural poderá ser fiscalizado e cobrado pelo Município. Se o Município, em caráter excepcional, resolver fazer uso dessa faculdade, passará a exercer (A) a competência tributária plena. (B) juntamente com a União a competência tributária. (C) a competência e a capacidade tributária ativa.

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(D) juntamente com a União a capacidade tributária ativa. (E) a capacidade tributária ativa, ficando reservada à União a competência tributária. 46. (ESAF/Procurador/DF/2007.2) O Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de ampla autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede administrativa da União. Em conseqüência dessa nova estrutura constitucional que lhe foi atribuída, assinale a opção correta. a) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os Estados a cobrá-los. b) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser limitado por Lei Complementar Nacional. c) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar da União estabelecendo normas gerais. d) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a cobrança de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei Complementar, normas gerais a respeito. e) A inércia da União em regulamentar a matéria tributária prevista no art. 24 da Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de, exercendo competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre atualização do valor do ICMS. 47. (FCC/Defensoria Pública Estadual/Pará/2009) Sobre competência constitucional em matéria tributária, é correto afirmar, EXCETO (A) a competência tributária é indelegável, imprescritível, irrenunciável e inalterável. (B) a competência para instituição do ITR é da União, mas a capacidade poderá ser transferida aos Municípios que optarem pela arrecadação e fiscalização deste tributo, nos termos da lei. (C) a isenção equivale a incompetência tributária para instituir tributos sobre determinados fatos geradores, estando regulada na Constituição Federal. (D) a competência para instituição do ISS é municipal e do ICMS é estadual. (E) as competências para instituição de impostos são classificadas como legislativas exclusivas e não podem ter seu rol ampliado. 48. (FCC/Procurador de Contas/Alagoas/2008) São tributos de competência da União, EXCETO a contribuição (A) de melhoria. (B) social para a seguridade social. (C) para o custeio do serviço de energia elétrica. (D) de intervenção no domínio econômico. (E) de interesse de categorias profissionais.

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GABARITO 1. Falso. 2. Falso. 3. Verdadeiro. 4. Falso. 5. Falso. 6. Falso. 7. Falso. 8. Falso. 9. Verdadeiro. 10. Verdadeiro. 11. Falso. 12. Falso. 13. Falso. 14. Verdadeiro. 15. C 16. B 17. Falso. 18. Falso. 19. Falso. 20. Verdadeiro. 21. Verdadeiro. 22. Verdadeiro. 23. Falso. 24. Verdadeiro. 25. Verdadeiro. 26. Falso. 27. C 28. B 29. D 30. B 31. E 32. D 33. C 34. D 35. B 36. D 37. A 38. A 39. B 40. A 41. D 42. D 43. Verdadeiro 44. C 45. E 46. C 47. C 48. C