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Jogadores patológicos FALTA DO QUE FAZER EM MACAU LEVA AO VÍCIO DOENTIO • PÁGINAS 6 E 7 Macao Dragon OPERADORA TEM DÍVIDAS SUPERIORES A 10 MILHÕES • ÚLTIMA Violência doméstica CRIME PÚBLICO E AUMENTO DA PENA DE PRISÃO • PÁGINA 4 TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 50-90% CÂMBIOS EURO 11.0 BAHT 0.3 YUAN 1.3 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 19 DE SETEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2456 PUB Terrenos concedidos ao preço da chuva, facilidades descabidas e a ausência de licitações públicas. Quando é uma operadora do jogo que pede um pedaço de terra ao Governo, tudo está bem, critica o deputado Au Kam San. O democrata acusa o Executivo de estar a brincar com a legislação. > PÁGINA 5 Ter para ler Fazer pouco da lei Au Kam San critica facilidades de terrenos para os casinos RAZÕES PARA LER O HOJE MACAU SEX- TA 23 h

Hoje Macau 19 SET 2011 #2456

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Edição do Hoje Macau de 19 de Setembro de 2011 • Ano X • N.º 2456

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Page 1: Hoje Macau 19 SET 2011 #2456

Jogadores patológicos

FALTA DO QUE FAZER EM MACAU LEVA AO VÍCIO

DOENTIO• PÁGINAS 6 E 7

Macao Dragon

OPERADORA TEM DÍVIDAS SUPERIORES

A 10 MILHÕES• ÚLTIMA

Violência doméstica

CRIME PÚBLICO E AUMENTO DA PENA

DE PRISÃO• PÁGINA 4

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 50-90% • CÂMBIOS EURO 11.0 BAHT 0.3 YUAN 1.3

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 19 DE SETEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2456

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Terrenos concedidos ao preço da chuva, facilidades descabidas e a ausência de licitações públicas. Quando é uma operadora do jogo que pede um pedaço de terra ao Governo, tudo está bem, critica o deputado Au Kam San. O democrata acusa o Executivo de estar a brincar com a legislação.> PÁGINA 5

Ter para ler

Fazerpoucoda lei

Au Kam Sancritica facilidadesde terrenospara os casinos

RAZÕES PARALER OHOJE MACAU

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TA23

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2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

SEGUNDO MAIOR PRODUTOR DE CARVÃO COM OPERAÇÕES SUSPENSAS As autoridades da província de Shanxi, principal centro mineiro da China, ordenaram a suspensão das operações do segundo maior produtor de carvão, depois de um acidente ter causado a morte de 10 mineiros, revelou o diário oficial “Global Times”. O Grupo Nacional do Carvão da China não poderá voltar a produzir em Shanxi até que os seus padrões de segurança sejam revistos, depois de as autoridades terem detectado “problemas sérios” na investigação desenvolvida após a inundação numa mina da filial da empresa estatal ChinaCoal, na sexta-feira. No sábado, as autoridades encontraram 10 corpos na mina, havendo ainda um mineiro desaparecido. A empresa responsável pela mina onde ocorreu o acidente produz 900.000 toneladas de carvão por ano para a ChinaCoal, tendo aumentado a produção em 22,9% em 2010, para 154 milhões de toneladas métricas.

HOMEM QUE MATOUSEIS FAMILIARESEXECUTADO EM PEQUIMUm homem que matou seis familiares, incluindo dois filhos, foi executado em Pequim, dois anos depois dos assassinatos. Li Lei, de 31 anos, e proprietário de um restaurante, matou à facada os pais, uma irmã, a mulher e dois filhos com um ano e seis anos de idade, no dia 23 de Novembro de 2009, na capital chinesa. O indivíduo viria a ser detido pelas autoridades na ilha de Hainan, alegando ter morto a família por uma “longa e profunda repressão causada por uma infância problemática”. O autor dos crimes explicou ainda à polícia que planeou os assassinatos dos adultos durante um ano e que decidiu matar os filhos porque ficariam sem ninguém para cuidar deles. Li foi condenado à morte em Outubro do ano passado, depois de um psiquiatra o ter declarado competente para aceitara responsabilidade criminal dos seus actos. O tribunal condenou-o ainda a pagar 3,45 milhões de yuans em compensações à restante família.

NOS últimos meses, Paris tem sido dominada pelos chineses, que co-meçaram a viajar para o

estrangeiro em grandes números, e que vêm menos para comer e mais para fazer compras. De acordo com a Atout France, a Agência Francesa de Desenvolvimento do Turismo, vistos individuais ainda são caros e restritos para os visitantes chineses.

Por isso, resta-lhes ingressar em excursões terrestres organizadas no seu próprio país, geralmente para viagens de 10 a 15 dias que muitas vezes começam na Alemanha, com paragens na Suíça, Itália ou Holan-da. Quase sempre terminam em Paris, e é na capital francesa que a maioria faz as suas compras.

Só em 2010, os visitantes chine-ses gastaram cerca de 890 milhões de dólares em França, 60% mais que em 2009, de acordo com a Atout France. Mais americanos do que o chineses visitam Paris, mas a gastar menos. Os gastos norte-americanos com compras são 40% dos gastos de um turista chinês. Somente o turista russo gasta mais do que o chinês – mas ligeiramente.

Os chineses visitam, na sua maioria, as grandes lojas de de-partamento, os “grands magasins”, como as Galeries Lafayette e a Printemps, que ficam lado a lado no Boulevard Haussmann, cada um com sua própria glória, com cúpulas de vitrais, como duas igrejas do capitalismo.

Pang Hao e a mulher, Wang Wenting, ambos de 34 anos, vieram

Consumidores chinesesendinheirados invademas grandes lojas de Paris

Torre Eiffel?Não, vamosà LafayettePrimeiro foram os americanos. Depois os japoneses e os russos. Agora é a vez dos chineses abrirem a carteira na capital do turismo

de Nanjing numa viagem com a filha num autocarro com 30 pes-soas. Já tinham visitado a Itália, a Alemanha e a Áustria. Paris era a última paragem. “Faremos todas as compras aqui”, disse Wang, à espera na fila da boutique Chanel na Galeries Lafayette. “Nós vamos gastar muito aqui.” Pang disse preferir os “outlets” nos Estados Unidos, “onde tudo é mais barato”. Mas a “Galeries Lafayette é muito famosa na China”, disse Wang.

O mercado chinês tornou-se muito importante para ambas as lojas. Desde que foi detectado esse nicho de mercado, as grandes magazines francesas passaram a anunciar pesadamente na China e trabalham assiduamente com operadoras de turismo e agentes de viagens, além de manter boas relações com a Embaixada da China e organizações empresariais para conquistar clientes VIP.

As lojas têm funcionários que falam chinês, mapas em chinês e ajuda para os clientes preencherem um formulário de isenção de im-postos sobre valor agregado. Eles aceitam cartões de crédito da China – o cartão CUP (China UnionPay) – e fornecem reembolso em dinheiro imediato sobre o imposto, para que os clientes possam gastar mais em itens facilmente transportáveis, como perfumes e relógios.

POPULARIZARA Printemps tem uma entrada especial para grupos chineses e fornece um resumo em língua

chinesa sobre a loja, disse Laurent Schenten, director do departa-mento de clientes internacionais. Há compradores pessoais que falam a língua chinesa e anúncios em chinês nos altifalantes. A loja oferece um cartão digital para que um cliente – com pouco tempo para gastar antes da partida do autocarro – não tenha que esperar em cada boutique para fazer as compras, que são recolhidas por eles após um único pagamento.

Clientes internacionais repre-sentam hoje cerca de 40% das vendas da Printemps e cerca de um terço de seus negócios é feito com chineses, disse Schenten. Os clien-tes chineses gastam uma média de 1400 euros cada um na Printemps. “Trabalhamos para que eles gastem aqui e não na Avenue Montaigne ou Galeries Lafayette”, disse.

A Galeries Lafayette, que recebe cerca de 10 milhões de visitantes estrangeiros por ano, tem cultivado o mercado asiático há décadas, dis-se Thierry Vannier, o seu director de promoção internacional, “para garantir que tenhamos as pessoas certas, os serviços certos e a mercado-ria certa”, enquanto trabalham com agentes de viagens e grupos turísticos da China “para mostrar a nossa loja como a principal a ser vista”.

“Somos mais visitados do que a Torre Eiffel”, disse Vannier com orgulho. A Galeries Lafayette pla-neia abrir uma loja em Pequim no próximo ano. Numa excursão de Hong Kong, John Wu e a mulher, Christine Au, esperavam para com-prar uma carteira Louis Vuitton “para a tia”. “As novidades estão sempre aqui”, disse ele. “O que tem de melhor está cá.”

Questionado sobre o que mais o surpreendeu na sua primeira viagem a Paris, Wu disse: “Fiquei surpreso com a quantidade de chineses aqui!” Um casal de jovens funcionários do Governo de Xangai em lua-de-mel esperava numa fila para entrar na boutique da Louis Vuitton. Paris é

uma espécie de sonho, eles disseram. Iriam comprar “algo para amigos e colegas”. E para o chefe? Eles riram. “E talvez alguma coisa para nós mesmos”, disse a mulher.

CRESCIMENTOO turismo chinês na França cresce cerca de 15% ao ano, de acordo com Atout France, em 2010, cerca de 550 mil chineses visitaram o país. O turista chinês médio é do sexo mas-culino, tem cerca de 45 anos, vive numa grande cidade e visita lugares mais óbvios – a Torre Eiffel, o Louvre e, claro, as lojas. Gastam cerca de 1500 euros cada um em compras, 60% do seu orçamento de viagens, de acordo com a Global Azul, uma empresa internacional que lida com restituições de impostos para os compradores internacionais.

Em geral, grupos turísticos chine-ses hospedam-se em grandes hotéis mais baratos nos arredores de Paris e comem refeições pré-planeadas em restaurantes chineses. Mas compram marcas de luxo para si mesmos e para os amigos – especialmente os itens que têm logótipos e são originais. Na China, esses bens podem custar de 20% a 30% mais.

“A França está distante, mas nós conhecemos bem”, disse Nong Kang, que trabalha para Atout France na China. “Os nossos maiores escritores passaram anos em França, e todo mundo aqui já leu um livro de Balzac ou viu um filme estrelado por Alain Delon.”

Para Paul Roll, director do Gabinete de Turismo de Paris, o visitante chinês é “um tipo peculiar de cliente”. “Os turistas chineses fazem uma digressão pela Europa, como os japoneses faziam há 25 anos, com pouca integração local”, disse. Ao longo do tempo isso deve mudar, disse. “Queremos atrair aqueles que vieram aqui uma vez e gostavam de voltar a viajar de uma forma mais subtil”, disse.

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UMA companhia chinesa de que poucos já ouviram falar está a preparar-se para

fazer uma oferta inicial de acções que poderá ser a maior já realizada por uma empresa de Internet na história dos Estados Unidos. A Beijing Jingdong Century Trading Co. é dona do 360buy.com, um site de compras on-line de rápido crescimento que vende uma ampla gama de produtos, principalmente directo ao consumidor, tal como a Amazon.com Inc.

A fatia das compras on-line do mercado chinês representada pelos negócios directos ao consumidor deverá crescer mais de cinco vezes, alcançando 650 mil milhões de yuans nos próximos três anos, segundo a firma de pesquisas Analysys International, sediada em Pequim. A Jingdong espera arrecadar até 4000 milhões de dólares numa oferta pública inicial no primeiro semestre de 2012, segundo disseram na semana passada pessoas a par da situação. Se conseguir, ela vai ultrapassar o Google Inc., cujo oferta inicial em 2004, de 1900 milhões, faz dele até agora o recordista entre as empresas de Internet.

O acordo oferece uma hipótese de gordas comissões para banqueiros de ofertas de acções, que têm ficado um tanto à margem do agitado mercado deste meio de ano. Banqueiros de várias grandes companhias financeiras foram recentemente a Pequim para disputar a nomeação numa concorrên-cia prévia chamada “bakeoff”, prevista para o fim desta semana.

A fraqueza do mercado nos próximos me-ses, ou a cautela dos investidores em relação a acções chinesas poderão atrapalhar os planos da Jingdong. Muitas acções chinesas cotadas em bolsas nos Estados Unidos no início deste ano estão a ser negociadas a preços menores do que nas suas ofertas iniciais, devido, em parte, a uma série de escândalos.

Além de marcar um novo recorde para ofertas públicas, um negócio bem sucedido para a Jingdong pode aquecer uma rivalida-

SITE DE COMPRAS ONLINE CHINÊS PREPARA-SEPARA TER A MAIOR OFERTA INICIAL DE ACÇÕES

Das profundezasda Internet chinesa

de crescente entre a empresa e a Taobao, do Alibaba Group Holding Ltd., há muito tempo o campeão indiscutível de compras online na China. O Grupo Alibaba, não cotado em bolsa, no qual o Yahoo tem uma participação de cerca de 40%, foi o grande responsável por construir na China o mercado de compras na Internet.

A famosa proeza permitiu-lhe vencer o site de leilões on-line eBay Inc. na China, lançando um site semelhante, o Taobao, que não cobra taxas aos vendedores. O Taobao, que informa ser lucrativo, ganha dinheiro a vender anúncios, logística e outros serviços de suporte para os vendedores do site.

Hoje a maior parte do dinheiro que os consumidores chineses gastam em compras online – que abrangem tudo, desde roupas até móveis e electrónicos – flui através dos sites do Alibaba Group. No ano passado o total de transacções feitas nesses sites chegou perto de 400 bilhões de yuans, ou cerca de 62,5 mil milhões de dólares. A Taobao não divulga os seus resultados financeiros.

A Jingdong, que tem mais de 12 mil empregados, ainda não é lucrativa. Mas, tal como aconteceu nos Estados Unidos, os con-sumidores chineses começaram a gravitar para sites como o 360buy.com da Jingdong, que se encarregam de armazenar e enviar os produtos, em vez de apenas fazer o contacto entre compradores e vendedores.

A receita da Jingdong subiu para quase 1600 milhões de dóares bilhão no ano pas-sado, ante quase 626 milhões em 2009, disse um porta-voz. A empresa começou como uma loja física de produtos electrónicos. O fundador, Liu Qiangdong, iniciou a 360buy.com em 2004, depois de ser obrigado a fe-char as suas lojas de Pequim no ano anterior devido a um surto de SARS, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, que afugentou os consumidores de lugares lotados, como centros comerciais.

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

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Aviso Comunica-se que, devido à construção de uma tribuna para espectadores numa parte do Jardim de Artes entre a Praça de Ferreira do Armaral e a Rua de Cantão a realizar pela Comissão do Grande Prémio de Macau e tendo em consideração a segurança dos cidadãos, aquela área do jardim manter-se-á encerrada ao público entre os dias de 20 de Setembro e 20 de Dezembro do corrente ano.

Com os melhores cumprimentos.

Macau, aos 14 de Setembro de 2011.

O Presidente do Conselho de AdministraçãoTam Vai Man

ESTUDIOSOS DEFENDEM MAIOR PARTICIPAÇÃO PRÁTICA DOS JOVENS NA POLÍTICA

Joana [email protected]

VAI alterar o que está previsto no Códi-go Penal sobre os casos de violência

doméstica e classificar esse tipo de crimes num regime separado. A nova proposta de Lei de Combate ao Crime de Violência Doméstica, que se espera já desde de 2008 que entre em vigor, atribui aos abu-sos entre membros da família a tipologia de crime público, algo que estava previsto como semi-público até agora.

Violência doméstica | Projecto de lei finalmente em auscultação pública

Nova esperança na protecção oficial?Três anos depois de ter começado a discussão sobre a necessidade de criação da Lei de Combate ao Crime da Violência Doméstica, o projecto parece ter, finalmente, pernas para andar. Até ao próximo mês, a proposta de lei pode ser apreciada por todos os interessados. O aumento da pena de prisão e a alteração à natureza do crime para crime público são dois dos pontos principais. Em Macau, já se registam mais de 300 casos de violência doméstica

A impossibilidade da lei actual – redigida pelo Código Penal – em permitir que pessoas exteriores ao agregado onde decorrem os crimes denunciassem os casos de violência domés-tica era um dos principais factores que levava a que os agentes do crime ficassem, muitas vezes, impunes a qualquer responsabilidade penal. Mas agora, o Gover-no quer que, mesmo sem a permissão das vítimas – muitas vezes ameaçadas para não denunciarem os abusos -, haja intervenção

do Ministério Público e se dê início ao processo.

Englobando não só actos de ofensas corporais, mas também privação de liber-dade, abuso sexual e maus tratos psíquicos, o projecto de lei visa ainda atribuir pe-nas de prisão de um a cinco anos para qualquer tipo de violência doméstica, subin-do esse período para dois até oito anos em caso de ofensa grave à integridade física. Já em casos em que a violência resulte na morte da vítima, o abusador pode ser punido com pena de prisão que vai de cinco a 15 anos de prisão.

Segundo o Código Penal do território, o crime de ho-micídio é punido com pena de prisão de 10 a 20 anos, o de homicídio qualificado é punido com pena de prisão até 25 anos e o de homicídio por negligência até três anos.

Além destas, existem ainda outro tipo de pena-lizações, que passam, por exemplo, pela proibição de contacto com a vítima e até inibição do exercício de poder paternal, por um período que pode ir de um a dez anos.

O projecto, que servirá de base para a redacção da lei, prevê também o dever de denúncia dos crimes por parte dos profissionais de saúde e da área social.

Consequentemente, esta comunicação pode ajudar na elaboração de medidas de protecção mais imediatas – como o conduzir as vítimas para centros de acolhimento.

Há, no entanto, formas de salvaguardar também os agentes da violência. A proposta dedica um artigo à suspensão de processo, que pode ser feito devido ao bom comportamento do abusador ou ao seu carácter diminuto da culpa. Nestes canos de suspensão, após cinco anos e em caso do abu-sador não cometer crimes da mesma natureza, o processo não pode ser reaberto.

Redigida a proposta, resta esperar que termine o período de auscultação pública – que até dia 14 de Outubro está em andamen-

to e cujo texto de consulta em português pode ser en-contrado em www.ias.gov.mo -, e a criação da lei que seguirá para Assembleia Legislativa.

“Espera-se que, com a criação desta lei, o crime de violência doméstica possa ser eficazmente prevenido e reprimido”, afirma o Exe-cutivo no documento de consulta. Instituto de Acção Social, Direcção dos Serviços para os Assuntos da Justiça e Comissão Consultiva para os Assuntos das Mulheres são as entidades envolvidas, que dizem querer uma lei “adaptada à realidade do território”.

Essa realidade passa pela existência de, pelo menos, 350 casos em seis anos. Só no ano passado, o Centro de Lai

Maior concentração na actividade prática e menos nos livros. Foi essa a receita dada por Matthew Liu, professor-assistente de Marketing da Universidade de Macau (UMAC), para que os jovens entrem da melhor forma na vida política activa. Para o estudioso, que discursou no âmbito do IV Programa de Formação de Capacidades Políticas para a Juventude, os jovens de Macau enfrentam uma falta de oportunidades práticas para participar nas eleições. Seguindo as tendências mundiais da participação dos talentos mais novos na política, Matthew Liu sugeriu que Macau deveria fazer a promoção do conceito de “ler menos livros” e fornecer uma plataforma para que os jovens participassem e discutissem política, de forma a despertar-lhes o interesse por áreas relevantes e aumentar a sua participação. No Japão, Taiwan ou Hong Kong, por exemplo, alguns jovens são sempre nomeados para concorrer nas eleições locais e, independente dos resultados, o mais

importante, segundo o professor, é dar à juventude a oportunidade de participar. Além de ajudar os jovens a adquirir experiência, isso serve de incentivo a que outros jovens possam também sentir-se identificados e interessados em fazer também parte activamente da vida política. Paralelamente ao avanço dos computadores e da Internet sobre os restantes meios de promoção normalmente utilizados de acordo com a lei em Macau – rádio, televisão, jornais, eventos públicos, etc. – em todo o mundo é notória também a tendência para dar mais atenção à opiniões dos jovens, observou Liu. O caminho da promoção da política no futuro deve, por isso, passar pela Internet, que além do mais permite uma forma efectiva, relativamente barata e mais rápida para concretizar os trabalhos de promoção. Paradoxalmente, e embora em Macau exista já a consciência da importância da Internet para a promoção da política entre os jovens, há ainda um longo percurso a trilhar. - V.L.

Yuen da Associação das Mu-lheres de Macau, que oferece abrigo a vítimas femininas, recebeu 68 mulheres. Este foi o maior recorde desde 2005, já que, habitualmente, o centro acolhe 57 mulheres e 40 crianças por ano, das quais 47% também sofreram abusos.

Já Juliana Devoy, do Centro Social do Bom Pastor, outro dos abrigos, acredita que o é difícil saber se a violência contra as mulheres estão a aumentar de ano para ano devido à múltipla variedade dos casos, até porque “muitos casos de abuso ficam por reportar”, conforme salientou em en-trevista ao Hoje Macau, em Dezembro passado.

Muitas mulheres conti-nuam sem pedir ajuda de-vido à cultura conservadora da China ou dos filhos. Num relatório da Polícia Judiciá-ria sobre o assunto, do ano passado, escrevia-se que “as vítimas acham que não devem divulgar os escânda-los da família”, tolerando a situação e impedindo a acção das autoridades. O facto de os pedidos de ajuda serem distribuídos por diversos centros, também não permi-te que os dados contabilizam um número real de vítimas.

www. iacm.gov.mo

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5www.hojemacau.com.moÁFRICA DO SUL QUER INVESTIDORES PARA CASINOS DE MENOR DIMENSÃO

A África do Sul está interessada em cativar investimento de Macau para o desenvolvimento de casinos de menor dimensão em cidades secundárias do país, afirmou Gregg Munyai, da embaixada sul-africana em Pequim. “Introduzimos recentemente alterações à lei do jogo de 1994, para acomodar casinos mais pequenos. E estamos à procura de desenvolver pequenas infra-estruturas de jogo em cidades secundárias. Há uma oportunidade de investimento para Macau”, explicou Gregg Munyai, ao salientar que actualmente o país africano já exporta máquinas de jogo para a região.

AU KAM SAN CRITICA FACILIDADES INJUSTIFICADAS NA ATRIBUIÇÃO DE TERRENOS PARA CASINOS

Estão a brincar com a leiVirginia [email protected]

SOB a desculpa de proteger uma indústria que tanta prosperidade

têm trazido a Macau, os grandes casinos têm beneficiado de terras atribuídas pelo Governo a preços especiais. Dessa forma, as multi-nacionais do jogo têm conseguido terrenos sem terem de passar pelo normal leilão. Essa tem sido a práti-ca em Macau, o que motivou agora duras críticas vindas de Au Kam San, deputado pró-democrata da Assembleia Legislativa (AL), que considera estarem a fazer pouco da lei.

“A RAEM tem sempre usado a desculpa de proteger os planos de investimento das corporações de jogo para lhes vender barato, sem passar pelas licitações públicas, grandes áreas de terra”, afirmou Au Kam San, considerando que a indústria dos casinos está perfeita-mente implantada e de boa saúde em Macau, pelo que não há razão para que lhe sejam proporcionados terrenos a baixo preço. O deputado,

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que apresentou uma interpelação escrita sobre o tema na sexta-feira passada, critica que a RAEM tem mantido as negociações com as em-presas de jogo “em privado”, o que fere gravemente a “Lei de Terras”.

Um caso recente que chamou a atenção dos média foi quando a Wynn Macau anunciou ter sido contemplada com terrenos no Cotai para o desenvolvimento de salas de jogo, hotel, recinto para congressos, restaurantes e spa. O Governo negou imediatamente, garantindo que o processo de avaliação estava ainda em andamento. Au Kam San

considera o caso a “exposição de operações por baixo do pano” e defende que a o Governo não de-veria “atribuir terrenos sem leilões públicos”, como aliás vem explícito na “Lei de Terras”.

Além disso, Au Kam San lem-bra que, de acordo com o plano do Governo Central, Macau deveria assumir a missão de se converter num “Centro Mundial de Turismo e Lazer” no futuro. O democrata defen-de que, para se caminhar no sentido do desenvolvimento diversificado da indústria, as empresas de jogo não podem continuar a expandir-se contínua e indefinidamente. Essa é aliás a razão que leva a que a RAEM já tenha imposto restrições como a limitação no número total de mesas de jogo. Perante essa situação, ques-tiona o deputado, qual o sentido de se continuar a proporcionar terras ao preço da chuva às grandes compa-

nhias de jogo para a construção de ainda mais casinos?

Entretanto, Au Kam San ob-servou também que era ilegal “construir as cercas” em redor dos locais onde supostamente se irão construir casinos antes da devida e oficial autorização para tal. Caso contrário, estamos perante uma “ocupação ilegal de terras” e a Di-recção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) sempre tem alegado estar em cima da retoma de terras ocupadas ilegalmente. Para o parlamentar, a DSSOPT deveria remover ime-diatamente as cercas da Wynn no Cotai. Au acrescentou considerar que o director da DSSOPT mentiu quando respondeu aos média que não tinha conhecimento de “pai-néis ilegais” e sugeriu que ele fosse responsabilizado por prejudicar a credibilidade do Governo.

MGM ESPERA APROVAÇÃO ESTE ANOPansy Ho, directora-executiva da MGM China, reiterou na sexta-feira que a operadora está confiante na aprovação de lotes de terra no Cotai por parte do Executivo. Segundo a filha de Stanley Ho, o projecto foi já apresentado ao Governo e não houve ainda nenhum ponto de desacordo. Pansy acredita que até ao fim deste ano terá uma boa notícia.

HM-1ª vez 19-09-11Acção de Interdição n.º CV2-11-0135-CPE 2º Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO.Requerido: CHAN KA LON, residente em Macau, no Centro da Santa Magarida.

*** A MERETÍSSIMA JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBU-NAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra CHAN KA LON, do sexo masculino, nascido em 05/05/1993, filho do Chan Ma I e da Lou Kam Song, titular do BIRM nº. 1232939(7), residente em Macau, no Centro da Santa Magarida, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica. Macau, aos 08 de Setembro de 2011.

*****

HM-1ª vez 19-09-11Acção de Interdição n.º CV1-11-0100-CPE 1º Juízo Cível

REQUERENTE: O MINISTÉRIO PÚBLICO.REQUERIDO: TONG WAI MAN.

*** A MERETÍSSIMA JUIZ DO 1.º Juízo CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que, foi distribuída ao 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO contra TONG WAI MAN, do sexo masculino, solteiro, natural de Macau, filho de Tong Kam Hong e de Lam Iok Hou, titular do BIRM nº7xxxxx5(x), nascido em 02/08/1985, residente em Macau, no Lar S. Luís Gonzaga de Macau, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica. Macau, aos 01 de Setembro de 2011.

*****

HM-1ª VEZ 19-09-11ACÇÃO ORDINÁRIA Nº CV1-11-0001-CFI-A 1º Juízo Cível

AUTOR: DBS BANK (HONG KONG) LIMITED, MACAU BRANCH, sociedade comercial com sede em Hong Kong, em 11th floor, The Center, 99 Queens Road, Central, Hong Kong, e representação permanente na Rua de Santa Clara, nºs 5 a 7E, Edº Ribeiro, Lojas C e D, em Macau.----------------------------RÉUS: ---------------------------------------------------------------------------------1---ASRIL HANITIJO, comerciante, casado com Sun Iat Hong, no regime de separação de bens, portador do BIRM nº 5080700(7), com residência conhecida na Rua Silva Mendes, nº 33, Edº Grandview, 9º andar/B, ou na Avª da Amizade, nº 271, Edº Kam Wa Kok, 8º andar/B, em Macau.------------------------------------2---SUN IAT KEONG, casado, de nacionalidade chinesa, residente em Macau.--

***----- FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o Réu ASRIL HANITIJO para, no prazo de TRINTA DIAS, contestar, querendo, a ACÇÃO ORDINÁRIA acima identificada, na qual o autor pede em síntese, que:---------------------------------------------------------------------------- seja decretada para todos os efeitos legais, nomeadamente de registo, a resolução em beneficio da massa falida da transmissão de propriedade do veículo automóvel com a matrícula ML-77-88, pelo primeiro réu a favor do segundo réu, registada sob a apresentação nº 36 de 30.09.2010, nos termos do disposto no artº 1104º nº 1 al. a) e artº 1107º do C.P.C. e, subsidiariamente;------------------------------- se julgue procedente, para todos os efeitos legais nomeadamente de reg-isto, a impugnação em beneficio da massa falida da transmissão da propriedade do veículo automóvel com a matrícula ML-77-88, pelo primeiro réu a favor do segundo réu, registada sob a apresentação nº 36 de 30.09.2010, nos termos do disposto no artº 1105º, 1106º al. a) e artº 1107º do C.P.C. e nos artºs 605º e 607º do C.C.,------tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposição do citando.-----------------------------------------------------Mais é devidamente advertido, que é obrigatória a constituição de advo-gado (artº. 74º do C.P.C.M.), caso conteste.---------------------------------------

***Aos 22 de Julho de 2011

***

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

HOJE

MAC

AUJoana [email protected]

OS jogadores patológicos estão a aumentar em Macau. Esse é o facto número um. Mas temos

também os chamados “grupos de risco”. Quais são esses grupos?Temos três. As donas de casa – não existiam donas de casa que jogassem antes da liberalização do jogo. Mas ao longo dos tempos, por causa do aborrecimento que têm em ficar em casa e com os tentadores “almoços grátis” e as ofertas dos operadores de casinos, esse comportamento mudou. O facto de existirem locais de apostas ou casinos em redor das zonas residenciais fez com que estas donas de casa começassem a jogar, após a liberalização do jogo, em 2002. Outro dos grupos é o dos funcionários dos casinos. Anteriormente tínhamos cerca de 7000 pessoas a trabalhar na área das casas de jogo. Depois da liberalização temos 50 mil, de acordo com as estatísticas. O terceiro são os funcionários que trabalham por turnos. Macau funciona 24 horas por dia, por isso há muitas ocupações que exigem este tipo de trabalhos, como os taxistas, seguranças, agentes da polícia.Como pode isso ser evitado se, em Macau, não são muitos os locais para que as pessoas se possam distrair? Esse é o problema. Não têm onde ir, sentem-se aborrecidas. O Instituto de Acção Social (IAS) já encontrou, inclusive, provas concretas de que as pessoas se sentem assim e que é necessário desenvolver algum tipo de equipamentos para que elas tenham vida social, para que possam ocupar o seu tempo e não tenham muito tempo para jogar, nem sequer pensem nisso. Há exemplos disso noutras regiões próximas ao território?Em Hong Kong. Eles foram os primeiros a aperceberem-se de como tratar os cidadãos com problemas de vício do jogo. Na realidade, não é difícil. Eles põe-nos juntos em grupo a jogar basquetebol ou futebol, por exemplo, ou a desempenhar outras actividades. E, desta forma, o jogador pensa “ok, sim tenho mais coisas que posso fazer além de jogar e das quais me esqueci por muitos anos”. E sentem-se entusiasmados com isso. Em Hong Kong, os jogadores viciados que existem devem-se a Macau?Sim, grande parte deles, sim.

Entrevista | Davis Fong, professor e director do Instituto para o Estudo do Jogo da UMAC

“Em Macau, 99%das pessoas que começam a jogar não sabem o que é o jogo”Mais de 2% dos jogadores do território são patológicos e esse problema começa a afectar cada vez mais jovens e donas de casa. Davis Fong, director do Instituto para o Estudo do Jogo da Universidade de Macau (UMAC), explica ao Hoje Macau o que é preciso para minimizar este problema – educação é o ponto essencial, leis são a necessidade a curto prazo

De onde são provenientes a maior parte dos jogadores patológicos no território?São pessoas de Macau. E segundo os dados do último relatório do IAS, lançado há uma semana, a maioria deles só ficou viciado no jogo depois da liberalização do jogo, não são velhos jogadores. Mas porquê isso? Vêem essa liberalização como uma forma de jogo mais legalizada e não tão escondida quanto anteriormente?Exacto. Os locais de jogo podem promover-se, são mais apelativos. A sociedade aceita-os de uma forma mais suave e aceita o comportamento do jogo como uma

opção. O mercado dos casinos é cada vez maior relativamente à população e as pessoas começam a jogar. E quando se começa a jogar, uma determinada percentagem desses jogadores tem a hipótese de não conseguir controlar-se. Se olharmos para esse problema do jogo a nível internacional, como podemos comparar esses locais com a RAEM?Nos EUA, Canadá ou mesmo Austrália cerca de 1% da população pode sofrer de problemas de jogo. Este é o standard internacional: 1%. Mas em Macau estamos nos 2,8%. Qual é o papel do Governo e

operadoras para que esse número diminua?Quando nós desenvolvemos o que chamamos de “jogo responsável”, nós avisamos que essa seria uma responsabilidade colectiva – dos casinos, do Governo, do jogador, do centro de tratamento, das escolas. É preciso trabalhar em conjunto. Mas essa atribuição de responsabilidades está projectada de forma específica?Desenvolvemos um modelo: o Governo deve implementar a política do jogo responsável e é o centro de todo o mecanismo. Depois temos os operadores de jogo – que devem trabalhar tendo

em conta essa política -, e o jogador – que deve ter um comportamento responsável. A seguir, os centros de tratamento, cujo papel é prevenir ou tratar o vício do jogo, e a comunidade e a educação que, juntas, devem instaurar os valores correctos na sociedade. Se trabalharem em conjunto, é possível reduzir o número de casos. E repito, reduzir os casos, não fazer com que não existam. Isso é possível?Impossível. Numa cidade de jogo não existir um único caso de problemas relacionados com o jogo é impossível. É sabido que faltam estudos em outras áreas sociais. É necessário mais estudos acerca do problema do jogo no território, de forma a compreender melhor esta realidade?Desde 2004 que o nosso instituto conduz seis estudos sobre a área, apoiados pelo Governo. Esses incluem os jovens viciados no jogo, como se forma um jogador patológico e também fizemos chegar ao Governo a política do jogo responsável. Ou seja, um deles foi já entregue ao Executivo na área do jogo responsável. O Governo apoia, mas entendemos que [mesmo com isto] ainda é muito limitada a compreensão sobre todo o problema.Quais são essas dificuldades?Por exemplo, a escala [utilizada para perceber quando uma pessoa é um jogador compulsivo]. Utilizamos um teste americano e cria [no território] falsos positivos. No Canadá usa-se outra escala, na Austrália outra. Diferentes países criaram escalas próprias para identificar quais os verdadeiros jogadores problemáticos. Em Hong Kong, eles desenvolveram a sua escala já há bastantes anos, mas infelizmente não é, ainda assim, concreto o suficiente para nós. Quais são os pontos principais que faltam nessas escalas e que não servem para o território? O grande problema aqui [nestes testes] são as diferenças culturais. Não podemos analisar os residentes de Macau com escalas dos EUA, Canadá ou Austrália. Há diferenças culturais, como por exemplo, durante o ano novo chinês, os chineses adoram jogar com os filhos ou netos, não importa quão pequenos eles sejam. Nos testes de análise ao jogador patológico do ocidente há questões que se prendem apenas com a mentira: “diz mentiras para esconder que joga?”. Mas, na China, dizer mentiras não magoa. Este é o pensamento dos chineses, “pequenas mentiras não fazem

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SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011

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“O Instituto de Acção Social (IAS) já encontrou, inclusive, provas concretas de que as pessoas se sentem assim [aborrecidas] e que é necessário desenvolver algum tipo de equipamentos para que elas tenham vida social, para que possam ocupar o seu tempo e não tenham muito tempo para jogar, nem sequer pensem nisso”

mal, podemos fazê-lo”. Teríamos de modificar as questões?Sim, estas perguntas são um problema. Há muitos assuntos relacionados com a cultura que temos de retirar para analisarmos os nossos eventuais jogadores patológicos, quando desenvolvermos a nossa escala. Recentemente, estão a ser ultimadas as revisões às leis relacionadas com os casinos. Como analisa a questão de permitir que os familiares de um jogador patológico possam optar por excluir a sua entrada em casinos?Concordo totalmente. Em Singapura isso acontece. Lá, até basta receber um subsídio do Governo para ser proibido entrar em casinos. Aqui em Macau, a família é bastante importante e algumas dessas famílias perdem bastante dinheiro por causa do vício do jogo. Mas há também o medo de perderem a face perante a sociedade e não quererem partilhar esses problemas com as pessoas de fora. Por isso, providenciar este tipo de possibilidade de exclusão às famílias com jogadores, é permitir que eles escapem a esses problemas. Desse ponto de vista, concordo. Mas não podemos esquecer outra coisa, que são os direitos humanos. Problemas de família que em nada se relacionam com o jogo podem servir para que um dos membros da família exclua outro por questões de vingança e não porque essa pessoa tem realmente um problema. Portanto, aqui temos de perceber como pode a lei proteger os direitos humanos do potencial excluído. Que hipóteses há para que isso seja possível?É preciso criar um grande grupo de pessoas que, além de ouvirem da família que alguém deve ser excluído, tomam também as suas conclusões através de análises próprias. Tem de existir um procedimento sério para a exclusão. O mesmo para o cancelamento dessa exclusão. Singapura tem esse tipo de exclusão, Austrália também. Macau deveria ter, de forma a seguir os standards internacionais.E quanto a proibir que menores de 21 anos entrem ou trabalhem nas operadoras?Apoio totalmente essa decisão, por várias razões. Uma delas é a de que há provas concretas noutros países de que os jovens são os que

têm as maiores probabilidades de se tornarem jogadores patológicos – EUA, Austrália ou Inglaterra provaram isso. Mas em Macau não temos ainda esse tipo de factos, mas só porque somos muito novos ainda nesta coisa da liberalização do jogo. É preciso tempo para que surjam os problemas relacionados com este vício. Mas isto significa que possamos antecipar-nos ao que vai acontecer no futuro: ter muitos jogadores patológicos entre a população mais jovem. Depois há a questão dos funcionários que, em Macau, são proibidos de jogar no seu casino mas basta-lhes atravessar a rua para que tenham outro à sua disposição. E esses funcionários sendo jovens são um dos grupos que mais rapidamente ganha o vício do jogo, além de serem os mais propensos a cometerem crimes relacionados com roubos em casinos, como os roubos de fichas. E se analisarmos, quais são a maioria dos trabalhadores dos casinos? São jovens, portanto são os jovens os mais viciados e são eles quem cometem crimes relativos ao jogo.Mas porque é que os jovens se juntam à indústria do jogo, o que os atrai e o que precisa de mudar?Acabam o secundário, têm 18 anos e várias escolhas, incluindo o ir trabalhar para um casino. Se essa decisão de aumentar de 18 para 21 a permissão para trabalhar ou jogar num casino for para a frente, esses jovens que acabam o secundário já não podem escolher ir trabalhar para um casino e podem ser motivados a integrar um curso universitário, no mínimo. E quando acabam, com uma licenciatura, não só estão mais maduros como têm mais hipóteses de escolha, têm um curso, podem ir trabalhar para outros locais. Repare, quando desenvolvemos o curso de Gestão de Casinos, em 2003, esperávamos que estivesse casa cheia. Em nenhum dos anos esteve. Apontamos para 30 o número de alunos no primeiro ano. Inscreveram-se 28, no ano seguinte o número desceu para os 25, depois 23, de seguida 19 e tem andando em redor disso. O que significa isto? Quando entramos numa universidade há muitas escolhas e pessoas que nos dizem que há mais além dos casinos. Seria necessário existirem mais leis, além das que estão a ser revistas?Sim. Várias que, na realidade esperemos que venham a ser adoptadas. Uma delas é alargar o âmbito da Lei do Jogo de Macau, a principal relacionada com a indústria, mas à qual faltam coisas.

Por exemplo, não há multas em caso de as operadoras errarem ou tiverem comportamentos ilegais. Não há regras ou regulamentos tendo em conta o problema do vício do jogo nem relacionado com o jogo responsável. Não há leis para regular as ‘slot machines’ que, hoje em dia, são um assunto mais controverso do que parece.Porquê?Para já, não é apenas uma máquina com presença física, mas está disponível na Internet. Depois há muito mais pessoas a tornarem-se viciadas devido às ‘slot machines’ – quando jogamos aqui, o tempo para tomar decisões sobre o jogo é muito limitado, às vezes uma questão de um ou dois segundos. Quanto menor for o tempo que uma pessoa tem para tomar uma decisão, mais fácil é para se ficar viciado, porque se salta no cérebro todo o processo da tomada de decisão. A pessoa torna-se mecânica: ver a máquina, premir o botão, resultado, premir o botão, resultado… Esta é a cadência. Não há divertimento nenhum no jogo. Não há qualquer processo cognitivo. Carrega-se no botão e espera-se que ganhemos algo.Disse, quando falávamos dos grupos de risco, que as pessoas se sentem aborrecidas e por isso jogam. Mas além disso, considera que alguns dos que jogam precisam ou querem o dinheiro?Macau é uma cidade de jogo, há pessoas a ficarem ricas da noite para o dia. E isso entra em conflito com os valores da sociedade. Depois há o rápido desenvolvimento de toda a

sociedade: as donas de casa recebem algum dinheiro que chega para as despesas, mas a constante subida dos preços das casas afecta-as, tal como a inflação que se faz sentir no território. Isso assusta-as e faz com que pensem que, no futuro, possam não ter dinheiro para pagar as contas. E aí pensam que jogar é uma forma de fazer dinheiro e usam essa forma para fazerem dinheiro rápido, ainda que esse seja o pensamento errado. E quanto aos jovens, que não têm despesas familiares? Podemos falar de materialismo?Perfeitamente. Apesar de não ser apenas em Macau, onde os jovens têm a sorte de nascer dentro de uma sociedade equilibrada a nível financeiro, existe esse grande problema do materialismo na China. Mas aqui no território, o assunto torna-se mais sério, porque é muito fácil entrar em zonas de jogo, mesmo que não nos casinos, que existem em redor das zonas residenciais. Isto é pequeno. Basta apanharmos um autocarro para contar mais de dois casinos seguidos. O materialismo já é um problema. Torna-se maior numa cidade de jogo. Nós temos, aliás, um estudo de 2006 que prova que os jovens têm um sentido errado dos valores sociais e, ao mesmo tempo, não percebem o que é realmente o jogo. Vêem-no apenas como uma fonte de obtenção de dinheiro, mas não o compreendem. E depois, acham que têm capacidades, por terem um amigo que é dealer, por exemplo. O que é preciso para que esse tipo de pensamento não seja origem de jogadores patológicos?É preciso educar as pessoas. Mostrar-lhes o verdadeiro sentido dos valores. Quando é que as pessoas sentem a necessidade de pedir ajuda aos centros de tratamento?Quando começamos a falar de jogo responsável, apenas 10% do total dos residentes de Macau percebia o que era realmente o problema do vício do jogo. Ou seja, apenas esses 10% iriam pedir ajuda quando se sentissem necessitados. Mas nem toda essa percentagem tem problemas de jogo ou conhece alguém que tenha para lhe explicar o que é esse problema. Logo aí, a quantidade de pessoas a pedir ajuda era bastante baixa – menos de 1% das pessoas que realmente sofriam de problemas. Quando em Macau há mais de 2%. Esses pedidos de ajuda são limitados. Mas quais são as razões que levam um jogador patológico a pedir ajuda?Família, que é um elemento

importante no seio da comunidade chinesa. Quando os familiares, que são também o refúgio quando os jogadores perdem muito dinheiro, se apercebem do problema, incitam o viciado no jogo a procurar ajuda. Muitas vezes em troca do dinheiro que emprestam, obrigam a que ele se cure. Não é por eles.Há estrangeiros a residir em Macau que sofram de patologia do jogo?Segundo as estatísticas, sim. São de Hong Kong, China, Filipinas e Malásia. Mas não são muitos.E eles conseguem ter ajuda aqui no território? Conseguem falar na sua língua com os responsáveis dos centros de tratamento?Pelo que sei, alguns conseguem utilizar o inglês para isso. Ainda que o Governo apoie também, para que eles falem na sua língua. Mas o melhor para essas pessoas é receberem apoio na sua terra natal, porque esse tratamento leva cerca de seis meses. Como podemos analisar o futuro próximo do território nesta matéria?Há um longo caminho pela frente. Se me perguntar qual é a coisa mais importante a fazer, eu digo a educação. Mas isso leva tempo, não é apenas numa geração que isso se consegue. Mas o mais importante é mudar os valores sociais, neste momento. De uma forma mais rápida? Regulação, leis, podem ajudar. Educar as pessoas e apressar o Governo a implementar regras que minimizem os riscos que os casinos podem trazer, de forma a que as pessoas possam entrar num casino informadas. Afinal, a decisão cabe à pessoa: pode escolher jogar ou não, mas antes de escolher tem de perceber o que é jogar. Em Macau? Sinto muito, mas 99% das pessoas que começa a jogar não tem qualquer conhecimento sobre o que é esse acto. Mas há possibilidade de melhorias?Podemos estar optimistas, já que o Governo desde 2009 que trabalha em conjunto connosco para promovermos o jogo responsável, que pode resolver alguns dos problemas. Mas para isso, precisamos da ajuda das escolas – se as pessoas não têm valores, torna-se difícil para nós educá-las mais tarde. Os alunos precisam de ser treinados com bom senso desde as escolas secundárias, isto sendo a primária um local a salvo de qualquer tipo de relação com o jogo. Depois, é ensinar-lhes matemática… probabilidades: não há qualquer hipótese de “bater” um casino. São eles que ganham, no fim de tudo.

“O Governo deve implementar a política do jogo responsável e é o centro de todo o mecanismo. Depois temos os operadores de jogo – que devem trabalhar tendo em conta essa política -, e o jogador – que deve ter um comportamento responsável. A seguir, os centros de tratamento, cujo papel é prevenir ou tratar o vício do jogo, e a comunidade e a educação que, juntas, devem instaurar os valores correctos na sociedade”

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8www.hojemacau.com.mo vida

MAIS DE 500 PESSOAS PROTESTAM CONTRA POLUIÇÃO DE FÁBRICA DE PAINÉIS SOLARESMais de 500 habitantes da cidade de Haining, na província de Zhejiang, concentraram-se frente à empresa Zhejiang Jinko Solar para protestar contra a alegada poluição produzida pela fábrica de painéis solares, informaram as autoridades. Os protestos decorreram na quinta-feira, tendo alguns protestantes invadido a empresa e causado estragos em oito veículos da companhia e quatro veículos da polícia. O Governo disse que pediu à fábrica para suspender a produção, e que os líderes locais vão reunir em breve com os representantes da localidade.

Planetaem números

Cientistas da NASA e do Instituto de Investigação de Inteligência Extraterrestre descobriram um planeta com dois sóis. Informalmente os cientistas chamaram-lhe Tatooine, em homenagem ao planeta imaginado por George Lucas em ‘Star wars IV: A New Hope’. Ao contrário do verdadeiro Tatooine, que se localiza “numa galáxia muito, muito longe”, o planeta Kepler-16b (nome oficial) fica relativamente próximo da Terra, mais precisamente a cerca de 200 anos-luz.2 sóis

SHENZHEN PLANEIA CONSTRUIR MAIOR INCINERADORA DO MUNDO

Pilhas de lixo a caminho do fim

Passeio ecológico de residentes de Zhuhai e Macau

Sem carros é que éGonçalo Lobo [email protected]

ESTÁ aí o Dia Mundial sem Carros e para comemorá--lo a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental

(DSPA), juntamente com os serviços homólogos de Zhuhai, organizaram a actividade intitulada “Dia Mun-dial sem Carros 2011: Cicloturismo - Macau a Zhuhai” que contou com a participação de residentes das duas cidades numa viagem colectiva na ciclovia de Zhuhai.

Apesar de se comemorar a dia 22, o passeio aconteceu no sábado com a equipa de ciclistas de Macau a pedalar desde as Portas do Cerco até à Ilha Yeli via Lovers Road. Na Ilha Yeli, reuniu-se com a equipa de ciclistas de Zhuhai.

A cidade chinesa de Shenzhen tem planos para construir a

“maior incineradora do mundo”, capaz de processar 5000 toneladas de lixo por dia, num esforço para lidar com quase cinco milhões de toneladas de resíduos domésticos.

O vice-governador de Shen-zhen, Lu Ruifeng, disse, na quinta--feira, a um grupo de delegados da província de Cantão à Assembleia Nacional Popular que a cidade planeia construir a maior incinera-dora do mundo atendendo a que os aterros não têm já capacidade para dar resposta à crescente pilha de lixo produzida pelos seus 13 milhões de residentes.

De acordo com o “Nanfang Dai-ly”, jornal baseado em Cantão, Lu Ruifeng indicou que foram levadas a cabo auscultações públicas para a selecção da zona, ao reconhecer que a escolha do local para a incinera-dora foi um dos maiores desafios do projecto.

Até 2015, Shenzhen planeia construir um total de três incinera-doras, dotadas de uma capacidade para processar diariamente um total de 6300 toneladas de resíduos, com o objectivo de queimar 80% do

TRANSFORMAR em energia os resíduos da produção de azeite, limpar derrames com

cortiça e reduzir o desperdício de comida nos refeitórios são os melhores projectos ambientais do país, vencedores dos Green Project Awards 2011, anunciados na semana passada.

À primeira vista, o vencedor da categoria Investigação e Desenvolvimento não impres-siona por aí além. É um granulado castanho, feito de uma mistura de pó de cortiça, altamente absorvente, e de restos da produção de azeite, isto é, bagaço húmido (mistura de águas ruças e bagaço), com excesso de carga orgânica. Mas consegue resolver dois problemas: dá uma so-lução para os resíduos e produz energia.

Segundo contou ao jornal “Público” João Cla-ro, o investigador responsável pelo Biocombus, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o granulado depois é queimado para gerar energia. A Cooperativa Agrícola de Olivi-cultores de Murça será a primeira a experimentar este sistema, com um protótipo à escala industrial. “Em Março estará pronto” e “terá capacidade para receber até 20 mil toneladas de bagaço hú-mido por ano” disse João Claro. “A ideia é que a indústria deve imitar o sistema natural, onde tudo se transforma. O resíduo de uma empresa pode tornar-se matéria-prima de outra.”

O vencedor da categoria Produto ou Serviço também utiliza cortiça. O CorkSorb quer usar este material para conter e limpar derrames de hidrocarbonetos, explicou Carlos de Jesus, director de comunicação da Corticeira Amorim, ao “Público”. Hoje esta gama de absorventes está

PORTUGAL REAPROVEITA CORTIÇA E BAGAÇO PARA REDUZIR RESÍDUOS E GERAR ENERGIA

Usar o desperdício da comida como energia

Após a cerimónia de abertura, presidida pelo director substituto da DSPA, Vai Hoi Ieong, e por Wu Xihan, pesquisador adjunto dos Serviços do Ambiente de Zhuhai, as duas equipas de ciclistas foram passear de bicicleta pela ilha.

A actividade, que foi o primeiro evento promovido conjuntamente pela DSPA e pelos serviços homó-logos de Zhuhai, atraiu a participa-ção de cerca de 300 residentes das duas cidades. Uma das característi-cas do evento foi a experiência dos ciclistas no novo corredor ecológico inaugurado no ano passado, com um comprimento de cerca de 20 quilómetros.

COOPERAÇÃO PARA CONTINUARO evento serviu para aprofundar as dinâmicas existentes entre as

duas cidades. É sabido que ambas pretendem reforçar o planeamen-to, coordenação e gestão na área ambiental bem como promover a construção de um círculo de excelente qualidade de vida e desenvolver com dinamismo a cooperação ambiental.

De acordo com a DSPA, o presente programa “Cicloturismo - Macau a Zhuhai”, considera não só sensibilizar amplamente o conceito de preservação dos recursos de ecoturismo regionais dos cidadãos das duas cidades, assim como apro-fundar o intercâmbio ambiental.

A DSPA pretende continuar a dar voz à divulgação de diversos eventos. Para isso conta promover nos próximos tempos actividades como “cinco dicas de deslocações ecológicas”: optar pelos transpor-

lixo produzido na cidade, escreve o jornal.

Para que sejam observados os níveis de protecção ambiental para as emissões da incineradora – em termos de cheiro, líquido, cinzas e das partículas de cinzas carrega-das pelo ar –, o vice-governador garantiu que será utilizada um tipo de tecnologia para melhorar a combustão e adoptadas avan-çadas técnicas de gestão de modo a manter os elevados padrões de qualidade global do ar.

Shenzhen lida por ano com cerca de 4,8 milhões de toneladas de lixo e a construção de uma nova incineradora poderá não ser a so-lução para o problema, considera Michelle Au Wing-tze, da organi-zação “Amigos da Terra”, citada pelo “South China Morning Post”, para quem se está a caminhar no sentido errado no que diz respeito à gestão de resíduos.

“Cantão começou mesmo agora a pedir às pessoas para separar e re-ciclar o lixo, mas Shenzhen está a ir na direcção oposta”, disse Michelle Au Wing-tze, acrescentando ainda que uma eventual adversidade com impacto ambiental – como poluição

por dioxina – irá afectar não apenas Shenzhen e Hong Kong, podendo alastrar-se muito para lá da região.

No ano passado, a taxa de eli-minação de resíduos per capita na região económica especial chinesa foi de 1,26 quilogramas, enquanto que em Hong Kong chegou aos 1,28 quilo e, em Cantão, a 0,77 quilogramas.

Hong Kong também planeia construir uma nova incineradora de grande dimensão, com capacidade para processar 3000 toneladas de lixo por dia, nos terrenos conquis-tados ao mar em Shek Kwu Chau, no sul da ilha de Lantau.

Na província de Guangdong, os projectos de incineração têm sido alvo de contestação, com propos-tas para unidades a depararem-se com manifestações locais, levando a que os planos sejam colocados em espera.

Em Janeiro, mais de mil residen-tes de dois distritos de Cantão rea-lizaram protestos contra projectos separados de incineração perto dos seus bairros, fruto de uma maior e crescente consciencialização e pre-ocupação ambiental. A China tem mais de 100 incineradoras.

a ser comercializada na Alemanha, Austrália, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Portugal e Suécia.

O CorkSorb é um granulado de cortiça que, depois de processado, é colocado em mangas que contêm e absorvem derrames. “Pode ser utilizado em marés negras, como a do Golfo do México [de Abril a Julho do ano passado], mas também na poluição em oficinas de automóveis, pequenas fábricas ou rios”, explicou. Segundo Carlos de Jesus, um quilo deste granulado de cortiça “permite absorver mais de nove litros de óleos”. Além disso, “a cortiça é hidrofóbica, é inteligente na absorção, ou seja, não absorve a água, só o óleo”.

O prémio para a categoria Comunicação vai para a empresa Eurest Portugal, com a campanha “Consumo Consciente Respeita

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MAIS DE 500 PESSOAS PROTESTAM CONTRA POLUIÇÃO DE FÁBRICA DE PAINÉIS SOLARESMais de 500 habitantes da cidade de Haining, na província de Zhejiang, concentraram-se frente à empresa Zhejiang Jinko Solar para protestar contra a alegada poluição produzida pela fábrica de painéis solares, informaram as autoridades. Os protestos decorreram na quinta-feira, tendo alguns protestantes invadido a empresa e causado estragos em oito veículos da companhia e quatro veículos da polícia. O Governo disse que pediu à fábrica para suspender a produção, e que os líderes locais vão reunir em breve com os representantes da localidade.

Clickecológico

CHAMAS ENTRAM EM PARQUE NACIONAL DA INDONÉSIA• Um bombeiro extingue as chamas no Parque Nacional Berbak, na província de Jambi, na Indonésia. O incêndio durou mais de uma semana e destruiu cerca de 300 hectares de turfeiras. As autoridades suspeitam que terá deflagrado num operação ilegal para preparar a terra para agricultura.

Passeio ecológico de residentes de Zhuhai e Macau

Sem carros é que éA produção de energia solar foto-

voltaica mais do que duplicou em 2010, atingindo uma produção mundial de 23,5 gigawatts (GW), revela o relatório do JRC, centro de investigação da Comissão Europeia.

Desde 1990, a produção de painéis fotovoltaicos – que convertem a luz do Sol em electricidade - aumentou mais de 500 vezes, passando de 46 mega-watts (MW) para 23,5 GW em 2010, salienta o relatório do Joint Research Center (JRC), que considera esta uma das indústrias com maior crescimento da actualidade.

Actualmente, a China é o maior pro-dutor de painéis fotovoltaicos, seguida de Taiwan, Alemanha e Japão. Entre os 20 maiores fabricantes do ano passado, apenas quatro têm instalações na Eu-ropa, mais precisamente a First Solar (Alemanha, Estados Unidos, Vietname e Malásia), Q-Cells (Alemanha e Malásia), REC (Noruega e Singapura) e Sola-rworld (Alemanha e Estados Unidos).

Analistas de mercado acreditam

PORTUGAL REAPROVEITA CORTIÇA E BAGAÇO PARA REDUZIR RESÍDUOS E GERAR ENERGIA

Usar o desperdício da comida como energia

PRODUÇÃO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA MAIS DO QUE DUPLICOU EM 2010

China lidera produção

que os investimentos na tecnologia fotovoltaica poderão duplicar de 35 a 40 mil milhões de euros em 2010 para mais de 70 mil milhões em 2015. Ao mesmo tempo esperam que os pre-ços para o consumidor continuem a descer. Na verdade, nos últimos três anos o preço dos painéis caiu quase 50 por cento, lembram.

Apesar das dificuldades econó-micas, acrescentam os autores do relatório, o número de campanhas

de implementação do solar fotovol-taico continua a aumentar em todo o mundo, graças a vários incentivos, nomeadamente fiscais.

O relatório “PV Status Report”, na sua décima edição, foi realizado a partir de inquéritos a mais de 300 em-presas espalhadas por todo o mundo e dedica-se ao mercado e indústria do solar fotovoltaico, especialmente na União Europeia, Índia, Japão, China, Taiwan e Estados Unidos.

duas cidades. É sabido que ambas pretendem reforçar o planeamen-to, coordenação e gestão na área ambiental bem como promover a construção de um círculo de excelente qualidade de vida e desenvolver com dinamismo a cooperação ambiental.

De acordo com a DSPA, o presente programa “Cicloturismo - Macau a Zhuhai”, considera não só sensibilizar amplamente o conceito de preservação dos recursos de ecoturismo regionais dos cidadãos das duas cidades, assim como apro-fundar o intercâmbio ambiental.

A DSPA pretende continuar a dar voz à divulgação de diversos eventos. Para isso conta promover nos próximos tempos actividades como “cinco dicas de deslocações ecológicas”: optar pelos transpor-

tes públicos colectivos; partilhar o veículo com os familiares e amigos ou colegas, ou desligar o motor quando parar o carro.

a ser comercializada na Alemanha, Austrália, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Portugal e Suécia.

O CorkSorb é um granulado de cortiça que, depois de processado, é colocado em mangas que contêm e absorvem derrames. “Pode ser utilizado em marés negras, como a do Golfo do México [de Abril a Julho do ano passado], mas também na poluição em oficinas de automóveis, pequenas fábricas ou rios”, explicou. Segundo Carlos de Jesus, um quilo deste granulado de cortiça “permite absorver mais de nove litros de óleos”. Além disso, “a cortiça é hidrofóbica, é inteligente na absorção, ou seja, não absorve a água, só o óleo”.

O prémio para a categoria Comunicação vai para a empresa Eurest Portugal, com a campanha “Consumo Consciente Respeita

o Ambiente”, que começou em 2007 em ca-fetarias, restaurantes ou áreas de serviço de auto-estradas. O objectivo é consciencializar os consumidores para a importância de reduzir os desperdícios no dia-a-dia.

“Incentivamos os nossos consumidores a que tudo o que levam no seu tabuleiro seja consumido”, afirma o director-geral da Eurest, Henrique Leite. O objectivo é evitar desper-dícios, poupando-se nos alimentos. “É muito simples, é o que fazemos em nossa casa”, diz Henrique Leite.

Se, no final da refeição, o tabuleiro for apresentado vazio, o consumidor recebe uma ficha que equivale a 10 gramas de alimentos não perecíveis. As fichas são depositadas em urnas e, depois, são convertidas em alimentos que são doados a instituições de solidariedade.

Após a implementação da campanha em 40 unidades de restauração colectiva - sobretudo em empresas -, observou-se uma redução de cerca de 30% na produção de resíduos orgâ-nicos, já tendo sido doados a instituições de solidariedade social três toneladas de alimentos. Henrique Leite diz que a Eurest quer alargar a iniciativa às cerca de mil unidades de res-tauração da empresa, com um total de 200 mil consumidores.

Os Green Project Awards, para distinguir projectos já concretizados que promovam o desenvolvimento sustentável, são organizados pela Agência Portuguesa do Ambiente, Quercus e pela agência de comunicação GCI. Nesta 4.ª edição, foram recebidas 104 candidaturas.

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Lia [email protected]

A aposta nas cenas artísticas continua a ser promovida no território. Desta vez, o

Centro Cultural de Macau (CCM) pretende encontrar talentos locais na área da encenação, através de um programa de formação teatral para jovens encenadores. O período de recru-tamento termina a 7 de Outubro e a iniciativa surge na sequência de outros programas no âmbito de um projecto residente de arte, que incluiu projectos como “Contos de Macau”, “Hi Dad...Bye...” ou “Um guião ganha vida”.

Intitulado “Projecto Mentor de Teatro”, este vem na sequência do apoio contínuo que o CCM tem dedicado aos artistas locais com a ajuda de peritos vindos do exterior. Além de experiência em encenação e representação, os interessados devem ter como requisitos - ser maiores de 18 anos, possuir um bom nível de cantonês lido e falado e ser residentes da RAEM. Os boletins de inscrição e informações adicionais estão disponíveis no site da instituição. O projecto artístico vai decorrer entre o final de Outubro 2011 e Abril 2012 e estão agendadas audições, formações nas áreas de criação artística e de equipas de produção, ensaios e um espectá-culo final, que se pretende fazer ao palco do Pequeno Auditório.

O CCM convidou Fredric Mao, mestre

de teatro de Hong Kong, para dirigir o projecto. O artista foi cinco vezes vencedor do galardão de “Melhor Encenador” atri-buído pelos “Prémios de Teatro de Hong Kong” e é considerado um dos melhores encenadores de teatro da Ásia. Com ape-nas 27 anos, foi nomeado director artístico da Companhia de Teatro de Napa Valey, na Califórnia e estreou-se na Broadway, no musical original de Harold Prince e Stephen Sonheim, o Pacific Overtures, em 1976. Durante um longo período Mao foi director artístico do Grupo de Teatro de Repertório de Hong Kong e em 1985, ano em a Academia de Artes Performativas da RAEHK abriu as portas, integrou a escola de teatro como responsável do departa-mento de representação, tendo formado uma nova geração de actores.

SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011

10www.hojemacau.com.mo CULTURA

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O relatório do De-partamento de Estado norte-ame-ricano diz não ha-

ver registo de “abusos” ou “discriminação” baseada em crenças e conclui que, na generalidade, a liberdade de credos é respeitada em Macau e em Hong Kong.

O documento, divulgado na semana passada, analisa os progressos no âmbito da liberdade religiosa em quase 200 países e territórios entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2010, não percorrendo todo um ano como tinha vindo a ser prática.

Apesar do clima de res-peito entre credos em Macau e em Hong Kong, no caso da antiga colónia britânica o departamento de Hillary Clinton anotou alguns rumo-res e o facto de a religião ter chegado a tribunal.

Segundo aponta o rela-tório, na generalidade, am-bos os Governos respeitam

CCM PROMOVE PROJECTO PARA ENCENADORES DE TEATRO

Encenar Macau

Título “Projecto Mentor de Teatro Fredric Mao”

Organização Centro Cultural de Macau

Data limite 7 de Outubro de 2011para inscrições

Relatório dos EUA diz que liberdade religiosa é respeitada em Macau

Terra de todas as religiões

a liberdade religiosa, em conformidade com as suas “mini-constituições”. No entanto, em Hong Kong há “alegações” de que o Exe-cutivo negou a entrada de alguns viajantes do exterior por causa da sua afiliação à Falun Gong, movimento de inspiração budista proibido no interior da China.

Uma situação que levanta “preocupações sobre a pres-são exercida por Pequim na autonomia de Hong Kong no que diz respeito aos as-suntos de migração”, lê-se no documento.

A Falun Gong pode ope-rar livremente nas duas regiões administrativas es-peciais, no entanto, alguns

membros do grupo deram conta de que as autoridades do interior da China – onde a Falun Gong foi ilegalizada em 1999 – pressionaram Hong Kong para restringir as suas actividades no território.

Há ainda relatos de pedi-dos de documentos de iden-tificação pela polícia e, apesar de, regra geral, os que visitam Hong Kong na qualidade de turistas serem aceites, alguns grupos locais indicaram que membros oriundos de Taiwan foram barrados após terem declarado como moti-vo da deslocação actividades relacionadas com a Falun Gong, aponta o relatório.

Membros do grupo re-ligioso queixaram-se tam-bém de as autoridades lhes “negarem constantemente” o acesso a espaços públicos

que pretendiam alugar, nor-malmente sob o pretexto de se encontrarem reservados, e da recusa de vistos por parte da Imigração a elementos do Epoch Group, uma organi-zação com laços com a Falun Gong, num caso que obrigou ao cancelamento das activi-dades previstas e que acabou por seguir para os tribunais.

Calcula-se que existam entre 300 a 500 membros da Falun Gong em Hong Kong e 15 activos em Macau. O Departamento de Estado norte-americano refere ou-tras situações - algumas das quais também encaminhadas para a Justiça - envolvendo outros grupos religiosos, sendo exemplo disso um diferendo entre a Diocese Católica e o Executivo da antiga colónia britânica.

Em Hong Kong, cerca de 43% da população professa alguma forma de religião, prevalecendo o Budismo e o Taoísmo, praticados por cerca de 1,5 milhões de pes-soas em aproximadamente 600 templos.

O relatório, citando um estudioso das religiões, estima em cerca de 550 mil os protes-tantes, em mais de 400 mil os católicos, calcula ainda em 100 mil os muçulmanos, em 40 mil os hindus, e em quatro mil os judeus, entre outros.

O budismo é a religião seguida em Macau por cerca de 80% da população, da qual 5,2% é católica e mais de um por cento protestante. Outros focos religiosos de menor expressão incluem bahais (cerca de 2500) e muçulma-nos (cerca de 100).

Dados sobre o programa

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SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011

11www.hojemacau.com.mo

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DUAS pedras da fachada da antiga prisão de Ma-

cau, com o brasão de armas português cravado, foram colocadas à venda em Macau por 300 mil dólares de Hong Kong por um funcionário do Governo da RAEM.

“Enviei algumas cartas a proprietários de casinos com uma proposta de venda por 300 mil dólares de Hong Kong, mas ainda não tive res-posta”, disse Pak Fok Tong à agência Lusa, ao precisar que está interessado em “coleccionadores privados”, mas que poderá vender ao Governo, por “não menos de menos de 100 mil patacas”.

Funcionário do Governo e residente em Macau, Pak Fok Tong confessou que só em último recurso doará as peças a um museu, por achar que “eles vão simplesmente pô--las num armazém por serem pedras do governo colonial”, e porque, assumidamente, quer ganhar dinheiro.

PEDRAS DA ANTIGA CADEIA DE MACAU À VENDA POR 300 MIL DÓLARES DE HK

Fazer dinheiro com o que já lá foi“Ainda não contactei o

Governo de Macau. Sei que posso doá-las a um museu, mas primeiro vou tentar vendê-las”, assumiu, ao ad-mitir urgência na transacção por “razões financeiras” e “por falta de espaço”, já que no final do ano vai mudar de casa e diz não ter onde guardá-las.

Pak Fok Tong vai esperar por interessados “até ao último minuto”, o que pelos seus cálculos, será “até ao final de Outubro”. “Se nin-guém comprar até lá, vou contactar o Governo para saber se estão interessados porque tenho de entregar a casa até ao Natal”, justificou.

As pedras – uma com a inscrição do brasão de armas português e outra com a data da inauguração

da prisão – ‘Anno de 1912’ – faziam parte da fachada da Cadeia Pública de Macau, construída entre 1906 e 1910, e mais tarde denominada Cadeia Central. Pak Fok Tong, disse também ter conhecimento da existência

A pedra com o emblema de Portugal estava ao lado da porta da casa de madeira, e a pedra com a inscrição ‘Anno de 1912’ estava a ser usada como pedra de cal-çada”, explicou, ao relatar uma situação que descreveu como “pobre”.

Tong referiu ainda que só mais tarde é que soube que as pedras eram da prisão anti-ga. “Na altura eu nem sabia. Achei que eram da fachada do antigo tribunal de Macau, depois uma académica é que me esclareceu”, acrescentou.

Contactado pela agência Lusa, o Instituto Cultural de Macau disse não ter conhecimento da situação e remeteu uma resposta para depois de analisada a situação. O antigo edifício da Cadeia Pública de Macau foi demolido. Desde 1990, a prisão instalou-se em Colo-ane, ocupando o antigo ter-reno da fábrica de panchões “Kuong Heng Tai”.

de uma terceira pedra com a inscrição “Cadeia Pública”, e que entretanto desapareceu.

O actual vendedor disse à agência Lusa que comprou as duas pedras há quatro anos, por um “valor secreto” num estaleiro de obra na

Taipa, – entre a Rua de Choi Long, onde vivia, e a Estrada Nordeste da Taipa –, uma localização bastante distante do centro de Macau onde funcionava a antiga prisão.

“Havia uma casa de ma-deira no estaleiro de obra.

EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS DE REGRESSOA Exposição Anual de Artes Visuais de Macau está de volta. Entre os dias 22 e 25 deste mês, os artistas locais poderão entregar as suas obras, no Edifício do Antigo Tribunal. As criações podem ser apresentadas em diferentes meios de expressão artística, tais como pintura, fotografia, vídeo, escultura e instalação, entre outras. Serão apenas escolhidas as obras criadas desde 2009 e que não tenham sido apresentadas noutras edições da exposição. Cada participante pode apresentar até três obras individuais ou conjuntos de obras – num máximo de quatro peças individuais. A organização atribuirá um subsídio de 3 mil a 5 mil patacas por cada obra individual ou conjunto. Às 10 melhores será atribuído um prémio no valor de 20 mil patacas. As obras seleccionadas serão exibidas durante o Festival de Artes de Macau, em Maio do próximo ano.

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

NÃO foi a melhor estreia a de Rodolfo Ávila na “Malaysian

Merdeka Endurance Race” - prova de automobilismo com a duração de 12 horas e que se disputa anual-mente no Circuito Internacional de Sepang para comemorar o aniver-sário da independência da Malásia -, ao abandonar a corrida devido a problemas com o seu carro.

Apesar de não familiarizado com o VW Scirocco Cup R, o piloto português de Macau, juntamente com os seus companheiros de equipa Patrick Boulaud e Davide Rizzo, largou no terceiro lugar en-tre os concorrentes do Taça Scirocco China, 10.º da classe de carros de Turismo e 27.º da geral.

A corrida de Ávila durou pouco mais de três horas até uma roda se perder e forçar a desistência prema-tura do carro número 92. “No pri-meiro turno recebi o carro na quinta posição, entre os concorrentes do troféu VW, e subi até primeiro. Depois tivemos problemas com um braço de suspensão e caímos para último. Voltámos à pista e

iniciámos a recuperação, mas, no meu segundo turno de condução, uma das roda saiu e tivemos que abandonar. Obviamente que gos-taria de chegar ao final da corrida, mas no cômputo geral foi uma boa experiência”, explicou Ávila.

Agora segue-se o Grande Prémio de Singapura. O piloto está já con-centrado na próxima prova da Taça Porsche Carrera Ásia que se disputa no próximo fim-de-semana no cir-cuito citadino de Marina Bay. “Pelas características do circuito e a atmos-fera do evento, o Grande Prémio de Singapura é uma das provas mais emblemáticas da temporada e, desta vez, vão ser duas corridas decisivas em termos de campeonato. Estou na segunda posição do campeonato e na corrida pelo título, o que tornará este fim-de-semana ainda mais especial”, rematou o piloto de 24 anos.

A primeira corrida de 12 voltas está marcada para a tarde de sába-do, dia 24 de Setembro, e a segunda para domingo, dia 25 de Setembro, horas antes do Grande Prémio de Fórmula 1 da “Cidade do Leão”.

Joana [email protected]

TRÊS anos depois, de regresso ao território. Kobe Bryant, a

estrela de basquetebol americana que ingressa na equipa dos Lakers de Los Angeles, esteve na arena do Venetian, na passada sexta-feira.

Trinta adolescentes chineses, que integram as camadas jovens da selecção de Macau, tiveram a oportunidade de partilhar o campo com aquele que, em 2006, se tornou o segundo melhor marcador da NBA e, em 2007, o jogador mais valioso.

Durante pouco mais de uma hora, Kobe Bryant partilhou com os jovens da Associação de Bas-quetebol de Macau algumas das suas técnicas. Numa arena com direito a mais de uma centena de fãs nas bancadas, a estrela de basquetebol teve ainda tempo para assistir a um jogo entre raparigas e rapazes ao mesmo tempo que incitava os jogadores com algumas dicas.

Kobe Bryant, que foi campeão mundial pelos EUA em Pequim, em 2008, aconselhou os jovens a

Marco [email protected]

NAS montanhas de Timor, a tradição ainda é o que era e o pelotão australiano continua a ser quem mais

ordena. A terceira edição do Tour de Timor conheceu na sexta-feira, em Díli, o seu desfecho, consagrando o australiano Luke Fetch como o novo rei do asfalto da mais jovem nação do continente asiático.

Fetch, que sucede ao compa-triota Adrien Jackson na ainda curta lista dos vencedores da competição, cumpriu os mais de seiscentos quilómetros da prova em 20:49:56, com quatro minutos e 42 segundos de vantagem sobre o também australiano Paul van der Ploeg. O vencedor da edição de 2010 do Tour de Timor não conseguiu melhor que a terceira posição no certame, a mais de nove minutos e meio do vencedor.

Luke Fetch foi o mais regular ao longo dos seis dias de prova, mas a terceira edição do Tour de Timor ser-viu para que os antigos vencedores da competição mostrassem creden-ciais. Apesar de não ter conseguido

RODOLFO ÁVILA ABANDONA CORRIDA EM SEPANG

Carro nãoaguentou 12 horas

KOBE BRYANT ENSINA TÉCNICAS DE BASQUETEBOL A JOVENS DE MACAU

O campeão aqui tão perto

“divertirem-se enquanto jogam e a aprender novas coisas sempre que podem”, tendo sempre em conta o espírito de equipa.

A recuperar de uma lesão re-cente, a estrela da NBA afirma que se tem mantido em treinos para estar pronto a integrar a equipa na nova época. Sem planos para quando se reformar, Kobe Bryant promete, para já, concentrar-se em ganhar o campeonato e continuar a colaborar com as actividades de caridade nas quais está envolvido.

Luke Fetch vence terceira edição do Tour de Timor

Domínio australianonas estradas de Loro’sae

repetir a vitória obtida há um ano nas estradas de Loro’sae, Adrien Jackson iniciou a defesa do título da melhor forma, com um triunfo esclarecedor na primeira tirada do evento, entre Dili e Laclubar.

Na sexta-feira, entre Manatuto e a capital timorense, foi a vez de Neil van der Ploeg dar um ar da sua graça. O vencedor da edição inau-gural do Tour de Timor, disputada em 2009, foi o segundo a cruzar a meta, em pleno coração de Dili, perdendo apenas para o malaio Muhammad Fauzan Ahmad Lufti.

Lufti completou a derradeira etapa da prova em 02:37:34, com uma vantagem de dois minutos e oito se-gundos sobre a parelha formada por

Neil van der Ploeg e Ashley Hayat. O português Nelson Silva concluiu a tirada na quarta posição, a quase quatro minutos do vencedor, mas ainda com uma vantagem conside-rável sobre o restante pelotão.

O responsável técnico pela Se-lecção de Ciclismo de Timor-Leste terminou a edição de 2011 da Volta à mais jovem nação do continente asiático na décima posição da geral, a 59 minutos e 24 segundos de Luke Fetch. O corredor luso foi ainda ter-ceiro nas contas da categoria de mon-tanha, num pelotão que englobava mais de quatro centenas de ciclistas de dezasseis países distintos. Para Nelson Silva, o balanço da primeira participação no Tour de Timor não

poderia ser mais positivo: “Estou bastante contente com o resultado. A prova correu bastante bem, depois de no primeiro dia ter tudo algumas dificuldades em adaptar-me à corri-da. Também não conhecia os ciclistas australianos, que são todos bastante fortes, são profissionais”, afirmou o atleta à agência Lusa.

Nelson Silva não foi, ainda assim, o único representante luso a brilhar nas estradas de Timor ao longo da última semana. O núcleo desportivo da Guarda Nacional Republicana também se destacou, com o segundo lugar obtido na ca-tegoria que abarcava as equipas das forças de segurança internacionais presentes em Timor-Leste,

Na categoria feminina, Ana Fer-reira foi a única atleta portuguesa a disputar o evento. A exemplo do que sucedeu nas contas da classi-ficação geral, a prova feminina foi ganha por uma atleta australiana. Peta Mullens superiorizou-se às compatriotas Melinda Jackson e Kelly Bartlett, sucedendo a Rowena Fry no estatuto de mais rápida entre as mulheres em prova.

O Tour de Timor está integrado no programa “Dili, Cidade da Paz”, lançado pelo Presidente de Timor--Leste, José Ramos Horta, há quatro anos. Depois de ter percorrido os distritos da parte oriental do país, o Tour de Timor só não visitou ainda o isolado enclave de Oecusse-Ambeno, mas o chefe de Estado garantiu na sexta-feira que uma tal lacuna de-verá ser aniquilada já no próximo ano: “No próximo ano, quero que o Tour de Timor visite o único distrito pelo qual a prova ainda não passou: Oecusse. Se for possível, queremos celebrar o décimo aniversário da restauração da Independência de Timor com uma corrida que poderá levar o pelotão a Kupang, Atambua e obviamente a Ambeno”, reiterou o Prémio Nobel da Paz.

Edward Tracy, director-execu-tivo da Sands China, organizadora do evento, caracterizou o jogador como “um jogador de classe mun-dial e de alto calibre”. A sua vinda a Macau, frisou ainda o responsá-vel, “serve para proporcionar um entretenimento mais variado ao público do território”.

“Eu sempre quis voltar a Macau desde a primeira vez que cá vim. O apoio dos fãs é bestial e sabe bem estar de volta”, finalizou a estrela americana.

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesSEGIUNDA-FEIRA 19.9.2011www.hojemacau.com.mo

13SALA 1LOVE IN SPACE [B] FALADO EM PUTONGHUAUm filme de: Wing Shya, Tony ChanCom: Aaron Kwok, Rene Liu, Eason Chan14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2ONE DAY [B] Um filme de: Lone ScherfigCom: Emma Morley, Jim Sturgess, Patricia Clarkson14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE WHISTLEBLOWER [C] Um filme de: Larysa KondrackiCom: Rachel Weisz, Vanessa Redgrave14.30, 16.30, 21.30

SALA 3RISE OF THE PLANETOF THE APES [B] Um filme de: Rupert WyattCom: James Franco, Freida Pinto, John Lithgow19.30

[Tele]visãowww.macaucabletv.com

22:00 Sportscenter Asia 22:30 AFC Champions League 2011 Suwon Samsung Bluewings vs. Zobahan

STAR SPORTS 3112:00 Rugby World Cup 2011 Australia vs. Ireland14:00 V8 Supercars Championship Series 2011-Races 17:30 FINA Aquatics World 2011 18:00 Rugby World Cup 2011-Weekly Highlights19:00 Game 19:30 Rugby World Cup 2011 South Africa vs. Fiji21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Engine Block 2011 22:30 MotoGP World Championship 2011 - Main Race Gran Premio De Aragon

STAR MOVIES 4012:10 Hunt For Eagle One13:40 The Sorcerer’S Apprentice15:30 Sniper 317:05 Remember Me19:00 Shanghai Knights21:00 Maximum Risk22:45 The Sin Eater00:30 Black Hawk Down

HBO 4112:00 Game Of Thrones14:00 Charlie St. Cloud15:40 House Arrest18:15 Star Trek20:30 Undefeated22:00 Boardwalk Empire00:00 The Stepfather

CINEMAX 4213:00 American Ninja14:30 Triassic Attack16:00 Son Of Frankenstein17:45 First Men In The Moon20:00 Epad On Max 12820:15 The Road Warrior22:00 Death Wish 323:30 Exorcist: The Version That You’Ve Never Seen

MGM CHANNEL 4313:00 Easy Money14:30 My American Cousin16:00 The Resurrected17:45 Critical Assembly19:15 A Man of Passion21:00 100 Films and A Funeral22:30 Fires Within00:00 The Russia House

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters14:00 D-Day In Colour15:00 Secrets Of Seal Team 616:00 Enigmatic Malaysia17:00 Dirty Jobs

(MCTV 52) Animal Planet19:00 THE JEFF CORWIN EXPERIENCE

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi17:30 Liga Sagres: Feirense - Porto (Repetição)19:00 TDM Entrevista (Repetição)19:30 Amanhecer20:25 Acontecimentos Históricos20:30 Telejornal21:00 Jornal da Tarde RTPi22:10 JK22:40 Loucos por Jogo22:55 Acontecimentos Históricos23:00 TDM News23:30 TDM Desporto00:00 Há Conversa01:00 Telejornal - Repetição01:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra15:00 O Mundo de Cá16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão18:00 Resistirei18:45 Reportagem RTP19:00 Liberdade 21 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra22:30 Portugueses Sem Fronteiras23:00 Portugal no Coração

TVB PEARL 8306:00 Charlie Rose07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 Angelo Rules16:30 Chuggington16:55 Chuggington Badge Quest17:00 Escape from Scorpion Island17:30 Tales of Tatonka18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 America’s Funniest Home Videos18:50 Global Ideas19:00 The Wall Street Journal Report19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 The Pearl Report20:30 Supernatural21:30 Ultimate Power Builders22:30 Market Place22:35 The Mentalist 23:35 The CEO Connection 23:40 World Market Update23:45 News Roundup00:00 Earth Live00:05 2401:00 The Wall Street Journal Report01:25 FIFA Football World01:55 European Art at the MET02:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3013:00 FINA Aquatics World 2011 13:30 Tiger Street Football 201115:30 MLB Regular Season 2011 New York Yankees vs. Toronto Blue Jays18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Monday Night Verdict 20:30 FINA Aquatics World 2011 21:00 Beach Soccer Worldwide Miami Cup 2011 Spain vs. Mexico

18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Gold Rush: Alaska20:00 Beyond Survival With Les Stroud21:00 Dual Survival22:00 Man Vs. Wild23:00 Deadliest Catch00:00 Dual Survival

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5113:00 Hitler’s Lost Battle Ship14:00 Jeju: The Island of Haenyeo15:00 Danger Men16:00 Murder Dolls17:00 Monster Fish18:00 Shark Men19:00 Seconds From Disaster20:00 Who Sank The Bismarck21:00 Inside00:00 The Border

ANIMAL PLANET 5213:00 Dark Days In Monkey City13:30 Echo And The Elephants Of Amboseli14:00 Must Love Cats15:00 Most Extreme16:00 Cats 10117:00 The Haunted18:00 Meerkat Manor19:00 The Jeff Corwin Experience20:00 Dark Days In Monkey City20:30 Echo And The Elephants Of Amboseli21:00 Most Extreme22:00 Cats 10123:00 The Haunted00:00 Meerkat Manor

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 Crucifixion16:00 Korea: The Arch of Enlightenment17:00 Swamp People18:00 Modern Marvels19:00 UFO Hunters20:00 IRT Deadliest Roads21:00 The Kennedys23:00 American Pickers00:00 American Restoration

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 I Survived14:00 Hoarders15:00 Soong Mei-Ling: Madame Chiang Kai-Shek17:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Billy The Exterminator19:00 Hoarders20:00 Storage Wars22:00 Mas Selamat, The Fugitive Terrorist23:00 Hoarders00:00 I Survived

AXN 6212:15 CSI: Ny13:05 The Guardian14:00 Spring Wipeout14:55 The Amazing Race15:50 CSI: Ny16:40 Ncis: Los Angeles17:30 Leverage18:20 Wipeout19:15 David Blaine: Street Magic20:10 Top Chef21:05 Leverage22:00 The Voice

STAR WORLD 6312:10 The Bachelorette13:05 Grey’s Anatomy14:00 The Gates14:55 Traffic Light15:25 Glee16:20 Ugly Betty17:15 Got To Dance UK18:10 The Bachelorette19:05 How I Met Your Mother19:30 Raising Hope20:00 Hell’s Kitchen20:55 America’s Next Top Model21:50 Glee22:45 The Bachelorette23:40 How I Met Your Mother00:05 America’s Next Top Model

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-ILIDIVEL. E. 2-ABADANAR. MS. 3-GELA. CI. BIO. 4-IRA. CA. LIA. 5-TA. IR. TUTUS. 6-O. ORACULO. A. 7-ULNAS. AA. PB. 8-HUM. ES. COA. 9-IAS. DI. PARI. 10-AS. MARSUINO. 11-M. MOSAISMO.VERTICAIS: 1-AGITOU. IAM. 2-IBERA. LHAS. 3-LALA. ONUS. M. 4-IDA. IRAM. MO. 5-DA. CRAS. DAS. 6-INCA. C. EIRA. 7-VAI. TUAS. SI. 8-ER. LULA. PUS. 9-L. BITO. CAIM. 10-MIAU. PORNO. 11-ECO.SABAIO.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Que se pode ilidir. 2-Abaçanar. Megaciclo (abrev.). 3-Congela. 101 (Rom.). Vida (Pref.). 4-Indignação. Nesta terra. Liga, une. 5-Chega!. Deslocar-se. Nádegas de criança (Fam.). 6-O m. q. orago. 7-Medida equivalente a uma braça (pl.). Vogais iguais. Estado da Paraíba, Brasil (abrev.). 8-Dúvida, desconfiança (Interj.). Pertences. Depura, joeira. 9-Andavas. 501(Rom.). Dei à luz. 10-Face de dado com um só ponto. Género de cetáceos semelhantes ao Golfinho. 11-Lei de Moisés.VERTICAIS: 1-Sacudiu. Prosseguiam. 2-O m.q. Ibéria. Contr. do pron. pess. compl. lhe com pron. pess. as. 3-Canta para adormecer as crianças. Imposto gravoso ou pesado. 4-Marcha. Enfurecem. Pedra de lagar. 5-Cede gratuitamente. Som que imita a voz do corvo. Ofereces. 6-Título dos soberanos do Peru antes do domínio espanhol. Lajeamento onde se malham cereais. 7-Toma parte, figura. Próprias de ti. Nota musical. 8-Também (Arc.). Calamar. Matéria, icor. 9-Trabalho com bita, calco. Filho de Adão e Eva que, por inveja, matou o seu irmão. 10-O gato (Infant.). Prostituta (Pref.). 11-Repetição. Título do governador de Goa.

Informação Macau Cable TV

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PUB.SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Não sei se convosco é assim. Eu costumo ler vários livros ao mesmo tempo. Sempre fui um leitor voraz. Cheguei até, durante alguns anos, a fazer fichas de leitura detalhadas de todos os livros que ia lendo: a primeira sucedeu quando, deslumbrado, cheguei ao fim de Mau Tempo no Canal - para mim o melhor romance português do século XX e com uma das melhores personagens femininas de toda a história da nossa literatura

OPINIÃO SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011

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caderno d iá r i oPedro Correia

TERÇA, 14 Ouço com alguma frequência opiniões negativas sobre o ensino das re-ligiões - e da religião cristã em particular. São opiniões que fazem tábua rasa de dois mil anos de história da Humanidade e que, se fossem levadas à letra, conduziriam ao desconhecimento generalizado de uma das nossas bases civilizacionais. A história da pintura, da escultura, da arquitectura e de parte significativa da música ocidental torna-se incompreensível a quem ignora os fundamentos do cristianismo e as inúmeras personagens dos livros da Bíblia. Isto nada tem a ver com crença - tem a ver com cultu-ra, no sentido mais lato, profundo e nobre do termo.

A ignorância das religiões -- em nome do princípio da laicidade levado ao extre-mo - conduz até à incompreensão e à irre-levância de boa parte dos maiores autores ateus, agnósticos e anticristãos -- de Voltaire a Nietzsche. Leio, de momento, uma das obras mais emblemáticas de Karl Marx: está cheia de alusões bíblicas, provavelmente ininteligíveis para todos os apóstolos da “indiferença”, que fogem da religião como o diabo da cruz em vez de procurarem en-tender a importância da religiosidade e da espiritualidade como parte integrante da condição humana, da criação artística e do pensamento filosófico através de todas as épocas - incluindo a nossa.

O Moisés, de Miguel Ângelo, a Última Ceia, de Leonardo, a Paixão Segundo São Ma-teus, de Bach, a catedral de Chartres ou a de Brasília (criada pelo ateu Óscar Niemeyer), para serem devidamente apreciadas enquan-to veículos de fruição artística e emanações

do melhor da nossa cultura, necessitam de referências que só o conhecimento das religiões (neste caso a religião cristã) nos proporciona. Isto vale também, como é óbvio, para a Mesquita Azul de Istambul, o Buda Reclinado de Banguecoque, Machu Picchu ou Angkor Wat.

Ao criticarem o estudo das religiões, os arautos desta tese estão no fundo a fazer a apologia da ignorância. Assumi-la em nome da “laicidade” é ainda mais grave. Por cons-tituir uma perversão da genuína laicidade - a que vem expressa, pela voz de Cristo, nos Evangelhos: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”

É uma frase muito antiga - e tão “moder-na” como se tivesse sido impressa no jornal desta manhã. Conhecê-la - e saber por que foi proferida e os efeitos devastadores que causou numa concepção teocrática do poder político - ultrapassa em muito o reduto da fé: é um acto de cultura. Da mesma forma que alguém sem o menor conhecimento bíblico é incapaz de interpretar esta extraordinária frase, contida num dos romances de Graham Greene: “Prefiro ter sangue nas mãos do que água como Pilatos.”

Religião também é isto: uma chave para decifrar o mundo, uma pista para descobrir-mos novos mundos. Às vezes longínquos, outras vezes situados bem próximo de nós.

QUARTA, 15 Uma frase: «Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.» (George Orwell)

SEXTA, 17 Devemos avançar para as obriga-

ções europeias. E para a Taxa Tobin. E para o aprofundamento do federalismo. Isto é propagado a toda a hora por uma legião de analistas domésticos, que no entanto pare-cem esquecer um pormenor: e onde resta a opinião dos “europeus” em tudo isto? Cada palpite a Angela Merkel emitido à distância, de Portugal para Berlim, escamoteia o facto de a chefe do Governo alemão ter de respon-der, antes de mais nada, perante os eleitores do seu próprio país. Que parecem pouco ou nada inclinados em acudir às periclitantes economias periféricas da Europa. É curioso, aliás, verificar que alguns dos que em Lisboa garantem não ter a menor intenção de con-tinuar a sustentar com os seus impostos as dívidas orçamentais da Madeira exigem por sua vez que os contribuintes alemães tenham uma atitude oposta, ajudando a financiar o défice português.

Não devemos exigir nada aos outros que não estejamos dispostos a fazer também: uma Europa incapaz de assimilar esta evi-dência pode ter um relevante passado, mas seguramente não terá futuro.

incompreensíveis para o miúdo que eu então era. Graças a essa curiosidade difícil de sa-ciar, aprendi a ler livros que ultrapassavam a minha idade à medida que os ia retirando das estantes. A Peste, de Camus. Conversas com Borges, de Georges Charbonnier. As Democracias Populares, de François Fejto. Os Cinco Comunismos, de Gilles Martinet.

E tantos outros, às vezes com autógrafos oferecidos ao meu pai -- de Júlio Dantas a Luiz Francisco Rebello, de Pedro Homem de Melo a Romeu Correia, de Tomás Kim a Armando Cortesão. Esses eram os que eu ia desfolhando com maior deslumbramento. Como se a dedicatória e o autógrafo prolon-gassem a sensação de que ao abrir um livro escancarava uma janela para o mundo. Havia também os que estavam “encadernados em pele de carneira”, como então se dizia com alguma pompa. O Primo Basílio. As poesias completas (sempre incompletas) de Fernando Pessoa. A Lã e a Neve, de Ferreira de Castro -- que descobri aos 15 anos, com o mesmo empolgamento de quem lera pouco antes os contos de Jack London com a chancela da editora Civilização, o Robinson Crusoe (da colecção juvenil da Portugália) e o Texas Jack (da Agência Portuguesa de Revistas). Os operários das fábricas de fiação da Covilhã faziam as vezes dos mosqueteiros da rainha, a “minha” Serra da Estrela substituía as Tu-lherias, o realismo socialista entrecruzava-se com aventuras de capa e espada.

Voltei hoje a ver estes livros - e tantos outros - ao revisitar a biblioteca paterna, agora adormecida: há muito que nenhum novo título ali entra para fazer companhia aos demais. A vasta secção de pedagogia - incluindo os Piagets, que nunca me interessa-ram - foi recentemente doada, vários outros talvez sigam em breve idêntico caminho. Mas há volumes de que nunca me separarei. Bonecos de Luz, com a letra larga e generosa de Romeu Correia na página de abertura - a minha iniciação, ainda infantil, à literatura portuguesa. O livro que Brassai escreveu sobre Picasso - retrato de uma época irrepe-tível. Goethe e Rilke traduzidos por Paulo Quintela. A primeira edição da biografia de Pessoa escrita por Gaspar Simões, psicana-lista improvisado do “Menino de Sua Mãe”.

Parecia-me tão grande, a biblioteca, quando eu era miúdo. Pareceu-me hoje mais pequena quando regressei nesta romagem de saudade: mesmo assim, cheia de livros que nunca terei tempo de ler. Sentei-me num cadeirão durante longos minutos, em silêncio, e senti-me menino outra vez. À espera que o meu pai chegasse a qualquer momento para me tirar aquele livro lá em cima, da última estante. Estendi o braço mas não cheguei lá.

SÁBADO, 18 Não sei se convosco é assim. Eu costumo ler vários livros ao mesmo tempo. Sempre fui um leitor voraz. Cheguei até, durante alguns anos, a fazer fichas de leitura detalhadas de todos os livros que ia lendo: a primeira sucedeu quando, des-lumbrado, cheguei ao fim de Mau Tempo no Canal - para mim o melhor romance português do século XX e com uma das melhores personagens femininas de toda a história da nossa literatura.

Comecei a ler muito cedo, estimulado por uma vasta biblioteca paterna, cheia de títulos

Page 16: Hoje Macau 19 SET 2011 #2456

SEGUNDA-FEIRA 19.9.2011www.hojemacau.com.mo

GALAXY REFEIÇÃO LEVA11 PESSOAS AO HOSPITALNa sexta-feira, os Serviços de Saúde (SS) foram notificados pelo Hospital Kiang Wu, depois de uma suspeita de intoxicação alimentar no restaurante Festiva, no complexo Galaxy. Os casos foram verificados em quatro famílias, que depois de terem comido no ‘buffet’ apresentaram sintomas de dores abdominais, diarreias e febres baixas. Os SS conseguiram contactar duas das famílias, num total de 33 pessoas – das quais 11 apresentaram sinais de uma possível intoxicação alimentar bacteriana. Os doentes já receberam alta. O serviços responsáveis estão a proceder à recolha de amostras de fezes para uma análise laboratorial mais profunda. No entanto, segundo a autoridade sanitária, o estabelecimento cumpre as regras de higiene, mas foi sugerido pela entidade que o restaurante suspendesse os serviços e o não fornecimento de comidas de alto risco.

TELEMÓVEIS PÁGINAPARA COMPARAR PREÇOSO Conselho de Consumidores (CC) quer evitar a venda enganosa de telemóveis. Através de informações obtidas através de queixas, tanto de residentes, como de turistas, existem lojas em Macau que utilizam métodos fraudulentos para arbitrariamente aumentar – o dobro ou o triplo praticado no mercado – do preço de alguns dos modelos mais populares. Como medida para evitar estes casos, o CC irá disponibilizar online os preços de referência dos telemóveis, para consulta prévia por parte dos consumidores. O trabalho de recolha já foi iniciado, com a apoio da Associação dos Comerciantes de Macau. Nesta fase inicial vão estar disponíveis os valores mais baixos e mais altos de 13 modelos de seis marcas diferentes. O organismo vai ainda introduzir um código de conduta a ser aplicado às lojas certificadas, de modo a garantir os interesses dos consumidores.

ENSINO CHUI SAI ON ANUNCIA FUNDO“O Governo vai criar um fundo para o ensino superior e continuar com a concessão de bolsas de mérito e de estudo, e de bolsas de mérito para pós-graduados, proporcionando condições favoráveis a todos os que pretendam prosseguir os seus estudos”, afirmou o Chefe do Executivo na cerimónia de graduação do ano académico 2010/2011 do Instituto Politécnico de Macau (IPM), no sábado. Chui Sai On acrescentou ainda que o Governo continua a apostar na melhoria da qualidade do ensino superior, da investigação científica, da elevação da autonomia e flexibilidade das instituições.

car toonpor Steff

O PORTA-ABUTRES

TAIWANÊS VENCE MACAU OPEN DE GOLFEO taiwanês Chan Yih-shin não vacilou no quarto e último dia da edição de 2011 do Open de Macau em Golfe e surpreendeu a concorrência ao conquistar a vitória no green de Coloane. Contrariando o favoritismo assacado ao tailandês Thaworn Wiratchant e ao australiano David Gleeson, Chan Yih-shin dominou desde a primeira hora no percurso do Macau Golf and Country Club. O atleta taiwanês iniciou a quarta ronda da competição com um total de 201 pancadas, 12 abaixo do par do principal green do território. Com uma vantagem confortável para a restante concorrência, Chan Yih-shin parecia ter via aberta para um triunfo tranquilo, mas um mau início de jornada acabou por quase colocar em cheque a prestação do 57.º classificado do ranking asiático. Um duplo bogey logo no primeiro buraco da quarta e última ronda ao circuito do green de Coloane obrigou o atleta taiwanês a concentração redobrada durante a recta final da competição. A falha acabou por ter repercussões mínimas no desempenho de Chan Yih-shin. Nos últimos nove buracos do Macau Open, o atleta formosino mostrou um acerto à prova de bala, conseguindo nada mais nada menos do que quatro birdies em cinco jogadas. A sequência de bons resultados acabou por permitir que Chan Yih-shin recuperasse o terreno perdido para a concorrência e terminasse a quarta e última ronda ao green de Coloane, com um total de 69 pancadas (14 pancadas abaixo do par) e três pancadas de vantagem face a David Gleeson e a Thaworn Wiratchant. O triunfo de Chan Yih-shin é apenas a segunda do atleta taiwanês em provas a contar para o Circuito Asiático. Chan Yih-shin arrecadou ainda um prémio monetário com valor superior a 800 mil patacas: “Esta vitória vai ajudar a minha carreira e agradeço a todos porque foi um excelente fim de semana”, confessou, entusiasmado. A edição de 2011 do Open de Macau distribuiu um total de 750 mil dólares pelos 66 finalistas. O Macau Open regressou ao green de Coloane após um ano de ausência, com a empresa responsável pela organização a garantir que a continuidade da prova está assegurada pelo menos até 2013.

Dívida da Macao Dragon pode ascender às 10 milhões de patacas

Credores ao rubroGonçalo Lobo [email protected]

OS credores da Macau Dra-gon estão de cabelos em pé. A falência da operadora deixa uma dívida de cerca

de 10 milhões de patacas bem como milhares de bilhetes previamente vendidos nas páginas da Internet BeeCrazy e Groupon. Paralelamente, o Conselho de Consumidores (CC) de Macau referiu, em comunicado, que já foram tratados 54 casos relativos ao fim das actividades, envolvendo um total de 642 bilhetes e um montante no valor de cerca de 30 mil patacas. Do lado de Hong Kong, o CC recebeu já 77 pedidos de informação, três dos quais resultaram em queixa.

De acordo com o jornal “South China Morning Post”, a falência da Macao Dragon ainda é desconhecida a muita gente. Um passageiro, ouvido pelo jornal, referiu que comprou 20 bilhetes no BeeCrazy e que ainda não tinha ouvido qualquer notícia relacionada com a insolvência da empresa. “Foi a segunda vez que comprei bilhetes online e o resgate dos ‘vouchers’ tinha de ter sido feita até ontem [dia 15]”, referiu.

Um porta-voz do portal afirmou que o valor dos 64 mil ‘vouchers’

comprados através do site por cerca de 8000 internautas será totalmente reembolsado. O mesmo afirmou um responsável da Groupon de Hong Kong. “A restituição integral do valor gasto é da nossa responsabilidade.”

Já o porta-voz do Conselho para as Agências de Viagens, Joseph Tung Yao-chung, referiu que as agências po-dem ajudar os clientes a reclamarem as suas dívidas, mas que não acredita em reembolsos totais.

Do lado da Deloitte Touche Toh-matsu, empresa que tinha em mãos o processo liquidatário da Macao Dragon, Derek Lai Kar-yan e Darach Haughey referiram que não podem proceder a qualquer retorno e que os ‘vouchers’ da BeeCrazy têm de ser devidamente reembolsados pelo site.

Os auditores estimam que, muito provavelmente, a empresa de ferries deva mais de dez milhões de patacas aos seus credores e as suas dívidas totais podem muito bem ascender os seus activos. A Macao Dragon não possui ferries próprios, tendo alugado a empresas afiliadas.

EXIGE-SE O REEMBOLSOEntretanto, a Capitania dos Portos (CP) já conseguiu chegar à fala com a administração da Macao Dragon, pedindo a implementação de medidas

eficientes no processo de reembolso do valor dos bilhetes já comprados.

Confirmando que o movimento do terminal da Taipa não foi afectado, a CP vai continuar a acompanhar o tráfego naquele terminal, articulan-do com as outras companhias de navegação a aceleração do fluxo de passageiros.

A CP referiu ainda que está a investigar a suspensão do serviço da Macao Dragon e que, caso haja violação das disposições legais, irá apurar a respectiva responsabilidade.

A Macao Dragon foi criada em 2006 pelo magnata David Chong Liang-hou, cuja família havia sido envolvido no negócio de ferries de Hong Kong para Macau. A empresa teve de aguardar quatro anos para que o Governo de Macau emitisse uma licença, mas quando finalmente começou a funcionar, em Julho do ano passado, foi confrontada com a dura competição da TurboJet, da proprie-dade da família do magnata Stanley Hol, e da CotaiJet, da Sands China.

A operar com barcos com capa-cidade de transporte de mais de mil pessoas, a empresa nunca obteve o aval de transporte total do Executivo da RAEM que balizou o transporte em 750 passageiros a partir de Hong Kong e 600 desde Macau.

Só quando o gato ladrar, se pode em político acreditar. Por Fernando

Ciclone