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 FACULDADE PIO DÉCIMO ENMESON CUNHA INVESTIGAÇÃO DE APLICAÇÕES DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Aracaju 2011

Aplicações EDO

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FACULDADE PIO DCIMO

ENMESON CUNHA

INVESTIGAO DE APLICAES DAS EQUAES DIFERENCIAIS ORDINRIAS

Aracaju 2011

ENMESON CUNHA

INVESTIGAO DE APLICAES DAS EQUAES DIFERENCIAIS ORDINRIASPesquisa apresentada disciplina Mtodos Matemticos como pr-requisito obteno de parte da nota relativa primeira unidade. ORIENTADOR: Serge Magno Brasil.

Aracaju 2011

SUMRIO

1 TEMA 2 HISTRICO 3 EQUAES DIFERENCIAIS 4 APLICAES DAS EQUAES DIFERENCIAIS 5 CIRCUITOS ELTRICOS 5.1 Circuitos Eltricos de Primeira Ordem 5.2 Circuitos Eltricos de Segunda Ordem 6 CONSIDERAES FINAIS REFERNCIAS

1 TEMA Investigao de aplicaes das Equaes Diferenciais Ordinrias (E.D.O.) 2 HISTRICO

As equaes diferenciais comearam com o estudo do clculo por Isaac Newton e Gottfreied W. Leibniz no sculo XVII. Newton atuou relativamente pouco na rea das equaes diferenciais, mas o desenvolvimento do clculo e elucidao dos princpios bsicos da mecnica forneceram a base para a aplicao das equaes diferenciais no sculo XVIII especialmente por Euler. Newton desenvolveu um mtodo para resolver a equao de primeira ordem dy/dx=f(x,y) no caso em que f(x,y) um polinmio em x e y usando sries infinitas. Leinbniz foi um autodidata em matemtica. Ele compreendia o poder de uma boa notao matemtica assim como o sinal de integral. Tambm descobriu o mtodo de separao das variveis para as equaes dy / dx = P(y) / Q(x). Em 1691, verificou a reduo de equaes homogneas a equaes separveis e o procedimento para resolver equaes lineares de primeira ordem. Ao redor do incio do sculo XVIII, a nova onda de pesquisadores de equaes diferenciais comeou a aplicar estes tipos de equaes a problemas de astronomia e cincias fsicas. Jakob Bernoulli, que foi o primeiro a palavra integral no sentido moderno, estudou e escreveu equaes diferenciais para o movimento planetrio, utilizando os princpios desenvolvidos por Newton. Halley utilizou os mesmos princpios para calcular a trajetria de um cometa que hoje leva o seu nome. O irmo de Jakob, Johann Bernoulli, foi, provavelmente, o primeiro matemtico a entender o clculo de Leibniz e os princpios da mecnica para modelar matematicamente fenmenos fsicos utilizando equaes diferenciais e a encontrar suas solues. Entretanto, cinquenta anos de teoria geral trouxeram significativos avanos, mas no uma teoria geral.

O desenvolvimento das equaes diferenciais precisava de um mestre para consolidar e generalizar os mtodos existentes. Muitas equaes pareciam amigveis, mas se tornaram decepcionantemente difceis. O maior matemtico do sculo XVIII, Leonhard Euler identificou a condio para que as equaes de primeira ordem sejam exatas. Euler entendeu o papel e as estruturas das funes, estudou as propriedades e definies. Tambm foi o primeiro a entender as propriedades e os papis das funes exponenciais, logartmicas, trigonomtricas e muitas outras funes elementares. Em um artigo publicado em 1734, Euler desenvolveu a teoria dos fatores integrantes e encontrou a soluo geral para as equaes de coeficientes constantes, tal como

Depois de Euler vieram vrios especialistas que refinaram e entenderam muitas das ideias das equaes diferenciais baseadas nas ideias de Euler, utilizando as equaes em reas como fsica matemtica, mecnica, energia, sistemas dinmicos, astronomia etc. Porm o prximo avano importante nesse assunto ocorreu no incio do sculo XIX com os pesquisadores Gauss e Cauchy, quando as teorias e conceitos de funes variveis complexas se desenvolveram. Gauss usou as equaes diferenciais para melhorar a teoria das rbitas planetrias e da gravitao. Cauchy aplicou equaes diferenciais para modelar a propagao de ondas sobre a superfcie de um lquido. As equaes diferenciais so uma parte integral ou um dos objetivos de vrios cursos de graduao de clculo. Assim, amplamente aceito que as equaes diferenciais so importantes para a matemtica pura e aplicada.

3 EQUAES DIFERENCIAIS A equao diferencial uma equao em que as incgnitas so funes e a equao envolve derivadas destas funes. Tambm podemos dizer que a equao diferencial uma equao que contm derivadas ou diferenciais de uma ou mais variveis dependentes em relao a uma ou mais variveis independentes.

As equaes diferenciais podem ser classificadas em EDO (Equaes Diferenciais Ordinrias), quando possui apenas derivadas ordinrias de uma ou mais variveis dependentes em relao a uma nica varivel independente, e EDP (Equaes Diferenciais Parciais), quando envolve derivadas de uma ou mais variveis dependentes em relao a duas ou mais variveis independentes. Toda funo definida em um intervalo I que tem, pelo menos, n derivadas contnuas em I, as quais, quando substitudas na equao diferencial de ordem n, reduzem a equao diferencial a uma identidade no intervalo. Em outras palavras, a soluo de uma equao diferencial de ordem n uma funo que tem, pelo menos, n derivadas de forma que F(x, (x), '(x),..., n(x))=0

4 APLICAES DAS EQUAES DIFERENCIAIS

frequentemente desejvel descrever o comportamento de algum sistema ou fenmeno da vida real em termos matemticos, quer sejam eles fsicos, sociolgicos ou mesmo econmicos. Como hipteses sobre um sistema envolvem frequentemente uma taxa de variao de uma ou mais variveis, a descrio matemtica de todas essas hipteses pode ser uma ou mais equaes envolvendo derivadas. Em outras palavras, o modelo matemtico pode ser uma equao diferencial ou um sistema de equaes diferenciais. Uma das primeiras tentativas de modelagem do crescimento populacional humano por meio da matemtica foi feita pelo economista ingls Thomas Malthus, em 1798. Basicamente, a ideia por trs do modelo malthusiano a hiptese de que a taxa segundo a qual a populao de um pas cresce em um determinado instante proporcional populao total do pas naquele instante. Em outras palavras, quanto mais pessoas houver em um instante t, mais pessoas existiro no futuro. Em termos matemticos, se P(t) for a populao total no instante t, ento essa hiptese pode ser expressa por

onde k uma constante de proporcionalidade. Esse modelo simples, embora no leve em conta muitos fatores que podem influenciar a populao humana tanto em seu crescimento quanto em seu declnio, no obstante resulta ser razoavelmente preciso na previso dos Estados Unidos entre os anos de 1790 e 1860. De acordo com a lei emprica de Newton do resfriamento, a taxa segundo a qual a temperatura de um corpo varia proporcional diferena entre a temperatura do corpo e a temperatura do meio que o rodeia. Se T(t) representar a temperatura de um corpo no instante t, Tm a temperatura do meio que o rodeia e dT/dt a taxa segundo a qual a temperatura do corpo varia, a lei de Newton do resfriamento convertida na sentena matemtica

Entre outras tantas aplicaes das equaes diferenciais poderamos citar casos como o decaimento radioativo do ncleo de um tomo, a disseminao de uma doena contagiosa em uma comunidade, a decomposio de substncias qumicas atravs de suas reaes, a mistura de solues com concentraes diferentes, a velocidade do fluxo de um lquido em um buraco com bordas na base de um tanque, o modelo matemtico do movimento de um corpo em queda livre com e sem a resistncia do ar etc. Alm dos modelos matemticos clssicos, podemos verificar modelos variados como a proporo de memorizao de um certo assunto entre outros. No nosso trabalho iremos enfatizar a aplicao das equaes diferenciais em circuitos eltricos, de acordo com a lei de Kirchhorf, onde a tenso aplicada em uma malha fechada deve ser igual soma das quedas de tenso nesta malha.

5 CIRCUITOS ELTRICOS

Gustav

Robert Kirchhorf foi um fsico alemo

que

dedicou-se,

principalmente, no campo dos circuitos eltricos. Kirchhorf autor de duas leis fundamentais da teoria clssica dos circuitos eltricos e da emisso trmica. As leis de Kirchhorf so empregadas em circuitos eltricos mais complexos como aqueles com mais de uma fonte de resistores, capacitores ou indutores em srie ou em paralelo. De acordo com a primeira lei de Kirchhorf, em qualquer n, a soma das correntes que o deixam igual a soma das correntes que chegam at ele. Esta lei uma consequncia da conservao da carga total existente no circuito. A segunda lei de Kirchhorf mostra que a soma algbrica das foras eletromotrizes em qualquer malha igual a soma algbrica das quedas de potencial contidos na malha. 5.1 Circuitos Eltricos de Primeira Ordem O estudo de circuitos RL e RC mostra que a evoluo da tenso ou corrente no tempo exige a resoluo de uma equao diferencial de primeira ordem da forma

(1) ento, x(t) = xp(t) + xc(t) uma soluo para a equao diferencial acima. O termo xp(t) chamado de soluo particular ou resposta forada e xc(t) chamada de soluo complementar ou resposta natural. Considerando que f(t)=A=constante, a soluo geral diferencial consiste de duas partes que so obtidas resolvendo as seguintes equaes:

Sendo A constante, a soluo xp(t) deve tambm ser constante, portanto xp(t)=k1. Substituindo na equao, tem-se k1=A/a.

que implica em ln xc(t)=-a.t + C. Logo, xc(t) = k2.e-a.t. Portanto, a soluo da equao (1)

Para comprovao, podemos verificar o circuito RC:

A equao que descreve o circuito para t > 0

derivando a equao em t, temos:

cuja soluo da forma

que substituindo na equao diferencial de primeira ordem tem-se

portanto, a soluo da equao

5.1 Circuitos Eltricos de Segunda Ordem Os circuitos eltricos RLC's so aqueles que possuem resistores, indutores e capacitores. Em geral a anlise desses circuitos resulta em equaes diferenciais de ordens maiores ou iguais a dois. Porm, estaremos estudando as equaes de, no mximo, segunda ordem. Para solucionar uma equao homognea, pode-se utilizar a soluo da equao de segunda ordem padro

chegando na equao caracterstica

Esta equao caracterstica usualmente escrita por inspeo direta da equao homognea padro

Desta forma possvel a existncia de trs combinaes: a) quando > 0 (Circuito Superamortecido), tem-se a soluo da equao homognea.

b) quando = 0 (Circuito Criticamente Amortecido)

c) quando < 0 (Circuito Sub-Amortecido)

6 CONSIDERAES FINAIS

O uso de nmeros complexos para resolver problemas em circuitos de corrente alternada, o chamado mtodo fasorial, foi efetuado primeiramente pelo matemtico e engenheiro eletricista Charles Proteus Steinmetz, em um artigo apresentado em 1893. A utilizao dos clculos desenvolvidos por Charles Proteus facilitou a resoluo e identificao de correntes e tenses nos circuitos de primeira e de segunda ordens. Desta forma, os clculos de circuitos eltricos deixaram de depender exclusivamente das equaes diferenciais e passaram a utilizar as funes senoidais. Em engenharia eltrica, as funes senoidais so extremamente importante, pois a senoide a excitao dominante da industria eltrica de potncia mundial.

REFERNCIAS

ZILL, Dennis G. Equaes Diferenciais . So Paulo: Thomson, 2003 STEWART, James. Clculo volume II. 2 ed. So Paulo: Thomson, 2006 SANTOS, Reginaldo J. Tpicos de Equaes Diferenciais. UFMG, 2011 JOHNSON, David E. Fundamentos de Anlise de Circuitos Eltricos. 2 ed. So Paulo: Mir, 2010