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Confira conteúdo adicional Curitiba, outubro de 2012 - Ano 16 - número 213- 4 o período de Jornalismo manhã PUCPR [email protected] - @jorcomunicare Curitiba, outubro de 2012 - Ano 16 - número 213 - 4 o período de Jornalismo manhã PUCPR [email protected] - @jorcomunicare POLÍTICA Mais da metade dos vereadores de Curitiba são reeleitos pág. 06 POLÍCIA Menos brinquedos, mais trabalho. Crianças trocam infância por fotos pág. 10 SAÚDE Rosa é a cor e outubro é o mês de combate ao câncer de mama pág. 11 CULTURA Curitibanos comemoram mês da Cultura Japonesa pág. 13

Comunicare Geral

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Ao contrário das outras edições, esta edição "Geral" do Jornal Comunicare, não se prende em um tema específico e aborda vários assuntos.

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Page 1: Comunicare Geral

Confira conteúdo adicional

Curitiba, outubro de 2012 - Ano 16 - número 213- 4o período de Jornalismo manhã [email protected] - @jorcomunicareCuritiba, outubro de 2012 - Ano 16 - número 213 - 4o período de Jornalismo manhã [email protected] - @jorcomunicare

POLÍTICAMais da metade dos vereadores de Curitiba são reeleitos pág. 06

POLÍCIAMenos brinquedos, mais trabalho. Crianças trocam infância por fotos pág. 10

SAÚDERosa é a cor e outubro é o mês de combate ao câncer de mama pág. 11

CULTURACuritibanos comemoram mês da Cultura Japonesa pág. 13

Page 2: Comunicare Geral

Fala, Professoras condições sociais se relativizam e perante a morte os homens são todos iguais

A morte e a persistência da memóriaVive-se em uma sociedade em que o significado da morte se perde por não se aceitá-la e nem discuti-la

opinião02 curitiba, outubro de 2012

a produtividade e o progres-so são guias numa sociedade em que não se pensa na morte e fala-se dela o menos possível. os costumes exigem que o fa-lecimento seja o objeto ausente das conversas educadas. Quando torna-se necessário fazer alusão a ele, recorre-se a eufemismos que ajudam a disfarçá-lo. “nada” é como se resume o “descanso eterno” e tudo a que ele está as-sociado. priva-se o indivíduo de sua agonia, de seu luto e da nítida consciência de um possível fim. impõe-se ao término da vida um tabu. tornam-se marginalizados os que estão próximos ao último fechar de olhos. a morte já não é mais um destino num mundo que nega sua experiência e torna o homem “coisa” além.

embora se negue com vee-mência, o homem tem direito a sua morte, assim como tem di-reito a sua vida. É tão importante “dar o último suspiro”, como pro-

cesso humano, quanto é nascer e viver. não se morre mais como se costumava fazer há anos. Já não se fecham as janelas, não se acendem velas, não cobrem os es-pelhos, não se paralisam os reló-gios quando alguém morre. hoje, os ritos também se extinguiram, e se ainda não desapareceram por completo, se mostram tímidos e enfraquecidos.

estão mais vivos os mortos do que os próprios vivos. a memória dos que se foram é mais forte do que a presença dos que ainda transitam em solos firmes. Não se trata de um discurso dema-gógico ou religioso. trata-se do fato de que está vivo aquele que permanece ativo em lembranças e memórias. É eterna a presença quando se há lembrança. É a vida quem legitima a ausência dela. há a persistência da morte e, portan-to, da vida.

há na morte, um inerente aprendizado que deveria se fazer

presente não só no fim. Diante dela todos os homens se igualam. sua força é desferida indiscri-minadamente, sem levar em consideração o status daqueles a quem escolhe. todos devem morrer, jovens e velhos, ateus e crentes, homens e mulheres,

brancos e negros, ricos e pobres. relativizando todas as condições sociais, a morte revela a absolu-ta igualdade entre os homens, nivelando-os ao mesmo destino. Basta estar vivo.

Francisco Mallmann

omBudsman: o sucesso das pautas Que retratam a grande curitiBa se enFraQuece com redundÂncias

Mobilidade: Ainda falta mais atenção na hora de produzir a notíciade maneira geral a abordagem

do tema obteve sucesso com pautas que abrangeram assuntos do coti-diano de uma grande cidade como curitiba relacionando mobilidade. porém, os erros ainda continuam os mesmos; nada de grave diante da proposta do jornal laboratório que visa justamente a experi-mentação do futuro jornalista. contudo, tais falhas dão dicas de uma possível desatenção na hora da produção da reportagem.

de início dou destaque a colu-

na de opinião com um texto bem desenvolvido, o que a meu ver, instiga o leitor a dar continuida-de a leitura do jornal. porém, há uma quebra quando começam a surgir títulos e suspensórios com palavras repetidas. como já disse, falta atenção do repórter – e claro, um pouco mais de paciência - para formular títulos que atraem o leitor, pois, não há tempo para redundâncias e exageros como “Ônibus híbridos reduz muito a taxa de co2”. as fotos também

trazem um certo incomodo devido à falta de variações, sendo que a maioria delas soam óbvias – um exemplo é a pg 11 em “ chip é criado para guardar vagas prefe-renciais ” - sem acrescentarem em nada ao texto, além da maioria ser de automóveis.

entendo que o tema é mobi-lidade, entretanto, não haveria a necessidade de mais da metade das imagens serem de veículos em ângulos parecidos. uma solução seria através de maior destaque

para personagens, que geram aproximação e identificação do leitor para com a notícia, como o da reportagem sobre os portadores de deficiência e a dificuldade de lo-comoção com ruas deterioradas.

sobre o layout, acredito que só em um momento de epifania o projeto gráfico será alterado e finalmente renovado. O público do comunicare, até onde sei, é em grande maioria universitário, o que deveria servir como dado e base para alterar esse modelo

quadrado que perdura por anos. a capa e a contra capa desta edição me parecem um início, uma vez que trazem vividez através de uma

distribuição de cores clean e o ponto certo de informações sem pesar aos olhos, o que gera interesse de leitura.

Fala, Aluno

EXPEDIENTE

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Rua Imaculada Conceição 1.115, Prado Velho, Curitiba/PR

Outubro de 2012 – Edição 213

Reitor

Ir. Clemente Ivo Juliatto

Decana da Escola de Comunicação e Artes

Eliane Cristine Francisco Maffezzolli

Coordenador do Curso de JornalismoJulius Nunes

COMUNICARE

Jornalista ResponsávelJulius Nunes DRT-PR 5156

Coord. de Projeto GráficoMarcelo Públio

Capa - Nivia Kureke

Opinião - Francisco Mallmann

Internet - Heron Torquato

Entrevista - Letícia da Rosa

Comportamento - Natalia Concentino

Política - Laís Capriotti

Economia - Ruthielle Borsuk

“A importância do Comunicare está nas informações, que são

destinadas aos estudantes e aos jovens”

Guilherme Zapone Melek - Estudante de

Publicidade e Propaganda

“O Comunicare é um espaço em que o aluno

pode exercitar na prática tudo aquilo que aprende na

teoria”Suyanne Tolentino - Professora de

Comunicação Social

Giovana LuersenComunicare 2009

Educação - Paulo Semicek

Saúde - Laura Nicolli

Cultura - Bruna Habinoski

Esporte - Marcio Morrison

Internacional - Rafaela Bez

Variedades - Isabela Bandeira

Editorias Nossa Capa

A foto da capa do Comu-nicare no 213 foi feita pela aluna Ana Luiza de Souza

Page 3: Comunicare Geral

MUSEU OSCAR NIEMEYER TORNA-SE NOVAMENTE A PASSARELA DO PRINCIPAL EVENTO DE MODA EM CURITIBA

4ª edição do LABmoda traz novos estilistasAlém de moda, o evento é também considerado multicultural. A Semana de Moda conta com apresentações artísticas e arte em geral

entrevista 03Curitiba, outubro de 2012

Comunicare - Como surgiu a Semana de Moda? E como foi desenvolver essa ideia?Junior - A Semana de Moda na verdade é um evento que per-tence a um projeto maior cha-mado LABmoda. A gente sabia que a cidade tinha potencial para um evento mais alterna-tivo que trabalhasse a moda e outras artes juntas de forma sincera e não apenas como isca para atrair público, então mon-tamos um evento colaborativo onde todos participam, todos dividem os gastos e todos ga-nham.

Comunicare - O que essa 4º edição do LAB-moda trará de diferente?Junior - Tere-Tere-mos a inclusão de uma terceira passarela cha-mada passarela Art. Esta pas-sarela será ex-clusiva para de-signers que tem uma ”pegada” mais artística e menor apelo comercial.

Comunicare - Como funciona o processo de escolha dos es-tilistas para desfilar no LAB-moda?Junior - Depende da passarela em que o designer ou marca quer participar. Na passarela principal a gente respeita o his-tórico da marca no evento, por isso só entra uma marca quan-do alguém sai. Este ano ape-nas uma marca entrou: Repti-lia. Normalmente escolhemos marcas que estão desfilando na passarela 2 que consideramos uma ponte de acesso. Além disso, a marca deve ter traba-lho de mercado com público em formação e claro, todas as demais características técnicas

para compor um evento des-se porte. Quem deseja desfilar na semana de moda deve ficar atento ao site do evento porque é lá que divulgamos a abertura das inscrições.

Comunicare - O que ainda falta na Semana de Moda?Junior - Falta apoio. No Brasil de uma forma geral temos di-ficuldades para manter grandes eventos de forma sustentável. O governo precisa reconhecer neste tipo de atividade uma possibilidade interessante para a cidade e isso se estende para as empresas privadas. Hoje o LABmoda leva para o MON

8.000 pessoas com idade cen-tral entre 18 e 25 anos e que pagam ingres-so para entrar e assistir os e s p e t á c u lo s . É uma mídia interessantíssi-ma, mas ainda pouco aprovei-

tada pelo mercado. Esse apor-te permitiria ao evento crescer ainda mais dentro de um pro-cesso orgânico e sustentável.

Comunicare - O que difer-encia a Semana de Moda de Curitiba para outros eventos de moda, por exemplo, São Paulo Fashion Week?Junior - Nós somos um evento de varejo, os desfiles não são para lojistas e sim para consu-midores finais. A pessoa vai no evento, vê a roupa na passarela e pode comprar imediatamen-te na feira que há no anexo da sala de desfiles. Além disso, somos um evento multicultu-ral. A moda no nosso caso é vista sob todos os aspectos de convergência com outras áreas. Assim, temos música por conta

do figurino das bandas, artes cênicas pelo mesmo motivo, temos dança e instalações de artes plásticas que tenham di-álogo com moda.

Comunicare - A sua marca Sexxes já possui um grande reconhecimento local. Como foi desenvolvê-la? E quais foram as dificuldades?Junior - Desenvolver uma mar-Desenvolver uma mar-ca fora de um eixo de visibilida-de como o RJ - SP é sempre um esforço muito grande. Acredito que nossa maior dificuldade te-nha sido o fato de termos sido aceitos como uma marca lo-cal, quando to-dos estavam de olho nas marcas de fora.

Comunicare - O LABmoda dá a oportu-nidade a jovens estudantes de moda de mostrarem seus talentos. Isso sempre esteve presente no evento? E quais são os resultados disso para a moda curitibana?Junior - O resultado é que todos os que tiveram esta chance já não podem mais ser considera-dos “jovens” estilistas porque eles cresceram com o evento. Todos os designers que come-çaram conosco e continuam desfilando estão aumentando cada vez mais sua participação

Bianca ThoméLetícia da Rosa Costa

“É uma mídia interessantíssima,

mas pouco aproveitada”

no mercado. Isso é bom pra todo mundo que faz parte da cedia de moda na cidade.

Comunicare - Que dicas você daria para quem está começando na Moda, tanto na parte de criação quanto na de produção de textos e edi-toriais? Quais as dificuldades no começo da carreira?Junior - Inicialmente não dá mais pra fazer como antiga-mente que as pessoas apren-diam fazendo. Tem que conhe-cer o mercado onde vai atuar.

Além de todas aquelas coisas que todo mundo fala sobre dedi-cação, esforço, e trabalho. Eu diria que a pes-soa deve criar relacionamen-tos sólidos e sinceros para ser respeitada

no mercado. Sem isso, nenhum profissional vai chegar a lugar nenhum com a moda.Entender de mercado é a prin-cipal dica. Quem pensa que fa-zer moda é desenhar e desfilar “quebra a cara”.

Nessa edição, 13 marcas apresentam suas peças para o verão 2013 no Museu Oscar Niemeyer. O diretor criativo, Junior Gabardo, dá mais detalhes sobre o LABModa. Além disso, Gabardo nos conta sobre o processo de criação para sua marca Sexxes e dificuldades que jovens estilistas encontram no início da carreira.

“Hoje o LABmoda leva

para o MON 8.000 pessoas”

Junior Gabardo durante palestra do LABmoda na FNAC em Curitiba

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Letícia da Rosa Costa

Page 4: Comunicare Geral

comportamento04 Curitiba, outubro de 2012

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Realista: Engenharia, Ci-rurgia Médica e Análise de Sistemas.

Intelectual: Medicina, Ci-ências Sociais, Economia, Odontologia e Veterinária.

Social: Assistência Social, Turismo, Advocacia e Psi-cologia.

Convencional: Contabilida-de, Hotelaria e Administra-ção de Empresas na área financeira.

Empreendedor: Jornalismo, Administração de Empresas na área de marketing e Ad-vocacia.

Artístico: Publicidade, Mú-sica, Arquitetura e Artes Cênicas.

Fonte: Site Vestibular 1.

Que característica combina mais com cada profissão?

Valores são reforçados na esCola, mas deVem ter sua base formada em Casa

Características da personalidade humana são adquiridas antes mesmo de nascer

Genética e fatores externos como a relação que os pais tem com os filhos, por exemplo, faz parte da construção da individualidadeÉ na infância que a persona-

lidade dos indivíduos é definida. a genética e os fatores externos, como ambiente familiar e escolar, por exemplo, são determinantes para a formação pessoal. Alguns pais, entretanto, desconhecem a importância que seu compor-tamento tem na con s t r uçã o d a identidade dos fi-lhos.

de acordo com silvana Grams, pedagoga e dire-tora do Centro de educação Infantil Pequeno amigo, é na escola que as crianças aprendem a desenvolver a socialização, ter as noções iniciais de rotina, adquirem coordenação motora e são ensinadas a explo-rar todo seu potencial, mas, com relação aos valores que formam a personalidade, ela alerta que devem vir de casa. “Os valores

devem ser trabalhados na escola, mas é fundamental que a base seja ensinada no ambiente familiar. É importante que eles sejam criados em casa e apenas reforçados na sala de aula, pois não é papel dos professores criar valores ou regras, e sim trabalha-los como uma for-

ma de extensão do trabalho esco-la/ casa”, explica.

Para a peda-goga, a criança, mesmo antes de nascer, já está suscetível a per-ceber o sentimen-to que os pais de-monstram. Ela

alerta que, desde o momento em que eles planejam ter o filho e a forma como lidam com a gravidez, é transmitido emoções para o feto. “O modo como eles pensam, como pretendem ser pais, a expectativa em relação ao filho mudam a ma-neira que o bebê vai agir”, sinaliza

a psicóloga responsável técnica pelo núcleo de Prática em Psi-cologia da PuCPr, mari Ângela Calderari Oliveira. “Mas não são apenas os fatores externos que influenciam, a bagagem genética que a pessoa carrega já traz traços de sua personalidade”, completa. ela explica que a individualidade permanente ao indivíduo é adqui-rida, em média, até os cinco anos, quando eles começam a fazer suas próprias escolhas.

ethel fortes, mãe há 5 anos, conta que desde a gravidez se preocupava com a educação de seu filho. “Eu colocava músicas calmas para ele se acostumar com o som, e, até hoje, ele é mais calmo e até dorme quando ouve”, diz. ”Acredito que os pais tem que se preocupar desde o início, porque muitos deles não sabem que um ambiente ruim pode cau-sar mudanças no modo de ser da criança”, completa. A pedagoga afirma que a essência é levada

durante a vida, podendo ter apenas algumas transformações. Mas, para ela, independente da perso-nalidade e de como ela é cons-truída, é fundamental respeitar o outro. “As diferenças devem ser mostradas, faladas, e respeitadas. É importante criar uma ideia de que as diferenças existem, mas

Crianças demonstram curiosidade em aprender desde cedo

Jéss

ica

Fern

anda

“É fundamental que a base venha de casa”, afirma

pedagoga.

teste VoCaCIonal ajuda a mostrar asPeCtos deCIsIVos na busCa da CarreIra

Autoconhecimento e características pessoais são fundamentais na escolha da orientação profissional

em época de vestibular, no momento da escolha da profissão, as dúvidas em relação ao futuro vem à tona. No processo, carac-terísticas como a personalidade, qualidades, dificuldades, cultura e, até mesmo aspecto sócio-econô-mico, são determinantes na esco-lha do curso. Segundo a psicóloga Viviane tetu, responsável pela orientação profissional da Clínica de Prática em Psicologia da PuC-Pr, as pessoas devem ser orienta-das a buscar o autoconhecimento. “A personalidade de cada um deve ser levada em conta. É importante que a pessoa se identifique como tímida, autoritária, perfeccionista ou até submissa para saber qual

profissão se aproxima mais das suas características”, afirma.

Camila thiemi nascimento, estudante de biomedicina da ufPr, conta que no colégio teve a oportunidade de ter uma orien-tação vocacional que a ajudou a determinar a área que queria seguir. “Em um dos encontros a psicóloga pediu para levarmos informações sobre um curso, e foi aí que eu conheci a Biomedicina. sempre gostei muito de biologia, mas não encontrava um curso que combinasse comigo, e depois de pesquisar, pude escolher minha futura carreira”, relata. Já para ana Caroline moreno, aluna de relações Internacionais da unicu-

ritiba, tinha uma dificuldade maior em conciliar tudo que era de seu interesse. “Procurei ajuda voca-cional porque sempre tive muitas dúvidas, gostava de coisas muito diferentes. No fim do processo ainda não tinha sugestões con-cretas do que seguir, então acabei fazendo uma escolha um pouco aleatória e está dando certo”, diz.

ao fazer a opção por enge-nharia Civil no vestibular, bruno roberto slompo, relata que levou em consideração o mercado de tra-balho e o gosto por algumas maté-rias do curso. “Quando comecei a pensar percebi que estava agindo por impulso e, como tinha feito uma segunda opção em Ciências

Carolina CachelMayara Duarte

Natalia Concentino

Econômicas, refleti sobre o ‘leque’ que se abriria ao seguir essa pro-fissão e acabei mudando minha escolha”, afirma. Mas, com rela-ção aos fatores que influenciam na escolha, a psicóloga alerta. “A pessoa não deve desistir de um ramo por não ter uma garantia de grande retorno financeiro. Todos devem escolher o que gostam. Os estudantes tem que ter em mente que nem sempre um alto grau de conhecimento em certa área vai determinar uma excelência no de-sempenho profissional”, sinaliza.

não qualificam ou desqualificam ninguém”, relata.

Carolina CachelMayara Duarte

Natalia Concentino

Page 5: Comunicare Geral

comportamento 05Curitiba, outubro de 2012

EvEntos dE moda tEm o objEtivo dE impulsionar o intErEssE do públiCo

Desinteresse na produção de marcas e grifes locais fragiliza o mercado

o interesse pela moda local dos curitibanos vem crescendo gradativamente. Eventos como a semana de moda de Curitiba e o pa-raná business Col-lection tem como objetivo impulsio-nar ainda mais o interesse do pú-blico pelo setor. mas, segundo ana loureiro, designer de acessórios, blo-gueira de moda e filha de estilista, ainda falta organi-zação e desenvol-vimento na área.

de acordo com a associação

Comercial do paraná (aCp), que tem o objetivo de desenvolver na comunidade o interesse e promo-

ver a execução de projetos nas áreas cultural, artística, edu-cacional, es-portiva, social, filantrópica, de meio ambiente e manter de-p a r t a me n t o s para a presta-ção de serviços e or ientação na defesa dos interesses das classes que re-

presenta e dos seus associados;

não há registros e dados sobre distribuição de renda no ramo da moda.

os investimentos não devem ser apenas financeiros, de acordo com a designer. “Falta dinheiro, mas também falta investimento no conhecimento e treinamento dos profissionais”, comenta. A profis-sionalização vai além do trabalho do estilista, que é o encarregado

Carolina CachelMayara Duarte

Natalia Concentino

Como dEsFilEs ComErCiais, os ConCEituais também impulsionam o Consumo das lojas

Moda conceitual versus Moda comercial Roupas com design exagerado, em desfiles de moda, tem como meta transmitir mensagem da empresa e vender uma ideia da marca

Desfiles de moda são eventos em que são apresentadas as novas ideias e conceitos de determinada marca e/ ou estilista, represen-tando estas características com as modelos que passam pela pas-sarela exibindo seus trajes. Certas roupas chamam mais a atenção do público por serem exageradas e não possuirem a praticidade exigida no dia a dia. são essas as chamadas roupas conceituais.

de acordo com Camila Fer-reira, coordenadora dos cursos de design de moda e desenho industrial da puCpr, os trajes deste estilo são os que exibem o perfil da marca de uma forma mais extremista, ou seja, não são roupas feitas para serem utilizadas pelas ruas, mas sim para transmitir uma mensagem. para ela, a moda conceitual é importante para mostrar a identidade da empresa. “a importância dessa moda é que ela vende a imagem da marca e

expressa o conceito do designer. é por meio dela que a empresa se diferencia”, relata.

Dos desfiles para as lojas, as roupas comerciais são as peças criadas para se utilizar no dia a dia, tendo como sua base da criação de roupas conceituais. Ferreira explica que, atualmente, a diferenciação dos dois conceitos está menor. “o comercial antes era visto como uma roupa mais vendável, e o conceitual era visto como algo exacerbado, que não seria vestível. mas os conceitos estão mudando.”, afirma.

Com relação aos desfiles, a coordenadora conta que também possuem formas alternativas. “de-pendendo da localização que acon-tecem podem ser formatados de formas bem diferentes“, explica.

Nas três primeiras fotos, a moda concietual, com um design diferenciado, se faz presente

Letíc

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a R

osa

Carolina CachelMayara Duarte

Natalia Concentino

de criar tendências e coleções, segundo ana. Ela explica que há várias outras atividades muito importantes e que ainda não con-seguiram seu devido destaque. “Eventos alternativos são sempre legais. mas acredito que é melhor incentivar um grande evento, ter uma referência forte da cidade na moda, antes de começar coisas paralelas”, diz.

Moda comercial, alavancada pelas vendas, é observada nos trajes das três últimas modelos

para a designer, há um proble-ma cultural.“teoricamente temos muito potencial de mercado na cidade, mas os curitibanos não sabem valorizar o trabalho de seus conterrâneos”, lamenta.

Letíc

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“Falta investimento no conhecimento e treinamento dos

profissionais”, diz blogueira.

Page 6: Comunicare Geral

política06 Curitiba, outubro de 2012

o atual Número de mesários voluNtários satisfaz o tribuNal regioNal eleitoral do ParaNá

TRE-PR comemora aumento no voluntariado nestas eleiçõesas eleições municipais de

2012, em todo o estado do Pa-raná, tiveram um acréscimo de aproximadamente 25 mil mesários voluntários. foi o primeiro ano, em mais de 60 anos do voto de-mocrático, em que essa marca foi alcançada. segundo um balanço realizado pelo tribunal regional eleitoral do Paraná(tre-Pr), a

conta é simples, são 414 locais de votação com 3.888 sessões no total, necessitando de cinco funcioná-rios em cada sessão, o que soma um pouco mais de 19 mil pessoas recrutadas para trabalhar no pleito. desse número, 20% não esperaram a convocação e se ofereceram de forma espontânea para realizarem os trabalhos de mesário.

a estudante do curso de edu-cação física da universidade federal do Paraná, Yanajara ta-vares foi uma dessas voluntárias na capital paranaense. e acredita na relevância dessa atividade para o decorrer das eleições “É impor-tante e muito bom, pois é notável a necessidade de pessoas auxiliando nesses dias”, afirma. Mas também confessa interesse pessoal no tra-balho voluntário, “além de ajudar, são oferecidas horas complemen-tares na faculdade para os mesá-rios”. um dos principais motivos que vêem recrutando jovens para esse trabalho.

Para o Coordenador de Comu-nicação social do tre-Pr, mar-den Machado, a figura do mesário em suas amplas funções, é a mais importante no dia das eleições, e assim não há possibilidade de realizá-las sem essas pessoas. “É um trabalho que precisa ser feito, em todo o mundo onde há eleições pessoas são convocadas para trabalhar. ou seja, em todos

Jéssica FernandaLetícia Moreira

dos 702 CaNdidatos, 38 vereadores são eleitos em Curitiba No dia 7 de outubro, o dia do voto

Mais de 50% dos vereadores são reeleitos Eleitores acham eleição classificada como proporcional antidemocrática, pois elege-se um partido e não um candidato

a Câmara municipal de Curi-tiba ganhou, nestas eleições, 18 vereadores novatos. os outros 20 foram reeleitos. o PsC é o partido que mais terá representantes pelos próximos quatro anos, um total de seis. Já, quando falamos de coliga-ção, a que mais elegeu vereadores foi a “unidos por Curitiba”, com-posta pelos partidos Prb, dem, PHs, PmN, Psb, Psdb e Psb. foram 13 os eleitos.

a eleição para cargos no legis-lativo (deputado federal, estadual e vereador) é classificada como proporcional, já para cargos do executivo (governador, presidente e prefeito) e para o senado é cha-mada de majoritária. a decisão do eleito pela majoritária é bem simples, o candidato mais votado assume o cargo. Na proporcional o calculo é diferente. o quociente eleitoral é quem indica quantos vereadores de cada partido serão eleitos. Por exemplo, nas últimas eleições tivemos quase 1 milhão

de votos válidos e 38 cadeiras disponíveis na câmara. o quo-ciente ficou em 23 mil, e o partido que somasse os votos de todos os seus candidatos e chegasse a esse valor conquistaria uma cadeira. o partido que atingisse o dobro, conquistaria duas vagas, e assim por diante. Com a quantidade de vagas definidas por partido, o ve-reador que recebesse mais votos dentro daquela legenda, assumia a cadeira. mas nem todo eleitor concorda com essa maneira que é feita a decisão, muitos acreditam que a eleição proporcional não é democrática. “eu acho que esta forma de eleição se mostra anti-democrática, uma vez que torna ineficaz a escolha individual dos eleitores, pois um candidato que recebeu maior número de votos poderá não ser eleito se o seu parti-do não alcançar o número de votos necessários. assim, elege-se um partido e não, um candidato”, con-clui rodrigo biaggi, advogado.

Cristiano santos, vereador mais votado nas ultimas eleições. recebeu 14.819 votos e foi eleito pelo Pv, que fazia parte da coliga-ção Pdt/Pt/Pv, e que conquistou 8 cadeiras no total. o vereador que colocou seu nome nas eleições pela primeira vez atribui esse resultado ao seu trabalho e dedicação, “Pra se alcançar um objetivo não tem

segredo, tem que trabalhar. minha campanha foi marcada por várias caminhadas diárias nos bairros. ouvindo moradores, com aperto de mão firme e compromisso fir-mado, olho no olho”, afirma.

outro fator importante nas eleições para vereador é o voto por legenda, que é a escolha pelo partido e não por um candidato em

Lais CapriottiCamila Vichoski

No voto por legenda só os digitos do partido são apertados.

Jéss

ica

Fern

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específico. Salete Bez, candidata pelo Pt, recebeu 4.462 votos na última eleição e está como primei-ra suplente, o que significa que se algum dos vereadores eleitos pela sua coligação sair do cargo por algum motivo, ela é a próxima a entrar. salete está na política há 24 anos e concorda com esse sistema. “É um voto importante, é o voto em que a pessoa dá num projeto construído sob um partido. muitas vezes a pessoa não quer votar em um candidato, mas vota na legen-da para contribuir com o projeto daquele partido. e assim, contribui com todos os candidatos”, diz.

o vereador tem como função ajudar a população em diversas áreas. além disso ele deve fis-calizar o que a prefeitura está fazendo e monitorar o andamento da cidade e pode também criar projetos de leis para melhoria do seu município.

Todos os mesários devem participar do treinamento.

os casos há necessidade de convo-cação”, diz.

a convocação é feita devi-do ao amplo número de vagas comparadas com os pequenos índices daqueles que se oferecem para realizar o trabalho. embora o número de voluntários venha crescendo, ainda não é suficiente para que as cartas convocatórias deixem de ser destinadas a alguns eleitores nos meses que antecedem as eleições. Para os que recebem a correspondência, fica a surpresa. No caso da estudante de relações Públicas, brenda lara, o fato foi negativo “Cheguei a achar a carta grosseira. fiquei questionando a democracia de um país que te obri-ga a fazer algo a favor da pátria. mas, por outro lado, pensei em como a educação que recebemos afasta a população de assuntos relacionados à política, achando que a maioria dos parlamentares são corruptos e que não há jeito para isso. então eu acredito que dificilmente haveria pessoas sufi-

cientes para o trabalho, se esse não fosse obrigatório”, declara.

marden faz questão de ressal-tar a importância dos trabalhos prestados nos dias destinados à votação “É um trabalho importan-te, você presta um serviço cívico para sua cidade e estado. vai muito além da folga e dos outros benefí-cios oferecidos. É a possibilidade de conhecer e lidar com diferentes pessoas”, afirma.

e com os índices de volunta-riado crescendo cada vez mais, o otimismo, por parte do tribu-nal regional eleitoral é grande. “Quem sabe um dia, não nos igualamos a barbosa ferraz, em que pôde-se alcançar um índice de 100% de voluntariado”, completa marden, referindo-se a cidade do interior do estado que nesse ano conseguiu esses números.

Jéssica Fernanda

Page 7: Comunicare Geral

economia 07Curitiba, outubro de 2012

MINORIA INVESTE NA BOLSA DE VALORES POR NÃO ENTENDER COMO FUNCIONA O MERCADO ACIONÁRIO

Brasileiro prefere caderneta de poupança a investir em açõesUma das maneiras de se fazer

investimentos à longo prazo é investir na bolsa de valores e tam-bém aplicar na poupança. Porém, o mercado acionário interessa a poucos por ser de alto risco e me-nos conhecido. Segundo pesquisa realizada pelo site de economia Ecofinanças, 72% dos iniciantes desistem da bolsa em três meses por não saber investir. Isso porque a cultura de investimentos em ações ainda não é muito difundida no Brasil. O perfil do investidor brasileiro é conservador. Já no caso da poupança, que é um tipo de investimento mais conhecido e seguro, cada família, em média, possui duas cadernetas. A grande fonte de poupança são as con-tribuições aos fundos de pensão nas instituições de empresas ou bancos.

A líder do mercado em relação

à poupança é a Caixa Econômica Federal, que, no ano de 2010 captou um total líquido no mês de novembro de R$ 33,5 milhões em Curitiba. No mesmo ano, a capital acumulou um total de R$ 311 milhões.

Adalberto Santos Mottin, 50 anos, empresário, diz que sempre teve poupança, pois é a melhor forma de pagar as dívidas e inves-tir no seu negócio. Já Helington Menezes Silva, 31 anos, pequeno empresário, conta que tem uma poupança e aconselha a quem quer lucro à longo prazo buscar a poupança financeira, que é outro tipo de poupança, geralmente garantido pelo governo até um determinado valor, por meio do Fundo Garantidor de Crédito. Essa poupança tem baixo risco e baixo rendimento, ou seja, vai obter capi-tal um pouco mais demorado.

Ainda assim existem pessoas que pretendem não fazer esse tipo de investimento por ser pouco rentável ou por demorar um pouco para ter renda, como é o caso de Renato Silveira de 45 anos. Ele diz que não tem poupança, pois com as constantes baixas da Taxa Selic, o rendimento das aplicações pós-fixadas e poupanças está cada vez menor. “Não é mais vantagem”, alega Renato.

Para a economista Josilene Silva, as pessoas devem investir após terem total controle sobre os próprios rendimentos e gastos: “O investimento contribui para a realização das metas, principal-mente as de longo prazo.” Segundo ela, um aspecto importante na definição de onde e como aplicar dinheiro é a taxa de retorno do mesmo, onde quanto maior a taxa de retorno, maior é o risco

Ruthielle BorsukDeivid Simioni

Bradesco:- Reduziu as taxas em 54% (bandeira Visa).

Caixa EconômicaFederal- O cartão da Caixa reduziu as taxas em até 52%.

Itaú- O novo cartão do ban-co, o Itaú 2.0, apresen-tou uma redução de 54% nas taxas.

Banco do Brasil- O banco diminuiu as taxas em 34%.

Taxas Reduzidas

O AUMENTO NO PODER DE COMPRA É UM DOS FATORES QUE TEM LEVADO AS MULHERES AO ENDIVIDAMENTO

Curitibanas estão mais endividadasSinal amarelo para as mulheres, as quais representam em torno de 60,5% do total de devedores na capital paranaense

Uma pesquisa elaborada pela Associação Comercial do Paraná (ACP), em setembro deste ano, apontou que as mulheres curiti-banas são mais devedoras que os homens. Segundo dados do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), 400 das 15706 que foram ao órgão foram entrevistadas no mês passado e dentre estes, 60,5 % das mulheres apresentaram restrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF) contra 39,5 % dos homens.

O perfil em Curitiba revela que as inadimplentes têm, na maioria dos casos, entre 21 e 30 anos de idade e possui renda familiar de até dois salários mínimos. Simo-ne Beatriz, 30 anos, foi levada pela empolgação das compras de roupas, calçados e bolsas e aca-bou não conseguindo saldar suas dividas. “Meu gasto mensal chega a R$ 1.000.00”.

Existe um aumento no poder aquisitivo, principalmente das classes de renda mais humildes da população, é o que afirma o Supervisor da Disseminação de Informações do IBGE Hélio Higa. “Este fato gerou algumas

consequências como o acesso ao crédito e a alguns instrumentos, como o cartão de crédito, cujo uso nem sempre é realizado de forma criteriosa, agravado pelo estímulo ao consumo”, ressalta.

A pesquisa da ACP mostra que as principais formas de pagamen-to são o parcelamento no carnê, cheque e cartões. O economista, e conselheiro do Corecon-PR (Conselho Regional de Economia do Paraná) Eduardo Consentino defende o uso do cartão de cré-dito em parcelamentos ao invés

do uso do cheque. “É muito mais prático e fácil lembrar-se das obrigações nas tarifas do que usar cheques para fazer parcelamento de compras, pois existe o risco grande de esquecer uma ou outra conta no decorrer do mês, o que pode comprometer o orçamento mensal”. Ele diz ainda que o uso do cartão de crédito deve ser feito em casos especiais. “Vamos supor que o salário acabou e ainda fal-tam cinco dias para o fim do mês, de repente precisam-se comprar medicamentos ou colocar gasolina

no carro, neste caso o cartão de crédito é a melhor alternativa, pois ao invés de usar o limite do cheque especial, usa-se o cartão para pa-gar esta despesa no próximo mês, junto com o pagamento, sem juros, é como se o indivíduo passasse a usufruir de um empréstimo a custo zero”.

Consentino diz que para que não haja perigo de desiquilíbrio financeiro, é importante que o consumidor não se deixe seduzir pelos altos limites ofertados nos cartões de crédito e a programação para não exceder o limite de 30% do orçamento doméstico com par-celas ou financiamentos. Seguindo esta regra, ele recomenda guardar 10% do salário em poupança ou qualquer outro investimento de baixo risco para suprir financeira-mente em caso de eventualidades e os restante do ordenado, cerca de 60% do restante gastar com demais compras, contas, alimen-tação e lazer. “Vale lembrar que é primordial que uma pessoa interessada em se livrar de uma situação de desiquilíbrio financei-ro, coloque no papel todas as suas despesas e receitas, todas mesmo,

Mulheres correspondem a 55% do público dos shoppings

Rut

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Caio H. RochaAilton Nunes

aí perceberá que um dos maiores vilões do orçamento doméstico são as pequenas despesas do dia-dia (que não são contabilizadas) e não as grandes contas”, conclui.

Em média, cada família possui duas cadernetas de poupança

envolvido no investimento. Outro fator a ser considerado trata-se do resgaste à longo prazo, pois quanto mais tempo o dinheiro ficar apli-cado maior será o retorno.

A economista ainda explica que, no Brasil existem a poupança e os títulos do governo, que são considerados os mais conservado-res por apresentarem menor risco.

Porém o mercado acionário tam-bém é uma grande oportunidade para os investidores. Os bancos comerciais e financeiros, assim como as corretoras são os grandes intermediadores das transações de investimentos.

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Page 8: Comunicare Geral

Curitiba tem vários loCais para que professores levem os seus alunos para ambientes externos, que reforCem a aprendizagem do que é ensinado dentro da sala de aula

Visitações e aulas externas ajudam alunos a entenderem o que é explicado em salaEducadores fazem um alerta para que não se desvalorize o que é ensinado dentro da sala, e também para que haja equilíbrio entre as atividades externas à instituição e o padrão tradicional

educação08 Curitiba, outubro de 2012

não é apenas na sala de aula que um estudante pode aprender. sair da rotina é algo que vem sen-do explorado, com frequência, por educadores em geral. essa prática tem um nome teórico, chamado de aprendizagem pela descoberta guiada, desenvolvido por tom de Jong em 1991. este tipo de ensino prioriza a oportunidade dos estu-dantes realizarem experiências e mudarem valores, vendo o com-portamento de um fenômeno pre-sente no mundo real, fora do ambiente de ensino. Como diz a professora Cristiane, do colégio CeCeC, “os alunos visualizam em visi-tas o que é citado em sala, fugindo da rotina livro e do caderno”.

a professora de publicidade e pro-paganda da puCpr, fernanda fabricio, que promove pelo me-nos duas visitais anu-ais com seus alunos, ressalta o acréscimo no aprendizado fora. “as visitações e os passeios são interes-santes no sentido e fazer o aluno vivenciar o conteúdo. é uma experiência importante, de levar o conheci-mento na integra. o que eu mais gosto é que, no meu caso como professora de adultos, muitos dos meus alunos nunca foram até um museu de arte e este é o primeiro contato que eles têm ’’.

Já a estudante de pedago-gia aline ávila, 20, comenta as vantagens da aprendizagem, mas explica que não se pode es-quecer a sala de aula. “inovar ou criar novas estratégias de estu-dos faz com que cada aula seja mais produtiva e intensa. a aula expositiva dentro de uma sala de aula é também fundamental, pois não podemos desconsiderar nen-hum método de ensino.”. Hoje na faculdade, aline tem a oportu-nidade de ir a diferentes lugares pelo seu curso. aline conta que, durante o curso, sua turma orga-nizou várias visitas. “na disci-

plina de metodologia do ensino da História, tivemos a ideia de ver todos os pontos turísticos de nos-sa cidade. o objetivo era saber de que forma podemos relacionar os conteúdos em nosso ambiente de trabalho, a escola, com a oportu-nidade de levar os nossos alunos a uma visita a pontos históricos na cidade em que moramos”.

para que esses passeios edu-cativos aconteçam regularmente, é necessária a existência de lu-

gares apropriados e com horários possíveis para diferentes públi-cos. em Curitiba, vários locais tem essa possibilidade, como o do museu de História natural do Capão da imbuia, que recebe em média 40 alunos por período em dias de visita (de terça a domin-go), desde a década de 90, quando as exposições foram inauguradas. o museu recebe desde o ensino primário a ensino superior, ofer-ecendo dois tipos de ambientes para os visitantes. o primeiro setor possui exposição em vit-rines, conhecida como diorama, aonde se encontram animais em-palhados (taxidermizados). no segundo setor, ao ar livre, há uma floresta de Araucárias com uma passarela suspensa de aproxima-damente 400 metros que os visi-tantes também podem conhecer.

biólogo responsável pelas ex-posições, marco aurélio bregen-

zki cita a importância do contato de estudantes com o ambiente. “a faixa etária dos grupos meno-res que nos visitam é de nove a dez anos, o que torna ainda mais importante a relação deles com o que é mostrado aqui. eles conseg-uem ter uma visão real da nossa fauna, que também é riquíssima e ainda conhecem mais sobre as espécies, o que comem e onde vivem, para que a preservação seja feita com maior consciência.’’

presente no dia em que a reportagem do Comunicare foi ao museu, Cristiane, a profes-sora de ensino infantil do Colégio CeCeC, de Curitiba, explicou o projeto realizado com os alunos. “estou há um ano com este grupo de crianças e a gente vem sempre ao museu para realizar diferentes projetos. neste ano, a ideia é fazer um documentário sobre os animais em extinção e as crianças apresentarem para os seus pais. nós trouxemos questionamentos que serão levadas a bióloga na sala de aula e irão nos ajudar na con-clusão do trabalho”. Há 20 anos na carreira, a professora considera a cidade um bom local para visi-tas orientadas e é adepta do estilo.

no caso das crianças, o re-comendado pelas professoras entrevistadas é que a idade para começar essas atividades é com oito ou nove anos. a profes-

sora de geografia Valquría Renk observa a responsabilidade que o educador tem com esses alu-nos. “Já trabalhei com crianças menores na prefeitura e também fazia aulas de campo no bairro da escola (tatuquara, umbará e bairro alto). visitávamos alguns lugares do bairro e fazíamos en-trevistas. Com alunos menores é mais difícil, tem de ir em dois ou três professores, precisa a au-torização dos pais, sem esquecer

do planejamento. é bastante respons-abilidade do profes-sor, pois ele assume a turma em outro ambiente e podem surgir imprevistos.”

além do museu de História natural, se destacam em Cu-ritiba o museu oscar niemeyer e o museu do Holocausto, que também oferecem visitas e material para uso acadêmico.

é comum en-contrar grupos de estudantes sendo guiados dentro dos locais, que agen-dam por meio dos

seus sites os horários mais ad-equados para a ida dos alunos. fora da capital, o parque da Ciên-cia newton faria, localizado em quatro barras, região metropoli-tana de Curitiba, é outra referên-cia. sendo um espaço destinado à exposição de elementos cientí-ficos e também tecnológicos, o parque possui recursos didáticos e de multimídia, além de oficinas para os visitantes aproveitarem as atrações do local. as visitas tam-bém necessitam ser agendadas no site, que apresenta todas as infor-mações sobre o assunto que será abordado em cada local de visita e também o número de participantes permitidos, além do público alvo e do horário estimado para o tour.

Museus propiciam experiências didáticas que nem sempre estão presentes em sala

Marcos GarciaPaulo Semicek

governo e universidades ofereCem vagas para estudar fora do país

Intercâmbio gera oportunidades para alunos

09Curitiba, outubro de 2012

Veja as melhores opções disponíveis para intercâmbio

EUA - Atrai muitos jovens para intercâmbio, pela quantidade de universidades e pela facilidade para se arrumar pequenos empregos. A maior quantidade de brasileiros do que em outros países também facilita a viagem

CANADÁ - país que tem crescido bastante na área de intercâmbio. Custo de vida menor e pos-sibilidade de dividir trabalho e estudo facilitam a ida para terras canadenses, além de não existir limitação da carga horária de trabalho.

AUSTRÁLIA - O clima é parecido com o do Brasil, o que torna mais rápida a adaptação. A procura também é grande pelo câmbio, que é menor do que o dólar americano, o que barateia os custos de vida.

Pedro Domingues

Por instituições ou por conta própria, há opções para intercâmbio

estudar no exterior, seja na europa, estados unidos, Canadá e até na austrália, é o sonho de parte dos universitários. é a chance de viajar para aprimorar os estudos e entrar forte na luta por um bom emprego. Com programas propos-tos pelo governo federal e pelas universidades, sejam elas públi-cas ou particulares, os estudantes tem a possibilidade de, caso se-jam aceitos, estudar em institu-ições internacionais e assim gan-har o algo a mais necessário para chegar ao mercado de trabalho.

um desses programas de in-tercâmbio é o Ciência sem fron-teiras. Criado pelo ministério da Ciência, tecnologia e inova-ção (mCti), em parceria com o ministério da educação (meC), o projeto deve distribuir até 101 mil bolsas em quatro anos, para promover intercâmbio, com o objetivo de que alunos de gradu-ação ou pós-graduação façam estágio no exterior. A finalidade destes estágios é manter contato com sistemas educacionais com-petitivos em relação à tecnolo-gia e inovação. o Ciência sem fronteiras também busca atrair

pesquisadores do exterior que queiram estabelecer parcerias com pesquisadores brasileiros. além de também proporcionar a oportunidade para que os pesqui-sadores de empresas brasileiras

recebam treinamento e adquiram experiência no exterior, conforme diz o site do próprio projeto.

o requisito para entrar é de-senvolver um projeto cientí-fico. Após todo o progresso do trabalho, o aluno passa por uma seleção, onde os proje-tos mais bem elaborados gan-ham bolsas para o intercâmbio.

além do programa do gov-erno e das universidades, alguns estudantes viajam por conta própria para estudar fora. é o caso de felipe bittencourt, de 20 anos. estudante de design, felipe

viajou para a itália, se especial-izar em sua área. Com vagas limi-tadas na sua faculdade no brasil, e com a burocracia do programa federal, os pais de felipe ban-caram a viagem. e a experiên-cia agregou ao conhecimento ao estudante, como ele conta. “via-jar para um país onde sua área de estudo é forte ajuda. por conta

da experiência, consegui um es-tágio na volta ao brasil, além de me sentir muito avançado no meu curso.” porém, a burocracia dos programas incomoda. “ten-tar viajar pela universidade ou pelo Ciência sem fronteiras é complicado. a iniciativa é boa, mas é tudo devagar’’, diz felipe.

apesar da burocracia, o brasil é o terceiro país que mais envia estudantes para intercâmbio. da-dos da associação de agências e operadoras de intercâmbio, a belta, revelam que , no ano pas-sado, aproximadamente 170 mil brasileiros foram estudar no ex-terior por meios desses progra-mas, tendo um aumento de 20% com relação ao ano anterior.

Com relação aos destinos preferidos pelos estudantes brasil-eiros, o mesmo estudo revela que os principaís países são os estados unidos, Canadá e Àfrica do sul. opções baratas de câmbio e custo de vida influenciam as escolhas.

Locais como o Bosque do Capão da Imbuia e o Parque da Ciência recebem alunos diariamente

Pedro Domingues

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Curitiba tem vários loCais para que professores levem os seus alunos para ambientes externos, que reforCem a aprendizagem do que é ensinado dentro da sala de aula

Visitações e aulas externas ajudam alunos a entenderem o que é explicado em salaEducadores fazem um alerta para que não se desvalorize o que é ensinado dentro da sala, e também para que haja equilíbrio entre as atividades externas à instituição e o padrão tradicional

educação08 Curitiba, outubro de 2012

não é apenas na sala de aula que um estudante pode aprender. sair da rotina é algo que vem sen-do explorado, com frequência, por educadores em geral. essa prática tem um nome teórico, chamado de aprendizagem pela descoberta guiada, desenvolvido por tom de Jong em 1991. este tipo de ensino prioriza a oportunidade dos estu-dantes realizarem experiências e mudarem valores, vendo o com-portamento de um fenômeno pre-sente no mundo real, fora do ambiente de ensino. Como diz a professora Cristiane, do colégio CeCeC, “os alunos visualizam em visi-tas o que é citado em sala, fugindo da rotina livro e do caderno”.

a professora de publicidade e pro-paganda da puCpr, fernanda fabricio, que promove pelo me-nos duas visitais anu-ais com seus alunos, ressalta o acréscimo no aprendizado fora. “as visitações e os passeios são interes-santes no sentido e fazer o aluno vivenciar o conteúdo. é uma experiência importante, de levar o conheci-mento na integra. o que eu mais gosto é que, no meu caso como professora de adultos, muitos dos meus alunos nunca foram até um museu de arte e este é o primeiro contato que eles têm ’’.

Já a estudante de pedago-gia aline ávila, 20, comenta as vantagens da aprendizagem, mas explica que não se pode es-quecer a sala de aula. “inovar ou criar novas estratégias de estu-dos faz com que cada aula seja mais produtiva e intensa. a aula expositiva dentro de uma sala de aula é também fundamental, pois não podemos desconsiderar nen-hum método de ensino.”. Hoje na faculdade, aline tem a oportu-nidade de ir a diferentes lugares pelo seu curso. aline conta que, durante o curso, sua turma orga-nizou várias visitas. “na disci-

plina de metodologia do ensino da História, tivemos a ideia de ver todos os pontos turísticos de nos-sa cidade. o objetivo era saber de que forma podemos relacionar os conteúdos em nosso ambiente de trabalho, a escola, com a oportu-nidade de levar os nossos alunos a uma visita a pontos históricos na cidade em que moramos”.

para que esses passeios edu-cativos aconteçam regularmente, é necessária a existência de lu-

gares apropriados e com horários possíveis para diferentes públi-cos. em Curitiba, vários locais tem essa possibilidade, como o do museu de História natural do Capão da imbuia, que recebe em média 40 alunos por período em dias de visita (de terça a domin-go), desde a década de 90, quando as exposições foram inauguradas. o museu recebe desde o ensino primário a ensino superior, ofer-ecendo dois tipos de ambientes para os visitantes. o primeiro setor possui exposição em vit-rines, conhecida como diorama, aonde se encontram animais em-palhados (taxidermizados). no segundo setor, ao ar livre, há uma floresta de Araucárias com uma passarela suspensa de aproxima-damente 400 metros que os visi-tantes também podem conhecer.

biólogo responsável pelas ex-posições, marco aurélio bregen-

zki cita a importância do contato de estudantes com o ambiente. “a faixa etária dos grupos meno-res que nos visitam é de nove a dez anos, o que torna ainda mais importante a relação deles com o que é mostrado aqui. eles conseg-uem ter uma visão real da nossa fauna, que também é riquíssima e ainda conhecem mais sobre as espécies, o que comem e onde vivem, para que a preservação seja feita com maior consciência.’’

presente no dia em que a reportagem do Comunicare foi ao museu, Cristiane, a profes-sora de ensino infantil do Colégio CeCeC, de Curitiba, explicou o projeto realizado com os alunos. “estou há um ano com este grupo de crianças e a gente vem sempre ao museu para realizar diferentes projetos. neste ano, a ideia é fazer um documentário sobre os animais em extinção e as crianças apresentarem para os seus pais. nós trouxemos questionamentos que serão levadas a bióloga na sala de aula e irão nos ajudar na con-clusão do trabalho”. Há 20 anos na carreira, a professora considera a cidade um bom local para visi-tas orientadas e é adepta do estilo.

no caso das crianças, o re-comendado pelas professoras entrevistadas é que a idade para começar essas atividades é com oito ou nove anos. a profes-

sora de geografia Valquría Renk observa a responsabilidade que o educador tem com esses alu-nos. “Já trabalhei com crianças menores na prefeitura e também fazia aulas de campo no bairro da escola (tatuquara, umbará e bairro alto). visitávamos alguns lugares do bairro e fazíamos en-trevistas. Com alunos menores é mais difícil, tem de ir em dois ou três professores, precisa a au-torização dos pais, sem esquecer

do planejamento. é bastante respons-abilidade do profes-sor, pois ele assume a turma em outro ambiente e podem surgir imprevistos.”

além do museu de História natural, se destacam em Cu-ritiba o museu oscar niemeyer e o museu do Holocausto, que também oferecem visitas e material para uso acadêmico.

é comum en-contrar grupos de estudantes sendo guiados dentro dos locais, que agen-dam por meio dos

seus sites os horários mais ad-equados para a ida dos alunos. fora da capital, o parque da Ciên-cia newton faria, localizado em quatro barras, região metropoli-tana de Curitiba, é outra referên-cia. sendo um espaço destinado à exposição de elementos cientí-ficos e também tecnológicos, o parque possui recursos didáticos e de multimídia, além de oficinas para os visitantes aproveitarem as atrações do local. as visitas tam-bém necessitam ser agendadas no site, que apresenta todas as infor-mações sobre o assunto que será abordado em cada local de visita e também o número de participantes permitidos, além do público alvo e do horário estimado para o tour.

Museus propiciam experiências didáticas que nem sempre estão presentes em sala

Marcos GarciaPaulo Semicek

governo e universidades ofereCem vagas para estudar fora do país

Intercâmbio gera oportunidades para alunos

09Curitiba, outubro de 2012

Veja as melhores opções disponíveis para intercâmbio

EUA - Atrai muitos jovens para intercâmbio, pela quantidade de universidades e pela facilidade para se arrumar pequenos empregos. A maior quantidade de brasileiros do que em outros países também facilita a viagem

CANADÁ - país que tem crescido bastante na área de intercâmbio. Custo de vida menor e pos-sibilidade de dividir trabalho e estudo facilitam a ida para terras canadenses, além de não existir limitação da carga horária de trabalho.

AUSTRÁLIA - O clima é parecido com o do Brasil, o que torna mais rápida a adaptação. A procura também é grande pelo câmbio, que é menor do que o dólar americano, o que barateia os custos de vida.

Pedro Domingues

Por instituições ou por conta própria, há opções para intercâmbio

estudar no exterior, seja na europa, estados unidos, Canadá e até na austrália, é o sonho de parte dos universitários. é a chance de viajar para aprimorar os estudos e entrar forte na luta por um bom emprego. Com programas propos-tos pelo governo federal e pelas universidades, sejam elas públi-cas ou particulares, os estudantes tem a possibilidade de, caso se-jam aceitos, estudar em institu-ições internacionais e assim gan-har o algo a mais necessário para chegar ao mercado de trabalho.

um desses programas de in-tercâmbio é o Ciência sem fron-teiras. Criado pelo ministério da Ciência, tecnologia e inova-ção (mCti), em parceria com o ministério da educação (meC), o projeto deve distribuir até 101 mil bolsas em quatro anos, para promover intercâmbio, com o objetivo de que alunos de gradu-ação ou pós-graduação façam estágio no exterior. A finalidade destes estágios é manter contato com sistemas educacionais com-petitivos em relação à tecnolo-gia e inovação. o Ciência sem fronteiras também busca atrair

pesquisadores do exterior que queiram estabelecer parcerias com pesquisadores brasileiros. além de também proporcionar a oportunidade para que os pesqui-sadores de empresas brasileiras

recebam treinamento e adquiram experiência no exterior, conforme diz o site do próprio projeto.

o requisito para entrar é de-senvolver um projeto cientí-fico. Após todo o progresso do trabalho, o aluno passa por uma seleção, onde os proje-tos mais bem elaborados gan-ham bolsas para o intercâmbio.

além do programa do gov-erno e das universidades, alguns estudantes viajam por conta própria para estudar fora. é o caso de felipe bittencourt, de 20 anos. estudante de design, felipe

viajou para a itália, se especial-izar em sua área. Com vagas limi-tadas na sua faculdade no brasil, e com a burocracia do programa federal, os pais de felipe ban-caram a viagem. e a experiên-cia agregou ao conhecimento ao estudante, como ele conta. “via-jar para um país onde sua área de estudo é forte ajuda. por conta

da experiência, consegui um es-tágio na volta ao brasil, além de me sentir muito avançado no meu curso.” porém, a burocracia dos programas incomoda. “ten-tar viajar pela universidade ou pelo Ciência sem fronteiras é complicado. a iniciativa é boa, mas é tudo devagar’’, diz felipe.

apesar da burocracia, o brasil é o terceiro país que mais envia estudantes para intercâmbio. da-dos da associação de agências e operadoras de intercâmbio, a belta, revelam que , no ano pas-sado, aproximadamente 170 mil brasileiros foram estudar no ex-terior por meios desses progra-mas, tendo um aumento de 20% com relação ao ano anterior.

Com relação aos destinos preferidos pelos estudantes brasil-eiros, o mesmo estudo revela que os principaís países são os estados unidos, Canadá e Àfrica do sul. opções baratas de câmbio e custo de vida influenciam as escolhas.

Locais como o Bosque do Capão da Imbuia e o Parque da Ciência recebem alunos diariamente

Pedro Domingues

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Page 10: Comunicare Geral

PAIS E PEDAGOGOS TÊM VISÕES DIFERENTES SOBRE A ExPOSIçãO DE cRIANçAS E ADOlEScENTES AO MuNDO ADulTO

Modelos trabalham a partir dos 7 meses de vidaNo Brasil existe apenas um projeto de lei que determina a idade mínima de 14 anos para a realização de trabalhos voltados à mídia

polícia10 curitiba, outubro de 2012

De acordo com o levantamento do IBGE realizado este ano, o Paraná está entre os 15 estados com maior número de crianças e adolescentes trabalhando, pois quase 6% da população entre 10 e 13 anos tem um emprego. Em julho de 2012 o coral do Palácio Avenida foi acusado de explorar as crianças que participam das apresentações. Esse caso trouxe à tona a discussão sobre o que é trabalho infantil, já que muitas crianças trabalham como atores e modelos, fazem regimes e têm cargas horárias extensas e não são consideradas ‘exploradas’.

O produtor Vinícius Waltrick trabalha com modelos a partir dos sete meses de vida. Segundo ele, trabalhar nos meios artísticos pode trazer benefícios, já que a criança se torna mais responsável. “As crianças de hoje amadurecem mais cedo e tendem a conciliar o trabalho com o bom rendimento

escolar, por exemplo,” ressalta. A l i n e l e i t e , a d vog a d a

trabalhista, explica que trabalho infantil é aquele exercido por criança ou adolescente menor de 16 anos, o qual é proibido por lei. Também existem restrições quanto aos horários noturnos e trabalhos realizados em locais

perigosos ou que atentem contra a moral do menor. “Não acredito que as denuncias ao coral sejam procedentes, já que as realizações das apresentações encontram-se dentro das disposições legais previstas na legislação”, pontua.

Para a pedagoga Alice Grigolo, é errado expor crianças a este

1º DISTRITO NEGA HAVER AGRESSÕES cONTRA POPulAçãO lGBTTIS NO cENTRO DE cuRITIBA

Paraná é o 6º estado com mais agressões a homossexuaisPor três anos consecutivos,

Paraná está entre os estados com maior número de homicídios homofóbicos, segundo dados apurados pela ONG Dom da Terra, que atua na defesa dos direitos lGBTTIs (lésbicas, Gays, Bisse-xuais, Transgêneros, Transexuais, Intersexuais e Simpatizantes). No Brasil, só neste ano, ocorreram 200 casos até agosto. Já no ano de 2011 foram 198, nos quais 25 no estado e 14 em curitiba, apontando-o como o maior em número de homicídios.

De acordo com o coordenador de projetos da ONG Dom da Terra, Márcio Marins, curitiba é uma cidade com aspecto conservador e isso faz com que a população te-nha certo preconceito com pessoas que tem opção sexual diferente, sendo esse o principal motivo para ocorrerem as agressões. “A pior coisa que uma vitima pode fazer é não denunciar, pois assim ela está protegendo o agressor”, afirma. Ele ressalta a importância

da existência de leis que auxiliem os homossexuais. “Precisamos de leis que protejam o lGBTTIs. Não queremos nenhum privilégio, o que queremos são direitos iguais”, declara.

um dos principais problemas encont rados é com g r upos organizados, na maioria das vezes por neonazitas que são contra os homossexuais. Porém, segundo o superintendente do 1º d is t r i to p o l i c i a l d e curitiba, Adolfo Rosevics Filho, não há registros de agressões que envolvam lGBTTIs e skinheads. “Não tivemos esse tipo de situação no centro da capital. Apenas conflitos entre gangues. Nunca tive um caso, por exemplo, de um homossexual entrar na delegacia dizendo que foi agredido”, afirma.

Em 2009 e 2010, o estado es-teve no topo da lista de registros de homicídios contra a população lGBTTIs. Segundo levantamento sobre violência homofóbica feito pelo Governo Federal, a taxa mé-dia do Brasil é de 3,5 violações a cada 100 mil habitantes. No

Paraná o índice chega a 4,1.

c o m o crescente número de ag ressões , a p o p u l a ç ã o h o m o s s e x u a l sente medo ao s a i r de ca sa . É o c a s o d o estoquista, de 18 anos, Eduardo

costa*, que há 2 anos foi vitima de agressão na capital. “Estava em um antigo bar GlS em curitiba, quando o grupo me avistou. começaram até a me ameaçar de morte. Foi uma situação que eu não desejo a ninguém”, afirma. Depois do acontecimento, costa

“Não queremos privilégios,

apenas direitos iguais”

Curitiba é PreConCeituosa?

“Sempre que aparece alguém diferente, essa

pessoa é vista com certo preconceito.”

Patrícia da silva 22, operadora de caixa

“As pessoas mudaram e com isso surgiu o

preconceito. Acho que todo mundo tem preconceito

com alguma coisa.”

romeu Ferreira 59, cobrador

samara Macedo

ariane Priori Gonçalvesbianca C. santos

Natal com Coralo Coral do HsbC terá apre-sentações esse ano, mas com carga horária reduzida. serão nove apresentações de 50 minutos cada. os curitibanos e turistas podem prestigiar pelo 22º ano consecutivo o espetáculo de natal que é rea-lizado no Palácio da avenida. em julho deste ano o Coral foi alvo de denúncias feitas pelo Ministério Público do traba-lho e Ministério do trabalho e emprego. os órgãos acusa-vam o banco de obter lucros e de submeter as crianças à exaustiva carga horária de ensaios. o banco se defende, por meio da assessoria, afir-mando que as apresentações são representações artísticas e não devem ser vistas como trabalho. Por esse motivo, não deve-se cogitar o pagamento de um salário mínimo.

conta que tem medo de sair de casa, principalmente sozinho. “A gente acaba ficando traumatizado, mas no final, eu sou apenas mais uma vítima desses agressores”, declara.

Até quem nunca sofreu ne-nhum tipo de agressão fica inse-guro ao sair nas ruas. O estudante luis Dutra* conta que mesmo apenas presenciando um ataque homofóbico, o medo se tornou par-te do seu dia a dia. “Quando pre-senciei esse ataque horrível, fiquei assustado com tamanha violência, e isso me deixou com receio de ir para o centro nas noites de sábado, porque a gente nunca sabe de onde pode vir uma agressão”, declara. Segundo ele, o preconceito deveria ser criminalizado. “Só assim po-deriam ser tomadas medidas para eliminar o problema de agressões a homossexuais”, desabafa.

*Nome alterado

tipo de trabalho. “Eu considero trabalho infantil sim, além do que expõe a criança ao mundo adulto muito cedo e isso pode trazer malefícios futuros, como perda da identidade”, explica.

Karina Tamazia, que é modelo fotográf ica desde os 9 anos, nunca se sentiu explorada, ao contrário, insistia aos pais para que isso acontecesse. “. “Eu queria tirar fotos para o catalogo de roupas da fábrica da minha avó e foi assim que comecei. Tenho 14 anos e posso dizer que sou modelo profissional e amadureci muito com as experiências que tive”, afirma a modelo. Dorotide Tamazia, mãe da jovem, diz não considerar isso trabalho infantil. “Ela não trabalha para sobreviver, faz por amor, porque têm dom e porque quer”, diz. Para Dorotide errado é privar um filho do que ele quer e pode fazer.

samara Macedo

Page 11: Comunicare Geral

saúde 11Curitiba, outubro de 2012

As cores de outubro já não são mais definidas pelas árvores flori-das em meio às ruas asfaltadas ou jardins multicoloridos em bairros residenciais. Atualmente o mês é rosa. Este é mais um ano em que o Governo do Paraná promove em Curitiba, em parceria com a As-sociação Comercial do Paraná, o “Outubro Rosa”, movimento iniciado nos Estados Unidos, no ano de 1997, e que ao lon-go de 31 dias divulga ações voltadas para a prevenção do câncer de mama e o diagnóstico precoce da doença. As ativi-dades são real-izadas nas 22 R e g i o n a i s de Saúde do Estado, com apoio dos municípios e de 50 entidades que aderiram à campanha.

O Instituto Nacional do Cânc-er (Inca) estima que o Paraná deve registrar, somente neste ano, 3110 novos casos de câncer de mama. Para o Oncologista Sergio Hatsch-bach, é necessário esclarecer que existem duas situações de preven-ções contra a doença. “A primeira é através de ações e hábitos que podem reduzir as situações clini-cas que colocam o paciente em risco. Os exames são outro tipo de prevenção, uma m a m o g r a f i a , uma ressonân-cia magnética, enfim, procedi-mentos médicos que possibilitem d i a g n o s t i c a r algo antes que seja possível no-tar algum nódu-lo através do toque”, afirma o médico.

H a t s c h b a c h salienta que apesar da campanha ser cor de rosa, a doença atinge ambos os sexos. Geralmente, os homens têm mais resistência em fazer exames preventivos, por isso

quando diagnosticados, se encon-tram em um quadro avançado. “A campanha traz a realidade da pre-venção e da doença a um número maior de pessoas”, conclui.

Segundo o Inca, no primeiro se- mestre de

2012, mais de um milhão de brasile-iras entre 50 e 69

anos fizeram a mamografia

no Sistema Único de Saúde (SUS),

o que representa um aumento de

41% em com-paração ao

m e s m o p e r í o -do de

2010. Este crescimento na

proporção de mul-heres que se submeteram ao ex-ame deve-se ao acréscimo e ao avanço da qualidade dos serviços oncológicos, além da grande cam-panha de conscientização sobre o assunto. Silvia Pessoa, articulado-ra do ODM (Objetivos de Desen-volvimento do Milênio – projeto criado pela ONU em 2000, que estabeleceu 8 Jeitos de Mudar o Mundo) também participa da di-

vulgação de informações para o Outubro Rosa. “Fazemos pal-estras, caminhadas, entrega de folhetos informativos, uso do laço e da cor rosa pra chamar a aten-

ção das pessoas sobre o combate ao câncer de mama”, diz.

Em Curitiba, prédios históri-cos iluminam suas fachadas com luzes na cor rosa, como a estufa do Jardim Botânico, o Palácio da Justiça e o Paço da Liberdade. Além destes, alguns bares e res-taurantes usam do apelo visual para mostrar sua adesão à causa, entre eles estão a Cantina do Dé-lio, o Bella Banoffi, o Cana Benta e a Estofaria. A companhia de transporte ferroviário Serra Verde Express, responsável pelo trajeto entre Curitiba e Morretes, pintou um vagão inteiro de rosa, e des-tina, durante o mês de Outubro, parte das vendas de seus bilhetes para o Instituto Humanista de De-senvolvimento Social (Humsol). O Shopping Curitiba e o Hospital Erasto Gaertner também partici-pam da homenagem.

A designer Daniela Razera decorou sua loja “Dupla Design” com os laços nas vitrines, distribui broches para suas clientes e já planeja a venda de camisetas para reverter o lucro a uma instituição que apoie a campanha. Grande parte do engajamento de Daniela parte de sua experiência pessoal com o câncer de mama. Há um ano e meio livre da doença, diag-nosticada em 2010, explica que descobriu sua situação durante

um exame preven-tivo de rotina e vê sua loja como uma forma maior de di-vulgação do tema. “O que mudou tudo pra mim foi quando uma amiga me disse que a cura depende da sua conduta, e acredito que seja verdade, câncer não é sinôn-imo de morte. A minha vida não mudou por causa

da doença”, diz.

Laura NicolliVictor Hugo

CAMPANHA CONtRA CâNCER DE MAMA GANHA VISIBILIDADE

Outubro Rosa ilumina CuritibaInca estima que 3110 novos casos de câncer de mama serão registrados no Paraná em 2012

Proprietária da loja “Dupla Design” adere a campanha anualmente

O dia 27 de outubro é marcado como o Dia Nacional de Con-trole à Obesidade. Em Curitiba, a secretaria municipal de saúde trabalha na reeducação alimentar de crianças, adolescentes e adul-tos, com intuito de mudar hábi-tos alimentares e evitar futuras complicações. Oficinas e cardá-pios especiais são colocados em prática em escolas municipais, assim como em todas as 109 uni-dades da rede pública de saúde.O “Circuito da Alimentação Sau-dável” é realizado desde 2010 pelo Departamento de Educa-ção Alimentar e Nutricional do Abastecimento. No Mercado de Orgânicos de Curitiba, as crian-ças recebem orientações sobre alimentação saudável. Silvia Rocha, Nutricionista da Secre-taria do Abastecimento, comenta que “reeducar a alimentação dess-es jovens é essencial. A influência da mídia para que se consuma é absurda, ela possui uma aborda-gem agressiva. Induz as pessoas a terem hábitos prejudiciais, fa-zendo com que ela acredite que comprando aquilo ou consumindo algo você alcançará a plena felici-dade”. Ela explica que o perfil ali-mentar da população foi alterado, e que atualmente a obesidade virou uma epidemia mundial. “É importante você ir conversar com as crianças, porque elas estão

formando seus hábitos alimenta-res, e assim você pode conseguir mudar o rumo das coisas”, diz. A importância de tratar da doença com crianças é explicada pelo médico e coordenador do Depar-tamento de Psiquiatria da Asso-ciação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Adriano Segal. Segundo ele, a doença atua em várias áreas físicas. “A obesidade é uma doença multi-fatorial, onde aspectos heredi-tários, metabólicos, ambientais, comportamentais e psicológicos interagem de um modo ainda não totalmente compreendido”. Na Escola Municipal Paranavaí as crianças são incentivadas a ter uma alimentação saudável todos os dias. Os cardápios semanais são criados por nutricionistas da empresa Risotolândia, que atua no segmento de alimentação escolar para órgãos públicos, e financia-dos pela Prefeitura de Curitiba. A Coordenadora Irene Kotelok explica que uma das regras da escola é a proibição de alimentos que não sejam apropriados para a saúde dos alunos. “Quando al-gum estudante não está satisfeito com o cardápio que oferecemos na escola, ele pode trazer algo de casa, desde que seja saudável. Conversamos com os pais, para que eles incentivem seus filhos.

Queremos motivar toda a família a criar uma cultura de alimentação que não seja prejudicial, criando dentro da escola a rotina de se comer da forma correta”, diz.

Hellen AlbuquerqueLaura Nicolli

Escolas municipais estimulam alimentação saudável

O IMC é um padrão internacional para medida do grau de

obesidade. A formula corresponde a divisão do peso pela altura ao

quadrado.

Laur

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cultura12 Curitiba, outubro de 2012

EntrE os mEsEs dE janEiro E agosto açõEs Culturais bEnEfiCiaram mais dE 140.000 Crianças

Projetos incentivam a cultura e a arte infantilEntre as atividades desenvovidas pelo governo e a inciciativa privada estão xadrez, circo, peças de teatro e oficinas de literatura

nos primeiros oito meses do ano, a fundação Cultural de Curi-tiba, em parceria com a secretaria municipal da Educação promoveu 657 ações na capital, nas mais diversas áreas de literatura, circo, teatro, xadrez, música e cinema. A maior concentração delas fica como incentivo à leitura, que rea-lizaram um total de 277 ações.

o número vem crescendo a cada ano, e a fundação Cultural tenta contribuir e auxiliar dentro do possível com essa dissemina-ção de cultura, em geral, visando uma maior divulgação e valoriza-ção nacional, mas a falta de profis-sionais envolvidos com a cultura e arte prejudica os projetos. janine de souza malanski, diretora de ação Cultural da fundação, afirma ainda que a arte infantil, assim com a cultura, devem ser mais acessíveis, de uma maneira que não afetem nenhum dos lados, tanto s profissionais quanto o público, pois os envolvidos pre-cisam receber pelo seu trabalho. É por essa razão que empresas privadas poderiam entrar com mais apoio. ‘’só o governo não consegue atender a demanda’’, ressalta janine.

atividades que são oferecidas gratuitamente geram um maior estímulo aos pais, que consequen-temente marcam maior presença com seus filhos e é por isso que a população cobra que atividades de incentivo devem ser mais baratas, tornando acessível a todos, isso é algo comum a todas as atividades, diz janine. Ela ainda diz que con-corda com os pedidos, mas o que precisa ser modificado é a política de incentivo, aumenta-se o acesso e diminui o valor. ‘’Produzir uma peça de teatro infantil é mais caro que uma peça para adultos, pois as crianças absorvem mais e precisam de uma maior riqueza de elementos e composições para entender, já o adulto abstrai se desprende do material e usa seu repertório. só a iluminação de um espetáculo, por exemplo, custa em torno de 80 mil reais’’, diz.

uma iniciativa que possuiu atividades que prendem a atenção das crianças são as circenses, que

trabalham com riqueza de mate-riais, diferentes espaços e o ima-ginário. atualmente elas contam com 80 crianças, entre 7 e 17 anos. o circo itinerante está montado no Bairro Alto Boqueirão, onde fica durante dois anos e depois muda para outro bairro, com o intuito de aderir um maior número de pessoas. os exercícios praticados aliam o físico ao psicológico, que além de fazer bem para a saúde auxilia na lateralidade e ocupação de crianças, normalmente de clas-ses mais baixas. o coordenador de circo, da fundação Cultural, albanir de Quadros moura conta

que é um processo sociocultural, e que eles desenvolvem a disciplina, concentração, trabalho em grupo e principalmente a cidadania. ‘’É uma ferramenta para o futuro, mostrando que a vida é feita de superações de desafios para al-cançar os sonhos’’.

Existem também algumas regras, a criança precisa estar matriculada na escola e acon-tecem reuniões periódicas com as famílias, que são de grande importância. ‘’ Crianças que tem o apoio da família se desenvolvem mais rapidamente e tem mais confiança em si mesmo, rendendo

muito mais’’, afirma Moura. Entre as atividades desenvolvidas nas aulas circenses estão às técnicas aéreas, acrobacias, equilíbrio, manipulação, representação, his-tória do circo, procedimentos de segurança e avaliação física.

E além das atividades gover-namentais, já existem projetos privados, que auxiliam e agregam ainda mais para a cidade. É o caso do Criança na Plateia, blog criado pela jornalista Paula martins, que surgiu graças a seu filho Petrus de quatro anos, que na época tinha dois. sendo sempre questionada pelas mães de quais locais leva-

Comemoração gratuita de Dia das Crianças lota o Largo da Ordem

Bru

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abin

oski

Bruna Habinoski

rem os seus filhos, e como ela descobria, Paula resolveu escrever essas dicas, surgindo o blog. Hoje ela tem diversos seguidores, que acompanham o blog diariamente e participam muito mais de ativi-dades culturais com seus filhos, como é o caso da mãe da Anto-nella andrioni, de 3 anos, giu-lianna andrioni. ‘’minha ideia amadureceu depois de conhecer a Paula e o seu projeto Criança na Plateia e agora sempre levo a mi-nha filha’’. Ela ainda completa que essas programações melhoraram o relacionamento de sua família, em um relacionamento de mais amor, carinho e atenção.

Além disso, Giulianna ainda conta que os benefícios são vários, estimula o senso crítico, melhora a percepção e a interpretação. fatores esses que a psicóloga Claudia Celli Cadenas confirma e complementa ‘’Além de estimular inteligências múltiplas às crianças aprendem uma liberdade de se expressar, convivem melhor na escola, em grupo e absorve novos conceitos que podem ser levados até sua vida adulta’’.

Quem se interessou e quer conhecer mais sobre os projetos e suas programações é só acessar os site www.fundacaoculturalde-curitiba.com.br e o www.crianca-naplateia.com.br .

Artistas encantavam e divertiam a todos que estavam no evento

Bru

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O xadrez foi uma das atividades mais disputadas pelas crianças

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Page 13: Comunicare Geral

MÊS DA CULTURA JAPONESA EM CURITIBA TEM DIVERSAS ATRAÇÕES CULTURAIS ABERTAS AO PÚBLICO

Japão mostra sua caraDurante o mês de outubro a capital paranaense faz uma homenagem para a terra do sol nascente em vários pontos da cidade

cultura 13Curitiba, outubro de 2012

Ao longo do mês de outubro, o Consulado Geral do Japão em Curitiba organiza o Mês da Cul-tura Japonesa, com exposições, apresentações artísticas e mostras de cinema abertos gratuitamente ao público com o objetivo de di-vulgar a cultura japonesa para toda a população, des-cendente ou não. A maior ia dos eventos ocorre na Rua 24 horas, na Cinemateca e no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná até o dia 31 de outubro.

Segundo Ka-wamoto, v ice-cônsul do Japão em Curitiba, as parcerias f irmadas para a organização do evento são fun-damentais. “A realização do Mês da Cultura Japonesa só é possível mediante a parceria com tais en-tidades, que facilitam a execução dos planos do Consulado”, afirma a vice-cônsul. Além disso, para Kawamoto, várias entidades têm interesse em apoiar eventos como esse, inclusive fora de Curitiba.

A cerimônia de abertura ocorreu na Rua 24 Horas, que foi reinaugurada ano passado após quatro anos fechada, e é o local da maioria das atrações do evento. A sócia da empresa responsável pela administração da Rua, Jucé-l ia Camargo ressalta a im-por t ância de receber eventos como esse. “A Rua 24 Horas precisa desses trabalhos culturais para não ter a imagem de simplesmente uma ga-leria e sim, um ponto turístico”.

Durante a abertura houve prá-ticas tradicionais japonesas, como a quebra de um barril de sakê (be-bida fermentada do arroz típica do Japão) e a apresentação do grupo Wakaba. Em atividade há sete anos, o grupo reúne cinquenta e

dois integrantes que tocam o taikô, tradicional instrumento de percus-são, sendo que nove deles fizeram performances na cerimônia. O coordenador do Wakaba, Hermes Murakami, reforça que para a apresentação os participantes não precisaram de muito ensaio, pois

tocaram as mú-sicas que sempre treinam durante as reuniões se-manais do gru-po que, segundo He r me s , “s ã o abertas a todos os simpatizantes da cultura japo-nesa”.

Uma das atra-ções mais espe-

radas da programação foi o show musical Infinity – Impressões do Japão, que foi realizado no dia cinco no Teatro da Reitoria da

UFPR com a presença de apro-ximada-m e n t e 4 0 0 pesso-

a s . A s

musicistas japo-nesas Yoko Reikano Kimura e Sumie Kaneko, transmitiram a atmosfera calma e silenciosa do Japão ao tocarem os instrumen-tos Koto (uma espécie de harpa) e Shamisen (parecido com um banjo), ambos de corda. “A organi-zação e divulgação de espetáculos como esse no Brasil é importante para estimular o contato entre

culturas diferentes,” avalia Cás-sio Schollemberg, estudante de 19 anos.

“A escolha das músicas foi pensada com o objetivo de mostrar ao público a riqueza da história da música japonesa, com músicas tanto de 3.000 anos atrás como do último mês”, explica Sumie Kaneko. A apresentação teve a participação especial da violinista Carolina Frederico e do percus-sionista Márcio Zulak, músicos

brasileiros que já tocaram em diversas orquestras do país.

A programação cultural terá ainda, até o fim

de outubro, expo-sições de Ikebana (arranjos florais), animês (dese-nhos animados) e mangás (revistas em quadrinhos),

espetáculos de dança e música, mostra de quinze filmes japoneses e concurso de oratória.

Para saber mais consulte o site do Consulado Geral do Ja-pão em Curitiba www.curitiba.br.emb-japan.go.jp ou ligue para (41)3322-4919.

Ana

Lui

za S

ouza

Temos o objetivo de mostrar a

riqueza da música japonesa

Ana Luiza Souza

A imigração japonesa no Brasil começou em 1908 com um acordo entre os governantes brasileiros e japoneses. Em 28 de abril daquele ano 781 japone-ses partiram de Kobe, no Japão, a bordo do navio Kasato Maru. As cidades que tiverem o maior número dos habitantes imigrando foi Okinawa, Kagoshima, Fukushima e Hiroshima. Em 18 de junho de 1908 es-ses imigrantes desembarcaram no Porto de Santos, depois de 52 dias de viagem. A maioria veio para o país em busca de lavouras de café em São Paulo e no norte do Paraná.

Depois dos percursores de 1908, milhares de ja-poneses continuaram a desembarcar no Brasil. No Paraná, Maringá e Londrina são as cidades com maior número de descendentes de japoneses. Em Curitiba a maioria dos japoneses chegou em 1915. Eles se es-tabelecerem nos bairros Uberaba, Campo Comprido, Santa Felicidade e Araucária. Hoje existem cerca de

35 mil descendentes de japoneses na capital paranaense.

Para homenagear esse grande po-pulação de imigrantes na Cidade o

Consulado do Japão em parceria com Fundação Cultural de Curi-tiba comemora o Mês da Cultura Japonesa com o objetivo de di-vulgar a cultura em Curitiba.

Cecília Moura

O Japão desembarca no Brasil

Grupo Wakaba em apresentação com o tradicional taikô na abertura do evento

Ana Luiza Souza

Page 14: Comunicare Geral

esporte14 Curitiba, outubro de 2012

COM 124.000 METROS QUADRADOS O TERRENO FOI VENDIDO POR UM VALOR DE 57,5 MILHÕES

Área do Pinheirão ainda sem definiçãoConjunto habitacional, centro esportivo, shopping center e torreres comerciais são algumas das possibilidades de construção na área

Projetado para ser uma das grandes praças esporti-vas do país, hoje o Complexo Poliesportivo Pinheirão vive cercado de incógnitas. Inu-tilizável desde 2007 por uma ordem judicial, o estádio está localizado em um terreno que foi leiloado em junho e que ainda não tem um uso definido.

O terreno que abriga o estádio, propriedade da Fede-ração Paranaense de Futebol (FPF) até metade deste ano, foi à leilão com o intuito de sanar parte das dívidas da instituição, que somavam um valor de R$ 57,748 milhões, de acordo com o balanço fi-nanceiro de 2011. Na primeira tentativa de venda, em 14 de junho, o lance inicial era de R$ 69 milhões e acabou não sendo comprado. Duas semanas depois, no dia 28, então, o Pinheirão foi arre-matado pelo valor de R$ 57,5 milhões pela JD Agricultura e Participações Sociais Ltda., companhia de propriedade do empresário João Destro, dono de um grande grupo de atacado.

Localizado na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no bairro do Tarumã, o terreno do Pinheirão tem a área total de 124 mil metros quadrados. Comparando com os dois maiores estádios da capital, caberiam 3,4 Couto Pereira ou 3,24 Arenas da Baixada no local, como mostrado no infográfico ao lado. Poderiam, também, ser construídos quatro hospitais com 300 leitos, 41 esco-las com 20 salas de aula ou ainda 2.480 casas populares.

João Carlos Destro, filho de João Destro e responsável pelo terreno, revela que a proposta ini-cial para o Pinheirão é a reforma e regularização da situação do estádio para voltar a ser utilizado. “Nossa ideia é reformar o estádio do Pinheirão, tirar o alvará com todas as benesses possíveis com bombeiro, projeto estrutural, para poder trazer vários eventos aqui para Curitiba”, declarou Destro,

João Pedro AlvesMarcio Kaviski

Estádio do Pinheirão antes da reforma

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Além da Maua, Alex é outro presente dos 103 anos do Coritiba que, no entanto, não descartou outras possibilidades de uso para a área. “A gente não sabe o que vai fazer realmente. Se será outro estádio, torres comerciais, torres residenciais, shopping center, tudo isso é especulação do pessoal que está curioso”, complementou.

Uma das opções mais cotadas era a construção de um novo está-dio por parte do Coritiba. Em 2011, como lembrou a Gazeta do Povo em junho deste ano, o clube che-gou a negociar a compra do terreno em conjunto com um grupo inves-tidor, mas o negócio acabou não sendo fechado. Uma nova onda de especulações aconteceu neste mês de outubro, com a expectativa de que o time do Alto da Glória pu-desse anunciar no aniversário de 103 anos de fundação, completos

no último dia 12, a construção de uma nova arena esportiva onde hoje é o Pinheirão. No entanto, o rumor foi desmentido com o anúncio do presidente alviverde, Vilson Ribeiro de Andrade, de que serão feitas apenas obras de mo-dernização no estádio Couto Pe-reira. Além disso, também como presente de aniversário, o meio de campo Alex,35, conhecido como “ o menino de ouro” teve sua volta ao Alto da Glória confirmada para a temporada de 2013.

Flav

io D

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internacional 15Curitiba, outubro de 2012

DIVISÃO NOS EUA VAI DE ESQUERDA LIBERAL À CONSERVADORA

A grande diferença entre Democratas e Republicanos nos Estados Unidos

Este ano nos EUA democratas e republicanos disputam o governo do país, mas, para entender a ideo-logia e o modo de governo de cada um é necessário analisar aspectos, perfis e atitudes de governantes que aderem à essas denominações políticas.

Como diferenciação, o Partido Democrata, cujo atual Presidente Barack Obama segue, foi criado antes do Partido Republicano e defende princípios de esquerda liberal. Com isso, os Democratas possuem o apoio de uma grande massa da população americana assalariada e intelectual. Já o Partido Republicano segue uma vertente conservadora. Acredita no poder das forças militares e na manutenção da tradição naciona-lista, além de crer intensamente no grande poder da população de origem branca, de classe alta e com maior consumo cultural.

A cientista política Samira Kauchakje considera a diferen-ça entre as duas correntes bem evidentes, como a forma que cada corrente governista trata da questão dos impostos. “Em termos de posições político-partidárias socialdemocratas: os democratas, com aprovação da maior presença do Estado na economia e maior investimento em política pública social. Em oposição: os republi-canos, cuja preferência é por me-nor presença de Estado nas duas áreas refletindo na menor carga tributária.”

Segundo a eleitora americana Jessie Wilkes, essa divisão de ideologias fica bem evidente entre o povo americano. “Republicanos tendem a ser homens brancos de classe alta que colocam suas crenças pessoais e opiniões em primeiro lugar. Já os Democra-tas geralmente são pessoas que

colocam a ética em primeiro lugar e tentam criar um governo igualitário.”

Ainda segundo Jessie, o com-portamento dos eleitores e candi-datos durante o período eleitoral americano, pode ser comparado com a realidade brasileira. “Du-rante o período eleitoral, cada movimento que o candidato faz está sendo vigiado. Se eles falarem qualquer coisa que pode ser mal interpretada, ou parecer ruim, eles ferem a própria imagem com muita facilidade.” Dizendo ainda que nos Estados Unidos, além da extrema confiança e da população em ser e se sentir Democrata ou Republicano a participação das pessoas com o papel de analisar o candidato de ideias opostas tam-bém é intenso e influencia muito no resultado das eleições.

Kamilla Ferreira

DEBATES DE QUESTÕES AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONOMICAS MEXEM COM CANDIDATOS A PRESIDÊNCIA

EUA deve modificar aspectos econômicosPara advogados, economia brasileira não sofrerá mudanças, já para economistas o país passará por alterações políticas e econômicas.

Um dos debates dominantes entre os candidatos a presidência dos Estados Unidos é o avanço da economia no país que atualmente sofre com a crise. Além disso, o debate da questão ambiental também é muito presente, já que o país é o que transmite a maior taxa de emissão de carbono do mundo e diminuindo este aspecto se afeta vários setores de produção e, principalmente a economia. A questão étnico-racial, prin-cipalmente o racismo, também é bastante discutida, já que um candidato é Republicano e o ou-tro é Democrata (denominações político-ideológicas e étnicas distintas).

Segundo alguns advogados eleitorais, as mudanças são sig-nificativas em alguns países da Europa e da África. A advogada especialista em Direito Eleitoral, Eneida Desiree Salgado diz que atualmente no Brasil, as mudanças não são muito significativas, pois a

economia nacional está equilibra-da e a moeda está valorizada. “O impacto das eleições americanas na economia brasileira é mais simbólico do que real”. Isto porque o setor econômico brasileiro é con-siderado diferente do americano, o ritmo e os ideais não seguem um mesmo caminho. Na americana, o plano econômico é muito maior, com questões mundiais, já no Bra-sil o processo é bem menor e mais focado no próprio país.

O estudante de economia, Nóe Santiago, já fez intercâmbio para os Estados Unidos e diz que o estudo acadêmico do curso de Economia nos EUA é diferente do brasileiro. “Nos Estados Unidos o que ensinam na Universidade é uma economia totalmente diferen-te da que as Universidades daqui nos passam, ela segue o ritmo do país. O ritmo de uma economia que ultrapassa o limite das fron-teiras do Estado”.

O economista financeiro, Car-

los Padovezi, cita que as mudanças no Brasil podem existir não só em aspectos econômicos, mas também políticos. “Mudanças na atual política monetária ame-ricana, por exemplo, afetariam a liquidez mundial. Ao mesmo tempo aumento das barreiras de importação daquele país afetaria imediatamente seus parceiros co-merciais.” Essas mudanças seriam principalmente no setor de impor-tação de produtos importados e exportação de produtos nacionais, um dos grandes setores de reserva financeira do Brasil.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos acontecem no dia 06 de novembro de 2012 e os candidatos que disputam a presidencia são: o Democrata e atual presidente Barack Obama contra o candidato Republicano Mitt Romney.

Harianna StukioRafaela Bez

FONTE: Portal Terra

DEMOCRATAS

REPUBLICANOS

Page 16: Comunicare Geral

variedades16 Curitiba, outubro de 2012

Um Grito de AlertaO mapa da violência e homicídios de mulheres no Brasil , que neste ano foi publido pelo Instituto Sangari (coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz) e realizado em parceria da FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), serve como grito de alerta para autoridades e para toda a população.

O Brasil está na 7ª posição em relação a homicídios femini-nos entre outros 84 países.apresenta uma taxa de 4,4% em 100 mil mulheres.

Enquanto o Paraná é o 3° estado com mais números de homicídios femininos, Curitiba ocupa a 4ª posição entre as capitais, perdendo para Maceió, Vitória e João Pessoa.

A lei Maria da Penha foi pro-mulgada em setembro de 2006, o que representou uma leve queda em números de homicídios. A partir de 2008, a violêcia retoma os patama-res anteriores, indicando que essa política brasileira ainda não é suficiente para reverter a situação.

Dos casos de agressão con-tra a mulher registrados, 51% apresentavam reincidência. O grupo de vítimas em que há maior reincidência é o de mulheres a partir de 30 anos.

Ao contrário do que tudo indica nos dados coordenados por Julio Jacobo, o titular da Delegacia de Homicídios de Curitiba, Rubens Recalcatti, diz não ver aumento de mulheres mortas por causa de agressão doméstica. Ele afirma que o maior motivo dos homicídios na capital paranaense, indepen-dente da faixa etária, é a droga. Por ser usuária, a pessoa muitas vezes acaba se criminalizando e falecendo em razão disso. O número de homens é bem maior, mas o índice de mulheres cresce cada vez mais.

Em 68,8% dos casos no Brasil, a agressão acon-tece em casa e 42,5% dos agressores são parceiros e ex-parceiros.

A faixa etária que mais há inciden-tes, é a de 20 a 29 anos.

Uma dessas mulheres agredidas é M.C.*, de 17 anos. Ela perdeu a virgindade aos 13, vítima de estu-pro. Temendo a reação de amigos e familiares, a garota não delatou o crime. O pai dela até hoje sequer imagina que sua filha foi violentada. “Eu era novinha, não sabia de nada. Sentia medo do que os out-ros pensariam se soubessem do que aconteceu”, relata a jovem, que garante ter superado o incidente. “Eu não guardo mágoas e por isso não tenho trauma, só medo de sair a noite sozinha”.Tortura

Psicológica

Sexual

Física

Autoprovocada

Abandono

Outros

44,25%

20,18%

12,22%

*Entrevistada preferiu não divulgar o nome

8,66%

5,5%2,26% 6,33%

Helena Bianchi, Isabela BandeiraRodolfo Kowalski, Saulo Schmaedecke