EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE CUIABÁ ESTADO DE MATO GROSSO.

Processo nº. 0000885-64.2011.5.23.0001

EDNA FERREIRA GOMES DE MIRANDA – GILEADE REFEIÇÕES, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº 08.000.008/0001-60, com sede na Rua 04, n. 18, Quadra 04, Jardim Comodoro, nesta urbe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores que ao final subscreve, com endereço constante no rodapé da presente, onde recebe as intimações de estilo, apresentar:

CONTESTAÇÃO

Na supra epigrafada Reclamação Trabalhista, proposta por ROSA DOS SANTOS, nos termos de fato e mérito a seguir demonstrados.

1 – DOS FATOS NARRADOS NA INICIAL

Aduz a reclamante em síntese, ter sido admitida em 31 de dezembro de 2008, de modo que em razão de suposto extravio de sua CTPS, fez-se necessária a emissão de segunda via, na qual fora inserida a data de 27 de janeiro de 2009 como sua admissão, desempenhando a função de cozinheira, percebendo para tanto a importância total de R$ 834,39 (oitocentos e trinta e quatro reais e trinta e nove centavos), compreendendo além do salário, adicional de insalubridade, gratificação e horas extras habituais.

Informa que sua jornada de trabalho era de segunda à sexta feira, das 05h30min às 17h30min, no domingo das 6h00min às 15h00min, não exercendo suas funções aos sábados.

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Alega por fim, ter sido demitida sem justa causa no dia 14 de abril de 2011, ocasião em que foi agredida verbalmente, dispensando o aviso prévio.

Atribuiu à causa o valor de R$ 36.375,36 (trinta e seis mil trezentos e setenta e cinco reais e trinta e seis centavos).

É a síntese do necessário.

2 – DA VERDADE DOS FATOS

A reclamada contesta todos os termos da exordial, já que inexiste qualquer direito as verbas requeridas pelo autor, face aos fundamentos adiante elencados.

3 – DA DATA DE ADMISSÃO

A reclamante firmou Contrato de Trabalho de Experiência em 27/01/2009, inexistindo qualquer vínculo anterior a esta data.

Sempre recebeu de forma rigorosa seus vencimentos, de modo que seu primeiro salário era no valor de R$ 445,00 (quatrocentos e quarenta e cinco reais), tendo recebido por último a quantia de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).

Porém sua remuneração nunca chegou no valor aduzido pela reclamante para fins de cálculo.

Os valores pagos são devidamente comprovados pelos recibos de pagamento de salário em anexo, não subsistindo qualquer parcela suprimida.

4 – DO AVISO PRÉVIO

Não faz jus a autora ao recebimento do aviso prévio nos modos por ela exigidos, uma vez que inexistiu a aludida demissão sem justa causa.

Durante o tempo laborado, nunca foi pessoa de boa conduta dentro do ambiente de trabalho, tendo recebido advertências por conta de mau comportamento.

Mesmo diante disso não existiu a suposta demissão, na verdade, houve a rescisão do contrato de trabalho a pedido da reclamante em 14/04/2011.

Desta feita, não tem direito a reclamante a algumas das verbas elencadas na exordial.

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5. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

A reclamante não recebeu suas verbas rescisórias com relação ao contrato de trabalho com a reclamada em razão do desconto pelo não cumprimento do aviso prévio, nos termos do art. 487, §2º da CLT.

Porém, a autora não compareceu a fim de assinar o TRCT.

Conforme TRCT em anexo, a reclamante receberia o valor de R$ 691,49 (seiscentos e noventa e um reais e quarenta e nove centavos), em relação ao saldo de 14 dias de salário, férias proporcionais 3/12 avos, adicional de insalubridade, terço constitucional de férias, e 13º salário proporcional 3/12.

6. DO DÉCIMO TERCEIO SALÁRIO PROPORCIONAL, FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 CONST.

As verbas devidas a título de 13º salário proporcional, férias proporcionais + 1/3 foram todas pagas, de modo que em razão do pedido de demissão, foram descontados das verbas os valores devidos a título de não cumprimento do aviso prévio, não assistindo razão à reclamante.

7. DO INTERVALO INTRAJORNADA

A reclamante sempre usufruiu de intervalo para descanso e alimentação, o que ficava inclusive, sob sua própria necessidade, de modo que a mesma afirma assinar a folha de ponto.

Fato é que o intervalo era concedido e desfrutado, não havendo razão que sustente o pleito obreiro.

8. DO FGTS COM MULTA DE 40%

Contesta-se a multa de 40% uma vez que a rescisão ocorreu a pedido da reclamante, não sendo assim devida tal multa em favor da mesma.

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9. MULTA DO ART. 477 E 467 DA CLT

Indevidas. Haja vista que as verbas rescisórias foram pagas dentro do prazo e não há verbas incontroversas a serem pagas.

10. MULTA DO ART. 52 E 53 DA CLT

Totalmente descabida a pretensão da reclamante, pois, primeiramente há necessidade de comprovação do suposto extravio através de boletim de ocorrência.

Inexiste também a aludida retenção mencionada pela autora, muito menos comprovação de qualquer dissabor sofrido, sendo mera alegação com intuito locupletar-se à custa da reclamada.

11– CONCLUSÃO

Ex positis, requer-se a Vossa Excelência, o recebimento da presente Contestação, e que seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE a presente Reclamação Trabalhista.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como, testemunhais, documentais, periciais, especialmente o depoimento pessoal da reclamante, sob pena de confissão.

Nestes termos, pede deferimento.

Cuiabá, 07 de novembro de 2011.

RODRIGO SILVA GOMES

OAB/MT 14.914

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