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manual prtico
lI I
11I
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de
auriculoterapia
Marcos Lisboa Neves
AuriculoterapiaCENTER"
nlla Gal.
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nh cida m 1990 pela OMS
Polidoro, 20 Loja D - Botafoqo 10de Janeiro - RJ 1 I fone: 2542-9992 r I Iax: 2542-7626
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o Mundial da Sade), a a terapia de
11\/111: nc[email protected] IlIljl.llwww.ocupunluracenter.com.br
m r111t
st m mais difundida no
:td . Tr ta-se de uma tcnica de nd s r sultados, motivo daitao por pacientes e
manual prticode
m ntos podem ser buscados
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s bases da Medicina
auriculoterapia
pr ndizado. fcil execuo us
o.
A r v s do Manual Prtico de
I1vri uloterapia
possvel pratic-Ia os
gur ,minimizando
M rcos Lisboa Neves,.
um n ndo sua eficcia. M rcos Lisbo N v s
1 edio
Dados Internacionais
de Catalogao na Publicao (CIP)
Sumrio
N518m
Neves,
Marcos
Lisboa Lisboa
Manual prtico de auriculoterapia / Marcos Neves. - Porto Alegre: Ed. Do Autor, 2009. 88 p. ; 23 cm. ISBN: 978-85-910010-0-2 2. Medicina Chinesa.
Agradecimentos I. Ttulo. Introduo Referencial histrico CDD 615.89 Fundamentos da Auriculoterapia auricular
04 05 09
1. Auriculoterapia.
1215
Correspondncia
A diferena entre mapas Diagnstico em Auriculoterapia
19 2131 43 62 64 67 67 70
Bibliotecria ResponsvelGinamara Lima Jacques CRB 10/1204 Pinto
Distribuio e classificao Mtodos teraputicos Reaes da Auriculoterapia Riscos da Auriculoterapia
dos pontos auriculares
FotosMarcos Lisboa Neves
Contraindicaes Indicaes
da Auriculoterapia
DesenhosDaniel Kohlrausch
Vantagens da Auriculoterapia Seleo dos pontos
7173 78 87 88
RevisoAna Maria Portella Montardo Consulta em AuriculoterapiaI "
Capa, Projeto Grfico e DiagramaoAndr Luiz Menezes de Lima
Teraputica em Auriculoterapia Consideraes finais
Todos os direitos reservados 2009
Referncias bibliogrficas
4
5
Agradecimentos
Introduo
Agradeo a todos que de alguma forma contriburam para esta obra, os autores citados, meus professores, meus pacientes, meus alunos, meus colegas, meus amigos e minha famlia.
A Auriculoterapia,
assim como a acupuntura,
parte integrante
da Medicina Tradicional Chinesa. Embora existam evidncias de sua utilizao por diversos povos desde a Antiguidade, foi na China que se deu seu maior desenvolvimento, a partir da relao do pavilho auricular com os demais rgos e regies do corpo. Existem relatos do Antigo Egito segundo os quais as mulheres usavam pontos auriculares como forma anticoncepcional. No Siri Lanca, documentos descrevem pontos aurculares para controle da deambulao do elefante. Os turcos do sculo III usavam a cauterizao de pontos auriculares no tratamento de diversas doenas. Escritos
i
6
Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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de Hipcrates diziam que incises efetuadas no pavilho auricular do homem produziam ejaculao escassa, inativa e infecunda, e que a puno de urna veia no dorso da orelha curava a impotncia. Na obra O Livro das Epidemias, Hipcrates indicava a puno de vasos auriculares para tratar processos inflamatrios. Na China, muito antes do cristianismo e de Hipcrates, o uso teraputico do pavilho auricular era associado ao tratamento de acupuntura sistmica. Os primeiros escritos chineses demonstram a orelha corno um rgo isolado que mantm relao com os demais rgos e regies do corpo. Tcnicas corno o sopro com tubo de bambu e a moxa, entre outras, eram utilizadas no tratamento de enfermidades atravs do pavilho auricular. Em escavaes, antroplogos Chineses encontraram vrios documentos antigos evidenciando o uso do pavilho auricular no tratamento de diversas enfermidades.
descoberta de Auriculoterapia. As primeiras experincias de Nogier iniciaram quando o mdico
observou a existncia de cicatrizes na orelha de alguns pacientes que chegavam ao seu consultrio em Lyon. Essas pessoas tinham sido tratadas da ciatalgia. A existncia desse ponto especfico, que quando cauterizado
aliviava a dor do nervo citico, j era conhecido de alguns na Europa. O fato de observar a existncia de relao entre um ponto na orelha e urna parte distante no corpo levou Nogier a buscar o surgimento de novos pontos na orelha, submetendo, para tanto, qualquer parte do corpo a algum sofrimento. Por estatstica clnica, o mdico francs mapeou aproximadamente Os estudos 35 pontos auriculares. de Nogier tambm serviram de base para o
desenvolvimento da Auriculoterapia na China. Em 1958 a descoberta da Auriculoterapia e o mapa auricular de Nogierforam publicados na Revista de Medicina Tradicional de Shangai. Em urna cultura que o bero da Acupuntura, a descoberta da Auriculoterapia impulsionou um grande nmero de estudos em diversas universidades e hospitais da China. Conforme as pesquisas eram intensificadas e novas publicaes eram feitas, o desenvolvimento da Auriculoterapia se acentuou gradativamente, e a orelha foi sendo mapeada e utilizada corno meio de das doenas. da terapia auricular cresceu vertiginosamente diagnstico e tratamento O desenvolvimento
Assim corno os antigos escritos da Medicina Tradicional Chinesa e documentos de outras civilizaes antigas, no so poucos os fatos curiosos na histria das civilizaes que demonstram o interesse pelo pavilho auricular. Povos corno Incas, Astecas e os habitantes da Ilha de Pscoa cultivavam orelhas grandes utilizando a hipertrofia mecnica, acreditando que o aumento das orelhas tinha relao direta com a vitalidade e a superioridade do ser. Algumas tribos indgenas utilizavam instrumentos perfurando a orelha em pontos especficos, estimulando a agressividade dos guerreiros, corno os piratas que usavam um brinco de ouro no lbulo da orelha para aguar a viso. J em tempos mais recentes, por volta de 1950, o mdico francs Paul Nogier deu importante contribuio para o uso teraputico . i do pavilho auricular. Atravs de estudos que partiram dos pontos6'-
aps a dcada de setenta. Em 1989 celebrou-se em Pequim o Primeiro Congresso Internacional de Auriculoterapia. Esse evento foi um novo marco mundial. Nesse momento a Auriculoterapia passa a constituir uma especialidade universitria. Em 1990 a Organizao Mundial de Sade (OMS) reconhece a
auriculares chineses e da criao de novos mtodos de mapeamento e estimulao dos pontos, Nogier estabeleceu a relao do pavilho auricular com a figura de um feto na posio invertida e batizou sua
Auriculoterapia como terapia de microssistema para benefcio, promoo
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Manual Prtico de Auriculoterapia
de diversas enfermidades.
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e manuteno da sade, no tratamento
Inmeras publicaes sobre essa terapia vm sendo editadas nos ltimos tempos no mundo inteiro. Em 1999 a mdica chinesa Huang Li Chun publica, na Conferncia Mundial de Auriculoterapia, um novo mapa posterior dos pontos auriculares. Em seus 30 anos de pesquisas, ela pde comprovar a eficcia no estmulo dos pontos pelo uso de sementes e a importncia tanto dos pontos posteriores no tratamento das disfunes osteomioarticulares como do uso dos pontos de rea correspondente para analgesia, alm de ter criado a tcnica das sementes duplas.
Referencial Histrico1951 -
o mdico
francs Paul Nogier descobre a Auriculoterapia.
Apartir do curioso tratamento de ciatalgia por cauterizao de um ponto no pavilho auricular em alguns pacientes que chegavam ao seu consultrio, Nogier iniciou seus estudos clnicos: produziu o primeiro mapa auricular, comparou-o com a figura de um feto na posio invertida e batizou a tcnica de Auriculoterapia. 1958 - A revista de Medicina Tradicional de Shangai publica os estudos de Nogier. mapa auricular publicado por Paul Nogier serviu de base e grande impulso para o desenvolvimento da Auriculoterapia dentro da China. Em 1960, pesquisadores de Nanking concluram o estudo que verificou a exatido clnica do homnculo auricular de Nogier em 2 mil pacientes clnicos. 1963 - Omdico francs J. E. H. Niboyet apresenta sua tese de doutorado
o
1OManual Prtico de Auriculoterapia Manual Prtico de Auriculoterapia
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em Cincias, em que demonstra de seus meridianos.
que a menor resistncia
eltrica na
importantes contribuies para a Auriculoterapia moderna. A pesquisa e o empenho desses profissionais, e de muitos
superfcie da pele coincide com os pontos de acupuntura e com o trajeto
outros que contriburam
para o desenvolvimento
da Auriculoterapia,
Esse estudo inaugura uma nova fase, tanto para a Acupuntura como para a Auriculoterapia, pois introduz o desenvolvimento aparelhos localizadores e eletroestimuladores de pontos. 1972 - criado na China o mapa estandardizado de
comprovam a eficcia do que h milhares de anos muitos povos - como os chineses, egpcios, turcos - e mesmo Hipcrates j usavam como forma de promover a sade, embora o fizessem de uma forma bastante simplificada.
dos pontos auriculares.
Com a grande diversidade de trabalhos publicados por diversos centros de estudos e atendimentos em Auriculoterapia, apareceram algumas diferenas entre os mapas que eram publicados na poca. Era comum ver nomes diferentes para um mesmo ponto e diferentes pontos com o mesmo nome. Por essa razo, surgiu a necessidade de se unificar a nomenclatura e a localizao dos pontos de Auriculoterapia chinesa.
1980 - Terry Oleson realiza um estudo duplo cego na Universidade da Califrnia de Los Angeles (UCLA), Estados Unidos da Amrica, que verificou a exatido cientfica do diagnstico auricular. Em um nvel estatstico significativo, com exatido de 75%,
conseguiu-se diagnosticar os problemas de dor musculoesqueltica em 40 pacientes atravs do pavilho auricular. Para tanto, reas da orelha submetidas a elevao de atividade eltrica foram avaliadas e comparadas s reas do corpo que apresentavam alguma disfuno patolgica. 1980 - Nguyen Van Nghi publica o livro Auriculopuntura. Essa importante obra traz dados estatsticos de vrias pesquisas em Auriculoterapia realizadas nos principais hospitais da China. 1990 - A OMSreconhece a Auriculoterapia. 1999 - A Dra. Huang Li Chun publica na Conferncia Mundial de Auriculoterapia um novo mapa posterior dos pontos auriculares. Os 30 anos de experincia em Auriculoterapia dessa mdica chinesa deram
OBSERVAES
Pg ina 16: a concha abaixo da raiz do hlix chamada de concha cava conforme est descrito na pgina 17. ' Pgina 17: a fossa triangular representa a pelve, e a incisura supratrgica est localizada entre o trago e o hlix. Pg!na 35: o ponto viso 2 tem a funo de beneficiar a viso, controlar a presso ocular euxiliar no tratamento do glaucoma.
Pgina 37: ?s pontos do hlix 1 a ~ tm funo antiinflamatria e analgsica, como o pice da orelha, porem direcionada para a area correspondente que Ihes mais prxima. Pgina 40: o ponto tronco cerebral est localizado posterior rea da vertigem. Pgina 41: o ponto hipfise est localizado anterior rea da vertigem.
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Manual Prtico de Auriculoterapia
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determinado rgo ou parte do corpo poder ser detectada pelo pavilho auricular.
e tratada
A orelha possui dois tipos de inervao, urna cranial e outra, espinhal. Essa rede nervosa est entrelaada por praticamente todo o pavilho auricular, mas os nervos de origem craniana predominam na regio central ou interna da orelha, ao passo que os nervos espinhais predominam nas regies externas ou perifricas da aurcula.
Fundamentos da Auriculoterapia
Nervos cranianosNervo auriculotemporal: provm de um ramo sensitivo do Lrigmeo. chega at a borda em que a orelha se une face e ramificainternamente pelo conduto auditivo. Pelo seu trajeto na face e brangncia auricular, esse nervo pode estar envolvido com as sensaes zumbido e obstruo do ouvido, dor e ardor na garganta, lngua, ATM, face e a sensao de obstruo nasal. Ramo auricular do vago: originrio de um segmento do vago, t mbm chamado de pneumogstrico, que acompanha as veias cervicais, p netra na orelha aps se ramificar com o nervo glossofarngeo e com lqumas fibras do nervo facial, abrangendo a face central e interna da orelha. responsvel pela inervao parassimptica de praticamente todos os rgos abaixo do pescoo, exceto parte do intestino (colo transverso e descendente) e rgos sexuais. grosso
Embora pesquisas cientficas no nos forneam respostas completas para entendermos o mecanismo de ao da Acupuntura e Auriculoterapia atravs da neurofisiologia, e a teoria neuro-humoral fornea dados pobres ao citar a ao de endorfinas ou do portal da dor, j est clinicamente comprovada a riqueza dos resultados dessa terapia em sua prpria histria. Podemos acreditar que a grande quantidade de ramificaes nervosas derivadas dos nervos espinhais e cranianos ligam os pontos auriculares a regies cerebrais que esto ligadas atravs da rede nervosa aos rgos e partes do corpo. Assim qualquer alterao em um
Nervos espinhaisOriginam-se do segundo e terceiro pares do plexo cervical e so constitudos pelo nervo auricular maior e nervo occipital menor. onde possuem Chegam at a orelha atravs de sua face posterior,
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Manual Prtico de Auriculoterapia
maiores ramificaes. Na face anterior do pavilho, abrangem a regio externa ou perifrica. Possuem polaridade simptica e abrangem todas as estruturas musculoesquelticas representadas no pavilho auricular.
Nervo Auriculotemporal
Correspondncia AuricularNervo Auricular Maior
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Pela viso oriental, segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e conforme seus antigos escritos, os 12 meridianos renem-se na orelha. A orelha tambm uma das principais zonas onde o Yang e o Yin se interrelacionam. Ostrs Yang da mo e os trs Yang do p chegam diretamente na orelha, diferentemente chegam indiretamente dos trs Yin da mo e dos trs Yin do p, que atravs de seus ramos.
O pavilho auricular guarda estreita relao com os rgos. conhecido como o palcio do rim, que tem sua p~rta de entrada atravs do ouvido. Alm disso, ambos apresentam claramente a mesma forma anatmica. Quando algum meridiano obstrudo e a circulao do sangue e energia perde seu fluxo, aparecem pontos dolorosos na orelha como uma reao reflexa do local obstrudo. O pavilho auricular possui um formato ovoide que se assemelha forma de um feijo, de um rim e figura de um feto em posio embrionria, conforme descreve Paul Nogier.
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Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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Sua morfologia acidentada, composta por um conjunto de sulcos e eminncias, a principal referncia para a localizao dos pontos auriculares. Dessa forma, cada estrutura do relevo auricular representa urna regio do corpo, presente nas duas orelhas.
Cruz inferior - emrnencia
da bifurcao
inferior
do ante-hlix,
representa a inervao do membro inferior.
Fossa triangular - sulco localizado entre a cruz superior e inferior doante-hlix, representa a cavidade abdominal.
Escafa - sulco localizado entre a hlix e o ante-hlix,membro superior.Cruz Superior Fossa Triangular Hlix Cruz Inferior Ante-hlix Concha Cimba lncisura Supratrg ica Raiz do Hlix Trago Concha Cimba / Incisura Intertrgica Antetrago Ante-hlix Vcios Ouvido Diafragma C. Abdominal Coluna Escafa Pelve Citico Coluna Membro Inferior
representa
o
Lbulo - estrutura localizada na extremidade inferior da orelha, formadade tecido adiposo e representa a face.
Antetrago - eminncia localizadarepresenta o crnio.
entre
o lbulo e o ante-hlix.
Trago - eminncia que recobre o orifcio auditivo e se funde face,representa os vcios e as vias areas superiores.
Incisura intertrgica - Sulco localizado entre o trago e o antetrago,representa o sistema endcrino.
Incisura supratrgica - Sulco localizado entre o trago e o ante-hlix,representa o ouvido externo.
Concha cava - sulco inferior raiz do hlix, representa Hlix - emrnencia mais externa da orelha, circunda a periferia dopavilho, dando-lhe o formato ovoide, e possui pontos de ao antiinflamatria. torcica.
a cavidade
Concha cimba - sulco superior raiz do hlix, representa a cavidadeabdominal.
Raiz do hlice =eminncia que nasce no centro da orelha, d origem aohlix e representa o diafragma.
Periferia da raiz do hlix - regio que circunda toda a raiz do hlix,representa o sistema digestivo. Observando a morfologia do pavilho auricular, podemos notar que existe um antagonismo entre seu relevo anterior e posterior. Toda eminncia anterior se torna um sulco posterior, assim corno todo sulco anterior se torna urna eminncia posterior. Tambm possvel observar que a face anterior do pavilho auricular possui um relevo
Ante-hlix - eminncia que fica frente do hlix, bifurca-se em formade cruz e representa a coluna vertebral.! .
Cruz superior - eminnciarepresenta o membro inferior.
da bifurcao
superior
do ante-hlix,
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Manual Prtico de Auriculoterapia
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mais significativo e que seu verso evidencia um pavilho praticamente liso. Por essa razo, o relevo anterior a principal referncia no s para a localizao dos pontos anteriores, corno para a localizao das estruturas e pontos posteriores, motivo pelo qual a avaliao auricular feita principalmente pela regio anterior.
Sulco Hipotensor
Membro Inferior
A Diferena Entre Mapas
Eminncia Posterior da Concha Cimba Sulco Posterior da Raiz do lixEminncia
Sulco Posterior do Ante-hlix
Membro Superior Eminncia Posterior da Escafa
Rosterior da Concha Cava
Sulco Posterior do Anterago
As dificuldades que Paul Nogier teve em difundir sua descoberta no ocidente no foram as mesmas encontradas no oriente, por este se tratar do bero da acupuntura. Esse fato fez com que a Auriculoterapia se Na prtica, conforme os estudos da Dra. Huang Li Chun, a importncia do dorso auricular est no tratamento das disfunes msculoesquelticas, onde se produz melhores resultados. Por essa razo, as estruturas mais importantes so: lbulo, sulco posterior' do antetrago, sulco posterior do ante-hlix, sulco posterior da cruz inferior, regio posterior do membro inferior e eminncia posterior da escafa. desenvolvesse com muito mais velocidade na China do que no ocidente. Mas o grande nmero de estudos realizados em vrios centros da China tambm contribui para o surgimento de diferenas entre vrios modelos de mapas da poca. Esse problema no ocorreu no ocidente, visto que os poucos que aderiram ao uso da Auriculoterapia cartografia auricular de Nogier. tambm se mantiveram fiis
20Manual Prtico de Auriculoterapia
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Em 1972 foi criada a unificao dos mapas de Auriculoterapia chinesa, e, a partir desse momento, ficou bem definida a existncia de duas escolas de Auriculoterapia: a escola chinesa, que tem sua fundamentao amparada nas teorias da Medicina Tradicional Chinesa, e a escola francesa, que est amparada pelos fundamentos neurofisiologia. Ambas as escolas alcanaram um nvel de excelncia indiscutvel, comprovada tanto por seus resultados clnicos como por pesquisas, e o fato de estarem difundidas no mundo inteiro aponta para a credibilidade de que gozam junto a profissionais e pacientes. A Auriculoterapia a terapia de microssistema mais utilizada no mundo, alm de ser reconhecida pela Organizao Mundial de Sade. Em relao Auriculoterapia chinesa, mesmo depois da da
Diagnstico em Auriculoterapia
estandardizao dos pontos, ainda existem algumas diferenas de mapas, o que causa confuses entre os profissionais. Isso ocorre tanto por erros nas tradues dos livros como tambm pelo uso de sinnimos na nomenclatura utilizada por alguns autores que buscam personalizar suas obras, e at mesmo pela descoberta de novos pontos, fundamentada em experincias clnicas pessoais de cada autor. Talvez o erro mais grave, no que diz respeito a mapas, esteja na tentativa de misturar os pontos da cartografia francesa com os da chinesa. Mesmo que ambas as escolas possuam como base carta grfica a figura do feto na posio invertida, a evoluo de cada escola, tanto em tcnica como na nomenclatura e distribuio dos pontos, obedece a critrios diferentes, de acordo com seus fundamentos. Mesclar essas duas linhas confunde no apenas o profissional, mas tambm o organismo que est sendo tratado. O diagnstico em Auriculoterapia consiste na identificao e
localizao de pontos ou regies alteradas no pavilho auricular. Essas alteraes so chamadas de pontos ou reas reagentes e so localizadas por meio de inspeo, palpao e eletrodiagnstico. O fato de algumas reas ou pontos estarem reagentes no pavilho auricular no indica exatamente uma patologia em especfico, e sim uma desordem da regio representada.
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Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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InspeoAs fotos ao lado mostram A inspeo minuciosa de todas as partes da orelha pode mostrar a presena de manchas, escamaes, aumento da vascularizao e formaes de ndulos, indicando o local e a fase da disfuno. importante lembrar que nesta fase da avaliao o pavilho auricular ainda no foi tocado, portanto ainda no foi limpo, evitando qualquer alterao na sua superfcie que possa mascarar ou produzir qualquer alterao que prejudique esse exame. exemplos de alteraes encontradas durante a inspeo: vaso vermelho na cruz superior, ndulo na escafa e vasos azulados na cruz superior. R gies do joelho, cotovelo e m mbro inferior, respectivamente.
Alterao
Diagnstico
Manchas vermelhas
Disfunes agudas, dor ou excessos. Disfunes crnicas ou deficincia. Dor ou disfunes circulatrias. Disfunes crnicas, bastante antigas.
Manchas brancas
Vasos vermelhos
om relao a esse tipo de diagnstico, ('oll'id raes:
cabe fazer algumas
Vasos azulados
A mar a impressa no pavilho auricular o registro da alterao do pOIl indica que alguma disfuno pode estar ocorrendo na rea que(1:1'1 pl
Escamaes"
Ponto patolgico.
'ponto representa. No existe uma relao direta do tipo de alterao . nte na aurcula com alguma patologia em especfico.
Cordes
Disfunes articulares.!
A int nsidade das alteraes registradas no pavilho auricular no I im relao direta com a gravidade do problema, e sim com o tempo de('V
Ndulos
Disfunes crnicas e degenerativas.
luo do mesmo. Essas alteraes auriculares tambm podem variar
I p ssoa para pessoa.
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Manual
Prtico
de Auriculoterapia
Manual
Prtico
de Auriculoterapia
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No obrigatrio que a pessoa tenha sintomatologia na rea corporal na qual a orelha est registrando a alterao. Opavilho auricular pode estar mostrando apenas que determinada estrutura corporal est sendo sobrecarregada, o que mais tarde pode levar ao aparecimento de alguma sintomatologia. Toda alterao evidenciada na inspeo da orelha deve ser checada na anamnese do paciente ou questionada com ele no exato momento do exame, a fim de buscar urna justificativa para tal alterao. Para iniciar a inspeo auricular, parte-se do princpio de que o pavilho fisiolgico no apresenta nenhuma alterao, encontra-se liso corno a orelha de um recm-nascido, apenas com os acidentes do seu relevo anatmico. A inspeo um exame visual, o pavilho auricular no deve ter sido tocado para que no cause prejuzo ao exame. O processo de alteraes no pavilho auricular acompanha o envelhecimento da pessoa. A orelha registra toda a sua histria pregressa. Assim como o organismo apresenta urna degenerao fisiolgica ao longo dos anos, esperado que o pavilho apresente um aumento na quantidade e qualidade de suas alteraes.
relevo da orelha, alm de ativar a circulao e tornar mais visvel sua vascularizao.
o principalmtodo.
objetivo da palpao localizar regies ou pontos que
sejam reagentes dor e tambm observar possveis marcas deixadas pelo
A palpao digital realizada com o examinador
posicionado
trs do examinado, usando os dedos indicador e polegar das duas mos simultaneamente nas duas orelhas e realizando presses nas regies de l bulo, antetrago, ante-hlix, cruz superior e escafa, ou seja, face, crnio, oluna vertebral, membro inferior e membro superior. Este processo deve r repetido vrias vezes, com aumento progressivo da presso, sempreI1
mesmo trajeto, at o aparecimento das reas reagentes dor. um xame indicado para avaliar a periferia auricular, verificando as reas ue correspondem s estruturas musculoesquelticas do corpo.
Palpaoo mtodo de palpao auricular pode ser feito atravs da presso digital ou por uso de lpis exploratrio. Atravs desse exame, possvel identificar os pontos dolorosos da orelha e a presena de cistos, tubrculos, cordes, edemas e escamaes.Algumas alteraes que no foram visveis na inspeo podem ser percebidas durante a palpao, j que a manipulao das estruturas auriculares pode revelar reas que estavam escondidas pelo prprio
Ilustrao inspirada na figura do livro Noes Prffcas de Auriculoterapia,
de Paul Nogier
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Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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lpis exploratrio um instrumento de ponta esfrica, lisa e com dois milmetros de dimetro. Atravs deste palpador possvel localizar os pontos que sero tratados, tanto pela reatividade dor como pela marca em forma de "cacifo" deixada pela ponta do instrumento. Todo ponto reagente apresenta uma hipersensibilidade, pela alterao nervosa, e um edema local, pela alterao vascular. Por isso importante prestar ateno nas sensaes expressas pelo paciente, nas sensaes impostas pelo palpador e nas marcas patolgicas deixadas por ele. Essas marcas patolgicas podem variar de um edema cujo cacifo demora a desaparecer at uma descamao provocada pelo palpador.
o
Com relao umentando-a
presso,
inicia-se
com urna presso
leve,
progressivamente
at o aparecimento
dos primeiros
pontos reagentes. J no que se refere velocidade, deve-se empreg-la s mpre de modo lento, para dar tempo de o estmulo ser percebido pelo p ciente. A reatividade dor observada por meio da palpao digital e do exploratrio pode ser classificada em urna escala de trs nveis:
II p
G. u I: Paciente refere verbalmente a dor.,',lU 1111(.
11: Paciente expressa a dor atravs da face, pisca os olhos ou franze
sobr ncelhas (sinal da careta).ti
1lI: Paciente tenta impedir o exame retirando a cabea ou levandoo t a mo do examinador. A scala da dor no fornece dados para medir a gravidade do nm vez que no tem relao direta com o mesmo, mas serve nhar a evoluo do tratamento. Vale lembrar que uma IJllld"d bastante aumentada indicativa de doenas em sua fase IIJudf' Al runs profissionais preferem, antes de iniciar a explorao por " r alizar a palpao digital. Dessa forma possvel definir I)"d mente as regies reagentes para depois verificar os pontos 1 dor, bem como estabelecer a relao da lateralidade da orelha
Ilo! iI1t
1I111t110,
1'111 I d('OIIlP 1111 11111
1I1111)/ldLpis exploratrio
11111 ('\Marca do cacifo
I
run
I) P
111111
I
qu ix do paciente.
de palpao por lpis exploratrio consiste em arrastar ou deslizar o instrumento pela superfcie da orelha com presso e velocidade constante, sempre com urna das mos sustentando o pavilho auricular por sua face posterior, observando as reaes do paciente e as marcas deixadas pelo palpador.
o mtodo
,1111 1.111
Apresentao de todas as estruturas do corpo no pavilho ('lcl , incluindo os rgos internos, obedece a urna relao de I \,'\i d. Na aurcula direita est representado o hemicorpo direito,111
mo na aurcula
esquerda
est representado
o hemicorpo co~o
que as estruturas centrais, IllIIII,\ v rtebral, esto representadas nas duas aurculas.litl(
rdo. Tambm cabe ressaltar
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Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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Regio
Orelha direita
Orelha esquerda
baseia-se na deteco dos pontos de menor I 1111 i tncia eltrica, ou, tecnicamente falando, menor impedncia. Sabe/1('111
o eletrodiagnstico
Cruz superior
Membro inferior direito Ndega e citico direita Membro superior direito Fgado e vescula biliar
Membro inferior esquerdo Ndega e citico esquerda Membro superior esquerdo
qu qualquer alterao de um rgo, tecido ou parte de corpo tem a es tncia" eltrica diminuda no ponto correspondente no pavilho ular. Vale pontuar que esse mtodo pode ser prejudicado por edemas lha, pois estes provocam aumento da resistncia eltrica, ou por e frices auriculares, os quais causam o efeito rio. Tambm presses exageradas da ponta do eletrodo na orelha iente, feitas pelo examinador, podem contribuir para diminuio istncia. Os sinais sonoros obtidos atravs da explorao eltrica podem de dbil (frequncia sonora baixa), positivo (frequncia sonora ) e forte positivo (frequncia sonora "contnua"), representando
1111 ; 1111 O
111 vi s manipulaes
Cruz inferior
contrIli)!1tI11I I \
Escafa
v.n lnr111I1(\i
Concha cimba
Pncreas
1
t.ido normal, doena crnica e doena aguda, respectivamente.
Conhca cava
Corao e bao
.onsideraes geraisA prtica clnica mostra que em mais de 90% dos casos o ponto reagente encontrado na orelha homolateral queixa ou ao rgo do paciente. Quando isso no ocorre, porque essa relao do corpo com a orelha cruzada.II
P ra evitar interferncias11 11,,11'
ou erros na avaliao auricular, deve-se
'it r uma sequncia nas etapas da avaliao: anamnese, inspeo e ~o.A inspeo auricular evidencia o estado geral do paciente.
Eletro diagnstico o mtodo de deteco eltrica dos pontos auriculares. Geralmente um aparelho de localizao eltrica vem com um controle de sensibilidade, uma luz indicadora dos pontos e um emissor snro. Alguns aparelhos necessitam conectar o paciente atravs de um basto colocado em sua mo homolateral orelha explorada. Em outros, esse aterramento feito atravs do contato do examinador com o paciente.
AI ru rcas observadas na orelha representam a histria de vida do I'xdminado e est relacionada com disfunes pregressas ou de carter ('I u o, mas no indicam necessariamente os pontos que devem serIllIl
dos ou estimulados.
As regies e pontos auriculares detectados durante apalpao 11 ti am a histria atual pela reatividade dor. So esses pontos que Il \ ~o selecionados para o tratamento. Se em alguma situao a regio ou ponto diagnosticado na
30Manual Prtico de Auriculoterapia
na palpao. trata-se de disfuno
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inspeo for o mesmo detectado crnica em processo agudo. A deteco de muitos pontos dolorosos pelo lpis exploratrio evidencia excesso de presso sobre superfcie da orelha, produzindo urna falsa reatividade pressionado presso. Em pacientes com o limiar de dor muito baixo ou, pelo contrrio, com o limiar de dor muito alto, o examinador deve desconsiderar as reaes do paciente e focar o exame nas marcas deixadas pelo palpador. do ponto reagente ser sempre mais preciso quando o ponto reativo dor for o mesmo ponto que apresentar o sinal de edema e quando ambos tiverem relao com a queixa do paciente. eletrodiagnstico no um recurso indispensvel, pelo contrrio, o nvel de subjetividade desse exame compromete seu resultado. perfeitamente substituvel pelo uso de lpis exploratrio, este sim um recurso da palpao que desenvolve a sensibilidade e habilidade do examinador em identificar os pontos reagentes dor, assim corno a sensibilidade do examinado em diferenciar os pontos patolgicos dos sadios. No que tange ao exame das estruturas auriculares, vale ressaltar Os pontos auriculares esto distribudos nas duas orelhas, tanto nterior corno posterior, e com a mesma localizao. Porm a prtica lnica mostrou que todas as estruturas orelha so homolaterais foi abordado no diagnstico. importante enfatizar que a distribuio dos pontos na orelha do corpo representadas na do ponto. Qualquer ponto da orelha, quando torna-se doloroso e fica marcado pela excessivamente,
o diagnstico o
Distribuio e classificao dos pontos auriculares
que estruturas centrais e bilaterais devem ser avaliadas nas duas aurculas, ao passo que estruturas unilaterais devem ser avaliadas na aurcula homolateral.
queixa ou ao rgo do paciente, terna que j
apenas urna referncia grfica da localizao onde o ponto reagente parece frente a alguma disfuno. Na prtica a localizao exata feita travs da palpao e busca do ponto reagente.
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Manual Prtico de Auriculoterapia
Manual Prtico de Auriculoterapia
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A Auriculoterapia diversas forma disfunes mais criteriosa
possibilita do organismo, de selecion-los
o
diagnstico os pontos
e tratamento auriculares
de a
e classificar para
ontos da rea correspondenteRepresentam Il': nomesP I
um tratamento.
a anatomia com existe
corporal
no pavilho
auricular
e levam tornam-
de acordo quando
as partes algum pontos
anatmicas. problema na
Na avaliao, rea que
tivos
representam, tem funo o calor, isso so
1IIIIl f nto so considerados
de diagnstico. drenar a umidade
Na terapia
d!' .uivarMeio do P Dedos do P
a circulao os critrios pontos ocidentais. paciente
de Qi e Xue, da Medicina
e dispersar Por
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Tradicional e de ao tm
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