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Projeto de Prevenção

aos Riscos Psicossociais

InteligênciaEmocionalAutocontrole e expressividade emocional: Reconhecimento e nomeação das emoções, tolerância à frustração, controle do humor, expressão das emoções; Escolhas e auto-responsabilidade; Fontes de estresse e ansiedade; Resiliência e bem estar.

Coordenação deAtenção à Saúde do Servidor

COASS

Apresentação

Esta cartilha é uma ação do Projeto de Prevenção aos Riscos Psi-cossociais, promovido pela Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor (COASS) vinculada a Diretoria de Gestão de Pessoas (DIGPE) do IFRN. Este projeto teve início no ano de 2019 e tem como objetivo geral promover ações de capacitação, acolhimento e dis-cussão sobre dificuldades cotidianas demandadas tanto da vida pessoal quanto do ambiente laboral do servidor.

São temas desta ação:

• Habilidades sociais• Autoconhecimento e Autoestima• Inteligência emocional• Planejamento financeiro• Gerenciamento de conflitos• Assertividade e Resiliência• Como falar em público• Gestão do tempo• Ansiedade e estresse

Projeto de Prevenção aos Riscos Psicossociais

Inteligência Emocional

Introdução

Você já parou para observar suas emoções? Qual a frequência que você se coloca no lugar do outro e tentar entender seus sentimentos? O quão bem você compreende o que você sente e por quê você sente determinadas coisas?

A habilidade para perceber, monitorar e expressar satisfatoriamente as emoções nas situações cotidianas é denominada Inteligência Emocional. Diferente do conceito de inteligência cognitiva (isto é, a capacidade de agir intencionalmente e pensar racionalmente), mais popularmente conhecida, a Inteligência Emocional diz respeito à regulação efetiva dos sentimentos e o uso deles como guia para as ações.

Assim como a inteligência cognitiva, a inteligência emocional varia de pessoa para pessoa. Enquanto algumas são naturalmente dotadas de habilidades para lidar com as próprias emoções, outras podem necessitar desenvolver suas habilidades emocionais.

Saber identificar e lidar com as emoções ajuda a lidar com os diferentes relacionamentos na vida, pessoal e profissional. Nesta cartilha, estarão presentes os principais conceitos sobre esta temática e algumas formas práticas de desenvolver esta importante habilidade.



Inteligência emocional é a habilidade de monitorar as próprias emoções e as dos outros, saber distinguir e nomear corretamente as emoções e utilizar informações emocionais para guiar o pensamento e o comportamento, bem como influenciar os das outras pessoas (Goleman, 1995; Mayer & Salovey, 1990).

É aquilo que usamos quando temos empatia com alguém, quando temos conversas profundas sobre nossos relacionamentos com alguém significativo, ou quando precisamos educar uma criança.

Permite que sejam estabelecidas conexões com os outros, sejamos mais compreensivos e que se tenha uma vida mais saudável e autêntica.



Definição



Emoções

Todas as emoções são, em essência, impulsos, legados pela evolu-ção, para uma ação imediata, para planejamentos instantâneos que visam lidar com a vida, condicionadas por fatores culturais e históri-cos:

- Situações de perigo;

- Dor causada por uma perda;

- Necessidade de não perder a perspectiva apesar dos percalços;

- Ligação com um companheiro;

- Formação de uma família.



Dicotomia entre o racional e o emocional

Na maior parte do tempo, a razão e a emoção operam em estreita harmonia, entrelaçando seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo.

Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional, com a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional refinando e, às vezes, vetando a entrada das emoções.

Porém se tratam de faculdades semi independentes, cada uma refletindo o funcionamento de circuitos distintos, embora interliga-dos, do cérebro.

Na verdade, razão e emoção se entrelaçam a todo momento, influenciando sobretudo nossas escolhas. Pense se, nas situações abaixo listadas, seria possível fazer uma determinada escolha sem ser tomado por emoções:

- Que carreira seguir;

- Se ficar num emprego seguro ou arriscar-se em outro mais atraen-te;

- Com quem namorar ou casar;

- Onde viver, que apartamento alugar ou que casa comprar.



Emoções, sentimento e humor

É muito comum estes três elementos se confundirem. Eis uma explanação sobre as principais características que diferenciam o que é emoção, sentimento e humor.

Emoção A emoção é a forma objetiva dos sentimentos, ou “afetos”. É a reação expressa em mudanças corporais diante de estímulos. Exemplos:- Alegria- Tristeza- Irritação- Raiva

Sentimento É a experiência mental das reações corporais. O sentimento diz res-peito à experiência subjetiva, ou pessoal, de uma emoção. É difícil de explicar, em alguns casos. Exemplos:- “Eu me sinto triste”- “Eu me sinto magoado”- Olhar para alguém e pensar que ela está feliz/indiferente e, na ver-dade, ela se diz triste.

Humor É um estado mental num determinado momento. O humor varia con-forme o pensamento e o sentimento e geralmente dura um certo tempo (curto, médio ou longo). Pode ser, ainda, individual ou coletivo. Exemplos:- Humor deprimido- Humor irritável- Bom humor- Humor do país



Reações emocionais básicas

RaivaO sangue flui para as mãos; os batimentos cardíacos se aceleram e diversos hormônios são liberados no organismo. A adrenalina, por exemplo, libera energia suficientemente forte para uma atuação vigorosa.

MedoO sangue corre para os músculos do esqueleto, facilitando uma reação; o rosto fica pálido já que o sangue vai para as extremidades do corpo (sensação de corpo gelado). Ao mesmo tempo, o corpo fica imobilizado, ainda que por alguns instantes, de modo que a pessoa possa avaliar qual será a melhor reação: lutar ou fugir/se esconder.

FelicidadeCausa uma das principais alterações biológicas. A atividade cerebral fica aumentada, o que inibe sentimentos negativos e favorece o au-mento da energia existente, como também inibe os pensamentos de

???????? ?? preocupação. Não há nenhuma mudança especial no funciona-mento do organismo, salvo uma sensação geral de tranqüilidade. Essa configuração dá ao corpo uma sensação de relaxamento, ao mesmo tempo disposição e energia para executar qualquer tarefa que surja e para seguir em direção a metas.



EmoçõesSurpresaErguer as sobrancelhas amplia a visão por estimular a maior entrada de luz para as retinas. Isso permite que obtenhamos mais informação sobre o ambiente ou sobre um evento que se deu de forma inespe-rada, tornando mais fácil perceber exatamente o que está aconte-cendo e elaborar o melhor plano de ação.

Nojo/Repugnância A expressão de repugnância envia a mensagem de que alguma coisa é desagradável ao paladar ou ao olfato, real ou metaforica-mente. A expressão facial de repugnância — o lábio superior se retor-cendo para o lado e o nariz se enrugando — sugere a tentativa primi-tiva de tapar o nariz para evitar um odor nocivo.

TristezaUma das principais funções da tristeza é a de proporcionar um ajus-tamento frente a uma grande perda, como a morte de alguém ou uma decepção significativa. A tristeza promove perda de energia e de entusiasmo pelas atividades do dia a dia, em particular por diver-sões e prazeres. Quando a tristeza é profunda, a velocidade metabó-lica do corpo fica reduzida. Tal retraimento cria a oportunidade para que seja lamentada uma perda ou frustração, para avaliar suas pos-síveis conseqüências para a vida e para planejar um recomeço quando a energia retorna.



Componentes da inteligencia emocional

AutoconsciênciaHabilidade de reconhecer e compreender as próprias emoções. É através da autoconsciência que conseguimos ter empatia pelos outros (e etc.). Primeiro devemos saber identificar e compreender as emoções em nós mesmos para então entender a dos outros.

Auto regulaçãoUm passo além da autopercepção. Não se trata apenas de reconhe-cer as próprias emoções, é preciso saber como apropriadamente expressar, regular e gerenciar as emoções.

MotivaçãoPessoas com elevada inteligência emocional tem motivações inter-nas (e não somente externas, como por exemplo subir na carreira, ganhar respeito) para agir. Pôr as emoções a serviço de uma meta é essencial para centrar a atenção, para a automotivação e o controle, e para a criatividade.

EmpatiaEmpatia é a habilidade de compreender como a outra pessoa está se sentindo e reconhecer como você se sentiria se você estivesse no lugar dela. Tipos: Empatia cognitiva (a capacidade de compreender

Autoconsciência

Auto regulação Empatia

Motivação Habilidade pessoais

Autoconsciência



Emoçõesa perspectiva da outra pessoa), empatia emocional (a capacidade de sentir o que a outra pessoa sente), preocupação empática (a capaci-dade de sentir o que a outra pessoa precisa de você).

Habilidades pessoaisSão um conjunto de desempenhos apresentados pelo indivíduo diante das demandas de uma situação interpessoal. São habilidades que permitem que as pessoas interajam socialmente e que “nave-guem” com sucesso nas diferentes situações sociais. Elementos--chave:- Reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros;- Falar sobre emoções e sentimentos;- Expressar emoções (positivas e negativas); - Acalmar-se, lidar com os próprios sentimentos, controlar o próprio humor;- Lidar com sentimentos negativos (vergonha, raiva, medo); - Tolerar frustrações; - Mostrar espírito esportivo.



5 maneiras de desenvolver a Inteligência Emocional

1. Identificando emoções negativas corretamente Boa parte da inteligência emocional reside na habilidade de manejar as próprias emoções. A capacidade de lidar com as diferentes emo-ções e usá-las eficientemente nos torna mais resilientes ao estresse. Quando conseguimos nomear uma emoção que nos põe para baixo, somos menos susceptíveis à sobrecarga gerada pelas pressões e adversidades do dia a dia que esgotam nossa energia mental. Um exemplo: Ao invés de falar algo como “Eu me sinto mal”, elaborar o sentimento como “Eu me sinto desestimulado após tentar três vezes seguidas e falhar”. Não é mais preciso e compreensivo esta segunda forma?Quando alguém nos aborrece ou usa palavras desagradáveis, não reaja imediatamente. Afaste-se da situação acalorada e destine tempo para juntar seus pensamentos e escolher a melhor decisão para o impasse. Não pule para conclusões precipitadas: ao invés de olhar somente para o seu lado, pense no que a outra pessoa possa estar sentindo naquela situação, tentando compreender o que moti-vou a agir dessa maneira. Observe como suas ações mudam assim que você começa a ter uma atitude mais empática com as pessoas.

2. Auto-avaliaçãoAntes de observar e compreender os outros, observe você mesmo. Para desenvolver a Inteligência Emocional, devemos aprender a ob-servar objetivamente a nós mesmos e perceber nossas ações. Desa-fie seus pensamentos imediatos, fazendo-se perguntas do tipo “Estou pensando da maneira correta?”; “Deveria ter usado aquelas palavras?”; “Como eu reagiria se estivesse no lugar dele/dela?”; “Há outra forma de analisar essa situação?”; “Estou na direção certa?”.

A auto-avaliação nos permite ampliar a nossa percepção, desenvol-



Emoçõesvendo nosso senso de humildade e justiça consigo mesmo e com os outros.

3. Auto-expressãoPessoas que conseguem identificar e expressar efetivamente os seus pensamentos são mais emocional e socialmente aptas. A auto--expressão significa focar em formas mais eficazes de comunicação com os outros, procurando uma forma conjunta de resolução de problemas. Ao escolhermos a forma certa de comunicar ao outro o que estamos pensando e sentindo, estamos agindo com uma auto--expressão mais eficaz.

4. Manejo do estresseNo ambiente de trabalho, é comum que o estresse e as pressões co-tidianas prejudiquem as emoções e a forma como se lida com elas. A exposição frequente a situações de estresse no trabalho abre caminhos a uma série de problemas e de adoecimento, em alguns casos.

Formas de lidar com o estresse:- Lembre-se que o estresse nos motiva a resolver nossos problemas. Visualizar o estresse como algo aceitável é o primeiro passo para reduzir os efeitos negativos associados a ele. Lembre-se, o objetivo é lidar com o estresse, e não eliminá-lo.

- Fale sobre seus problemas, mesmo que eles não possam ser resolvidos. Falar sobre seus estressores ajuda a enxergar a situação de uma perspectiva, abrindo espaço para enxergar soluções as quais você pode não ter pensado ainda. Além disso, falar sobre algo que perturba ajuda a reduzir os sentimentos negativos associados ao estresse.

- Priorize suas responsabilidades. Busque resolver os problemas lidando com as tarefas mais rápidas e fáceis primeiramente. Ter muitos itens a completar numa lista de tarefas pode ser algo estres-



Emoçõessante, ainda que nenhum deles seja muito complexo. Ao completar as tarefas mais simples, sua mente ficará mais livre para lidar com responsabilidades maiores.- Foque no básico. O estresse pode desencadear um ciclo vicioso em que as necessidades básicas ficam negligenciadas, o que pode gerar ainda mais estresse. Certifique-se que suas necessidades bási-cas sejam sempre priorizadas, tais como se alimentando bem e de modo saudável, com bons e regulares hábitos de sono, realizando atividades físicas regulares e outras formas de autocuidado.- Busque balancear as diferentes áreas de vida. Quando as pessoas se sentem sob elevado estresse, frequentemente estão priorizando alguma área de vida em detrimento das demais (geralmente, priori-za-se o trabalho, enquanto as demais ficam negligenciadas). Busque equilibrar o tempo dedicado a cada área de vida, com tempo ade-quado para o trabalho, para a família, para o lazer e os cuidados com o corpo, e o tempo para si mesmo

- Valorize o tempo para si mesmo. O tempo pessoal nor-malmente é o primeiro a ser sacrificado quando há muitos problemas para resolver. É justa-mente esse gatilho que torna o enfrentamento das situações estressantes mais difícil. Busque incluir na agenda o tempo dedi-cado às atividades relaxantes e de divertimento, sem interrup-ções.- Mantenha as coisas em pers-pectiva. No calor do momento, pequenos problemas podem se tornam maiores do que real-mente são. Dê um passo para trás e pense o quão importante é um problema ao analisá-lo sob



Emoçõesuma perspectiva mais ampla: esse problema será importante daqui a uma semana? Um mês? E em um ano, como será?

5. Empatia como um hábito de vidaEmpatia é a capacidade de enxergar o mundo com os olhos da outra pessoa. Identificar-se com o outro, seus possíveis pensamentos e suas ações e compreendendo que fatores o influenciaram a agir da-quela determinada maneira, é um passo significativo para o desen-volvimento da Inteligência Emocional.O exercício da empatia começa em casa. Atos rotineiros de generosi-dade e gratidão como deixar uma mensagem de agradecimento para alguém, oferecer uma pequena ajuda ou uma conversa franca são alguns passos que levam a uma vida mais empática. Até no ambiente de trabalho é possível (e recomendável) aplicar essa habilidade, ao ouvir um(a) colega sem julgá-lo(a), ou não reagir quando alguém se mostra nervoso ou impaciente podem ajudar a desenvolver a Inteligência Emocional e também ajudar a estreitar e fortalecer os laços de companheirismo.



EmoçõesReferências

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que define o

que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, Tradução revista em 2001 do

original 1995.

KOTSOU, Ilios. Caderno de exercicios de inteligência emocional. Coleção Bem

estar. Petrópolis: Editora Vozes. 2011.

LYNN, Adele B. Quick Emotional Intelligence Activities for Busy Managers, Nova

Iorque: American Management Association, 2007.

SELLINGAN, Martin E. P. Florescer. Uma nova compreensão sobre a natureza

da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2012.

VIEIRA, Clara Emilie. 103 Pílulas de Inteligência Emocional. 1ª Ed. Recife, 2016.

WEISINGER, Hendrie. Inteligência Emocional no Trabalho. Rio de Janeiro: Obje-

tiva, 1997.

Conteudista: Mariane Dantas - Psicóloga (CRP17/2678)

Diagramadora: Maria Carolina de M. Lopes (Estagiária)

Dezembro de 2019

Emoções

Rio Grande do Norte

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