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Teoria e exercícios comentados Prof. Marcos Van Acker – Aula 01
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AULA 01: Morfologia e Classes de Palavras
SUMÁRIO PÁGINA
1. Programa da aula 01
2. Morfologia 02
3. Formação de palavras 05
4. Classes de Palavras 21
5. Substantivo 23
6. Verbo 25
7. Adjetivo 32
8. Advérbios 34
9. Pronomes 35
10. Preposições 44
11. Questões comentadas 49
12. Lista das questões apresentadas 74
13. Gabarito 90
Olá, meus caros amigos e amigas, bem vindos à nossa segunda aula, na
preparação para o concurso da ANVISA.
Nosso programa para esta aula é o seguinte:
Morfologia: estrutura e formação de palavras; classes de palavras e suas
características morfológicas. Famílias de palavras. Flexão nominal e flexão
verbal: padrões regulares e formas irregulares. Questões resolvidas e
comentadas sobre os pontos da aula.
Bem, hoje vamos estudar as palavras sob dois aspectos: internamente,
como são formadas, de que forma são constituídas; e a relação entre
elas, as semelhanças e diferenças que determinam sua classificação em
um certo número de categorias. Ou seja, caríssimos, hoje iremos estudar
a morfologia e a formação de palavras, e as classes de palavras de modo
geral.
Nunca se esqueçam do que aprendemos na aula anterior: a linguagem
verbal é constituída pela articulação entre os sons, produzidos pelo
aparelho fonador (boca, pulmões etc.), e o sentido, a capacidade que a
linguagem tem de referir-se a objetos reais ou ideais, pertencentes a um
mundo real ou imaginado. Veremos na aula, e várias vezes até o fim do
curso, as formas pelas quais se produz o sentido. Enquanto isso, vez por
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outra a questão dos sons se apresentará diante de nós. De modo que
nunca mais esqueceremos que a linguagem verbal é articulada entre o
som e o sentido das palavras.
Em nosso percurso de estudo da língua, de quando em vez lançaremos
mão de terminologia gramatical, sempre explicando o seu sentido, mas
nunca nos prendendo a ela; tenhamos sempre em mente que o
importante é a compreensão da língua, a terminologia é apenas um
instrumento para tanto.
Morfologia
A morfologia é literalmente o estudo da forma. Neste ramo do estudo da
língua, ocupamo-nos dos componentes das palavras. Dentro de cada
palavra organizam-se elementos; vejamos, por exemplo:
Anteontem, vimos na televisão um programa superinteressante,
falava sobre índios do Xingu.
Neste pequeno fragmento de discurso, totalmente compreensível, temos
diversos tipos de palavras. Temos substantivos, como televisão,
programa, índios, Xingu.
Temos verbos: vimos, falava. Temos advérbio – anteontem, e adjetivo –
superinteressante. Por fim, temos preposição: do, na (em contração com
artigo), e, por fim, o artigo indefinido um.
Assim, vemos palavras de várias classes articuladas em um texto que faz
sentido, acredito que todos o tenham compreendido.
Mas não são apenas essas as relações de sentido que ocorrem no texto.
Vemos relações dentro das palavras, como em televisão, em que dois
componentes se combinam, ambos com sentido. Compare-se com
telefone, telegrama, telecurso; revisão, previsão, visionário ou
simplesmente visão.
Ora, cada um destes dois componentes possui sentido, e pode gerá-lo.
Por sua vez, nenhum deles pode ser subdividido em unidades menores de
sentido; tais unidades são chamadas de morfemas da língua. Vejam o
caso de programa, por exemplo; veremos a mesma unidade em
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programinha, programável, programação, reprogramado. As outras partes
cambiantes da palavra têm o condão de alterar o significado, sempre em
torno de uma mesma ideia, a expressa pelo radical program-. Tal é a
unidade mínima de sentido, um morfema lexical (de léxico, o repertório
de palavras do idioma) de nossa língua.
Outras palavras do trecho estudado não são muito variáveis, como de, na
contração do. Combina-se com o artigo, e é só. O artigo tem relação de
dependência do nome; se o gênero daquele muda, o do artigo também:
índios do Xingu / da Amazônia. Mas não produzem sentido por si, e sim
em associação com palavras providas de morfemas lexicais. São palavras
instrumentais, e, como tal, produzem sentido em associação a outros
elementos; são chamados de vocábulos instrumentais, e, quando
reduzem-se a um só morfema, são chamados de morfemas gramaticais.
Enfim, a terminologia não importa muito; importa, isso sim, entender que
trata-se de morfemas de espécie diferente.
Notem bem outra classe de palavras lexicais formada por tipos próprios
de morfemas, os verbos. Em nosso exemplo, temos vimos, e falar. Ora,
sabemos todos que vimos é forma do verbo ver; qual a unidade mínima
de sentido? No verbo do exemplo, apenas v-; quanto ao resto, são
morfemas gramaticais apostos ao morfema lexical, que indicam tempo,
modo, pessoa e número do verbo. Sim, sabemos que se trata do
Imperfeito do Indicativo, 1° pessoa do plural. Tudo isso nos morfemas –
imos, certo? Evidente que as marcas de tempo, número e pessoa são
exclusivas de verbos.
Notem, em um verbo como o mencionado vimos, as possibilidades, como
por exemplo:
Veremos
Vejamos
Verás
Vi
Vendo
Assim, os morfemas gramaticais que se unem aos morfemas lexicais
próprios dos verbos são típicos, não se confundem com os diversos
morfemas gramaticais aplicados aos nomes; assim, nenhum falante do
português reconhecerá como válidas palavras como *caixaremos,
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*caixarias, formadas pela aposição desses morfemas gramaticais próprios
de verbos, chamados desinências verbais, ao substantivo ―caixa‖.
Estudaremos a flexão verbal mais adiante, e as questões específicas do
verbo.
Por hora, cumpre notar que certas palavras, elas mesmas gramaticais,
são compostas de um único morfema gramatical, como os artigos, que
sempre estão subordinados ao termo a que se referem, como em o-
>livro; outras guardam a mesma relação com o nome central da
expressão, mas são divisíveis em morfemas; notem a marca de gênero
nos pronomes meu livro / este livro.
Há ainda certas palavras gramaticais que são capazes de estabelecer
relação entre outras palavras, criando inclusive sentido.
Por exemplo, vejamos o nome doce. Muitos dirão, é um adjetivo. Certo.
Agora peguemos o nome banana. É um substantivo, certo? Chegamos
então à preposição de, a palavra gramatical que criará uma relação entre
elas. Se dissermos doce de banana, de repente algo mudou: doce agora é
um substantivo, e o sintagma (expressão, ou unidade de organização,
com elementos relacionados) de banana tem valor de adjetivo.
Interessante, não?
Isso mostra algo que devemos lembrar acerca das palavras – elas só
adquirem função em um enunciado; assim, não precisamos nos fixar na
―classe‖ teórica, ideal da palavra; devemos isso sim perceber qual a
função que desempenha no enunciado. Vimos que doce tornou-se
substantivo, banana parte de um sintagma com valor de adjetivo; claro, o
que estou dizendo não é nenhuma novidade, qualquer bom dicionário
abonará todas as possibilidades de um vocábulo.
Vejam, por exemplo, como o dicionário Priberam, de consulta livre na
internet, mostra as acepções e classificações de uma palavra:
doce |ô| adj. 2 g. 1. Suficientemente temperado com açúcar, mel, xarope, etc. 2. De sabor agradável. 3. Diz-se de frutos comestíveis (em oposição a outros da sua espécie que são agres). 4. Diz-se de toda a água que não é do mar. 5. [Figurado] Suave, agradável, grato.
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6. Brando, benigno.
7. Terno, afetuoso. s. m. 8. Nome genérico de tudo o que é feito com açúcar ou mel. 9. [Brasil] Açúcar. adv. 10. Docemente; hipocritamente. doce de tijolo: goiabada.1
Aos pouco habituados, a consulta ao dicionário é muito interessante,
recomendo. A classe das acepções está indicada em itálico,
abreviadamente: adj, s.m. (substantivo masculino), adv. (advérbio).
Formação de palavras
Vejamos agora como os morfemas combinam-se para formar palavras. Os
processos de formação de palavras mais férteis são a derivação e a
composição. Temos ainda os processos de reduplicação, ou redobro, a
abreviação e a lexicalização de siglas e onomatopeias. Estes não têm a
mesma produtividade daqueles. Comecemos pela composição.
Composição
Por meio do processo de composição, os elementos constitutivos formam
nova palavra, de sentido muitas vezes associado ao dos radicais que a
compõem, mas diverso: é um vocábulo autônomo. Vejamos um exemplo.
Caixa-Forte
Tem um sentido autônomo, de compartimento de segurança, cofre de um
banco. Assim, teremos sempre dois ou mais radicais, ou unidades
mórficas construídas a partir de morfemas lexicais.
Os constituintes do composto podem, quanto à forma, serem
simplesmente justapostos, conservando-se a integridade fônica de cada
um, como em beija-flor, arranca-rabo, coisa feita, programa de índio. Ou
podem, perdendo a autonomia fonética, ser aglutinados, quando se diz
que há composição por aglutinação; é o caso de aguardente, planalto,
pernalta, fidalgo, em que os elementos água, ardente; plano, alto; perna,
alta; filho, de algo – não são reconhecíveis de imediato, estão aglutinados
uns aos outros.
1 Disponível em www.priberam.pt/dipo/
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Outro aspecto importante da composição é a relação que esse estabelece
entre as palavras componentes, relação sintática de subordinação ou de
coordenação.
Teremos subordinação entre:
Verbo e complemento, em estraga-prazeres, porta-bandeira;
Substantivo e adjetivo, em cabra-cega, aguardente;
Substantivo e adjunto, em pé-de-moleque, mula-sem-cabeça;
Substantivo e aposto, em couve-flor, cirurgião-dentista;
Verbo e adjunto, em bota-fora, abaixo-assinado;
Adjetivo e adjunto, em sempre-viva;
Os termos de uma oração, em bem-te-vi.
Teremos coordenação
Entre verbos, como em vaivém, leva-e-traz, morde-e-assopra;
Entre adjetivos, como rubro-negro, nipo-brasileiro.
Notem que nem sempre o composto é grafado com hífen, há casos em
que o composto se consolida, mas a grafia é de uma expressão, como o
exemplo que já demos de programa de índio.
Plural dos compostos
Por vezes ocorre alguma confusão na flexão dos compostos,
especialmente os separados por hífen, mas o problema é relativamente
simples.
No caso dos compostos por justaposição, quando as palavras são ligadas
por preposição, apenas o primeiro elemento é flexionado.
Programas de índio canas-de-açúcar
O mesmo acontece nos casos em que o segundo elemento limita o
primeiro, o caracteriza.
Canetas-tinteiro Peixes-boi
Diferentemente, flexiona-se apenas o segundo elemento, quando há
composição entre dois adjetivos:
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Bem-casados nipo-brasileiros
O mesmo acontece quando o primeiro elemento do composto é invariável.
Pseudo-intelectuais vice-presidentes
Também se flexiona o segundo elemento quando temos verbo +
substantivo.
Saca-rolhas Pinga-fogos
Quando ocorre a reduplicação das palavras, o segundo elemento será
flexionado.
Reco-recos Lambe-lambes
Também as palavras onomatopaicas são flexionadas desta forma.
Tique-taques Zigue-zagues
Os dois elementos do composto serão flexionados nos seguintes casos:
Substantivo + substantivo, como em cirurgiões-dentistas
Substantivo + adjetivo, ou adjetivo + substantivo, como em caixas-
fortes, ou brancas nuvens.
Derivação
É o processo mais produtivo de criação de palavras. Sobre apenas um
radical, organizam-se os morfemas chamados de afixos: antes do radical,
chamam-se prefixos; depois do radical, sufixos. Assim, a derivação é
chamada de prefixal quando consiste na aposição de prefixos, e sufixal
quando corresponder à introdução de sufixos.
Assim, a partir de caixa, teremos
I. Encaixar, pela adição de sufixo e prefixo
II. Caixote, com sufixação, e
III. Caixa preta, com justaposição de outro radical.
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Em virtude da história da nossa língua, muitos prefixos que usamos todo
dia têm origem em palavras gregas e latinas, faladas na antiga Roma e
na Grécia há mais de três mil anos atrás. Como não costumamos estudar
estas línguas antigas, é comum relacionar alguns prefixos e radicais
gregos e latinos, que facilitam a compreensão de muitos compostos que
usamos sem pensar que são compostos. Por isso, segue abaixo uma
pequena lista de alguns radicais latinos e gregos.
Prefixos latinos
Prefixos Sentido Exemplos
a-, ab-,
abs- Afastamento, separação Abstenção, abdicar, aversão
ad-, ar-, as- Aproximação, direção Adjunto, advogado, arribar,
assentir
ambi- Ambiguidade, duplicidade Ambivalente, ambiguo
ante- Anterioridade Anteontem, antepassado
bene-, bem- Excelência, bem Beneficente, benfeitor
bis-, bi- Dois, duas vezes, repetição Bípede, binário, bienal
com- (con-
), co- (cor-) Companhia, contiguidade Compor, conter, cooperar
contra- Oposição Controvérsia, contraveneno
cis- posição aquém de Cisplatino, Cisalpino
de-, des-
Separação, privação,
negação, movimento de cima
para baixo
Deportar, demente, descrer,
decair, decrescer, demolir
dis- Separação, negação Dissidência, disforme
e-, es-, ex- Movimento para fora,
Emergir, expelir, escorrer,
extrair, exportar, esvaziar,
explodir
extra- Posição exterior, além de Extraconjugal, extravagância
intra-, Posição interior Intrapulmonar, intravenenoso
i-, im-, in- Negação,movimento para dentro Ilegal, imberbe, incinerar
infra- Abaixo, na parte inferior Infravermelho, infra-estrutura
intra-, intro- Movimento para dentro Imersão, impressão, inalar,
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intrapulmonar, introduzir
justa- Posição ao lado Justante, justapor
o-, ob- Posição em frente, oposição Obstáculo, objeto, obsceno,
opor
per- Movimento através de Perpassar, pernoite
pos- Ação posterior, em seguida Pós-datar, póstumo
pre- Anterioridade Pré-natal, prefácio
pro- Movimento para frente Projetar, progresso, prolongar
pro- Além de, mais para frente Prosseguir
re- Repetição, para trás Recomeço, regredir
retro- Movimento mais para trás Retrospectivo
Sub-, sus-,
su-
Movimento de baixo para
cima, sucessão
Sub-ordem, sub-contratar,
suceder, suspender
Trans-, tra- Para além de Transamazônica, tradução
Super-
sobre- Acima de, excesso
Superfície, sobrepor,
sobrecarga
Prefixos Gregos
Prefixo Sentido Exemplos
acro- Alto Acrobata, acrópole
aero- Ar aerodinâmica
an-, a- Negação Anarquia, ateu
arqui-, arce- Superioridade Arcebispo, arquétipo, arcajo
catá- Para baixo, oposição Catástrofe, catabolia
dia- Através de Diálogo, diagnóstico
eu- Bem, bom Eugenia, eufonia
Hiper- posição superior Hiperplasia, hipertensão
homo- Igual Homônimo, homógrafo
macro-, megalo- Grande, longo Macronúcleo, megalópole
Metá Além de Metátese, metafísica
micro- Pequeno Micróbio, microscópio
mono- Um Monarquia, monarca
necro- Morto Necrópole, necrofilia, necrópsia
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orto- Correto Ortoepia, ortodoxo, Ortodontia
Peri- Posição em torno Pericárdio, perímetro
Pró- Posição em frente Prognóstico, proscêncio
Sin- Simultaneidade Sinfonia, sintonia
Importante distinguir, embora muitos gramáticos de peso chamem a
ambos de sufixo (e vocês se lembram que para nós o importante não é
discutir a terminologia), os sufixos que se ligam a um radical de um
nome, dando origem a um adjetivo ou substantivo: musical, musiquinha,
musicalização, dos sufixos responsáveis pela flexão verbal, como em
ouvir, ouvirás, ouviriam. Veremos mais sobre a flexão verbal quando
tratarmos da categoria dos verbos.
Examinemos alguns sufixos, de acordo com o sentido que podem dar ao
vocábulo em que figuram.
Aumentativos: temos entre os sufixos aumentativos os seguintes.
Sufixo Exemplo
-ão Paredão, cabeção
-alhão Grandalhão, espertalhão
-eirão Vozeirão, toleirão
-aça Barcaça, mulheraça; ricaço
-uça Dentuça
-orra Cabeçorra, bocarra
-aréu Povaréu, mundaréu
Há um sufixo originalmente aumentativo –astro, como em poetastro, no
entanto seu significado depreciativo ficou muito forte, muitas vezes
esquece-se o valor aumentativo. Assim, poetastro é poeta menor, fazedor
de versos. É possível, mas não posso afirmar com certeza, que esse
sufixo tenha resultado na forma aumentativo –aço, de uso comum, em
registro informal hoje: jogaço, problemaço.
O sufixo ão, feminino ona, é o aumentativo por excelência em português.
Muito produtivo, em registro informal pode agregar-se a quase qualquer
radical. Muitas vezes o aumentativo perde o valor semântico, quando o
derivado adquire autonomia vocabular; não temos a noção exata de
comparação com a forma primitiva. Assim, a ninguém, diante de um
caixão, um esquife, ocorrerá pensar que só pode ser maior que uma
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caixa. Além disso, qual será o maior, a porta, o portão, a portada, o
portal ou o pórtico? Não há uma escala de tamanho precisa, relacionada à
sufixação.
Diminutivos
Sufixo Exemplo
-inho, a; ino, a Mansinho, pequnina
-acho; -icha Riacho; barbicha
-ebre Casebre
-eco, a; -ico, a Jornaleco, soneca;
mesica
-ela; -ola Viela; rapazola
-ete; ito,a; ote,
a
Diabrete; cabrito;
velhota
-isco, a; usco, a Pedrisco; velhusca
-ulo, a; Rótula, corpúsculo
O sufixo diminutivo de uso mais geral é –inho, é o diminutivo por
excelência. As formas é –ulo, como corpúsculo, minúsculo, são eruditas,
vêm direto de um diminutivo latino. E por isso mesmo são pouco usadas.
Casebre segundo Celso Cunha é de origem desconhecida. Em uso hoje
vemos os sufixos –eco, -ico, como em coisica, e –ito/(z)ito, como em
artiguete; fico em dúvida com o termo bem recente periguete. Tendo a
ver aí o diminutivo.
Formadores de substantivos
Sufixo Noção Exemplo
-ada Multidão, coleção Papelada, livraiada
Porção Bocada
Uso de instrumento Facada, pernada,
penada
Derivado, feito de Bananada, pessegada
-ado Território de dominio Juizado
-agem coletivo -milhagem, folhagem
Ato ou estado -bobagem,
aprendizagem
-al Coletivo Cafezal, lamaçal, areal
-ama, -ame Coletivo Dinheirama, vasilhame
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-aria atividade Livraria, sapataria
Coletivo Gritaria, pedraria
Ação própria Baixaria, pirataria
-ário, a Atividade, ofício Operário, cartorário
-eiro, a Atividade, ofício Barbeiro, zagueiro
Coletivo Formigueiro, poeira
Árvore de Mangueira, abacateiro
De uso em (parte do
corpo)
Pulseira, joelheira
-ia Atividade, ofício Advocacia, prelazia
Lugar da atividade Reitoria, delegacia
Reparem como há uma ampla variedade de formas, com noções que
tentamos reduzir a um certo número de idéias, muitas semelhantes. Os
sufixos nominais são diversos, variadíssimos; notem a diferença em
relação à flexão verbal, como alertamos acima, que apresenta
regularidade muito maior.
Formadores de substantivos a partir de adjetivos
Sufixo Exemplo
-dade Maldade, bondade
-dão Mansidão, prontidão
-ez, eza Tibieza, beleza; timidez
-ia Alegria, primazia
-ice Velhice, chatice
-or, ura Alvor, alvura, primor,
gostosura
-tude Longitude, altitude,
magnitude
Também os verbos podem vir a formar substantivos, com o uso de
sufixos como os elencados abaixo:
Sufixo Noção Exemplo
-ança Estado, ação gastança, esperança
-ância Observância,
tolerância
-ença Diferença, pertença
-encia Anuência, pertinência
-ante agente Estudante
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-ente Influente
-inte Contribuinte
-or Agente,
instrumento
Confessor, inspetor
-ção, -são Ação,
resultado
Concessão, extensão,
participação
-douto; -
tório
Lugar ou
instrumento
da ação
Lavatório, bebedouro,
escritório
-mento Ação ou
resultado
Banimento,
aviamento,
batimento.
Os substantivos, por sua vez, poderão dar origem a advérbios, com o uso
dos sufixos indicados no quadro a seguir:
Sufixo Noção Exemplo
-ado, a Provido de, cheio de Dentado, recheado; mascado2
-aico Relativo a, típico de Arcaico, judaico
-al; -ar Relativo a Escolar, familiar; estival,
marital
-ano Origem,
semelhança
Baiano, troiano, machadiano
-ário; -eiro Origem; posse;
afinidade
Caseiro, mineiro; incendiário
-engo Afinidade, posse Mulherengo
-ense, eno;
ês
Origem;
procedência
Forense, fluminense; terreno;
cortês, chinês
-ento Provido de; similar
a
Barrento, bolorento, ciumento
-eo, a Similaridade; feito
de
Roséo, nívea
-este/tre Próprio de, origem Celeste, terrestre
-ício Próprio de,
afinidade
Alimentício, adventício
-il Próprio de,
afinidade
Febril, fabril, gentil
-ino Origem, próprio de Cabralino, feminino
2 Forma de particípio, também com valor de adjetivo.
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-onho Próprio de Risonho, enfadonho
-oso Cheio de, provido
de
Venenoso, aquoso
-udo Provido de, cheio de Pontudo, sortudo
É interessante notar que os sufixos formadores de adjetivo podem ser
utilizados a partir de adjetivos, como no caso de –il relacionado a jovem,
formando juvenil, ou no caso de –onho que se liga a triste, formando
tristonho.
Os verbos podem dar origem a adjetivos, comumente; inclusive, pudemos
já observar que as formas do particípio, como folgado, pintado, contado,
poderão ser usadas diretamente como adjetivo. O antigo particípio
presente latino forma palavras que muitas vezes serão adjetivos, como
pensante, paciente; também é possível formar substantivos, como
ouvinte, pedinte etc.
Vejamos alguns outros sufixos que formam adjetivos a partir de verbos:
Sufixo Noção Exemplo
-(á)vel; (í)vel Próprio de, passível de Louvável, possível
-io; -ivo Próprio de, modo de
ser
Tardio, pensativo,
cansativo
-iço Próprio de Movediço, sediço; mortiço,
enfermiço (nomes)
-ouro, -ório Próprio de Duradouro, vindouro;
satisfatório
O caso do advérbio
O único sufixo formador de advérbio em nossa língua é –mente, cuja
semelhança com o substantivo mente não é acidental. De fato, a origem
histórica do sufixo adverbial é a expressão latina de valor adverbial com a
palavra mentis, derivida de mens, cujo significado é ―mente‖.
Assim, se dizia, por exemplo, dico clara mentis, literalmente ―digo com a
mente clara‖, com o sentido de ―com a intenção clara‖, e por fim ―de
modo claro‖. Esta é a origem do sufixo –mente, um vocábulo que se
tornou um morfema gramatical. Essas coisas acontecem na história da
língua.
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Meus caros, percebam que muitos sufixos podem relacionar-se com
substantivos, ou com adjetivos, e mesmo com advérbios; note que
podemos dizer, com toda propriedade, ―cheguei agorinha mesmo‖, ―moro
pertinho‖.
Não há limite para a derivação; por exemplo, temos o verbo pôr, do qual
se deriva posição; a partir de posição, vemos o verbo posicionar; a partir
de posicionar, encontramos o vocábulo posicionamento, num processo
cumulativo de afixação.
Derivação regressiva
Interessante o processo da derivação regressiva, em que o falante sente
a terminação de uma palavra como se fosse um sufixo, e, por meio do
corte desta terminação, tenta recuperar uma suposta palavra primitiva,
na verdade criando outra por este processo.
Por exemplo, temos o uso popular das formas granfo (ou granfa), a partir
de grã-fino, ou estranja, a partir de estrangeiro; as terminações
confundem-se foneticamente com sufixos (pequenino, sorveteiro).
Temos entre os derivados regressivos os substantivos derivados de
verbos com terminação –a, -e ou –o, como no caso de vôo, a partir de
voar; choro, de chorar; ataque, de atacar; pesca, de pescar. Geralmente,
ficou estabelecido um critério para definir se o verbo ou o nome é
primitivo, ou derivado, segundo o qual se a palavra designa ação,
primitivamente é verbo; se designa objetos, é nome. Então, teremos que,
por exemplo, chute e fecho serão derivados regressivos de verbos, chutar
e fechar, que designam ação. Por outro lado, verbos como azeitar ou
arborizar serão necessariamente derivados. Este critério, interessante que
seja, não abrange 100% dos casos; por sorte, não seremos chamados a
responder sobre questões de história da língua. Por vezes, a única
maneira de saber qual o primitivo e qual o derivado é por meio de uma
pesquisa histórica de ocorrência dos vocábulos.
A questão da parassíntese e outras formas marginais de derivação
Assentado que evidentemente pode haver derivação sufixal e prefixal ao
mesmo tempo, com um mesmo radical, como no caso de deverbal,
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revisional, é preciso reconhecer que em certos casos só há vocábulo
viável com a presença simultânea dos dois afixos, o que não é o caso da
derivação sufixal e prefixal (veja-se, nos nossos exemplos, verbal, visão).
Esses casos são chamados de derivados parassintéticos. São comumente
formas nominais de verbo, formadas com prefixos e sufixos verbais, como
no caso de entardecer, amanhecer; engavetar, esburacar. Temos um
adjetivo parassintético em desalmado. Possivelmente seja o único
exemplo nominal.
Os gramáticos e linguistas debatem a questão de se os sufixos próprios
das formas verbais podem equivaler aos sufixos próprios de nome. Não
entraremos neste debate; conhecemos a questão, e sabemos seus
contornos, é o que basta para nossos objetivos.
II – Reduplicação
Bastante restrito, este processo tem um campo marcado pela
expressividade, com palavras como papai, mamãe, vovô, totó, pipi;
possivelmente poderemos incluir compostos como cai-cai, vai-vai como
exemplos de reduplicação.
III – Siglas
As siglas são nomes formados por fonemas resultantes de iniciais de uma
expressão, como ONU, ou de sílabas ou partes de palavras, como Sudene,
Petrobrás. Temos ainda as siglas que reproduzem o nome das letras,
como PT, ICMS. O alcance do processo é restrito; uma vez criados os
nomes, podem sofrer derivação, como em petista, por exemplo.
IV – Abreviação
Muitos compostos perdem ―um pedaço‖, resultando num vocábulo
abreviado, geralmente com o mesmo sentido; assim, de pneumático
resultou pneu, de automóvel fez-se auto, em que o prefixo tornou-se o
nome, por abreviação.
V – Onomatopéia
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A onomatopeia evoca ou imita um som produzido por um objeto, a qual
se aplicam morfemas nominais ou verbais, como em zigue-zague; tique-
taque, tiquetaqueava. Notar que muitas vezes observa-se a reduplicação,
ao mesmo tempo.
É comum atribuir-se os verbos que designam os sons produzidos pelos
animais uma origem onomatopaica, como em chilrear dos pássaros, miar
dos gatos, coaxar dos sapos.
Exercícios
1) ISAE – Assembléia Legislativa – AM/2011
O vocábulo roupão, formalmente um aumentativo de roupa, perdeu esse
valor aumentativo e hoje designa uma vestimenta para ser usada após o
banho. A alternativa em que só um dos termos possui o valor
aumentativo é:
a) cartão - calção.
b) papelão - bolão.
c) calçadão - portão.
d) tapetão - caixão.
e) casarão- orelhão.
_________
Comentários:
Questão interessante sobre derivação sufixal, com o sufixo aumentativo –
ão. É preciso atentar para o enunciado, que pede a identificação da
alternativa em que apenas um dos termos tem valor aumentativo.
Analisemos as alternativas. Em a, temos derivados que não têm valor
aumentativo em relação ao primitivo, pois cartão não é, via de regra,
uma ―carta grande‖, nem calção uma calça grande (aliás, pelo contrário).
Nenhum dos termos tem valor aumentativo.
É o que acontece em papelão, que não designa um papel grande, mas um
material específico, nem bolão, que não designa uma bola de dimensões
avantajadas (geralmente seria usada a forma bolona neste caso), mas,
muitas vezes, uma aposta em grupo.
A alternativa c pode nos deixar em dúvida, mas calçadão não é apenas
uma calçada grande, mas uma calçada que toma o lugar do leito
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carroçável, da superfície sobre a qual andam os carros. E portão perdeu a
relação de aumentativo de porta, na língua.
Tapetão é um termo conotativo, que designa tribunal, e não
necessariamente um ―tapete grande‖. Da mesma forma caixão, que tem
sentido de ataúde, esquife.
Enfim, em e temos um genuíno aumentativo em casarão. Orelhão, como
sabemos, é um telefone público.
Gabarito: E
2) CONSULPLAN – TSE - 2012
O sistema da corrupção é composto de um jogo de forças do qual uma
das mais importantes é a ―força do sentido‖. É ela que faz
perguntar, por exemplo, ―como é possível que um policial pobre se
negue a aceitar dinheiro para agir ilegalmente?‖
O simples fato de que essa pergunta seja colocada implica o pressuposto
de que uma verdade ética tal como a honestidade foi transvalorada. Isso
significa que foi também desvalorizada.
Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em
troca de uma ação qualquer na contramão do dever, é porque no sistema
da corrupção o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua
autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro.
(Marcia Tiburi. Cult, dezembro de 2011)
Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO tenha o mesmo
sentido que o de trans-, em transvalorada
a)transbordar
b)trasantontem
c)tresnoitar
d)trastejar
_________
Comentários:
Questão sobre derivação prefixal. O prefixo trans-, sabemos, traz consigo
a noção de travessia, trânsito, movimento, ultrapassagem de limites; é o
caso de transvaloração, cujo significado é, a vista do texto, de
movimentação, mudança de valores. Trans- tem valor parecido em
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―transbordar‖, vasar para fora das bordas, ultrapassar seus limites;
―transantontem‖, com o sentido de depois (além) de anteontem;
―tresnoitar‖, que significa passar a noite em claro, ou seja, atravessá-la
(acordado).
Na última alternativa, o prefixo não está presente; temos um derivado
sufixal (forma de infinitivo), a partir de trastos, aqueles risquinhos no
braço do violão. ―Trastejar‖ significa algo como ―produzir ruído ao tocar
instrumento (violão) pela vibração da corda diretamente no trasto.‖ É
inábil o instrumentista que permite que o instrumento trasteje.
Gabarito: D
3) CONSULPLAN – TSE – 2012
Assinale a palavra que tenha sido formada por processo DISTINTO do das
demais.
a)teológica
b)biografia
c)narcotráfico
d)desvalorizada
_________
Comentários:
Temos, nesta questão, de comparar os processos de formação de
palavras usados. Analisemos cada uma delas. Em teológica, temos um
composto de dois morfemas lexicais de origem grega, com um sufixo final
formador de adjetivo (-ica, como em mítica). Teologia, vocês sabem,
agrega os radicais Teo, de ―Deus‖, e logia, o ―estudo racional‖. Assim, a
Teologia é o estudo da religião. Temos um processo de justaposição,
ainda sem aglutinação, pois nenhum dos componentes sofreu redução
fonética.
O mesmo ocorre em biografia, com os elementos bio e grafia, ambos
radicais de origem grega. Em narcotráfico, temos outro composto por
justaposição, que significa ―comércio de entorpecentes‖.
Apenas em e temos processo distinto de formação; verifica-se aí a
derivação prefixal, com a presença do prefixo des-, com valor de
negação, aplicado ao adjetivo valorizada. A diferença está, vamos
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relembrar, no fato de que o primeiro elemento é um morfema gramatical,
que só pode associar-se a morfema lexical. Nos demais, temos dois
morfemas lexicais a formar compostos.
Gabarito: D
4) FGV – SEAD/AP - 2011
Com relação aos processos de formação de palavras, analise as
afirmativas a seguir:
I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa "diminuição".
II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra
utilitarista.
III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a
partir do radical alfabet-.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
_________
Comentários:
O diminutivo em jeitinho não leva ao significado literal de ―pequeno jeito‖,
como sabemos, mas de ―manha, expediente‖. Em utilitarista, temos um
processo de derivação prefixal, inclusive com dois prefixos. Em
analfabetismo, de fato observamos a aposição de prefixo e sufixo.
Gabarito: C
5) FCC – TRT 24ª Reg – 2006
A forma correta de plural dos substantivos compostos mico-leão-dourado
e ararinha-azul é
a) micos-leão-dourados e ararinhas-azul.
b) micos-leão-dourado e ararinha-azuis.
c) mico-leões-dourados e ararinha-azuis.
d) mico-leão-dourados e ararinhas-azul.
e) micos-leões-dourados e ararinhas-azuis.
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_________
Comentários:
Vimos que os compostos formados por substantivo+substantivo formam o
plural com a flexão dos dois elementos; assim, teremos micos-leões e
ararinhas-azuis. Além disso, no caso de substantivo+adjetivo, a flexão é
da mesma forma: teremos portanto micos-leões (tomemos o composto
como um substantivo, o que ele é) dourados.
Gabarito: E
Famílias de Palavras
Uma família de palavras é constituída pelas palavras que derivam de uma
só; esta será chamada de palavra primitiva. Assim, as diversas derivações
da palavra MAR farão parte da família da palavra. Observe a presença do
morfema lexical mar: mareado, maremoto, marzão, marisco, marítimo,
quebra-mar, capitão-do-mar, marinho, cavalo-marinho, marinha, marina.
Classes de Palavras
As classes de palavras não são noções estanques, como já tive
oportunidade de mencionar. Ou seja, a língua não funciona como um
―estoque‖, em que os vocábulos estão inertes, classificados e
categorizados cada um em sua classe, como objetos irremediavelmente
separados, e que juntamos como peças para articular o discurso.
A língua será melhor entendida se pensarmos em relações que se
estabelecem dinamicamente entre as formas; as relações estabelecidas
no discurso irão determinar a função assumida pelos vocábulos. Assim,
em ocorrências diversas, o vocábulo pode assumir funções diferentes.
As classes de palavras, então, serão reveladas no uso. Por exemplo, em
―O adorno colocado na parede‖ temos a palavra em destaque
funcionando como substantivo; sintaticamente, será sujeito da oração.
Agora, em ―quero a palavra certa, exata, não a palavra adorno, exangue
de lúbricas e fugidias intenções (...)‖, será um adjetivo, relacionado ao
substantivo palavra.
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A substantivação é muito comum, palavras de todas as classes podem ser
empregadas como substantivos, geralmente antecedidas de artigo.
Vejamos, por exemplo, o adjetivo longe empregado como substantivo em
―o longe fica perto quando seguimos o coração‖.
Até um numeral pode assumir essa função, como em ―O Quinto era o
imposto cobrado nas Minas Gerais‖; notem que isso corresponde a o que
as gramáticas chamam de derivação imprópria. De fato, é um fenômeno
muito comum na língua. O substantivo adquire função de adjetivo, o
verbo se substantiva, e assim por diante.
As classes também devem ser vistas em relação ao plano superior, ou
seja, à sintaxe da oração. Nesta perspectiva, vemos que as classes mais
relevantes são as do substantivo e a do verbo. Serão os centros a partir
dos quais os elementos da frase se agregam.
O Substantivo é o termo que designa os seres e os objetos do mundo,
enfim as coisas. Funcionam como núcleos das expressões nominais, dos
sintagmas nominais. Por exemplo, em A casa amarela, o núcleo do
sintagma é casa.
O Verbo designa a ação, o estado, a transformação, o processo; o que
acontece com as coisas. A oração se organiza em torno do verbo. Assim,
será sempre um elemento essencial para a análise; não é por outro
motivo que, no nosso tempo de ensino fundamental, a professora, ou o
professor, nos orientavam a procurar o verbo. A instrução é muito válida;
veremos que será necessário muitas vezes procurar o verbo, e como os
termos estão organizados em torno dele, para respondermos as mais
diversas questões de sintaxe que a banca nos propõe.
As outras classes de palavras formadas por morfemas lexicais são os
adjetivos e os advérbios. Os adjetivos associam-se aos substantivos,
subordinam-se a esses, e semanticamente indicam as qualidades, as
características dos seres, das coisas designadas, como em casa amarela.
O advérbio, que, o nome já diz, está associado ao verbo, a caracterizar
como se dá ação, como em – Engoliu rápido o almoço.
Depois, temos classes de palavras que não têm a rigor morfemas lexicais
ou significados autônomos; a primeira destas classes é a dos pronomes.
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O pronome é uma palavra que sintaticamente sempre se referirá a um
nome, ou encontrará sua referência em um nome, uma expressão, uma
unidade de significado qualquer em um texto. Assim, em si mesmo, o
pronome não possui significação; adquire-a, no entanto, no texto, no
momento em que ocorre. É uma classe sintaticamente fundamental, a
coesão textual é totalmente dependente desta classe de palavras.
Veremos mais detalhadamente isso, nesta e nas aulas seguintes.
Temos outra categoria muito associada aos nomes, a dos artigos, que
possuem o condão de determinar ou indeterminar o nome, como em o
carro (determinado) / um carro (indeterminado). Também totalmente
dependente do nome está a classe dos numerais, que exprime
quantidades definidas.
Por fim, temos classes de palavras relacionais, que criam formas de
conexão entre outras palavras; são, evidentemente, palavras
essencialmente instrumentais. Entre elas, temos as preposições, que
criam relações entre palavras dentro de um mesmo sintagma (vimos,
uma unidade de organização, uma expressão), como em casa de pedra.
Veja que entre os dois substantivos, a preposição criou uma relação que
deu um sentido específico à expressão inteira, ao sintagma em que
ocorre.
Classe de mesma natureza é a das conjunções, que cria relações entre
sintagmas diferentes, entre orações, como em Li o livro, mas não entendi
nada.
Por fim, chegamos a uma classe interessante, a das interjeições, que
muitas vezes não admitem análise morfológica, embora tenham conteúdo
lexical, significado autônomo; expressam emoções, adquirem sentido no
contexto e virão muitas vezes grafadas com pontuação enfática, como
em: Ai de mim! Ui ui ui! Meu Deus do Céu! Basta!
Noções breves sobre as classes de palavras
Vimos já que o substantivo designa os seres, as coisas, os nomes de
ações, de qualidades: Sinésio, balão, meteorologia, unicórnio, força,
profundidade.
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Apenas o substantivo pode ser núcleo do sujeito e do objeto, seja direto
ou indireto; na voz passiva, apenas o substantivo pode funcionar como
agente da passiva. A palavra que assume essa função sintática se torna
no mesmo momento substantivo, conforme já mencionamos acima.
Podem ser concretos os substantivos, são os que designam os seres
propriamente ditos, como Pará, rio, nuvem, alface, caça, minotauro;
quando designam nomes de ações ou qualidades, são chamados
abstratos: alegria, compaixão, ironia, julgamento, autoridade.
Outra divisão que se faz é entre substantivos próprios e comuns; estes
designam um determinado ser, como Sandra, Terra (o planeta),
Amazonas. Os substantivos comuns designam um conjunto de seres,
todos os da mesma classe, como mulher, planeta, rio.
Os coletivos merecem atenção porque, na sua forma singular, designam
uma pluralidade de seres. Assim são alcatéia, que designa um conjunto
de lobos, banca, um conjunto de examinadores, cáfila, de camelos, corja,
de vadios, de malfeitores, esquadra, de navios, falange, de anjos, ou de
soldados, etc. São notáveis quanto à concordância, por esta
característica.
– Os substantivos são flexionados em gênero, número e grau.
A flexão de número, como sabemos, é marcada por –s; outras alterações
podem ocorrer, a depender da constituição fonética do vocábulo. Ex:
pato/patos. Os substantivos terminados em vogal têm o plural marcado
por –s: prato/pratos; mesa/mesas; cachorro/cachorros; plano/planos.
Os substantivos terminados em ditongo nasal –ão formam, em sua
maioria, o plural em –ões, como em balcões, ladrões, tições, lições,
canções. No entanto, há exceções, pois um certo grupo forma o plural em
–ães, como cães, capitães, guardiães, pães. Outros ainda formam o plural
em –s, como em órgãos, cidadãos, desvãos.
Os substantivos terminados com as consoantes –r, -z e –n formarão o
plural com um acréscimo de uma vogal de apoio ao morfema –s que
marca o plural, o que resulta em, por exemplo, pilar/pilares;
mulher/mulheres; cruz/cruzes; dólmen/dólmenes.
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Os substantivos terminados em –s, quando oxítonos, recebem no plural
uma vogal de apoio e com a desinência, ou seja, formam plural com o
sufixo –es, como em inglês/ingleses, país/países, luz/luzes.
Evidentemente a vogal de apoio é necessária, pois não podemos apor –s
à terminação s.
Quando paroxítonos, os substantivos terminados em s tornam-se
invariáveis: lápis, oásis, pires. Do mesmo modo, os substantivos
terminados em x, que são paroxítonos, de origem erudita, são também
invariáveis: tórax, bórax; a aposição de vogal temática mais o morfema s
tornaria tais palavras proparoxítonas, o sistema parece preferir deixar de
flexionar do que criar uma proparoxítona (geralmente de uso erudito).
Os substantivos terminados por ditongo decrescente, grafado il, quando
oxítonos, formam o plural pela troca da semivogal por –s, como em
barril/barris; Brasil/Brasis. Quando são paroxítonas, por sua vez, o
ditongo il é substituído por –eis, como no caso de réptil/repteis;
fóssil/fósseis.
– como sabemos, o gênero gramatical não se confunde com o
sexo; isso apesar de nossa gramática denominar os gêneros masculino e
feminino. Temos basicamente o morfema –a para marcar o feminino dos
nomes, e –o para o masculino: assim, temos aluno/aluna; gato/gata;
velho/velha. No caso dos nomes terminados em vogal, a marca do
feminino será ausente: é o chamado morfema zero. Veja, por exemplo,
em cantor/cantora.
Por outro lado, há distinções de gênero que implicam em mudança de
radical, como no caso de boi/vaca; homem/mulher; cavalo/égua.
Há algumas exceções ao caso geral, em que nomes terminados em –o,
quando no feminino apresentam terminações diversas. É o caso de
galo/galinha; maestro/maestrina; poeta/poetisa.
Para os nomes terminados em consoante, vale a regra geral:
agricultor/agricultora; freguês/freguesa.
No caso dos nomes terminados por ditongo nasal –ão, temos as seguintes
formas do feminino: em ditongo crescente –ao, como em patrão/patroa,
leitão/leitoa; a eliminação do ditongo, permanecendo apenas a vogal
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nasal, como no caso de anã, anciã, irmã; e, por fim, no caso do –ão
aumentativo, no uso do sufixo –ona, como em bonachona, brincalhona.
Por fim, notemos que há substantivos que não variam designando
pessoas de ambos os sexos; são os chamados de sobrecomuns, e alguns
são femininos, outros masculinos. É o caso de o cônjuge, a criatura, a
criança, a vítima, o algoz. Outros admitem apenas uma forma, em ambos
os gêneros. São chamados de comum de dois: é o caso de o agente/a
agente; o pianista/a pianista; o dentista/a dentista; o artista/a artista; o
selvagem/ a selvagem.
Vimos que o verbo é o centro da frase, essencial para a análise das
relações entre as palavras. Não chegamos a ver em detalhes a morfologia
do verbo; agora chegou o momento de estudar estas e outras questões a
respeito dessa importante classe de palavras.
Morfologia do Verbo – o verbo apresenta, como sabemos, morfema
léxical, como corr, em ―correr‖, e desinências número-pessoais e modo-
temporais. Naturalmente, pode haver vogal temática, entre radical e suas
desinências. A especificidade das desinências verbais basta para
diferenciá-las do sufixo nominal.
Temos 3 conjugações verbais em português, distinguidas pela vogal
temática. As vogais temáticas são –a, -e, -i, como em cantar, ver, seguir.
Apenas o verbo pôr não apresenta vogal temática, porque foneticamente
esta foi eliminada (a história da forma é lat. Ponere>poer>pôr). A perda
da consoante n na raiz levou a um hiato, que foi eliminado.
– Radical é, como nos nomes, o morfema lexical, a parte
invariável; nos verbos, a forma do infinitivo, excetuada a vogal temática e
a desinência –r, é o radical.
Cantar. Bater. Dormir.
O radical acrescido da vogal temática tem o nome de tema. É uma noção
importante, a ser lembrada mais adiante.
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– as flexões ou desinências verbais são os morfemas
instrumentais típicos do verbo, associados às noções de número, pessoa,
tempo e modo.
O número será singular e plural; as pessoas são três, as pessoas do
discurso: a primeira é a que fala, a ―dona‖ do discurso; a segunda é o
destinatário, aquele a quem se fala; e a terceira é a pessoa não presente
na enunciação, e sobre a qual se pode fazer referência.
– os tempos basicamente são o passado, ou pretérito, o
presente e o futuro. Os tempos primitivos, a partir dos quais os outros
são derivados, são três: o infinitivo, o presente do indicativo e o perfeito
do indicativo.
Do tema do infinitivo: pedir, forma-se
o pretérito imperfeito do indicativo: pedia;
o futuro do presente do indicativo: pedirei;
o futuro do pretérito do indicativo: pediria;
o gerúndio: pedindo;
o particípio: pedido.
Do presente do indicativo: peço, forma-se
O presente do subjuntivo: peça
Do pretérito perfeito do indicativo (3ª do plural): pediram, forma-se
O mais que perfeito do indicativo: pedira
O imperfeito do subjuntivo: pedisse
O futuro do subjuntivo: pedir
Os Modos tem um traço semântico, em relação à ação verbal: os verbos
no indicativo expressam ação definida, certa, indicada inequivocamente.
No subjuntivo, os verbos exprimem fato incerto, hipotético, desejado. No
modo imperativo, os verbos exprimem uma ordem.
Gostaria de examinar com vocês alguns tempos e modos verbais, e seu
emprego; veremos alguns pontos da conjugação das formas, que vocês
certamente conhecem, e algumas questões de correlação verbal, um
ponto de sintaxe do verbo que estudaremos nesta e em outras aulas.
Flexão, conjugação, correlação verbal
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O imperfeito do indicativo é usado para indicar, entre duas ações
simultâneas, qual estava ocorrendo quando sobreveio a outra – nesse
caso, o outro verbo virá no pretérito perfeito: Pedro entrava quando eu
saí. Conversávamos quando a criança caiu.
A construção será equivalente ao uso do auxiliar estar no imperfeito mais
o gerúndio: Pedro estava entrando quando eu saí.
Regra geral, as desinências do imperfeito do indicativo são:
a. 1ª conjugação: -ava, -avas, -ava, ávamos, áveis, -avam
b. 2 e 3ª conjugações: -ia, -ias-ia, -íamos, -íeis, -iam.
O perfeito indica ação acabada, terminada antes da enunciação. Ex: Comi
bem no almoço. De regra, as terminações são:
a. 1ª: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram;
b. 2ª: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram;
c. 3ª: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram.
O pretérito mais-que-perfeito exprime ação acabada, anterior a outra
ação com que se correlaciona, também passada (não necessariamente
acabada). Suas terminações são, de regra: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -
ram.
A forma composta do mais-que-perfeito é formada pelo auxiliar ter, ou
haver, no imperfeito, e o particípio do verbo: Só soube do ocorrido depois
que tinha acontecido.
O futuro do presente e o futuro do pretérito têm a particularidade de
serem compostos já cristalizados, incorporados ao sistema verbal: notem
que sairei, sairás, sairá, sairemos, saireis, sairão são derivados do
composto sair + a conjugação de formas do verbo haver: hei, hás, há;
hemos (haveremos), heis (havereis), hão. No caso do futuro do pretérito
as formas seriam hia (havia), hias, hia; híamos, hieis, hiam.
Isso explica uma particularidade das formas do futuro, que não admitem
a colocação pronominal posterior, ou a ênclise. Isso porque o pronome
ficaria associado ao radical que, no composto, é do verbo auxiliar. Assim,
admite-se a incomum mesóclise, ou posição medial do pronome, cindindo
a palavra, como no caso de cantar-te-ei, ou a próclise, mas nunca a
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colocação em posição final, pois o pronome está associado à ação verbal
expressa pelo verbo principal; o auxiliar tem caráter de palavra
instrumental na locução verbal.
Subjuntivo
O Modo Subjuntivo expressa fato incerto, aspiração, possibilidade. As
formas do presente, nos verbos da 1ª conjugação, têm a terminação –e, -
es, -e, -emos, -eis, -em: cante, cantem, cante, cantemos, canteis,
cantem.
Como exprime uma aspiração, um desejo, algo do domínio do incerto, o
tempo presente pode não estar marcado, especialmente em correlação
com forma do indicativo; por exemplo, em espero que ele cante, a ação
de cantar não se dá no presente, é hipotética e só pode se verificar no
futuro.
As terminações da 2ª e da 3ª conjugações são –a, -as, -a, -amos, -ais, -
am.
O pretérito imperfeito do subjuntivo expressa uma ação posterior ou
simultânea à do verbo, de tempo passado, a que está correlacionado; por
exemplo: Duvidaram que eu terminasse o trabalho. O verbo
correlacionado pode estar no perfeito do indicativo, no imperfeito do
indicativo ou no futuro do pretérito.
As terminações do imperfeito são –sse, sses, sse, ssemos, -sseis, -ssem;
as formas são criadas a partir do tema do perfeito.
Embora não haja forma sintética, as gramáticas mencionam o perfeito e o
mais-que-perfeito do subjuntivo. São expressos por locuções verbais: o
perfeito exprime hipoteticamente fato acabado em correlação a outro
fato, passado ou futuro, como em É possível que tenham terminado o
trabalho. É formado pelo presente do subjuntivo do auxiliar ter (ou haver)
e o particípio do verbo principal.
O mais-que-perfeito é formado pelo imperfeito do subjuntivo do auxiliar
ter (ou haver) e o particípio do verbo principal; expressa fato hipotético
anterior a outro a ele correlacionado, como em Se tivessem lido o
romance, poderiam discutir o assunto com mais propriedade.
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O futuro do subjuntivo indica ação hipotética no futuro, posterior a outra
ação correlacionada, expressa no presente ou no futuro do presente,
como Leve o que quiser; ele levará o que quiser. Suas terminações são, a
partir do tema do perfeito (3ª pessoa), -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem.
Imperativo
O imperativo expressa ordem, comando; assim, é tipicamente dirigido a
um interlocutor. Por isso tem formas específicas de 2ª pessoa: canta,
cantai; mente, menti; dorme, dormi; notem que são oxítonas as formas
da 2ª e da 3ª conjugação.
As demais formas são idênticas ao presente do subjuntivo;
semanticamente, a ordem propriamente dita é direta, a ordem indireta é
um desejo, uma aspiração.
Formas nominais
As formas nominais são o infinitivo, o gerúndio e o particípio.
I. Infinitivo – tido em nossas gramáticas como o ―nome‖ do verbo,
exprime a ideia da ação, a ação em potência. De regra, o infinitivo é uma
forma impessoal. De forte caráter nominal, não apresenta flexão de
pessoa quando impessoal. Se houver flexão de número, assumiu o
caráter de substantivo. Ex: É agradável passar as férias no campo. Fui
falar com ela quando a vi.
No entanto, não é raro o uso pessoal, com flexões, do infinitivo; é um dos
pontos mais complexos da gramática. As regras formuladas para dar
conta da flexão do infinitivo acabam por mostrar-se enganosas ou falhas.
O importante é notar que o infinitivo não flexionado será empregado
sempre quando a ênfase do sentido for na ação; a forma flexionada será
usada quando a ênfase do enunciado for sobre o agente, a pessoa.
De resto, cabe notar que o infinitivo não é flexionado quando em uma
locução verbal, ou quando anteposto a outro verbo, como em Nós vamos
ver a peça agora, ou todos devem fazer a prova.
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Será flexionado, por outro lado, quando houver sujeito expresso, como
em Ouvi dizer serem eles os responsáveis pela obra.
II. Gerúndio – o gerúndio representa o processo verbal em ação; assume
comumente as funções de advérbio e de adjetivo. Vi-o correndo. Chegou
com as mãos tremendo.
Em correlação com outras formas, o gerúndio indica ação simultânea,
como em Entrou na sala mascando chicletes.
III. Particípio – o particípio é muito usado nas formas compostas, como
vimos, a exemplo de tem estado, terá feito. Sem verbo auxiliar, exprime
o estado resultante de uma ação concluída, e assume muito
frequentemente a função de adjetivo, como em derrotados, os soldados
entregaram-se.
As irregularidades na conjugação
As irregularidades na conjugação de alguns verbos têm todas uma razão,
geralmente fonética. A perspectiva histórica explica muitas vezes porque
as formas não são regulares; é um estudo a parte, de grande extensão e
além de nossos objetivos para o momento.
Aponto agora algumas das irregularidades. Nos verbos terminados em –
azer, ou em –uzir, como Jazer, a 3ª pessoa do presente do indicativo não
termina com a vogal e (jaz); por outro lado, o imperativo admite
opcionalmente a forma com a vogal e: jaz tu/jaze tu.
Certos verbos terminados em –iar, nas formas em que o acento recai
sobre o radical, formam um ditongo ei no lugar da vogal i; é o caso de
odiar, que apresenta as formas odeio, odeias, odeia; odeie, odeies, odeie,
no presente do subjuntivo; odeia tu, odeie você, no imperativo.
Há verbos em –ir, a exemplo de ferir, em que há alternância vocálica no
radical, nas formas do tema do presente – presente do indicativo,
presente do subjuntivo, imperativo: firo, fira, fere tu, fira você.
Outro caso de alternância vocálica no radical é o de caber, em que,
também quando o acento recai sobre o radical, forma-se ditongo, como
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em caibo, no presente e nas formas dele derivadas, e coube, no perfeito
e nas formas dele derivadas.
Há alternância vocálica entre os temas do perfeito e do presente em
verbos como trazer: trouxe/trago. E, por fim, temos os verbos em que os
temas do perfeito e do presente são constituídos de radicais diferentes,
como em ir: vou/fui.
Enfim, há mais regularidade na conjugação dos verbos do que a
gramática por vezes faz parecer. Meus amigos, a categoria dos verbos é
muito importante, temos muito a estudar sobre o assunto. Voltaremos
aos verbos na nossa aula 4.
Sabemos todos que o adjetivo é a palavra que serve para caracterizar os
seres ou objetos designados pelos substantivo, indicando suas qualidades
(positivas ou negativas), suas características, seu estado.
Moça bonita
Sinal vermelho
Carro velho
Muitas vezes usamos de forma intercambiável nomes como substantivos
ou como adjetivos; a função assumida dependerá do contexto, como no
caso de Um caolho poeta cantou os corsários / Um poeta caolho cantou os
corsários; na primeira, caolho poderá ser substantivo, na segunda será
adjetivo. A posição terá muita influência na definição da função; o
importante é notar que o nome, enfim, é o mesmo.
Os adjetivos em sua maioria são derivados, morfologicamente, de
substantivos ou verbos, com sentido relacionado ao da palavra primitiva;
apenas alguns, que designam características palpáveis, são considerados
primitivamente adjetivos, como claro, longo, curto, escuro, amplo,
estreito, liso, triste, feliz, além das palavras que designam cores.
Por vezes, a função do adjetivo pode ser exercida por outra palavra ou
expressão; por exemplo, um substantivo pode, aposto ao substantivo
principal, caracterizá-lo: cama gaveta, peixe espada. A expressão
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composta de preposição + substantivo pode exercer a função de adjetivo,
como em caixa de música, sala de espelhos.
Também o advérbio precedido de preposição pode assumir o papel de
adjetivo, como em notícias de ontem, entrega para já.
Quanto à flexão, uma vez que o adjetivo refere-se a um substantivo,
assume o número e o gênero deste:
Céu azul campos abertos moças belas
O plural dos adjetivos compostos é formado com a flexão do último
elemento apenas, como em encontros luso-brasileiros, critérios
morfossintáticos, sessões etílico-lítero-musicais. Temos a exceção de
surdos-mudos. Da mesma forma quanto ao gênero, será flexionado o
último elemento: comissão nipo-brasileira, aventura romântico-burguesa.
Graus do adjetivo
Quando se estabelece uma comparação entre os seres e coisas
designadas com base na qualidade expressa pelos adjetivos, teremos
flexão de grau do adjetivo.
Os graus do adjetivo são o comparativo e o superlativo.
O comparativo só pode ser expresso de forma analítica, ou seja, por
locução: Carlos é mais inteligente do que Gilberto; Joaquim é tão calmo
quanto Clara; Este morro é menos íngreme que aquele.
O superlativo tem forma sintética: João é inteligentíssimo; o bolo está
saborosíssimo. A qualidade adquire um grau elevado. O superlativo,
notem, pode ser expresso analiticamente, com o uso de advérbio +
adjetivo: O bolo está muito saboroso; João é bastante inteligente.
A forma sintética do superlativo é arcaizante, é uma forma antiga; por
isso, alguns comparativos trazem inclusive o radical em forma latina:
sensibilíssimo, nobilíssimo, agradabilíssimo; infelicíssimo, tenacíssimo. O
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mesmo acontece com os superlativos em –érrimo, de cunho erudito:
acérrimo, nigérrimo ( de negro), paupérrimo (este de uso mais comum).
Associados primariamente a verbos, daí o nome da classe, os advérbios
podem, como vimos, intensificar a qualificação dada pelos adjetivos. Os
advérbios especificam circunstâncias da ação verbal.
Essas circunstâncias podem ser de modo, tempo, lugar, instrumento,
intensidade, etc, como Ele correu bem, ontem, na pista, com seus tênis
de corrida; correu muito bem. Vejam, nesta última expressão, que um
advérbio pode ligar-se a outro advérbio.
Notamos também, em nossos exemplos, que substantivos ou adjetivos,
precedidos de preposição, podem exercer a função de advérbio, como em
correu com tênis de corrida.
Vimos na aula passada que o advérbio pode ser um derivado sufixal, com
o sufixo –mente; cabe lembrar que, no emprego reiterado do advérbio, o
sufixo só precisa ser expresso no último elemento, como em: leu o papel
calma e demoradamente.
Da mesma forma que o adjetivo, o advérbio apresenta flexão de grau,
com o comparativo analítico, como em Felix agiu tão nobremente como os
outros, e o sintético, como em comeu pouquíssimo, agiu
nobilissimamente.
Cabe uma distinção importante, relacionada aos comparativos: temos os
adjetivos bom e mau, como em bom samaritano, ou mau olhado. O
comparativo destes adjetivos será melhor e pior, o mesmo aliás dos
advérbios bem e mal, como em Ele falou bem, embora mal vestido. Não
é incomum errar aqui, confundir adjetivo e advérbio.
Assim, o comparativo poderia ser ele falou melhor que o outro; o filme
era pior do que o de outro dia. Há advérbios, note-se, que não admitem a
flexão de grau, como hoje, aqui, lá, diariamente, frequentemente e
outros.
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Agora vamos estudar a importante classe dos Pronomes. Com ela,
iniciamos o estudo de classes de palavras instrumentais ou gramaticais.
Os pronomes associam-se ao nome, ou o substituem, no enunciado.
Notem que, em Aquele armário está cheio, o pronome ―aquele‖ está
associado ao armário, a determinar o nome; já na construção José não
veio à aula. Ele estava doente, o pronome pessoal substitui o substantivo
próprio José.
A gramática costuma distinguir os pronomes entre pessoais, os quais
incluem os chamados pronomes de tratamento, demonstrativos,
possessivos, interrogativos, relativos e indefinidos.
Pronomes pessoais
Vamos rever o quadro dos pronomes pessoais, que se referem às pessoas
do discurso, ou pessoas gramaticais.
pessoa Caso Reto Caso Oblíquo
sin
gula
r 1ª eu me, mim, comigo
2ª tu te, ti, contigo
3ª ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo
plu
ral 1ª nós nos, conosco; nós
2ª vós vos, convosco
3ª eles, elas os, as, lhes; eles, elas
Sabemos todos, sem dúvida, que os pronomes do chamado caso reto
exercem função de sujeito, os do caso oblíquo função de objeto direto ou
indireto.
A forma comigo e semelhantes podem exercer função adverbial; notem
que são formas em que se incorporou ao vocábulo uma preposição, que
foi posteriormente reiterada. No nível morfológico, acontece o mesmo que
já vimos para os vocábulos – a anteposição de preposição pode mudar a
função do sintagma assim originado (chamado sintagma preposicionado).
Daí a função adverbial exercida por eles. Vejam como a preposição foi
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incorporada duas vezes ao pronome! Isso se sucedeu a partir da forma
latina me cum, ―comigo‖, com a preposição posposta.
Me cum > Mecum (aglutinação) > Migo
A partir daí, com a total assimilação da preposição, e perda de suas
características fonológicas, como a sonorização da consoante surda /c/,
parece que os falantes sentiram a necessidade de preposicionar o
vocábulo, por não sentirem mais a presença da preposição. A preposição
foi novamente assimilada ao vocábulo.
Com migo > comigo
Meus caros, isso não cairá na prova, mas explica a função diversa
assumida por esse pronome. Em Ele foi comigo ao restaurante, temos aí
expressa a função adverbial do pronome.
Quando colocados em posição imediatamente posterior a certas formas
verbais (ênclise), alguns pronomes sofrem alteração.
Essa alteração é de ordem fonética, ou seja, deve-se ao encontro dos
sons.
Por exemplo, depois de consoante nasal (m/n), as formas de 3ª pessoa
o/a, os/as nasalizam-se também, assumindo a forma –na, -no, -nas, -
nos, como em consideram-no, raptem-na, olhem-na.
A forma lo é a forma mais antiga do pronome oblíquo de 3ª pessoa, que
deu origem à forma o. No encontro com certos sons, no entanto, a
consoante l persistiu no pronome, com a eliminação da consoante do
verbo:
→ fiz-lo>fi-lo
→ pôs-lo>pô-lo
Já que falamos em colocação, boa hora para revermos este ponto:
Colocação do pronome oblíquo átono
O pronome oblíquo átono (são tônicos todos os oblíquos de função
adverbial comigo e assemelhados, além de mim, nós, eles/elas) pode, em
relação ao verbo, ocupar três posições: anterior, medial e posterior. Esta
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colocação é chamada Próclise (anterior), Mesóclise (medial) ou Ênclise
(posterior); ex:
Nada se perde, tudo se transforma
Tudo isso perder-se-á, temo eu
Não vá a senhora perder-se por aí.
Em termos estritamente formais, consideremos que o pronome
normalmente será enclítico, ou posterior.
Em português, o único caso de mesóclise, da colocação do pronome no
meio da palavra, é nas formas verbais do futuro do indicativo: Dir-te-ei, e
nunca *direi-te.
Sabemos já a razão, é morfológica, conforme vimos na última aula.
Porque essa forma é composta do verbo principal e do auxiliar haver.
Assim, direi < dir hei. O pronome na verdade é enclítico em relação ao
verbo principal.
Os casos de próclise serão os seguintes:
Com palavras (geralmente advérbios) de negação: Nunca me
disseste isso; Nem te conto!
Depois de pronome relativo e conjunção: Deixe que te digam tudo;
Esta é a cidade que os atrai/ Estarei a postos se me telefonarem;
Acreditou em tudo, porque lhe convinha.
Com advérbios, pronomes pessoais, demonstrativos, ou indefinidos
antecedendo o pronome: Aquilo o irritou; Nós te enviamos o
pacote; Aqui nos encontramos.
Não usar o pronome logo depois de pausa – marcada por
pontuação: Eles saíram da sala. Fizeram-me um favor.
A colocação do pronome átono oferece alguma dificuldade porque o
padrão culto distancia-se bastante da fala comum, por vezes.
A questão do pronome se
Vimos que uma forma de pronome pessoal do caso oblíquo de 3ª pessoa
é se. Esta palavra assume muitas funções em nossa língua. Não há razão,
no entanto, para confusão.
Se assume as funções de pronome reflexivo, de índice de indeterminação
do sujeito, e na formação da chamada voz passiva sintética; todas essas
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funções não são arbitrárias, há uma relação, isso é que é interessante
entender, entre todas elas. Para isso, transcrevo aqui a lição magistral do
eminente Evanildo Bechara; será um parêntese mais ou menos longo em
nossa aula, mas acredito que valha a pena.
Para compreender a relação entre os empregos de se, teremos de seguir
o percurso dos empregos da palavra; assim, segundo o douto gramático,
Se pode ser:
1) sujeito de infinitivo (com auxiliares causativos, mormente deixar):
Deixou-se ficar à janela.
2) objeto direto (com verbo transitivo direto na voz reflexiva):
Ele se feriu.
Eles se cumprimentam.
3)objeto indireto (com verbo transitivo indireto na voz reflexiva, ou com
verbo acompanhado de dois complementos):
Elas se correspondem freqüentemente.
Ele se arroga esta liberdade.
A construção reflexiva teve um destino importante em nossa língua; a evolução do
reflexivo passivo indeterminador foi traçada pelo filólogo patrício Martinez de
Aguiar:
"1.0 (CASO) Pronome reflexivo. - A função inicial e própria do pronome “se” é, como
em latim, a de reflexivo, isto é: faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo
praticou. Ex.: O homem cortou-se. Indica pois, ao mesmo tempo, atividade e
passividade. O homem cortou, mas foi cortado, pois a si próprio é que cortou. Se
penetrarmos bem na inteligência das diversas frases reflexivas, veremos que a
passividade chama mais a nossa atenção, impressiona mais a nossa sensibilidade
do que a atividade.
Quando temos notícia de que alguém se suicidou, o primeiro quadro que se nos
apresenta ao espírito é o do indivíduo pálido, inerte, sem vida.
Daí poder o pronome se vir a funcionar como:
2.0 (CASO) Pronome apassivador. - É o segundo estádio de evolução.
Sendo reflexivo, o pronome indica, como vimos, atividade e passividade, e esta nos
impressiona mais do que aquela, pelo que pode chegar a ser índice de passividade.
Ex.: Vendem-se casas. Fritam-se ovos.
3.0 (CASO) Pronome indeterminador do agente. - Como no segundo caso o agente
nunca foi expresso na linguagem comum, tendo-se tornado obsoleto o seu emprego
até na linguagem literária, o pronome “se” acabou por assumir a função de
indeterminador do agente. Ex.: Estuda-se. Dança-se. (...) ( (1) Notas o Estudos de
Português, 181-183. Na transcrição, adaptei a grafia do autor ao sistema oficial
vigente).
Pode ainda o pronome “se” juntar-se a verbos que indicam:
1)sentimento: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-
se, orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se.
2) movimento ou atitudes da pessoa em relação ao seu próprio corpo:
ir-se, partir-se, sentar-se, sorrir-se.
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No primeiro caso, não se percebendo mais o sentido reflexivo da construção,
considera-se o se como parte integrante do verbo, sem classificação especial.
No segundo, costumam os autores chamar ao se pronome de realce ou expletivo.3
Então, para resumir, interessante entender que a função reflexiva do pronome
se é primária, e daí derivam as outras; importa notar também que o sentido é
que determina a relação sintática. Vemos também admitido o chamado
―pronome integrante do verbo‖, na verdade uma derivação da forma reflexiva,
apenas o sentido reflexivo foi apagando-se da consciência dos falantes, mas
morfologicamente o se continua a ser pronome, não é parte da raiz nem das
desinências verbais.
Pronomes pessoais e pessoas do discurso
Os pronomes pessoais são índices na linguagem da situação de
comunicação: toda situação de comunicação verbal implica em um
emissor – a 1ª pessoa, e um destinatário – a 2ª pessoa; o objeto da
comunicação, ausente, exterior a emissor e receptor, será a 3ª pessoa.
Na norma culta estrita, temos bem marcadas as formas de 2º pessoa, o
que vem se perdendo, inclusive na norma culta falada: a concordância do
pronome você/vocês é feita com formas da 3ª pessoa, neutralizando a
distinção 2ª/3ª pessoa. As formas verbais de 2ª, como vestis, comes,
mantêm-se apenas em um uso marcadamente formal
Pronomes de tratamento
Em português, são usadas basicamente duas formas de tratamento:
você/vocês; senhor/es/senhora/as, este usado em contexto de menor
intimidade.
Existem várias outras formas, usadas em certas ocasiões de maior
formalidade, como na redação oficial:
Forma Para se dirigir a Abreviatura
Doutor Médicos e detentores do
grau universitário de doutor
Dr.
Vossa Excelência Altas autoridades do
governo
V. Ex.ª
Vossa Senhoria Pessoas de cerimônia V.S.ª
Vossa Reverendíssima Sacerdotes V. Revma
3 Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p. 255 ss.
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Vossa Magnificência Reitores de universidades V. Mag.ª
Vossa Eminência Cardeais V.Em.ª
Vossa Majestade Reis V.M.
Vossa Santidade Papas V.S.
O importante é perceber que as formas de tratamento, embora designem
a 2ª pessoa, levam o verbo para a 3ª pessoa:
O senhor está bem?
Vossa excelência fez um magnífico discurso.
Observe que isso se aplica a qualquer dos pronomes de tratamento, não
apenas aos mais formais:
- E você, vai ao baile?
- Vossa Excelência irá ao baile?
O registro adequado para escrever a altas autoridades é o formal, com
observância estrita dos pronomes de tratamento; a concordância será a
exposta acima. É importante notar que cada um dos pronomes tem uma
forma de 3ª pessoa, precedida por Sua em vez de Vossa. Observe:
- Vossa Eminência provará dos melhores pratos de nosso
humilde cardápio.
- Estou com fome, resmungou o cardeal.
----------
- Sua Eminência esteve aqui e saiu satisfeito.
Os pronomes de tratamento demonstram muito bem a importância do
contexto – indicam um papel social da pessoa a quem nos dirigimos.
Pronomes demonstrativos
Classe muito importante da língua, os demonstrativos têm um papel
relevante na organização do discurso, estão intimamente ligadas à coesão
textual, que estudaremos.
São demonstrativos:
1ª Este, Esta, Estes, Estas. Isto Aqui
2ª Esse, Essa, Esses, Essas. Isso Aí
3ª Aquele, Aquela, Aqueles, Aquelas. Aquilo Ali, Lá
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É importante atentar para a distinção de pessoa do demonstrativo; não é
bem um marcador de distância ou proximidade, como se costuma às
vezes descrever; relaciona o objeto de referência à pessoa do discurso.
Em este livro revelou-me fatos insuspeitos, o objeto livro está relacionado
ao emissor, à pessoa que fala; em esses casos devem ser estudados, o
objeto fica relacionado à segunda pessoa. Em Aquele é o filme de que
falava, o objeto fica deslocado para fora da esfera do emissor e do
destinatário, para a 3ª pessoa.
Os demonstrativos são fundamentais para estabelecer referências entre
termos e expressões do discurso. Também neste caso notaremos a
distinção entre as formas; por exemplo, para a remissão termos, teremos
que este recuperará o termo mais próximo, aquele o mais distante, por
exemplo: foram o Brasil e os Estados Unidos inicialmente colônias, este
da Inglaterra, aquele de Portugal. Neste caso, geralmente a oposição
entre as formas este/esse será neutralizada; assim, no caso de haver três
termos, recorre-se a outros expedientes para recuperar a referência,
como em Brasil, Argentina e Estados Unidos foram colônias, este da
Inglaterra, aquela da Espanha e (nós/aquele outro/o terceiro/nosso
país) de Portugal. Tal uso é preferível à distinção este/esse/aquele nestes
casos, que em todo caso não é incorreta.
Temos ainda o caso dos indicativos catafóricos e anafóricos, ou seja, que
apontam para frente ou para trás. Assim, este indica termo ou expressão
a ocorrer no texto, como, p. ex: em todo caso, esta é a verdade: nada há
de novo sob o sol. Ou, no caso da referência anafórica, a termo ou
expressão que ocorreu antes, no texto: Houve confusão anteontem na
firma? Isso ninguém me contou.
Demonstrativos que marcam o espaço são aqui, ali, lá, estes sim
marcadamente espaciais, relacionados também às pessoas do discurso.
Funcionam também como advérbios, como em Aconteceu ali o caso, de
forma que há quem os chame de advérbios pronominais.
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos acrescentam à noção gramatical uma ideia de
posse. São, de regra, pronomes que desempenham função de adjetivo,
equivalentes a um adjunto adnominal antecedido da preposição de (de
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mim, de ti, de nós, de vós, deles, de si), mas podem ser empregados
como pronomes substantivos:
Meu livro é este.
Este livro é o teu.
Você, sempre com as suas histórias!
Pronomes relativos
Os pronomes relativos estabelecem correlação entre um substantivo, ao
qual se refere, e o antecedente, e a oração que iniciam. Ex: Este é o
terno que vesti. Os relativos invariáveis são:
que quem onde
Os variáveis são: a qual/o qual/as quais/os quais
cujo/cuja/cujos/cujas
quanto/quanta/quantos/quantas
Que refere-se a coisas ou pessoas, quem apenas a pessoas; onde é usado
apenas para lugar, atenção ao uso indevido equivalente ao advérbio
quando: ―foi *onde eu falei pra ela...‖ e outros do mesmo naipe.
Onde indica lugar, como em onde
estará a solução? A forma aonde,
por sua vez, aglutina uma
preposição a, equivalente a para,
como na Toada, de Zeca Baleiro:
Aonde fores eu vou
Aonde flores eu fujo
Te dou meu poema sujo
que eu não sei fazer toada (...)
Quadro dos possessivos
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(=para onde fores eu vou...)
Cujo é um pronome a um tempo relativo e possessivo, estabelece uma
relação complexa. Por exemplo, Estas palavras cujo sentido me escapa é
um enunciado que poderíamos desdobrar em 1. O sentido destas palavras
me escapa e 2. Estas palavras; ora, vemos que a relação poderia ser
estabelecida por Estas palavras, das quais o sentido me escapa; de fato,
cujo é um relativo equivalente a da qual, de quem, de que. A sua função
sintática pode tornar-se mais complexa, pois pode ser antecedido de
preposição, o que possibilita construções como A casa de cujo telhado
saíram os pássaros. Enfim, há uma espécie de inversão do antecedente
com o uso de cujo, e fica mais difícil correlacionar os enunciados O
telhado da casa e os pássaros saíram do telhado, sem usar este
importante relativo.
Pronomes interrogativos
São chamados de interrogativos os pronomes que, quem, qual e quanto
empregados para formular uma pergunta, como no caso de: Que horas
são? A frase interrogativa não é necessária, podemos ter uma
interrogação indireta, como Queria saber que horas são.
Observem que os interrogativos que e quem são invariáveis, qual flexiona
em número (qual/quais), e quanto em gênero e número
(quanto/quanta/quantos/quantas).
Pronomes indefinidos
Os indefinidos concordam com a 3ª pessoa, e seu referente é
necessariamente vago e indeterminado. Há indefinidos variáveis e
invariáveis.
Variáveis invariáveis
Masc Fem
S P S P
algum Alguns Alguma algumas algo
Nenhum Nenhuns Nenhuma Nenhumas Ninguém
Todo Toda Todos Todas Tudo
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Outro Outros Outros Outras Outrem
Muito Muitos Muita Muitas Nada
Pouco Poucos Pouca Poucas Cada
vário Vários vária Várias Alguém
tanto tantos Tanta Tantas
Quanto Quantos Quanta Quantas
Qualquer Quaisquer 4
Os pronomes alguém, ninguém, outrem, algo e nada só desempenham
função de substantivo, e tudo frequentemente, embora assuma também
função de adjetivo, como em para que isso tudo?
Por outro lado, algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, vário, tanto e
quanto serão principalmente pronomes adjetivos, embora possam ocorrer
em função de substantivo, como em algum dos irmãos terá tido a idéia.
As preposições são vocábulos fortemente instrumentais, a que no entanto
podemos associar um sentido ―primitivo‖ relacionado a posição no espaço
e a movimento.
São geralmente consideradas preposições: a, ante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Destacamos já que as preposições conectam vocábulos dentro de um
mesmo sintagma (expressão ou unidade de organização), como no caso
de casa de vidro, disse tudo a você, conto com eles.
Já mencionamos que a preposição possibilita a assunção de outras
funções pelo termo preposicionado, em sintagma nominal, como no caso
do substantivo vidro, no exemplo acima, que assume valor adjetivo.
Têm as preposições papel sintático relevante relacionado aos verbos que
exigem complemento preposicionado, com determinação da preposição de
4 Flexão apenas de número, invariável quanto ao gênero.
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acordo com o verbo. É o que se chama de regência verbal, ou mais
propriamente de regência de preposições:
ir a Paris, assistir a um filme
concordar com José, compactuar com isso
gostar de doce, duvidar de alguém
acreditar em lendas, morar em Poços de Caldas
Em sintaxe lidaremos muito com as preposições.
Outra classe de palavras de grande relevância para a sintaxe, as
conjunções criam relações entre sintagmas, e entre orações. De acordo
com a relação criada, serão chamadas de conjunções coordenativas e
subordinativas.
A relação de coordenação é uma relação de igualdade entre os termos,
como no caso de Mário e Maria estiveram aqui, em que os dois nomes
Mário e Maria são igualmente núcleos do sujeito. Notar que não houver
translação, ou mudança de função de um dos vocábulos. Isso diferencia
preposições e conjunções coordenativas.
As conjunções subordinativas estabelecem relação em que há um
elemento determinante e outro determinado, uma relação de
dependência. Ex: Voltarei logo pois estou com pressa.
Conjunções coordenativas
A gramática enumera os seguintes tipos de conjunções coordenativas: as
aditivas, que correlacionam duas orações, como em Estive aqui e
lembrei-me de você. As adversativas, que estabelecem oposição,
contraste entre suas orações: Vejo a televisão mas não me interesso.
Quero ir a Londres, no entanto faltam-me os meios.
As alternativas, por sua vez, exprimem ideias alternativas, excludentes,
como em Ou vai por bem, ou vai por mal. Já as conclusivas exprimem
uma conclusão em relação à antecedente, como em Somos todos mortais,
portanto você também o é. Por fim, as explicativas, como o nome já diz,
introduzem explicação relativa à oração antecedente, como em Quero
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dormir, pois tenho dormido pouco ultimamente; o jantar sai cedo, já que
todos têm fome.
Conjunções subordinativas
As relações de subordinação e suas conjunções são divididas nas
seguintes categorias:
Causais: a oração que expressa uma causa, introduzida por conjunções
como porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que
etc. Ex: A noite está quieta, já que todos estão dormindo.
Comparativas: a oração estabelece uma comparação, introduzida pelas
conjunções (mais do) que, tal...qual, como, assim como, bem como; é o
caso de Caía a tarde feito um viaduto; Eu, assim como você, detesto
essa música.
Concessivas: introduz uma ressalva, uma concessão, por meio de
conjunções como embora, ainda que, mesmo que, conquanto, desde que;
vejamos em Será bonito, mesmo que demore. Note que a ressalva
implica numa suposição, num futuro hipotético, donde algumas delas
exigem o uso do subjuntivo: Embora não ache certo, farei; Ainda que
demore dez anos, chegarei lá.
Condicionais: expressam condição em relação à oração principal, com as
conjunções se, caso, desde que, contanto que etc. Ex: Se eu for, espero
encontra-lo. Note o necessário emprego do subjuntivo com caso: Caso eu
vá, espero encontra-lo.
Conformativas: expressam uma relação de conformidade, mediante o
uso de conjunções como conforme, segundo, como, consoante etc.
Vejamos exemplos: Esta construção não se usa, de acordo com as
regras vigentes.
Consecutivas: introduzem uma ideia de consequência, com o uso de
conjunções como que, precedido por tanto, tal, tão na oração
antecedente; Correu tanto que sumiu.
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Finais: apresentam uma ideia de finalidade, mediante as conjunções
para, para que, a fim de, de forma que; assim, p. ex., em Apareceu para filar o almoço.
Proporcionais: correlaciona uma oração a outra de forma proporcional, por meio de conjunções como enquanto, à proporção que, à medida que;
é o caso de a produtividade será recompensada à medida que os resultados forem aparecendo.
Temporais: indica tempo da ação em relação à principal, com o uso de
quando, enquanto, antes que, depois que, etc. Ex: Assim que pôde, voltou para o Recife.
Integrante: será a conjunção a introduzir oração subordinada
substantiva: que ou se.
As conjunções e as relações de subordinação e coordenação serão novamente estudadas quando virmos a sintaxe, o que será ainda nesta
aula.
Artigos e numerais
Os artigos serão definidos e indefinidos. Estes qualificam os seres e coisas ainda não conhecidos ou bem determinados; aqueles aplicam-se aos
nomes já conhecidos. Ex: O típico americano é um caipira megalômano.
definidos indefinidos
Sing. Plural Singular Plural
M O os um Uns
F a As Uma umas
Note como a forma do indefinido já antecipa os numerais, palavra
também fortemente instrumental para designar quantidades, tanto na
ordem direta quanto na ordem cardinal. O numeral pode exercer
tranquilamente a função de adjetivo, e mesmo de substantivo; ambas são
impossíveis para o artigo. A concordância e determinação de gênero e
número são muito importantes no artigo.
Aliás, notem que, quanto à concordância, observemos a forma os
meninos pescam, no plural. Se escrevermos uns menino pesca, teremos
um erro gritante de concordância, mas saberemos que o número é plural.
Agora, se dissermos *um meninos pesca, por exemplo, aí temos um
enunciado totalmente ininteligível; nenhum falante da nossa língua irá
considera-lo. Sinal de que a marca de gênero está primordialmente no
artigo.
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A interjeição é um fenômeno sintático, ou por outra é o ―ele perdido‖
entre a morfologia e a sintaxe; é uma palavra que muitas vezes não tem
distinguíveis elementos morfológicos em sua formação, e adquire um
papel sintático de frase. É o caso de Cuidado! - Upa! – Ai! – Meu Deus!.
Geralmente também está associada a uma entonação, na fala; na escrita,
por esse motivo é comum o uso de ponto de exclamação.
Bem, meus amigos, com isso encerramos nosso estudo das classes de
palavras. Vamos resolver alguns exercícios?
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Questões Comentadas
6) ESAF - SUSEP – 2010
5
Nos países em geral, economistas, políticos e o
noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia,
números abstratos que indicam a situação geral da
economia, mas não revelam o que se passa em seu
interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande
escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução
que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das
pessoas 10 anos depois.
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de
fevereiro de2010, com adaptações)
No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação do texto ao
a) inserir os antes de ―economistas‖(ℓ.1) e de ―políticos‖(ℓ.1).
b) retirar ―é‖(ℓ.2).
c) retirar o pronome ―o‖, do termo ―o que‖(ℓ.4).
d) substituir ―fizera‖(ℓ.7) por havia feito.
e) inserir apenas depois de ―pessoas‖(ℓ.8).
__________
Comentários
Uma questão em que são sugeridas formas de reescritura do texto, e
precisamos encontrar aquela que provoca erro gramatical ou incoerência.
Importante aqui trabalhar com as funções das classes de palavras. A
introdução do artigo definido antes de ―economistas‖ e ―políticos‖ não
leva a erro. O ―é‖, em economistas, políticos e o noticiário gostam é de
índices sobre... é meramente enfático, e pode ser retirado sem prejuízo.
Por outro lado, suprimir o pronome o em mas não revelam o que se passa
em seu interior causa um problema, pois o pronome é a referência para a
oração seguinte (o/aquilo/a coisa que se passa em seu interior), e sua
exclusão torna o texto incoerente. Pelo visto, essa é nossa alternativa.
A locução ―havia feito‖ é a forma analítica do mais que perfeito ―fizera‖,
são intercambiáveis; inserir mais um advérbio, apenas, em ―revolução
que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das pessoas apenas 10
anos depois‖ tem o efeito de intensificar a idéia de que certas realidades
não são percebidas facilmente pelos observadores.
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Gabarito:C
7) (ESAF – SUSEP -2010) - Assinale a opção que completa corretamente
a sequência de lacunas no texto abaixo.
O que aconteceria no mundo ___(1)___, num determinado período, nada,
nem pessoas, nem patrimônios, nem atividades econômicas tivessem a
cobertura de uma apólice de seguro? Se isso ___(2)____, os aviões não
levantariam vôo, os navios não deixariam os portos e o transporte de
pessoas não funcionaria ___(3)___falta de proteção da sua vida. Milhares
de atendimentos médico-hospitalares deixariam de ser feitos sem seguro
saúde. Milhares de veículos provavelmente não circulariam ____(4)____
seus proprietários não correriam o risco de acidentes sem o seguro de
automóveis. Consequentemente, milhares de oficinas e seus empregados
não teriam trabalho e poucos carros novos seriam vendidos. As grandes
indústrias parariam de produzir porque os empresários, certamente, não
iriam admitir que seus investimentos e empregados ficassem expostos
____(5)____ riscos de trabalhar sem a proteção do seguro.
(Discurso de João Elisio Ferraz de Campos no Senado. ViverSeguro,
http:// www.fenaseg.org.br acesso: 11/02/2010)
1 2 3 4 5
a) Se Acontecer Por Pois Em
b) caso Acontecer devido à por que A
c) Onde Acontecesse em relação a Pois A
d) Se Acontecesse Pela porque Aos
e) Caso Aconteceria devido à porque Em
__________
Comentários:
Questão interessante, em que temos de confrontar o contexto das
lacunas, no texto de base, com as possibilidades oferecidas pelas
alternativas.
Na primeira lacuna, poderíamos usar ―se‖, e ―caso‖; podemos excluir o
relativo ―onde‖, que indica lugar. Este seria admissível apenas se a
construção fosse ―em um mundo onde...‖. Assim, excluímos até o
momento a alternativa c. A seguir, teremos a forma verbal ―acontecesse‖
e ―acontecer‖, as únicas que estabelecem correlação correta com as
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formas verbais seguintes do período, levantariam, deixariam e
funcionaria. Estão todas no futuro do pretérito do indicativo, e o tempo
verbal tem de ser anterior, pois a condição expressa pela frase iniciada
por Se antecede os eventos descritos pelos verbos no futuro do pretérito.
Assim, aconteceria, também forma do futuro do pretérito, não pode ser
admitido, por denotar evento simultâneo aos demais. Eliminamos assim a
alternativa e.
Na lacuna 3, a relação entre as idéias é de explicação, temos que o
transporte de pessoas não funcionaria por, devido à, ou pela (por +a)
falta de proteção da sua vida; incabível ―em relação a‖, que introduz uma
idéia restritiva. Restam-nos ainda as alternativas a, b e d.
Examinando a lacuna 4, vejam que podemos eliminar a alternativa b, pois
o ―porque‖ explicativo é grafado assim, junto, com valor aliás equivalente
a ―pois‖. Restam então a e d. Vamos à última lacuna. Vamos preenche-la
lembrando da regência de expor, que pede a preposição a, como em
―ficar exposto ao sol‖, ―expôs-se a críticas de todo lado‖. Com o artigo
definido plural, temos aos na alternativa d, podemos descartar a a, que
traz a preposição em, inaplicável no caso.
Notem que não houve atalhos nesta questão, foi necessário examinar
todas as alternativas propostas. Questão trabalhosa, mas não muito
complexa.
Gabarito: D
8) ESAF – SUSEP -2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto.
O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde
o(1) início da década como a grande solução energética para o mundo,
para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a
emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os fabricantes de
veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma padronização
internacional para transformar-lhe(3) em uma commodity facilmente
comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras
protecionistas em muitos países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de
importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o
etanol brasileiro paga 19 centavos de euro por litro.
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É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na
União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético
prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo total
em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar — Única
indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros de etanol
por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel).
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
__________
Comentários
Nesta questão, precisamos ver se há erro nos vocábulos e expressões
destacadas. Uma leitura atenta revela o erro no uso pronome oblíquo na
construção 3; para uso do pronome de 3ª pessoa como objeto direto do
verbo ―transformar‖, equivalente a transformar o etanol, seria
transformá-lo, em que a forma o é substituída pela forma arcaica lo por
razões fônicas, e o infinitivo perde pedaço de sua desinência.
A forma lhe pode ser usada apenas como objeto indireto, como em
contavam-lhe estórias sem fim >> contavam estórias sem fim para ele.
Gabarito: C
9) ESAF – CVM -2010
A partir do artigo ―Olhando o futuro‖, de José Márcio Camargo, publicado
em IstoÉ 2077, de 2/9/2009 foram construídos pares de fragmentos que
compõem as opções abaixo. Assinale a opção em que a transformação
dos períodos sintáticos em apenas um período, no segundo termo de cada
par, resulta em incoerência ou erro gramatical.
a) A economia mundial começa a dar sinais de recuperação. São sinais
ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao
fundo do poço. Mas muitos dos problemas que originaram a crise
continuam preocupando.
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A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora são
sinais ainda tênues, que podem estar sugerindo que a economia chegou
ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise
continuam preocupando.
b) O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas.
Houve redução do comércio internacional, aumento da taxa de
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo.
O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas,
como redução do comércio internacional, aumento da taxa de
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo.
c) A pergunta é quanto da retomada da economia depende dos estímulos
fiscais e quanto é sustentável sem eles. Por quanto tempo os bancos
centrais e os governos ainda poderão manter estes estímulos sem gerar
pressões inflacionárias?
Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos
fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os
bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar
pressões inflacionárias.
d) Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários
para os próximos meses são variados, com enorme incerteza. Não
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais
otimistas, com crescimento forte.
Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para
os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais
otimistas, com crescimento forte.
e) O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente
baixo, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do
desemprego e à queda da renda real. Isso deverá reduzir a taxa de
crescimento do consumo nos próximos anos.
O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente
pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do
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desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de
crescimento do consumo nos próximos anos.
______________
Comentários:
Meus amigos, à primeira vista uma questão trabalhosa, quanto texto a
ser lido! Comparar cada um dos parágrafos, em que o examinador
―emenda‖ em um período composto as frases e períodos do texto de
base, para procurar erro ou incoerência, que leitura demorada, não?
Não, meus caros, a solução se nos é oferecida (esperei até aqui para
poder usar essa construção!) logo no início, vejam logo ali na alternativa
a, temos o trecho embora são sinais ainda tênues. Pacientes alunos,
ganhamos um presente, devemos ter a generosidade de aceitá-lo, com
um sorriso no rosto, e, se não ganhamos o dia, ganhamos certamente a
questão! Ora, com a conjunção concessiva embora, que exprime uma
ressalva, a correlação verbal correta seria com a forma verbal do
subjuntivo, embora sejam sinais ainda tênues. Encontramos um erro
gramatical logo no início!
A concessão, a ressalva expressa tem algo de hipotético, daí o uso da
forma do subjuntivo; vejam:
Quero a liberdade, ainda que chegue assim tão tarde.
Fui ao cinema, embora estivesse com sono.
Notamos com um exame rápido que as demais alternativas estão
corretas.
Gabarito: A
10) ESAF – CGU – 2006 –
Leia o texto abaixo para resolver a questão
5
10
O ser humano não pode ser definido em relação a ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em
relação com as coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não
é somente observável como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no
ser a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às
vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder
cuidar dos demais.
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15
Através dessa construção coletiva, os homens fazem
e criam sua historia e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato.
Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais
o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade.
(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo
do consumo desmedido, www.crescer.org)
Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação
de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo concreto.
a) ―ser‖(l.1)
b) ―pensar‖(l.4) c) ―ser‖(l.7)
d) ―cuidar‖(l.10)
e) ―cuidar‖ (l.15) ______________
Comentários:
Se o enunciado provoca dúvidas, vamos entender que esta é uma questão relativamente simples. Aqui, ambivalência não é ambigüidade, ou seja, o
duplo sentido; aqui, o examinador nos pede para identificar a palavra que pode ser considerada, no contexto, tanto como verbo em forma nominal
quanto nome simplesmente. Vejamos cada uma das palavras destacadas.
A primeira, em o ser humano, tem o valor nítido de substantivo, pode ser substituído por nomes como o ente, a pessoa. A anteposição de artigo
também confirma o caráter nominal da palavra. A seguir, temos pensar, em ―antes de pensar e de falar‖, aqui temos a forma verbal do infinitivo,
não há ambivalência, veja que em paralelo temos outro infinitivo, falar.
Teremos uma palavra que pode ser tomada como forma nominal do verbo
e ao mesmo tempo como substantivo em ―o ser humano se manifesta no ser a cada instante‖, em que a palavra assinalada pode ser entendida
como verbo se lermos – manifesta-se na ação de ser, manifesta-se sendo, durante o processo de ser. Por outro lado, a presença do artigo
sugere a possibilidade de substantivo, se entendermos que o ser humano se manifesta enquanto um ser, uma criatura – meu Deus, meus amigos,
que frase filosófica!! Quem diria que chegamos até aqui para estudar metafísica? Mas notem, pudemos até substituir a palavra ser por um
outro substantivo, sinal claro de que tem também esse caráter, é ambivalente portanto no contexto essa ocorrência da palavra ser no
texto.
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Vejam que cuidar, na linha 11, é forma nominal do verbo, nitidamente,
parte de locução verbal com duas formas de infinitivo (poder cuidar); mas abaixo, será substantivo, como objeto do verbo envolve, e este caráter
está marcado pelo artigo (o cuidar).
Gabarito: C
11). VUNESP – CRF - 2009
Considere as frases:
I. A atendente da loja pediu para mim esperar alguns minutos.
II. Os problemas da sociedade têm de ser resolvidos por mim e por
você.
III. Entre mim e ele há fortes laços de amizade.
Os pronomes em destaque estão corretamente empregados em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
_________
Comentários:
Questão relativa à função sintática dos pronomes do caso oblíquo e do
caso reto. Notem que nunca o pronome do caso oblíquo terá função de
sujeito; o papel de sujeito será sempre exercido por pronome do caso
reto. A função de complemento, ou de adjunto, pode ser exercida por
pronome oblíquo, ou por pronome do caso reto, desde que
preposicionado.
Notem que, em I, temos pronome do caso oblíquo com função de sujeito
de ―esperar‖ (para eu esperar alguns minutos = para que eu esperasse
alguns minutos). Não está correto. Em II, temos os pronomes
preposicionados, na função de agente da passiva, com o pronome de 2ª
você preposicionado. Note que a forma você não possui correspondente
oblíquo, como tu – te – a ti; simplesmente é preposicionado – Você me
deu um presente – Dei um presente a você. Em III, temos oração
impessoal, sem sujeito portanto, e a expressão entre mim e ele tem
caráter adverbial.
Gabarito: D
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12) VUNESP - Analista Judiciário - 2009
A forma de tratamento empregada está correta em:
a) Senhor Presidente da República: se Sua Excelência assim o desejar,
convocaremos outra reunião.
b) Atendendo a despacho de S. Ex.a, o Meritíssimo Juiz da 2a Vara Cível
desta Comarca, anexamos a certidão ao processo.
c) Propusemos a V. S.a, o Governador, adiamento da audiência com
membros do Sindicato.
d) De ordem de V. Em.a, o novo Senhor Ministro, convidamos todos os
funcionários para a solenidade de posse da diretoria do Conselho Nacional
de Obras.
e) Senhor Chefe de Seção: encaminhamos à consideração de Vossa
Excelência pedido para entrar em gozo de férias.
_________
Comentários:
Sabemos já que o emprego correto do possessivo nos pronomes de
tratamento é Vossa, quando nos dirigimos à pessoa (2ª pessoa), e Sua
quando falamos da pessoa (3ª pessoa); notem que, em e, temos
emprego do pronome incorreto, pois ao chefe de seção bastaria Vossa
Senhoria.
Gabarito: B
13) VUNESP – Pref. Sorocaba - 2012.
BRASÍLIA - A caminho da Folha, parei ontem em frente à rodoviária de
Brasília. Enquanto o semáforo não abria, vi no carro da frente uma
mulher arremessar pela janela a embalagem amassada de uma bala ou
barra de chocolate. No rádio, o locutor martelava com ufanismo que o
Brasil termina este ano como a 6.ª maior economia do mundo.
É chato ser estraga-prazeres quando há uma notícia boa, mas
jornalistas somos assim mesmo. O menor problema do Brasil é se sua
economia passará a do Reino Unido, como a mídia britânica noticiou. Um
defeito grave por aqui continua sendo a falta de valores civilizatórios - e
nenhum sinal de melhora desse cenário no médio prazo.
Basta refletir a respeito da situação descrita: apesar do "PIBão", há
hoje menos pessoas jogando papel na rua do que havia nos anos 90?
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Segundo o vaticínio do ministro da Fazenda, só daqui a 10 ou 20
anos o brasileiro terá o mesmo padrão de vida do europeu. E quanto
tempo passará até as pessoas se tornarem mais educadas e civilizadas
em público?
Na sua tradicional edição especial dupla de final de ano, a revista
britânica "The Economist" traz uma reportagem longa sobre o Brasil.
Título: "The servant problem". Em tradução livre, "o problema das
empregadas". Trata da dificuldade atual da elite brasileira para encontrar
uma funcionária que tire os pratos da mesa, lave a louça e as roupas.
"Na virada do século 21, o Brasil tem grandes similaridades com o
Reino Unido de 1880", escreve a revista. Aqui, como lá há 130 anos, a
elite reage e fica mal-humorada.
O Brasil, aponta a "Economist", tem mansões sem água quente na
pia da cozinha, mas alguns paulistanos usam helicópteros e não possuem
máquina de lavar louça.
Pelo slogan da presidência, "país rico é país sem pobreza". Rico o
Brasil até já é. Faltam valores e bom costumes. E não apenas para quem
é pobre.
(Folha de S.Paulo, 28.12.2011. Adaptado)
Analise as afirmações.
I. Na oração - ... parei ontem em frente à rodoviária de Brasília. - (1.º
parágrafo), o advérbio em destaque é indicativo de tempo passado.
II. Na oração - ... o Brasil termina este ano como a 6.ª maior economia
do mundo. - (1.º parágrafo), a expressão em destaque está empregada
com valor adverbial, indicativa de lugar.
III. Na oração - Um defeito grave por aqui continua sendo a falta de
valores civilizatórios... - (2.º parágrafo), o advérbio em destaque refere-
se à cidade de Brasília.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
_________
Comentários:
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Meus caros, uma questão simples, sobre classes de palavras que
assumem função de advérbio, e advérbios que assumem outras funções;
é claro que em I ontem é advérbio de tempo, e de tempo passado. Em II,
não temos advérbio, pois do mundo é parte da expressão comparativa
(adjetiva) maior do mundo, adjuntos do núcleo nominal economia. Em
III, o advérbio refere-se ao Brasil em geral, como se depreende do texto,
que trata das condições econômicas, sociais e culturais do Brasil.
Gabarito: A
VUNESP – TJ/SP - 2010.
Texto para as questões 14 e 15:
Sobre os perigos da leitura
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui
designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos
ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra
é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de
culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma
pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra.
Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que
haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma
ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a
todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim,
quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer
confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: ―Fale-nos
sobre aquilo que você gostaria de falar!‖. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada.
Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que
eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio
imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles
haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da
infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes
tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém
pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia
passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser
importantes.
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(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
----------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
14) Assinale a alternativa que apresenta a mesma estrutura verbal de voz
reflexiva empregada na frase - Os candidatos amontoavam-se no corredor.
a) Concebeu-se, assim, uma nova forma de viver.
b) Foi assim que o prédio se construiu.
c) Os candidatos não sabiam se estavam preparados.
d) Diante do frio, procuraram todos agasalhar-se.
e) Os campos aravam-se com instrumentos primitivos.
_________
Comentários:
Questão interessante, sobre a voz reflexiva e o uso do pronome se.
Sabemos que a voz reflexiva emprega-se quando o sujeito e o objeto são
a mesma pessoa. Aqui, temos de distinguir voz reflexiva de voz passiva
sintética e de orações com sujeito indeterminado, em que se marca a
indeterminação do sujeito.
Em a, temos sujeito indeterminado (alguém concebeu...). Em b, temos
voz passiva sintética; não se imagine que o prédio construiu a si mesmo –
só assim poderíamos admitir a voz reflexiva. Em c, aí o uso de se é
diverso, temos conjunção, que introduz no caso oração objetiva. Em d,
temos a legítima voz reflexiva, aqui sujeito e objeto são mesma pessoa –
é a nossa alternativa. Em e, inconcebível a voz reflexiva, pois os campos
não se aram a si mesmos, temos aí a passiva sintética.
Gabarito: D
15) Assinale a alternativa que preenche adequadamente e de acordo com
a norma culta a lacuna da frase:
Quando um candidato ________________ trêmulo eu lhe faria a pergunta mais
deliciosa de todas.
a) entrasse
b) entraria
c) entrava
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d) entrar
e) entrou
_________
Comentários:
Atenção aqui à correlação verbal, tópico que estudaremos mais adiante -
notem que o período foi alterado, em relação a como aparecia no original.
Vejam que o período é introduzido por quando, o que já exclui entraria,
admissível apenas se tivéssemos oração interrogativa. A correlação deve
ser feita com o verbo faria, logo adiante; a ação designada pela lacuna é
imediatamente anterior ou simultânea ao futuro do pretérito faria. Ora, a
correlação com o perfeito entrou seria o perfeito fiz; com o infinitivo
entrar o futuro do presente farei; com o imperfeito entrava o imperfeito
fazia. Assim, em a temos uma correlação correta, com o imperfeito do
subjuntivo entrasse correlacionado ao futuro do pretérito.
Gabarito: A
FMP – TJ/AC -2010 Leia o texto abaixo para responder às questões 16 e 17
NORMOSE
1 Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado
o fundador da
ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito
_______________: ele disse que o ser humano está sofrendo de
normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num
padrão. Só que o padrão _____________ não é exatamente fácil de
alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-
sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não
ser o que os outros esperam de nós gera ____________, depressões,
síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A
pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses
ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder
sobre nossas vidas?
2 Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo
que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade
abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento
amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do
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mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em
ser você mesmo.
3 A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a autodepreciação e
a ânsia de
querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão
chegar?
4 Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de
exigências fictícias. Um pouco de autoestima basta. Pense nas pessoas
que você mais admira: não são as que seguem todas as regras
bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e
arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu
"normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram
adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer
tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida
fraudulenta faz sofrer demais.
5 Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou
crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover
obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra,
simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando
erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser
bem mais autênticos e felizes.
Martha Medeiros
05.08.07 - Jornal Zero Hora - Porto Alegre - RS
16 - Considere as lacunas no primeiro parágrafo do texto e escolha as
palavras que as preenchem adequada e respectivamente:
(A) procedente – propalado – bolimias
(B) precedente – propalado – bulimias
(C) procedente – propagado – bulimias
(D) procedente – propagado – bolimias
(E) precedente – propagado – bolimias
___________
Comentários:
Temos uma pergunta em que temos de preencher lacunas no texto. Com
isso, vamos rever problemas de ortografia. Na primeira lacuna, devemos
decidir entre as opções procedente/precedente. Ora, a palavra
apropriada, bem empregada, é uma palavra procedente. Essa é a opção
correta. Precedente tem o sentido de antecedente.
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A segunda lacuna traz as opções propalado e propagado. Interessante,
porque ambas as palavras poderiam ser usadas no contexto, com o
sentido primário de ―divulgado, comentado‖, e a conotação de ―aquilo que
é aceito por todos.‖ E agora, qual escolher?
Escolheremos a alternativa correta apenas com o auxílio da última
variante proposta, que é bolimias/bulimias; ora, o primeiro vocábulo não
existe no nosso idioma, e o segundo designa o distúrbio alimentar que
aflige tantas modelos e outras vítimas dos padrões de beleza. Então, a
única alternativa que combina procedente e bulimias é a c; com ela,
escolhemos a forma propagado, embora pudéssemos também ter
escolhido propalado.
Gabarito: c
17. - No início do segundo parágrafo, a autora enumera substantivos próprios com
o objetivo de:
(A) indicar com certeza quem são as pessoas que batem à nossa porta.
(B) citar conhecidos seus que ela quer destacar.
(C) indicar que qualquer pessoa pode bater à nossa porta todo dia.
(D) indicar que ninguém desconhecido bate à nossa porta.
(E) usar nomes aleatoriamente para se referir a qualquer pessoa.
___________
Comentários:
Temos, no texto, a passagem: ―A pergunta a ser feita é: quem espera o
que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem
estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
2 Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo
que você seja assim ou assado.‖
A questão se refere aos nomes próprios destacados e qual sua função no
texto. Bem, parece claro que os nomes grifados têm o sentido equivalente
a ―ninguém bate à sua porta exigindo...‖. Agora, notemos que a redação
é um pouco capciosa.
Vejam que o objetivo do uso dos pronomes não é indicar – ―ninguém bate
à nossa porta‖, em sentido estrito; o significado é de que ninguém nos
exige tal ou qual comportamento expressamente. Ou seja, o papel dos
nomes próprios relacionados equivale a uma referência genérica e
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indeterminada, não a três pessoas concretas e específicas. O significado
dos restante da expressão não vem ao caso, na opinião da banca.
Observo que a banca expôs-se ao risco de interposição de recursos, pois
a escolha da alternativa d seria também justificada aqui. Seria uma
daquelas alternativas que repugnam os concursandos, da resposta ―mais
certa‖ (ou ―menos errada‖).
Gabarito: E
18. (FMP – TJ/AC -2010)
Na passagem do texto - Só que não existe lei que obrigue você a ser do
mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. – se a forma verbal
EXISTE for trocada por uma equivalente do verbo HAVER:
(A) nada se modifica.
(B) a forma do verbo HAVER deve ser colocada no plural.
(C) o substantivo LEI deve ser substituído por outro mais adequado.
(D) um artigo indefinido deve ser acrescentado antes do substantivo LEI.
(E) o verbo da oração seguinte deve ser colocado em outro tempo verbal
por causa da correção gramatical.
___________
Comentários:
A questão propõe a seguinte redação: Só que há existe lei que obrigue
você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Podemos
notar que nada se modifica, além da forma verbal. Cabe relembrar que o
emprego de ―haver‖ no sentido de ―existir‖ é invariável, no singular. A
redação proposta está correta, e não são necessárias quaisquer outras
alterações no texto.
Gabarito: A
19 (FMP – TJ/AC -2010) Considere os termos sublinhados e aponte a
alternativa em que ambos pertençam à mesma classe gramatical.
(A) Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar
de exigências fictícias.
(B) Um pouco de auto-estima basta.
(C) Pense nas pessoas que você mais admira:
(D) ...não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim
aquelas que desenvolveram
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personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu
modo.
(E) Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
___________
Comentários:
Uma questão sobre classes de palavras. Devemos identificar as classes de
palavras destacadas nas alternativas.
Na primeira, temos o adjetivo necessário e o verbo desapegar, derivado
de pegar, na forma do infinitivo. Na segunda, temos o artigo indefinido
um e o substantivo composto por prefixação auto-estima. A alternativa
seguinte nos apresente o verbo pense, forma do imperativo, ou do
presente do subjuntivo, e o pronome pessoal de 2ª pessoa do singular
você, forma derivada, como vocês sabem, do pronome de tratamento
Vossa Mercê; eis a razão pela qual o pronome de 2ª você concorda com a
3ª pessoa, por ser na origem um pronome de tratamento, que tem
justamente essa concordância, como vimos. A conseqüência disso é que o
sistema de pronomes de nossa língua tem hoje uma tendência a
uniformizar as formas de 2ª e 3ª pessoa.
Vamos á quarta alternativa; traz os advérbios não e sim, adjuntos ao
verbo ser, e o advérbio bovinamente, que significa ―fazer algo de forma
semelhante aos bois‖. Notem que temos palavras de mesma classe
destacadas na alternativa; parece ser a alternativa correta. Vejamos a
última: temos o verbo tomar e a contração de preposição e artigo dos. De
fato, ficamos com a quarta alternativa.
Gabarito: D
20. (ESAF – AFC/CGU – 2006)
5
10
O ser humano não pode ser definido em relação a
ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em
relação com as coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não
é somente observável como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no
ser a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às
vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder
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15
cuidar dos demais.
Através dessa construção coletiva, os homens fazem e criam sua historia e, nessa construção-criação, o
cuidado torna-se um processo, não apenas um ato.
Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da
espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade. (Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a
responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido, www.crescer.org)
Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou
seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo
concreto.
a) ―ser‖(l.1) b) ―pensar‖(l.4)
c) ―ser‖(l.7) d) ―cuidar‖(l.10)
e) ―cuidar‖ (l.15) ______________
Comentários:
Se o enunciado provoca dúvidas, vamos entender que esta é uma questão
relativamente simples. Aqui, ambivalência não é ambigüidade, ou seja, o duplo sentido; aqui, o examinador nos pede para identificar a palavra que
pode ser considerada, no contexto, tanto como verbo em forma nominal quanto nome simplesmente. Vejamos cada uma das palavras destacadas.
A primeira, em o ser humano, tem o valor nítido de substantivo, pode ser
substituído por nomes como o ente, a pessoa. A anteposição de artigo também confirma o caráter nominal da palavra. A seguir, temos pensar,
em ―antes de pensar e de falar‖, aqui temos a forma verbal do infinitivo, não há ambivalência, veja que em paralelo temos outro infinitivo, falar.
Teremos uma palavra que pode ser tomada como forma nominal do verbo
e ao mesmo tempo como substantivo em ―o ser humano se manifesta no
ser a cada instante‖, em que a palavra assinalada pode ser entendida como verbo se lermos – manifesta-se na ação de ser, manifesta-se
sendo, durante o processo de ser. Por outro lado, a presença do artigo sugere a possibilidade de substantivo, se entendermos que o ser humano
se manifesta enquanto um ser, uma criatura – meu Deus, meus amigos, que frase filosófica!! Quem diria que chegamos até aqui para estudar
metafísica? Mas notem, pudemos até substituir a palavra ser por um outro substantivo, sinal claro de que tem também esse caráter, é
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ambivalente portanto no contexto essa ocorrência da palavra ser no
texto.
Vejam que cuidar, na linha 11, é forma nominal do verbo, nitidamente,
parte de locução verbal com duas formas de infinitivo (poder cuidar); mas abaixo, será substantivo, como objeto do verbo envolve, e este caráter
está marcado pelo artigo (o cuidar).
Gabarito: C
21. (ESAF – ACE/MDIC – 2002)
Hoje, nos países em desenvolvimento, desconfia-se de que(A) camufladamente(B) grande parte daquelas sociedades não-
governamentais e missões religiosas desempenham a mesma função de vilipêndio(C); na rota de ocupação, buscam credenciarem-se(D) como
cientistas do solo, da fauna e da flora, consoante(E) já o fizeram nos
casos do México e da Colômbia. (Baseado em Paulo Bonavides)
a) A
b) B c) C
d) D e) E
___________________ Comentários:
A questão trata de pontos que vimos, e antecipa alguma matéria que
ainda veremos. Vamos lá. Em A, temos uso correto da preposição de, regida por desconfiar, e o relativo; em B, o advérbio formado a partir do
adjetivo camuflado; em C, o substantivo vilipêndio, que significa
―aviltamento‖. Agora, em D encontraremos um erro na flexão do infinitivo, aí deveríamos ter buscam credenciar-se (sendo ainda
aceitável a próclise em relação ao infinitivo). A ênfase é dada à ação, e não aos agentes. Em locuções desse tipo, o infinitivo não é flexionado,
basta lembrar de um exemplo como Todos eles querem fazer dinheiro sem trabalho. Por fim, em E, temos a conjunção consoante, equivalente a
conforme.
Gabarito: D
22. (ESAF – AFT - 2010)
Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de
alteração do texto abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta.
A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo
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5
10
tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível
imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a ―liberdade do impulso criativo‖ – este é o verdadeiro
objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso à informação, essa
civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade
a) No trecho ―à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual‖ (ℓ.1 e 2), substituir ―à‖ por ―a‖ e suprimir ―ao‖.
b) Substituir o trecho ―tornando possível imaginar‖ (ℓ.4 e 5) por ―no qual possibilita imaginarem-se‖.
c) Substituir o segmento ―um mundo de homens livres que conseguirão‖ (ℓ.5) por ―um mundo cujos homens livres conquistarão‖.
d) Na linha 9, inserir o adjetivo ―industrial‖ após o substantivo ―civilização‖.
e) Substituir o segmento ―para desafiar‖ (ℓ.9) por ―para que se desafiem‖. ___________________
Comentários:
Temos de localizar a opção incorreta desta vez. Resolveremos a questão atentando para o importante ponto da flexão do infinitivo. A alternativa a
propõe simplesmente a supressão do artigo definido, observado o
paralelismo, em A civilização industrial leva a concentração de poder e declínio da liberdade individual; é admissível, notem que aqui temos uma
unidade coordenada na expressão concentração de poder e declínio da liberdade individual; o verbo leva então se relaciona com essa unidade
inteira, por isso se prescinde da preposição antes de declínio. Correta a alternativa.
Em b, vemos que em ―A civilização industrial leva à concentração de
poder (...), mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível imaginar
um mundo de homens livres‖, a substituição do trecho destacado por no qual possibilita imaginarem-se criaria erros, vejamos: primeiro, o
relativo no qual deve referir-se a que a termo masculino e determinado; ora, o primeiro candidato a preencher essa forma vazia será o substantivo
masculino o trabalho, e a seguir o peso. Nenhum deles, no entanto,
satisfará critérios de coerência textual, pois a oração reduzida ―tornando possível‖ retoma todo a oração ―ao mesmo tempo, liberta os homens das
piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante‖. Esta referência seria retomada por o que de forma eficiente, seria uma possibilidade.
Além disso, temos outro erro na flexão do infinitivo, em ―imaginarem-se‖; quando integrante de locução verbal, o infinitivo nunca é flexionado,
quando está colocado em sua posição natural, ao lado do verbo auxiliar;
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se for separado, pode, por questões estilísticas, de ênfase na pessoa, ser
flexionado. Eis um exemplo de Gonçalves Dias: Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés.
Notem que se trata de construção consciente, artificiosa, não corrente; de regra, quando a locução traz auxiliar e verbo principal juntos, não
teremos flexão do infinitivo. Assim, a afirmativa está errada. É a nossa escolha.
Em c, veremos que um mundo de homens livres que conseguirão, temos
o relativo que retomando toda a expressão destacada, e com função de sujeito de conseguirão; em mundo cujos homens livres conseguirão, o
relativo cujo tem, função dupla, é relativo e possessivo ao mesmo tempo, sendo possessivo em relação ao antecedente, como em a livraria cujo
dono conheço bem, em que se subentende conheço bem o dono da livraria. E relativo quanto ao consequente, exatamente como em homens
livres que conseguirão. Correta a alternativa, portanto.
Para finalizar, temos na d apenas uma acréscimo, com a adição de um
adjetivo plenamente cabível referindo-se a civilização; na última, temos o desenvolvimento de oração reduzida de infinitivo, com o verbo na forma
passiva, correto também
Gabarito: B
23. (TJ-SC -2010) Assinale a afirmativa correta em relação ao período:
"Criou-se recentemente um projeto voltado para a população carente do
município".
a) "Carente" é um advérbio.
b) São substantivos: projeto, população, município. c) O termo "recentemente" pertence à classe dos adjetivos.
d) São artigos: um, para, a. e) Na palavra "voltado" temos um pronome relativo.
____________
Comentários:
Uma questão relativamente simples sobre classes de palavras, temos de julgar a que classe pertencem as palavras no contexto em que aparecem.
Vemos que em a temos adjetivo, em b, de fato são enumerados substantivos. É nossa alternativa. Em c, vemos um advérbio, com seu
sufixo característico –mente. Para não é artigo, mas preposição. Por fim, voltado é uma forma de particípio.
Gabarito: B
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24. (CESPE – UERN – 2010) – Leia o texto abaixo:
Não se deve atribuir a nenhum milagre o peso
específico que o país ganhou — apesar de suas contradições
sociais não resolvidas — a ponto de se estabelecer como a
4 nona economia do mundo. Este salto deve-se, sobretudo, à
formação, nas universidades, de novos quadros profissionais e
técnicos, em número ainda insuficiente, é verdade, mas efetivo.
7 Imagine-se quando chegarmos (se chegarmos) ao patamar
ideal. Mas, para isso, é preciso investir sem vacilação na
educação superior e, sobretudo, em seu segmento que se
10 mostrou mais eficiente até aqui — o público.
A atividade fundamental da universidade é o educar,
em todos os sentidos. A educação é a base de uma sociedade
13 pluralista, democrática, em que a cidadania não é um conceito
garantido apenas formalmente na lei, mas é exercida plena e
conscientemente por seus membros.
16 Uma universidade distingue-se de qualquer outro tipo
de instituição de ensino superior por ser o locus privilegiado
em que os participantes do processo educacional interagem
19 proficuamente, desenvolvendo e adquirindo conhecimentos e
habilidades com o objetivo de entender e agir sobre a realidade
que os cerca. Esse processo resulta não apenas na capacitação
22 dos alunos técnica e formalmente para desempenhar suas
atividades no seio da sociedade, mas deve proporcionar o
desenvolvimento de uma visão global desta realidade. Agrega,
25 assim, compreensão do mundo à sua volta e tolerância a visões
distintas, características essenciais de uma cidadania integrada
e ativamente democrática.
28 Não há como contestar a necessidade urgente da
expansão do sistema de ensino superior público no Brasil.
Aumentar o número de matrículas no ensino superior público
31 é questão emergencial e essencial para o desenvolvimento
nacional. A atual estratégia nacional, baseada no aumento de
vagas em escolas privadas, muitas delas com fins lucrativos,
34 não é moralmente aceitável, nem economicamente viável. Além
disso, tem-se demonstrado academicamente desastrosa.
O aumento das matrículas nas universidades públicas
37 precisa ser feito mediante projetos, elaborados pelas
universidades, que levem em conta as especificidades de
cada instituição e provendo-se as condições adequadas de
40 infraestrutura e pessoal, especialmente docentes.
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No que diz respeito à estrutura do texto e às classes de palavras nele
empregadas, assinale a opção correta.
a)O vocábulo ―técnicos‖ ( L.6 ), no texto, classifica-se como substantivo.
b) A palavra ―educar‖ (L.11) foi empregada como substantivo.
c) O vocábulo ―sentidos‖ (L.12) denota, no texto, o tato, o paladar, a
visão, a audição e o olfato.
d) O emprego de formas verbais na primeira pessoa do plural atribui ao
texto caráter pessoal, desaconselhável nesse tipo de texto.
e) A expressão ―técnica e formalmente‖ (L.22) poderia ser substituída, sem prejuízo à coerência e à correção gramatical do período, por formal e
técnicamente. ____________
Comentários:
Nesta questão, meus amigos, veremos um caso típico de substantivação do verbo, com o emprego do artigo definido, em ―A atividade fundamental
da universidade é o educar‖, vejam como o infinitivo desempenha papel de núcleo do predicativo, como um substantivo. É a alternativa correta.
Gabarito: b
25. (VUNESP – Sefaz SP)
O gênero dos substantivos está correto em:
a) É comum que as eclipses da lua coincidam com as piores tormentas e
cataclismos.
b) A guia dos turistas não falava japonês e teve de usar uma estratagema
para comunicar-se com eles.
c) Vamos dar um ênfase todo especial ao trabalho de prevenção do
diabetes.
d) Não obteve, até agora, a alvará de funcionamento e deve enviar à
prefeitura uma xerox da inscrição da firma.
e) A personagem vivida por ele tem um comportamento que é um
verdadeiro modelo da moral vitoriana.
____________
Comentários:
A questão aborda o gênero dos substantivos, uma questão relativamente
simples. Notem que eclipse é masculino, estratagema é feminino, ênfase
é feminino, alvará é masculino; apenas na última alternativa a
concordância de gênero entre artigo e substantivo está correta em todos
os casos.
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Gabarito: E
26. CETRO – Pref. Manaus – 2012
Assinale a alternativa cuja segunda palavra não deriva da primeira.
(A) Breve – abreviar.
(B) Tabula – tabuleiro.
(C) Dente – previdente.
(D) Pé – pontapé.
(E) Corpo – corpanzil.
____________
Comentários:
Meus caros, previdente é aquele que prevê; o d conserva antiga raiz, lat.
video – port. ver, que se observa em palavras como vidente, vídeo. O
sufixo –nte, antigo particípio presente, forma adjetivos, como paciente,
possante, pedinte. A questão na verdade é bem fácil, não acharam?
Gabarito: C
27. (CETRO – Pref. Campinas – 2012)
Leia as orações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
preenche correta e respectivamente as lacunas.
1. Não se __________ e contou a surpresa para o aniversariante.
2. O chefe __________ na discussão dos colegas de departamento.
3. Se eu quisesse desta forma, eu mesma __________ feito.
4. Depois de muita balburdia, a mulher __________ seus pertences.
(A) conteu/ interviu/ tinha/ reaveu
(B) conteve/ interviu/ tinha/ reaviu
(C) conteve/ interveio/ teria/ reouve
(D) conteve/ interveio/ teria/ reaveu
_____________
Comentários:
Questão interessante de concordância verbal, relacionada a verbos
morfologicamente compostos de outros verbos. O verbo conter conjuga-
se como ter; assim, a forma do perfeito é conteve. O verbo intervir é
composto por vir, por isso e se conjuga da mesma forma; assim, a forma
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do perfeito é interveio, não se confunde com o verbo ver e seus
compostos (p. ex. prever).
Não há distinção quanto ao verbo ter, na locução tinha feito/teria feito
com valor condicional. A segunda é mais formal, mas não se pode dizer
que haja erro na primeira. Por fim, reaver é um composto de haver, e não
de ver, e nem se conjuga como outros verbos da 2ª conjugação, como
comer, mas sim da mesma forma que haver. Assim, a forma do perfeito é
reouve.
Gabarito: C
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Lista das questões apresentadas nesta aula
1) ISAE – Assembléia Legislativa – AM/2011
O vocábulo roupão, formalmente um aumentativo de roupa, perdeu esse
valor aumentativo e hoje designa uma vestimenta para ser usada após o
banho. A alternativa em que só um dos termos possui o valor
aumentativo é:
a) cartão - calção.
b) papelão - bolão.
c) calçadão - portão.
d) tapetão - caixão.
e) casarão- orelhão.
2) CONSULPLAN – TSE - 2012
O sistema da corrupção é composto de um jogo de forças do qual uma
das mais importantes é a ―força do sentido‖. É ela que faz
perguntar, por exemplo, ―como é possível que um policial pobre se
negue a aceitar dinheiro para agir ilegalmente?‖
O simples fato de que essa pergunta seja colocada implica o pressuposto
de que uma verdade ética tal como a honestidade foi transvalorada. Isso
significa que foi também desvalorizada.
Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em
troca de uma ação qualquer na contramão do dever, é porque no sistema
da corrupção o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua
autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro.
(Marcia Tiburi. Cult, dezembro de 2011)
Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO tenha o mesmo
sentido que o de trans-, em transvalorada
a)transbordar
b)trasantontem
c)tresnoitar
d)trastejar
3) CONSULPLAN – TSE – 2012
Assinale a palavra que tenha sido formada por processo DISTINTO do das
demais.
a)teológica
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b)biografia
c)narcotráfico
d)desvalorizada
4) FGV – SEAD/AP - 2011
Com relação aos processos de formação de palavras, analise as
afirmativas a seguir:
I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa "diminuição".
II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra
utilitarista.
III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a
partir do radical alfabet-.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
5) FCC – TRT 24ª Reg – 2006
A forma correta de plural dos substantivos compostos mico-leão-dourado
e ararinha-azul é
a) micos-leão-dourados e ararinhas-azul.
b) micos-leão-dourado e ararinha-azuis.
c) mico-leões-dourados e ararinha-azuis.
d) mico-leão-dourados e ararinhas-azul.
e) micos-leões-dourados e ararinhas-azuis.
6) ESAF - SUSEP – 2010
5
Nos países em geral, economistas, políticos e o
noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia,
números abstratos que indicam a situação geral da
economia, mas não revelam o que se passa em seu
interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande
escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução
que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das
pessoas 10 anos depois.
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de
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fevereiro de2010, com adaptações)
No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação do texto ao
a) inserir os antes de ―economistas‖(ℓ.1) e de ―políticos‖(ℓ.1).
b) retirar ―é‖(ℓ.2).
c) retirar o pronome ―o‖, do termo ―o que‖(ℓ.4).
d) substituir ―fizera‖(ℓ.7) por havia feito.
e) inserir apenas depois de ―pessoas‖(ℓ.8).
7) (ESAF – SUSEP -2010) - Assinale a opção que completa corretamente
a sequência de lacunas no texto abaixo.
O que aconteceria no mundo ___(1)___, num determinado período, nada,
nem pessoas, nem patrimônios, nem atividades econômicas tivessem a
cobertura de uma apólice de seguro? Se isso ___(2)____, os aviões não
levantariam vôo, os navios não deixariam os portos e o transporte de
pessoas não funcionaria ___(3)___falta de proteção da sua vida. Milhares
de atendimentos médico-hospitalares deixariam de ser feitos sem seguro
saúde. Milhares de veículos provavelmente não circulariam ____(4)____
seus proprietários não correriam o risco de acidentes sem o seguro de
automóveis. Consequentemente, milhares de oficinas e seus empregados
não teriam trabalho e poucos carros novos seriam vendidos. As grandes
indústrias parariam de produzir porque os empresários, certamente, não
iriam admitir que seus investimentos e empregados ficassem expostos
____(5)____ riscos de trabalhar sem a proteção do seguro.
(Discurso de João Elisio Ferraz de Campos no Senado. ViverSeguro,
http:// www.fenaseg.org.br acesso: 11/02/2010)
1 2 3 4 5
a) Se Acontecer Por Pois Em
b) caso Acontecer devido à por que A
c) Onde Acontecesse em relação a Pois A
d) Se Acontecesse Pela porque Aos
e) Caso Aconteceria devido à porque Em
8) ESAF – SUSEP -2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto.
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O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde
o(1) início da década como a grande solução energética para o mundo,
para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a
emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os fabricantes de
veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma padronização
internacional para transformar-lhe(3) em uma commodity facilmente
comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras
protecionistas em muitos países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de
importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o
etanol brasileiro paga 19 centavos de euro por litro.
É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na
União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético
prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo total
em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar — Única
indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros de etanol
por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel).
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
9) ESAF – CVM -2010
A partir do artigo ―Olhando o futuro‖, de José Márcio Camargo, publicado
em IstoÉ 2077, de 2/9/2009 foram construídos pares de fragmentos que
compõem as opções abaixo. Assinale a opção em que a transformação
dos períodos sintáticos em apenas um período, no segundo termo de cada
par, resulta em incoerência ou erro gramatical.
a) A economia mundial começa a dar sinais de recuperação. São sinais
ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao
fundo do poço. Mas muitos dos problemas que originaram a crise
continuam preocupando.
A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora são
sinais ainda tênues, que podem estar sugerindo que a economia chegou
ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise
continuam preocupando.
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b) O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas.
Houve redução do comércio internacional, aumento da taxa de
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo.
O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas,
como redução do comércio internacional, aumento da taxa de
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo.
c) A pergunta é quanto da retomada da economia depende dos estímulos
fiscais e quanto é sustentável sem eles. Por quanto tempo os bancos
centrais e os governos ainda poderão manter estes estímulos sem gerar
pressões inflacionárias?
Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos
fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os
bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar
pressões inflacionárias.
d) Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários
para os próximos meses são variados, com enorme incerteza. Não
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais
otimistas, com crescimento forte.
Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para
os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais
otimistas, com crescimento forte.
e) O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente
baixo, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do
desemprego e à queda da renda real. Isso deverá reduzir a taxa de
crescimento do consumo nos próximos anos.
O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente
pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do
desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de
crescimento do consumo nos próximos anos.
10) ESAF – CGU – 2006 –
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Leia o texto abaixo para resolver a questão
5
10
15
O ser humano não pode ser definido em relação a
ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo,
mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não é somente observável como também um fato vivido,
isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser a cada instante.
Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às
vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder
cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem
e criam sua historia e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato.
Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da
espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade. (Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a
responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido, www.crescer.org)
Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou
seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação
de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo concreto.
a) ―ser‖(l.1)
b) ―pensar‖(l.4) c) ―ser‖(l.7)
d) ―cuidar‖(l.10) e) ―cuidar‖ (l.15)
11). VUNESP – CRF - 2009
Considere as frases:
I. A atendente da loja pediu para mim esperar alguns minutos.
II. Os problemas da sociedade têm de ser resolvidos por mim e por
você.
III. Entre mim e ele há fortes laços de amizade.
Os pronomes em destaque estão corretamente empregados em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
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d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
12) VUNESP - Analista Judiciário - 2009
A forma de tratamento empregada está correta em:
a) Senhor Presidente da República: se Sua Excelência assim o desejar,
convocaremos outra reunião.
b) Atendendo a despacho de S. Ex.a, o Meritíssimo Juiz da 2a Vara Cível
desta Comarca, anexamos a certidão ao processo.
c) Propusemos a V. S.a, o Governador, adiamento da audiência com
membros do Sindicato.
d) De ordem de V. Em.a, o novo Senhor Ministro, convidamos todos os
funcionários para a solenidade de posse da diretoria do Conselho Nacional
de Obras.
e) Senhor Chefe de Seção: encaminhamos à consideração de Vossa
Excelência pedido para entrar em gozo de férias.
13) VUNESP – Pref. Sorocaba - 2012.
BRASÍLIA - A caminho da Folha, parei ontem em frente à rodoviária de
Brasília. Enquanto o semáforo não abria, vi no carro da frente uma
mulher arremessar pela janela a embalagem amassada de uma bala ou
barra de chocolate. No rádio, o locutor martelava com ufanismo que o
Brasil termina este ano como a 6.ª maior economia do mundo.
É chato ser estraga-prazeres quando há uma notícia boa, mas
jornalistas somos assim mesmo. O menor problema do Brasil é se sua
economia passará a do Reino Unido, como a mídia britânica noticiou. Um
defeito grave por aqui continua sendo a falta de valores civilizatórios - e
nenhum sinal de melhora desse cenário no médio prazo.
Basta refletir a respeito da situação descrita: apesar do "PIBão", há
hoje menos pessoas jogando papel na rua do que havia nos anos 90?
Segundo o vaticínio do ministro da Fazenda, só daqui a 10 ou 20
anos o brasileiro terá o mesmo padrão de vida do europeu. E quanto
tempo passará até as pessoas se tornarem mais educadas e civilizadas
em público?
Na sua tradicional edição especial dupla de final de ano, a revista
britânica "The Economist" traz uma reportagem longa sobre o Brasil.
Título: "The servant problem". Em tradução livre, "o problema das
empregadas". Trata da dificuldade atual da elite brasileira para encontrar
uma funcionária que tire os pratos da mesa, lave a louça e as roupas.
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"Na virada do século 21, o Brasil tem grandes similaridades com o
Reino Unido de 1880", escreve a revista. Aqui, como lá há 130 anos, a
elite reage e fica mal-humorada.
O Brasil, aponta a "Economist", tem mansões sem água quente na
pia da cozinha, mas alguns paulistanos usam helicópteros e não possuem
máquina de lavar louça.
Pelo slogan da presidência, "país rico é país sem pobreza". Rico o
Brasil até já é. Faltam valores e bom costumes. E não apenas para quem
é pobre.
(Folha de S.Paulo, 28.12.2011. Adaptado)
Analise as afirmações.
I. Na oração - ... parei ontem em frente à rodoviária de Brasília. - (1.º
parágrafo), o advérbio em destaque é indicativo de tempo passado.
II. Na oração - ... o Brasil termina este ano como a 6.ª maior economia
do mundo. - (1.º parágrafo), a expressão em destaque está empregada
com valor adverbial, indicativa de lugar.
III. Na oração - Um defeito grave por aqui continua sendo a falta de
valores civilizatórios... - (2.º parágrafo), o advérbio em destaque refere-
se à cidade de Brasília.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
_________
VUNESP – TJ/SP - 2010.
Texto para as questões 14 e 15:
Sobre os perigos da leitura
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui
designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos
ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra
é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de
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culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma
pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra.
Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que
haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma
ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a
todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim,
quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer
confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: ―Fale-nos
sobre aquilo que você gostaria de falar!‖. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada.
Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que
eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio
imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles
haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da
infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes
tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém
pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia
passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser
importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
----------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
14) Assinale a alternativa que apresenta a mesma estrutura verbal de voz
reflexiva empregada na frase - Os candidatos amontoavam-se no corredor.
a) Concebeu-se, assim, uma nova forma de viver.
b) Foi assim que o prédio se construiu.
c) Os candidatos não sabiam se estavam preparados.
d) Diante do frio, procuraram todos agasalhar-se.
e) Os campos aravam-se com instrumentos primitivos.
15) Assinale a alternativa que preenche adequadamente e de acordo com
a norma culta a lacuna da frase:
Quando um candidato ________________ trêmulo eu lhe faria a pergunta mais
deliciosa de todas.
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a) entrasse
b) entraria
c) entrava
d) entrar
e) entrou
FMP – TJ/AC -2010
Leia o texto abaixo para responder às questões 16 e 17
NORMOSE
1 Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado
o fundador da
ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito
_______________: ele disse que o ser humano está sofrendo de
normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num
padrão. Só que o padrão _____________ não é exatamente fácil de
alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-
sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não
ser o que os outros esperam de nós gera ____________, depressões,
síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A
pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses
ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder
sobre nossas vidas?
2 Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo
que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade
abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento
amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do
mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em
ser você mesmo.
3 A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a autodepreciação e
a ânsia de
querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão
chegar?
4 Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de
exigências fictícias. Um pouco de autoestima basta. Pense nas pessoas
que você mais admira: não são as que seguem todas as regras
bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e
arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu
"normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram
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adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer
tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida
fraudulenta faz sofrer demais.
5 Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou
crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover
obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra,
simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando
erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser
bem mais autênticos e felizes.
Martha Medeiros
05.08.07 - Jornal Zero Hora - Porto Alegre - RS
16 - Considere as lacunas no primeiro parágrafo do texto e escolha as
palavras que as preenchem adequada e respectivamente:
(A) procedente – propalado – bolimias
(B) precedente – propalado – bulimias
(C) procedente – propagado – bulimias
(D) procedente – propagado – bolimias
(E) precedente – propagado – bolimias
17. - No início do segundo parágrafo, a autora enumera substantivos próprios com
o objetivo de:
(A) indicar com certeza quem são as pessoas que batem à nossa porta.
(B) citar conhecidos seus que ela quer destacar.
(C) indicar que qualquer pessoa pode bater à nossa porta todo dia.
(D) indicar que ninguém desconhecido bate à nossa porta.
(E) usar nomes aleatoriamente para se referir a qualquer pessoa.
18. (FMP – TJ/AC -2010)
Na passagem do texto - Só que não existe lei que obrigue você a ser do
mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. – se a forma verbal
EXISTE for trocada por uma equivalente do verbo HAVER:
(A) nada se modifica.
(B) a forma do verbo HAVER deve ser colocada no plural.
(C) o substantivo LEI deve ser substituído por outro mais adequado.
(D) um artigo indefinido deve ser acrescentado antes do substantivo LEI.
(E) o verbo da oração seguinte deve ser colocado em outro tempo verbal
por causa da correção gramatical.
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19 (FMP – TJ/AC -2010) Considere os termos sublinhados e aponte a
alternativa em que ambos pertençam à mesma classe gramatical.
(A) Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar
de exigências fictícias.
(B) Um pouco de auto-estima basta.
(C) Pense nas pessoas que você mais admira:
(D) ...não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim
aquelas que desenvolveram
personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu
modo.
(E) Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
20. (ESAF – AFC/CGU – 2006)
5
10
15
O ser humano não pode ser definido em relação a
ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo,
mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não é somente observável como também um fato vivido,
isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no
ser a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às
vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder
cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem
e criam sua historia e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato.
Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da
espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade. (Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a
responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido, www.crescer.org)
Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou
seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo
concreto.
a) ―ser‖(l.1)
b) ―pensar‖(l.4) c) ―ser‖(l.7)
d) ―cuidar‖(l.10) e) ―cuidar‖ (l.15)
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21. (ESAF – ACE/MDIC – 2002)
Hoje, nos países em desenvolvimento, desconfia-se de que(A)
camufladamente(B) grande parte daquelas sociedades não-governamentais e missões religiosas desempenham a mesma função de
vilipêndio(C); na rota de ocupação, buscam credenciarem-se(D) como cientistas do solo, da fauna e da flora, consoante(E) já o fizeram nos
casos do México e da Colômbia. (Baseado em Paulo Bonavides)
a) A
b) B c) C
d) D e) E
22. (ESAF – AFT - 2010)
Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de alteração do texto abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta.
5
10
A civilização industrial leva à concentração de poder
e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo
tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível
imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a ―liberdade do impulso criativo‖ – este é o verdadeiro
objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso à informação, essa
civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade
a) No trecho ―à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual‖ (ℓ.1 e 2), substituir ―à‖ por ―a‖ e suprimir ―ao‖.
b) Substituir o trecho ―tornando possível imaginar‖ (ℓ.4 e 5) por ―no qual possibilita imaginarem-se‖.
c) Substituir o segmento ―um mundo de homens livres que conseguirão‖ (ℓ.5) por ―um mundo cujos homens livres conquistarão‖.
d) Na linha 9, inserir o adjetivo ―industrial‖ após o substantivo ―civilização‖.
e) Substituir o segmento ―para desafiar‖ (ℓ.9) por ―para que se desafiem‖.
23. (TJ-SC -2010) Assinale a afirmativa correta em relação ao período:
"Criou-se recentemente um projeto voltado para a população carente do
município".
a) "Carente" é um advérbio.
b) São substantivos: projeto, população, município.
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c) O termo "recentemente" pertence à classe dos adjetivos.
d) São artigos: um, para, a. e) Na palavra "voltado" temos um pronome relativo.
24. (CESPE – UERN – 2010) – Leia o texto abaixo: Não se deve atribuir a nenhum milagre o peso
específico que o país ganhou — apesar de suas contradições
sociais não resolvidas — a ponto de se estabelecer como a
4 nona economia do mundo. Este salto deve-se, sobretudo, à
formação, nas universidades, de novos quadros profissionais e
técnicos, em número ainda insuficiente, é verdade, mas efetivo.
7 Imagine-se quando chegarmos (se chegarmos) ao patamar
ideal. Mas, para isso, é preciso investir sem vacilação na
educação superior e, sobretudo, em seu segmento que se
10 mostrou mais eficiente até aqui — o público.
A atividade fundamental da universidade é o educar,
em todos os sentidos. A educação é a base de uma sociedade
13 pluralista, democrática, em que a cidadania não é um conceito
garantido apenas formalmente na lei, mas é exercida plena e
conscientemente por seus membros.
16 Uma universidade distingue-se de qualquer outro tipo
de instituição de ensino superior por ser o locus privilegiado
em que os participantes do processo educacional interagem
19 proficuamente, desenvolvendo e adquirindo conhecimentos e
habilidades com o objetivo de entender e agir sobre a realidade
que os cerca. Esse processo resulta não apenas na capacitação
22 dos alunos técnica e formalmente para desempenhar suas
atividades no seio da sociedade, mas deve proporcionar o
desenvolvimento de uma visão global desta realidade. Agrega,
25 assim, compreensão do mundo à sua volta e tolerância a visões
distintas, características essenciais de uma cidadania integrada
e ativamente democrática.
28 Não há como contestar a necessidade urgente da
expansão do sistema de ensino superior público no Brasil.
Aumentar o número de matrículas no ensino superior público
31 é questão emergencial e essencial para o desenvolvimento
nacional. A atual estratégia nacional, baseada no aumento de
vagas em escolas privadas, muitas delas com fins lucrativos,
34 não é moralmente aceitável, nem economicamente viável. Além
disso, tem-se demonstrado academicamente desastrosa.
O aumento das matrículas nas universidades públicas
37 precisa ser feito mediante projetos, elaborados pelas
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universidades, que levem em conta as especificidades de
cada instituição e provendo-se as condições adequadas de
40 infraestrutura e pessoal, especialmente docentes.
No que diz respeito à estrutura do texto e às classes de palavras nele
empregadas, assinale a opção correta.
a)O vocábulo ―técnicos‖ ( L.6 ), no texto, classifica-se como substantivo.
b) A palavra ―educar‖ (L.11) foi empregada como substantivo.
c) O vocábulo ―sentidos‖ (L.12) denota, no texto, o tato, o paladar, a
visão, a audição e o olfato.
d) O emprego de formas verbais na primeira pessoa do plural atribui ao
texto caráter pessoal, desaconselhável nesse tipo de texto.
e) A expressão ―técnica e formalmente‖ (L.22) poderia ser substituída, sem prejuízo à coerência e à correção gramatical do período, por formal e
técnicamente.
25. (VUNESP – Sefaz SP) O gênero dos substantivos está correto em:
a) É comum que as eclipses da lua coincidam com as piores tormentas e
cataclismos.
b) A guia dos turistas não falava japonês e teve de usar uma estratagema
para comunicar-se com eles. c) Vamos dar um ênfase todo especial ao trabalho de prevenção do
diabetes. d) Não obteve, até agora, a alvará de funcionamento e deve enviar à
prefeitura uma xerox da inscrição da firma. e) A personagem vivida por ele tem um comportamento que é um
verdadeiro modelo da moral vitoriana.
26. CETRO – Pref. Manaus – 2012
Assinale a alternativa cuja segunda palavra não deriva da primeira.
(A) Breve – abreviar. (B) Tabula – tabuleiro.
(C) Dente – previdente. (D) Pé – pontapé.
(E) Corpo – corpanzil.
27. (CETRO – Pref. Campinas – 2012)
Leia as orações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
preenche correta e respectivamente as lacunas.
1. Não se __________ e contou a surpresa para o aniversariante.
2. O chefe __________ na discussão dos colegas de departamento.
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3. Se eu quisesse desta forma, eu mesma __________ feito.
4. Depois de muita balburdia, a mulher __________ seus pertences.
(A) conteu/ interviu/ tinha/ reaveu
(B) conteve/ interviu/ tinha/ reaviu
(C) conteve/ interveio/ teria/ reouve
(D) conteve/ interveio/ teria/ reaveu
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GABARITO
1 E 10 C 19 D
2 D 11 D 20 C
3 D 12 B 21 D
4 C 13 A 22 B
5 E 14 D 23 B
6 C 15 A 24 B
7 D 16 C 25 E
8 C 17 E 26 C
9 A 18 A 27 C