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Edinei Arakaki Guskuma, CPF:19524006863 CURSO ON-LINE – DISCURSIVA SEM CORREÇÃO PARA AFRFB PROFESSORES: LUIZ HENRIQUE LIMA, LUCIANO OLIVEIRA E CYONIL BORGES 1 www.pontodosconcursos.com.br Olá, Pessoal! Prazer em vê-los por aqui novamente. Animados com os estudos? Esperamos que sim. Em nosso encontro de hoje, vamos estudar um pouco mais a elaboração do tema e da questão, ambos previstos no edital de AFRFB 2009. Não há diferenças significativas entre essas duas espécies de questões discursivas, exceto a sua extensão. Veremos, contudo, que o espaço disponível para a resposta (40 a 60 linhas no tema e 15 a 30 linhas na questão) será de grande importância na hora de estruturar e desenvolver nossa resposta, principalmente porque o desrespeito aos números mínimo e máximo de linhas acarretará desconto na nota final, conforme a tabela fornecida no edital (item 10.6, “b”). Vale lembrar ainda que ninguém consegue escrever bem sem saber a matéria. O concurso de AFRFB 2009 não será diferente. Para conseguir um bom resultado nesta fase, você precisará ter um bom domínio do conteúdo que pode ser cobrado: Direito Constitucional e Administrativo, Direito Tributário, Comércio Internacional, Auditoria, Administração Pública, Economia e Finanças Públicas. Portanto, além de estudar as técnicas de redação aqui conosco, continue firme na revisão dos pontos dessas disciplinas. Uma boa dica é iniciar pelos itens cujas questões vocês não acertaram nas provas objetivas. Conhecendo a Esaf como a conhecemos, nosso palpite é de que ela vai distribuir as disciplinas acima pelas seis redações, provavelmente sem misturar as matérias. A dúvida que paira é: quais serão contempladas nos dois temas (40 a 60 linhas) e quais serão objeto das quatro questões (15 a 30 linhas)? Uma possível distribuição seria a seguinte: “CHUTE” DAS DISCURSIVAS : 1.ª PROVA DISCURSIVA: matérias da P2 da objetiva TEMA: Direito Tributário QUESTÃO 1: Direito Constitucional e/ou Administrativo QUESTÃO 2: Comércio Internacional 2.ª PROVA DISCURSIVA: matérias da P3 da objetiva TEMA: Auditoria QUESTÃO 1: Administração Pública

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    Ol, Pessoal! Prazer em v-los por aqui novamente. Animados com os estudos? Esperamos que sim.

    Em nosso encontro de hoje, vamos estudar um pouco mais a elaborao do tema e da questo, ambos previstos no edital de AFRFB 2009. No h diferenas significativas entre essas duas espcies de questes discursivas, exceto a sua extenso. Veremos, contudo, que o espao disponvel para a resposta (40 a 60 linhas no tema e 15 a 30 linhas na questo) ser de grande importncia na hora de estruturar e desenvolver nossa resposta, principalmente porque o desrespeito aos nmeros mnimo e mximo de linhas acarretar desconto na nota final, conforme a tabela fornecida no edital (item 10.6, b).

    Vale lembrar ainda que ningum consegue escrever bem sem saber a matria. O concurso de AFRFB 2009 no ser diferente. Para conseguir um bom resultado nesta fase, voc precisar ter um bom domnio do contedo que pode ser cobrado: Direito Constitucional e Administrativo, Direito Tributrio, Comrcio Internacional, Auditoria, Administrao Pblica, Economia e Finanas Pblicas. Portanto, alm de estudar as tcnicas de redao aqui conosco, continue firme na reviso dos pontos dessas disciplinas. Uma boa dica iniciar pelos itens cujas questes vocs no acertaram nas provas objetivas.

    Conhecendo a Esaf como a conhecemos, nosso palpite de que ela vai distribuir as disciplinas acima pelas seis redaes, provavelmente sem misturar as matrias. A dvida que paira : quais sero contempladas nos dois temas (40 a 60 linhas) e quais sero objeto das quatro questes (15 a 30 linhas)? Uma possvel distribuio seria a seguinte:

    CHUTE DAS DISCURSIVAS:

    1. PROVA DISCURSIVA: matrias da P2 da objetiva TEMA: Direito Tributrio QUESTO 1: Direito Constitucional e/ou Administrativo QUESTO 2: Comrcio Internacional

    2. PROVA DISCURSIVA: matrias da P3 da objetiva TEMA: Auditoria QUESTO 1: Administrao Pblica

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    QUESTO 2: Economia e/ou Finanas Pblicas

    E por que o Direito Tributrio e a Auditoria seriam as escolhidas como objeto dos temas? Porque, dentre as que podem ser cobradas, so as matrias mais importantes no dia-a-dia do AFRFB. Alm disso, na parte objetiva, foram disciplinas com maior pontuao do que as demais.

    Agora, bom frisar: isso apenas um palpite. Mas um palpite que envolve uma boa dose de lgica, as atividades de AFRFB e nosso conhecimento do modo de pensar da Esaf.

    DISSERTAO

    Em primeiro lugar, vale lembrar que, provavelmente, o texto pedido ser do tipo dissertativo. A dissertao um texto expositivo sobre determinada matria doutrinria, cientfica ou artstica, de forma tcnica e impessoal. Ela pode ter caractersticas mais descritivas ou mais opinativas. No primeiro caso, apresentam-se dados e abordagens sobre o tema em anlise, sem que o autor necessariamente assuma uma posio. Na segunda hiptese, o autor defende e/ou contesta determinadas vises acerca do assunto em pauta.

    De modo geral, a estrutura da dissertao a seguinte:

    9 Pargrafo de introduo; 9 Pargrafos de desenvolvimento; e 9 Pargrafo de concluso.

    Ao tratar de um assunto de forma dissertativa, voc deve, inicialmente, apresentar o tema, dando uma ideia geral do que vai ser exposto. A seguir, so escritos os pargrafos de desenvolvimento, aprofundando o assunto e/ou respondendo aos tpicos do enunciado. Por fim, um pargrafo de concluso, arrematando todo o texto, em geral com uma observao final, deve encerrar a sua resposta.

    RESOLVENDO AS QUESTES

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    Vamos lembrar o caminho a ser seguido para a resoluo de uma questo discursiva:

    Primeira tarefa: leitura e interpretao do enunciado Segunda tarefa: elaborao do plano ou roteiro do texto Terceira tarefa: redao do texto Quarta tarefa: reviso da resposta

    COMPREENSO DO ENUNCIADO

    Agora, comeando de onde terminamos nossa aula demonstrativa, o primeiro passo entender o que o examinador deseja que o candidato escreva. Isso exige a leitura atenta do enunciado e das instrues ao candidato constantes do caderno de questes.

    Para interpretar bem o enunciado, preciso ler com calma o que o examinador pede. Ou seja, ler todo o enunciado, pausadamente, registrando cada palavra e informao. Em outros termos, no ler na diagonal, atropelando palavras, querendo chegar rapidamente ao final.

    Ler com calma significa, em primeiro lugar, identificar o tipo de situao que est sendo apresentada, se um questionamento direto, uma questo polmica para voc se posicionar, uma situao fictcia para anlise etc. Tudo para que voc possa refletir sobre a questo e estruturar seu texto, traar um roteiro, antes de comear a escrever.

    Quanto a esse aspecto, frise-se que, segundo o item 10.5 do edital, cada tema ou questo versar sobre o seu desenvolvimento, observado o roteiro estabelecido. Se a Esaf for fiel ao que diz, haver uma espcie de roteiro, isto , uma sequncia de questionamentos a serem respondidos. Assim, se voc tiver ateno a isso e conseguir responder aos pontos levantados no enunciado, provavelmente conseguir uma boa nota de contedo.

    Portanto, lembre-se sempre, ao final da redao, de perguntar: Eu respondi a tudo que foi pedido no enunciado?. Tal procedimento, aparentemente simples, pode lhe evitar a perda de preciosos pontos no dia D.

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    ROTEIRO DO TEXTO

    Antes de comear a escrever, voc precisa saber para onde ir, para no navegar s cegas na folha de resposta. Deve elaborar um plano ou roteiro a ser seguido. De modo geral, em uma prova discursiva necessrio, aps compreender o enunciado apresentado:

    9 analisar o assunto, considerando, se for o caso, as normas vigentes

    aplicveis; e 9 estruturar o raciocnio de forma articulada e convincente.

    Tudo isso para que voc possa responder ao que foi pedido (terceira tarefa) numa linguagem adequada, correta e elegante. Pode at parecer difcil agora, mas apostamos que, ao final do nosso curso, voc no vai achar to difcil assim.

    Note, portanto, que no se deve sair escrevendo aleatoriamente, de qualquer jeito, sem saber aonde se quer chegar ao final. Tudo deve estar muito bem elaborado, de modo que voc j vislumbre, de antemo, como terminar sua redao.

    Desse modo, aps interpretar a questo, preciso treinar a elaborao do roteiro do texto. Nessa fase, voc deve dedicar algum tempo reflexo. Deve deixar o crebro trabalhar e permitir que a mente busque na memria as informaes necessrias elaborao da resposta. A partir da, deve elaborar o seu roteiro de texto.

    Por que utilizamos os verbos deixar e permitir? Simplesmente, porque, muitas vezes, a ansiedade do candidato atua como fator inibidor reflexo. J tivemos a oportunidade de presenciar alunos que mal tomam conhecimento do tema e logo disparam a redigir linhas e mais linhas. Em geral, os textos assim elaborados enfrentam dois problemas:

    1 tm que ser refeitos diversas vezes, pois sua estrutura desconjuntada e no h organizao e hierarquizao de pargrafos; em suma, no tm incio, meio e fim coerentes;

    2 no aproveitam o potencial de conhecimentos que o candidato possui sobre o tema.

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    Dar liberdade ao crebro essencial. Nesses breves momentos, devemos registrar todas as idias, lembranas e expresses que a leitura do enunciado da questo desencadeou.

    Registradas as ideias, a tarefa passa a ser ordenar, de forma sistemtica, todos esses elementos, dentro de uma estrutura predefinida: introduo, desenvolvimento e concluso. Voc deve montar a estrutura do seu texto antes de iniciar a redao, procurando o equilbrio, a harmonia e o encadeamento lgico dos pargrafos.

    Veja, por exemplo, a seguinte questo, que foi cobrada recentemente pela Esaf no concurso de Especialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental (EPPGG, chamado popularmente de Gestor) do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG) 2009:

    (ESAF/GESTOR/MPOG/2009) Discorra objetivamente sobre o Controle da Administrao Pblica, abordando:

    a) a finalidade do controle; b) o controle administrativo; c) o controle legislativo; d) o controle judicial.

    A questo enquadra-se tanto no item 9 do programa de Direito Administrativo, como no item 12 do contedo de Administrao Pblica.

    Trata-se de um enunciado de fcil entendimento. A questo bastante imediata: ela quer que voc apresente a finalidade do controle da Administrao e discorra sobre os trs tipos de controle existentes: o administrativo, o legislativo e o judicial, classificao que leva em conta a natureza do rgo que realiza o controle (rgo administrativo, legislativo ou judicial). Esse tipo de enunciado, bastante curto e direto, no apresenta maiores dificuldades, bem diferente daquele apresentado na aula 00 (ACE-TCU 2006), que era bastante truncado e exigiu um significativo esforo interpretativo.

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    Veja que a Esaf forneceu o roteiro a ser seguido, de modo que, se voc responder aos pontos do enunciado, como se fosse uma espcie de check list, conseguir abordar todos os pontos desejados pelo examinador.

    Entendido o enunciado, voc deve analisar pormenorizadamente os aspectos que circundam o tema, a fim de poder, adiante, estruturar seu raciocnio adequadamente, por meio do roteiro do texto, e, por fim, escrever sua resposta.

    Nessa segunda etapa, recomendamos fazer o famoso brainstorm (tempestade cerebral), que consiste em tentar lembrar tudo que for possvel sobre o enunciado, de modo a coletar o mximo de informaes possveis, as quais restaro disponveis para posterior crtica e estruturao do raciocnio.

    Por exemplo, nessa questo, voc poderia colocar no papel os seguintes pontos, em um exerccio de brainstorm:

    1) Fiscalizao das atividades da Administrao Pblica;

    2) Assegurar a observncia da lei e dos princpios administrativos (legalidade em sentido amplo);

    3) Quando cabvel, verificar aspectos de mrito;

    4) Controle administrativo: controle interno, de legalidade e mrito, de ofcio ou por provocao;

    5) Controle legislativo: controle externo, poltico e financeiro, de legalidade e mrito, de ofcio ou por provocao, auxlio do Tribunal de Contas;

    6) Controle judicial: controle externo, somente de legalidade (sentido amplo) apenas de ofcio, no pode revisar o mrito administrativo.

    Com isso, voc mesmo acabou traando o roteiro a ser seguido em sua redao. Basta agora estruturar isso em um texto coeso e harmnico (nosso terceiro passo).

    Veja agora esta outra questo, que tambm foi cobrada no mesmo concurso:

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    (ESAF/GESTOR/MPOG/2009) De acordo com o art. 174 da Constituio Federal, Como agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma da lei, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Nas linhas a seguir:

    1) informe em que consistem as funes mencionadas;

    2) d um exemplo para cada uma delas.

    Trata-se de uma questo que aborda o papel do Estado como agente regulador da economia. O assunto faz parte do item 7 do programa de Direito Constitucional de AFRFB 2009. O enunciado apresenta o seguinte roteiro: 1) informar em que consiste as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento do Estado, em sua atuao como agente normativo e regulador da atividade econmica; 2) dar um exemplo para cada uma dessas funes.

    Veja como seria um possvel brainstorm, neste caso:

    1) Estado regulador: interveno indireta no domnio econmico; normatizao, fiscalizao, incentivo e planejamento da economia;

    2) Fiscalizao: verificar a observncia das normas que condicionam a atuao na economia e aplicar sanes aos agentes econmicos, em caso de descumprimento. Exemplos: fiscalizao, pelas agncias reguladoras, das leis aplicveis ao setor regulado e aplicao de sanes pelo Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE), por infraes ordem econmica.

    3) Incentivo: fomento, estmulo atividade econmica, por meio de medidas que incentivem o particular a desenvolver a atividade. Exemplos: isenes fiscais, subsdios, prmios de produtividade, condies favorecidas para micro e pequenas empresas.

    4) Planejamento: organizao da atividade econmica, com o estabelecimento de objetivos e metas, para implementao de polticas pblicas. Exemplos: Plano Plurianual (PPA), Programa de Acelerao do Crescimento (PAC), planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

    Note como as informaes colocadas no papel praticamente j representam o roteiro do texto a ser elaborado.

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    REDAO DO TEXTO

    Chegamos nossa terceira etapa, que pode ser chamada tambm de desenvolvimento. Redigir a parte braal do processo, mas que exige bastante concentrao, para que voc no fuja do tema proposto, nem da estrutura desenhada. Temos visto alguns exerccios que comeam muito bem, mas acabam por se perder no meio do caminho.

    Um ponto de fundamental importncia na resoluo de provas discursivas pode ser resumido na seguinte orientao: responda ao que foi perguntado. Isso pode parecer bvio, mas incrvel o nmero de candidatos que se desviam do tema, ao longo da redao, e, quando percebem (se que isso ocorre), acabam sem espao para responder aos questionamentos da banca. O roteiro do texto ajuda a evitar essa falha comum de muitos candidatos.

    Falemos tambm um pouco sobre o pargrafo. O pargrafo a estrutura bsica de uma redao e deve girar em torno de uma ideia central. Na elaborao de sua resposta, ideal que voc separe cada tpico do enunciado em um pargrafo prprio, de modo a dar estrutura e harmonia ao texto.

    Em regra, cada assunto deve ser objeto de um pargrafo especfico. Porm, em redaes muito curtas, a separao ideal em pargrafos pode no ser possvel, devendo o candidato ordenar seu texto da melhor maneira que puder. Nesse caso, melhor priorizar a efetiva resposta aos quesitos do enunciado, ainda que o texto, ao final, no apresente uma estrutura de pargrafos adequada (veja na grade de correo da Esaf que um erro de contedo desconta mais pontos do que um erro de idioma). J nas redaes mais extensas, caso algum dos tpicos seja mais complexo, pode-se fazer o desdobramento da resposta em mais de um pargrafo. O que se deve evitar tratar de mais de um assunto no mesmo pargrafo, isso quando o espao permitir.

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    Os pargrafos do desenvolvimento devem apresentar sinttica e objetivamente cada um dos pontos em exame, os argumentos a favor e contra, a fundamentao legal, as polmicas que envolvem o tema e outros aspectos pertinentes. A cada alegao ou argumento, ou seja, a cada pargrafo ou sequncia de pargrafos, formula-se uma ideia central prpria.

    Alm disso, os diversos pargrafos devem se relacionar harmonicamente e guardar certa proporcionalidade entre si (terem, aproximadamente, a mesma extenso).

    Veja o exemplo de resposta a seguir, com base na questo sobre o controle da Administrao, acima apresentada:

    (ESAF/GESTOR/MPOG/2009) Discorra objetivamente sobre o Controle da Administrao Pblica, abordando:

    e) a finalidade do controle; f) o controle administrativo; g) o controle legislativo; h) o controle judicial.

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    PROPOSTA DE SOLUO:

    A finalidade do controle da Administrao Pblica assegurar que ela atue com respeito lei e aos princpios que regem suas atividades, como os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia (controle de legalidade ou legitimidade). Em certos casos, abrange tambm o controle do mrito administrativo.

    O controle administrativo o realizado pelos rgos e entidades da Administrao, sobre suas prprias atividades. Por isso, classifica-se como um controle interno. Engloba aspectos de legalidade e de mrito e pode ser feito de ofcio ou por provocao do interessado.

    O controle legislativo o realizado pelo Parlamento, com o auxlio do Tribunal de Contas. Trata-se de um controle externo (realizado por um Poder sobre o outro), que pode ser de cunho poltico ou financeiro e abranger aspectos de legalidade e de mrito.

    Por fim, o controle judicial o realizado pelos rgos do Poder Judicirio. tambm um controle externo e pode analisar somente a legalidade da atuao da Administrao, sem revisar o mrito administrativo. Ocorre apenas por provocao da parte interessada.

    O controle da Administrao Pblica inerente ao modelo republicano, que envolve o conceito de responsabilidade do governante pela gesto dos recursos pblicos, sendo fundamental para assegurar o atendimento ao interesse da coletividade.

    Veja que a soluo proposta dividiu o texto em cinco pargrafos, conforme o roteiro do enunciado: o primeiro, que serviu como introduo, tratou da finalidade do controle da Administrao; o segundo, do controle administrativo; o terceiro, do controle legislativo; o quarto, do controle judicial.

    No caso, foi adicionado ainda um quinto pargrafo, como concluso, o qual, no entanto, poderia ter sido dispensado, caso houvesse insuficincia de espao. Nesse caso, a expresso inicial Por fim, do pargrafo anterior (o quarto), teria a funo de alertar o leitor de que aquele pargrafo serviria, ao mesmo tempo em que respondeu o quesito pedido, de encerramento da redao. Esse tipo de expresso serve tambm de elemento de coeso textual, ao fazer a interligao entre o pargrafo que se inicia e o anterior, conforme veremos adiante.

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    Analise agora esta proposta de soluo para a questo do Estado regulador, vista acima:

    (ESAF/GESTOR/MPOG/2009) De acordo com o art. 174 da Constituio Federal, Como agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma da lei, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Nas linhas a seguir:

    1) informe em que consistem as funes mencionadas;

    2) d um exemplo para cada uma delas.

    PROPOSTA DE SOLUO:

    O Estado, como agente normatizador e regulador da economia, intervm de forma indireta no domnio econmico, por meio de fiscalizao, incentivo e planejamento.

    A fiscalizao consiste em verificar a observncia s regras estatais que regem a atuao na economia e aplicar sanes aos agentes econmicos, em caso de descumprimento dessas normas. So exemplos a fiscalizao, pelas agncias reguladoras, das leis aplicveis ao setor regulado e a aplicao de sanes pelo Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE), por infraes ordem econmica.

    O incentivo representa o fomento, a promoo da atividade econmica, por meio de medidas que estimulem o particular a realizar determinados empreendimentos de interesse pblico. Citem-se como exemplos as isenes fiscais e os subsdios concedidos a empresas que se instalam em regies de menor desenvolvimento econmico e as condies diferenciadas e favorecidas que o Estado oferece s micro e pequenas empresas.

    Finalmente, o planejamento materializado pela prvia organizao da atividade econmica, com o estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas a atingir, para a implementao das polticas pblicas definidas pelo Estado. So exemplos o Plano Plurianual (PPA), o recente Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e os planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

    Percebe-se, assim, que a atuao do Estado regulador, por meio das atividades de fiscalizao, incentivo e planejamento, fundamental para a

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    adequada definio do rumo da economia do pas, em atendimento ao interesse da coletividade.

    Aqui, a soluo proposta dividiu o texto em cinco pargrafos: o primeiro serviu de introduo, relembrando que a atuao do Estado como regulador uma forma indireta de interveno na economia (em oposio forma direta de atuao, por meio de empresas estatais). O segundo pargrafo tratou da atividade de fiscalizao; o terceiro, do incentivo; o quarto, do planejamento. Em cada um desses pargrafos foram citados os respectivos exemplos. Por fim, o quinto pargrafo serviu como concluso da redao, arrematando todo o raciocnio.

    Uma observao: nas questes em que seja necessrio fazer referncia a diplomas legais, no h necessidade de lembrar os artigos exatos das leis e dos atos normativos. Voc pode simplesmente fazer uma referncia em termos gerais, citando a norma que regula o tema. Exemplos:

    A Lei 9.784/1999 consagra diversos princpios aplicveis ao processo administrativo federal, como a legalidade, a finalidade, a motivao, a razoabilidade, a proporcionalidade e a eficincia.

    A Lei 8.112/1990 preceitua que os seguintes fatores sero avaliados no estgio probatrio do servidor pblico civil federal: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

    De acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis (NBC-T 11), o auditor responsvel pela guarda e sigilo dos papis de trabalho.

    O importante deixar claro que o assunto no caiu de pra-quedas no seu texto. Ele possui fundamentao tcnica ou jurdica adequada.

    Algumas outras dicas importantes podem ser citadas, para que seu texto fique bem redigido:

    a) evite comentrios desnecessrios ou inoportunos, bem como generalizaes ou adjetivaes indevidas ou exageradas ou, ainda, que

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    demonstrem sua opinio pessoal quanto ao fato. Por exemplo, em vez de escrever:

    um absurdo que nossos governantes procurem sabotar a todo instante a implementao do modelo gerencial de administrao pblica em nosso pas. Isso s demonstra o imenso nvel de corrupo que impera no Brasil e o carter duvidoso de nossos parlamentares, com graves prejuzos para toda a populao.

    Prefira:

    Infelizmente existem governantes que, em funo de interesses particulares, tentam evitar a efetiva implementao do modelo gerencial de administrao pblica em nosso pas. Tal fato gera ineficincia na mquina do Estado, com prejuzos para toda a populao.

    Viu como o segundo trecho disse a mesma coisa que o primeiro, de uma forma muito mais tcnica e impessoal? Com isso, voc consegue evitar os termos generalizantes e preconceituosos presentes no primeiro trecho ( um absurdo, sabotar, a todo instante, imenso nvel de corrupo, carter duvidoso).

    b) no empregue construes que demonstrem que voc tem dvidas sobre o assunto. Por exemplo, suponha que o examinador pea que voc elenque as hipteses de suspenso da exigibilidade do crdito tributrio, mas voc no se lembra de todas. Talvez voc esteja tambm em dvida se as hipteses de suspenso esto todas no Cdigo Tributrio Nacional (CTN) ou algumas esto em outra lei tributria, se o depsito do montante devido, para suspender o crdito, deve ser total ou pode ser parcial, se a concesso de tutela antecipada em aes judiciais suspende o crdito tributrio, se em qualquer ao que a concesso da medida suspende o crdito ou apenas em mandado de segurana etc.

    Tomado de insegurana, o candidato poderia vir a escrever o seguinte:

    Segundo as leis tributrias (Cdigo Tributrio Nacional ou outras leis), so hipteses de suspenso do crdito tributrio, salvo melhor juzo: a moratria, o depsito do montante (em geral integral), as reclamaes e os

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    recursos administrativos, conforme a lei ou o CTN, a concesso de medidas liminares em certas aes judiciais, e, quem sabe, tambm de tutelas antecipadas, bem como o parcelamento.

    Veja como o trecho acima demonstra a insegurana do concurseiro (CTN ou outras leis, salvo melhor juzo, em geral, certas aes, quem sabe etc.). Certamente a Esaf descontaria pontos preciosos em razo disso (j aconteceu com o Luciano, nos primeiros concursos que ele realizou). Geralmente, esse tipo de erro classificado como AF (argumentao fraca) ou DPP (desconhecimento parcial da problemtica), segundo a grade de correo da Esaf.

    Assim, mesmo tomado de todas as dvidas, melhor seria escrever um texto um pouco mais enxuto, mas que no demonstrasse a lacuna de conhecimento do candidato. Por exemplo:

    Segundo a lei, so hipteses de suspenso do crdito tributrio: a moratria, o depsito do montante devido, as reclamaes e os recursos administrativos, a concesso de medidas liminares em aes judiciais e o parcelamento.

    c) Procure ainda observe os seguintes requisitos:

    Conciso

    Conciso a capacidade de expor ideias em poucas e exatas palavras. Suponha que o enunciado pea que voc discorra sobre a autonomia poltica dos entes de nossa Federao. Imagine a seguinte resposta:

    As entidades que compem a Repblica Federativa do Brasil, isto , o nosso Estado, chamadas tambm de pessoas estatais ou polticas, possuem, todas elas, a denominada autonomia poltica e administrativa, embora isso se d sempre dentro dos limites da Constituio Federal de 1988, que a Carta Poltica de nosso pas. Todas essas entidades de nossa Federao possuem competncia para legislar e tributar, alm de poderem estabelecer seus prprios oramentos, pois de nada adiantaria conferir apenas nominalmente a autonomia a todos esses entes, sem que fossem disponibilizados os recursos

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    financeiros necessrios para que eles pudessem exercer adequadamente as suas atribuies constitucionais.

    Veja como o texto acima ficou longo e cansativo. Melhor seria ter escrito, de forma mais objetiva:

    Os entes polticos da Federao brasileira possuem autonomia poltica e administrativa, dentro dos limites da Constituio. Possuem competncia para legislar e tributar, bem como oramento prprio, pois de nada adiantaria autonomia sem recursos financeiros para o exerccio de suas atribuies.

    Fique atento: um erro de conciso pode acarretar o desconto de 0,75 ponto em sua redao, segundo a grade da Esaf.

    Clareza

    Na redao dos textos tcnicos, a sequncia das palavras deve ser organizada de forma a tornar a frase mais clara, com o mnimo necessrio de palavras e sem utilizar chaves ou clichs, que empobrecem a linguagem.

    Imagine o seguinte trecho de um candidato que estivesse tentando discorrer sobre a funo legislativa do Estado, bem como sobre a hierarquia existente entre as leis e a Constituio:

    Uma das funes da pessoa estatal soberana, sem dvida, a de compor os atos normativos que integram o nosso ordenamento sob a gide da Carta Maior, em funo da qual gira toda a lgica de aplicabilidade das leis que devem nortear a sociedade de um Estado livre e democrtico; esta a funo legislativa, com a qual a hierarquia fica evidenciada entre a Carta Poltica e as leis.

    No ficou muito claro, certo? Veja como esse mesmo texto poderia ser escrito de forma bem melhor:

    Uma das funes tpicas do Estado a funo legislativa, por meio da qual so elaboradas as leis que compem o ordenamento jurdico. As leis

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    retiram seu fundamento de validade da Constituio, a Carta Poltica do Estado, que se situa em nvel hierarquicamente superior a elas.

    Coerncia

    Voc no pode dizer uma coisa em seu texto e, adiante, citar algo contrrio ao que j foi dito. preciso haver coerncia, lgica, conexo entre as idias apresentadas. Assim, no faz sentido escrever:

    O planejamento da Auditoria deve considerar a participao de auditores internos e de especialistas na execuo dos trabalhos na entidade auditada, mas tais profissionais no devem contribuir para os trabalhos, para no interferirem na independncia do auditor externo.

    No trecho acima, ficou a dvida: afinal, os auditores internos e outros especialistas devem ou no participar dos trabalhos de auditoria independente? Melhor seria dizer:

    O planejamento da Auditoria deve considerar a participao de auditores internos e de especialistas na execuo dos trabalhos na entidade auditada, mas a contribuio de tais profissionais no deve ser tal que venha a interferir na independncia do auditor externo.

    Agora ficou bem melhor, no mesmo?

    Coeso

    O texto no um simples amontoado de informaes. Essas devem aparecer arrumadas, escalonadas e relacionadas entre si. A coeso textual obtida quando se promove a adequada interligao entre as diversas partes do texto, notadamente entre os pargrafos e perodos da redao (um perodo, em geral, encerra-se com ponto final, ponto de exclamao ou ponto de interrogao). A Esaf chama esse aspecto, em sua grade de correo, de SDC (sintaxe de construo).

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    A coeso atingida por meio do uso de termos e expresses que unem as diversas partes de uma redao e estabelecem relaes de sentido entre essas partes. Veja os exemplos abaixo, destacados em negrito. O texto foi retirado de uma questo da prova de Lngua Portuguesa do concurso de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual do Estado do Rio Grande do Norte 2005 (AFTE-RN 2005), cuja banca foi a Esaf:

    A violncia no Pas h muito ultrapassou todos os limites. Tanto assim que dados recentes mostram o Brasil como um dos pases mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicdio. Em 1980, tnhamos uma mdia de, aproximadamente, doze homicdios por cem mil habitantes. Lamentavelmente, nas duas dcadas seguintes, o grau de violncia intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do ndice verificado em 1980 121,6% , ou seja, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicdios por cem mil habitantes. Simultaneamente, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto , em mdia, a cada queda de 1% do PIB a violncia crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.

    A expresso Tanto assim que liga a orao que introduz anterior, dizendo ao leitor que o que se seguir no texto comprova a afirmao anterior. A palavra Lamentavelmente prepara o esprito do leitor para a informao que vir a seguir, que mostra que a violncia s piorou aps 1980. A expresso ou seja serve para introduzir uma afirmativa que explicar, em outras palavras, o dado estatstico que foi fornecido antes dela. E a palavra Simultaneamente demonstra que ser apresentada alguma informao sobre algo que ocorreu paralelamente ao aumento da violncia no Pas, no caso, o decrscimo do PIB. Todas essas palavras e expresses so elementos de coeso do texto.

    DICA IMPORTANTE: use sinnimos!

    Para evitar repeties, use sinnimos. Isso d qualidade ao seu texto. Por exemplo: alterne as expresses Tribunal de Contas da Unio e Corte de Contas Federal; ou Lei 8.112/1990 e Estatuto dos Servidores Pblicos Federais; ou, ainda, Constituio da Repblica e Carta Magna.

    Alm disso, algumas vezes, empregamos a mesma palavra vrias vezes, de modo desnecessrio. Isso deve ser evitado. Veja o exemplo abaixo:

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    A aplicao dos procedimentos de Auditoria deve ser realizada em razo da complexidade e do volume das operaes de Auditoria, por meio de provas seletivas, testes e amostragens de Auditoria. Cabe ao auditor, com base na anlise dos riscos de Auditoria, determinar a amplitude dos exames de Auditoria necessrios obteno dos elementos de convico que sejam vlidos para o todo.

    Viu como a palavra Auditoria apareceu vrias vezes, causando eco e desarmonia ao texto? Melhor seria escrever assim:

    A aplicao dos procedimentos de Auditoria deve ser realizada em razo da complexidade e do volume das operaes, por meio de provas seletivas, testes e amostragens. Cabe ao auditor, com base na anlise dos riscos de Auditoria, determinar a amplitude dos exames necessrios obteno dos elementos de convico que sejam vlidos para o todo.

    O momento adequado para verificar a existncia de repeties inadequadas, bem como de outros erros que voc tenha cometido a fase da reviso da resposta (quarta tarefa).

    De modo geral, na redao tcnica, voc deve orientar-se pelos requisitos de clareza, convico, conciso e objetividade:

    CLAREZA: Produzir textos de fcil compreenso para qualquer leitor. Evitar a erudio, o preciosismo, o jargo, a ambiguidade, alm de restringir ao mximo a utilizao de expresses em outros idiomas, exceto as que no possuam traduo adequada para o portugus e que j se tornaram corriqueiras (ex.: accountability). Grias e abreviaes desconhecidas no devem ser empregadas.

    CONVICO: Expor os argumentos e as concluses com firmeza. No utilizar expresses que denotem insegurana, como salvo melhor juzo, parece que ou entendemos. As reticncias tambm devem ser evitadas em uma dissertao, porque tornam o texto inconclusivo.

    CONCISO: Dizer apenas o que requerido, de modo econmico, isto , eliminar o suprfluo, o floreio, as frmulas e os clichs. As frases devem ser

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    curtas e objetivas. A compreenso de frases muito longas normalmente prejudicada e nelas os erros de pontuao so mais frequentes.

    OBJETIVIDADE: Ir direto ao assunto. No utilizar comentrios complementares desnecessrios nem fugir da idia central. Intercalaes de textos devem ser utilizadas com cuidado, de modo a no dificultar o entendimento pelo leitor. No devem ser utilizados comentrios entre aspas com sentido dbio ou irnico.

    UM EXEMPLO DE QUESTO APLICADA PELA ESAF

    Veja o que a Esaf cobrou na Prova de Auditor (Conselheiro-Substituto) do Tribunal de Contas do Estado de Gois (TCE-GO) 2007 (concurso no qual o Luciano obteve o 5. lugar):

    (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Discorra sobre o instituto do acordo-programa, abordando:

    a) conceito; b) seus objetivos; c) quem pode celebr-lo; d) fundamentos que lhe do amparo no sistema legislativo ptrio; e e) principais crticas ao instituto.

    Extenso mnima: 20 linhas

    COMENTRIOS

    Aplicando o que aprendemos hoje, o que deve ser feito? Inicialmente: ler com calma o enunciado e descobrir o que o examinador quer.

    O que ele quer est logo no incio do enunciado: Discorra sobre o instituto do acordo-programa...

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    O candidato que entendeu essa ordem da banca j comeou a acertar. Discorrer falar, discursar, enfim, abordar os principais aspectos do assunto citado na questo.

    Mas veja tambm que a Esaf j traou todo o roteiro a ser seguido pelo candidato: ... abordando:..., e a seguir o enunciado citou, nas letras de a a e, os pontos que devem obrigatoriamente constar da redao. Assim, o roteiro do texto j est praticamente traado.

    O examinador, ao corrigir a prova, ir verificar se o candidato entendeu e cumpriu o que foi solicitado, isto , se a resposta apresentada abordou cada um dos tpicos requeridos.

    Quanto ao assunto cobrado, a questo enquadra-se no item 3 do programa de Direito Administrativo de AFRFB 2009, bem como na matria de Administrao Pblica (reforma administrativa).

    O acordo-programa mais conhecido como contrato de gesto. Trata-

    se de instrumento de cooperao firmado entre o Poder Pblico e as organizaes sociais, ou entre os prprios rgos e entidades da Administrao, para aumento da sua autonomia gerencial, oramentria e financeira. utilizado tambm para conferir o ttulo de agncia executiva s autarquias e fundaes pblicas que possuam um plano estratgico de reestruturao e de desenvolvimento institucional em andamento.

    O instituto previsto: no art. 37, 8., da Constituio (contrato entre

    rgos e entidades da Administrao); na Lei 9.637/1998 (organizaes sociais); e no art. 51 da Lei 9.649/1998, regulamentado pelo Decreto 2.487/1998 (agncias executivas).

    A principal crtica que se faz quanto ao contrato de gesto celebrado

    entre o Poder Pblico e seus prprios rgos, pois estes so meros centros de competncia, sem personalidade jurdica e, portanto, no podem ser partes em um contrato. Entende a doutrina que no se trata, neste caso, de um verdadeiro contrato, mas de um simples acordo operacional.

    Veja uma possvel proposta de soluo:

    O acordo-programa ou contrato de gesto pode referir-se a duas realidades distintas. A primeira refere-se ao instrumento firmado entre o Poder

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    Pblico e a entidade qualificada como organizao social, com vistas formao de parceria entre as partes, para fomento e execuo de atividades relativas s reas de ensino, pesquisa cientfica, desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade, conforme a Lei 9.637/1998.

    A segunda modalidade de acordo-programa o contrato firmado entre o Poder Pblico e seus prprios rgos e entidades, para conferir maior autonomia gerencial, oramentria e financeira s unidades administrativas, tendo como objeto a fixao de metas de desempenho a serem atingidas, segundo previso do art. 37, 8., da Constituio Federal.

    Quando o contrato de gesto celebrado entra a Administrao direta e suas autarquias e fundaes pblicas, a Lei 9.649/1998 prev a qualificao desses entes como agncias executivas, desde que eles possuam um plano estratgico de reestruturao e de desenvolvimento institucional em andamento.

    No tocante celebrao do ajuste entre o Poder Pblico e seus prprios rgos, a crtica que a doutrina faz que no se trata, nesse caso, de um contrato, uma vez que um rgo no possui personalidade jurdica para figurar como parte contratual. Haveria, no caso, um simples acordo operacional, por meio do qual a pessoa estatal outorgaria maior liberdade administrativa aos seus rgos, em contrapartida cobrana de metas de desempenho, com a devida fiscalizao pelas instncias superiores.

    Na proposta de soluo acima, os dois primeiros pargrafos apresentaram os dois conceitos de acordo-programa, com seus respectivos objetivos, as pessoas que podem celebr-lo e os fundamentos legislativos que os amparam. O terceiro pargrafo destacou a hiptese de qualificao de autarquias e fundaes pblicas como agncias executivas, por meio da celebrao de contrato de gesto, bem como a Lei que prev tal situao. Por fim, o ltimo pargrafo destacou a principal crtica que se faz ao instituto, referente celebrao de contato de gesto entre o Poder Pblico e seus prprios rgos despersonalizados.

    A GRADE DE CORREO

    Quando se trata de corrigir provas discursivas, a margem discricionria do avaliador muito grande. Afinal, se, como o nome indica, a prova subjetiva, imagine a correo! Principalmente quando so muitas provas e h mais de um professor a corrigi-las.

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    Para minimizar possveis problemas, resultantes da aplicao de critrios distintos de avaliao para os vrios candidatos o que poderia prejudicar uns e beneficiar outros , que surgiram as grades de correo, que procuram estabelecer certos parmetros para a definio das notas.

    Alm disso, as grades servem tambm para definir parmetros objetivos, de modo a que o candidato possa verificar o acerto da correo de sua prova e, se for o caso, impetrar o devido recurso administrativo ou mesmo ajuizar uma ao judicial posteriormente, se a Administrao agir com arbitrariedade. Quanto anlise judicial de questes discursivas de concursos pblicos, vale conferir (aps a prova, claro) alguns posts que o Luciano Oliveira colocou no seu blog de Direito Administrativo na Internet (www.diretoriojuridico.blogspot.com).

    Assim, por exemplo, neste concurso, um erro de ortografia, como escrever impecilho (em vez de empecilho), custar ao candidato 0,25 ponto, conforme a grade do edital de AFRFB 2009. Um erro de regncia, do tipo o cidado obedeceu a autoridade (em vez de o cidado obedeceu autoridade), representar uma penalidade de 0,50 ponto, e assim por diante. Fica claro que quem cometer muitos erros, principalmente os de maior gravidade, no ter muitas chances de garantir sua vaga ou mesmo de atingir a nota mnima exigida.

    Porm, o simples fato de deduzir pontos por erros cometidos no suficiente para a avaliao de uma prova. Se fosse assim, como ficaria a nota do candidato que no cometesse erros no uso do idioma, mas que tambm no respondesse questo proposta? preciso, desse modo, fixar critrios de avaliao do contedo. A grade de correo auxilia nessa tarefa.

    Outra dificuldade que, para certos temas, no h resposta certa ou errada, principalmente se se tratar de abordagem de pontos polmicos. Nesse tipo de questo, o que se pretende avaliar a capacidade do candidato de articular uma argumentao plausvel, a partir dos elementos fornecidos pelo enunciado.

    Por exemplo, seja o seguinte enunciado:

    Foi apresentada ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional pretendendo que os Ministros do TCU sejam selecionados

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    por concurso pblico de provas e ttulos. Disserte sobre o tema luz dos seus conhecimentos da legislao vigente.

    Essa uma tpica questo dissertativa em que o candidato pode elaborar uma argumentao totalmente favorvel proposta de modificao da Constituio, totalmente contrria ou, ainda, defender um meio termo (ex.: dois teros dos Ministros escolhidos por concurso).

    Na hora de avaliar uma prova desse tipo, o examinador no precisa estar de acordo com a concluso do candidato. Em outras palavras, o candidato no precisa se preocupar em tentar adivinhar o que pensa a banca para definir seu posicionamento. O que vai ser avaliado a capacidade de construir um texto bem estruturado, com argumentos slidos e com uma concluso coerente.

    A grade de correo da Esaf nos fornece uma boa ideia dos critrios que sero adotados quanto anlise do contedo. Ela nos mostra quais aspectos do seu texto sero obrigatoriamente avaliados. Veja abaixo a grade que ser utilizada, incluindo os critrios que normalmente so abordados pela banca, dentro de cada item divulgado no edital:

    GRADE DE CORREO DE PROVA DISCURSIVA AFRFB 2009

    NOTA DE CONTEDO PONTOS A DEDUZIR TEMA QUESTO

    Capacidade de Argumentao AE argumentao errada AF argumentao fraca AI argumentao inexata

    (at 9 pontos)

    (at 3 pontos)

    Sequncia Lgica do Pensamento CO contradio CSE complemento de sentena errada DI desenvolvimento incompleto DPP desconhecimento parcial da problemtica DTP desconhecimento total da problemtica FOR forma (aspecto formal)

    (at 5 pontos)

    (at 2 pontos)

    Alinhamento ao Tema FPT fuga parcial do tema FTT fuga total do tema

    (at 7 pontos)

    (at 2 pontos)

    Cobertura dos Tpicos Apresentados OT omisso de tpico OTT omisso total de tpico OPT omisso parcial de tpico TC texto confuso

    (at 9 pontos)

    (at 3 pontos)

    TOTAL (at 30 pontos) (at 10 pontos) USO DO IDIOMA PONTOS A DEDUZIR

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    TEMA QUESTO Aspectos Formais F erros de forma em geral O erros de ortografia

    ( 0,25 cada erro)

    ( 0,25)

    Aspectos Gramaticais MO morfologia EC sintaxe de emprego e colocao RG sintaxe de regncia PO pontuao

    ( 0,50 cada erro)

    ( 0,50)

    Aspectos Textuais SDC sintaxe de construo (coeso prejudicada) COV clareza, conciso, unidade temtica/estilo, coerncia, propriedade vocabular, paralelismo semntico e sinttico PAR paragrafao

    ( 0,75 cada erro)

    ( 0,75)

    Cada linha excedente ao mximo exigido ( 0,50) ( 0,33) Cada linha no escrita, considerando o mnimo exigido

    ( 1,00) ( 0,66)

    Vejamos primeiramente os aspectos de contedo. Na capacidade de argumentao, o examinador verificar se voc capaz de construir adequadamente o raciocnio sobre o assunto, de forma direta e objetiva, luz da matria em anlise. Um exemplo de argumentao errada dizer que o Cdigo Tributrio Nacional (CTN) tem status de lei complementar porque, poca de sua edio, no havia previso dessa espcie legislativa na Constituio de 1946. Ora, a razo correta no essa. O real motivo de o CTN ter fora de lei complementar que atualmente a matria por ele tratada reservada a esse tipo de lei pela Constituio de 1988.

    Na sequncia lgica do pensamento, a banca analisar seu conhecimento da matria, bem como se voc lgico e preciso no desenvolvimento do assunto. Um exemplo de contradio dizer que o Supremo Tribunal Federal, embora seja o guardio da Constituio, no pode interpretar a Lei Maior. Ora, no faz sentido ser o guardio da Carta e no poder interpret-la.

    O desenvolvimento incompleto pode ocorrer como no seguinte trecho, em que o candidato se prope a definir os modelos de administrao pblica patrimonialista, burocrtica e gerencial:

    Existem trs modelos clssicos de administrao pblica: a patrimonialista, a burocrtica e a gerencial. A primeira reinava no passado, a

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    burocrtica surgiu como forma de combater o modelo anterior e a administrao gerencial foca a eficincia dos servios.

    Por que o trecho acima contm um desenvolvimento incompleto do assunto? Porque simplesmente no definiu adequadamente o que a administrao pblica patrimonialista nem a burocrtica, limitando-se a citar qual modelo surgiu primeiro. Quanto administrao gerencial, embora tenha sido citado o foco na eficincia do servio, isso ainda pouco para caracterizar adequadamente esse modelo.

    O desconhecimento total (ou parcial) da problemtica surge quando o indivduo demonstra desconhecer o assunto. Imagine o seguinte trecho, em resposta a um enunciado que solicitasse que o candidato apresentasse os principais planos econmicos lanados no Brasil nas dcadas de 1980 e 1990:

    As experincias brasileiras no campo das finanas pblicas, nas dcadas de 1980 e 1990, revelam vrias tentativas de se resolver problemas de desajustes fiscais e surtos inflacionrios, nem sempre com sucesso. O Governo de um pas deve sempre tentar manter sob controle sua economia, sob risco de diminuir a qualidade de vida da populao e gerar o desemprego.

    Ora, esse tipo de embromao do candidato demonstra o qu? Que ele no tem a mnima idia de quais foram os planos econmicos lanados no Brasil nas dcadas de 1980 e 1990 (ele deveria ter citado: Plano Cruzado I, Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Vero, Plano Collor, Plano Real). Obviamente que divagar sobre o tema melhor do que nada escrever, pois alguma pontuao a pessoa vai conseguir, mas ela sofrer descontos por demonstrar desconhecimento do assunto.

    No alinhamento ao tema, o examinador verificar se o indivduo, inadvertidamente, no fugiu total ou parcialmente ao assunto proposto, como o caso de uma questo que solicite dissertar sobre a Organizao Mundial do Comrcio (OMC), mas o candidato, no se lembrando de nada sobre a OMC, resolva escrever sobre o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comrcio (GATT).

    Na cobertura dos tpicos apresentados, o que ser analisado se o candidato tratou de todos os pontos exigidos no enunciado. Se um dos temas,

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    por exemplo, pedir que se disserte sobre suspenso, extino e excluso do crdito tributrio (trs tpicos, portanto) e o candidato, na parte da excluso, falar apenas da iseno, deixando de discorrer sobre a anistia, haver uma omisso parcial de tpico. Se no citar nenhuma forma de excluso do crdito, haver uma omisso total de tpico.

    Analisemos agora o uso do idioma. Em aspectos formais, a Esaf buscar erros de ortografia, isto , erros na grafia das palavras, como a troca ou omisso de letras, falhas de acentuao etc. (ex.: impecilho, Constituo, Codigo Tributario cuidado: no coma letras nem esquea os acentos!), bem como erros de forma em geral, como a utilizao de palavras estrangeiras sem o uso das aspas (ex.: escrever ex officio em vez de ex officio entre aspas).

    Nos aspectos gramaticais, a banca verificar a existncia de erros de morfologia. Por exemplo: erros de flexo de palavras, quanto a gnero, nmero e grau (a guaran, duas milhes de pessoas, motivo nobrssimo, guardas-chuvas nossa, isso di no ouvido!!...), bem como uso indevido de hfen nas palavras compostas.

    O examinador buscar, ainda, erros de colocao dos pronomes oblquos tonos, como no enviou-lhe a carta em vez de no lhe enviou a carta, realizar-se em vez de realizar-se-.

    Atente tambm para no cometer erros de regncia (verbal e nominal), como aplicar a multa no contribuinte em vez de aplicar a multa ao contribuinte ou a Administrao capaz a implementar a medida em vez de a Administrao capaz de implementar a medida.

    Outro erro comum de regncia ocorre quando, na mesma construo, o candidato utiliza mais de um verbo, como no exemplo abaixo:

    O Governo entrou e saiu daquela situao.

    O verbo entrar pede a preposio em (entrou em algum lugar) e o verbo sair, a preposio de, (saiu de algum lugar). Assim, o perodo acima deve ser reconstrudo da seguinte forma:

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    O Governo entrou naquela situao e dela saiu.

    Embora no conste expressamente da grade divulgada no edital, tambm devem ser evitados os erros de concordncia, que so os referentes flexo verbal e nominal das palavras, quando relacionadas entre si. Exemplos: Formulou-se duas medidas para resolver a situao. (Formularam-se duas medidas...); Deveriam haver outras alternativas (Deveria haver...); As polticas de fiscalizao implementada pelo Governo (... implementadas pelo Governo).

    Os erros de pontuao devem ser evitados tambm, como emprego inadequado de vrgula (o mais comum), ponto-e-vrgula, ponto final, reticncias etc. A propsito, em uma dissertao, o uso das reticncias deve ser evitado, por demonstrar raciocnio inconclusivo, como no exemplo abaixo:

    Os atuais programas assistenciais do Governo (ex.: bolsa-escola) no resolvem a causa das mazelas sociais, mas apenas servem de paliativo s necessidades da populao. Questiona-se qual deveria ser a posio do Governo, neste caso...

    Melhor seria dizer, conclusivamente:

    Os atuais programas assistenciais do Governo (ex.: bolsa-escola) no resolvem a causa das mazelas sociais, mas apenas servem de paliativo s necessidades da populao. Neste caso, a posio do Governo deveria ser no sentido de adotar polticas que efetivamente eliminassem as causas da pobreza no pas.

    Quanto aos aspectos textuais, a Esaf verificar se voc no cometeu erros de coeso textual, interligando as diversas oraes do texto com palavras ou expresses inadequadas, como no exemplo abaixo:

    A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, no obstante, se integra na vida particular de cada servidor pblico.

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    No obstante d ideia de adversidade, oposio, quando, na verdade, a orao seguinte funciona como uma concluso da anterior. Melhor seria escrever:

    A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor pblico.

    Em relao a erros de clareza, conciso e coerncia, a melhor maneira de evit-los reler sua redao atentamente e verificar se o que foi dito no est ambguo (duplo sentido), prolixo (longo e cansativo) ou sem sentido. A reviso procedimento fundamental para evitar erros dessa natureza. Pergunte a si mesmo:

    9 H repetio de palavras e expresses? 9 H adjetivos ou explicaes demasiadas no texto? 9 possvel falar a mesma coisa de forma mais sucinta?

    Quanto ambiguidade, cuidado com as palavras que e seu (e suas flexes):

    Eu estava na sala do chefe que sofreu o assalto. (quem sofreu o assalto: a sala ou o chefe?)

    Joo Paulo conversou com Jos Pedro e confirmou o atendimento ao seu pleito. (o pleito de Joo Paulo ou Jos Pedro?)

    Quanto propriedade vocabular, evite grias, chaves e neologismos (palavras novas, ainda no existentes na Lngua Portuguesa), ainda que com o uso de aspas. Veja o trecho abaixo:

    O Governo precisa ter simancol para perceber que a atual forma de avaliao de polticas pblicas deixa muito a desejar, pois no se verifica, junto populao, a efetividade das medidas adotadas. As pessoas acabam ficando na rua da amargura, esperando uma atuao estatal mais eficiente. Alm disso, no h dvidas de que nossos governantes precisam ser mais jogocinturados, para decidir sobre a adequada aplicao dos recursos oramentrios.

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    Terrvel, no ? Evite erros desse tipo e procure manter sua redao sempre nos padres da lngua culta.

    O paralelismo sinttico refere-se ao emprego correto das palavras, no por si ss, mas reciprocamente consideradas. Nesse sentido, os elementos da redao que estejam coordenados entre si devem apresentar uma construo sinttica similar. Veja o exemplo a seguir:

    No se trata de defender a interveno do Estado na economia ou que o Pas volte a comandar setores sensveis.

    Analisando o ncleo do objeto direto do verbo defender, nota-se a falta de paralelismo na construo dos elementos do perodo:

    No se trata de defender:

    1) a interveno do Estado na economia; ou substantivo 2) que o Pas volte a comandar setores sensveis verbo

    Para haver paralelismo sinttico, neste caso, seria melhor escrever:

    No se trata de defender a interveno do Estado na economia ou a sua volta ao comando de setores sensveis. (ambos substantivos)

    Ou:

    No se trata de defender que o Estado intervenha na economia ou volte a comandar setores sensveis. (ambos verbos)

    Veja outro exemplo de falta de paralelismo sinttico:

    O administrador pblico deve escolher entre negar ou autorizar o pedido do administrado.

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    No caso, o certo seria usar o par de preposies entre e e:

    O administrador pblico deve escolher entre negar e autorizar o pedido do administrado.

    J o paralelismo semntico refere-se correspondncia ou simetria no plano das ideias. Veja um exemplo de erro dessa natureza:

    A diferena entre carros e vagas de garagem era muito grande.

    Ora, no h dvidas de que carros so diferentes de vagas de garagem. O que se quis dizer no trecho acima que havia mais carros do que vagas de garagem disponveis. Assim, melhor seria escrever:

    A diferena entre o nmero de carros e o de vagas de garagem era muito grande.

    A paragrafao refere-se correta diviso do seu texto em pargrafos, lembrando que cada pargrafo deve conter apenas uma ideia central. possvel, por outro lado, desenvolver um tpico do enunciado em mais de um pargrafo, caso necessrio. Vale fazer os seguintes questionamentos:

    9 H pargrafos tratando de mais de uma ideia central? 9 Os pargrafos esto longos demais, deixando o texto cansativo e pouco claro?

    Note, por fim, que, mesmo com a grade de correo, h margem para a subjetividade do examinador. Por exemplo, a grade nos informa que sero descontados at 9 pontos por argumentao errada, fraca ou inexata, mas fica a critrio da banca, a depender da gravidade do deslize do candidato, descontar 1, 2 ou mais pontos por cada erro dessa natureza.

    Vamos nos ater rigorosamente, quando formos corrigir seus exerccios, ao teor da grade de correo da Esaf. Voc tambm deve fazer isso, quando for corrigir outras redaes que elaborar, em resposta a outros enunciados, alm dos apresentados neste curso. E o conhecimento da grade da Esaf ser

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    importante por ocasio da elaborao de eventuais recursos em face da nota obtida.

    REVISO DO TEXTO

    Finalmente, revisar um ponto fundamental de todo o processo de elaborao de uma discursiva. Deve-se efetuar uma dupla reviso do texto: quanto ao contedo e quanto forma (uso do idioma).

    Lembre-se de que nem mesmo Cames, Shakespeare ou Machado de Assis, em suma, nenhum gnio literrio deixou de revisar e reescrever vrias vezes suas obras, sempre procurando e conseguindo aprimor-las. importante que voc guarde um pouco do tempo da prova para a reviso do texto, pois isso ser precioso em termos de nota. Todos cometemos algum tipo de erro ou impreciso na primeira vez em que escrevemos.

    E se no houver tempo para revisar a resposta?

    Neste caso, voc vai entregar o texto sem reviso mesmo, mas saiba que correr o grave risco de perder pontos pela ocorrncia dos erros vistos acima, o que seria facilmente evitado com uma rpida releitura da sua resposta. Por isso, importante treinar bastante e aprimorar sua velocidade de redao.

    E se for encontrado algum erro e no houver espao para corrigi-lo?

    Eu (Luciano) j enfrentei situaes desse tipo em vrios concursos que realizei, inclusive alguns da Esaf. A soluo que adotei foi passar um trao sobre o erro e reescrever da forma correta ali mesmo, acima da palavra ou expresso riscada. Nunca perdi pontos por causa disso. importante, contudo, que a correo esteja legvel, para que o examinador entenda perfeitamente o que voc quis escrever.

    Na reviso de contedo, procure ler o texto com os olhos do examinador. Verifique se a pergunta foi respondida; se a resposta adequada; se a exposio coerente e bem-estruturada; se o que foi dito corresponde ao conhecimento tcnico aplicvel questo.

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    Lembre-se: em caso de fuga aos temas ou s questes, o candidato receber NOTA ZERO (item 10.8 do edital). Assim, se o assunto for, por exemplo, as diferenas entre a Auditoria Interna e Auditoria Externa, no discorra sobre os procedimentos de Auditoria; se o tema for as limitaes constitucionais ao poder de tributar, no escreva sobre conceito e classificao dos tributos; etc.

    No obstante, j aconteceu conosco (Luciano e Cyonil) a situao de no sabermos nada sobre o tema e, mesmo assim, termos escrito alguma coisa na prova, ganhando pontos relativos ao uso do idioma. E isso mesmo havendo a tal clusula editalcia que previa nota zero para quem fugisse ao tema. Portanto, vale lembrar a dica: JAMAIS DEIXE UMA QUESTO DISCURSIVA EM BRANCO!

    Na reviso, voc deve sempre ter em mente a grade de correo da Esaf e verificar o seguinte:

    CONTEDO:

    9 CAPACIDADE DE ARGUMENTAO: o Os pontos do enunciado foram abordados de forma direta e

    objetiva? o Os pontos do enunciado foram adequadamente explicados? o A argumentao apresentada precisa e sem divagaes?

    9 SEQUNCIA LGICA DO PENSAMENTO: o O raciocnio exposto tem encadeamento lgico? o Existem contradies no que foi apresentado? o Os raciocnios foram completamente desenvolvidos ou algo ficou

    explicado pela metade? o H algum ponto na redao que demonstra ao examinador que

    voc desconhece o tema?

    9 ALINHAMENTO AO TEMA: o Houve fuga total ou parcial ao tema? o Tudo o que foi escrito referente ao que se pede no enunciado?

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    9 COBERTURA DOS TPICOS APRESENTADOS: o Todos os pontos do enunciado foram abordados? o Houve omisso total ou parcial de algum tpico? o O texto ficou confuso a ponto de no se poder identificar os tpicos

    abordados?

    USO DO IDIOMA:

    9 ASPECTOS FORMAIS: o H erros de ortografia? o H falhas de forma em geral?

    9 ASPECTOS GRAMATICAIS: o H erros de morfologia? o H erros de regncia? o H falhas de colocao? o H erros de pontuao?

    9 ASPECTOS TEXTUAIS: o H falhas de coeso? o H problemas de clareza, conciso ou coerncia? o H problemas de propriedade vocabular o H erros de paralelismo semntico e sinttico? o H problemas de paragrafao?

    9 NMERO DE LINHAS: o O nmero mnimo de linhas foi atingido? o O nmero mximo de linhas foi excedido?

    ADMINISTRANDO O TEMPO E O ESPAO

    Cada um de ns, ao escrever, tem suas caractersticas prprias, de forma que no vivel apresentar uma frmula mgica que responda

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    ansiedade de muitos candidatos sobre como gerenciar o tempo e o espao na resoluo da prova discursiva.

    Eu (Luiz Henrique), por exemplo, sou muito, muito lento para escrever. Voc no imagina quantas horas eu dedico para preparar uma aula como essa, incluindo numerosas revises e ajustes. Numa prova discursiva, correndo contra o relgio, tenho que tentar me superar. O problema que minha letra pequena e feia, o que significa que quando escrevo s pressas, ela se torna quase incompreensvel. Assim, tenho que escrever devagar e, por conseguinte, sacrifico ainda mais tempo.

    possvel que voc, ao realizar o exerccio n.o 1 (proposto ao final dessa aula), acabe enfrentando essa dificuldade. Para uns, o tempo curto. Para outros, o problema so os limites mnimo e mximo de linhas.

    Em nossa opinio, uma das grandes vantagens que este curso proporciona a voc o aprendizado da administrao do tempo e do espao, com base na experincia de resoluo dos exerccios propostos, simulando as condies da prova.

    A partir de nossos treinamentos, voc conseguir avaliar quanto tempo levar para responder s questes no dia da prova. Se perceber que sua velocidade de resposta no est adequada, ter que treinar velocidade de redao; se o problema for encaixar o texto no espao disponvel, ter que aprender a ser mais sucinto (se voc excedeu o n. de linhas) ou a escrever mais (se seu texto ficou pequeno). Em qualquer caso, os exerccios deste curso permitiro que voc adapte seu planejamento e aprenda a ter disciplina na gerncia do tempo e do espao no dia da prova.

    Um grande problema enfrentado pelos candidatos na elaborao de redaes em concursos pblicos, sem dvidas, o referente ao nmero de linhas. O espao disponvel determina as palavras que sero utilizadas pelo candidato. Numa redao breve (como sero as questes de 15 a 30 linhas), se voc perceber que h muito a dizer, dever evitar construes longas, para economizar espao. Vejamos dois exemplos:

    Assim, deve-se atentar para a observncia dos princpios da Lei 9.784/1999.

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    Por tudo que foi exposto nas linhas acima, importante que todos os agentes pblicos, no exerccio da atividade administrativa do Estado, observem fielmente os princpios aplicveis ao processo administrativo federal, contidas na Lei n. 9.784/1999, sem prejuzo da obedincia a outros diplomas legais que tambm tratem do assunto.

    A primeira construo adequada para a questo de 15 a 30 linhas. J a segunda estrutura pode ser usada no tema de 40 a 60 linhas, caso o candidato esteja em dificuldades para atingir o nmero mnimo de linhas exigido no edital.

    Outro exemplo: em uma redao curta, melhor escrever:

    Deve-se avaliar a possibilidade de emprego desse procedimento.

    Em vez de:

    necessrio que seja cuidadosamente avaliada a possibilidade de se adotar, no presente caso, o procedimento acima citado.

    Ambas as construes trazem a mesma mensagem, mas a primeira ocupa menos espao na folha de resposta. Outro exemplo seria empregar:

    Assim, os procedimentos citados enquadram-se na previso legal.

    Ao invs de:

    Por todo o exposto, nota-se que os procedimentos acima citados representam situaes que se conformam com o previsto na respectiva lei de regncia, que deve ser aplicada aos citados casos concretos.

    As duas construes veiculam a mesma mensagem, sendo que a primeira ideal para uma redao curta (questo) e a segunda, para uma redao com maior nmero de linhas (tema).

    Nas redaes maiores, voc pode ficar em maus lenis, caso no saiba escrever muita coisa sobre o assunto. Nessa situao, o emprego de construes mais longas pode dar a impresso de que o texto possui maior

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    contedo do que realmente tem, sem que haja fuga ao tema. De qualquer modo, voc no deve se preocupar demasiadamente se no preencher todas as linhas ofertadas pela banca, pois o que importa ficar dentro do limites mnimo e mximo definidos no edital, desde que o texto aborde todos os aspectos exigidos no enunciado.

    Por outro lado, tenha o cuidado de no ficar enrolando a banca ou enchendo linguia ao elaborar seu texto. Escreva o que for possvel lembrar sobre o tema proposto (a tcnica do brainstorm ajuda nisso). melhor deixar espao em branco do que se desviar do tema, correndo o risco de perder pontos preciosos na correo (desde que, claro, o nmero mnimo de linhas seja atingido).

    Se a questo pedir que sejam abordados necessariamente certos pontos, isso no exclui falar de outros aspectos que se faam pertinentes, caso haja espao e o assunto seja relacionado ao enunciado. Ocorre, contudo, que, nas questes pequenas, geralmente o espao costuma ser insuficiente para falar de outros assuntos, alm dos expressamente exigidos. Voc s deve tratar de outros aspectos aps abordar os pontos que o examinador expressamente cobrou. Se os pontos adicionais forem conexos com os expressamente cobrados no enunciado, no haver fuga ao tema, mas enriquecimento da sua redao.

    Caso o espao seja insuficiente para responder a todos os questionamentos da banca, uma opo condensar os assuntos em poucos pargrafos, de modo a economizar espao de resposta. Ao fazer isso, porm, deve-se ter ateno para no juntar idias muito diferentes no mesmo pargrafo, o que configuraria falha de coeso e de paragrafao do texto.

    OUTRAS DICAS

    Abaixo apresentamos alguns erros e vcios que devem ser evitados em uma dissertao:

    1) Evite o uso de oraes intercaladas, parnteses e travesses, bem como de perodos muito longos. Assim, em vez de escrever:

    A licitao realizada pela Fundao XYZ cujas instalaes localizam-se em Botucatu-SP e Ananindeua-PA foi assinalada por diversas irregularidades

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    oportunamente questionadas pela empresa Mata Gau Engenharia e Construes Ltda., em representao dirigida Corte de Contas Federal, encontrando-se atualmente sob anlise de seu corpo tcnico e destinada construo de uma nova biblioteca, tendo ocorrido na modalidade concorrncia, prevista no Estatuto das Licitaes.

    Escreva:

    A Fundao XYZ, localizada em Botucatu-SP e Ananindeua-PA, realizou concorrncia destinada construo de uma nova biblioteca. As empresas Mata Gau Engenharia e Construes Ltda. apresentaram representao ao Tribunal de Contas da Unio, apontando diversas irregularidades no certame. A matria objeto de anlise pelos tcnicos do Tribunal.

    2) No use trechos descritivos longos ou que no acrescentem informao til fundamentao dos argumentos. Em vez de escrever:

    A equipe de futebol cuja sede social encontra-se localizada no bairro carioca da Gvea e cujo uniforme rubro-negro logrou, pela sexta vez em sua histria, sagrar-se vencedora, ao final do certame futebolstico brasileiro nacional.

    Escreva:

    O Flamengo hexacampeo brasileiro!

    Obs. (do Luciano): Esse exemplo eu s deixei passar porque o Luiz e o Cyonil so maioria, viu?!

    3) Em cada pargrafo, procure apresentar a ideia central logo no incio, enfatizando o assunto abordado pelo pargrafo. Veja os dois exemplos abaixo:

    Existem trs modelos clssicos de administrao pblica: a patrimonialista, a burocrtica e a gerencial. Na administrao patrimonialista, o patrimnio do Estado confunde-se com o patrimnio do soberano e os cargos so tidos como prebendas. A burocracia tem por princpios a impessoalidade, o

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    formalismo e a hierarquia funcional. Por fim, a administrao gerencial prioriza a eficincia da administrao, o aumento da qualidade dos servios e a reduo dos custos.

    H um modelo de administrao pblica em que o patrimnio do Estado confunde-se com o patrimnio do soberano e os cargos so tidos como prebendas. Existe um segundo modelo que tem por princpios a impessoalidade, o formalismo e a hierarquia funcional. Por fim, um ltimo modelo prioriza a eficincia da administrao, o aumento da qualidade dos servios e a reduo dos custos. O primeiro representa a administrao patrimonialista, o segundo, a administrao burocrtica e o terceiro, a gerencial.

    Voc notou com o primeiro exemplo apresenta logo a ideia central do pargrafo, mostrando ao leitor o que vir em seguida? Essa construo prefervel do segundo trecho, em que a pessoa que l o texto fica sem saber exatamente aonde se quer chegar, pois a ideia principal est somente no ltimo perodo do pargrafo.

    DVIDAS FREQUENTES DOS ALUNOS

    a) Como eu fao para citar siglas?

    CF, LRF, CTN, IR, MP, IPI, PPA, PAC, STF, STJ, CMO, SISCOMEX, INCOTERMS, PDRAE etc.

    Sabemos que voc sabe o que significam essas siglas (bem, voc deveria saber, ainda tempo de estudar...), mas ser que o examinador que vai corrigir a sua prova discursiva tambm sabe que voc sabe? Ou pior, ser que para ele essas siglas tm o mesmo significado que possuem para voc?

    Como ele vai saber o que voc quer dizer? Se MP Medida Provisria ou Ministrio Pblico? Se SISCOMEX Sistema Integrado de Comrcio Exterior ou Sistema Conjunto de Exportaes? Se PAC Programa de Acelerao do Crescimento ou Plano de Avano Comercial? Portanto, muito cuidado! No transforme sua prova discursiva numa sopa de letrinhas, pois voc pode se engasgar.

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    O uso de siglas til, pois economiza espao e evita a repetio de expresses extensas, como Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, o que cansativo, tanto para quem escreve como para quem l. Mas a sigla (neste caso, PDRAE) deve ser decodificada, para no gerar confuso ou erro de interpretao.

    Assim, recomenda-se que, ao mencionar a expresso pela primeira vez, ela seja escrita por extenso, seguida da sigla que ser utilizada no restante do texto. Nas vezes seguintes em que a expresso for necessria, basta utilizar a sigla. Exemplo:

    Em 1995, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) pretendeu reestruturar a mquina estatal, em combate crise do setor pblico. Segundo o PDRAE, essa reforma deveria ser feita a partir do contexto da redefinio do papel do Estado.

    b) E se eu no souber o assunto?

    Em alguns casos, o candidato, talvez para no revelar seu desconhecimento, opta por simplesmente ignorar um ou mais tpicos do enunciado. J vi pessoas deixando redaes em branco em concurso pblico, porque no sabiam nada sobre o assunto. Conforme j dissemos, voc no deve fazer isso, isto , no deve jogar a toalha e desistir. E por qu? Porque, se voc nada escrever, com certeza ter garantido uma excelente NOTA ZERO. Ora, o zero voc j tem desde o momento em que entrou na sala de prova. Sua misso conseguir algo mais do que isso. Assim, no desista. Escreva alguma coisa! Como se diz por a, se for pra cair, voc tem que cair atirando.

    Esse, portanto, um erro grave. Voc no pode fingir que a questo no existe. Tem que enfrent-la. Claro que voc dedicar maior peso quele aspecto que domina melhor. Esse ser mais desenvolvido e destacado em seu texto. Mas no deixe nunca de abordar os demais, constantes expressamente do enunciado, ok?

    Por exemplo, imagine o seguinte enunciado:

    Discorra sucintamente sobre os plnctons bioluminescentes.

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    E agora? O que voc faria? O que escreveria em uma situao dessas?

    O negcio partir para a embromao, na maior cara-de-pau. Deixar em branco a redao voc no vai. Seja l o que for um plncton bioluminescente, algumas concluses voc pode tirar: bio vem de vida (lembre-se de biologia), luminescente refere-se a luz, luminescncia. Plncton um organismo (ser animal ou vegetal?) que vive nos mares (ser que nos rios tambm?). Deve ser, portanto, um ser que emite luz a partir de seu prprio corpo, provavelmente por meio de reaes qumicas internas. Muito bem, feito esse rpido brainstorm, basta agora escrever:

    Os plnctons bioluminescentes so organismos vivos que vivem nas guas e possuem atributos peculiares. Uma de suas grandes caractersticas a capacidade que eles tm de emitir luz, a partir de reaes qumicas que ocorrem no interior de seus prprios organismos. Em funo disso, um observador dessas espcies poderia perceber uma luminescncia prpria, oriunda de seus prprios corpos.

    Existem vrias espcies de plnctons bioluminescentes na natureza. Sua classificao feita pelos bilogos de acordo com as caractersticas que lhes so inerentes.

    Viu s? bem possvel que o examinador atribua alguma pontuao, por menor que seja, ao texto acima. Veja ainda como o segundo pargrafo pura enrolao (mas melhor do que deixar em branco), j que altamente provvel que existam vrias espcies do tal plncton e qualquer classificao de espcies feita sempre pelos bilogos, levando-se em conta as caractersticas inerentes dos seres em anlise. Note ainda que o texto ficou em cima do muro quanto aos plnctons serem animais ou vegetais (so organismos vivos) e viverem nos mares ou nos rios (vivem nas guas).

    Pra falar a verdade, nem sabemos ao certo se o que foi dito na resposta acima sobre os plnctons est certo. Falamos o que nos veio cabea. Depois algum bilogo que esteja na turma, por favor, d sua nota nossa redao no frum do curso...

    c) Devo fazer ou no um rascunho?

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    Depende. Se voc notar que sua velocidade de redao boa, que voc conseguir tempo suficiente para escrever duas vezes sua redao e ainda revisar a resposta final, ento vlido rascunhar. Se, por outro lado, voc ficar sem tempo para responder a todos os temas e questes, ento escrever o rascunho pode ser uma m opo. Tudo vai depender de sua velocidade de interpretao dos enunciados e de redao dos textos.

    Eu, por exemplo (Luciano), no fao rascunhos. Mas tambm no escrevo diretamente a resposta. Em minhas andanas pelos concursos da vida, acabei desenvolvendo a seguinte tcnica: a do telegrama. J viram um telegrama? um texto todo abreviado, desprovido de artigos e preposies que, embora omitidas, podem ser facilmente deduzidas pelo leitor. Pois , o meu brainstorm j quase o texto pronto. Esse brainstorm-telegrama um estgio intermedirio entre o brainstorm puro (simples amontoado de idias) e o texto definitivo.

    Exemplificando, seja uma questo que pede que se discorra sobre os princpios constitucionais da Administrao Pblica (art. 37, caput, da CF/88):

    Brainstorm puro:

    Legalidade atendimento lei e aos princpios (legitimidade) Impessoalidade isonomia, finalidade no promoo pessoal de agentes

    pblicos

    Moralidade honestidade, justia, prticas de boa administrao Publicidade conhecimento pblico da atividade administrativa Eficincia melhor relao custo X benefcio. Administrao gerencial

    Brainstorm-telegrama:

    Princpios constitucionais Administrao Pblica. Art. 37 CF/88.

    Legalidade. S pode agir conforme previso legal. Sentido estrito atendimento lei. Sentido amplo lei e aos princpios administrativos. Aproxima-se legitimidade neste caso.

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    Impessoalidade. Trs sentidos. Isonomia ou igualdade, todos tratados igualmente pela Administrao. Finalidade atender interesse pblico. Vedao promoo pessoal de agentes pblicos em obras e programas pblicos.

    Moralidade ideia de honestidade, probidade, justia. Prticas de boa administrao. Moralidade objetiva independe inteno do agente.

    Publicidade. Conhecimento pblico da atividade administrativa. Exceo segurana Estado e sociedade e defesa intimidade.

    Eficincia. Melhor relao custo X benefcio. Administrao gerencial. Reforma administrativa.

    Texto definitivo:

    Os princpios constitucionais da Administrao Pblica so expressos no art. 37, caput, da Constituio Federal de 1988 (CF/88). So eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

    A legalidade significa que a Administrao s pode agir quando a lei determina ou autoriza a prtica do ato. Tradicionalmente, esse princpio expressa o atendimento lei (legalidade em sentido estrito). Hoje, contudo, tem-se entendido o preceito em sentido amplo, como a observncia lei e aos princpios administrativos, aproximando-se a legalidade da ideia de legitimidade (respeito no s lei, mas ao Direito).

    A impessoalidade vista sob trs sentidos. Pode significar o princpio da isonomia ou igualdade, que defende que todos devem ser tratados igualmente pela Administrao, sem distines ou favorecimentos pessoais. Pode referir-se ao clssico princpio da finalidade, que prega que a finalidade de todo ato administrativo atender ao interesse pblico. E pode relacionar-se vedao promoo pessoal de agentes pblicos em obras, campanhas e programas pblicos.

    A moralidade remete ideia de honestidade, probidade e justia na administrao pblica. Exige do agente a adoo de prticas de boa gesto. Trata-se de uma moralidade objetiva, que independe da real inteno do agente no desempenho de suas atividades. Assim, um ato pode ser considerado imoral, ainda que o administrador tenha tido a vontade de fazer o que certo.

    A publicidade exige que atividade administrativa seja de conhecimento pblico, isto , que qualquer cidado tenha acesso s informaes sobre o que o Estado realiza. A Constituio excepciona apenas os casos que envolvem a segurana da sociedade e do Estado e os que afetam a defesa da intimidade.

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    Por fim, a eficincia defende a adoo da melhor relao entre custos e benefcios na atividade estatal. Trata-se de moderno princpio, relativo s prticas da administrao gerencial, inserido na Constituio pela reforma administrativa.

    Viu s? Se voc no tiver tempo para rascunhar o texto, mas tiver receio de escrever diretamente na folha de respostas, experimente fazer um brainstorm mais incrementado, que far as vezes de