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[email protected] @jornallona lona.redeteia.com Ano XIII - Número 717 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 2012 Nos primeiros três meses de 2012, foram assassi- nados 104 homossexuais, o dobro do ano passa- do, ou seja, uma morte a cada 21 horas. Ao longo de todo o ano de 2011 ocorreram 266 homicídios Pág. 3 Brasil é o país com maior número de homicídios contra homossexuais Colecionadores de carros antigos contam sobre essa paixão e as dificuldades de ter uma relíquia Págs. 4 e 5 ESPECIAL Audiência pública discute liberação de vendas de bebidas em estádios GERAL Novo modelo de loja vem inovando forma de comprar e vender Pág. 7 COLUNA CQC revela mazelas da política paranaense Pág. 5 Ontem acon- teceu uma audiência pú- blica para o debate sobre a liberação de vendas de be- bidas alcoóli- cas em está- dios durante a Copa 2014 Pág. 3 O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Amanda Lima

LONA 717 - 17/05/2012

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 2012

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Ano XIII - Número 717Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade PositivoCuritiba, quinta-feira, 17 de maio de 2012

Nos primeiros três meses de 2012, foram assassi-nados 104 homossexuais, o dobro do ano passa-do, ou seja, uma morte a cada 21 horas. Ao longo de todo o ano de 2011 ocorreram 266 homicídios

Pág. 3

Brasil é o país com maior número de homicídios contra homossexuais

Colecionadores de carros antigos contam sobre essa paixão e as dificuldades de

ter uma relíquia

Págs. 4 e 5

ESPECIAL

Audiência pública discute liberação de vendas de bebidas em estádios

GERAL

Novo modelo de loja vem inovando forma de comprar

e vender

Pág. 7

COLUNA

CQC revela mazelas da política paranaense

Pág. 5

Ontem acon-teceu uma audiência pú-blica para o debate sobre a liberação de vendas de be-bidas alcoóli-cas em está-dios durante a Copa 2014

Pág. 3

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

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Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 20122

ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Aca-dêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cur-sos de Comunicação Social: André Tezza Consenti-no | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny |Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Pin-to| Editorial: Danilo Georgete

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

O Dia Internacional contra a Homofobia é come-morado todo dia 17 de maio. A escolha da data é pelo fato que em 1990 foi retificada e, em 1992, retirada oficialmente, pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a classificação da homossexualidade como doença. O devido ato resolveu questões graves de abuso contra gays e lésbicas por parte das religiões, governos e familiares, porém mesmo depois de tanto tempo ainda existe um caminho muito grande a ser trilhado contra o preconceito.

A imagem ser gay ainda gera, tantos nos héte-ros como nos homossexuais, barreiras cada vez mais evidentes na sociedade. Os héteros, confusos por causa das imagens desconexas emitidas pelos gays - ora de beleza e superioridade, ora de perversidade - acabam também tomando posições que em certos momentos são favoráveis aos direitos homossexuais e em outros esbarram no discurso homofóbico.

Em quase todos os lugares do mundo as pessoas trans, gays, lésbicas e bissexuais enfrentam a vio-lência, o abuso, a violação e os crimes de ódio. Ano passado o Movimento LGBTTTs teve a vitória e o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo pelo STF.

Ano passado o governo barrou alguns projetos que foram “homofóbicos” e ao mesmo tempo po-deriam diminuir um pouco os atos de homofobia . Entre eles o “Kit Escola Sem Homofobia” que foi vetado pela Presidente e o PLC 122, projeto de lei que vem sendo há muito tempo defendido pelo Mo-vimento LGBTTTs, que têm por objetivo criminali-zar a homofobia.

O projeto de lei em questão foi para as mãos da senadora de Marta Suplicy (PT), que optou conver-sar com os setores mais reservados do parlamento e entregou de mãos beijadas o projeto de lei para que a bancada evangélica o destroçasse. Feitos como esses mostram que a barreira feita pela sociedade e pela igreja acaba refletindo na hora da votação de direi-tos, que previnem racismo, humilhação, fato que os homossexuais lutam há décadas.

As lutas contra uma sociedade homofóbica con-tinuam e não devem parar. O dia internacional da homofobia não é só hoje, mas é uma luta diária em busca do reconhecimento e dos direitos que o ser humano deve ter.

OpiniãoEditorial

Uma luta contra o preconceito

Quem (ainda) não viu certamente verá

Difamação, furto e extorsão. Estes serão os crimes pelos quais quatro homens envolvidos no caso Carolina Dieckmann terão que responder. Depois de ter 36 fotos íntimas divulgadas na internet, a atriz participou de uma entrevista patética para o Jornal Nacional na noite de segunda-feira.

Patrícia Poeta se deu ao trabalho de ir pessoalmente conversar com Carolina, que, com ar de dona de casa, parecia ter sido vítima da maior violência do mundo, de um assassinato, um sequestro, uma catástrofe. Vítima de si mesma e com lágrimas nos olhos, ela disse que espera justiça para quem encontrou em seu e-mail as fotos caseiras feitas em momentos de intimidade.

Quem deseja que seus segredos não sejam revelados não compartilha informações de maneira tão simples. Acontece que agora é tarde demais e as fotos da atriz estão circulando pela rede, e de graça.

É comum o Jornal Nacional ignorar fatos como este e pelo jeito a polícia também. Se-gundo uma das quatro matérias exibidas pelo JN entre os dias 5 e 14 de maio, os acusados já eram conhecidos pelas autoridades por estarem envolvidos em outros crimes de internet.

Entretanto, nenhum deles foi tão interessante quanto este, que colocou na rede imagens que agora são eternas de alguém que não estava disposta a pagar R$ 10 mil para posar nua, mas receber pelo menos uns R$ 100 mil para isso.

Quem viu as fotos, que ainda podem ser encontradas, sabe que é coisa de amador mesmo: não têm nada de mais. Mas como a Globo se ofendeu profundamente, as fotos se tornaram muito interessantes e já foram acessadas mais de oito milhões de vezes.

Elisa Schneider

O eleitorado gay e a Casa BrancaAline Reis

O fato de o democrata Barack Obama ser um homem que entrou para a história todo mundo já está careca de saber. Audacioso, Obama assumiu a presidência na fracassada era pós-Bush e num espírito de “sim, nós podemos” conquistou o cargo de homem mais poderoso do mundo e, perspicaz, conseguiu aprovar projetos como o da universalização da saúde.

Tentando a reeleição, Obama enfrenta um Partido Republicano conservador com um candidato que tem a simpatia do eleitorado empresarial. Mitt Romney, contudo, peca ao defender a moral de extrema direita. Onde há o pecado de um há a redenção do outro. Obama defende a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Há de se explicar que o termo muito usado pelos colegas de imprensa, “casamento gay”, remete à união de pessoas com cunho religioso, o que nas doutrinas cristãs, predominantes nos Estados Unidos, é algo tido como pecado. Romney, contudo, não se preocupa com a terminologia; ele é contra um e outro. “Sou a favor da união tradicional entre homem e mulher”, disse em entrevista à tevê.

Obama, ao contrário, se posicionou favorável à união homoafetiva e conquistou ao menos um eleitor: Bill White. White é diretor de uma consultoria e é homossexual. Doou mais de dois mil dólares à campanha republicana, mas diante da declaração de Romney pediu reembolso e disse que vai apoiar o democrata Barack Obama.

A sorte (não) está lançada. Trata-se de uma sociedade mais aberta, trata-se de um jovem presidente em detrimento de uma velha raposa. A crise que assolou os Estados Unidos é a mesma que assolou economias do mundo inteiro. Obama, por mais esperto, não sairá ileso disso, mas é fato que o lado progressista está falando mais alto. Aguardemos a contagem das cédulas e o posicionamento do eleitorado gay para ver quem chega (ou permanece) à Casa Branca.

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Marcha contra homofobia é realizada em BrasíliaMovimento tem por objetivo combater violência contra gays no país

A Assembleia Geral da Or-ganização Mundial das Nações Unidas (OMS) aprovou no dia 17 de maio de 1990 a retirada do código 302.0 (Homossexualis-mo) da classificação internacio-nal de doenças. A data se tornou o Dia Internacional de Combate à Homofobia.

O Brasil lidera o ranking de assassinatos a homossexuais, com 44% do total de execuções do mundo inteiro em 2011, se-gundo o Grupo Gay da Bahia (GGb).

Entre as atividades realizadas ontem, a ABGLT (Associação

Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transe-xuais) organizou a III Marcha Nacional Contra Homofobia, em Brasília, com manifestações em frente ao Palácio do Planalto.

O evento contou com a pre-sença de várias pessoas afilia-das ao movimento, e a senadora Marta Suplicy (PT-SP) convidou a todos para um seminário no au-ditório do Senado Federal para discutir o projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia.

Crime

No ano passado, foram do-cumentados 266 assassinatos de homossexuais no Brasil, um a cada 33 horas. A Bahia lidera a lista, com 28% dos assassinatos, seguida de Pernambuco, com 25%, e São Paulo, 24%.

A maioria das vítimas tem menos de 30 anos. Nos três pri-

meiros meses de 2012, foram documentados 104 homicídios contra homossexuais – o dobro do ano passado. Foi uma morte a cada 21 horas, segundo a GGb.

O professor Luiz Mott, antro-pólogo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fundador do GGB, declara que “tais números representam apenas a ponta de um iceberg de crueldade e san-gue. Como o Governo Federal se recusa a construir um banco de dados sobre crimes de ódio con-tra homossexuais, baseamos tal relatório em notícias de jornal e internet, que com certeza estão longe de cobrir a totalidade des-ses sinistros” .

Ongs

Existem diversas entidades que atuam em favor dos homos-sexuais, como a LGBT, que foi a primeira organização no Brasil a

receber o título de Utilidade Pú-blica Federal, por decreto presi-dencial, em 5 de maio de 1997.

No Paraná, o Grupo Digni-dade é uma organização não-go-vernamental, sem fins lucrativos, fundada em 1992, em Curitiba, que age em atendimento psicoló-gico, serviço social e orientação jurídica.

O grupo é afiliado ao Fórum Paranaense de ONG/Aids e par-ticipa dos eventos de mobiliza-ção e campanhas relativas à aids, como o Dia 1º de Dezembro, o Carnaval e a Vigília de Solida-riedade.

A área de cultura já realizou diversas exposições de fotogra-fias, artes plásticas, assessorou atores e diretores de teatro e do-cumentários de audiovisual na criação e montagem de produ-ções artísticas e também é par-ceiro do Centro Paranaense da Cidadania – CEPAC, uma ong

voltada para a promoção da edu-cação e da saúde.

Leis e projetos de lei

Lei 14362/2004 veda a discri-minação aos portadores do vírus HIV ou a pessoas com aids, e com a lei 16454/2010 fica insti-tuído o Dia Estadual de Combate a Homofobia, a ser promovido, anualmente, no dia 17 de maio.

Segundo o movimento, essas leis foram conquistas impor-tantes, mas o projeto de lei que visava Instituir o Sistema de In-formações sobre Violência nas Escolas da rede municipal de en-sino, e de outras providências, e que seria vital para acabar com a homofobia no país foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff.

Manchete: Brasil é o país com maior número de homicí-dios contra homossexuais, se-gundo a GGB.

Fernando TakizawaFlávio Martins dos SantosTiago Francisco Pereira

Liberação das vendas de bebidas alcoólicas é discutida em audiência públicaAudiência sobre liberação das vendas de bebidas alcoólicas nos estádios mostra equilíbrio, segun-do o presidente da reunião, Marcelo Rangel

Amanda LimaCarolina Pereira

Aconteceu nesta quarta feira, a audiência pública sobre a ven-da de bebidas alcoólicas nos es-tádios durante a Copa do Mundo de 2014. O deputado estadu-al Reinhold Stephanes Junior (PSD) e o deputado Leonaldo Paranhos (PSC) apresentaram seus projetos. O debate foi muito equilibrado e dividiu opiniões.

O projeto do deputado Ste-phanes é favorável à venda de

bebidas nos estádios. Segundo ele é um desrespeito com a liber-dade das pessoas não permitir a venda, “seria como proibir um jogo de futebol, como sabemos que haverá problema, não deve ser realizado”. Para o deputado não há associação de rixa entre os países como há em um Atle-Tiba, por exemplo, portanto não há motivo para violência.

Já o deputado Paranhos, que tem o projeto contrário à venda de bebida alcoólicas, acredita o contrário: “não dá para associar bebida alcoólica com esporte, é meu ponto de vista”. O deputa-do ainda diz que o álcool devia

ser banido das famílias e que as cervejarias não terão prejuízos, pois são apenas quatro jogos em Curitiba.

O procurador de justiça e co-ordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Con-sumidor do Ministério Públi-co, Ciro Expedito Scheraiber, também ocupou a tribuna para representar o Ministério Públi-co e o Conselho Nacional dos procuradores gerais. Segundo o procurador, a bebida alcoólica é um mal que não pode prevalecer em eventos públicos. Expedi-to diz que o Ministério Público é contrário a liberação e está

trabalhando para que esta não seja aceita. A audiência contou também com o delegado Clovis Galvão Gomes que é contra a li-beração. Ele diz que as ocorrên-cias diminuíram com a proibição da bebida e essa liberação pode prejudicar a segurança pública, aumentando a criminalidade.

O debate ainda teve uma discussão entre o Presidente na frente Nacional dos Torcedo-res, João Hermínio Marques e o deputado Paranhos. Após o delegado Clovis afirmar que as estatísticas podem comprovar a diminuição das ocorrências, João Hermínio disse que essas

estatísticas podem ser compra-das e devem ser ponderadas. O deputado Paranhos se sentiu ofendido e pediu para João res-peitar as instituições públicas do Paraná e provar que essas estatísticas são compradas. O presidente da frente nacional dos torcedores tentou amenizar a situação explicando que não era sua intenção desrespeitar as entidades.

O presidente da reunião, de-putado Marcelo Rangel, disse para a reportagem que o debate foi muito equilibrado e será le-vado em conta quando a votação for marcada.

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- OG Pozzoli: sua coleção ultrapassa os 180 carros.Reside em São Paulo (SP)

- Roberto Nasser: conta com mais de 200 peças em suacoleção. Reside em Brasília (DF)

- Tato Warnich: possui um museu particular e o número total é desconhecido. Reside em São Francisco de Paula (RS)

- Enzo Monteiro do Nascimento: Colecionador de marcas,especializado em Mercedes-Benz. Reside em Curitiba (PR)

Paixão por carros antigos

O termo “antigomobilista” surgiu para identificar aqueles que apreciam e possuem carros antigos. Não é de hoje que o carro antigo desperta paixão em uma grande quantidade de bra-sileiros. Mesmo com todos os novos modelos que surgem ao longo dos anos, o charme dos an-tigos é inigualável. A riqueza de detalhes e a beleza dos carros an-tigos, seja de marca estrangeira ou nacional, chamam a atenção.

Todo mundo já conheceu uma pessoa disposta a adquirir e res-taurar um automóvel que marcou época. A cada ano que passa, essa legião de apaixonados au-menta ainda mais e faz com que os veículos deixem de ser apenas automóveis e se tornem preciosi-dades.

Mario Pilato é um colecio-nador apaixonado! Dono de sete “preciosidades” -- entre o mais velho, um Alfa Romeo/76 e o mais recente, um Fusca/96 -- fal-ta garagem para todos os carros que ele gostaria de ter. Essa pai-xão começou em 1984, quan-do tinha 25 anos e adquiriu seu primeiro carro para coleção, um Ford Galaxie/74. Desde então, ao passar dos anos, vendeu e com-

Ana Flávia BelloLarissa Nichele

prou diversos carros e hoje cuida dos seus como se fossem filhos. “Enquanto eu estiver vivo não vou me desfazer de nenhum des-ses carros, é um hobby que sem-pre tive”, conta.

Seu preferido, que possui há 23 anos, é o Ford Galaxie Lan-dau/81, da cor azul marinho. “Já transportei seis noivas, entre so-brinhas e primas, com o Landau. Esse carro agrada a todos, é mui-to bonito”, orgulha-se o dono.

Elisa Asinelli do Nascimento, diretora da Federação Brasileira de Veículos Antigos do Paraná, já nasceu numa família de cole-cionadores de carros. Há mais de 40 anos que o hobby passa de pai para filho. Hoje, Elisa possui mais de dez carros na sua cole-ção, mas ainda há vários que pre-tende adquirir. “Há mais umas três Mercedes que sonho em ter, além do Lamborghini Miura e da Ferrari 250”, afirma.

“Quando você passa a ter ferrugem nas suas veias, nunca mais para de comprar, demora um pouco, mas logo que surge uma oportunidade você volta a adquirir mais um. Já cheguei a ter oito carros antigos fazendo parte da minha vida. Ainda tenho vários projetos para fazer, e aos poucos vou realizando, passa a ser um objetivo de vida e vamos buscá-los”, afirma o presidente do Clube Hot Rods, de Curitiba, Vladimir Moro que hoje possui três carros antigos.

Manutenção Ter um carro an-

tigo não é uma tare-fa fácil. Por ser um veículo que tem vá-rios anos de uso, ele requer manutenção especial, mais cara e mais difícil do que a dos carros novos.

Além da falta de peças para a troca, existem poucas me-cânicas especializa-das em mexer com carros antigos. Fora isso, também não é possível fazer segu-ro desses veículos, as seguradoras ale-gam que automóveis antigos são difíceis de restauração em caso de batidas, além de muito mais

caros para qualquer tipo de ser-viço.

A manutenção dos carros an-tigos precisa ser frequente. Por isso, os antigomobilistas (moto-ristas ou proprietários de carros antigos) devem sempre ter algum mecânico de confiança. Para ter um veículo desses também é

necessário conhecer sobre me-cânica, afinal, por ser um carro diferente dos novos, não são to-das as pessoas que possuem co-nhecimento de como consertar pequenos detalhes além de que cada carro tem uma peculiarida-de diferente, o que dificulta ainda mais a manutenção.

Donos de automóveis antigos têm alguns costumes que ajudam na preservação. Mauro Castanha possui 13 veículos em sua co-leção e conta que a única coisa que não faz com os carros é sair na chuva. “Quando você sai na chuva a pintura fica prejudicada, todos eles têm garagem coberta, para evitar que peguem chuva e sereno, assim, eles ficam mais

bonitos por mais tempo”. As peças para os veículos

mais antigos são feitas por ar-tesãos em mecânica, que fazem serviços de reforma para dar ori-gem a uma peça nova, por isso, elas são tão caras.

Alguns itens são fundamentais quando se tem algum automóvel antigo. Existem peças que são importantes de manter no porta-malas, como cabo de acelerador, fusíveis, cabo de embreagem, pa-rafusos, porcas e lâmpadas. Essas peças podem ajudar caso o carro dê algum problema quando esti-ver na rua, afinal, apesar de toda a manutenção, eles nunca estão livres de algum problema inespe-rado no meio do caminho.

Larissa Nichele

Outros colecionadores de carros do Brasil

Fonte: Federação Brasileira de Veículos Antigos

Mario Pilato com seu carro preferido - Ford Galaxie Landau

Larissa Nichele

Cadillac modelo 75 - tipo presidencial

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Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 2012 5

Um grupo de pessoas apaixo-nadas por carros antigos criou o Clube de Automóveis e Antigui-dades Mecânicas do Paraná (CA-AMP) em 1968 para incentivar a preservação desses automóveis raros. Oito anos depois da cria-ção do CAAMP, foi fundado o Museu do Automóvel, que é hoje um grande acervo de veículos com importância expressiva en-tre os museus do gênero no país.

O acervo conta com mais de 150 veículos que pertenceram aos sócios do Clube de Automó-veis e Antiguidades Mecânicas do Paraná. Além de veículos, há também bicicletas, motocicletas

A coleção de carros antigos requer um valor financeiro muito alto para ser comprada e manti-da, por isso está ao alcance de poucos. Para suprir a vontade de ter uma coleção de veículos, muitas pessoas colecionam car-ros em miniaturas.

A maioria delas tem um local específico na casa para deixar os veículos. É o caso de José Ro-berto Neto, ele tem cerca de 130 carros que estão em uma estante alta na sala de estar da sua casa. Para ele, essas miniaturas não fo-ram feitas para as crianças brin-carem. “As miniaturas são coisas sérias, se você deixa na mão de uma criança ela quebra, não cui-

da e desperdiça todo o tempo e dinheiro que gastamos cuidando disso. Coleção é coisa séria, não é brinquedo.”

A maioria das miniaturas de automóveis pode ser comprada pela internet, porém, existem algumas lojas especializadas na venda desses itens.

Richard Guedes possui 367 mini veículos em sua casa. Para ele, os carros pequenos são um vício, e sempre que sobra um di-nheiro está adquirindo mais. O último deles foi um Cadillac ver-melho de 25 cm pelo qual pagou R$ 375,00. O preço médio dos mini automóveis é em torno de R$ 350,00, porém, em alguns

sites da internet é possível comprar itens por até R$ 50,00. Para Guedes, pessoas que compram miniaturas de R$ 50,00 não são verdadei-ros colecionadores. “Quem compra miniaturas baratas só quer ter um grande nú-mero de carrinhos em casa para ficar mostrando para os outros. Quem é realmente apaixonado por colecionar esses carros não se impor-ta de pagar R$ 200.00, R$ 300,00, desde que venha uma peça única, com espe-cificidades e detalhes ma-ravilhosos, deixando nossa coleção diferente”.

Coleção de Richard Guedes Ana Flávia Belo

Museu do automóvele outras curiosidades mecânicas antigas. Como no espaço cabem apenas 80 veículos, os carros são alternados de tempos em tempos para que todos fiquem expostos. As vagas para os veículos são di-vididas por categorias, que con-tam com aproximadamente 20 veículos.

Entre os veículos existentes no museu, alguns merecem desta-que, como o McLaren M23 doa-do pela Philip Morris, carro com que Emerson Fitipaldi foi cam-peão mundial de Fórmula 1 em 1974. Há também o Cadillac Pre-sidencial 1952 e o único modelo Eldorado 1953 existente no país.

Serviço

EndereçoAvenida Cândido Hartmann, 2300 (em frente ao Parque Barigui)

HoráriosTerça a sexta das 14h às 17hSábados e domingos das 10h às 12h e das 14h às 17hIngressos: R$5 por pessoa

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Museu do Automóvel de Curitiba

Clubes e eventosHá algumas décadas, o número

de associações de aficionados por carros aumenta gradativamente. Curitiba tem conquistado destaque por abrigar mais de uma dúzia de clubes de colecionadores. São apai-xonados por Fords, Pumas, Maveri-cks, MP Lafers, Mustangs, Fuscas, Kombis, entre tantos outros mode-los, que se reúnem periodicamen-te para compartilhar informações sobre o automóvel. As associações também são responsáveis por orga-nizar exposições dos modelos.

Em alguns casos, a associação se transforma na extensão da casa do colecionador. O que era para ser um grupo para preservar a memória do modelo e criar uma cadeia de peças e oficinas acabou unindo diversas famílias. Hoje, os encontros são motivo de confraternizações, não só entre os donos, mas também entre as esposas, filhos e amigos. O pre-sidente e participante do grupo Hot Rods, Vladimir Moro, resume essa relação em uma frase: “Nossos fi-lhos merecem crescer num ambien-

te destes”.A rotina de vida do coleciona-

dor está bastante ligada à ativida-de: “Fazemos o que gostamos com pessoas que gostamos e todos com o mesmo hobby. Estamos levando muito a sério nosso papel, basta acompanhar nossos eventos bene-ficentes e a amizade que reina em nossos encontros de terças, quintas e sábados. É simplesmente maravi-lhoso comandar esta paixão”, conta Moro.

Durante o ano são dezenas de eventos que reúnem inúmeros apai-xonados por carros. Os famosos rallies são os que atraem a maior quantidade de participantes. Eles têm como proposta unir os amantes do “antigomobilismo”, que muitas vezes correm com seus familiares e têm estimulado a competitividade no decorrer dos anos, atraindo in-clusive navegadores profissionais. Entretanto, o que fica é o objetivo de colocar raridades para andar nas ruas e estradas do país, sob os olha-res atenciosos do público.

Coleção de miniaturas

Próximos Eventos - Paraná 2012

JUNHO17/06 – 5º Encontro do dia Mundial do Fusca (Ponta Grossa/PR)

24/06 – Dia Mundial do Fusca (Curitiba/PR)

AGOSTO01/08 – 22º Encontro de Veículos Antigos (Pien/PR)

11/08 – Encontro Internacional de Hot Rods (Curitiba/PR)

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Sobre microfones e outros mais

Aline [email protected]

Não é de hoje que os jorna-listas do CQC, da TV Band, dão o que falar. A trupe dos homens (e mulher) de preto pratica um tipo de jornalismo gonzo, mas ao mesmo tempo humorístico num misto de informação e en-tretenimento.

Há dúvidas pungentes acer-ca da seriedade das pautas do CQC, mas esta semana a vítima foi o ex-vereador tucano João Cláudio Derosso.

Questionado acerca dos con-tratos de prestação de serviço entre a Câmara Municipal e a empresa Oficina da Notícia (que pertence a sua esposa), Derosso não segurou a onda e atirou o microfone do repórter pela ja-nela do quarto andar. Trágico.

O cenário político curitibano (e também paranaense) tem se mostrado cada dia mais fechado

Política

Final da Uefa Champions League

Rodolpho [email protected]

Neste sábado, o mundo do futebol concentra todas as atenções na final da Uefa Champions League (UCL). O ale-mão Bayern de Munique tem uma rara vantagem de jogar em casa, já que em sor-teio definido antes do início do torneio a Allianz Arena, estádio do Bayern, foi es-colhida para sediar a final.

O último time a disputar uma final em seu estádio foi a Roma de 1983/1984, que acabou sendo derrotada pelo Liverpool. Já o último campeão jogando em casa foi a Inter de Milão, na temporada 1964/1965.

O confronto entre Bayern de Munique e Chelsea é o menos esperado por torcedo-res e especialistas, afinal, os times elimi-naram os grandes favoritos Real Madrid e Barcelona, respectivamente.

A parte negativa dessa final serão os

Esporte

desfalques por parte das duas equipes. Pelos donos da casa, estão fora: Alaba, Badstuber e Luiz Gustavo. Já pelo time de Londres, os desfalques são: Raul Meireles, Ivanovic, Terry e o brasileiro Ramires.

Nas últimas partidas, e principalmente nos dois jogos decisivos contra o poderoso Barcelona, Ramires foi peça fundamental do técnico Roberto Di Matteo, e fará muita falta nesta final.

Aliás, o técnico Di Matteo está há mais tempo no cargo do que imaginávamos. O italiano entrou no lugar do badalado André Villas-Boas para ‘’tapar buraco’’, assumiu a bronca no confronto contra o Napoli nas oitavas-de-final, e conseguiu levar o time até essa final de UCL.

Além disso, o Chelsea sob o coman-do de Di Matteo foi campeão da FA Cup

em cima do Liverpool, que agora tem a conquista da FA Cup como jogador e trei-nador.

O Bayern luta pelo seu quinto título con-tinental, enquanto o Chelsea ainda busca a primeira conquista.

A equipe inglesa chegou à final apenas uma vez, na temporada 2007/2008, quando acabou derrotada pelo rival Manchester Uni-ted, nos pênaltis.

Naquela ocasião, o capitão Terry teve a chance de fazer o time campeão, mas aca-bou escorregando e perdendo a cobrança decisiva. Dessa vez, Terry não entrará em campo, pois foi expulso no último jogo contra o Barcelona, quando agrediu o chi-leno Alexis Sanchés.

O fator casa da uma ligeira vantagem à equipe alemã, mas a massacrante derrota

por 5 a 2 para o Borussia Dortmund na final da Copa da Alemanha dei-xou os torcedores com um pé atrás.

Do outro lado, o Chelsea já mos-trou em várias fases do torneio que é um time de superação, e tem chan-ces de conquistar a taça.

em grupos de meia dúzia que há décadas controlam a vida de todo o Estado. É um reveza-mento feito por raposas felpu-das como o ex-vereador.

Por mais escândalos que apareçam há sempre aqueles políticos que saem ilesos, sem culpa nenhuma no cartório, o exemplo da vez é o governador (e provável candidato a reelei-ção) Beto Richa (PSDB).

Richa se limitou a declara-ções de cunho moral sobre o caso Derosso. Coisas do tipo: “teremos que apurar” ou “va-mos aguardar as investigações”.

Ficar em cima do muro é sempre mais fácil. Posicionar-se não faz sentido. É um desgas-te desnecessário. A estratégia adotada por Richa foi a mesma usada durante o episódio dos Diários Secretos da Assembleia

Legislativa, no qual diversos políticos se manifestaram, mas Betão, não, este ficou tranqui-lamente governando a cidade-modelo.

A cidade-modelo, aliás, sediará um dos pleitos mais direitistas da história da hu-manidade, com o perdão do exagero. De um lado temos o atual prefeito, Luciano Ducci, aquele tipo de político fantoche que serve o interesse de outros. Ducci é filiado ao Partido So-cialista Brasileiro (PSB), que apesar da sigla e do alinhamen-to político com o governo fede-ral fechou aliança com o PSDB (que também nos ludibria com a sigla) no pleito anterior à pre-feitura curitibana.

Do outro lado temos Gusta-vo Fruet, candidato de si mes-mo. Cara sem cara. Fruet será

apoiado pelo PT (sim, pelo PT) nessas eleições depois de ter se filiado ao PDT (Brizola deve estar se remexendo na sepultu-ra) por não ter apoio suficiente dentro do PSDB.

Fruet é um conservador neoliberal de extrema direita, embora tenha bastante trato na fala e é um bom orador, típi-co da formação em direito que possui.

Fora disso não temos mais nada. Curitiba é uma cidade conservadora, tanto que as pró-prias instituições políticas não ousaram sair desta linha.

Talvez seja porque não te-nha dado certo das últimas ve-zes, com os petistas Vanhoni e Gleisi, talvez seja por almejar voos mais altos, como o gover-no do Estado contando com o apoio pedetista ou talvez seja

somente porque Curitiba é a ci-dade do esquecimento.

Nossos jornalistas ganham prêmios por séries sobre irregu-laridades, nós fazemos protes-tos e, no próximo outubro, vere-mos quantos dos que estiveram envolvidos em irregularidades voltarão a legislar sobre nossas vidas.

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Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 2012 7

Um novo conceito para comprar e venderO modelo está caindo no gos-to dos curitibanos pelo mix de produtos e porque a cada compra o consumidor ajuda suas marcas favoritas a manterem-se na loja

O lugar é uma loja onde se pode encontrar muita va-riedade, de produtos e mar-cas. Lá encontrar se de pro-dutos de papelaria a joias. É quase um mini shopping, onde qualquer pessoa pode alugar espaços em caixas, de diferentes tamanhos e preços; lá, o locatário pode vender o que quiser, com ex-ceção do que tem legislação própria, como cigarro, bebi-da e animal. É uma loja feita pelas ideias de quem vende e pelas escolhas de quem compra. A ideia foi trazer o conceito da web 2.0 para o mundo físico. É assim que são as lojas colaborativas.

Para alugar um espaço, não é preciso ter CNPJ (Ca-dastro Nacional de Pessoa Jurídica). O modelo é feito justamente para pessoa físi-ca. Basta criar uma marca e cadastrar-se no site na lista de espera da loja desejada. O consumidor é quem deci-de se a marca continua, ou não, na loja. Funciona as-

sim: uma vez na loja, a marca tem que bater uma meta de vendas. Essa meta, na Endos-sa CWB, é uma vez o valor do aluguel. Por exemplo, se uma pes-soa aluga uma caixa pequena, que é cha-mada de Caixa Small - e custa R$ 140,00 – ela tem que vender pelo menos R$ 140,00, por período, que consiste em 28 dias, para se manter na loja. “Ela tem a chance de três períodos; se durante três pe-ríodos consecutivos ela não bater a meta, terá que sair, significa que o consumidor final não endossou a marca dela”, explica a sócia pro-prietária da Endossa CWB Nathalia Anring, que hoje é única loja desse formato em Curitiba.

Segundo Nathalia, o per-fil das pessoas que procuram a Endossa para vender seus produtos é bem variado. A loja tem desde estudantes que acabaram de se formar e querem começar sua pró-pria marca, mais não têm di-nheiro para abrir uma loja, por causa do custo que é muito elevado, até senhoras que fazem seus cachecóis e

querem um lugar para ven-dê-los, ou ainda pessoas que vendem roupas usadas como em um brechó. Além do alu-guel, também é descontado o valor do ICMS e das taxas de cartão. Por conta do mo-delo de negócio, as compras não podem ser parceladas. O mix de produtos também traz uma grande variedade no perfil dos consumidores.

Em um dos vários espa-ços da Endossa está a “Pen-teadeira Rosa”, uma marca de acessórios femininos que é de Paula Yoshie Sanefuji Werner, 22. Ela está com a sua marca na loja há pouco mais de dois meses e conhe-ceu através de uma amiga que já tinha uma marca. Os acessórios também podem ser encontrados em sua loja virtual: www.penteadeira-rosa.com.br. Paula conta

que as vendas na loja física são muito maiores do que na virtual e diz ainda estar muito surpresa com a acei-tação dos seus produtos pelo público. “Está muito boa, muito melhor do que eu es-perava”. Para Paula, esse modelo de negócio repre-senta uma excelente opor-tunidade de tornar a marca conhecida, o que no futuro pode possibilitar a abertura de uma loja própria.

Os consumidores também estão aprovando a nova mo-dalidade de loja. Para Maria Luíza Bordin a loja é muito interessante porque ela en-contra produtos que não se veem nas lojas convencio-nais. “O que mais me atrai é que tem muitos produtos de estilo alternativo, e são peças um tanto exclusivas”, afirma Maria Luíza. “Além

disso, é muito legal saber que o que consumimos aca-ba ajudando essas pessoas que estão começando a se manter na loja”, comple-menta.

A Endossa Curitiba ain-da tem uma galeria de arte que fica no 3º andar da loja. A ideia da galeria é pratica-mente a mesma da loja. Não é cobrado para o artista ex-por seu trabalho, e sim, uma porcentagem sobre o que for vendido. Nathalia diz que a intenção é ajudar as pessoas que estão começando, visto que para se expor em uma galeria, hoje em dia, é mui-to caro. Entre os próximos projetos da loja estão um café, que é um pedido recor-rente dos clientes, e um es-túdio de tatuagem, que será colocado no 3º andar, junto com a galeria de arte.

Geral

Fernando TakizawaFlávio Martins dos SantosThiago Pereira

Caixas com produtos diversos na Endossa loja colaborativa

Divulgação

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Curitiba, quinta-feira, 17 de maio de 20128

Um comunicador de alma e coração

Moisés Dagoberto Machinsky é o nome de um dos comunicadores mais carismáticos, éticos e hu-manos que conheci até hoje. E olha que todas estas primeiras impressões tive apenas pelo telefone.

Estava fazendo estágio na rádio CBN e tinha que fazer a ronda diária. A minha ligação predileta e mais animada era, sem dúvida, para a rádio trânsito, onde o Moisés sempre me atendia com muito bom humor para passar os boletins atualizados das condições das vias públicas. Em outros lugares que eu ligava para fazer a ronda, as ligações eram sempre recheadas de mau hu-mor.

Meu tempo de estagiária na CBN acabou, po-rém logo adicionei este “bacana” no meu facebook para manter contato e a primeira oportunidade que me surgiu de conhecer melhor esta pessoa fantás-tica, eu agarrei: precisava fazer um texto de perfil e logo pensei no meu querido amigo Moisés Ma-chinsky.

Como já disse, até então não o conhecia pes-soalmente. Fiz uma seleção de perguntas e man-dei para ele responder por e-mail. Mas como não conseguiria escrever sem conhecê-lo de verdade, marquei um encontro na rádio trânsito, onde ele trabalha.

Realmente ele é o que eu já imaginava. Me dei-xou super à vontade e, enquanto eu fazia algumas

Marjori Von Jelita

Moisés Dagoberto Machinsky, umapessoa cheia de luz com experiências e

valores que fazem brilhar os olhos de quem merece enxergar

perguntas sobre sua vida, ele atendia aos telefonemas – repassando boletins atualizados para vários veículos de comunicação.

Este aquariano nascido em 6 de fevereiro de 1967, filho de João Dagoberto Machinsky e Anna Maria de Oliveira Machinsky, tem na veia algo que adquiriu bri-lhantemente com a prática e o dom. O simples - e para muitos o complexo - talento de se comunicar.

Com apenas o segundo grau completo, nenhum tipo de especialização, tem um currículo de invejar muito jornalista formado.

Moisés Machinsky começou sua carreira em 1992 na antiga rádio Estação da Luz, atual Banda B. Esta emissora ficará eternizada em seu coração por ter sido o primeiro lugar que lhe deu uma oportunidade para falar ao microfone. Depois disso não parou mais de trabalhar. Passou pelos principais meios de comunica-ção, entre eles a TV Bandeirantes, Rádio Paraná, CBN, Sport TV, entre muitos outros.

Em todos os lugares, sempre procurou se enriquecer de boas amizades e deixa bem claro a importância que delega para o bom relacionamento profissional.

Enquanto eu o entrevistava, a cada espaço de tempo Machinsky citava frases de grandes filósofos e pensa-dores. Fez uma citação de um autor de que gosta muito e que vem ao encontro dos seus próprios valores pro-fissionais. “No meio você nunca é dono da verdade. Todos acabam pensando melhor que um”.

Moisés Machinsky é conhecido no meio como um olheiro de novos talentos, um de seus “pupilos” foi Nadja Mauad, que na época era estagiária na CBN. Ele a descobriu e viu ali um grande potencial. Deu toques profissionais e, com algumas indicações e esforço pessoal da própria jornalista, ela voou longe e hoje está à frente do Globo Esporte Paraná. Nosso personagem diz identificar de longe ta-lentos natos.

“O Moisés foi e é para mim um pro-fessor, não só de carreira, mas também da vida”, diz Nadja. Até hoje, depois de al-gumas reportagens irem ao ar, Machinsky liga e sempre faz algumas observações, tanto positivas quanto negativas.

Quando entrei no assunto de família e infância, ele não fez questão de dar mui-tos detalhes, apenas falou do filho que hoje tem 20 anos, do amor e do orgu-lho que sente por ele. “Uma das minhas maiores emoções é poder ter visto meu filho crescer e se transformar em um bom

homem”, garante. Da infância falou do seu déficit de atenção que con-

tribuiu e muito para que Moisés desistisse da escola. “A escola para mim era um inferno, ninguém sabia o que eu tinha naquela época. Era chamado de aluno bur-ro ou aluno problema.” Mesmo tendo parado de estu-dar, não deixou para trás uma de suas grandes paixões, a literatura. Gosta de ler principalmente biografias de personagens que fizeram diferença na história.

Enquanto fazia a entrevista, percebi um livro gros-so que na capa estampava a foto de João Goulart – pre-sidente do Brasil de 1961 a 1964 - perguntei então se estava lendo e qual política ele adotava, de esquerda ou de direita. Ao ouvir a resposta descobri que Moisés Machinsky pode dar aulas sobre política.

Falou de uma maneira muito clara sobre a corrente de direita e assumiu que é a vertente que adota. Para ele, o Brasil acomodado é um Brasil de esquerda: “A esquerda espera, a direita corre atrás”, afirmou con-victo.

Não podia escrever as paixões desse comunicador sem citar a sua moto que, segundo ele, é como se fosse um casamento – entre ele e a moto. O amor pelas duas rodas é tão grande que já abriu mão de outros bens para tê-la.

Perguntei então, Moisés Machinsky por Moisés Ma-chinsky, ele respondeu:

- É uma pessoa com um milhão de defeitos, mas também um visionário e que tenta deixar esse mundo um pouco melhor do que aquele que ele encontrou...

Arquivo PessoalAr

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