106
CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Aula 1: Fala pessoal! Tudo certo? É um prazer estar aqui para ministrar mais este curso pelo Ponto. É realmente uma honra poder ajudar nos seus estudos e contribuir para a aprovação que certamente virá em breve para muitos de vocês. Para quem ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, desde 2009 estou trabalhando aqui no Ponto, ensinando (e é claro, também aprendendo muito) a disciplina mais legal dos concursos públicos: o Direito Constitucional. Atualmente trabalho como Analista Judiciário no TRE-GO. Sou ex- Oficial da Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola Naval e Pós-graduado em Direito Constitucional. Entre meus trabalhos editoriais, eu sou autor do livro "Constituição Federal Anotada para Concursos (2a Edição)" publicado pela Editora Ferreira e dos livros "Vou ter que estudar Direito Constitucional! E Agora?" e "Questões Comentadas de Direito Constitucional - FGV", ambos pela Editora Método. Sou também coordenador, juntamente com o Prof. Leandro Cadenas, da coleção 1001 questões comentadas da Editora Método, onde também participo sendo autor das seguintes obras: -1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - ESAF; -1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - CESPE (2a Edição); -1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - FCC; -1001 Questões Comentadas de Direito Tributário - ESAF (este em parceria com Francisco Valente). Sobre as aulas: Nosso curso será dividido em 3 aulas. O foco de questões será o CESPE, mas também usei algumas questões de outras bancas por sentir necessidade de cobrir uma ou outra lacuna no estudo. Vocês verão que teremos um curso de abordagem bem completa, suficiente para vocês buscarem aquele 10 em Constitucional. Beleza? Dividiremos as aulas da seguinte forma: Aula 1: 06/03 - Teoria Geral dos Direitos Fundamentais e Direitos Individuais; Aula 2: 08/03 - Direitos Sociais, Nacionalidade, cidadania e direitos políticos; partidos políticos;

Direito Constitucional - Aula 01

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

1

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Aula 1:

Fala pessoal! Tudo certo?

É um prazer estar aqui para ministrar mais este curso pelo Ponto.

É realmente uma honra poder ajudar nos seus estudos e contribuir para a aprovação que certamente virá em breve para muitos de vocês.

Para quem ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, desde 2009 estou trabalhando aqui no Ponto, ensinando (e é claro, também aprendendo muito) a disciplina mais legal dos concursos públicos: o Direito Constitucional.

Atualmente trabalho como Analista Judiciário no TRE-GO. Sou ex-Oficial da Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola Naval e Pós-graduado em Direito Constitucional.

Entre meus trabalhos editoriais, eu sou autor do livro "Constituição Federal Anotada para Concursos (2a Edição)" publicado pela Editora Ferreira e dos livros "Vou ter que estudar Direito Constitucional! E Agora?" e "Questões Comentadas de Direito Constitucional - FGV", ambos pela Editora Método.

Sou também coordenador, juntamente com o Prof. Leandro Cadenas, da coleção 1001 questões comentadas da Editora Método, onde também participo sendo autor das seguintes obras:

-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - ESAF;

-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - CESPE (2a Edição);

-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - FCC;

-1001 Questões Comentadas de Direito Tributário - ESAF (este em parceria com Francisco Valente).

Sobre as aulas:

Nosso curso será dividido em 3 aulas. O foco de questões será o CESPE, mas também usei algumas questões de outras bancas por sentir necessidade de cobrir uma ou outra lacuna no estudo. Vocês verão que teremos um curso de abordagem bem completa, suficiente para vocês buscarem aquele 10 em Constitucional. Beleza?

Dividiremos as aulas da seguinte forma:

Aula 1: 06/03 - Teoria Geral dos Direitos Fundamentais e Direitos Individuais;

Aula 2: 08/03 - Direitos Sociais, Nacionalidade, cidadania e direitos políticos; partidos políticos;

Page 2: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

2

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Aula 3: 13/03 - Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo. Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio ambiente; família, criança, adolescente, idoso, índio.

Agora vamos deixar esse blá-blá-blá de lado e iniciar logo essa nossa caminhada rumo aos 100% de acertos.

QUESTÕES DA AULA:

1. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade.

2. (CAIPIMES/SP Turismo/2007) Os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma.

3. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa.

4. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto constitucional.

5. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.º da CF.

6. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal compreende os direitos fundamentais como sendo os direitos individuais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo dessa categoria os direitos sociais e os direitos políticos.

7. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos fundamentais tão-somente os direitos:

a) individuais e coletivos.

b) individuais, coletivos e sociais.

Page 3: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

3

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

8. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana.

9. (ESAF/PGFN/2007 - Adaptada) Entre as características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da imutabilidade.

10. (MPT/MPT/2004) As principais características dos direitos fundamentais do homem são a inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade.

11. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais.

12. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às pessoas físicas.

13. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o próprio Estado.

14. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são exemplos típicos de direitos de 3.ª geração

15. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de terceira geração.

16. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração

a) os direitos econômicos e culturais.

b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.

c) as liberdades públicas.

d) os direitos e garantias individuais clássicos.

Page 4: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

4

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

17. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009 - Adaptada) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação imediata, submetendo- se à regulamentação legislativa.

18. (CESPE/PM-DF/2010 - Adaptada) Segundo a CF, as normas constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais dependem de regulamentação para serem aplicadas.

19. (CESPE/PM-DF/2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às emendas constitucionais.

20. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.º do art. 5.º da CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma constitucional.

21. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Quando previstos em tratados e convenções internacionais, os direitos fundamentais são equivalentes às emendas constitucionais.

22. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

23. (FCC/Analista – Biblioteconomia – TRT 24ª/2011) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados:

a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à Lei ordinária.

b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis ordinárias.

Page 5: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

5

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis complementares.

d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis ordinárias.

24. (CESPE/Técnico-TRT 17ª/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão.

25. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de lei complementar.

26. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas.

27. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas.

28. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas.

b) aos brasileiros natos, apenas.

c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País.

d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

29. (CESPE/ANAC/2009) Os direitos fundamentais não são assegurados ao estrangeiro em trânsito no território nacional.

30. (FCC/TRT 23ª/2005) Tendo em vista o princípio da isonomia como um dos direitos fundamentais, observe as afirmações sobre o princípio da igualdade:

I. por sua natureza, veda sempre o tratamento discriminativo entre indivíduos, mesmo quando há razoabilidade para a discriminação.

Page 6: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

6

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

II. vincula os aplicadores da lei, face à igualdade perante a lei, entretanto não vincula o legislador, no momento de elaboração da lei.

III. estabelece que se deve tratar de maneira igual os que se encontram em situação equivalente e de maneira desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades.

IV. não há falar em ofensa a esse princípio se a discriminação é admitida na própria Constituição.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

31. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os desiguais.

32. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei criar qualquer forma de distinção.

33. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade.

34. (FCC/TRE-PI/2002) A Constituição Federal prevê que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante". Esse dispositivo de proteção abrange

a) o racismo, somente se for praticado em concurso com a violência física.

b) apenas o sofrimento físico, único inerente à tortura.

c) tanto o sofrimento físico como o mental.

d) o sofrimento psíquico, apenas nos casos de discriminação religiosa.

e) a aplicação de castigo pessoal a alguém sob guarda, mesmo que não cause intenso sofrimento.

35. (CESPE/DPU - Agente Adm./2010) A CF prevê o direito à livre manifestação de pensamento, preservando também o anonimato.

36. (CESPE/TCU/2009) A CF estabelece que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

Page 7: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

7

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

independentemente de censura ou licença. Diante da amplitude do tratamento constitucional atribuído a essas liberdades, mesmo que a manifestação dessas atividades viole a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de alguém, não será devida qualquer indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

37. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010) No que se refere à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas é certo que:

a) a dor sofrida com a perda de ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

b) a indenização, na hipótese de violação da honra e da intimidade, não responde cumulativamente por danos morais e materiais.

c) a condenação por danos morais face à divulgação indevida de imagem, exige a ocorrência de ofensa à reputação da pessoa.

d) o Estado também responde por atos ofensivos (morais) praticados pelos agentes públicos no exercício de suas funções.

e) as pessoas jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a indenização por danos materiais, mas não por danos morais.

38. (CESPE/TCE-AC/2009) Os tribunais de contas não podem determinar a quebra de sigilo bancário de administrador público investigado por superfaturamento de preço praticado em licitação, no âmbito do controle externo realizado.

39. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não pode decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do investigado.

40. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) É vedada a assistência religiosa nas entidades militares de internação coletiva, salvo nas civis.

41. (FCC/AJAJ-TRT 21/2003) Temístocles, alegando motivos relacionados com sua convicção política, negou-se a prestar o serviço militar e, alegando as mesmas convicções, recusou-se a cumprir obrigação alternativa. Nesse caso, Temístocles

a) está correto em seu procedimento, visto que ninguém pode ser obrigado a fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

b) alegou legítima escusa de consciência, uma vez que sua convicção política é contrária à prestação de qualquer serviço ao Estado.

c) perderá seus direitos políticos e, sendo a perda definitiva, não mais poderá recuperá-los.

d) terá seus direitos políticos suspensos e essa situação perdurará até que cumpra a obrigação alternativa.

Page 8: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

8

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

e) não tem direito à escusa de consciência porque o serviço militar é obrigação imposta a todos os brasileiros.

42. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF assegura a liberdade de expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude.

43. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 reconhece ser livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

44. (CESPE/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais, considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e prendê-lo.

45. (CESPE/PGE-AL/2009 - Adaptada) O conceito normativo de casa é abrangente; assim, qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade está protegido pela inviolabilidade do domicílio. Apesar disso, há a possibilidade de se instalar escuta ambiental em escritório de advocacia que seja utilizado como reduto para a prática de crimes.

46. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O entendimento do direito constitucional relativo à casa apresenta maior amplitude que o do direito privado, de modo que bares, restaurantes e escritórios, por exemplo, são locais assegurados pelo direito à inviolabilidade de domicílio.

47. (CESPE/Técnico-TCU/2009) Admite-se a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou administrativa.

48. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 prevê a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas em caráter absoluto.

49. (CESPE/TCE-ES/2009) Apesar da ausência de autorização expressa na CF, a interceptação das correspondências e comunicações telegráficas e de dados é possível, em caráter excepcional.

50. (CESPE/STF/2008 - Adaptada) Apesar de a CF afirmar categoricamente que o sigilo da correspondência é inviolável, admite-se a sua limitação infraconstitucional, quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância, do que o previsto na CF.

Page 9: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

9

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

51. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) Segundo a Constituição Federal de 1988 (CF), o sigilo das comunicações telefônicas poderá ser violado, por ordem judicial ou administrativa, para instrução processual de ação de improbidade administrativa.

52. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) Conversas telefônicas entre o acusado e seu defensor não podem ser interceptadas, pois o sigilo profissional do advogado, que é garantia do próprio processo legal, somente pode ser quebrado quando o advogado estiver envolvido na atividade criminosa.

53. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) As provas obtidas de forma ilícita podem ser convalidadas, desde que se permita o contraditório em relação ao seu conteúdo.

54. (ESAF/Analista ANEEL/2006) Assinale a opção correta.

a) Constitui prova ilícita a gravação, por um dos interlocutores, sem autorização judicial, de conversa telefônica, em que esteja sendo vítima de crime de extorsão.

b) É necessariamente nulo todo o processo em que se descobre uma prova ilícita.

c) É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso.

d) A proibição do uso de prova ilícita não opera no âmbito do processo administrativo.

e) A escuta telefônica determinada por membro do Ministério Público para apuração de crime hediondo não constitui prova ilícita.

55. (CESPE/TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

56. (CESPE/MPS/2010) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, mediante autorização da autoridade competente, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

57. (CESPE/DETRAN-DF/2009) A norma constitucional que estabelece que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, tem aplicação imediata.

58. (CESPE/TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

Page 10: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

10

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

59. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Todos deverão ser compelidos a associar-se ou a permanecer associado a sindicato na vigência do contrato de trabalho.

60. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008 - Adaptada) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado (Certo ou Errado).

61. (FCC/TJAA-TRT 7ª/2009) O artigo 5° da Constituição Federal prevê, dentre outros direitos, que:

a) a liberdade de associação é absoluta, sendo necessária, porém, a prévia comunicação à autoridade competente.

b) as entidades associativas somente têm legitimidade para representar seus filiados extrajudicialmente.

c) a liberdade de associação para fins lícitos é plena, vedada a de caráter paramilitar.

d) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, dependem de autorização do Estado.

e) as associações só poderão ser compelidas a suspender as suas atividades, após decisão tomada por seus filiados.

62. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) A propriedade poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mas sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

63. (CESPE/Técnico Administrativo - PREVIC/2011) De acordo com a CF, com o objetivo de fomentar a produção e a renda, a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de qualquer tipo de débito adquirido.

64. (CESGRANRIO/DECEA/2009) A Constituição Brasileira garante o direito de propriedade (art. 5o, XXII), que, por seu turno, deverá a atender a sua função social (art. 5o, XXIII). Nesse sentido, é correto afirmar que a Constituição:

(A) não admite a expropriação de terras, nem o confisco de bens.

(B) assegura que a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamentos de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

(C) permite a desapropriação de imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, que incluirá as benfeitorias úteis e necessárias.

Page 11: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

11

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

(D) permite, em caso de iminente perigo público, o uso de propriedade particular por autoridade pública, assegurado o pagamento de indenização pelo uso da propriedade.

(E) permite a desapropriação de imóvel urbano, por interesse social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida pública.

65. (CESPE/MMA/2009) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização e publicação, mas não o de reprodução, não podendo a transmissão desse direito aos herdeiros ser limitada por lei.

66. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

67. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não transmissível aos herdeiros, por seu caráter personalíssimo.

68. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

69. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira, independentemente do que estabelecer a lei pessoal do de cujus.

70. (ESAF/ATRFB/2009) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

71. (CESPE/Analista Administrativo - PREVIC/2011) Independentemente do pagamento de taxas, é assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal e de terceiro, a obtenção de certidões em repartições públicas.

72. (FCC/AJAA - TRT 4ª/2009) O Direito de Petição previsto na Constituição Federal é:

a) exercido tão somente no âmbito do Poder Judiciário.

b) assegurado aos brasileiros natos, maiores de vinte e um anos.

c) extensivo a todos, nacionais ou estrangeiros, mediante o pagamento de taxas.

d) destinado ao cidadão em face dos Poderes Públicos e exercido judicialmente apenas por advogado constituído.

Page 12: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

12

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

e) garantido a todos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

73. (CESGRANRIO/Técnico - BACEN/2010) Juan, cidadão argentino residente no Brasil, dirigiu-se ao Banco Central a fim de encaminhar uma petição dirigida a determinada autoridade, reclamando sobre a conduta abusiva de um funcionário. Nesse caso, a Constituição:

(A) condiciona o exercício deste direito ao pagamento de taxa correspondente ao serviço.

(B) permite a Juan exercer tal direito.

(C) assegura esse direito apenas aos brasileiros (natos ou naturalizados).

(D) assegura esse direito apenas aos brasileiros no gozo dos direitos políticos.

(E) não assegura tal direito.

74. (CESGRANRIO/EPE/2007) Está INCORRETO afirmar, sobre o princípio constitucional do controle judiciário, também conhecido por princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, que:

a) é fundamentado no princípio da separação de poderes.

b) possibilita o ingresso em juízo para assegurar direitos simplesmente ameaçados.

c) constitui princípio constitucional expresso.

d) garante o acesso ao Judiciário contra lesões a direitos coletivos.

e) não ampara direitos de pessoa jurídica.

75. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

76. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurídicas.

77. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

78. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão.

79. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo

Page 13: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

13

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. b) a plenitude de defesa.

c) o sigilo das votações.

d) a soberania dos vereditos.

e) o juízo ou o tribunal de exceção.

80. (FUNIVERSA/ADASA/2009) A Constituição Federal reconhece expressamente a instituição do júri popular, com a organização que lhe der a lei, não assegurando

a) a plenitude de defesa.

b) o sigilo das votações.

c) a soberania dos veredictos.

d) a irrecorribilidade de suas decisões.

e) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

81. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

82. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais da pessoa humana.

83. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível:

a) a prática da tortura

b) a prática do racismo

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins

d) o definido em lei como hediondo

84. (CESPE/MEC/2009) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

85. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Todos os crimes estão sujeitos a prescrição.

86. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) São inafiançáveis os crimes de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de terrorismo e os definidos como crimes hediondos.

87. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a prática da tortura.

Page 14: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

14

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

88. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988 a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeitando o infrator à pena de detenção.

89. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

90. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo.

91. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

92. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É proibida a instituição de pena de morte no Brasil por força de mandamento constitucional.

93. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A pena de trabalhos forçados em estabelecimentos prisionais de segurança máxima depende de regulamentação por meio de lei complementar para ser implementada no ordenamento jurídico brasileiro.

94. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo.

95. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

96. (CESPE/TRT-17ª/2009) No Brasil, não há deportação nem expulsão de brasileiro.

97. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A espécie de extradição requerida por um Estado soberano estrangeiro ao Brasil é classificada de:

a) bilateral.

b) unilateral.

c) objetiva.

d) fundamental.

e) passiva.

Page 15: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

15

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

98. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Será, em qualquer hipótese, concedida a extradição de estrangeiro por crime político.

99. (FCC – Técnico Judiciário TRE/AC – 2003) Considere:

I. Modo de entregar o estrangeiro a outro Estado, a partir de requerimento deste, em razão de delito lá praticado.

II. Devolução de estrangeiro ao exterior, por meio de medida compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou permanece irregularmente no nosso território.

Tais situações dizem respeito, respectivamente, a

a) extradição e deportação.

b) deportação e extradição.

c) expulsão e extradição.

d) deportação e repatriação.

e) repatriação e expulsão.

100. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional.

101. (ESAF/AFT/2006) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos negativos.

102. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006 - Adaptada) Jamais o civilmente identificado será submetido à identificação criminal.

103. (ESAF/ENAP/2006) Em razão da titularidade da ação penal, conferida pela Constituição Federal ao Ministério Público, não há possibilidade de ser proposta ação privada nos crimes de ação pública. 104. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial.

105. (FCC/TJAA-TRF1ª/2011) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo, além de outra hipótese, no caso de

a) tráfico de drogas.

b) tortura.

c) racismo.

d) terrorismo.

e) transgressão militar, definida em lei.

Page 16: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

16

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

106. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel.

107. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante entendimento do STF, a norma constitucional segundo a qual não há prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, não é de eficácia restringível.

108. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

109. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.

110. (CESPE/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.

111. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) O habeas corpus não é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilo bancário em procedimento criminal, já que não há, na hipótese, risco direto e imediato de constrangimento ao direito de liberdade.

112. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa.

113. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente constituídas, mas não por partidos políticos.

114. (CESPE/TCE-AC/2009) O mandado de segurança é o meio correto para determinar à administração a retificação de dados relativos ao impetrante nos arquivos da repartição pública.

115. (FCC/Oficial - DPE-SP/2010) Dentre os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o cabimento do mandado de segurança inclui-se:

a) ameaça à liberdade de locomoção.

b) ausência de norma regulamentadora de direitos e liberdades constitucionais.

c) recusa de fornecimento de informações constantes de bancos de dados do governo relativas ao lesado.

d) ato lesivo, desde que, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Page 17: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

17

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

e) ofensa a direito líquido e certo do lesado, não amparado por habeas corpus ou habeas data.

116. (FCC/TJAA-TRF 2ª/2007) mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por

a) organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há no mínimo dez meses, em defesa dos interesses de seus membros.

b) partido político com ou sem representação no Congresso Nacional.

c) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus associados.

d) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos seis meses, em defesa dos interesses de seus membros.

e) um grupo de dez deputados federais e dez senadores, em nome do Congresso Nacional.

117. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) São legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, as entidades de classe, as associações e as organizações sindicais em funcionamento há pelo menos um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais homogêneos.

118. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente constituídas, mas não por partidos políticos.

119. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Assinale a alternativa que não representa remédio constitucional expressamente previsto na Constituição Federal de 1988.

(A) A ação popular.

(B) O habeas data.

(C) O mandado de segurança coletivo.

(D) O mandado de injunção coletivo.

120. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.

121. (CESPE/Agente-Polícia Federal/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Page 18: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

18

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

122. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A empresa pública federal Y inscreveu os dados de Tício no órgão de proteção ao crédito governamental, sendo que ele, ao ter acesso às informações no banco de dados, notou que estavam incorretas. Para retificar as informações restritivas Tício terá que

a) impetrar mandado de injunção.

b) impetrar habeas data.

c) impetrar mandado de segurança repressivo.

d) impetrar mandado de segurança preventivo.

e) propor ação popular.

123. (CESPE/MPS/2010) A nacionalidade brasileira é condição necessária e suficiente para propor ação popular visando à declaração de nulidade de ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.

124. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A ação popular pode ser acionada por cidadãos que pretendam questionar violações ao princípio da moralidade administrativa perante o Poder Judiciário.

125. (CESPE/MMA/2009) Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular.

126. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) Para propositura de ação popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exercício de seus direitos políticos.

127. (CESPE/FINEP/2009) Somente o brasileiro nato possui legitimação constitucional para propositura de ação popular, desde que esteja em dia com seus deveres políticos.

128. (CESPE/MPS/2010) Para aqueles que são, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a certidão do registro civil de nascimento, de casamento e de óbito.

129. (CESPE/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas.

130. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) A Constituição Federal assegura que são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e casamento e a certidão de óbito.

131. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Dentre outras, são gratuitas as ações de habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Page 19: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

19

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

GABARITO:

1 Correto 36 Errado 71 Errado 106 Errado 2 Correto 37 D 72 E 107 Errado 3 Errado 38 Correto 73 B 108 Correto 4 Errado 39 Errado 74 E 109 Correto 5 Errado 40 Errado 75 Correto 110 Correto 6 Errado 41 D 76 Correto 111 Errado 7 C 42 Errado 77 Correto 112 Errado 8 Correto 43 Correto 78 Correto 113 Errado 9 Errado 44 Correto 79 E 114 Errado 10 Correto 45 Correto 80 D 115 E 11 Correto 46 Errado 81 Correto 116 C 12 Errado 47 Errado 82 Correto 117 Errado 13 Errado 48 Errado 83 B 118 Errado 14 Errado 49 Correto 84 Correto 119 D 15 Correto 50 Correto 85 Errado 120 Errado 16 A 51 Errado 86 Correto 121 Errado 17 Errado 52 Correto 87 Errado 122 B 18 Errado 53 Errado 88 Errado 123 Errado 19 Correto 54 C 89 Correto 124 Correto 20 Errado 55 Errado 90 Correto 125 Errado 21 Errado 56 Errado 91 Correto 126 Correto 22 Correto 57 Correto 92 Errado 127 Errado 23 D 58 Errado 93 Errado 128 Errado 24 Correto 59 Errado 94 Errado 129 Correto 25 Errado 60 Correto 95 Errado 130 Errado 26 Errado 61 C 96 Correto 131 Correto 27 Errado 62 Errado 97 E

28 E 63 Errado 98 Errado

29 Errado 64 B 99 A

30 E 65 Errado 100 Correto

31 Correto 66 Correto 101 Correto

32 Errado 67 Errado 102 Errado

33 Correto 68 Correto 103 Errado

34 C 69 Errado 104 Correto

35 Errado 70 Correto 105 E

Page 20: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

20

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais:

Mas afinal, qual a diferença entre direitos e garantias?

Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um direito1.

José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daquele bens e vantagens"2.

1. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade.

Comentários:

A questão está se referindo a interligação dos termos e reconhecendo a dificuldade de se distinguir o que seriam na verdade direitos e o que seriam garantias no texto constitucional, algo que é constantemente frisado pela doutrina.

Gabarito: Correto.

2. (CAIPIMES/SP Turismo/2007) Os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma.

Comentários:

Isso aí, essa é a definição doutrinária.

Gabarito: Correto.

Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e Garantias Fundamentais?

1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30.

2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412.

Page 21: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

21

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais:

• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º);

• 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11);

• 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13);

• 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e

• 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos (CF, art. 17).

Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas em um rol exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos futuros.

Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

E as bancas exploram isso, veja:

3. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa.

Comentários:

Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 5º §2º, eles não excluem outros direitos e garantias decorrentes dos regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte.

Gabarito: Errado.

4. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto constitucional.

Comentários:

Primeiramente, o art. 5º da CF diz respeito apenas aos direitos e deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão expressamente elencados do art. 5º ao 17. Além disso, o rol de

Page 22: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

22

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

direitos fundamentais expressos não é um rol taxativo, pois por força do art. 5º §2º, não excluem os direitos e garantias decorrentes dos regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte.

Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que estão espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150.

Gabarito: Errado.

5. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.º da CF.

Comentários:

O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado.

Gabarito: Errado.

6. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal compreende os direitos fundamentais como sendo os direitos individuais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo dessa categoria os direitos sociais e os direitos políticos.

Comentários:

Não só os direitos sociais e os políticos, mas também os direitos da nacionalidade e o do funcionamento e existência dos partidos políticos podem ser elencados como direitos fundamentais segundo a CF/88.

Gabarito: Errado.

7. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos fundamentais tão-somente os direitos:

a) individuais e coletivos.

b) individuais, coletivos e sociais.

c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.

Page 23: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

23

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

A doutrina costuma dizer que os direitos fundamentais podem ser de 5 tipos: 1- Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.

A questão pegou estes tipos e desmembrou ainda mais. Se observarmos calmamente todas as assertivas, veremos que a correta então é a letra C, já que a letra E esqueceu dos direitos coletivos.

Gabarito: Letra C.

A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo

"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um determinado Estado.

A doutrina também costuma elencar como características destes direitos:

• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais direitos como imutáveis.

• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis;

• imprescritibilidade - podem ser invocados independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem com o tempo;

• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, mas não poderão ser renunciados;

• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção.

• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa.

8. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana.

Comentários:

Page 24: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

24

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Exatamente. Entre as diversas características dos direitos fundamentais, temos a historicidade e a relatividade.

Gabarito: Correto.

9. (ESAF/PGFN/2007 - Adaptada) Entre as características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da imutabilidade.

Comentários:

Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas, com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los como imutáveis.

Gabarito: Errado.

10. (MPT/MPT/2004) As principais características dos direitos fundamentais do homem são a inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade.

Comentários:

Isso aí.

Gabarito: Correto.

É importante salientar que estes direitos não se restringem a particulares, podendo, alguns, ser ga-rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de

direito público, como, por exemplo, o direito de propriedade.

É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ -

Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

11. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais.

Comentários:

Page 25: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

25

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como o direito de propriedade.

Gabarito: Correto.

12. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às pessoas físicas.

Comentários:

Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental, porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são, logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas.

Gabarito: Errado.

Historicamente, estes direitos se constituem em uma conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos

limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Desta forma, temos:

Eficácia vertical Proteção do particular em face do Estado.

Eficácia horizontal Proteção do particular em face de outro particular.

13. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o próprio Estado.

Comentários:

Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

Gabarito: Errado.

Page 26: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

26

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso

deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países).

Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. Vejamos:

Fase Marco Mundial

Dimensão dos direitos

Direitos Marco no Brasil

Estado Liberal

Revolução Francesa e Independência dos EUA

1ª Liberdade:

Direitos civis e políticos

Incipiente na CF/1824 e fortalecido na CF/1891

Estado Social

Pós 1ª Guerra Mundial - Constituição Mexicana (1917) e Weimar (1919).

2ª Igualdade:

Direitos Sociais, Econômicos e Culturais.

CF/1934

Estado Democrático

Pós 2ª Guerra Mundial.

3ª Solidariedade (fraternidade):

Direitos coletivos e difusos.

CF/1988

Pulo do Gato:

• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade.

• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão.

• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de "second") são os de segunda dimensão.

A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas

Page 27: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

27

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

de libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais, pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica, cultural...) entre as pessoas.

A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, social e cultural.

A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o direito de comunicação, entre outros.

Nesta 3ª dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, práticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à frente.

14. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são exemplos típicos de direitos de 3.ª geração

Comentários:

Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma forma que os civis.

Gabarito: Errado.

15. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de terceira geração.

Comentários:

Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em sociedade, sendo assim, de terceira dimensão.

Gabarito: Correto.

Page 28: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

28

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

16. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração

a) os direitos econômicos e culturais.

b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.

c) as liberdades públicas.

d) os direitos e garantias individuais clássicos.

e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

Comentários:

Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, econômicos e culturais.

Gabarito: Letra A.

Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais:

Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor?

Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, esperando que venha uma lei para regulamentá-los.

Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o direito.

Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade.

17. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009 - Adaptada) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação imediata, submetendo- se à regulamentação legislativa.

Comentários:

Isso contraria o disposto no art. 5º, §1º da Constituição.

Gabarito: Errado.

18. (CESPE/PM-DF/2010 - Adaptada) Segundo a CF, as normas constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais dependem de regulamentação para serem aplicadas.

Page 29: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

29

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade.

Gabarito: Errado.

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04)

A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos fundamentais de status constitucional através da aprovação de tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. Vamos entender melhor isso:

• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias (leis comuns).

• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Constituição.

• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição.

• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso Nacional – por meio de Decreto Legislativo – resolver definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando em vigor após a edição de um decreto presidencial.

Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos:

1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre direitos humanos.

2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário;

Page 30: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

30

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a EC 45/04.

Mais observações:

• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda Constitucional o Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o texto da convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que a norma fala direitos humanos.

• Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de lei complementar, pois em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-mativo da Lei Complementar.

19. (CESPE/PM-DF/2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às emendas constitucionais.

Comentários:

É a literalidade do dispositivo encontrado na Constituição em seu art. 5º, §3º.

Gabarito: Correto.

20. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.º do art. 5.º da CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma constitucional.

Comentários:

A regra é que os tratados internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis ordinárias, somente serão equivalentes às emendas se contiverem os seguintes requisitos:

Page 31: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

31

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

� Versem sobre direitos humanos; e

� Forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, da mesma forma que uma emenda constitucional, ou seja:

• Em dois turnos; e

• Por 3/5 dos votos de seus respectivos membros;

E essa possibilidade só foi aberta pela EC 45/04.

Gabarito: Errado.

21. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Quando previstos em tratados e convenções internacionais, os direitos fundamentais são equivalentes às emendas constitucionais.

Comentários:

Isso só acontecerá se forem ratificados pelo rito de votação das emendas constitucionais. Não basta estarem previstos em tratados.

Gabarito: Errado.

22. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

Comentários:

Na jurisprudência do STF, o tratado sobre direitos humanos que não foi votado pelo rito de emenda constitucional possui status supralegal (superior às leis e inferior à Constituição), revogando as leis anteriores e devendo ser observado pelas leis futuras.

Gabarito: Correto.

23. (FCC/Analista – Biblioteconomia – TRT 24ª/2011) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados:

a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à Lei ordinária.

Page 32: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

32

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis ordinárias.

c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis complementares.

d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis ordinárias.

Comentários:

A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento sobre a disposição constitucional do art. 5º, §3º, inserida pela EC 45/04 que passou a admitir tratados internacionais de status constitucional, desde que fossem aprovados pelo mesmo rito de uma emenda constitucional, ou seja, aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Gabarito: Letra D.

Tribunal Penal Internacional:

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela EC 45/04)

Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado apenas literalmente nos concursos, independente do nível.

24. (CESPE/Técnico-TRT 17ª/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão.

Comentários:

Literalidade do art. 5º §4º da Constituição. Essa foi uma inovação trazida pela EC 45/04.

Gabarito: Correto.

Page 33: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

33

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

25. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de lei complementar.

Comentários:

Não há necessidade de lei complementar.

Gabarito: Errado.

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos:

Esses direitos estão presentes no art. 5º da Constituição Federal.

Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de nossa Constituição (CF, art. 60 §4º) – isso quer dizer que não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por

uma emenda constitucional. Eles são “de pedra”, permanentes, uma modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los.

Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2º do art. 5º, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos outros direitos individuais e coletivos também protegidos como cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150.

26. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas.

Comentários:

Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula pétrea, que segundo o art. 60 §4º, são:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

Gabarito: Errado.

Page 34: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

34

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

27. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas.

Comentários:

Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico".

Gabarito: Errado.

Caput do art. 5º:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular.

28. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas.

b) aos brasileiros natos, apenas.

c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País.

d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

Comentários:

Esses direitos são assegurados aos brasileiros e estrangeiros sob leis brasileiros, pessoas físicas e, em alguns casos, pessoas jurídicas. O estrangeiro também não precisa ter residência fixa, basta estar sob as leis brasileiras.

Page 35: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

35

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Letra E.

29. (CESPE/ANAC/2009) Os direitos fundamentais não são assegurados ao estrangeiro em trânsito no território nacional.

Comentários:

O estrangeiro, ainda que em trânsito, fará jus à proteção dos direitos fundamentais.

Gabarito: Errado.

Igualdade (ou Isonomia):

Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos são iguais perante a lei.

Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia:

Isonomia formal Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei.

Isonomia material

É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos.

A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas comportadas pela Constituição):

Page 36: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

36

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Igualdade perante a lei

Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal).

Igualdade na lei

É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei.

30. (FCC/TRT 23ª/2005) Tendo em vista o princípio da isonomia como um dos direitos fundamentais, observe as afirmações sobre o princípio da igualdade:

I. por sua natureza, veda sempre o tratamento discriminativo entre indivíduos, mesmo quando há razoabilidade para a discriminação.

II. vincula os aplicadores da lei, face à igualdade perante a lei, entretanto não vincula o legislador, no momento de elaboração da lei.

III. estabelece que se deve tratar de maneira igual os que se encontram em situação equivalente e de maneira desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades.

IV. não há falar em ofensa a esse princípio se a discriminação é admitida na própria Constituição.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários:

I- Errado. Pode haver tratamento desiguais entre desiguais para que haja uma busca da igualdade material.

II - Errado. Vimos que a igualdade perante a lei comporta os dois sentidos: a igualdade perante a lei, propriamente dita (direcionando o aplicador) e a igualdade na lei (direcionando o legislador ao elaborar a norma).

III - Isso aí. Esse é o verdadeiro significado da isonomia.

Page 37: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

37

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

IV - Correto. O Poder Constituinte Originário é ilimitado, logo, se é a própria Constituição que está admitindo a discriminação, não há o que se falar em ofensa à isonomia.

Gabarito: Letra E.

31. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os desiguais.

Comentários:

A questão está correta, já que se referiu a existência de discriminações com o intuito de se alcançar a isonomia no aspecto material.

Gabarito: Correto.

32. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei criar qualquer forma de distinção.

Comentários:

Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os desiguais para que possamos reduzir as desigualdades, no caso entre o homem e a mulher.

Gabarito: Errado.

Liberdade (legalidade na visão do cidadão):

Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o princípio que está expresso no art. 5º, II, já que somente a lei (legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra sua vontade.

Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:

• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba;

• Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.

Page 38: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

38

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

33. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade.

Comentários:

Trata-se da norma do art. 5º, II, que traz o chamado princípio da liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:

• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba;

• Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.

Gabarito: Correto.

Desdobramento da dignidade da pessoa humana:

Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

34. (FCC/TRE-PI/2002) A Constituição Federal prevê que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante". Esse dispositivo de proteção abrange

a) o racismo, somente se for praticado em concurso com a violência física.

b) apenas o sofrimento físico, único inerente à tortura.

c) tanto o sofrimento físico como o mental.

d) o sofrimento psíquico, apenas nos casos de discriminação religiosa.

e) a aplicação de castigo pessoal a alguém sob guarda, mesmo que não cause intenso sofrimento.

Comentários:

A interpretação do dispositivo é ampla, abrange tanto o aspecto físico quanto o psicológico.

Gabarito: Letra C.

Manifestação do pensamento:

Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Page 39: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

39

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

35. (CESPE/DPU - Agente Adm./2010) A CF prevê o direito à livre manifestação de pensamento, preservando também o anonimato. Comentários:

A Constituição não preserva o anonimato. Pelo contrário, o repudia (CF, art. 5º, IV).

Gabarito: Errado.

Direito de resposta e inviolabilidade de honra, imagem e vida privada :

Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

Pois é, vimos que todo mundo tem a liberdade de se manifestar... Obviamente essa liberdade não é absoluta e se abusar do direito, vem esse dispositivo aqui! O ofendido tem direitos de resposta, ainda podendo cumular uma forma tríplice de indenização pela ofensa: material, moral e imagem.

Isso porque temos o seguinte dispositivo:

Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Embora seja assegurado o direito de resposta, não se pode, nesta, violar a intimidade, a vida privada e a honra do

agressor. Exemplo: A mulher não pode vingar-se do namorado, que publicou fotos suas desrespeitosas na internet, fazendo o mesmo com as dele, alegando direito de resposta.

Intimidade e vida privada são conceitos de fácil visualização. Porém, é necessário que façamos aqui uma distinção dos conceitos de honra e imagem, para fins dessa proteção:

• honra - aspecto interno, reputação do indivíduo, bom nome.

• Imagem - aspecto externo, exposição de sua figura.

Desta forma, vemos que honra e imagem são coisas dissociadas. No entendimento do STF, se alguém fizer uso indevido da imagem de alguém, a simples exposição desta imagem já gera o direito de indenizar, ainda que isso não tenha gerado nenhuma ofensa à sua reputação.

Ainda nos cabe diferenciar a questão dos danos:

Dano material - Quando existe ofensa, direta ou indireta (lucros cessantes), ao patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.

Page 40: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

40

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Dano moral - Quando existe ofensa à algo interno, subjetivo. Conceito amplo que abrange ofensa à reputação de alguém, ou quando se refere ao fato de ter provocado violação ao lado emocional, psíquico, mental da pessoa.

Dano à imagem - Segundo o art. 20 do Código Civil, são aqueles que denigrem, através da exposição indevida, não autorizada ou reprovável, a imagem das pessoas físicas, ou seja , a publicação de seus escritos, a transmissão de sua palavra, ou a utilização não autorizada de sua imagem, bem como, a utilização indevida do conjunto de elementos como marca, logotipo ou insígnia, entre outros, das pessoas jurídicas.

Lembrando ainda que: STJ - súmula - 227 → a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

36. (CESPE/TCU/2009) A CF estabelece que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Diante da amplitude do tratamento constitucional atribuído a essas liberdades, mesmo que a manifestação dessas atividades viole a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de alguém, não será devida qualquer indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Comentários:

Os direitos fundamentais não são absolutos, já que se condicionam entre si. Embora tenhamos uma liberdade ampla de expressão, essa liberdade está condicionada ao respeito de outros direitos fundamentais.

Gabarito: Errado.

37. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010) No que se refere à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas é certo que:

a) a dor sofrida com a perda de ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

b) a indenização, na hipótese de violação da honra e da intimidade, não responde cumulativamente por danos morais e materiais.

c) a condenação por danos morais face à divulgação indevida de imagem, exige a ocorrência de ofensa à reputação da pessoa.

d) o Estado também responde por atos ofensivos (morais) praticados pelos agentes públicos no exercício de suas funções.

Page 41: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

41

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

e) as pessoas jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a indenização por danos materiais, mas não por danos morais.

Comentários:

Letra A - Errado. As dores sofridas em aspectos não patrimoniais, causadas por outrem, são indenizáveis por danos morais.

Letra B - Errado. Nada impede a cumulação de indenizações, caso seja comprovado o dano. A cumulação é admitida constitucionalmente.

Letra C - Errado. A imagem é dissociada da honra, logo, independentemente de haver dano à honra, é indenizável a exposição indevida ou reprovável da imagem.

Letra D - Correto. A conduta do agente público é imputável ao Estado, se este está agindo no exercício de suas funções, já que o agente é o responsável por manifestar a vontade estatal.

Letra E - Errado. Pessoas Jurídicas podem sofrer danos morais (STJ, súmula 227), bem como materiais e à imagem.

Gabarito: Letra D.

Sigilo bancário e fiscal:

Segundo o STF, o art. 5º, X, que vimos anteriormente, também é o respaldo constitucional para o sigilo bancário e fiscal das pessoas.

Estes sigilos só podem ser relativizados, com a devida fundamentação, por:

• decisão judicial;

• CPI - somente pelo voto da maioria da comissão e por decisão fundamentada, não pode estar apoiada em fatos genéricos;

• Ministério Público - muito excepcionalmente. Somente quando estiver tratando de aplicação das verbas públicas devido ao princípio da publicidade.

Obs.:

A LC 105/01 fornece respaldo para que a quebra do sigilo bancário seja feita por autoridade fiscal. Porém, embora exista essa previsão legal, ela é alvo de muitas críticas, inclusive a posição atual do STF3 indica que seria inconstitucional, já que o sigilo possui um pilar na própria Constituição Federal, não podendo ser relativizado por leis infraconstitucionais - sejam elas ordinárias ou complementares -. Assim, somente as autoridades judiciais - e a CPI, que possui os mesmo poderes investigativos daquelas (CF, art. 58 §3º) - é que poderiam relativizar estes sigilos. 3 RE 389.808/PR - 15-12-2010

Page 42: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

42

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

No entanto, até o momento, ainda não houve decisão do STF neste sentido que se revista de caráter vinculante, já que a decisão do STF se deu em sede de recurso extraordinário e não em uma ação direta.

Lembramos ainda que a quebra por parte do Ministério Público é muito excepcional, somente podendo ser feita no caso citado anteriormente. Assim, a quebra de sigilos, em regra, só pode ser feita por Juiz e CPI.

38. (CESPE/TCE-AC/2009) Os tribunais de contas não podem determinar a quebra de sigilo bancário de administrador público investigado por superfaturamento de preço praticado em licitação, no âmbito do controle externo realizado.

Comentários:

Os tribunais de contas não tem competência para quebra de sigilos.

Gabarito: Correto.

39. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não pode decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do investigado.

Comentários:

Ela pode sim, desde que por maioria absoluta e sem estar apoiada em fatos genéricos.

Importante ressaltar que, conforme será visto, essa quebra de sigilo telefônico se refere somente aos dados telefônicos (para quem ligou, quando ligou, etc.). Não se trata de interceptação da conversa telefônica, isso só o juiz poderá ordenar.

Gabarito: Errado.

Liberdade de crença religiosa e filosófica

O Brasil é um país laico, não possui uma religião oficial, embora proteja a liberdade de crença como uma das faces da não discriminação.

Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (Entenda-se por liturgias: celebrações, rituais...)

Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

Page 43: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

43

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

40. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) É vedada a assistência religiosa nas entidades militares de internação coletiva, salvo nas civis.

Comentários:

A assistência religiosa é assegurada nas entidades de internação coletiva, sejam elas civis ou militares (CF, art. 5º, VII).

Gabarito: Errado.

Imperativo de Consciência

Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz, no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cumprir a prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § 1º.

Art.15, IV → No caso de recusa de se cumprir obrigação legal a todos imposta ou prestação alternativa, ensejará a suspensão dos direitos políticos do cidadão.

41. (FCC/AJAJ-TRT 21/2003) Temístocles, alegando motivos relacionados com sua convicção política, negou-se a prestar o serviço militar e, alegando as mesmas convicções, recusou-se a cumprir obrigação alternativa. Nesse caso, Temístocles

a) está correto em seu procedimento, visto que ninguém pode ser obrigado a fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

b) alegou legítima escusa de consciência, uma vez que sua convicção política é contrária à prestação de qualquer serviço ao Estado.

c) perderá seus direitos políticos e, sendo a perda definitiva, não mais poderá recuperá-los.

d) terá seus direitos políticos suspensos e essa situação perdurará até que cumpra a obrigação alternativa.

e) não tem direito à escusa de consciência porque o serviço militar é obrigação imposta a todos os brasileiros.

Comentários:

Questão direta. O serviço militar é uma obrigação. Caso use-se a escusa de consciência terá de cumprir uma prestação alternativa,

Page 44: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

44

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

geralmente trabalhar para as instituições militares servindo como apoio na área de saúde, alimentar e etc... Se nem a prestação alternativa quiser cumprir, os direitos políticos serão suspensos até que regularize a situação.

Gabarito: Letra D.

Liberdade de pensamento e a censura

Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Art. 220 →A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na CF.

• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social.

• É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

• A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

42. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF assegura a liberdade de expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude.

Comentários:

Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de expressão, esta deve observar apenas as restrições de ordem constitucional.

Professor, mas que doidera! Quer dizer então a liberdade de expressão está acima da proteção à Juventude? De forma alguma!

Aí que entra saber fazer concurso. Veja o que a questão afirma: "apesar de possibilitar, expressamente...".

A Constituição faz isso expressamente? Não.

A liberdade de expressão deve estar contida pelos outros direitos e interesses individuais e coletivos, porém, esta avaliação é feita no caso concreto.

Gabarito: Errado.

43. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 reconhece ser livre a expressão da

Page 45: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

45

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Comentários:

É isso aí, segundo a Constituição em seu art. 5º, IX, independe de licença ou censura para que possa se expressar em atividades artísticas, intelectuais, científicas, ou em meio de comunicação.

Gabarito: Correto.

Inviolabilidade de domicílio:

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação

Esquematizando este inciso, vemos que, o domicílio não possui uma inviolabilidade absoluta, poderá alguém adentrar no recinto se:

• Tiver o consentimento do morador;

• Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo for:

� Flagrante delito;

� Desastre;

� Prestar Socorro;

� Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.

Expressão "durante o dia":

Baseado na doutrina constitucionalista, entendemos que a expressão "durante o dia" significa o lapso temporal que vai da aurora ao crepúsculo, sem determinação de horário fixo, devido às peculiaridades do Brasil (horário de verão e etc.), ou seja, "durante o dia" é o período em que a terra está sendo iluminada pelo sol.

Algumas questões de concurso insistem em "fixar horários", quando isso acontecer, o candidato deverá utilizar o período das 6h às 18h como o período referente ao dia, embora não achemos que seja o correto.

Termo "casa":

“Casa”, segundo o STF, tem sentido amplo, aplica-se ao escritório, consultório etc. (qualquer recinto privado não aberto ao público). Porém, nenhum direito fundamental é absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas obtidas com violação noturna de escritório de advogados para que fossem instalados equipamentos de escuta ambiental, já que os próprios advogados estavam praticando

Page 46: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

46

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

atividades ilícitas em seu interior. Assim, a inviolabilidade profissional do advogado, bem como do seu escritório, serve para resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto4.

44. (CESPE/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais, considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e prendê-lo.

Comentários:

Como se trata de flagrante delito, não necessita de exigência de ser apenas durante o dia.

Gabarito: Correto.

45. (CESPE/PGE-AL/2009 - Adaptada) O conceito normativo de casa é abrangente; assim, qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade está protegido pela inviolabilidade do domicílio. Apesar disso, há a possibilidade de se instalar escuta ambiental em escritório de advocacia que seja utilizado como reduto para a prática de crimes.

Comentários:

Esse é o entendimento do STF, o conceito amplo do termo "casa" e a possibilidade da instalação da escuta no caso de prática de crimes.

Gabarito: Correto.

46. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O entendimento do direito constitucional relativo à casa apresenta maior amplitude que o do direito privado, de modo que bares, restaurantes e escritórios, por exemplo, são locais assegurados pelo direito à inviolabilidade de domicílio.

Comentários:

Questão maldosa. Realmente o entendimento do direito constitucional relativo à casa apresenta maior amplitude que o do direito privado. Para o direito constitucional, "casa" é qualquer recinto privado não aberto ao público, como os escritórios e etc. A questão, no entanto,

4 Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529.

Page 47: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

47

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

deu como exemplos "bares" e "restaurantes", que são locais de livre acesso a qualquer pessoa que se disponha a ali entrar e pagar por uma bebida ou refeição, logo, não há o que se falar em inviolabilidade de tais locais.

Gabarito: Errado.

Inviolabilidades de comunicações:

Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

A literalidade deste dispositivo deve ser muito bem observada, pois nos traz 2 coisas muito cobradas em concursos:

1º - Dos três sigilos ali previstos (correspondência e comunicações telegráficas, sigilo de dados e comunicações telefônicas) só o último deles é que permite relativização por ordem judicial: o sigilo telefônico.

2º - Ainda que permitida a quebra do sigilo telefônico por ordem judicial, isso não é ilimitado, deve atender a dois requisitos:

- ser feita na forma que a lei estabelecer;

- ter como finalidade investigação criminal ou instrução processual penal.

Assim, não será permitida a quebra para instaurações de processos cíveis sem consequências criminais.

Jurisprudência:

• É relevante observar que é necessária a edição de lei para regulamentar a interceptação telefônica. Esta lei foi criada somente em 1996 (Lei nº 9.296/96), antes disso o STF entendia que nem por ordem judicial poderia se afastar este sigilo, já que estava pendente de regulamentação.

• Embora a literalidade da Constituição refira-se expressamente à possibilidade de relativização apenas das comunicações telefônicas, o STF já decidiu que as outras inviolabilidades (correspondência, dados e telegráficas) também poderão ser afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não pode ser invocado para acobertar ilícitos. Destarte, estas inviolabilidades poderão ser quebradas quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância. Por exemplo: É perfeitamente lícito que uma carta enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do

Page 48: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

48

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

que a privacidade da comunicação do preso. Essas hipóteses já foram cobradas em concurso do CESPE e ESAF.

47. (CESPE/Técnico-TCU/2009) Admite-se a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou administrativa.

Comentários:

Segundo a Constituição (CF, art. 5º, XII), a interceptação só poderá ocorrer, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (lei 9.296/1996), e com o objetivo de:

• investigação criminal; ou

• instrução processual penal.

Gabarito: Errado.

48. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 prevê a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas em caráter absoluto.

Comentários:

Vimos que nenhum direito fundamental é absoluto.

Gabarito: Errado.

49. (CESPE/TCE-ES/2009) Apesar da ausência de autorização expressa na CF, a interceptação das correspondências e comunicações telegráficas e de dados é possível, em caráter excepcional.

Comentários:

Segundo o STF nenhum direito fundamental pode ser respaldo para a prática de atos ilícitos, assim, ainda que aparentemente absolutos, eles poderão ser relativizados diante do caso concreto. Desta forma, é aceito a quebra de sigilo de correspondências, por exemplo, no caso de disciplina prisional, onde a autoridade fica licitamente autorizada a devassar o sigilo da comunicação feita ao preso para fins de manutenção da ordem e de interesses coletivos.

Gabarito: Correto.

50. (CESPE/STF/2008 - Adaptada) Apesar de a CF afirmar categoricamente que o sigilo da correspondência é inviolável, admite-

Page 49: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

49

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

se a sua limitação infraconstitucional, quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância, do que o previsto na CF.

Comentários:

Quando houver uma colisão de direitos fundamentais, de um lado a inviolabilidade e do outro a segurança da sociedade. O STF entende que esta deve prevalecer.

Gabarito: Correto.

51. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) Segundo a Constituição Federal de 1988 (CF), o sigilo das comunicações telefônicas poderá ser violado, por ordem judicial ou administrativa, para instrução processual de ação de improbidade administrativa.

Comentários:

Segundo a Constituição (CF, art. 5º, XII), a interceptação só poderá ocorrer, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (lei 9.296/1996), e com o objetivo de:

• investigação criminal; ou

• instrução processual penal.

Gabarito: Errado.

52. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) Conversas telefônicas entre o acusado e seu defensor não podem ser interceptadas, pois o sigilo profissional do advogado, que é garantia do próprio processo legal, somente pode ser quebrado quando o advogado estiver envolvido na atividade criminosa.

Comentários:

Na jurisprudência do STF a atividade do advogado goza de ampla inviolabilidade profissional. Essa inviolabilidade serve para resguardar o seu cliente e para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes, ainda que invocando um direito fundamental.

Gabarito: Correto.

Provas ilícitas

Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Page 50: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

50

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Daqui, decorre o princípio dos “frutos da árvore envenenada” (fruits of the poisoned tree), o qual diz que a admissão no processo de uma prova ilícita, irá contaminar, tornando igualmente nulo, todos os atos processuais que decorrerem dela.

Vamos fazer uma relação do inciso XII da Constituição (inviolabilidade das comunicações) com as provas ilícitas:

Quando alguém se manifesta através de um telefone, suas palavras tem destinatário certo: o outro interlocutor, não podendo ser, sem a sua autorização, interceptadas e usadas contra ele. Estamos diante de uma conversa telefônica, privada, protegida pelos princípios constitucionais da intimidade, privacidade e etc.

A gravação de conversa telefônica pode ocorrer de 3 diferentes modos:

1- Interceptação telefônica:

Alguém vai “interceptar” essa conversa, obtendo os dados de forma que nenhum deles saiba:

A interceptação é ilícita, não pode ser aproveitada em processo, a não ser que aconteça com respeito à Constituição (CF, art. 5º, XII), ou seja:

• Seja nos termos da lei (lei 9.296/96);

• Seja autorizada por uma autoridade judicial

• Seja usada para investigação criminal ou instrução de processos penais (não pode ser investigação ou processos cíveis e administrativos)

2- Escuta telefônica:

Alguém vai “escutar” essa conversa, mas um dos interlocutores sabe que tem alguém na escuta, vamos supor que o interlocutor “A” seja quem saiba.

Interlocutor A

Interlocutor B

Conversa Telefônica

“Interceptador” – sem consentimento de A e B

Page 51: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

51

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

3- Gravação telefônica (gravação clandestina):

Neste caso não há uma terceira pessoa. Um dos interlocutores é que grava a conversa em o outro saber.

O inciso XII da Constituição, que fornece a inviolabilidade das comunicações está protegendo a conversa telefônica de ser interceptada, não está falando da “escuta” nem da “gravação clandestina”, assim, somente a interceptação é que precisa seguir os requisitos constitucionais para ser considerada válida. O STF já decidiu a respeito, veja:

• Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último5 (não há interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda de um repórter6).

• Também é lícita a utilização de conversa telefônica feita por terceiros com autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade7 (no caso, legitima defesa).

Observação: Se uma conversa foi gravada com a devida autorização judicial ou nos outros casos acima (escuta ou gravação clandestina), a sua interceptação é lícita, válida no processo, e o seu conteúdo pode ser usado para fins penais. Assim, ainda que acidentalmente se descubra outra informação ou outro crime cometido, diverso daquele que tentava se descobrir, continua sendo lícito o uso deste conteúdo, pois a interceptação (quebra do direito de intimidade da pessoa) foi feita regularmente. 5 HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98.

6 RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08.

7 HC 74.678, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, 1ª Turma, DJ de 15-8-97.

Interlocutor B

Conversa Telefônica

Interlocutor A

Interlocutor B

Conversa Telefônica

Interlocutor A

“Gravador”

“Escutador”

Page 52: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

52

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Atenção: esses termos “escuta”, “gravação”, “interceptação” são muitas vezes trocados em concursos. Ao resolver uma questão, fique atento não nessas formalidades de nomenclatura, mas sim no fundamento da questão:

Exemplo: Ministério público pode determinar “escuta” telefônica? Não! Isso será, na verdade, uma interceptação ilícita, pois só o Juiz pode determinar que se faça uma gravação que independa da ciência dos interlocutores.

53. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) As provas obtidas de forma ilícita podem ser convalidadas, desde que se permita o contraditório em relação ao seu conteúdo.

Comentários:

Elas são nulas de pleno direito e invalidam toda a parte do processo que dela decorrer.

Gabarito: Errado.

54. (ESAF/Analista ANEEL/2006) Assinale a opção correta.

a) Constitui prova ilícita a gravação, por um dos interlocutores, sem autorização judicial, de conversa telefônica, em que esteja sendo vítima de crime de extorsão.

b) É necessariamente nulo todo o processo em que se descobre uma prova ilícita.

c) É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso.

d) A proibição do uso de prova ilícita não opera no âmbito do processo administrativo.

e) A escuta telefônica determinada por membro do Ministério Público para apuração de crime hediondo não constitui prova ilícita.

Comentários:

Letra A – Errado. Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último.

Letra B – Errado. Só é nula a parte do processo que decorre da prova ilícita, e não “todo” o processo.

Letra C – Correto. Se uma conversa foi gravada com a devida autorização judicial ou nos outros aceitos pelo STF, a sua

Page 53: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

53

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

interceptação é lícita e o seu conteúdo pode ser usado para fins penais. Assim, ainda que acidentalmente se descubra outra informação ou outro crime cometido, diverso daquele que tentava se descobrir, continua sendo lícito o uso deste conteúdo, pois a interceptação (quebra do direito de intimidade da pessoa) foi feita regularmente.

Letra D – Errado. As provas ilícitas são inadmissíveis em qualquer processo, seja ele judicial ou administrativo.

Letra E – Errado. O Ministério Público não pode ordenar escuta telefônica, ainda que para apurar crimes hediondos. A conversa telefônica só pode ser interceptada por autoridade judicial.

Gabarito: Letra C.

Liberdade profissional:

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Este inciso é muito cobrado em provas de direito constitucional, não pelo seu conteúdo em si, mas, por ser um bom exemplo de “norma de eficácia contida”.

Informação e publicidade:

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Este princípio não vai de encontro à vedação do anonimato visto anteriormente, apenas se resguarda a origem e a forma que tal pessoa, não anônima, conseguiu a informação.

55. (CESPE/TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

Comentários:

A Constituição é clara ao estabelecer em seu art. 5º, XIV que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Gabarito: Errado.

Page 54: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

54

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Direito de ir e vir

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

A não observância desse direito enseja a ação de Habeas Corpus (remédio constitucional que será visto à frente), e note que este direito protege não só as pessoas, mas também seus bens, desde que se cumpram as exigências da lei e estejamos em tempo de paz.

CF, art. 49, II e 84, XXII → Forças estrangeiras não estão amparadas por este direito, somente podendo transitar no território nacional ou nele permanecer, ainda que temporariamente, se permitido pelo Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou fora destes casos, se autorizado pelo CN.

Direito de reunião:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Inciso muito cobrado em provas. Deve-se atentar aos seguintes requisitos:

� seja pacificamente;

� sem armas;

� não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;

� avise a autoridade competente.

Veja que dispensa autorização, basta simples aviso;

Doutrinariamente, entende-se que este direito também tutela o direito individual de não ser obrigado a reunir-se contra a própria vontade.

56. (CESPE/MPS/2010) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, mediante autorização da autoridade competente, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

Comentários:

Questão clássica. O art. 5º XVI da Constituição dispõe que o direito de reunião deve obedecer os seguintes requisitos:

Page 55: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

55

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

- seja pacificamente;

- sem armas;

- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;

- avise a autoridade competente.

Logo, não precisa de autorização e sim de um simples "aviso".

Gabarito: Errado.

Direito de associação:

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Temos que gravar que:

1. É livre a associação somente para fins LÍCITOS, sendo vedada a paramilitar;

2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se de autorização para criá-las;

3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado;

4. Paralisação compulsória (independente da vontade dos sócios) das atividades:

• Para que tenham suas atividades SUSPENSAS ��� Só por decisão judicial ("simples")

• Para serem DISSOLVIDAS ��� Só por decisão judicial TRANSITADA EM JULGADO

5. Podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus associados:

• Judicialmente; ou

Page 56: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

56

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Extrajudicialmente.

57. (CESPE/DETRAN-DF/2009) A norma constitucional que estabelece que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, tem aplicação imediata.

Comentários:

Esta é a regra trazida pelo art. 5º XIX da Constituição Federal. Em regra, as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais devem ser entendidas como imediatamente aplicáveis (CF, art. 5º §1º), a não ser que não seja possível vislumbrar a sua produção de efeitos sem que haja uma regulamentação por lei, o que não é o caso.

Gabarito: Correto.

58. (CESPE/TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

Comentários:

O Estado não pode influir no exercício das associações, para que se suspenda ou se dissolva associações de forma compulsória, precisa-se sempre de ordem judicial, e que no caso de dissolução deverá ainda transitar em julgado (CF, art. 5º, XVIII).

Gabarito: Errado.

59. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Todos deverão ser compelidos a associar-se ou a permanecer associado a sindicato na vigência do contrato de trabalho.

Comentários:

Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado.

Gabarito: Errado.

60. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008 - Adaptada) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado (Certo ou Errado).

Comentários:

Page 57: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

57

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Para suspender, basta uma decisão judicial. Para dissolver, só quando a decisão "transitar em julgado".

Gabarito: Correto.

61. (FCC/TJAA-TRT 7ª/2009) O artigo 5° da Constituição Federal prevê, dentre outros direitos, que:

a) a liberdade de associação é absoluta, sendo necessária, porém, a prévia comunicação à autoridade competente.

b) as entidades associativas somente têm legitimidade para representar seus filiados extrajudicialmente.

c) a liberdade de associação para fins lícitos é plena, vedada a de caráter paramilitar.

d) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, dependem de autorização do Estado.

e) as associações só poderão ser compelidas a suspender as suas atividades, após decisão tomada por seus filiados.

Comentários:

Letra A - Errado. Nenhum direito fundamental é absoluto, muito menos a liberdade de associação, que só será permitida para fins lícitos e com o cumprimento das demais exigências constitucionais que vimos anteriormente.

Letra B - Errado. Vimos que elas podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus associados:

• Judicialmente; ou

• Extrajudicialmente.

Letra C - Correto. Literalidade do art. 5º XVII - "é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar".

Letra D - Errado. Como vimos, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se de autorização para criá-las;

Letra E - Errado. Mais uma vez a manjada regra. Os filiados podem decidir por suspender ou encerrar as atividades, porém, a associação também poderá sofrer essas interferências de forma compulsória pela autoridade judicial, da seguinte forma:

• para que tenham suas atividades suspensas → só por decisão judicial (simples);

• para serem dissolvidas → só por decisão judicial transitada em julgado.

Gabarito: Letra C.

Page 58: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

58

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Regime Constitucional do Direito de Propriedade

Garantia e relativização:

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Veja que estamos diante de uma norma de eficácia contida. Garante-se o direito de propriedade e logo abaixo se cria uma condição, o atendimento da função social.

Desapropriação Ordinária de Imóvel Urbano:

Art. 5º, XIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Requisição administrativa da propriedade:

Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

A indenização será ulterior, após o ato, e só se houver dano à propriedade.

Não se trata de forma de desapropriação, pois diferentemente do que ocorre nesta, na requisição, o dono da propriedade não perde sua titularidade, mas, apenas fornece a mesma à autoridade competente para que use temporariamente o imóvel no caso de perigo público iminente.

Pequena propriedade rural:

Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Esquematização sobre as desapropriações na CF/88:

1– CF, art. 5º, XXIV

Se houver: necessidade ou utilidade → pública; ou

interesse → social.

Page 59: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

59

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Necessita ainda de uma lei para estabelecer o procedimento de desapropriação.

Indenização:

• justa;

• prévia; e

• em dinheiro.

� Essa é a desapropriação ordinária.

� O Poder competente será o Executivo de qualquer esfera de poder.

� É bom prestar atenção na literalidade: por "interesse social" e lembrar-se que a indenização precisa conter esses três requisitos: ser justa, prévia e em dinheiro, senão padecerá de vício de inconstitucionalidade.

� Desapropriação por interesse social: ocorre para trazer melhorias às classes mais pobres, como dar assentamento a pessoas.

� Necessidade pública: A desapropriação é imprescindível para alcançar o interesse público.

� Utilidade pública: Não é imprescindível, mas, será vantajosa para se alcançar o interesse público

2– CF, art. 182, § 4

No caso de solo urbano não edificado ou subutilizado.

Competente: poder municipal.

Precisa de lei específica municipal nos termos de lei federal.

A área deve estar incluída no Plano Diretor.

A desapropriação é o último remédio após o Município promover:

• parcelamento ou edificação compulsórios do terreno;

• IPTU progressivo no tempo até alcançar certo limite estabelecido na lei.

Indenização:

• mediante títulos da divida pública com prazo de resgate de até 10 anos.

• a emissão dos títulos deve ser previamente aprovada pelo Senado Federal;

• as parcelas devem ser anuais, iguais e sucessivas.

Page 60: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

60

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

� Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel urbano.

� A regra acima é apenas para o imóvel não edificado ou subutilizado, regra geral: As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

3– CF, art. 184

Para fins de reforma agrária:

competente: União;

também é por interesse social;

• somente se aplica ao imóvel que não estiver cumprindo sua função social.

Indenização:

• justa;

• prévia;

• em títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20 anos;

• se houver benfeitorias úteis ou necessárias, estas devem ser indenizadas em dinheiro;

• o resgate dos títulos é a partir do segundo ano de sua emissão.

� Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel rural.

� As operações de transferência de imóveis que são desapropriados para fins de reforma agrária são imunes a quaisquer impostos (não abrange todos os tributos, apenas os impostos, que são uma das espécies do gênero tributo), sejam eles federais, estaduais ou municipais – trata-se de uma imunidade constitucional – CF, art. 184, § 5º.

4– CF, art. 243

Se houver cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, haverá expropriação imediata sem direito a qualquer indenização;

Finalidade: As “glebas” serão especificadamente destinadas ao assentamento de colonos para que cultivem produtos alimentícios ou medicamentosos.

• Essa desapropriação é chamada por alguns de confisco e é regulada pela Lei nº 8.257/91.

Page 61: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

61

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Para que ocorra a expropriação, o cultivo deve ser ilegal, ou seja, não estar autorizado pelo órgão competente do Ministério da Saúde, e não atendendo exclusivamente a finalidades terapêuticas e científicas.

• Art. 243, parágrafo único → Qualquer bem de valor econômico que seja apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será revertido para tratamento e recuperação de viciados e para custeio das atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão ao tráfico.

• Segundo o STF, toda a gleba deverá ser expropriada e não apenas a parte que era usada para o plantio8.

Observações Gerais:

Vimos que tanto na desapropriação ordinária quanto na extraordinária precisamos de lei que regulamente a execução. A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União. Somente uma lei federal poderá regulamentar o procedimento de desapropriação ordinária ou servir de base para a lei específica municipal na desapropriação extraordinária de imóvel urbano.

Dica:

Não confunda essa competência privativa para legislar sobre desapropriação com a competência para promover a desapropriação. Para promovê-la, como visto acima poderá caber:

• à União, Estado/DF ou Mun. → na desapropriação ordinária;

• ao Município → na desapropriação extraordinária de imóvel urbano;

• à União → na desapropriação extraordinária de imóvel rural.

62. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) A propriedade poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mas sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

Comentários:

8 RE 543974/MG - 2009

Page 62: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

62

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

A questão erra pelo fato de que a Constituição prevê outros modos de indenização para a desapropriação por interesse social. Embora quando ocorra necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, em regra o proprietário seja indenizado de forma prévia e em dinheiro, a Constituição estabelece no seu art. 184 a desapropriação para reforma agrária, que também se caracteriza como "interesse social" e a sua indenização se dá mediante títulos da dívida agrária.

Gabarito: Errado.

63. (CESPE/Técnico Administrativo - PREVIC/2011) De acordo com a CF, com o objetivo de fomentar a produção e a renda, a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de qualquer tipo de débito adquirido.

Comentários:

Ela não está imune de penhora a qualquer tipo de débito. Apenas os débitos decorrentes da sua atividade produtiva (CF, art. 5º, XXVI).

Gabarito: Errado.

64. (CESGRANRIO/DECEA/2009) A Constituição Brasileira garante o direito de propriedade (art. 5o, XXII), que, por seu turno, deverá a atender a sua função social (art. 5o, XXIII). Nesse sentido, é correto afirmar que a Constituição:

(A) não admite a expropriação de terras, nem o confisco de bens.

(B) assegura que a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamentos de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

(C) permite a desapropriação de imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, que incluirá as benfeitorias úteis e necessárias.

(D) permite, em caso de iminente perigo público, o uso de propriedade particular por autoridade pública, assegurado o pagamento de indenização pelo uso da propriedade.

(E) permite a desapropriação de imóvel urbano, por interesse social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida pública.

Comentários:

Letra A - Errado. Expropriação é o mesmo que de desapropriação, mas é usada geralmente para versar sobre a tomada de terras sem qualquer indenização que o poder público promove quando a propriedade esteja cultivando plantas psicotrópicas ilícitas. A

Page 63: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

63

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

expropriação, bem como o confisco de bens, pode sim ser feito no Brasil.

Letra B - CORRETO. A Constituição assegura em seu art. 5º, XXVI: a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Letra C - Errado. Vimos ao comentarmos a letra A que no caso de desapropriação de imóvel rural, a indenização será:

a) Justa;

b) Prévia;

c) Em títulos da divida agrária resgatáveis em até 20 anos;

d) Se houver benfeitorias ÚTEIS ou NECESSÁRIAS, estas devem se indenizadas em dinheiro;

Letra D - Aqui não se trata mais de forma de desapropriação, pois diferentemente do que ocorre nesta, na requisição, o dono da propriedade não perde sua titularidade, mas, apenas fornece a mesma à autoridade competente para que use temporariamente o imóvel no caso de perigo público iminente. Segundo a CF em seu art. 5º, XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; (A indenização será ulterior, após o ato, e só se houver dano à propriedade).

Letra E - Por interesse social, que como visto, é aquela que ocorre para dar assentamento a pessoas. A indenização será sempre justa, prévia e em dinheiro. A desapropriação que se indeniza em títulos da dívida pública é aquela de solo não-edificado ou sub-utilizado.

Gabarito Letra B.

Direito autoral:

Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

É um privilégio vitalício e ainda vai poder ser transmitido aos herdeiros, mas só pelo tempo que a lei fixar. Após esse tempo cairá no domínio público.

65. (CESPE/MMA/2009) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização e publicação, mas não o de reprodução, não podendo a transmissão desse direito aos herdeiros ser limitada por lei.

Page 64: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

64

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

A questão contraria o disposto no art. 5º, XXVII que garante aos autores o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, e que diz ainda que o direito será transmissível aos herdeiros mas somente pelo tempo que a lei fixar.

Gabarito: Errado.

66. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

Teor do art. 5º, XXIX - veja que o direito de propriedade industrial é temporário, enquanto o direito autoral é vitalício e ainda pode ser transferido aos herdeiros pelo tempo em que a lei fixar.

Gabarito: Correto.

67. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não transmissível aos herdeiros, por seu caráter personalíssimo.

Comentários:

O direito autoral é transmissível aos herdeiros, embora somente pelo tempo que a lei venha a fixar.

Gabarito: Errado.

Direito de imagem e de fiscalização:

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Propriedade Industrial

Page 65: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

65

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Perceba que, diferentemente do direito autoral, a propriedade industrial é um privilégio temporário:

• Direito autoral - Privilégio vitalício e ainda transmissível aos herdeiros;

X

• Direito de propriedade industrial - Privilégio temporário.

Herança

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

Facilitando: "de cujus" é o falecido. Assim, quando algum estrangeiro falecer deixando bens situados no Brasil, esta sucessão de bens (recebimento da herança) será regulada pela lei brasileira de forma a beneficiar o cônjuge ou seus filhos brasileiros, a não ser que a lei do país do falecido seja ainda mais favorável a estes.

68. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

Teor do art. 5º, XXXI: "a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"

Gabarito: Correto.

69. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira, independentemente do que estabelecer a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

Page 66: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

66

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

O termo "de cujus" é usado como sinônimo de "falecido". Assim, de acordo com a Constituição (CF, art. 5°, XXXI), a sucessão de bens (transmissão da herança) pertencentes à estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada pela lei BRASILEIRA, de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros. Esta regra não é aplicável se a lei do país do falecido (de cujus) for mais benéfica do que a lei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.

Gabarito: Errado.

Defesa do consumidor

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

ADCT, art. 48 → A CF ordenou que o congresso elaborasse o Código de Defesa do Consumidor dentro de 120 dias após a promulgação da Constituição.

Além do CDC, outras leis se enquadram na defesa ao consumidor, como, por exemplo, o Estatuto do Torcedor e lei de infrações à ordem econômica.

Direito de informação em órgãos públicos:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Essas informações são de relevância para a pessoa ou para a coletividade. Se negado este direito, poderá ser impetrado habeas data, no caso de ser uma informação pessoal do impetrante, ou mandado de segurança, no caso de uma informação, que embora seja de seu interesse, não seja estritamente ligada à sua pessoa.

70. (ESAF/ATRFB/2009) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Comentários:

É isso aí. Trata-se do direito de informação, previsto no art. 5°, XXXIII, da CF/88.

Gabarito: Correto.

Page 67: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

67

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Direito de petição e direito de obter certidões

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e "pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder.

Não se deve confundir o direito de petição, que é o direito de pedir que o Poder Público (seja o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou ainda o Ministério Público) tome certas providências, com o direito de ingressar com uma ação judicial ou de postular em juízo. Muitas bancas tentam confundir o candidato associando erroneamente estes institutos.

Embora a literalidade da Constituição pareça conceder uma imunidade ao pagamento de taxas, essa imunidade parece ser defendida com força apenas pela doutrina tributarista, boa parte da doutrina de direito constitucional entende que o legislador constituinte pretendia dar gratuidade geral de quaisquer custas referentes a esses institutos e não apenas dispensar o pagamento de taxas (que é apenas uma das espécies de tributos). Em provas de concursos, as bancas não têm entrado nesse mérito, limitando-se a cobrar os seguintes pontos sobre o direito de petição e certidão:

1. Não precisa de lei regulamentadora;

2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui caráter restritivo, ou seja, TODOS são isentos, e não apenas os pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade.

3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos em nome próprio ou da coletividade.

4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras.

5. Estes direitos, se negados, também poderão dar motivo à impetração de Mandado de Segurança.

Page 68: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

68

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

71. (CESPE/Analista Administrativo - PREVIC/2011) Independentemente do pagamento de taxas, é assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal e de terceiro, a obtenção de certidões em repartições públicas.

Comentários:

A Constituição não assegura o direito de certidão para esclarecer situações de interesse de terceiros, apenas as de interesse pessoal (CF, art. 5º, XXXIV, "b").

Gabarito: Errado.

72. (FCC/AJAA - TRT 4ª/2009) O Direito de Petição previsto na Constituição Federal é:

a) exercido tão somente no âmbito do Poder Judiciário.

b) assegurado aos brasileiros natos, maiores de vinte e um anos.

c) extensivo a todos, nacionais ou estrangeiros, mediante o pagamento de taxas.

d) destinado ao cidadão em face dos Poderes Públicos e exercido judicialmente apenas por advogado constituído.

e) garantido a todos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Comentários:

Letra A - Errado. Pode ser exercido perante qualquer Poder.

Letra B - Errado. Não existe tal restrição.

Letra C - Errado. Realmente todos podem exercê-lo, mas não precisa pagar taxas.

Letra D - Errado. Qualquer um pode exercer este direito, independentemente de constituir advogado.

Letra E - Agora sim... está está correta.

Gabarito da questão: Letra E.

73. (CESGRANRIO/Técnico - BACEN/2010) Juan, cidadão argentino residente no Brasil, dirigiu-se ao Banco Central a fim de encaminhar uma petição dirigida a determinada autoridade, reclamando sobre a conduta abusiva de um funcionário. Nesse caso, a Constituição:

(A) condiciona o exercício deste direito ao pagamento de taxa correspondente ao serviço.

(B) permite a Juan exercer tal direito.

Page 69: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

69

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

(C) assegura esse direito apenas aos brasileiros (natos ou naturalizados).

(D) assegura esse direito apenas aos brasileiros no gozo dos direitos políticos.

(E) não assegura tal direito.

Comentários:

Estamos novamente tratando do Direito de Petição.

O direito de petição é isento de taxas - Letra A está errada.

A letra B está correta, já que tal direito também é concedido aos estangeiros que estejam sob leis brasileiras, e por consequência, as letras C, D e E estão erradas.

Gabarito: Letra B.

Inafastabilidade do Judiciário

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Esse tal “princípio da inafastabilidade do Judiciário” é um princípio importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia.

Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio:

O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso na Constituição?

Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".

O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário).

2- Existem exceções a este princípio?

Sim:

A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

Page 70: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

70

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e STJ - Súmula nº2)

3- Por que este princípio existe?

O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de "balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes Executivo e Legislativo.

74. (CESGRANRIO/EPE/2007) Está INCORRETO afirmar, sobre o princípio constitucional do controle judiciário, também conhecido por princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, que:

a) é fundamentado no princípio da separação de poderes.

b) possibilita o ingresso em juízo para assegurar direitos simplesmente ameaçados.

c) constitui princípio constitucional expresso.

d) garante o acesso ao Judiciário contra lesões a direitos coletivos.

e) não ampara direitos de pessoa jurídica.

Comentários:

Comentários sobre a questão:

Letra A - Perfeito. O princípio da "separação dos poderes" na verdade reflete a independência e harmonia entre as funções do Poder Político. O Judiciário, ao estar constitucionalmente assegurado de conhecer de todas as demandas, pode agir como o "fiel da balaça" e assim efetivar esta harmonia.

Letra B - Correto. A pessoa que possuir um direito que se encontra sob ameça, pode recorrer ao Judiciário para requerer a proteção, o direito não precisa estar sendo "efetivamente lesado" já que não se excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Letra C - Correto. Encontra-se expressamente previsto no art. 5º, XXXV da Constituição.

Letra D - Correto. O principio é uma garantia fundamental que protege o exercício dos outros direitos, sejam estes direitos individuais ou coletivos.

Page 71: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

71

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Letra E - Errado. O princípio da inafastabilidade do Judiciário é uma garantia fundamental expressa na Constituição. Estes direitos e garantias, sempre que possível são aplicados às pessoas jurídicas.

Gabarito: Letra E.

Limitação a retroatividade da lei

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos.

Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC, art. 6º): a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos:

• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão judicial de que já não caiba recurso.

Direito adquirido X nova constituição:

Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário é ilimitado, não há barreiras intransponíveis.

75. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Comentários:

Literalidade do art. 5º, XXXVI.

Gabarito: Correto.

Juiz Natural

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário.

Page 72: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

72

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para isto” etc.

STF – Súmula nº 704 → Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

76. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurídicas.

Comentários:

Isso aí. Quando alguém está sendo acusado de algo, já deve existir um foro pré-determinado para seu julgamento, não se poder criar um órgão julgador "de exceção", apenas para julgar o referido caso, isso seria parcial e arbitrário.

Esse direito abrange também pessoas jurídicas e estrangeiros, já que ambos são destinatários de direitos fundamentais (sempre que a eles não seja vedada a aplicação por decorrência lógica ou expressa).

Gabarito: Correto.

77. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

Comentários:

Vimos que pelo art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. E vimos também que Tribunal de exceção é aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc".

Gabarito: Correto.

Tribunal do Júri

Page 73: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

73

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

É uma prerrogativa do Júri a “soberania” dos veredictos, não podemos falar em "irrecorribilidade das suas decisões" nem em "imutabilidade dos veredictos".

A soberania dos verdictos é a prerrogativa de que o Júri deverá ter a sua decisão respeitada não sendo revista por outro órgão judicial. Ou seja, o que o corpo de jurados decidir está decidido, não podendo haver ingerência de "juizes togados" na decisão.

Porém, as palavras imutabilidade (não pode ser mudado) ou irrecorribilidade, são muito fortes, não correspondendo à realidade.

Cabe recurso da decisão do Júri, quando (art. 593, III, do Código de Processo Penal):

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

Por favor, não quero ninguém decorando essas coisas do Código de Processo Penal, eu coloquei apenas de forma a exemplificar a possibilidade de recurso da decisão do Júri. Beleza?? Ninguém vai ficar me perguntando: "Professor, não entendi o art. 593, III do CPP...", não é pra entender mesmo não, é só pra saber que existe.

Só para fins de exemplificação novamente, no caso de recurso, poderá se convocar um novo Júri para fazer novo julgamento. Se for somente retificar algum erro na aplicação da pena, o tribunal faz, mas para julgar novamente, só se for outro Júri, justamente pela soberania dos veredictos.

Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o fato de a competência do tribunal do Júri não prevalecer sobre as “prerrogativas de foro” conferidas pela própria Constituição

Page 74: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

74

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Federal. Assim, ainda que nesses crimes dolosos contra a vida, o Pre-sidente da República, por exemplo, será julgado pelo STF, devido à sua prerrogativa e não pelo Júri.

Porém, lembramos que apenas a Constituição Federal poderá estabelecer “prerrogativas de foro” que prevalecerão sobre o Júri. Consoante a isso, dispõe a Súmula nº 721:

STF – Súmula nº 721 → A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

STF – Súmula nº 603 → A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do júri.

78. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão.

Comentários:

A Constituição estabeleceu no art. 5º XXXVIII que o júri tem a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Mas realmente não restringiu esta competência a somente estes crimes.

Gabarito: Correto.

79. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo

a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. b) a plenitude de defesa.

c) o sigilo das votações.

d) a soberania dos vereditos.

e) o juízo ou o tribunal de exceção.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;"

Page 75: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

75

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

A letra E, é a única não elencada. Refere-se ao art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. Tribunal de exceção é aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc".

Gabarito: Letra E.

80. (FUNIVERSA/ADASA/2009) A Constituição Federal reconhece expressamente a instituição do júri popular, com a organização que lhe der a lei, não assegurando

a) a plenitude de defesa.

b) o sigilo das votações.

c) a soberania dos veredictos.

d) a irrecorribilidade de suas decisões.

e) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Comentários:

Não podemos falar em irrecorribilidade nem imutabilidade das decisões do júri, já que elas são recorríveis.

Gabarito: Letra D.

Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal:

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

81. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

Comentários:

Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal, disposto no art. 5º, XL da Constituição.

Gabarito: Correto.

Proteção aos direitos e liberdades fundamentais

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

Page 76: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

76

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

82. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários:

Decorrente dos princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos que as violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer tempo, não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de puni-las.

Gabarito: Correto.

Crimes inafiançáveis

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

• Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos.

• Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena imposta em sentença judicial transitada em julgado.

• Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e não individual.

• Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 48, VIII).

• Competência para conceder indulto (e graça): é de discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU (art. 84, § único).

Page 77: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

77

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Pulo do Gato:

Em meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos", eu proponho um método para facilitar a memorização destes crimes pre-vistos na CF/88. Perceba que todos eles são inafiançáveis. Agora, existe uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo os crimes se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de grupos armados, e o que chamaria de 3TH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A Constituição estabeleceu para eles o seguinte tratamento:

• ação de grupos armados contra o Estado – imprescritível;

• racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – racismo X R – reclusão);

• 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ).

83. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível:

a) a prática da tortura

b) a prática do racismo

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins

d) o definido em lei como hediondo

Comentários:

Inafiançável, já sabemos que todos são. Falta saber qual é imprescritível

a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH.

b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda sujeita o infrator à reclusão.

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos “T” do 3TH.

d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH

Gabarito: Letra B.

84. (CESPE/MEC/2009) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

Comentários:

Page 78: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

78

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte:

• Ação de grupos armados contra o Estado - Imprescritível;

• Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - Racismo X R - Reclusão);

• 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do "H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça").

Gabarito: Correto.

85. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Todos os crimes estão sujeitos a prescrição.

Comentários:

A Constituição prevê que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Prevê ainda que constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLII e XLIV). Desta forma, estes crimes poderão ser punidos a qualquer tempo, não podendo os infratores alegar perda do direito do Estado para punir.

Gabarito: Errado.

86. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) São inafiançáveis os crimes de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de terrorismo e os definidos como crimes hediondos.

Comentários:

Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte:

• Ação de grupos armados contra o Estado - Imprescritível;

• Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - Racismo X R - Reclusão);

Page 79: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

79

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do "H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça").

Gabarito: Correto.

87. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a prática da tortura.

Comentários:

A pratica de tortura não seria imprescritível, seria insuscetível de graça ou anistia.

Gabarito: Errado.

88. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988 a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeitando o infrator à pena de detenção.

Comentários:

O racismo realmente é crime inafiançável e imprescritível, porém, sujeita o infrator à pena de reclusão (CF, art. 5º, XLII).

Gabarito: Errado.

Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de "raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério

objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia.

89. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

Comentários:

Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção.

Gabarito: Correto

Page 80: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

80

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

90. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo.

Comentários:

Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção.

Gabarito: Correto

Sucessão da pena

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais (multas, indenizações e etc.).

91. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

Comentários:

A pena é pessoal e intransferível por sucessão, a única coisa que se pode transferir é a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens, sempre no limite do patrimônio transferido. O enunciado traz a literalidade do disposto na Constituição, art. 5º XLV.

Gabarito: Correto.

Individualização da pena

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

Page 81: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

81

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

Exemplo de suspensão de direitos: uma pessoa condenada por crime de improbidade administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 37, § 4º, e pelo art. 15 da CF.

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

92. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É proibida a instituição de pena de morte no Brasil por força de mandamento constitucional.

Comentários:

A questão é confusa, pois a regra é ser proibida a instituição de pena de morte no Brasil. Porém, a banca entendeu que a questão estaria incorreta, pois existe o caso de pena de morte em tempo de guerra externa declarada. O CESPE costuma usar esta assertiva como incorreta, sempre olhando para a exceção, por isso, já se pode adotar esta postura em relação à banca.

Gabarito: Errado.

93. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A pena de trabalhos forçados em estabelecimentos prisionais de segurança máxima depende de regulamentação por meio de lei complementar para ser implementada no ordenamento jurídico brasileiro.

Comentários:

Não há possibilidade para que a lei estabeleça este tipo de pena, já que segundo a Constituição, art. 5º, XLVII, não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis.

Page 82: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

82

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Errado.

Direitos dos presos

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

Demais direitos dos presos:

� LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado;

� LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial;

� LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal;

� LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança;

� LXXV → Receber indenização por erro judiciário, ou se ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Extradição

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que está no território deste foi condenado ou está sendo processado por alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que, assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80).

A extradição pode ser ativa ou passiva:

• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o pedido = ativa);

Page 83: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

83

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil recebeu o pedido = passiva);

A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro".

Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do Judiciário.9

Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma:

Extradição passiva de brasileiro:

• nato → nunca;

• naturalizado → pode, se cometer:

� crime comum antes da naturalização;

� tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei.

• Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, salvo se o motivo for crime político ou de opinião;

Conceitos conexos

Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele permanece sem a devida autorização (os “vistos”). É um ato para coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o visto poderá ingressar no território nacional.

Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo Federal decretar a expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de oportunidade e conveniência (art. 66).

94. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo.

Comentários:

9 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, nem julgar da

legalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, diretamente, pelo Estado brasileiro, aos

Governos estrangeiros, em cujo território esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais”

Page 84: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

84

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, isso já é suficiente para acertar a questão, mas, a título de informação lembramos que caso ele fosse naturalizado, isso poderia acontecer, já que a CF diz em seu artigo LI que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de:

� Crime comum, praticado antes da naturalização; ou

� Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

Gabarito: Errado.

95. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

Comentários:

Em regra, nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas, de forma absoluta, isso só vale para o brasileiro nato, ou seja, a questão peca ao afirmar "nenhum brasileiro pode ser extraditado", já que poderá sim, desde que seja um brasileiro naturalizado.

A segunda parte que fala "nem concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião" está correta, já que, embora o estrangeiro possa, sem grandes empecilhos, ser extraditado, isso não ocorrerá, por vedação constitucional, quando se tratar de crime político ou de opinião.

Gabarito: Errado.

96. (CESPE/TRT-17ª/2009) No Brasil, não há deportação nem expulsão de brasileiro.

Comentários:

Deportação é a "devolução" do estrangeiro que tentou ingressar ilegalmente no país. Expulsão é a "retirada" do estrangeiro que cometeu algum ato no país que torna a sua permanência inconveniente. Assim, são dois institutos não aplicáveis ao brasileiro.

Gabarito: Correto.

97. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A espécie de extradição requerida por um Estado soberano estrangeiro ao Brasil é classificada de:

a) bilateral.

b) unilateral.

Page 85: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

85

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) objetiva.

d) fundamental.

e) passiva.

Comentários:

A extradição pode ser ativa ou passiva:

• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o pedido = ativa);

• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil recebeu o pedido = passiva);

Gabarito: Letra E.

98. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Será, em qualquer hipótese, concedida a extradição de estrangeiro por crime político.

Comentários:

Justamente o contrário. É vedada a extradição por crime político ou de opinião (CF, art. 5º, LII).

Gabarito: Errado.

99. (FCC – Técnico Judiciário TRE/AC – 2003) Considere:

I. Modo de entregar o estrangeiro a outro Estado, a partir de requerimento deste, em razão de delito lá praticado.

II. Devolução de estrangeiro ao exterior, por meio de medida compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou permanece irregularmente no nosso território.

Tais situações dizem respeito, respectivamente, a

a) extradição e deportação.

b) deportação e extradição.

c) expulsão e extradição.

d) deportação e repatriação.

e) repatriação e expulsão.

Comentários:

Deveria se assinalar, respectivamente: extradição e deportação.

Gabarito: Letra A.

Page 86: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

86

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Juiz natural – outra face

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Devido processo legal (“due process of law”)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

Em algumas ocasiões, já foi demonstrado que este princípio constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, célere e que respeita o Estado Democrático.

Duplo grau de jurisdição:

Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária10.

No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional11 (questão recorrente do CESPE). Isso porque existem julgados que não poderão ser revistos, como, por exemplo, aqueles de competência originária do STF, onde não é admitida a recorribilidade a instância superior. Ainda nas palavras do STF, não é possível, sob as sucessivas Constituições da República, erigir (instituir) o duplo grau em princípio e garantia constitucional, tantas são as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento de única instância ordinária12.

100. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional.

Comentários:

Exato.

Gabarito: Correto.

10

79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-03-00, Plenário, DJ de 22-11-02 11

AI 209.954-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15-9-98, 12

AI 601.832-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-09,

Page 87: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

87

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Contraditório e a ampla defesa

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Presunção de inocência

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer da sentença”.

O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, quem acusa alguém de algo, é que deve provar que este algo aconteceu.

101. (ESAF/AFT/2006) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos negativos.

Comentários:

Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se inocentes.

Gabarito: Correto.

Identificação criminal

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a identificação civil é atestada por qualquer documento público que permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de trabalho, passaporte e etc.

Page 88: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

88

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o documento público, poderá se promover a identificação criminal caso este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às investigações e etc.

102. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006 - Adaptada) Jamais o civilmente identificado será submetido à identificação criminal.

Comentários:

Vimos que a disposição não é absoluta. Poderá se promover a identificação criminal caso este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às investigações e etc.

Gabarito: Errado.

Ação penal privada subsidiária da pública

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação privada subsidiária da pública.

103. (ESAF/ENAP/2006) Em razão da titularidade da ação penal, conferida pela Constituição Federal ao Ministério Público, não há possibilidade de ser proposta ação privada nos crimes de ação pública. Comentários:

A Constituição permite em seu art. 5º, LIX a chamada “ação penal privada subsidiária da pública”, que é uma ação penal interposta pelo particular para poder suprir a ação penal pública que o Ministério Público deveria ter proposto, mas não propôs no prazo legal.

Gabarito: Errado.

Publicidade dos atos processuais

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Page 89: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

89

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Prisão

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

104. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial.

Comentários:

A Constituição estabelece no seu art. 5º LXIV que é direito do preso a Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial.

Gabarito: Correto.

105. (FCC/TJAA-TRF1ª/2011) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo, além de outra hipótese, no caso de

a) tráfico de drogas.

b) tortura.

c) racismo.

d) terrorismo.

e) transgressão militar, definida em lei.

Comentários:

Na Constituição, art. 5º, LXI temos uma proteção que garante que ninguém seja preso, a não ser que tenha sido pego em flagrante ou que uma autoridade judiciária competente para tal, através de ordem escrita e fundamentada, ordene a sua prisão. Porém, essa regra

Page 90: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

90

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

admite uma única exceção, é o caso dos militares. Os militares possuem algumas regras especiais de conduta e estão sujeitos a prisão, ordenada pelo superior hierárquico, caso cometam transgressões a determinados pontos de seus regulamentos.

Vale lembrar, que essa prisão “especial” dos militares, por expressa disposição constitucional (CF, art. 142 §2º) não se sujeita (em regra) à habeas corpus, pois ela se insere no poder disciplinar de seus superiores. No entanto, atualmente, alguns tribunais já estão admitindo este habeas corpus quando o pedido se fundar em ilegalidades.

Gabarito: Letra E.

Prisão ilegal

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

Liberdade provisória

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

Prisão civil por dívida:

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto constitucional segue o seguinte:

• regra → Não pode haver;

• exceção → Poderá prender o responsável por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e o depositário infiel.

Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra geral, da prisão civil por dívida".

Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação

Page 91: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

91

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes casos, estará restringindo a proibição da norma.

Muita atenção!

Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou inclusive a edição da súmula vinculante 25:

Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

1- Mas porque o Supremo, passou a entender que, mesmo expresso na Constituição, tal prisão não seria válida?

Tudo isso devido a um tratado internacional (pacto de San Jose da Consta Rica) assinado pelo Brasil.

2- Mas este tratado teve força para revogar a Constituição?

Não. Para entender o tema, primeiro, é necessário observar o §3º deste art. 5º. Nele, vemos que a regra é que os tratados internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis ordinárias, mas, eles serão equivalentes às emendas constitucionais (status constitucional), se "versarem sobre direitos humanos" e "forem internalizados com a mesma votação de uma emenda constitucional".

3- E o pacto de San Jose? Ele foi votado por este procedimento de emendas?

Não, pois na época não existia esta previsão constitucional do art. 5º §3º. O STF passou, então, a entender que os tratados internacionais sobre direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de uma emenda constitucional, não irá adquirir o status constitucional (emenda constitucional), porém, por si só já possuem um status de “supralegalidade” (estágio acima das leis, e abaixo da Constituição) podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. Esse entendimento foi a partir do final de 2008. Veja o julgado:

“... Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de supralegalidade da referida convenção, inicialmente defendida pelo Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 466343/SP, (...). Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela davam a qualificação constitucional, perfilhando o enten-dimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, se absteve de pronunciamento.”13

13 HC 87585/TO, Rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008

Page 92: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

92

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Como nós vimos que a prisão do depositário infiel ou do inadimplente de alimentos só seria possível através de uma previsão legal, esta lei que porventura esteja prevendo a prisão do depositário infiel ficaria sem efeitos, pois estaria sendo inaplicável pelo pacto de San Jose, o qual tem status supralegal (acima das leis).

Conclusão e observação:

• Atualmente, é possível a prisão civil do depositário infiel? Não.

• A Constituição prevê a prisão do depositário infiel? Sim, porém, esta prisão é inaplicável.

106. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel.

Comentários:

"Segundo o STF" a única possibilidade é o inadimplente voluntário e inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia.

Gabarito: Errado.

107. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante entendimento do STF, a norma constitucional segundo a qual não há prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, não é de eficácia restringível.

Comentários:

Ela é de eficácia restringível (contida), pois, se houver lei, poderá haver prisão civil por dívida, relativizando a proibição da regra geral.

Gabarito: Errado.

108. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

Comentários:

Embora não se conceba mais no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, devido ao Pacto de San Jose da Costa Rica, o enunciado pediu expressamente que fosse dada a resposta "segundo a Constituição". Desta forma, está correta a afirmativa, já que o texto constitucional não foi alterado pelo pacto (CF, art. 5º LXVII).

Page 93: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

93

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Correto.

Remédios constitucionais

Os remédios constitucionais recebem esse nome, pois são ações constitucionais que funcionam como verdadeiros "remédios" contra os abusos cometidos. Por exemplo, se alguém sofrer abuso ao seu direito de locomoção, esse mal será remediado com um habeas corpus, se o abuso for relativo ao direito de informação, será usado um habeas data. Os principais remédios constitucionais serão vistos agora: habeas corpus, habeas data, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular.

Alguns autores ainda incluem neste grupo outras medidas como o direito de petição e direito de obter certidões, presentes no inciso XXXIV.

Habeas corpus

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Organizando:

• Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; (Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, permanecer, estar, passar e etc.)

• Quem pode usar: qualquer pessoa;

• Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder.

• Modos de HC:

� Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação;

� Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação.

• Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”;

CPP, art. 654 → O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.

STF – Súmula nº 693 → Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discutir a

Page 94: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

94

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro).

STF – Súmula nº 695 → Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Se a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?).

CF, Art. 142 § 2º → Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo (RHC 88543/SP - São Paulo - 03/04/2007): a legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de habeas corpus.

O habeas corpus pode ser concedido de ofício por juiz ou tribunal, sem que isso implique ofensa ao princípio da inércia da jurisdição (hipótese cobrada pelo CESPE em 2007).

É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente, por exemplo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve à sentença de prisão.

109. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.

Comentários:

Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se valendo de sua prerrogativa de "direito público", o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer pessoa que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção (ir, vir, permanecer e etc...).

Gabarito: Correto.

110. (CESPE/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.

Comentários:

Na jurisprudência do Supremo, o habeas corpus pode ser usado contra qualquer ato ilegal, ou com abuso de poder que possa levar o indivíduo a ter a sua liberdade de locomoção, cerceada, ainda que

Page 95: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

95

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

não diretamente. É o caso da questão, a quebra de sigilo, embora não seja medida que diretamente se oponha à liberdade de locomoção, pode indiretamente contribuir para o constrangimento a tal direito.

Gabarito: Correto.

111. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) O habeas corpus não é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilo bancário em procedimento criminal, já que não há, na hipótese, risco direto e imediato de constrangimento ao direito de liberdade.

Comentários:

Segundo a jurisprudência e doutrina, sempre que de um ilegalidade ou abuso possa derivar algo que levará alguém à prisão (ainda que indiretamente) será cabível habeas corpus.

Gabarito: Errado.

112. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa.

Comentários:

Habeas Corpus é um remédio constitucional que garante a "liberdade" de alguém. Se a pena não foi privativa de liberdade, não há o que se falar em habeas corpus.

Gabarito: Errado.

Mandado de segurança

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Page 96: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

96

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Atualmente o mandado de segurança, tanto individual quanto coletivo, é regulamentado pela lei 12016/09.

Embora não esteja expresso na CF, o mandado de segurança também pode ser preventivo ou repressivo como o habeas corpus.

Organizando:

• Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD.

• Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou autônomo) seja na forma preventiva ou repressiva.

• Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no exercício de atribuições do poder público que use de ilegalidade ou abuso de poder. Segundo a lei 12016/09, equiparam-se às autoridades:

� Os representantes ou órgãos de partidos políticos;

� Os administradores de entidades autárquicas;

� Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

• Modos de MS:

� Individual: impetrado em nome de uma única pessoa;

� Coletivo: impetrado por:

a) Partido político com representação no CN;

b) Organização sindical;

c) Entidade de classe; ou

d) Associação, desde que esta esteja legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.

Em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial (lei 12016).

Na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária (lei 12016).

Page 97: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

97

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Observação:

O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados.

STF - Súmula nº 629 →A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que ocorre na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual - basta autorização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade esteja expressamente autorizada para tal).

113. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente constituídas, mas não por partidos políticos.

Comentários:

Os partidos políticos, desde que tenham representação no Congresso, podem impetrar mandado de segurança coletivo na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.

Gabarito: Errado.

114. (CESPE/TCE-AC/2009) O mandado de segurança é o meio correto para determinar à administração a retificação de dados relativos ao impetrante nos arquivos da repartição pública.

Comentários:

Neste caso o remédio utilizado deverá ser o habeas data, logo, não se poderá usar o Mandado de Segurança, já que a Constituição veda o uso do MS quando o objeto for de habeas corpus ou habeas data.

Gabarito: Errado.

115. (FCC/Oficial - DPE-SP/2010) Dentre os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o cabimento do mandado de segurança inclui-se:

a) ameaça à liberdade de locomoção.

b) ausência de norma regulamentadora de direitos e liberdades constitucionais.

Page 98: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

98

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) recusa de fornecimento de informações constantes de bancos de dados do governo relativas ao lesado.

d) ato lesivo, desde que, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

e) ofensa a direito líquido e certo do lesado, não amparado por habeas corpus ou habeas data.

Comentários:

No caso da letra A, o remédio seria o habeas corpus. No caso da letra B seria o mandado de injunção. Na letra C, seria um habeas data e na letra D seria uma ação popular.

A única que está correta é a letra E, já que o mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data".

Gabarito: Letra E.

116. (FCC/TJAA-TRF 2ª/2007) mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por

a) organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há no mínimo dez meses, em defesa dos interesses de seus membros.

b) partido político com ou sem representação no Congresso Nacional.

c) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus associados.

d) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos seis meses, em defesa dos interesses de seus membros.

e) um grupo de dez deputados federais e dez senadores, em nome do Congresso Nacional.

Comentários:

Letra A e D - Erradas. 2 erros. O requisito de estar legalmente constituída e em funcionamento é pelo prazo de pelo menos 1 ano, e tal requisito é aplicável somente às associações, e não à organização sindical, nem às entidades de classes.

Letra B - Errado. O partido tem que ter representação no CN.

Letra C - Correto.

Letra E - Viajooooou.... não chegou nem perto de nenhuma disposição constitucional.

Gabarito: Letra C.

Page 99: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

99

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Mandado de Injunção

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Organizando:

• Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o exercício:

� dos direitos e liberdades constitucionais;

� das prerrogativas inerentes à:

♦ nacionalidade;

♦ soberania; e

♦ cidadania.

• Quem pode usar: Qualquer pessoa.

• Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para editar a norma em questão.

• Modos de MI:

� individual: impetrado em nome de uma única pessoa;

� coletivo: não está previsto na Constituição. Mas é admitido, devendo cumprir os mesmos requisitos do MS Coletivo.

117. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) São legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, as entidades de classe, as associações e as organizações sindicais em funcionamento há pelo menos um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais homogêneos.

Comentários:

O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados.

Gabarito: Errado.

118. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente constituídas, mas não por partidos políticos.

Page 100: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

100

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Os partidos políticos, desde que tenham representação no Congresso, podem impetrar mandado de segurança coletivo na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.

Gabarito: Errado.

119. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Assinale a alternativa que não representa remédio constitucional expressamente previsto na Constituição Federal de 1988.

(A) A ação popular.

(B) O habeas data.

(C) O mandado de segurança coletivo.

(D) O mandado de injunção coletivo.

Comentários:

Todos os remédios constitucionais citados pela questão existem, porém, o mandado de injunção coletivo não é expresso na Constituição, a qual previu tão somente a sua forma individual.

Gabarito: Letra D.

Habeas data

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Organizando:

• Motivos:

a) conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (após ter pedido administrativamente e ter sido negado);

b) retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso administrativamente ou judicialmente.

• Quem pode usar: qualquer pessoa.

Page 101: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

101

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Quem pode sofrer a ação: qualquer entidade governamental ou ainda não-governamental, mas que possua registros ou bancos de dados de caráter público.

• Custas: (LXXVII) são gratuitas as ações de “habeas-data”;

Obs. 1 - A lei 9507/97 que regulamenta o "habeas data" dispõe logo em seu art. 1º parágrafo único: Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.

Deve-se ter muita atenção, pois as bancas constantemente tentam confundir o candidato com este remédio constitucional. O habeas data é usado para se requerer informações sobre a pessoa do impetrante que constam em banco de dados públicos, são aquelas informações pessoais. Primeiro deve-se pedir administrativamente e, se negado, impetra-se o HD.

Não confunda com o caso de se negarem o direito líquido e certo de receber informações em órgãos públicos, assegurado pelo art. 5º, XXXIII, quando as informações não forem pessoais ao impetrante, nem com o indeferimento do direito de petição ou de obter certidões – art. 5º, XXXIV.

120. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.

Comentários:

Estava correta até dizer: desde que geridas por servidores do Estado. A lei 9507/97 que regulamenta o "habeas data" dispõe logo em seu art. 1º parágrafo único: Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.

Gabarito: Errado.

121. (CESPE/Agente-Polícia Federal/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Page 102: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

102

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Não pode ser informações referentes a terceiros, somente relativas a própria pessoa.

Gabarito: Errado.

122. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A empresa pública federal Y inscreveu os dados de Tício no órgão de proteção ao crédito governamental, sendo que ele, ao ter acesso às informações no banco de dados, notou que estavam incorretas. Para retificar as informações restritivas Tício terá que

a) impetrar mandado de injunção.

b) impetrar habeas data.

c) impetrar mandado de segurança repressivo.

d) impetrar mandado de segurança preventivo.

e) propor ação popular.

Comentários:

O correto seria impetrar o habeas data, já que este é o remédio constitucional que tem por objeto:

a) conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (após ter pedido administrativamente e ter sido negado);

b) retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso administrativamente ou judicialmente.

Lembrando que a questão foi falha. Ele não "terá" que impetrar um HD, mas sim pedir que retifiquem administrativamente. Somente caso se neguem a retificar seus dados é que ele poderá ajuizar o referido remédio constitucional.

Gabarito: Letra B.

Ação popular

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Organizando:

• Quem pode propor: qualquer cidadão, ou seja, somente aquele nacional que estiver em gozo de seus direitos políticos.

Page 103: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

103

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Motivo: anular ato lesivo:

� ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado participe;

� à moralidade administrativa;

� ao meio ambiente;

� ao patrimônio histórico e cultural.

• Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Não é qualquer pessoa que pode propor, mas, apenas o cidadão, ou seja, quem está em gozo de seus direitos civis e políticos.

123. (CESPE/MPS/2010) A nacionalidade brasileira é condição necessária e suficiente para propor ação popular visando à declaração de nulidade de ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.

Comentários:

A nacionalidade brasileira é condição necessária mas não suficiente para se propor ação popular. Além da nacionalidade brasileira, necessita-se que a pessoa seja um cidadão, no sentido estrito da palavra, ou seja, aquele nacional que está em gozo dos seus direitos políticos (seus direitos políticos não estão suspensos ou perdidos). E essa condição de cidadão deve ser comprovada por ocasião da propositura da ação.

Gabarito: Errado.

124. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A ação popular pode ser acionada por cidadãos que pretendam questionar violações ao princípio da moralidade administrativa perante o Poder Judiciário.

Comentários:

O legitimado para ação popular é realmente o cidadão, e servirá para anular ato lesivo:

� Ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado participe;

� À moralidade administrativa;

� Ao meio ambiente;

� Ao patrimônio histórico e cultural.

Gabarito: Correto.

Page 104: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

104

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

125. (CESPE/MMA/2009) Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular.

Comentários:

O legitimado ativo da ação popular é o cidadão, para o exercício da cidadania, assim, o promotor poderá impetrar ação popular como cidadão brasileiro e não usando as suas atribuições de promotor de justiça.

Gabarito: Errado.

126. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) Para propositura de ação popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exercício de seus direitos políticos.

Comentários:

A ação popular é a ação cujo legitimado ativo é o cidadão. Na jurisprudência dos tribunais, ser "cidadão" significa ser brasileiro em pleno gozo de seus direitos políticos, plenitude esta que deve ser comprovada para fins da propositura.

Gabarito: Correto.

127. (CESPE/FINEP/2009) Somente o brasileiro nato possui legitimação constitucional para propositura de ação popular, desde que esteja em dia com seus deveres políticos.

Comentários:

O requisito que a Constituição exige é apenas ser "cidadão", ou seja, brasileiro em pleno gozo de direitos políticos, para isso, independe de a pessoa ser um brasileiro nato ou naturalizado.

Gabarito: Errado.

Assistência jurídica estatal

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Indenização por erro judiciário

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Pela literalidade, veja que não precisa ser reconhecidamente pobre, basta comprovar não ter recursos suficientes para a demanda.

Page 105: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

105

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Demais isenções e gratuidades

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Organizando as gratuidades e imunidades do art. 5º:

Direito de petição e de obter certidões → Isento do pagamento de taxas;

Ação Popular → Isenta de custas judiciais e ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé.

Habeas Corpus e Habeas Data → Gratuitos.

Atos necessários ao exercício da cidadania → Gratuitos, na forma da lei.

Registro de nascimento e certidão de óbito → Gratuitos aos reconhecidamente pobres

Assistência Jurídica integral pelo Estado → Gratuita a quem comprove insuficiência de recursos.

128. (CESPE/MPS/2010) Para aqueles que são, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a certidão do registro civil de nascimento, de casamento e de óbito.

Comentários:

A Constituição assegura em seu art. 5º, LXXVI a gratuidade, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, para o registro civil de nascimento e a certidão de óbito. Não há previsão para a certidão de casamento gratuita.

Vale lembrar que nos termos do art. 226 § 1º, o casamento é civil e gratuita a celebração. A gratuidade, nos termos da Constituição, se faz quanto à celebração mas não há previsão para a expedição gratuita da certidão.

Gabarito: Errado.

129. (CESPE/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas.

Page 106: Direito Constitucional - Aula 01

CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL – PF PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

106

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

A Constituição Federal dispõe em seu artigo 5º, LXXVII que são gratuitas:

� As ações de "habeas-corpus" e "habeas-data"; e

� Na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Gabarito: Correto.

130. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) A Constituição Federal assegura que são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e casamento e a certidão de óbito.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LXXVI da Constituição, não se inclui o casamento neste rol.

Gabarito: Errado.

131. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Dentre outras, são gratuitas as ações de habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Comentários:

Exato. CF, art. 5º LXXVII.

Gabarito: Correto.

Razoável duração do processo e celeridade

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela EC 45/04)

Ufffaaa!!!! Fim de papo... Galera, sei que a aula foi longa, mas esse é um dos assuntos mais importantes da prova!!!

Se precisarem de ajuda me procurem!

Abraços.

Vítor Cruz