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O Direito Internacional tem como base a reciprocidade, é horizontal, não existe um ente supremo capaz de forçar o cumprimento das normas internacionais. A ONU não tem supremacia, não é supranacional, é internacional. Difícil separar totalmente Direito Internacional do Direito Interno. Ex: extradição, consta na legislação interna e em tratados internacionais. Cada vez mais o DInternac tem exercido influência no DI, Direito penal internacional, de família internacional, tributário, etc. Antigamente, o Estado, em nome da soberania, não aceitava legislação externa interferir internamente. Serão estudadas as principais organizações internacionais, a ONU, a OMC, a União Europeia, as soluções de controvérsias, o processo internacional, o procedimento das principais cortes internacionais, a Corte internacional de Justiça, ligada à ONU, O tribunal penal internacional, a OMC e o Mercosul. Depois iremos tratar da jurisdição interna, o Estado frente ao Estrangeiro. Diferença entre Relações Internacionais e Dir. Internac.: As RE trabalham no plano dos fatos, da realidade, pouco importa como deve ser, o que importa é o ser, como é. No plano fático, ou os estados estão em guerra, ou em paz. O Direito vem e diz que os Estados não podem estar em guerra. Os Estados ignoram. São áreas que devem se comunicar, no entanto. O DI como como um direito interestadual. Na transição da IM para a IMod, os Estados surgem no sentido de Estado soberano (Hobbes), tratado de vestfalia, que encerra a guerra dos trinta anos. Desde a época do Egito, se celebravam tratados internacionais, mas não tinham a soberania, que vem com a Id. Mod. O Direito Internacional Clássico serve para garantir a soberania nacional dos Estados a ponto de a soberania ser a justificativa para a guerra. Ex: pode-se fazer negócios entre Estados, mas se isso estiver prejudicando um Estado, ele pode se fechar ao mercado externo para proteger sua soberania. O Direito Internacional foi anteriormente chamado de Direito das gentes. O direito servia como instrumento de poder, o que pode ser utilizado

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Noções introdutórias sobre Direito Internacional Público - Anotações de aula

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O Direito Internacional tem como base a reciprocidade, horizontal, no existe um ente supremo capaz de forar o cumprimento das normas internacionais. A ONU no tem supremacia, no supranacional, internacional. Difcil separar totalmente Direito Internacional do Direito Interno. Ex: extradio, consta na legislao interna e em tratados internacionais. Cada vez mais o DInternac tem exercido influncia no DI, Direito penal internacional, de famlia internacional, tributrio, etc. Antigamente, o Estado, em nome da soberania, no aceitava legislao externa interferir internamente. Sero estudadas as principais organizaes internacionais, a ONU, a OMC, a Unio Europeia, as solues de controvrsias, o processo internacional, o procedimento das principais cortes internacionais, a Corte internacional de Justia, ligada ONU, O tribunal penal internacional, a OMC e o Mercosul. Depois iremos tratar da jurisdio interna, o Estado frente ao Estrangeiro.Diferena entre Relaes Internacionais e Dir. Internac.:As RE trabalham no plano dos fatos, da realidade, pouco importa como deve ser, o que importa o ser, como . No plano ftico, ou os estados esto em guerra, ou em paz. O Direito vem e diz que os Estados no podem estar em guerra. Os Estados ignoram. So reas que devem se comunicar, no entanto. O DI como como um direito interestadual. Na transio da IM para a IMod, os Estados surgem no sentido de Estado soberano (Hobbes), tratado de vestfalia, que encerra a guerra dos trinta anos. Desde a poca do Egito, se celebravam tratados internacionais, mas no tinham a soberania, que vem com a Id. Mod. O Direito Internacional Clssico serve para garantir a soberania nacional dos Estados a ponto de a soberania ser a justificativa para a guerra. Ex: pode-se fazer negcios entre Estados, mas se isso estiver prejudicando um Estado, ele pode se fechar ao mercado externo para proteger sua soberania. O Direito Internacional foi anteriormente chamado de Direito das gentes. O direito servia como instrumento de poder, o que pode ser utilizado para reflexo at hoje: continuamos a utiliz-lo como instrumental para o poder? Pensava-se que se os ndios aceitassem o cristianismo, blz, caso contrrio seriam considerados selvagens e a guerra estaria justificada. Aps a Rev. Francesa os Estados passaram a ser Estados-Naes, pois antes eram representados pela figura do rei (Lus XIV, Rei Sol, Ltat cest moi). Nesse contexto,os sujeitos do DI so os Estados e no os indivduos, predominando a ideia realista nas relaes internacionais, cada Estado buscando atingir seus prprios interesses. Aps duas guerras mundiais, o paradigma vem mudando. Aps a primeira guerra vieram os idealistas e disseram ser irracional para os Estados buscarem unicamente os interesses nacionais, devendo buscar a cooperao para seu bem-estar, surgindo a Liga das Naes. Aps a II Guerra surge a ONU. Passam a surgir interesses comuns, que esto em uma terceira dimenso, nem interna, nem interestadual, mas so transnacionais, no sendo exclusivos a nenhum Estado em particular, como por exemplo, Dir. Hum., Meio Amb., combate ao terrorismo, etc. Houve uma quebra de paradigma, tanto nas Rel. Internac. Quanto no DI. Surgem novos sujeitos no DI, as Org. Internac.A soberania permanece nos Estados. As OI no esto acima dos Estados. So os Estados que as regulamentam. O que h uma transferncia de poder, por meio de um ato de soberania, uma delegao. Discute-se se a soberania foi mitigada. H uma flexibilidade, mas que provm de atos soberanos, com os Estados comprometendo-se no plano internacional por meio de atos de soberania.Alguns autores negam a existncia do DI utilizando-se dos argumentos1. No existe uma lei; refutao Kelsen norma antes da lei;2. No possui um poder coativo, sano; refutao Kelsen sano no inerente norma; ademais, o DI possui instrumentos para forar o cumprimento, cortes internacionais com funes jurisdicionais;O fundamento da obrigatoriedade do DI Teorias: Voluntarista autolimitao dos Trat. Internac. pela vontade do Estado. O Dir no est acima dos Estados e estes podem se obrigar e desobrigar-se ao seu bel prazer. Falta de segurana jurdica. Teoria falha. Normativista Kelsen O DI precede a vontade dos Estados, sendo ele que permite que os Estados manifestem sua vontade. O DI supranacional. Supranacional no porque houve uma transferncia de direitos, mas porque o DI precede a vontade dos Estados. * Tomar cuidado com artigos na internet, onde autores querem fazer bonito e trocam CF por Carta Magna, por exemplo, e utilizam o termo supranacional no lugar de DI como se fossem equivalentes, ou organizao supranacional no lugar de internacional. Somente deve-se utilizar o termo supranacional no seguinte caso: - Quando estiver falando do fundamento do DI em Kelsen e lembrar que esse direito precede, a norma fundamental, est no topo da pirmide, acima da CF;Na teoria das Organizaes Internacionais h uma referncia a organizao supranacional: Unio Europeia, onde h transferncia de poderes. Teoria Mista Contratos so leis entre as partes. Direito Internacional um mix de direitos preexistente fundado em valores supremos da sociedade internacional e da vontade dos sujeitos do DI.Resumo ditado: O DI fundamenta-se no consenso sobre a necessidade de segurana jurdica para a consecuo dos objetivos e proteo dos valores compartilhados pela sociedade internacional. Normas imperativas ou cogentes: art 53 Conveno de Viena 1969 (Tratado que disciplina os Tratados Internacionais). Ingressou no ordenamento jur. bras. (ratificado) em 2008. Utilizava e respeitava mesmo antes de ratificar. Art. 53 norma imperativa: Norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como uma norma da qual nenhuma derrogao permitida e s pode ser modificada por uma norma de DI da mesma natureza. Exemplo: Se um Estado X no assinou o tratado que impede o genocdio, como se trata de um ato condenvel pela comunidade internacional, sofrer presso desta comunidade, mesmo sem poder ser submetido jurisdio internacional neste caso. Poder, por exemplo, sofrer uma sano do Conselho de Segurana da ONU (cai na esfera das relaes internacionais). Norma imperativa, no est escrita, mas um consenso. Apesar de poder ser derrogada apenas por outra norma do mesmo tipo, a profa entende que no h hierarquia entre essas normas e outras, apenas maior fora.Caractersticas do Dir Interno em relao ao DINo dir interno h um poder centralizado, o Estado, verticalizado. H hierarquia entre as normas. Obrigao de aceitao das normas. Jurisdio obrigatria. Representao parlamentar. Subordinao dos cidados.No DI no existe um poder central. A ONU no est acima de nenhum Estado, por exemplo. descentralizado, horizonta. Todos os sujeitos esto no mesmo mbito de igualdade. Sem hierarquia de normas. Um costume poderia revogar um tratado internacional, por ex. Em princpio, deve haver voluntariamente uma aceitao da norma por parte do Estado. Jurisdio facultativa. Sem representao parlamentar, salvo a UE. Sem subordinao, e sim, cooperao, coordenao. Os Estados so igualmente soberanos.Diferena entre pblico e privadoDIP Fonte internacional. Os sujeitos so os Estados, as Organizaes Internacionais e os indivduos (embora alguns doutrinadores digam que os indivduos sejam meros objetos do DI). Celebram tratados.DIPrivado Fonte interna (ordenamento jurdico de cada Estado). Os sujeitos so as pessoas naturais e jurdicas. Celebram contratos. Domiclio e nacionalidade - LINDB.Exemplo de como os dois se comunicam: Direito Tributrio Internacional (partindo do direito nacional) ou Direito Internacional Tributrio (parte do DI) Critrios Territorialidade e Universalidade. Ex.: caso um pas tribute de uma maneira, d para olhar se no existe tratado disciplinando de modo diferente a tributao.

Ditado: Conceito de DIP Conjunto de princpios e regras jur. (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuao e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, OI e indivduos) visando alcanar as metas comuns da humanidade e, em ltima anlise, a segurana e a estabilidade das relaes internacionais.Princpios Absteno do uso da fora at pode ser utilizada, mas existem regras. Somente em ltimo caso. Quando se fala em fora no se refere a guerra, fora armada. Soluo pacfica dos litgios No interveno em assuntos internos igualdade soberania. Princpio da boa-f Princpio da cooperao Princpio da reciprocidade.

Fontes informais art 38, V Estatuto da Corte Internacional de Justia. Corte vinculada ONU. CIJ pode receber causas sobre qq tema.

Fontes: tratados internacionais art. 2 Conveno de Viena 1969 (tratado que disciplina os tratados). No importa o nome do tratado, e sim que seja escrito entre Estados ou OI e regido pelo DIP. Costuma-se usar mais o termo Protocolo para questes ambientais, Carta para direitos humanos. Usar o termo tratado e convenes desnecessrio. Costumes internacionais: Para ser um costume internacional necessria que haja uma prtica internacional (critrio objetivo) aceita (critrio subjetivo)pela maioria dos Estados (art. 1, 1 Estatuto CIJ). Pode ser uma prtica regional (Mercosul) ou mesmo bilateral, aplicado neste mbito nesses casos.

No h hierarquia entre tratado e costume internacional, podendo este ltimo revogar o primeiro, mas tem que ser provado. Em caso de conflito, utilizar os critrios da especialidade e temporalidade. Quando os tratados so ambguos, vagos, utilizam-se os costumes para suprir as lacunas. Os princpios de direito so fontes supletivas (boa-f, respeito coisa julgada, contraditrio, etc). Fontes auxiliares: Jurisprudncia (embora no exista vinculao nem litispendncia no DI) - os juzes procuram proferir decises harmnicas.Doutrina auxilia na interpretao das normasEquidade possibilidade, a pedido das partes ou quando no exista tratado (art. 58), no sendo utilizada de ofcio.

Ato unilateral aquele que a manifestao de vontade do sujeito e suficiente para produzir efeitos jurdicos. Ex.: cultura das relaes diplomticas, se um rompe, no depende que outro aceite. Ex.2: Promessa de um Estado de cessar operaes nucleares.

Decises das OI No confundir com decises dos Tribunais das OI. Recomendaes apenas, no vinculantes. Soft-Law. Deliberaes da Assemblia Geral da ONU, por exemplo, so recomendaes. A tendncia, no entanto, de observao por parte dos Estados, embora o no cumprimento no esteja sujeito sanes.

Primeira fonte do DI Tratados InternacionaisArt. 2 CV 1969 um acordo internacional escrito entre Estados ou OI OI acrescentado pelo pela Conveno de 1986. Tem que ser por livre convencimento, o Estado no pode ser coagido a celebr-lo. Necessariamente deve ser escrito, formal. O Estado deve ser soberano, independente. Um Estado que no independente pode celebrar tratados, no entanto. Ex. O Brasil se tornou independente celebrando um tratado de independncia com Portugal. necessrio que haja o reconhecimento internacional do Estado. Se um Estado celebra um TI com um E no Indep., significa que aquele E est presumindo o reconh. Deste. Deve ser analisado caso a caso. Estrutura dos TratadosTtulo que indica o assunto a ser versado no tratado, seu objeto.Prembulo indicando as partes do tratado e Representantes Estados que esto celebrando o tratado e quem est representando o Estado neste momento, assinando.Considerandos Indicam as intenes das partes, os motivos, as finalidades do tratado. Muito importante, posteriormente, para a interpretao das regras do tratado. Nos EUA, at os contratos internos costumam vir com considerandos.Dispositivos, regras pactuadas.Fecho Local, Data, Idioma(s), nmero de exemplares.Se o TI for celebrado em dois ou mais idiomas importante colocar uma clusula indicando qual idioma seria priorizado em caso de interpretao no caso de ambiguidade.Assinatura Chefe de Estado ou de Governo, Ministros das Relaes Exteriores ou outro indicado (diplomata etc), mas nesse caso precisa de uma carta de plenos poderes, conforme preconiza a CV.Caractersticas dos T Partes no so necessariamente Estados, mas vencedores e vencidos, por exemplo (tratado de versalhes). Bilaterais tratados com duas partes. Multilaterais diversas partes, mais que duas Tratado guarda-chuva ou tratado moldura tambm pode ser encontrado o termo umbrela. Um tratado umbrela estabelece condies genricas, estabelece um regime. As especificas sero estabelecidas em outros tratados. Exemplo: T que institui a OMC (1995 - Tratado de Marrakesh), instituiu a organizao, suas estruturas, seus rgos, seus princpios, seus objetivos. sombra desse T, vem os acordos especficos sobre o comrcio: acordo sobre subsdios, txteis, etc. Tratado moldura Estabelece linhas gerais e que estas devero ser complementadas ou modificadas. Estabelece um caminho a ser seguido para preencher esta moldura. Ex.: T de Assuno (T de A para a criao de um mercado comum). No criou o mercado comum. S a moldura. Para isso existem estgios que os E vo tendo que, posteriormente, entrar em acordo.Execuo no tempo: Os tratados podem ser transitrios ou permanentes, mutalizveis ou no-mutalizveisTransitrio Executado qdo celebrado Ex. tratado que delimita fronteira brasil-argentina. Permanente Execuo ao longo do tempo.Pode haver tratado transitrio e permanente ao mesmo tempo, dependendo se h mais de um objeto: ex: delimita fronteira e estabelece condies de cuidado ambiental na regio fronteiria.Mutalizveis podem se adaptar a uma nova realidade. Por exemplo, em relao execuo, se um tratado for mutalizvel e um E no cumprir sua parte, os demais seguiro normalmente cumprindo.No-mutalizvel. Se um E no cumprir, inviabiliza o cumprimento dos demais. Ex.: Brasil e Paraguai acordam a construo de uma ponte. Se um dos dois no cumprir, inviabiliza o cumprimento por parte do outro, podendo-se pedir a extino do tratado.Possibilidade de Adeso Adeso o ingresso posterior de um E a um TI. O T j foi celebrado, est em vigncia e um E quer ingressar, aderir. Os T podem ser abertos ou fechados. Os a admitem novas partes, os f no admitem mais ningum. O a ainda pode ser limitado ou ilimitado. Por exemplo, limitado a E da Amrica do Sul. Os limitados ou ilimitados ainda podem ser condicionados ou incondicionados. Ex: Somente E da Am do Sul e cumprir condies: Se um E tem economia fechada, ele tem que abrir. Ex2: Para aderir ONU o E tem que ser amante da paz.Os T institucionais ou constitutivos so os T que criam as OI. Todas as OI so criadas por TI.Quanto ao procedimento os T podem ter um procedimento de formao breve ou longo (CV 1969, art. 12). Os E tem soberania para determinar internamente se eles iro celebrar um TI pelo procedimento breve ou longo. A Conveno permite isso.

Processo de formao dos TI Capacidade das partes Estas precisam ser sujeitos de DI (E soberanos e OI). Agentes devem estar legalmente habilitados Devem ter plenos poderes para celebrar (chefe de estado, governo e ministro das relaes exteriores). Outras pessoas podem assinar o tratado, mas precisam de uma carta de plenos poderes, com o presidente concedendo-a, por exemplo. Mtuo consentimento das partes mtuo, expresso e inequvoco, para que seja um tratado vlido. O Objeto deve ser lcito e materialmente possvel. Em 1967 foi celebrado um tratado sobre explorao do espao misterioso, a Lua. Chegou a ser questionado, o homem no havia ido Lua.Se no houver condies intrnsecas ou extrnsecas, o T pode ser declarado invlido pelos tribunais internacionais. Por isso, essas condies so bem importantes.Procedimento longo uma regra geral a ser usado no Brasil. composto de duas fases internacionais, previstas na CV de 69 e duas fases internas, previstas na CF. A primeira etapa do procedimento comea com as negociaes dos termos do tratado e aps negociado, a assinatura do texto. No procedimento longo a assinatura no gera vnculo jurdico, simplesmente atesta o contedo do tratado e significa que o Estado levar esse texto para a prxima etapa, a anlise pelo Congresso Nacional. A assinatura do tratado significa apenas um aceite precrio.No procedimento breve, a assinatura j d vigncia ao tratado. composto somente pela primeira fase. Os EUA adotam esse procedimento. L o tratado passa previamente pelo Congresso. Mesmo sem ter os termos, o Congresso autoriza o presidente a celebrar um tratado seguindo algumas diretrizes estabelecidas. Essa modalidade e chamada de fast-path.O art. 84, VIII CF diz que compete privativamente ao presidente da repblica celebrar tratados internacionais (mas pode ser delegado), sujeitos ao referendo do CN, que tem competncia exclusiva para isso (art; 49, I CF). Depois de passado pelo crivo do CN, ter fora de lei. Diz o artigo 49:Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:I- resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;Esse artigo apresenta diversos problemas. Exemplo: O CN analisa o texto de um tratado e o aprova, considerando-o de interesse do Estado. A seguir para a prxima fase, para ratificao pelo Pres. Da Rep. Assim, o CN resolve definitivamente qdo rejeita o tratado, pois, se o aprovar, quem ir decidir definitivamente sobre o tratado ser o Executivo, o Pres., que em um ato discricionrio, de soberania, ir decidir se ratifica ou no o tratado.A terceira fase a ratificao, uma fase internacional. Significa a ratificao da assinatura e o pres. No est obrigado a ratificar, no gerando efeito jurdico. Pode ser que tenha mudado o presidente, os interesses do E e no convenha mais ao E ratificar o tratado. Conceito de ratificao: Ato administrativo unilateral por meio do qual o Poder Executivo devidamente autorizado, confirmando a assinatura do acordo, exprime definitivamente no plano internacional a vontade do E em obrigar-se pelo tratado.Caractersticas da ratificao: ato externo, internacional, de governo, regido pelo DI, expresso na Carta de Ratificao. Alm disso, um ato poltico e circunstancial (discricionrio) (aqui o pres. Exerce a soberania nacional). um ato intercoativo, com efeitos ex-nunc. O E s estar obrigado a observar o TI a partir da ratificao, ela que dar vigncia internacional ao T para aquele E. tambm um ato irretratvel, o E no pode simplesmente desratificar e se retirar. Caso queira sair, deve usar outro procedimento, a renncia. Se for um tratado multilateral e um pas no ratificar, vale para os demais. Se for bilateral, obviamente ficar sem efeito. No existe um prazo geral para ratificao, pode demorar 10, 20, 50 anos. Somente haver se o tratado em si estipular o prazo. possvel que o tratado preveja uma ratificao condicionada. Ex: o tratado entrar em vigor a partir da 10 ratificao. Se for uma Carta de Rat em um T multilateral, normalmente protocolada em uma OI, geralmente a ONU, no existindo uma O prpria para isso. Se for bilateral, os chefes de Estado se renem e fazem a troca dessas Cartas e formalizam a ratificao.A ltima fase a fase em que o tratado ser uma fase interna, a fase em que esse T ser promulgado e publicado por meio de um decreto do Executivo. Esse decreto que internaliza o TI no ordenamento jur. Nacional. assinado pelo PR.A ideia que esse decreto ocorra junto com a ratificao, mas so atos separados. A partir da ratificao j pode ser exigido internacionalmente, por isso as datas normalmente coincidem.Promulgar uma lei atestar que uma lei vlida, cumpriu os requisitos formais. A publicao para que todos conheam a lei.O art. 27 da CV-69 diz que o E no pode alegar questes internas como justificativa para o descumprimento de um TI. Uma parte no pode invocar as disposies de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. No pode dizer que fere a constituio, uma lei ordinria, etc. Isso criaria instabilidade. O legislativo deve analisar isso antes de aprovar. possvel fazer reservas ao TI. O pres pode fazer reservas com relao a algum dispositivo especfico. A reserva sempre possvel, salvo se o prprio TI determinar que no admite reserva. Ex. Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional, tem um dispositivo expresso: Este Estatuto no admite reserva. Ou ratifica tudo ou nada. Se, por exemplo, verificar posteriormente que fere a CF, deve se retirar, renncia total, propor uma emenda ou sofrer as consequncias.Conceito de Reserva - Declarao unilateral, qualquer que seja o seu enunciado, feita por um E ao assinar, ratificar um T ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar os efeitos de certas disposies do T em sua aplicao a esse E. Portanto, o momento de se fazer a reserva, se o E utiliza o procedimento breve, no momento da assinatura, se utiliza o longo, na ratificao, e se for aderir, no momento da adeso. O CN ao analisar o T pode indicar ao Pres para inserir reservas. S possvel reserva nos T mutalizveis.O art. 46 da CV-69 faz uma ressalva ao art 27. O E no pode indicar questes de seu D interno para just o descumprimento de um T, a no ser que essa violao fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu D interno de importncia fundamental. No diz respeito a D fundamental. Essa norma diz respeito competncia para celebrar TI (art. 84, VIII e 49, I) vcio de formao.Adeso Tem que passar pelo CN tambm.A doutrina, uma parte diz que todos os TI acarretam encargos e tem que passar pelo CN. Outra parte diz que no. Ex: tratado que cria uma comisso para tratar de assuntos de meio ambiente. Os tratados de cunho administrativo no precisam do referendo do CN, mas quem decide isso o prprio CN. Todos vo para o CN e ele analisa se precisa do referendo. Em um concurso colocar que todos precisam passar pelo CN.Emendas tambm passam pelo CN.Teorias sobre a forma como os T so internalizados Teoria Dualista Existem duas dimenses: direito internacional e direito interno. Teoria Monista O DI e o Dinterno esto na mesma dimenso, fazem parte de um nico direito. Se adotssemos a teoria monista, no precisaria internalizar o TI. A ratificao seria suficiente para que o T tivesse vigncia no plano I e interno. A partir de 19? O Brasil adota o sistema dualista moderado, mas no o dualista extremado. No extremado, aps ser ratificado, volta ao CN como projeto de lei e passa por todo o processo legislativo de criao de uma lei. Na teoria monista, havendo conflito entre o DI e o DInterno, a teoria monista ir determinar qual prevalece. Para os monistas internacionalistas, como Kelsen, dizem que o internacional prevalece, havendo conflito. Para os nacionalistas, o interno prevalece. Na dualista, se no for internalizado no h conflito, pois esto em dimenses diferentes. Se internalizado, via de regra, por lei ordinria, entrando em conflito de mesmo grau hierrquico, a resoluo do conflito feita pelo critrio da especialidade e cronolgico. Existe uma exceo ao critrio cronolgico. Est no artigo 98 CTN Os tratados e convenes internacionais revogam ou modificam a legislao tributria interna e sero observados pela legislao que lhes sobrevenha. Os tributaristas dizem que se for LC a lei prevalece.Questionrio:1 No Brasil, possvel um TI ter vigncia nacional sem que ele passe pelo referendo do CN?No, CF, art. 49, I. Na prtica, os meramente administrativos (explicativos de outros tratados, que cria comisso de estudo, etc), que no geram encargos, no precisa, mas quem decide se apenas administrativo o prprio CN. H parte da doutrina que acredita que todos os tratados geram um certo tipo de encargo e precisam ser referendados pelo CN.2 A renncia de um tratado tambm deve passar pelo CN? A mesma regra serve para os T que entram no ordenamento com fora de EC?ADI Conveno da OIT 158 Motivaes dispensa arbitrria empregado. FHC renunciou a essa Conveno sem passar pelo CN. Agora existe uma ADI alegando que o Pres no pode renunciar sem passar pelo CN. O caminho de ida e o de volta deve seguir o mesmo rito. Considerao: Se a ratificao discricionria, a renncia tambm no seria? Normalmente o CN coloca, ao referendar, que a renncia tambm deve passar por ele, mas, e se no constar? No caso dos Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos (fora de EC) deve ser analisado se o Tratado menos benfico que a Constituio (Ex.: priso perptua Estatuto de Roma). Em todo o caso, tem que passar pelo CN.3 As reservas ao tratado, realizadas pelo Executivo, devem ser referendadas pelo CN?H duas lgicas para fundamentar, uma com base na legitimidade da democracia e outra com base na discricionariedade da ratificao. Deve-se adotar uma postura.4 O CN pode aprovar o texto do tratado e rejeitar as reservas?Se for ver pelo lado da legitimidade uma postura, consequentemente o que o CN decidir vincular o Pres. Da Rep. A prof entende que o art 49, I deixa transparecer que o Pres est vinculado. 37 min