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CEBs - Informação e Formação para animadores 1 FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO PARA ANIMADORES Diocese de São José dos Campos - SP - Informativo das CEBs - Ano VIII - Novembro de 2012 - Nº 84 Identidade das CEBs LEIA + NA PÁGINA 3 3 Vidas Pela Vida LEIA + NA PÁGINA 4 4 Espaço do Animador LEIA + NA PÁGINA 6 6 Aconteceu! Irá Acontecer! LEIA + NA PÁGINA 8 8 Palavra do Assessor LEIA + NA PÁGINA 2 2 Todos os leigos e leigas são convidados a serem sacramento do Ressuscitado e assim como Ele, fazer sempre a opção preferencial pelos pobres. É nesse diferencial que Jesus é Rei. No Reino de Deus é primeiro quem se faz úlmo, quem está sempre servindo, quem pára e ouve, quem pára e socorre, quem vai senr junto as dores. Ser leigo e leiga é ser os braços e pernas do Cristo Rei, de Jesus o Grande Servidor. 25 de novembro: Solenidade de Cristo Rei do Universo e o Dia do Leigo 7 Encontro Diocesano das CEBs LEIA + NA PÁGINA 7 Fotos: Bernadete Mota

Informativo das CEBs - novembro 2012

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Page 1: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores 1

FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO PARA ANIMADORES

Lá vem o Trem das CEBs...Diocese de São José dos Campos - SP - Informativo das CEBs - Ano VIII - Novembro de 2012 - Nº 84

Identidadedas CEBsLEIA + NA PÁGINA 33 Vidas

Pela VidaLEIA + NA PÁGINA 44 Espaço do

AnimadorLEIA + NA PÁGINA 66 Aconteceu!

Irá Acontecer!LEIA + NA PÁGINA 88Palavra

do AssessorLEIA + NA PÁGINA 22

Todos os leigos e leigas são convidados a serem sacramento do Ressuscitado e assim como Ele, fazer sempre a opçãopreferencial pelos pobres. É nesse diferencial que Jesus é Rei. No Reino de Deus é primeiro quem se faz último,

quem está sempre servindo, quem pára e ouve, quem pára e socorre, quem vai sentir junto as dores.Ser leigo e leiga é ser os braços e pernas do Cristo Rei, de Jesus o Grande Servidor.

25 de novembro: Solenidade de Cristo Rei do Universo e o Dia do Leigo

7EncontroDiocesanodas CEBsLEIA + NA PÁGINA 7

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CEBs - Informação e Formação para animadores2PALAVRA DO ASSESSOR

Olá queridos amigos e amigas das Co-munidades Eclesiais de Base.

Estamos chegando ao final de mais um ano, e é sempre bom nos reunirmos para celebrar nossas conquistas, para nos ale-grarmos com nossa família CEBs.

E como já realizamos todos os anos - sempre no último domingo de novembro - teremos o nosso Encontro Celebrativo no próximo dia 25 das 08h da manhã às 16h, na Comunidade São João Batista, no bairro Santa Inês II.

Este encontro é uma oportunidade para fortalecer os vínculos desta família – CEBs, e também uma motivação para os projetos propostos para o próximo ano. É oportuni-dade de rever muitas pessoas e de conhe-cer novas, aumentando nosso parentesco e fortalecendo nossa Identidade.

O Encontro Celebrativo é movido pelo entusiasmo e pela partilha, colunas que sustentam todos os animadores e anima-doras da CEBs. Por isso, queremos neste Encontro de 2012, celebrar com nossas

famílias, um dia muito especial, um dia de Encontro e Encanto.

Encontro que desponta para o diálogo, para uma relação saudável e de vida co-mungada e partilhada, vivida e celebrada em Família.

Encanto que nos motiva cada dia mais, a seguir fiel à missão confiada por Jesus a cada um de nós – Ser Testemunha da Boa Nova.

Unidos e reunidos em comunidade, queremos dar passos largos ao seguimen-

to de Jesus Cristo; queremos ser pareci-dos com o Mestre em tudo. Nossa meta é Amar mais e melhor, é perdoar mais e sem medida, é viver intensamente nossa relação com o Pai e com os irmãos e irmãs.

Um abraço e minha bênção a todo o povo de Deus que faz parte das Comuni-dades Eclesiais de Base, e especialmente à Juventude.

Pe. Fabiano Kleber C. do AmaralAssessor Diocesano das CEBs

Encontro Celebrativo 2012

2005 2006

2007 2008

2009 2010

2011Dia 25 de novembro

Horário: dia todoLocal: Capela São João Batista

Jardim Santa Inês IISão José dos Campos - SP

Ficha com os Coordenadores Paroquiais

Participe!

2012 Encontro Celebrativodas CEBs

Fotos: Bernadete Mota

Page 3: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores 3

conseguiram conquistar os mesmos es-paços de trabalho que o homem branco.

Na época da escravidão os negros não tinham direito ao estudo ou a aprender outros tipos de trabalho que não fossem os braçais, ficando presos a esse tipo de tarefa.

Muitos deles, estando libertos, con-tinuaram na mesma vida por não terem condições de se sustentar.

O dia a consciência negra é marca-do pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade. Além desses assuntos, enfa-tizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutir e trabalhar para conscientizar as pessoas da impor-tância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país.

Por Jussara de BarrosGraduada em Pedagogia

Fonte: Brasil Escola

IDENTIDADE DAS CEBs

A Solenidade de Cristo Rei do Universo e o Dia do Leigo

Dia Nacional da Consciência Negra

O Ano Litúrgico vai chegando ao fi-nal, vai chegando ao seu ocaso e somos convidados e convidadas a contemplar a imagem do Ressuscitado como Rei e Se-nhor do Universo.

Parece contraditório com nossa ca-minhada, parece contraditório com o que Ele mesmo disse: “O meu Reino não é desse mundo”.

Para entender o título de realeza dado a Jesus é fundamental compre-ender seu projeto e olhar diferente de como o mundo o vê.

Nossa sociedade é corrompida pelo poder e se olharmos com esses olhos, certamente logo colocaremos uma co-roa, um cetro e um manto em Jesus.

A dinâmica do Emanuel é diferente. O ensinamento do Deus Conosco é o oposto do que vemos, ouvimos ou vi-vemos em nossas realidades sociais. O legado do Grande Servidor é o Serviço. Grande para Ele é quem se torna ser-vo. Sábio para Ele é quem aprende com os pequenos. Mestre para Ele é quem

sai do conforto para lavar os pés de sua gente. É uma proposta diferente. Não é mais o ser servido, mas é o servir que é importante.

Jesus é Rei no sentido de ser o Servo Sofredor. Servo, sempre servo. Servo até as últimas consequências. Sua coroa foi uma coroa de espinhos, seu cetro uma vara, seu manto só lhe serviu para que rissem dele, seu trono foi uma cruz.

Aos olhos dos poderes opressores um total fracasso. Mas aos olhos de Deus: entrega, testemunho, martírio e conse-qüência de uma opção feita pelos pobres.

É uma ótica que di-verge do que os pode-rosos deste planeta vi-vem. Jesus é Rei porque alimentou seu povo, multiplicou pão por-que ensinou a partilhar. Curou os doentes.

Protegeu as viúvas. Abençoou as crianças. Trouxe para a socieda-de aqueles e aquelas que estavam excluídos das rodas sociais e até mesmo das igrejas. Res-

suscitou as pessoas que o poder fez aos poucos morrerem e as inseriu novamen-te nas comunidades.

Nesse sentido é tão importante a vo-cação leiga, pois cada batizado e batizada é convidado e convidada a ser Sacramen-

Sexagenários deu direito à liberdade aos escravos com mais de sessenta anos.

No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

O quilombo era uma localidade situ-ada na Serra da Barriga, onde escravos se refugiavam. Com o passar dos anos, chegou a atingir uma população de vinte mil habitantes, em razão do aumento das fugas dos escravos.

Os escravos serviam para fazer os trabalhos pesados que o homem branco não realizava, eles não tinham condições dignas de vida, eram maltratados, apa-nhavam, ficavam amarrados dia e noite em troncos, eram castigados, ficavam sem água e sem comida, suas casas eram as senzalas, onde dormiam no chão de terra batida.

Muitas pessoas eram contra essa for-ma de tratar os negros e várias tentativas aconteceram ao longo da história para defender seus direitos. Em 1871 a Lei do Ventre Livre libertou os filhos de escravos que ainda iriam nascer; em 1885 a Lei dos

Mas Princesa Isabel foi a responsável pela liberta-ção dos escravos, quando assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, dando--os direito de ir embora das fazendas em que tra-balhavam ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos.

O dia da consciência ne-gra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.

Hoje temos várias leis que defendem esses direi-tos, como a de cotas nas universidades, pois acre-dita-se que, em razão dos negros terem sido margina-

lizados após o período de escravidão, não

to, a ser sinal do Cristo Servo em todos os espaços da sociedade. Nas escolas, nos trabalhos, nos hospitais, na política, nos ônibus, enfim em cada casa o leigo e a leiga é um ícone do Ressuscitado. Nas incontáveis realidades da vida lá está nosso povo que deve ser servidor. Servidor porque antes, Jesus, o Mestre e Senhor assim o fez.

Todas as pessoas são convidadas a viver este desafio. Todo mundo é convi-dado a ser servidor e servidora. Todos os leigos e leigas são convidados a serem sacramento do Ressuscitado e assim como Ele, fazer sempre a opção prefe-rencial pelos pobres.

É nesse diferencial que Jesus é Rei. No Reino de Deus é primeiro quem se faz último, quem está sempre servindo, quem pára e ouve, quem pára e socorre, quem vai sentir junto as dores. Ser leigo e leiga é ser os braços e pernas do Cristo Rei, de Jesus o Grande Servidor.

Éder Massakasu Aono

Figura de Divulgação

Figura de Divulgação

Page 4: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores4“VIDAS PELA VIDA”

POR CAUSA DA VIDA PLENA: FINADOS E TODOS OS SANTOS!

O Padre e o AtorREFLEXÃO

A pequena história que segue pode-rá ilustrar um pouco o que acontece em nossas celebrações.

Havia dois irmãos. Um resolveu ser padre e foi para o seminário. O outro pre-feriu seguir carreira como ator. Muitos anos se passaram sem que se vissem.

Alguns anos mais tarde, finalmente os dois se encontraram na casa dos pais. Nessa ocasião, os dois irmãos combina-ram que um visitaria o outro quando esti-vesse exercendo a sua “profissão”.

Algum tempo depois, sentado no meio da plateia, diante do palco onde dentro de instantes seu irmão ator entra-ria em cena, o padre esperava. Quando as cortinas se abriram, o padre ficou de “boca aberta”. Cenário bem montado, palmas vibrantes, atenção e silêncio, o som harmonioso da orquestra, tudo per-feito.

O apresentador começou a falar (sem papel na mão). Explicou o sentido da

peça para os dias de hoje. Falou sobre o autor, os atores e os detalhes do cenário. A apresentação foi um sucesso. Quando as cortinas se fecharam, todos, de pé, não paravam de aplaudir.

Muitos foram ao camarim do irmão ator para parabenizá-lo. Comentavam trechos da peça... tiravam lições para suas vidas.

Chegou o dia em que o ator vi-sitaria o irmão pa-dre. Encontrou-se, então, sentado na igreja, cercado por uma fria assem-bleia, num auditó-rio não muito con-fortável. Olhava para o altar, onde um cenário sem muita criatividade parecia não ser

trocado há muitos anos.De repente, alguém tomou um desa-

finado violão e pôs-se a exigir que todos o acompanhassem em uma melodia que não era possível escutar devido ao baru-lho de uma estridente bateria.

Foi então que surgiu seu irmão. Lá na frente, o comentarista leu alguma coisa.

Mas não se pôde entender muito bem o que iria acontecer, nem a importância dis-so para os dias de hoje. Não havia palmas. Por outro lado, em nenhum momento houve silêncio completo.

No final da mis-sa, o padre voltou para a sacristia. Só o irmão ator foi

cumprimentá-lo. O padre perguntou-lhe:- Por que as coisas são assim? Lá no

teatro as pessoas eram tão atenciosas. Aqui tudo parece ser diferente. Que acontece?

E o irmão disse: - Você quer minha opinião sincera? - Claro... diga o que você pensa! - respondeu o padre.

E o ator disse: - É que lá nós represen-tamos mentiras como se fossem verda-des, e aqui vocês representam verdades como se fossem mentiras!!!

Fonte: Do livro: “Curso de Liturgia”Pe. Joãozinho, CSJ

Os santos são aqueles e aquelas que passaram pela experiência da morte. Viven-do intensa e profundamente a vida, conse-guiram transformar o momento da morte no mais privilegiado momento da vida.

Nos últimos tempos, cresceu a consciên-cia coletiva de que se está travando um ver-dadeiro duelo entre os mecanismos naturais da vida e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos. As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. O que de sofrimen-to, frustração e humilhação aí se esconde é inenarrável. As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.

Para o sistema vigente, a acumulação ili-mitada de ganhos é tida como inteligência, a rapinagem de recursos públicos e naturais como destreza, a fraude como habilidade, a corrupção como sagacidade e a exploração desenfreada como sabedoria gerencial. É o triunfo da morte. Será que nesse duelo ela levará a melhor?

O que podemos dizer é que nessa guer-ra não temos nenhuma chance de ganhar da Terra. Ela existiu sem nós e pode conti-

nuar sem nós. Nós sim precisamos dela. O sistema dentro do qual vivemos é de uma espantosa irracionalidade, própria de seres realmente dementes. Precisamos excluir este tipo de morte de nosso meio.

A morte natural se apresenta como a situação privilegiada da vida, na qual o homem irrompe numa inteira maturação espiritual, onde a inteligência, a vontade, a sensibilidade e a liberdade podem ser exer-cidas em sua plena espontaneidade, sem os condicionamentos exteriores e as limitações inerentes à nossa situação no mundo. Desde que Cristo morreu só, ninguém precisa mor-rer solitário. Ele desceu aos infernos de nos-sa própria situação. Abriu a porta da morte e a fez passagem para o Pai. Morremos sob o eco de sua voz que sussurra palavras de infi-nito consolo: “Não temas. Eu sou o primeiro e último, aquele que vive. Conheci a morte. Mas eis que vivo pelos séculos dos séculos. Eu tenho as chaves do inferno e da morte. Vem, para o Reino da Vida”!

É por causa dos santos e mártires que a vida da esperança não morre. Eles consti-tuem a semente viva de outros que como Je-sus levarão sempre avante a causa de Deus nas causas daqueles que buscam justiça,

participação e fraternidade.Há mortes que reforçam a vida. É a mor-

te daqueles que tombaram na luta pela jus-tiça, que escolheram a perseguição e a calú-nia, suportaram com valentia a tortura e a eliminação física. De todos estes o mundo não era digno. Mas eles dignificaram o mun-do. A humanidade guarda-lhes, devota, sua memória. Levanta monumentos não a tira-nos, mas a seus mártires.

O homem pode integrar a morte na vida. Abraçá-la com total despojamento e derra-deiro ato de amor como entrega confiante. O santo pode de tal modo integrar a morte no contexto da vida, que não veem mais nela a ladra traiçoeira da vida, mas a irmã que nos liberta e nos introduz na casa da

Vida e do Amor.“Passa certamente a figura deste mundo

deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara morada nova e nova ter-ra. Nela habita a justiça e sua felicidade irá satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem dos corações dos homens. En-tão, vencida a morte, os filhos de Deus res-suscitarão em Cristo... e toda aquela criação que Deus fez para o homem será libertada da servidão da vaidade... O Reino já está presente em mistério aqui na terra. Che-gando o Senhor, ele se consumará” (GS, n. 39/318.320).

Nivaldo Aparecido Silva - Membro da Ir-mandade dos Mártires da Caminhada.

Para Refletir!

Qual a importância da liturgia?Você está satisfeito com as celebrações

realizadas em sua Igreja?Como envolver mais o povo na liturgia?

Figura Divulgação

Page 5: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores 5PASTORAL DE EVENTOS E PASTORAL DE PROCESSO

Está em voga a Pastoral dos Eventos. Estes se multiplicam de tal modo que é difícil encontrar lugar na agenda de não poucas lideranças de movimentos e pas-torais sociais. Grandes encontros, se-minários, assembleias, romarias vão se sobrepondo umas às outras no decorrer do ano.

Até aqui, nada de anormal. Do ponto de vista pessoal, os eventos são necessá-rios para manter viva a chama do vigor profético e do entusiasmo; do ponto de vista sócio político, servem para dar maior visibilidade, e portanto maior inci-dência, à forças das organizações popula-res. Sem esses momentos fortes e signifi-cativos, as atividades rotineiras tendem a se diluírem, a se dispersarem e a se per-derem no anonimato e no esquecimento.

O problema se coloca quando tudo se reduz a meros eventos. De evento em evento, chega-se facilmente à pastoral dos espetáculos, dos shows ou do entre-tenimento. Nesta linha, não é difícil cair na armadilha da mídia, onde a notícia sé-ria e reflexiva dá lugar à manchete sen-sacionalista. Mais que uma visão crítica, procura-se despertar sensações e emo-ções momentâneas. Não é raro que esse contexto da “sociedade do espetáculo” (Guy Debord) penetre e contamine as atividades sócio-pastorais com seus estri-dentes apelos publicitários.

Pior ainda é que a espetacularização da pastoral engendra, com frequência, dois riscos interligados: primeiramente, um profissionalismo altamente nocivo, onde especialistas de grandes eventos muitas vezes decolam das bases e mani-

festam enorme dificuldade de aterrizar. Com isso, numerosos eventos são pen-sados e decididos em laboratório, caindo de cima para baixo e sobrecarregando o calendário das comunidades e movimen-tos. O resultado é que, enquanto os di-rigentes tendem a alçar voo, o dia-a-dia das lutas sociais se vê atropelado por campanhas, encontros, congressos, e assim por diante. Eventos esses não raro paralelos uns aos outros.

Em segundo lugar, há o risco de de-terminado movimento ou pastoral se converter em uma espécie de Organiza-ção não Governamental (ONG). Neste caso, a tendência é dar maior importân-cia à estrutura da organização do que às reivindicações básicas dos setores mais necessitados da população. Ao invés de voltar-se para os anseios, lutas e sonhos desses setores, na configuração da ONG o que predomina, muitas vezes, é a ma-nutenção efetiva da mesma.

O grande desafio, então, é estabele-cer uma conexão fecunda entre a pas-toral como um processo de reflexão, conscientização e ação, de um lado, e os eventos extraordinários, de outro.

Na contramão dessa integração ne-cessária, os eventos criam às vezes um ambiente tão grandioso e despertam ex-pectativas tão elevadas que seus partici-pantes, ao retornarem às bases, podem sentir-se desiludidos e desencantados. O exemplo da caminhada das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) pode servir de ilustração.

Os agentes pastorais e lideranças, nos grandes encontros de CEBs, recebem

um banho festivo e celebrativo de entusiasmo e estímulo. Mas, ao regressar ao dia-a-dia de sua comu-nidade particular, se deparam com frustrações uma atrás da outra. A discrepância entre evento e proces-so de organização pode levar ao de-sânimo, quanto não à elitização de uma minoria “consciente”, frente a uma maioria “alienada”.

Como diminuir o impacto des-se descompasso entre o evento e a pastoral cotidiana? Por uma par-te, é importante que as sombras e turbulências da caminhada, e não apenas as luzes, tenham espaço nos eventos. E sejam aí enfrenta-das, avaliadas e celebradas na espi-ritualidade da cruz e ressurreição. A alegria do domingo de Páscoa mergulha suas raízes mais profun-das no contraste com o absurdo e a loucura da sexta-feira santa. Na vida de cada pessoa, movimento ou pastoral, dores e esperanças, tristezas e alegrias se mesclam e se confundem.

Por outra parte, é igualmente impres-cindível que o entusiasmo festivo dos eventos tenha repercussão no cotidiano árduo e difícil das organizações de base. Aqui também fracassos e vitórias se mis-turam e remetem ao mistério da morte e ressurreição de Jesus. A alegria dos discí-pulos de Emaús (Lc 24, 13-35), por exem-plo, após o encontro com o Ressuscitado, fermenta os passos lentos e pesados do processo de organização, mobilização e transformação sociopolítica.

Se é verdade que a Páscoa é colheita;

e a cruz, semente, podemos afirmar que nos dias atuais não estamos em tempo de colheita. Somos chamados a semear. E a acreditar na maturação da semente no seio úmido e escuro da terra, cientes de que a planta cresce primeiro para baixo, antes de crescer para cima. Busca forta-lecer as raízes no terreno turbulento e contraditório da história, antes de buscar o sol, o ar livre e o céu aberto. E princi-palmente, sabendo que, em geral, os que semeiam não são os que colhem.

Pe. Alfredo J. GonçalvesAssessor das Pastorais Sociais

Fonte: Adital

Rumo ao 13º intereclesial das CEBsSobre o Cartaz do 13º IntereclesialUma Proposta e um olhar...O Cartaz foi inspirado no traço da xi-

logravura presente na literatura de cordel e expressão típica da cultura nordestina.

No centro, encontramos a cruz do crucificado ressuscitado, de onde ema-nam as fitas votivas identificando as três pessoas da Trindade Santa, encontrando na outra extremidade a Palavra de Deus, experiência concreta de fé e vida.

Da cruz emerge também os raios da “terra do sol”, Juazeiro do Norte no Ce-ará, plantada sob o chapéu do romeiro que busca seu abrigo no Pai do céu. No

chapéu encontramos no santinho devo-cionário o mapa da América Latina, in-dicando a unidade das CEBs antenadas no desafio da evangelização do campo e da cidade, contextualizada pela situação sócio-política dos tempos atuais.

Na aba do chapéu encontramos a memória do trem das CEBs, acolhendo o 13º vagão que chega de encontro a esta experiência de comunhão com as várias culturas presentes nos intereclesiais.

Sob esta proteção e mística temos o movimento dos romeiros do Reino, co-munidades de homens e mulheres, crian-ças e adultos, jovens e idosos, trabalha-

dores e desempregados da cidade e do campo, vocações religiosas e leigas, que unidas ao padrinho Pe. Cícero expressam em romaria que “gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares não impor-tantes, conseguem mudanças extraordi-nárias”; demonstrando a grande certeza na esperança teimosa da flor do manda-caru que acreditamos na justiça e na pro-fecia a serviço da vida.

Artista: Pe. Marcos Aurélio Guima-rães Rabello

Parapeuna dist. de Valença - RJ

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Page 6: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores6ESPAÇO DO ANIMADOR

Dízimo, Educa para a Partilha e Vida Comunitária

Comunicar é preciso...

Novembro mês de Concientização do Dízimo

Somos uma equipe que trabalha para que este informativo chegue todo mês as suas mãos. São muitas as lutas, as corre-rias, as buscas por informações, os con-tatos por e-mail. Mas tudo isso é muito gratificante.

Hoje entendemos comunicação como arte, uma arte que não pode faltar, comu-nicar é informar e formar, é articular e or-ganizar, é construir e desconstruir ideias.

Nesse tempo em que vivemos, as in-formações são muito rápidas, as mudan-ças constantes, mas por meio de cada foto, de cada artigo, de cada texto tenta-mos passar e repassar o caminhar de nos-sas CEBs.

Já não vivemos mais o terror da cen-sura imposta sobre os meios de comuni-cação como no tempo da ditadura, porém

Nossa fé é comunitária. Sua expres-são viva é a comunhão e unidade entre irmãos que professam a fé em Jesus Cris-to, nosso Salvador.

O dízimo é o primeiro passo para vi-vermos nossa fé em comunidade, sendo ele um dos meios responsáveis pela mis-são e evangelização da Igreja. Aos poucos vamos descobrindo que só participar pelo dízimo é pouco e que o Senhor nos cha-ma para um serviço específico na Igreja. É uma grande alegria este crescimento e revela o Espírito Santo agindo em nós e favorecendo nosso crescimento.

O ser humano não foi criado para vi-ver isolado, mais em comunidade. A pri-meira comunidade onde vivemos, ama-mos, partilhamos nossas dores e alegrias é a família. Contudo além da família, o ser humano traça outras relações: vizinhos, escola, trabalho, Igreja e outros ambien-tes. Cada encontro é possibilidade de crescimento. A Comunidade eclesial é lu-

encontramos dificuldade para nos comu-nicar com agilidade, clareza e qualidade que é o que se demanda hoje. É um novo desafio.

Conciliar a preocupação com o meio ambiente, o consumismo desenfreado, as verdades e mentiras que circulam entre nós, são alguns dos desafios atuais para a comunicação. Mas permanece presente o desafio do Ressuscitado de anunciar a Boa Nova.

A história passa e o que não é registra-do pode ficar esquecido e para manter a memória de nossa caminhada mantive-mos nosso informativo até agora, que os próximos tenham em mente: “Comunicar é preciso”.

Com esse pensamento desejo agrade-cer a todas as pessoas que de uma forma

ou de outra colaboraram para que fizésse-mos a Comunicação entre nossas comu-nidades. Depois de sete anos a frente do informativo das CEBs, agradeço primeira-mente a Deus e também a todos que pas-saram pela equipe de comunicação das CEBs nesses anos. Todos os animadores e animadoras de comunidades, todas as pessoas que fizeram contato conosco de outras dioceses. Aprendi muito com todos vocês e levo em minha bagagem muitas coisas boas.

O trem do informativo começou a cir-cular em junho de 2005, com o primeiro exemplar, hoje estamos no nº 84, eu desço nesta estação, mas o trem continua. Deus ilumine a todos nós e que o Espírito Santo dê força para que a equipe continue este belo trabalho de comunicar a Boa Nova.

Um abraço fraterno!Bernadete Mota

gar onde vivemos e assumimos a dimen-são de nossa fé. Nela, a diversidade dos dons e carismas que temos são colocados a serviço da construção do Reino. O canto diz: Eu sou feliz é na comunidade. É na comunidade que eu sou feliz.

A comunidade cresce quando colo-camos em comum nossos dons e capaci-dades, quando todos se ajudam e se res-ponsabilizam uns pelos outros (Rm 12,9). O dízimo é sinal de nossa vivência comu-nitária, de nosso amor e fidelidade ao

criador. Na religião de Isra-el, o culto servia para criar e cultivar a comunhão com o Senhor e com todo povo. O texto de DT 26,1-11 é um bonito exemplo.

Mostra os membros do clã reconhecendo o amor de Deus. Ele é fiel e cum-pre as promessas feitas. Ao entrar na Terra prometida, Israel em forma de amor e gratidão levou o dízimo ao Senhor, representado pelos primeiros frutos da Terra.

A comunidade cristã,

Para Refletir!

Texto Bíblico: Atos 2,42-45Ler, meditar e repetir as partesimportantes do texto que vos

tocou ao coração.Fonte: Jornal Visão

desde o início de sua formação se carac-teriza pela vida fraterna e presença na fé. A perseverança é caracterizada pelo en-sinamento dos apóstolos, pela eucaristia ou partilha do pão, pela comunhão fra-terna dos bens e pela oração. Reconhe-cemos hoje que o dízimo é uma atitude de uma fé madura. Ele nos educa para a justiça e partilha. Quando há perseveran-ça ao trazer o dízimo, o cristão e a cris-tã descobre com alegria que através de seu dizimo, a Comunidade cresce e nela se percebe a abundância das graças de Deus.

Fotos: Maria Matsutacke

Page 7: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores 7

Operário de Jacareí; com eles estiveram presentes também os seminaristas Fran-cisco Antonio R. Baptista e Rogério de Souza Lemes.

Paulo José de Oliveira (Paulinho)Membro da Equipe Diocesana de

Comunicação das CEBs

Encontro diocesano das CEBs – Avaliação e planejamentoAconteceu no dia 14 de outubro, na

Paróquia de Santa Cecília, o Encontro Diocesano das CEBs, encontro de ava-liação dos trabalhos realizados em 2012 e de planejamento para o ano de 2013. Fomos Orientados por Pe. Fabiano Kleber C. do Amaral, nosso assessor diocesano.

Iniciamos com uma mística e a ce-lebração do 11º Encontro do livreto “A Palavra de Deus na Vida do Povo” (nº3, ano XXII), cujo tema é “O Reino é dom e partilha”.

Na segunda parte do nosso encon-tro recebemos a assessoria do Teólogo e Filósofo Nivaldo Aparecido Silva que fa-lou sobre Cebs, Pastorais e Igreja, tendo como fundamentação o “documento 92” dos bispos brasileiros e o artigo de Pe. Alfredinho (Alfredo J. Gonçalves) que é assessor das pastorais sociais, pela CNBB. Nivaldo nos falou que, “dentre tantas experiências de Igreja, surgidas após o Vaticano II, as CEBs são uma das mais significativas do ponto de vista pastoral e

teológico”. Neste sentido nos alertou que devemos vivenciar plenamente a Vida e a Fé, na base. Que não podemos viver em função dos “eventos”, mas sempre com os pés no chão e na caminhada.

Na terceira parte, Pe. Fabiano, juntamente com o coordenador diocesano das CEBs, José Hamilton Tavares, propôs e discutiu com os participantes o planejamento e o calendário para o próximo ano de 2013.

Participaram deste encontro 55 animadores e animadoras, re-presentantes das coordenações paroquiais de quase todas as regi-ões pastorais da nossa Diocese de São José dos Campos. Contamos também com a presença e uma ca-rinhosa mensagem dos padres Ge-raldinho, (Geraldo Alves da Silva), pároco da Paróquia Santa Cecília, e do Pe. Afonso (José Afonso de Sou-za), pároco da Paróquia São José

Fotos: Bernadete Mota

Page 8: Informativo das CEBs - novembro 2012

CEBs - Informação e Formação para animadores8

Sugestões, críticas, artigos, envie para Bernadete.Av. Ouro Fino, 1.840 - Bosque dos Eucalíptos CEP 12.233-401 - S. J. Campos - SP

E-mail do informativo: [email protected]

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Publicação Mensal das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Diocese de São José dos Campos – Diretor: Dom Moacir Silva – Diretor Técnico: Pe. Fabiano Kleber Cavalcante Amaral - Jornalista Responsável: Ana Lúcia Zombardi - Mtb 28496 – Equipe de Comunicação das CEBs: Coordenadora: Maria Bernadete P. Mota de Oliveira - Vice Coordenador: Luiz Antonio de Oliveira - Integrantes: Paulo José de Oliveira, Maria Helena Moreira e Ângela Ferreira - Colaboradores: Madalena das Graças Mota e Celso Correia Diagramação: Maria Bernadete de Paula Mota Oliveira - Correção: Maria Lairde Lopes de Siqueira Ravazzi - Revisão: Pe. Fabiano Kleber Cavalcante Amaral - Arte Final e Impressão: Katú Editora Gráfica - Tiragem: 6.200 Exemplares

Esperamos seu contato!

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Vem aí a Novena de Natal!

Festa de nossa Senhora Aparecida no Parque Interlagos

No dia 22 de Setembro às 9 horas, D. Moacir Silva celebrou a Missa de posse do padre Luciano Barbosa como pároco da Paróquia Imaculada Conceição. Padre Luciano iniciou sua caminhada religiosa

PARÓQUIA IMACULADA CONCEIÇÃODE EUGÊNIO DE MELO TEM NOVO PÁROCO

nesta mesma paróquia, foi monitor de Crisma, participou dos encontros voca-cionais e sempre foi responsável com os compromissos da Igreja. Percebendo sua vocação, em 2002 o Cônego Gouvêa o encaminhou para o Seminário.

Sua ordenação sacerdotal ocorreu no dia 18/12/2010. Portanto, essa além de ser sua paróquia mãe, é a primeira que ele irá coordenar.

Que a Imaculada Conceição o pro-teja e auxilie na administração de sua primeira Paróquia.

José Ribeiro Filho (Juquita)

Com alegria comemoramos nosso 1º aniversário e com ele fazemos o lança-mento do nosso Informativo Paroquial A Padroeira. Creio que esta data marca um grande crescimento em todas as di-mensões em nossa Paróquia. Celebrar

este momento é fazer parte da história da Igreja, enfatizando a memória de tudo que passamos neste nosso primeiro ano.

Pe. Alexsandro - Pároco. No próximo mês irá chegar às comunidades o livreto da Nove-na de Natal.

Vamos preparar a nossa casa, o nosso coração e a nossa co-munidade para celebrar bem a festa do Natal, data em que ce-lebramos o nascimento do nosso Salvador.

Mutirão de Missões nossábados na Paróquia

Coração de Jesus,promovido pela

Pastoral daVisitação e CEBs

Fotos: Bernadete Mota

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Juqu

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Foto: Pascom São Judas Tadeu

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