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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 89ª Promotoria de Justiça de Goiânia – Defesa do Patrimônio Público _____________________________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ____ VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA/GO O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESTADO DE GOIÁS, por sua representante em exercício na 89ª Promotoria de Justiça, vem, perante V. Exa., no uso de suas atribuições legais e com base nos artigos 127, 129, III e 37, caput e incisos II, III e IV da Constituição Federal, artigos 117, III e 92 da Constituição Estadual, art. 25, IV, “a” e “b” da Lei n.º 8.625/93, art. 46, VI, “b”, da Lei Complementar n.º 25/98 e na Lei n.º 7.347/85, propor ESTADO DE GOIÁS, pessoa jurídica de direito público interno, representado judicialmente por seu Procurador Geral do Estado, Norival de Castro Santomé, domiciliado na Praça Dr. Ludovico Teixeira nº. 26 Centro – Goiânia – GO, CEP nº. 74003 - 010. _______________________________________________________________________________________ Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás Goiânia/GO, telefones:(62) 3243 8208 1 AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR URGENTE

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO … · No ano de 2006 a Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos – AGANP – realizou Concurso Público para provimento

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS89ª Promotoria de Justiça de Goiânia – Defesa do Patrimônio Público

_____________________________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ____ VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA/GO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESTADO DE GOIÁS, por sua representante em exercício na 89ª Promotoria de Justiça, vem,

perante V. Exa., no uso de suas atribuições legais e com base nos artigos 127, 129,

III e 37, caput e incisos II, III e IV da Constituição Federal, artigos 117, III e 92 da

Constituição Estadual, art. 25, IV, “a” e “b” da Lei n.º 8.625/93, art. 46, VI, “b”, da Lei

Complementar n.º 25/98 e na Lei n.º 7.347/85, propor

ESTADO DE GOIÁS, pessoa jurídica de direito público interno,

representado judicialmente por seu Procurador Geral do

Estado, Norival de Castro Santomé, domiciliado na Praça Dr.

Ludovico Teixeira nº. 26 Centro – Goiânia – GO, CEP nº.

74003 - 010.

_______________________________________________________________________________________Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás

Goiânia/GO, telefones:(62) 3243 8208

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA

COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

URGENTE

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pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

No ano de 2006 a Agência Goiana de Administração e

Negócios Públicos – AGANP – realizou Concurso Público para provimento de vagas

de seu quadro de pessoal, em conformidade com o artigo 37, II, da Constituição

Federal e com a Lei Estadual n.º 15.543, de 16 de janeiro de 2006 , mediante os

Editais n.ºs 01, 02 e 03, todos de 25 de janeiro de 2006, publicados no Diário Oficial

do Estado de 26.01.2006.

O Edital n.º 01 destinou-se ao preenchimento de 291 vagas de

Gestor Governamental (graduação completa), sendo 65 para o cargo de Gestor de

Finanças e Controle, 106 para Gestor Jurídico e 120 para Gestor de Tecnologia da

Informação.

Por sua vez, o Edital n.º 02 visava ao provimento de 2.100

cargos de Assistente de Gestão Administrativa (nível médio), com previsão de 50

vagas para técnico em segurança do trabalho, 200 para a área de informática e

1.850 para “área de atuação geral”.

O Edital n.º 03 regulou o preenchimento de 242 cargos de

Analista de Gestão Administrativa, com a seguinte distribuição e áreas de atuação:

a) 12 para engenharia de segurança do trabalho; b) 15 para medicina do trabalho; c)

5 para medicina pericial – clínica geral; d) 2 para medicina pericial – ortopedia; e) 2

para medicina pericial – oncologia; f) 1 para medicina pericial – psiquiatria; g) 25

para psicologia; h) 180 para “geral” (educação superior em qualquer área do

conhecimento).

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FATOS

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Assim, o total de vagas oferecidas pelos editais em referência

chegou ao número de 2.633 (dois mil seiscentos e trinta e três).

Houve previsão de reserva técnica para todos os grupos,

sendo 291 para Gestor Governamental, 2.100 para Assistente de Gestão

Administrativa e 315 para Analista de Gestão Administrativa.

As provas foram aplicadas durante o mês de março de 2006 e

os resultados finais dos concursos públicos homologados pela Presidência da

AGANP em 18.04.2006, com publicação no Diário Oficial do Estado n.º 19.872, de

24 de abril de 2006.

Sem sombra de dúvida, foi o maior concurso público já

realizado no Estado de Goiás, com cerca de 100.000 (cem mil) inscritos, gerando

uma arrecadação próxima de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para os

cofres do Governo Estadual.

Conforme se pôde acompanhar pela imprensa, após a

divulgação e homologação dos resultados, seguiu-se uma verdadeira batalha pela

nomeação dos aprovados e exoneração dos servidores comissionados e

temporários.

Com a iminência do prazo de validade do concurso público

expirar, o Ministério Público do Estado de Goiás ajuizou Ação Civil Pública com

pedido de liminar que foi distribuída à 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual (Fls.

178 às 182).Na concessão da liminar, a Magistrada Monocrática entendeu que os

aprovados no concurso público teriam direito subjetivo à nomeação, sendo assim,

concedeu o pedido, tendo em vista a existência de cargos vagos para os quais

foram regularmente criados; por entender que a realização de certames indica a

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necessidade da contratação de servidores e os editais dos concursos preverem a

possibilidade de mais um ano de prorrogação. Sendo assim, o prazo de validade do

concurso foi prorrogado até 24/04/2008.

Nesta Promotoria de Justiça foi instaurado Inquérito Civil

Público (fls. 02) que teve inicio com uma representação noticiando possíveis

irregularidades na contratação de pessoal terceirizado pela AGANP – Agência

Goiana de Negócios Públicos, em detrimento de aprovados em concurso público na área de informática.

De acordo com a representação, a AGANP renovaria o

contrato com a empresa POLITEC a partir do mês de fevereiro de 2007, fato que,

em tese, prejudicaria a nomeação dos aprovados no concurso para o cargo de

Gestor de Tecnologia da Informação, bem como os que estão na reserva técnica.

A representação noticiou ainda, que, a AGANP colocaria

funcionários terceirizados de empresas particulares, como a Politec, a Evoluti, que

exercem a função de Gestor de T.I. Para vários órgão, tais como IPASGO, SEPLAN,

SEFAZ, Secretaria da Saúde, DETRAN, dentre outras.

Diante as alegações, foram requisitas informações ao

Presidente da Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos – AGANP, o

Sr. Manoel Xavier Ferreira Filho, acerca dos fatos alegados na representação, bem

como aos Secretário da Fazenda, o Sr. Oton Nascimento Júnior; ao Secretário de

Planejamento, o Sr. José Carlos Siqueira; ao Presidente do DETRAN, o Sr, Bráulio

Afonso de Morais e ao Presidente do IPASGO, o Sr. Nelson Siqueira de Araújo (fls.

12 às 21).

As informações foram devidamente prestadas, e, em apertada

síntese, justificou-se que as contratações temporárias de profissionais de informática _______________________________________________________________________________________Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás

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foram motivadas pela insuficiência de mão de obra especializada nos quadros da

administração pública. Alegou-se ainda que tais serviços são de natureza

indispensável, inexistindo qualquer irregularidades nos contratos firmados para

prestação de serviços técnicos de informática.

Diante das informações prestadas foram requisitadas ao

Presidente da AGANP cópia dos contratos e dos termos aditivos firmados entre a

AGANP e as empresas de informática mencionadas na representação.

Às fls. (149 às 177) do procedimento administrativo foram

anexados os contratos e NOVE termos aditivos firmados entre a empresa de

informática Politec e a AGANP, contrato este, datado de 06 de fevereiro de 2002

com termos aditivos prorrogando-os até junho de 2007.

Posteriormente foram requisitadas (fls. 183) ao Presidente do

IPASGO, cópias do Contrato e dos Termos Aditivos firmados entre as empresas

ACTIVE S/A e EVOLUTI TECNOLOGIA E SERVIÇOS LTDA e o IPASGO ( fls.184

às 326), dentre estes contratos, a título de exemplo, verifica-se o contrato celebrado

entre o IPASGO e a empresa de informática EVOLUTI que tem prazo de validade 23 DE MAIO DE 2008 com possibilidade de prorrogação.

Diante dos indícios de ilegalidades dos contratos referidos, este

Órgão Ministerial requisitou e anexou ao procedimento a relação nominal dos

funcionários da empresa EVOLUTI (fls. 323 às 341), colocados a disposição dos

órgãos da Administração Pública do Estado de Goiás, bem como a lotação, cargo e

a função desempenhada por cada um deles em razão do contrato de prestação de

serviços celebrado com o Estado.

Após a diligência supramencionada foi anexado ao

procedimento o DÉCIMO TERMO ADITIVO ao contrato 003/2002 entre a AGANP e

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a empresa POLITEC LTDA, com o objeto de prestação de serviços na área de informática com validade até 06 de fevereiro de 2008 (fls. 393 à 394).

Às fls. 473 às 543, encontra-se anexado ao procedimento um

contrato com seus seis termos aditivos entre a POLITEC e a Secretaria da Fazenda

do Estado de Goiás, cujo o objeto do referido contrato e a prestação de serviços na

área de informática com o prazo de validade previsto até junho de 2008.

Foram colhidos termos de declarações de vários funcionários

terceirizados que prestavam serviços na área de informática de acordo com os

contratos requisitados e que estavam lotados em diversos órgãos públicos da

Administração Pública. O objetivo de tal diligência era realmente saber se estes

funcionários precários estariam desempenhando as mesmas funções previstas no

edital dos aprovados na reserva técnica para as áreas de informática, o que ficou

cabalmente comprovado, bastando verificar as atividades previstas para Gestores

de Tecnologia da Informação e Assistente de Tecnologia de Informação no edital do

concurso, (fls.84 às 115) e as atividades diárias dos terceirizados nos termos de

declarações (fls. 403 às 427).

Diante das ilegalidades das contratações temporárias que

serão posteriormente analisadas e comprovadas e, da existência de funcionários

terceirizados ocupando o lugar de aprovados na reserva técnica na área de

informática, em ultima ratio, foi encaminhada ao Presidente da AGANP uma

proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (fls.458 às 465), sendo aguardada

uma contra-minuta formulada pela Administração, visto que, o intuito seria o de

formular um acordo extra-judicial para a nomeação da reserva técnica dos quadros

de Gestores e Assistentes da Tecnologia de informação.

O Procurador Geral do Estado, informou que o objeto da ação

estaria sendo discutido na reforma administrativa do Estado e após o parecer da

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Procuradoria Administrativa do Estado iria se manifestar sobre a possibilidade ou

não de firmar um ajustamento de conduta.

O prazo de validade do concurso está na iminência de expirar-

se e diante do direito subjetivo dos aprovados no concurso público e do perigo de

demora em esperar o Estado de Goiás celebrar um ajuste de conduta, a única

solução para dirimir este conflito de interesse é a via judicial, realizando um juízo

sobre o direito subjetivo dos concursados da reserva técnica de Gestores e

Assistentes de Tecnologia de Informação à nomeação.

I - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A proteção do patrimônio público e social enquadra-se entre as

funções institucionais do MINISTÉRIO PÚBLICO, emanada da própria Constituição

Federal, que conferiu ao Parquet a defesa de vários interesses e direitos que afetam

a sociedade de forma relevante.

A legitimidade do MINISTÉRIO PÚBLICO para promover a

defesa do patrimônio público e social encontra-se estampada nos artigos 127 e 129,

III, da Constituição Federal, art. 117, III, da Constituição do Estado de Goiás, art. 1º,

IV, e 5º da Lei n.º 7.347/85 e art. 25, IV, “a” e “b”, da Lei n.º 8.625/93.

Sem delongar no trato de ponto pacífico, vale trazer aos autos

dois precedentes do Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA que não deixam

margem para dúvidas quanto à legitimidade do Ministério Público no presente caso:

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FUNDAMENTOS JURÍDICOS

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“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS. CONCURSO PÚBLICO.1. A legitimação do Ministério Público para propositura da ação civil pública está na dependência de que haja interesses transindividuais a serem defendidos, sejam eles coletivos, difusos ou, ainda, os tidos por direitos ou interesses individuais homogêneos tratados coletivamente. 2. Em se tratando de concurso público cuja realização, em tese, fugiu aos princípios da legalidade, impessoalidade (acessibilidade) e moralidade, ocorre o interesse do Ministério Público na propositura de ação civil pública tendente a decretar a nulidade do certame.3. Propugnando-se, na ação civil pública, a anulação de concurso público ante a inobservância de princípios atinentes à administração pública, o interesse em tutela é metaindividual difuso. Em sentido inverso, houvesse a intenção de assegurar eventuais direitos dos candidatos inscritos no certame, presente estariam interesses individuais homogêneos. 4. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, 2ª Turma, REsp 191.751/MG, rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, v. u., DJ 06.06.2005 p. 240)

“Ação civil pública. Concurso para professor universitário. Legitimidade do Ministério Público. 1. O Ministério Público é parte legítima para ajuizar ação civil pública em defesa dos princípios que devem reger o acesso aos cargos públicos por meio de concurso, configurado o interesse social relevante.2. Embargos de divergência conhecidos e providos.” (STJ, Corte Especial, EREsp 547.704/RN, rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, v. u., DJ 17.04.2006 p. 160)

II- DA INEXISTÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA

A ação que liminarmente prorrogou o prazo de validade do

Concurso da AGANP possui a causa de pedir e os pedido totalmente diversos do da

presente Ação, a anterior tinha como pedido a prorrogação do prazo de validade do

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concurso da AGANP, sendo como fundamento o direito subjetivo à nomeação dos

aprovados no concurso público diante da inércia do Estado em realizar as

nomeações dos aprovados.

A presente ação tem como pedido principal a nomeação dos

aprovados na reserva técnica dos cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e

de Analista de Tecnologia de Informática, razão pela qual, sequer deve pairar dúvida

sobre a existência de litispendência, visto que, embora sejam partes iguais a causa

de pedir e o pedido são totalmente distintos.

III – DO DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DOS APROVADOS

O direito subjetivo à nomeação dos aprovados na reserva

técnica de Gestores e Assistentes de Tecnologia de Informação no concurso da

AGANP é público e notório, tendo em vista a existência de cargos vagos para os

quais foram nomeados contratados a título precário, como exaustivamente

demonstrado na presente ação.

O ato unilateral do Estado em realizar contratações precárias

representa não só a existência de recursos financeiros para efetivamente realizar

contratações, bem como a necessidade de preenchimento dos referidos cargos.

Durante as investigações em sede de Inquérito Civil Público

nesta Promotoria de Justiça, foram requisitados contratos temporários realizados

pelo Estado na área de informática e juntamente com tais contratos, existe ainda

uma listagem de servidores contratados a título precário, fato que comprova a

inércia do Estado em nomear os aprovados na reserva técnica.

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Os contratados temporariamente pelo Estado encontram-se

desempenhando as mesmas funções que os aprovados para reserva técnica de

Gestores e Assistentes de Tecnologia de Informação, e mesmo assim, o Estado

prefere manter os referidos contratos a nomear os aprovados no certame, razão pela

qual surge não mera expectativa, mas sim o direito subjetivo à nomeação dos

aprovados para os referidos cargos.

Infelizmente, as contratações precárias que vem ocorrendo no

Estado possuem natureza essencialmente política, e a omissão em não nomear os

aprovados na reserva técnica de Gestores e Assistentes de Tecnologia de

Informação representa uma afronta aos mínimos preceitos estabelecidos pelo

Estado de Direito que vivemos, pois não somente a moralidade, como a

razoabilidade, a legalidade, a indisponibilidade e a supremacia do interesse público

ficam feridas diante desta conduta omissiva.

IV – DA ILEGALIDADE DOS CONTRATOS TEMPORÁRIOS ESTADUAIS NA ÁREA DE INFORMÁTICA:

No caso em tela, o objeto da discussão é o excessivo número

de Contratos Temporários que vem ocorrendo no Estado e o direito subjetivo a

nomeação do Cadastro de Reserva dos cargos de Gestor de Tecnologia de

Informática e de Analista de Tecnologia de Informática.

Após uma busca incansável pela verdade dos fatos ficou

devidamente comprovado no Inquérito Civil Público, anexo aos autos, que o Estado

de Goiás está realizando contratos temporários com empresas de informática, sendo

que existem aprovados na reserva técnica do último concurso público, realizado pela

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AGANP, na área de informática: Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista

de Tecnologia de Informática.

O prazo de validade do referido concurso público foi

prorrogado judicialmente, mas mesmo assim, o Estado de Goiás ignora os padrões

de legalidade, do interesse público e da moralidade administrativa, pois ao invés de

nomear o cadastro de reserva, vem contratando temporariamente servidores não

aprovados em concurso público.

A Constituição Federal pátria, estabelece os preceitos

fundamentais e indispensáveis num Estado Democrático e de Direito, no que tange

a organização da Administração Pública, em seu artigo 37 disciplina a estrutura de

princípios que o Administrador deve ter em suas condutas.

“Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,”

ALEXANDRE DE MORAES, em sua obra “Direito

Constitucional”, 13ª edição, 2003, ed. Atlas , São Paulo – SP, pg. 311, assim

conceitua legalidade:

“O tradicional princípio da legalidade, previsto no artigo 5º, II, da

Constituição Federal e anteriormente estudado, aplica-se

normalmente na Administração Pública, porém de forma mais

rigorosa e especial. Pois o administrador público somente

poderá fazer o que a lei autoriza, diferentemente da esfera

particular, onde será permitido a realização de tudo que a lei

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não proíba. Esse princípio coaduna-se com a própria função

administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade

própria, mas sim em respeito à finalidade imposta pela lei, e

com a necessidade de preservar-se a ordem jurídica.”

A Constituição Federal em seu artigo 37, IX, dispõe sobre a

contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional

interesse público, norma repetida pela Constituição do Estado de Goiás em seu artigo 92,

X.

Art. 37- IX- C.F. – a lei estabelecerá os casos de contratação

por tempo determinado para atender a necessidade temporária

de excepcional interesse público.”

Desta forma, três são os requisitos a serem observados pela

Administração nas contratações por tempo determinado, sob pena de

inconstitucionalidade: o interesse público, a temporalidade da contratação e

hipóteses previstas em lei.

Por excepcional interesse público deve-se entender como

aquele revelador de uma situação de exceção, de excepcionalidade, que pode ou

não estar ligado à imperiosidade de um atendimento urgente.

A lei 13.664/00, lei estadual, é taxativa em relação à referida

contratação temporária, especificando literalmente as atividades e situações em que

o administrador pode realizar, não fazendo menção em momento algum à área de

informática, logo, a não observância ao conteúdo legal representa uma explícita

violação ao princípio constitucional da legalidade.

_______________________________________________________________________________________Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás

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Eis o conceito de necessidade temporária, segundo a lei

estadual 13.664/00,:

Art. 2º - Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público aquela que comprometa a prestação contínua e eficiente dos serviços próprios da administração pública, nos seguintes casos:

I – assistência a situações de calamidade pública;

II–combate a surtos endêmicos;

III–admissão de professor substituto e professor visitante;

IV – admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;V – admissão de profissional de saúde substituto, bem como de outros recursos humanos na área de saúde, também em regime de substituição, necessários ao desenvolvimento de atividades de convênios e contratos firmados com a União, os Estados, Municípios, suas autarquias e fundações e com organismos internacionais.

VI – censo para implementação de políticas sociais;VII – campanhas preventivas de vacinação contra doenças;

VIII – atendimento urgente a exigências do serviço, em decorrência

da falta de pessoal concursado e para evitar o colapso nas

atividades afetas aos setores de:

a) transporte, obras públicas, educação, segurança pública, assistência

previdenciária, comunicação e outras negociais de captação de

recursos destinados, preponderantemente, aos Programas da Rede de

Proteção Social do Estado de Goiás;

b) segurança educacional e de educação e orientação social, no âmbito

da Secretaria de Cidadania, para suprir necessidades de unidade

socioeducativa de atendimento a adolescentes em situação de conflito

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com a lei.

IX – vigilância e inspeção, relacionadas com a defesa agropecuária,

no âmbito da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de

suas jurisdicionadas, para atendimento de situações emergenciais

ligadas ao comércio estadual ou interestadual de produtos de origem

animal ou vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou

humana.

Depreende-se da leitura que o traço marcante do excepcional

interesse público é o caráter eventual e emergencial da contratação por tempo

determinado.

Nesse sentido, não há de se conceber contratação por tempo

determinado para o atendimento de atividades permanentes, rotineiras, para o

provimento de cargos típicos de carreiras, como os serviços inerentes à informática.

Junto aos autos existem cópias dos principais contratos

celebrados entre o Estado de Goiás (Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás,

AGANP, IPASGO, Secretaria Estadual da Educação) e algumas empresas de

informática (POLITEC, EVOLUTI, DTA, ACTIVE), contratos estes que encontram -se

em plena vigência e que provam cabalmente as afirmações acima sustentadas.

Às fls. ( 393 às 394 ) temos décimo termo aditivo ao contrato

celebrado entre a Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos – AGANP

e a empresa POLITEC de informática, o objeto do referido contrato consiste na

contratação de profissionais para prestação de serviços na área de informática e

tem prazo de validade até Fevereiro de 2008.

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Às fls. ( 473 às 543 ) temos o contrato celebrado entre a

Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás e a empresa POLITEC de informática, o

objeto do referido contrato consiste na contratação de profissionais na área de

informática para a realização de atividades ligadas à área de informática com prazo de validade ate junho de 2008.

Às fls. ( 320 às 326 ) temos o contrato celebrado entre o

IPASGO e a empresa EVOLUTI de informática, o objeto do referido contrato

consiste na contratação de profissionais na área de informática e tem prazo de validade até 25 DE MAIO DE 2008.

Os contratos supra mencionados estão em vigência e possuem

como objeto a prestação de serviços exclusivamente na área de informática,

preterindo assim o direito subjetivo à nomeação dos aprovados na reserva técnica

de Gestores de Tecnologia da Informação e Assistente de Tecnologia de

Informação, visto que, são cargos que tem como atividade o desempenho de

funções eminentemente ligadas à área de informática

Junto aos autos, precisamente às (fls. 403 às 427), foram

anexados alguns termos de declarações colhidos nesta Promotoria de Justiça, que

reforçam a tese aqui defendida:

1- “Que a declarante é terceirizada na AGANP, laborando no referido órgão desde 2002, percebendo remuneração em torno de R$ 2430,00 reais.Que a declarante tem a carga horária de 8 (oito) horas diárias de segunda a sexta- feira.Que a declarante exerce funções equiparadas a de Analista de Sistema,

especificamente como programadora de sistemas.”

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2- “Que a declarante é terceirizada no IPASGO, laborando no referido órgão desde dezembro de 1996, percebendo remuneração em torno de R$ 700,00 reais.

Que a declarante tem a carga horária de 8 (oito) horas diárias de segunda a sexta- feira.

Que a declarante exerce funções de Técnico de Informática, que antes

era denominada Operador de Micro.”

Todos os termos de declarações colhidos nesta Promotoria de

Justiça foram devidamente assinados pelos declarantes. Como se percebe nos

exemplos expostos os servidores terceirizados no Estado desempenham as

mesmas funções previstas no edital para os cargos de Gestor de Tecnologia de

Informática e de Analista de Tecnologia de Informática, outra prova da existência de

temporários no lugar de concursados.

Conclui-se que o Estado de Goiás, seja pelos seus Órgãos da

Administração Direta ou da Administração Indireta, vem sobrecarregando

financeiramente os cofres públicos com contratações onerosas para a prestação de

serviços de informática, serviços estes, que tem por natureza caráter permanente,

maior prova disto é a lei 13.664/00 não elencar em seu texto a previsão de

temporalidade para serviços de informática.

Outra ilegalidade estampada nos contratos anexados aos

autos, refere-se à exigência de processo seletivo simplificado para realizar as

contratações temporárias, contrariando expressamente os ditames previstos no

artigo 3º §3º da Lei 13.664/00:

“Art. 3º - O recrutamento de pessoal a ser contratado, nos termos desta lei, será feito mediante processo seletivo

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simplificado, dentro de critérios estipulados pelo órgão interessado no ajuste e sujeito a ampla e prévia divulgação.(...)§ 3º - A contratação a que se refere este artigo somente será possível se restar comprovada a impossibilidade de suprir a necessidade temporária com o pessoal do próprio quadro e desde que não reste candidato aprovado em concurso público aguardando nomeação.”

Diante dos fatos narrados é clarividente que o Estado de Goiás

não respeita as regras impostas pela Lei n.º 13.664/00, pois, além do requisito da

necessidade temporária de excepcional interesse público, é mister a realização de

processo seletivo simplificado com ampla e prévia divulgação.

A jurisprudência brasileira é unânime ao censurar situações

análogas a aqui exposta, onde existem temporários em lugar de aprovados em

concurso público com o prazo de validade aberto, sendo assim :

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, tem o seguinte

posicionamento:

Acórdão: Apelação Cível em Mandado de Segurança 2004.010332-8Relator: Luiz Cézar MedeirosData da Decisão: 31/08/2004EMENTA: ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - CANDITATO APROVADO - PRETERIÇÃO - CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS A TÍTULO PRECÁRIO - EXISTÊNCIA DE VAGAS - DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO É certo que a aprovação em concurso público gera apenas expectativa de direito à nomeação; todavia, "a mera expectativa se convola em direito líquido e certo a partir do momento em que, dentro do prazo de validade do concurso, há contratação de pessoal, de forma precária, para o preenchimento de vagas existentes, em flagrante preterição àqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o mesmo cargo ou função" (REsp n. 476.234/SC, Min. Felix Fischer).

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O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, assim orienta:

Nº do Acórdão: 18343 Órgão Julgador: 5ª Câmara Cível Tipo de Documento: Acórdão Comarca: Matinhos Processo: 0381096-0 Recurso: Apelação Cível Relator: Rosene Arão de Cristo Pereira Revisor: Leonel Cunha Julgamento: 19/06/2007 18:06 Ramo de Direito: Civel Decisão: Por maioria Dados da Publicação: DJ: 7441 Ementa: DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores do Tribunal de Justiça

do Estado do Paraná, por maioria de votos, em dar provimento à

apelação. EMENTA: ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL.

CONTRATAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE A

TÍTULO PRECÁRIO POR ASSOCIAÇÃO CONVENIADA COM O

ENTE PÚBLICO. PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS

REMANESCENTES APROVADOS EM CONCURSO. DIREITO

SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. A aprovação em concurso público

gera mera expectativa de direito a nomeação. Contudo, a existência

de vagas, aliada a demonstração inequívoca da necessidade de

preenchê-las, por meio da contratação de convênio para tanto,

convolou aquela mera expectativa, em direito subjetivo das apeladas

em serem nomeadas. Apelação provida. Maioria.

Não se diferenciando dos demais Tribunais de Justiça, o

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás assim define:

Concurso. ”Duplo grau de jurisdição”. Mandado de

segurança.Nomeação de candidatas aprovadas em concurso.

É consabido que os candidatos não possuem direito subjetivo a

nomeação, mas apenas expectativa. De outro giro, existirá

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direito subjetivo a nomeação, caso tenha havido contratação a título precário para o preenchimento de vaga existente, em detrimento de candidato aprovado em certame ainda válido, o que revela inequivocadamente a necessidade de servidores, como ocorre no caso vertente.

Remessa conhecida e improvida.” DGJ 15668-0/195

(200703446295). Mineiros. Relator: Des. Nelma Branco

Ferreira Perillo. DJe 18/12/07.

DIANTE O EXPOSTO, restou demonstrado que os aprovados

no cadastro de reserva para Gestores e Assistentes de Tecnologia de Informação

tem o direito subjetivo à nomeação, visto que, O PRAZO DE VALIDADE DO

CONCURSO NÃO EXPIROU; e como exaustivamente comprovado, o Estado vem

celebrando contratos temporários com empresas de informática há vários anos,

preterindo o direito constitucional dos aprovados à nomeação.

A Lei n.º 7.347/85 prevê expressamente no seu art. 12 a

possibilidade de concessão de liminar com ou sem justificação prévia para evitar

dano irreparável ou de difícil reparação, presentes, claro, os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.

Para a concretização da providência jurisdicional pedida -

a nomeação dos aprovados na reserva técnica para os cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de Tecnologia de Informática -

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LIMINAR

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imperiosa a concessão de medida liminar no sentido de nomear os aprovados, sob

pena de perecimento do direito subjetivo dos concursados à nomeação.

Acerca do tema da liminar em Ação Civil Pública, leciona

Rodolfo de Camargo MANCUSO:

Em dois dispositivos trata a Lei nº 7.347/85 sobre a tutela cautelar dos interesses difusos. Dá-lhes ação cautelar, propriamente dita, no art. 4.º e prevê a possibilidade de concessão de mandado liminar, “com ou sem justificação prévia”, no artigo 12.... Cabe ressaltar, desde logo, que o art. 4.º contém uma particularidade: a cautela não apenas preventiva, como seria curial, mas pode conter um comando, uma determinação para um non facere, ou mesmo para um facere, tudo em ordem a “evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor...” etc...Conjugando-se os arts. 4.º e 12.º da Lei nº 7.347/85, tem-se que essa tutela de urgência há de ser obtida através de liminar que, tanto pode ser pleiteada na ação cautelar (factível antes ou no curso da ação civil pública) ou no bojo da própria ação civil pública, normalmente em tópico destacado da petição inicial. Muitas vezes, mais prática será a segunda alternativa, já que se obtém a segurança exigida pela situação de emergência, sem a necessidade de ação cautelar propriamente dita (in Ação Civil Pública, 6.ª edição, Editora Revista dos Tribunais, 1999).

E ainda:

“Não há necessidade de ajuizar-se ação cautelar, antecedente de ação principal, para pleitear, com evidente desperdício de tempo e atividade jurisdicional. O pedido de concessão de liminar pode ser cumulado na petição inicial de ACP de conhecimento cautelar ou de execução” (JTJSP 113/312).

Explica José dos Santos CARVALHO FILHO, in Ação

Civil Pública, 6ª ed., Ed. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2007, pp. 344-345:

"Podemos, portanto, entender que o mandado liminar, a que se refere a lei, tem o sentido de ato judicial de natureza cautelar, concedido logo ao início do processo e

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documentado através de mandado, que tem por fim prevenir a ocorrência de danos aos interesses difusos ou coletivos cuja proteção é perseguida na ação civil. [...]. O mandado que expressa a concessão da medida liminar pode ser emitido dentro da ação cautelar ou da ação civil pública principal. [...]. Muitas controvérsias foram levantadas a respeito do cabimento de medidas liminares contra atos do Poder Público, todas elas fundadas no confronto entre dois princípios: o da salvaguarda aos direitos subjetivos individuais ou coletivos, de um lado, e o da continuidade regular dos atos do Poder Público, de outro. Sem dúvida, a questão da concessão de liminares nesse caso só pode ser resolvida com um perfeito balanceamento entre esses postulados. Nem se deve permitir que direitos continuem sendo atingidos por atos públicos, sem que seus titulares tenham meio rápido para fazer cessar a ofensa, sob pena de tornar-se irreversível o dano, nem se deve admitir que, a todo momento, seja paralisada a atividade do Estado, criando sérios gravames à coletividade. O assunto deve ser tratado como se houvesse uma balança, a fim de que nela pudesse ser perseguido um perfeito equilíbrio entre os interesses em jogo."

A concessão da medida liminar consistente na nomeação dos aprovados na reserva técnica no concurso público realizado pela AGANP para os cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de Tecnologia de Informática, faz-se necessária, no presente caso, para impedir,

imediatamente, o perecimento do direito dos aprovados à nomeação, conforme

amplamente demonstrado na fundamentação. Caso contrário, quando da sentença, não será possível a posse, eis que expirado o prazo de validade do

certame.

No presente caso, mostra-se patente o fumus boni juris e o

periculum in mora.

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O primeiro requisito das medidas cautelares está no direito subjetivo à nomeação do pessoal da reserva técnica diante do surgimento de

vagas durante o prazo de validade do concurso e dentro do número de cargos

oferecidos no edital, evidenciado, pois, pelas desistências dos cargos realizadas

pelos candidatos classificados dentro do número de vagas. Isso também fica patente

ao se verificar que vários candidatos foram aprovados para mais de um cargo e,

face à impossibilidade de acumulação dos mesmos, em razão da proibição contida

no artigo 37, XVI, da Lei Fundamental, é óbvia a existência de cargos vagos apta à

convocação dos próximos classificados. Ademais, a contratação exagerada de

temporários e em afronta aos artigos 2º, VIII e 3º, § 3º, da Lei Estadual n.º 13.664, de 27 de julho de 2000, assegura a fumaça do bom direito necessária à concessão

da liminar.

Sobre o tema tem-se: “o fumus boni juris não é um prognóstico

de resultado favorável no processo principal, nem uma antecipação do julgamento,

mas simplesmente, um juízo de probabilidade, perspectiva essa que basta para

justificar o asseguramento do direito.” (GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual

Civil Brasileiro. Ed. Saraiva, 1986, v. 3, p. 154 e 158).

De outra sorte, o interesse que justifica o pedido cautelar

consiste “no estado de perigo no qual se encontra o pedido principal, possibilidade

ou a certeza de que a atuação normal do direito chegaria tarde. Portanto, ‘o perigo

na demora’ – periculum in mora – é que apresenta a nota característica das medidas

cautelares, prescindindo de uma indagação profunda do primeiro pressuposto, ou

seja, admitindo apenas a probabilidade da existência do direito acautelado,

bastando, pois, a ‘fumaça do bom direito’ (fumus boni juris)”.1.

1 BARROS, Romeu Pires de Campos. Do processo cautelar no CPC de 1973. Revista do Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1976, n.º 1, p. 138._______________________________________________________________________________________Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás

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Note-se que mesmo diante da proximidade do término do prazo de validade dos concursos públicos em epígrafe, 24 de abril de 2007, o ESTADO DE GOIÁS não se manifestou sobre a convocação do pessoal aprovado

na reserva, quedando-se inerte.

O Ministério Público e o Poder Judiciário não podem tolerar a

omissão da Administração Pública em não nomear o pessoal regularmente aprovado

para os cargos supracitados e, muito menos, ignorar a prática ilegal e reiterada do

Estado em contratar temporariamente servidores para prestação de serviços de

natureza permanente, em flagrante desrespeito ao princípio constitucional da

legalidade – que deve nortear todas as condutas do agente público.

Bem por isso, tendo em conta a proximidade do final do

prazo de validade do concurso público - 24.04.2008 -, a medida liminar

consistente na nomeação dos aprovados no cadastro de reserva para os cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de Tecnologia de Informática há que ser deferida inaudita altera pars, sob pena de ser ineficaz e

frustrar o direito subjetivo dos aprovados aqui defendido pelo Ministério Público.

Satisfeitos os requisitos autorizadores da concessão de medida

liminar em sede de Ação Civil Pública, requer o MINISTÉRIO PÚBLICO a

concessão de medida liminar inaudita altera pars determinando-se ao ESTADO DE GOIÁS que nomeie os aprovados no cadastro de reserva para os cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de Tecnologia de Informática regidos pelo Edital n.º02 de 25 de janeiro de 2006, e com homologação

publicada no Diário Oficial do Estado n.º 19.872, de 24 de abril de 2006.

Estes argumentos importam, ainda, se rejeitada a liminar

prevista na Lei da Ação Civil Pública, na aceitação dos requisitos descritos no art.

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273, do Código de Processo Civil, relacionados com a antecipação de tutela,

igualmente possível neste caso.

Em face de todo o exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS requer a Vossa Excelência:

1. O recebimento da presente ação, sua autuação e processamento na forma e rito

ordinários, juntando, para tanto, os documentos anexos;

2. A concessão de medida liminar inaudita altera pars determinando-se ao ESTADO DE GOIÁS que proceda à imediata nomeação dos aprovados na reserva técnica dos cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de Tecnologia de Informática regidos pelo Edital n.º02 de 25 de janeiro de 2006, e com homologação publicada no Diário Oficial do Estado n.º 19.872, de 24 de abril de 2006., sob o pena de multa diária de R$ 1.000,00 ( um mil reais).

3. A citação da ESTADO DE GOIÁS, na pessoa de seu Procurador Geral do Estado,

Norival de Castro Santomé, domiciliado na Praça Dr. Ludovico Teixeira nº. 26 Centro

– Goiânia – GO, CEP nº. 74003 - 010, para, querendo, contestar o feito no prazo

legal, sob pena de confissão quanto à matéria de fato e sob os efeitos da revelia;

facultando ao cumpridor do mandado a permissão estampada no artigo 172, § 2º, do

Código de Processo Civil;

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PEDIDOS

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4. A comunicação pessoal dos atos processuais a este representante do Ministério

Público, nos termos do art. 236, § 2º, do Código de Processo Civil, e do art. 41, IV,

da Lei n.º 8.625/93;

5. Ao final seja JULGADO PROCEDENTE O PEDIDO para confirmar a liminar

pleiteada e declarar o direito subjetivo à nomeação dos aprovados na reserva

técnica dos cargos de Gestor de Tecnologia de Informática e de Analista de

Tecnologia de Informática regidos pelo Edital n.º03/2006-AGANP, com a

conseqüente determinação ao ESTADO DE GOIÁS de proceder à nomeação dos

candidatos aprovados para os cargos oferecidos no edital.

6. A fixação, na sentença, de multa diária, nos termos do art. 11, da Lei n.º 7.347/85,

no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), sendo solidariamente responsável o

Governador do Estado de Goiás, o Senhor Alcides Rodrigues Filho por ser

responsável pelo ato de nomeação dos aprovados.

7. A condenação do réu ao pagamento das custas, emolumentos processuais e

ônus de sucumbência;

8. A produção de todas as provas legalmente admitidas, inclusive testemunhais,

periciais e especialmente documentais.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 1000,00 (um mil reais),

para efeitos legais.

Pede deferimento.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2008.

GLAUBER ROCHA SOARESPromotor de Justiça

Defesa do Patrimônio Público_______________________________________________________________________________________Edifício Sede do Ministério Público - Rua 23, esq. c/Av.B, qd.06, lt. 15/24, 1º andar, gabinete 141, Jardim Goiás

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Índice

1.0 – Às fls. (84 às 114) – edital do concurso público.

2.0 - Às fls. ( 393 às 394 ) DÉCIMO TERMO ADITIVO ao contrato celebrado

entre a AGANP e a empresa POLITEC de informática.

3.0 - Às fls. ( 473 às 543 ) contrato celebrado entre a Secretaria da Fazenda do

Estado de Goiás e a empresa POLITEC de informática.

4.0 - Às fls. ( 320 às 326 ) contrato celebrado entre o IPASGO e a empresa

EVOLUTI de informática.

5.0 -Ás fls. (417 às 422) relação nominal dos funcionários contratados

temporariamente pelo Estado junto à empresa POLITEC.

6.0- Às fls. (331às 341) relação nominal dos funcionários contratados

temporariamente pelo Estado junto à empresa EVOLUTI .

7.0 - Às (403 às 413) – Termos de declarações colhidos nesta Promotoria de

funcionários terceirizados na área de informática.

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