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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO SALVADOR Mário Leopoldo de Pino Neto Liderança para uma Organização Sustentável Estudo de Caso da Braskem: 2004

Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

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Page 1: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

SALVADOR2003

Mário Leopoldo de Pino Neto

Liderança para uma Organização Sustentável

Estudo de Caso da Braskem:

2004

Page 2: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

MARIO LEOPOLDO DE PINO NETO

LIDERANÇA PARA UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL ESTUDO DE CASO DA BRASKEM

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.

Orientador: José Célio Silveira Andrade

Salvador 2005

Page 3: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

MARIO LEOPOLDO DE PINO NETO

P657L Pino Neto, Mário Leopoldo de Liderança para uma organização sustentável: estudo de

caso da Braskem. / Mário Leopoldo de Pino Neto. – Salvador, 2005.

182 p.; il., color.

Orientador: Dr. José Célio Silveira Andrade Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias

Ambientais no Processo Produtivo). – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2005.

1. Gestão ambiental. 2. Liderança. 3. Responsabilidade

social. 4. Desenvolvimento sustentável. I. Braskem. II.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. III. Andrade, José Célio Silveira. V.Título.

CDD 658.408

Page 4: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

TERMO DE APROVAÇÃO

MARIO LEOPOLDO DE PINO NETO

LIDERANÇA PARA UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL ESTUDO DE CASO DA BRASKEM

Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo – Ênfase em Produção

Limpa, Universidade federal da Bahia, pela seguinte Banca examinadora:

José Célio Silveira Andrade_______________________________________________ Doutor em Administração, Escola de Administração, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 2001. João Salvador Furtado___________________________________________________ Doutor em Ciências Biológicas, Universidade de São Paulo, USP, 1968. Márcia Mara de Oliveira Marinho_________________________________________ Phd em Ciências Ambientais, Universidade de East Anglia, UEA, Grã Bretanha, 2001.

Salvador, 16 de setembro de 2004

Page 5: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

A minha querida esposa Virgínia e meus adoráveis filhos Matheus e Luccas.

Page 6: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é fruto da colaboração, incentivo, torcida e dedicação de muitos

amigos. A essas pessoas os meus agradecimentos especiais:

Ao amigo e colega João Severiano Caldas Júnior, cujo estímulo foi fundamental para o

ingresso no curso de Mestrado e Especialização em Gerenciamento e Tecnologias

Ambientais no Processo Produtivo;

Aos amigos Waldemir Monteiro Queiroz, Luiz Alberto Pereira, Joaquim Carlos Ferreira e

Jaime Eduardo Pinto Lima com a colaboração e apoio dispensados;

A Braskem pelo apoio e investimento na minha capacitação profissional;

Ao meu orientador, Professor José Célio Silva Andrade, pelas idéias e orientações para a

realização deste trabalho;

À professora Márcia Marinho, que também me orientou e incentivou a continuar sempre

de forma positiva;

Ao professor João Salvador Furtado, que contribuiu com artigos inéditos e com

esclarecimentos conceituais;

Aos meus pais, Getúlio e Maria, pelo apoio e exemplo que sempre me deram;

Aos meus irmãos Getúlio, Lourdinha, Isabel, Renato, Catarina e Elias pela torcida e

incentivo;

A todos amigos e líderes que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta

pesquisa, meus sinceros agradecimentos.

Page 7: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier

Page 8: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

RESUMO A pesquisa aborda um tema atual que a partir da última década do século XX vem crescendo em importância com a consolidação do conceito de responsabilidade sócio-ambiental: o papel das lideranças na construção de um diferencial estratégico, através da integração entre as estratégias ambientais e a de negócios, transformando a dimensão ambiental em um valor empresarial básico. Busca-se a adoção de modelos de gestão que valorizem os recursos naturais e humanos, visando a promover o equilíbrio entre a geração de riqueza, equidade social e proteção ambiental. A partir do referencial teórico estudado de obras consagradas de autores como Peter F. Drucker, Robert S. Kaplan, John P. Kotter, Peter M. Senge, Robert E. Quinn, Larry Bossidy, dentre outros, foram identificados os objetivos, focos estratégicos e os principais papéis das lideranças: na formação de uma cultura organizacional focada na prevenção da poluição e no desdobramento da estratégica ambiental, visando a atingir níveis crescentes de ecoeficiência. Foi elaborado e aplicado um questionário para coletar as percepções das lideranças formais da Braskem em relação à atuação dos líderes, visando a identificar os pontos positivos e as oportunidades de melhoria e instrumentalizá-los para uma atuação eficaz e eficiente na implementação das ações necessárias para melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa nos próximos 10 anos. Destacam-se os seguintes resultados: a dimensão da liderança identificada como mais forte foi a de gerir com foco no resultado e inovação e a mais fraca a de formar o capital humano. Dentre os nove papéis da liderança, os mais fortes são comunicar a visão, valores, política, metas e objetivos ambientais e satisfazer as partes interessadas em relação ao desempenho ambiental pactuado. O papel mais fraco é o de motivar pessoas para o comportamento de prevenção. Dentre os 41 indicadores de desempenho destacam-se os mais fortes: o nível de conhecimento da política integrada de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente da Braskem; a disponibilização para clientes, fornecedores e consumidores, de informações obre o risco, manuseio e disposição final de produtos; e o desenvolvimento de produtos e serviços, levando-se em consideração as tendências internacionais e questões ambientais globais. Palavras-chave: Liderança Petroquímica Sustentabilidade Meio Ambiente

Page 9: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

ABSTRACT

The research deals with a current subject, that has steadily growing importance during the last decade of the 20th century, with the consolidation of the social-environmental responsibility: The leadership role in the construction of strategic differential by the integration of the environmental and business strategies. The organizations strive to adopt administration models that emphasize the equilibrium between the value generation, social equity and environmental protection. The theoretical framework gathered on seminal works of authors like Peter F. Drucker, Robert S. Kaplan, John P. Kotter, Peter M. Senge, Robert E. Quinn, Larry Bossidy, among others was the starting point. The objectives, strategic focus, and the main leadership roles were identified in the creation of a organizational culture focused on the pollution prevention, and in the environmental strategy development, aiming to achieve higher levels of eco-efficiency. A questionnaire was elaborated and applied in order to gather the perceptions of the Braskem formal leadership on their role, aiming to identify the strong points, the improvement opportunities and to give them tools for an efficient and effective performance in deployment of the necessary actions for a continuous environmental improvement during the next 10 years. The most important results are: the strongest identified leadership dimension was the operation focused on results and innovation; the weakest was the human capital formation. Among the 9 leadership roles, the strongest are the communication of the environmental vision, values, policies, aims and goals and the fulfillment of the stakeholders in relation of the negotiated environmental performance. The weakest is the motivation of the people towards prevention. Among the 41 performance indicators the most important are: the knowledge level at the Braskem integrated quality, health, safety and environmental policy, the availability of risk, handling and final disposal information for customers; and the development of products and services, taking into account the international tendencies and global environmental issues. Keywords:

Leadership Petrochemical Sustainability Environment

Page 10: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxo da Metodologia da Pesquisa 19

Figura 2 – Liderança para uma Organização Sustentável: Objetivos Estratégicos 40

Figura 3 – Liderança para uma Organização Sustentável: Habilidade de Líderes 43

Figura 4 – Formação do Capital Humano 45

Figura 5 – Formação do Aprendizado Organizacional 51

Figura 6 – Gerir com Foco no Resultado e Inovação 57

Figura 7 – Quadro de Referência da Dissertação: Foco Atuação da Liderança 61

Figura 8 – Modelo de Análise: Os Papéis da Liderança 66

Figura 9 – Salto para a Qualidade de Ruhe 68

Figura 10 – Variação da Conduta das Pessoas 71

Figura 11 – Efeito da Capacitação e Treinamento 77

Figura 12 – Mudança de Comportamento 78

Figura 13 – Relação Motivar e Probabilidade de Êxito 80

Figura 14 – Ciclo Motivacional 81

Figura 15 – Modelo de Administração da Braskem 94

Figura 16 – Quadro de Referência: Versão Braskem 106

Figura 17 – Modelo de Análise: Competências Críticas 112

Figura 18 – Evolução da Atuação da Liderança 123

Figura 19 – Resultados da Pesquisa: Promoção do Aprendizado Organizacional 125

Figura 20 – Resultados da Pesquisa: Comunicar Valores, Visão, Política, Princípios, Metas

e Objetivos Ambiental 126

Figura 21 – Resultados da Pesquisa: Educar pelo Exemplo para a Prevenção 127

Figura 22 – Resultados da Pesquisa: Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental

128

Figura 23 – Resultados da Pesquisa: Formar o Capital Humano 130

Figura 24 – Resultados da Pesquisa: Formação do Capital Humano 133

Figura 25 – Resultados da Pesquisa: Desenvolver Pessoas para o Comportamento

Preventivo 134

Page 11: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

Figura 26 – Resultados da Pesquisa: Motivar e Reconhecer Pessoas para a Prevenção

135

Figura 27 – Resultados da Pesquisa: Satisfazer as Partes Interessadas em relação ao

Desempenho Ambiental Pactuado 137

Figura 28 – Resultados da Pesquisa: Gerir com Foco no resultado e Inovação 140

Figura 29 – Resultados da Pesquisa: Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro 141 Figura 30 – Resultados da Pesquisa: Executar Plano de Ação Ambiental Pactuado 143

Figura 31 – Resultados da Pesquisa: Implementar Inovações Ambientais 144

Page 12: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Afinal o Que Fazem os Gerentes e Líderes 65

Quadro 2 – Características da Visão 69

Quadro 3 – Hierarquia de Fatores que Influenciam a Conduta das Pessoas 71

Quadro 4 – Aspectos Chave para os Líderes do Futuro 75

Quadro 5 – Relacionamento com as Partes interessadas 84

Quadro 6 – Barreiras para a Implantação da Estratégia 86

Quadro 7 – Barreiras à Inovação em uma Organização 89

Quadro 8 – Competências críticas do Processo de Desenvolvimento Individual 110

Quadro 9 – Nível de Implementação da política Integrada de Qualidade, Saúde, Segurança

e Meio Ambiente 148

Page 13: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APELL – Programa de Alerta e Preparação de Comunidades para Emergências Locais. API – American Petroleum Institute BST– Specification for Environmental Management CEO – Chief Executive Officer CFR – Code Federal Regulation EMAS – Eco–Management and Audit Schemes EPA – Environmental Protection Agency ISO – International Organization for Standardization OECD – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico ONU – Organização das Nações Unidas OSHA – Occupational Safety and Helath Administration PDC – Programa de Desenvolvimento de Competências PDG – Programa de Desenvolvimento Gerencial PDI – Processo de Desenvolvimento Individual PEA – Programa de Educação Ambiental PMR – Programa de Motivação e Reconhecimento PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente SGA – Sistema de Gestão Ambiental SSMA – Saúde, Segurança e Meio Ambiente

Page 14: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 16 2 MARCO TEÓRICO 23 2.1 TRAJETÓRIA DA CAPACIDADE DE MUDANÇA DAS ORGANIZAÇÕES

23

2.2 O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE 302.3 FOCOS DA LIDERANÇA PARA UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL

39

2.3.1 Formar o Capital humano 432.3.2 Promover o Aprendizado Organizacional 482.3.3 Gerir com Foco no Resultado e Inovação 55

2.4 PAPÉIS DA LIDERANÇA EM RELAÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

61

2.4.1 Promover o Aprendizado Organizacional 672.4.1.1 Comunicar Valores, Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos Ambiental

67

2.4.1.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção 702.4.1.3 Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental 732.4.2 Formar o Capital Humano 762.4.2.1 Desenvolver as Pessoas para o Comportamento Preventivo 762.4.2.2 Motivar e Reconhecer as Pessoas para a Prevenção 792.4.2.3 Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

82

2.4.3 Gerir com Foco no Resultado e Inovação 852.4.3.1 Estabelecer metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

85

2.4.3.2 Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado 862.4.3.3 Implementar Inovações Ambientais 87

3 DESCRIÇÃO DO CASO 91

3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA 913.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 933.3 VISÃO ESTRATÉGICA DE MEIO AMBIENTE 943.4 MONITORANDO A ATUAÇÃO DOS LÍDERES DA BRASKEM 1033.4.1 Comunicar Valores, Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos Ambiental

107

3.4.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição 1083.4.3 Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental 1093.4.4 Desenvolver as Pessoas para o Comportamento Preventivo 1133.4.5 Motivar e Reconhecer as Pessoas para a Prevenção 114

3.4.6 Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho 115

Page 15: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

Ambiental Pactuado 3.4.7 Estabelecer metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

116

3.4.8 Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado 1173.4.9 Implementar Inovações Ambientais 118

4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS 1214.1 RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO 1214.2 PONTOS POSITIVOS E OPORTUNIDADES DE MELHORIA 1254.2.1 Promover o Aprendizado Organizacional 1254.2.2 Formar o Capital Humano 1334.2.3 Gerir com Foco no Resultado e Inovação

139

4.3 COMPARAÇÃO DO RESULTADO DA PESQUISA COM A IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA DE QSSMA

146

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

149

5.1 PROMOVER O APRENDIZADO ORGANIZACIONAL

150

5.1.1 Comunicar a Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos de Meio Ambiente

150

5.1.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção 1515.1.3 Formar novas Lideranças para a Gestão Ambiental

152

5.2 FORMAR O CAPITAL HUMANO

153

5.2.1 Desenvolver as Pessoas para o Comportamento Preventivo 1535.2.2 Motivar as Pessoas para o Comportamento Preventivo 1545.2.3 Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

155

5.3 GERIR COM FOCO NO RESULTADO E INOVAÇÃO

156

5.3.1 Estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro

156

5.3.2 Executar o plano de ação ambiental pactuado 1575.3.3 Implementar inovações ambientais 158

REFERÊNCIAS

160

APÊNDÍCES

163

APÊNDICE A – Questionário da Pesquisa de Campo 163

Page 16: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

APÊNDICE B – Modelo de Análise Completo 171APÊNDICE C – Tabulação das respostas dos questionários 172

ANEXOS

181

Política de QSSMA 181

Page 17: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

16

1 INTRODUÇÃO

Na última década do século XX consolida-se o conceito de responsabilidade sócio-

ambiental – as empresas adotam uma estratégia inovativa com base na integração entre as

estratégias ambientais e a de negócios. Neste ponto, a dimensão ambiental passa a ser um

valor empresarial básico e diferencial estratégico dessas organizações, nas quais busca-se o

equilíbrio entre a geração de riqueza, eqüidade social e proteção ambiental.

Neste contexto, a proteção ambiental é uma função gerencial e tem que estar inserida

no planejamento estratégico. Um sistema de gestão ambiental eficiente deve articular

diferentes áreas da organização, como marketing, produção, recursos humanos, jurídico,

suprimentos, logística, financeiro, pesquisa e desenvolvimento. Assim sendo, os princípios e

diretrizes de prevenção da poluição devem estar disseminados, entendidos, internalizados,

praticados, monitorados e medidos nos diversos processos organizacionais.

O papel da liderança se destaca como responsável por comunicar os valores e

princípios essenciais que orientam o comportamento, a tomada de decisão (como

responsável pelo aprimoramento), e, às vezes, o arquiteto de vários elementos básicos de

gestão e da cultura organizacional, cujo impacto e conseqüência das ações são bastante

significativos sobre os demais fatores que determinam a satisfação, a qualidade de vida, a

valorização das pessoas no trabalho e, por extensão, em seus lares, lazer, etc.

O sucesso das estratégias e dos sistemas de gestão ambiental depende do

envolvimento de múltiplos agentes na busca de implementação de mudanças, visando a

obtenção de soluções eficazes e criativas para minimizar os impactos ambientais negativos

decorrentes dos processos produtivos, das atividades, dos produtos e dos serviços.

O objetivo geral da pesquisa é identificar os principais papéis da liderança na formação

de uma cultura organizacional focada na prevenção da poluição e no desdobramento da

Page 18: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

17

estratégia ambiental de uma organização comprometida em aplicar os princípios do

desenvolvimento sustentável. Os objetivos específicos são:

a) Captar a percepção das lideranças da Braskem em relação à atuação dos líderes no

desdobramento da estratégia ambiental da organização.

b) Identificar os pontos positivos já existentes e as oportunidades de melhoria em relação

à atuação das lideranças da Braskem, visando a instrumentalizá-los para uma atuação

eficaz e eficiente na implementação das ações necessárias objetivando a melhoria

contínua do desempenho ambiental da empresa nos próximos 10 anos.

c) Estabelecer indicadores para monitoramento e avaliação periódica da atuação das

lideranças da Braskem no contexto da estratégia ambiental da organização.

Autores como Peter F. Drucker, Robert S. Kaplan, John P. Kotter, Peter M. Senge,

Robert E. Quinn, Larry Bossidy, dentre outros, valorizam e demonstram a importância dos

líderes nesse contexto de intensificação do processo de globalização, de acirramento do

processo competitivo entre as indústrias, e de integração entre as estratégias ambientais e

empresariais. O grande número de livros estrangeiros traduzidos denota o interesse coletivo

na abordagem da temática da liderança nas organizações.

Pretende-se gerar um conhecimento que possa contribuir para incentivar as empresas

a compreenderem, correlacionarem e monitorarem a atuação das lideranças no contexto da

estratégia ambiental das organizações, além de fomentar o aprofundamento do conhecimento

acadêmico em relação à atuação das lideranças e o sucesso das estratégias e sistemas de

gestão ambiental, nas organizações comprometidas em contribuir para o desenvolvimento

sustentável com responsabilidade sócio-ambiental perene.

Page 19: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

18

Para atingir os objetivos propostos, a pesquisa foi estruturada com base nas seguintes

etapas:

• Levantamento bibliográfico sobre os temas envolvidos (responsabilidade sócio-

ambiental, gestão ambiental, papel das lideranças, cultura organizacional, aprendizado

organizacional, comprometimento organizacional, clima organizacional, ética

empresarial, gestão para excelência, indicadores de desempenho ambiental), visando a

obter fundamentação teórica para o desenvolvimento da pesquisa;

• Participação em seminários e cursos sobre gestão ambiental, responsabilidade sócio-

ambiental e planejamento estratégico, visando a complementar a fundamentação teórica

obtido da pesquisa bibliográfica;

• Pesquisa de campo utilizando a estratégia metodológica desenvolvida de estudo de

caso, por considerar o mais adequado ao problema investigado.

• Aplicação de questionário dirigido a um público-alvo objetivando levantar os dados de

campo referentes ao objeto da pesquisa. Foi aplicado, inicialmente, um questionário

piloto destinado a um público de 20 líderes, sendo, posteriormente, corrigido e revisado

para aplicação da pesquisa de campo final. Aproximadamente 180 líderes receberam o

questionário da pesquisa.

• Consulta a documentos da empresas como evidências objetivas, para dar suporte a

análise de dados.

• Observação privilegiada do autor, já que o mesmo exerce, atualmente, o cargo de

coordenador corporativo de segurança, saúde e meio ambiente da Braskem, com 17

anos de experiência na empresa, tendo seis anos de atuação na área de meio ambiente.

• Análise e interpretação das informações coletadas a partir da percepção da aplicação

dos questionários da pesquisa de campo, análise quantitativa e qualitativa à luz das

Page 20: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

19

experiências, conhecimento da organização e da consulta a documentos formais da

empresa.

• Conclusões e recomendações com apresentação do resultado global da investigação, ou

seja, apresentação do resultado final do enquadramento da atuação da liderança em

relação ao desdobramento da estratégia ambiental da Braskem com base na

interpretação dos resultados como decorrência natural do que foi demonstrado.

A Figura 1 representa o fluxo da metodologia de estudo de caso, que resulta de uma

análise específica da relação entre o caso real da Braskem e hipóteses, modelos e teorias.

Figura 1 – Fluxo da Metodologia da Pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor

As principais dificuldades enfrentadas pelo autor para aplicação da metodologia

foram:

• O conhecimento incipiente em relação à metodologia de elaboração de pesquisa

científica;

• A inexperiência em realizar levantamento bibliográfico;

Escolha do assunto

Pesquisa bibliográfica

Delimitação do assunto

Fundamentação teórica

Pesquisa de campo para levantamento de dados da empresa: Braskem

Caracterização da empresa: Braskem

Análise e interpretação dos resultados da pesquisa

Conclusões e resultados

Page 21: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

20

• O conhecimento incipiente das orientações para formatação de trabalhos científicos;

• A falta de domínio pleno sobre os diversos conceitos e aplicação de ferramentas

relacionados com a gestão ambiental;

• Subdimensionamento dos prazos de algumas etapas do cronograma do projeto;

• A abordagem de um tema subjetivo – “o papel da liderança”.

• Abordagem do tema de forma imparcial e científica e não passional e emotiva.

Para facilitar o entendimento dos leitores é importante conhecer as limitações do

trabalho listadas a seguir:

• O trabalho retrata a percepção de 33% dos líderes que responderam o questionário. Na

ocasião, a organização existia há apenas 18 meses, criada da fusão de seis empresas

existentes, com missão, visão, valores e políticas distintas, ou seja, o resultado é uma

aproximação do que é a Braskem;

• O projeto pode ficar desatualizado em curto prazo, em função da atuação da liderança

encontrar-se em permanente transformação para adaptar-se e antecipar-se às demandas

das partes interessadas, decorrente da dinâmica da evolução da consciência ambiental no

mundo;

• A tentativa de conceber algo simples que facilite a adesão da empresa ao projeto levou à

abordagem da dimensão ambiental, desvinculada das dimensões social e econômica;

• Como a dissertação foi construída visando a orientar a atuação das lideranças no

horizonte dos próximos dez anos, não abordou o princípio da precaução, o accontability,

o balanço zero, o ciclo de vida com abrangência do “berço ao berço”, a utilização de

matéria-prima de fonte renovável, conceitos que necessitariam de abordagem com

horizonte de 30 a 50 anos;

Page 22: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

21

• Em face da necessidade de ter um limite temporal, não foi realizada a pesquisa da

percepção dos liderados para comparar com a percepção dos líderes;

• A investigação não teve a pretensão de exaurir o tema, desenvolvimento sustentável na

extensão de sua complexidade, mas apenas propor o início da discussão em relação à

atuação das lideranças no desdobramento das estratégias ambientais de suas

organizações, que permita que cada empresa, à luz de sua cultura organizacional,

consiga correlacionar as causas e efeitos dos papéis dos líderes e a melhoria do

desempenho ambiental;

• A pesquisa restringiu-se a abordar apenas o papel das lideranças formais de uma

organização, não abrangendo outros tipos de lideranças;

• A pesquisa não contemplou as três abordagens teóricas a respeito das lideranças: a

teorias de traço de responsabilidade, dos estilos e a situacional.

A dissertação estrutura-se em cinco capítulos. O primeiro capítulo corresponde a esta

introdução, que explicita os objetivos, a metodologia aplicada e os limites do trabalho.

O segundo capítulo trata da teoria e apresenta a correlação entre a trajetória da

capacidade de mudanças nas organizações com as evoluções da consciência ambiental

mundial e do modelo de gestão empresarial. Alerta para a abrangência do desafio da

sustentabilidade para as organizações, uma vez que a certificação na norma internacional

ISO 14001 não é suficiente para promover as mudanças efetivas de desempenho ambiental

rumo à sustentabilidade. Estabelece a importância do papel dos líderes no processo de

condução da transição da gestão empresarial tradicional para a sustentabilidade e define os

objetivos e focos estratégicos da liderança para uma organização sustentável. Para cada um

dos focos estratégicos estabelecidos é apresentado um caso real interpretado à luz de uma

abordagem acadêmica.

Page 23: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

22

Ainda no segundo capítulo faz-se a abordagem das diferenças entre liderança e

gerenciamento, e a partir do melhor entendimento dessas diferenças definem-se os nove

principais papéis das lideranças no contexto da gestão ambiental estratégica,

correlacionando-os com os focos estratégicos anteriormente definidos. O capítulo finaliza

com a abordagem dos assuntos cultura e clima organizacional, correlacionando com a

atuação das lideranças nas organizações em tais temas.

O terceiro capítulo apresenta a Braskem, o histórico da empresa, sua estrutura

organizacional, a visão estratégica de meio ambiente, objetivos, metas e indicadores

ambientais. Estas informações são fundamentais para o estabelecimento das bases para o

monitoramento da atuação das lideranças da Braskem em relação a gestão ambiental

estratégica e elaboração do questionário da pesquisa de campo.

O quarto capítulo mostra os resultados da pesquisa de campo e a interpretação dos

resultados obtidos. Apresenta, ainda, a correlação das questões do questionário de pesquisa

com os nove papéis das lideranças. Identifica os pontos fortes e as oportunidades de

melhoria com base na percepção coletada das lideranças formais da Braskem que

responderam os questionários. Já a tabulação das respostas dos questionários está

apresentada no apêndice.

O quinto e último capítulo apresenta a conclusão do trabalho com o enquadramento

da atuação da liderança da Braskem em relação à formação de uma cultura organizacional

focada na prevenção da poluição e no desdobramento da estratégia ambiental, além de

sugerir recomendações.

Page 24: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

23

2 MARCO TEÓRICO

2.1 A TRAJETÓRIA DA CAPACIDADE MUDANÇA DAS ORGANIZAÇÕES

A preocupação com o meio ambiente adveio dos danos causados pelo rápido

crescimento econômico que seguiu a Segunda Grande Guerra Mundial. Os governos,

pressionados por seus cidadãos, perceberam a necessidade de reparar esses danos e, para

tanto, criaram ministérios e órgãos ambientais. De uma forma geral, com os estragos já

causados, a preocupação era com a reparação: reflorestamento, regeneração de terras

desérticas, reconstrução de ambientes urbanos e reconstrução de habitats naturais

(BRUNDTLAND,1997).

Em algumas partes do mundo, sobretudo a partir de meados dos anos 50, o padrão de

vida e a qualidade de vida se elevaram muito, graças ao crescimento e desenvolvimento.

Muitos dos produtos e tecnologias que contribuíram para essa melhoria consumiam muita

matéria-prima e muita energia, e eram altamente poluentes. Nessa época, o símbolo do

desenvolvimento era uma chaminé emitindo fumaça, o que, por si, já retratava que acidentes,

doenças ocupacionais e poluição eram inerentes ao processo produtivo, ao desenvolvimento

econômico e representavam custos à produção.

Ainda nesse período, os modelos de gestão empresarial se caracterizavam pela

preocupação com as estruturas organizacionais, e gerir era montar uma estrutura compatível

com as solicitações de mudanças. Esta ênfase se deu nas décadas de 40 a 50, quando o

ambiente em que as empresas atuavam era reativo e poucas eram as mudanças ambientais

significativas no que concerne a produtos e mercados. O paradigma das empresas eram as

empresas grandes e sólidas, com estruturas gigantescas e estáveis. Atuação gerencial era

tipicamente centralizadora de poder. (OLIVEIRA, 1998).

Page 25: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

24

Nos anos 60, acreditava-se que o crescimento econômico proporcionaria melhoria

das condições e qualidade de vida para sociedade. No entanto, os impactos sociais,

econômicos e ambientais ficaram visíveis para a sociedade em decorrência da

industrialização acelerada e crescente. Nos países desenvolvidos a sociedade começou a se

manifestar no sentido de priorizar a proteção ambiental em detrimento ao desenvolvimento

econômico (ANDRADE, 1997).

Nesses períodos citados, as organizações eram vistas apenas como ativos e passivos

mensuráveis financeiramente com objetivo de criar riquezas para proprietários e acionistas,

através de compra, troca e venda de bens e serviços no mercado. O diferencial competitivo

das empresas residia, basicamente, de sua capacidade instalada, ou seja, na escala de

produção.

Entre a década de 50 e fins dos anos 60, e mesmo no início dos anos 70, a ênfase dos

modelos de gestão era colocada sobre o estilo gerencial. Gerir, agora, é antecipar-se às

mudanças, e o gerente passa a ser o verdadeiro tomador de novas decisões. O bom gerente é

aquele que sabe enfrentar situações novas. Valorizam-se as pessoas que conseguem se

manter frias e calculistas, que são capazes de, rapidamente, apreender informações e colocá-

las em uso, produzindo ações no sentido de readaptar as organizações ao meio ambiente. As

tecnologias aproximam os povos, através do telefone, da televisão e do computador, é a

época descrita por Marshall Mc Luhan como aldeia global (OLIVEIRA, 1998).

Na década de 70, a discussão das questões ambientais foi marcada pelo Clube de

Roma, em 1970, e pela Conferência da Organização das Nações Unidas, ONU, em 1972,

sobre o ambiente humano, realizada em Estocolmo, Suécia. Inicia-se, então, a

regulamentação e controle ambiental com a instituição dos órgãos ambientais. A estratégia

reativa das empresas era o atendimento relutante à regulação e normas, ou seja, as ações se

limitavam à adequação aos padrões de lançamento de emissões como reação ao princípio do

Page 26: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

25

“poluidor-pagador”. A dimensão ambiental era nitidamente percebida como custo

representando uma ameaça à competitividade empresarial.

Os modelos gerenciais superpõem-se e surge a ênfase ao processo, e gerir, agora, é

administrar os inevitáveis conflitos. O bom gerente é aquele que faz fluir a relação entre as

pessoas, olhadas como algo extremamente complexo. É a época da expressão

“Desenvolvimento Organizacional” se disseminar e ganhar corpo (OLIVEIRA, 1998). Esses

conflitos eram decorrentes da cultura predominante de produzir para crescer e remunerar os

acionistas, frente ao novo desafio de mudar as práticas e o padrão de produção para atender

aos padrões ambientais legais exigidos pela sociedade, vistos reativamente como uma

ameaça à competitividade empresarial.

Na maioria dos países, a legislação ambiental foi impulsionada a partir da iniciativa da

Organização das Nações Unidas, por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente, PNUMA, que, entre outras questões, estabelece que a avaliação dos impactos

ambientais deve verificar problemas, conflitos e agressões aos recursos que afetem a

viabilidade do projeto e as causas dos danos por eles gerados à população, meio físico e

empreendimentos circunvizinhos. A fumaça das chaminés passou a ser vista não mais como

uma vantagem, e sim como uma anomalia (ASHLEY, 2002).

A década de 1980 foi marcada por acidentes catastróficos como o de Bhophal (1984)

e Exxon Valdez (1989), fazendo com que as pressões da sociedade aumentassem. Em 1983,

a Organização das Nações Unidas, ONU, cria a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega. Em

1987, a Comissão apresenta o relatório Our Common Future, em assembléia geral da ONU,

alertando para os principais problemas do meio ambiente e desenvolvimento em âmbito

planetário, e formulando propostas para solucioná-los.

Page 27: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

26

Em 1987, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

(OECD) define tecnologias limpas como qualquer medida técnica na indústria, para reduzir,

ou até eliminar na fonte, a produção de qualquer incômodo, poluição e resíduo, e ajudar a

economia de matérias-primas, recursos naturais e energia (KIPERSTOK,1999).

Surge o Programa Responsible Care e as normas de Sistemas de Gestão Ambiental –

SGA, a Specification for Environnmental Management Systems, BS 7750, a Eco-

management and auditing Scheme, EMAS, e a norma International Organization for

Standardization, ISO 14001.

A estratégia das empresas passa a ser a antecipação às leis, a redução de custos e a

redução de riscos e impactos ambientais em decorrência da evolução da consciência mundial

de que o problema ambiental do planeta é sério, e que os esforços para a minimização,

controle e prevenção da poluição devem estar na fonte da geração de emissão, de efluente,

resíduo, ou seja, o montante do processo produtivo em detrimento da antiga visão polui /

trata, conhecida como “fim de tubo”.

Durante a década de 80, o modelo de gestão valoriza as estratégias empresariais

globais que fossem capazes de atender as solicitações de mudança. A empresa é, agora, vista

quase como um organismo vivo. Concebe-se a estratégia como um movimento da

organização como um todo em direção ao cumprimento de sua missão, e essa estratégia é,

então, hierarquizada, repartindo-se nos níveis abaixo conforme a estrutura da organização.

Nesse estágio, as estruturas organizacionais se tornam um item de menor preocupação das

gerências porque tendem a ficar rapidamente obsoletas (OLIVEIRA, 1998).

O diferencial competitivo das empresas passou a depender além da sua capacidade

instalada do domínio de seus processos produtivos, visando a reduzir custos e evitar eventos

desagradáveis que pudessem afetar negativamente a sua imagem ou marca.

Page 28: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

27

A década de 90 caracteriza-se, basicamente, pela globalização da questão ambiental.

Em 1992 ocorreu a Segunda Conferência Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente

realizada no Rio de Janeiro, Brasil. A conferência foi marcada pelo estabelecimento da

Convenção do Clima e da Agenda 21, que convocou a indústria para modificar padrões de

produção e consumo insustentáveis por processos de produção mais eficientes; estratégias

preventivas e tecnologias limpas ao longo de todo o ciclo de vida de seus produtos e

serviços, visando a minimização ou não da geração de resíduos.

Essa década também é marcada pelo surgimento dos programas de gerenciamento de

risco, com o foco na prevenção de incidentes, acidentes materiais, acidentes pessoais,

acidentes ambientais e emergências, como resposta a pressões crescentes da sociedade. São

eles: a American Petroleum Institute – API 750, o Process Safety Management da

Occupational Safety and Healh Administration, OSHA 29 CFR 1910.119, a Environmental

Protection Agency, EPA 40 CFR part 68 e a diretiva de Sevesso II, da União Européia. A

estratégia das empresas passa a ser ofensiva e a postura passa a ser a de prevenção da

poluição, redução do consumo dos recursos naturais.

Constata-se que fatores econômicos, ambientais e sociais pressionaram as empresas a

melhorarem o desempenho ambiental dos seus processos produtivos através da adoção

voluntária de mecanismos de respostas às mudanças pelas corporações, como o da

certificação pela norma internacional ISO 14001.

Segundo Furtado (1998), a ISO 14001 não demanda grandes transformações das

práticas ambientais das empresas certificadas. A criação do sistema de gestão ambiental,

como sistema administrativo, não está mudando e não mudará o patamar da empresa na

direção de sistema de produção com maior responsabilidade ambiental, mesmo que venha a

obter a certificação pela norma internacional ISO 14001. Isto se aplica, particularmente, às

Page 29: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

28

organizações que já atendiam de forma adequada a legislação ambiental ou que possuem

uma cultura ambiental avançada.

Atualmente, as organizações de sucesso estão sendo vistas não apenas pelos ativos e

passivos mensuráveis financeiramente, mas pela capacidade de desenvolver, fomentar e

mobilizar ativos intangíveis.

Segundo Kaplan (2001), o valor contábil dos ativos tangíveis que na década de 80

representava 62% do valor de mercado das organizações, no final do século XX

correspondia a apenas 10 a 15%. O diferencial competitivo das empresas agora depende,

além da sua capacidade instalada, do domínio de seus processos produtivos, da sua imagem

junto à sociedade, da qualificação, motivação e capacidades do seu capital humano.

Os modelos de gestão continuam a evoluir e surge o estágio da ênfase para a cultura

organizacional. Nesse contexto, as organizações que buscam a sustentabilidade estão

assumindo as conseqüências de seus atos, bens e serviços perante todas as partes interessadas

envolvidas e não apenas em relação aos proprietários e acionistas, ou seja, não estão

buscando apenas o crescimento econômico, mas a qualidade de vida, o desenvolvimento

social e preservação dos recursos naturais.

De acordo com uma pesquisa da PriceWaterhouse (2002), realizada com as 140

maiores empresas dos Estados Unidos da América, a maioria já iniciou a avaliação de suas

atividades e estratégias de negócio, em relação aos riscos e oportunidades econômicas e

financeiras, associadas à nova forma de responsabilidade corporativa, apesar dessas

empresas estarem iniciando a abordagem da sustentabilidade. Algumas empresas estão com

dificuldades na transição para a sustentabilidade de mensurar o desempenho, enquanto outras

estão, simplesmente, aguardando novos modelos. Contudo, a grande maioria vislumbra a

sustentabilidade como uma evolução definitiva de forma que as corporações possam ser

valorizadas, avaliadas e gerenciadas.

Page 30: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

29

Observa-se que, historicamente, a evolução da consciência ambiental mundial está

associada ao aumento da pressão da sociedade e das exigências do mercado, relacionadas aos

fatores econômicos, sociais e ambientais. O ambiente externo vem influenciando

continuamente a mudanças de estratégia ambiental das empresas, culminando com o

surgimento de vários mecanismos de respostas a essas mudanças, com destaque para a

adoção voluntária da norma ISO 14001, que, em nível mundial, possui número de

certificações da ordem de 45.000 em 118 países.

Dentre os pontos positivos da adoção dessa norma destaca-se o estabelecimento de

políticas e indicadores de desempenho ambiental para apoiar as tomadas de decisões e a

definição e divulgação pública de metas e objetivos ambientais, o que, em alguns casos,

levou a dimensão ambiental a ser inserida no planejamento estratégico de algumas

organizações. A partir daí, algumas empresas perceberam a oportunidade de construção de

um diferencial competitivo associado ao desempenho ambiental e buscaram direcionar seus

esforços organizacionais para contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Nos últimos 50 anos, a dinâmica da evolução da consciência ambiental mundial e a

mudança da relação empresarial com o meio ambiente evoluiu da atitude reativa às leis para

a de contínua adaptação e antecipação às partes interessadas. O modelo de gestão

empresarial, baseado inicialmente em uma relação hierárquica entre chefe e subordinado

com forte centralização da tomada de decisão que visava à criação de valor apenas para

proprietários e acionistas, evoluiu para uma relação entre líder e liderado baseada na

orientação, motivação, capacitação, e descentralização da tomada de decisão que tende a ser,

gradualmente, cada vez mais democrática e participativa, visando a atender todas as partes

diretamente e indiretamente envolvidas com as atividades, processos, serviços e produtos da

empresa.

Page 31: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

30

2.2 O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE

Como uma organização pode contribuir para reverter ou reduzir o processo de

degradação em curso sobre o planeta, se não basta atender a legislações, padrões ambientais

estabelecidos e buscar a melhoria contínua? Como fazer para melhorar significativamente o

desempenho ambiental de uma empresa se a implementação de um sistema de gestão

ambiental baseado na norma ISO 14001 não é suficiente para promover mudanças efetivas

de desempenho ambiental rumo a sustentabilidade? Como assegurar que uma organização

está se movimentando em direção a sustentabilidade?

Sabe-se que número de certificações na norma internacional ISO 14001, no Brasil,

passou de cerca de 350 em 2001 para 900 em 2002, atingindo 1004 certificações em 2003.

Considerando que 70% dessas certificações são de indústrias, sugere-se como ponto de

partida a adoção do sistema de gestão ambiental preconizado pela norma internacional ISO

14001, dentro de um processo evolutivo gradual rumo a sustentabilidade.

De acordo com Marinho (2001), a adoção de um sistema de gestão ambiental

baseado na norma internacional ISO 14001 tem levado as empresas a melhorarem e / ou

implantarem:

a) A identificação e classificação dos aspectos e impactos ambientais

significativos de seus produtos, processos, serviços, atividades;

b) A identificação de atividades com alto potencial de risco ambiental;

c) A sistematização na identificação, registro e tratamento de não conformidade

ambiental;

d) A melhoria do comprometimento e empenho das empresas na busca de

soluções para problemas ambientais;

Page 32: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

31

e) Uma abordagem mais integrada para as questões de ambiente, saúde,

segurança e qualidade na empresa;

f) A melhoria da eficiência do uso de recursos naturais;

g) A melhoria do nível de cumprimento da legislação e ao estabelecimento de

uma política ambiental;

h) A definição de metas e objetivos de meio ambiente;

i) A definição, monitoramento e medição do resultado ambiental com base em

indicadores de desempenho ambiental.

Para melhorar significativamente o desempenho ambiental das empresas, Furtado

(1998) recomenda a adoção de instrumentos mais poderosos que promovam a mudança de

patamar no tratamento das questões ambientais adicionalmente ao seu sistema de gestão

ambiental, como o emprego da produção mais limpa, produção limpa, ecodesign, etc.

Ainda segundo Marinho (2001), para que as empresas certificadas avancem em

direção à sustentabilidade é necessário, principalmente, que as empresas adotem uma postura

mais transparente e avançada de comunicação com as partes interessadas através de

mecanismos participatórios e democráticos de decisão e publicação de relatório sócio-

ambiental, com divulgação sistemática do desempenho da qualidade ambiental da área de

influência direta.

Para Ashley (2002), a abordagem tradicional de gestão que busca a maximização

racional da riqueza dos acionistas ou proprietários da empresa tem que evoluir para a gestão

ecocêntrica onde:

Page 33: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

32

a) Os objetivos tradicionais de crescimento econômico, lucros e riqueza dos

acionistas dão lugar a sustentabilidade, qualidade de vida e bem-estar do conjunto de

stakeholders:

b) Os produtos desenhados para a função, estilo, preço e desperdício com

embalagem, passam a ser desenhados para o ambiente e busca-se embalagens não agressivas

ao ambiente;

c) O sistema de produção intensivo em energia, recursos e tecnicamente

eficiente evoluiu para baixo consumo de energia, recursos naturais e ambientalmente

eficientes;

d) A organização, outrora baseada em estruturas hierárquicas, processo decisório

autoritário, autoridade centralizada, transforma-se em estruturas não hierárquicas, processo

decisório participativo, autoridade descentralizada;

e) O ambiente era gerenciado como recurso, onde poluição e lixo eram

externalidades agora passam a ser entendidos como recursos estritamente finitos e busca-se

incessantemente a harmonia com a natureza;

f) As funções do negócio se transformam em marketing que atua para aumento

do consumo, age para a educação do ato de consumo; recursos humanos trabalham para o

aumento da produtividade do trabalho, dedica-se a tornar o trabalho significativo e o

ambiente seguro e saudável para o trabalho.

Para permitir o crescimento sustentável do ponto de vista ambiental, Kiperstok

(1999) defende a adoção, pelas empresas, de tecnologias limpas ao longo de toda a cadeia

produtiva, a extrapolação da prevenção de impactos ambientais das plantas industriais para

todo o ciclo de vida de processos e produtos através da aplicação da ferramenta de análise de

Page 34: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

33

ciclo de vida, além da adoção do fator X como visão de longo prazo, ou seja, reduzir de 6 a

10 vezes o impacto ambiental ao longo dos próximos 50 anos.

Os elementos-chave para uma empresa se movimentar em direção à sustentabilidade,

na visão de Wellford (1996), são: o estímulo à participação das partes interessadas

proporcionando poder e decisão aos mesmos; a precaução e uso consciente de recursos

naturais; a preservação da biodiversidade; respeito aos direitos humanos e a incorporação do

conceito de ciclo de vida.

Pelo exposto, observa-se que a transição, rumo à sustentabilidade, pressupõe uma

evolução gradual de desempenho, de capacitação das pessoas, de transparência do modelo de

gestão empresarial, ou seja, de um redirecionamento estratégico do negócio da organização,

através de uma releitura da política, missão, valores e visão, que são considerados as bases

do planejamento de longo prazo à luz do conceito de desenvolvimento sustentável e dos

princípios de responsabilidade sócio-ambiental.

Integrando os diversos pensamentos acima citados, à luz dos critérios do prêmio

nacional da qualidade, para estruturar o raciocínio de como assegurar que uma organização

esteja se movimentando em direção a sustentabilidade, tem-se:

a) É fundamental estabelecer uma visão de longo prazo e estratégias de longo

alcance, pois a busca incessante da excelência do desempenho, rumo a níveis graduais de

sustentabilidade, requer uma forte orientação para o futuro, disposição para assumir

compromisso de longo prazo com todas as partes interessadas, e exige uma definição clara

do papel da organização no modelo econômico com definição no planejamento estratégico

de quanto pode ser gasto além do eixo de negócio. É fundamental que a visão de futuro

esteja em alinhamento com a missão, valores, política ambiental e diretrizes da organização.

Page 35: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

34

b) São necessárias estratégias. Metas desafiadoras e planos de ação têm que ser

desdobradas para toda a organização. A medição de desempenho tem que ser feita em todos

os níveis da visando a construir uma organização com foco no resultado.

É importante enfatizar que a evolução gradual nos diversos níveis de sustentabilidade

será atingida não por intenções, mas por conquista de resultados consistentes, significativos e

contínuos, pois, segundo Oliveira (1998), em uma reavaliação de 33 estratégias descritas na

revista Bussiness Week entre 1979 e 1980, descobriu-se que 19 delas falharam, deram

problemas ou foram abandonadas, enquanto que 14 outras podem ser vistas como "bem

sucedidas", ou seja, um índice de 57% de fracasso.

c) São imprescindíveis a compreensão, monitoramento e antecipação às necessidades

dos clientes, mercados e da sociedade, visando a estreitar continuamente o relacionamento

com todas as partes interessadas da cadeia produtiva;

d) Responsabilidade Social, ou seja, ser uma empresa cidadã que reconhece a

comunidade e a sociedade como partes interessadas da organização. São as obrigações que a

empresa assume através de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à

medida que busca a atingir seus interesses empresariais, ou melhor, incorpora os objetivos

sociais em seu planejamento estratégico, engajando-se, além da contribuição na área

funcional econômica (emprego, salário, segurança no trabalho), nas áreas de qualidade de

vida (preservação ambiental), investimentos sociais (assistir instituições ligadas à caridade,

educação, artes da comunidade) e na área de solução de problemas (participação em

iniciativas de longo prazo). É imprescindível construir um senso comum para que as diversas

funções gerenciais alinhem os esforços corporativos no sentido de evoluir da gestão

empresarial tradicional para a gestão ecocêntrica preconizada por Aslhey (2002);

e) Ação pró-ativa e resposta rápida visando a prevenir, eliminar ou minimizar

impactos sobre a sociedade, o meio ambiente e resultados empresariais e permitir maior

Page 36: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

35

velocidade de colocação de produtos e serviços no mercado, com definição clara das

questões econômicas, sociais e ambientais relevantes, permanentes e estratégicas;

f) Promoção do aprendizado organizacional contínuo, através da análise crítica do

desempenho global da organização, pelas lideranças e a alta direção, para avaliar os

progressos em relação às estratégias e aos planos de ação, avaliar a adequação e efetividade

de objetivos e políticas, o ambiente externo, apoiar a tomada de decisão e a correção de

rumos.

Atingir objetivos e metas é tão importante quanto a manutenção dos índices de

ecoeficiência conquistados como forma de consolidar uma cultura de prevenção da poluição

na organização. Para assegurar a melhoria e manutenção de desempenho ambiental, é preciso

garantir a evolução contínua das práticas em direção a padrões de consumo e produção

sustentáveis. É necessário ancorar o aprendizado na cultura organizacional, ou seja, mudar o

comportamento das pessoas.

Com base em Furtado (2003), a forma, intensidade e velocidade com que esses

aprendizados serão obtidos e incorporados dependerá da adoção e capacitação das pessoas da

organização para a aplicação de ferramentas conceituais como Desenvolvimento Sustentável,

Fator X, Pegada Ecológica; de ferramentas operacionais como a Produção Mais Limpa,

Análise do Ciclo de Vida, o Ecodesign, a Ecologia Industrial, Ecoeficiência, Tecnologias

Limpas, Avaliação de Impacto Ambiental, Avaliação de Risco; de ferramentas de gestão

como o Sistema de Gestão Ambiental. Além de padrões internacionais, processos de

certificação e reconhecimento accreditation, o Fluxo Material Total, e ferramentas de

comunicação como a Rotulagem Sócioambiental, Indicadores de Resultado Final Tríplice

triple bottom line e Relatório de Sustentabilidade Empresarial.

g) É necessário implantar a gestão centrada em processos e informações fornecendo

as bases para a tomada de decisões e a retenção do conhecimento pela organização, onde

Page 37: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

36

informação é um conjunto de dados com um determinado significado e comunicação é o

processo pelo qual a informação deve permear a organização, sendo intercambiada,

compreendida e compartilhada. A comunicação eficaz contribui significativamente para a

construção do senso comum que alinha as diversas funções gerencias para o esforço

corporativo. Os meios de comunicação utilizados pelas empresas são diversos: face a face,

reuniões, conversas por telefone, correio eletrônico, fax, discursos formais, boletins,

relatórios, correio de voz, vídeo conferências, quadro de avisos, comunicação no corredor,

periódicos, intranet, outdoor, faixas, banners, etc.

h) Valorização das pessoas e do clima organizacional, pois o diferencial competitivo

depende da sua força de trabalho, do conhecimento, das habilidades, criatividade, motivação

e participação das pessoas e da sinergia das equipes. Dessa forma, estar-se-á criando o

ambiente propício para o surgimento de inovações ambientais nas atividades, serviços,

processos e produtos da organização.

Assegurar o clima organizacional é um dos grandes desafios dos líderes. A percepção

coletiva que os empregados têm da empresa e a reação a essa percepção, em função da

experimentação prática prolongada de sua política, de seu modelo de gestão, e de seu estilo

de liderança, geram o clima organizacional. Para mudar o clima é necessário mudar a

percepção coletiva, para isso, é preciso mudar a percepção individual. Clima organizacional

é sinônimo de grau de satisfação, motivação, moral.

As pesquisas de clima organizacional têm constatado que o impacto das ações dos

líderes é bastante significativo sobre os demais fatores que determinam a satisfação das

pessoas no trabalho, pois, cabe ao líder, por meio de suas ações junto à equipe de trabalho,

gerar oportunidades de realização das pessoas, reconhecer o trabalho bem feito, criar

desafios que motivam e energizam. O clima organizacional é um indicador de eficácia da

liderança na medida em que reflete a percepção dos indivíduos que trabalham em uma

Page 38: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

37

equipe. Paradoxalmente, o estado de satisfação decorrente de um clima sem pressões nem

sempre tem efeito positivo, levando, às vezes, a estados de acomodação e complacência e

resistência a mudanças (VIGNOTO, 2000).

O resultado da pesquisa de clima organizacional, conduzida pela empresa Hay do

Brasil, entre 1995 e 1998, foi comparado com os resultados de 35 empresas brasileiras com

cinco empresas benchmark do referido banco de dados, e constatou-se que as empresas de

melhor desempenho se destacam em questões diretamente ligadas à liderança como: clareza

de objetivos, adequação da estrutura e qualidade do processo decisório.

Segundo Shinyashiki (2000), manter um clima organizacional de harmonia,

confiança e respeito é um dos objetivos básicos das lideranças, pois o clima promove o

trabalho produtivo, a satisfação das pessoas, a confiança aproxima as pessoas e cria um

ambiente de cooperação, elementos fundamentais para o sucesso do trabalho em equipes e de

times vencedores. O clima organizacional pode impactar o comportamento individual das

pessoas, desmotivando-as para o cumprimento de regras, procedimentos e padrões de

comportamento (STEERE,1996).

O alinhamento das pessoas em relação à visão de futuro, metas e objetivos

estratégicos da organização, minimiza conflitos estratégicos, mantém um senso comum de

unidade, ou seja, ajuda na manutenção do clima organizacional.Vale salientar que uma

organização que é reconhecida por manter um excelente ambiente de trabalho, possui maior

capacidade atrair, captar e manter talentos.

j) Comprometimento da liderança e da alta direção para a internalização,

disseminação e prática de valores e diretrizes organizacionais que promovam a cultura da

excelência. Na década de 80 uma pesquisa entre consultores gerenciais revelou que menos

de 10% das estratégias formuladas com sucesso são implementadas com êxito. Em 1999,

uma pesquisa da revista Fortune sobre casos de fracassos de eminentes CEOs , que apontam

Page 39: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

38

a ênfase na estratégia e na visão, dava origem à crença enganosa de que a estratégia certa era

condição necessária e suficiente para o sucesso. Segundo Kaplan (2001), em 70% dos casos

de fracasso o problema foi de má execução. O autor destaca a apropriação do processo de

mudança pela liderança executiva como condição isolada mais importante para o sucesso, e

enumera cinco princípios para que uma estratégia tenha sucesso:

a) Mobilizar a mudança por meio da liderança executiva;

b) Converter a estratégia em processo contínuo;

c) Transformar a estratégia em tarefa de todos;

d) Alinhar a organização à estratégia;

e) Traduzir a estratégia em termos operacionais.

Para Kotter (2000), as mudanças organizacionais significativas têm que começar com

as lideranças, e cita as principais falhas cometidas pelos líderes que levam ao fracasso dos

programas de transformação:

a) Não criação de senso de urgência bastante grande;

b) Não constituir uma coalizão forte o bastante para conduzir o processo;

c) Falta de visão;

d) Comunicação da visão dez vezes menos que o necessário;

e) Não remover os obstáculos à nova visão;

f) Não planejar nem criar sistematicamente vitórias em curto prazo;

g) Cantar vitória cedo demais;

h) Não ancorar as mudanças na cultura organizacional.

Page 40: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

39

A importância da atuação das lideranças no processo de condução da transição da

gestão empresarial tradicional para a sustentabilidade é destacada por Chiavenato (2000),

que afirma ser o líder que promove a mudança de mentalidade, cultura, processos,

atividades, serviços, torna as empresas mais eficazes e competitivas e as orienta para o

sucesso em um mundo repleto de mudanças e competição. As facilidades ou dificuldades dos

líderes em implementar as mudanças para a sustentabilidade estão relacionadas dentre outros

fatores com:

• A postura e relacionamentos da empresa com o ambiente externo;

• A cultura organizacional;

• A hierarquização e estrutura da organização;

• O engajamento das lideranças com o processo de mudança;

• O envolvimento e participação das pessoas;

• A disponibilidade de recursos.

2.3 FOCOS DA LIDERANÇA PARA UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL

Desde de que o mundo é mundo os líderes existem. Nos vários tipos de sociedade, o

líder tem o papel fundamental, seja para conduzir uma nação ou para seus seguidores

espelharem-se. Entre os animais, o líder é escolhido conforme as necessidades de cada

espécie, que pode ser a força ou não. Nas sociedades mais primitivas, o líder, geralmente o

mais velho do grupo, é o detentor do conhecimento e tem a responsabilidade de transmiti-lo

às próximas gerações (PAIVA, 2003).

Posto isso, quais seriam, então, os objetivos fundamentais dos líderes formais de uma

organização em relação às questões ambientais? Como as lideranças conduzem a empresa e

Page 41: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

40

os liderados em um cenário de esgotamento dos recursos naturais e de restrição crescente aos

impactos ambientais decorrentes do processo produtivo, atividades, produtos e serviços?

Para conduzir a organização em direção ao crescimento econômico sustentado do

ponto de vista ambiental, parte-se do pressuposto de que as lideranças devem atuar visando a

atingir dois objetivos estratégicos: a formação e consolidação da cultura organizacional

baseada na prevenção da poluição e na redução dos riscos e impactos ambientais.

A sustentabilidade demanda estratégias de longo alcance, pois a busca planejada de

níveis crescentes de ecoeficiência requer uma forte orientação para o futuro, em decorrência

da necessidade da integração das estratégias empresarial e ambiental, e para um processo

evolutivo contínuo de desenvolvimento econômico, social e ambiental em prol de todas as

partes interessadas e das gerações futuras.

A Figura 2, a seguir, representa graficamente os dois objetivos estratégicos

resultantes da atuação das lideranças, em relação a gestão ambiental da empresa:

Figura 2 – Liderança para uma Organização Sustentável: Objetivos Estratégicos Fonte: Elaborado pelo autor

O impacto da atuação da liderança eficaz e eficiente será o crescimento da curva da

cultura organizacional de prevenção da poluição e o declínio da curva de riscos e impactos

Tempo

Obj

etiv

os

Est

raté

gico

s

Curva da Cultura de Prevenção da Poluição

Curva de Riscos e Impactos Ambientais

Níveis de Ecoeficiência

Page 42: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

41

ambientais da empresa, representando no tempo a conquista de níveis de ecoeficiência

diferenciados expostos no gráfico pelas setas verticais.

Segundo Kotter (2000), a verdadeira transformação levará tempo, e são necessárias

metas de curto prazo para atingir e comemorar. Esses resultados permitem a manutenção de

níveis de motivação elevada entre as pessoas engajadas, e certamente contribui para reduzir

o número de descrentes que assistem passivamente o processo de transformação.

Dessa forma, a conquista contínua de níveis crescentes de ecoeficiência deve permitir

o planejamento e conquista de resultados de curto prazo e levará à consolidação de uma

cultura de prevenção da poluição, onde o desempenho ambiental passa a ser um diferencial

competitivo dessa organização, significando alinhamento gradual das estratégias ambientais

e empresarias, ou seja, a inserção do meio ambiente no planejamento estratégico da empresa

como valor empresarial básico.

A liderança eficaz conduz a organização na direção correta, tem a ver com visão. Ser

eficaz é “fazer as coisas certas” e a liderança eficiente, tem a ver com implementação,

métodos, procedimentos (DRUCKER, 1996).

A atuação eficaz da liderança levará a organização a ser reconhecida como empresa

cidadã, e a atuação eficiente levará ao reconhecimento da empresa como benchmark de

desempenho ambiental no segmento industrial.

É importante destacar que esses dois objetivos estratégicos, representados no gráfico,

preconizam que são as lideranças que formam a visão, mas conduzem a organização nessa

direção, e também se envolvem com a implementação segundo Kaplan (2001), Bossidy

(2003) e Drucker (1996).

Para Chiavenato (2000) existem três tipos de habilidades importantes para o

desempenho bem sucedido dos líderes: as habilidades técnicas, as humanas e as conceituais.

A habilidade técnica está relacionada com o uso do conhecimento especializado e técnicas

Page 43: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

42

relacionadas com o trabalho; as habilidades humanas referem-se à facilidade com o

relacionamento interpessoal e grupal e envolve a comunicação, a motivação, a superação de

conflitos, coordenação, etc., e, por último, a habilidade conceitual, que envolve a visão da

organização, a facilidade de trabalhar com conceitos, teorias e o diagnóstico de situações e

formulação de alternativas. Essas habilidades estão representadas na Figura 3, abaixo:

Figura 3 – Liderança para Uma Organização Sustentável: Habilidades dos Líderes Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com Drucker (1996), a necessidade de atingir os objetivos estratégicos

preconizados, demandará a atuação de líderes em todos os níveis da organização para

influenciar, orientar e motivar as pessoas. Será necessária uma massa crítica de líderes maior

do que àquelas apresentadas pelas lideranças formais da organização. É preciso ter líderes

em todos os pontos-chave da empresa e descentralizar a tomada de decisão para fazer frente

às mudanças contínuas no ambiente e à crescente pressão competitiva.

Tempo

Hab

ilida

des

dos

Líde

res Curva da Cultura de Prevenção da Poluição

Curva de Riscos e Impactos Ambientais

Níveis de Ecoeficiência

Habilidades Conceituais

Habilidades Técnicas

Hab

ilida

des

Hum

anas

Page 44: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

43

Para alcançar o pressuposto, o modelo que relaciona a implantação da estratégia

ambiental estabelece os três principais focos de atuação das lideranças, em uma organização

que busca o crescimento econômico sustentável:

• Formar o capital humano

• Promover o aprendizado organizacional;

• Gerir com foco no resultado e inovação

2.3.1 Formar o Capital Humano

No passado, as organizações conseguiam garantir o seu negócio com base em suas

capacidades estratégicas, financeiras, tecnológicas e mercadológicas, desde que a

concorrência e a mudança fossem estáveis. Com a intensificação do processo de

globalização e o acirramento do processo competitivo, essas capacidades empresariais

tradicionais mostraram-se insuficientes para garantir até mesmo a sobrevivência das

empresas, pois se tornaram razoavelmente disponíveis podendo ser copiadas, desenvolvidas

ou mesmo adquiridas (RATTNER, 1999).

Segundo Vignoto (2000), hoje, para alavancar a força competitiva de uma

organização, é preciso ser ecoeficiente, ou seja, obter mais com menos recursos. Sobretudo,

é preciso ter grande capacidade de resposta, agilidade e flexibilidade, através da competência

de liderar pessoas em direção à vantagem competitiva, capacitando o negócio para a

contínua adaptação às necessidades mutantes das partes interessadas. Esse diferencial é

muito mais difícil de ser copiado. Não é suficiente somente mudar métodos de fabricação,

desenvolver produtos e comprar novas tecnologias. É preciso mudar a maneira de pensar e

agir das pessoas, pois o processo é muito mais complexo e amplo.

Page 45: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

44

O índice de mudança está aumentando. Há décadas a vida útil de um produto podia

ser de 15 anos; hoje, porém, é de quatro para o mesmo tipo de produto, por conseguinte

executivos e gerentes estão dedicando até 80% do seu tempo para liderar (KOTTER, 2000).

Rattner (1999) enfatiza que estudos recentes apontam mudanças nas práticas

gerenciais e processos de trabalho são condições básicas para a incorporação bem sucedida

de novas tecnologias, ou seja, tecnologias modernas e sofisticadas não as substituem, ao

contrário, dependem de uma força de trabalho qualificada.

Pelo exposto acima, formar o capital humano é o foco de atuação que tem que estar

na base como um alicerce, sobre o qual os dois outros focos são construídos. Formar o

capital humano tem a ver com desenvolver, motivar, reconhecer, valorizar as pessoas a ponto

de construir um diferencial competitivo estratégico focado na força de trabalho, seja pelo

conhecimento, pelas habilidades, pelo comprometimento, criatividade, autonomia, satisfação

e participação das pessoas na implementação da visão.

A dinâmica da formação do capital humano está representada na Figura 4, onde a

curva de comprometimento organizacional evolui com o alinhamento crescente das pessoas

com os valores e visão da empresas, com a confiança na gestão e na equipe de trabalho, com

a oferta de oportunidades de crescimento, com uma remuneração adequada, com base em

Blanchard (1996), Shinyashiki (2000) e Chiavenato (2000). A curva de decisão centralizada

decresce com a contínua redução do nível de dependência de decisão das lideranças, vista

como o fruto da descentralização da decisão, o que torna a organização ágil e pró-ativa, de

acordo com Senge (1990).

Descentralizar significa transferir a decisão para baixo na hierarquia organizacional,

deixando que as pessoas tenham autonomia, testem suas idéias e assumam responsabilidades

pelos resultados.

Page 46: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

45

Figura 4 – Formação do Capital Humano Fonte: Elaborado pelo autor

Citando Marcelino (2002), para autores como Porter (1995), Drucker (1996) e Senge

(1990), a chave para enfrentar as mudanças está na adoção de modelos de gestão que

valorizem os recursos naturais e humanos.

Desta forma, uma organização que busca desdobrar a sua estratégia de longo alcance

precisa de líderes que tenham a competência básica para desempenhar os papéis

fundamentais relacionados com a manutenção de um clima organizacional saudável, criando

o ambiente de cooperação para o trabalho em equipe imprescindível para a implementação

das mudanças necessárias para se atingir a visão de futuro. Segundo Senge (1990), nos

últimos anos cresceu a importância do desempenho e comprometimento dos funcionários,

tornando-se vitais para o sucesso do negócio.

De acordo com Shinyashiki (2000), as pessoas não querem mais trabalhar numa

empresa em que só os chefes sentem prazer e se realizam. Pessoas competentes desejam

trabalhar em organizações que lhes dêem retorno pela dedicação.

Curva do Comprometimento Organizacional

Curva de Decisão da Centralizada

Níveis de Satisfação com o Trabalho(Orgulho Organizacional)

Form

ação

do

Cap

ital

Hum

ano

Page 47: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

46

O SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO: UM CASO REAL

Existe algum exemplo de empresa onde o capital humano seja o grande diferencial de

sucesso? Qual o papel das lideranças nesta organização? Qual a capacidade de mudança desta

empresa?

De acordo com Spear (1999), que realizou um estudo que durou quatro anos e

abrangeu 40 fábricas nos Estados Unidos, Europa e no Japão, administradas segundo o

Sistema Toyota de Produção, na indústria de automóveis Toyota, partilha-se a crença

abrangente de que as pessoas são o patrimônio corporativo mais significativo e que os

investimentos em seus conhecimentos e suas habilidades são necessários para construir a

competitividade.

Ainda segundo Spear (1999), nessas organizações espera-se que todos os gerentes

sejam capazes de executar, ensinar e resolver problemas de seus colaboradores, conforme

modelo científico estabelecido. O modelo de aprendizagem se aplica ao diversos níveis de

liderança, e o caminho do desenvolvimento dos recursos humanos desce em cascata e começa

do gerente da fábrica treinando todos os funcionários. Há muito tempo que o sistema Toyota

de produção vem sendo aclamado como a origem do espetacular desempenho da empresa

como fabricante.

Vários fabricantes no mundo introduziram iniciativas importantes para desenvolver

sistemas de produção semelhantes ao da Toyota, empresas de diferentes segmentos como

bens de consumo, metalurgia, indústria automobilística, aeroespaço, dentre outras. O curioso

é que poucos fabricantes têm conseguido imitar a Toyota com sucesso, embora a empresa

seja extraordinariamente aberta sobre suas práticas. Então, por que é difícil decodificar o

Sistema Toyota de produção? Na Toyota, as atividades e processo são constantemente

Page 48: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

47

desafiados e pressionados a atingir um nível mais alto de desempenho para garantir que a

empresa continue a inovar e a melhorar.

Um dos pontos importantes é como os funcionários da empresa aprendem as regras. O

Sistema Toyota de Produção só foi transmitido com sucesso quando os gerentes tiveram

capacidade e disposição para se engajarem em um processo semelhante de questionamento

para facilitar o “aprender fazendo”.

Na organização, o líder, além de alinhar as pessoas em relação à visão, conduz,

pessoalmente, a implementação dela, instruindo, educando pelo exemplo e descentralizando a

tomada de decisão.

Spear (1999) destaca que a Toyota consegue, ao mesmo tempo, introduzir

constantemente mudanças em suas fábricas, mantê-las funcionando a todo vapor, ou seja,

melhorando e permanecendo estável ao mesmo tempo. Para isso, foi necessário tornar as

pessoas capazes e responsáveis por executar e melhorar o seu trabalho, o que permite as

lideranças delegar responsabilidades sem criar o caos. Otimizar continuamente as partes sem

afetar o todo. Desta forma, quando falam de ideal, os funcionários da Toyota não estão

falando de uma filosofia abstrata, mas de uma definição concreta em mente, e que é

notavelmente consistente em toda a empresa. Para os funcionários, dentre os resultados

obtidos por uma pessoa, um grupo de pessoas ou de máquinas ideais destacam-se:

a) Estar livre de defeitos, ou seja, temos recursos e desempenho que o cliente

espera;

b) Pode ser produzido sem desperdiçar materiais, mão-de-obra, energia ou outros

recursos;

c) Pode ser produzido em um ambiente de trabalho que seja seguro física,

emocionalmente e profissionalmente para todos os funcionários.

Page 49: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

48

Pelo exposto acima, observa-se que existe um forte senso comum em relação à

importância estratégica das pessoas nessa organização a ponto de se construir um a crença

coletiva de que o capital humano é o grande diferencial da empresa. Esta organização, além

de construir um diferencial competitivo baseada nas instalações, domínio do processo

produtivo, na imagem de excelência em seu segmento, conseguiu diferenciar-se pela

capacitação, motivação, autonomia de seus colaboradores e onde os líderes, além do papel

fundamental e estratégico de disseminar e implementar a visão a longo prazo, educam pelo

exemplo.

2.3.2 Promover o Aprendizado Organizacional

Segundo Senge (1990) é difícil lembrar de uma organização que tenha se mantido em

uma posição de grandeza sem objetivos, valores e compromissos compartilhados em

conjunto pelos membros da organização inteira, pois quando existe um objetivo concreto e

legítimo, as pessoas dão tudo de si para aprender. As melhores organizações do futuro serão

aquelas que descobrirão como despertar a capacidade de aprender das pessoas em todos os

níveis da organização.

À medida que o mundo se torna mais globalizado, os negócios mais competitivos,

complexos e dinâmicos, o trabalho se torna mais ligado ao aprendizado, e já não basta ter

uma única pessoa apreendendo por toda a organização. É imprescindível entender que os

grupos é que são a unidade fundamental de aprendizagem nas organizações modernas e não

os indivíduos.

Para Chiavenato (2000), a cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças

estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os

membros da organização, e espelha a mentalidade predominante em uma organização. A

Page 50: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

49

cultura organizacional reflete a maneira como a organização aprendeu a compartilhar e

resolver os seus problemas, ou seja, reflete o aprendizado da empresa.

O processo de criação do conhecimento organizacional deve ser entendido como a

ampliação dos conhecimentos criados pelos indivíduos, cristalizando-os como parte da rede

de conhecimentos da organização. Quando as organizações inovam, elas não só processam

informações, de fora para dentro, com o intuito de resolver os problemas existentes e se

adaptar ao ambiente em transformação, elas também criam novos conhecimentos e

informações, de dentro para fora, a fim de redefinir tanto os problemas quanto as soluções e,

nesse processo, recriar o meio (Senge, 1990).

O conhecimento tácito é pessoal, inclui elementos técnicos e cognitivos, refere-se a

técnicas, habilidades e modelos mentais. Já o conhecimento explícito refere-se ao

conhecimento transmissível em linguagem formal e sistemática. A criação do conhecimento

organizacional é uma interação contínua e dinâmica entre conhecimento tácito e explicito.

Nas organizações que aprendem, os líderes têm a função de expandir continuamente

a capacidade de entender a complexidade, definir objetivos e aperfeiçoar modelos mentais,

ou seja, eles são responsáveis pela aprendizagem (SENGE, 1990).

Em relação ao aprendizado organizacional os papéis da liderança são:

a) Transformar seu conhecimento tácito sobre a visão, política, princípios, metas e

objetivos de meio ambiente; sobre conceitos e ferramentas para conhecimento explícito de

seus liderados. Logo, a chave da formação do conhecimento é criar novos conceitos

conhecimentos explícitos, ou seja, a chave do processo de transformação ocorre através de

reuniões, conversas por telefone, troca de documentos, feed-backs, etc.

Page 51: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

50

O líder que se envolve com a execução, cria, sistematicamente, oportunidades de

transmissão de conhecimento tácito para seus liderados e mais do que isso, constrói a sua

própria percepção das oportunidades de melhoria de conhecimento explícito de sua equipe.

b) Compartilhar conhecimentos, experiências, modelos mentais e habilidades para

formar novos líderes. Esse processo é o método de transmissão de conhecimento tácito do

mestre para o aprendiz.

O foco de atuação de promover o aprendizado contínuo tem a ver com formar uma

cultura organizacional homogênea focada na prevenção da poluição, alinhada com a visão de

futuro, com a visão de excelência, onde as pessoas praticam comportamentos

ambientalmente corretos por crença pessoal, independentes de procedimento ou método.

Destaca-se nesse papel a liderança que dissemina a visão, educa pelo exemplo e

pessoalmente forma continuamente novas lideranças.

A dinâmica de formação do aprendizado organizacional está representado na Figura

5, onde a disseminação contínua da visão de futuro, metas, objetivos e padrões de

comportamento levará a um senso comum de unidade para todas as funções do negócio, seja

para o marketing, recursos humanos, jurídico, vendas, serviços gerais, logística, relações

institucionais, produção, manutenção, qualidade, segurança, saúde e meio ambiente,

tecnologia da informação, suprimentos.

Page 52: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

51

Figura 5 – Formação do Aprendizado Organizacional Fonte: Elaborado pelo autor

• Estágio 1 – representa o individualismo natural, onde as pessoas possuem

capacidades distintas de obter resultados orientados para diversas direções.

• Estágio 2 – As pessoas têm consciência da necessidade de mudar, tem-se

consciência onde se está e onde se quer chegar, e sentem-se mutuamente dependentes para

atingir resultados comuns a partir de informações compartilhadas e responsabilidades

individuais. O desempenho é a soma das contribuições individuais.

• Estágio 3 – As pessoas sentem-se coletivamente responsáveis pelos resultados

e interagem entre si disponibilizando e demandando habilidades complementares para atingir

resultados comuns. O desempenho supera a soma das contribuições individuais.

• Estágio 4 – representa a organização integrada, onde existe a crença de que a

empresa precisa da cooperação de todos para atingir suas metas, para ter sucesso e produzir

Equipe Crença de que a

organização precisa de todos

Comportamento Sentem-se coletivamente responsáveis resultados

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Equipe Crença de que a

organização precisa de todos

Comportamento Sentem-se coletivamente responsáveis resultados

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necessidade de mudar

ConhecimentoDesconhecem a

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Page 53: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

52

resultados, alavancando a carreira de todos. Acredita-se que a melhor forma de pensar em

sucesso pessoal é se integrar os esforços coletivos.

Para que as diversas funções do negócio alinhem-se em com a estratégia ambiental da

organização é necessário que as lideranças tenham o perfeito discernimento de:

a) Quais os aspectos e impactos ambientais dos seus processo de trabalho, e

como esses impactam positivamente ou negativamente o desempenho ambiental da

organização;

b) Quais atribuições, em relação à dimensão ambiental, cabem à área de

qualidade, saúde, segurança e meio ambiente e quais as atribuições que são inerentes ao

papel das lideranças nas diversas funções do negócio;

c) Conceitos, princípios e ferramentas da gestão ambiental, aplicáveis a sua

função no negócio, em decorrência de cenários, tendências, ameaças e oportunidades

relacionadas com a visão de futuro da organização.

Quando existe um forte senso comum em relação a um objetivo estratégico, cria-se

um ambiente favorável à descentralização da tomada de decisão que caracteriza as empresas

ágeis e inovadoras, pois as pessoas aprendem com maior rapidez quando se sentem

responsáveis pelos seus atos, ao invés de apenas seguir ordens. Na hierarquia tradicional, a

cúpula pensa e as pessoas agem, nas organizações que aprendem, é preciso mesclar

raciocínio e ação em todos os indivíduos.

Page 54: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

53

RESPONSABILIDADE DE LINHA NA DU PONT: UM CASO REAL

Existe algum exemplo de empresa cuja capacidade de aprender é o diferencial de

sucesso na melhoria do desempenho ambiental? Qual o papel das lideranças nesta

organização?

A Du Pont, empresa líder mundial em desempenho em saúde, segurança e meio

ambiente – SSMA –, com 200 anos de existência, foi fundada em 1802 e as primeiras regras

de segurança, saúde e meio ambiente foram estabelecidas em 1811. Em 1940 foi consolidada

a crença organizacional de que todas as perdas pessoais, materiais e ambientais são evitáveis,

e em 1950 foi consolidada a cultura das práticas de prevenção dentro e fora do trabalho (DU

PONT, 2003, p. 6 ).

É importante destacar que foram necessários 148 anos em processo evolutivo

contínuo, perseguindo-se uma visão de longo prazo e conquistando-se resultados a curto e

médio prazos para que a cultura de prevenção evoluísse para a situação atual, onde a

empresa possui um sistema de gestão integrada de segurança, saúde e meio ambiente que

consiste de 22 elementos, 175 ferramentas de suporte e 400 práticas operacionais,

experimentadas com sucesso em 135 plantas industriais em diversos países, tendo como base

a demonstração visível do comprometimento das lideranças com a cultura e as políticas e

diretrizes de segurança, saúde e meio ambiente da empresa. Algumas das crenças da

organização Du Pont são:

• “Acreditamos que se você não pode administrar a segurança, saúde e o meio ambiente,

provavelmente não possa administra o negócio. Então, se você pode administrar o

negócio, é provável que também possa administrar a segurança, saúde e o meio

ambiente”;

Page 55: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

54

• “Só se alcança o nível de SSMA que você demonstrar querer alcançar”;

• “Segurança é responsabilidade individual e condição de emprego”;

• “As pessoas são o elemento mais importante do programa de segurança e saúde

ocupacional”;

• “Nenhum trabalho é tão urgente e importante que não possa ser realizado com

planejamento”;

• “Toda perda pessoal, material e ambiental, potencial ou real é evitável”.

São três as razões que a Du Pont justifica para a ênfase no gerenciamento de

segurança, saúde e meio ambiente: a obrigação moral, o bem-estar da sociedade e ser um

bom negócio.

Observam-se, claramente, três aspectos fundamentais relacionados com o

desempenho em segurança, saúde e meio ambiente, da Du Pont. O primeiro, relacionado

com a integração do desempenho em segurança, saúde e meio ambiente ao eixo dos negócios

da organização; o segundo, relacionado com as responsabilidades das lideranças na

manutenção da cultura focada na prevenção; e o terceiro é que se busca criar uma cultura de

prevenção focada no comportamento individual, na proteção mútua, no trabalho em equipe,

alicerçadas no forte orgulho organizacional.

Pode-se destacar dentre as chaves para a mudança e consolidação de uma da cultura

focada na prevenção nesta organização:

a) A demonstração de forte compromisso pela gerência e alta administração;

b) A responsabilidade das lideranças de linha pelos resultados,

c) Motivação contínua e disciplina gradual para cumprimento de regras,

procedimentos e padrões;

Page 56: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

55

d) Desenvolvimento e treinamento contínuo;

e) Comunicação efetiva dos padrões de desempenho esperados entre líder e

liderados;

f) Integração de todas as áreas da organização.

2.3.3 Gerir com Foco no Resultado e Inovação

O mundo nunca assistiu a tantas fusões e aquisições como nos últimos tempos. Todos

os dias empresas se unem em busca de parcerias, companhias grandes compram outras

menores ou deficitárias e as incorporaram ao patrimônio. Para se perpetuarem, as

organizações precisam atingir resultados, serem competitivas, satisfazer as partes

interessadas e fazer alianças estratégicas.

A importância de gerir com foco no resultado ficou bastante conhecida na década de

1980 em decorrência do grande percentual de fracassos, como eminentes CEOs, de empresas

americanas ao implementar suas estratégias empresarias e atingir as metas e objetivos,

pactuados com os acionistas.

O foco de atuação de gerir com foco em resultados e inovação é a busca incessante

pela melhoria de desempenho ambiental, atingir metas e objetivos alinhados com a visão,

cumprir os planos de ação, aplicar programas, conceitos e novas tecnologias, buscando-se

tanto as melhorias incrementais como as mudanças de tecnologias.

Não se pode esquecer que como as verdadeiras mudanças levarão tempo é necessário

o estabelecimento de objetivos de curto e médio prazo, visando a manter alta a motivação

para o desafio de longo prazo. Os indicadores de desempenho ambiental têm que ser

gradualmente inseridos, dos mais simples ao mais complexos, para assegurar a medição nos

diversos níveis de sustentabilidade.

Page 57: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

56

Como uma organização é um conjunto de pessoas com objetivos comuns gerindo

recursos limitados e escassos, é importante conhecer os impactos ambientais significativos

decorrentes do processo produtivo, atividades, serviços e produtos e priorizá-los sobre os

demais impactos ambientais. Como um dos princípios do desenvolvimento sustentável é a

transparência e participação das partes interessadas, é fundamental adotar, gradativamente,

mecanismos participativos e democráticos de decisão com os diferentes grupos sociais.

Dessa forma, o líder tem que ter a capacidade de estabelecer no máximo de 3 a 4

iniciativas ambientais estratégicas as quais serão priorizadas em alinhamento com a visão de

longo prazo de sustentabilidade, e inseridas no planejamento estratégico do negócio, sendo

assegurado recurso para sua implementação e continuidade.

Uma organização, além de se preocupar em atingir e manter resultados, tem que

consolidar a cultura organizacional focada na prevenção da poluição. Para isso, deve ter

como um das iniciativas estratégicas a formação do capital humano, ou seja, de forma

estruturada e sistêmica, investir permanentemente no desenvolvimento e motivação das

pessoas, fazendo-as mudar a maneira de pensar e agir.

Os papéis da liderança, ao gerir com foco em resultados e inovação, são:

estabelecimento de metas e objetivos alinhados com a visão de futuro, a execução do plano

de ação ambiental pactuado e a implementação da inovação ambiental. A dinâmica do foco

está representada na Figura 6:

Page 58: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

57

Figura 6 – Gerir com foco no Resultado e Inovação Fonte: Adaptado de Odebrecht (1998, vol.1)

Para que a organização conquiste resultados ambientais significativos e consistentes,

faz-se necessário adotar, além das melhorias operacionais e incrementais, cada função de

negócio a fim de que possua iniciativas focadas para o resultado e inovação, desdobradas a

partir do planejamento estratégico relacionadas com o estímulo gradual à participação das

partes interessadas, a precaução e uso consciente dos recursos naturais, a preservação da

biodiversidade, respeito aos direitos humanos, responsabilidade sobre os produtos, etc, para

movimentar a empresa em direção à sustentabilidade e ecoeficiência.

Geralmente, para melhorar o desempenho ambiental através de as melhorias

operacionais e incrementais, a empresa investe em treinamento e aplicação de novas

ferramentas. Algumas empresas vêm obtendo melhorias incrementais significativas com a

Melhorias Inovativas

MelhoriasIncrementais

MelhoriasOperacionais

Crescimento(Ir além dos atendimento de padrões

legais, minimizando custos de emissões, efluentes, resíduos, foco na

melhoria contínua.

Perpetuidade(Construir um diferencial competitivo, baseado na minimização do impacto

ambiental do desenvovimentoda empresa , com foco na

posição futura.)

Sobrevivência(Atender padrões legais de

emissões, efluentes, resíduos,

com foco na estabilidade operacional)

Temp

Visão de L

ongo Prazo - Alianças E

stratég

icas - Inovação A

mbiental

Page 59: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

58

utilização de ferramentas como o 6 sigma e a melhoria total da produção TPM. Segundo

Rotondaro (2002) e Mendonça (2002), cuja implementação pressupõe a formação de grupos

multidisciplinares. A aplicação dessas ferramentas, além de melhorar o desempenho

ambiental, está promovendo o incremento do conhecimento organizacional, contribuindo

para a formação da cultura de atuação na fonte de poluição, como também vem substituindo

as soluções historicamente implementadas através de projetos e empreendimentos, com

revisão de práticas operacionais, de manutenção, treinamento e revisão de procedimentos.

Porém, quando o conhecimento necessário para promover a melhoria de desempenho

ambiental não é de domínio da organização, faz-se necessário lideranças com capacidade de

formar alianças estratégicas de longo prazo com centros de pesquisas, universidades, etc,

para desenvolver tecnologia e implementar inovações ambientais nos padrões de produção e

consumo da empresa.

Alinhada aos princípios do desenvolvimento sustentável e responsabilidade sócio-

ambiental, a inovação tem que ser aplicada não só ao processo produtivo, mas também às

atividades, serviços, produtos e pós-consumo, contemplando toda a cadeia produtiva.

È importante destacar que os bancos e instituições financeiras internacionais

condicionam a concessão de empréstimos para investimentos em Meio Ambiente à aplicação

prévia de questionários e realização de visitas às instalações. Existe uma preocupação em

entender como o dinheiro vai ser aplicado e quais benefícios vai trazer em relação aos

aspectos econômicos, sociais e ambientais. Também são avaliados os compromissos e

resultados da empresas em relação aos aspectos legais, passivos trabalhistas, respeito aos

direitos humanos, passivos ambientais, qualidade ambiental das áreas vizinhas, programas

desenvolvidos junto à comunidade.

Page 60: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

59

ESTRATÉGIA AMBIENTAL NA AMANCO: UM CASO REAL

Existe algum exemplo de empresa cuja estratégia empresarial tenha como diferencial

a inserção da dimensão ambiental, ou seja, a melhoria de desempenho ambiental como

condição de sucesso da visão de longo prazo do negócio? Qual o papel das lideranças nesta

organização?

A empresa Amanco Brasil assumiu o compromisso com o Desenvolvimento

Sustentável como estratégia empresarial. A Amanco Brasil é parte do Grupo Nueva, uma

empresa de capital privado, que opera em 17 países da América Latina e Estados Unidos da

América, possui quatro divisões empresariais: a Terranova, Ecos, Amanco e Masisa. A

organização tem como visão de futuro: “Queremos ser reconhecidos como um grupo

empresarial líder da América Latina, formado por empresas éticas, ecoeficientes e com

responsabilidade social, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das

pessoas” (SYMNETICS, 2003).

Para desdobrar a estratégia rumo a visão de futuro, a Amanco estabeleceu cinco

princípios:

a) Mobilização, que é a apropriação da estratégia pelos líderes. Espera-se das lideranças

criatividade na concepção da estratégia, mas, sobretudo, disciplina na sua execução;

b) Processo contínuo, que significa o estabelecimento das iniciativas estratégicas, a

implementação das ações e o alinhamento estratégico com o plano orçamentário;

c) Tarefa de todos, que são os alinhamentos dos objetivos individuais e funções gerenciais

com a estratégia do negócio, dos planos de desenvolvimento pessoais às estratégias e

do plano de remuneração alinhado à implementação da estratégia;

Page 61: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

60

d) Alinhamento, que é o desdobramento da estratégia para parceiros, unidades de apoio e

processos operacionais;

e) Tradução, que é a redefinição da visão, missão e valores da empresa alinhados com a

estratégia empresarial de contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Para tornar esses princípios em realidade faz-se necessário atuar com as seguintes

perspectivas:

• Em relação à gestão de processos, ampliar portifólio de produtos e oferecer ao

mercado soluções inovadoras com desenvolvimento ágil dos mesmos;

• Em relação à gestão social e ambiental, ter processos e produtos com impacto

ambiental controlado e que cumpram padrões da organização, apoiar programas

sociais auto-sustentáveis, estabelecer uma comunicação transparente com a sociedade;

• Em relação à gestão de recursos humanos, ter uma cultura criativa, transparente e

simples que valorize a diversidade e a disciplina na execução da estratégia,

construindo competências técnicas e comportamentais necessárias para realizar a

estratégia.

Percebe-se, nesse exemplo, uma organização que busca integrar a estratégia

empresarial e ambiental na visão de futuro para contribuir com o Desenvolvimento

Sustentável, e onde as lideranças das diversas funções gerenciais e nos diversos níveis

hierárquicos têm que atuar em alinhamento com a estratégia empresarial, visando a construir

competência técnica, comportamental e cultura criativa para inovar no desenvolvimento de

novos produtos de impacto ambiental controlado.

Page 62: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

61

Pelo exposto, a Figura 7 abaixo apresenta o quadro de referência, construído para este

trabalho de dissertação, pode ser representado da seguinte forma:

Figura 7 – Quadro de Referência da Dissertação: Focos de Atuação das Lideranças Fonte: Elaborado pelo autor

2.4 OS PAPÉIS DAS LIDERANÇAS NO CONTEXTO DA GESTÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

Liderança é diferente de gerenciamento, são dois sistemas de ação distintos e

complementares, mas ambos são fundamentais para o sucesso em um contexto empresarial

cada vez mais complexo e volátil. Segundo Kotter (2000), Rattner (1999) e Bossidy (2003),

grande parte das empresas de hoje são supergerenciadas e sublideradas, mas destacam que

liderança complementa o gerenciamento, não o substitui, por isso, empresas perspicazes

valorizam os dois tipos de pessoas e esforçam-se para integrá-las na equipe.

Segundo Kotter (2000), liderança não tem a ver com carisma ou outro aspecto

exótico da personalidade, e nem é necessariamente melhor que gerenciamento. Liderar é

Tempo

Foco

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tégi

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Curva da Cultura de Prevenção da Poluição

Curva de Riscos e Impactos Ambientais

Níveis de Ecoeficiência

Promover o Aprendizado Organizacional

Gerir com Foco no Resultado e Inovação

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Cap

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Page 63: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

62

lidar com a mudança, começa com a definição de uma visão de futuro e as estratégias para

produzir as mudanças; enquanto gerenciar é lidar com a complexidade, através de planos e

orçamentos, determinando metas e objetivos, para o futuro, alocação de pessoas e atribuição

de responsabilidades.

Mudar, ajustar, inovar e renovar, condições básicas para a continuidade e o

desenvolvimento de toda a organização, devem ser as preocupações centrais do líder nos dias

de hoje, pois se prender à rotina é o mesmo que regredir continuamente (AMANA

KEY,1989).

Drucker (1996) destaca que os líderes eficazes que conheceu ou trabalhou possuíam

quatro características:

• Líder é alguém que possui seguidores, sem seguidores não existe liderança;

• Um líder eficaz não é alguém amado ou admirado. É alguém cujos seguidores fazem as

coisas certas. Popularidade não é liderança resultados sim;

• Os líderes são bastante visíveis, portanto servem de exemplo;

• Liderança não quer dizer posição, privilégios, títulos ou dinheiro, significa

responsabilidade.

Como liderança pressupõe seguidores, e os líderes de uma organização são bastante

visíveis, a educação pelo exemplo, ou seja, a demonstração do compromisso visível com a

visão, políticas e diretrizes de meio ambiente, através de atitudes, consolida a cultura

organizacional focada na prevenção da poluição.

A Amana Key (1989) salienta a importância de esclarecer alguns mitos sobre

liderança que, na verdade, são crenças geradas por estereótipos, que acabam tendo um efeito

negativo sobre a organização. Os fatos citados são:

Page 64: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

63

• Liderança é uma habilidade latente em todas as pessoas, basta que seja adequadamente

motivada e desenvolvida;

• O líder é um desenvolvedor de pessoas, e é muito mais um processo de dar poder que

exercer o poder;

• Liderança pode ser aprendida e desenvolvida;

• Líderes não são necessariamente pessoas carismáticas, alguns são outros não;

• Liderança existe em todos os níveis da organização, e não apenas no topo da

organização.

Vale salientar que o principal papel do líder é desenvolver, motivar as pessoas e

descentralizar a tomada de decisão, visando a assegurar o patamar dos resultados ambientais

pactuados com as partes interessadas.

De acordo com Bossidy (2003), os sete comportamentos essenciais do líder são:

• Conhecer seu pessoal e sua empresa, ou seja, envolver-se com a execução, com o

negócio, ter suas próprias percepções e não receber informações filtradas de outros;

• Insistir no realismo, ou seja, ter a capacidade de descrever os pontos fortes, mas também

os fracos de sua área, empresa, etc. O realismo é o cerne da execução;

• Estabelecer metas e prioridades claras e enfocar 3 ou 4 prioridades que produzirão os

melhores resultados, ou seja, um líder que diz que tem 10 prioridades não sabe o que está

falando;

• Concluir o que foi planejado, pois descontinuar as ações é a principal causa da má

execução;

• Recompensar quem faz;

Page 65: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

64

• Ampliar as habilidades das pessoas, repassando seus conhecimentos e experiências para

novos líderes;

• Conhecer a si próprio e ter firmeza emocional para aceitar os erros e acertos, críticas e

elogios.

Vale destacar que as empresas líderes em segurança, saúde e meio ambiente,

entendem que a liderança tem que se envolver com a execução, e mais do que isso, precisar

ter sua própria percepção dos pontos fortes e oportunidades de melhoria, incluindo o

conhecimento das pessoas. Dessa forma, os líderes ministram treinamentos e realizam

treinamentos.

É importante conhecer os objetivos que são estratégicos, ou seja, ter a capacidade de

estabelecer quais questões ambientais são mais relevantes para a organização. Para isso, é

necessário conhecer os aspectos e impactos ambientais significativos e contrapor com a

visão política e princípios de meio ambiente da organização. Não se pode esquecer a

formação do capital humano, focado no comportamento de prevenção da poluição, como

questão relevante para a organização.

Outro aspecto importante é a falta de realismo, onde, por ocasião da apuração dos

resultados, aflora com uma valorização dos aspectos positivos em detrimento dos aspectos a

melhorar, e que por ocasião da definição de metas reverte-se na valorização de aspectos

negativos em detrimento aos aspectos positivo. Segundo Kottern (2000), os gerentes podem

ser tentados a cantar vitória ao primeiro sinal claro de melhoria de desempenho. Entretanto,

embora comemorar uma vitória seja ótimo, considerar a guerra ganha pode ser catastrófico,

o politicamente correto seria usar a credibilidade de triunfos de curto prazo para atacar

problemas ainda maiores. O Quadro 1, a seguir, apresenta uma comparação entre gerentes e

líderes:

Page 66: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

65

Item

Gerente

Líder

Visão/ Tempo Curto prazo / metas anuais Longo prazo / 5 a 20 anos Poder Exercício do poder Dar o poder Hierarquia Autoridade centralizada

Disciplinador Autoridade descentralizada Formador de equipes

Decisão Centralizador Solitário Soldado clássico/ poder

Descentralizador Participativo Crenças pessoais

Comunicação Preferência por comunicações de mão-única

Preferência por comunicações de mão-dupla

Ação Planos e orçamentos Faz as coisas direito (eficiência) Supervisão e controle Mantém / conservador

Orienta a ação Faz as coisas certas (eficácia) Educa pelo exemplo Cria e desenvolve

Ênfase Conquistas individuais Na ação coletiva Sustentação Sistemas e normas

Evita erros Habilidades e relações Aprende com os erros

Ambiente Conflitos Respeito

Harmonia Confiança mútua

Partes Interessadas

Clientes e acionistas Sociedade, fornecedores, acionistas, clientes, funcionários, ONGs, etc.

Pessoas Reunir Controla e organiza Aplica normas Possui subordinados

Alinhar Desenvolve e Motiva Reconhece desempenho Possui seguidores

Quadro 1 – Afinal o que Fazem os Líderes Fonte: Adaptação de Rattner (1999, p. 213)

Entendendo-se as diferenças de atuação entre líderes e gerentes, pode-se, a partir do

quadro de referência teórico apresentado na Figura 7, construir o modelo de análise desta

dissertação para avaliar a atuação das lideranças no contexto da gestão ambiental estratégica,

desdobrando-se, a partir dos três focos de atuação, os principais papéis que cabem as

lideranças, nos diversos níveis hierárquicos da organização representados na Figura 8 a

seguir:

Page 67: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

66

Figura 8 – Modelo de Análise: Os Papéis das Lideranças Fonte: Elaborado pelo autor

Os três focos de atuação são realizados através de nove papéis principais, distribuídos

entre os focos:

a) Promover o aprendizado organizacional (realizado através de três papéis):

• Comunicar valores, visão, política, princípios, metas e objetivos ambientais;

• Educar pelo exemplo para a prevenção da poluição;

• Formar novas lideranças para a gestão ambiental.

b) Formar o capital humano (realizado através de três papéis):

• Desenvolver as pessoas para o comportamento preventivo da poluição;

• Motivar as pessoas para o comportamento preventivo da poluição;

• Satisfazer as partes interessadas em relação ao desempenho ambiental pactuado.

Formar novas

lideranças para a

gestão ambientalEducar pelo

Exemplo para a

prevenção da

poluição

Tempo

Papé

is d

a Li

dera

nça

Promover o Aprendizado Organizacional

Gerir com Foco no Resultado e Inovação

Form

aro

Cap

ital H

uman

o

Comunicar valores,

visão, política,

princípios, metas e

objetivos ambientais

Implementarinovaçõesambientais

Executar o planode ação ambiental pactuado

Estabelecer metas,objetivos ambientais alinhados com avisão de futuro

Mot

ivar

as p

esso

as p

ara

o C

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ento

de

Pre

venç

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ão

Satis

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Des

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ompo

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pol

uiçã

o

Page 68: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

67

c) Gerir com foco no resultado e inovação (realizado através de três papéis):

• Estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro;

• Executar o plano de ação ambiental pactuado;

• Implementar inovações ambientais.

2.4.1 Promover o Aprendizado Organizacional

2.4.1.1 Comunicar Valores, Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos Ambientais

Segundo Ducker (1996), o líder é o responsável e, às vezes, o arquiteto de vários

elementos básicos da cultura organizacional. A liderança eficaz de qualquer empresa pode

ser moldada e mensurada através de, pelo menos, três maneiras: pelos resultados da empresa,

sua estrutura organizacional e sua cultura organizacional como:

a) Identificar e comunicar os valores e princípios essenciais que orientem o

comportamento organizacional e a tomada de decisão;

b) Especificar comportamentos que exemplifiquem os valores ou princípios da empresa e

liderar pelo exemplo;

c) Desenvolver um método pelo qual as pessoas recebam feedback sobre o seu

desempenho tanto em termos profissionais / financeiros quanto comportamentais;

d) Assegurar que os sistemas de recompensa e de reforço, sejam eles monetários, como

pagamento, ou menos tangíveis, como envolvimento e acesso, sejam coerentes com

valores e princípios organizacionais, reconheçam e promovam comportamentos

desejáveis e reprimam os indesejáveis;

Page 69: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

68

e) Assumir pessoalmente a responsabilidade de defender a cultura desejada e reconhecer a

necessidade do reforço do que é esperado e inegociável.

Para promover esses elementos com eficácia, o líder deve desenvolver uma noção

comum do que a empresa está tentando realizar. Este foco envolve a definição de objetivos

compartilhados e acordados, a implementação de uma abordagem coerente da administração

e a incorporação de uma forte orientação para o desempenho em toda a empresa.

Em geral, a noção comum do que a empresa está tentando realizar vem da visão. O

líder é a pessoa que possui uma combinação de capacidades: o poder mental para criar,

disseminar a visão e a habilidade prática para realizá-la. A visão, na organização,

transforma-se numa força catalisadora, um princípio organizador para tudo que as pessoas

nela fazem.

A importância da ação eficaz ou eficiente está representada na Figura 9, o gráfico do

salto da qualidade de Ruhe:

Figura 9 – Salto para Qualidade de Ruhe Fonte: Drucker (1996, p. 101)

Alto

Alto

Efic

az

Eficiente Alto Baixo

Perdida: A empresa não sabe para onde está indo e não está organizada para chegar lá. Precisa ser persistente e iniciar pela implantação de uma visão

Alta

Baixa

Confusa: A empresa sabe para onde está indo, mas seus métodos não estão estabelecidos para implantar a visão. Precisa de uma liderança que conduza as pessoas para a direção desejada.

Em busca: A empresa está bem organizada, possui alta eficiência, mas não sabe para onde está indo. Precisa de uma liderança visionária que alinhe as pessoas em torno da visão.

Definitiva: A empresa possui as estratégias de implementação e visão alinhadas. Precisa de lideranças que dêem autonomia as pessoas, mantendo-as motivadas,e comprometidas.

Page 70: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

69

A depender do quadrante que a empresa estiver, precisará de lideranças com perfis

diferenciados, ou seja, ora líderes eficazes ora líderes eficientes (gerentes). Mas como a

empresa é composta de várias funções gerenciais como produção, manutenção, vendas,

marketing, jurídico, comercial, logística, e é pouco provável que em todas as áreas e funções

a organização tenha o mesmo nível de alinhamento com a visão da própria organização,

precisando que as lideranças atuem com predominância dos papéis gerenciais ou de líderes, a

depender do enquadramento. Por exemplo, uma empresa pode ter uma visão estratégica

ambiental, desconhecida em algumas áreas, mas, para as demais, pode ser conhecida e estar

complementarmente integrada, ao mesmo tempo em que essas mesmas áreas podem não

possuir ou até dominar os métodos estabelecidos para implantar a visão estratégica ambiental.

O Quadro 2, a seguir, apresenta quais as características que a visão precisa ter para

causar a admiração das pessoas e motivá-las para o trabalho de transformar a visão em

realidade efetiva:

Relevância Deve cobrir os aspectos centrais da empresa: seu ambiente, sua tecnologia, seus clientes e os próprios valores de seus fundadores.

Futuro Voltada ao futuro, que ajude a definir o horizonte de médio e longo prazo da empresa.

Desafio Oferecer desafios às pessoas e estímulos para que as pessoas se mobilizem.

Comunicação Simples clara e precisa, para facilitar a disseminação e compartilhamento.

Criatividade Inovadora e criativa, normalmente responsável pelo diferencial em relação aos concorrentes.

Imagem Associada a uma imagem, permite cria um quadro mental claro mostrando claramente onde se quer chegar.

Intuição

Ligada a um sonho fruto de intuição, mexe com emoções.

Ideal Representa um ideal atingível que mexe com as pessoas impelindo-as na direção do objetivo.

Quadro 2 – Características da Visão Fonte: Amana Key (1990, p.42)

Page 71: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

70

Um dos maiores problemas ligados à visão diz respeito a sua disseminação e

comunicação, especialmente em empresas de grande porte, que possuem milhares de

funcionários próprios e terceirizados. Uma das formas de manter viva a visão é o

envolvimento pessoal das lideranças na orientação de novos executivos, em encontros

informais com os gerentes, buscar o máximo contato com os funcionários, pois as pessoas

podem se sentir sem senso de direção por falta de comunicação, o clima pode ficar

inadequado por falta de comunicação, e pode ocorrer o distanciamento da comunicação da

alta administração com a base

Em casos extremos, a ausência de visão pode ser uma barreira à inovação, pois

empresas que não sabem para onde ir, permanecem andando em círculos mesmo

introduzindo inovações.

É importante entender que uma visão bem disseminada minimiza a necessidade de

controles rigorosos. O alinhamento das pessoas em relação à visão de futuro, metas e

objetivos estratégicos da organização minimiza conflitos estratégicos, mantém um senso

comum de unidade, ou seja, ajuda na manutenção do clima organizacional.

2.4.1.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição

Baseados na teoria do aprendizado organizacional, um dos processos efetivos de

compartilhamento do conhecimento é conhecido como socialização, isso acontece quando

modelos mentais ou habilidades técnicas são compartilhados. Trata-se de um processo que

data da época dos aprendizes que trabalhavam com seus mestres e aprendiam sua arte, não

necessariamente através da linguagem, mas sim através da observação, imitação e prática.

Page 72: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

71

A socialização é um processo muito difundido nas empresas japonesas, conhecidas

pelos resultados diferenciados obtidos pelo aperfeiçoamento de procedimentos e métodos de

empresas americanas, e arraigados como comportamentos e orientados pela cultura.

Outro exemplo é a Du Pont, empresa líder mundial de desempenho em Saúde,

Segurança e Meio Ambiente, com 200 anos de existência, destaca que dentre as chaves para

a mudança da cultura estão a demonstração de forte compromisso pela gerência e alta

administração, a responsabilidade das lideranças de linha pelos resultados, motivação

contínua e disciplina gradual para cumprimento de regras, procedimentos e padrões,

desenvolvimento e treinamento contínuo e comunicação efetiva dos padrões de desempenho

esperados entre líder e liderados.

A importância da educação pelo exemplo no processo de transformação do

comportamento das pessoas pode ser mais bem explicada e justificada por Ferrell (1999),

cujos resultados de pesquisas sobre a variação da conduta das pessoas numa organização

estão apresentados na Figura 10.

Figura 10 – Variação da Conduta de Pessoas Fonte: Ferrell (1999, p. 30).

A variação da conduta das pessoas dentro de uma organização pode ser influenciada.

Estudos comprovam que 80% da variação de conduta está relacionada com o alinhamento

Variação de Conduta das Pessoas

10

40 40

10

0

10

20

30

40

Próprios Valores Políticas e Regras Acompanham Grupo Tiram Vantagem

Page 73: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

72

com as políticas e regras organizacionais e com o acompanhamento do comportamento do

grupo de trabalho. Conclui-se pela importância da disseminação dos valores, visão, política e

princípios de atuação de meio ambiente da empresa, pelas lideranças, como forte

influenciador da conduta das pessoas, bem como o efeito do comportamento do grupo de

trabalho na variação da conduta de um de seus membros.

Dessa forma, a liderança que verdadeiramente internalizar que os grupos é que são a

unidade fundamental de aprendizagem nas organizações modernas e não os indivíduos, e

aquela que reconhecer que a atuação dos seus liderados é um reflexo direto da importância

que ele demonstrar em relação às questões ambientais é que poderá construir resultados

ambientais significativos, consistentes e duradouros.

Mas, ainda segundo Ferrell (1999), constatou-se que dentre a hierarquia de fatores

que influenciam a conduta das pessoas numa organização, destacam-se a atitude do líder e a

conduta da alta administração, conforme se pode observar no Quadro 3 a seguir:

Hierarquia de Fatores que Influenciam a Conduta das Pessoas

1. Valores pessoais

2. Atitude / conduta do líder

3. Atitude / conduta da alta administração da empresa

4. Ambição para progredir

5. Pressões por melhor desempenho no trabalho

6. Nenhuma ameaça de punição

7. Amigos / colegas

Quadro 3 – Hierarquia de Fatores que Influenciam a Conduta das Pessoas Fonte: Ferrell (1999, p. 30)

Page 74: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

73

Pelo exposto, percebe-se por que as empresas líderes em Saúde, Segurança e Meio

Ambiente, cuja cultura da prevenção de acidentes do trabalho, emergências de processo,

doenças ocupacionais e poluição está consolidada, possuem lideranças que atuam como

instrutores, realizam auditorias do SGA, e realizam os treinamentos e reciclagens das

pessoas nas políticas e procedimentos da organização, pois essas práticas são decisivas para

influenciar a conduta das pessoas.

2.4.1.3 Formar Novos Líderes para a Gestão Ambiental

É comum falar-se cada vez mais de escassez de liderança, de crise de liderança, mas

o que se quer dizer com isso?

Como citado anteriormente, a intensificação da globalização, o acirramento da

competitividade empresarial, a integração da estratégia ambiental e empresarial, fez emergir

um novo estilo de liderança, em que as empresas não sejam unicamente controladas por

meio de ordens e intervenção direta, mas sejam influenciadas por meio de orientações e

motivadas pela satisfação pelo trabalho. Também fez emergir a necessidade de líderes em

todos os níveis da organização, ou seja, para influenciar as pessoas, ao invés de controlá-las,

é necessário uma massa crítica de líderes maior do que apenas as representadas pelas

lideranças formais da organização.

É importante que cada organização avalie se existe a necessidade de mais líderes ou

não, ou se a sensação de falta de liderança advém da ausência de visão de futuro, da

deficiência de comunicação da visão, valores e princípios, a escassez de líderes autênticos, a

centralização da tomada da decisão, e uma estrutura organizacional que privilegia a

hierarquia, .etc.

Page 75: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

74

A falta de liderança poderá ser percebida pela incapacidade da organização em

promover as transformações necessárias para a conquista de resultados ambientais

significativos ou pela incapacidade da empresa de manter os resultados obtidos. Como vimos

no item 2.2, Desafio da Sustentabilidade, a questão ambiental é complexa e pressupõe o

estabelecimento de uma visão e estratégias de longo prazo, mas também a conquista de

resultados ambientais de curto prazo, num contexto onde o comprometimento das pessoas

seja integrante ou parceiro, pois é vital para o sucesso do negócio.

Pelo exposto, a formação de novos líderes para a gestão ambiental é, ao mesmo

tempo, uma questão de sobrevivência e crescimento, relacionada com a manutenção da

licença de operar concedida pela sociedade, decorrente da capacidade de cumprir os

resultados e compromissos ambientais pactuados, como também uma questão de

perpetuidade da organização à medida que a integração das estratégias empresariais e

ambientais visa a construção de um diferencial estratégico, decorrente da conquista de níveis

crescentes de competitividade e ecoeficiência.

Shinyashiki (2000) desenvolve o conceito dos “donos do futuro”, que são pessoas

que conseguem construir o amanhã integrando competitividade com humanismo e dos

“times invisíveis”, grupo de pessoas que trabalham, crescem e aprendem juntos. Os

principais aspectos que embasam esta teoria estão listados no Quadro 4 abaixo:

Aspecto Descrição Cooperação O individualismo está fora de moda, o mundo atual exige a capacidade de

criar parcerias estáveis e duradouras, e as empresas precisam da união de todos para realizar suas metas.

Times Cada pessoa tem que conhecer sua função, executar o trabalho com precisão e saber que sua cooperação pode decidir o sucesso do time. Num time todos perdem ou todos ganham, existe uma unidade.

Liderança Quanto mais dependente da decisão do líder mais vulnerável um grupo se torna. Quanto mais centralizada a liderança, menos a equipe se compromete com o resultado. Regras têm que valer para todos, inclusive para os líderes.

Alinhamento Todos caminham na mesma direção, orientados para o futuro.

Page 76: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

75

Superação A união supera, limitações de recursos, talento e técnica. O todo é maior

que a soma das partes. Hábito O hábito de agradecer o esforço, a orientação, a crítica. O hábito de

elogiar a capacidade do outro, aplaudir é como um abraço. O hábito de mostrar orgulho de pertencer ao time

Relacionamento Construir relacionamentos saudáveis, criar laços de união, conhecer, entender as pessoas, disponibilizar-se para ouvir, interagir.

Aprendizado É preciso aprender a desaprender, para aprender coisas novas. Coragem para mudar.

Quadro 4 – Aspectos Chaves para os Líderes do Futuro Fonte: Shinyashiki (2000, p.50 )

A base da construção dos “times invencíveis” está no alinhamento de pessoas em

torno de um objetivo comum, um espírito de cooperação, baseada na relação interpessoal, no

conhecimento das pessoas, no clima de harmonia, confiança e respeito mútuos.

Um aspecto importante é o fato de que liderança pode ser aprendida e desenvolvida, e

segundo Kotter (2000) existem empresas cuja competência em desenvolver líderes é

internacionalmente reconhecida como a Johnson & Johnson, 3M, Hewlett Packard, General

Electric, dentre outras. Porém, é importante destacar que para a questão ambiental que se

coloca hoje, mais do que desenvolver as habilidades de liderança em pessoas, faz-se

necessário captar, reter, desenvolver lideranças, nas diversas áreas da organização, que

tenham a preservação e proteção ambiental como valores e crenças pessoais.

Existem oportunidades para o desenvolvimento de lideranças nas organizações, mas

cada empresa precisa estudar e definir uma estratégia de abordagem considerando seus

valores, visão e sua cultura organizacional.

Pelo exposto, presume-se que o processo de formação de uma cultura organizacional

pode ser incrementado no tempo, de forma a assegurar a mudança consistente e contínua do

comportamento das pessoas, através da educação pelo exemplo decorrente da conduta de

lideranças e da alta administração, e que os principais efeitos da liderança eficaz em uma

Page 77: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

76

empresa são: as pessoas sentem-se valorizadas, a aprendizagem e competência são

valorizadas, as pessoas sentem-se parte de um todo e o trabalho é algo agradável.

2.4.2 Formar o Capital Humano

2.4.2.1 Desenvolver Pessoas para o Comportamento de Prevenção da Poluição

Significa promover o crescimento profissional e dar oportunidade para que as pessoas

se realizem através do trabalho pela oferta contínua de novos conhecimentos e desafios.

Recomenda-se intensificar o treinamento em áreas como criatividade, inovação,

relacionamento interpessoal, pois a falta de habilidade é uma das grandes barreiras à

inovação. Só é possível inovar gerando força competitiva e contribuindo para a realização de

objetivos e metas com pessoas preparadas (AMANA KEY, 1989).

A Figura 11 representa graficamente o efeito da capacitação profissional das pessoas

através de uma curva de conhecimento que compara o conhecimento necessário para operar

um equipamento, sistema, ou unidade, com o conhecimento ideal para operar prevenindo os

impactos ambientais decorrentes do processo produtivo, atividades, serviços e produtos da

empresa.

A curva de demanda requerida representa o conhecimento básico do processo

produtivo referente aos procedimentos de partida e parada, variáveis críticas do processo

produtivo, princípio de funcionamento dos equipamentos. A curva de conhecimento

individual representa o conhecimento dos riscos de processo e dos impactos ambientais

decorrentes de vazamentos, emissões, drenagens indevidas, do risco dos produtos químicos,

o ponto ótimo de produção.

Page 78: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

77

Figura 11 – Efeito da Capacitação e Treinamento Fonte: Elaborado pelo autor

A seta vermelha representa o conhecimento da pessoa antes e após o treinamento

continuado, e também representa, conceitualmente, a folga existente entre o conhecimento

individual e o conhecimento requerido para operar o equipamento, sistema, processo ou

realizar atividade, ou serviço. Observa-se que esta folga representa um conhecimento

adicional que possibilita e promove um nível de conscientização em relação ao desempenho

de sua atividade, que se refletirá no comportamento preventivo, que, somados à experiência

e habilidade obtidas ao longo dos anos de trabalho, em um ambiente que promova a

autonomia e a criatividade, significará uma perspectiva de inovação nos processos de

trabalho.

A Figura 12 mostra que a evolução do comportamento preventivo pode se escalonada

em quatro fases distintas: a fase do conhecimento, a da atitude, a do comportamento

individual e a do comportamento de grupo. O estágio inicial as pessoas praticam o

comportamento ambientalmente correto na realização de suas atividades na presença de um

superior hierárquico, pois acreditam que não precisam mudar o comportamento e que

Conhecimento Individual

Demanda Requerida

TempoCap

acita

ção

e Tr

eina

men

to Conhecimento Individual

Demanda Requerida

TempoCap

acita

ção

e Tr

eina

men

to

Page 79: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

78

pensam unicamente em si mesmas. Com o acesso a informações e o conseqüente aumento do

conhecimento, esta pessoa passa pelo estágio intermediário onde acredita que é necessário

mudar o comportamento (fase da atitude), nele as pessoas desenvolvem a crença pessoal de

praticar o comportamento ambientalmente correto, independente de procedimento ou método

estabelecido. A mudança de atitude pode ser tornar habitual e então evolui para a fase em

que a pessoa sente coletivamente responsável pelos resultados, ou seja, a pessoa não só

pratica o comportamento ambientalmente correto, mas orienta, influencia, preocupa-se com

seus colegas, pares e parceiros e, por último, a fase em que existe na organização a crença de

que são necessários o engajamento e união de todos para a atingir suas metas e objetivos.

Figura 12 – Mudança de Comportamento Fonte: Blanchard (1996, p.3)

É importante salientar que a evolução do comportamento é tão mais difícil e

demorada na medida em que se evolui nas diversas fases de formação do comportamento

organizacional.

Comportamento de grupo

Comportamento individual

Atitude

Conhecimento

Nívelde

Dificuldade

Maior

MenorTempo

Page 80: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

79

2.4.2.2 Motivar e Reconhecer as Pessoas para a Prevenção da Poluição

Um dos maiores desafios das organizações é motivar as pessoas para atingir objetivos

e estimulá-las para que sejam bem sucedidas através do seu trabalho, pois as empresas

precisam e estão à procura de pessoas capazes de conduzi-las, de resolver seus problemas, de

gerar novas idéias e caminhos, de criar novos produtos e serviços, de buscar novos meios de

satisfazer as partes interessadas, e torná-las competitivas frente aos concorrentes.

A motivação e reconhecimento energizam as pessoas na direção certa, rumo à

superação de metas e objetivos. Bons líderes sabem motivar de diferentes formas e

provocam respostas poderosas (KOTTER, 2000).

Uma das abordagens mais conhecidas em relação ao tema motivação, que é a teoria

da tensão construtiva, onde um grau de tensão baixa gera acomodação e apatia, e o grau de

tensão alto gera estresse e autodefesa, ambos são negativos para a organização e para as

pessoas. Quando existe congruência entre os objetivos organizacionais e os objetivos

pessoais, as pessoas se dispõem a exercer elevados níveis de esforço para atender aos

interesses da organização e, simultaneamente, aos seus próprios interesses.

Segundo Blanchard (1996), o grau de motivação e esforço é crescente até o ponto em

que a probabilidade de êxito atinge 50%, e depois começa a cair, mesmo que depois a

probabilidade continue a aumentar. Isto significa que as pessoas não se sentem muito

motivadas quando a meta é considerada quase impossível ou virtualmente certa. A relação

do grau de motivação e esforço está representada na Figura 13.

Page 81: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

80

Figura 13 – Relação motivação e Probabilidade de Êxito Fonte: Fonte: Blanchard (1996, p. 29)

Segundo Chiavenato (2000), a motivação funciona como resultado da interação entre

o indivíduo e a situação que o envolve. As pessoas diferem quanto ao seu impulso

motivacional básico, e o mesmo indivíduo pode ter diferentes níveis de motivação que

variam ao longo do tempo. A motivação está relacionada a três aspectos: a direção do

comportamento (objetivo organizacional), a força e intensidade do comportamento (esforço)

e a duração e persistência do comportamento (necessidades individuais).

Quando uma pessoa está motivada, ela tenta trabalhar mais arduamente. Contudo,

altos níveis de esforço nem sempre conduzem a um desempenho ou resultado favorável, a

menos que o esforço seja canalizado na direção que beneficia a organização. Por isso,

quando existe congruência entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais, as

pessoas se dispõem a exercer elevados níveis de esforço para atender aos interesses da

organização e, simultaneamente, aos seus próprios interesses.

Probabilidade de êxito 0,0 0,5 1,0

Forç

a de

mot

ivaç

ão

Alta

Baixa

Page 82: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

81

Segundo Chiavenato (2000), a tensão, criada pela necessidade individual, ocasiona

um impulso que gera um comportamento que busca realizar o objetivo que se atingido

reduzirá a tensão, conforme Figura 14:

Figura 14 – O Ciclo Motivacional Fonte: Chiavenato(2000, pág. 593)

Fica evidente para a liderança a relevância da habilidade humana para motivar as

pessoas para a prevenção da poluição, considerando esta a capacidade de trabalhar com e por

meio das pessoas. O líder precisa motivar seus liderados para alcançarem os objetivos e

metas da organização, assegurar que o sistema de recompensa pelo desempenho promova os

comportamentos desejáveis, que o trabalho seja desafiador, possibilite oportunidade de

crescimento e desenvolvimento, e, por conseqüência, o crescimento e desenvolvimento

profissional.

Necessidade (não satisfeita)

Tensão

Impulso

Comportamento

Satisfação da

Necessidade

Redução da

Tensão

Retroação

Page 83: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

82

2.4.2.3 Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

As atividades industriais são licenciadas pelos respectivos órgãos ambientais

competentes, que definem a validade e condicionantes da licença de operação, mas, na

realidade, a licença para operar é concedida pela sociedade, que em última instância conhece

os aspectos e impactos associados à atividade industrial a ser licenciada, define as condições

de controle desses riscos e acredita na responsabilidade do empreendedor. Ou seja, a gestão

empresarial tradicional que busca apenas o crescimento econômico e a maximização da

riqueza dos acionistas, sem considerar o bem-estar e a qualidade de vida do conjunto das

partes interessadas, deverá desaparecer gradualmente nos próximos dez anos, e não terão

concedidas novas e / ou não terão renovadas as licenças de operação concedidas pela

sociedade.

Com o aumento da consciência ambiental da sociedade advindo do aprendizado com

o processo de desenvolvimento da economia mundial, as perspectivas futuras são de

aumento das pressões da sociedade e, conseqüentemente, das restrições da legislação

ambiental em relação a:

• Mudanças climáticas associadas a emissões atmosféricas;

• A escassez da água potável decorrente do uso indiscriminado e da contaminação de

mananciais;

• A poluição decorrente do uso de combustíveis não renováveis;

• Geração de resíduos industriais;

• As ações de reciclagem de embalagens;

• As restrições de uso de produtos químicos tóxicos;

• Ao pagamento pelo uso do recurso natural, como, por exemplo, a água;

Page 84: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

83

• A valorização das empresas com responsabilidade sócio-ambiental.

De acordo com Almeida (2003), atualmente, 90% do valor empresarial está definido

pelos bens intangíveis, como imagem, marca, reputação e a capacidade de estabelecer

parcerias e diálogo com diferentes grupos sociais, e destaca que “o diálogo com os

stakeholders é a chave para aprender e decidir”.

Segundo Rattner (1999) obter a participação efetiva de diferentes grupos de interesse

e comunidades nas decisões que afetam suas vidas e destinos é um objetivo central dos

líderes.

As lideranças das diversas áreas têm que identificar e estabelecer gradualmente um

diálogo com as diversas partes interessadas, relacionadas com as áreas sob sua

responsabilidade, visando a antecipar-se às suas demandas e construindo uma relação de

transparência calcada no respeito e confiança mútuas. É imprescindível conhecer as

expectativas das diversas partes interessadas em relação ao negócio. No Quadro 5

apresentam-se as expectativas das diversas partes interessadas em relação ao negócio da

empresa:

Interessados relacionados com a sobrevivência da empresa (demanda legal: cumprir a lei)

Interessado Interesse específico

Investidores/acionistas Valorização de cotas em função de impactos benéficos e maléficos

Clientes Bens e serviços com qualidade de desempenho da função e com respeito ao ambiente e à sociedade

Fornecedores Aprimoramento de materiais e serviços para uso em processos e produtos (bens e serviços)

Colaborador/Empregados Garantia de emprego, ascensão, reconhecimento e participação em práticas operacionais saudáveis e ambientalmente adequadas

Diretores/Gerentes Otimização de desempenho, aprimoramento de gestão, processos e produtos focados em prevenção/redução de riscos a todos os interessados

Governo/Agência reguladora

Prevenção e conservação de recursos e bens públicos, como parte de políticas e regulamentação públicas

Page 85: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

84

Interessados relacionados com o crescimento da empresa (demanda moral: ir além da lei e atender normas, regras, estabelecidas e aceitas socialmente)

Interessado

Interesse específico

Bancos/Financeiras Riscos de passivos/valorização de ativos econômicos e sócio-ambientais.

Seguradora Ressarcimento por penalidades e custo de recomposição/remediação de danos por operações de riscos econômicos e sócio-ambientais.

Familiares/vizinhança Segurança e qualidade de vida, com especial atenção a riscos de acidentes e impactos sócio-ambientais locais.

Sindicato/comissão de fábrica

Empoderamento, direitos humanos e remuneratórios, qualidade e padrões de excelência no ambiente de trabalho.

Concorrentes Oportunidades e diferenciação de organizações líderes no mercado, decorrentes de impactos maléficos e benéficos.

Interessados relacionados com a perpetuidade da empresa (ético-atender os princípios que sustentam as normas e regras)

Interessado Interesse específico

Sociedade A preservação dos recursos naturais, respeito com as questões sócio-ambientais regionais, nacionais e mundiais e aos direitos humano.

Mídia Busca e divulgação de impactos positivos e negativos no desempenho das organizações e captura de audiência

ONGs ambientalistas e sociais

Fiscalização da conduta das Organizações e defesa do ambiente, do homem, de comunidades e da sociedade, em geral

Comunidade de C&T Demandas e oportunidades para linhas de pesquisa e eco-inovações Quadro 5: Relacionamento com as partes interessadas Fonte: Adaptação de Furtado (2003)

Uma demonstração de compromisso visível em satisfazer as partes interessadas,

adotadas por algumas empresas, é a emissão anual do relatório de sustentabilidade

empresarial, que objetiva reportar anualmente para as partes interessadas os desempenhos

econômico, social e ambiental, com foco no Desenvolvimento Sustentável (Resultado Final

Tríplice), demonstrar o valor que dá as questões de Saúde, Segurança e Meio Ambiente,

através da obtenção das metas e objetivos programados.e ratificar os compromissos públicos

assumidos através da política ambiental da organização.

Os indicadores de resultado final tríplice devem, no mínimo, estar adequados à

política ambiental da organização. Como visão de futuro, uma boa prática seria a validação

dos indicadores sociais, econômicos e ambientais, utilizados no relatório de sustentabilidade

Page 86: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

85

empresarial com a participação das diversas partes interessadas, de forma a construir

gradualmente um instrumento de comunicação transparente, que forneça informações

relevantes e significativas para os diversos grupos sociais que sejam mensuráveis e

verificáveis, e ajude a tomada de decisão.

2.4.3 Gerir com Foco em Resultados e Inovação

2.4.3.1 Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

As lideranças devem gerir pessoas e recursos com eficiência, visando à melhoria

contínua, significativa e consistente dos resultados ambientais, buscando índices de

ecoeficiência cada vez melhores. Não basta atender padrões ambientais estabelecidos, é

necessário utilizar as melhores tecnologias disponíveis.

A organização mantém-se focada na visão de futuro através das metas de longo

prazo, onde as metas anuais devem obrigatoriamente derivar destas. É importante destacar

que os objetivos e metas têm quer ser desafiadores, porém exeqüíveis, e tem que estar

suportadas por planos de ação e orçamentários, pois as metas de longo levam tempo para

ser alcançadas, e a organização precisa atingir as metas anuais para manter-se motivada a

seguir e a reportar seu desempenho para as partes interessadas.

As metas podem ser definidas de diversas formas: como uma melhoria em relação a

uma base, como melhoria incremental baseada no desempenho histórico, como desafio de

atingir o benchmark do setor, como derivada de uma meta global ou como a busca de um

conceito como adoção do fator “X”, rompendo com as formas convencionais, ou seja,

propondo um reposicionamento de estratégia ambiental em relação à estratégia empresarial.

Page 87: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

86

2.4.3.2 Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado

Bossidy (2003) defende que o desafio do líder é fazer acontecer e destaca três pontos

principais: execução é parte integrante da estratégia, execução é o principal trabalho do líder

da empresa e execução deve ser um elemento-chave da cultura da organização. Enfatiza os

sete comportamentos essenciais do líder na execução: conhecer seu pessoal e sua empresa,

insistir no realismo, estabelecer metas e realidades claras, concluir o que foi planejado,

recompensar quem faz, ampliar a habilidade das pessoas e conhecer a si próprio.

As lideranças têm que desdobrar o plano de ação da organização em plano de ação

individual de cada liderado, definir o padrão de desempenho e suas respectivas metas e

pactuar um recompensa relacionada com o nível de desempenho da empresa e do

cumprimento do seu plano de ação individual.

O plano de ação deve sempre contemplar os treinamentos para desenvolvimento de

novos conhecimentos e habilidades técnicas, incluindo treinamentos que promovam a

criatividade, inovação, relação interpessoal e liderança.

Recomenda-se que, periodicamente, líder e liderado avaliem o andamento do plano

de ação, avaliem a necessidade de revisão de escopo, avaliem foco e prioridades.

Para Kaplan (2001) existem quatro barreiras para a implementação da estratégia nas

organizações, apresentadas no Quadro 6.

Barreira Descrição

Visão Apenas 5% dos colaboradores do nível operacional entendem a estratégia de sua empresa, mas não possuem a menor idéia de como pessoalmente podem impactar nessa visão.

Pessoas Na maioria das empresas apenas 25% dos gerentes tem objetivos pessoais ligados com a estratégia.

Recursos 78% das organizações não correlacionam seus orçamentos com a estratégia. Gestão 85% das equipes executivas, gastam menos de 1 hora por mês discutindo a

estratégia. Quadro 6: Barreiras na Implantação da Estratégia Fonte: Kaplan (2001)

Page 88: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

87

2.4.3.3 Implementar Inovações Ambientais

O que é inovação? Por que inovar? Quais as principais barreiras à inovação? Quais os

desafios dos líderes e gerentes?

A inovação é um conceito relativo, embora muitos usem a expressão como se seu

significado fosse absoluto e único. Toda inovação é, obviamente, algo inédito, pode ser o

novo dentro da empresa, o novo dentro do segmento ou pode ser o novo dentro do mundo

empresarial, etc. A inovação talvez seja o fator um dos fatores estratégicos mais críticos e

que condiciona a organização à sobrevivência, ao crescimento ou ao sucesso e perpetuidade.

Inovar exige humildade para ouvir idéias, para explorar o desconhecido, para aprender

tentando; exige humildade para reconhecer que é necessário inovar continuamente

(LANZER, 1998).

Inova-se buscando ser competitivo e eficaz no embate com os concorrentes, melhorar

margens, aumentar lucratividade, otimizar retorno, defender posições existentes, melhorar

ecoeficiência, explorar oportunidades, atingir novos padrões de produtos, aumentar

produtividade, ou seja, inova-se para estar em constante desenvolvimento.

A inovação é um fator estratégico crítico a condicionar a sobrevivência, o

crescimento, a perpetuidade das organizações, ou seja, é imprescindível inovar

continuamente na busca de novos produtos, novos processos de produção, novos serviços e

atividades. Sempre em alinhamento com as questões ambientais mundiais, nacionais e locais.

Inovar exige humildade para reconhecer que o futuro trará possibilidades com que

não podemos prever, compreender ou sonhar. Humildade para reconhecer que as mudanças

estão em curso queiramos ou não, e que é preciso agir para não se acomodar com as

conquistas de hoje. Para isto, é importante o monitoramento atento do ambiente externo

além da atualização contínua das pessoas.

Page 89: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

88

A inovação exige uma liderança empreendedora ou com espírito empreendedor, pois

é necessário fazer com que novas idéias surjam, se concretizem e sejam bem sucedidas, mas

o potencial de inovação e desenvolvimento de empresas é limitado por um conjunto de

deficiências em sua estrutura, cultura e liderança. Encarar essas deficiências como desafios

permite a líderes reverter a postura negativa da empresa em relação às mudanças (AMANA

KEY, 1990).

No Quadro 7 apresentam-se as principais barreiras à inovação em uma organização:

Barreira Descrição

Ausência do senso de direção

Empresas que não sabem para onde ir, permanecem andando em círculos mesmo introduzindo inovações. é necessária uma clara visão de futuro, onde se quer chegar, o que se visa conquistar, onde estamos em relação a aquilo que queremos.

Estrutura desajustada

Estruturas centralizadas e hierarquizadas podem representar forte obstáculo à inovação, pois para inovar é necessária comunicação intensa, participação, troca de idéias, criatividade.

Clima inadequado

A força inovadora pode estar sendo inibida pelo clima vigente: excessiva preocupação com resultados imediatos, punições exageradas a quem erra desencorajando novas iniciativas.

Falta de incentivos

È necessário incentivar a inovação através do reconhecimento por parte dos superiores, elogios públicos, incentivos materiais, campanhas, concursos, etc.

Falta de desafios

Não existe a tensão criativa, ou seja, o ambiente de acomodação é inadequado à mudança do status quo.

Comunicação deficiente

As pessoas podem sentir-se sem senso de direção por falta de comunicação, o clima pode ficar inadequado por falta de comunicação, distância da comunicação da alta administração com a base.

Tradição como

limitador

Soluções consagradas como certas acomodam as pessoas, impedindo que novas soluções sejam exploradas. É a limitação do raciocínio e da criatividade pela tradição.

Raciocínio incremental

O raciocínio incremental pode inibir a criatividade e leva à acomodação.

Page 90: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

89

Introspecção excessiva

Empresas excessivamente voltadas para dentro limitam seu potencial de inovar. As empresas inovadoras estão abertas para o mundo e monitoram o que ocorre no ambiente externo.

Gestão de pessoas

Muitas empresas querem inovar, mas não investem em recursos humanos (treinamentos, captar e reter talentos, etc). Equipes que mal conseguem tocar o dia a dia não têm condições de gerar idéias e inovações significativas para a empresa.

Quadro 7: Barreiras à Inovação em uma Organização Fonte: Amana Key (1990, p.82)

Observa-se uma correlação entre as barreiras citadas acima com os papéis das

lideranças, apresentados na Figura 7, no modelo de análise, ou seja:

a) A ausência do senso de direção é eliminada e / ou minimizada através do papel de

comunicar valores, visão, política, princípios, metas e objetivos ambientais;

b) A barreira do clima organizacional é eliminada e / ou minimizada através de um

conjunto de papéis, com destaque para: comunicar valores, visão, política, princípios,

metas e objetivos ambientais; estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a

visão de futuro, desenvolver pessoas para o comportamento de prevenção da poluição e

motivar as pessoas para o comportamento de prevenção à poluição;

c) A barreira à falta de incentivos à inovação é eliminada e / ou minimizada

principalmente através dos papéis de desenvolver pessoas para o comportamento de

prevenção da poluição, motivar as pessoas para o comportamento de prevenção à

poluição e o papel de implementar inovações ambientais.

d) A falta de desafios é praticamente eliminada e / ou minimizada através dos papéis de

estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de e executar o plano de

ação pactuado.

e) A barreira ocasionada pela comunicação deficiente é minimizada através de um

conjunto de papéis com destaque para: comunicar valores, visão, política, princípios,

Page 91: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

90

metas e objetivos ambientais; estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a

visão de futuro, desenvolver pessoas para o comportamento e executar o plano de ação

pactuado.

f) As barreiras de tradição como limitador e raciocínio incremental, são basicamente

eliminadas e / ou minimizadas com os papéis de: estabelecer metas e objetivos

ambientais alinhados com a visão, desenvolver pessoas para o comportamento de

prevenção da poluição, motivar as pessoas para o comportamento de prevenção à

poluição e implementar as inovações ambientais.

g) A barreira da introspecção excessiva é eliminada e / ou minimizada pelos papéis de

satisfazer as partes interessadas em relação ao desempenho ambiental pactuado e

estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro.

h) A barreira referente a gestão de pessoas é eliminada e / ou minimizada através do papel

de desenvolver as pessoas para o comportamento preventivo da poluição.

Pelo exposto acima, as barreiras à inovação em uma organização podem ser

minimizadas e / ou eliminadas através do exercício do papel dos líderes apresentado no

modelo de análise da dissertação. Desta forma, valida-se que liderar é lidar com as

mudanças, ajustando, inovando, aprimorando, renovando e superando as barreiras à

implementação da estratégia ambiental da organização, em alinhamento com as abordagem

preconizadas por Kotter (2000), Kaplan 2001), Drucker (1996), Rattner (1999), Chiavenato

(2000), Blanchard (1996), Senge (2000).

Page 92: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

91

3 DESCRIÇÃO DO CASO

3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA

A Braskem é uma empresa petroquímica brasileira constituída com a aquisição do

controle acionário da Copene Petroquímica do Nordeste, pelo consórcio Odebrecht / Mariani,

e a integração das empresas controladas pelos dois grupos com o propósito de fortalecer a

inserção do Brasil no setor petroquímico internacional.

O nome Braskem foi escolhido por reunir os prefixos Bras, muito disseminado no

mercado externo como identificador de empresa brasileira, e kem, de chemical (química), que

indica o setor em que atua.

Criada em 16 de agosto de 2002, a Braskem, petroquímica brasileira de classe mundial e

empresa líder do setor de resinas termoplásticas na América Latina, é a primeira companhia

da região a integrar a fabricação de produtos petroquímicos de primeira e segunda geração,

tendo adotado um modelo de negócios focado na criação de valor para seus acionistas,

apoiado em sua liderança de mercado, na escala competitiva de operações e na autonomia

tecnológica. A Braskem é resultado de um projeto de reorganização societária desenhado

para alinhar os interesses de todos os acionistas, e representa um passo importante para a

reestruturação do setor petroquímico no Brasil.

A Braskem é a maior petroquímica da América Latina e está entre as cinco maiores

indústrias brasileiras de capital privado. É controlada pelos grupos Odebrecht e Mariani. Com

estrutura que integra primeira e segunda geração petroquímica, tem faturamento superior a R$

11 bilhões por ano, produz 5 milhões de toneladas de petroquímicos básicos, de segunda

geração e intermediários, e gera cerca de 3 mil empregos diretos em 2003 (BRASKEM,

2004).

Page 93: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

92

Os principais produtos produzidos pela Braskem e suas aplicações são:

• Petroquímicos Básicos – Eteno e propeno utilizados na fabricação de resinas

termoplásticas.

• Químicos e Derivados – Cloro, utilizado na produção de PVC, fármacos, defensivos

agrícolas, soda, utilizada na produção de sabão, alumínio, metais, papel e celulose.

• Petroquímicos Intermediários – Matéria prima para fabricação de tecidos, como nylon,

e também solventes para tintas e pesticidas.

• Resinas Termoplásticas – Polietileno, polipropileno, PVC e PET, item utilizados em

várias indústrias, como a de brinquedos, automóveis, construção civil e bebidas.

A Braskem possui 13 unidades industriais localizadas nos pólos petroquímicos de

Camaçari (BA), Triunfo (RS), no pólo cloro-químico de Alagoas e em São Paulo. Em

Alagoas estão a fábrica de PVC com capacidade de produção de 204 mil toneladas ano e o

complexo de cloro-soda com capacidade de 460 mil toneladas por ano de soda cáustica, e 600

mil toneladas por ano de EDC. Na Bahia estão a central petroquímica com capacidade de 3,1

milhões de petroquímicos básicos por ano, unidades produtoras de resinas, com destaque para

a produção de 200 mil toneladas ano de polietileno de alta densidade, 30 mil toneladas de

polietileno de ultra alta peso molecular, 60 mil toneladas de PET e 246 mil toneladas ano de

PVC. Também são fabricados produtos intermediários como DMT com 80 mil toneladas / ano

e caprolactama com 56 mil toneladas ano, dentre outros. No Rio Grande do Sul são fabricadas

210 mil toneladas de polietileno de baixa densidade, 300 mil toneladas ano de polietileno de

baixa densidade linear e 550 mil toneladas ano de polipropileno. Em São Paulo está instalada

a unidade de PVC com capacidade de 25 mil toneladas ano e o escritório central da Braskem.

Page 94: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

93

3.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Braskem está estruturada em um modelo de administração cujo sistema é baseado,

por um lado, em Unidades de Negócios e, por outro, em Centros de Competência Corporativa.

São quatro as unidades : Insumos Básicos (central de matéria prima); poliolefinas (polietileno

e polipropileno); Vinílicos (soda-cloro, di-cloroetano, MVC e PVC) e desenvolvimento de

Negócios (PET, caprolactama, energia, entre outros). Através dos centros de Competência

Corporativa , a Braskem vai atuar na busca de eficiência, competitividade e liderança de

custos.

Cabe aos vice-presidentes de cada Unidade de Negócio, com os líderes a si

vinculados, com apoio dos responsáveis por Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança,

zelar pela adequada implementação nas suas operações.

A Braskem possui uma Gerência de Saúde, Segurança e Meio Ambiente Corporativa e

uma Gerência em cada uma das 4 Unidades de Negócios, e existe um Comitê de Excelência

de Saúde, Segurança e Meio Ambiente composto pelas lideranças de SSMA de cada Unidade

de Negócio e do Corporativo, que tem como objetivo prover apoio aos líderes da linha de

gestão e aos apoios funcionais para a obtenção de resultados de melhoria de desempenho em

meio ambiente, saúde e segurança, através da difusão e implementação de melhores práticas,

diretrizes e políticas, de forma homogênea e integrada em todas as Unidades de Negócio da

Empresa.

A Figura 15, a seguir, representa o modelo administrativo adotado pela Braskem.

Page 95: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

94

Figura 15: Modelo Administrativo da Braskem S.A. Fonte: Intranet Braskem

3.3 VISÃO ESTRATÉGICA DE MEIO AMBIENTE

A Braskem está comprometida com o desenvolvimento sustentável por acreditar que

o uso responsável dos recursos naturais, além da qualidade de vida das comunidades em que

atua, são fatores essenciais para alcançar níveis de crescente competitividade e de

excelência. Mantém como princípios de atuação a valorização do ser humano, a ética

permanente no relacionamento com clientes, fornecedores, investidores, acionistas e

comunidade, e a responsabilidade social. Desta forma, garante atendimento personalizado a

seus clientes; defende a cooperação e parceria com fornecedores e o relacionamento estreito

e construtivo com as comunidades (BRASKEM,2003).

A empresa tem, ainda, compromissos com a melhoria contínua de produtos, processos

e serviços, o atendimento a padrões legais e voluntários, além da atuação preventiva em

PresidentePresidente

PlanejamentoEstratégico

PlanejamentoEstratégico

Pessoas eOrganização

Pessoas eOrganização

JurídicoJurídico

RelaçõesInstitucionais

RelaçõesInstitucionais

InsumosBásicos

InsumosBásicos

PoliolefínasPoliolefínas

VinílicosVinílicos

Desenvolvimentode

Negócios

Desenvolvimentode

Negócios

Competitividade

Empresarial

Competitividade

Empresarial

FinançasFinanças

Conselho deAdministraçãoConselho de

Administração

Centros Corporativos de Competências Unidades de Negócio

Page 96: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

95

relação à qualidade de produtos e serviços, qualidade de vida, segurança dos processos e de

informações e no uso racional dos recursos naturais, estabelecidos através dos Princípios da

Política de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, apresentados no Anexo.

Estes princípios, adequadamente aplicados, agregam valor ao nosso negócio e levam a

alcançar o equilíbrio entre o desenvolvimento ambiental, através da ecoeficiência, o

desenvolvimento social, através da responsabilidade social, e o desenvolvimento econômico,

através da excelência operacional. Promoveremos, assim, o Desenvolvimento Sustentável. Ao

ser lançada, a Braskem firmou um Compromisso Público, amplamente divulgado pelos meios

de comunicação, com os princípios e valores que orientam sua atuação. Nele se destaca o

compromisso com o desenvolvimento sustentável, com o crescimento econômico e social do

País, por meio do desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade da cadeia

produtiva da petroquímica e dos plásticos, a geração de divisas e a oferta de produtos que

contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população.

A Braskem tem o compromisso de praticar uma gestão transparente e responsável.

Tais práticas estão presentes também no Código de Conduta da Braskem e em suas Políticas

de Divulgação de Informações ao Mercado e de Negociação de Ações.

A ambição da Braskem é consolidar-se como empresa “líder em resinas termoplásticas

na América Latina, a escolha preferencial dos clientes e referência em criação de valor”, e

está comprometida com o desenvolvimento sustentável, por acreditar que o uso responsável

dos recursos naturais e a qualidade de vida das comunidades em que atua são fatores

essenciais para alcançar níveis de crescente competitividade e de excelência. Mantém como

princípios de atuação a valorização do ser humano, a ética permanente no relacionamento

com clientes, fornecedores, investidores, acionistas e comunidade e a responsabilidade social.

A Braskem pretende ser reconhecida como “Empresa Brasileira de Classe Mundial” e

nas questões de meio ambiente e responsabilidade social, como “Responsável, limpa, segura e

Page 97: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

96

saudável”. Orgulho de nossos acionistas, investidores, integrantes, clientes, fornecedores e das

comunidades onde atuamos.

A atuação dos integrantes da Braskem é orientada por crenças e valores éticos

expressos no Compromisso Público e consolidados em um Código de Conduta, que tem por

objetivo estabelecer os princípios éticos e normas de conduta que devem orientar as relações

internas e externas dos integrantes. Dentre as diretrizes gerais, destaca-se aquela que diz

respeito ao relacionamento com os integrantes: Não haverá discriminação por religião,

convicção filosófica ou política, nacionalidade, origem, sexo, idade, cor, preferência sexual,

estado civil ou deficiência física ou mental.

Em 2004, a Braskem aplicou R$ 6,5 milhões em cursos técnicos, educação básica,

desenvolvimento gerencial e de competências específicas, graduação, pós-graduação e

idiomas. Para este ano estão previstos mais de 11 mil cursos, incluindo 48 bolsas para MBA

– sem contar os participantes do MBA Braskem. São 91 cursos de graduação e 200

integrantes que recebem bolsa para idiomas (BRASKEM, 2004).

Em 2004, a Braskem investirá R$ 2,2 mil por integrante. Em 2003, o valor foi de R$

1,7 mil / integrante e R$ 1,4 mil / integrante em 2002. Comparando com o mercado, a

situação é ainda mais animadora. Segundo a Pesquisa Brasileira em Gestão do Capital

Humano de 2002, coordenada por Saratoga Institute Brasil, em média, são aplicados R$ 0,9

mil / integrante no mercado brasileiro e R$ 1,3 mil / integrante especificamente no setor

petroquímico – que é um dos que mais investe. (BRASKEM, 2004).

Em conformidade com as leis e regulamentos federais e estaduais, a Braskem atende,

rigorosamente, à exigência de obtenção de licenças ambientais para as suas unidades fabris.

O acompanhamento e a garantia do atendimento à legislação aplicável são feitos em todas as

unidades sistematicamente, incluindo, também, a realização de auditorias em empresas

Page 98: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

97

parceiras. Toda a legislação de Saúde, Segurança e Meio Ambiente aplicável aos processos,

atividades, produtos e serviços da Braskem está sendo monitorada

Segundo a Braskem (2004), o compromisso com o bem-estar das comunidades em que

atua se traduz em um conjunto consistente de programas de responsabilidade corporativa, com

foco em educação ambiental, reciclagem de plástico, inserção social e apoio cultural. Entre

eles, destacam-se a Operação Praia Limpa e Arte na Praia, que buscam conscientizar

banhistas na Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul e São Paulo sobre a importância da coleta

seletiva, além de oferecer oficinas de arte para seus filhos e dos moradores locais; o Programa

Lagoa Viva, que atua junto às comunidades vizinhas à Lagoa do Mundaú, em Maceió e outros

municípios alagoanos, no sentido de preservar esse ecossistema, além de oferecer cursos de

capacitação profissional para jovens carentes da região.

No Rio Grande do Sul, a Braskem apóia a comunidade carente de Vila Pinto, na região

metropolitana de Porto Alegre, em seu trabalho de coleta seletiva e reciclagem de plástico,

que, além dos benefícios ambientais, traz melhora de renda e inclusão social. As atividades de

voluntariado desenvolvidas pelos integrantes da Braskem também recebem o estímulo da

empresa, cabendo menção especial ao programa de prevenção do câncer de mama em Porto

Alegre e Triunfo.

O nome da Braskem também está fortemente associado à promoção de atividades

culturais, através de iniciativas como o Prêmio Braskem de Cultura e Arte, entre outros,

voltado para a descoberta de novos talentos na música, literatura e artes plásticas. Nessa

área, o grande destaque de 2003 foi o lançamento de uma obra inédita de Jorge Amado em

livro, “Carta a uma leitora sobre romance e personagens”, publicado em parceria com a

Fundação Casa de Jorge Amado.

A seguir, seguem listados os principais programas.

Page 99: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

98

• Lagoa Viva – O Lagoa Viva é hoje o principal programa da empresa em Alagoas e está

totalmente focado na questão da Educação Ambiental. O seu objetivo é promover

mudanças de atitude e comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente. O seu

gerenciamento é compartilhado com representantes da comunidade e em parceira com os

governos do Estado e do Município.

• Pitanguinha – O projeto PITANGUINHA MINHA VIDA é considerado modelo em

coleta seletiva de lixo e educação ambiental no país. O projeto tem parceria gerencial da

BRASKEM / AL desde 1996. O Pitanguinha possui sede própria, onde ocorre o processo

de separação, prensagem e comercialização do lixo selecionado.

• Formando Laços – O Formando Laços é um programa de visitas às unidades industriais.

Tem como objetivo estreitar relacionamento com diversos públicos diferentes e, através

de uma postura pró-ativa, abordar assuntos relativos às atividades industriais e sociais da

empresa

• Cinturão Verde – É uma faixa de segurança ambiental para dezenas de animais silvestres

típicos da região, como emas, cutias, veados, jacarés e outros que ainda se encontram em

listas de espécies em extinção. Trata-se de um local de extrema beleza, ponto de encontro

entre a comunidade e a empresa. Existe um Centro de Educação Ambiental, onde são

ministrados cursos de hidroponia, paisagismo e apicultura, todos ligados ao Programa

Lagoa Viva.

• Água, Saúde e Qualidade de Vida – Para reforçar o processo de informação sobre a

importância da utilização do cloro no tratamento da água, são desenvolvidas palestras em

escolas da rede pública de ensino, ministradas por Integrantes e Parceiros da UCS da

Bahia. Abertas à comunidade, as palestras atraem a participação de estudantes da 5ª a 8ª

série, familiares, representantes da comunidade e agentes de saúde, nos municípios de

Camaçari e Dias D'Ávila. Distribuímos aos participantes amostras de hipoclorito e

Page 100: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

99

cartilhas indicando métodos domésticos de purificação da água, também é apresentada

uma peça teatral sobre a utilização do cloro na purificação da água.

• A operação Praia Limpa / Arte na Praia – Vive, atualmente, sua sexta versão. O evento

faz parte do calendário de eventos de verão de cidades litorâneas de Alagoas e Bahia,

atuando nas principais praias dessas cidades, abrangendo mais de 20.000 crianças, tendo

sido distribuídas sacolas, conteiners e lixeiras.

• Programa Comunitário Arte com Plástico – Leva educação ambiental para as crianças

de forma inteligente, simples, criativa e democrática. Envolveu escolas e formou

educadores para milhares de crianças em 2002.

• Cisternas de PVC – Ocorre na região do semi-árido, representa 18% do território

nacional e abriga 29% da população do país. Destaca-se o fato de que aproximadamente

nove milhões de pessoas moram na zona rural. Com períodos irregulares de chuva e

precipitações médias anuais inferior a 800mm, a seca ocorre e a alternativa de

aproveitamento das águas pluviais para o consumo humano e de pequenos animais

apresenta-se como uma ação de infra-estrutura importante para combater o êxodo na zona

rural. O Projeto consiste de um kit cisterna para captação e armazenamento da água da

chuva portátil e móvel, pesando 39kg, tema capacidade de armazenagem para oito mil

litros, toda em PVC, exceto a estrutura de sustentação da cobertura, que é metálica.

• Arte com Plástico nas Escolas de Camaçari – Ainda no âmbito sócio-ambiental, a

Braskem participa, em parceria com a Prefeitura Municipal de Camaçari, do programa

Arte com Plástico nas Escolas. O projeto é a continuação do programa realizado nas

praias, com o objetivo de fortalecer a educação ambiental entre alunos e professores das

escolas municipais de Camaçari. O Programa Arte com Plástico tem como proposta o

investimento na educação, por considerá-la um dos fatores de superação da exclusão

Page 101: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

100

social e por entender que pode contribuir decisivamente com a mudança de atitude em

relação à preservação do meio ambiente fomentando o conceito da reciclagem.

• Programa de Alerta e Preparação de Comunidades para Emergências Locais – O

APELL (Programa de Alerta e Preparação de Comunidades para Emergências Locais) é

uma iniciativa do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, tendo sido implantado

oficialmente na fábrica Maceió Cloro-Soda em 1993. Seu objetivo é informar a população

das áreas vizinhas sobre os riscos existentes pela proximidade a uma unidade industrial e

desenvolver planos de atendimento para situações de emergência.

• A Braskem participa do Conselho Comunitário Consultivo, iniciativa pioneira do pólo

petroquímico de Camaçari (BA), que conta com participação ativa da unidade de resinas.

O Conselho visa a aproximar as indústrias da região e a comunidade. Iniciado em 1997, na

Bahia, o projeto foi levado para Alagoas, nos municípios de Maceió e Marechal Deodoro,

onde a Braskem mantém unidades industriais. Atendendo a um dos pilares do programa

de Atuação Responsável, o conselho conta com a participação de representantes de

associações de bairros, grupos ambientalistas, professores, líderes religiosos, agentes de

saúde e outros. A idéia é trocar informações sobre saúde, segurança e meio ambiente,

visando a soluções satisfatórias para a empresa e a comunidade.

As principais iniciativas voluntárias adotadas pela Braskem seguem listadas abaixo:

• É signatária do Programa Atuação Responsável desde 1992, quando foi introduzido no

Brasil pela Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM. Adotando políticas e

procedimentos, que atestam a sua iniciativa e comprometimento em conduzir os seus

negócios em consonância com os interesses da sociedade, principalmente no que se refere

aos efeitos de suas atividades nos aspectos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

Page 102: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

101

• Faz parte do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável –

CEBDS, que tem como objetivo principal liderar esforços em prol do desenvolvimento

sustentável no Brasil, em consonância com as iniciativas mundiais, difundidas pelo World

Business Council for Sustainable Development – WBSCD

• Aderiu em 2000 ao programa de tecnologias limpas, conduzido em parceria com a Escola

Politécnica da Universidade Federal da Bahia – UFBA, a Federação das Indústrias do

Estado da Bahia – FIEB e o Centro de Recursos Ambientais – CRA, contribuindo para o

desenvolvimento de ações para aplicação de tecnologias limpas na indústria.

Foi estabelecida que a forma de implantação do sistema de gestão ambiental integrado

consideraria o fortalecimento de uma cultura de prevencionista em Segurança, Saúde Meio

Ambiente de forma homogênea, respeitando as iniciativas existentes em cada Unidade de

Negócio. Neste contexto, destaca-se o papel do Comitê de Excelência em SSMA de priorizar

a uniformização dos processos considerados prioritários e a difusão das melhores práticas

identificadas.

Em 2003, a Braskem destinou investimentos no valor de R$ 176 milhões não apenas

para aprimorar a confiabilidade operacional de suas unidades industriais, mas também para

lançar as bases de expansão de suas capacidades de produção (BRASKEM, 2004).

As empresas que formaram a Braskem foram pioneiras na implantação de um Sistema

de Gestão Ambiental com base na norma internacional ISO 14001 no Brasil, logo após sua

aprovação internacional em 1996. Todas as 13 unidades industriais da Braskem serão

certificadas na norma ISO 14001 até 2004. Já existem 12 unidades certificadas, sendo 3 em

1996, 4 em 1998 e 1 em 1999, e 4 em 2003, através do ABS Quality Evaluation Inc.e BVQI

Bureau Veritas. Todas as unidades industriais da Braskem estarão certificadas na OHSAS

Page 103: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

102

18001, e já existem unidades que iniciaram o processo de obtenção da certificação em 2000

(BRASKEM, 2004).

A Braskem foi a primeira empresa brasileira na área industrial a assinar a Declaração

Internacional de Produção Mais Limpa, do Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (PNUMA). As instituições signatárias comprometem-se a implementar políticas de

produção cada vez melhores do ponto de vista ambiental. A adesão da empresa foi firmada

no dia 30 de março 2004 (BRASKEM, 2004).

A Braskem possui uma equipe de 150 pesquisadores altamente qualificados e 11

laboratórios dotados de modernos equipamentos. O Centro de Tecnologia e Inovação

Braskem tem entre seus principais objetivos contribuir para que os clientes da Companhia se

tornem mais competitivos nos mercados nacional e internacional. Foram 1.000 visitas de

clientes, universidades e fornecedores e o atendimento de 563 solicitações de

desenvolvimentos de clientes durante 2003 (BRASKEM, 2004).

A Braskem dispõe de seis plantas-piloto, totalmente integradas ao Centro de

Tecnologia e Inovação Braskem, que permitem o desenvolvimento de novos produtos e de

novas aplicações, além de simular quase todos os seus processos industriais visando ao seu

aprimoramento (BRASKEM, 2004).

Em 2003 foram depositadas cinco novas patentes no INPI (Instituto Nacional da

Propriedade Industrial). Em agosto, a Braskem depositou sua 100ª patente, totalizando, ao

final do ano, 103 patentes no Brasil e no exterior.

A rede de desenvolvimento tecnológico da Braskem também inclui parcerias com

vários centros de pesquisa e universidades no país e no exterior. Vale destacar que o Centro

Petroquímico de Pesquisa e Desenvolvimento – CEPPED –, da Universidade Luterana do

Brasil (ULBRA), foi resultado de um investimento superior a R$ 9 milhões feito pela

Braskem e pela Finep, o órgão financiador do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Page 104: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

103

Em 2003, o índice de consumo representa a quantidade de água consumida para cada

tonelada de produto produzido e melhorou 2% em relação ao ano de 2002 (BRASKEM,

2004).

Ainda nesse ano, 2003, o índice de efluentes líquidos representou a quantidade de

efluente líquido (orgânico, inorgânico e sanitário) que saiu da planta para cada tonelada de

produto produzido, e melhorou 4%, em relação ao ano de 2002. Os índices de resíduos totais

e perigosos, melhoram respectivamente, 20% e 32%, em relação a 2002 e os índices de

emissões totais e o índice de COVs melhoraram respectivamente 2,5% e 19%, em relação a

2002. Em 2003, foram investidos mais de R$ 26 milhões em melhorias de instalações

focando a evolução do de desempenho ambiental ou a redução de riscos de acidentes

materiais, ambientais ou pessoais. Para 2004, estão previstos investimentos da ordem de R$

61 milhões, que deverão proporcionar a evolução do desempenho (BRASKEM, 2004).

Em 2003, ocorreu a conquista, pelo terceiro ano consecutivo, do Prêmio Pólo de

Saúde, Segurança e Meio Ambiente pelas unidades de Insumos Básicos, PE1, PVC e Cloro

Soda na categoria 5 estrelas (melhor desempenho) e unidades de CPL e PE2 na categoria 4

estrelas. Também foram emitidos, em média, 4,3 registros preventivos por integrante,

incluindo registros de auditorias comportamentais.

3.4 MONITORANDO A ATUAÇÃO DAS LIDERANÇAS EM RELAÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NA BRASKEM

As organizações precisam buscar compreender e melhorar o desempenho de suas

lideranças em relação a implementação da estratégia ambiental. Como não é possível analisar

de forma eficaz e eficiente o que não é medido, é importante definir indicadores para cada um

dos nove papéis de liderança, apresentados no modelo de análise dessa dissertação,

Page 105: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

104

representados pela Figura 8, visando a monitorar a atuação dos líderes da Braskem em

relação à gestão ambiental estratégica.

Vale destacar que, conceitualmente, não existem diferenças na atuação das lideranças

de uma forma geral em relação às lideranças que atuam na área ambiental, pois como o meio

ambiente é um valor empresarial básico em uma organização que busca o Desenvolvimento

Sustentável, a proteção ambiental é função de toda a administração. A diferença entre as

lideranças que atuam na área ambiental e as demais lideranças, é que ao líder que atua na área

ambiental cabe assessorar a organização em relação às definições estratégicas, visão,

políticas, princípios de atuação, indicadores de desempenho e programas relativos ao meio

ambiente.

Propõe-se para cada um dos nove papéis da liderança, um conjunto de indicadores que

permita medir o esforço dos líderes em influenciar a melhoria do desempenho ambiental,

visando a atingir níveis crescentes de ecoeficiência, de forma que se possa avaliar e

correlacionar o efeito da evolução do desempenho ambiental com o nível de esforço desses.

Para isso, o esforço dos líderes será classificado em quatro fases distintas, propostas pelo

autor:

• A fase 1, que é chamada fase inicial, é o estágio de partida que corresponde a um esforço

de gestão menor ou igual a 25%. O esforço da organização é incipiente e pontual, e,

basicamente, depende de iniciativas e coordenação das áreas de meio ambiente da

empresa;

• A fase 2, que é chamada fase de transição, é o estágio de mudança do esforço pontual

centralizado para o esforço descentralizado. Nessa fase, a liderança é “empurrada” pela

organização, através de sua visão, políticas, princípios, metas e objetivos, para atuar em

direção da melhoria do desempenho ambiental e já existem iniciativas sócio-ambientais

Page 106: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

105

que não dependem da coordenação das áreas de meio ambiente da empresa. Por se tratar

de uma fase de transição, o esforço de gestão é marcado por uma faixa que vai de maior

que 25% a menor ou igual a 75%, porém não necessariamente ocasiona melhoria de

níveis de ecoeficiência significativos e consistentes;

• A fase 3, que é a chamada fase de controle, é estágio onde os esforços constroem massa

crítica para a melhoria contínua de resultados, mas sem assegurar a manutenção desses.

Nessa fase, a liderança é alternadamente “empurrada” pela organização e, às vezes, “puxa

a organização” em direção da melhoria do desempenho ambiental, o esforço de gestão é

maior que 75% e menor ou igual a 90%;

• A fase 4, que é a chamada fase sustentada, é o estágio ideal onde os esforços estão

alinhados para a implantação da estratégia ambiental, ou seja, os resultados tendem a

atingir padrões internacionais de benchmark, com a garantia de sustentabilidade dos

resultados obtidos. Nessa fase, a liderança “puxa” a organização, sendo a força motriz que

mobiliza a empresa na direção da melhoria do desempenho ambiental sustentado, e os

esforços de gestão são maiores que 90%.

A representação dos focos de atuação das lideranças apresentados no quadro de

referência da dissertação da Figura 7, aplicados à Braskem, estão representados na Figura 16

a seguir:

Page 107: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

106

Figura 16 – Quadro de Referência: Versão Braskem Fonte: Elaborado pelo Autor

Na Braskem, o líder deve atuar em nível do indivíduo, integrante e terceiro, para

promover o comportamento de prevenção da poluição. Deve formar equipes de alto

desempenho em Meio Ambiente, através da consolidação da cultura da excelência, e inserir a

dimensão ambiental no planejamento estratégico, integrando as estratégias empresarial e

ambiental.

A seguir, para cada um dos nove papéis da liderança, do modelo de análise da

dissertação da Figura 8, serão estabelecidos os indicadores estratégicos que permitirão a

identificação, avaliação e monitoramento do esforço organizacional da empresa.

Meio Ambiente como Valor Empresarial

OrganizaçãoOrganizaçãoEquipes Equipes

Cultura de Excelência

IndivíduoIndivíduo

Comportamento Preventivo

Prom

over

o A

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Page 108: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

107

3.4.1 Comunicar a Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos de Meio Ambiente

A proposta é identificar o estágio atual do papel de comunicar e alinhar as pessoas em

relação à visão, política, princípios, metas e objetivos estratégicos da Braskem, através da

coleta da percepção das lideranças em relação a cinco indicadores distintos:

• A percepção em relação à ênfase como é realizada a comunicação sobre a visão, política e

princípios de atuação em Meio Ambiente para os liderados;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento da visão estratégica de meio ambiente

da empresa;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento da política de meio ambiente da

empresa;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento das metas, objetivos e indicadores de

desempenho de meio ambiente;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento do conceito de Desenvolvimento

Sustentável.

Dessa forma, será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço de gestão

para promover o alinhamento dos liderados e de todas as funções gerências (marketing,

vendas, produção, manutenção, engenharia, logística, suprimentos, etc), para desdobramento

da estratégia ambiental.

Page 109: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

108

3.4.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição

A proposta é identificar o estágio atual do papel de Educar pelo Exemplo para a

Prevenção da Poluição, através da coleta da percepção das lideranças em relação a cinco

indicadores distintos:

• A percepção em relação realização treinamentos de meio ambiente pelas lideranças

formais;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento dos aspectos e impactos ambientais

significativos relacionados com o seu processo organizacional;

• A percepção em relação ao nível de conhecimento de qual os objetivos de um programa

de educação ambiental – PEA;

• A percepção em relação à emissão sistemática de registros ambientais preventivos, pelas

lideranças formais;

• A percepção em relação realização de auditorias internas do sistema de gestão ambiental

pelas lideranças formais.

Dessa forma, será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço de gestão para

promover a educação pelo exemplo, ou seja, a demonstração do compromisso visível com a

questão ambiental, das lideranças formais da empresa, que contribuem para influenciar a

mudança de comportamento das pessoas, em relação à prevenção da poluição.

Page 110: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

109

3.4.3 Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental

A proposta é identificar a percepção das lideranças em relação ao esforço de gestão

para formar novas lideranças para a gestão ambiental, tendo como base o Programa de

Desenvolvimento Gerencial – PDG, cujo objetivo é garantir o alinhamento dos líderes em

relação aos objetivos estratégicos, valores, e políticas da Braskem, e reforçar o papel das

lideranças para a construção da empresa e formação de valor.

O estágio atual do papel de Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental é

identificado a partir de cinco indicadores distintos:

• A percepção em relação à inserção do meio ambiente no Programa de Desenvolvimento

Gerencial – PDG;

• A percepção em relação ao nível de cumprimento da programação do seu PDG em 2003;

• A percepção do nível de conhecimento do que é a norma internacional ISO 14001;

• A percepção em relação à iniciativa das lideranças formais na Braskem em buscar cursos

de especialização e / ou mestrado, em suas respectivas áreas de atuação, com monografias

ou dissertações relacionadas com meio ambiente;

• A percepção em relação a quantas competências críticas possuem avaliação superior ou

igual a nível 3, no Processo de Desenvolvimento Individualizado – PDI .

O Processo de Desenvolvimento Individualizado – PDI, visa a avaliar

individualmente a evolução e monitorar o desempenho dos líderes, com base em sete

competências críticas estabelecidas. Cada uma das sete competências é enquadrada em quatro

níveis distintos que variam de 1 a 4.

O Quadro 8, a seguir, apresenta uma descrição sucinta das competências críticas:

Page 111: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

110

Evolução e Enquadramento

Competências

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N

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ível

2

A.P

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al

Nív

el 3

A

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e N

ível

4

Supe

ra

Orientação para o Mercado Persegue o crescimento da receita da empresa, conhecendo as tendências do mercado e buscando constantemente obter uma maior penetração e crescimento.

Direcionamento Estratégico Compreende e coordena, de forma consistente (com visão global e de futuro), os riscos e oportunidades do negócio. Entende os planos desenvolvidos pela empresa, conseguindo antever problemas e tomando decisões objetivas, práticas e eficientes para implementá-las.

Orientações para o resultados / Rentabilidade Atinge excelentes resultados táticos, possuindo capacidade de alcançar e superar objetivos e metas acordadas, impactando favoravelmente os resultados da empresa e sua rentabilidade.

Agente de Mudança Implementa programas de mudança visando a garantir a liderança e a competitividade da empresa. Busca dinamizar os negócios e reforçar a imagem de organização de vanguarda.

Capacidade Técnica Desempenho e capacidade funcional de destaque, sendo comprometido com seu processo de autodesenvolvimento. Tem consciência de seus pontos fortes e fracos e possui iniciativa em criar meios para desenvolvê-los. Busca informações para ampliar os seus conhecimentos.

Liderança de Equipes É eficiente na condução de seu pessoal, sabe delegar, ouvir e incentivar a participação de todos. Oferece recursos para desenvolver seus liderados, conseguindo motivar e elevar a moral do grupo. Consegue excelentes níveis de resultado com sua equipe, garantindo o desempenho máximo do negócio, conquistando a confiança de todos e tendo foco na gestão de pessoas.

Colaboração Irrestrita Alcança sucesso na empresa conseguindo influenciar superiores, pares e mesmo pessoas de outras áreas. Demonstra disposição para ajudar e ser ajudado, colaborando com pessoas de sua área ou de outras áreas em prol dos objetivos do negócio. Incentiva um ambiente de apoio e participação construindo parceiras tendo coerência entre discurso e prática.

Quadro 8: Competências Críticas do Processo de Desenvolvimento Individual Fonte:Ficha de Avaliação Individual do Autor - Braskem- Fischer & Dutra

Dessa forma, será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para promover a formação de novas lideranças, com conhecimentos e

habilidades específicas, para a gestão ambiental, as quais, atuando nos diversas funções

Page 112: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

111

gerencias e níveis hierárquicos, defenderão e conduzirão pessoalmente a organização rumo a

conquista gradual de níveis de ecoeficiência e a consolidação da cultura da prevenção da

poluição.

A relação das competências críticas com o modelo de análise da dissertação está

apresentada na Figura 17 abaixo:

Figura 17 – Modelo de Análise: Competências Críticas. Fonte: Elaborado pelo Autor

As explicações e justificativas das correlações e enquadramentos apresentados na

figura acima, estão listadas a seguir:

Direcionamento

Estratégico

Tempo

Com

petê

ncia

s C

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as

Promover o Aprendizado Organizacional

Gerir com Foco no Resultado e Inovação

Form

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Page 113: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

112

a) Direcionamento estratégico foi associado com o papel de comunicar valores, visão,

política, princípios, metas e objetivos ambientais, por estarem relacionados com uma

visão global do futuro;

b) Agente de mudança foi associado com o papel de educar pelo exemplo para a

prevenção da poluição, por estarem relacionados com a implementação de mudanças na

empresa;

c) Colaboração irrestrita está relacionada a três papéis: formar novas lideranças para a

gestão ambiental, implementar inovações ambientais e satisfazer as partes interessadas

em relação ao desempenho ambiental pactuado, respectivamente em função de estar

relacionada com a influência de superiores e pares, construção de parcerias e disposição

por ajudar e ser ajudado;

d) Orientação para o mercado foi associada com o papel de estabelecer metas e objetivos

ambientais alinhados com a visão de futuro, por estar relacionado com a capacidade de

conhecer tendências e perseguir o crescimento;

e) Orientação para resultados e rentabilidade foi associada ao papel de executar o plano de

aço pactuado, por estar relacionado com a capacidade de atingir e superar com base na

implementação de um plano de ação;

f) Liderança de equipes foi associada ao papel de motivar as pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição, por estar relacionado com a capacidade de

motivar e elevar a moral dos liderados, além de incentivar a participação de todos;

g) Capacidade técnica foi relacionada ao papel de desenvolver pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição, por estar relacionado com a capacidade de

buscar informações, conhecimentos para transformar em ações, que causam entusiasmo

e incentiva os liderados ao autodesenvolvimento, ou seja, uma qualificação

diferenciada.

Page 114: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

113

Pode-se comparar as competências críticas às capacidades de produção de

equipamentos ou máquinas e os papéis das lideranças, propostos pelo modelo de análise da

dissertação, como a capacidade utilizada dessas. Sendo assim, uma organização que possui

lideranças, cujas competências críticas encontram-se nos níveis 3 (atende) e 4 (supera),

citados no Quadro 8, basta apenas uma orientação para praticar os papéis esperados em

relação à implementação da estratégia ambiental da organização, caso contrário, o exercício

dos papéis esperados no contexto da gestão ambiental tem quer ser precedido por uma

capacitação e prévia das lideranças, sob pena dos resultados não serem atingidos e / ou

mantidos.

3.4.4 Desenvolver Pessoas para o Comportamento de Prevenção da Poluição

A proposta é identificar a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para desenvolver pessoas para o comportamento de prevenção da poluição,

tendo como base o Programa de Desenvolvimento de Competências – PDC, cujo objetivo é

capacitar as pessoas para o exercício de suas atividades laborais promovendo o crescimento

dentro da carreira e o Programa de Educação Ambiental – PEA, que visa a conscientizar as

pessoas para a prevenção de aspectos e impactos ambientais potenciais decorrentes das

atividades, processo, produtos e serviços da Brakem, de trabalho, e contribuir para a

mudança de práticas e comportamento com as questões ambientais. Encontra-se em

elaboração um PEA Braskem, pois ainda persistem os programas das empresas de origem

que formarão a Braskem.

O estágio atual do papel de desenvolver pessoas para o comportamento preventivo da

poluição, através da coleta da percepção das lideranças formais, é identificado em relação a

cinco indicadores distintos:

Page 115: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

114

• A percepção em relação à intensidade da inserção da dimensão ambiental no programa de

desenvolvimento de competências – PDC;

• A percepção em relação ao percentual de funções contempladas pelo PDC;

• A percepção em relação ao nível de cumprimento da programação do PDC para os

liderados em 2003;

• A percepção em relação ao percentual de integrantes e terceiros treinados pelo programa

de educação ambiental – PEA;

• A percepção do esforço da organização em fortalecer a cultura de proteção ambiental

através da qualificação diferenciada de pessoas.

3.4.5 Motivar e Reconhecer Pessoas para a Prevenção da Poluição

A proposta é identificar a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para motivar e reconhecer as pessoas para o comportamento de prevenção da

poluição, tendo como base o Programa de Motivação e Reconhecimento – PMR, cujo

objetivo é estabelecer as formas de premiação e reconhecimento de desempenho para

assegurar que o sistema de recompensas promova os comportamento desejado. Na Braskem

isto se dá através da prática do ciclo de planejamento, acompanhamento, avaliação e

julgamento com a remuneração variável associada aos resultados individuais e coletivos

envolvidos (BRASKEM, 2003).

O estágio atual do papel de desenvolver pessoas para o comportamento preventivo da

poluição, dá-se através da coleta da percepção das lideranças formais em relação a cinco

indicadores distintos:

Page 116: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

115

• A percepção em relação à intensidade da inserção do reconhecimento pelo desempenho

ambiental no programa de motivação e reconhecimento – PMR;

• A percepção em relação ao nível de cumprimento do PMR;

• A percepção em relação ao nível de engajamento dos liderados, integrantes e terceiros, na

emissão de iniciativas para prevenção da poluição;

• A percepção em relação ao percentual de integrantes e terceiros que emitiram registros

preventivos ou idéias para a prevenção da poluição;

• A percepção do esforço das lideranças formais em incentivar as pessoas a se engajarem

em iniciativas voluntárias de prevenção da poluição fora do trabalho.

Dessa forma será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para motivar e reconhecer pessoas para o comportamento de prevenção da

poluição, tendo como base o Programa de Motivação e Reconhecimento – PMR, cujo

objetivo é motivar as pessoas para a superação de desafios, metas e objetivos, contribuindo

para o comprometimento com a prevenção de impactos ambientais potenciais decorrentes das

suas atividades de trabalho, através da mudança de práticas e comportamento, inclusive fora

do trabalho.

3.4.6 Satisfazer Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

A proposta é identificar o estágio atual do papel de satisfazer as partes interessadas

em relação ao desempenho ambiental pactuado, através da coleta da percepção das lideranças

em relação a cinco indicadores distintos:

Page 117: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

116

• A percepção em relação ao nível de atendimento aos requisitos ambientais legais de meio

ambiente aplicáveis ao negócio;

• A percepção em relação ao nível de qualificação de fornecedores de materiais e serviços

em relação a critérios de meio ambiente;

• A percepção em relação ao nível de disponibilização de informações de risco, manuseio,

disposição de resíduos para clientes, fornecedores, consumidores;

• A percepção em relação à promoção da reciclagem de embalagens e produtos próprios ou

da cadeia produtiva;

• A percepção em relação ao desenvolvimento de produtos levando-se em consideração as

tendências internacionais e preocupações ambientais mundiais.

Dessa forma será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para ir além das exigências ambientais legais para prevenir o impacto

ambiental de atividades, processos, serviços, produtos, levando-se em consideração as

tendências internacionais e preocupações ambientais mundiais e relatando os resultados

ambientais obtidos e os compromissos futuros pactuados, com as partes interessadas, através

de relatório anual de sustentabilidade empresarial.

3.4.7 Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

A proposta é identificar o estágio atual do papel de estabelecer metas e objetivos

ambientais alinhados com a visão de futuro através da coleta da percepção das lideranças em

relação a três indicadores distintos:

Page 118: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

117

• a percepção em relação ao nível de cumprimento das metas e objetivos ambientais ;

• a percepção em relação à ênfase com que se definem as metas e objetivos ambientais da

empresa, visando a ir além do atendimento aos requisitos legais e condicionantes

buscando-se melhoria incremental de desempenho;

• a percepção em relação à ênfase com que se definem as metas e objetivos ambientais de

longo prazo, visando a ir além das instalações, buscando-se a melhoria de desempenho

ambiental na cadeia produtiva e de consumidores finais de produtos.

Dessa forma será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional para que as metas e objetivos estejam alinhadas coma visão de futuro de meio

ambiente da organização e inseridas no planejamento estratégico da empresa.

3.4.8 Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado

A proposta é identificar o estágio atual do papel, executar o plano de ação ambiental

pactuado, através da coleta da percepção das lideranças em relação a três indicadores

distintos:

• A percepção em relação ao desdobramento das metas e objetivos ambientais em

programas de ação – PA;

• A percepção em relação ao nível de liderados que possuem metas e objetivos ambientais

em seus programas de ação individuais;

• A percepção em relação à existência de agenda anual para análise crítica do desempenho

ambiental pela alta administração.

Page 119: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

118

Dessa forma será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional visando implementar os planos de ação pactuados para cada exercício,

consolidando a cada ano a cultura de organização focada em resultados, visando a atingir

padrões de desempenho ambientais internacionais.

3.4.9 Implementar Inovação Ambientais

A proposta é identificar o estágio atual do papel de implementar inovações ambientais

através da coleta da percepção das lideranças em relação a cinco indicadores distintos;

• A percepção em relação quanto à aplicação do conceito de tecnologias limpas nos

investimentos ambientais da empresa;

• A percepção em relação ao nível de cumprimento do programa de investimentos

ambientais da empresa;

• A percepção em relação à capacidade de formação de aliança estratégica de curto prazo,

para desenvolver inovação ambiental processo produtivo e produtos visando ao mercado

atual;

• A percepção em relação à capacidade de formação de aliança estratégica de longo prazo,

para desenvolver inovação ambiental processo produtivo e produtos visando ao mercado

futuro;

• A percepção em relação quanto à prática da difusão da inovação ambiental para outras

unidades industriais da empresa.

Dessa forma será coletada a percepção das lideranças em relação ao esforço

organizacional visando a atingir as metas e objetivos de longo prazo, que precisam de

Page 120: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

119

inovação tecnológica, cuja competência técnica excede o domínio do conhecimento da

organização sendo necessária a formação alianças estratégicas com universidades, centros de

tecnologia ou consultorias, ou, por vezes, a aplicação de novas ferramentas técnicas.

Os 41 indicadores apresentados acima distribuídos entre os nove papéis da liderança,

serviram de base para a elaboração do questionário contendo 68 questões, apresentado no

Apêndice A.

Para possibilitar o enquadramento de cada um dos nove papéis das lideranças, nas

quatro fases pré-estabelecidas – inicial, transição, controle e sustentada – foram

correlacionadas as questões cujas respostas subsidiaram a classificação:

• A questões 6, 11, 14, 13, 35, 36, e 37 do questionário de pesquisa tiveram como objetivo

coletar as percepções das lideranças em relação ao papel de desenvolver pessoas para o

comportamento preventivo da poluição;

• As questões 10, 15, 16, 17, 38, e 39 do questionário tiveram o objetivo de coletar as

percepções das lideranças em relação ao papel de motivar e reconhecer as pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição;

• As questões 7, 18, 19, 20, 21, 40, 52 e 68 do questionário tiveram o objetivo de coletar as

percepções das lideranças em relação ao papel de satisfazer as partes interessadas em

relação ao desempenho ambiental pactuado;

• As questões 1, 8, 22, 49, 50, 51, 55, 56 e 67 do questionário tiveram o objetivo de coletar

as percepções das lideranças em relação ao papel de comunicar a visão, política,

princípios, metas e objetivos de meio ambiente;

• As questões 23, 24, 25, 53, 54, e 66 do questionário tiveram o objetivo de coletar as

percepções das lideranças em relação ao papel de Educar pelo Exemplo para a Prevenção

da Poluição;

Page 121: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

120

• As questões 9, 26, 27 , 41, 42 e 43 tiveram o objetivo de coletar as percepções das

lideranças em relação ao papel de Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental;

• As questões 2, 28, 29 , 44, 45 tiveram o objetivo de coletar as percepções das lideranças

em relação ao papel de Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais alinhados com a visão

de futuro;

• As questões 4, 5, 30 , 46, 47 tiveram o objetivo de coletar as percepções das lideranças

em relação ao papel de Executar Plano de Ação Ambiental Pactuado;

• As questões 3, 31, 32 , 33, 34 e 48 tiveram o objetivo de coletar as percepções das

lideranças em relação ao papel de Implementar Inovações Ambientais.

O modelo completo com as três dimensões da liderança, os nove papéis e os quarenta

e um indicadores utilizados para a elaboração das 68 questões, está apresentado no Apêndice

B.

Page 122: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

121

4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

O objetivo desse capítulo é apresentar o resultado da totalização das respostas das 68

questões dos 66 questionários recebidos, representando 4488 dados, os quais serão analisados

nos próximos itens desse capítulo.

Na Braskem existem aproximadamente 300 líderes formais, sendo quase 30 líderes da

alta administração, compreendendo o presidente, os vice-presidentes e diretores; 150 líderes

da média gerência formada por gerentes; e 120 coordenadores. Os resultados apresentados

nesse capítulo, decorrem do levantamento amostral de 66 questionários respondidos,

representando 22% do total de líderes formais da empresa, e 33% dos questionários enviados.

Dos 66 questionários recebidos, 10 questionários foram da alta administração, e 17

questionários da média gerência, 39 de coordenadores, representando, respectivamente, 33%,

12% e 31% do número absoluto dessas lideranças.

O tratamento das 68 questões dos questionários permitiu o enquadramento dos nove

papéis estabelecidos para os líderes nas quatro fases de evolução da atuação da liderança,

descritas a seguir:

a. A fase inicial, representa um papel com pontuação menor ou igual a 20%;

b. A fase de transição, representa uma pontuação maior que 21% e menor ou igual a 75%;

c. A fase de controle, representa uma pontuação maior que 76% e menor ou igual a 90%;

d. A fase sustentada, representa um papel com pontuação maior que 91% e menor ou

igual a 100%.

Page 123: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

122

A totalização da pontuação das questões depende em que parte do questionário se

encontra:

• As questões da parte 1 tiveram suas pontuações calculadas da seguinte forma:

Pontuação = Número de respostas sim / total de respostas sim e não x 100, ou seja, podem

assumir valores entre 0 e 100%. Dessa forma, a pontuação é diretamente enquadrada nas

faixas das quatro fases de enquadramento da atuação das lideranças.

• As questões da parte 2 tiveram suas pontuações calculadas atribuindo-se respectivamente

valores de 25, 75, 90 e 100%, para cada um das 4 colunas disponíveis:

Pontuação= 25 x Número de respostas na coluna 1 + 75x Número de respostas na coluna 2

+(90 x Número de respostas na coluna 3+ 100 x Número de respostas na coluna 4 / 66, ou

seja, podem assumir valores entre 0 e 100%. Dessa forma, as pontuações ficaram

compatíveis com as faixas das quatro fases de enquadramento da atuação das lideranças.

• As questões da parte 3 e 4 tiveram suas pontuações calculadas atribuindo-se

respectivamente valores de 0, 25, 75, 90 e 100%, para cada um das quatro colunas

disponíveis:

Pontuação= 0 x Número de repostas na coluna de 0% + (25 x Número de repostas na coluna

de 25%+ 75 x Número de repostas na coluna de 50%+ 90x Número de repostas na coluna de

75%+ 100 x Número de repostas na coluna de 100%4 / 66, ou seja, podem assumir valores

Page 124: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

123

entre 0 e 100%. Dessa forma, as pontuações ficaram compatíveis com as faixas das quatro

fases de enquadramento da atuação das lideranças.

Para obter a pontuação referente a cada um dos nove papéis do líder, obtém-se a

média aritmética das pontuações das questões que compõem o referido papel. A Figura 18 a

seguir, representa graficamente a evolução da atuação da liderança:

Figura 18 – Evolução da Atuação das Lideranças Fonte: Elaborado pelo Autor

O enquadramento da atuação das lideranças da Braskem no desdobramento das

estratégias ambientais da organização teve parcelas de contribuição distintas em função do

número de questionários respondidos, dessa forma, os coordenadores, gerentes e líderes da

alta administração contribuíram, respectivamente, com 59%, 26% e 15%, em relação ao total

de questionários recebidos.

. Tempo

Evol

ução

da

Atu

ação

das

Lid

eran

ças

Fase Inicial Pts = ou < 25%

Fase de Transição 25% < Pont = ou < 75%

Fase de Controle 75% < Pont = ou < 90%

Fase Sustentada Pts = ou > 90%

Page 125: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

124

Considerando-se que os níveis de importância dos nove papéis são iguais, a média

aritmética obtida é de 51%, valor representativo da atuação das lideranças formais da

Braskem em desdobrar as estratégias ambientais em direção a níveis crescentes de

ecoeficiência.

De acordo com o item 3.4, Monitorando a Atuação das Lideranças em Relação à

Gestão Ambiental Estratégica, o valor de 76%, representativo da atuação das lideranças é

enquadrado na fase 2, onde o esforço gerencial é marcado por uma faixa maior que vai de

26% a menor ou igual a 75%.

Trata-se de fase de controle, que é o estágio onde os esforços constroem massa crítica

para melhoria contínua de resultados, mas sem assegurar a manutenção destes. Nessa fase, a

liderança é alternada e empurrada pela organização e, às vezes, puxa a organização em

direção à melhoria dos níveis de ecoeficiência.

A Figura 19, a seguir, apresenta o gráfico com o enquadramento dos nove papéis da

liderança em relação as quatro fases do processo evolutivo de atuação da liderança rumo a

sustentabilidade:

Page 126: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

125

Resultado da Pesquisa (%)

79

78

85

86

64

68

67

68

87

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

9-Implementar Inovações Ambientais

8-Executar Plano de Ação Ambiental Pactuado

7-Estabelecer metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

6-Satisfazer as partes Interessadas em relaçãp ao Desempenho AmbientalPactuado

5-Motivar e reconhecer as pessoas para a Prevenção da Poluição

4-Desenvolver Pessoas para o Comportamento de Prevenção da Poluição

3-Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental

2-Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição

1-Comunicar a Visão, Política, Preincípios, Metas& Objetivos de MeioAmbiente

Figura 19 – Resultado da Pesquisa

4.2 PONTOS FORTES E OPORTUNIDADES DE MELHORIA

O objetivo desse item é listar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria para

atuação das lideranças formais da Braskem rumo à sustentabilidade, com base nas percepções

coletadas na pesquisa de campo e nas experiências e conhecimento da empresa pelo autor.

4.2.1 Promover o Aprendizado Organizacional

A seguir serão detalhadas as pontuações para cada um dos papéis da liderança que

compõem este foco. A Figura 20 apresenta o gráfico da dimensão da liderança referente à

Méd

ia B

rask

em =

76%

Page 127: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

126

promoção do aprendizado organizacional, que envolve os três papéis: comunicar a visão, a

política, os princípios, as metas e os objetivos do meio ambiente; educar pelo exemplo para a

prevenção da poluição e formar novas lideranças para a gestão ambiental:

Foco: Promover o Aprendizado Organizacional (%)

74

66

68

86

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Média Braskem

3-Formar Novas Lideranças para aGestão Ambiental

2-Educar pelo Exemplo para aPrevenção da Poluição

1-Comunicar a Visão, Política,Preincípios, Metas& Objetivos de

Meio Ambiente

Figura 20 – Resultado da Pesquisa: Promoção do Aprendizado Organizacional

A percepção média das lideranças para o foco da promoção do aprendizado

organizacional, foi calculada em 74%. A percepção média da alta administração e gerentes,

respectivamente 76% e 77%, está superior à média da Braskem. A percepção média de

coordenadores foi de 71%.

Percebe-se que existe uniformidade de percepção média entre a alta administração e

gerentes, e uma defasagem de percepção de aproximadamente 6% desses em relação aos

coordenadores.

Page 128: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

127

A Figura 21, a seguir, apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel

Comunicar a visão, política, princípios, metas e objetivos de Meio Ambiente:

Figura 21 – Resultado da Pesquisa: Comunicar a Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos de Meio Ambiente

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 87%, sendo que o nível de

conhecimento em relação à visão de futuro, política de meio ambiente, está acima dessa

média, e o nível de conhecimento das metas, objetivos, indicadores de desempenho

ambientais e conceito de desenvolvimento sustentável estão abaixo.

A percepção média dos gerentes é de 92%, superior a média da Braskem. A média de

coordenadores e alta administração foram respectivamente 87% e 79%. Com base nos dados

disponibilizados no Apêndice:

Papel 1- Comunicar a Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos de Meio Ambiente (%)

87

86

83

90

88

88

0 25 50 75 100

Média Braskem

Qual o nível de conhecimento em relação ao conceito de desenvolvimentosustentável?

Qual o nível de conhecimento em relação as metas, objetivos eindicadores de desempenho de meio ambiente da Braskem?

Qual o nível de conhecimento em relação a política de meio ambiente daBraskem?

Qual o nível de conhecimento em relação a visão de futuro de meioambiente?

Os liderados são sistemáticamente comunicados sobre a visão, política eprincípios de atuação em meio ambiente ?

Page 129: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

128

a) A percepção da alta administração encontra-se acima da média da Braskem em relação ao

nível de conhecimento em das metas, objetivos e indicadores de desempenho ambientais e

pela sistemática de comunicar a visão, política e princípios de atuação em meio ambiente.

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem em relação

conhecimento da visão de futuro de meio ambiente; das metas objetivos, indicadores

ambientais; do conceito de desenvolvimento sustentável.

c) A percepção dos coordenadores não supera a média da Braskem em nenhum indicador.

A Figura 22, a seguir, apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel

Comunicar a visão, política, princípios, metas e objetivos de Meio Ambiente:

Figura 22 – Resultado da Pesquisa: Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição

Papel 2 - Educar pelo Exemplo para a Prevenção da Poluição (%)

68

58

61

82

89

51

0 25 50 75 1

Média Braskem

As lideranças formais da Braskem realizam auditorias internas dosistema de gestão ambiental da empresa, independente da área de

atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção,

As lideranças formais da Braskem emitem sistemáticamente registrosambientais prev entiv os, independente da área de atuação (produção,

comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc ?

Qual o nív el de conhecimento em relação aos objetiv os de umprograma de educação ambiental?

Qual o nív el de conhecimento em relação aos aspectos e impactosambientais significativ os relacionados com o seu porcesso

organizacional?

As lideranças ministram sistemáticamente treinamentos de meioambiente na Braskem ?

Page 130: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

129

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 68%, sendo que o nível de

conhecimento em relação aos aspectos e impactos ambientais e os conhecimentos dos

objetivos de um programa de educação ambiental está acima dessa média.

A percepção média da alta administração e dos gerentes é, respectivamente, 70% de

75% superiores à média da Braskem. A média de coordenadores é de 64%. Com base nos

dados disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se acima da média da Braskem em relação às

lideranças ministrarem treinamentos e emitirem registros preventivos.

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem em relação aos

objetivos de um PEA, emissão de registros preventivos e realização de auditorias internas do

SGA.

c) A percepção dos coordenadores encontra-se acima da média da Braskem em relação aos

objetivos do PEA e conhecimentos aspectos e impactos ambientais significativos.

A Figura 23, a seguir, apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel

Formar novas lideranças para a gestão ambiental:

Page 131: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

130

Figura 23 – Resultado da Pesquisa: Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 67%, sendo que a

intensidade de inserção da dimensão ambiental no PDG, o nível de conhecimento em relação

aos aspectos e impactos ambientais e o nível de cumprimento do PDG estão acima dessa

média.

É importante destacar que a percepção coletada para o indicador referente ao

percentual de competências críticas nos estágio de evolução 3 (atende) ou 4 (supera) é

inferior a média, o que à luz do item 3.4.3, implica que “o exercício dos papéis esperados no

Papel 3 - Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental (%)

67

35

50

76

89

83

0 25 50 75

Média Braskem

Qual o percentual de suas competências críticas, constantes doquadro 8, que obtiveram avaliação 4 (máxima)?

As lideranças formais da Braskem buscam cursos de especializaçãoe/ou mestrado, em suas respectivas áreas de atuação com

monografias ou dissertações relacionadas com o MA?

Qual o percentual de cumprimento do seu Programa deDesenvolvimento Gerencial em 2003?

Quais os Aspectos e Impactos Ambientais Significativosrelacionados com o seu Processo organizacional / trabalho na

Braskem?

Programa de Desenvolvimento Gerencial da Braskem contempla adimensão ambiental?

Page 132: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

131

contexto da gestão ambiental tem quer ser precedidos por uma capacitação e prévia das

lideranças, sob pena dos resultados não serem atingidos e / ou mantidos”.

A percepção média da alta administração é de 81% superior a média da Braskem. A

média de coordenadores e alta administração foram respectivamente 62% e 65%. Com base

nos dados disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se acima da média da Braskem em relação a

todos os indicadores, com exceção à percepção das competências críticas;

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem em relação à inserção

da dimensão da ambiental no PDG;

c) A percepção dos coordenadores encontra-se abaixo da média da Braskem em relação a

todos os indicadores.

Os principais pontos positivos identificados foram os elevados níveis de percepção em

relação à existência da visão ambiental estratégica da Braskem (95%) e da existência do

programa de desenvolvimento gerencial PDG da Braskem (100%). Na programação do PDG

existe um módulo destinado a SSMA, onde, dentre outros assuntos, são apresentados a

política, princípios e visão estratégica de SSMA, além disso a empresa disponibiliza em

“intranet” e “ internet” informações sobre política e princípios de Segurança, Saúde e Meio

Ambiente.

Destaca-se a percepção em relação ao nível de conhecimento da visão ambiental

estratégica da Braskem (88%); a ênfase com que é comunicada a visão, política e princípios

de atuação em meio ambiente para liderados (88%); ao nível de conhecimento política de

meio ambiente da Braskem (90%), o nível de conhecimento das metas, objetivos e

Page 133: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

132

indicadores de desempenho de meio ambiente (83%) e nível de conhecimento do conceito de

desenvolvimento sustentável (86%).

Quanto às oportunidades de melhoria destacam-se os baixos níveis de percepção do

engajamento das lideranças formais da Braskem em ministrar treinamentos referentes ao

meio ambiente (51%); a emissão sistemática de registros ambientais preventivos (61%); a

realização sistemática de auditorias internas do SGA (88%), a percepção da iniciativa em

buscar uma capacitação diferenciada em relação à gestão ambiental (50%); ao nível de

competências críticas avaliadas como no estágio 4 (35%).

Destacam-se, também o nível de conhecimento sobre o princípio da precaução (43%);

o nível de conhecimento sobre a ecologia industrial (47%); o nível de conhecimento sobre as

tecnologias limpas (51%); o nível de conhecimento sobre a ecodesign (31%); o nível de

conhecimento sobre o responsabilidade sócio-ambiental – RSA(57%); o nível de

conhecimento sobre o análise de ciclo de vida ACV (45%); o nível de conhecimento sobre o

fator 10 (31%); o nível de conhecimento sobre o ecoeficiência (42%); o nível de

conhecimento sobre tecnologia de fim de tubo (42%); o nível de conhecimento sobre o

programa de educação ambiental – PEA (54%); o nível de conhecimento sobre o resultado

final tríplice (33%); o nível de conhecimento sobre o relatório de sustentabilidade

empresarial – RSE (45%).

As questões que se colocam é qual o nível de envolvimento com as questões

ambientais, que as diversas lideranças da empresa (suprimentos, comercial, jurídico,

produção, logística, pessoal, etc) terão que praticar para efetivar a mudança da gestão

tradicional para a gestão focada na valorização dos recursos humanos e naturais?

Por que a percepção dos coordenadores está com uma defasagem significativa em

relação aos gerentes e alta administração, nos papéis de educar pelo exemplo para a

prevenção e formar novas lideranças para a gestão ambiental?

Page 134: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

133

4.2.2 Formar o Capital Humano

A seguir serão detalhadas as pontuações para cada um dos papéis da liderança que

compõem este foco. A Figura 24 apresenta o gráfico da dimensão da liderança referente à

formação do capital humano, que envolve os três papéis: desenvolver pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição; motivar e reconhecer as pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição e satisfazer as partes interessadas em relação ao

desempenho ambiental pactuado:

Foco: Formar o Capital Humano (%)

73

86

64

68

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Média Braskem

6-Satisfazer as partes Interessadasem relaçãp ao Desempenho Ambiental

Pactuado

5-Motivar e reconhecer as pessoaspara a Prevenção da Poluição

4-Desenvolver Pessoas para oComportamento de Prevenção da

Poluição

Figura 24 – Resultado da Pesquisa: Formação do Capital Humano

Page 135: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

134

A percepção média das lideranças para o foco de formar o capital humano foi de 73%.

A percepção média da alta administração e gerentes, respectivamente 80% e 76%, está

superior à média da Braskem. A percepção média de coordenadores foi de 68%.

Percebe-se que existe defasagem de percepção entre a alta administração e gerentes, e

entre a alta administração e coordenadores, ambos de, aproximadamente, 5% e 15% .

A Figura 25 a seguir apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel

Desenvolver pessoas para o comportamento de prevenção da poluição:

Figura 25 – Resultado da Pesquisa: Desenvolver pessoas para o Comportamento de Prevenção da Poluição

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 68%, sendo que a

intensidade de inserção da dimensão ambiental no PDC, o percentual de funções

contempladas no PDC, e o nível de cumprimento do PDC estão acima dessa média.

A percepção média da média da alta administração e gerentes foram respectivamente

75% e 72%, superiores à média da Braskem. A média de coordenadores foi e 64%. Com base

nos dados disponibilizados no Apêndice:

Papel 4-Desenvolver pessoas para o comportamento preventivo (%)

68

64

26

83

88

77

0 25 50 75 1

Média Braskem

A Braskem busca o fortalecimento da cultura de proteção ambiental atravésda qualificação diferenciada das pessoas?

Qual o percentual de integrantes e terceiros treinados pelo PEA?

Qual o nível de cumprimento do PDC para liderados em 2003?

Qual o percentual de funções de liderados cobertas pelo PDC?

O PDC contempla a capacitação na dimensão ambiental?

Page 136: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

135

a) A percepção da alta administração encontra-se acima da média da Braskem em relação ao

nível de inserção da dimensão ambiental no PDC, ao cumprimento do PDC em 2003 e da

busca da qualificação diferenciada das pessoas.

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem em relação ao nível de

inserção da dimensão ambiental no PDC, do percentual de funções cobertas no PDC e da

busca da qualificação diferenciada das pessoas.

c) A percepção dos coordenadores encontra-se acima da média da Braskem em relação ao .

percentual de funções cobertas no PDC e do nível de cumprimento do PDC em 2003.

A Figura 26 apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel Motivar e

reconhecer as pessoas para o comportamento de prevenção da poluição:

Papel 5 - Motivar as Pessoas para o Comportamento Preventivo (%)

64

75

35

64

64

80

0 25 50 75 100

Média Braskem

As lideranças formais da Braskem não incentivam as pessoas a se engajaremem iniciativas voluntárias de prevenção da poluição fora do trabalho?

Qual o nível de liderados que emitiram registros preventivos e/ou idéias para aprevenção da poluição em 2003?

Qual o nível de cumprimento do PMR?

Qual o nível de engajamento de integrantes e terceiros na emissão de registrospreventivos de poluição?

O PMR contempla a dimensão ambiental?

Figura 26 – Resultado da Pesquisa: Motivar e Reconhecer as Pessoas para o Comportamento de Prevenção da Poluição

Page 137: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

136

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 64%, sendo que os

indicadores de nível de inserção da dimensão ambiental no PMR e o incentivo às iniciativas

voluntárias estão acima dessa média.

A percepção média da alta administração e gerentes foi respectivamente 75% e 69%,

superiores à média da Braskem. A média de coordenadores foi e 57%. Com base nos dados

disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se acima da média da Braskem em relação a

todos os indicadores com exceção ao nível de liderados que emitem registros preventivos;

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem em relação a todos os

indicadores com exceção ao engajamento dos liderados em emitir registros preventivos;

c) A percepção dos coordenadores encontra-se todas abaixo da média Braskem.

A Figura 27 apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel de

Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado:

Page 138: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

137

Papel 6 -Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado (%)

86

91

85

91

76

89

0 25 50 75 100

Média Braskem

Os produtos novos produtos e serviços são desenvolvidos levando-se emconsideração as tendências internacionais e as preocupações ambientais

mundiais?

Qual o nível promoção de ações de reciclagem de embalagens de produtospróprios ou da cadeia produtiva?

Qual o nível de percepção em relação a disponibilização de informações sobrerisco, manuseio e disposição final de produtos da para clientes, fornecedores e

consumidores?

Qual o nível de qualificação dos fornecedores de materiais e serviços emrelação a critérios ambientais?

Qual o nível de atendimento aos requisitos legais de meio ambiente, aplicáveisa sua a´rea de responsabilidade?

Figura 27 – Resultado da Pesquisa: Papel Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 86%, sendo que os

indicadores de nível de atendimento aos requisitos ambientais legais, a disponibilização de

informações sobre produtos e o desenvolvimento de produtos levando em consideração as

tendências internacionais estão acima dessa média.

A percepção média da alta administração e gerentes foi, respectivamente, 92% e

87%, superiores à média da Braskem. A média de coordenadores foi e 85%. Com base nos

dados disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se igual ou acima da média da Braskem em

relação a todos os indicadores;

Page 139: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

138

b) A percepção dos gerentes encontra-se abaixo da média da Braskem apenas em relação ao

nível de qualidade dos fornecedores;

c) A percepção dos coordenadores encontra-se igual ou abaixo da média Braskem.

Os principais pontos positivos identificados foram a existência do programa de

desenvolvimento de competências – PDC – desde 2003 (98%); a iniciativa para construir o

programa de educação ambiental – PEA – da Braskem em 2004; a existência de um ciclo de

planejamento empresarial, com estabelecimento do programa de ação individual para todos

os integrantes, que contempla resultados pactuados e capacitação e desenvolvimento; o

processo de avaliação do programa de ação individual estruturado 80% para resultados

pactuados e 20% para postura e comportamento.

A percepção da existência de um processo de identificar, avaliar e monitorar o

atendimento aos requisitos legais e voluntários aplicáveis ao negócio (100%); a emissão do

primeiro relatório de sustentabilidade empresarial da Braskem, referente ao exercício de

2003, foi emitido em 15 de junho, e está disponibilizado para consulta e envio de

contribuições na “intranet” e “Internet” em 2004; a disponibilização na “Internet” de

informações sobre os cuidados para manuseio dos seus produtos, informações de risco e

disposição final.

Destacam-se os níveis de percepção em relação da existência do PMR (80%); do

percentual de funções de liderados cobertas pelo PDC (88%); ao cumprimento do PDC para

liderados em 2003 (83%); o nível de atendimento aos requisitos legais e voluntários

aplicáveis à área de responsabilidade (89%); a disponibilização de informações sobre o risco,

manuseio e disposição de resíduos e produtos para clientes, fornecedores e consumidores

(91%); a promoção da reciclagem de embalagens de produtos próprios ou da cadeia produtiva

Page 140: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

139

(85%); ao desenvolvimento de novos produtos e serviços levando-se em consideração as

tendências internacionais e preocupações ambientais mundiais (91%).

Quanto às oportunidades de melhoria destacam-se os baixos níveis de percepção em

relação à inserção da dimensão ambiental no PDC (77%); ao percentual, de integrantes e

terceiros, treinados pelo programa de educação ambiental em 2003 (26%); em relação à

promoção de uma qualificação diferenciada das pessoas, visando a contribuir para o

fortalecimento da cultura de prevenção da poluição (64%). A percepção em relação ao nível

de cumprimento do PMR (64%); a ênfase da dimensão ambiental no PMR (64%); ao

engajamento de integrantes e terceiros na emissão de registros preventivos para a prevenção

da poluição (35%); ao incentivo para as pessoas se engajarem em iniciativas voluntárias de

prevenção da poluição (75%).

As questões que se colocam é: Quanto a uma liderança com qualificação diferenciada

para as questões ambientais em relação à média do mercado, efetivamente, alavanca a

mudança de comportamento de seus liderados dentro e fora da empresa? Por que a percepção

dos coordenadores está com uma defasagem significativa em relação aos gerentes e alta

administração, no papel de motivar as pessoas para o comportamento preventivo?

4.2.3 Gerir com Foco no Resultado e Inovação

A seguir serão detalhadas as pontuações para cada um dos papéis da liderança que

compõem este foco. A Figura 28 apresenta o gráfico da dimensão da liderança de Gerir com

Foco em Resultados e Inovação Ambiental, que envolve os três papéis: estabelecer metas e

objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro, executar o plano de ação ambiental

pactuado e implementar inovações ambientais:

Page 141: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

140

Foco: Gerir com Foco no Resultado e Inovação (%)

81

79

78

85

74 76 78 80 82 84 86

Média Braskem

9-Implementar Inovações Ambientais

8-Executar Plano de Ação AmbientalPactuado

7-Estabelecer metas e ObjetivosAmbientais Alinhados com a Visão de

Futuro

Figura 28 – Resultado da Pesquisa: Foco Gerir com Foco no Resultado e Inovação

A percepção média das lideranças para o foco de Gerir com Foco no Resultado e

Inovação Ambiental foi de 81%. A percepção média de gerentes e coordenadores são,

respectivamente, 80% e 82%, e está superior à média da Braskem. A percepção média de

coordenadores foi de 75%.

Percebe-se que existe nivelamento de percepções entre gerentes e coordenadores, e

uma pequena defasagem em relação à alta administração de, aproximadamente, 6%.

Page 142: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

141

A Figura 29 apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel de

Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro:

Papel 7 -• Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro (%)

85

80

88

86

0 25 50 75 100

Média Braskem

As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas em modificaçõesde processo nas próprias instalações ?

As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas na adequação aosrequisitos legais e condicionantes das licenças ambientais?

Qual o percentual de cumprimento das metas e objetivos ambientais em 2003,para sua área de responsabilidade?

Figura 29 – Resultado da Pesquisa: Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 85%, sendo que os

indicadores de cumprimento das metas e objetivos ambientais em 2003 e que as metas e

objetivos ambientais que focam a adequação aos requisitos legais e condicionantes da

licença estão acima dessa média.

A percepção média dos gerentes e coordenadores foi, respectivamente, 87% e 89%

superior à média da Braskem. A média de alta administração foi de 79%. Com base nos

dados disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se igual ou acima da média da Braskem em

relação ao entendimento de que as metas e objetivos ambientais visam à adequação aos

requisitos legais;

Page 143: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

142

b) A percepção dos gerentes encontra-se abaixo da média da Braskem apenas em relação ao

nível de cumprimento das metas e objetivos ambientais;

c) A percepção dos coordenadores encontra-se acima da média Braskem em relação ao

percentual de cumprimento das metas e objetivos ambientais, e no entendimento de que as

metas e objetivos ambientais estão focados em melhorias de longo prazo dos indicadores de

ecoeficiência através da atuação nas instalações, cadeia produtiva e consumidores.

É importante destacar que se a percepção predominante é de que as metas e objetivos

ambientais visam à adequação a aspectos legais, essa crença pode ser uma barreira à

implementação da visão de futuro, conquista de resultados de desempenho ambientais

significativos, formação de pessoas para o comportamento da prevenção da poluição.

A Figura 30 apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel de

Executar o Plano de Ação Pactuado:

Figura 30 – Resultado da Pesquisa: Executar o Plano de Ação Pactuado

Papel 8 -• Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado (%)

77

85

56

88

0 25 50 75 100

Média Braskem

Qual o percentual de cumprimento do plano de ação das áreas sob suaresponsabilidade ?

Qual o percentual de liderados sob sua responsabilidade com metas eobjetiv os ambientais desdobrados em planos de ação indiv idual?

A análise crítica do desempenho ambiental da Braskem pela altaadministração não possui calendário anual definido?

Page 144: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

143

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 77%, sendo que os

indicadores de nível de realização de uma programação anual de reuniões de análise crítica

de desempenho pela alta administração e do percentual de cumprimento do programa das

áreas estão acima dessa média.

A percepção média per capita de todas as lideranças para este papel foi de 77%. A

média dos coordenadores foi de 81%, e está acima da média Braskem; a da alta

administração e gerentes foi, respectivamente, 67% e 73%. Com base nos dados

disponibilizados no Apêndice:

a) A percepção da alta administração encontra-se igual ou acima da média da Braskem em

relação a todos os indicadores, com exceção ao percentual de liderados com metas e objetivos

ambientais desdobrados em programa de ação individual;

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem apenas em relação

realização de uma programação anual de reuniões de análise crítica de desempenho pela alta

administração

c) A percepção dos coordenadores encontra-se abaixo da média Braskem, realização de uma

programação anual de reuniões de análise crítica de desempenho pela alta administração, o

que pode significar que não existe participação direta e / ou retroalimentação em decorrência

dessas reuniões.

A Figura 31, a seguir, apresenta o gráfico com os resultados da pesquisa para o papel

de Implementar Inovações Ambientais:

Page 145: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

144

Papel 9-• • Implementar Inovações Ambientais (%)

79

79

80

80

64

88

0 25 50 75 100

Média Braskem

Existe prática de difusão da inovação ambiental para outras unidadesindustriais da Braskem, visando melhorar os índices de ecoeficiência?

Existe formação de aliança estratégicas de longo prazo, para desenvolvercontinuamente inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado

futuro), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.?

Existe formação de aliança estratégicas de curto prazo, para desenvolverinovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado atual), visando

melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem?

Qual o percentual de cumprimento do Programa de Investimentos Ambientaisem 2003?

Os investimentos de melhoria em Meio Ambiente da Braskem não contemplama aplicação de tecnologias limpas?

Figura 31 – Resultado da Pesquisa: Implementar Inovações Ambientais

A percepção média da Braskem para o referido papel é de 79%, sendo que os

indicadores de nível aplicação de tecnologia limpa em investimentos, formação de alianças

estratégicas de curto e longo prazo estão acima dessa média.

A percepção média da alta administração e gerentes foi, respectivamente, 79% e

80%, igual ou superior a média da Braskem. A média de coordenadores foi de 77%. Com

base nos dados disponibilizados no Apêndice:

Page 146: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

145

a) A percepção da alta administração encontra-se igual ou acima da média da Braskem em

relação a todos os indicadores, com exceção do indicador de cumprimento do programa de

investimentos ambientais;

b) A percepção dos gerentes encontra-se acima da média da Braskem, em relação à aplicação

de tecnologias limpas nos investimentos, cumprimento do programa de investimentos

ambientais, e a prática de difusão da inovação ambiental e da qualidade dos fornecedores;

c) A percepção dos coordenadores encontra-se acima da média Braskem, em relação ao

cumprimento do programa de investimentos ambientais e formação de aliança de curto prazo.

Os principais pontos positivos identificados estão relacionados com a percepção da

existência de metas e objetivos ambientais da Braskem (94%); ao desdobramento das metas e

objetivos ambientais em programas de ação – PA (87%); a adequacidade do orçamento anual

para assegurar recursos financeiros para as iniciativas estratégicas de meio ambiente (100%);

a existência de programa de investimento em meio ambiente na Braskem (94%).

Destacam-se os níveis de percepção em relação ao nível de cumprimento das metas e

objetivos ambientais da Braskem em 2003 (86%); a ênfase com que se definem as metas e

objetivos ambientais na Braskem, visando a ir além do atendimento aos requisitos legais e

condicionantes buscando-se melhoria incremental de desempenho (88%); a ênfase com que

se definem as metas e objetivos ambientais de longo prazo, visando a ir além das instalações,

buscando-se a melhoria de desempenho ambiental na cadeia produtiva e de consumidores

finais de produtos (80%).

O percentual de áreas com metas e objetivos ambientais desdobrados em plano de

ação do programa de ação – PA(88%); ao percentual de cumprimento do programa de ação –

PA da área sob sua responsabilidade em 2003 (85%). A percepção em relação ao nível de

aplicação do conceito de tecnologias limpas nos investimentos ambientais da empresa (88%);

Page 147: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

146

em relação à formação de alianças estratégicas de curto prazo para desenvolver inovações

ambientais no processo produtivo e produtos, visando ao mercado atual (80%); em relação à

formação de alianças estratégicas de longo prazo para desenvolver inovações ambientais no

processo produtivo e produtos, visando ao mercado futuro (80%).

Quanto às oportunidades de melhoria destacam-se os baixos níveis de percepção em

relação ao nível de liderados com metas e objetivos ambientais em seu programa de ação

individual – PA em 2003 (56%); ao nível de cumprimento do programa de investimentos

ambientais da Braskem em 2003 (64%); e em relação à prática da difusão da inovação

ambiental entre as unidades industriais da Braskem (79%).

As questões que se colocam é como vamos assegurar que todos os liderados possuam

metas e objetivos ambientais desdobrados em planos de ação individual? Como vamos

assegurar que o Programa de Investimentos Ambientais contemplem a aplicação de

tecnologias mais limpas, alavancando a conquista de resultados ambientais expressivos?

Como vamos assegurar a difusão da inovação ambiental entre as 13 plantas industriais da

Braskem no Brasil? Por que a percepção dos gerentes e alta administração está com uma

defasagem significativa em relação à percepção dos coordenadores nos papéis de executar o

plano de ação ambiental pactuado e implementar inovações ambientais?

4.3 COMPARAÇÃO DO RESULTADO DA PESQUISA COM A IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA DE QSSMA

Considerando-se que a Política Integrada de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio

Ambiente da Braskem define os princípios que devem nortear os compromissos relativos às

questões ambientais, e que os nove papéis das lideranças propostos visam a formar uma

cultura focada na prevenção e desdobrar a estratégia ambiental para atingir níveis crescentes

de ecoeficiência.

Page 148: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

147

O Quadro 9, a seguir, apresenta a correlação e comparação entre os princípios da

Política Integrada e os nove papéis das lideranças que fornecerá uma visão de como a

atuação dos líderes, nos papéis propostos, levará a implementação desta:

Compromissos da Política Papéis das

lideranças do modelo de

análise desenvolvido

para a dissertação

Desenvolvimento de Pessoas

(Princípios 1, 2 e3)

Clientes, Fornecedores

e Comunidades (Princípios 4)

Melhoria Contínua

(Princípios 9 e 10)

Atuar Preventivamente (Princípios 5,6, 7

8)

Comunicar a Visão, Política,

Princípios, Metas e

Objetivos de Meio Ambiente

87 Acreditamos que toda perda pode

ser evitada, busca-se o zero

impacto ambiental.

Educar pelo Exemplo para a Prevenção da

Poluição

68 Só produzimos, manuseamos,

usamos, vendemos,

transportamos ou descartamos um

produto a de forma segura e com impacto

mínimo ao meio ambiente

Formar novas Lideranças para

a Gestão Ambiental

67 Cuidados das questões de

SSMA em todo ciclo de via e

influenciamos a cadeia produtiva.

Desenvolver as Pessoas para o

Comportamento Preventivo da

Poluição

68 Gestão das

competências para alcançar excelência nas

questões de SSMA.

Motivar as Pessoas para o

Comportamento

64 As questões de

SSMA são

Page 149: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

148

Preventivo da Poluição

importantes para a avaliação de cada integrante

Satisfazer as Partes

Interessadas em Relação ao

Desempenho Ambiental pactuado

86 As questões de

SSMA são consideradas,

sempre, no relacionamento com todas as

partes interessadas

Estabelelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro

85 Os requisitos legais são o

patamar mínimo de

desempenho.

Executar o plano de ação ambiental pactuado

78 As mudanças

devem sempre

melhorar as condições originais..

Implementar Inovações Ambientais

79 Desempenho consistente para superar

padrões internacionais

Média 66% 86% 74% 70%

Quadro 9: Nível de Implementação da Política Integrada de QSSMA.

Page 150: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

149

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Com base na coleta da percepção dos líderes em 66 questionários de pesquisa de

campo, elaborados a partir da aplicação do modelo de análise desenvolvido para esta

dissertação, calcula-se que 76%, representa o esforço médio das lideranças formais da

Braskem em influenciar a melhoria contínua do desempenho ambiental, visando a atingir

níveis crescentes de ecoeficiência, o que enquadra a atuação dos líderes, na fase 3, definida

como fase de controle.

A dimensão da liderança identificada como mais forte foi a de gerir com foco no

resultado e inovação, e a mais fraca a de formar o capital humano.

Dentre os 9 papéis da liderança os mais fortes são comunicar a visão, valores,

política, metas e objetivos ambientais, e satisfazer as partes interessadas em relação ao

desempenho ambiental pactuado. O papel mais fraco é o de motivar pessoas para o

comportamento de prevenção da poluição.

Dentre os 41 indicadores de desempenho destacam-se os mais fortes: o nível de

conhecimento da política integrada de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente da

Braskem; a disponibilização para clientes, fornecedores e consumidores, de informações

sobre o risco, manuseio e disposição final de produtos; e o desenvolvimento de produtos e

serviços, levando-se em consideração as tendências internacionais e questões ambientais

globais. O indicador mais fraco foi o relacionado com o treinamento, de integrantes e

terceiros, pelo programa de educação ambiental em 2003.

Com base nos pontos fortes e nas oportunidades de melhoria identificadas estão

listados, a seguir, as ações necessárias para melhoria contínua do desempenho ambiental da

empresa nos próximos 10 anos, através da atuação diferenciada da liderança.

Page 151: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

150

As recomendações são direcionadas para a Braskem e estão classificadas em ações de

continuidade (C) que visam a manter as iniciativas existentes com mudança de ênfase; ações

de melhoria (M) que visam a propor mudanças incrementais nas iniciativas a implementar e /

ou implementação e ações inovativas (I) que visam a construir uma nova prática, alinhada

com os princípios do desenvolvimento sustentável.

5.1. PROMOVER O APRENDIZADO ORGANIZACIONAL

5.1.1 Comunicar a Visão, Política, Princípios, Metas e Objetivos de Meio Ambiente

Como a pontuação obtida para o papel da liderança em comunicar os valores e

princípios essenciais que orientem o comportamento organizacional e a tomada de decisão

foi de 87%, enquadrando-se na faixa de controle, e sendo este papel importante para

promover a construção da força catalisadora para tudo que as pessoas fazem na empresa,

além de ser a base para a delegação de responsabilidades às pessoas, impactar o clima

organizacional, e a motivação das pessoas, recomenda-se:

C.1) Estabelecer uma estratégia para comunicação ostensiva e contínua da visão ambiental

estratégica da Braskem, política e princípios, metas e objetivos, pelas lideranças formais,

para os integrantes e terceiros.. A estratégia deve contemplar além das áreas industriais,

todas as áreas administrativas, e o escritório de São Paulo.

C.2) Reforçar nas auditorias internas do Sistema de Gestão Ambiental, a entrevista com os

líderes para aferir o nível de conhecimento em relação à visão ambiental estratégica da

Braskem, política e princípios, metas e objetivos.

Page 152: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

151

M.3) Assessorar as diversas funções gerenciais (marketing, jurídico, suprimentos, logística,

comercial, relações institucionais, produção, manutenção etc) a alinharem suas estratégias

com a visão estratégica ambiental da Braskem.

5.1.2 Educar pelo Exemplo para a Prevenção

Como a pontuação obtida para o papel da liderança em educar pelo exemplo foi de

68%, enquadrando-se na faixa de transição, e sendo este o papel, é importante que o processo

de formação de uma cultura organizacional possa ser incrementado no tempo, de forma a

assegurar a mudança consistente e contínua do comportamento das pessoas, através da

educação. Pelo exemplo decorrente da conduta de lideranças e da alta administração,

recomenda-se:

C.4) Realizar treinamentos com todas as lideranças da Braskem, para conscientizá-los que a

atuação dos seus liderado é um reflexo direto da importância que ele demonstrar em relação

as questões ambientais, e que só a partir dessa conscientização coletiva os líderes poderão

construir resultados ambientais significativos, consistentes e duradouros.

I.5) Estabelecer como visão de médio / longo prazo a capacitação maciça das lideranças

futuras da Braskem como instrutores do programa de Educação Ambiental – PEA, como

auditores do sistema de gestão ambiental – SGA, como instrutores de treinamentos: na

política integrada de Saúde, segurança e Meio Ambiente, nas ferramentas ambientais

estratégicas para mudança de comportamento, nos procedimentos críticos para as questões

ambientais da organização, e como emissores de registros preventivos, pois essas práticas

serão decisivas para influenciar a conduta dos liderados.

Page 153: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

152

5.1.3 Formar novas Lideranças para a Gestão Ambiental

Como a pontuação obtida para o papel de formar novas lideranças foi de 67%,

enquadrando-se na faixa de transição, e sendo imprescindível para a Braskem a existência de

líderes em todos os níveis hierárquicos da organização para promoverem as mudanças

necessárias para os padrões de produção e consumo sustentáveis, recomenda-se:

C.6) Assegurar que todas as lideranças formais da Braskem participem do Programa de

Desenvolvimento Gerencial – PDG, visando a permitir um alinhamento de todas as

lideranças com a visão estratégica, política, metas e objetivos ambientais.

I.7) Propor a revisão das definições das sete competências críticas do Processo de

Desenvolvimento Individual, visando a dar visibilidade às competências para a gestão

ambiental, sejam técnicas, conceituais ou humanas. A partir da revisão, o processo de

avaliação e a da capacitação prévia das lideranças para aplicação homogênea da nova

metodologia na Braskem, a dimensão ambiental sempre será considerada como requisito

para o crescimento profissional.

I.8) Propor que a avaliação do PA das lideranças evolua gradativamente até que o peso de

20% para postura e comportamento e 80% para resultados pactuados atinjam 50% para cada

parcela. Idealmente a parcela referente à postura e comportamento do líder deve considerar a

sua capacidade em desenvolver seus liderados com base no cumprimento dos treinamentos

pactuados no PA, na evolução do desempenho desses, e no resultado da pesquisa de clima

organizacional de sua área de responsabilidade.

I.9) Disponibilizar na “intranet” sugestão de temas de questões ambientais, para que as

pessoas das diversas áreas da Braskem (produção, manutenção, financeira, relações

Page 154: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

153

institucionais, suprimentos, etc) que farão e / ou estão fazendo cursos de especialização e

mestrado possam ser incentivados para a realização de suas monografias e dissertações.

I.10) Estabelecer como visão de médio / longo prazo a atuação das áreas de Qualidade,

Saúde, Segurança e Meio Ambiente, a assessoria tipo coach para as lideranças das Unidades

de Negócio e Centros de Competências Corporativos, visando a antecipar a formação de

novos líderes para a gestão ambiental.

I.11) Estabelecer como visão de médio / longo prazo o incentivo à capacitação diferenciada

das lideranças da Braskem, para as questões ambientais, independente da área de atuação,

através de especializações, mestrados, etc.

5.2. FORMAR O CAPITAL HUMANO

5.2.1 Desenvolver as Pessoas para o Comportamento Preventivo

Como a pontuação obtida para o papel de desenvolver as pessoas foi de 68%,

enquadrando-se na faixa de transição, e sendo o comportamento das pessoas, com as questões

ambientais vitais para o sucesso e perpetuidade do negócio, recomenda-se:

C.12) Reforçar a inserção da dimensão ambiental no Programa de Desenvolvimento de

Competências – PDC.

C.13) Priorizar a elaboração do Programa de Educação Ambiental – PEA da Braskem, e

treinar os líderes formais para serem os instrutores. Estabelecer meta anual de treinamento de

integrantes e parceiros no Programa de Educação Ambiental – PEA.

Page 155: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

154

C.14) Alinhar todos os líderes e integrantes, de área industrial e administrativa, em relação

aos aspectos e impactos ambientais significativos da Braskem e de suas atividades. É

importante que a ferramenta de identificação e avaliação dos aspectos e impactos ambientais

gere, ao final listra mestra, os impactos que verdadeiramente são significativos, e que serão

tratados prioritariamente pela organização.

M.15) Estabelecer como visão de médio / longo prazo à capacitação sistêmica, das

lideranças formais da Braskem, para realização homogênea de feedback semestrais aos seus

liderados.

M.16) Avaliar a disseminação de ferramentas de aplicação em grupo multidisciplinares, com

forte aprendizado coletivo e comportamental, como o TPM e 6 sigma, etc na Braskem, como

forma de incrementar a formação da cultura de prevenção da poluição. Na avaliação,

considerar essas ferramentas como porta de entrada oficial para o encaminhamento de

soluções através de projetos e investimentos.

5.2.2 Motivar as Pessoas para o Comportamento Preventivo

Como a pontuação obtida para o papel de desenvolver as pessoas foi de 64%,

enquadrando-se na faixa de transição, e sendo a motivação das pessoas, com as questões

ambientais vitais para o sucesso e perpetuidade do negócio, recomenda-se:

C.17) Elaborar um Programa de Motivação e Reconhecimento – PMR da Braskem, que

contemple fortemente a dimensão ambiental, com a participação dos integrantes e parceiros.

C.18) Implantar a prática de incentivo a emissão de idéias, pelos integrantes e parceiros,

relacionadas com a questão ambiental.

Page 156: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

155

C.19) Fazer um estudo comparativo que correlacione o resultado da pesquisa de clima

organizacional, com inventário das sete competências críticas das lideranças, estabelecidas

no Processo de Desenvolvimento Individual – PDI.

5.2.3 Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

Como a pontuação obtida para o papel de desenvolver as pessoas foi de 86%,

enquadrando-se na faixa de controle, e sendo o valor empresarial definido pelos bens

intangíveis, como imagem, marca, reputação e a capacidade de estabelecer parcerias e

diálogo com diferentes grupos sociais, e onde o diálogo com os stackeholders é a chave para

aprender e decidir, recomenda-se:

C.20) Manter a emissão anual do Relatório de Sustentabilidade Empresarial – RSE da

Braskem, como forma de reportar para todas as partes interessadas o desempenho social,

econômico e ambiental com foco no Desenvolvimento Sustentável.

M.21) Inserir os requisitos legais e voluntários de Segurança, Saúde e Meio Ambiente,

aplicáveis ao negócio da Braskem, no programa de desenvolvimento de competências –

PDC, pois todas funções e áreas (logística, suprimentos, manutenção, laboratório, operação,

engenharia, etc) têm que, no mínimo, conhecer as exigências legais associadas às atividades

desenvolvidas.

I.22) Estabelecer como visão de médio / longo prazo uma estratégia para, gradualmente, em

períodos de 3 em 3 anos, o ciclo de planejamento evolua para a adoção de mecanismos

participativos e democráticos de tomada de decisão, envolvendo todas as partes interessadas.

Faz-se necessário o estabelecimento formal das partes interessadas, com alinhamento das

expectativas mútuas, forma e freqüência de relacionamento e definição de interlocutores.

Page 157: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

156

Recomenda-se evoluir das partes interessadas relacionadas inicialmente com a

sobrevivência, depois as relacionadas com o crescimento e por último as relacionadas com a

perpetuidade do negócio.

I.23) Elaborar a visão 2014 do Relatório de Sustentabilidade Empresarial – RSE da

Braskem, visando a cada ciclo de 5 anos outros ciclos, incorporar indicadores ambientais

integrados com as questões sociais e econômicas (Resultado Final Tríplice),

preferencialmente referendados pelas partes interessadas já reconhecidas formalmente.

5.3. GERIR COM FOCO NO RESULTADO E INOVAÇÃO

5.3.1 Estabelecer metas e objetivos ambientais alinhados com a visão de futuro

Como a pontuação obtida para o papel estabelecer metas e objetivos foi de 85%,

enquadrando-se na faixa de controle, e sendo um dos princípios de Segurança, Saúde e Meio

Ambiente da Braskem, que

O desempenho em Saúde, Segurança e Meio Ambiente é acompanhado quantitativamente e deve melhorar consistentemente visando superar padrões internacionais, tendo os requisitos legais como patamar mínimo de desempenho. Auditorias são realizadas para acompanhar e promover a evolução qualitativa”,

recomenda-se:

M.24) Estabelecer no máximo 3 a 4 prioridades ambientais para a Braskem, como foco

permanente, incluindo nestas a formação permanente e diferenciada do integrante. Na

definição das prioridades, considerar as perspectivas futuras como a substituição gradual da

matéria-prima 100% à base de petróleo não renovável para a base renovável, a utilização

gradual de fontes de energia alternativas para minimizar a queima de combustíveis fósseis

nas atividades, processos, produtos e serviços, etc.

Page 158: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

157

M.25) Estabelecer os objetivos quantitativos de desempenho ambiental por segmento de

atuação (petroquímico, poliolefinas, polipropileno, PVC, PET, Nylon, etc), com horizonte de

2014, com base nos indicadores de ecoeficiência benchmark internacionais dos respectivos

segmentos industriais.

5.3.2 Executar o plano de ação ambiental pactuado

Como a pontuação obtida para o papel executar o plano de ação foi de 78%,

enquadrando-se na faixa de controle, e sendo o Programa de Ação o meio pelo líder e

liderado, definem os desafios e resultados a serem alcançados e mantém uma agenda

permanente de acompanhamento dos objetivos e resultados das pessoas na empresa,

recomenda-se:

C.26) Assegurar que todos os integrantes da Braskem possuam metas ambientais em seus

Programas de Ação Individuais.

M.27) Estabelecer como visão de médio / longo uma forma de a ampliar a participação na

análise crítica trimestral da alta administração dos resultados de Segurança, Saúde e Meio

Ambiente, para outras áreas envolvidas com aspectos sociais, econômicos e ambientais

(relações Institucionais, relação com Investidores, Pessoas e Organização, Jurídico, etc)

M.28) Estabelecer dentre as ferramentas conceituais (desenvolvimento sustentável, fator X,

pegada ecológica), operacionais (produção mais limpa, análise do ciclo de vida, o ecodesign,

a ecologia industrial, ecoeficiência, tecnologias limpas, avaliação de impacto ambiental,

avaliação de risco), de gestão (sistema de gestão ambiental, padrões internacionais,

certificação e reconhecimento “ accreditation”, o fluxo material total) e de comunicação

(rotulagem sócio-ambiental, indicadores de resultado final tríplice triple bottom line e

Page 159: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

158

relatório de sustentabilidade empresarial), àquelas que serão incorporadas ao sistema de

gestão ambiental com base na ISO 14001, para melhorar o desempenho ambiental da

Braskem.

I.29) Estabelecer como visão de médio / longo que o programa orçamento seja uma

conseqüência do Programa de Ação, e não um limitador.

5.3.3 Implementar inovações ambientais

Como a pontuação obtida para o papel de implementar inovações foi de 79%,

enquadrando-se na faixa de controle, e sendo esta uma das forças motrizes para levar a

Braskem a ser uma empresa de classe mundial, recomenda-se:

I.30) Capacitar as pessoas envolvidas com a elaboração e execução de projetos, visando a

assegurar a aplicação do conceito de Tecnologias Limpas nos empreendimentos da Braskem,

e a difusão de inovações ambientais, oriundas de parcerias com Universidades e centros de

Pesquisa, principalmente entre as unidades industriais da Braskem. Realizar a cada três anos

um seminário de inovações ambientais visando a apresentação de casos de sucesso

envolvendo o processo produtivo, serviços, produtos e atividades.

As recomendações gerais a seguir estão relacionadas com o incentivo ao

aprofundamento do conhecimento acadêmico em relação à atuação das lideranças, e o

sucesso das estratégias e sistema de gestão ambiental nas organizações com a sugestão de

temas a serem desenvolvidos:

Page 160: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

159

1) Como as empresas reconhecidas como ícones em responsabilidade sócio-ambiental

avaliam a performance de seus líderes em relação às questões ambientais?

2) Existe relação entre a qualificação diferenciada das lideranças de uma determinada

empresa em relação às questões ambientais e melhoria dos níveis de ecoeficiência?

3) Quais as lacunas dos cursos de graduação em engenharia ambiental em relação à visão

de futuro da atuação dos profissionais de meio ambiente das empresas nos próximos 30

ou 50 anos?

4) As empresas do Pólo Industrial de Camaçari consideram a dimensão ambiental, inserida

dentre as diversas competências que determinam a avaliação de performance,

crescimento e remuneração dos seus integrantes?

5) Como inserir o conceito de tecnologias limpas nos projetos e empreendimentos da

empresa?

6) Prospectar que ferramentas ou metodologias estão sendo utilizadas com sucesso para a

mudança de comportamento das pessoas em relação às questões ambientais?

7) A melhoria de desempenho ambiental das empresas está alavancando a mudança do

padrão de consumo de seus funcionários no lazer, nos lares, etc?

8) Como avaliar a performance dos líderes de uma empresa, que considere além dos

resultados obtidos a formação do capital humano e o clima organizacional?

9) Qual a correlação entre evolução de desempenho ambiental e a contabilização de todos

os custos relacionados com a questão ambiental em uma empresa que busca aplicar os

princípios do desenvolvimento sustentável?

10) Qual a atuação esperada para as diversas funções gerenciais (suprimentos, logística,

produção, marketing, jurídico, comercial, recursos humanos, qualidade, etc) em uma

organização que busca aplicar os princípios do desenvolvimento sustentável?

Page 161: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

160

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Page 164: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

163

APÊNDICE A – Questionário da Pesquisa de Campo

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Por favor, marque com um “X” identificando a sua função gerencial:

Alta Administração (Diretor/ Vice- Presidente/ Presidente)

Gerente

Coordenador Parte 1 – De acordo com sua percepção, responda “Sim” ou “Não” e justifique se achar necessário. 1. A Braskem possui visão estratégica, política e princípios de atuação para meio ambiente? 2. A Braskem possui metas e objetivos de meio ambiente estabelecidos? 3. A Braskem possui Programa de Investimentos em meio ambiente? 4. As metas e objetivos ambientais da Braskem são desdobrados em Programas de Ação – PA? 5. A Braskem possui orçamento anual que assegura recursos financeiros para as iniciativas

estratégicas de meio ambiente? 6. A Braskem possui Programa de Educação Ambiental? 7. A Braskem possui Processo para identificar, avaliar e monitorar o atendimento de requisitos legais

e voluntários de meio ambiente aplicáveis ao negócio? 8. A Braskem emite anualmente um Relatório de Sustentabilidade Empresarial ? 9. A Braskem possui Programa de Desenvolvimento Gerencial?

Page 165: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

164

10. A Braskem possui Programa de Motivação e Reconhecimento? 11. A Braskem possui Programa de Desenvolvimento de Competências? 12. Seus liderados estão realizando cursos de extensão, especialização ou mestrado em meio ambiente

em 2003/2004?

Parte 2 – Responda assinalando com “X” na coluna correspondente a sua percepção em relação aos itens

descritos. A posição relativa do “X” nas colunas significa que a intensidade da sua percepção

identifica-se com a questão descrita na esquerda ou na direita.

Questões da Esquerda

1

2

3

4

Questões da Direita

13. O Programa de Desenvolvimento de

Competências da Braskem não contempla a capacitação na dimensão ambiental

O Programa de Desenvolvimento de Competências da Braskem contempla fortemente a capacitação na dimensão ambiental

14. A Braskem não busca o fortalecimento da cultura de proteção ambiental, através da qualificação diferenciada das pessoas em cursos de extensão, especialização ou mestrado em Meio Ambiente

A Braskem busca o fortalecimento da cultura de proteção ambiental, e incentiva e promove da qualificação diferenciada das pessoas em cursos de extensão, especialização ou mestrado em Meio Ambiente

15. O Programa de Motivação e Reconhecimento da Braskem não contempla o desempenho ambiental

O Programa de Motivação e Reconhecimento da Braskem contempla o desempenho ambiental em todas as áreas da empresa.

16. Na Braskem os liderados, integrantes e terceiros, não estão engajados na emissão de registros preventivos e/ou idéias para prevenção da poluição

Na Braskem a grande maioria dos liderados, integrantes e terceiros, estão engajados na emissão de registros preventivos e/ou idéias para prevenção da poluição

17. As lideranças formais da Braskem não incentivam as pessoas a se engajarem em iniciativas voluntárias de prevenção da poluição fora do trabalho: redução do consumo de água, energia, prática da reciclagem, compostagem.

As lideranças formais da Braskem incentivam de forma sistemática as pessoas a se engajarem em iniciativas voluntárias de prevenção da poluição fora do trabalho: redução do consumo de água, energia, prática da reciclagem, compostagem.

18. Os fornecedores de serviços da Braskem e materiais não são qualificados em critérios de meio ambiente.

Todos os fornecedores de serviços e materiais da Braskem são qualificados em critérios de meio ambiente.

Page 166: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

165

19. As informações sobre o risco , manuseio e disposição final de produtos da Braskem não são disponibilizadas para clientes, fornecedores e clientes.

Todas as informações sobre o risco , manuseio e disposição final de produtos da Braskem são disponibilizadas para clientes, fornecedores e clientes.

20. A Braskem não desenvolve novos produtos e serviços, levando em consideração as tendências internacionais e preocupações ambientais mundiais.

A Braskem tem como prática só desenvolver novos produtos e serviços, levando em consideração as tendências internacionais e preocupações ambientais mundiais.

Parte 2 – continuação

Questões da Esquerda

1

2

3

4

Questões da Direita

21. A Braskem não desenvolve ação

estruturada, visando a promover a reciclagem de embalagens de produtos próprios ou da cadeia produtiva.

A Braskem desenvolve ação estruturada, visando a promover a reciclagem de embalagens de produtos próprios ou da cadeia produtiva.

22. As lideranças formais da Braskem não comunicaram a visão estratégia, política e princípios de atuação de meio ambiente da Braskem, a s seus liderados, integrantes e terceiros.

Os liderados, integrantes e terceiros, são freqüentemente comunicados sobre a visão estratégia, política e princípios de atuação de Meio Ambiente da Braskem, pelas suas lideranças.

23. As lideranças formais da Braskem não ministram treinamentos de meio ambiente, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

A maioria das lideranças formais da Braskem ministram sistematicamente treinamentos de meio ambiente, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

24. As lideranças formais da Braskem não emitem sistematicamente registros ambientais preventivos, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

A maioria das lideranças formais da Braskem emitem sistematicamente registros ambientais preventivos, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

25. As lideranças formais da Braskem não realizam auditorias internas do sistema de gestão ambiental da empresa, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

A maioria das lideranças formais da Braskem realizam sistematicamente auditorias internas do sistema de gestão ambiental da empresa, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc).

26. Programa de Desenvolvimento Gerencial da Braskem não contempla a dimensão ambiental.

Programa de Desenvolvimento Gerencial da Braskem contempla fortemente a dimensão ambiental.

27. As lideranças formais da Braskem não buscam cursos de especialização e/ou mestrado, em suas respectivas áreas de atuação com monografias ou dissertações relacionadas com o meio ambiente.

As lideranças formais da Braskem buscam de forma orientada cursos de especialização e/ou mestrado, em suas respectivas áreas de atuação com monografias ou dissertações relacionadas com o meio ambiente

Page 167: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

166

Parte 2 – continuação

Questões da Esquerda

1

2

3

4

Questões da Direita

28. As metas e objetivos ambientais da

Braskem estão focadas na adequação aos requisitos legais e condicionantes das licenças ambientais

As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas na melhoria incremental da operação, indo além dos requisitos legais.

29. As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas em modificações de processo nas próprias instalações.

As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas na melhoria de longo prazo dos indicadores de ecoeficiência através da atuação nas instalações, cadeia produtiva e consumidores

30. A análise crítica do desempenho ambiental da Braskem pela alta administração não possui calendário anual definido.

A análise crítica do desempenho ambiental da Braskem pela alta administração possui calendário anual definido.

31. Os investimentos de melhoria em Meio Ambiente da Braskem não contemplam a aplicação de tecnologias limpas.

A maioria dos investimentos de melhoria em Meio Ambiente da Braskem contemplam de forma sistêmica a aplicação de tecnologias limpas.

32. Não existe formação de aliança estratégicas de curto prazo, para desenvolver inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado atual), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.

Existe prática sistematizada de formação de aliança estratégicas de curto prazo, para desenvolver inovação ambiental em processo produtivo e produtos(mercado atual), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.

33. Não existe formação de aliança estratégicas de longo prazo, para desenvolver continuamente inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado futuro), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.

Existe prática sistematizada de formação de aliança estratégicas de longo prazo, para desenvolver continuamente inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado futuro), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.

34. Não existe prática de difusão da inovação ambiental para outras unidades industriais da Braskem, visando melhorar os índices de ecoeficiência.

Existe prática sistematizada de difusão da inovação ambiental para outras unidades industriais da Braskem, visando melhorar os índices de ecoeficiência.

Page 168: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

167

Parte 3 – Responda marcando com um “X” nos percentuais que mais se aproximem da sua percepção em relação a questões abaixo:

Questões 0% 25% 50% 75% 100

% 35. Qual o percentual de funções de seus liderados coberto pelo Programa de

Desenvolvimento de Competências da Braskem?

36. Qual o percentual de cumprimento do Programa de Desenvolvimento de Competências da Braskem para seus liderados, em relação ao previsto em 2003 ?

37. Qual o percentual de liderados, integrantes e terceiros, treinados em 2003 pelo Programa de Educação Ambiental da Braskem?

38. Qual o percentual de cumprimento do Programa de Motivação e Reconhecimento da Braskem para seus liderados em 2003?

39. Qual o percentual de liderados, integrantes e terceiros, que emitiram registros preventivos ou idéias de prevenção da poluição em 2003?

40. Qual o percentual de atendimento aos requisitos legais de meio ambiente aplicável a sua área de responsabilidade em 2003?

41. Qual o percentual de cumprimento do seu Programa de Desenvolvimento Gerencial em 2003?

42. Qual o percentual de suas competências críticas: orientação para mercado, direcionamento estratégico, orientação para resultados, agente de mudança, capacidade técnica, liderança de equipes e colaboração irrestrita, que obtiveram avaliação superior a 3?

43. Qual o percentual de suas competências críticas: orientação para mercado, direcionamento estratégico, orientação para resultados, agente de mudança, capacidade técnica, liderança de equipes e colaboração irrestrita, que obtiveram avaliação 4 (máxima)?

44. Qual o percentual de cumprimento das metas e objetivos ambientais em 2003, para sua área de responsabilidade?

45. Qual o percentual de áreas sob sua responsabilidade com metas e objetivos ambientais desdobrados em planos de ação?

46. Qual o percentual de cumprimento do plano de ação das áreas sob sua responsabilidade?

47. Qual o percentual de liderados sob sua responsabilidade com metas e objetivos ambientais desdobrados em planos de ação individual?

48. Qual o percentual de cumprimento do Programa de Investimentos Ambientais em 2003?

Parte 4 – Responda marcando com um “X” nos percentuais que mais se aproximem do seu nível de

conhecimento em relação a questões abaixo. A coluna 0% significa o desconhecimento do

Page 169: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

168

conceito e 100% um nível pleno de conhecimento que permite a realização de palestras, treinamentos e etc.

Questões 00

% 25%

50%

75%

100%

49. Qual a visão de futuro de meio ambiente da Braskem?

50. Qual a política de meio ambiente da Braskem ?

51. Qual o desempenho ambiental da Braskem para 2003 e quais as metas para 2004?

52. Quais os requisitos da legislação ambiental aplicáveis ao seu processo organizacional/ trabalho na Braskem?

53. Quais os aspectos e impactos ambientais significativos relacionados com o seu processo organizacional / trabalho na Braskem?

54. Quais os aspectos e impactos ambientais relacionados com a sua atividade de trabalho na Braskem?

55. Qual o seu nível de conhecimento sobre a ISO 14001? Considerando a ISO como uma norma internacional que visa implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental alinhado com a política ambiental da organização.

56. Qual o seu nível de conhecimento sobre Desenvolvimento Sustentável – DS? Considerando DS como a evolução econômica, social e ambiental, para benefício das gerações presentes e futuras.

57. Qual o seu nível de conhecimento sobre o Princípio da Precaução ? Considerando este princípio como a adoção de medidas preventivas em face da incerteza técnica sobre os possíveis riscos envolvidos e impactos ambientais, decorrentes de atividades, processos ou produtos, ou seja, se existe a dúvida não se faz.

58. Qual o seu nível de conhecimento sobre Ecologia Industrial – EI ? Considerando EI como a utilização dos resíduos e efluentes líquidos de uma determinada planta industrial, como matéria prima ou insumo do processo produtivo de uma outra unidade industrial.

Parte 4 – Continuação Questões 00

% 25%

50%

75%

100%

59. Qual o seu nível de conhecimento sobre Tecnologias Limpas – TL? Considerando TL como qualquer medida técnica na indústria, para reduzir, ou eliminar na fonte, a produção de qualquer incômodo, poluição ou resíduo, e ajudar na economia de matérias primas, recursos naturais e energia.

60. Qual o seu nível de conhecimento sobre Ecodesign? Considerando Ecodesign como uma ferramenta para o projeto de um produto ecologicamente correto.

61. Qual o seu nível de conhecimento sobre Responsabilidade Sócioambiental – RSA? Considerando RSA como a obrigação da organização em assumir as conseqüências das atividades, bens e serviços introduzidos no ambiente público, perante todas as partes interessadas.

Page 170: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

169

62. Qual o seu nível de conhecimento sobre Análise de Ciclo de Vida – ACV? Considerando como ACV a ferramenta de avaliação do impacto ambiental das instalações, ao longo de todo ciclo de vida dos seus processos e produtos?

63. Qual o seu nível de conhecimento sobre Fator 10? Considerando fator 10 como a redução em 10 vezes o impacto ambiental, por unidade de produção, nos próximos 50 anos.

64. Qual o seu nível de conhecimento sobre ecoeficiência? Considerando ecoeficiência o conceito de produzir mais produtos com menos geração de resíduo, efluente e emissões e menos consumo de matéria prima, recurso natural e energia.

65. Qual o seu nível de conhecimento sobre Tecnologia de Fim de Tubo? Considerando tecnologia de fim de tubo, aquela voltada ao tratamento e disposição do efluente, resíduo ou emissão após a sua geração.

66. Qual o seu nível de conhecimento sobre os objetivos de um Programa de Educação Ambiental ?

67. Qual o seu nível de conhecimento sobre resultado final tríplice (triple bottom line) ? Considerando como a avaliação de desempenho que considera simultaneamente as questões sociais, economias e ambientais.

68. Qual o seu nível de conhecimento sobre Relatório de Sustentabilidade Empresarial –RSE? Considerando como RSE o relatório de comunicação e demonstração da evolução do resultado final tríplice para todas as partes interessadas.

Page 171: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

170

Caro Líder, caso tenha tido dificuldade em responder alguma questão, por favor identifique-a e

justifique abaixo.

Questão Justificativa da resposta “Não se aplica”

Page 172: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

171

APÊNDICE B – Modelo de Análise Completo

Atingir Níveis Crescentes de Ecoeficiência

Comunicar valores,visão, política,

princípios, metas e objetivos ambientais

Educar pelo Exemplo para a

prevenção da poluição

Formar novaslideranças para a gestão ambiental

Estabelecer metas,objetivos ambientais

alinhados com a visão de futuro

Executar o planode ação ambiental

pactuado Implementar

inovaçõesambientais

Desenvolver as pessoaspara o comportamento preventivo da poluição

Motivar as pessoas para o comportamentopreventivo da poluição

Satisfazer as partes interessadas em relação ao desemp. ambiental pactuado

Promover o Aprendizado Organizacional Gerir com Foco no Resultado e Inovação

Formar o Capital Humano

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Page 173: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

172

APÊNDICE C– Tabulação das Respostas dos Questionários

Comunicar Valores, Visão, política Princípios, Metas e Objetivos Ambientais

Os liderados são sistemáticamente comunicados sobre a visão, política e princípios de atuação em meio ambiente ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 50,0 50,0 95 Gerentes 0 29,4 58,8 11,8 87 Coordenadores 0 48,7 20,5 30,8 86 Total Braskem 0 36,3 34,8 29,0 88 Qual o nível de conhecimento em relação a visão de futuro de meio ambiente?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20 0 80 0 77 Gerentes 0 11,8 0 29,4 64,7 94 Coordenadores 0 10,3 10,3 30,8 48,7 87 Total Braskem 0 10,6 6,0 37,8 45,5 87 Qual o nível de conhecimento em relação a política de meio ambiente da Braskem ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 10 90 0 0 70 Gerentes 0 5,8 5,8 11,8 76,5 93 Coordenadores 0 0 15,4 10,3 74,4 95 Total Braskem 0 3,0 24,2 9,0 63,6 95 Qual o nível de conhecimento em relação as metas, objetivos e indicadores de desempenho de meio

ambiente da Braskem?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 10 90 0 89 Gerentes 0 11,8 5,8 17,6 64,7 88 Coordenadores 0 10,3 30,8 38,5 20,5 81 Total Braskem 0 9,0 21,2 40,9 28,7 84 Questão 56: Qual o nível de conhecimento em relação ao conceito de desenvolvimento sustentável?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20 80 0 0 65 Gerentes 0 0 5,8 5,8 88,2 98 Coordenadores 0 10,3 15,4 20,5 53,8 86 Total Braskem 0 9,0 22,7 13,6 54,5 86

Page 174: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

173

Educar pelo Exemplo para a Prevenção

As lideranças ministram sistemáticamente treinamentos de meio ambiente na Braskem ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 50 50 0 83 Gerentes 64,7 17,6 17,6 0 45 Coordenadores 64,1 20,5 10,3 5,13 46 Total Braskem 54,5 24,2 18,1 3,0 51 Qual o nível de conhecimento em relação aos aspectos e impactos ambientais significativos relacionados com o seu porcesso organizacional ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20 20 60 0 74 Gerentes 5,8 5,8 0 11,8 76,5 89 Coordenadores 0 5,1 0 20,5 74,4 94 Total Braskem 1,5 7,5 3,0 24,2 63,8 90 Qual o nível de conhecimento em relação aos objetivos de um programa de educação ambiental?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 50 50 0 0 50 Gerentes 0 0 11,8 11,8 76,5 96 Coordenadores 5,1 5,1 10,3 53,8 25,6 83 Total Braskem 3,0 10,6 16,7 34,8 34,8 81 As lideranças formais da Braskem emitem sistemáticamente registros ambientais preventivos, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 83 Gerentes 11,8 64,7 23,5 0 73 Coordenadores 56,4 33,3 5,1 5,1 49 Total Braskem 36,3 43,9 16,6 3,2 60 As lideranças formais da Braskem realizam auditorias internas do sistema de gestão ambiental da empresa, independente da área de atuação (produção, comercial, financeira, RH, manutenção, suprimentos, etc) ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 40 0 60 0 64 Gerentes 17,6 52,9 17,6 11,8 72 Coordenadores 59,0 20,5 10,3 10,3 50 Total Braskem 45,4 25,7 19,6 9,3 58

Page 175: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

174

Formar Novas Lideranças para a Gestão Ambiental

Programa de Desenvolvimento Gerencial da Braskem contempla a dimensão ambiental?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 100 0 90 Gerentes 0 17,6 70,6 11,8 89 Coordenadores 0 76,9 15,4 7,7 79 Total Braskem 0 50,0 42,4 7,6 83 Quais os Aspectos e Impactos Ambientais Significativos relacionados com o seu Processo organizacional / trabalho na Braskem?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20 20 60 0 94 Gerentes 5,8 5,8 0 11,8 76,5 89 Coordenadores 0 5,1 0 20,5 74,4 74 Total Braskem 1,5 7,5 3,0 24,2 63,8 89 Qual o percentual de cumprimento do seu Programa de Desenvolvimento Gerencial em 2003?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 10 90 0 89 Gerentes 17,6 5,8 11,8 41,2 23,5 71 Coordenadores 15,4 10,3 0 20,5 53,8 75 Total Braskem 13,6 7,5 4,5 36,3 38,1 76 As lideranças formais da Braskem buscam cursos de especialização e/ou mestrado, em suas respectivas áreas de atuação com monografias ou dissertações relacionadas com o Meio Ambiente?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 40 60 0 0 83 Gerentes 11,8 58,8 29,4 0 45 Coordenadores 74,4 20,5 5,1 0 46 Total Braskem 53 36,3 10,7 0 50 Qual o percentual de suas competências críticas: orientação para mercado, direcionamento estratégico, orientação para resultados, agente de mudança, capacidade técnica, liderança de equipes e colaboração irrestrita, que obtiveram avaliação 4 (máxima)?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 50 50 0 0 50 Gerentes 17,6 70,6 0 5,8 5,8 29 Coordenadores 43,6 20,5 20,5 15,4 0 34 Total Braskem 30,3 37,8 19,6 10,8 1,5 35

Page 176: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

175

Desenvolver Pessoas para o Comportamento Preventivo O PDC contempla a capacitação na dimensão ambiental?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 20 0 0 80 85 Gerentes 0 64,7 29,4 5,8 81 Coordenadores 15,4 48,7 25,6 10,3 74 Total Braskem 12,2 45,4 22,7 19,7 77 Qual o percentual de funções de liderados cobertas pelo PDC?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 30 0 30 40 75 Gerentes 0 5,8 5,8 5,8 82,4 94 Coordenadores 7,7 0 0 43,6 48,7 88 Total Braskem 4,5 6,0 1,5 31,8 56,2 88 Qual o nível de cumprimento do PDC para liderados em 2003?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 20 80 0 87 Gerentes 11,8 0 17,6 58,8 11,8 78 Coordenadores 5,1 0 20,5 59,0 15,4 84 Total Braskem 6,0 0 19,6 62,1 12,3 83 Qual o percentual de integrantes e terceiros treinados pelo PEA?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 80 0 20 0 38 Gerentes 64,7 5,8 11,8 17,6 0 26 Coordenadores 53,8 25,6 15,4 5,1 0 23 Total Braskem 48,4 28,7 12,1 10,8 0 26 A Braskem busca o fortalecimento da cultura de proteção ambiental através da qualificação diferenciada das pessoas?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 80 20 92 Gerentes 0 76,5 11,8 11,8 80 Coordenadores 56,4 25,6 12,8 5,1 50 Total Braskem 33,3 34,8 22,7 9,2 64

Page 177: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

176

Motivar e reconhecer as Pessoas o Comportamento Preventivo

O PMR contempla a dimensão ambiental?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 80 20 92 Gerentes 0 58,8 35,3 5,8 82 Coordenadores 10,3 51,3 33,3 5,1 76 Total Braskem 6,0 45,4 40,9 7,7 80 Qual o nível de engajamento de integrantes e terceiros na emissão de registros preventivos de poluição?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 100 0 90 Gerentes 47,1 35,3 11,8 5,8 55 Coordenadores 38,5 38,5 15,4 7,6 60 Total Braskem 34,8 31,8 27,2 6,2 64 Qual o nível de cumprimento do PMR?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 20 0 80 95 Gerentes 23,5 0 5,8 17,6 52,9 73 Coordenadores 35,9 10,3 5,1 33,3 15,4 52 Total Braskem 27,2 6,0 7,5 24,2 35,1 64 Qual o nível de liderados que emitiram registros preventivos e/ou idéias para a prevenção da poluição em 2003?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 20 80 0 0 0 20 Gerentes 23,5 5,8 58,8 5,8 0 51 Coordenadores 0 72,4 10,3 0 10,3 31 Total Braskem 10,6 45,4 21,2 1,5 21,3 35 As lideranças formais da Braskem não incentivam as pessoas a se engajarem em iniciativas voluntárias de prevenção da poluição fora do trabalho: redução do consumo de água, energia, prática da reciclagem, compostagem?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 100 0 0 75 Gerentes 0 35,3 58,8 5,8 85 Coordenadores 17,9 61,5 20,5 0 69 Total Braskem 10,6 60,6 27,2 1,6 75

Page 178: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

177

Satisfazer as Partes Interessadas em Relação ao Desempenho Ambiental Pactuado

Qual o nível de atendimento aos requisitos legais de meio ambiente, aplicáveis a sua a´rea de responsabilidade?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 50 0 50 89 Gerentes 0 0 0 17,6 82,4 98 Coordenadores 10,3 0 5,1 30,8 53,8 85 Total Braskem 6,0 0 10,6 22,7 60,7 89 Qual o nível de qualificação dos fornecedores de materiais e serviços em relação a critérios ambientais?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 50 50 0 83 Gerentes 17,6 47,1 29,4 5,8 72 Coordenadores 10,3 53,8 25,6 10,3 76 Total Braskem 10,6 51,5 30,3 7,4 76 Qual o nível de percepção em relação a disponibilização de informações sobre risco, manuseio e disposição final de produtos da para clientes, fornecedores e consumidores?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20,0 30,0 50,0 91 Gerentes 0 11,8 58,8 5,8 92 Coordenadores 5,0 5,0 41,0 49,0 91 Total Braskem 3,2 9,0 43,9 43,9 91 Qual o nível promoção de ações de reciclagem de embalagens de produtos próprios ou da cadeia produtiva?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 50 50 84 Gerentes 0 58,8 23,5 17,6 91 Coordenadores 5,1 35,9 48,7 10,3 82 Total Braskem 3,0 36,3 42,4 18,3 85 Os produtos novos produtos e serviços são desenvolvidos levando-se em consideração as tendências internacionais e as preocupações ambientais mundiais?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 20 80 92 Gerentes 0 5,8 76,5 17,6 87 Coordenadores 0 20,5 53,8 25,6 85 Total Braskem 0 13,6 54,5 31,9 91

Page 179: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

178

Estabelecer Metas e Objetivos Ambientais Alinhados com a Visão de Futuro Qual o percentual de cumprimento das metas e objetivos ambientais em 2003, para sua área de responsabilidade?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 20 0 20 60 0 69 Gerentes 11,8 0 5,8 58,8 23,5 81 Coordenadores 0 0 0 59,0 41,0 94 Total Braskem 6,0 0 4,5 59,0 30,5 86 As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas na adequação aos requisitos legais e condicionantes das licenças ambientais?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 100 0 90 Gerentes 0 0 17,6 82,4 98 Coordenadores 5,1 38,5 30,8 25,6 83 Total Braskem 3,0 22,7 37,8 36,5 88 As metas e objetivos ambientais da Braskem estão focadas em modificações de processo nas próprias instalações ?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 100 0 78 Gerentes 11,8 17,6 52,9 17,6 81 Coordenadores 10,3 43,6 35,9 10,3 90 Total Braskem 9,0 30,3 50,0 10,7 80

Page 180: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

179

Executar o Plano de Ação Ambiental Pactuado

A análise crítica do desempenho ambiental da Braskem pela alta administração não possui calendário anual definido?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 50 50 95 Gerentes 0 11,8 23,5 64,7 95 Coordenadores 10,3 15,4 43,6 30,8 84 Total Braskem 6,0 12,1 39,3 42,6 88 Qual o percentual de liderados sob sua responsabilidade com metas e objetivos ambientais desdobrados em planos de ação individual?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 50 50 0 0 0 13 Gerentes 47,1 5,8 11,8 11,8 23,5 44 Coordenadores 2,5 30,8 5,1 7,7 53,8 72 Total Braskem 21,2 27,2 6,0 7,5 38,1 56 Qual o percentual de cumprimento do plano de ação das áreas sob sua responsabilidade?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 0 50 50 95 Gerentes 17,6 0 0 29,4 52,9 79 Coordenadores 5,1 0 15,4 53,8 25,6 86 Total Braskem 7,5 0 9,0 46,9 36,6 85

Page 181: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

180

Implementar Inovações Ambientais

Os investimentos de melhoria em Meio Ambiente da Braskem não contemplam a aplicação de tecnologias limpas?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 50 50 95 Gerentes 0 17,6 52,9 29,4 90 Coordenadores 0 35,9 48,7 15,4 86 Total Braskem 0 25,7 50,0 24,3 88 Qual o percentual de cumprimento do Programa de Investimentos Ambientais em 2003?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 50 0 50 0 0 38 Gerentes 17,6 0 5,8 64,7 11,8 74 Coordenadores 25,6 0 15,4 53,8 5,1 65 Total Braskem 27,2 0 18,8 48,4 5,6 64 Existe formação de aliança estratégicas de curto prazo, para desenvolver inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado atual), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 50 50 0 83 Gerentes 11,8 52,9 17,6 17,6 76 Coordenadores 5,1 33,3 61,5 0 82 Total Braskem 6,0 40,9 48,4 4,7 80 Existe formação de aliança estratégicas de longo prazo, para desenvolver continuamente inovação ambiental em processo produtivo e produtos (mercado futuro), visando melhorar os índices de ecoeficiência da Braskem.?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 20 80 0 87 Gerentes 5,8 29,4 64,7 0 78 Coordenadores 10,3 35,9 53,8 0 80 Total Braskem 7,5 31,8 60,7 0 80 Existe prática de difusão da inovação ambiental para outras unidades industriais da Braskem, visando melhorar os índices de ecoeficiência?

Colunas Lideranças 1 2 3 4 5

Média Individual

(%) Alta Administração 0 0 100 0 90 Gerentes 5,8 35,3 58,8 0 81 Coordenadores 15,4 41,0 43,6 0 74 Total Braskem 10,6 33,0 56,4 0 79

Page 182: Liderança para uma organização sustentavel: Estudo de Caso

181

ANEXO

Política de Saúde, Segurança e Meio Ambiente

1. Objetivo Definir os Princípios que devem nortear os programas e compromissos relativos às questões de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Braskem.

2. Princípios Considerando que os cuidados com Saúde, Segurança e Meio Ambiente são valores empresariais básicos para a Braskem, cada um dos integrantes deve atuar conforme os seguintes princípios de atuação: 1. As pessoas são único elo capaz de manter a Braskem no caminho da excelência empresarial,

portanto, os cuidados com sua postura, com a comunicação e com a gestão de suas competências serão sempre fundamentais.

2. As questões de SSMA são responsabilidade de todos e de cada um. Cabe aos Líderes zelar pelo exercício dessa responsabilidade, ressaltando que os cuidados com as questões de saúde, segurança e meio ambiente são importantes para avaliação de cada integrante e devem ser considerados em toda e qualquer tomada de decisão.

3. Todas as ações dos integrantes da Braskem são orientadas para alcançar a excelência nas questões de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

4. As questões de SSMA são consideradas, sempre, no relacionamento com todas as partes interessadas nas nossas operações: clientes, fornecedores, acionistas, investidores, órgãos governamentais, comunidade próxima aos nossos pontos operacionais e a sociedade em geral. A comunicação será sempre adequada e transparente.

5. Influenciamos para que toda a cadeia produtiva envolvendo nossos produtos, desde a extração de recursos naturais até a disposição do produto pós-consumo, considere a melhoria das condições de saúde, segurança e meio ambiente. São qualificados e mantidos apenas fornecedores e prestadores de serviço que estejam alinhados à nossa visão de excelência em SSMA.

6. Cuidamos das questões de SSMA em todo o ciclo de vida dos empreendimentos: desde sua concepção básica até a sua eventual desativação, passando pelo seu projeto, construção, operação e melhoria.

7. Acreditamos que toda perda pode ser evitada, portanto a prevenção de acidentes, doenças, de impactos ambientais (poluição) e de qualquer desvio é sempre preferida. A busca pelo Zero acidente, Zero Doença, Zero Impacto decorrente de Resíduos, Efluentes ou Emissões será sempre perseguida.

8. Gerenciamos todos os riscos das nossas operações. Além dos programas de prevenção e controle dos riscos, planos de mitigação são adequadamente implementados. Programas de seguros são adquiridos sempre que existam riscos de perdas acima das condições de absorção do

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negócio. Não produzimos, manuseamos, usamos, vendemos, transportamos ou descartamos um produto a menos que possamos fazê-lo de forma segura e com impacto mínimo ao meio ambiente.

9. Mudanças de pessoas, instalações, produtos ou condições operacionais são gerenciadas, e somente são efetivadas se as novas condições de risco forem iguais ou melhores que as originais.

10. O desempenho em Saúde, Segurança e Meio Ambiente é acompanhado quantitativa e qualitativamente e deve melhorar consistentemente visando superar padrões internacionais, tendo os requisitos legais como patamar mínimo de desempenho. Auditorias são utilizadas para acompanhar e promover a evolução qualitativa.

Estes princípios, adequadamente aplicados, agregam valor ao nosso negócio e nos levam a alcançar o equilíbrio entre o desenvolvimento ambiental, através da ecoeficiência, o desenvolvimento social, através da responsabilidade social, e o desenvolvimento econômico, através da excelência operacional. Promoveremos assim o Desenvolvimento Sustentável.

3. Responsabilidades

As questões de SSMA são de responsabilidade de todos e de cada um e cabe a todos os Líderes, principalmente com seu exemplo, zelar pelo exercício desta responsabilidade. Cabe ao Diretor Presidente da Braskem, com apoio do Diretor de Tecnologia Industrial, zelar corporativamente pela adequada implementação da Política de SSMA e recomendar sua revisão a qualquer tempo. Cabe aos Vice-Presidentes de cada Unidade de Negócio, com os Líderes a si vinculados, com apoio dos Responsáveis por Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, zelar pela adequada implementação nas suas operações.