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CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br I. Introdução O sumário da nossa aula de hoje é o seguinte: 1. Classificações no Direito Tributário 2.1 Classificação das espécies tributárias 2.1.1 Imposto 2.1.2 Taxas 2.1.3 Contribuição de Melhoria 2.1.4 Empréstimo compulsório 2.1.5 Contribuições tributárias 2.1.5.1 Contribuições sociais 2.1.5.1.1 Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, inc. I, da CF/88) 2.1.5.1.2 Contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (art. 195, inc. II, da CF/88) 2.1.5.1.3 Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, inc. III, da CF/88, art. 26 da Lei 8.212/91) 2.1.5.1.4 Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (art. 195, inc. IV, da CF/88, Lei 10.865/04) 2.1.5.1.5 Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP (art. 239 da CF/88, Lei 9.715/98, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02) 2.1.5.2 Contribuição de intervenção no domínio econômico 2.1.5.3 Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas 2.1.5.4 Outras regras constitucionais relevantes sobre as contribuições tributárias 2.2 Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador 2.3 Classificação quanto ao destino da arrecadação 2.4 Classificação quanto à base econômica de incidência 2.5 Classificação quanto à forma de percepção 2.6 Classificação quanto ao objeto de incidência 2.7 Classificação quanto ao objetivo ou função dos tributos 2.8 Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação

AFRF Tributario - aula 1

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I. Introdução

O sumário da nossa aula de hoje é o seguinte:

1. Classificações no Direito Tributário

2.1 Classificação das espécies tributárias 2.1.1 Imposto 2.1.2 Taxas 2.1.3 Contribuição de Melhoria 2.1.4 Empréstimo compulsório 2.1.5 Contribuições tributárias 2.1.5.1 Contribuições sociais 2.1.5.1.1 Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, inc. I, da CF/88) 2.1.5.1.2 Contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (art. 195, inc. II, da CF/88) 2.1.5.1.3 Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, inc. III, da CF/88, art. 26 da Lei 8.212/91) 2.1.5.1.4 Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (art. 195, inc. IV, da CF/88, Lei 10.865/04) 2.1.5.1.5 Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP (art. 239 da CF/88, Lei 9.715/98, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02) 2.1.5.2 Contribuição de intervenção no domínio econômico 2.1.5.3 Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas 2.1.5.4 Outras regras constitucionais relevantes sobre as contribuições tributárias

2.2 Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador

2.3 Classificação quanto ao destino da arrecadação

2.4 Classificação quanto à base econômica de incidência

2.5 Classificação quanto à forma de percepção

2.6 Classificação quanto ao objeto de incidência

2.7 Classificação quanto ao objetivo ou função dos tributos

2.8 Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação

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2.9 Classificação simples da receita pública (receita originária e receita derivada)

De cara, já percebemos que aula é muito importante e talvez a maior do nosso curso, em termos de teoria.

Então, vamos logo pegar no batente.

1. Classificações no Direito Tributário

Inicialmente, cabe destacar que o Direito Tributário admite diversas classificações, de acordo com as ideologias ou as correntes de pensamentos existentes.

Mas o sentido da classificação deve ser sempre facilitar o estudo das espécies tributárias, mediante o aspecto preponderante a ela conferido por certas doutrinas ou pela própria jurisprudência (decisões reiteradas dos Tribunais Superiores).

Deste modo, ao se classificar alguma coisa, pretende-se compartimentar e sistematizar o conhecimento, de maneira a tornar mais fácil a sua compreensão e, para fins pedagógicos, a sua memorização e praticidade.

Aqui, vamos tratar de todas as classificações dos tributos que são cobradas em concursos públicos, a saber:

(I) Classificação das espécies tributárias, em que prepondera o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são cinco espécies tributárias, que são os impostos, as taxas, a contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou gerais;

(II) Classificação quanto à hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) do tributo, que pode se dividir em tributo vinculado e tributo não-vinculado;

(III) Classificação quanto ao destino da arrecadação, separando os tributos de arrecadação vinculada dos tributos de arrecadação não-vinculada;

(IV) Classificação quanto à base econômica de incidência, que pode separar os impostos em impostos sobre o comércio exterior, impostos sobre opatrimônio ou a renda, impostos sobre a produção ou a circulação eimpostos especiais.

(V) Classificação quanto à forma de percepção, apartando os tributos em diretos e indiretos;

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(VI) Classificação quanto ao objeto de incidência, distinguindo os tributos em reais e pessoais;

(VII) Classificação quanto ao objetivo ou função dos tributos, que pode ser fiscal, extrafiscal e parafiscal;

(VIII) Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação, que divide os tributos em fixos, proporcionais, progressivos e regressivos.

(IX) Classificação simples da receita pública, com base na diferença entre receitas originárias e receitas derivadas.

Então, vamos lá.

1.1 Classificação das espécies tributárias

A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no seu art. 145, estabeleceu a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria.

Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5º do CTN) alguns renomados autores crêem que só existem três espécies tributárias no sistema jurídico nacional, de forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo esta a denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies tributárias.

Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as

contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em cada caso concreto.

Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias.

A seguinte decisão do STF é altamente didática a respeito do tema:

“As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são as seguintes: a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as

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contribuições, que podem ser assim classificadas: c.l) de melhoria (CF, art. 145, III); c.2) parafiscais (CF, art. 149), que são: c.2.1) sociais, c.2.1.1) de seguridade social (CF, art. 195, I, II, III), c.2.1.2) outras de seguridade social (CF, art. 195, §4º), c.2.1.3) sociais gerais (salário educação, CF, art. 212, § 5º, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 240); c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) corporativas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).”

Ressalta-se que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam:

(a) o art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica;

(b) o art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União;

(c) o art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar.

Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para fins de concurso público: “qualquer questão de concurso que pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que integram o Sistema Tributário Nacional (STN), a resposta é: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios econtribuições. Observação: as contribuições do art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuições sociais todas as contribuições, exceto as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em concursos”.

Nesse rumo, podemos visualizar o seguinte quadro geral das espécies

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tributárias de competência da União estabelecidas pela CF/88:

(i) Impostos (art. 153, incisos I a VII, art. 154, I e II): a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f)imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; h) impostos residuais – art. 154, I; i) impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II); (v) Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º.

Destaca-se também que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88).

Ao Distrito Federal competem os impostos estaduais e municipais (arts. 147, 155 e 156, da CF/88).

Neste contexto, as espécies tributárias de competência dos Estados e do Distrito Federal fixadas pela CF/88 são as seguintes:

(i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de

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mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Contribuição previdenciária (art. 149, §1º).

No que concerne aos Municípios e ao Distrito Federal, a CF/88 dispõe:

(i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Contribuições: a) contribuição previdenciária (art. 149, §1º); b) contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A.

Com base nos ensinamentos acima, você pode responder os seguintes questionamentos de concurso público:

1. “São espécies tributárias previstas na Constituição Federal: imposto, taxa, empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA 2002).

2. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que o empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira

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aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias” (ESAF/AFPS/2002).

3. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFPS/2002).

4. “Imposto, taxa, preço público e contribuição de interesse de categorias profissionais são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

5. “Empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e contribuição para a seguridade social são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

6. “Contribuição de interesse de categorias econômicas, taxa, imposto e encargo de reparação de guerra são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

7. “Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva” (ESAF/AFPS/2002).

8. “Cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir e cobrar adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital” (ESAF/AFTE/RN 2005).

9. “O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos é instituído e cobrado pelos Municípios” (ESAF/AFTE/RN 2005).

10. “É permitido à União, aos Estados e ao Distrito Federal instituir, nos respectivos âmbitos de atuação, contribuições de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFTE/RN 2005).

11. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, inclui-se na competência impositiva a) dos Estados e do Distrito Federal.

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b) da União. c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

12. “Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007).

13. “Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia” (ESAF/AFTE/MS 2001).

14. “Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001).

15. “As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF” (ESAF/AFTE/MS 2001).

16. “Compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas” (ESAF/AFRRF 2002).

17. “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência social” (ESAF/AFRRF 2002).

18. “Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União” (ESAF/AFRFB/2005).

19. “Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica?” (ESAF/AFRFB/2005).

20. “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO/2007).

21. “É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios instituir

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contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública” (ESAF/AFTE/RN/2005).

22. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) É da competência dos Estados a instituição do imposto sobre a) a propriedade territorial urbana. b) a propriedade territorial rural. c) a transmissão inter vivos de bens imóveis. d) a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos. e) serviços de qualquer natureza.

23. (ESAF/AFTE/MS 2001) É da competência dos Estados o seguinte imposto: a) sobre a propriedade de veículos automotores. b) sobre a importação de produtos estrangeiros. c) sobre serviços de qualquer natureza. d) sobre a propriedade territorial urbana. e) sobre produtos industrializados.

24. (ESAF/AFTE/PA/2002) A Constituição Federal atribui aos Estados a competência para a instituição de: a) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuições de melhoria e taxas. c) contribuições previdenciárias relativas à seguridade social, contribuições de melhoria e taxas. d) pedágios, empréstimos compulsórios e imposto sobre a propriedade de veículos automotores. e) contribuições de intervenção no domínio econômico, pedágios e imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos.

25. O Distrito Federal pode instituir os impostos estaduais, municipais, taxas e contribuição de melhoria (ESAF/PFN/2006).

26. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007) O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. (E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios.

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27. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) As receitas tributárias dividem-se em impostos, taxas, tarifas e contribuições de melhoria.

As quatro primeiras questões e a sexta questão estão erradas, porque não são espécies tributárias o preço público, o encargo de reparação de guerra e a compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas. Este último tem natureza jurídica de preço público.

O quinto enunciado está correto.

O sétimo, o oitavo, o nono, o décimo (10) e o décimo quinto (15) estão incorretos, uma vez que não é permitido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competência para instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico. Também não cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir adicional de imposto de renda e aos Municípios o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (competências extintas com a Emenda Constitucional nº 3/1993).

A décima primeira (11) questão é a letra “b”.

A décima segunda (12) e a décima terceira (13) são verdadeiras.

A décima quarta (14) questão é falsa, porque o Distrito Federal e os Municípios também podem instituir contribuições de melhoria.

A décima sexta (16), a décima nona (19), a vigésima (20), a vigésima primeira (21) e a vigésima quinta (25) são corretas.

A décima sétima (17) é errada, pois os Estados, os Municípios e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88).

Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE e das contribuições corporativas (de interesses de categorias profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88. Com base nestes argumentos, a questão é errada, eis que o termo federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88.

A décima oitava (18) é falsa, porque os Estados podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

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A vigésima segunda (22) tem como alternativa correta a letra “d”, a vigésima terceira (23) a letra “a” e a vigésima quarta (24) a “c”.

A vigésima sexta (26) é letra “a” (tome cuidado!!!), porque o art. 5º do CTN determina que os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Aqui o examinador cobra, nos termos do CTN, a literalidade do dispositivo.

A vigésima sétima (27) é falsa, uma vez que a tarifa não é tributo.

Noutro ponto, é importantíssimo o conhecimento pelo candidato a concurso público do art. 4º, CTN, estabelecendo que a natureza jurídica específica do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Fato gerador (in abstrato) significa a hipótese prevista em lei, cuja ocorrência faz surgir à obrigação tributária, por isso também é denominado de hipótese de incidência. Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre renda (IR) é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN.

De tal modo, com fundamento apenas no art. 4º, do CTN, você já responde diversas questões, a saber:

1. “A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: (a) a denominação e demais características formais adotadas pela lei; (b) a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

2. “O que determina a natureza jurídica de um tributo é o fato gerador da respectiva obrigação, independentemente de sua denominação e da destinação legal do produto de sua arrecadação” (ESAF/AFTM/NATAL/2008).

3. “Para conhecimento da natureza específica das diversas espécies tributárias previstas no Sistema Tributário Nacional, é essencial o exame do fato gerador da respectiva obrigação, tendo em vista que, à luz do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002).

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4. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (ESAF/IRB/2004).

5. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) O fato gerador da obrigação tributária é determinante para o estabelecimento da natureza jurídica do(da) a) crédito tributário. b) lançamento. c) sujeito passivo. d) tributo. e) dívida ativa.

6. (ESAF/AFTE/MS/2001) A natureza jurídica dos tributos é determinada pela(o) a) denominação adotada pela lei. b) compulsoriedade que lhe é inerente. c) fato gerador da respectiva obrigação. d) destinação legal do montante arrecadado. e) adoção estrita do princípio da legalidade.

7. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada: a) pelos dispositivos da Constituição Federal que disciplinam as espécies tributárias neles previstas. b) pela denominação e demais características formais do tributo, estabelecidas na lei que o institui. c) pela base de cálculo e a alíquota do tributo, fixadas em lei. d) pelo fato gerador da respectiva obrigação. e) pela destinação constitucionalmente conferida ao produto da arrecadação do tributo.

8. (ESAF/GESTOR/MG/2005) A natureza jurídica dos tributos é determinada: a) pela denominação legal. b) pelo critério quantitativo da norma que o criou. c) pela finalidade de sua arrecadação. d) pelo fato gerador. e) pela previsão ou não de obrigações acessórias.

9. A denominação e as demais características formais adotadas pela lei são relevantes para qualificar natureza jurídica específica do tributo (ESAF/IRB/2004).

As quatro primeiras questões são verdadeiras. A quinta, a letra correta é a “d”. A sexta é a “c”, a sétima e oitava são “d”. A nona questão é falsa. Todas estas questões cobraram o aprendizado literal do art. 4º, do CTN.

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Deve-se salientar também, por sua vez, que a ESAF pode aprofundar

um pouco mais o tema da classificação das espécies tributárias e cobrar o conhecimento da relevância da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo.

Assim sendo, o grande valor da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo tem fundamento jurídico na CF/88, quando dispõe que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §1º) e que a União poderá instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I).

Com efeito, neste momento do estudo, deve-se afirmar com tranquilidade que numa interpretação conforme a CF/88, a identificação da natureza jurídica do tributo pode ser realizada pelo binômio: hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e base de cálculo.

A hipótese de incidência é também chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista abstratamente na lei.

A base de cálculo (também nomeada de base imponível) serve igualmente para quantificar a grandeza financeira do fato gerador do tributo, sendo a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Neste sendo, afirma-se que a base de cálculo é o elemento mensurador do fato gerador do tributo.

Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: (a) função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); (b) função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; (c) função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo.

São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc.

De acordo com a interpretação da CF/88, a fixação da base de cálculo deve sempre ser estabelecida por meio de lei, sem qualquer tipo de exceção.

Portanto, não tem mais validade jurídica no que tange a fixação da base de cálculo a ressalva estabelecida pelo art. 97, IV, do CTN: “Somente a lei pode estabelecer: IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de

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cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65”;

Agora você já pode responder as seguintes questões:

1. “O conhecimento da hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e da base de cálculo nos coloca em condições de identificar a estrutura e a natureza de um determinado tributo” (ICMS/MG/1995).

2. “O Código Tributário Nacional, ao indicar, em seu art. 4º, que a ‘natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação’, revela certa omissão, desconsiderando a importância da base de cálculo para a identificação da figura tributária” (ICMS/MG/1995).

3. “A natureza jurídica específica de um tributo é dada pelo cotejo entre o seu fato gerador e a sua base de cálculo” (PROCURADOR DO ESTADO/RN/2002).

4. (ESAF/TTN/1997) A natureza jurídica específica do tributo é determinada a) pela denominação que lhe dá a lei. b) pelas características formais adotadas pela lei. c) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. d) pela competência da pessoa jurídica de direito público que o instituir. e) pelo fato gerador e base de cálculo da respectiva obrigação.

5. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que devem sempre ser estabelecidas por meio de lei (ESAF/AFTM/TERESINA/2002).

6. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que só podem ser modificadas por lei complementar ou emenda constitucional (ESAF/AFTM/TERESINA/2002).

As três primeiras questões são verdadeiras. A quarta questão é a letra

“e”. A quinta é verdadeira e a sexta é falsa, pois à fixação das bases de cálculo dos tributos podem ser modificadas por lei ordinária e não só por lei complementar ou emenda constitucional.

Neste ponto, deve-se dizer ainda, por fim, que algumas questões de concursos dificultam o tema um pouco mais e exigem do candidato o conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o critério do fato gerador (art. 4°, caput, do CTN) é insuficiente para a identificação da natureza

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jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios estabelecidos pela CF/88.

Por exemplo, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) tem, em princípio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ), que é o lucro auferido, podendo-se perceber com facilidade que o fato gerador não é suficiente para identificar a natureza jurídica da CSLL.

Em relação às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios, destaca-se também que a doutrina citada compreende que a destinação do produto da arrecadação é relevante para identificar a natureza jurídica destas espécies tributárias, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadação a determinados fins.

Como afirma Misabel Derzi: “A Constituição de 1988, pela primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que são as contribuições e os empréstimos compulsórios, dando à destinação que lhes é própria relevância, não apenas do ponto de vista do Direito Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito Constitucional (Tributário)”.

Para fins de simplificação deste ponto entenda o seguinte:

(a) A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo; (b) O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios.

(c) Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para identificação das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN.

Portanto, sempre preste bastante atenção no enunciado da questão, podendo-se resumir em três hipóteses as respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do CTN; (b) compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importância da base de cálculo; (c) entendimento à luz do que dispõe a CF/88.

Mãos à obra:

1. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de

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mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007).

2. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006).

3. (OAB/SP – 119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório e contribuições especiais. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria.

4. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador.

5. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação.

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(C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

A primeira e a segunda questão são verdadeiras.

A terceira questão é letra “c”.

A quarta é letra “c”, pois cobra o entendimento literal do art. 4°, do CTN.

A quinta questão é bastante interessante, sendo a letra “d”. Verifique que esta só trata de impostos e taxas, portanto deve-se aplicar o art. 4°, do CTN, sendo o fato gerador o critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

Vamos estudar agora, de forma geral, dos impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições tributárias, sendo assuntos importantíssimos para a sua prova.

Os impostos serão estudados detalhadamente na próxima aula. Então, vamos lá.

1.1.1 Imposto

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, do CTN).

Isto é, imposto é um tributo não-vinculado a uma atividade estatal na classificação quanto à hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) do tributo, sendo que a lei instituidora do imposto deve levar em consideração fatos e situações vinculadas ao contribuinte, estranhos a qualquer atuação do Estado direcionado especificadamente ao próprio contribuinte.

Por exemplo, o fato de o contribuinte auferir renda (fato gerador do imposto sobre a renda - IR) ou a situação fática de ser proprietário de um bem imóvel localizado na zona rural (fato gerador do imposto sobre propriedade territorial rural - ITR) confere o dever jurídico do contribuinte de pagar o respectivo imposto, independentemente de o Estado exercer qualquer atividade relacionada ao contribuinte que paga o imposto, tais como construir estradas, hospitais, escolas, pavimentar as ruas etc.

O imposto é um tributo que não possui referibilidade, pois sua cobrança não tem juridicamente relação com qualquer atividade referida ao contribuinte.

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Como bem disserta Ricardo Alexandre sobre os impostos: “justamente pelo fato de ser um tributo não-vinculado a qualquer atividade, deixa de ser argumento juridicamente relevante afirmar que ‘não se deve pagar IPTU, caso as avenidas da cidade estejam esburacadas’”.

Alguns autores também afirmam que o imposto é um tributo sem causa ou tributo não-contraprestacional, exatamente porque o Estado não se encontra no dever jurídico de oferecer qualquer vantagem ou benefício a quem paga.

Noutro giro, é essencial dizer que o fato gerador do imposto não pode ser um fato ou situação qualquer, mas sim um fato ou situação que revele natureza econômica, pois a CF/88 exige que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art. 145, §1º).

Isto significa que o fato gerador de determinado imposto deve representar algum signo presuntivo de riqueza, ou seja, fatos ou situações econômicas que presumam riqueza do contribuinte.

Portanto, o imposto tem fundamento na solidariedade social, uma vez que as pessoas que possuem riqueza devem contribuir com o Estado por meio do pagamento de impostos.

Para finalizar este tópico, salienta-se que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos e vice-versa (art. 145, §2º).

Vamos acertar algumas questões?

1. (ESAF/AFTE/PA/2002) Tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte: a) imposto. b) taxa. c) contribuição de melhoria. d) pedágio. e) preço público.

2. (ESAF/ACEFTE/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório. e) preço público.

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3. “Um imposto ocorre quando um tributo é instituído tomando como base a situação pessoal do contribuinte, independentemente da atuação estatal a ele referida” (TERRACAP/DF/2004).

4. “Os impostos terão, sempre que possível, caráter pessoal e base de cálculo diversa das taxas” (ESAF/IRB/2006).

5. “Em consonância com os princípios gerais ditados pela Constituição Federal, referentes ao Sistema Tributário Nacional sempre que possível, os tributos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002).

6. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) “Imposto é a modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte”.

A primeira questão é a letra “a” e a segunda a letra “c”. A terceira é verdadeira.

A quarta é falsa, porque a taxa sempre deverá ter base de cálculo diferente da espécie tributária denominada de imposto (art. 145, §2º, da CF/88). “O sempre que possível” só deve se referir ao caráter pessoal dos impostos (art. 145, §1º, da CF/88).

A quinta questão é falsa, pois de acordo com o art. 145, §1º, da CF/88, os impostos e não os tributos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.

Já a sexta é verdadeira, de acordo com o art. 16 do CTN.

1.1.2 Taxas

A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN).

Nota-se que para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas taxas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível,

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competem a cada uma dessas pessoas de direito público (art. 80, do CTN).

Assim sendo, se o serviço é prestado pelo Município, dentro da sua competência, a ele caberá criar a taxa; se o serviço é prestado pela União, de acordo com a sua competência, é a própria União que poderá instituir a taxa, e assim por diante.

Nessa senda, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) da taxa indica que esta deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faça às vezes) referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e divisíveis.

Portanto, a taxa é tributo vinculado a uma atuação estatal ou um tributo contraprestacional (retributivo), ao contrário dos impostos.

Deste modo, o fato gerador da taxa pode ser o Estado prestar o serviço cartorário, fornecer certidão, vacinar. Alguns exemplos de taxas: a taxa de serviço postal, a taxa de fiscalização de anúncios publicitários, a taxa coleta domiciliar de lixo, a taxa de demolição de edifícios perigosos, a taxa de destruição de aparelhos e instrumentos danosos ao meio ambiente, a taxa de apreensão de objetos instrumentais de delitos, dentre outras.

Com efeito, temos dois tipos de taxas distintas: a) taxa de polícia, que decorre do exercício do poder de polícia; b) taxa de serviços, que decorre da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

Em relação à taxa de polícia, esta deve existir para cobrir os custos administrativos com o exercício do poder de polícia diretamente referido a certas pessoas que o provocam, ou o exigem, em razão da sua atividade.

Poder de polícia é a atividade estatal, fundada em lei, tendente a limitar a propriedade e a liberdade, em razão do interesse público, com a finalidade de assegurar a igualdade no seu exercício.

Para o CTN o poder de polícia significa a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Exemplos: dar licença, dar autorização, fiscalizar, identificar etc.

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Destaca-se que a taxa de polícia é decorrente do exercício da atividade de polícia administrativa, que não se confunde com a polícia de manutenção da ordem pública ou a polícia judiciária.

A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, enquanto a polícia de manutenção da ordem pública ou a polícia judiciária incide sobre pessoas.

Como bem diz Hely Lopes Meirelles: “A polícia administrativa é inerente e se difunde por toda a Administração Pública, enquanto que as demais são privativas de determinados órgãos (Polícias Civis) ou corporações (Polícias Militares)”.

Portanto, por não ser atividade de polícia administrativa, a polícia militar, a polícia civil, a polícia municipal (guarda municipal), a polícia rodoviária federal e a polícia federal, em princípio, não podem ser remuneradas por meio de taxa de polícia. Eventualmente, pode ser cobrada por estas polícias alguma taxa de serviço, no caso de prestação de serviço específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Por sua vez, a taxa de polícia só pode ser cobrada se exercida

regularmente e efetivamente, não podendo ser cobrada com fundamento em potencial exercício deste poder. Destarte, somente é constitucional a taxa de polícia se existir a materialização estatal do poder de polícia.

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art. 78, parágrafo único, do CTN).

São exemplos de taxas de polícia, consideradas constitucionais pela jurisprudência, a taxa de fiscalização de anúncios publicitários, a taxa de licença para localização de estabelecimentos empresariais ou industriais, a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários (Súmula 665: “É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940/1989”), a taxa de alvará ou de fiscalização de obras, a taxa de vigilância sanitária, a taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados, a taxa de fiscalização de atividades poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, a taxa de avaliação in loco(feita no próprio local) das Instituições de Ensino Superior e dos Cursos de Graduação, a taxa florestal, dentre outras.

No que concerne a taxa de serviços, esta decorre da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

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O que é utilização efetiva de serviços públicos? E utilização potencial de serviços públicos? E serviços públicos específicos? Eserviços públicos divisíveis?

É muito importante (imprescindível!!!) você saber as respostas destas perguntas no dia da sua prova!

Utilização efetiva de serviços públicos significa serviços públicos usufruídos a qualquer título pelo contribuinte (art. 79, I, “a”, do CTN).

Utilização potencial de serviços públicos ocorre, quando, sendo de utilização compulsória (obrigatória) pelo contribuinte, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b”, do CTN).

Ou seja, o serviço pode ser posto à disposição do contribuinte e mesmo se este não utiliza o serviço por qualquer razão ou motivo não fica livre do dever tributário de pagar a taxa de serviço.

Neste caso, é importante deixar claro que a lei deve estabelecer que o serviço seja de utilização compulsória, devendo também o serviço público ser regularmente prestado e que esteja à disposição do contribuinte da taxa.

O STF, por exemplo, entendeu como constitucional a cobrança de taxa pela utilização potencial do serviço de coleta domiciliar de lixo, em razão de ser um serviço público essencial à saúde da população e que estava sendo posto à disposição contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, mesmo que o contribuinte não utilizasse o serviço ou não produzisse qualquer espécie de lixo domiciliar. Observe que a lei deve tornar o serviço público obrigatório, para que a sua simples disponibilidade possa tornar a taxa constitucional.

Noutra banda, os serviços públicos são considerados específicos (# gerais ou universais) quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas (art. 79, II, do CTN).

Assim, o serviço deve ser prestado pelo órgão ou entidade administrativamente instituído para sua prestação. Neste ponto, vale à pena citar a bela lição de Roque Carrazza, a saber:

“Os serviços públicos se dividem em gerais e específicos. Os serviços públicos gerais, ditos também universais, são os prestados uti universi, isto é, indistintamente a todos os cidadãos. Eles alcançam a comunidade como um todo considerada, beneficiando número indeterminado (ou, pelo menos, indeterminável) de pessoas. É o caso dos serviços de iluminação pública, de segurança pública, de diplomacia, de defesa externa

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do país etc. Esses serviços são custeados pelos impostos. Os serviços públicos específicos, também chamados singulares, são os prestados uti singuli. Referem-se a uma pessoa ou a um número determinado (ou, pelo menos, determinável) de pessoas. São de utilização individual e mensurável. Gozam, portanto, de divisibilidade, é dizer, da possibilidade de avaliar-se a utilização efetiva ou potencial, individualmente considerada.”

Nesse rumo, os serviços públicos são divisíveis quando suscetíveis de

utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários (art. 79, III, do CTN).

Ou seja, o oferecimento da utilização do serviço público deve acontecer em relação a cada contribuinte e não de forma genérica para a coletividade. O serviço público divisível é capaz de ser prestado de forma individualizada (para cada um) e não de forma universal (para todos).

Com base neste entendimento, o STF já declarou a inconstitucionalidade de diversas taxas, porque não são serviços públicos específicos e divisíveis, quais sejam: taxa de serviço de segurança pública, taxa de serviço de limpeza de vias públicas ou taxa de limpeza urbana, taxa de serviço de iluminação pública (Súmula 670: “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”), dentre outras.

Por sua vez, o STF já declarou que são serviços públicos específicos e divisíveis e, portanto, constitucionais as seguintes taxas: taxa judiciária, taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos, taxa de lixo e sinistro, taxa de coleta domiciliar de lixo, custas judiciais e os emolumentos (taxa de serviços notariais e registrais), taxa de combate a incêndio, dentre outras.

Cumpre dissertar que o STF tem considerado ilegítima a cobrança da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública - TCLLP, porquanto não está vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também a serviço de caráter universal e indivisível, como a limpeza de logradouros públicos, afirmando a impossibilidade, no caso, de separação das duas parcelas.

Deste modo, o STF julga que a taxa de coleta de lixo e limpeza pública é vinculado não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à limpeza de logradouros públicos, hipótese em que os serviços são executados em benefício da população em geral (uti universi), sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários e, conseqüentemente, da referibilidade a contribuintes determinados, não se prestando para custeio mediante taxa.

Isto significa que o concursando deve prestar atenção: a) a taxa de limpeza pública é inconstitucional, uma vez que é serviço universal e indivisível; b) a taxa de coleta domiciliar de lixo é constitucional, sendo serviço público

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específico e divisível; c) a taxa de coleta de lixo e limpeza pública é inconstitucional, em razão da impossibilidade de separação das duas parcelas.

Outra questão que cabe informar a todos que irão fazer concurso público (e passar!) é a de que a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas (art. 145, §2º, da CF/88, c/c art. 77, par. único, do CTN).

Verifica-se, assim, que as taxas diferem dos impostos porque além de ter (i) o fato gerador vinculado ao exercício de uma atividade estatal (tributo vinculado), (ii) a base de cálculo das taxas deve quantificar a atividade estatal referida ao contribuinte, refletindo, por exemplo, o custo da fiscalização ou do serviço prestado.

Deste modo, o STF assim já decidiu: “Taxa - correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoávelequivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte”.

Com efeito, a base de cálculo da taxa deve está relacionado ao custo da atividade estatal e não há uma grandeza econômica qualquer que não quantifica a atividade contraprestacional.

Neste sentido, o STF sumulou o entendimento de que é inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural (ITR) – Súmula 595.

O STF também entende que a base de cálculo da taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários é constitucional (Súmula 665), uma vez que os valores das taxas são fixos. E a variação do valor da taxa de acordo com o patrimônio do contribuinte não significa dizer que a Lei 7.940/89 elegeu como base de cálculo da taxa o próprio patrimônio do contribuinte.

O STF também admite que a taxa judiciária seja calculada em função do valor da causa ou da condenação, desde que se obedeça ao princípio da razoabilidade e que se determine um limite para este valor, pois o valor excessivo da taxa pode ferir o princípio constitucional do livre acesso à jurisdição. É o que diz a súmula 667 do STF: “viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”.

Ademais, recentemente o STF julgou constitucional que a taxa de serviços notariais e registros (custas e emolumentos) seja fixada em valores fixos dispostos de acordo com o valor do imóvel objeto do negócio.

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De fato, o STF afirmou literalmente que os valores dos imóveis são utilizados apenas como padrão para determinar o valor da taxa, o que quer dizer que o valor do imóvel (base de cálculo do IPTU) não é à mesma base de cálculo da taxa.

Urge mencionar mais dois assuntos importantes relacionados à taxa: (i)diferenças entre taxa (espécie de tributo) e preço público (não é tributo); (ii) a natureza jurídica do pedágio.

No que concerne a distinção entre taxa e preço público (também chamado de tarifa), simplifica-se o assunto com a seguinte tabela:

TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA) Regime jurídico de direito público

(legal). Regime jurídico de direito privado

(contratual). A obrigação jurídica é de natureza

tributária. A obrigação jurídica é de natureza

administrativa. Não há autonomia da vontade, sendo

a cobrança obrigatória. Decorre da autonomia da vontade (é

facultativo). Não admite rescisão. Admite rescisão.

A taxa de serviço pode ser cobrada por utilização potencial do serviço.

Só a utilização efetiva enseja a cobrança.

Sujeita aos princípios tributários (legalidade, anterioridade etc.).

Não sujeita aos princípios tributários.

É receita pública derivada (existência do poder de império).

É receita pública originária (inexistência do poder de império).

O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público.

O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado

(ex.: concessionária de serviço público).

Há taxa decorrente do exercício do poder de polícia.

Não há preço público cobrado em razão do exercício do poder de

polícia.

Deve-se lembrar também que o STF possui o entendimento que a remuneração pela exploração de recursos minerais é preço público (tarifa) decorrente da exploração, pelo particular, de um bem da União. Preste atenção: a remuneração pela exploração de recursos minerais é preço público.

Por fim, observe que a natureza jurídica do pedágio não é sempre a

mesma da taxa.

A CF/88 proibiu os entes federativos (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou

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bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

Assim, o que você deve saber para a sua prova é que o pedágio tem natureza jurídica de taxa quando cobrado diretamente pelos entes federativos. Assim, já admitiu o STF no julgamento do extinto selo-pedágio.

Todavia, quando o pedágio for cobrado por concessionária de serviço público a compreensão do assunto é outra, afirmando-se que, neste caso, o pedágio tem natureza de preço público ou tarifa.

Este assunto foi cobrado numa prova de direito tributário da ESAF bem recente (29/03/2009). Veja:

(ESAF/Analista/SP/2009) Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água. b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal.

A resposta considerada correta foi a da alternativa “e”.

Esta questão é polêmica.

Realmente, no Brasil, o serviço postal é cobrado por meio de taxa de serviço, pois este serviço é de competência exclusiva da União (art. 21, X, da CF/88) e não pode ser explorado mediante autorização, permissão ou concessão.

Nesse rumo, os serviços de energia, água e esgoto podem ser remunerados por tarifa ou preço público quando prestados sob o regime de autorização, permissão e concessão de serviço público (art. 21, XI e XII c/c art. 175, parágrafo único, III, da CF/88). Entretanto, quando estes serviços forem cobrados pelos entes federativos (União, Estados-membros, DF e Municípios) a doutrina predominante entende que tem caráter de tributo (taxa). O problema é que a questão é objetiva, devendo-se marcar a mais correta, que realmente é a letra “e”.

O erro da letra “d” é que o pedágio explorado por concessão não representa uma taxa, mas sim uma tarifa, conforme entendimento reiterado da jurisprudência.

Vamos agora a diversas questões de extrema relevância já cobradas pelos concursos públicos.

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1. “As taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte” (ESAF/IRB/2006).

2. “Território Federal pode instituir taxa” (ESAF/PFN/2006).

3. “É permitido que o serviço de iluminação pública seja remunerado mediante taxa” (ESAF/AFTE/RN 2005).

4. “Não é permitido instituir e cobrar taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural” (ESAF/AFTE/RN 2005).

5. (ESAF/AFRFB/2003) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições do Código Tributário Nacional. Para efeito de fato gerador e cobrança de taxa, considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado _________________ nos limites da lei aplicável, com observância ________________ e, tratando-se de atividade que a lei tenha como _____________________, sem abuso ou desvio de poder. a) pelo Poder Público / das disposições regulamentares aplicáveis / contrária aos bons costumes b) por órgão de segurança pública / das normas administrativas aplicáveis / perigosa c) pelo órgão competente / de procedimentos administrativos / vinculada d) somente por órgão de segurança pública / do devido processo legal / atentatória a direitos fundamentais e) pelo órgão competente / do processo legal / discricionária

6. (ESAF/AFTE/RN 2005) Preencha as lacunas do texto abaixo e escolha, em seguida, a opção que contém a seqüência em que foram preenchidas. Para fins de instituição e cobrança de taxas, o Código Tributário Nacional considera os serviços públicos: _______________, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários; _________________, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; __________________ utilizados pelo contribuinte, quando por ele usufruídos a qualquer título.

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a) específicos / unitários / potencialmente b) individuais / autônomos / virtualmente c) utilizáveis / independentes / normalmente d) potenciais / necessários / essencialmente e) divisíveis / específicos / efetivamente

7. (ESAF/AFRFB 2006) Taxas, na dicção do artigo 145, inciso II, da Constituição Federal, constituem a modalidade de tributo que se podem cobrar em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Sobre a taxa, é errado afirmar que a) é um tributo cuja base de cálculo ou fato gerador há de ser diversa dos de imposto, e não pode ser calculada em função do capital das empresas. b) competente para instituir e cobrar a taxa é a pessoa política – União, Estado, Distrito Federal ou Município – legitimada para a realização da atividade que caracterize o fato gerador do tributo. c) os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, efetivamente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. d) serviços públicos específicos são aqueles destacáveis em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas. e) serviços públicos divisíveis são aqueles suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

8. (ESAF/PGDF/2007.1 - adaptada) Marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. ( ) A autorização para que loja coloque anúncio luminoso na porta externa, concedida (a autorização) pela administração municipal, pode ensejar a cobrança, pelo Município, de uma taxa fundada no seu poder de polícia. ( ) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa. ( ) Tributo exigido em virtude de serviços públicos postos à disposição do contribuinte, mas não utilizados por ele, constitui taxa de serviço. ( ) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural. a) V, V, V, V b) V, V, F, F c) V, F, V, F

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d) F, V, V, F e) F, F, F, F

9. “É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários” (ESAF/PGDF/2007).

10. “Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos” (ESAF/PGDF/2007).

11. “As bases de cálculo dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria podem ser idênticas” (ESAF/AFTM/TERESINA 2002).

12. “As bases de cálculo dos impostos devem estar relacionadas com o serviço público prestado aos contribuintes” (ESAF/AFTM/TERESINA 2002).

13. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível.

14. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

15. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública.

16. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) É tributo contraprestacional: (A) a CSLL. (B) o IRPJ. (C) a COFINS. (D) a contribuição para o CREA. (E) a taxa judiciária.

17. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) As taxas têm como fato gerador o exercício regular de poder de política, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

A primeira questão é verdadeira.

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A segunda é falsa, porque o Território Federal não pode instituir taxa, uma vez que esta competência é da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

A terceira é falsa, porque o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (Súmula 670 do STF), uma vez que não é serviço público específico e divisível.

O quarto enunciado é correto, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos e a súmula 595 do STF dispõe que é inconstitucional a taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR).

A quinta questão é a letra “e”, cobrando o art. 78, parágrafo único, do CTN, que considera regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

A sexta é a letra “e” também, pois o CTN considera os serviços públicos: divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários; específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; efetivamente utilizados pelo contribuinte, quando por ele usufruídos a qualquer título (art. 79).

A sétima questão é a letra “c”, uma vez que os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b”, do CTN).

A oitava questão é a letra “c”. No que se refere à primeira assertiva desta questão, é a famosa taxa de polícia, especificada normalmente como taxa de fiscalização de anúncios publicitários.

A nona questão é falsa, uma vez que é constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários (Súmula 665 do STF).

A décima é verdadeira, pois os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas, uma vez que não são serviços públicos específicos e divisíveis.

A décima primeira, a décima segunda e a décima quarta são falsas,

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pois as bases de cálculo dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria não podem ser idênticas e as bases de cálculo dos impostos não têm qualquer relação ou pertinência com os serviços públicos prestados aos contribuintes.

A décima terceira é falsa, uma vez que as taxas têm como fato gerador a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, ou o exercício regular do poder de polícia. O poder de polícia deve ser efetivamente prestado.

A décima quinta é falsa, porque apenas os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública e não a União.

Do mesmo modo, a União, os Municípios e o Distrito Federal não poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública (Súmula 670 do STF), uma vez que o serviço de iluminação público não é serviço público específico e divisível.

A décima sexta é letra “e”, uma vez que a taxa é tributo contraprestacional, sendo exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faça às vezes) referida ao contribuinte.

A décima sétima é verdadeira, de acordo com o art. 145, II, da CF/88.

1.1.3 Contribuição de Melhoria

A contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

De fato, tal como nas taxas, a competência tributária para a criação da contribuição de melhoria foi repartida entre os entes federativos.

Nessa medida, a contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme disciplinado no art. 81, do CTN.

Segunda CF/88, a contribuição de melhoria deve ser exigida em decorrência de obra pública (art. 145, III).

Entretanto, apesar do laconismo da CF/88, a contribuição de melhoria só deve ser cobrada em decorrência de obra pública que cause valorização imobiliária, conforme entendimento predominante na doutrina e jurisprudência.

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Deste modo, o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição de melhoria consiste em obter (auferir) valorização imobiliária, decorrente de obra pública. Esta valorização imobiliária é chamada de mais valia por alguns autores.

Observe, portanto, que as contribuições de melhoria estão vinculadas a uma atuação estatal, referida ao contribuinte, que é a realização de obra pública que motive a valorização do imóvel. Portanto, a contribuição de melhoria é um tributo vinculado.

Com base neste fundamento, a doutrina entende que a contribuição de melhoria observa o postulado da vedação (proibição) ao enriquecimento sem causa, uma vez que apenas determinado grupo de proprietários são beneficiados com a valorização imobiliária decorrente da obra pública.

Por exemplo, não se observa o fundamento ético-jurídico do não enriquecimento injusto na hipótese de determinado grupo enriquecer com a valorização imobiliária decorrente da realização de obra pública custeada por toda a sociedade, sem a cobrança de contribuição de melhoria.

Nessa medida, a contribuição de melhoria se distingue de outras espécies tributárias, pois a (i) base de cálculo é exatamente o valor (quantum debeatur) que acresceu ao imóvel do contribuinte em razão da obra pública e (ii) não se vislumbra exigência constitucional específica para o produto de sua arrecadação (arrecadação não-vinculada).

Com efeito, em relação aos recursos provenientes da cobrança das contribuições de melhoria não existe previsão normativa para sua destinação, podendo servir para cobrir despesas gerais do Estado.

Neste contexto, a contribuição de melhoria tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas, sendo que responde pelo pagamento deste tributo o proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título, do domínio do imóvel.

Ademais, executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, pode a contribuição de melhoria ser cobrada.

Deste modo, a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte).

Vamos colocar a mão na massa:

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1. “A contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, ou, no caso de omissão deste, pela União” (ESAF/IRB/2006).

2. (ESAF/AFTE/PA/2002) Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto. b) taxa. c) empréstimo compulsório. d) contribuição social. e) contribuição de melhoria.

3. “O texto constitucional (art. 145, III) deixou de se referir expressamente à valorização imobiliária, ao cogitar de contribuição de melhoria. Com isso, o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas ainda figura como fato gerador da contribuição” (ESAF/AFRF 2002).

4. “Os Estados não têm competência para a instituição de contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001).

5. (ESAF/AFTE/MS 2001) Em matéria tributária, é correto afirmar-se que: a) Somente a União pode instituir impostos com fundamento no exercício regular do poder de polícia. b) Os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir empréstimo compulsório. c) A contribuição de melhoria é devida em função da prestação de serviços públicos divisíveis. d) As taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. e) As contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada.

6. “A contribuição de melhoria pode ser cobrada quando a construção de obra pública trouxer qualquer benefício para o contribuinte” (CESPE/Procurador Federal/2004).

7. “A Constituição de 1988 não estabelece que o limite total da contribuição de melhoria seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa” (ESAF/PFN/1998).

8. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos,

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com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido: (A) só poderá ser uma contribuição de melhoria. (B) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa. (C) é de competência privativa conforme classificação doutrinária. (D) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível. (E) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

9. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: (A) ter competência comum para instituição. (B) ser vinculada a uma atividade estatal. (C) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. (D) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. (E) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

10. (FUNDATEC/Agente Tributário/Caxias do Sul/2004) Acerca das espécies tributárias, julgue as seguintes assertivas: I - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II - Em algumas situações, as taxas podem ter base de cálculo própria de impostos. III - A contribuição de melhoria é cobrada quando ocorre valorização de um imóvel, decorrente de obras públicas. Quais estão corretas? A) Apenas a I. B) Apenas a I e a II. C) Apenas a I e a III. D) Apenas a II e a III. E) A I, a II e a III.

A primeira questão é falsa, porque a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, pode ser cobrada pelo ente público executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, mas não, no caso de omissão deste, pela União.

A segunda é a letra “e”.

A terceira questão é verdadeira, porque o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição de melhoria ainda consiste em obter valorização

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imobiliária, decorrente de obra pública.

A quarta questão é falsa, pois a contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

A quinta questão é a letra “d”, pois as taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos (art. 145, §2º, da CF/88).

A sexta questão é falsa, porque a contribuição de melhoria não pode ser cobrada quando a construção de obra pública trouxer qualquer benefício para o contribuinte, mas apenas quando trouxer o benefício da valorização imobiliária.

A sétima questão é verdadeira, uma vez que é o art. 81, do CTN, e não a CF/88 que estabelece que o limite total da contribuição de melhoria seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa.

A oitava questão é letra “a”.

Esta questão é difícil.

O candidato deve prestar atenção no enunciado que estabelece algumas dicas importantes: (i) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, então não pode ser taxa, uma vez que a construção de redes de esgoto não é serviço público específico e divisível; (b) Com lançamento ao mar por emissário submarino construídocom dotação orçamentária específica, então também não pode ser imposto, eis que este, em princípio, não pode ter arrecadação vinculada (vamos estudar o assunto ainda na aula de hoje).

Assim, só poderá ser cobrado pela espécie tributária conhecida como contribuição de melhoria.

A nona questão é letra “d”. São características do tributo contribuição de melhoria: (a) ter competência comum para instituição; (b) ser vinculada a uma atividade estatal; (c) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária; (e) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

Todavia, a contribuição de melhoria só deve ser instituída para fazer frente à obra pública já iniciada. Como afirmei na aula, a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte).

A décima questão é a letra “c”, pois os itens I e III estão certos.

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O item II está incorreto, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos em nenhuma situação (CF, art. 145, §2°)

1.1.4 Empréstimo compulsório

Diferentemente dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório é tributo de competência exclusiva da União.

Conforme o art. 148 da CF/88, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios nas seguintes hipóteses:

a) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

b) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princípios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena).

No que se refere ao CTN, o art. 15 dispõe que apenas a União pode instituir empréstimos compulsórios, nos seguintes casos excepcionais: a) guerra externa, ou sua iminência; b) calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e c) conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Destacamos com veemência que não pode ser mais consideradocomo pressuposto para a criação de empréstimo compulsório a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo (art. 15, III, do CTN), uma vez que tal pressuposto não foi recepcionado pela CF/88.

Isto é, não pode existir a criação de empréstimo compulsório para atender a hipótese de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, mas somente nos casos constitucionalmente especificados de calamidade pública, ou de guerra externa (ou sua iminência) ou de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Urge dissertar também que aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Portanto, é um tributo de arrecadação vinculada.

Observamos também que não há indicação do fato gerador do empréstimo compulsório pela CF/88, mas sim indicação dos pressupostos necessários para a sua legítima instituição, que são: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

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Assim, embora as circunstâncias fáticas ou pressupostos dispostos na CF/88 não se confundam com o fato gerador ou a hipótese de incidência do empréstimo compulsório, são os pressupostos que autorizam a sua criação, sendo que a lei complementar ao instituir o empréstimo poderá valer-se dos fatos geradores dos tributos já existentes da União (bem, renda, patrimônio) ou então deverá dotar materialidade nova de tributação (novo fato gerador).

Nessa esteira, o empréstimo compulsório pode ser um tributo não-vinculado ou um tributo vinculado, dependendo do fato gerador instituído pela lei complementar.

Portanto, quando o empréstimo compulsório for criado é que vamos saber se ele é tributo vinculado ou não-vinculado, uma vez que a lei complementar da União (competente para instituição do empréstimo compulsório) é livre no que se refere à escolha do seu fato gerador.

Por exemplo, o empréstimo compulsório criado em 1986 sobre aquisição de automóveis e sobre o consumo de gasolina e álcool combustível foi um tributo não-vinculado, pois os seus fatos geradores (aquisição de automóveis e consumo de gasolina e álcool combustível) foram situações independentes de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Do mesmo modo, o empréstimo compulsório criado em 1962 sobre o consumo de energia elétrica foi também um tributo não-vinculado, uma vez que o seu fato gerador (consumo de energia elétrica) é uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

De fato e na prática, todos os empréstimos compulsórios criados no Brasil foram tributos não-vinculados, pois em virtude da liberdade conferida ao legislador no que tange a escolha do fato gerador, este mesmo legislador optou pela via mais fácil, que é a não necessidade de determinada atividade estatal específica referente ao contribuinte.

Outra característica relevante dos empréstimos compulsórios, é que o Estado deve restituir ao particular, ao cabo de determinado período especificado na lei complementar, o montante que foi por ele recolhido ao erário (cofres públicos), a título de empréstimo compulsório. A restituição deverá ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do empréstimo.

Dessa forma, algumas singularidades do empréstimo compulsório são:

(i) destinação do produto de sua arrecadação ao custeio das despesas extraordinárias que autorizaram a sua instituição (arrecadação vinculada); (ii) apenas lei complementar da União pode instituí-lo; (iii) pode ser um tributo vinculado ou um tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador especificado na lei

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complementar; (iv) deve existir restituição do respectivo empréstimo ao contribuinte; (v) a CF/88 não indica os seus fatos geradores, mas apenas os pressupostos necessários para a sua legítima instituição.

Vamos juntos acertar as questões:

1. “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição” (ESAF/IRB/2006).

2. “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório não será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007).

3. “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação” (ESAF/AFPS/2002). 4. (ESAF/AFTE/MS/2001) Com referência à instituição de empréstimos compulsórios, assinale abaixo a assertiva correta. a) O empréstimo compulsório não é uma espécie de tributo, não estando sujeito à exigência de prévia autorização orçamentária. b) A União pode instituí-lo por meio de lei ordinária federal. c) Cabe à lei complementar definir as hipóteses excepcionais para sua instituição. d) Aos empréstimos compulsórios aplicam-se as disposições constitucionais relativas aos tributos e às normas gerais de Direito Tributário. e) A competência para instituir empréstimos compulsórios é da União, podendo ser excepcionalmente atribuída ao Distrito Federal. 5. (ESAF/Analista/CE/2006) Sobre os empréstimos compulsórios, espécie de tributo da competência da União, é incorreto afirmar-se que a) podem ser instituídos para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. b) podem ser instituídos para o custeio de investimento público de caráter urgente. c) depende a sua instituição, em alguns casos, da edição de lei complementar. d) a aplicação dos recursos provenientes da sua arrecadação será integralmente vinculada à despesa que tenha fundamentado a sua instituição.

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e) poderão, ou não, sujeitar-se ao princípio constitucional da anterioridade (conforme a hipótese que tenha motivado a sua instituição).

6. No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório e cobrá-lo a partir do ano em que for publicada a lei complementar que o criar (ESAF/IRB/2004).

7. (ESAF/AFRF/2002) A assertiva errada, entre as constantes abaixo, é a que afirma que a) a instituição de empréstimos compulsórios só pode ser feita por lei complementar. b) um dos fundamentos possíveis do empréstimo compulsório é a calamidade pública. c) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios. d) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de caráter urgente não se aplica o princípio da anterioridade. e) os recursos provenientes de empréstimo compulsório só podem ser aplicados para atender à despesa que tiver fundamentado a sua instituição.

8. (ESAF/AFTE/MS/2001) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, a União pode instituir: a) imposto extraordinário. b) imposto seletivo. c) taxa especial. d) empréstimo compulsório. e) imposto emergencial progressivo.

9. A União pode instituir empréstimo compulsório para resgatar sua dívida interna (ESAF/TTN/1997).

10. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

A primeira e a segunda são falsas, pois a aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será obrigatoriamente e não preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

A terceira é falsa, porque somente lei complementar da União pode

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instituir o empréstimo compulsório.

A quarta questão é letra “d”. A letra “a” é incorreta, porque o empréstimo compulsório é uma espécie de tributo. A letra “b” é incorreta, porque a União apenas pode instituí-lo por meio de lei complementar. A letra “c” é incorreta, porque cabe a CF/88 definir as hipóteses (pressupostos) excepcionais para sua instituição, quais sejam: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Por isso, não pode ser mais considerado como pressuposto para a criação de empréstimo compulsório a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, disposto no art. 15, III, do CTN, que é lei complementar. A letra “e” também é incorreta, porque a competência para instituir empréstimos compulsórios é apenas da União.

A quinta questão é letra “c”, pois depende a instituição do empréstimo compulsório, em todos os casos, da edição de lei complementar da União.

A sexta questão é falsa, porque no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório, mas apenas pode cobrá-lo no ano posterior em que for publicada a lei complementar que o criar (observância do princípio da anterioridade anual).

A sétima questão é letra “d”, porque no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional se aplica o princípio da anterioridade.

A oitava questão é letra “d”.

Já a nona e a décima questões são falsas, porque a União somente pode instituir empréstimo compulsório conforme os pressupostos constitucionais, que são: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Além disso, estes pressupostos constitucionais não podem ser confundidos com os fatos geradores do empréstimo compulsório.

1.1.5 Contribuições tributárias

Preliminarmente, cabe dizer que o estudo das contribuições especiais é um “mundo” e, grande parte, deste estudo é feito também no direito previdenciário, no que tange ao custeio da seguridade social.

Decerto, o objetivo aqui é “construir uma ponte” para que você possa acertar o maior número de questões de direito tributário em concursos públicos.

Logo, não se apegue a detalhes sem qualquer relevância para concurso!!!

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Com efeito, vamos tentar simplificar o assunto e se você conseguir acertar as questões de concursos públicos propostas ou qualquer outra de direito tributário não colocada aqui na aula é sinal que estamos no caminho certo.

Assim sendo, cumpre rememorar que a CF/88, no seu art. 145,

estabeleceu a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria.

Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5º do CTN) alguns autores crêem que só existem três espécies tributárias, de forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo esta denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies tributárias.

Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as

contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em cada caso concreto.

Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias.

Agora vamos para as novidades, que é análise detida das contribuições tributárias dispostas nos arts. 7°, XXVIII, 8°, IV, 149, 149-A, 177, §4°, 195, 212, § 5º, 239 e 240, da CF/88, e art. 62 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) 1. 1 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito

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Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada; Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica; Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; II - os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos; IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar; Art. 212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei; Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei

Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. § 3º - Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição; Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

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Assim sendo, a partir da interpretação destes dispositivos, estabelecemos a seguinte classificação das contribuições especiais tributárias de competência da União:

(a) Contribuições sociais (art. 149 da CF/88), que se dividem em: (a1) contribuições da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (a2) outras contribuições de seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); (a3) contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da CF/88, e 62 do ADCT);

(b) Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE), que é prevista nos arts. 149 e 177, §4°, da CF/88;

(c) Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de Contribuições corporativas (arts. 8°, inc. IV, 149 da CF/88).

Neste sentido, a Carta Magna de 1988 estabelece que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nas normas gerais de direito tributário (art. 146, inc. III, da CF/88), os princípios da legalidade (art. 150, inc. I, da CF/88), da irretroatividade e da anterioridade anual e nonagesimal (art. 150, inc. III, da CF/88), e sem prejuízo do disposto no art. 195, §6°, da CF/88.

Em relação a observância das normas gerais de direito tributário, o STF entende que as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas deverão observar à lei complementar que dispõe sobre normas gerais de direito tributário (Código Tributário Nacional - CTN), mas isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar, isto é, a lei ordinária pode criar tais espécies tributárias já discriminadas na CF/88.

Com efeito, este tipo de contribuição não é espécie tributária imposto, portanto não se exige que a lei complementar estabeleça a sua hipótese de incidência, a base de cálculo e contribuintes.

Assim, já se pronunciou o STF em importantes precedentes:

Art. 62 do ADCT, da CF/88: A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos públicos que atuam na área.

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“As contribuições do art. 149, CF — contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas — posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. (...) A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes.”

"Prescrição e decadência tributárias. Matérias reservadas a lei complementar. Disciplina no Código Tributário Nacional. Natureza tributária das contribuições para a seguridade social. Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 e do parágrafo único do art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77. Reserva de lei complementar. As normas relativas à prescrição e à decadência tributárias têm natureza de normas gerais de direito tributário, cuja disciplina é reservada a lei complementar. O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), promulgado como lei ordinária e recebido como lei complementar pelas Constituições de 1967/69 e 1988, disciplina a prescrição e a decadência tributárias. Natureza tributária das contribuições. As contribuições, inclusive as previdenciárias, têm natureza tributária e se submetem ao regime jurídico-tributário previsto na Constituição. Interpretação do art. 149 da CF de 1988”.

“São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei n. 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.” (Súmula Vinculante 8)

Noutro ponto, o art. 195, § 6º, da CF/88, dispõe que as contribuições da seguridade social só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o princípio da anterioridade anual.

Nesse rumo, apenas as contribuições da seguridade social não devem observar o princípio da anterioridade anual, enquanto todas as outras espécies de contribuições tributárias devem obedecer a anterioridade anual, inclusive as contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

Sendo assim, devemos destacar também que as contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) não poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação (espécie de imunidade tributária), mas poderão incidir sobre a importação de produtos

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estrangeiros ou serviços, inclusive poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

Deste modo, as contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas: (i) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (ii) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

A alíquota ad valorem é uma percentagem (por exemplo, 5%) que incide sobre o valor do faturamento, da receita bruta ou sobre o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. Já a alíquota específica tem por base a unidade de medida adotada na lei, que pode ser o peso, o volume, o número de peças etc.

Cumpre informar também que a pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei, e que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez, segundo dispõe os §3ª e §4°do art. 149 da CF/88.

A seguir, vamos analisar os diversos tipos de contribuições especiais.

1.1.5.1 Contribuições sociais

O art. 195, da CF/88, dispõe que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

(i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

(a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos empregados e trabalhadores avulsos que está fixada no art. 22, inc. I, da Lei 8.212/91, por exemplo); (b) a receita ou o faturamento (contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS) estabelecida na Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e lei 10.8333/03, por exemplo); (c) o lucro (contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) disposta na Lei 7.689/88);

(ii) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da CF/88;

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(iii) sobre a receita de concursos de prognósticos, que tem como fato gerador a receita de concursos de loterias (art. 26 da Lei 8.212/91);

(iv) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, a partir da EC n° 42/03. Com base neste dispositivo, a Lei n. 10.865/2004 criou a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-Importação).

Nessa esteira, o parágrafo único, do art. 11, da Lei 8.212/91, também dispõe que constituem contribuições sociais: a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço; b) as dos empregadores domésticos; c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição; d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.

(v) Além destas contribuições sociais para a Seguridade Social estabelecidas no art. 195 da CF/88, o entendimento da jurisprudência do STF é no sentido de reconhecimento da contribuição ao PIS/PASEP, que pode ser classificada como contribuição para a seguridade social de acordo como art. 239 da CF/88.

Veja as seguintes decisões do STF:

“O artigo 239 da Constituição Federal de 1988 constitucionalizou o PASEP, criado pela Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, dando-lhe caráter eminentemente nacional, com as alterações nele enunciadas (§§ 1º, 2º, 3º e 4º). O mais foi objeto da Lei, que encomendou, ou seja, a de n. 7.998/1990. Sendo assim, o Estado do Paraná, que, durante a vigência da Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, se obrigara, por força da Lei n. 6.278, de 23-5-1972, a contribuir para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, já não poderia se eximir da contribuição, mediante sua Lei nº 10.533, de 30/11/1993, pois, com o advento da Constituição Federal de 1988, a contribuição deixou de ser facultativa, para ser obrigatória, nos termos do art. 239”.

“Dispondo o art. 239 CF sobre o destino da arrecadação da contribuição para o PIS, a partir da data da promulgação da Lei Fundamental em que se insere, é evidente que se trata de norma de eficácia plena e imediata, mediante a recepção de legislação anterior; o que, no mesmo art. 239, se condicionou à disciplina da lei

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futura não foi a continuidade da cobrança da exação, mas apenas, como explícito na parte final do dispositivo, os termos em que a sua arrecadação seria utilizada no financiamento do programa de seguro-desemprego”.

Por outro lado, a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I, segundo estabelece o §4°, do art. 195, da CF/88.

Este dispositivo (§4°, do art. 195, da CF/88) trata das contribuições residuais da seguridade social.

A interpretação do STF a respeito desta norma afirma é que para criação das contribuições residuais da seguridade social é necessária lei complementar, além de obediência ao princípio da não-cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das contribuições especiais já referidas na CF/88.

Noutros termos, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição especial já discriminado na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88(por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.).

Ademais, deve-se dizer que o STF considera “contribuições sociais gerais” a contribuição do salário-educação (art. 212, § 5º, da CF/88) e as contribuições para o sistema “S” (SESI, SENAI, SENAC, SEST, dentre outras), previstas no art. 240, da CF/88.

Agora vamos passar a estudar com mais detalhes algumas destas contribuições sociais.

1.1.5.1.1 Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, inc. I, da CF/88)

(i) Incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (art. 195, inc. I, “a”, da CF/88)

Verifica-se que o texto atual do art. 195, inc. I, “a”, CF/88, de acordo com a EC n° 20/98, ampliou a base de cálculo desta contribuição para a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, eis que o texto constitucional originário só estabelecia “folha de salários”.

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Com base neste dispositivo constitucional e no art. 7°, XXVIII, da CF/88, o legislador ordinário instituiu quatro importantes tipos de contribuições sociais, a saber: (a) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos (art. 22, I, da Lei 8.212/91); (b) Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho - SAT (art. 7°, XXVIII, da CF/88, e art. 22, II, da Lei 8.212/91); (c) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados contribuintes individuais (art. 22, III, da Lei 8.212/91); (d) Contribuição do empregador doméstico (art. 24 da Lei 8.212/91).

Antes de analisar estas contribuições, devemos informar dois pontos, a saber: 1. É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, segundo a súmula 688 do STF; 2. Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos Lei 8.212/91, os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado, de acordo com o §13°, do art. 22, da mesma lei.

Então, vamos lá.

(a) No que se refere à contribuição dos segurados empregados e trabalhadores avulsos, estabelecida no art. 22, I, da Lei 8.212/91, é de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

(b) No que tange a contribuição ao seguro de acidentes do trabalho (SAT), disposta no art. 7°, XXVIII, da CF/88, e no art. 22, II, da Lei 8.212/91, para o custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e da aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) incide sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.

É relevante dizer que o STF em diversas decisões (por exemplo, AI 700.262-AgR, DJE de 17-4-09) entendeu que a cobrança da contribuição ao SAT incidente sobre o total das remunerações pagas tanto aos segurados empregados quanto aos trabalhadores avulsos é legítima, sendo desnecessária lei complementar para sua instituição, uma vez que a

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contribuição ao SAT não pode ser considerada como contribuição residual nova estabelecida no art. 195, § 4º, da CF/88, resultando consequentemente legítima a disciplina normativa dessa exação tributária mediante legislação de caráter meramente ordinário, tal como fixado no art. 22, II, da Lei 8.212/91.

As alíquotas da contribuição ao SAT são as seguintes: a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

Destaca-se que estas alíquotas serão acrescidas de doze (12%), nove (9%) ou seis (6%) pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente, conforme o art. 57, §6°, da lei 8.213/91, sendo compatível com o art. 195, §6°, da CF/88, que permite alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica da empresa.

Neste ponto, é importante você saber também o entendimento do STF de que a Lei 8.212/91, art. 22, II, define, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida, tais como sujeito passivo (a empresa), sujeito ativo (atualmente a Secretária da Receita Federal do Brasil), a base de cálculo (o total das remunerações pagas ou creditadas aos empregados e trabalhadores avulsos) e as alíquotas, que são estabelecidas de acordo com o grau de risco a que se sujeita a atividade preponderante da empresa.

Assim, o fato de a Lei 8.212/91deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’, não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica (art. 5º, II, da CF/88) e da legalidade tributária (art. 150, I, da CF/88).

Por sua vez, a alíquota da contribuição ao SAT deve ser aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro (súmula 351 do STJ).

Afirmou o STJ no leading case - EREsp 478.100-RS (caso paradigma que deu fundamento a súmula 351):

“O Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ) é a base de dados utilizada pela administração tributária, em todos os níveis, para identificar o sujeito passivo da obrigação fiscal. Atento à evolução das práticas comerciais, o Fisco exige o registro no CNPJ de cada filial ou sucursal da empresa, para uma melhor

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fiscalização acerca do cumprimento das obrigações tributárias por parte dos contribuintes. Não há como se impor ao INSS (atualmente a Secretária da Receita Federal do Brasil) que individualize os graus de riscos (art. 22, II, da Lei nº 8.212/91) em função de unidades da empresa que não estão sequer registradas no CNPJ. Tal imposição redundaria em premiar os que não providenciam a regularização de suas filiais perante o fisco, em detrimento das sociedades que, cadastrando suas sucursais, assumem os ônus administrativos, fiscais e contábeis decorrentes da gestão de uma unidade devidamente registrada”.

Noutro ponto, a Lei 10.666/2003, dispondo sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção, afirma que será devida contribuição adicional de nove (9%), sete (7%) ou cinco (5%) pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente (art. 1°, §1°).

E igualmente dispõe que será devida contribuição adicional de doze (12%), nove (9%) ou seis (6%) pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente (art. 1°, §2°).

O §3°, do art. 1°, da Lei 10.666/2003 define cooperativa de produção como aquela em que seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha por qualquer forma os meios de produção.

(c) A respeito da contribuição sobre remunerações pagas aos segurados contribuintes individuais, fixada no art. 22, III, da Lei 8.212/91, é de vinte por cento (20%) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.

(d) Em relação a contribuição do empregador doméstico, disciplinada no art. 24 da Lei 8.212/91, é de doze por cento (12%) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

Por fim, cumpre dispor que os bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas

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de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, devem pagar contribuição adicional de dois vírgula cinco por cento (2,5%) sobre as remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviços. Logo, esta contribuição social deverá ser de vinte e dois vírgula cinco por cento (22,5%), de acordo com o §1°, do art. 22 c/c 22, I e III, da lei 8.212/91.

O STF decidiu recentemente, em sede medida cautelar (entendimento ainda não definitivo), que esta sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional do § 9º no art. 195 da CF/88 de que as contribuições sociais previstas no inciso I do art. 195 do texto constitucional poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

(ii) Incidente sobre a receita ou o faturamento (art. 195, inc. I, “b”, da CF/88)

Com base neste dispositivo constitucional, o legislador ordinário instituiu cinco importantes tipos de contribuições sociais, a saber: (a)Contribuição para financiamento da Seguridade Social – COFINS (Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e Lei 10.833/03); (b) Contribuição de retenção - tomadores de mão-de-obra (art. 31 da Lei 8.212/91); (c)Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho (art. 22, IV, da Lei 8.212/91); (d) Contribuição dos clubes de futebol profissionais (art. 22, §6° e seguintes da Lei 8.212/91); (e) Contribuição da agroindústria (art. 22-A da Lei 8.212/91).

(a) No que concerne a Contribuição para financiamento da Seguridade Social (COFINS), que é a estrela dos concursos públicos e da prática forense, vamos dar uma atenção especial.

Foi criada pela Lei Complementar 70/91, revogando o art. 23, inc. I, da Lei 8.212/91, que disciplinava outro tributo denominado FINSOCIAL.

Destaca-se que esta Lei Complementar foi debatida no STF na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) n. 1°, Relator Ministro Moreira Alves, que é precedente fundamental na história das contribuições sociais no Brasil.

Os aspectos constitucionais controvertidos defendidos na petição inicial desta ADC foram que a instituição COFINS pela LC 70/91: (a) resulta em bis in idem, por incidir sobre a mesma base de cálculo do PIS/PASEP; (b) fere o princípio constitucional da não-cumulatividade dos impostos da União; (c) como contribuição social, não poderia ser arrecadada e fiscalizada pela Receita

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Federal; (d) trata-se, a rigor, de imposto inominado, fruto da competência residual da União; (e) violou o princípio constitucional da anterioridade anual, posto que o Diário Oficial, de 31.12.91, só circulou no dia 02.01.92.

A conclusão do julgamento do STF foi no sentido de declarar a constitucionalidade dos dispositivos questionados, isto é, foi declarada a improcedência das alegações de inconstitucionalidade da contribuição social instituída pela LC 70/91 (COFINS).

No voto do Relator Min. Moreira Alves, acompanhado por todos os demais Ministros presentes naquela assentada (votação unânime), ficou estabelecida as seguintes premissas:

(i) A COFINS tem natureza jurídica tributária diversa da do imposto, com base no art. 195, I, alínea “b”, da CF/88, conforme jurisprudência anterior fixando a natureza tributária da contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) instituída pela Lei 7.689/88;

(ii) Não resulta da interpretação do texto constitucional a competência exclusiva de um órgão autônomo de Seguridade Social para fiscalizar e arrecadar a contribuição social (INSS – antigamente) podendo esta atribuição ser da União (Receita Federal do Brasil), desde que destine os recursos apenas à Seguridade Social. O que importa não é o fato de a União arrecadar a contribuição social, mas se o produto da arrecadação é destinado ao financiamento da seguridade social.

(iii) Não há sentido para alegação de que a COFINS fere o princípio da não cumulatividade e resulta em bitributação por incidir sobre a mesma base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP, eis que a COFINS não é contribuição social nova ou residual disposta nos arts. 195, §4° c/c 154, inc. I, da CF/88, mas sim contribuição já estabelecida expressamente no art. 195, I, alínea “b”, da CF/88.

(iv) A COFINS poderia ser criada por lei ordinária e a circunstância de ter sido instituída por lei formalmente complementar (LC 70/91) não lhe dá natureza jurídica de contribuição social nova ou residual.

(v) A LC 70/91 é uma lei materialmente ordinária, uma vez que os dispositivos referentes à COFINS não tratam de matéria reservada por texto expresso da CF/88 à lei complementar. A jurisprudência do STF, sob império da EC n° 1°/1969 – e a CF/88 não alterou esse sistema – se firmou no sentido de que só se exige lei complementar para as matérias cuja disciplina a Constituição expressamente faz tal exigência. E se porventura a matéria disciplinada por lei cujo processo legislativo observado tenha sido o da lei complementar, não seja daquelas para que a Carta Magna exige essa modalidade

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legislativa, os dispositivos que tratam dela se têm como dispositivos de lei ordinária.

(vi) No tocante as das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), é o próprio texto constitucional que admite que o faturamento do empregador seja a base de cálculo para esta contribuição social (art. 239, caput) e para outra contribuição social, que é a COFINS (art. 195, I, alínea “b”), sendo uma espécie de bis in idem2 permitido pela CF/88.

(vii) O art. 13 da LC 70/1991 não violou o princípio da anterioridade, porque não se aplica o princípio da anterioridade anual a COFINS, mas apenas a anterioridade nonagesimal prevista no art. 195, §6°, da CF/88.

Portanto, a ADC n. 1° estabeleceu verdadeiros parâmetros a respeito de diversos temas relevantes do direito tributário, que quase sempre são cobrados em provas.

Seguindo o assunto, nos dias de hoje, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) da COFINS é o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 10.833/03).

A base de cálculo da COFINS é o valor do faturamento mensal, sendo que o total das receitas que fazem parte da base de cálculo compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.

A respeito deste conceito de receita bruta sujeita à incidência da COFINS, o STF decidiu que envolve, não só aquela decorrente da venda de mercadorias e da prestação de serviços, mas também a soma das receitas oriundas do exercício de outras atividades empresariais.

Por outro lado, não integram a base de cálculo as receitas: (a) isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; (b) não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; (c) auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; (d) de venda de álcool para fins carburantes; (e) referentes

2 O bis in idem significa a criação de um tributo com a mesma natureza jurídica de outro tributo já existente. É o caso de determina lei do mesmo ente federativo competente tomar semelhante hipótese de incidência ou base de cálculo de outro tributo de sua própria competência já existente. É a hipótese da COFINS e do PIS/PASEP criados pela União, possuindo a mesma hipótese de incidência e a mesma base de cálculo.

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a: (i) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; (ii) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita; (f) decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação.

Do mesmo modo, é possível o desconto da base de cálculo da COFINS de créditos calculados em relação a: (a) bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos na hipótese de substituição tributária; (b) bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes; (c) energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (d) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; (e) valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo SIMPLES; (f) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (g) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; (h) bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto na lei 10.833/2003; (i) armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos itens (a) e (b), quando o ônus for suportado pelo vendedor; (j) vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção.

A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (a) exportação de mercadorias para o exterior; (b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (c) vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

Por fim, realça-se que foi cancelada a súmula 276 do STJ. Esta estabelecia que as sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da COFINS, irrelevante o regime tributário adotado.

Assim, com o entendimento do STF de que é legítima a revogação, pelo art. 56 da Lei 9.430/96, da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91, o STJ cancelou a súmula 276.

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De tal modo, o STF voltou a afirmar a inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar, dispondo que a LC 70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída (COFINS).

(b) No que diz respeito à contribuição de retenção estabelecida no novo art. 31 da Lei 8.212/91(Redação dada pela Lei nº 11.933/2009), ressalta-se aqui apenas que a empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia.

(c) Em relação a contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho, estatuída no art. 22, IV, da Lei 8.212/91, é de quinze por cento (15%) sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.

(d) Concernente a contribuição dos clubes de futebol profissionais, a Lei 8.212/91 estabelece que a contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional destinada à Seguridade Social, corresponde a cinco por cento (5%) da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

Decerto, caberá à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento. E caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente.

Nessa senda, no caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional receber recursos de empresa ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de reter e recolher o percentual de cinco por cento da receita bruta decorrente do evento, inadmitida qualquer dedução, até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência, de acordo com a Lei 11.933/2009.

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Com efeito, as regras citadas acima sobre a contribuição dos clubes de futebol profissionais aplicam-se à associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional e atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços e que se organize regularmente, segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil, sendo que aplica-se apenas às atividades diretamente relacionadas com a manutenção e administração de equipe profissional de futebol, não se estendendo às outras atividades econômicas exercidas pelas referidas sociedades empresariais beneficiárias.

Isto significa dizer que às demais associações desportivas devem contribuir na forma estabelecida para as empresas em geral, de acordo com §10, do art. 22, da Lei 8.212/91.

(e) Em relação a contribuição devida pela agroindústria, segundo o art. 22-A da Lei 8.212/91, incide sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção, sendo de: (i) dois vírgula cinco por cento (2,5%) destinados à Seguridade Social; (ii) zero vírgula um por cento (0,1%) para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e para o acidente do trabalho.

O disposto acima não se aplica às operações relativas à prestação de serviços a terceiros, às sociedades cooperativas e às agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura.

Também não se aplica este regime à pessoa jurídica que, relativamente à atividade rural, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria mediante a utilização de processo industrial que modifique a natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica, bem como a pessoa jurídica comercialize resíduos vegetais ou sobras ou partes da produção, desde que a receita bruta decorrente dessa comercialização represente menos de um por cento (1%) de sua receita bruta proveniente da comercialização da produção.

(iii) Incidente sobre o lucro (art. 195, inc. I, “c”, da CF/88)

A contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL) foi criada com a Lei 7.689/88.

A base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.

Para efeito da verificação da base de cálculo:

a) será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano;

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b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço; c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela: 1. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido; 2. exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computado como receita; 3. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido.

Na hipótese de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, a

base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior.

A alíquota da CSLL é de: (a) 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1o do art. 1o da Lei Complementar no 105/20013; e (b) 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.

Sobre este assunto, o STF decidiu de modo recente (RE 584.315-AgR, DJE de 31-10-08) da seguinte forma: “Contribuição social sobre o lucro. Instituições financeiras. Alíquotas diferenciadas. Isonomia. Equiparação ou supressão. Impossibilidade jurídica do pedido. A declaração de inconstitucionalidade dos textos normativos que estabelecem distinção entre as alíquotas recolhidas, a título de contribuição social, das instituições financeiras e aquelas oriundas das empresas jurídicas em geral teria como conseqüência normativa ou a equiparação dos percentuais ou a sua supressão. Ambas as hipóteses devem ser afastadas, dado que o STF não pode atuar como legislador positivo nem conceder isenções tributárias. Daí a impossibilidade jurídica do pedido formulado no recurso extraordinário”.

Por fim, afirma-se que são contribuintes da CSLL as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária.

1.1.5.1.2 Contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (art. 195, inc. II, da CF/88)

3 Art. 1°, § 1o: São consideradas instituições financeiras, para os efeitos desta Lei Complementar: I – os bancos de qualquer espécie; II – distribuidoras de valores mobiliários; III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; V – sociedades de crédito imobiliário; VI – administradoras de cartões de crédito; VII – sociedades de arrendamento mercantil; IX – cooperativas de crédito; X – associações de poupança e empréstimo;

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O inc. II, do art. 195, da CF/88, dispõe sobre a contribuição do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo (imunidade tributária) esta contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 do texto constitucional.

A base de cálculo deste tributo, em regra, é o salário-de-contribuição, que deve ser compreendido da seguinte forma:

(a) para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (art. 28, I, da Lei 8.212/91); (b) para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), de acordo com o art. 28, II, da Lei 8.212/91; (c) para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo de R$ 3.218,90, válido a partir de 1º de fevereiro de 2009 (art. 28, III, da Lei 8.212/91); (d) para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo de R$ 3.218,90, válido a partir de 1º de fevereiro de 2009 (art. 28, IV, da Lei 8.212/91).

Decerto, os §8º e §9º, da do art. 28, da Lei 8.212/91, excluem da composição do salário-de-contribuição as seguintes verbas:

a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973; c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT; e) as importâncias: 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT); 2. relativas à

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indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); 3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; 4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; 5. recebidas a título de incentivo à demissão;6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; 7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; 8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; 9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; k) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP; l) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; m) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; n) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; o) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; p) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde

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que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; q) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros

acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; r) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; s) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; t) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990; u) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; v) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT; w) o total das diárias pagas, quando não excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal;

Decerto, o décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento.

Noutra perspectiva, considera-se salário-de-contribuição, para o segurado empregado e trabalhador avulso, na condição de dirigente sindical, durante o exercício do mandato eletivo, a remuneração efetivamente auferida na entidade sindical ou empresa de origem.

Por sua vez, quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida em regulamento.

O piso (limite mínimo) do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria. Na hipótese de inexistir este valor, o piso será o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor aprendiz corresponde à sua remuneração mínima definida em lei.

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O teto (limite máximo) do salário-de-contribuição é de R$ 3.218,90, válido a partir de 1º de fevereiro de 2009, sendo reajustado periodicamente e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.

Com efeito, o legislador infraconstitucional dividiu a contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social em três classes: (a) empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (art. 20 da Lei 8.212/91); (b) contribuinte individual e facultativo (art. 21 da Lei 8.212/91); (c) segurado especial (art. 25 da Lei 8.212/91).

(a) No que tange ao empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (art. 20, da lei 8.212/91), a contribuição é calculada mediante a aplicação da respectiva alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa, conforme a seguinte tabela:

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento (%)

Até 965,67 8,00 de 965,68 até 1.609,45 9,00

de 1.609,46 até 3.218,90 11,00

(b) Em relação ao contribuinte individual e facultativo, a contribuição será de vinte por cento (20%) sobre o respectivo salário-de-contribuição.

Noutro ponto, a contribuição será de onze por cento (11%) sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição (salário-mínimo) a alíquota de contribuição do segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e do segurado facultativo que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.

Sendo assim, o segurado que tenha contribuído na forma do parágrafo acima e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9% (nove por cento), acrescido dos juros moratórios de que trata o § 3o do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, sendo que a contribuição complementar será exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do benefício (art. 21, §3° e 4°, da lei 8.212/91).

(c) A respeito do segurado especial e também do produtor rural, a contribuição é de: (a) 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; (b) 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho, conforme incisos I e II, do art. 25, da Lei 8.212/91.

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O segurado especial, além desta contribuição obrigatória, poderá contribuir, facultativamente, como contribuinte individual.

Considera-se como integrante da produção, para os efeitos desta contribuição , os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos.

Além disto, integra a receita bruta a receita proveniente: (i) da comercialização da produção obtida em razão de contrato de parceria ou meação de parte do imóvel rural; (ii) da comercialização de artigos de artesanato de que trata o inciso VII do § 10 do art. 12 da Lei 8.212/914; (iii) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais; (iv) do valor de mercado da produção rural dada em pagamento ou que tiver sido trocada por outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade; e (v) de atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

Por fim, devemos afirmar que se considera processo de beneficiamento ou industrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do IPI, segundo §11, do art. 25, da lei 8.212/91.

1.1.5.1.3 Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, inc. III, da CF/88, art. 26 da Lei 8.212/91)

O inciso III do art. 195 da CF/88 estabelece a contribuição social incidente sobre a receita de concursos de prognósticos.

Com efeito, constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.

Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em

4 Refere-se a atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

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reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal (art. 26, §2°, da Lei 8.212/91).

Neste sentido, decidiu o STF que: “De fato, o artigo 195, III, da Carta Magna, estabeleceu tão-somente a possibilidade da seguridade social ser financiada por receitas de prognóstico. Por conseguinte, tal disposição não se refere à exploração de jogos de azar mediante pagamento, feita por particular, a qual, além disso, não se constitui sequer como atividade autorizada por lei.”

Entende-se por renda líquida o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com a administração, conforme fixado em lei, que inclusive estipulará o valor dos direitos a serem pagos às entidades desportivas pelo uso de suas denominações e símbolos (art. 26, §2°, da Lei 8.212/91).

1.1.5.1.4 Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (art. 195, inc. IV, da CF/88, Lei 10.865/04)

A contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, foi estabelecida no inciso IV do art. 195 da CF/88, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 42/03.

Assim sendo, a Lei 10.865/04 instituiu a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços - PIS/PASEP-Importação e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior - COFINS-Importação.

Os serviços tributados são os provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: (a) executados no País; ou (b) executados no exterior, cujo resultado se verifique no País.

Consideram-se também estrangeiros:

(i) bens nacionais ou nacionalizados exportados, que retornem ao País, salvo se: a) enviados em consignação e não vendidos no prazo autorizado; b) devolvidos por motivo de defeito técnico para reparo ou para substituição; c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; d) por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou e) por outros fatores alheios à vontade do exportador; (ii) os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, bem como as partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional, adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia e exportados para a

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execução de obras contratadas no exterior, na hipótese de retornarem ao País.

O fato gerador do tributo é: (a) a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou (b) o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.

Para efeito de incidência tributária, consideram-se entrados no território nacional os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira, exceto nos casos de (a)malas e às remessas postais internacionais; e (b) à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a 1% (um por cento), sendo que na hipótese de ocorrer quebra ou decréscimo em percentual superior, serão exigidas as contribuições somente em relação ao que exceder a 1% (um por cento).

Por sua vez, considera-se ocorrido o fato gerador: (i) na data do

registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho para consumo, que, aplica-se, inclusive, no caso de despacho para consumo de bens importados sob regime suspensivo de tributação do imposto de importação; (ii) no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira; (iii) na data do vencimento do prazo de permanência dos bens em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento, na situação de mercadorias importadas e que forem consideradas abandonadas pelo decurso de prazo; IV - na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores na hipótese de prestação de serviço.

Ressalta-se que o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação não incidem sobre: (a) bens estrangeiros que, corretamente descritos nos documentos de transporte, chegarem ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição e que forem redestinados ou devolvidos para o exterior; (b) bens estrangeiros idênticos, em igual quantidade e valor, e que se destinem à reposição de outros anteriormente importados que se tenham revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosos ou imprestáveis para o fim a que se destinavam, observada a regulamentação do Ministério da Fazenda; (c) bens estrangeiros que tenham sido objeto de pena de perdimento, exceto nas hipóteses em que não sejam localizados, tenham sido consumidos ou revendidos; (d) bens estrangeiros devolvidos para o exterior antes do registro da declaração de importação, observada a regulamentação do Ministério da Fazenda; (e) pescado capturado fora das águas territoriais do País por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; (f) bens aos quais tenha sido

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aplicado o regime de exportação temporária; (g) bens ou serviços importados pelas entidades beneficentes de assistência social; (h) bens em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruídos; (i) bens avariados ou que se revelem imprestáveis para os fins a que se destinavam, desde que destruídos, sob controle aduaneiro, antes de despachados para consumo, sem ônus para a Fazenda Nacional; e (j) o custo do transporte internacional e de outros serviços, que tiverem sido computados no valor aduaneiro que serviu de base de cálculo da contribuição.

Em consequencia, são contribuintes do tributo: (a) o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional, equiparando-se a este o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada; (b) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (c) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior.

A base de cálculo é: (a) o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese de entrada de bens no território nacional; ou (b) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza - ISS e do valor das próprias contribuições, na hipótese de prestação de serviço.

Por fim, cumpre informar que o ICMS quando incidente comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que tenha seu recolhimento diferido.

1.1.5.1.5 Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP (art. 239 da CF/88, Lei 9.715/98, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02)

A contribuição ao PIS e a contribuição ao PASEP foram instituídas respectivamente pelas Leis Complementares n. 7/70 e n. 8/70, sendo posteriormente unificadas pela Lei Complementar n. 26/75.

Nesta época, o tributo tinha por objetivo fomentar a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, buscando viabilizar a participação do empregado nos lucros das empresas.

Todavia, com o advento da CF/88, a contribuição ao PIS/PASEP passou a financiar o programa do seguro-desemprego e o abono do PIS.

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Este, segundo o §3°, do art. 239, da CF/88, passou a ser devido aos empregados que recebiam até dois salários mínimos de remuneração mensal, sendo assegurado o pagamento de um salário mínimo anual.

Com efeito, de acordo com decisão do STF, o art. 239 da CF/88 não implicou o engessamento da contribuição ao PIS, apenas recepcionou-a expressamente, podendo ser regularmente alterada pela legislação infraconstitucional ordinária.

Nestes termos, a contribuição para o PIS/PASEP tem como hipótese de incidência o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 10.637/02), sendo a mesma hipótese de incidência da COFINS.

No mesmo sentido da COFINS, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.

A base de cálculo é o valor do faturamento mensal.

Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: (a) decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; (b) auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; (c) de venda de álcool para fins carburantes; (d) referentes a: (i) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; (ii) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (e) - não operacionais, decorrentes da venda de ativo imobilizado; (f) decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação.

Por último, deve-se dizer que o contribuinte da contribuição para o PIS/PASEP é a pessoa jurídica que auferir receita mensal, sendo que este tributo não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (a) exportação de mercadorias para o exterior; (b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (c) vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

1.1.5.2 Contribuição de intervenção no domínio econômico

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De início, segundo o §4°, do art. 177, da CF/88, cabe dizer que a lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE-combustíveis) deverá atender aos seguintes requisitos:

(i) a alíquota da contribuição poderá ser: (a) diferenciada por produto ou uso; (b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade anual;

(ii) os recursos arrecadados serão destinados: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

Assim sendo, o legislador constitucional deixou espaço relativamente largo para a União instituir diversas modalidades de CIDE.

Deste modo, a Lei 10.336/2001 instituiu a CIDE-combustíveis, que tem como contribuintes o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3o da citada Lei.

Neste sentido, o art. 3o Lei 10.336/2001, dispõe que a CIDE tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos contribuintes já anteriormente referidos, de importação e de comercialização no mercado interno de: I – gasolinas e suas correntes; II - diesel e suas correntes; III – querosene de aviação e outros querosenes; IV - óleos combustíveis (fuel-oil); V - gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI - álcool etílico combustível.

Por sua vez, a Lei 10.168/2000 instituiu a contribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação.

Denominada pela doutrina de CIDE-Royalties, esta contribuição é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior.

A citada CIDE também é devida pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem,

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entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior.

Assim, a contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações tributárias referidas acima.

Consideram-se, para fins Lei 10.168/2000, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica.

Por sua vez, a CIDE-Royalties não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia.

A alíquota da CIDE-Royalties é de 10% (dez por cento).

Por fim, destacamos outras importantes contribuições consideradas pelo STF como contribuição de intervenção de domínio econômico (CIDE), a saber:

(a) Contribuição do SEBRAE disposta no art. 8º, § 3º, Lei n. 8.029/1990, é CIDE, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais relativas às entidades de que trata o art. 1o do Decreto-Lei no 2.318/1986 (SESI, SENAI, SESC, SENAC). Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, da CF/88;

(b) Contribuições em favor dos extintos Instituto de Açúcar e do Álcool (IAA) e do Instituto Brasileiro do Café (IBC), para financiar as atividades destas instituições estatais nas suas respectivas áreas de atuação;

(c) O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM), que, segundo o STF, é uma contribuição parafiscal ou especial de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações portuárias;

(d) O Adicional de Tarifa Portuária (ATP) estabelecido pelo art. 1º, §1°, da Lei 7.700/1988, incidente sobre as operações realizadas com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio na navegação de longo curso, sendo que o produto da sua arrecadação destinar-se-á à aplicação em investimentos para melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias.

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1.1.5.3 Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas

A respeito da contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de contribuições corporativas, são contribuições especiais que tem como objetivo custear atividades relacionadas ao interesse da sociedade relacionado à determinada classe profissional ou econômica.

Neste sentido, pode-se identificar a contribuição sindical devida pelos

trabalhadores da iniciativa privada, independentemente da filiação sindical (art. 478 da CLT), e as contribuições cobradas pelos conselhos profissionais de fiscalização e regulamentação do exercício profissional, tais como CRM, CRV, CREA, dentre outras.

Deve-se dizer também que todas as contribuições cobradas pelos conselhos profissionais responsáveis pela fiscalização do exercício profissional são contribuições parafiscais com caráter de tributo, salvo a contribuição cobrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Neste sentido, existem reiteradas decisões dos STJ, a saber:

“Pelo menos desde 2004 esta Corte Superior vem entendendo que as anuidades cobradas pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB não têm natureza tributária”.

“O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que as contribuições cobradas pela OAB não seguem o rito disposto pela Lei nº 6.830/80, uma vez que não têm natureza tributária”;

“As contribuições para os Conselhos Profissionais, à exceção da OAB, possuem natureza tributária”;

“As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal.”

Além destas contribuições de competência da União, temos mais duas contribuições de competência de outros entes federativos, a saber:

(a) Contribuição previdenciária de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos

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servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88);

(b) Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública(COSIP ou CIP) de competência do Distrito Federal e dos Municípios, sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica (art. 149-A, da CF/88);

Por fim, devemos rememorar que o tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos. São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc.

1.1.5.4 Outras regras constitucionais relevantes sobre as contribuições tributárias

Cabe dizer ainda que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União (art. 195, §1°, da CF/88); e que nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5°, da CF/88)

Por sua vez, a CF/88 estabelece que “são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”, conforme dispõe o §7°, do art. 195 da CF/88.

Esta norma transmite o teor de uma “falsa” isenção, representando nítida “imunidade tributária”, existindo equívoco por parte do legislador constitucional, eis que a imunidade é matéria de sede constitucional, podendo ser conceituada como uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. Já a isenção é matéria de lei infraconstitucional, sendo conceituada como uma dispensa legal do pagamento do tributo devido.

Vamos estudar este assunto em aulas futuras, mas já deixo registrado o seguinte quadro comparativo distinguindo (i) isenção, (ii) imunidade e (iii)não-incidência:

Isenção Imunidade Não-incidência Quanto à

categoria da lei criadora

Lei infraconstitucional

ou ordinária (norma

Lei Constitucional (norma

constitucional)

_

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infraconstitucional) Quanto à

competência Decorre do exercício da competência

tributária

Limitação constitucional ao poder de tributar,

(não existe competência

tributária)

_

Quanto à ocorrência do fato gerador

Ocorre o fato gerador (há incidência tributária)

Não ocorre o fato gerador (não há

incidência)

Não ocorre o gerador (não há

incidência)

Não é outra compreensão do STF, a saber:

“Contribuição previdenciária — Quota patronal — Entidade de fins assistenciais, filantrópicos e educacionais — Imunidade (CF, art. 195, § 7º). A cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da Carta Política — não obstante referir-se impropriamente à isenção de contribuição para a seguridade social —, contemplou as entidades beneficentes de assistência social o favor constitucional da imunidade tributária, desde que por elas preenchidos os requisitos fixados em lei. A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal já identificou, na cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da Constituição da República, a existência de uma típica garantia de imunidade (e não de simples isenção) estabelecida em favor das entidades beneficentes de assistência social”.

Nesse rumo, uma norma constitucional que é muito cobrada em concursos, é a que dispõe que as contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); (b) a receita ou o faturamento (contribuição para financiamento da seguridade social - COFINS, por exemplo); (c) o lucro (contribuição sobre o lucro líquido - CSLL); poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho (art. 195, §9°, da CF/88).

Ainda deve-se falar que é vedada (proibida) a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); e (ii) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social; para débitos em montante superior ao fixado em lei

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complementar (art. 195, §11°, da CF/88).

A partir destes ensinamentos, você já pode acertar diversas questões sobre o tema:

1. (ESAF/AFRF/2002) Assinale a opção correta. a) Compete supletivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. b) As contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas podem ser instituídas por lei ordinária e só podem ser cobradas a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da sua publicação. c) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência e assistência social. d) Os rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que preste serviços à empresa não pode ser objeto da contribuição para a seguridade social por constituírem base de cálculo de outra exação, o imposto de renda. e) As contribuições para a seguridade podem ser exigidas imediatamente, por não se lhe aplicar a anterioridade da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado em relação ao exercício financeiro da cobrança.

2. (ESAF/AFRF/2005/adaptada) · Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios compete instituir contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, desde que para o custeio, em benefício dos respectivos sujeitos passivos, e no âmbito territorial do ente tributante? · A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) foi instituída pela União com a finalidade de financiamento de projetos de proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico? a) Não, não. b) Não, sim. c) Sim, sim. d) Sim, não.

3. (AFRF/2003/ESAF) Responda com base na Constituição Federal. · É vedado que as contribuições sociais para a seguridade social tenham base de cálculo própria de impostos?

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· Incide contribuição social para a seguridade social sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social? · As contribuições sociais para a seguridade social sobre a folha de salários, a receita ou o faturamento de pessoas jurídicas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra? a) Sim, não, não. b) Sim, sim, sim. c) Sim, sim, não. d) Não, não, sim. e) Não, sim, sim.

4. (AFE/MS/2001/ESAF) Com base no disposto na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, pode-se afirmar que: a) Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia. b) Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria. c) As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF. d) A União pode transferir aos Estados o exercício regular de sua competência tributária. e) A cumulatividade e a seletividade são características essenciais do Imposto sobre Produtos Industrializados.

5. (AFE/PI/2001/ESAF) Marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. ( ) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. ( ) A contribuição de melhoria é instituída em face de obras públicas ou privadas, que valorizem ou depreciem o imóvel do administrado. ( ) As taxas têm como fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. ( ) O que caracteriza as contribuições especiais é que o produto de suas arrecadações deve ser carreado para financiar atividades de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte. a) V, V, V, V. b) V, F, F, V. c) V, F, V, V. d) F, V, V, F. e) F, F, F, F.

6. (ESAF/AFRF/2005)

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· Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica? · Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União? · As contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação? a) Não, sim, não. b) Sim, não, sim. c) Sim, não, não. d) Não, não, sim. e) Sim, sim, não.

7. (ESAF/AFPS/2002) Em relação às contribuições sociais, inclusive às destinadas à seguridade social, a Constituição estabelece limitações que devem ser respeitadas pela legislação infraconstitucional. Isto posto, avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I. É vedada a concessão de remissão ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, do empregador, da empresa e da entidade equiparada a empresa na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Igual vedação se aplica, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, à contribuição social de seguridade social, a que se sujeitam o trabalhador e os demais segurados da previdência social. II. É vedada a incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação e sobre a importação de petróleo e seus derivados. Vedada também é a incidência de contribuição para a seguridade social sobre o valor das aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social. III. É vedada a concessão de isenção ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, incidente sobre a receita de concursos de prognósticos, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. a) Somente I é verdadeira. b) I e II são verdadeiras. c) I e III são verdadeiras. d) II e III são verdadeiras. e) Todas são falsas.

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8. (ESAF/AFRF/2005/adaptada) Sobre as contribuições sociais (art. 149 da Constituição Federal), é errôneo afirmar-se, haver previsão de que a) poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas. b) incidirão, também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. c) incidirão, em todos os casos, uma única vez. d) poderão ter por base, entre outras, o faturamento e a receita bruta. e) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

9. (ESAF/AFRF/2005) Sobre as contribuições para a seguridade social (art. 195 da Constituição), podemos afirmar que a) nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio, parcial ou total. b) as contribuições do empregador sobre a folha de salários não poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica a que se dedique a empresa. c) as receitas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios destinadas à seguridade social integrarão o orçamento da União. d) são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas pelo Poder Executivo. e) somente poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.

10. (ESAF/AFRF/2003) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições constitucionais. · As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição Federal _____________ sobre as receitas decorrentes de exportação, _______________ sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. · As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art. 149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da __________________. a) incidirão / podendo incidir também / anterioridade. b) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade. c) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade mitigada ou nonagesimal. d) incidirão / não podendo incidir / anterioridade. e) não incidirão / não podendo incidir também / anterioridade mitigada ou nonagesimal.

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11. (CESPE/UNB/OAB/2007) Além dos impostos, a Constituição Federal permite à União cobrar as chamadas contribuições sociais. Entretanto, não é permitido à União cobrar contribuição (a) sobre o lucro das empresas. (b) destinada à iluminação pública. (c) sobre o faturamento das empresas. (d) sobre a receita de concursos de prognósticos.

12. (CESPE/UNB/OAB/2006) As contribuições de intervenção no domínio econômico podem ser cobradas sobre bases de cálculo (a) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros. (b) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros. (c) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação de produtos ou serviços estrangeiros, não incidindo sobre as receitas de exportação. (d) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros, e com alíquotas estabelecidas por ato do Poder Executivo.

13. (CESPE/UNB/OAB/2006) As contribuições sociais cobradas do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, na forma do artigo 195, I, da Constituição Federal, que trata da folha de salários, receita ou faturamento e lucro, (a) devem ter alíquotas ou bases de cálculo idênticas, independentemente da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra. (b) podem ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra. (c) devem ter, apenas, alíquotas idênticas em função do princípio da igualdade. (d) podem ter alíquotas diferenciadas em função da diversidade da base de financiamento.

14. (CESPE/TCE/GO/2007) Considerando que, no exercício de sua competência tributária, a União tenha instituído nova contribuição social, assinale a opção correta. A Nessa situação, a União está exercendo sua competência extraordinária. B A União deve observar, nesse caso, o princípio da não cumulatividade. C Essa contribuição pode ser instituída por lei ordinária.

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D A lei veda que a referida contribuição tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados na CF.

15. (CESPE/Advogado/Petrobras/2007) Uma das destinações legais do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) é o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

16. (TRF 4° Região/Juiz Federal/2006) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM) constitui Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).

17. (CESPE/Juiz Federal/2006) Em conformidade com as disposições constitucionais aplicáveis, as contribuições sociais devem ter alíquotas ad valorem; já a contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, de gás natural e seus derivados e de álcool combustível deve ter alíquota específica.

18. (FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006) Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que (A) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. (B) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições parafiscais”, porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”. (C) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. (D) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino. (E) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

19. (ESAF/AFRF/2003) O Supremo Tribunal Federal julgou importante questão sobre a exigibilidade da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), pela União Federal, ao Estado do Paraná. Aponte a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

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“... o Estado do Paraná, que, durante a vigência da Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, _______ [I]________, por força da Lei nº 6.278, de 23/05/1972, a contribuir para o PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO, ________ [II]__________ da contribuição, _______[III]_______ nº 10.533, de 30/11/1993, pois, com o advento da Constituição Federal de 1988, a contribuição deixou de ser ______ [IV]_______, para ser ______ [V]____ , nos termos do art. 239.” a) [I] já não se comprometera... [II] não pode sofrer a incidência... [III] mesmo diante da Lei Federal... [IV] compulsória... [V] facultativa b) [I] se desobrigara... [II] pôde-se eximir... [III] em face de sua Lei... [IV] obrigatória... [V] voluntária. c) [I] se prontificara... [II] tem o direito de eximir-se... [III] por meio de sua Lei... [IV] obrigatória...[V] voluntária. d) [I] se obrigara... [II] já não poderia se eximir... [III] mediante sua Lei... [IV] facultativa... [V] obrigatória. e) [I] se comprometera... [II] já se liberou... [III] diante da Lei... [IV] fonte de estímulo ao servidor público... [V] instrumento financiador do seguro-desemprego.

20. (ESAF/AFRFB/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. ( ) A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. ( ) Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior. a) V, V, F. b) F, V, F. c) V, F, F. d) F, F, F. e) V, V, V.

21. (CESPE/AGU/2004) Considere a seguinte situação hipotética. Determinado estado decidiu, a partir de 2004, instituir contribuição social, a ser cobrada de seus servidores, para custeio do sistema de previdência dos servidores estaduais. Nessa situação, a Constituição Federal faculta à unidade federada a referida

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instituição, desde que a alíquota não ultrapasse a estabelecida pela União para a contribuição dos servidores federais.

22. (CESPE/AGU/2004) É constitucionalmente admissível que a União crie uma contribuição de intervenção no domínio econômico sobre minerais e energia elétrica.

23. (CESPE/AGU/2004) Caso a União deseje criar uma contribuição de intervenção no domínio econômico sobre a comercialização do milho, a Constituição Federal faculta-lhe estabelecer uma alíquota fixa por saca de milho, independentemente do valor sobre o qual se efetivem as operações.

24. (CESPE/PGE/ES/2008) O STF já decidiu que é ilegítima a incidência da contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) sobre o faturamento das empresas distribuidoras de derivados de petróleo, pois as mesmas gozam de imunidade tributária.

25. (CESPE/Procurador/Natal/2008) É legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro salário.

26. (CESPE/Defensoria Pública/CE/2008) Somente a União pode instituir contribuição de intervenção no domínio econômico.

27. (CESPE/Auditor Fiscal/Acre/2006) Os Estados podem instituir taxas, porém não lhes é permitido instituir contribuições de intervenção no domínio econômico.

28. (CESPE/Defensoria Pública/CE/2008) Lei municipal pode instituir contribuição de iluminação pública para o custeio da iluminação pública.

29. (CESPE/Advogado/Petrobras/2007) Considere que determinado município institua contribuição para o custeio do regime próprio de previdência e assistência social de seus servidores públicos. Nesse caso, a referida contribuição poderá ser exigida no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei instituidora, desde que haja a observância do interregno de noventa dias entre a instituição e a cobrança.

30. (CESPE/Juiz Federal/2007) O Supremo Tribunal Federal (STF) já pacificou entendimento jurisprudencial no sentido de que não se admite a criação de contribuição para o financiamento da seguridade social que tenha a mesma base de cálculo de imposto já existente.

31. (ESAF/ATA/MF/2009) Além das inúmeras contribuições sociais

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instituídas no texto da Constituição Federal, há possibilidade de instituição de novas espécies de contribuição social? Assinale a assertiva que responde incorretamente à pergunta formulada. a) Pode haver contribuição social com o mesmo fato gerador de outra já existente. b) O rol de contribuições sociais não é taxativo. c) Há previsão constitucional de competência residual. d) A diversidade da base de financiamento permite outras contribuições sociais. e) A União pode instituir outras contribuições sociais.

32. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito da natureza jurídica da contribuição social, analise as assertivas abaixo relativas às espécies tributárias, indicando a correta. a) Imposto. b) Taxa. c) Contribuição Parafiscal. d) Empréstimo Compulsório. e) Contribuição de Melhoria.

33. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que: a) a contribuição do empregador incide só sobre a folha de salários. b) a contribuição da empresa pode ser feita em função do tipo de produto que ela vende. c) o trabalhador não contribui para a Seguridade Social. d) os concursos de prognósticos não estão sujeitos à incidência de contribuições sociais. e) pode haver incidência de contribuição social sobre a importação de bens do exterior.

34. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as assertivas abaixo, assinalando a incorreta. a) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA. b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA. c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural – SEGURADO ESPECIAL. d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS. e) Incidentes sobre seu salário de contribuição – TRABALHADORES.

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35. (CESPE/Analista do Seguro Social/Direito/2008) A contribuição social criada por lei publicada em 20 de dezembro de determinado ano somente poderá ser exigida em 1º de janeiro do ano seguinte.

36. (CESPE/Procurador Municipal de Vitória/2007) Compete à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública.

37. (UFRS/ICMS/RS/2006) No que concerne a contribuições, assinale a alternativa mais aceitável. (A) As contribuições dos Municípios e do Distrito Federal para custeio do serviço de iluminação pública dependem, para sua cobrança, de regulamentação em lei complementar. (B) Os Estados não têm competência para instituir contribuições, exceto as contribuições de melhoria. (C) A contribuição de intervenção no domínio econômico é de competência exclusiva da União. (D) A contribuição para custeio do sistema confederativo sindical tem natureza tributária. (E) As contribuições sociais da seguridade social não podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

A primeira questão é a letra “b”, pois as contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas podem ser instituídas (criadas) por lei ordinária (entendimento do STF citado em aula).

As contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais só podem ser cobradas a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da sua publicação, uma vez que devem observar o princípio da anterioridade anual.

O art. 149, caput, da CF/88 estabelece que é a competência exclusiva da União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

E o art. 195, § 6º, dispõe que as contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b” (anterioridade anual).

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Isto é, as contribuições da seguridade social não devem observar o princípio da anterioridade anual, mas as contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas devem obedecer a anterioridade anual.

A letra “a” é incorreta, uma vez que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas (art. 149, caput, da CF/88).

E esta letra fala em competência supletiva, que é a competência em que determinado ente federativo atua no caso da omissão do ente originariamente competente, o que não é o caso, pois a CF/88 dispõe competência exclusiva e não supletiva.

A letra “c” é incorreta, uma vez que os Estados, os Municípios e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88).

Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE e das contribuições corporativas (de interesses de categorias profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88.

Com base nestes argumentos, a alternativa “c” é errada, eis que o termo federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, uma vez que os rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que preste serviços à empresa pode ser objeto da contribuição para a seguridade social, mesmo constituindo a base de cálculo de outra exação, tal como o imposto de renda.

A letra “e” é incorreta, pois as contribuições para a seguridade social não podem ser exigidas imediatamente, apesar de não se lhe aplicar a anterioridade anual disposta no art. 150, inc. III, alínea “b”, uma vez que o art. 195, § 6º, dispõe que as contribuições para a seguridade social só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.

A segunda questão é letra “a” (Não, não).

O primeiro item é não, porque é competência apenas da União instituir contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

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O segundo item é não, porque a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) foi instituída pela União com a finalidade de (i) pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (ii) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (iii) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes (art. 177, § 4°, inc. II, “a”, “b” e “c”, da CF/88).

A terceira questão é letra “d” (Não, não, sim).

O primeiro item é não, porque não há qualquer proibição constitucional de que contribuições sociais para a seguridade social tenham base de cálculo própria de impostos.

O segundo item é não, porque não pode incidir contribuição social para a seguridade social sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social.

Dispõe o art. 195, inc. II, da CF/88: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201”. Esta não-incidência é uma espécie de imunidade tributária.

O terceiro item é sim, pois, de acordo §9°, do art. 195, da CF/88, as contribuições sociais para a seguridade social sobre a folha de salários, a receita ou o faturamento de pessoas jurídicas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

A quarta questão é letra “a”.

A letra “a” é correta, uma vez que é competência comum dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia.

A letra “b” é incorreta, uma vez que a União, Estados, DF e Municípios podem instituir contribuições de melhoria.

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A letra “c” é incorreta, uma vez que as contribuições especiais, com fins econômicos é competência da União.

Enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, apenas têm competência para a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

A letra “d” é incorreta, pois União não pode transferir aos Estados o exercício regular de sua competência tributária, uma que a competência para instituir tributo é indelegável. Não pode, por exemplo, a União transferir competência para qualquer Assembléia Legislativa de Estado instituir imposto de renda, o que, de fato, seria uma aberração no sistema federativo brasileiro.

A letra “e” é incorreta, eis que a não-cumulatividade e a seletividade são características essenciais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A quinta questão é letra “c” (V, F, V, V).

O primeiro item é verdadeiro, porque imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, do CTN).

O segundo item é falso, porque a contribuição de melhoria é instituída em face de obras públicas e não privadas, que valorizem o imóvel do administrado e não o depreciem.

Dispõe o art. 81 do CTN, a saber: “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.

O terceiro item é verdadeiro, porque as taxas têm como fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, de acordo com o art. 77, do CTN.

O quarto item é verdadeiro, uma vez que uma das características das contribuições especiais é que o produto de suas arrecadações deve ser carreado para financiar atividades de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte.

A sexta questão é letra “c” (Sim, não, não).

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O primeiro item é sim, porque podem os Municípios e o Distrito Federal instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica (art. 149-A, da CF/88).

O segundo item é não, porque os Estados, o Distrito Federal e os Municípios só podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149-A, da CF/88).

O terceiro item é não, pois as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, não poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme estabelece o art. 149, §2°, inc. I, da CF/88.

A sétima questão é letra “a”. Somente o item I é verdadeiro.

O primeiro item é verdadeiro, porque é vedada a concessão de remissão ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, do empregador, da empresa e da entidade equiparada a empresa na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (art. 195, §11, da CF/88).

Igual vedação se aplica, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, à contribuição social de seguridade social, a que se sujeitam o trabalhador e os demais segurados da previdência social, de acordo, de acordo com o mesmo art. 195, §11, da CF/88.

O segundo item é falso, porquanto não é vedada a incidência de contribuições sociais sobre a importação de petróleo e seus derivados, conforme o art. 149, §2°, inc. II, da CF/88, dispondo que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.

O terceiro item é falso, porque não é vedada a concessão de isenção ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, incidente sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, inc. III), para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

A vedação citada acima é apenas os tributos previstos nos incisos I, a, e II, do art. 195, da CF/88.

A oitava questão é letra “c”, porque a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez (art. 149, §4°, da CF/88), sendo errado dizer que as contribuições sociais gerais incidirão, em todos os casos,

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uma única vez.

A nona questão é letra “e”, pois, a respeito das contribuições para a seguridade social (art. 195 da Constituição), podemos afirmar que somente poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, de acordo com §6°, do art. 195, da CF/88.

A letra “a” é incorreta, uma vez que nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5°, da CF/88). O erro da questão está em falar em fonte de custeio parcial.

A letra “b” é incorreta, uma vez que as contribuições do empregador sobre a folha de salários poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica a que se dedique a empresa, segundo o §9°, do art. 195, da CF/88.

A letra “c” é incorreta, pois as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União, segundo o §1°, do art. 195, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, eis que são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (§7°, do art. 195, da CF/88)

A décima é letra “b”.

As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição Federal não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, mas poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, de acordo com o art. 149, §2°, incs. I e II, da CF/88.

As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art. 149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da anterioridade.

O art. 149, caput, da CF/88 estabelece que é a competência exclusiva da União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

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E o art. 195, § 6º, dispõe que as contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b” (anterioridade anual).

Assim, as contribuições sociais ou as contribuições da seguridade social não devem observar o princípio da anterioridade anual, mas as contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas devem obedecer a anterioridade anual.

A décima primeira é letra “b”, porque a União tem competência para cobrar contribuição sobre o lucro das empresas, sobre o faturamento das empresas e sobre a receita de concursos de prognósticos, mas não tem competência para cobrar a contribuição destinada à iluminação pública, que é competência dos Municípios e do Distrito Federal.

A décima segunda é letra “c”, conforme o art. 149, §2°, incs. I e II, da CF/88.

A décima terceira é a letra “b”, porque as contribuições sociais para a seguridade social sobre a folha de salários, a receita ou o faturamento de pessoas jurídicas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, segundo o §9°, do art. 195, da CF/88.

A décima quarta (14) é a letra “b”, uma vez que para a criação das contribuições residuais da seguridade social é necessário lei complementar, além de obediência ao princípio da não-cumulatividade e base de cálculoou fato gerador diferentes das contribuições especiais já referidas na CF/88.

Noutros termos, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição social já discriminada na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88(por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.).

A letra “a” é falsa, eis que, nessa situação, a União está exercendo sua competência residual e não extraordinária.

A letra “c” é falsa, pois essa contribuição apenas pode ser instituída por lei complementar.

A letra “d” é falsa, porque o texto constitucional, segundo interpretação do STF, veda que a referida contribuição tenha fato gerador ou base de cálculo

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próprios das contribuições sociais já existentes e não dos impostosdiscriminados na CF.

A décima quinta (15) é verdadeira, de acordo com o art. 177, §4°, inc. II, alínea “c”, da CF/88.

A décima sexta (16) é verdadeira, de acordo com entendimento do STF já exposto no decorrer da aula, a saber: “Adicional ao Frete para Renovação da Marinha mercante - AFRMM: Contribuição parafiscal ou especial de intervenção no domínio econômico. CF art. 149, art. 155, § 2º, IX. ADCT, Art. 36. O adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM – é uma contribuição parafiscal ou especial, contribuição de intervenção no domínio econômico, terceiro gênero tributário, distinta do imposto e da taxa. (CF, art. 149)” (RE 177.137, DJ de 18-4-97).

A décima sétima (17) é errada, pois, em conformidade com as disposições constitucionais aplicáveis (art. 149, §2°, inc. III), as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

A décima oitava (18) é letra “c”, uma vez que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme art. 149, §2°, inc. I, da CF/88.

A letra “a” é incorreta, uma vez que às contribuições sociais aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal ou noventena, de acordo com o art. 149 c/c 195, §6°, da CF/88.

A letra “b” é incorreta, uma vez que as contribuições do empregador sobre a folha de salários poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica a que se dedique a empresa, segundo o §9°, do art. 195, da CF/88.

A letra “d” é incorreta, pois nem todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições parafiscais”. Por exemplo, a COFINS e a CSLL não são contribuições parafiscais, eis que são destinadas a financiar a seguridade social e são fiscalizadas e arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

A letra “e” é incorreta, eis que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1°, da CF/88).

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A décima nona (19) é letra “d”, cobrando entendimento do STF sobre o PIS/PASEP exposto no decorrer da aula, a saber: “O artigo 239 da Constituição Federal de 1988 constitucionalizou o PASEP, criado pela Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, dando-lhe caráter eminentemente nacional, com as alterações nele enunciadas (§§ 1º, 2º, 3º e 4º). O mais foi objeto da Lei, que encomendou, ou seja, a de n. 7.998, de 11-1-1990. Sendo assim, o Estado do Paraná, que, durante a vigência da Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, se obrigara, por força da Lei n. 6.278, de 23-5-1972, a contribuir para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, já não poderia se eximir da contribuição, mediante sua Lei nº 10.533, de 30/11/1993, pois, com o advento da Constituição Federal de 1988, a contribuição deixou de ser facultativa, para ser obrigatória, nos termos do art. 239”.

A vigésima (20) é letra “e”, pois todos os itens são verdadeiros.

O primeiro item é verdadeiro, de acordo com a súmula 659 do STF: “É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País”, que é explicada na vigésima segunda questão (22).

O segundo item é verdadeiro, eis que a COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, de acordo com o art. 1°, da lei 10.8333/2003.

O terceiro item também é verdadeiro, pois, a Emenda Constitucional n° 42/03, estabeleceu no art. 195, IV, da CF/88, a competência da União para criação da Contribuição para o PIS/PASEP Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior, que foi instituída pela Lei 10.865/2004.

A vigésima primeira questão (21) está errada, de acordo com art. 149, §1°, da CF/88.

A vigésima segunda questão (22) é certa, eis que o art. 155, §3°, da CF/88, estabelece que à exceção dos II, IE e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

Portanto, pode incidir contribuições tributárias especiais (exs.: COFINS, PIS, CIDE) sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País, mas não pode incidir impostos, exceto o II, o IE e o ICMS.

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Neste sentido, diz a súmula 659 do STF: “É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País”.

No caso específico das operações relativas a energia elétrica, destaca-se que incide ICMS, pelo simples motivo estas operações não são fatos geradores do II e IE. Como diz o STF: “Ademais, de acordo com o art. 155, § 3º, da Magna Carta, o ICMS é o único imposto que poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica”.

A vigésima terceira questão (23) é verdadeira, pois, como afirmei na aula, o legislador constitucional deixou espaço relativamente largo para a União instituir diversas modalidades de CIDE, tal como a exemplificada na questão.

E no caso de instituição da CIDE ou de contribuições sociais, poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada (art. 149, §2°, III, “a” e “b”).

A vigésima quarta questão (24) é falsa, de acordo com o mesmo entendimento disposto na vigésima segunda questão (22).

Neste sentido, já decidiu a jurisprudência do STF:

“Distribuidoras de derivados de petróleo, mineradoras, distribuidoras de energia elétrica e executoras de serviços de telecomunicações. CF, art. 155, § 3º. Lei Complementar n. 70, de 1991. Legítima a incidência da COFINS sobre o faturamento da empresa. Inteligência do disposto no § 3º do art. 155, CF, em harmonia com a disposição do art. 195, caput, da mesma Carta”.

“O Supremo Tribunal Federal, concluindo o julgamento dos Recursos Extraordinários n.s 205.355 (Ag.Rg); 227.832; 230.337; e 233.807, Rel. Min. Carlos Velloso, abrangendo as contribuições representadas pela COFINS, pelo PIS e pelo FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, a serviços de telecomunicações, e a derivados de petróleo, combustíveis e minerais, entendeu que, sendo elas contribuições sociais sobre o faturamento das empresas, destinadas ao financiamento da seguridade social, nos termos do art. 195, caput, da Constituição Federal, não lhes é aplicável a imunidade prevista no art. 155, § 3º, da Lei Maior”.

A vigésima quinta questão (25) é verdadeira, de acordo com a súmula 688 do STF.

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A vigésima sexta questão (26) e a vigésima sétima (27) são certas, de acordo com os arts. 145, inc. II, e 149, caput, da CF/88.

A vigésima oitava questão (28) é certa, segundo o art. 149-A, da CF/88.

A vigésima nona questão (29) está errada por falar em assistência social, de acordo com o art. 149, §1°.

A trigésima questão (30) é falsa, pois, segundo o STF, para a criação das contribuições residuais da seguridade social é necessário lei complementar, além de obediência ao princípio da não-cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das contribuições especiais já referidas na CF/88.

Em outras palavras, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição social já existente na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88 (por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.).

A trigésima primeira questão (31) é letra “a”, tratando-se do tema já respondido na questão anterior (30).

Na trigésima segunda questão (32) foi considerada correta no gabarito provisório a letra “c”.

As demais letras são certamente incorretas.

Assim, realça-se que determinada doutrina minoritária ainda denomina as contribuições sociais de parafiscais.

Entretanto, entendo que a letra “c” também deve ser considerada incorreta.

Todas as contribuições sociais não podem ser consideradas contribuições parafiscais, pois, a partir do advento da Lei nº 11.457/07, a atribuição de arrecadar e fiscalizar até mesmo as contribuições sociais previdenciárias passou a ser da Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta da União.

Decerto, as contribuições previdenciárias antigamente eram arrecadadas e fiscalizadas pelo INSS (autarquia), podendo-se enquadrar no conceito de tributo parafiscal, mas, atualmente, não se pode falar que estas contribuições sociais são parafiscais.

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E olhe que a questão fala em “contribuição social” que se dividem em: (a1) contribuições da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (a2) outras contribuições de seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); (a3) contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da CF/88, e 62 do ADCT);

Portanto, o tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos. São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc.

Com efeito, pode ser considerada contribuição social “parafiscal” as contribuições sociais gerais com base no art. 240, da CF/88 (contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, SEST, SENAT), e no art. 62 do ADCT (contribuição ao SENAR), mas não as contribuições sociais (gênero).

A trigésima terceira questão (33) é letra “e”, pois, a Emenda Constitucional n° 42/03, estabeleceu no art. 195, IV, da CF/88, a competência da União para criação da Contribuição para o PIS/PASEP Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior, que foi instituída pela Lei 10.865/2004.

A trigésima quarta questão (34) é letra “b”, uma vez que a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional é base cálculo da contribuição social incidente sobre a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional, segundo o §6°, do art. 22, da lei 8.212/91.

A trigésima quinta questão (35) é errada.

A regra geral é que os tributos se submetam aos ditames dos princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal ou noventena.

No caso da contribuição social para seguridade social, conforme os arts. 149, caput, e 195, §6°, da CF/88, a instituição ou majoração deve se submeter apenas a noventena.

De qualquer forma, não é correto dizer que contribuição social criada por lei publicada em 20 de dezembro de determinado ano poderá ser exigida em 1º de janeiro do ano seguinte.

A trigésima sexta questão (36) é errada, uma vez que não compete a

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União e aos Estados-membros instituir contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública, segundo art. 149-A da CF/88.

A trigésima sétima questão (37) é letra “c”, eis que a contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é de competência exclusiva da União, de acordo com o art. 149 c/c 177 da CF/88.

A letra “a” é falsa, pois as contribuições dos Municípios e do Distrito Federal para custeio do serviço de iluminação pública dependem, para sua cobrança, de regulamentação em lei ordinária e não complementar, de acordo com o art. 149-A da CF/88, a saber: “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica”.

A letra “b” é falsa, porque os Estados têm competência para instituir contribuições previdenciárias cobradas dos seus servidores, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (CF, art. 149, §1°).

A letra “d” é falsa, uma vez que a contribuição para custeio do sistema confederativo sindical não tem natureza tributária. Lembra da súmula 666 do STF: “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo”. Ou seja, não há obrigatoriedade de todos arcarem com tal contribuição, que não é tributo e só é exigível dos filiados ao respectivo sindicato.

A letra “e” é falsa, porque as contribuições sociais da seguridade social podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou, eis só devem exigência a noventena (CF, art. 195, §6°).

1.2 Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador

Esta classificação separa os tributos em tributos vinculados e tributos não-vinculados.

Tributo vinculado significa que o fato gerador do tributo é uma atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Como exemplo, temos a contribuição de melhoria que decorre da atividade do Estado de realizar uma obra pública da qual deve resultar valorização imobiliária para o contribuinte. Temos também o exemplo das taxas, uma vez que fato gerador indica que a taxa deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos

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e divisíveis.

Já o tributo não-vinculado significa que o fato gerador do tributo é um fato praticado pelo contribuinte independente de qualquer atividade estatal específica realizada para o próprio contribuinte. O melhor exemplo de tributo não-vinculado são todos os impostos.

Já o empréstimo compulsório pode ser um tributo vinculado ou um tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador especificado na lei complementar, como já afirmei e fundamentei no item 2.1.4.

Responda as seguintes questões e veja se você realmente aprendeu o assunto:

(FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as seguintes características: I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II. A materialidade do seu fato gerador consiste na atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviço. III. A materialidade do fato gerador é a atuação do Estado em forma de obras públicas que decorra valorização imobiliária. No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, seqüencialmente, a (A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado (imposto) e contribuição de melhoria. (B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria e tributo não-vinculado (taxa). (C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e tributo não-vinculado (imposto). (D) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado (taxa) e contribuição de melhoria. (E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de melhoria, e tributo vinculado (imposto).

A resposta correta é a letra “d”. Imposto (tributo não-vinculado), taxa (tributo vinculado) e contribuição de melhoria (tributo vinculado).

(UFRS/ICMS/RS/2006) Assinale a alternativa correspondente àquela espécie de exações, classificável, pela sua hipótese de incidência, como tributos vinculados a atividades realizadas pelo poder público. (A) impostos diretos. (B) taxas. (C) empréstimos compulsórios. (D) impostos indiretos.

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(E) contribuições de intervenção no domínio econômico.

A resposta correta é a letra “b”, eis que a taxa é um tributo vinculado a atividade realizada pelo poder público. Vamos trabalhar com a classificação de tributos direitos e indiretos ainda nesta aula.

1.3 Classificação quanto ao destino da arrecadação

Esta classificação separa os tributos em tributos de arrecadação vinculada e não-vinculada.

Tributo de arrecadação vinculada é aquele que os recursos arrecadados devem ser utilizados com despesas legais previamente determinadas. Por exemplo, o empréstimo compulsório, pois a CF/88 dispõe que a aplicação dos recursos provenientes deste tributo será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Outro exemplo, são as custas e emolumentos (espécie de taxa judiciária), pois a CF/88 prescreve que serão destinadas apenas ao custeio dos serviços afetos às atividades da Justiça.

Neste contexto, o STF já admitiu como constitucional que a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio Poder Judiciário.

E a ESAF cobrou o tema em 2007:

(PGDF/2007) “É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público”.

É falsa a alternativa, pois o STF entende que é constitucional.

Tributo de arrecadação não-vinculada é aquele que os recursos podem ser aplicados sem vinculação a despesa previamente destinada. Como exemplo, a doutrina cita os impostos, uma vez que, em princípio, as suas receitas não podem ser vinculadas a órgãos, fundos ou despesas, salvo as exceções previstas no inciso IV e §4°, do art. 167, da CF/88.

Destaca-se que em virtude do dispositivo do art. 167, IV, da CF/88, o STF recentemente entendeu inconstitucional a isenção de IPVA concedida pelo Distrito Federal para aqueles empresários que patrocinem o esporte. Isso porque a isenção representaria vincular a receita do IPVA à atividade de patrocínio do esporte.

Entretanto, é relevante prestar atenção em relação às exceções previstas nesta regra constitucional (art. 167, IV, da CF/88). Em outras palavras, os recursos arrecadados com os impostos também podem ser utilizados com despesas previamente determinadas. Vejamos o art. 167, inc.

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IV, da CF/88:

Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.

Noutro ponto, é possível a vinculação de receitas de impostos estaduais e municipais para prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamentos de débitos para com esta (art. 167, §4º, da CF/88).

(FUNDATEC/Assessor em Finanças/UERS/2005) Em relação ao IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, levando em conta o conceito legal de imposto, está correto afirmar que este tributo A) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação de rodovias, hidrovias e ferrovias. B) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. C) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação e conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. D) não pode ter outra finalidade que não aquelas relacionadas com as atividades estatais de transporte, educação e saúde. E) independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, ou seja, não se vincula a qualquer despesa em particular.

A resposta é a letra “e”. Mas perceba que o examinador confunde as classificações quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador e quanto ao destino da arrecadação.

O mais certo seria a seguinte resposta: Em relação ao IPVA está correto afirmar que este tributo independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, bem como (ou “e também”) não se vincula a qualquer despesa em particular.

1.4 Classificação quanto à base econômica de incidência

Esta classificação é baseada no CTN, dividindo os impostos em (i) impostos sobre o comércio exterior, (ii) impostos sobre o patrimônio e a renda,

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(iii) impostos sobre produção e a circulação e (iv) impostos especiais.

Os impostos sobre o comércio exterior incidem sobre operação de importação ou exportação. São eles: imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) e o imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE).

Os impostos sobre o patrimônio e a renda incidem sobre a propriedade de bens móveis, bens imóveis e sobre a renda. São eles: imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR), imposto sobre propriedade territorial rural (ITR), imposto sobre grandes fortunas (IGF), impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD), imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

Os impostos sobre produção e a circulação incidem sobre a circulação de bens ou valores e sobre a produção dos bens. São eles: imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) e imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS).

Por fim, o imposto especial é o imposto extraordinário de guerra (IEG) estabelecido art. 154, II, da CF/88, dispondo que a União poderá na iminência ou no caso de guerra externa, instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

1.5 Classificação quanto à forma de percepção

Nesta classificação os tributos são separados em tributos diretos e tributos indiretos.

O tributo direto é aquele em que o próprio contribuinte arca com ônus financeiro do tributo. Ou seja, o contribuinte fixado pela lei não repassa o ônus tributário para terceiro. São exemplos de tributo direto: o IR, o ITR, o IPTU, o IPVA, dentre outros.

O tributo indireto é aquele em que contribuinte eleito pela lei (contribuinte de direito ou de jure) repassa o ônus financeiro do tributo para terceiro (contribuinte de fato ou de facto). Chama-se repercussão do ônus financeiro esta transferência do encargo tributário do contribuinte de direito para o contribuinte de fato.

É o que acontece no IPI e no ICMS, pois ocorre a transferência do

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ônus tributário para o adquirente final do bem (contribuinte de fato), isto é, que realmente paga o tributo é o consumidor final.

Vejamos a seguinte questão:

(Procurador/RS/97) São impostos indiretos: a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações financeiras (IOF). c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a produtos industrializados (IPI). e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre produtos industrializados (IPI).

A resposta correta é a letra “e”, que se refere ao ICMS e ao IPI.

1.6 Classificação quanto ao objeto de incidência

Aqui os tributos são classificados em tributos reais e pessoais.

Os tributos reais incidem sobre a coisa (res), o bem ou a operação realizada, desconsiderando as características pessoais do contribuinte. São exemplos: o ITR, o IPTU, o ITCMD, o ITBI, entre outros.

Os tributos pessoais consideram e valorizam as características pessoais do contribuinte, de acordo com o postulado da pessoalidade estabelecido no art. 145, §1º, da CF. Por exemplo, o IR.

1.7 Classificação quanto ao objetivo ou função dos tributos

Esta classificação distingue os tributos em tributos fiscais, extrafiscais e parafiscais.

O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU.

O tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE.

O tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente

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federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos.

São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc.

Vamos para as questões:

1. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) Em relação aos tributos e suas espécies, assinale a opção correta. a) O fato gerador de um tributo não pode decorrer de circunstância ilícita. b) Para determinação da natureza jurídica do tributo, é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. c) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. d) O tributo denominado taxa, quando cobrado em razão de serviço público específico e divisível, pode receber a denominação de tarifa pública. e) O tributo tem função extrafiscal quando seu objetivo principal é a interferência no domínio econômico, não se limitando apenas à simples arrecadação de recursos financeiros. 2. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder Público competente, a uma entidade paraestatal dotada de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: a) Acessórias. b) Complementares. c) Extraordinárias. d) Extrafiscais. e) Parafiscais.

3. (FCC/Procurador/2008) Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades − pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como

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(A) contribuições e extrafiscais. (B) parafiscais e especiais. (C))extrafiscais e parafiscais. (D) especiais e extraordinários. (E) fiscais e empréstimos compulsórios.

Na primeira questão a resposta correta é a letra “e”.

A letra “a” é falsa, pois o fato gerador (in concreto) de um tributo pode decorrer de circunstância ilícita. Lembra do exemplo do início da aula? A tributação sobre atividades criminosas. A letra “b” também é falsa, uma vez que para determinação da natureza jurídica do tributo não é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. A letra “c” é falsa, pois não é admitido no direito brasileiro o tributo in labore. A letra “d” é falsa, eis que a taxa (espécie de tributo) não se confunde com a tarifa ou preço público.

A segunda questão se enquadra perfeitamente no conceito de tributos (receitas compulsórias) parafiscais (letra “e”).

A terceira questão a resposta é a letra “c”.

1.8 Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação

Aqui os tributos são classificados como tributos fixos, proporcionais, progressivos e regressivos.

De início, registra-se a concisa lição de Paulo de Barros Carvalho de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”.

Nessa medida, observe que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto.

Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual constantesobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma.

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Já nos tributos progressivos, a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode ocorrer a denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade.

Veja a tabela progressiva do imposto de renda de pessoa física para o ano-calendário de 2009:

Tabela Progressiva Mensal

Base de cálculo anual em R$

Alíquota %

Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 17.215,08 - - De 17.215,09 até 25.800,00 7,5 1.291,13 De 25.800,01 até 34.400,40 15,0 3.226,13 De 34.400,41 até 42.984,00 22,5 5.806,16

Acima de 42.984,00 27,5 7.955,36

A progressividade fiscal também deve ocorrer com o IPTU que deve ser progressivo em razão do valor do imóvel, a partir da Emenda Constitucional n. 29/2000 (Súmula 668 do STF).

Ressalta-se que a progressividade também pode ser extrafiscal,

aumentando-se a alíquota não pelo crescimento da base de cálculo, mas para desestimular determinados procedimentos realizados pelo contribuinte. É o caso do ITR que deve ser progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano pelo seu proprietário ou em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana, que é disciplinado no art. 182, §4º, inc. I, II e III, da CF/88, no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) e também na lei do plano diretor de cada Município.

Por fim, no tributo regressivo, a alíquota deve decrescer à medida que aumente a base de cálculo.

1. (ESAF/TTN/1997) A Constituição Federal permite a aplicação de alíquotas progressivas para a cobrança dos seguintes impostos: a) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Propriedade Territorial Rural; Propriedade Predial e Territorial Urbana. b) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; Propriedade Predial e Territorial Urbana. c) Produtos Industrializados; Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte

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Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Propriedade de Veículos Automotores. d) Propriedade Predial e Territorial Urbana; Propriedade Territorial Rural; ICMS. e) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; ICMS.

2. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional.

A resposta correta da primeira é a letra “a”.

A segunda é falsa, uma vez que o STF não entende como inconstitucional a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional.

1.9 Classificação simples da receita pública (receita originária e receitaderivada)

A diferença aqui é entre receitas originárias e receitas derivadas.

As receitas originárias são decorrentes de obrigações convencionais ou voluntárias (obrigação ex voluntate) estabelecidas entre o Poder Público e os administrados, sem qualquer ato de coerção (utilização do poder de império) por parte do Estado. São exemplos de receitas originárias o preço público ou a tarifa.

As receitas derivadas são todas aquelas decorrentes de obrigações legais impostas pelo Estado (obrigação ex lege). Isto é, a receita derivada é decorrente de uma obrigação legal, caracterizada pelo poder de império do Estado, utilizando-se da coercibilidade. São exemplos: tributos em geral (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais ou parafiscais), as penalidades e as multas administrativas, dentre outros.

Este assunto foi cobrado na prova de direito tributário em recentes concursos da ESAF e da FCC. Veja:

1. (ESAF/Analista/SP/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) taxas. e) preços públicos.

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2. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) São consideradas receitas originárias: (A) as taxas e os impostos. (B) as taxas e os preços públicos. (C) os preços públicos e as tarifas. (D) as tarifas e as taxas. (E) os impostos e as tarifas.

A resposta correta da primeira é a letra “e”, pois os preços públicos são receitas originárias e não derivadas.

A segunda é letra “c”, pois são consideradas receitas originárias os preços públicos e as tarifas.

SÍNTESE FUNDAMENTAL DA AULA

(I) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

(II) Não pode ser considerado tributo às prestações in labore ou às exigências in natura.

(III) O tributo pode ser pago com títulos da dívida pública, cheque, vale postal e o valor do tributo pode ser expresso em indexadores (exs.: UFIR, UPF e UFM).

(IV) Qualquer tipo de multa não é tributo.

(V) É possível a tributação sobre atividades criminosas ou ilegais.

(VI) Todo tributo deve ser instituído por meio de lei. Em geral, a lei apta a instituir um tributo é a lei ordinária. Todavia, existem tributos federais (União) que, se forem instituídos, devem ser por meio de lei complementar, que são: imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais.

(VII) A cobrança do tributo ocorre por meio de atividade administrativa vinculada, ou seja, não existe discricionariedade do servidor público.

(VIII) São cinco espécies tributárias, de acordo com o sistema tributário nacional, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais.

(IX) O Distrito Federal e os Municípios podem instituir a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.

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(X) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema de previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

(XI) A natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

(XII) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

(XIII) A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

(XIV) Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

(XV) Utilização efetiva de serviços públicos significa serviços públicos usufruídos a qualquer título pelo contribuinte.

(XVI) Utilização potencial de serviços públicos ocorre, quando, sendo de utilização compulsória pelo contribuinte, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

(XVII) Os serviços públicos são considerados específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas.

(XVIII) Os serviços públicos são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

(XIX) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas.

(XX) A contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

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(XXI) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme dispõe o art. 81, do CTN.

(XXII) O fato gerador da contribuição de melhoria consiste em obter valorização imobiliária, decorrente de obra pública. A base de cálculo é exatamente o valor (quantum debeatur) que acresceu ao imóvel do contribuinte em razão da obra pública.

(XXIII) O empréstimo compulsório é tributo de competência exclusiva da União.

(XXIV) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios nas seguintes hipóteses: a) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ou b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observando, neste caso, o princípio da anterioridade.

(XXV) Deve existir restituição do empréstimo compulsório pago pelo contribuinte. A restituição deverá ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do empréstimo.

(XXVI) As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais. Assim sendo, de acordo com o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN.

(XXVII) Para fins de simplificação para concursos entenda o seguinte: (a) A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo; (b) O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios; (c) Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para

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identificação das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN.

(XXVIII) São contribuições especiais tributárias de competência da União: (a) Contribuições sociais (art. 149 da CF/88), que se dividem em: (a1) contribuições da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (a2) outras contribuições de seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); (a3) contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da CF/88, e 62 do ADCT); (b) Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE), que é prevista nos arts. 149 e 177, §4°, da CF/88; (c) Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de Contribuições corporativas (arts. 8°, inc. IV, 149 da CF/88).

(XXIX) Neste sentido, a Carta Magna de 1988 estabelece que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nas normas gerais de direito tributário (art. 146, inc. III, da CF/88), os princípios da legalidade (art. 150, inc. I, da CF/88), da irretroatividade e da anterioridade anual e nonagesimal (art. 150, inc. III, da CF/88), e sem prejuízo do disposto no art. 195, §6°, da CF/88.

(XXX) As contribuições do art. 149, CF - contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas - posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes (XXXI) Noutro ponto, o art. 195, § 6º, da CF/88, dispõe que as contribuições da seguridade social só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o princípio da anterioridade anual.

(XXXII) Destaca-se que as contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) não poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação (espécie de imunidade tributária), mas poderão incidir sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços, inclusive poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

(XXXIII) As contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas: (i) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (ii) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

(XXXIV) O art. 195, da CF/88, dispõe que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante

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recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos empregados e trabalhadores avulsos que está fixada no art. 22, inc. I, da Lei 8.212/91, por exemplo); (b) a receita ou o faturamento (contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS) estabelecida na Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e lei 10.8333/03, por exemplo); (c) o lucro (contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) disposta na Lei 7.689/88); (ii)do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da CF/88; (iii)sobre a receita de concursos de prognósticos, que tem como fato gerador a receita de concursos de loterias (art. 26 da Lei 8.212/91); (iv) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, a partir da EC n° 42/03. Com base neste dispositivo, a Lei n. 10.865/2004 criou a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-Importação).

(XXXV) Além destas contribuições sociais para a Seguridade Social estabelecidas no art. 195 da CF/88, o entendimento da jurisprudência do STF é no sentido de reconhecimento da contribuição ao PIS/PASEP, que pode ser classificada como contribuição para a seguridade social de acordo como art. 239 da CF/88.

(XXXVI) Por outro lado, a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I, segundo estabelece o §4°, do art. 195, da CF/88. Este dispositivo trata das contribuições residuais da seguridade social. A interpretação do STF a respeito desta norma afirma é que para criação das contribuições residuais da seguridade social é necessária lei complementar, além de obediência ao princípio da não-cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das contribuições especiais já referidas na CF/88. Noutros termos, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição especial já discriminado na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88(por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.).

(XXXVII) É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, segundo a súmula 688 do STF.

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(XXXVIII) Com base no art. 195, inc. I, “a”, e no art. 7°, XXVIII, todos da CF/88, o legislador ordinário instituiu quatro importantes tipos de contribuições sociais, a saber: (a) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos (art. 22, I, da Lei 8.212/91); (b)Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho - SAT (art. 7°, XXVIII, da CF/88, e art. 22, II, da Lei 8.212/91); (c) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados contribuintes individuais (art. 22, III, da Lei 8.212/91); (d) Contribuição do empregador doméstico (art. 24 da Lei 8.212/91).

(XXXIX) O STF em diversas decisões entendeu que a cobrança da contribuição ao SAT incidente sobre o total das remunerações pagas tanto aos segurados empregados quanto aos trabalhadores avulsos é legítima, sendo desnecessária lei complementar para sua instituição, uma vez que a contribuição ao SAT não pode ser considerada como contribuição residual nova estabelecida no art. 195, § 4º, da CF/88, resultando consequentemente legítima a disciplina normativa dessa exação tributária mediante legislação de caráter meramente ordinário

(XL) O fato de a Lei 8.212/91deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’, não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica (art. 5º, II, da CF/88) e da legalidade tributária (art. 150, I, da CF/88).

(XLI) A alíquota da contribuição ao SAT deve ser aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro (súmula 351 do STJ).

(XLII) Com base no art. 195, inc. I, “b”, do texto constitucional, o legislador ordinário instituiu cinco importantes tipos de contribuições sociais, a saber: (a)Contribuição para financiamento da Seguridade Social – COFINS (Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e Lei 10.833/03); (b) Contribuição de retenção - tomadores de mão-de-obra (art. 31 da Lei 8.212/91); (c)Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho (art. 22, IV, da Lei 8.212/91); (d) Contribuição dos clubes de futebol profissionais (art. 22, §6° e seguintes da Lei 8.212/91); (e) Contribuição da agroindústria (art. 22-A da Lei 8.212/91).

(XLIII) A hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) da COFINS é o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. O total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. A base de cálculo da COFINS é o valor do faturamento mensal.

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(XLIV) Foi cancelada súmula 276 do STJ. Esta estabelecia que as sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da COFINS, irrelevante o regime tributário adotado. Assim, com o entendimento do STF de que é legítima a revogação, pelo art. 56 da Lei 9.430/96, da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91, o STJ cancelou a súmula 276.

(XLV) A contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL) foi criada com a Lei 7.689/88, sendo que a sua base de cálculo é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.

(XLVI) A Lei 10.865/04 instituiu o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação. Os serviços tributados são os provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: (a) executados no País; ou (b) executados no exterior, cujo resultado se verifique no País. O fato gerador do tributo é: (a) a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou (b) o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Em consequencia, são contribuintes do tributo: (a) o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional, equiparando-se a este o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada; (b) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (c) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. A base de cálculo é: (a) o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese de entrada de bens no território nacional; ou (b) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza - ISS e do valor das próprias contribuições, na hipótese de prestação de serviço.

(XLVII) A contribuição para o PIS/PASEP tem como hipótese de incidência o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, sendo a mesma hipótese de incidência da COFINS. No mesmo sentido, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. A base de cálculo é o valor do faturamento mensal.

(XLVIII) A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de

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petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE-combustíveis) deverá atender aos seguintes requisitos: (i) a alíquota da contribuição poderá ser: (a) diferenciada por produto ou uso; (b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade anual; (ii) os recursos arrecadados serão destinados: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

(XLIX) Assim sendo, o legislador constitucional deixou espaço relativamente largo para a União instituir diversas modalidades de CIDE. Deste modo, a Lei 10.336/2001 instituiu a CIDE-combustíveis e a Lei 10.168/2000 instituiu a CIDE destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação.

(L) Destacamos outras importantes contribuições consideradas pelo STF como contribuição de intervenção de domínio econômico (CIDE), a saber: (a)Contribuição do SEBRAE disposta no art. 8º, § 3º, Lei n. 8.029/1990; (b) Contribuições em favor dos extintos Instituto de Açúcar e do Álcool (IAA) e do Instituto Brasileiro do Café (IBC), para financiar as atividades destas instituições estatais nas suas respectivas áreas de atuação; (c) O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM), que, segundo o STF, é uma contribuição parafiscal ou especial de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações portuárias; (d) O Adicional de Tarifa Portuária (ATP) estabelecido pelo art. 1º, §1°, da Lei 7.700/1988, incidente sobre as operações realizadas com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio na navegação de longo curso, sendo que o produto da sua arrecadação destinar-se-á à aplicação em investimentos para melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias.

(LI) A respeito da contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de contribuições corporativas, são contribuições especiais que tem como objetivo custear atividades relacionadas ao interesse da sociedade relacionado à determinada classe profissional ou econômica. Neste sentido, pode-se identificar a contribuição sindical devida pelos trabalhadores da iniciativa privada, independentemente da filiação sindical (art. 478 da CLT), e as contribuições cobradas pelos conselhos profissionais de fiscalização e regulamentação do exercício profissional, tais como CRM, CRV, CREA, dentre outras. Deve-se dizer também que todas as contribuições cobradas pelos conselhos profissionais responsáveis pela fiscalização do exercício profissional são contribuições parafiscais com caráter de tributo, salvo a contribuição cobrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

(LII) Além das contribuições de competência da União, temos mais duas contribuições de competência de outros entes federativos, a saber: (a)

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Contribuição previdenciária de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União; (b) Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) de competência do Distrito Federal e dos Municípios, sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.

(LIII) O tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos. São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc.

(LIV) A CF/88 estabelece que “são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”. Esta norma transmite o teor de uma “falsa” isenção, representando nítida “imunidade tributária”, existindo equívoco por parte do legislador constitucional, eis que a imunidade é matéria de sede constitucional, podendo ser conceituada como uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. Já a isenção é matéria de lei infraconstitucional, sendo conceituada como uma dispensa legal do pagamento do tributo devido.

(LV) Nesse rumo, uma norma constitucional que é muito cobrada em concursos, é a que dispõe que as contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); (b) a receita ou o faturamento (contribuição para financiamento da seguridade social - COFINS, por exemplo); (c) o lucro (contribuição sobre o lucro líquido - CSLL); poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho (art. 195, §9°, da CF/88).

(LVI) Ainda deve-se falar que é vedada (proibida) a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); e (ii) do trabalhador e dos demais segurados da

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previdência social; para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar (art. 195, §11°, da CF/88).

QUESTÕES TRATADAS EM AULA

1. (ESAF/GESTOR MG/2005) “A prestação do tributo não é obrigatória”

2. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) “Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário”.

3. (ESAF/TRF/2000) “A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária”. 4. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”. 5. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida”. 6. (TJDFT/2000) “As multas são espécies de tributos cujo fato gerador é a infração de uma norma jurídica”. 7. (ESAF/TTN/1998) “A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal”.

8. (Procurador/BACEN/2001) “Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos”.

9. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra”.

10. (ESAF/GESTOR MG/2005) “O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito”.

11. (CESPE/INSS/1997) “No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar”.

12. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Não é preciso lei para exigir um tributo”.

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13. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto”.

14. (CESPE/TCU/2006) “Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de lei complementar”.

15. (ESAF/AFPS/2002) “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação”.

16. (CESPE/DPF/1997) “O empréstimo compulsório não poderá, sem exceção, ser instituído por estado federado ou por município”.

17. (ESAF/TTN/1997) “O empréstimo compulsório é considerado tributo, pelo regime jurídico a que está submetido”.

18. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são, respectivamente: (A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômica. (B) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas. (C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria. (D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições sociais. (E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

19. (ESAF/AFRF/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI).

20. (ESAF/Analista/CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

21. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o

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IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

22. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei”.

23. “Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária”.

24. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

25. “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”.

26. (CESPE/DPF/2002) “Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais são tributos da espécie taxa”.

27. (ESAF/PFN/1998) “Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte”.

28. (ESAF/AFTM/Natal/2008) A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recursos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento.

29. (CESPE/DPF/1997) “No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição”.

30. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

31. (ESAF/IRB/2006) “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”.

32. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório. e) preço público.

33. (FCC/ICMS/SP/2009). Conforme o art. 3o do CTN, Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não

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constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Partindo da premissa de que o conceito de tributo previsto no Código Tributário Nacional foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e fazendo uma interpretação sistemática do Código Tributário Nacional inserido na ordem constitucional vigente, é correto afirmar que no conceito legal de tributo é possível identificar alguns dos denominados “princípios constitucionais tributários”. São identificáveis no conceito legal de tributo os princípios (A) da capacidade contributiva e da uniformidade geográfica. (B) da isonomia e da liberdade de tráfego. (C) da capacidade contributiva e da anterioridade. (D) da anterioridade e da irretroatividade. (E) da legalidade e da vedação ao efeito de confisco.

34. (FCC/Auditor/TCE/AL/2008) Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3° do Código Tributário Nacional, é correto afirmar: (A) Pode ser considerado sanção por ato ilícito, como na hipótese de exigência de imposto de importação em razão de crime de contrabando. (B) Na hipótese de lançamento por homologação, como é o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, não é a autoridade administrativa plenamente vinculada quem realiza o lançamento tributário. (C) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produção de uma indústria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. (D) Via de regra é instituído mediante lei, mas a Constituição Federal prevê exceções. (E) É prestação pecuniária voluntária prestada pelo contribuinte, nas hipóteses de tributos com lançamento por homologação.

35. (UFRS/ICMS/RS/2006) Conforme o Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo pode, excepcionalmente, constituir-se de uma prestação não pecuniária.

36. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção correta. a) As taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. b) Território Federal pode instituir taxa. c) É permitido que o serviço de iluminação pública seja remunerado mediante taxa. d) É permitido instituir e cobrar taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural. e) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários.

37. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção incorreta. a) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. b) As bases de cálculo dos impostos e das taxas não podem ser idênticas. c) As bases de cálculo dos impostos devem estar relacionadas com o serviço público prestado aos contribuintes. d) O texto constitucional (art. 145, III) deixou de se referir expressamente à valorização

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imobiliária, ao cogitar de contribuição de melhoria. Com isso, o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas ainda figura como fato gerador da contribuição. e) A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, conforme competência que a Constituição confere a este ente da Federação.

38. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção correta. a) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório e cobrá-lo a partir do ano em que for publicada a lei complementar que o criar. b) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. c) A União pode instituir empréstimo compulsório para resgatar sua dívida interna. d) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. e) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

39. (ESAF/Analista/SP/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) taxas. e) preços públicos.

40. (ESAF/Analista/SP/2009) Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água. b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal.

41. (ESAF/AFTE/MS/2001) Em matéria tributária, é correto afirmar-se que: a) Somente a União pode instituir impostos com fundamento no exercício regular do poder de polícia. b) Os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir empréstimo compulsório. c) A contribuição de melhoria é devida em função da prestação de serviços públicos divisíveis. d) As taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. e) As contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada. 42. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder Público competente, a uma entidade paraestatal dotada de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: a) Acessórias b) Complementares c) Extraordinárias d) Extrafiscais

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e) Parafiscais

43. (FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as seguintes características: I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II. A materialidade do seu fato gerador consiste na atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviço. III. A materialidade do fato gerador é a atuação do Estado em forma de obras públicas que decorra valorização imobiliária. No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, seqüencialmente, a (A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado (imposto) e contribuição de melhoria. (B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria e tributo não-vinculado (taxa). (C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e tributo não-vinculado (imposto). (D)) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado (taxa) e contribuição de melhoria. (E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de melhoria, e tributo vinculado (imposto).

44. (FCC/Procurador/2007) Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades − pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como (A) contribuições e extrafiscais. (B) parafiscais e especiais. (C))extrafiscais e parafiscais. (D) especiais e extraordinários. (E) fiscais e empréstimos compulsórios.

45. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) A prestação de serviço militar é compulsória e constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária. (b) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. (c) A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. (d) No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar. (e) As multas são espécies de tributos cujo fato gerador é a infração de uma norma jurídica.

46. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. a) Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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b) Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra. c) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. d) Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos. e) Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida. 47. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal. (b) Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei. (c) Não é preciso lei para exigir um tributo. (d) O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito. (e) A prestação do tributo não é obrigatória.

48. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. (b) Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária. (c) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto. (d) Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. (e) As disposições do Código tributário Nacional se aplicam às contribuições para o FGTS.

49. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de lei complementar. (b) A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação. (c) O empréstimo compulsório poderá ser instituído por estado federado ou por município. (d) Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais não são tributos. (e) No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório não tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição.

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50. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa b) contribuição de melhoria c) preço público d) empréstimo compulsório e) imposto

51. (ESAF/ARFB/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI).

52. (ESAF/Analista-CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

53. (FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006) Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são, respectivamente: (A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômica. (B)) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas. (C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria. (D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições sociais. (E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

54. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

55. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007). O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.

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(E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios.

56. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007).

57. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006).

58. (OAB/SP/119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria.

59. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador.

60. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação. (C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

61. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível.

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62. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

63. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública.

64. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) É tributo contraprestacional: (A) a CSLL. (B) o IRPJ. (C) a COFINS. (D) a contribuição para o CREA. (E) a taxa judiciária.

65. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido: (A) só poderá ser uma contribuição de melhoria. (B) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa. (C) é de competência privativa conforme classificação doutrinária. (D) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível. (E) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

66. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: (A) ter competência comum para instituição. (B) ser vinculada a uma atividade estatal. (C) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. (D) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. (E) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

67. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

68. (Procurador/RS/97) São impostos indiretos: a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações financeiras (IOF). c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a produtos industrializados (IPI). e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre produtos industrializados (IPI).

69. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional.

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70. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) São consideradas receitas originárias: (A) as taxas e os impostos. (B) as taxas e os preços públicos. (C) os preços públicos e as tarifas. (D) as tarifas e as taxas. (E) os impostos e as tarifas

71. (ESAF/AFRF/2002) Assinale a opção correta. a) Compete supletivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. b) As contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas podem ser instituídas por lei ordinária e só podem ser cobradas a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da sua publicação. c) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência e assistência social. d) Os rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que preste serviços à empresa não pode ser objeto da contribuição para a seguridade social por constituírem base de cálculo de outra exação, o imposto de renda. e) As contribuições para a seguridade podem ser exigidas imediatamente, por não se lhe aplicar a anterioridade da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado em relação ao exercício financeiro da cobrança.

72. (ESAF/AFRF/2005/adaptada) · Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios compete instituir contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, desde que para o custeio, em benefício dos respectivos sujeitos passivos, e no âmbito territorial do ente tributante? · A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) foi instituída pela União com a finalidade de financiamento de projetos de proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico? a) Não, não. b) Não, sim. c) Sim, sim. d) Sim, não.

73. (AFRF/2003/ESAF) Responda com base na Constituição Federal. · É vedado que as contribuições sociais para a seguridade social tenham base de cálculo própria de impostos? · Incide contribuição social para a seguridade social sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social? · As contribuições sociais para a seguridade social sobre a folha de salários, a receita ou o faturamento de pessoas jurídicas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra?

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a) Sim, não, não. b) Sim, sim, sim. c) Sim, sim, não. d) Não, não, sim. e) Não, sim, sim.

74. (AFE/MS/2001/ESAF) Com base no disposto na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, pode-se afirmar que: a) Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia. b) Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria. c) As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF. d) A União pode transferir aos Estados o exercício regular de sua competência tributária. e) A cumulatividade e a seletividade são características essenciais do Imposto sobre Produtos Industrializados.

75. (AFE/PI/2001/ESAF) Marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. ( ) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. ( ) A contribuição de melhoria é instituída em face de obras públicas ou privadas, que valorizem ou depreciem o imóvel do administrado. ( ) As taxas têm como fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. ( ) O que caracteriza as contribuições especiais é que o produto de suas arrecadações deve ser carreado para financiar atividades de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte. a) V, V, V, V. b) V, F, F, V. c) V, F, V, V. d) F, V, V, F. e) F, F, F, F.

76. (ESAF/AFRF/2005) · Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica? · Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União? · As contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação? a) Não, sim, não. b) Sim, não, sim. c) Sim, não, não. d) Não, não, sim. e) Sim, sim, não.

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77. (ESAF/AFPS/2002) Em relação às contribuições sociais, inclusive às destinadas à seguridade social, a Constituição estabelece limitações que devem ser respeitadas pela legislação infraconstitucional. Isto posto, avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I. É vedada a concessão de remissão ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, do empregador, da empresa e da entidade equiparada a empresa na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Igual vedação se aplica, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, à contribuição social de seguridade social, a que se sujeitam o trabalhador e os demais segurados da previdência social. II. É vedada a incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação e sobre a importação de petróleo e seus derivados. Vedada também é a incidência de contribuição para a seguridade social sobre o valor das aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social. III. É vedada a concessão de isenção ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, incidente sobre a receita de concursos de prognósticos, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. a) Somente I é verdadeira. b) I e II são verdadeiras. c) I e III são verdadeiras. d) II e III são verdadeiras. e) Todas são falsas.

78. (ESAF/AFRF/2005/adaptada) Sobre as contribuições sociais (art. 149 da Constituição Federal), é errôneo afirmar-se, haver previsão de que a) poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas. b) incidirão, também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. c) incidirão, em todos os casos, uma única vez. d) poderão ter por base, entre outras, o faturamento e a receita bruta. e) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

79. (ESAF/AFRF/2005) Sobre as contribuições para a seguridade social (art. 195 da Constituição), podemos afirmar que a) nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio, parcial ou total. b) as contribuições do empregador sobre a folha de salários não poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica a que se dedique a empresa. c) as receitas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios destinadas à seguridade social integrarão o orçamento da União. d) são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas pelo Poder Executivo. e) somente poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.

80. (ESAF/AFRF/2003) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições constitucionais.

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· As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição Federal _____________ sobre as receitas decorrentes de exportação, _______________ sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. · As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art. 149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da __________________. a) incidirão / podendo incidir também / anterioridade. b) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade. c) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade mitigada ou nonagesimal. d) incidirão / não podendo incidir / anterioridade. e) não incidirão / não podendo incidir também / anterioridade mitigada ou nonagesimal.

81. (CESPE/UNB/OAB/2007) Além dos impostos, a Constituição Federal permite à União cobrar as chamadas contribuições sociais. Entretanto, não é permitido à União cobrar contribuição (a) sobre o lucro das empresas. (b) destinada à iluminação pública. (c) sobre o faturamento das empresas. (d) sobre a receita de concursos de prognósticos.

82. (CESPE/UNB/OAB/2006) As contribuições de intervenção no domínio econômico podem ser cobradas sobre bases de cálculo (a) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros. (b) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros. (c) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação de produtos ou serviços estrangeiros, não incidindo sobre as receitas de exportação. (d) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros, e com alíquotas estabelecidas por ato do Poder Executivo.

83. (CESPE/UNB/OAB/2006) As contribuições sociais cobradas do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, na forma do artigo 195, I, da Constituição Federal, que trata da folha de salários, receita ou faturamento e lucro, (a) devem ter alíquotas ou bases de cálculo idênticas, independentemente da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra. (b) podem ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra. (c) devem ter, apenas, alíquotas idênticas em função do princípio da igualdade. (d) podem ter alíquotas diferenciadas em função da diversidade da base de financiamento.

84. (CESPE/TCE/GO/2007) Considerando que, no exercício de sua competência tributária, a União tenha instituído nova contribuição social, assinale a opção correta. A Nessa situação, a União está exercendo sua competência extraordinária. B A União deve observar, nesse caso, o princípio da não cumulatividade. C Essa contribuição pode ser instituída por lei ordinária.

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D A lei veda que a referida contribuição tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados na CF.

85. (CESPE/Advogado/Petrobras/2007) Uma das destinações legais do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) é o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

86. (TRF 4° Região/Juiz Federal/2006) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM) constitui Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).

87. (CESPE/Juiz Federal/2006) Em conformidade com as disposições constitucionais aplicáveis, as contribuições sociais devem ter alíquotas ad valorem; já a contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, de gás natural e seus derivados e de álcool combustível deve ter alíquota específica.

88. (FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006). Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que (A) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. (B) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições parafiscais”, porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”. (C) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. (D) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino. (E) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

89. (ESAF/AFRF/2003) O Supremo Tribunal Federal julgou importante questão sobre a exigibilidade da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), pela União Federal, ao Estado do Paraná. Aponte a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo. “... o Estado do Paraná, que, durante a vigência da Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, _______ [I]________, por força da Lei nº 6.278, de 23/05/1972, a contribuir para o PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO, ________ [II]__________ da contribuição, _______[III]_______ nº 10.533, de 30/11/1993, pois, com o advento da Constituição Federal de 1988, a contribuição deixou de ser ______ [IV]_______, para ser ______ [V]____ , nos termos do art. 239.” a) [I] já não se comprometera... [II] não pode sofrer a incidência... [III] mesmo diante da Lei Federal... [IV] compulsória... [V] facultativa b) [I] se desobrigara... [II] pôde-se eximir... [III] em face de sua Lei... [IV] obrigatória... [V] voluntária. c) [I] se prontificara... [II] tem o direito de eximir-se... [III] por meio de sua Lei... [IV] obrigatória...[V] voluntária.

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d) [I] se obrigara... [II] já não poderia se eximir... [III] mediante sua Lei... [IV] facultativa... [V] obrigatória. e) [I] se comprometera... [II] já se liberou... [III] diante da Lei... [IV] fonte de estímulo ao servidor público... [V] instrumento financiador do seguro-desemprego.

90. (ESAF/AFRFB/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. ( ) A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. ( ) Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior. a) V, V, F. b) F, V, F. c) V, F, F. d) F, F, F. e) V, V, V.

91. (CESPE/AGU/2004) Considere a seguinte situação hipotética. Determinado estado decidiu, a partir de 2004, instituir contribuição social, a ser cobrada de seus servidores, para custeio do sistema de previdência dos servidores estaduais. Nessa situação, a Constituição Federal faculta à unidade federada a referida instituição, desde que a alíquota não ultrapasse a estabelecida pela União para a contribuição dos servidores federais.

92. (CESPE/AGU/2004) É constitucionalmente admissível que a União crie uma contribuição de intervenção no domínio econômico sobre minerais e energia elétrica.

93. (CESPE/AGU/2004) Caso a União deseje criar uma contribuição de intervenção no domínio econômico sobre a comercialização do milho, a Constituição Federal faculta-lhe estabelecer uma alíquota fixa por saca de milho, independentemente do valor sobre o qual se efetivem as operações.

94. (PGE/ES/2008) O STF já decidiu que é ilegítima a incidência da contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) sobre o faturamento das empresas distribuidoras de derivados de petróleo, pois as mesmas gozam de imunidade tributária.

95. (Procurador/Natal/2008) É legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro salário.

96. (CESPE/Defensoria Pública/CE/2008) Somente a União pode instituir contribuição de intervenção no domínio econômico.

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97. (CESPE/Auditor Fiscal/Acre/2006) Os Estados podem instituir taxas, porém não lhes é permitido instituir contribuições de intervenção no domínio econômico.

98. (CESPE/Defensoria Pública/CE/2008) Lei municipal pode instituir contribuição de iluminação pública para o custeio da iluminação pública.

99. (CESPE/Advogado/Petrobras/2007) Considere que determinado município institua contribuição para o custeio do regime próprio de previdência e assistência social de seus servidores públicos. Nesse caso, a referida contribuição poderá ser exigida no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei instituidora, desde que haja a observância do interregno de noventa dias entre a instituição e a cobrança.

100. (CESPE/Juiz Federal/2007) O Supremo Tribunal Federal (STF) já pacificou entendimento jurisprudencial no sentido de que não se admite a criação de contribuição para o financiamento da seguridade social que tenha a mesma base de cálculo de imposto já existente.

101. (ESAF/ATA/MF/2009) Além das inúmeras contribuições sociais instituídas no texto da Constituição Federal, há possibilidade de instituição de novas espécies de contribuição social? Assinale a assertiva que responde incorretamente à pergunta formulada. a) Pode haver contribuição social com o mesmo fato gerador de outra já existente. b) O rol de contribuições sociais não é taxativo. c) Há previsão constitucional de competência residual. d) A diversidade da base de financiamento permite outras contribuições sociais. e) A União pode instituir outras contribuições sociais.

102. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito da natureza jurídica da contribuição social, analise as assertivas abaixo relativas às espécies tributárias, indicando a correta. a) Imposto. b) Taxa. c) Contribuição Parafiscal. d) Empréstimo Compulsório. e) Contribuição de Melhoria.

103. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que: a) a contribuição do empregador incide só sobre a folha de salários. b) a contribuição da empresa pode ser feita em função do tipo de produto que ela vende. c) o trabalhador não contribui para a Seguridade Social. d) os concursos de prognósticos não estão sujeitos à incidência de contribuições sociais. e) pode haver incidência de contribuição social sobre a importação de bens do exterior.

104. (ESAF/ATA/MF/2009) A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as assertivas abaixo, assinalando a incorreta. a) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA.

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b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA. c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural – SEGURADO ESPECIAL. d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS. e) Incidentes sobre seu salário de contribuição – TRABALHADORES.

105. (CESPE/Analista do Seguro Social/Direito/2008) A contribuição social criada por lei publicada em 20 de dezembro de determinado ano somente poderá ser exigida em 1º de janeiro do ano seguinte.

106. (CESPE/Procurador Municipal de Vitória/2007) Compete à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública.

107. (UFRS/ICMS/RS/2006) Assinale a alternativa correspondente àquela espécie de exações, classificável, pela sua hipótese de incidência, como tributos vinculados a atividades realizadas pelo poder público. (A) impostos diretos. (B) taxas. (C) empréstimos compulsórios. (D) impostos indiretos. (E) contribuições de intervenção no domínio econômico.

108. (UFRS/ICMS/RS/2006) No que concerne a contribuições, assinale a alternativa mais aceitável. (A) As contribuições dos Municípios e do Distrito Federal para custeio do serviço de iluminação pública dependem, para sua cobrança, de regulamentação em lei complementar. (B) Os Estados não têm competência para instituir contribuições, exceto as contribuições de melhoria. (C) A contribuição de intervenção no domínio econômico é de competência exclusiva da União. (D) A contribuição para custeio do sistema confederativo sindical tem natureza tributária. (E) As contribuições sociais da seguridade social não podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

109. (FUNDATEC/Agente Tributário/Caxias do Sul/2004) Acerca das espécies tributárias, julgue as seguintes assertivas: I - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II - Em algumas situações, as taxas podem ter base de cálculo própria de impostos. III - A contribuição de melhoria é cobrada quando ocorre valorização de um imóvel, decorrente de obras públicas. Quais estão corretas? A) Apenas a I. B) Apenas a I e a II. C) Apenas a I e a III. D) Apenas a II e a III.

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E) A I, a II e a III.

110. (FUNDATEC/Assessor em Finanças/UERS/2005) Em relação ao IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, levando em conta o conceito legal de imposto, está correto afirmar que este tributo A) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação de rodovias, hidrovias e ferrovias. B) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. C) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação e conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. D) não pode ter outra finalidade que não aquelas relacionadas com as atividades estatais de transporte, educação e saúde. E) independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, ou seja, não se vincula a qualquer despesa em particular.

111. (FUNDATEC/Professor Temporário /UERS/2007) As receitas tributárias dividem-se em impostos, taxas, tarifas e contribuições de melhoria.

112. (FUNDATEC/Professor Temporário /UERS/2007) Imposto é a modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.

113. (FUNDATEC/Professor Temporário /UERS/2007) As taxas têm como fato gerador o exercício regular de poder de política, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

GABARITO

1. Falso. 2. Falso. 3. Verdadeiro. 4. Falso. 5. Falso. 6. Falso.

7. Falso. 8. Falso. 9. Falso. 10. Verdadeiro. 11. Verdadeiro. 12. Falso.

13. Falso. 14. Verdadeiro. 15. Falso. 16. Verdadeiro. 17. Verdadeiro. 18. B

19. C 20. B 21. Falso. 22. Falso. 23. Falso. 24. Falso. 25. Verdadeiro.

26. Verdadeiro. 27. Verdadeiro. 28. Falso. 29. Verdadeiro. 30. Verdadeiro.

31. Falso. 32. C 33. E 34. D 35. Falso. 36. A 37. C 38. E 39. E 40. E

41. D 42. E 43. D 44. C 45. D 46. C 47. D 48. D 49. A 50. E 51. C 52. B

53. B 54. Falso. 55. A 56. Verdadeiro. 57. Verdadeiro. 58. C 59. C 60. D

61. Falso. 62. Falso. 63. Falso. 64. E 65. A 66. D 67. Falso. 68. E 69. Falso.

70. C 71. B 72. A 73. D 74. A 75. C 76. C 77. A 78. C 79. E 80. B

81. B 82. C 83. B 84. B 85. VERDADEIRA 86. VERDADEIRA 87. ERRADA

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88. C 89. D 90. E 91. ERRADA 92. VERDADEIRA 93. VERDADEIRA

94. ERRADA 95. VERDADEIRA 96. VERDADEIRA 97. VERDADEIRA

98. VERDADEIRA 99. ERRADA 100. ERRADA 101. A 102. C 103. E 104. B

105. ERRADA 106. ERRADA 107. B 108. C 109. C 110. E 111. ERRADA

112. VERDADEIRA 113. VERDADEIRA