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Curitiba, terça-feira, 31 de agosto de 2010 - Ano XII - Número 582 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Evento discutiu as oportunidades e ameaças da internet Censo já visitou quase metade da população Divulgação Números divulgados na manhã desta segunda-feira indicam que 48% da população já participou do recenseamento promovido pelo IBGE em 2010. Apesar de uma certa desconfi- ança, a maior parte da população tem recebido bem os recenseadores e elogiado as tecnologi- as que são utilizadas. Pág. 3 Fernando Mad Ontem aconteceu mais uma edição da série Gran- des Debates, projeto promovido pelos cursos de ciênci- as humanas e sociais aplicadas da Universidade Posi- tivo, envolvendo Direito, Jornalismo, Publicidade e Pro- paganda e Pedagogia. O tema da vez foi a internet. De- bateram-se as oportunidades proporcionadas pela rede mundial de computadores e as ameaças a que estão submetidos seus usuários. Comer fora: vale a pena ou é uma “roubada” Alimentação Os restaurantes por quilo conquistam cada vez mais pessoas que não têm tempo para preparar refei- ções em casa. Conheça os prós e contras desse tipo de serviço. Pág. 5 Pág. 3

LONA 582 31/08/2010

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, terça-feira, 31 de agosto de 2010 - Ano XII - Número 582Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Evento discutiu asoportunidades eameaças da internet

Censo já visitouquase metadeda população

Divulgação

Números divulgados na manhã desta segunda-feira indicam que 48% da população jáparticipou do recenseamento promovido pelo IBGE em 2010. Apesar de uma certa desconfi-ança, a maior parte da população tem recebido bem os recenseadores e elogiado as tecnologi-as que são utilizadas.

Pág. 3

Fernando Mad

Ontem aconteceu mais uma edição da série Gran-des Debates, projeto promovido pelos cursos de ciênci-as humanas e sociais aplicadas da Universidade Posi-tivo, envolvendo Direito, Jornalismo, Publicidade e Pro-paganda e Pedagogia. O tema da vez foi a internet. De-bateram-se as oportunidades proporcionadas pela redemundial de computadores e as ameaças a que estãosubmetidos seus usuários.

Comer fora: valea pena ou é uma“roubada”

Alimentação

Os restaurantes por quilo conquistam cada vezmais pessoas que não têm tempo para preparar refei-ções em casa. Conheça os prós e contras desse tipo deserviço.

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Opinião

Para viver em sociedade, as pessoas tiveram que apren-der a seguir regras e respeitar o espaço público. Hoje ogrande desafio é encontrar soluções para problemas urba-nos cada vez mais graves.

Curitiba, assim como outras cidades, cresce. Até aí tudobem, crescer não é ruim. Mas junto com o crescimento ace-lerado ocorre também o aumento de problemas sociais ur-banos. Um dos problemas mais comuns de Curitiba está re-lacionado ao transporte público.

Apesar de ter o sistema de transporte coletivo mais efi-ciente do país, buscando sempre baixo custo operacional eserviço de qualidade, a capital paranaense conta com mui-tos passageiros. Os ônibus biarticulados têm capacidadepara 270 passageiros e passam em intervalos de cinco mi-nutos. Mesmo assim, no chamado horário de pico, é impos-sível entrar nesses ônibus. Empurra-empurra, desordem emuita falta de educação acompanham todos os dias pes-soas que dependem do transporte público. Para o estudan-te Júlio César Souza, que pega ônibus às 7 h, os motoristasnesse horário não respeitam os intervalos de cinco minu-tos. “O ônibus atrasa muito e quando vem, chegam dois outrês de uma vez só! Isso atrapalha bastante, pois os próxi-mos demoram mais ainda, gerando filas imensas. Os mo-toristas devem respeitar seus horários. O que falta é orga-nização”, diz

Outro problema que prejudica o cenário de Curitiba é olixo fora da lixeira. A população deve ter consciência deque o lixo tem seu lugar próprio. Existem hoje no centroda cidade lixeiras a cada esquina e, até mesmo, lixeiras es-peciais para reciclagem. Reciclar o lixo é fundamental napreservação do meio ambiente, pois além de diminuir a ex-tração de recursos naturais, também diminui o acúmulo deresíduos nas áreas urbanas. Nas ruas, junto com o lixo, po-demos encontrar os catadores. Vistos como pessoas imun-das pela maioria, eles são responsáveis por grande parteda limpeza da cidade. Arriscando a própria vida com car-rinhos no trânsito e agentes prejudiciais à saúde, fazembem ao cenário da cidade.

A maciça divulgação de propagandas também acaba cri-ando um problema: a poluição visual. Até aqueles que nãose incomodam estão sendo prejudicados. Segundo pesqui-sas, a poluição visual gera estresse e uma série de outrasconsequências no dia a dia das pessoas. Existe um confli-to entre o direito dos cidadãos de circular em uma cidadevisualmente limpa e o direito de publicitários divulgaremseus anúncios. Ainda abordando poluição visual, encon-tramos as pichações. Não existe problema visual maior queeste e aparece em qualquer época do ano. Fazer desenhoscriativos em paredes e alguns muros é bonito, mas picharcom letras ilegíveis e coloridas deixa a cidade degradada.Além de manter este ato ilegal, o governo deveria criar me-didas que dificultasse o acesso à lata de tinta spray, porexemplo.

Esses são alguns dos problemas sociais urbanos de Cu-ritiba e de qualquer outra cidade grande. Boas iniciativaspodem resolvê-los. Curitiba só precisa de mais planejamen-to para crescer com harmonia. O crescimento ordenado in-clui cuidados básicos, como a ocupação planejada do solo,a exploração racional da água, entre outros. Isso serve paragarantir o bem-estar das pessoas e adequar a expansão ur-bana ao meio ambiente, reduzindo assim grande parte dosproblemas.

Carolinne Moraes

Reitor: José Pio Martins.Vice-Reitor: Arno Anto-nio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: RenatoCasagrande; Pró-Reitorde Planejamento e Ava-liação Institucional: Cos-me Damião Massi; Pró-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa e Pró-Reitor de Extensão: Bru-no Fernandes; Pró-Reitorde Administração: ArnoAntonio Gnoatto; Coor-denador do Curso deJornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-dores: Ana Paula Mira eMarcelo Lima; Editores-chefes : Daniel Castro( c a s t r o l o n a @ g m a i l .com.br), Diego Henriqueda Silva (ediegohenri-que@ hotmail.com) e Na-t h a l i a C a v a l c a n t e( n a t h a l i a . j o r n a l @gmail.com).

“Formar jornalistas comabrangentes conheci-mentos gerais e huma-nísticos, capacitaçãotécnica, espírito criativoe empreendedor, sólidosprincípios éticos e res-ponsabilidade social quecontribuam com seu tra-balho para o enriqueci-mento cultural, social,político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratório diário doCurso de Jornalismo daUniversidade Positivo –UPRedação LONA: (41)3317-3044 Rua Pedro V.Parigot de Souza, 5.300 –Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR- CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Cidade, um bema ser cuidado

Missão docursode Jornalismo

O horário eleitoral na televisão e no rádio é o momento deacompanhar e refletir acerca das propostas das candidatas ecandidatos aos cargos de deputados estaduais e federais, se-nadores, governadores e presidente da República.

Momento também de ver bizarrices tal qual a propa-ganda do PSDB ao Palácio do Planalto. A primeira questãoque permeia a indignação que muitos eleitores e eleitoras têmconsigo é o sambinha de Serra que o trata como “Zé”. JoséSerra foi ministro e governador do Estado mais importantedo país por duas vezes. O governo, é verdade, não foi de todomal; no entanto, em todas essas ocasiões (inclusive no pleitopresidencial passado), o candidato José Serra jamais, enfati-ze-se, em hipótese alguma, se autodenominou “Zé”.

É verdade que muitos eleitores e eleitoras creem fiel-mente que José Serra é realmente um homem do povo. A ori-gem do candidato tucano, verdade, é humilde. Mas os pobresdefinitivamente não são e nem serão a sua prioridade. Ospobres são diferentes da “massa cheirosa” tipicamente tuca-na.

É por isso que ponho aqui a minha indignação. Sambi-nha, favela, crianças e pretos ao redor de Serra. Essa é a pro-paganda política. Faz-me rir, Serra. O “Zé” que outro diadisse que não se renderia aos marketeiros, como, segundoele, Dilma fez, usa o nome do popularíssimo presidente Lulaem seus jingles eleitorais. “Depois do Lula da Silva é o ‘Zé’que eu quero lá...” Soa um tanto quanto estranho essa cons-trução. José Serra e os favelados só se encontram na campa-nha mesmo.

No rádio, o desespero tucano permanece. As musiqui-nhas entoam algo do tipo: “Dilma pegou o trem andando equer sentar na janela...” Mas a mesma campanha que falaque a Dilma usa a imagem do presidente Lula usa o nome dopetista invariavelmente e repetitivamente durante seu espa-ço de propaganda.

Mas, apesar de todos esses pesares, muitos faveladosirão votar em José Serra. Talvez porque algumas televisões erevistas tentem condicionar as pessoas a isso. Os favelados,escrevo aqui, são aquelas pessoas que vivem ou moram nafavela. Que isso não soe pejorativo aqui, ou que algum tuca-no tente manipular o que estou dizendo. Mas todos têm tele-visão, os favelados, os emergentes sociais, a classe média eos ricos. O problema não é a TV, o problema é a forma comoalgumas emissoras tratam isso, tentando manipular os fave-lados, a classe média e todos mais. Mas isso não é assuntopara ser escrito em poucos caracteres.

Aline Reis

OSerra e [email protected]

“Zé”

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Cada vez mais é precisoter cuidado com o que seacessa na rede mundial decomputadores. A privacidadee as oportunidades que a in-ternet pode oferecer serviramde tema para mais uma edi-ção dos Grandes Debates daRede Teia de Jornalismo, re-alizada ontem na Universida-de Positivo. Mediado peloprofessor e coordenador docurso de Jornalismo, Alexan-

Grandes Debates discutem privacidadee oportunidades da rede mundialAndré Rosas

dre Castro, o debate duroutrês horas e reuniu alunosdos cursos de Jornalismo,Publicidade e Propaganda,Direito e Pedagogia.

Entre a mesa convidadaestava a jornalista e empre-sária Adriane Werner, quereassaltou durante sua falaas grandes chances no mer-cado de trabalho que a in-ternet pode proporcionar.“Minha agência atende uma

empresa que possui 250 blogse 150 funcionários contratadospara mantê-los. É um ramomuito promissor, seu cresci-mento é cada vez mais rápi-do”, disse durante o debate.

Casos do dia a dia tambémforam expostos durante o en-contro. Os convidados trouxe-ram fatos do cotidiano paraexemplificar as falas, como ocaso da pedagoga LiliamarHoça. “Certa vez vi que um

aluno de Direito não foi con-tratado por participar de umgrupo em uma rede social.Tudo é analisado hoje emdia”, disse. A aluna de jorna-lismo Nicolle Zancanaro mos-trou que é preciso reforçar osavisos. “Apesar de estarmoshá algum tempo nessa era vir-tual, é preciso relembrar: aspessoas ainda são desavisa-das e é preciso utilizar os ser-viços com moderação”, afir-

ma.O advogado Eros Cordeiro,

que também compôs a mesa-re-donda, aproveitou a ocasião eexplicou como proceder nocaso de uma difamação na in-ternet. “É preciso estar atentoe se houver algo, mesmo quevocê não conheça a pessoa,deve fazer uma denúncia e re-latar em uma delegacia. Hojeé mais fácil detectar de ondevêm esses abusos”, explicou.

Fotos: Fernando Mad

O IBGE divulgou na ma-nhã desta segunda-feira osdados mais recentes sobre oCenso 2010. Até o momento,48% da população já foi re-censeada, o que abrange umtotal de 92,7 milhões de pesso-as. Ao todo, 36,4 milhões dedomicílios já receberam a visi-ta de um recenseador.

Desde o dia 1º de agosto,recenseadores estão nas ruaspara realizar a coleta de dadospara o Censo 2010. São maisde 190 mil trabalhadores que,pelos próximos dois meses, es-tarão visitando os 58 milhõesde domicílios particulares

Tranquilidade resumeo Censo 2010 até agora

Mas, mesmocom essatranquilidade,não são todosos que estãodispostos acolaborar com acoleta de dados

Maria Ester ChavesNiespodzinski

existentes no Brasil.Segundo a chefe de um

dos postos de coleta doIBGE de Curitiba, Maria Ali-ce Chaves, existe procedi-mento especial para a sele-ção e capacitação dos agen-tes recenseadores. “Elespassam por um processo se-letivo e depois recebem o‘manual do recenseador’ e o‘roteiro para autoinstrução’.Após isso, passam por umtreinamento presencial decinco dias e meio, quantoaprendem os conceitos, omanuseio do PDA – que é oequipamento eletrônico de

coleta de dados, e a maneirade realizarem as abordagens”.

De acordo com a recensea-

dora e estudante Daniela Se-righelli, a recepção do Censo2010, por parte dos cidadãos,está sendo bem tranquila.“As pessoas têm me tratadosuperbem, inclusive existemaqueles que pedem para par-ticipar do recenseamento”,declarou ela.

Mas, mesmo com essa tran-quilidade, não são todos osque estão dispostos a colabo-rar com a coleta de dados.Daniela contou que tem pes-soas que estão sempre muitoocupadas e tem aquelas quedesconfiam do recenseador.“Uma vez eu fui à casa de um

senhor que pediu meus docu-mentos, minha matrícula doIBGE e o telefone do setor deonde eu trabalho para confir-mar a minha visita”, disse.

A estudante de jornalismoda Universidade Positivo Na-tasha Virmond disse que járecebeu o recenseador emcasa e achou o tratamentomuito bom. “Ele foi muitoeducado e soube fazer umaabordagem rápida”. Natashaacrescentou ainda que, com aimplantação dos novos apa-relhos de coletas de dados, osPDAs, a visita se tornou me-nos cansativa.

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Saúde

Depressão, transtorno bi-polar, ansiedade. Esses são ma-les que cada vez mais afligem aspessoas. Tidos como problemas psí-quicos, não são todos que osconsideram dessa maneira —muito menos sabem que a psi-quiatria é a especialidade médi-ca responsável pelo tratamentode tais enfermidades.

Composta por três etapasde tratamento — a avaliação ini-cial, as consultas externas/am-bulatórios e o internamento psi-quiátrico (caso necessário) —, apsiquiatria tem registros de tersurgido no século V a.C. Teve sig-nificativa evolução no séculoXVIII, com a utilização de méto-dos mais eficazes e humanos

nos pacientes.O século XX marcou a re-

novação da compreensão bioló-gica das doenças mentais. Des-de então, cientistas vêm pesqui-sando explicações para o surgi-mento das moléstias psíquicas.

Ainda no século XXI, umconsiderável número de pesso-as trata tais distúrbios como sim-ples falta de força de vontade ouuma simulação visando con-quistar atenção – de acordo como psiquiatra Leocádio Celso.

“De modo geral, os doen-tes psiquiátricos não são com-preendidos porque suas doen-ças não têm a natureza concre-ta, palpável, das demais doen-ças. Isso faz com que sejam con-siderados, muitas vezes, comosimuladores ou pessoas comcarência de força de vontade —como se bastasse força de von-tade para se curar dos transtor-

A psiquiatria, uma das ciências mais antigas, ainda é alvo de muitasincompreensões, fruto da desinformação

Ehnaeull E. G. GonçalvesO coração é uma bomba

eficiente que bate de 60 a 80 ve-zes por minuto em repouso du-rante toda a vida e impulsionade cinco a seis litros de sanguepara todo o corpo. A pressãoarterial é a força com a qual ocoração bombeia o sangue atra-vés dos vasos. Ela é determina-da pelo volume de sangue quesai do coração e a resistênciaque ele encontra para circularno corpo.

Pode ser modificadapela variação do volume ouviscosidade (espessura) dosangue, da frequência cardíaca(batimentos cardíacos por mi-nuto) e da elasticidade dos va-sos. Os estímulos hormonais enervosos que regulam a resis-tência sanguínea sofrem a in-fluência pessoal e ambiental.

A hipertensão é conside-rada um fator de risco para odesenvolvimento de doençasdo coração. Na maioria das ve-zes, provoca sintomas tidoscomo comuns, tais quais doresde cabeça, tonturas, mal-estar,entre outros.

De acordo com o médicoMarcio José da Silva Linhares,cerca de 90% dos pacientes dehipertensão desenvolvem a do-ença por causa de má alimen-tação, obesidade, uso indevidode medicamentos, estresse, se-dentarismo e vários outros há-bitos. “As pessoas precisam seconscientizar de que hábitosinadequados e indevidos sóvão acabar com a saúde dosseus corpos”, relata o médico.

Ainda segundo Marcio,

a pressão alta pode ser diag-nosticada pelo encontro de ní-veis tensionais acima dos limi-tes superiores ao da normal.“A pressão é determinada pelametodologia adequada e emcondições apropriadas”, afir-ma.

O comerciante AugustoNogueira descobriu que tinhahipertensão no início do anopassado. E desde o dia quedescobriu o problema, come-çou a seguir uma regra dife-renciada de vida.

“Depois que descobri queera hipertenso, tive que mu-dar totalmente meus hábitos.Agora tenho uma dieta equi-librada, pratico atividades fí-sicas, não como mais alimen-tos muito salgados e tive queparar de fumar, um hábitoque trazia comigo desde os19 anos de idade”, diz Au-gusto.

A pressão arterial podemudar durante o dia. Ela é me-nor quando o corpo fica em es-tado de repouso, ou seja, quan-do a pessoa está dormindo, eaumenta quando acorda.

A pressão do corpo seeleva também quando o emoci-onal está alterado. De acordocom especialistas no assunto, ahipertensão pode causar da-nos mais graves para a saúdedo portador da doença.

Portanto, é preciso se-guir rigorosamente as orienta-ções médicas.

A doença é considera-da grave, porém pode ser con-trolada e para isso é precisocuidados especiais e hábitossaudáveis para a vida.

nos psiquiátricos”, diz.Essa simplificação das

doenças é prejudicial tanto parao paciente – que sofre com o des-caso e preconceito – quanto parao psiquiatra – que também é dis-criminado em função de lidarcom “loucos”.

Psiquiatria na sociedadeA forma como parte da

sociedade ainda enxerga os dis-túrbios psíquicos e a psiquiatria,além de tudo, é anacrônica. Com o aumento do núme-ro de casos dos males relaciona-dos à mente – inclusive com adepressão ganhando a alcunhade “mal do século” -, torna-seainda mais necessário o escla-recimento das pessoas.

Motivos para a visão er-rônea da profissão são vários;entre eles, a “natureza não pal-pável” das moléstias psíquicas.“De modo geral, é um conceitonegativo em função de que napsiquiatria não existem marca-dores biológicos que possibili-tem diagnósticos precisos pormeio da solicitação de exames,como em outras especialidadesmédicas”, explica Leocádio.

Mesmo aqueles que pro-curam um psiquiatra para tra-tarem seus distúrbios têm idei-as erradas sobre o que é a profis-são. Leocádio é bem claro.“Muitos vão ao psiquiatra depoisde muita insistência, em virtudedo preconceito de que o profissi-onal é ‘médico louco’ e, depoisda consulta, verificam que essaideia é falsa”.

Desvendando apsiquê

Pressão altaé coisa séria

Jéssica Marcatti

Descubra os motivos que causam essadoença que muitos brasileiros têm e nãosabem

SXC/ Artem Chernyshevych

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Alimentação

Botando nabalançaRefeição feita em casa só é mais barata do que norestaurante por quilo quando preparada paramais de uma pessoa

Luisa Melara

O preço do quilo nos restaurantes cobrados por peso emCuritiba varia de R$15,90 a R$40

Luisa Melara

Quando o assunto érestaurante por quilo, o dis-curso é sempre o mesmo. "Nãotenho tempo para almoçar. Noquilo é mais rápido", diz a es-tudante de direito MarianaGauer. "Gosto desse tipo derestaurante porque tem maisvariedade", afirma a assesso-ra de imprensa Janaína De-graf. Será que esta opção, alémde ser rápida e diversificada,também é a mais barata?

O preço do quilo nosrestaurantes curitibanos quecobram refeições por peso va-ria de R$ 15,90 a R$ 44. Essesvalores mudam conforme a di-versidade e qualidade dosprodutos oferecidos em cadaestabelecimento. Os restau-rantes mais caros geralmenteoferecem alimentos mais sofis-ticados, como risotos, grelha-dos e massas preparadas in-dividualmente. O mercado derestaurantes orientais tambémoferece a opção cobrada porpeso. Nessa categoria, o quilo

pode chegar a R$ 60.A administradora Letí-

cia Pereira, que faz pratica-mente todas as refeições emcasa, afirma que, ao preparar acomida da família, gasta mui-to menos do que comprandoem restaurantes self-service."Como os almoços lá de casareúnem no mínimo quatro pes-soas, a refeição acaba saindomais barata. Mesmo trabalhan-do fora, é melhor e mais em con-ta fazer a comida”.

Porém, Letícia alerta quepratos preparados saem maisbaratos somente quando feitospara mais de uma pessoa."Existem alguns alimentos quenão duram na geladeira e ou-tros que só são vendidos emgrandes quantidades. É muitodifícil comprar menos de umquilo de feijão", explica.

Diferença de preços

Calculando os valoresde uma refeição feita no restau-rante por quilo e preparada em

casa, é possível constatar queos pratos cobrados por pesopodem custar quatro vezesmais do que os feitos em casa,aproximadamente.

Uma refeição normal dearroz, feijão, filé de maminha,couve e salada pesa 450 gra-mas, variando conforme o bio-tipo de cada pessoa. Este pra-to, dependendo do restauran-te, custa de R$ 7,15 a R$ 13,50.A mesma refeição feita em casa,com todos os produtos neces-sários, comprados nas porçõese quantidades oferecidas nomercado, sai em torno deR$28,90, servindo 10 pessoas.Individualmente o gasto é deR$2,89.

A diferença de valores ede economia é grande, contu-do outras despesas devem serlevadas em conta, conforme ex-plica Letícia. "Não podemosesquecer que o prato prepara-do em casa não custa apenas opreço dos alimentos. Luz, gás,detergente e água entram nes-ta conta. Porém, mesmo assim,

vale a pena economicamente co-mer em casa", afirma.

O preço dos restaurantespor quilo também deve ser con-siderado não somente pelos va-lores cobrados pelos alimentos.Segundo o presidente parana-ense da Associação Brasileirade Bares e Restaurantes (Abra-sel), Luciano Bartolomeu, paga-se em um restaurante o preçodas refeições mais o serviço.“Quando melhor for o restau-rante, melhor será a comida eprincipalmente o serviço”, diz.

Mercado

O restaurante por quilosurgiu no Brasil por volta de1995, popularizando-se a par-tir do ano 2000. Sua ascensãose deu principalmente pelo au-mento da participação da mu-lher no mercado de trabalho.

Segundo Bartolomeu, amodalidade de restaurantes porquilo cresceu de 5% a 7% nosúltimos anos. "Isso é resultadodo aumento significativo das re-

feições feitas fora de casa",diz.

No Brasil, 27% do orça-mento alimentício da popula-ção correspondem às refei-ções feitas em restaurantes.Em Curitiba, esse valor chegaa 30%. "É natural que o mer-cado por quilo esteja crescen-do, comparado com a realida-de norte-americana. A opçãopor quilo, além do mais, é me-lhor aceita porque evita o des-perdício, o que acontece nosrodízios e buffets cobrados porpessoa", afirma Bartolomeu.

"Como os almoços lá decasa reúnem no mínimoquatro pessoas, a refei-ção acaba saindo maisbarata. Mesmo traba-lhando fora, é melhor emais em conta fazer acomida”.Letícia Pereira, adminis-tradora

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Comprei o meu primeiro Penguin com mo-edas, ao todo foram oito de uma libra cadauma. Eu estava na Foyles, uma das grandesredes de livrarias do Reino Unido. Naqueledia passei reto pelos lançamentos de verão“capa dura”, realmente queria um livro queeu pudesse carregar na bolsa e ler usandoapenas uma mão, enquanto me seguravapara não cair no metrô. Recusei a sacola ofe-recida pela moça do caixa e não fiz questãodo troco de um pence. Saí de lá com o meuprimeiro livro da lendária editora Penguin:“Down and Out in Paris and London”, deGeorge Orwell.

Nas devidas proporções, eu estava namesma situação de Orwell na época em queescreveu o livro de 1933. Trabalhava em umcafé e era um “andarilho” por Londres. Umlivro de 7,99 libras era a única opção que seencaixava no meu orçamento. Já em 1935, sevocê quisesse ler um bom livro, teria que termuito dinheiro ou ser sócio de uma bibliote-ca. Edições baratas e de bolso até existiam,mas a péssima qualidade da capa era refle-xo do próprio conteúdo. Após uma visita aAgatha Christie, em Devon, interior da Ingla-terra, Allen Lane procurava em uma bancade jornais na plataforma da estação de tremalgo para ler no caminho volta a Londres.Não encontrou nada de interessante. Foi

Eduardo MacariosEscreve quinzenalmente sobre literatura,sempre às terç[email protected]

nesse contexto que Lane idealizou a Pen-guin.

Eu escolho livro pela capa. A capa, oacabamento da lombada, a textura, o peso.Tudo tem que combinar de forma que me se-duza. E essa foi uma das premissas para anova editora que surgia: literatura contem-porânea de boa qualidade e um formato atra-ente. “Azul claro para grandes ideias”, “ver-de para mistérios” e “laranja para ficçãofantástica” são alguns exemplos de comosão as capas dos livros, da Penguin, semprecom duas barras da cor, título e autor aocentro. Às vezes a capa levava uma fotogra-fia do autor, e recentemente até fotos ilus-trativas em algumas séries comemorativas.Mas o design tradicional é inconfundível.

Logo nas primeiras páginas há umbreve histórico do autor e obras publicadas.Um verdadeiro guia, que pode até passardespercebido, mas que fazia uma falta tre-menda em tempos sem “Google”. Talvez porisso essas edições tenham feito tanto suces-so com estudantes nos anos 60. Qualquerum que pegasse um Penguin na mão estavapor dentro do contexto da obra. “Era um ca-pricho que, na época, pensávamos encontrarem certos detalhes das edições da José Olym-pio ou da própria Civilização Brasileira”,conta o escritor e jornalista Ruy Castro emseu blog. Ele lembra com saudosismo “asensação era a de que a Penguin nos trata-va como adultos”.

Hoje, 75 anos depois, os clássicos daPenguin são lançados no Brasil com novatradução, resultado da parceria entre a edi-tora britânica e a Companhia das Letras. Osprimeiros quatro títulos são: "O Príncipe",de Maquiavel, com prefácio de FernandoHenrique Cardoso e nova tradução, deMaurício Santana Dias; "Pelos Olhos deMaisie", de Henry James, "O Brasil Holan-dês" e "Joaquim Nabuco Essencial", organi-zados pelo historiador Evaldo Cabral deMelo.

Nunca tive a chance de ler nenhumdesses livros. Talvez porque nunca tenhaido com a cara pálida e mal plastificada deMaquiavel na capa da edição de “O prínci-pe” da editora Mantin Claret, mas agoracom ele um pouco mais simpático, vou daruma chance.

Clássicos daPenguin ganhamedição brasileira

Literatura

Eu escolho livro pelacapa. A capa, oacabamento dalombada, a textura, opeso. Tudo tem quecombinar de forma queme seduza. E essa foiuma das premissas paraa nova editora quesurgia: literaturacontemporânea de boaqualidade e um formatoatraente

Anna LuizaEscreve quinzenalmente sobre [email protected]

La piel quehabitaAlmodóvar

Cinema

Paixões ardentes; a profundidade do universofeminino; sentimentos contidos; cultura lat ina;cores fortes e detalhes que conferem uma atmos-fera art íst ica aos longas. Esses pontos caracteri-zam todos os 17 f i lmes do diretor espanhol Pe-dro Almodóvar, que estreou nas telas do cinemamundial há 30 anos.

Como não poderia deixar de ser, a nova obra“La Piel que Habito”, que está sendo filmada des-de o dia 23 de agosto, promete ser daquelas quefazem o telespectador parar para pensar sobre aspróprias ideias e princípios.

O roteiro é baseado no aterrorizante romance“Tarântula”, escrito em 1984 pelo francês Thier-ry Jonquet. A história é de um eminente cirurgiãoplástico que cria um novo t ipo de pele, que su-postamente poderia ter salvado sua mulher damorte, causada por um acidente de carro.

Outra coisa que estará em destaque é a capa-cidade do diretor de levantar polêmicas, pois asaga do médico será marcada por ações passio-nais e nada ét icas . Quem já assist iu “Fale comela”, “Volver” ou “Carne trêmula” sabe que a fal-ta de racional idade é uma característ ica muitoforte dos filmes de Almodóvar.

O elenco também não deixa a desejar: o cirur-gião será interpretado por Antonio Banderas, quenão t rabalhava com o dire tor desde “Ata-me”( 1 9 8 9 ) . A l é m d o p r o t a g o n i s t a , a t u a m E l e n aAnaya, Marisa Paredes, Jan Cornet, Roberto Ála-mo, Blanca Suárez, Eduard Fernández, José LuisGómez, Bárbara Lennie, Susi Sánchez, FernandoCayo e Teresa Manresa.

As f i lmagens estão previstas para durarem 10a 11 semanas e custarão em torno de 12 milhõesde euros. O cenário será bastante espacial : estãosendo fe ias cenas em Santiago de Compostela ,Madri , Toledo. Lugares esses que já não bastas-sem ser especiais , serão reinventados por Almo-dóvar, pelo diretor de José Luís Alcaine e o mon-tador José Salcedo, que provavelmente não darãoprioridade para as panorâmicas, mas sim a en-quadramentos fechados cheios de signif icado. Etudo isso será temperado pela tr i lha sonora ela-borada pelo músico Alverto Iglesias, que confereuma atmosfera única aos longas.

Como público, só nos basta esperar por maisuma vez nos surpreendermos com a capacidadede Almodóvar transformar cada um de seus f i l -mes em obras primas singulares e, cada um a seumodo, insuperáveis.

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Resenha

Diar Portes

O romance “A Hora da Es-trela” é narrado por RodrigoS.M, que conta a história deMacabéa. A personagem pro-tagonista sai de Alagoas,rumo ao Rio de Janeiro, ondepassa a viver com quatro co-legas, em um quarto.

Na capital carioca consegueum emprego de datilógrafa..A personagem é consideradauma mulher comum, sem acapacidade de conquistar umpossível namorado ou mari-do. Doente, feia e com maushábitos de higiene, sonhavaem ser uma estrela, como aatr iz americana Mari lynMonroe.

No decorrer da históriaela começa a namorar Olím-pico de Jesus, um nordestinoambicioso. Ele acredita queMacabéa não tem chances demelhorar de vida. Talvez, porisso, Olímpico se vê atraídopela personagem Glória, acolega de t rabalho deMacabéa, cujo pai é dono deum açougue. Ao descobrir atraição, Macabéa se entriste-ce, e para esquecer a situaçãovai até uma cartomante, aqual diz que ela seria feliz, esua felicidade viria do "es-trangeiro".

Por um momento, a previ-são dá certo, já que Macabéaé atropelada por Hans, umestrangeiro que dirigia umcarro de luxo. Essa é a "hora

da estrela". Os sonhos estãoprestes a serem realizados,pois a recompensa para al-guém que ninguém percebe,e é desprezada pela sua apa-rência, cria a expectativa desubir na vida e permite sen-tir um pouco de felicidadepassageira.

A autora Clar iceLispector, encontrada atra-vés do narrador do l ivroRodrigo S. M., mantém suascaracterísticas principais,pois na obra, certa reflexão eum personagem forte que

move o enredo, traz à tonauma personagem marcante.Também, numa parte do li-vro a narração causaquestionamentos referentesà posição que o escritor ocu-pa na sociedade, o seu papeldiante dela e a quem possachegar sua obra através daliteratura. As semelhançasentre a comparação deMacabéa com a rotina e sen-timentos humanos se entre-laçam, afinal muitos pensame sonham com a sua “hora deestrela”.

A estrela da

Divulgação

horaPerturbador. Não consigo

pensar em outra palavra. Olivro “O filho eterno”, deCristovão Tezza, deixa o lei-tor perturbado. Já ouvi descri-ções que falam de Dostoievskie Kafka como pesadelosautodestrutivos. Guardadasas devidas proporções o queperturba em Tezza é que ele éreal. O livro prende o tempotodo, em uma teia de realida-de de que você não pode es-capar. Cada segundo do pen-samento do pai mostra queaquela é uma realidade per-manente, sem espaço paraescapes e finais.

Os personagens sem nome– o pai escritor fracassado, amãe com sentimento de cul-pa, o filho “mongoloide”, afilha “normal” – são abstra-ções que não se mostramcompletamente. O olhar vici-ado do pai, que só sabe ver opróprio umbigo e a falta deespaço para esse “proble-ma”, no seu mundinho, nãonos deixa conhecer a histó-ria. Tudo que queremos saberé ocultado pela obsessão doque o pai pode ver. Não co-nhecemos a mãe, não sabe-mos o que ela pensou, o quefez, o que sofreu, apenas suarelação de culpa com o mari-do, apenas o pouco dela queele se permitia enxergar, oumelhor, o que pulava em suafrente.

Não sabemos da filha, ser

inexistente que só precisa deágua para sobreviver. Nãosabemos do próprio filho, suaexistência é apenas a coletâ-nea de suas incapacidadesenumeradas pelo pai.

O livro é desolador, per-turba, assusta. Mas exata-mente nesse aspecto ele é bri-lhante, e audacioso. A cora-gem que Tezza dá a seualterego de falar aquilo queninguém jamais admitiria,que ninguém ouve nem emseus pensamentos, com acrueza de quem não sente, éo que modula o livro.

Lembrando a introduçãode Cem Anos de Solidão, deGabriel García Márquez, é otom de se contar a históriasem mover um músculo daface, sem sentir o sentimen-to. Tezza consegue uma dis-tância inimaginável parauma história tão próxima etão sua, permitindo que cadasentimento seja unicamentedo personagem, impassível einsensível daquele que escre-ve, e por isso, sem perdões emeios termos.

É um livro que sem dúvi-da vale a pena, mas apenaspara os que acreditam queirão aguentar. Diferente deuma crítica que li sobre o li-vro antes de lê-lo, não reco-mendaria para um casal queacabou de receber a notíciade que terá uma cr iançaDown.

O filhoeterno

Clarice Lispector

Caroline Evelyn

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ulga

ção

Page 8: LONA 582 31/08/2010

Curitiba, terça-feira, 31 de agosto de 20108

Host Clubs e o

Renato Murakami

Já imaginou um clubenoturno, onde vários jovensbonitos e com o visual damoda servem e paparicam asclientes? Por mais que vocênunca tenha ouvido falar, elesexistem – e talvez exista ummais próximo do que você ima-gina. Mas nada tão únicoquanto os Host Clubs do Ja-pão.

Apesar da abordagemespecífica do documentário, areflexão é sobre um tema forteque raramente é questionado etem status de quase intocávelno ocidente: o conceito doamor, paixão ou felicidade pormeio destes.

É um filme que vai sur-preender especialmente aque-les que só conhecem o estereó-tipo superficial da cultura japo-nesa moderna, disseminadapela grande mídia e boa parteda internet em diversos paísesocidentais.

Título

The Great HappinessSpace (O espaço da grande fe-licidade) pode ser visto comouma jogada irônica, ou comoreflexão sobre o tema. Os entre-vistados (incluindo algumas

clientes) dizem em vários mo-mentos que os Host Clubs estãono “negócio de vender felicida-de”, ainda que momentânea eilusória.

Uma possível leitura se-ria o grande espaço vazio queaqueles que estão envolvidoscom a compra e venda dessafalsa felicidade sentem, ou ten-tam preencher.

Com maestria, o diretorrevela, de depoimento em depo-imento, cena a cena, detalhesda vida dos entrevistados quemudam a perspectiva de quemassiste.

Construção

Dirigido pelo inglês JakeClennel, o documentário é com-posto por entrevistas e filma-gens do Cafe Rakkyo - que ficana região de Shinsaibashi, emOsaka - um dos mais famososda região no ano da filmagem(2006).

O personagem central é odono e host mais requisitado doestabelecimento – Issei (na foto),de apenas 22 anos. Ao invés deadotar um tom de denúncia,definir claramente quem estácerto ou errado, o diretor optoupor revelar, com ajuda da sin-

ceridade extrema e cortante dosentrevistados, o lado humanodos personagens, sem julga-mentos, o que inevitavelmenteleva a reflexões sobre a socieda-de moderna em que vivemos,mesmo que o leitor não seja doJapão.

Apesar da temáticaadulta, o documentário nuncaapela para o sexo ou erotismopara compor o cenário.

Avaliação

Trata-se de um daquelestítulos obscuros, de que poucosouviram falar, mas que recebeuvários prêmios e que, talvez porfugir dos padrões da indústriade filmes, ou talvez por tratar deum assunto incômodo, acabounão recebendo atenção, nemchegando a um público do ta-manho que merece.

Eu poderia recomendarapenas para os interessados emconhecer melhor alguns aspec-tos do “Japão de verdade”, masacredito que o tema é muitomais amplo que isso, se dada adevida atenção.

Maiores informações na pá-gina oficial:

w w w . t h e g r e a thappinessspace.com/

amorDivulgação

Cultura

Afeto e sadismo

Baseado no conto de mesmo nome, escrito em 1870 por Sacher-Masoh, a peça “A Vênus das Peles” discute conceitos de amor,desejo, literatura, filosofia, sadismo e masoquismo. A históriaconta como uma relação afetiva e sexual se torna um relaciona-mento de sexo aberto, sadismo e masoquismo. Além de cenas nopalco, a história também é apresentada através de imagens proje-tadas.

Quando: Quarta a sábado, às 21h; domingo, às 19hOnde: Teatro Barracão Encena (R. Treze de Maio, 160, Centro)Quanto: R$ 20

Retratos da reconstrução

Em fevereiro deste ano, a Ilha da Madeira sofreu a maior catástro-fe natural dos últimos cem anos: uma série de inundações quedestruiu quase toda a infraestrutura do local. Na mostra “Ilha daMadeira – Pérola do Atlântico”, o fotógrafo português Jorge Feli-pe de Teixeira expõe imagens que retratam as belezas da ilha, suadestruição e reconstrução.

Quando: 9h às 12h e 14h às 18hOnde: Casa da Leitura Miguel de Cervantes (Praça da Espanha,Bigorrilho)Quanto: Entrada Franca

Percussão inusitada

Um dos mais famosos grupos performáticos do mundo, o Stompchega a Curitiba para uma serie de três apresentações no TeatroPositivo. Hoje, amanhã e quinta, o grupo americano apresentaseu novo show, que combinaa percussão com materiais recicla-dos e objetos inusitados, como vassouras e latas de lixo, comefeitos visuais.

Quando: Hoje, amanhã e quinta, às 20h30Onde: Teatro Positivo ( R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza,5300, Campo Comprido)Quanto: R$ 90 a R$ 150

MenuRodrigo Cintra

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