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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 713 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, 11 de maio de 2012 Nesta quarta e quinta-feira, a UFPR recebeu convidados e alunos para debater sobre assun- tos como transexualidade, travestilidade, homo- fobia, lesbofobia e transfobia. Joana Castro Seminário na UFPR discutiu sobre transexualidade Pág. 3 História Há 160 anos era foi inaugurada primeira linha de telégrafo no país Pág.4 Opinião Cinema acerta em recriar personagens Pág. 2 Esporte Conheça um pouco mais sobre o Pró-Wrestling Pág. 2

LONA 713 - 11/05/2012

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: LONA 713 - 11/05/2012

Curitiba, sexta-feira, 11 de maio de 2012

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 713Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 11 de maio de 2012

Nesta quarta e quinta-feira, a UFPR recebeu convidados e alunos para debater sobre assun-tos como transexualidade, travestilidade, homo-fobia, lesbofobia e transfobia.

Joana Castro

Seminário na UFPR discutiu sobre transexualidade

Pág. 3

História

Há 160 anos era foi inaugurada primeira linha de telégrafo

no país

Pág.4

Opinião

Cinema acerta em recriar

personagens

Pág. 2

Esporte

Conheça um pouco mais

sobre o Pró-Wrestling

Pág. 2

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Curitiba, sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Pró-Wrestling é um esporte originado do wrestling, um tipo de luta olímpica que vem crescendo no Brasil. Basicamente a diferença entre um e outro é que, no primeiro, além da luta propriamente dita, há uma histó-ria criada em torno dessa luta e os golpes têm muito mais uma função de impressionar do que propriamente atacar os adversários.

No Brasil, muitos conhecem esse esporte, devido ao tempo que ele foi transmitido no SBT. Todo o sábado à tarde reservava o meu tempo para assistir a WWE, que é a maior empresa desse tipo de esporte no mundo, sediada nos Estados Unidos - onde se situam também as outras maiores empresas de Pró-Wrestling do mundo. Os golpes e as histórias criadas em torno da luta acabaram me atraindo e até hoje sou um grande fã e acom-panho a empresa há quase três anos.

Entretanto, o que me aborrece, quando “revelo” que gosto de acom-panhar esse esporte, são as pessoas que alegam que é tudo mentira, que é armado que os golpes não são verdadeiros, entre outras afirmações ridícu-las. Não vou mentir e dizer que tudo é mentira.

Realmente, os lutadores começam a luta já sabendo que vai ser o ven-cedor, até porque são empresas muito mais de entretenimento do que, propriamente dita, de luta. Já quanto aos golpes, eles não são falsos, mas são projetados, realmente para não “machucar” os lutadores. Porém temos algumas submissões que realmente podem machucar ou até “apagar” o adversário.

Portanto, se você é um dos que criticam, mas nunca assistiu, reserve uma hora que seja para assistir no Esporte Interativo, toda quarta-feira, às 20 h. Se você nunca assistiu e nem conhece, assista também, para pelo menos conhecer esse esporte que, torço e acredito, num futuro não tão distante, seja difundido aqui no Brasil.

O maior medo da maioria de motoristas apressados é o ra-dar de trânsito. Aquele pequeno dispositivo que fica instalado em cima de um poste na lateral da pista é o maior responsável por multas em todo o Brasil. Criados para multar infratores no excesso de velocidade e também aqueles que furam o si-nal vermelho e fazem conversões proibidas, os radares são indispensáveis quando se almeja um trânsito mais seguro e organizado.

Ao analisar o registro desses dispositivos em Curitiba, os números que aparecem são bem satisfatórios. No início de 2012, as infrações de trânsito registradas tiveram uma dimi-nuição de 38% em relação ao mesmo período analisado no ano passado. Essa queda também na quantidade de multas foi registrada em todas as capitais do Sul e do Sudeste.

O que deveria ser algo que trouxesse a felicidade geral, na verdade gera desconfiança. 38% a menos é um valor muito alto em se tratando de tânsito. Essa queda depende direta-mente da mudança comportamental de muitos motoristas na capital paranaense ou de uma mudança de critério do BPTran ao aplicar multas. Uma mudança de critério não foi anunciada por nenhum órgão, mas todos sabem que 2012 é um ano elei-toral. O fato de a queda na aplicação de multas acontecer bem em um ano eleitoral acaba soando conveniente demais para a prefeitura. É uma estratégia talvez de deixar a população menos irritada, uma vez que multas são fortes causadores de estresse.

Vale lembrar que no início de março deste ano uma licita-ção para a compra de novos radares foi suspensa pelo TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná). O edital da pre-feitura, lançado no fim do ano passado sobre essa licitação, exigia um novo tipo de tecnologia que seria mais eficiente. Sem essa licitação aprovada, os radares da capital continuam sendo da mesma empresa que sofreu denúncias pelo progra-ma Fantástico, que dizia que multas poderiam ser facilmente manipuladas. Após essas denúncias o prefeito Luciano Ducci rompeu contrato com a empresa.

Seguindo uma lógica básica, com a diminuição de multas o número de acidentes aumentaria. Por mais incrível que pareça isso não aconteceu. Enquanto os motoristas no início deste ano receberam menos multas, eles também se acidentaram menos, cerca de 9% menos. Com todos esses fatos em mãos fica difícil dizer se a os números eram exageradamente gran-des antes, ou se estão exageradamente menores agora.

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Editorial Opinião

Reeducação no trânsito ou nos radares? Lucas Borodiak Karas

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comu-nicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Apareci-da de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso | Editorial: Matheus Klocker

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Sou-za, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Conhece o Pró-Wrestling?

Expediente

O gênio de Baker StreetMaximilian Rox

O cinema anda apostando muito na onda das adaptações cinematográfi-cas das histórias em quadrinhos e livros famosos. Dos heróis norte-ameri-canos, totalmente popularizados com o recente filme dos Vingadores, aos personagens clássicos da literatura - como Sherlock Holmes - a empresa cinematográfica atual explora as personalidades de personagens únicos e intrigantes.

Das recentes adaptações, acompanhei o famoso detetive de Londres com muita curiosidade. Devidamente atuado por Robert Downey Jr., fa-moso pela interpretação do egocêntrico Tony Stark e sua armadura que o caracteriza como Homem de Ferro. O ator estadunidense deu o toque envolvente, romântico e irônico necessário para que o personagem de Co-nan Doyle fosse revivido pela paixão pública. Desconsiderando os deslo-camentos que as adaptações cinematográficas por vezes realizam, a aura intelectual, arrogante e detalhista do personagem manteve-se intacta. O cinema reviveu de forma brilhante a alma única de Sherlock Holmes. E assim o faz com outros ícones.

Assistir Holmes foi como despertar o sonho de criança de ir para Ingla-terra e ser um detetive. Por mais fã das deduções que envolviam a ruazi-nha de Baker Street, hoje entendo que desvendar os enigmas do Professor Moriarty seria trabalho para a personalidade única do imaginário detetive inglês. Ao menos fica a lição que orienta, ao lado do “Ideal do crítico” de Machado de Assis, meu espírito crítico: “os pequenos detalhes são sempre os mais importantes”.

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Curitiba, sexta-feira, 11 de maio de 2012 3

A Universidade Federal do Paraná foi sede, nesta quarta e quinta-feira, do II Seminário UFPR Fora do Armário, uma união da Universidade com as or-ganizações PAR (Partido Acadêmico Renovador) e CEPAC (Centro Para-naense de Cidadania). No primeiro dia ocorreram discussões sobre homofo-bia, lesbofobia, transfo-bia e racismo. O segundo dia foi dividido em duas

O seminário apresentou aos acadêmicos formas de mobilização social relacionadas com assuntos como a transexualidade

etapas de debate: às 9 ho-ras o tema principal foi Transexualidade e Tra-vestilidade. E às 19 horas foi Lesbofobia, Bifobia, Gêneros e Femi-nismo.

Daya-na Bru-n e t t o , m e s t r e em edu-c a ç ã o , abriu o segundo dia de debates com o assunto Transfobia e Educação. A professo-ra, homossexual, afirma que quanto mais cedo é a transformação menor é

Joana CastroGiuliana NogaraMaria Luiza de Paula

acredita ser muita petu-lância por parte da esco-la achar que é só ela que educa.

CasosJosiane Bougers, vice-

presidente do Transgru-po Marcela Prado, tran-sexual. O grupo em que Josiane é membro tem o objetivo principal de promover a cidadania e a saúde dos transexuais e travestis, além de comba-ter e derrubar os estigmas existentes entre as duas classificações. A vice-presidente afirma que em 2011 ocorreram, aproxi-madamente, 260 homi-

cídios a LGBTT’s, e em 2012 já foram divulgados 5 casos de transexuais assassinados em Curiti-ba. Josiane acredita que mesmo com a conquista do Processo Transexuali-zador pelo SUS, onde o homem ou a mulher passa por meses de tratamento, tanto psicológico como hormonal, para fazer a mudança de sexo, existe um retrocesso da socieda-de quanto a essa questão.

Caio Novaes, 52 anos, servidor público, transe-xual. Novaes é membro do Transgrupo Marcela Prado e há pouco menos de 10 anos, quando des-cobriu a transexualidade. Até então, ele vivia como lésbica, porém nunca ha-via se encaixado nesse perfil. Foi somente aos 42 anos que Novaes enten-deu o que era e quais eram as diferenças de se tornar um transexual. “Imagine você colocar uma fantasia de Carnaval e nunca mais tirar. É muito difícil não poder ser você mesmo”, desabafa.

A Transexualidade é considerada pela Organi-zação Mundial de Saúde um transtorno de identi-dade de gênero, ou seja, uma doença. Portanto, o tratamento feito por hos-pitais é com acompanha-mento médico e psicoló-gico de meses. Porém, a cirurgia de transexual é realizada apenas uma vez por mês.

Transexualidade é tema de debate no II Seminário UFPR Fora do Armário

a escolaridade, tanto do homem como da mulher. “A escola não desenvolve uma biopolítica”, afirma Dayana explicando que as

institui-ções de e n s i n o acabam c a u -s a n d o a trans-f o b i a e, por-tanto, a

resistência, a repulsa, a negação dos direitos e em certos casos a violência e a agressão. “A escola é que tem que mudar”, explica a professora que

Professora Dayana Brunetto, esquerda e Caio Novaes, meio, durante o debate

“Quanto mais cedo é a transformação me-nor é a escolaridade,

tanto do homem como da mulher, afirma Dayana Brunetto.”

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Curitiba, sexta-feira, 11 de maio de 2012 4 Cultura

Joana CastroGiuliana NogaraMaria Luiza de Paula

DIA DO TELÉGRAFO

Em 1852 o telégrafo chega ao Brasil, alguns anos depois de sua im-plantação nos Estados Unidos por Samuel Mor-se. No dia 11 de maio do mesmo ano, foi inaugu-rada a primeira linha te-legráfica brasileira com 4.300 metros de exten-são. Segundo a professo-ra de história Lys Villela, isto aconteceu “graças aos esforços do Barão de Mauá e do espírito mo-dernizador do Imperador D. Pedro II”. O objetivo era trazer modernização e facilitar a comunicação entre o Palácio Imperial e o Quartel do Campo, no Rio de Janeiro, a partir de necessidades políticas. No final de século XIX o serviço telegráfico come-çou a ser ampliado para incluir outras províncias.

Segundo a Western and Brazilian Telegraph Company, uma das prin-cipais empresas respon-sáveis pelos serviços tele-gráficos do Brasil, antes da proclamação da Repú-blica já funcionavam 19 mil quilômetros de linhas telegráficas brasileiras. Durante a década de 30 existiram muitas inicia-tivas para o aperfeiçoa-mento da comunicação no país e, a partir de 1950 o rádio começou gradati-vamente a ser mais utili-zado do que a telegrafia.

Divulgação

A comercialização do telégrafo de Morse aca-bou acontecendo de forma rápida. No ano de 1861, a Califórnia foi conectada com o resto dos Estados

Unidos, graças à primei-ra linha transcontinental do telégrafo. Cinco anos mais tarde, os Estados Unidos estariam conec-tados com a Europa. En-genheiros acharam uma maneira de atravessar o Oceano Atlântico com as linhas de telégrafo.

Entretanto, por mais que a criação do telégrafo tivesse sido importante, o desejo das pessoas era escutar as vozes uma das

outras, pois estavam lon-ge uma das outras. Isso incentivou a criação de outro aparelho de gran-de importância. Alexan-der Graham Bell, que era

professor e inventor, des-cobriu em 1875 uma ma-neira de converter ondas sonoras para uma corren-te ondulatória que pode-ria ser carregada através de fios. Nasceu assim, o telefone, que foi paten-teado por ele no mesmo ano.

O Telégrafo no Jor-nal ismo

A invenção do telégra-

fo teve impacto no modo como se fazia o jornalismo no século XIX, quando ele foi inventado. No artigo cientifico “Questões sobre o marco histórico do telé-grafo no jornalismo do sé-culo XIX” de Leticia Can-tarela Matheus (Centro Universitário Plinio Leite - RJ), fala-se sobre o aumen-to da agilidade na publica-ção das matérias. Segundo o artigo, antes da criação do telégrafo, as notícias chegavam a demorar até 15 dias para serem publi-cadas, após a sua criação, esse tempo diminuiu para 48 horas. A autora em seu artigo afirma, porém, que naquela época os jornais não trabalhavam em cima da noticia que chegava por telégrafo, “os redato-res não se preocupavam em desdobrar a apuração. O telegrama chegava e era suficiente para ser pu-blicado”, diz a autora.

História do Telégrafo

O aparelho foi criado nos anos 1700, quando os inventores começa-ram a usar a eletricidade e o magnetismo tentando encontrar melhores ma-neiras para as pessoas se comunicarem. Segundo a professora de história Lys Villela, a criação do telégrafo trouxe a pos-sibilidade de comunica-ção mais rápida entre os continentes. Porém, o interesse das pessoas só surgiu a partir de 1830, quando houve importan-tes avanços no campo do eletromagnetismo. A primeira linha comercial foi aberta em 1837, entre Londres e Camden Town, com uma distância de 2,7 quilômetros. A professora Lys também afirma que a invenção do telégrafo es-timulou a criação de ou-tras invenções, como a do telefone.

Telégrafo de Morse

O telégrafo criado por Morse era simples, podia funcionar com uma bate-ria, um interruptor e um pequeno eletroímã. Mes-mo simples, porém, era eficiente, pois permitia que pessoas se comuni-cassem instantaneamen-te estando à milhas de distância uma da outra. Samuel Morse é frequen-temente creditado como o inventor do telegrafo, mas na verdade, a sua maior contribuição foi o Código Morse. Este có-digo era uma linguagem utilizada nos telégrafos.

O telégrafo foi criado em 1700 e popularizado apenas em 1830, chegando ao Brasil em 1852.

“A criação do telégrafo trouxe a possibilidade de comunicação mais rápida entre os continentes, segundo a professora de história

Lys Villella.”