Economia de Transicao Para Um Sistema Industrial - Seculo XX 2. Semestre 2008 1

  • Upload
    ptgs86

  • View
    318

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Economia de Transio para um Sistema Industrial Sculo XXFormao Econmica do Brasil II Profa. Cristina Helena A. de Carvalho 2o. Semestre 2008Bibliografia: Caps. 30 a 32 Formao Econmica do Brasil Celso Furtado

Crise da Economia CafeeiraTendncia: Crescimento da oferta e queda no preo Fatores explicativos:1) Disponibilidade de mo-de-obra e terras subocupadas; 2) Vantagem relativa na exportao do caf; da Produo Mundial manipulao da oferta;

Evoluo da demanda no explica o crescimento da oferta; Necessidade de Recursos Financeiros formao de estoques; Compromisso externo de recuperao da taxa cambial x crise de superproduo:Perda da eficcia da Depreciao cambial;

Contrao artificial da oferta

Proposta de Poltica de Valorizao do Caf pelos estados produtores;

Crise da Economia CafeeiraSuperproduo e a Poltica de Valorizao do caf: Convnio de Taubat (1906) Compra dos excedentes pelo governo; Financiamento por emprstimos estrangeiros; Pagamento do servio desses emprstimos exportao de caf; Medidas para desencorajar novas plantaes; novo imposto sobre a

Polmica e presso sobre o governo central desfavorecidos pela depreciao cambial;

grupos

Resultado: Reforo de poder dos cafeicultores at 1930;

Crise da Economia CafeeiraTransferncia para o futuro problema mais grave; Mecanismo de Defesa do Caf at 1929; Entre 1925 a 1929 Exportaes produo cresceu cerca de 100%

absoro de 2/3 da produo;

Inelasticidade renda da demanda de caf; Desequilbrio estrutural entre oferta e demanda Qual o erro bsico da poltica de valorizao? Caractersticas da atividade econmica colonial:Equilbrio entre oferta e demanda de produtos coloniais:Procura Oferta saturao do mercado uso de todos os fatores de produo disponveis

Crise da Economia Cafeeira

Caf em mirod 7/ , , 4 o E

es de sacasE orta 4, 4, o orta o/ rod o 67 4

Fonte: F rtado, Ce so. Forma

o Econmica do Brasi . . 65.

Crise da Economia CafeeiraPoltica Alternativa: Estimular outras exportaes:poltica de subsdios Transferncia de recursos do setor cafeeiro

Reduo nos preos pagos ao produtor

desestmulo a novas inverses;

Diferena entre os preos pagos ao produtor e os de exportao:Emprstimos a longo prazo e subsdios diretos s exportaes.

Poltica de Valorizao:Emprstimos Externos expanso dos meios de pagamento que era retirado do mercado. compra de caf

Crescimento da renda monetria e inelasticidade da oferta da economia presso inflacionria.

Entre 1920 e 1929: exportaes (10%) e importaes (100%).

Crise da Economia CafeeiraEntre 1927-1929: Entrada de capitais privados e os emprstimos externos ao caf: situao cambial favorvel Adoo da Conversibilidade: Governo Washington Lus Crise de 1929: fuga de capitais e fim das reservas em ouro; Concluso: Conversibilidade dos anos 20: Subproduto da poltica de defesa do caf; Impediu a queda brusca do valor da moeda nacional; Facilitou a fuga de capitais

esgotamento de reservas;

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Contexto econmico grave: Crise da economia mundial em 1929; Produo mxima do caf em 1933; Impossibilidade de obter crdito no exterior; Ausncia de Crdito do governo: Desaparecimento de reservas cambiais;

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Possibilidades x restries: a) Colher o caf ou deix-lo apodrecer nos arbustos? b) Caso se decidisse colher o caf, qual o destino deste? Forar o mercado mundial, ret-lo em estoques ou destru-lo?

c) Caso se decidisse estocar ou destruir o produto, como financiar essa operao? Sobre quem recairia a carga, caso fosse colhido o caf?

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Abandonar os cafezais?Perda dos produtores; Transferncia sociedade das quedas cclicas;

Crise da economia cafeeira: demanda e oferta; Queda do preo internacional do caf; Favorecimento das organizaes intermedirias no comrcio de caf; Transferncia das perdas para os produtores brasileiros;

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929

Caf re o* rece ido e os rod ores re o* a o e os cons midores Mar em em a or C = Mar em em ercen a =[ 1] No a * re o em cen a os de U $ or i ra

1929 22 9 2 1 11

19 1 2 2 1

(

2 12 2

Fon e F r ado Ce so. Forma o Econmica do rasi . ados . 2

.

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Contexto desfavorvel:Queda no preo internacional do caf + falncia da conversibilidade depreciao cambial; Novo alvio aos produtores e transferncia das perdas; Opo de forar o mercado: Aumento do volume fsico exportado em 25% (1929 a 193 ); Depreciao cambial ( - 0%) < Baixa nos preos do caf (- 0%) Concluso: Dada a gravidade da crise: variao no cmbio no

mais o ser instrumento de defesa efetivo da economia cafeeira.

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Como financiar a reteno de estoques? Expanso de crdito destruio dos excedentes

Consequncias:Agravamento do desequilbrio externo; Depreciao da moeda; Benefcio indireto ao setor exportador; Equilbrio entre oferta e demanda: Destruio de 1/3 da produo entre 1931 a 1939;

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Recuperao econmica mundial (193 /35): Elevao dos preos dos produtos primrios; Demanda por caf:Elevao da renda real per capita; Queda nos preos do caf Consumo inalterado 2 , (1933) para 25,5 (193 );

12,5 (1933) para 13,1(193 );

Preo do caf:Determinado pela oferta;

Exemplo: contrao da renda e influncia na renda global (k 3)etor Externo 20 10 12 ,5 etor inflenciado pelo setor Externo 0 20 2 15 etor utnomo 0 0 0 0 enda otal 100 0 2,5

B C

Fonte: Furtado, Celso. Formao Econmica do Brasil. P. 2 0.

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Caso C: semelhante ao Brasileiro na recesso mundial:Queda de 50% nos preos pagos ao produtor e aumento da quantidade produzida; Reduo da renda monetria entre 25% e 30%;

Manuteno do nvel de emprego

destruio do produto

Valor do produto destrudo < Renda criada 1933: Recuperao da economia nacional;

Concluso:Poltica de defesa do setor cafeeiro na grande depresso Programa de fomento da renda nacional Prtica, inconsciente, de uma poltica pr-keynesiana anticclica;

Mecanismos de defesa e a Crise de 19291929: inverses lquidas 2,3 milhes de contos 9% do Produto Lquido; 1931: 300 mil contos (inverses) + 1 milho de contos (estoques de caf) 1,3 milhes de contos % do Produto Lquido; 1933: 1 milho de contos (inverses) + 1,1 milho de contos (estoques de caf) 2,1 milhes de contos 10% do Produto Lquido; Conceito de Investimento = FBKF + ( Estoques

Mecanismos de defesa e a Crise de 1929Diferena entre perodos:Acumulao de estoques (190 a 1929)No havia inverso lquida;

dbito no exterior

Acumulao de estoques (aps 1929)

expanso de crdito

Criao de renda que se adicionava renda criada pelos gastos.

Diferena: inverso lquida e acumulao de estoques: Inverso lquida criao de capacidade produtiva; no cria capacidade produtiva; criar demanda efetiva.

Acumulao de estoques

Importncia secundria na depresso

O Balano de PagamentosBalana comercial Balana de ser ios Balana de rendas Transfer ncias onta ca ital onta financeira aldo do Balano de Pagamentos (BP) orrentes

aldo em Transaes orrente (T )

Mo imento de a itais (MK)

BP ! TC MK

Modelo Keynesiano SimplesInterpretao de Furtado: Determinao da Renda a Curto Prazo; Princpio da demanda efetiva; Multiplicador keynesiano; Economia aberta e com governo;

O nvel de emprego e produto Oferta agregada Demanda agregada Oferta agregada Condies fsicas de produo Estvel Demanda agregada Propenso marginal a consumir: ESTVEL Investimento EmgK Lucros esperados Custo dos bens de capital Taxa de juros Oferta de moeda Preferncia pela liquidez

INSTVEL

Um modelo ampliado Estado Gastos do governo Correntes Investimento A noo de renda disponvel: Alquota tributria (t) YD YD Y tY Y(1 t)

Setor externo Parte da oferta externa Renda nacionalM mY

Parte da demanda externa Renda do resto do mundo Taxa de cmbioX varivel exgena

Y ! Ca c(1 t )Y I G ( X mY ) 1 Y! v Ca I G X (1 c(1 t ) m)

1 (Y ! v (I (G (X (1 c(1 t ) m) 1 E ! (1 c(1 t ) m) (Y ! E v (I (G (X

Deslocamento do Centro Dinmico Governo compra parte do estoque de caf Como financia? Recursos externos Exemplo Ajuda do Governo 1.000 Financiamento 1.000 Taxa de cmbio 1 1 Multiplicador keynesiano (E) 3 Propenso a importar ou coeficiente de importao (m1) 0,33 (m2) 0,5 O impacto sobre o BP

(Y ! E v ( (Y ! 3 v 1.000 ! 3.000 Se : m1 ! 0,33 (M ! m1 v (Y @ (M $ 1.000 Se : m2 ! 0,5 (M !1

v (Y @ (M ! 1.500

Como o financiamento feito por emprstimos externos m < 0,33 no h desequilbrio no BP m > 0,33 desequilbrio no BP

Deslocamento do Centro DinmicoCaso limiteProcura adicional suprida por importaes Economia est limite da capacidade Economia no tem produo interna O que isso significa? PmgC = PmgM Logo c = m O que isso implica?

(Y ! c (Y (G (I (X m (Y Seja (Z ! (G (I (X : Mas c ! m : Logo : (Y ! m (Y (Z m (Y Mas m (Y m (Y ! 0 : (Y ! (Z ou (Y E ! !1 (Z

Deslocamento do Centro DinmicoFinanciamento de estoques expanso de crdito Aumento dos Meios de Pagamento:

(Y ! E v ( (Y ! 3 v 1.000 ! 3.000 Se : m1 ! 0,33 (M ! m1 v (Y @ (M $ 1.000Como cobrir esse aumento das importaes? Exportaes: divisas insuficientes; Fuga de capitais

Deslocamento do Centro DinmicoPoltica de Fomento da renda Correo desequilbrio externo depreciao cambial

Elevao dos preos dos importadosCompresso do coeficiente de importaes; m 0,33 Pi Pe; Pe > Pi

Desequilbrio externo Depresso:

Desequilbrio interno

Queda na renda monetria e real + aumento dos preos relativos dos importados queda nas importaes

Deslocamento do Centro DinmicoSituao nova: Elemento dinmico procura interna reduo de 50% Melhores oportunidades no mercado interno Capacidade Produtiva dos cafezais Redirecionamento de capitais:Algodo agricultura de exportao Produo Industrial:Aproveitamento da capacidade instalada; Aquisio de Equipamentos de segunda mo; Condies propcias instalao de indstrias de capital

Deslocamento do Centro DinmicoPases subdesenvolvidos estmulo para instalao; Brasil nos anos 30 restritas. Inverses lquidas reais 1935 > 1929 Importaes 1935 50% de 1929 procura por bens de capital: importao procura por bens de capital: baixo desvantagens relativas e facilidades de importao

Recuperao do nvel de renda: anulou os efeitos depressivos, fabricao de materiais de manuteno e expanso da capacidade produtiva

Deslocamento do Centro DinmicoSituao do intercmbio externo nos anos 30:Quantum das no xporta es 1929 193 100 130,2 Preo das xporta es 100 101 Preo das mporta es 100 19 Relao Quantum Capacidade de das de mportar mporta es Preos 100 52 100 100 ,9

Relao de preos: Px / Pm Capacidade para importar Cm (101 . 130,2) / 19

101/19 Cm

52

(Px .Qx) / Pm

Qm > Cm

Presso sobre o Balano de Pagamentos

Deslocamento do Centro DinmicoCrescimento: 1929-3 Produo industrial em 50% Renda nacional em 20% Rpida ascenso da produo industrial durante recesso mundial. Fatores explicativos: Manuteno da procura monetria no setor exportador; Encarecimento das importaes desvalorizao cambial;

Existncia de capacidade ociosa no setor industrial; Existncia de pequeno ncleo de indstrias de bens de capital.

Deslocamento do Centro DinmicoIndstria novo setor dinmico de criao de renda Novo nvel de preos relativos:Artigos de produo interna e artigos importados; Surgimento de indstrias para substituir importaes;

Efeito Colateral: Desequilbrios na balana de pagamentos; Cmbio flutuante: Recuperao do setor exportador entrada de divisas valorizao cambial aumento da procura por importados e queda na procura por nacionais queda na renda e desemprego. Queda na renda e desemprego queda na procura por importados novo equilbrio menor nvel da utilizao da capacidade produtiva.

Deslocamento do Centro DinmicoProblemas dos anos 30:Instabilidade provocada pelo cmbio flutuante de Pagamentos via taxa de cmbio; Economia exportadora de matrias-primas: Flutuaes na taxa de cmbio:Concorrncia entre produtores nacionais e importadores inexistente; No houve modificaes estruturais na oferta.

ajuste do Balano

Economia com concorrncia de nacionais e importados:Ineficcia do ajuste cambial no Balano de Pagamentos; Perda de efetividade do mecanismo de defesa da estrutura colonial.

105

1 0

1 5

150

90

0 1901 190 190 1910 191 191 1919 19 19 5 19 19 1 19 19 19 0 19 19 19 9 195 1955 195 19 1 19 19 19 0 19

5

0

5

Termos de Troca (ndice 1995

Fonte: IPEADATA

100)

10

15

20

25

30

35

40

0 1901 1904 1907 1910 1913 1916 1919 1922 1925 1928 1931 1934 1937 1940 1943 1946 1949 1952 1955 1958 1961 1964 1967 1970 1973

5

Capacidade de Importar (ndice 1995 = 100)

Fonte: IPEADATA

, , , , , , - , , , - , , , , , , - , , , , , , , , , , , , ,

-

- ,

- ,

I Fo t : I EADATA

r. r

l

l

1901 1890 1892 1903

-30

-20

-5 -10

-15

-10

20 10

15

20

25

10 5

30

40

50

0 0

Fonte: IPEADATA

1894 1896 1907 1898 1900 PIB - deflator impl ito - (% a.a.)PIB - servios - var. real anual 1909 1905

1902 1911 1904 1906 1913 1908 1910 1917 1912 1914 1919 1916 1921 19181923 1920 1915

1922 1925 19241927 1926

1928 1929 1930